TURISMO E DIREITO: OS PROFISSIONAIS DO TURISMO ATUANDO CONFORME A LEI

Fbio Jos de SOUZA

Docente dos Cursos de Direito e Turismo das Faculdades Integradas de Bauru. Rua Rodolfina Dias Domingues, quadra 11, s/n. Bauru - SP.

E-mail: fabio@advogadosbauru.com.br Thalita Maria Mancoso MANTOVANI E SOUZA Bacharel em Turismo. Educadora da Microlins.

Rua Dr. Fuas de Mattos Sabino, n 2-8. Bauru-SP.

PALAVRAS-CHAVES: Profissionais do Turismo. Legislao. tica. Consumidor. Prestao de Servios. INTRODUO: Os profissionais do Turismo, embora envolvidos com atividades mais altrustas, entretenimentos, geralmente desvinculados de grandes formalidades, possuem inmeras responsabilidades e precisam estar em sintonia com a globalizao dos servios, pois atuam em um segmento privilegiado, que contempla a pessoa humana relacionada com as agncias de viagens, cultura, eventos, hotelaria, lazer, meio ambiente ecologicamente equilibrado, enfim, so profissionais especiais, dinmicos e que devem se pautar sempre na legislao e nos padres com condutas ticas, para o melhor atendimento aos seus clientes e nas relaes com as empresas. Tais profissionais possuem uma caracterstica empreendedora, o que fortalece a sua presena em todas as atividades tursticas, sendo que Goulart et al (2003, p. 276) estabelecem que o empreendedorismo no tem classe social, um fator de comportamento e atitude, que varia de lugar para lugar. Significa ter, acima de tudo, a necessidade de inovar, pr em prtica novas idias, caracterstica de personalidade e um importante comportamento que nem sempre so fceis de encontrar. Diante da amplitude do campo de atuao, os profissionais do Turismo no podem ignorar as exigncias jurdicas que envolvem o setor, haja vista as implicaes diretas, srias e relevantes que o Direito apresenta a este segmento. O objetivo deste estudo foi o de evidenciar que os servios oferecidos pelo Turismo possuem um liame com o Direito, notadamente em face do que estabelece o Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor. RELEVNCIA DO ESTUDO: A interdisciplinariedade do Turismo com o Direito demonstra a relevncia deste trabalho, haja vista os inmeros servios que so concretizados diariamente no segmento turstico, especialmente na hotelaria, agncias de viagens, empresas areas, turismo de aventura, entre outros. MATERIAIS E MTODOS: Foram utilizadas as pesquisas bibliogrfica e documental, baseando-se em literaturas e leis, respectivamente. Aplicou-se o Mtodo Analtico-Sinttico, o qual favorece a anlise dos materiais obtidos. Os Materiais encontram-se disponveis em bibliotecas, websites, alm de ser parte do acervo do autor. RESULTADOS E DISCUSSO: Observa-se que, independentemente da rea de atuao, cada profissional do turismo deve conhecer o que a legislao estabelece para o segmento escolhido. Ao constatar esta realidade, o mesmo no pode ficar exposto aos problemas que surgirem, bem como questionamentos dos consumidores, os quais podero ser solucionados facilmente, quando se tem o mnimo de informao a respeito da legislao vigente. Cabe ressaltar tambm que o Turismo se efetua a partir do sonho, da motivao, da imaginao dos seus clientes, que aguardam a concretizao do mesmo com sua plena satisfao, sem frustraes. Portanto, quaisquer desgastes, danos decorrentes desta confiana, podem implicar em questes jurdicas srias e por vezes, irreversveis, com as respectivas indenizaes por danos materiais e/ou morais. Para facilitar a compreenso, o consumidor possui um Cdigo que o protege, trata-se da Lei n 8.078, de 11/09/90, o Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990). Este Cdigo muito importante, no h como os profissionais do Turismo ficarem distantes do

mesmo. Na verdade, ele dever ser consultado sempre, diariamente, para que sejam evitados conflitos entre empresas, prestadores de servios (fornecedores) e seus clientes (consumidores). J o Bacharel em Turismo possui um Cdigo de tica, aprovado em 29 de maio de 1999 que, dentre outras informaes, determina no artigo 11 que:

Nas relaes profissionais que mantiver com seu cliente, o Bacharel em Turismo deve: 1. observar a legislao vigente, especialmente no que tange aos direitos do consumidor; 2. atender o cliente de acordo com o real interesse e exigncia deste, de forma tcnica apropriada e exeqvel, orientando sua escolha e salientando as respectivas caractersticas do servio prestado;

Conforme orienta Rodrigues (2002, p. 19-20), h importncia da rea jurdica no Turismo, a saber:

[...] sustentabilidade jurdica a assistncia jurdica fundamental em todos os empreendimentos em turismo, tendo em vista que muitos deles so absolutamente ilegais, como a privatizao de praias, margens de rios, espelhos dgua; como pousadas construdas sobre palafitas;

Ainda, Cruz (2002, p. 26) observa:

Com base em estudos realizados pela antiga IUOTO Organizao Internacional de Organizaes de Viagens, 1974, HALL (2001) menciona serem cinco as reas de envolvimento do poder pblico no setor turismo. Essas reas so a coordenao do processo, o planejamento, a legislao e a regulamentao, o empreendedorismo e o incentivo.

Neste sentido, os seres humanos devero sentir-se seguros no Turismo, respeitados, valorizados e amados, especialmente com o cumprimento da legislao, alm da adoo de prticas fundadas nos princpios ticos. CONCLUSO: O Turismo relaciona-se diretamente com o Direito, em inmeras situaes, em cristalina interdisciplinaridade, neste sentido, os seus profissionais devero sintonizar-se com a Constituio Federal, legislao e demais previses jurdicas existentes, atentos com as suas conseqncias prticas, visando sempre preservar a dignidade da pessoa humana, afastando aborrecimentos, constrangimentos, danos, entre outros, para as empresas, prestadores de servios e consumidores. REFERNCIAS ASSOCIAO BRASILEIRA DE BACHARIS EM TURISMO. Cdigo de tica do Bacharel em Turismo. Disponvel em: . Acesso em: 12 jul. 2004. BRASIL. Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispe sobre a proteo do consumidor e d outras providncias. CRUZ, Rita de Cssia Ariza da. Polticas Pblicas de Turismo no Brasil: Significado, Importncia, Interfaces com outras Polticas Setoriais. In: SOUZA, Maria Jos de. (Org.). Polticas pblicas e o lugar do turismo. Braslia: Universidade de Braslia; Departamento de Geografia; Ministrio do Meio Ambiente, 2002. p. 25-38. GOULART, Dbora Faria et al. Profissional Empreendedor: Um Pr-requisito para o Mercado Turstico. In: Turismo Viso e Ao, Santa Catarina, v. 3, n.3, p.271-286, set/dez. 2003. RODRIGUES, Adyr Balastreri. Desenvolvimento com Base Local como Bandeira de uma Poltica de Emancipao e Afirmao. In: SOUZA, Maria Jos de (Org.). Polticas pblicas e o lugar do turismo. Braslia: Universidade de Braslia; Departamento de Geografia; Ministrio do Meio Ambiente, 2002. p.13-24.