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SISTEMAS CONTÁBEIS

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Claretiano

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  • SISTEMAS CONTBEIS

  • CURSOS DE GRADUAO EAD

    Sistemas Contbeis Prof. Carlos Eduardo de Frana Roland, Prof. Ms. Mrio Francisco Chagas e Prof. Ms. Fernando Cesar Rinaldi

    Meu nome Carlos Eduardo de Frana Roland, sou engenheiro eletricista pela Escola de Engenharia de So Carlos/USP, Bacharel em Cincias da Computao pelo Instituto de Cincias Matemticas de So Carlos/USP e especialista em Desenvolvimento de Software para Web pelo Departamento de Computao da Universidade Federal de So Carlos. Sou diretor da Frana Roland Informtica e desenvolvo sistemas de gesto empresarial desde 1984, alm de ser consultor de Tecnologia da Informao e tutor no Claretiano Centro Universitrio desde 2007.e-mail: [email protected]

    Meu nome Mrio Francisco Chagas. Sou Bacharel graduado em Cincias Contbeis pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e tenho a Contabilidade por profisso. Sou mestre em Administrao na rea de Gesto Empresarial pelo Uni-Facef, com especializao em Finanas, Auditoria e Recursos Humanos pelo INPG. Sou professor desde 1986. Leciono Contabilidade Gerencial, Contabilidade de Custos e Contabilidade de Agronegcios no Uni-Facef. Sou coordenador do curso de Cincias Contbeis na modalidade EaD do Claretiano Centro Universitrio.

    e-mail: [email protected]

    Ol pessoal! Meu nome Fernando Cesar Rinaldi. Sou Mestre em Cincias Contbeis pela PUC de So Paulo, com concentrao na rea de Controladoria Econmica de Gesto. Sou professor do en-sino superior desde 2001, nas reas de Contabilidade Geral, Ges-to Estratgica de Custos, Demonstraes Financeiras e Contabili-dade Social/Ambiental.

    e-mail: [email protected]

    Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educao

  • SISTEMAS CONTBEIS

    Carlos Eduardo de Frana Roland

    Mrio Francisco Chagas

    Fernando Cesar Rinaldi

    BatataisClaretiano

    2014

  • Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educao

    Ao Educacional Claretiana, 2010 Batatais (SP)Verso: dez./2014

    657 R648s Roland, Carlos Eduardo de Frana Sistemas contbeis / Carlos Eduardo de Frana Roland, Mrio Francisco Chagas, Fernando Csar Rinaldi Batatais, SP : Claretiano, 2014.

    190 p.

    ISBN: 978-85-8377-230-9 1. Sistemas de informaes na contabilidade. 2. Qualidade de dados na gesto organizacional. 3. Gerenciamento de projetos. 4. Plano Diretor de Informtica (PDI). I. Chagas, Mrio Francisco. II. Rinaldi, Fernando Csar. III. Sistemas contbeis. CDD 657

    CDD 658.151

    Corpo Tcnico Editorial do Material Didtico MediacionalCoordenador de Material Didtico Mediacional: J. Alves

    Preparao Aline de Ftima Guedes

    Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera

    Ctia Aparecida RibeiroDandara Louise Vieira Matavelli

    Elaine Aparecida de Lima MoraesJosiane Marchiori Martins

    Lidiane Maria MagaliniLuciana A. Mani Adami

    Luciana dos Santos Sanana de MeloPatrcia Alves Veronez MonteraRaquel Baptista Meneses Frata

    Rosemeire Cristina Astolphi BuzzelliSimone Rodrigues de Oliveira

    Bibliotecria Ana Carolina Guimares CRB7: 64/11

    RevisoCeclia Beatriz Alves TeixeiraEduardo Henrique MarinheiroFelipe AleixoFilipi Andrade de Deus SilveiraJuliana BiggiPaulo Roberto F. M. Sposati OrtizRafael Antonio MorottiRodrigo Ferreira DaverniSnia Galindo MeloTalita Cristina BartolomeuVanessa Vergani Machado

    Projeto grfico, diagramao e capa Eduardo de Oliveira AzevedoJoice Cristina Micai Lcia Maria de Sousa FerroLuis Antnio Guimares Toloi Raphael Fantacini de OliveiraTamires Botta Murakami de SouzaWagner Segato dos Santos

    Todos os direitos reservados. proibida a reproduo, a transmisso total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia, gravao e distribuio na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permisso por escrito do autor e da Ao Educacional Claretiana.

    Claretiano - Centro UniversitrioRua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo Batatais SP CEP 14.300-000

    [email protected]: (16) 3660-1777 Fax: (16) 3660-1780 0800 941 0006

    www.claretianobt.com.br

  • SUMRIO

    CADERNO DE REFERNCIA DE CONTEDO

    1 INTRODUO ................................................................................................... 92 ORIENTAES PARA ESTUDO .......................................................................... 113 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................... 224 E-REFERNCIA .................................................................................................. 22

    UNIDADE1 SISTEMAS DE INFORMAES NO CONTEXTO DA CONTABILIDADE

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 232 CONTEDOS ..................................................................................................... 243 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 244 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 245 INFORMATIZAO NA CONTABILIDADE......................................................... 256 CONCEITO DE SISTEMAS.................................................................................. 277 SISTEMA DE INFORMAES ............................................................................ 318 SISTEMAS CONTBEIS E SEU PAPEL NAS ORGANIZAES ........................... 359 PLANEJAMENTO ORAMENTRIO .................................................................. 5010 ESTUDO DAS FASES DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS ........................ 5611 AUDITORIA ....................................................................................................... 5612 CONTABILIDADE E FUTURO ............................................................................ 6013 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 6614 CONSIDERAES ............................................................................................. 6815 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 6916 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 69

    UNIDADE2 QUALIDADE DOS DADOS PARA A GERAO E INFORMAES GERENCIAIS

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 712 CONTEDOS ..................................................................................................... 713 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 724 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 725 FUNDAMENTOS DO PROCESSAMENTO DE TRANSAES ............................ 736 COLETA E PRODUO DE INFORMAES CONTBEIS ................................. 787 CICLOS DE PROCESSAMENTO DE TRANSAES ............................................ 828 CICLO DAS RECEITAS ........................................................................................ 829 CICLO DO GERENCIAMENTO DE RECURSOS .................................................. 8810 GESTO DE ATIVOS IMOBILIZADOS ............................................................... 9011 SPED CONTBIL E CERTIFICADO DIGITAL ...................................................... 9112 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 9313 CONSIDERAES ............................................................................................. 95

  • 14 E-REFERNCIA .................................................................................................. 9515 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 96

    UNIDADE3 GERENCIAMENTO DE PROJETOS

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 972 CONTEDOS ..................................................................................................... 973 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 984 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 985 PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI) .................................................... 986 PROJECT MANAGEMENT BODY OF KNOWLEDGE (PMBOK) ......................... 997 GESTES PMBOK .............................................................................................. 1018 METODOLOGIA DE IMPLANTAO DE SISTEMAS DE INFORMAES:

    FASES E MDULOS ........................................................................................... 1259 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 13310 CONSIDERAES ............................................................................................. 13511 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 13512 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 136

    UNIDADE4 PLANO DIRETOR DE INFORMTICA (PDI)

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1372 CONTEDOS ..................................................................................................... 1373 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 1384 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1385 PRIMEIRA FASE DO PDI LEVANTAMENTO ................................................... 1396 SEGUNDA FASE DO PDI AVALIAO DE NECESSIDADES DE

    CUSTOMIZAO ............................................................................................... 1597 TERCEIRA FASE DO PDI AVALIAO DOS RECURSOS FSICOS ................... 1608 QUARTA FASE DO PDI ELABORAO DO PLANO E DO CRONOGRAMA

    MACRO .............................................................................................................. 1629 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 16310 CONSIDERAES ............................................................................................. 16511 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 165

    UNIDADE5 APLICATIVOS DE CONTABILIDADE E SISTEMAS DE CONTROLES INTERNOS

    1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 1672 CONTEDOS ..................................................................................................... 167

  • 3 ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 1684 INTRODUO UNIDADE ............................................................................... 1685 SISTEMAS DE CONTROLE INTERNO: DEFINIO E COMPONENTES ............ 1696 ANLISE DE PROCEDIMENTOS DE CONTROLE .............................................. 1757 RELAO CUSTO BENEFCIO NO DESENVOLVIMENTO DE CONTROLES ... 1798 ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM SISTEMA DE CONTROLE INTERNO ........... 1819 QUESTES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 18710 CONSIDERAES ............................................................................................. 18911 E-REFERNCIAS ................................................................................................ 19012 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 190

  • Claretiano - Centro Universitrio

  • EAD

    CRC

    Caderno de Referncia de Contedo

    Contedo Sistemas de informaes na contabilidade. Qualidade de dados na gesto orga-nizacional. Gerenciamento de projetos. Plano Diretor de Informtica (PDI). Apli-cativos de Contabilidade. Sistemas de controles internos.

    1. INTRODUO

    Para facilitar o estudo de Sistemas Contbeis, dividimos o contedo em cinco unidades, que sero resumidamente apresen-tados a seguir. Confira.

    O estudo de Sistemas Contbeis abordar o uso da infor-matizao contbil aplicada gesto empresarial. Na Unidade 1, pretende-se propor a reflexo da importncia dos sistemas de informaes para a tomada de decises no mbito da Contabili-dade, revisar conceitos bsicos de sistemas vistos em contedos anteriores, analisar os componentes de sistemas sob os focos da Contabilidade financeira e da Contabilidade gerencial, o papel dos

  • Sistemas Contbeis10

    sistemas contbeis no suporte ao planejamento oramentrio e auditoria, e refletir sobre o futuro da gesto empresarial sustenta-da pelas informaes geradas por sistemas contbeis.

    Na Unidade 2, exposta uma reviso dos conceitos do pro-cessamento de transaes, a importncia da qualidade dos dados para a gerao consistente e confivel de informaes gerenciais, e alguns exemplos de estruturas de ciclos de processamento.

    A Unidade 3 apresenta os componentes do gerenciamento de projetos de acordo com a metodologia PMBOK. Nela so es-tudadas as fases e os mdulos para implantao de sistemas de informaes gerenciais com o objetivo de oferecer um guia bsico a partir do qual cada profissional possa desenvolver sua prpria metodologia para assessorar seus clientes no projeto de informa-tizao da empresa.

    A Unidade 4 busca apresentar os componentes fundamen-tais de um PDI e identificar as fases de sua elaborao, tambm com o objetivo de ser um guia para o aperfeioamento da presta-o de assessoria tcnica.

    Na Unidade 5, sero abordados conceitos de sistemas de controle interno e seus componentes, a diferena entre controles preventivos e detectivos e suas inter-relaes, e a identificao de elementos a serem includos em sistemas de controle interno den-tro de uma organizao.

    Acreditamos que, ao trmino de seus estudos, voc estar apto a analisar (por enquanto, de forma superficial) a estrutura envolven-do os sistemas contbeis. Porm, necessrio que voc se dedique inteiramente leitura e prtica dos exerccios aqui propostos, como tambm a livros, que devem fazer parte de sua rotina acadmica.

    Conclui-se, portanto, que seu aprendizado depender so-mente de voc, e a apostila que aqui se apresenta apenas uma ferramenta de auxlio, devendo ser complementada por outras fontes de estudo.

  • Claretiano - Centro Universitrio

    11 Caderno de Referncia de Contedo

    Aps essa introduo aos conceitos principais, apresentare-mos, a seguir, no tpico Orientaes para estudo, algumas orienta-es de carter motivacional, dicas e estratgias de aprendizagem que podero facilitar o seu estudo.

    2. ORIENTAES PARA ESTUDO

    Abordagem GeralProf. Ms. Fernando Csar Rinaldi

    Neste tpico, apresenta-se uma viso geral do que ser es-tudado. Aqui, voc entrar em contato com os assuntos principais deste contedo de forma breve e geral e ter a oportunidade de aprofundar essas questes no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento bsico necessrio a partir do qual voc possa construir um refe-rencial terico com base slida cientfica e cultural para que, no futuro exerccio de sua profisso, voc a exera com competncia cognitiva, tica e responsabilidade social.

    A empresa como um sistema

    Sistemas Contbeis visa apresentar a relao entre a Conta-bilidade e os sistemas de informaes. Dessa forma, entende-se que a Contabilidade faz parte de um sistema de informaes, que disponibiliza relatrios e demais informaes aos diversos tipos usurios, sejam internos ou externos, tendo em vista suas neces-sidades distintas.

    Conforme consta na NBC T 1 (PORTAL DE CONTABILIDADE, 2012), essas informaes envolvem:

    1) decidir quando comprar, manter ou vender os investi-mentos;

    2) avaliar o desempenho da administrao, em relao responsabilidade que lhe tenha sido conferida;

  • Sistemas Contbeis12

    3) verificar a capacidade da entidade de pagar suas obri-gaes;

    4) analisar a capacidade de liquidao dos recursos em-prestados;

    5) determinar polticas tributrias, envolvendo o planeja-mento tributrio;

    6) determinar a distribuio de lucros e dividendos aos acionistas;

    7) elaborar e utilizar estatsticas da renda nacional;8) regulamentar as atividades das entidades.

    Com isso, em um ambiente de alta competividade entre as empresas, tornam-se essenciais a rapidez e a agilidade na trans-formao de dados em informaes, que deve ocorrer de forma segura e transparente. Isso demonstra que cada etapa do processo essencial para a continuidade dos negcios.

    Nesse contexto, o objetivo do sistema de informaes trans-formar dados em informaes, conforme apresenta a Figura 1:

    Figura 1 Sistemas de informaes contbeis.

    Os sistemas de informaes realizam a ligao entre os dados (que se originam em diversos departamentos) e as informaes (para os diversos tipos de usurios, sejam internos ou externos).

  • Claretiano - Centro Universitrio

    13 Caderno de Referncia de Contedo

    Os dados representam a matria-prima do sistema, enquanto a informao se refere ao produto final do sistema de informaes.

    Mas, para que esse processamento seja realizado com qua-lidade, torna-se necessria uma sequncia lgica entre a consecu-o e a operacionalizao dos sistemas que, na viso de Gil (1995, p. 13), envolve:

    Recursos humanos: os profissionais ligados com a formatao dos sistemas;

    Recursos materiais: os equipamentos e as instalaes que via-bilizam a implantao e operacionalizao dos sistemas;

    Recursos tecnolgicos: tecnologia utilizada na operacionaliza-o dos sistemas;

    Recursos financeiros: fundos necessrios para garantia da im-plementao dos sistemas.

    Atentando-se a esses componentes, Gil (1995, p. 14) nos traz a seguinte definio:

    [...] os sistemas de informaes compreendem um conjunto de re-cursos humanos, materiais, tecnolgicos e financeiros agregados, segundo uma sequncia lgica, para o processamento dos dados e a correspondente traduo em informaes.

    Assim, entende-se que o sistema algo vivo dentro da em-presa, algo que recebe e integra diversos dados, de vrias origens, tanto internas quanto externas. Devido a essa integrao, os siste-mas so classificados entre sistemas abertos e sistemas fechados.

    Os sistemas abertos so aqueles que existem em funo da integrao entre as partes (pessoas, empresa, legislao, consu-midores, materiais etc.). J os sistemas fechados so aqueles que no dependem da integrao entre as partes, pois atuam de acor-do com a sua programao, como, por exemplo: mquinas, rel-gio, equipamentos etc.

    Qualidade da informao

    Para ser til, a informao deve atender as necessidades dos usurios, contribuindo para o controle das operaes e para a toma-da de deciso. Dessa forma, a informao possui algumas caracters-

  • Sistemas Contbeis14

    ticas ou atributos, relacionados sua qualidade, que, de acordo com OBrien (2004, p. 15), incluem: tempo, contedo e forma.

    Essas caractersticas podem ser observadas com mais deta-lhes nos Quadros 1, 2 e 3. Acompanhe:

    Quadro 1 Dimenso do tempo.DIMENSO DO TEMPO

    Prontido A informao deve ser fornecida quando for necessria.Aceitao A informao deve ser atualizada quando for fornecida.

    Frequncia A informao deve ser fornecida tantas vezes quantas forem necessrias.

    Perodo A informao pode ser fornecida sobre perodos passados, presentes e futuros.Fonte: adaptado de OBrien (2004, p. 15).

    Quadro 2 Dimenso do contedo.DIMENSO DO CONTEDO

    Preciso A informao deve estar isenta de erros.

    RelevnciaA informao deve estar relacionada s necessidades de informao de um receptor especfico para uma situao especfica.

    Integridade Toda informao que for necessria deve ser fornecida.Conciso Apenas a informao que for necessria deve ser fornecida.

    AmplitudeA informao deve ter alcance amplo ou estreito, ou com um foco interno ou externo.

    DesempenhoA informao pode revelar desempenho pela mensurao das atividades concludas, do progresso realizado ou dos recursos acumulados.

    Fonte: adaptado de OBrien (2004, p. 15).

    Quadro 3 Dimenso da forma.DIMENSO DA FORMA

    Clareza A informao deve ser fornecida de uma forma que seja fcil de compreender.

    Detalhe A informao pode ser fornecida em forma detalhada ou resumida.

    Ordem A informao pode ser organizada em uma sequncia predeterminada.

    ApresentaoA informao pode ser apresentada em forma narrativa, numrica, grfica ou outras.

    Mdia A informao pode ser fornecida na forma de documentos em papel impresso, monitores de vdeo ou outras mdias.Fonte: adaptado de OBrien (2004, p. 15).

  • Claretiano - Centro Universitrio

    15 Caderno de Referncia de Contedo

    Tomada de deciso

    Em decorrncia da expanso da economia de forma globa-lizada, as empresas precisam tomar decises a todo momento e sobre diferentes aspectos, tais como: produtividade, fluxo de cai-xa, rentabilidade, lanamento de produtos, custos, oramentos, concorrncia, atendimento legislao etc.

    Para serem teis, as informaes devem chegar aos diferen-tes usurios em tempo hbil, de forma atualizadas e de fcil inter-pretao.

    Nesse sentido, as informaes classificam-se em trs nveis:

    Operacional: vinculada parte de controles. Gesto: relacionadas avaliao do desempenho. Planejamento: ligada ao nvel estratgico da empresa.

    Todas essas informaes podem ser identificadas por n-vel decisrio, por meio de um sistema de informao. Johnson e Kaplan (1996, p. 4) ressaltam que so agora viveis os sistemas abrangentes para medir e determinar com preciso as demandas de recursos de cada produto em diferentes linhas.

    Muitos autores afirmam que a Contabilidade um sistema de informaes dentro da empresa, que integra todos os dados de todos os setores. Essa integrao envolve todos os gastos que foram necessrios para a realizao de um produto e para o aten-dimento de um determinado cliente.

    Desse modo, com essa breve abordagem, voc j pde per-ceber a importncia dos sistemas contbeis para as empresas, bem como desta obra para o curso.

    At l!

    Glossrio de Conceitos

    O Glossrio de Conceitos permite a voc uma consulta r-pida e precisa das definies conceituais, possibilitando-lhe um

  • Sistemas Contbeis16

    bom domnio dos termos tcnico-cientficos utilizados na rea de conhecimento dos temas tratados em Sistemas Contbeis. Veja, a seguir, a definio dos principais conceitos:

    1) Auditoria de sistemas: visa avaliar o risco envolvido nas tran-saes com as tecnologias e os sistemas de informaes.

    2) Certificado digital: representa a tecnologia que garante segurana, autenticidade, confidencialidade e integrida-de s informaes eletrnicas transmitidas entre cida-dos, empresas e governo.

    3) Controle: etapa de avaliao da eficincia e eficcia das partes do sistema. Exemplo: avaliao do desempenho, testes do sistema e pesquisas.

    4) E-commerce: tambm conhecido como comrcio eletr-nico ou comrcio virtual, representa o tipo de transao comercial realizada por meio de um equipamento ele-trnico, como o computador.

    5) E-service: termo utilizado para identificar as transaes envolvendo prestao de servios realizadas pela web, como, por exemplo, os servios bancrios.

    6) Informao: algo que seja capaz de possibilitar que uma organizao tome uma deciso ou possa verificar se est alcanando seus objetivos de forma eficiente.

    7) Output (sada): representam os produtos ou servios re-sultantes do processo de transformao do sistema.

    8) Planejamento oramentrio: refere-se ao plano de tra-balho anual da empresa, abrangendo o resultado das operaes, dos investimentos e dos financiamentos.

    9) Processamento: converso dos insumos (outputs) em produtos e servios.

    10) Sistema de informaes contbeis (SIC): processo de transformao de dados em informaes contbeis teis aos usurios.

    11) Sistemas de apoio s operaes: so aqueles vinculados s operaes da empresa, como, por exemplo, contas a receber e a pagar, recursos humanos, controle da pro-duo, almoxarifado, planejamento de vendas, controle patrimonial, compras etc.

  • Claretiano - Centro Universitrio

    17 Caderno de Referncia de Contedo

    12) Sistemas de apoio gesto: esto relacionados gesto econmico-financeira da empresa, tais como sistema de custos, oramentos, planejamento de caixa e resultados. Utilizam as informaes geradas pelos sistemas de apoio s operaes.

    13) Sistemas de apoio s decises: destinam-se ao plane-jamento estratgico da empresa, como: avaliao de linhas de produtos, expanso das atividades, decises de fazer o produto ou compras. Esses sistemas utilizam informaes geradas pelos sistemas de apoio gesto.

    14) Plano diretor de informtica (PDI): representa a base da implantao de um SIC, envolvendo o seu planejamento e suas diretrizes.

    15) Sistema: conjunto de elementos interdependentes, que interagem entre si, formando um todo unitrio e com-plexo.

    16) Subsistema: representa as partes que compem o sis-tema.

    17) Sistemas abertos: so aqueles que necessitam de inte-rao entre as partes, existindo uma relao de interde-pendncia, como o homem, a organizao, a sociedade.

    18) Sistemas fechados: so aqueles que no necessitam de interao entre as partes, como as mquinas, os equipa-mentos, o relgio.

    19) Sped contbil: processo de substituio da escritura-o contbil em papel pela Escriturao Contbil Digital (ECD), tambm denominada de Sped-Contbil.Esquema dos Conceitos-chave

    Para que voc tenha uma viso geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 2), um Esquema dos Conceitos-chave de Sistemas Contbeis. O mais aconselhvel que voc mesmo faa o seu esquema de conceitos--chave ou at mesmo o seu mapa mental. Esse exerccio uma forma de voc construir o seu conhecimento, ressignificando as informaes a partir de suas prprias percepes.

  • Sistemas Contbeis18

    importante ressaltar que o propsito desse Esquema dos Conceitos-chave representar, de maneira grfica, as relaes en-tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar voc na ordenao e na sequenciao hierarquizada dos contedos de ensino.

    Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende--se que, por meio da organizao das ideias e dos princpios em esquemas e mapas mentais, o indivduo pode construir o seu co-nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-daggicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza-gem.

    Aplicado a diversas reas do ensino e da aprendizagem es-colar (tais como planejamentos de currculo, sistemas e pesquisas em Educao), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilao de novos conceitos e de proposies na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informaes so aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem.

    Tem-se de destacar que aprendizagem no significa, ape-nas, realizar acrscimos na estrutura cognitiva do aluno; preci-so, sobretudo, estabelecer modificaes para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, importante con-siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Alm disso, as novas ideias e os novos concei-tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas j existentes estruturas cog-nitivas, outros sero tambm relembrados.

    Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que voc o principal agente da construo do prprio conhecimento, por meio de sua predisposio afetiva e de suas motivaes internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-

  • Claretiano - Centro Universitrio

    19 Caderno de Referncia de Contedo

    nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-cimento sistematizado em contedo curricular, ou seja, estabele-cendo uma relao entre aquilo que voc acabou de conhecer com o que j fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponvel em: . Acesso em: 11 mar. 2010).

    Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Sistemas Contbeis.

    Como pode observar, esse Esquema oferece a voc, como dissemos anteriormente, uma viso geral dos conceitos mais im-portantes deste estudo. Ao segui-lo, ser possvel transitar entre os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, o fluxo de infor-maes dentro da empresa ocorre de forma integrada entre os sistemas, ou seja, as informaes geradas nos sistemas de apoio s operaes so essenciais para a manuteno dos sistemas de apoio gesto, que, por sua vez, so fundamentais para os siste-mas de apoio s decises. Dessa forma, entendemos que os siste-mas contbeis devem ser projetados para envolver trs nveis de informaes: operaes, gesto e deciso.

  • Sistemas Contbeis20

    O Esquema dos Conceitos-chave mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar queles disponveis no ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como queles relacionados s atividades didtico-pedaggicas realizadas presen-cialmente no polo. Lembre-se de que voc, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construo de seu prprio conhecimento.

    Questes Autoavaliativas

    No final de cada unidade, voc encontrar algumas questes autoavaliativas sobre os contedos ali tratados, as quais podem ser de mltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.

    Responder, discutir e comentar essas questes, bem como relacion-las com a sua prtica profissional pode ser uma forma de voc avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resoluo de questes pertinentes ao assunto tratado, voc estar se prepa-rando para a avaliao final, que ser dissertativa. Alm disso, essa uma maneira privilegiada de voc testar seus conhecimentos e adquirir uma formao slida para a sua prtica profissional.

    Voc encontrar, ainda, no final de cada unidade, um gabari-to, que lhe permitir conferir as suas respostas sobre as questes autoavaliativas de mltipla escolha.

    As questes de mltipla escolha so as que tm como resposta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por ques-tes abertas objetivas as que se referem aos contedos matem-ticos ou queles que exigem uma resposta determinada, inalterada. J as questes abertas dissertativas obtm por resposta uma in-terpretao pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, no h nada relacionado a elas no item Gabarito. Voc pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma.

    Bibliografia Bsica

    fundamental que voc use a Bibliografia Bsica em seus estudos, mas no se prenda s a ela. Consulte, tambm, as biblio-grafias complementares.

  • Claretiano - Centro Universitrio

    21 Caderno de Referncia de Contedo

    Figuras (ilustraes, quadros...)

    Neste material instrucional, as ilustraes fazem parte inte-grante dos contedos, ou seja, elas no so meramente ilustra-tivas, pois esquematizam e resumem contedos explicitados no texto. No deixe de observar a relao dessas figuras com os con-tedos, pois relacionar aquilo que est no campo visual com o con-ceitual faz parte de uma boa formao intelectual.

    Dicas (motivacionais)

    Este estudo convida voc a olhar, de forma mais apurada, a Educao como processo de emancipao do ser humano. importante que voc se atente s explicaes tericas, prticas e cientficas que esto presentes nos meios de comunicao, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-partilhar com outras pessoas aquilo que voc observa, permite-se descobrir algo que ainda no se conhece, aprendendo a ver e a notar o que no havia sido percebido antes. Observar , portanto, uma capacidade que nos impele maturidade.

    Voc, como aluno dos cursos de Graduao, na modalidade EaD, necessita de uma formao conceitual slida e consistente. Para isso, voc contar com a ajuda do tutor a distncia, do tutor presencial e, sobretudo, da interao com seus colegas. Sugeri-mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.

    importante, ainda, que voc anote as suas reflexes em seu caderno ou no Bloco de Anotaes, pois, no futuro, elas pode-ro ser utilizadas na elaborao de sua monografia ou de produ-es cientficas.

    Leia os livros da bibliografia indicada, para que voc amplie seus horizontes tericos. Coteje-os com o material didtico, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista s videoaulas.

    No final de cada unidade, voc encontrar algumas questes autoavaliativas, que so importantes para a sua anlise sobre os contedos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos

  • Sistemas Contbeis22

    para sua formao. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos sero importantes para o seu amadure-cimento intelectual.

    Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distncia participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.

    Caso precise de auxlio sobre algum assunto relacionado a esta obra, entre em contato com seu tutor. Ele estar pronto para ajudar voc.

    3. REFERNCIAS BIBLIOGRFICASGIL, A. L. Sistemas de informaes: contbil, financeiros. 2. ed. So Paulo: Atlas, 1995.JOHNSON, T.; KAPLAN, R. A relevncia da Contabilidade de custos. Rio de Janeiro: Campus, 1996. OBRIEN, J. A. Sistemas de informao e as decises gerenciais na era da internet. 2. ed. So Paulo: Saraiva, 2004.

    4. E-REFERNCIAPORTAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1 Estrutura Conceitual para a Elaborao e Apresentao das Demonstraes Contbeis. Disponvel em: . Acesso em: 25 out. 2012.

  • 1EAD

    Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    1. OBJETIVOS

    Identificar e apontar qual a importncia dos sistemas de informaes para a tomada de decises no contexto da Contabilidade.

    Interpretar e descrever os conceitos de sistemas de infor-maes.

    Identificar e distinguir os componentes dos sistemas con-tbeis: Contabilidade financeira e Contabilidade gerencial.

    Relacionar e aplicar o SIC (Sistema de Informao Cont-bil) ao planejamento oramentrio e auditoria.

    Compreender o papel da Contabilidade e do contabilista para o futuro da gesto empresarial.

    Verificar quais os relatrios que garantem os resultados apresentados pelos sistemas.

    Conhecer os componentes do comrcio eletrnico (e-commerce) e do servio eletrnico (e-service).

  • Sistemas Contbeis2424

    2. CONTEDOS

    Informatizao na contabilidade. Sistemas de informaes. Sistemas contbeis e seu papel nas organizaes. Planejamento oramentrio. Estudo das fases de desenvolvimento de sistemas. Auditoria. Contabilidade e futuro da gesto empresarial. E-commerce e e-service.

    3. ORIENTAES PARA O ESTUDO DA UNIDADE

    Antes de iniciar o estudo desta unidade, importante que voc leia as orientaes a seguir:

    1) Para complementar o conhecimento dos estudos desta unidade, fundamental a leitura e a anlise crtica da relao entre Contabilidade e sistemas de informaes.

    2) Para a construo do conhecimento neste estudo, im-portante que os conceitos sejam analisados e compre-endidos para o texto ficar mais claro. No deixe dvidas para trs, elas o impediro de caminhar com sucesso!

    4. INTRODUO UNIDADE

    Nesta unidade, voc ter oportunidade de refletir sobre a importncia dos sistemas de informaes no mbito da Contabi-lidade, tanto financeira quanto gerencial, e o papel que a infor-mtica tem como apoio ao planejamento e auditoria na gesto empresarial, pois claro que no se concebe um futuro sem os sistemas de informaes.

    Atualmente, tem sido cada vez mais importante, na gesto de negcios, a aplicao criteriosa e consistente da funo cont-

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    25 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    bil. Essa funo permite que gestores, colaboradores e acionistas tenham acesso s informaes relevantes da empresa a respeito do planejamento, da tomada de decises e do controle.

    Algumas vezes, a Contabilidade lida com informaes facil-mente mensurveis. Com o estudo dos Sistemas de Informaes Contbeis (SICs), possvel exercitar a reflexo sobre quais infor-maes a Contabilidade produz, e avaliar a importncia dessas in-formaes para a organizao.

    No decorrer desta unidade, vamos rever conceitos de siste-mas de informaes e o papel dos SICs nas organizaes. Adota-mos o ponto de vista de que um SIC mais que um sistema de es-criturao fiscal, uma metodologia de processamento de dados para oferecer aos tomadores de deciso as informaes necess-rias e fundamentais para a otimizao do planejamento, da gesto e do controle da organizao.

    Pela profundidade do conhecimento que os profissionais de Contabilidade tm sobre as organizaes que atendem, so cria-dos fortes laos de confiana entre eles e os gestores, que lhes atribuem responsabilidades relativas s definies dos ambientes de processamento de dados de suas organizaes.

    Atualmente, conhecer e, principalmente, ter segurana para opinar e decidir sobre desenvolvimento e implantao de sistemas de informaes, participar ativamente dessas fases e auditar resul-tados exige um nvel avanado de conhecimento de informtica.

    Bom estudo!

    5. INFORMATIZAO NA CONTABILIDADE

    Na era da informao, tem ocorrido uma significativa mu-dana na importncia das atividades organizacionais. Se na Re-voluo Industrial o foco principal era a produo, o controle de tempos e mtodos e a produo em srie, com a automatizao

  • Sistemas Contbeis2626

    de grande parte desses processos, o foco passou a ser a gerao, a anlise e a distribuio de informaes.

    Os sistemas de informaes desempenham um papel vital em nossa economia e em nossa vida cotidiana. Os SICs so um tipo especial de sistema que fornecem informaes sobre processos e eventos de negcio que afetam a organizao:

    O SIC o conjunto de atividades que realiza as operaes de cole-ta, processamento dos dados e emisso de informaes ou relat-rios contbeis, financeiros, gerenciais e estratgicos, destinados administrao, ao fisco e aos demais rgos da empresa (RICCIO, 2001, p. 16).

    Atualmente, perceptvel que o sucesso ou o fracasso de um empreendimento depende cada vez mais de como so gerencia-das e usadas as informaes geradas pelas operaes da empresa (nas reas de produo, administrao e vendas). A maior parte da fora de trabalho tem sido empregada como trabalhadores do conhecimento; esses trabalhadores esto produzindo e usando in-formaes e conhecimentos. Exemplos disso so os contabilistas, as pessoas que trabalham com sistemas de informaes, e os con-sultores.

    De acordo com Moscove, Simkin e Bagranoff (2002), na era da informao a produo de servios, e no a produo de bens, que comanda a economia. As implicaes dessa mudana de foco so significativas para a Contabilidade, pois a informatizao influencia diretamente de vrias formas a profisso do contador e a maneira como ele fornece informaes. Portanto, no mais possvel gerar somente informaes para fins fiscais (em obriga-toriedade da legislao tributria), os gestores precisam do apoio dos profissionais da Contabilidade na gerao e na anlise de in-formaes para a tomada de decises e para fins de planejamento e controle.

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    27 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    6. CONCEITO DE SISTEMAS

    Sistema pode ser identificado como um grupo de elementos inter-relacionados ou em interao que formam um todo unifica-do. Na viso de Bio (1996), considera-se sistema um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou somente partes que interagem entre si, formando um todo unitrio e com-plexo. Mas, preciso perceber no conceito de sistema a seguinte subdiviso:

    sistemas fechados: so aqueles que no necessitam de interao entre as partes, como: mquinas, equipamen-tos, relgio;

    sistemas abertos: so aqueles que necessitam de intera-o entre as partes, existindo uma relao de interdepen-dncia, como o homem, a organizao, a sociedade.

    Nesse sentido, a empresa considerada como um sistema aberto, que sofre as influncias e as presses do ambiente exter-no, tendo que se adaptar eficazmente s mudanas geradas nesse ambiente, como mudanas climticas, novos concorrentes, exi-gncias fiscais, avaliao do nvel de satisfao dos clientes etc. Dessa forma, existe uma interao entre a empresa e a sociedade, que pode provocar influncia no ambiente em que ela atua.

    Na viso de L. von Bertalanffy (apud Bio 1996, p. 18),do ponto de vista fsico, o estado caracterstico de um organismo vivo o do sistema aberto. Um sistema fechado se nenhum ma-terial entra ou deixa-o, aberto se h importao e exportao e, consequentemente, mudana dos componentes. Sistemas vivos so sistemas abertos, que se mantm trocando materiais com o ambiente.

    As empresas interagem com o ambiente e com a sociedade de forma completa. Na viso de Padoveze (2002, p. 34), a empre-sa um sistema em que h recursos introduzidos, que so proces-sados, e existe a sada na forma de produtos e servios.

    De acordo com Bio (1996, p. 19),

  • Sistemas Contbeis2828

    [...] os sistemas abertos envolvem a idia de que determinados inputs so introduzidos no sistema e, processados, gerando certos outputs. Nesse sentido, a empresa utiliza recursos materiais, hu-manos e tecnolgicos, de cujo processamento resultam bens ou servios a serem fornecidos ao mercado.

    Observe, na Figura 1, um esquema de inputs e outputs:

    Figura 1 Esquema representativo de inputs e outputs.

    OBrien (2004, p. 7) diz que sistema um grupo de compo-nentes inter-relacionados que trabalham juntos rumo a um de-nominador comum, recebendo insumos (entradas) e produzindo (sadas) resultados, dentro de um processo organizado de trans-formao, com trs funes bsicas de interao:

    Entrada: captao e reunio de elementos que entram no sistema e que sero processados. Exemplos: matria--prima, energia, dados e esforo humano.

    Processamento: etapa de processamento dos elementos que entram no sistema, convertendo-os em produtos.

    Sada: resultados do processo de transformao, em pro-dutos, servios e informaes.

    OBrien diz, ainda, que um sistema de produo recebe matrias--primas como entrada e produz bens acabados como sada. Um sistema de informao tambm um sistema que recebe recursos (dados) como entrada e os processa em produtos (informaes) na forma de sada.

    A empresa considerada um sistema aberto em funo de sua interao com a sociedade e com o ambiente em que atua. Bio (1996, p. 18) diz que:

    [...] o sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em constante interao, constituindo um todo para deter-minados fins, com uma permanente relao de interdependncia entre as partes (ambiente prximo e remoto), ou seja, a empresa influencia e recebe influncia das partes.

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    29 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Essa viso mostra que o ambiente em que a empresa atua totalmente dinmico, de forma que, para sobreviver, a entidade deve responder de forma eficaz s presses exercidas pelas partes, necessitando de mudanas de rumo contnuas e rpidas para se adaptar ao ambiente, conforme apresentado na Figura 2.

    Fonte: adaptado de Padoveze (2002, p. 35).Figura 2 A empresa como um sistema aberto.

    A empresa mantm constante interao com o ambiente prximo e remoto, sofrendo influncias de ambos.

    Em relao ao ambiente prximo, a empresa deve:1) manter relao direta com os fornecedores;2) relacionar-se com os acionistas;3) perceber as necessidades dos clientes;4) manter boa relao com o sindicato.

  • Sistemas Contbeis3030

    J sobre o ambiente remoto, a continuidade da empresa de-pende dos recursos naturais, devendo ela sentir os impactos da legislao vigente, das mudanas do governo e da poltica, acom-panhar a concorrncia etc.

    A empresa sofre impactos internos e externos ao seu am-biente e, para continuar existindo, precisa se ajustar constante-mente a essas mudanas.

    Como exemplo de melhorias do ambiente prximo, vamos analisar o material de reduo de custos, publicado na revista Exa-me.

    Minutos que Valem Milhes A ALL Logstica conseguiu economizar 52 milhes de reais em sua operao no porto de Santos sem investir um nico centavo em novos equipamentos. Para isso, uma equipe de quatro gerentes da empresa analisou durante quatro meses a rota completa dos vages que chegam ao local, carregados de soja, milho e acar. O enrosco comeava j na sada das fazendas. Sem planejamento, os trens partiam todos no mesmo horrio e causavam filas enormes na chegada a Santos. O tempo para descarregar um vago chegava a 56 horas. Agora, reuni-es dirias definem qual o horrio ideal para cada trem sair do campo. O tempo de descarga caiu para 39 horas e aumentou a capacidade diria da unidade de 661 para 828. A iniciativa nos mostrou que podemos cortar custos em outros setores da empresa com solues bem simples, diz Ren Silva, superintendente de planejamento da ALL. Desde janeiro, a ALL diminuiu em 30% o tempo para descarregar os vages no porto de Santos (AMORIN, 2010, p. 111).

    De acordo com Bio (1996, p. 18),um sistema pode compor-se, sucessivamente, de subsistemas (tam-bm considerado como conjuntos de partes independentes) que se relacionam entre si, compondo o sistema maior. Dessa forma, um organismo humano pode ser decomposto no sistema sseo, siste-ma nervoso, sistema circulatrio, etc. No mesmo sentido, pode-se imaginar o sistema de transporte pblico de passageiros de uma cidade na viso de subsistemas, como: nibus, metr, ferrovia etc. Expandindo-se um pouco mais, pode-se verificar que esse sistema est vinculado com outro sistema, na forma de vias permanentes, sinalizao, normas de trnsito etc.

    O que voc entende por sistema de informaes? Veja a se-guir o conceito que apresentamos e compare suas ideias.

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    31 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    7. SISTEMA DE INFORMAES

    A maioria das pessoas pensa em computadores quando ouve o termo sistema de informaes. No entanto, um sistema de informaes no tem necessariamente que ser um sistema com-putadorizado. O computador um facilitador do sistema de infor-maes em virtude da capacidade de armazenamento de dados e da agilidade no processo de gerao e processamento desses dados. E esse sistema existe independentemente de ser automa-tizado ou no.

    Um sistema de informaes parte de um sistema maior, uma entidade formada de partes ou componentes interativos que tentam realizar um ou mais objetivos. Uma entidade uma unida-de individual explicvel, como, por exemplo, as entidades empre-sariais, como sociedades e corporaes.

    Os sistemas de informaes processam dados ou informa-es, classificando-os, organizando-os ou calculando-os de tal ma-neira que eles se transformem em sadas de informaes. De acor-do com Padoveze (2005, p. 43),

    sistema de informao um conjunto de recursos humanos, ma-teriais, tecnolgicos e financeiros agregados, que seguem uma se-quncia lgica para o processamento de dados e traduo de in-formaes, para com o seu produto, permitindo s organizaes o cumprimento de seus objetivos principais.

    Os componentes do sistema so os subsistemas. Na viso de Moscove, Simkin e Bagranoff (2002, p. 23), um sistema de in-formaes um conjunto de susbsistemas inter-relacionados que funcionam em conjunto para:

    coletar;

    processar;

    armazenar;

    transformar;

    distribuir informaes.

  • Sistemas Contbeis3232

    Com isso, um sistema de informao deve ser elaborado para fins de planejamento, controle e tomada de decises.

    O planejamento consiste em planejar hoje como a empresa vai estar no futuro em termos de vendas, custos, capacidade de produo, investimentos em imobilizados, expanso da empresa, participao de mercado, lanamento de novos produtos, fluxo de caixa, endividamento, capacidade de pagamento, liquidez, renta-bilidade, margem de lucro, EBITDA, gerao de dividendos etc.

    A tomada de decises envolve as estratgias necessrias para a empresa conseguir atingir o que foi planejado ou propor mudanas de curso/estratgias, como adiar investimentos, rever projees, percepes atuais do mercado etc.

    J o controle ocorre por meio do acompanhamento do pla-nejamento em relao realizao. Como exemplo: nvel de ven-das (planejado versus realizado) custos e despesas (planejado versus realizado), participao no mercado, controle de custos e anlise dos investimentos.

    Esse processo pode ser dividido em trs fases, sendo com-posto por trs sistemas, como na Figura 3:

    Figura 3 Fases do sistema de informaes.

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    33 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Vejamos com mais detalhes as caractersticas dessas trs fases: Planejamento: sistemas de apoio deciso. Referem-se

    aos sistemas estratgicos, no nvel gerencial. Utilizam como base as informaes dos sistemas de apoio gesto e operaes. As decises podem ser de origem interna ou externa e envolvem: adicionar ou eliminar linhas de pro-dutos, decises sobre fazer ou comprar e decises sobre alugar ou comprar.

    Tomada de decises: sistemas de apoio gesto. Refe-rem-se aos sistemas de avalio do desempenho do ne-gcio na viso de planejamento e controle financeiro, como, por exemplo: sistemas contbeis, sistemas de cus-tos, sistemas de oramentos, planejamento de caixa e re-sultados.

    Controle: sistemas de apoio s operaes. Referem-se aos sistemas de planejamento e controle das diversas reas e/ou departamentos operacionais da empresa, ou seja, no nvel da operacional.

    Todo sistema de informaes consiste em trs componentes principais: entrada, processamento e sada. A entrada em um sis-tema de informaes pode ser de dados ou de informaes.

    Dados so fatos brutos sobre eventos que no tm nenhuma organizao ou significado, mas podem ser organizados, passando a ter utilidade e significado para as pessoas, tornando-se informaes.

    As informaes frequentemente so usadas com fins de con-trole, como, por exemplo, as atividades comerciais realizadas, que so registradas e processadas para serem comparadas com as pre-vistas no planejamento oramentrio. De acordo com o resultado dessa comparao, decises de correo das diretrizes so tomadas.

    Dessa forma, a Contabilidade um sistema de informaes que, com base nas informaes do passado, possibilita comparar

  • Sistemas Contbeis3434

    os custos incorridos naquele perodo com o incorrido no presente, conseguindo, desse modo, uma base de quanto custaria empre-sa realizar determinado servio e atender a um cliente no futuro, conforme ilustra a Figura 4.

    Fonte: (RINALDI, 2004, p. 53).Figura 4 Estrutura do sistema de informaes.

    A essncia do planejamento e do controle a tomada de deciso. Para conseguir tomar decises acertadas, com menores margens de erros, os gestores necessitam de informaes opor-tunas, com contedo adequado, e, por fim, que sejam confiveis.

    Para que uma informao seja considerada importante, ela deve preencher alguns requisitos que, na viso de Padoveze (2002, p. 45), envolvem, conforme voc pode observar no Quadro 1, algu-mas caractersticas:

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    35 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Quadro 1 Caractersticas da informao.

    Contedo

    Preciso

    Atualidade

    Frequncia

    Adequao deciso

    Valor econmico

    Relevncia

    Entendimento

    Confiabilidade

    Oportunidade

    Objetividade

    Seletividade

    Relatividade

    Exceo

    Acionabilidade

    Flexibilidade

    Motivao

    Segmentao

    Consistncia

    Integrao

    Uniformidade de critrios

    Indicao de causas

    Volume

    Generalidade etc.Fonte: Padoveze (2002, p. 45).

    No tpico a seguir, estudaremos sobre o papel da informati-zao na Contabilidade.

    8. SISTEMAS CONTBEIS E SEU PAPEL NAS ORGANI-ZAES

    A Contabilidade, em uma organizao, um processo comu-nicativo que coleta, armazena, processa e distribui informaes queles que precisam delas para tomar decises, seja no ambiente interno, seja no externo. Os contadores no so trabalhadores de linha, envolvidos diretamente na produo de bens e servios; eles ocupam, em uma organizao, posies de assessoria, apoiando seus objetivos.

    A funo do sistema de informao contbil processar os dados e transform-los em informaes contbeis teis para o processo decisrio de toda a empresa em todos os nveis (opera-cional, gerencial e estratgico).

  • Sistemas Contbeis3636

    De acordo com Padoveze (2002, p. 131), para conseguir ge-rar essas informaes, utilizamos dois meios principais:

    Recursos humanos: profissionais contbeis com capacita-o adequada e viso contbil completa para o enfoque sistmico da Contabilidade, para atender s necessidades informacionais contbeis do sistema da empresa.

    Softwares de Contabilidade: programas de computador que possibilitam aos profissionais da contabilidade reali-zar todo o potencial gerencial da informao contbil que ser gerada e utilizada pelo sistema.

    Alm disso, para esse processo se dar de forma satisfatria, torna-se necessria a utilizao dos demais recursos tradicionais para qualquer departamento ou qualquer sistema, na forma de:

    1) equipamentos de informtica;2) equipamentos de comunicao;3) energia, geradores;4) servios de terceiros;5) materiais de expediente;6) espao fsico adequado;7) profissionais qualificados para o suporte.

    Sistema de informaes contbeis o subsistema de infor-maes dentro de uma organizao que acumula informaes de vrios subsistemas da entidade, como os subsistemas de compras, de vendas, de recursos humanos, de produo, financeiro e outros, gerando dados e informaes para serem processados e consolida-dos no sistema de informaes contbeis. Observe a Figura 5:

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    37 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Figura 5 Sistemas de informaes contbeis.

    Iudcibus (1997, p. 19) diz que:[...] o objetivo da contabilidade um conjunto de informaes, ela-borado a partir de um arquivo bsico de informao contbil que possa ser utilizado, de forma flexvel, para diversos usurios, cada um deles com nfase diferente neste ou naquele tipo de informa-o, neste ou naquele princpio de avaliao, extradas do arquivo bsico ou data-base determinado pela contabilidade.

    Com isso, verificamos diferentes necessidades de informa-es, de acordo com as caractersticas dos usurios, conforme apresentado no Quadro 2.

    Quadro 2 Tipos de usurios e de informaes.

    Usurio da informao contbil Meta que desejaria maximizar ou tipo de informao mais importante

    Acionista minoritrio Fluxo regular de dividendos.

    Acionista majoritrio ou com grande participao

    Fluxo de dividendos, valor de mercado da ao, lucro por ao.

    Acionista preferencivel Fluxo de dividendos mnimos ou fixos.

    Emprestadores em geralGerao de fluxo de caixa futuros suficientes para receber de volta o capital mais juros, com segurana.

  • Sistemas Contbeis3838

    Usurio da informao contbil Meta que desejaria maximizar ou tipo de informao mais importante

    Entidades governamentais Valor adicionado, produtividade, lucro tributvel.

    Empregados em geral, como assalariadosFluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manuteno de salrios, com segurana; liquidez.

    Mdia e alta administraoRetorno sobre o Ativo, retorno sobre o patrimnio lquido; situao lquida e endividamento confortveis.

    Fonte: Iudcibus (1997, p. 21).

    Tradicionalmente, o SIC se concentrava na coleta, no proces-samento e no fornecimento de informaes de cunho financeiro para partes externas companhia, como investidores, credores e o rgo da receita, e para as partes internas, principalmente a administrao. No entanto, atualmente ele est voltado tanto a dados e informaes financeiros quanto no financeiros.

    Na viso de Padoveze (2002, p. 131), as informaes cont-beis, que so as sadas do sistema, podem ser reconhecidas sob qualquer meio de comunicao, nas seguintes formas:

    de relatrios contbeis;

    anlises contbeis;

    informao eletrnica integrada, para usurios especficos, dentro e fora da empresa;

    informao eletrnica para qualquer usurio da empresa;

    interfaces contbeis com outros sistemas de informaes den-tro da empresa;

    de forma oral, realizado em consultorias, assessorias ou apre-sentao dos resultados nos diversos nveis gerenciais da em-presa;

    de forma oral, para usurios externos (bancos, investidores, analistas de investimentos) ou grupos organizados (sindicatos, comisso de empregados);

    forma de palestra ou treinamentos, para usurios internos e externos.

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    39 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Atualmente, as organizaes tm necessidade de processar suas funes operacionais por meio de sistemas computadoriza-dos integrados, o que possibilita aos gestores uma viso ampliada das causas e consequncias das decises tomadas em cada depar-tamento, influenciando o desempenho total da empresa.

    O SIC hoje um sistema de informaes que cobre toda a empresa, com foco nos processos de negcios. A definio de SIC como um sistema de mbito corporativo v a Contabilidade como o principal produtor e distribuidor de informaes da organizao, com foco no processo. Isso est de acordo com o ponto de vista contemporneo de que os sistemas contbeis no so essencial-mente sistemas financeiros.

    Drucker (1992) ressalta que:As pessoas consideram a contabilidade como financeira. E isso vlido para a parte, que remonta a 700 anos atrs, que lida com ativos, passivos e fluxos de caixa; isso apenas uma pequena parte da contabilidade moderna. Na realidade, a contabilidade lida com operaes e no com finanas e, para a contabilidade operacional, o dinheiro simplesmente uma notao e a linguagem em que eventos no monetrios so expressos. Na verdade, a contabilida-de est sendo sacudida em suas prprias razes pelos movimentos de reforma que querem que ela deixe de ser financeira para ser operacional (DRUCKER, 1992. p. CI).

    A Contabilidade operacional focaliza os processos de neg-cio, isto , um conjunto de atividades ou fluxo de trabalho em uma organizao que cria valor. Exemplos de processos de trabalho so: o processo de receitas e o processo de despesas.

    A maioria das organizaes de negcios est envolvida na produo e criao de bens e servios que depois vende aos clien-tes. Esses processos caracterizam as operaes da organizao. De acordo com Moscove, Simkin e Bagranoff (2002), o conhecimento dos processos de negcio permite que os gerentes os simplifiquem e, assim, produzam e vendam bens e servios com mais eficincia.

  • Sistemas Contbeis4040

    Contabilidade

    Como sabemos, a Contabilidade aplica-se a qualquer enti-dade; dessa forma, independente do ramo de atuao, existe a necessidade de aplicao dos conceitos e prticas contbeis. Os critrios e as regras contbeis envolvem:

    1) equao patrimonial;2) origens e aplicaes de recursos;3) fatos permutativos, modificativos e mistos;4) lanamento contbil;5) princpios fundamentais de Contabilidade;6) registro contbil;7) documentos de origem dos lanamentos;8) mtodo das partidas dobradas.

    Na viso de Iudcibus et al. (2003, p. 48), a contabilidade objetivamente, um sistema de informao e avaliao destinado a prover seus usurios com demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira, fsica e de produtividade, com relao en-tidade objeto de contabilizao.

    Conforme esses autores, por sistema de informaes enten-de-se um conjunto integrado de dados, com tcnicas de acumula-o, ajustes e relatrios, o qual permite tratar as informaes com o mximo de relevncia possvel e fornecer relatrios de exceo para finalidades especficas.

    As informaes de natureza econmica representam os flu-xos de receitas e despesas realizadas no perodo contbil, bem como o capital e o patrimnio lquido.

    J as informaes de natureza fsica representam as quanti-dades geradas de produtos e servios, o nmero de produtos ela-borados, o nmero de produtos vendidos, o nmero de clientes por regio e outras informaes que possam permitir aos usurios melhor interpretao dos resultados.

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    41 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Por sua vez, informaes de natureza de produtividade so entendidas como a utilizao mista dos conceitos valorativos e quantitativos, por exemplo: receita bruta unitria, receita bruta per capita, mdia de depsitos por clientes etc.

    O SIC possui alguns componentes informacionais que envol-vem diversas reas do conhecimento contbil, cada um com suas peculiaridades, separadas entre: Contabilidade geral/societria, Contabilidade patrimonial, Contabilidade de custos, contabilidade fiscal, Contabilidade gerencial, Controladoria e Contabilidade es-tratgica.

    Contabilidade geral/societria

    O principal objetivo da Contabilidade geral/societria for-necer informaes relevantes a indivduos e grupos externos a uma organizao, que, na viso de Iudcibus et al. (2010, p. 35),

    entre os usurios incluem-se investidores atuais e potenciais, em-pregados, credores por emprstimos, fornecedores e outros cre-dores comerciais, governo e suas agncias (federais e estaduais) e o pblico. Eles usam as Demonstraes Contbeis para satisfazer algumas de suas diversas necessidades de informao.

    Dessa forma, os contadores atendem aos objetivos da Con-tabilidade societria, principalmente por meio da preparao de demonstraes contbeis peridicas, que incluem: balano patri-monial, demonstrao de resultados, demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados, demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, demonstrao do fluxo de caixa e demonstrao do valor adicionado.

    Os lanamentos bsicos da Contabilidade financeira tradi-cional so as transaes medidas em unidades monetrias. O ci-clo contbil da organizao comea com uma transao e termina com a produo de relatrios financeiros e o fechamento de con-tas temporrias.

    Baseados em documentos, os contadores lanam dados re-levantes no sistema contbil financeiro e arquivam o documento

  • Sistemas Contbeis4242

    para um eventual uso futuro, como conferncia de valores, por exemplo. A insero de um lanamento no sistema gera a entrada no dirio, a atualizao dos saldos das contas do razo e do razo auxiliar, e a atualizao do balancete provisrio.

    Os SICs, principalmente a Contabilidade financeira, tm sido criticados por no produzirem informaes contbeis teis e no momento oportuno. De acordo com Iudcibus et al. (2010, p. 36),

    as Demonstraes Contbeis atendem s necessidades comuns da maioria dos usurios, entretanto, no fornecem todas as informa-es que os usurios possam necessitar, tendo em vista que elas retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados e no incluem, necessariamente, informaes no financeiras.

    Para minimizar essas crticas e tornar o sistema mais til aos gestores, alguns tipos de informaes devem ser oferecidos aos usurios em relatrios, como dados financeiros e no financeiros, anlise gerencial desses dados, informaes sobre perspectivas para o futuro, como oportunidades e riscos, informaes de pro-dutividade e lucratividade, informaes sobre a administrao e os acionistas e informaes sobre a entidade que est emitindo o relatrio.

    Outra caracterstica que melhora a compreenso dos resul-tados a segmentao dos relatrios, mostrando como os dife-rentes componentes da organizao contribuem para a situao financeira geral da entidade.

    Conforme Iudcibus et al. (2010, p. 629),as informaes apresentadas por segmentos, em conjunto com as demonstraes contbeis, possibilitam aos usurios a correta avaliao da natureza das atividades do negcio e seus respectivos efeitos financeiros, contribuindo para identificar o ambiente em que a empresa est inserida.

    A tendncia dos sistemas de processamento de dados de oferecerem, em um mesmo produto, os recursos que permitem o tratamento e a anlise tanto da Contabilidade financeira quanto da Contabilidade gerencial.

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    43 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Entretanto, essa facilidade disponibilizada pelos sistemas modernos pode criar um problema conhecido como excesso de informaes. Cabe ao profissional de Contabilidade decidir a natu-reza das informaes criadas pelo SIC e a hora certa de fornec-las.Contabilidade gerencial

    O componente Contabilidade gerencial de um SIC tem como principal objetivo fornecer informaes relevantes aos gerentes de uma organizao. A Contabilidade gerencial pode envolver Contro-ladoria, Contabilidade de custos, planejamento oramentrio e o estudo de sistemas, que so os componentes de um sistema con-tbil gerencial.

    O Quadro 3 demonstra as principais diferenas de um SIC relacionado Contabilidade gerencial.

    Quadro 3 Esquema e abrangncia da Contabilidade gerencial.SISTEMA DE INFORMAO CONTBIL

    CONTABILIDADE GERENCIAL

    Gerenciamento global

    Gerenciamento setorial

    Gerenciamento especfico

    Oramentos e estratgia

    A empresa As divises Os produtos

    Demonstrativos contbeis bsicos

    Contabilidade por responsabilidade

    Fundamentos da Contabilidade de

    custosOramentos

    Demonstrativos contbeis em

    outras moedas

    Contabilidade divisional

    Custeio direto e por absoro Projees

    Anlise financeira e de balanos

    Consolidao de balanos

    Anlise custo/ volume/lucro

    Anlises de investimentos

    Gesto de tributos Custo-padro Balanced scorecard

    Gesto de preo de venda Gesto de riscos

    Inflao da empresa

    Anlise de custos

    Fonte: adaptado de Padoveze (2008, p. 42).

  • Sistemas Contbeis4444

    Dessa forma, as principais diferenas entre Contabilidade gerencial e Contabilidade financeira so:

    1) A Contabilidade gerencial foca o fornecimento de infor-maes contbeis para clientes internos, como a admi-nistrao, mais do que para investidores externos e cre-dores.

    2) As informaes da Contabilidade gerencial so mais vol-tadas para as perspectivas futuras.

    3) As informaes da Contabilidade gerencial no so regu-ladas por princpios contbeis geralmente aceitos, nem sua apresentao obrigatria.

    4) Relatrios de Contabilidade gerencial incluem tanto da-dos no monetrios quanto financeiros.

    5) A Contabilidade gerencial influenciada por muitos es-tudos, de negcios e outras, como economia, cincias comportamentais e mtodos quantitativos.

    6) As informaes da Contabilidade gerencial so flexveis e frequentemente envolvem relatrios no rotineiros.

    Essas diferenas podem ser identificadas por meio dos fluxos da informao, e classificadas como: operacionais, econmicas, fi-nanceiras e patrimoniais. O esquema da Figura 6 a seguir apresen-ta as principais informaes por tipo de fluxo:

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    45 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Fonte: adaptado de Padoveze (2005, p. 26).Figura 6 Informaes por tipo de fluxo.

    A Contabilidade gerencial d uma importante contribuio s funes de planejamento, controle e tomada de decises as-sociadas ao sistema de contabilizao de custos de uma empresa.

  • Sistemas Contbeis4646

    A parte da Contabilidade gerencial, chamada Contabilidade de custos, ajuda, especificamente, a gerncia nas funes asso-ciadas s atividades organizacionais de aquisio, processamento, distribuio e vendas. No sentido mais geral, o foco o valor agre-gado por uma organizao a seus bens ou servios, independen-temente de ser uma empresa industrial, comercial ou de servios.

    Com os sistemas mais abrangentes e integrados, os contado-res conseguem tratar os custos mais detalhadamente, atribuindo custos especficos a atividades especficas.

    Os sistemas ABC, custo baseado em atividades, so uma consequncia dessa evoluo tecnolgica. So acompanhados dos geradores de custos, que causam mudanas no custo de uma ativi-dade. Por exemplo, o nmero de partes manuseadas afeta direta-mente o custo de manuseio de materiais, enquanto o nmero de horas/mquina impacta o custo de utilizao de mquinas.

    mais eficiente usar geradores de custo para a apropriao de custos indiretos a determinada atividade do que, por exemplo, usar o mtodo de rateio do custo da mo de obra. Entretanto, essa metodologia requer maior volume de clculos, que s se tornam viveis com o uso de sistemas computadorizados.

    Com o objetivo de identificar departamentos, sees ou ati-vidades com desempenho desfavorvel, tm-se usado o sistema de contabilizao de responsabilidade. Segundo essa metodologia, cada subsistema dentro de uma organizao responsvel apenas pelos itens sobre os quais seus funcionrios tm controle. Assim, quando o sistema sinaliza que determinado custo ultrapassou o padro, os gerentes podem tomar medidas corretivas imediata-mente.

    Uma das concepes que maximizam o papel gerencial das informaes contbeis representada pelos chamados sistemas de Contabilidade por reas de responsabilidade.

    De acordo com Bio (1996, p. 80),

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    47 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    o objetivo bsico de sistema contbil por reas de responsabilidade prover meios de controle, relacionamento custos, despesas, etc. aos indivduos responsveis, pelo seu controle.

    O sistema apoia-se nos seguintes conceitos bsicos: Clara atribuio de responsabilidade pelos custos confor-

    me a organizao formal da empresa. Os custos atribudos s reas de responsabilidade devem

    ser aqueles controlveis pela rea. J se disse que todo item de custo ou receita controlvel por algum em al-guns instantes. Para os objetivos do sistema, no entanto, os itens controlveis so aqueles sobre os quais os geren-tes responsveis, e a rea qual o relatrio se refere, tem controle corrente.

    A elaborao de oramentos por reas de responsabilida-de com a participao direta dos responsveis e com base nos respectivos objetivos e programas de ao.

    Se aplicados esses mtodos desde a gerao da venda do produto ou servio, a sade financeira da organizao tende a ser sensivelmente mais previsvel.

    Na metodologia de gerenciamento contbil pela medio de desempenho, rea sob intensa dependncia da tecnologia da in-formao, os sistemas contbeis por responsabilidade so funda-mentais para o processo de gerao de informaes.

    Existe um crescente descontentamento com as atuais me-didas de desempenho, pois muitos usurios de informaes acre-ditam que algumas das medidas contbeis de desempenho mais tradicionais so mopes, ou seja, tm uma viso distorcida dos re-sultados, e podem at criar componentes indesejveis.

    Consideremos, por exemplo, o tratamento do aumento da lucratividade pela simples reduo de custos. Se no forem consi-deradas, nessa deciso, as questes de qualidade, o resultado em longo prazo pode ser desastroso para a empresa.

  • Sistemas Contbeis4848

    A gesto empresarial tem usado, alm da lucratividade, ou-tros tipos de medidas de desempenho para monitorar a sade fi-nanceira de instituies, como a receita lquida, o retorno sobre o investimento e, quando aplicvel, o lucro por ao.

    Essas medidas adicionais incluem satisfao do cliente, qua-lidade, inovao e eficcia. A abordagem da anlise rotinas/objeti-vos usa medidas de desempenho em quatro categorias para avaliar e promover certas atividades e comportamentos. O desempenho financeiro apenas uma categoria avaliada pela administrao; as outras categorias so conhecimentos do cliente, processos inter-nos e aprendizado e crescimento.

    Uma empresa pode decidir classificar essas categorias em ordem de importncia de acordo com seus valores estratgicos. Por exemplo, ela pode enfatizar o conhecimento do cliente devido importncia da satisfao deste com sua posio no mercado e seu plano de crescimento de vendas.

    importante ressaltarmos que medir o sucesso de uma em-presa nos atributos financeiro e no financeiro representa tanto um problema em funo da necessidade de se processar dados de forma mais estruturada e abrangente, alm dos registros mo-netrios quanto uma oportunidade para a Contabilidade tradi-cional, estendendo sua metodologia de controle a dados no mo-netrios.

    Atualmente, a necessidade de um sistema contbil nas em-presas uma realidade. O sistema deve possibilitar um controle eficaz e fornecer administrao todas as informaes concernen-tes situao patrimonial e financeira e aos resultados obtidos. A viso da empresa como um todo e a definio das necessida-des representam as premissas bsicas para a eficcia do processo. Cabe ressaltar a importncia da participao do contador, por ser a Contabilidade uma rea de intensa interao com as demais.

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    49 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Quadro 4 Comparao entre os objetivos da Contabilidade geren-cial e da Contabilidade financeira.

    Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial

    Usurios dos relatrios Externos e internos Internos

    Objetivos dos relatrios

    Facilitar a anlise financeira para as necessidades dos usurios externos

    facilitar o planejamento, controle, avaliao de desempenho e tomada de deciso internamente

    Forma de relatrios

    Balano Patrimonial, Demonstrao de Resultados, Demonstrao das mutaes do Patrimnio Lquido, Demonstrao do fluxo de caixa e Demonstrao do Valor Adicionado.

    Oramentos, Contabilidade por responsabilidade, Relatrio de Desempenho, Relatrios de Custo, Relatrio Especiais no rotineiros para facilitar a tomada de deciso

    Frequncia dos relatrios Anual, trimestral e ocasionalmente mensalQuando necessrio para a administrao

    Custos ou valores utilizados

    Primariamente histricos (passados)

    Histricos e esperados (previstos)

    Base de mensurao usada para quantificar os dados

    Moeda corrente

    Vrias bases (moeda corrente, moeda estrangeira, moeda forte, medidas fsicas, ndices, etc.)

    Restries das informaes fornecidas Princpios contbeis

    Nenhuma restrio, exceto as determinadas pela administrao

    Caracterstica da informao fornecida

    Deve ser objetiva (sem vis), verificvel, relevante e a tempo

    Deve ser relevante e a tempo, podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos preciso

    Perspectivas dos relatrios Orientao histrica

    Orientao para o futuro, a fim de facilitar o planejamento, controle e avaliao de desempenho antes do fato (para impor metas), acoplada com uma orientao histrica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato)

    Fonte: adaptado de Padoveze (2005, p. 11).

  • Sistemas Contbeis5050

    Voc sabe quais so as ferramentas de Gesto de Custos em uma empresa? O oramento uma delas e usado para elaborar o planejamento e o controle financeiro das atividades operacionais. Veja mais no tpico a seguir.

    9. PLANEJAMENTO ORAMENTRIO

    Um oramento uma ferramenta de planejamento gerencial que projeta o futuro financeiramente. As projees oramentrias podem ser de curto (12 meses) e longo prazos (de 5 e 10 anos).

    O planejamento oramentrio bem realizado tambm uma ferramenta de controle na medida em que indica as variaes dos resultados reais em relao aos orados no perodo planejado. possvel, baseado nos relatrios de acompanhamento de resulta-dos previstos resultados realizados, identificar as reas discre-pantes para investigar as razes das variaes e tomar decises sobre correes a serem realizadas.

    A funo oramentria dentro de um SIC integra dados de todos os subsistemas dentro de uma organizao, e o cuidado cri-terioso com os procedimentos de alimentao desses dados ga-rante a qualidade dos relatrios oramentrios.

    Com dados ntegros e consistentes, possvel preparar ora-mentos baseados em diferentes pressupostos para avaliaes de impacto sobre o desempenho da organizao quando os pressu-postos mudam. Para tanto, necessrio que os contadores conhe-am profundamente os conceitos de anlise e projeto de sistemas.

    Padoveze (2002, p. 244) diz queo sistema de Oramento um prolongamento do sistema de Con-tabilidade Geral (Fiscal e Societria). Dentro desse conceito, Contabilidade Geral soma-se o Oramento, trabalhando de forma integrada, em trs mdulos: informaes contbeis do passado, informaes contbeis do presente e informaes contbeis do futuro.

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    51 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Dessa forma, entende-se que as informaes contbeis do passado, presente e do futuro iro fornecer os dados necessrios para os sistemas fiscal/societrio e oramentrio (Figura 7).

    Fonte: adaptado de Padoveze (2006, p. 244).Figura 7 Integrao das informaes.

    Portanto, importante lembrar que o processo orament-rio no depende exclusivamente das informaes contbeis, mas, sim, da integrao de todas as reas da empresa, envolvendo pro-duo, administrao, vendas, distribuio, marketing, finanas etc.

    O planejamento oramentrio deve ser dividido em quatro etapas, conforme segue:

    1) Oramento operacional: gastos vinculados atividade principal da empresa, envolvendo produo, adminis-trao, vendas, marketing, comercializao, distribui-o, logstica etc. Os principais gastos so relacionados a matrias-primas, salrios, aluguis, energia eltrica, manuteno, combustveis, materiais, entre outros.

    2) Oramento de investimentos e financiamentos: gastos vinculados aquisio de imobilizados em geral, como compra de novos equipamentos, veculos, mquinas, imveis, terrenos, expanso das instalaes etc. Fazem parte desse oramento, tambm, gastos relacionados s amortizaes de emprstimos e financiamentos.

  • Sistemas Contbeis5252

    3) Oramento de caixa: previso dos recebimentos e paga-mentos vinculados s operaes, investimentos e finan-ciamentos.

    4) Projees das demonstraes contbeis: estimativa das demonstraes contbeis para os prximos perodos, como balano patrimonial, demonstrao de resultados do exerccio, demonstrao das mutaes do patrimnio lquido, fluxo de caixa e demonstrao do valor adicio-nado.

    Para o planejamento oramentrio ser realizado, torna-se essencial a participao de todos os departamentos da empresa, sejam eles produtivos ou no, apresentando as propostas ope-racionais e financeiras para o(s) prximo(s) ano(s). Dessa forma, deve existir uma integrao dos dados dos vrios departamentos da empresa, reunidos em um nico sistema de informao. Com isso, entende-se que o planejamento oramentrio envolve os se-guintes subsistemas:

    1) subsistema de oramento de vendas: previso das ven-das para o prximo perodo, por meio da avaliao das perspectivas dos mercados interno e externo;

    2) subsistema de oramento de produo: previso da quantidade de produtos que sero elaborados, envol-vendo matria-prima, materiais, mo de obra utilizada, energia eltrica e demais recursos necessrios para a produo;

    3) subsistema de oramento de materiais: previso de compras, consumo de matria-prima e de materiais que sero utilizados;

    4) subsistema de oramento de mo de obra: previso dos gastos com mo de obra, quantidade de horas necess-rias, comisses sobre vendas etc.;

    5) subsistema de oramento de despesas gerais: previso dos gastos relacionados a aluguis, energia eltrica, ma-nuteno, terceirizaes, treinamento, viagens etc.;

    6) subsistema de oramento de depreciaes, amorti-zaes e exaustes: previso de utilizao dos equipa-

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    53 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    mentos por departamento, bem como as amortizaes e exaustes, se existirem;

    7) subsistema de oramento de despesas financeiras: pre-viso das amortizaes dos emprstimos, referente amortizao principal mais juros;

    8) subsistema de oramento de investimentos: previso das aquisies de itens do imobilizados, como veculos, mquinas, equipamentos, mveis e utenslios, instala-es, imveis, terrenos etc.;

    9) subsistema de oramento de caixa: previso dos rece-bimentos e pagamentos que sero realizados nos prxi-mos perodos;

    10) projees das demonstraes contbeis: previso das demonstraes contbeis no encerramento dos exerc-cios futuros.

    Esses subsistemas so responsveis pela gerao de dados do sistema oramentrio, da Contabilidade por responsabilidade, da Contabilidade de custos e das projees das demonstraes, de forma integrada, conforme est demonstrado na Figura 8, que apresenta a integrao entre os dados de todos os departamentos da empresa com o sistema oramentrio.

  • Sistemas Contbeis5454

    Fonte: adaptado de Padoveze (2002, p. 253).Figura 8 Integrao do subsistema de Oramento e outros subsistemas.

    O Oramento envolve todas as reas da empresa, por meio dos vrios subsistemas, que, de forma integrada, alimentam o sistema oramentrio, o sistema de Contabilidade por responsa-bilidade, o sistema de custos e as projees contbeis. Com isso, torna-se possvel realizar uma previso dos eventos futuros. Mas, para verificar a sua eficcia, necessrio avaliar os resultados por meio da efetiva realizao, conforme demonstra o Quadro 5.

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    55 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Quadro 5 Oramento de Resultados.ORAMENTO DE RESULTADOS

    Descrio Realizado Previsto Variaes

    Receita com vendas:

    Venda de mercadorias110.000 101.000 9.000

    (-) Dedues da receita:

    Impostos sobre vendas

    Descontos concedidos

    (2.200) (1.000) (1.200)

    Receita lquida 107.800 100.000 7.800

    (-) Custo dos produtos vendidos: (55.000) (49.000) (6.000)

    Matria-prima (16.000) (14.000) (2.000)

    Salrios, servios terceirizados (25.000) (25.000) -

    Materiais e insumos de produo (9.000) (5.000) (4000)

    Depreciao (5.000) (5.000) -

    Lucro bruto 52.800 51.000 1.800

    (-) Despesas operacionais: (16.800) (20.000) 3.200

    Administrativas: (11.000) (14.000) 3.000

    Salrios, aluguis, telefone (9.000) (10.000) 1.000

    Depreciao, correios, locaes (4.000) (4.000) -

    Comerciais: (7.000) (7.000) -

    Salrios, comisses, telefone (4.500) (5.000) 500

    Aluguis, depreciao, locaes (2.500) (2.000) (500)

    Financeiras: 1.200 1.000 200

    Resultado financeiro lquido 1.200 1.000 200

    Lucro antes do Imposto de Renda 36.000 31.000 5.000

    (-) Imposto de Renda e contribuio social (7.200) (6.500) (700)

    (=) Lucro lquido 28.800 24.500 4.300

    (-) Participaes (4.000) (3.000) (1.000)

    Por meio do oramento de resultados, foi possvel identificar as variaes que ocorreram entre o previsto e o realizado, bem como as principais contas que sofreram essas alteraes.

  • Sistemas Contbeis5656

    10. ESTUDO DAS FASES DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

    Em razo da viso global que os contadores tm dos siste-mas financeiros das organizaes, sua participao nos estudos de sistemas de fundamental importncia para identificar problemas e sugerir correes.

    Conhecer em nveis mais profundos os conceitos de anlise e projeto de sistemas por parte desses profissionais garante um n-vel de comunicao mais eficaz com os profissionais de Tecnologia da Informao (TI), responsveis pela implantao e manuteno dos sistemas.

    O estudo de sistemas contempla, basicamente, quatro pas-sos:

    1) Planejamento: desenvolve planos estratgicos.2) Anlise: rev o sistema atual.3) Projeto e desenvolvimento: cria o novo sistema ou as

    implementaes no atual.4) Implantao e acompanhamento: coloca o novo siste-

    ma em funcionamento e realiza sua manuteno.

    Com o aumento da complexidade das necessidades dos usu-rios de sistemas, resultados efetivos so alcanados somente com base em aes realizadas por equipes tcnicas multidisciplinares, com especialistas em Contabilidade gerencial, marketing e vendas, planejamento e controle da produo, distribuio e logstica, de-senvolvimento humano, psicologia organizacional e computao.

    Dentre tantas reas envolvidas com os sistemas de informa-es, voc saberia dizer qual delas uma das mais afetadas por eles?

    11. AUDITORIA

    A auditoria talvez seja a rea da Contabilidade mais afetada pela tecnologia da informao. A credibilidade dos relatrios con-

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    57 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    tbeis de uma organizao garantida por pareceres de auditores independentes, e, em alguns casos como o de empresas com aes em bolsa e as de servios financeiros e de crdito sob con-trole do Banco Central , os relatrios de auditores externos so obrigatrios.

    Entretanto, nem sempre esses pareceres esto disponveis no momento em que gestores precisam tomar decises impor-tantes. Assim, fundamental que os contadores tenham, no rol de ferramentas de TI sua disposio nas organizaes, rotinas e relatrios que permitam realizar auditorias internas, garantindo a qualidade dos resultados.

    A complexidade dos sistemas de informaes computado-rizados cria novos riscos, que precisam ser avaliados pelos audi-tores quando executam seu trabalho. Esses riscos podem afetar os relatrios financeiros de uma organizao e, em alguns casos extremos, sua viabilidade.

    Os auditores que se propem a analisar os riscos associados com sistemas de informaes computadorizados so auditores de sistemas de informaes. Um auditor de sistemas de informaes pode trabalhar em conjunto com auditores financeiros para ofe-recer uma avaliao dos riscos associados ao processamento de informaes financeiras por um computador.

    De forma geral, a auditoria de sistema contribui para a melho-ria do sistema, bem como o aumento da credibilidade das informa-es, por meio dos seguintes critrios: avaliao do desempenho, garantia da confiabilidade de integridade dos dados, verificao da segurana, confidencialidade e privacidade dos dados, bem como disponibilidade das informaes dentro do sistema.

    De acordo com Moscove, Simkin e Bagranoff (2002, p. 279), existem seis componentes de um SIC informatizado que devem ser examinados durante uma auditoria de sistemas de informaes:

    mquinas;

    comunicao de dados;

  • Sistemas Contbeis5858

    programas aplicativos;

    banco de dados;

    pessoas;

    procedimentos.

    Ainda conforme os mesmos autores (p. 280), os auditores externos examinam o SIC computadorizado basicamente para ava-liar como os procedimentos de controle da organizao sobre o processamento dos dados pode afetar as demonstraes cont-beis. Com isso, os controles iro influenciar diretamente o alcance da auditoria.

    Por exemplo, se os controles forem fracos ou no existirem, os auditores precisaro realizar mais testes de circularizao, que representam testes detalhados das transaes efetuadas e dos sal-dos das contas. Um exemplo de teste de circularizao a confir-mao de contas a receber com os clientes. A Figura 9 demonstra em um fluxograma os passos que normalmente ocorrem na audi-toria de sistemas de informaes.

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    59 U1 - Sistemas de Informaes no Contexto da Contabilidade

    Fonte: adaptado de Moscove, Simkin e Bagranoff (2002, p. 280).Figura 9 Fluxograma de processo de auditoria de sistemas de informaes.

    Com base na auditoria realizada nos sistemas de informa-es, torna-se possvel garantir qualidade, integridade, consistn-cia e segurana dos dados do sistema em uso. A auditoria finan-ceira pode economizar tempo com o manuseio dos documentos geradores das informaes e se dedicar mais anlise da situao da empresa, elaborando sugestes de correes mais detalhadas.

  • Sistemas Contbeis6060

    12. CONTABILIDADE E FUTURO

    A concorrncia crescente e a facilidade de uso dos sistemas de informaes disponveis