introduÇÃo ao direito do turismo angolano

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INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO - Uma abordagem reformista PROF. DOUTOR RUI TEIXEIRA SANTOS PROFESSOR DO INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO Luanda 14 de Dezembro de 2013

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Page 1: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

INTRODUÇÃO AODIREITO DO TURISMO ANGOLANO

- Uma abordagem reformista

PROF. DOUTOR RUI TEIXEIRA SANTOSPROFESSOR DO INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO

Luanda14 de Dezembro de 2013

Page 2: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Direito do Turismo – autonomia e integração no Direito Público Económico. Interdisciplinariedade do Direito do Turismo.

Princípios do Direito Público Económico e do Direito Administrativo económico

Cooperação internacional e a Organização Mundial do Turismo

Nudging e auto-regulação

Propostas de modernização da legislação e recomendações

Alguma Legislação actual: regime juridico dos empreendimentos turísticos eregime jurídico das agências de viagens e turismo.

Sumário

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Recursos Turísticos de Angola

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Constituição da República de Angola

(DIREITO CONSTITUCIONAL DO TURISMO)

Regime jurídico de funcionamento e instalação dos empreendimentosturísticos - Decreto-Lei nº 6/97, de 15 de Agosto

Legislação sobre as Agencias de Viagens - Decreto N.o 54/97 de 1 de Agosto

Plano Director do Turismo de Angola de 2011-2020,aprovado a 12 de outubro de 2011, pela C o Permanente do Conselho de Ministros.

Legislação Fundamental

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O que assistimos pela primeira vez na época moderna é que países pobres estão a ganhar posições hegemónicas no mundo (como a China, o Brasil ou Angola), ao contrário dos países desenvolvidos que antes dominaram o mundo e que já eram ricos antes de serem impérios (com excepção de Portugal).

E existe uma nova dinâmica entre esses países, diferente da hegemonia anterior. O crescimento da África - com o aumento dos preços das matérias-primas - tem que ver com o novo tipo de parcerias internacionais em que a China teve um papel importante.

Se os países em desenvolvimento imitarem os países desenvolvidos vão falhar.

Novidade e complexidade:A era dos países em desenvolvimento

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A Política do Turismo a desenvolver implica concretizar o “Plano de Acção, de coordenação e de Acompanhamento à implementação” do Plano Director do Turismo.

com estas acções, perspectiva-se a criação de 1 milhão de postos de trabalho directos e indirectos, estima-se uma receita de cerca de 4,7 biliõesde dólares americanos, aumento significativo do peso do sector no Produto interno Bruto e 4,6 milhões de turistas nacionais e internacionais, indicadores muito importantes para a concre- tização dos objectivosdefinidos e resultados esperados.

o Turismo é o “petróleo verde” que Angola deve- rá definir como apostaestratégica para a diversificação da economia nacional. integrar Angola narota internacional do turismo deve suceder às etapas de desenvolvimentodo turismo regional e da etapa inicial de criação das condições necessáriaspara a consolidação de uma actividade turística a nível interno, como pontode partida para a dinamização do sector.

O Plano Director de Turismo de Angola tem metas ambiciosas:

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Mesmo que não realize essas metas, há pelo menos umadefinição de objetivos.

Este plano serve como um verdadeiro definidor de objectivos

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CULTURA

• Festivais de música/ culturais • Festividades regionais • eventos e locais religiosos • Competições desportivas • gastronomia • Rota dos escravos • Museus de arte africana • Congressos e Conferencias

SOL & MAR

• Praia • Actividades náuticas • Surf/Windsurf • Mergulho e Observação de cetáceos

NATUREZA

• Passeios na natureza • Safaris • Observação de vida animal • Descida de rios • Ralis (De Angola à Contra Costa ou ligandoas provincias)

Produtos estratégicos

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Calendário do PDT

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Não existe globalização no Turismo. Como qualquer outro bem transaccionáveldepende sobretudo da proximidade e das ligações históricas e políticas. No caso angolano reflete as relações comerciais e a deslocação de profissionais.

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O Programa estabelece um Plano de acção e acompanhamento do PDT que deveria estar no terreno...

A possibilidade de criação de uma agência independente do Ministério do Turismo poderia ser uma solução para o controlo técnico mas também para a gestão do Fundo de Fomento do Turismo previsto no PDT

Plano de acção, de coordenação e de acompanhamento à implementaçãodo Plano Director do Turismo (PDT)

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As políticas publicas de fomento são criticas para o crescimento acelerado do turismo.

Defendo que o intervencionismo público se justifica exactamente na reconstrução dos Estados. Foi assim na Europa depois da II Guerra Mundial e correu bem até que a Europa passou a ser rica e nessa altura a intervenção e o fomento publico passaram a pesar demasiado no rendimento dos países, não se justificando portanto uma regulação excessiva.

Criação de um Fundo de Desenvolvimento Turístico

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A criação de polos de desenvolvimento turístico pode traduzir-se numa politica de definição de areas estrategicas com projectos estrategicos a ser especialmente acompanhados peloMinistério do Turismo e pela Agência de InvestimentoEstrangeiro de Angola.

O instrumento administrativo pode ser o “Declaração de Utilidade Turistica” e a criação de um sistema de reconhecimento de Projectos de Potencial Interesse Nacional

Implementação dos Pólos de Desenvolvimento Turístico

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• Quadro legal desactualizado. • Mão-de-obra pouco qualificada e preparada. • Necessidade de meios de trabalho eficientes e de meios de gestão das entidades do sector. • necessidade de sistematização dos activos turísticos

- Inventariação;- Cadastro.

• oportunidade de criar uma visão e de potenciar um dinâmica integradado Turismo. • necessidades dos operadores. • Processo complexo de obtenção de visto turístico para estrangeiros. • Preços elevados das viagens e do alojamento. • cerca 67% dos turistas actuais são Angolanos (dos quais 63% sãoresidentes). Dos 33% não Angolanos, a grande maioria são expatriados.

Ponto de Partidado Turismo Angolano

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• o desenvolvimento dos produtos turísticos deverá ter comofoco inicial a criação de serviços e infra-estruturas quesatisfaçam as necessidades do turismo doméstico:

- Turismo doméstico convencional; - Turismo doméstico social; -estrangeiros a trabalhar em Angola.

• no entanto, todos os esforços de qualificação da ofertadevem ter em vista o aumento da diversidade e qualidade, tornando-a competitiva mesmo quando comparada com as melhores práticas internacionais, fomentando:

- o turismo doméstico, potenciando a sua prática e evitando queturistas de maior poder de compra saiam do país quandoprocuram produtos de natureza idêntica;

- a atractividade para os turistas internacionais.

Objectivo (PDT)

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Modernizar a legislação, criando nomeadamente um sistema jurídico próprio para a regulação do Turismo, como caracteristicas de defesa sistemática da qualidade, sustentabilidade, coesão social, segurança jurídica, celeridade e desburocratização.

Comecemos por fazer uma Lei de Bases do Sector Turístico emAngola, que se assuma como a constituição de um sistemajurídico orientado ao Turismo nacional. Sugiro ainda reactivar o velho instituto da utilidade turistica e um sistema de aprovaçãorapida de progectos de interese nacional para o sector.

Contributo do Direito e autonomia do Direito do Turismo

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A declaração de utilidade turística, que é uma qualificação atribuída a determinados empreendimentos turísticos e outros empreendimentoscom relevância para o sector do turismo, existia no direito turisticocolonial.

O instituto da utilidade turística foi criado em 1954, vigorando, emconsequência, ininterruptamente há mais de 50 anos, nao tendo sidorevogado em Angola.

Trata-se de um instrumento que, entre outros aspectos, permite aosproprietários e promotores dos empreendimentos acima acederem a benefícios fiscais, pretendendo funcionar como um incentivo aoinvestimento no turismo, com destaque para os empreendimentos de categoria superior.

Este pode ser um istrumento a reposicionar criando um quadro claro de incentivos no ambito da Política de Fomento do Turismo.

Declaração de Utilidade Turística

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O reconhecimento de projectos de investimento como de PotencialInteresse para o Turismo Nacional visaria favorecer a concretizaçãode diversos tipos de investimento.

Com um Sistema de Reconhecimento e Acompanhamento de Projectos deveria favorecer-se a concretização de diversos tipos de projectos de investimento, assegurando um acompanhamentomais próxima, promovendo a superação dos bloqueiosadministrativos e garantindo uma resposta célere, sem prejuízo dos dispositivos legais necessários à salvaguarda do interesse público.

Criação de um sistema de reconhecimento de Projectos de

Potencial Interesse para o Turismo

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Ainda não existe em Angola uma AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA

Propomos a criação de uma AdC que tenha como Missão: A Autoridade da Concorrência deveria ser a entidade que tem por missão garantir a aplicação da política de concorrência em Portugal.A defesa da concorrência constitui um bem público que caberia à AdCpreservar numa perspectiva instrumental, nos termos consagrados na Constituição da República de Angola.Teria a responsabilidade de assessorar o Governo, a pedido deste ou por iniciativa própria, na definição das linhas estratégicas e das políticas gerais, tendo em vista o funcionamento eficiente dos mercados, a repartição eficaz dos recursos e os interesses dos consumidores, sugerindo ou propondo medidas de natureza política ou legislativa.A Autoridade da Concorrência deveria ter poderes transversais sobre a economia angolana para a aplicação das regras de concorrência, em coordenação com os órgãos de regulação sectorial.

Direito Administrativo Económico

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Também não existe em Angola umaAutoridade de Segurança Alimentare Económica (ASAE) que deveriacontrolar, fiscalizar e garantir a qualidade dos produtos e serviços.

Direito Administrativo Económico

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ASAE

Áreas de Intervenção da ASAE Enquanto órgão de fiscalização e de controlo do mercado, e numa perspetivahorizontal de toda a atividade económica, a ASAE desenvolve a sua atuação nas seguintes áreas de intervenção:

Saúde Pública e Segurança Alimentar

Propriedade Industrial e Práticas Comerciais

Ambiente e Segurança

Direito Administrativo Económico

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Diplomas legais que regulam a instalação e actividade dos empreendimentos turísticos.

O quadro normativo da instalação e funcionamento dos empreendimentos turísticos, em sentido estrito, encontra-se, na suaessência, a ser definido pelo Ministerio da Hotelaria e Turismo a patirda revisão do Decreto-Lei nº 6/97, de 15 de Agosto. É um regime fundamental no processo da instalação dos empreendimentos turísticos

Aquele diploma, juntamente com a legislação complementar, estabelecem as regras de instalação e funcionamento dos empreendimentos turísticos, nos seus variados tipos e grupos. Estábastante ultrapassado e merece uma forte revisão que acompanhe a dinamica da economia do turismo angolana.

Legislação sobreEmpreendimentos Turísticos

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De notar que o Ministério de Hotelaria e Turismo de Angola inaugurou 5.137 empreendimentos hoteleiros nos últimos dezanos.

O parque hoteleiro e similar tem estado a crescer de forma “rápida e dinâmica”, acompanhando o desenvolvimentomultidimensional do país em todas as vertentes.

Entre 2002 e 2012, foram inaugurados 105 hotéis, 370 pensões, 330 hospedarias, 54 aldeamentos turísticos e 3.020 restaurantese similares, 10 aparthotéis e 1 conjunto turístico.

Dinamismo do sector em Angola

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Continuidade no quadro legal angolano

O quadro legal do alojamento turístico consta do Decreto-Lei nº 6/97, de 15 de Agosto, que estabelece as normas respeitantes aoaproveitamento dos recursos turísticos do País e ao exercício da indústria hoteleira e similares.

Não se operou, porém, um corte com o Decreto-Lei nº 49 399, de 24 de Novembro de 1969, que vigorava em Angola desdeMarço de 1974, o qual continua a inspirar muitas das soluçõeslegislativas e regulamentares.

As legislações mais modernas já romperam com o modelo do seculo XX.

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O problema de governança é crítico: a competência é crítica (questão cultural) agora que a questão da legitimidade esta a ser resolvida com o processo de democratização de Angola.

Por outro lado, há trabalho já feito e em preparação para 2014. A inclusão da legislação nova do turismo na definição dos objetivos das leis orientadoras do ambiente é uma maneira de amenizar tenções, em fase de grande e rápido crescimento.

Há muito para fazer em Angola e por isso há que definir prioridades (função política) e por isso nem sempre as questões associadas à qualidade passam à frente, quando a problemas de quantidade para resolver. Mas ficam aqui algumas sugestões:

Governança, legitimidade,ambiente, qualidade e Turismo

Page 30: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Direito Interno deverá vir a regulamentar por exemplo:

exposição e venda de produtos alimentares

ruído de estabelecimentos hoteleiros, 'boites', discotecas e espectáculos ao ar livre ;

regras de segurança contra riscos de incêndio

regimes de preços e de prestação de serviços nos estabelecimentos de restauração e de bebidas que prestem serviços de cafetaria.

Legislação sobre restauração

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O Direito Interno angolano deveria regular por exemplo:

A definição dos princípios gerais dos critérios de pureza específicos nos géneros alimentícios

O regime do aproveitamento das águas de nascente e do aproveitamento de águas minerais naturais ;

Regulamento do Exercício da Actividade da Indústria Transformadora da Pesca, em Terra.

Regulamento das Condições Sanitárias da Produção de Carnes Frescas e sua Colocação no Mercado, como alterada pela Portaria 252/96, de 10 de Julho (DIRAMB);

Direito da Alimentação

Page 32: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Não existe legislação sobre as condições de acesso e de exercício da atividade das empresas de animação turística e dos operadores marítimo-turísticos

O enquadramento legal deveria prever que o acesso às atividades de

Legislação sobreAgentes de Animação Turística

Page 33: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O Decreto Nº 54/97 de 1 de Agosto estabelece o regime jurídico do licenciamento e operação das agencias de viagens

É um regime excessivamente caro, burocratizado e discricionário, que não toma em consideração o on-line a a internet, por onde actualmente passam a maioria das compras no sector.

Legislação sobre Agências de Viagens e Turismo

Page 34: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Também não existe um quadro normativo regulador da constituição, estrutura, conteúdo e funcionamento dos direitosreais de habitação periódica e dos direitos de habitação turística, previsto aliás na lei dos empeendimentos turisticos.

Trata-se de normas sobre as condições de exploração dos empreendimentos turísticos, nestes regimes, e requisitos e procedimento de constituição dos referidos direitos.

No âmbito da protecção aos adquirentes deveriam estabelecer-se regras relativas à informação contratual, conteúdo obrigatório do contrato e garantias especiais a prestar.

Legislação sobre Direitos Reais de Habitação Periódica e Habitação Turística

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O Regime jurídico aplicável à exploração da indústria de aluguer de veículos semcondutor.

Previsto o licenciamento no Ministerio dos Tranportes:Licenciamento para Transporte de Aluguer sem Condutor(Rent - a - Car)

Descrição:Indústria de Aluguer de Veículos Automóveis sem Condutor.Quem pode Requerer?Empresas Estatais, Mistas ou Privadas e Cooperativas.Onde Requerer?DNTR- Rua Rainha Ginga n.º 74- 1º Andar- das 8hs-15:30 de 2ª á 5ª-feira, e 8hs-15:00 ás 6ª-feira Telefone/ Fax:222-334427Qual o Custo?Licenciamento da actividade .............170 UCF OBS: 1 UCF = 32.00 KZ

Actividade de Aluguer de VeículosAutomóveis sem Condutor

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Não existe uma lei geral do Jogo, o que faz com que receitas importantes fiscais não entrem para os cofres do Estado – por exemplo Macau ou a África do Sul ou Portugal têm receitas significativas do jogo.

Em Angola esta actividade económica está na dependência do Ministério das Finanças e não do Ministério da Hotelaria e Turismo.

Lei dos Jogos de Fortuna e Azar

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Recursos Turísticos de Angola

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O direito é um sistema de normas que ordena a sociedadesegundo critérios de justiça social

Nos sistemas democráticos a Economia Política vi a escolha dos dirigentes políticos e a definição das políticaspublicas como um mercado em que os políticos compramo voto do eleitor com os seus programas eleitorais e emque o programa eleitoral do vencedor corresponde aointeresse nacional até ao proximo ciiclo eleitoral

O Que é o Direito?

Page 39: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Nesse sentido a Planificação é a concretização do interesse nacional à luz das escolhas definidas pelo interesse nacional definido no programa eleitoral que conseguiu capturar mais votos e eleger a maioria parlamentar e o governo – órgão central da Administração Pública.

Em nosso entender, os planos não são necessariamente melhores que o mercado – até porque, como explicava L. Von Mises, os agentes em mercado livre - são mais e dispõem de mais e melhor informação do que o autor de qualquer plano público ou das políticas públicas, nomeadamente das políticas relativas ao Turismo (critica ao Socialismo).

Planificação

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A regulação jurídica do sector turístico em Portugal, como emqualquer outro ordenamento jurídico, passa pela existência de um conjunto de diplomas normativos que enquadram e condicionam a actividade turística.

As grandes áreas de intervenção jurídica são a “política do turismo”; o “licenciamento e classificação de empreendimentosturísticos e atividades turísticas”; a “declaração de utilidadeturística e de interesse para o turismo”; a “formação inicial, contínua e certificação”; o “ordenamento do território”, dada a relevante expressão territorial dos empreendimentos turísticos, equipamentos e infra-estruturas associados e, finalmente, o “investimento” relativo aos apoios e incentivos financeiros a conceder a investimentos em turismo

Direito do Turismo

Page 41: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O Plano deveria prever a revisão periódica dos seus objetivos, políticase iniciativas, no sentido de melhorar a resposta à evolução do contextoglobal e do sector turístico.

Deveria incentivar as empresas do sector a:

a) Aprofundar o conhecimento do consumidor e da concorrência;

b) Acelerar o processo de inovação e diferenciação de produtos e serviços, incluindo a qualificação e certificação dos mesmos;

C) Repensar o modelo de negócio, antecipando as competênciasnecessárias e libertando recursos para comunicar com o consumidorno momento e local de decisão de compra e simplificar processos e apostar em ativos estratégicos.

Recomendação: o Plano Director do Turismo deveria serrevisto regularmente e adaptado as mudanças

Page 42: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A revolução das tecnologias de informação e comunicação, onde se destacam fenómenos como as redes sociais ou a proliferação de aplicações móveis, está a transformar a atividade turística ao nível do relacionamento entre os atores do negócio: produtores de serviços, distribuição e clientes. A capacidade de escrutínio e poder negocial do turista obrigam ao domínio das tecnologias de informação no sentidodo seu conhecimento, sob risco da perda de visibilidade e relacionamento com o mercado.

Um dos fatores decisivos passa pela capacidade de diferenciação da oferta, evitando a dependência de um número reduzido de canais de distribuição, centrados em estratégias de preço e que, por vezes, contribuem para uma forte erosão da margem das empresas. É assimfundamental trabalhar em cooperação, à escala do destino, obtendomassa crítica e sinergias que concretizem a proposta de valor e capitalizem a marca “Angola”

Modelos de negócioe tecnologias de informação

Page 43: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Parceria estratégica entre o Estado e osEmpresários Privados

É fundamental um maior grau de integração de estratégias entre entidades privadas e públicas, quer de âmbito nacional comoregional.

Page 44: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

É tarefa do Direito, em primeiro lugar, definir os conceitos gerais atinentes à respectiva política pública. Importa portanto uma definição de turismo.

No direito português (Lei de bases das Politicas Públicas de Turismo)o «Turismo» é o movimento temporário de pessoas para destinos distintos da sua residência habitual, por motivos de lazer, negócios ou outros, bem como as atividades económicas geradas e as facilidades criadas para satisfazer as suas necessidades.

Esta definição tem limitações doutrinais: por exemplo o estudante que foi estudar para Lisboa não faz turismo, apesar de deslocado da sua residência habitual ou o trabalhador estrangeiro que vem a Angola 10 meses não cabem nesta definição.

Preferimos a referencia a residência fiscal ou residência principal em vez de residência habitual.

Page 45: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Assim sendo, ao conjunto de legislação que visa regular todo aquelemovimento e atividades, podemos designar de Direito do Turismo, aventurando-nos mesmo a avançar com uma definição de Direito do Turismo: “É o ramo do Direito constituído pelo sistema de normas quevisam disciplinar as questões jurídicas suscitadas pela atividade turística.”

Entendendo-se por atividade turística, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT/UNWTO), as ações realizadas pelas pessoas durante as suas viagens a locais distintos do seu contexto habitual, por um períodoinferior a um ano, por motivo de lazer, negócios ou outros.

Esta definição da OMT parece muito mais adequada, pois considera o periodo temporal na delimitação do conceito jurídico de turismo. Ficavaassim resolvido o problema do da deslocação para estudo e emergiapor exemplo o conceito de turismo acadámico ou universitário, porexemplo.

DTO do TURISMO

Page 46: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Direito Público:- Direito Constitucional (define os direitos, liberdades e garantias fundamentais, a organização do sistema político e do sistema económico) – o Turismo materializa o direito social fundamental ao Lazer e traduz-se num sector económico pelo que se lhe aplicam os princípios de direito constitucional económico. O Contencioso é apreciado no Tribunal Constitucional e no Tribunal de Justiça da União Europeia, nomeadamente no que respeita à violação da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.- Direito Administrativo – regula os atos administrativos, os contratos públicos e a organização e gestão da administração pública. – Neste sentido regula o sector publico turístico bem como as entidades administrativas que regulam e fiscalizam a atividade do Turismo. Neste particular é relevante o Direito Administrativo Económico cujos princípios se aplicam a estas entidades, assim como à utilidade pública e ao Interesse para o Turismo. O contencioso é apreciado nos Tribunais Administrativos e Fiscais.- Direito Público Económico – trata-se do direito publico que regulamenta os mercados e a concorrência – É o direito regulatório e da concorrência que ainda está pouco desenvolvido em Angola.

Ramos do Direito com influencia no Direito do Turismo

Page 47: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Direito Privado:Princípios Gerais do Direito Civil: as regras de interpretação e o direito subsidiário é o Direito Civil, nomeadamente no que respeita ao Direito das Obrigações e ao Direito das Coisas ou Reais.Direito Comercial – Regula os atos de comércio sejam praticados ou não por comerciantes (o sentido jurídico de comerciante equivale no turismo ao empresário ou operador turístico), os contratos e as sociedades comerciais, no qual incluímos o direito das falências e da recuperação de empresas.. Os empresários turísticos são aqueles que a lei define, nomeadamente aqueles que estão registados ou licenciados como tal. Regula os contratos e as sociedades comerciais subsidiariamente ou seja em tudo o que não estiver especificamente regulado em legislação especial relativa ao sector turístico. Os seus princípios de celeridade, certeza, garantia, segurança e boa- fé também se aplicam ao Direito do turismo. (O contencioso comercial dirime-se nos Tribunais Cíveis nos Tribunais Arbitrais )

Ramos do Direito com influencia no Direito do Turismo

Page 48: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Direito do Trabalho - que regula a relação jurídico-laboral

Direito Fiscal – Regula os tributos e nomeadamente, os impostos. O Direito Fiscal do turismo traduz o regime especial para o sector,

Direito do Urbanismo – com particular incidência no imobiliário destinado ao turismo e na definição dos PDM.

(...)

Outros ramos do direito que se aplicamàs empresas turisticas

Page 49: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Sabendo nós o que é o Direito do Turismo, cumpre, agora, conhecer o seu conteúdo

Conteúdo do Dto do Turismo

Page 50: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O conteúdo do Direito do Turismo reveste

uma componente subjetiva, que se traduz nos agentes turísticos; e

uma componente objetiva, representada pelos recursos turísticos.

A caraterização de atos comerciais de carácter turístico como integrada no Direito do Turismo poderia trazer uma polémica nova sobre a natureza do atos irregulares e a sua distinção dos atos ilegais. Estes atos comerciais seriam típicos do direito turismo (por exemplo os contratos turísticos), independentemente de serem agentes comerciais turísticos quem os pratica. Mas na lei regulatória do turismo a pratica de atos comerciais regulados pelo direito do turismo implica o licenciamento do operador turístico. Ou seja, os contratos turísticos só o são se os portadores estiverem licenciados. Há assim uma predominância da definição subjetiva do direito do Turismo, sendo turístico o actopraticado pelo operador turístico, sendo que este o é a partir do momento em que é licenciado ou registado no Ministério da Hotelaria e Turismo.

CONTEÚDO DO DIREITO DO TURISMO

Page 51: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Na lei angolana há apenas atos civis e atos comerciais, não existindo na lei atos turísticos propriamente ditos.

Pretendemos, de jure contituendo, subdividir os atos comerciais e criar a especificidade turística de alguns contratos – como o de alojamento, por exemplo. Este ato bilateral implica obviamente a existência de licenciamento, mas se o sujeito não estiver licenciado estamos perante uma ato impróprio ou irregular do ponto de vista do turismo, mas cujo o regime deveria por extensão ser enquadrado na legislação turística. É nesse sentido que deve ser observado o em nosso entender, o ato comercial turístico, ou seja um ato comercial regulado pelo Direito do Turismo.

Page 52: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Note-se que se esta interpretação dos atos comerciais de turismo viesse a ser adoptada levaria por exemplo, a que os atos ou contratos análogos aos turísticos (praticados por um operador licenciado) mas praticados por um civil não licenciado poderiam ser considerados como atos abrangidos pela lei do turismo e não atos ilegais. E não sendo ilegais mas irregulares o regime de sanção seria mais brando.

É uma polémica ainda incipiente e cujas consequências ainda não podemos avaliar em toda a dimensão.

Polémica dos atos comerciais reguladospelo Dto do Turismo

Page 53: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

No direito atual, a componente objetiva há-de corresponder necessariamente à atividade levada a cabo pelos sujeitos do turismo.

Assim, nesta componente vamos encontrar os “bens turísticos”, que consistem na proteção da costa marítima e do património histórico, bem como do ambiente urbano e natural. Tarefa esta que incumbirá, primordialmente, aos sujeitos públicos do turismo, embora em colaboração com os outros sujeitos que podemos designar de sujeitos privados do turismo (os operadores turísticos e os utilizadores turísticos).

Um outro elemento desta componente objetiva são os “serviços turísticos”, que se consubstanciam nos transportes, alojamento, restauração, organização de atividades desportivas e recreativas, viagens organizadas, entre outras.

Esta tarefa irá caber, essencialmente, aos sujeitos privados do turismo, embora sobre a vigilância dos sujeitos públicos.

Do que foi referido, o objeto do Direito do Turismo confunde-se, legitimamente, com o objeto do turismo, isto é, com os “recursos turísticos”, entendendo-se por recursos turísticos os bens que pelas suas características naturais, culturais ou recreativas tenham capacidade de motivar visita e fruição turísticas.

Componente Objetiva

Page 54: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 - Sujeitos PúblicosNo que concerne aos sujeitos públicos, tratam-se de agentes turísticos que desempenham um papel capital na ordenação da iniciativa privada e na promoção dos destinos turísticos, bem como na proteção do utilizador turístico, mediante o exercício de uma atividade de fiscalização e de sanção, não esquecendo que desempenham, também, um importante papel no âmbito de alguns serviços públicos com relevância turística (informação turística; transportes urbanos; segurança e limpeza das cidades).É aqui que vamos, desde logo, encontrar uma primeira vertente da regulação jurídica do sector turístico.Desde logo, porque os agentes públicos do turismo são entidades públicas que prosseguem fins públicos de interesse para o turismo, integrando a Administração Pública e não apenas no Ministério da Hotelaria e Turismo. Não vamos aqui tratar do que é a Administração Pública angolana, interessa-nos, isso sim, saber da ligação desta com o direito.

Definição sujectiva

Page 55: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O Direito do Turismo trata dos atos praticados pelos operadores do Turismo. É um direito publico regulatório. Aplicação à regulação da atividade publica ou privado –mas sempre comercial – de turismo e no mercado turístico. O Direito Administrativo Económico do Turismo trata por seu turno da Administração Pública envolvida no sector turístico.

2 - Operadores TurísticosSão os empresários que desenvolvem a sua atividade no âmbito do turismo ou com relevância para o turismo.Os operadores turísticos são os fornecedores de produtos e serviços turísticos, entendendo-se como tais as pessoas singulares ou coletivas que exerçam uma atividade organizada para a produção, comercialização, intermediação e gestão de produtos e serviços que concorram para a formação de oferta turística nacional, nomeadamente: as agências de viagens e turismo; as empresas ou entidades exploradoras de empreendimentos turísticos, as empresas de aluguer de veículos de passageiros sem condutor; as empresas de animação turística e operadores marítimo-turísticos; os estabelecimentos de restauração e bebidas; as empresas concessionárias de jogos de fortuna e azar; as entidades prestadoras de serviços na área do turismo social e as empresas de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo de passageiros e entidades gestoras das respetivas infra-estruturas de transporte.A regulação destes operadores pertence ao Direito Público do Turismo”.

Page 56: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Devem ser considerados, ainda, como operadores turísticos, osestabelecimentos de alojamento local, as empresasorganizadoras de eventos, congressos e conferências, bemcomo os agentes económicos que, operando noutros setores de atividade, sejam responsáveis pela gestão e exploração de equipamentos e recursos turísticos, mesmo que a lei o nãodefina.

Aos operadores turísticos são conferidos um conjunto de direitos e deveres que decorrem da natureza da propriaactividade e dos pressupostos do PDT.

Page 57: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

3 – Utilizadores Turísticos

O utilizador turístico é o “turista” e o “utilizador dos produtos e serviços turísticos”, entendendo-se por“turista”, a pessoa que passa pelo menos uma noite numlocal que não seja o da residência habitual e a suadeslocação não tenha como motivação o exercício de atividade profissional remunerada no local visitado e por“utilizador dos produtos e serviços turísticos”, a pessoaque, não reunindo a qualidade de turista, utiliza serviços e facilidades turísticas.

De notar que o utilizador de Turismo não é remuneradona actividade turistica mas usa ou contratualiza serviços e bens formecidos por um operador turistico.

Os utilizadores turísticos também gozam de um conjuntode direitos e deveres que estão pressupostos no Plano Diretor do Turismo.

Page 58: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Em conclusão, a definição do direito do turismo emAngola inclui uma componente de ordem objetiva e outrade carater subjetivo.

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Numa definição alargada, o Direito do Turismo é o direito que se aplica aos recursos e bens turísticos e aos agentes turísticos, sejam eles os sujeitos e reguladores públicos (Direito AdministrativoEconómico do Turismo), os operadores turísticos e utentes, consumidores ou utilizadores turísticos(Direito Regulatório ou Direito Publico Económicodo Turismo ou Direito do Turismo em sentidoestrito).

Direito do Turismo

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Em Angola essa autonomia ainda não é clara, mas vai dar-se muito proximamente. Mas a regulação do turismo, ou o direito regulatório do turismo é um capitulo do Direito Público Económico, ou do Direito da Concorrência e da Regulação, estando por isso sujeito não só aos princípios gerais do direito mas aos princípios específicos do Direito Público Económico.

Aos contratos públicos de concessão ou de Parceria Publico Privada na área do Turismo aplicam-se as regras da Contratação Pública.

Subsidiariamente teremos o Direito Comercial e o Código Civil.

E ainda o Direito internacional, nomeadamente da Organização Mundial de Turismo a que Angola pertence e que se aplica na ordem interna nos termos da Constituição.

AUTONOMIA DO DTO DO TURISMO

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A sua autonomia está dentro do direito regulatório, sendo que o direito que regula os agentes púbicos de turismo é o direito administrativo e no caso do regulador – o Instituto de Turismo e os institutos jurídicos de Interesse Turístico e de Utilidade Pública Turística – façam parte do Direito Administrativo Económico.Como sector económico o Turismo sujeita-se as regras de mercado e concretamente ao direito da concorrência.Estando organizado sob a forma comercial – em sociedades comerciais – e os seus atos serem caraterizademente atos de comercio objectivamente – os princípios gerias do direito comercial tbsão recorrentes, nomeadamente no que respeita à celeridade, garantia de solidariedade dos devedores, facilidade da prova, segurança e boa fé.

Direito Público Económicoou Direito Regulatório

e relações com o Direito Comercial

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1. Qualidade ou padrão de exigencia / referênciaEsta é uma das características que s etraduz numa normaizaçãod e padrões de referência e que começou pelo ênfase que começou a ser dispensado àqualidade e à excelência do turismo, levando, assim, à necessidade da ordenação pública dos operadores turísticos, bem como dos bens e produtosturísticos, tornando o Direito numa ferramenta indispensável ao estudo e análise do setor turístico. Não se trata de luxo noturismo, mas de padronização de refrências e caracteristicas expectáveis pelos sujeitos do turismo.Em que medida é que a “qualidade” veio, então, erigir-se em característica do Direito do Turismo?Esta característica apresenta-se do ponto de vista finalístico ou teleológico e aparece a partir do momento em que aparece também o chamado turismo de massas que modifica, em certa medida, o objetivo prosseguido por quemutiliza o seu tempo livre para ir em busca de novas gentes, lugares e costumes, permitindo diferenciar aqueles, que têm como interesse prioritário sair do seulugar de origem para chegar ao seu destino (turista), daqueles quesimplesmente gostam de deslocar-se (viajante).

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DO TURISMO

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2 – Dualidade o Direito Privado / Direito Público

Este é um dos aspetos que torna o Direito do Turismo um Direitodual, uma vez que tributa normas de Direito privado e de Direitopúblico. Mas em que medida é que tal acontece?

Em primeiro lugar, quando se fala em “fuga para o Direitoprivado”, está-se a referir, por um lado, à utilização, por parte dos sujeitos públicos, de instrumentos e técnicas jurídicas própriosdaquele ramo do direito, mormente, a participação de entidadesde direito privado a prossecução de fins turísticos16, comoacontece com as associações empresariais, sindicais e outras da área do turismo que constituem parceiros fundamentais da definição e prossecução das políticas públicas do turismo.

Em segundo lugar, assiste-se a uma progressiva e intensaregulação pública da atividade dos agentes privados à qual não éalheiaa dos agentes privados do turismo

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3. A Garantia ou Proteção/Segurança

Esta é a característica que verdadeiramente conecta todos os elementos do conteúdo do Direito do Turismo (sujeitos, bens e serviços turísticos).

Dir-se-á mesmo que o eixo central do Direito do Turismo é a garantia da proteção dos direitos do utilizador turístico e dos bens turísticos, dado que a fidelização do utilizador turístico, máxime do turista, exige a devida e adequada proteção e conservação do ambiente natural e urbano.

O utilizador turístico não regressa a um determinado destino em que se descuida dos bens turísticos, bem como do aspetos culturais e históricos. Seminformação agradável acerca de um determinado destino turístico, não háutilizadores turísticos. Tão pouco os há se os poderes públicos permitem quese abuse do utilizador turístico, ou se permite o engano ou fraude na prestaçãodos serviços contratados com os fornecedores de produtos e serviçosturísticos.

DE notar que coomo actividade económica, o turismo está orientado àcompetitividade, sendo a qualidade um factor crítico, que a lei pretendeproteger.

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A articulação entre o público e o privado deve ser uma constante no setor turístico, pelo que o conteúdo do Direito do Turismo abarca, pois, dois grandes blocos de matérias (público e privado).

No bloco público encontramos a regulamentação da organizaçãopública/administrativa do turismo e da ação administrativa de fomentodo turismo, bem como a regulamentação administrativa dos operadores turísticos e o regime disciplinar da atividade turística.

No bloco privado vamos encontrar a regulamentação do estatutojurídico dos sujeitos privados que participam do tráfico turístico(empresas e utilizadores turísticos) e a regulamentação das relaçõesjurídico privadas que entre eles se estabelecem (contratação turística).

Assim sendo, teremos que concluir pela natureza jurídica dual do direitodo Turismo.

NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TURISMO

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Esta dualidade de natureza jurídica encontra-se estreitamenteligada à também natureza multidimensional e multidisciplinar do próprio “turismo”. O turismo possui múltiplas dimensões namedida em que trata de uma realidade que pode analisar-se numafaceta económica, jurídica e de lazer (multidisciplinariedade), peloque qualquer que se interesse pelo fenómeno turístico, poderáencará-lo através de diferentes disciplinas (interdisciplinaridade), isto é, tantas quantas as correspondentes aos ramos do saber: Economia, Geografia, Sociologia e, evidentemente, Direito, porsua vez, dentro deste último, encontramos a perspetiva pública e privada.

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É toda esta versatilidade do fenómeno turístico que nosobriga a qualificá-lo como de natureza jurídica dual –tributário do Direito Público e do Direito Privado. A matéria turística encontra-se, assim, situada numa zonanublada do ordenamento jurídico, a cavalo entre o Direito Administrativo, que regula tudo o que se relaciona com a organização, fomento e disciplina do setor turístico e o Direito Privado que regula a contratação turística entre osoperadores turísticos e os utilizadores turísticos, bemcomo a responsabilidade pelo incumprimento das prestações obrigacionais ou pelo cumprimento defeituosodas mesmas.

Natureza dual do Direito do Turismo

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Uma vez examinado o conceito de Direito do turismo e a sua caracterização básica, falta-nos fazer uma última reflexão acerca da possibilidade em se falar de um “Direito do Turismo” como direito autónomo ou independente dos outros ramos do Direito.Esta questão está intimamente ligada à anterior, isto é, à localização intermédia do Direito do Turismo no Direito Público e no Direito Privado.Pois bem, esta situação intermédia entre o público e o privado não tem sido obstáculo para uma parte da doutrina europeia defender a existência de um Direito do Turismo autónomo em relação aos outros ramos do saber jurídico, sustentando esta posição nas peculiaridades dos negócios jurídicos próprios do sector turístico, bem como nas exigências específicas dos vínculos jurídicos por meio de contratos-tipo, muito utilizados no sector.Todavia, a doutrina maioritária é no sentido contrário, existindo uma certa resistência à concessão de autonomia plena às questões jurídicas turísticas, dado que estas últimas carecem de princípios inspiradores e de critérios de ordenação próprios que justifiquem uma pretensa consideração como ramo independente do ordenamento jurídico, não sendo mais que uma parte do Direito Público especial e, mais concretamente, do Direito Público Económico.Esta é a posição maioritária entre os iuspublicistas.

DIREITO DO TURISMO COMO SETOR EMERGENTE DO ORDENAMENTO JURÍDICO

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No que respeita aos iusprivatistas, estes chegaram a conclusões semelhantes. Contudo, não fecham portas a um debate sobre a sua legítima aspiração a converter- se futuramente numa disciplina autónoma, evoluindo da sua condição atual de Direito informativo, para passar à sua consagração como Direito especial.

Não obstante, o certo é que, até ao presente momento, o processo de emancipação do Direito do Turismo ainda não se materializou em Angola, conservando tão somente a sua condição de direito meramente informativo (parte do Direito Público Económico ou Direito Regulatório e Direito Administrativo), formado por um conjunto de normas catalogadas pelo Ministério da Hotelaria e Turismo que, por ter em comum a natureza da matéria regulada – o turismo – se presta a uma exposição sistemática do seu conteúdo.

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Intimamente relacionado com o que se acabou de expor, o reconhecimento da necessidade de uma abordagemsistemática do conteúdo do “Direito do Turismo” e que se prende com as duas características das quais lançam mãos osdefensores da sua autonomia, referimo-nos, maisconcretamente, às peculiaridades dos negócios jurídicospróprios do setor turístico, bem como às exigênciasespecíficas dos vínculos jurídicos estabelecidos por meio de contratos-tipo, muito utilizados no âmbito do setor turístico, encontra-se a questão da contratação turística.

CONTRATAÇÃO TURÍSTICA

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O contrato, como instituição básica do Direito Privado, pode serdefinido como o acordo de vontades entre duas ou mais pessoasdo qual nascem obrigações de dar, fazer ou não fazer, que oscontraentes têm que cumprir.

A sua principal função no tráfico moderno é de servir de instrumento jurídico para o intercâmbio de bens e serviços no mercado.

Ora, a normativa geral aplicável aos contratos encontra-se, fundamentalmente, no Código Civil (CC) e no Código Comercial(Ccom.). Todavia, a regulamentação contratual prevista naquelesCódigos está inspirada no princípio da liberdade contratual ouprincípio da autonomia da vontade que faculta às partes a liberdade para estabelecer as estipulações que entendam maisconvenientes aos seus interesses, sem outro limite que o respeitopela lei, ordem pública e bons costumes.

Contrato Comercial

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Os contratos turísticos podem ser definidos, em princípio, como todos aquelescontratos que sejam celebrados entre sujeitos turísticos privados (na terminologialegal pública – operadores turísticos e utilizadores turísticos) tendo por objetoserviços turísticos, não integrando uma categoria contratual expressamentereconhecida pelo legislador (não obstante a doutrina mercantilista começar a prestar-lhes uma especial atenção).A maioria dos contratos turísticos não apresentam, em regra, nenhumaparticularidade destacável, pelo menos, do ponto de vista jurídico-privado, isto é, do ponto de vista do Direito Privado. A única característica destacável consiste no facto de dizer respeito ao setor turístico.Assim sendo, muito dos contratos que em princípio poderiam qualificar-se como“contratos turísticos” não possuem, na verdade, uma identidade e autonomiasuficientes para poderem constituir, por si só, um novo tipo contratual.Na maioria dos casos, tais contratos podem ser enquadrados dentro de outros tipos tradicionais de contratos, cujo regime jurídico não se vê substancialmentealterado pelo facto de ter como objeto específico serviços turísticos, pelo que nãoserão considerados “contratos turísticos”. Apenas consideraremos como“contratos turísticos” aqueles que para além de serem específicos do setorturístico, têm regulação jurídica própria e identidade autónoma suficiente parajustificar o seu estudo específico como uma categoria independente de qualqueroutro tipo de contrato

Contratos Turísticos

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Contudo, nos últimos anos foi-se desenvolvendo a chamada“moderna contratação” entre sujeitos submetidos ao Direitoprivado, que deixa espaço para a existência de um podernormativo exercido por apenas um dos contraentes.

A negociação contratual individualizada se substitui pela simples adesão do contraente mais fraco às cláusulas predispostas pelacontraparte (contrato de adesão ou contratos tipo). Nestamedida, constata-se a inadequação das normas civis e comerciais para regular um tráfico económico desenvolvido emmassa e que afeta um número cada vez maior de cidadãos. Tal circunstância veio determinar a aprovação de novas normas cujafinalidade principal é a proteção do contraente mais “fraco”.

Ora, um dos setores em que tal ocorre é, precisamente, o do turismo.

É assim que podemos passar a falar numa nova realidade que éa da “contratação turística”, protagonizada pelos “contratosturísticos”.

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A classificação dos “contratos turísticos” pode serrealizada de acordo com diversos critérios:

O critério deacordo com o carácter preparatório oudefinitivo da prestação material do serviço ao utilizadorturístico (turista e o utilizador de serviços ou produtosturísticos).

O critério de acordo com o setor turístico no âmbito do qual os contratos são celebrados.

1. Classificação dos Contratos Turísticos

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Assim, de acordo com o primeiro critério referido, vamosencontrar os seguintes contratos turísticos:

1. Os de carácter preparatório, que se consubstanciam noscontratos turísticos interempresariais que possuem uma funçãopreparatória da futura prestação efetiva dos distintos serviçosturísticos ao utilizador turístico, vinculando apenas as empresasque os celebram (contratos de reserva entre empreendimentosturísticos e agências de viagem, contratos de manutenção de complexos turísticos de habitação periódica celebrados entre o promotor ou proprietário e a empresa que presta o serviço). De notar que estamos perante uma teoria do acessório naqualificação de turista ao acto juridico ou contrato de turismo. Inclui nao só o contrato com o turista mas tambem os contratosacessórios orientados ao fim, que a lei qualifique como tal.

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2. Os de carácter definitivo, que se consubstanciam noscontratos turísticos de consumo que são aqueles que têmpor objeto a prestação de um serviço turístico ( alojamento, transporte, etc.) ao utilizador final , quersejam celebrados diretamente entre este último e a empresa fornecedora do serviço turístico (contratosturísticos de consumo direto), quer seja celebrado com a intervenção de um terceiro (contratos turísticos de mediação), que a lei qualifique como tal.

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Temos portanto os actos jurídicos (contratos) turísticos:

1. Preparatórios

2. Finais

Tipos de contratos turísticos

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A relação jurídica turística tem dois sujeitos:

1. Os agentes turísticos ou empresários turísticos

e

2. Os utilizadores turísticos

Relação Jurídica do Turismo

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Os sujeitos da contratação turística são designadamente:(1) os fornecedores de produtos e serviços turísticos, isto é, todas as pessoasingulares ou coletivas que exerçam uma atividade organizada para a produção, comercialização, intermediação e gestão de produtos e serviçosque concorram para a formação da oferta turística nacional, nomeadamente:

- As agências de viagens e turismo: - As empresas ou entidades exploradoras de empreendimentos turísticos; - As empresas de aluguer de veículos de passageiros sem condutor; - As empresas de animação turística e operadores marítimo-turísticos; - Os estabelecimentos de restauração e bebidas; - As empresas concessionárias de jogos de fortuna e azar; -As entidades prestadoras de serviços na área do turismo social; - As empresas de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo de passageiros e entidades gestoras das respetivas infra-estruturas de transporte.

Sujeitos da contratação turística

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Considera-se, ainda, que concorrem para a formação da oferta turística os estabelecimentos de alojamento local, as empresas organizadoras de eventos, congressos e conferências, bem como os agentes económicos que, operando noutros setores de atividade, sejamresponsáveis pela gestão e exploração de equipamentos e recursos turísticos.

A todos estes agentes, poderemos designar de “operadores turísticos” ou “empresários turísticos” ouempreendedores de turismo”.

Operadores turísticosou empresários turísticos

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A estes sujeitos, a têm um conjunto de direitos e de deveres que decorrem do facto de terem uma protecçãoespecial.

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A sustentabilidade do Turismo e dos seus agentes comerciais obriga muitas vezes à inclusão do sector solidário e em particular do Voluntariado (ação não remunerada financeiramente) turístico como aspecto crítico do Turismo.Não são contudo, agentes turísticos identificados na lei portuguesa, embora sobretudo na realização de grandes eventos a sua presença seja fundamental para assegurar a sustentabilidade financeira (caso dos Jogos Olímpicos com dezenas de milhares de voluntários não remunerados pela Organização)Porém o voluntário tem todos as obrigações que decorrem da Regulação turística, civil, comercial ou laboral, tendo apenas a especificidade de não ser remunerado financeiramente. Para o voluntário as contrapartidas do seu trabalho profissional são de outra natureza (por exemplo de natureza social, cultural, curricular etc.

Voluntariado e Turismo

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Assim, dentro do elenco dos direitos vamos encontrar:

- o acesso a programas de apoio, financiamento ou outros benefícios, nos termos de diploma legal;

- a menção dos seus empreendimentos ou estabelecimentoscomerciais, bem como dos serviços e atividades que exploramou administram, em campanhas promocionais organizadas pelasentidades responsáveis pela promoção interna e externa, paraas quais contribuam financeiramente;

- constar dos conteúdos informativos produzidos e divulgadospelas entidades públicas com responsabilidades na área do turismo.

Direitosdos empreendedores turísticos

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Dentro do elenco dos deveres podemos encontrar:

1. - o de cumprimento da legislação específica aplicável às respetivas atividades;

2. - o de apresentação de preços e tarifas ao público de forma visível, clara e objetiva, nos termos da legislação aplicável;

3. - o de desenvolvimento da sua atividade com respeito pelo ambiente, pelopatrimónio cultural e pelas comunidades locais;

4. - o de assegurar a existência de sistemas de seguro ou de assistênciaapropriados que garantam a responsabilidade civil dos danos causados aosturistas e consumidores de produtos e serviços turísticos, assim como a terceiros, ocorridos no âmbito do exercício da atividade turística;

5. - o de adotar as melhores práticas de gestão empresarial e de qualidade de serviço e procedimentos de controlo interno da sua atividade;

6. - o de adotar práticas comerciais leais e transparentes, não lesivas dos direitos e interesses legítimos dos consumidores de produtos e serviços turísticos e respeitadoras das normas da livre concorrência.

Deveresdos Empreendedores Turísticos

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(2) Para além dos empreendedores turisticos como sujeitosda contratação turística, temos também os utilizadoresturísticos.

Relação Jurídica

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Poder-se-á mesmo dizer que o utilizador turístico, sem prejuízo da importância dos sujeitos públicos do turismo e dos operadoresturísticos, é o protagonista estrelar do turismo, pelo que a suaproteção, através de um adequado estatuto jurídico, se erige no pilar central do “Direito do Turismo”.

Pois bem, o turismo consiste num negócio de prestação de serviços e sem utilizadores satisfeitos, o negócio não vinga ou nãoproduz rendimentos economicamente rentáveis. Daí ser necessárioo conhecimento da regulamentação jurídica dos seus direitos, das queixas e reclamações que podem apresentar, dos mecanismosarbitrais de jure constituendo necessários para resolver com celeridade e rapidez os conflitos entre os utilizadores e osoperadores turísticos.

Utilizador Turístico

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Mas para ir de encontro com a definição de “turismo” queadoptamos, o conceito de utilizador turístico abrange doistipos de sujeitos, a figura do “turista” e a do “utilizador de produtos e serviços turísticos”, mas que não é turista.

O “turista” é a pessoa que passa pelo menos uma noitenum local que não seja o da residência habitual e a suadeslocação não tenha como motivação o exercício de atividade profissional remunerada no local visitado.

O “utilizador de produtos e serviços turísticos” é aqueleque, não reunindo a qualidade de turista, utiliza serviços e facilidades turísticas.

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Quer uns, quer outros gozam dos mesmos direitos e estão adstritos aos mesmosdeveres.De entre o elenco dos direitos encontramos os seguintes:1. - obter informação objetiva, exata e completa sobre todos e cada uma das

condições, preços e facilidades que lhe oferecem os fornecedores de produtos e serviços turísticos;

2. - beneficiar de produtos e serviços turísticos nas condições e preçosconvencionados;

3. - receber documentos que comprovem os termos da sua contratação e preçosconvencionados;

4. - fruir de tranquilidade, privacidade e segurança pessoal e dos seus bens;5. - formular reclamações inerentes ao fornecimento de produtos e prestação de

serviços turísticos, e obter respostas oportunas e adequadas;6. - fruir de produtos e serviços turísticos em boas condições de manutenção,

conservação, higiene e limpeza;7. - obter a informação adequada à prevenção de acidentes, na utilização de

produtos e serviços turísticos.

Direitos dos utilizadores turísticos

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Quanto aos deveres, podemos contar com os seguintes:

1. - Cumprir a lei e os regulamentos vigentes;

2. - respeitar o património natural e cultural das comunidades, bemcomo os seus costumes;

3. - utilizar e fruir dos serviços, produtos e recursos turísticos com respeito pelo ambiente e tradições nacionais;

4. - adotar hábitos de consumo ético e sustentável dos recursosturísticos.

Deveres dos dos utilizadores turísticos

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O turismo tem também uma vocação para ser gerida de acordo com as regras participativas da Economia Solidária(terceiro e quartos sector) seja sob a forma de fundações, cooperativas, iniciativas de sociedades civis e aindaParcerias Publico Privadas.

É um sector que pode ter muito desenvolvimento emAngola, sobretudo criando uma àrea de turismodesportivo, turismo histórico, turismo senior e de turismopara populações rurais e estudantis.

Sector Solidário do Turismo

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A par da auto-regulação, o Estado pode desenvolver políticas de nudging (persuasão de boas práticas) para além do fomento público, investimento público directo e da regulação.

A criação de uma entidadereguladora do sector envolvendo osagentes e os utilizadores turisticos

pode ser uma opção a prazo.

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- a Organização Mundial do Turismo (OMT), a agência das Nações Unidas para as questões do sector do turismo.

- a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), promovendo projectos comuns como o Projecto Okavango-Zambeze e o Polo Turístico da Bacia de Okavango, localizado no município do Dírico (Kuando Kubango).

- a União Africana, que pode ter politicas publicas sustentáveis comuns.

- a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), promovendo a concertação político-diplomática e de cooperação entre os seus membros.

Organizações e cooperaçãointernacional no Turismo

Page 93: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Agência especializada das Nações Unidas e fórum global para o debate das questões da política de turismo.

A Organização Mundial do Turismo (OMT/UNWTO), com sede emMadrid, é uma agência especializada das Nações Unidas e um fórumglobal para o debate das questões da política de turismo. Portugal éMembro Efetivo da Organização, desde 1976.

A OMT congrega, atualmente, 155 países (Membros Efetivos), seteTerritórios, não responsáveis pelas suas relações externas (MembrosAssociados), e mais de 400 Membros profissionais (MembrosAfiliados), estes últimos representando Associações do setor, Instituições de Educação e Formação e Empresas.

Organização Mundial do Turismo(OMT)

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A OMT é composta pelos órgãos seguintes:- Assembleia-Geral: reúnede dois em dois anos. É composta por membros efetivos e membrosassociados. Os membros afiliados e representantes de outrasOrganizações Internacionais participam apenas como observadores.

- Comissões Regionais: existem seis Comissões Regionais (África, Américas, Sudeste Asiático e Pacífico, Ásia do Sul, Europa e MédioOriente) que se reúnem pelo menos uma vez por ano. Cada comissãoregional é composta por todos os membros efetivos e todos os membrosassociados da sua região. Os membros afiliados da cada região participamnos trabalhos na qualidade de observadores.

- Conselho Executivo: Órgão de direção da OMT que reúne pelo menosduas vezes por ano e é composto por 30 membros, eleitos pelaAssembleia-Geral (1 membro por cada 5 membros efetivos de cadaregião) e ainda a Espanha, membro permanente, por ser o país onde se localiza a sede da Organização. Os representantes dos membrosassociados e dos membros afiliados participam nas sessões do Conselhocomo observadores.

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A 94ª Sessão do Conselho Executivo terá lugar em Campeche, México, em outubro de 2012.- Comités: Os comités especializados constituídos por Membros da OMT, dão parecer sobre a gestão e o conteúdo do programa. Destacando-se, entre outros, o Comité do Programa, o Comité de Orçamento e Finanças, o Comité de Estatísticas e Conta Satélite do Turismo, o Comité de Mercados e Competitividade, o Comité de Desenvolvimento Sustentável do Turismo, o Comité Mundial de Éticado Turismo e o Comité responsável pela análise das candidaturas àqualidade de Membro Afiliado.- Secretariado: Dirigido pelo Secretário-Geral, Taleb Rifai (Jordânia), desde 1 de Janeiro de 2010, conta com cerca de 110 funcionários, naSede da OMT, em Madrid.O Secretário-Geral é coadjuvado, desdeJaneiro de 2010, por três Diretores Executivos: - Márcio Favilla Lucca de Paula (Brasil) Diretor Executivo para as Relações Externas e Parcerias da OMT;- Frédéric Pierret (França) Diretor Executivo para o Programa e Coordenação da OMT;- Zoltán Somogyi (Hungria) DiretorExecutivo para as Relações com os Membros e Serviços da OMT

Page 96: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Actualmente, da agenda política da OMT fazem parte temascomo:

os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio;

o Desenvolvimento de um Turismo Responsável, Sustentável e Acessível a todos, com especial atenção aosPaíses em Desenvolvimento;

a implementação do Código Mundial de Ética do Turismo;

a Avaliação Económica do Turismo (Conta Satélite),

a Formação e

a Gestão de Conhecimentos.

OMT - agenda

Page 97: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Temos exemplos da consciência pública de um Turismo sustentável que esta a influenciar as boas práticas das empresas reagindo ao discursos político do sector solidário, com a responsabilidade social e ambiental da empresa turística e as políticas de sustentabilidade.

Exemplos disso são a CARTA INTERNACIONAL DO TURISMO CULTURAL / Gestão do Turismo nos Sítios com Significado Patrimonial – 1999, adoptada pelo ICOMOS na 12.a Assembleia Geral no México, em Outubro de 1999 http://www.turismodeportugal.pt/Português/AreasAtividade/desenvolvimentoeinovacao/Documents/Doc10_CartaInternacionalTurismoCultural.pdf

Outra forma de intervenção publica éatravés de incentivos à Auto-regulação e

ao nudging

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É uma das prioridades mundiais expressas nasrecomendações da Agenda 21 (adotada na Convenção do Rio, em 1992)

Àfrica poderia no âmbito da União Africana adoptar umacarta Africana do Turismo Sustentável

Turismo Sustentável

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Proposta de OBJETIVOS de uma Carta Africana do TurismoSustentável

O objetivo principal da Carta Africana de Turismo Sustentável assentano desenvolvimento sustentável do Continente, de modo a permitirresponder às necessidades económicas, sociais e ambientais das gerações presentes sem comprometer as das gerações futuras.

A Carta seria, em suma, a constituição de uma parceria entre a ÁreaProtegida com todos aqueles que têm um papel preponderante no desenvolvimento do turismo em África, com o objetivo de neleintegrar os princípios do desenvolvimento sustentável.

Page 100: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Esta parceria inicia-se a partir da delineação de uma estratégia para o turismo que é estabelecida entre a Área Protegida e os parceirosaderentes, empresas turísticas e operadores turísticos, na qual se desenvolvem atividades, alojamentos e produtos turísticos que sejamsocial, económica e ecologicamente sustentáveis e que, em simultâneo, contribuam para um desenvolvimento económico de África.

Esta estratégia assentaria em quatro objetivos fundamentais:

Conservação e valorização do património e do equilibrio ambiental;

Desenvolvimento social e económico, criando emprego;

Preservação e melhoramento da qualidade de vida dos habitantes locaise valorização da diversidade das tradições e culturas; e

Gestão dos fluxos de visitantes e aumento da qualidade da ofertaturística.

4 objectivos fundamentais

Page 101: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

ESTRATÉGIA GLOCALAs prioridades estratégicas e os programas de ação deveriam ser determinados, localmente, entre a área protegida e os parceiros, tendo em conta as diferenças existentes entre as áreas protegidas. No entanto, os seguintes oito pontos deverão ser sempre desenvolvidos na estratégia a adotar.

1. Proteger e valorizar o património natural e cultural da área protegida:1. Monitorização dos impactos na flora e na fauna e controlo do fluxo de visitantes

nas áreas mais sensíveis;2. Desenvolvimento de atividades que suportem a manutenção do património

histórico, cultural e as tradições locais;3. Redução de actividades que afectem a qualidade das paisagens, da água e do ar;

e4. Estimulando os visitantes e a indústria turística a contribuir através de boas

práticas para a conservação do património.

2. Providenciar aos visitantes uma experiência de qualidade durante a sua visita:Pesquisando quais são as expectativas dos visitantes (atuais e potenciais); eIr ao encontro das necessidades específicas de determinados visitantes (portadores de deficiências, idosos, crianças).

Page 102: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

3. Proporcionar ao visitantes informação sobre as qualidades específicas da área protegida:1. Providenciar, prontamente, ao visitante uma informação de qualidade dentro e fora

da área protegida com a ajuda dos parceiros turísticos; e2. Criar uma rede de facilidades educacionais assente em serviços que visem a

interpretação do património natural e cultural da área protegida, destinadas não só aos visitantes mas também aos habitantes locais, nomeadamente, grupos e escolas.

4. Estimular a oferta de produtos turísticos específicos que permitam a descoberta e a compreensão do meio natural e cultural da área protegida:1. Criação e apoio a actividades, eventos e pacotes turísticos que visem a interpretação

da natureza e do património.

5. Assegurar que o turismo suporta e não reduz a qualidade de vida dos habitanteslocais:1. Envolver as comunidades locais no planeamento do turismo na região;2. Assegurar um bom diálogo entre a área protegida, os habitantes locais e os

visitantes; e3. Identificar e reduzir quaisquer conflitos que surjam.

Page 103: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

6. Aumentar o conhecimento sobre a área protegida e sobre os assuntosda sustentabilidade entre todos aqueles que estão envolvidos no turismo:

1. Criação e apoio a programas de formação para os funcionários da áreaprotegida e para as empresas do sector turístico.

7. Aumentar os benefícios do turismo na economia local:

1. Promover a compra de produtos locais (gastronomia, artesanato, serviços e actividades locais) pelos visitantes e pelo comércio turístico; e

2. Estimular o emprego dos habitantes locais na área do turismo.

3.

8. Monitorizar os fluxos de visitantes para reduzir os impactos negativos:

1. Efetuar um registo contínuo do número de visitantes, no tempo e no espaço;

2. Criar e implementar um plano de gestão dos visitantes; e

3. Promover o uso de transportes públicos, da bicicleta e a pé comoalternativa à viatura particular.

Page 104: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Em linha com a estratégia económica «, o quadro de acçõespara o turismo ao nível da UE pode ser construído com base nas seguintes quatro prioridades:

1. Estimular a competitividade no sector turístico emAngola

2. Promover o desenvolvimento de um turismosustentável, responsável e de qualidade

3. Consolidar a imagem e a visibilidade de Angola como um conjunto de destinos sustentáveis e de qualidade

4. Maximizar o potencial das políticas e dos instrumentosfinanceiros do Estado para desenvolverem o turismo

Novo quadro de acçãono turísmo em Angola

Page 105: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1. Estimular a competitividade no sector turístico em Angola, através das seguintes acções:

desenvolver a inovação no turismo, por exemplo, facilitando a adaptaçãodo sector e das suas empresas aos desenvolvimentos do mercado no âmbito da tecnologia e inovação na informação e comunicação;

melhora as competências profissionais no sector,

tentar colmatar a sazonabilidade da procura, por exemplo, facilitando o intercâmbio turístico voluntário, em especial durante a época baixa e paragrupos-alvo específicos da sociedade, e incentivando o desenvolvimentode um intercâmbio voluntário de informações em linha para melhorar a coordenação das férias escolares;

promover a diversificação da oferta turística, nomeadamente através de uma maior ênfase no património comum angolano e na promoção do mesmo, bem como pela integração do património «natural» nasestratégias turísticas;

contribuir para uma melhor coordenação das actividades de investigaçãorelacionadas com o turismo e consolidar os dados socio-económicos sobreo turismo ao nível do País.

Page 106: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

2. Promover o desenvolvimento de um turismo sustentável, responsável e de qualidade, através das seguintes acções:

desenvolver um sistema de indicadores para a gestão sustentável de destinos, o que poderá contribuir para criar um rótulo para promoção de destinos turísticos sustentáveis;organizar campanhas de sensibilização para melhor informar os turistasangolanos acerca dos destinos, incluindo informações sobre transportes e relações com a população local;criar uma marcaangolana para o turismo de qualidade, com base emexperiências nacionais, para aumentar a segurança e a confiança dos consumidores;facilitar a identificação dos riscos ligados às alterações climáticas paraproteger o sector do turismo angolano contra os investimentosincorrectos e explorar serviços turísticos alternativos;propor uma carta do turismo sustentável e responsável para Africa;propor uma estratégia para um turismo costeiro e marítimo sustentável;estabelecer ou reforçar a cooperação com os países da Africa Austral e da Lusofonioa para promover modelos de desenvolvimento turísticosustentável e responsável e o intercâmbio das melhores práticas.

Page 107: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

3. Consolidar a imagem e a visibilidade de Africa como um conjunto de destinos sustentáveis e de qualidade, atravésdas seguintes acções:

apoiar a criação de uma «marca Africana», em estreitacolaboração com os países da UA e complementar osesforços promocionais destes, de forma a permitir que osdestinos europeus se destaquem quando comparadoscom outros destinos turísticos internacionais;

Promover Africa como um destino turístico sustentável e de qualidade, através do portal «visiteangola.com» e emimportantes eventos internacionais ou em grandes feiras e mostras turísticas;

reforçar a participação de Àfrica nas instânciasinternacionais.

Page 108: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

4. Maximizar o potencial das políticas e dos instrumentosfinanceiros de Angola para desenvolver o turismo, atravésdas seguintes acções:

integrar e coordenar melhor o turismo com outraspolíticas, como as políticas em matéria de transportes, concorrência, mercado interno, política fiscal, protecçãodo consumidor, ambiente, emprego e formação, bemcomo as políticas de desenvolvimento regional e rural, todas elas com impacto directo ou indirecto no turismo;

promover e mobilizar instrumentos e programasnacionais de apoio a favor do turismo.

Page 109: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O turismo é uma actividade económica fundamental, cujaimportância para o desenvolvimento da economia e o emprego é particularmente significativa na Europa e constitui uma faceta importante da existência dos cidadãos europeus.

A procura de serviços turísticos tem sido afectada poracontecimentos negativos. Não obstante, Africa tem de elaborar uma política turística comum se pretendemelhorar a sua posição como destino turístico no mundo e aumentar a capacidade de tirar partido da riqueza e da diversidade das suas regiões.

Page 110: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O turismo não deve ser encarado como uma políticaindependente, e sim como uma temática transversal que édirectamente influenciada pelas outras políticas adoptadaspor Angola, com destaque para as políticas de transporte, da educação, do emprego, da investigação e da inovação, de combate às alterações climáticas, do ambiente, do mercadoconcorrencial, da segurança, dos consumidores, etc. Assim, a política do turismo não é da responsabilidade apenas do Ministério da Hotelaria e do Turismo, devendo isso sim seranalisada em simultâneo com todas as outras políticas do Estado.

Recomendações

Page 111: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A indústria do turismo confronta-se com uma concorrência mundial cadavez mais intensa por parte dos países emergentes ou emdesenvolvimento, que atraem um número cada vez maior de turistas. Para ser competitiva, Angola tem que uma política sustentável queinclua, nomeadamente a segurança:

- a nível social e ambiental,- em matéria de transportes e deslocações fiáveis,- na estadia, a todos os níveis,- em transacções seguras, quer bancárias, comerciais ou outras,- nos cuidados de saúde e em matéria de higiene,- no domínio da saúde,- nos serviços policiais e de segurança,- nas possibilidades de acesso e nas infra-estruturas para as pessoascom deficiência ou com necessidades específicas,- nos cuidados,- na qualidade,- do ponto de vista do profissionalismo e da qualidade dos serviçospessoais directos e indirectos,- no que respeita aos direitos do cidadão.

Page 112: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A diversidade está no cerne do turismo Angolano. O amplo leque de experiências que podem ser vividas em cada uma das Províncias contribui para atrair os visitantes que os escolhem como destinos turísticos. A rica variedade do seu património cultural, das suas paisagens naturais, da sua gastronomia e da sua história faz com que cada Província ofereça sensações diferentes a quem os visita. A preservação dessas diferenças é primordial e constitui um trunfo de primeiro plano na promoção de Angola no resto do mundo.

Recomendações

Page 113: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Convicto de que é fundamental encorajar a cooperação aonível internacional, sobretudo nos mercados importantespara Angola, convém criar as condições indispensáveis àsimplificação do procedimento de emissão de um vistoturistico, com o objectivo de atrair mais pessoas. Osturistas deverão ter a possibilidade de se deslocar entre provincias, pelo que será necessário simplificar a regulamentação e as normas de segurança nesse sentido.

Recomendações

Page 114: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Importa ter presente que a política das viagens com todasas despesas incluídas, que muitas empresas adoptaram emAfrica, acabou por surtir efeitos diametralmente opostosaos esperados: infelizmente, em muitos países, émanifesto que o modelo dos clubes/Safaris com "tudoincluído" e das grandes unidades hoteleiras veio agravaros problemas das pequenas e médias empresas situadasna sua proximidade e dificultar a integração bos benefíciosdo turismo na economia local. É uma experiência a reterde outros locais.

Recomendações

Page 115: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O sistema dos pacotes "tudo incluído" não deve ser rejeitado de forma categórica, uma vez que dá talvez resposta às necessidades de um determinado sector da procura turística, mas, tal como todos os outros produtos turísticos, deve estar vinculado a critérios de legalidade e ao princípio da concorrência leal com outras ofertas e ser usado de forma controlada, com fundos próprios, e privado de auxílios estatais. O dinheiro gasto pelos turistas deve ser difundido o mais alargadamente possível, para que o desenvolvimento se espalhe "em torno" do hotel. O visitante tem de ter a possibilidade de escolha dentro do orçamento que pretende gastar dentro ou fora do referido hotel.

(Obviamente tem que haver oferta do mesmo nível e segurança o que obriga a um controlo de qualidade alimentar institucional etc.).

Recomendações

Page 116: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Inclusão

Inter-disciplinariedade

Integração Regional

Respeito pelos Direitos

Promoção electrónica

Sustentabilidade ambiental

Formação profissional

Aposta em marcas reconhecíveis e de qualidade

O respeito pelos poderes tradicionais

Soluções glocais ( o MacDonalds em Angola poderia seracompanhado com mandioca, por exemplo)

Propõe-se que as politicas públicas de turismo em Angola salientem:

Page 117: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Sol e Mar

Page 118: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Proposta de criação de uma Lei de Bases do TurismoAngolano

PARTE II

Page 119: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A o de uma lei de bases do turismo que consagreos pios orientadores e o objectivo de uma ticanacional de turismo é uma proposta a fazer no ambito da redefinição das políticas públicas angolanas.

É preferivel pensar o Direito do Turismo como um sistema, com um conjunto de regras proprias para além das regrasdo Direito Comercial e do Direito Público Económico.

Há aspectos a ponderar nas políticas públicas do Turismoque recomendo:

Lei de Bases de Turismo(Proposta)

Page 120: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

a sustentabilidade ambiental, social e económica do turismo,

transversalidade do sector, que torna fundamental a articulação das várias políticas sectoriais,

garantia da competitividade das empresas e da livreconcorrência

participação dos interessados na definição das políticaspúblicas.

Princípios gerais

Page 121: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

os transportes e a acessibilidades, maxime o transporte aéreo, vistos e entraves administrativos e de segurança,a qualificação da oferta,a promoção, o ensino e formação profissionala política fiscal e de apoo ao investimentoValorização da diversidade cultural e de experiencias(especialização)a competitividade dos agentes económicos como factor determinante do desenvolvimento do turismo.

Áreas prioritárias de incidência das políticas públicas de turismo

Page 122: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

São princípios gerais das políticas públicas de turismo devemincluir:

a) O princípio da sustentabilidade;

b) O princípio da transversalidade;

c) O princípio da competitividade

d) O princípio da glocalização

e) O principio da participação e do diálogo multinivel

f) O princípio da avaliação e aprendizagem.

Princípios gerais

Page 123: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O princípio da sustentabilidade traduz-se na adopção de políticas que fomentem:a) A fruição e a utilização dos recursos ambientais com respeitopelos processos ecológicos, contribuindo para a conservação da natureza e da biodiversidade;b) O respeito pela autenticidade sociocultural das comunidadeslocais, visando a conservação e a promoção das suas tradições e valores;c) A viabilidade económica das empresas como base da criaçãode emprego, de melhores equipamentos e de oportunidades de empreendedorismo para as comunidades locais.

Princípio da sustentabilidade

Page 124: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O princípio da transversalidade traduz-se na necessidadede articulação e de envolvimento harmonizado de todas

as políticas sectoriais que influenciam o desenvolvimentoturístico, nomeadamente nos domínios da segurança e da protecção civil, do ambiente, do ordenamento do território, dos transportes e das acessibilidades, das comunicações, da saúde e da cultura.

Princípio da transversalidade

Page 125: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O princípio da competitividade traduz-se:a) Na adopção de políticas de ordenamento do terri- tório quepotencializem os recursos naturais e culturais como fontes de vantagem competitiva para os destinos e produtos turísticos;b) Na adopção de mecanismos de regulação focados naqualificação do sector e na defesa do consumidor e da concorrência;c) Na adopção de políticas de simplificação de proce- dimentosadministrativos, tendo em vista a redução dos custos de contexto;d) Na adopção de políticas de educação e de forma- ção quegarantam o desenvolvimento das competências e qualificaçõesnecessárias ao desenvolvimento do turismo;e) Na adopção de políticas, nomeadamente fiscais e laborais, que permitam às empresas portuguesas competir com as dos países concorrentes.

Princípio da competitividade

Page 126: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

As políticas públicas de Turismo devem atender àsquestões globais com respostas concretas a nivel local, adpatando as directivas nacionais e internacionais àscaracteristicas do realidade socio-cultural, económico-política e etico-ambiental.

Princípio da Glocalização

Page 127: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

As políticas públicas do turismo devem incluir a participação dos diversos níveis da administração publica e a participação das populações e das organizações da sociedade civil bem como os poderes fáticos das sociedades tradicionais, por forma a reforçar e valorizar a diversidade cultural angolana.

O Princípio da participaçãoe do diálogo multinível

Page 128: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

As políticas públicas devem ser avaliadas e as conclusões devem ser reportadas e transmitidas aos diversos agentes turísticos para que possam evotar erros já cometidos por outros.

A avaliação deve ser à priori, concomitante e à posteriori.

Uma avaliação negativa de uma política pública deve ditar a sua mudança mesmo durante o período de implementação.

Princípio da avaliação e aprendizagem.

Page 129: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A política angolana de Turismo deve prosseguida por um conjunto coerente de princípios e de normas reguladorasdas actividades turísticas, da organização, atribuições e competências das entidades públicas, assim como do exercício das profissões que, por razões de segurança dos consumidores e qualidade do serviço, exijam tutela jurídicaespecífica.

Políticas públicas

Page 130: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — As políticas públicas de turismo são enquadradas por um conjunto de directrizes, metas e linhas de acção, identificados numPlano Director do Turismo

2 — A elaboração do Plano Director do Turismo compete aomembro do Governo responsável pela área do turismo.

3 — Na elaboração do Plano Director do Turismo devem serponderados os interesses económicos, sociais, culturais e ambientais e assegurada a participação das entidadesrepresentativas de tais interesses.

4 — O Plano Director do Turismo deve apresentar uma visão de longo prazo e estabilidade temporal, embora susceptível de revisão sempre que alterações conjunturais a justifiquem.

5 — O Plano Director do Turismo é aprovado por lei do Parlamento.

Plano Director do Turismo

Page 131: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — A Política Nacional de Turismo tem por objectivos, nomeadamente:a) Aumentar os fluxos turísticos, bem como a permanên- cia e o gastomédio dos turistas nacionais e estrangeiros no País, através da promoçãoe do apoio ao desenvolvimento dos produtos e destinos turísticosregionais;b) Contribuir para o desenvolvimento económico e social do País, para a criação de emprego, para o crescimento do produto interno bruto e paraa redução de assimetrias regionais;c) Promover o reforço da organização regional do turismo, contribuindopara uma efectiva aproximação às comunidades locais e às empresas;d) Promover a generalização do acesso dos Angolanos aos benefícios do turismo;e) Promover a acessibilidade às actividades e empreen- dimentosturísticos de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidadecondicionada;

Objectivos e meios

Page 132: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

g) Criar as condições mais favoráveis para o aumento do investimento privado no turismo;

h) Construir uma identidade turística nacional e uma atitudede hospitalidade transversal a todo o País;

i) Estimular a concretização de parcerias público-privadas naprossecução da política de turismo e no seu financiamento;

j) Introduzir mecanismos de compensação em favor das comunidades locais pela conversão do uso do solo e pelainstalação de empreendimentos turísticos em zonasterritoriais não destinadas previamente a uma finalidadeturística.

Page 133: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

2 — Os objectivos enumerados concretizam-se, nomeadamente, através dos seguintes meios:

a) Estímulo às entidades regionais e locais a planear, nas suas áreas de intervenção, actividades turísticas atractivas de forma sustentável e segura, com a participação e em benefício das comunidades locais;

b) Incentivo à instalação de equipamentos e à dinamização de actividades e serviços de expressão cultural, animação turística, entretenimento e lazer que contribuam para a captação de turistas e prolongamento da sua estada no destino;

c) Fomento da prática de um turismo responsável, promovendo a actividade como veículo de educação e interpretação ambiental e cultural e incentivando a adopção de boas práticas ambientais e de projectos de conservação da natureza que permitam uma utilização eficiente dos recursos, minimizando o seu impacto nos ecossistemas;

Page 134: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

d) Adopção de medidas de política fiscal como incentivo ao desenvolvimento sustentável das actividades turísticas;

e) Dinamização do turismo em espaço rural como factor de desenvolvimento económico e de correcção das assimetrias regionais;

f) Promoção e organização de programas de aproximação entre o turismo e a sociedade civil;

g) Dinamização de projectos de turismo social, com

particular incidência nos segmentos jovem, sénior e familiar.

Page 135: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Qualificação da oferta

1 — A qualificação da oferta de produtos e destinos turísticos nacionaistem por objectivo aumentar a competitividade e a visibilidade da ofertaturística nacional relativamente a mercados concorrentes, bem comogarantir um elevado nível de satisfação dos turistas e utilizadores de bens e serviços turísticos, e deve orientar-se pelos seguintes parâmetros:

a) Valorização das zonas especialmente vocacionadas para a actividadeturística, prevendo a instalação de projectos turísticos de qualidade nosinstrumentos de gestão territorial aplicáveis;

b) Agilização de procedimentos de licenciamento de infra-estruturas, estabelecimentos, empreendimentos, empresas e actividades quecontribuam para o desenvolvimento de uma oferta turística de qualidade;

Áreas de actuação

Page 136: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

c) Adopção de soluções que incentivem a inovação e a criatividade;

d) Dinamização de produtos turísticos inovadores, em função da evolução da procura e das características dis- tintivas dos destinosregionais;

e) Promoção e incentivo à valorização das envolventes turísticas, nomeadamente do património cultural e natu- ral;

f) Optimização dos recursos agrícolas e das actividadesdesenvolvidas em meio rural enquanto recursos turísticos; g) Valorização do serviço como elemento chave dife- renciador da oferta turística, incentivando a adopção de

mecanismos de certificação.

Page 137: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Poderia ser atribuído o estatuto de utilidade turística a empreendimentos, equipamentos e estabelecimentosprestadores de serviços turísticos que satisfaçam osrequisitos e condições definidos em diploma legal, comomeio de incentivo à qualificação da oferta turísticanacional.

Utilidade turística(Recuperamos o instituto que existia desde 1957)

Page 138: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — A valorização dos recursos humanos constitui uma prioridade da Política Nacional de Turismo, assumindo a formação profissional um papel central na melhoria dos níveis de qualificação dos jovens e dos activos empregados ou desempregados do sector e de oferta turística através da progressiva disseminação de uma cultura de serviço.

2 — São objectivos da política de qualificação dos recursos humanos do sector do turismo:

a) Garantir uma qualificação inicial aos jovens que pretendam ingressar no mercado de trabalho, através de percursos de dupla qualificação escolar e profissional;

b) Promover a formação contínua dos trabalhadores empregados ou desempregados, através de itinerários de qualificação modularizados, enquanto instrumento para a valorização e actualização profissionais e para a competitividade das empresas;

Formação e qualificação dos recursoshumanos

Page 139: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

c) Promover e regular o acesso ao reconhecimento, validação e certificação das qualificações profissionais paraefeitos de acesso ao exercício de profissões turísticas emAngola;

d) Desenvolver novos perfis profissionais para o sector do turismo e adequar a regulamentação das actividades e profissões do sector;

e) Impulsionar a qualificação ou a reconversão profis-sional de trabalhadores desempregados, com vista a um rápido reingresso ao mercado de trabalho.

Page 140: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A promoção turística deve ser desenvolvida em torno dos seguintes eixos:

a) Posicionamento da marca Angola baseado em factores distintivos sólidosque sustentem uma comunicação eficaz e adequada aos segmentospreferenciais da procura;

b) Reforço e desenvolvimento das marcas regionais em articulação com a marca Angola;

c) Progressiva participação do sector privado nas estruturas com responsabilidades na promoção, bem como nos respectivos processos de decisão e financiamento;

d) Crescente profissionalização das entidades com responsabilidade napromoção externa, assegurando a representatividade dos agentes públicos e privados nessas entidades;

e) Captação de eventos desportivos, reuniões e congressos nacionais e internacionais.

Promoção turística

Page 141: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — As acessibilidades constituem um factor fundamental para a mobilidade e captação de turistas e para o aumento da competitividade de Angola enquanto destino turístico.

2 — As políticas públicas devem promover a mobilidade dos turistas nacionais e estrangeiros, através da qualificação e do reforço das ligações e infra-estruturas aéreas, rodoviárias, ferroviárias, marítimas e fluviais, tendo em conta a localizaçãodos mercados e destinos.

3 — A mobilidade no rio nacional deve, ainda, serpromovida s da o de circuitos sticos integrados, designadamente s do desenvolvimento de redes de ciclovias e de caminhos pedonais.

Acessibilidades

Page 142: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Devem ser implementados mecanismos de apoio àactividade turística e de estímulo ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas (PME) e ao auto-emprego, nomeadamente através do aumento e diversificação de linhas de incentivo e de financiamento, bem como aoapoio ao investimento público de interesse turístico e do micro-crédito, privilegiando em todos os casos a inovação, a qualificação e a sustentabilidade.

Apoio ao investimento

Page 143: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — A informação ao turista deve evoluir para o funcionamentoem rede através da criação de uma rede na- cional de informaçãoturística, que garanta a qualidade e um nível homogéneo da informação prestada ao turista, independentemente do ponto emque seja solicitada, e na qual se privilegie a maior interacçãopossível com os turistas.

2 — Cabe às entidades públicas, centrais e provinciais, emcolaboração com o sector privado, a produção de conteúdosinformativos e a sua disponibilização aos turistas.

3 — A adaptação e harmonização da sinalização rodoviária e da sinalética turística, enquanto instrumentos essenciais para o desenvolvimento de produtos e desti- nos turísticos e para a satisfação dos turistas, constituem um eixo determinante da política nacional de informação turística.

Informação turística

Page 144: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — O Minisério da Hotelaria e Turismo, em colaboração com as entidades provinciais e locais do turismo, deve assegurar a coordenação de estudos, bem como o intercâmbio de informação relativa às actividades e aos empreendimen- tosturísticos, integrando entidades públicas ou privadas de investigação, formação e ensino na disponibilização, análisee divulgação dessa informação.

2 — As entidades provinciais e locais com competências no turismo e os agentes privados devem disponibilizar aoMinistério da Hotelaria e Turismo toda a informaçãonecessária para a criação e manutenção do registo nacionaldo turismo.

Conhecimento e investigação

Page 145: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — Consideram-se agentes públicos do turismo todas as entidades públicas centrais, regionais e locais com atri-buições no planeamento, desenvolvimento e concretizaçãodas políticas de turismo, nomeadamente:

a) O Ministro da Hotelaria e Turismo;

b) As entidades provinciais de turismo;

c) As autarquias locais.

Agentes do turismoAgentes públicos do turismo

Page 146: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

2 — Os agentes públicos do turismo têm como missãopromover o desenvolvimento da actividade turística atravésda coordenação e da integração das iniciativas públicas e privadas, de modo a atingir as metas do Plano EstratégicoNacional do Turismo.

3 — Considera-se, ainda, que intervêm na prossecução da Política Nacional de Turismo as entidades públicas centrais, provinciais e locais que, não tendo atribuições específicas naárea do turismo, sejam responsáveis pela gestão e exploração de equipamentos e recursos turísticos.

Page 147: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1 — São fornecedores de produtos e serviços turísti- cos as pessoas singulares oucolectivas que exerçam uma actividade organizada para a produção, comercialização, intermediação e gestão de produtos e serviços que concorrampara a formação de oferta turística nacional, nomeadamente:

a) Agências de viagens e turismo;

b) Empresas ou entidades exploradoras de empreendimentos turísticos;

c) Empresas de aluguer de veículos de passageiros sem condutor;

d) Empresas de animação turística e operadores marítimo- -turísticos;

e) Estabelecimentos de restauração e bebidas;

f) Empresas concessionárias de jogos de fortuna e azar;

g) Entidades prestadoras de serviços na área do turismo social;

h) Empresas de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo de passageiros e entidades gestoras das respectivas infra-estruturas de transporte.

Fornecedores de produtos e serviços turísticos

Page 148: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

2 —Concorrem para a formação da oferta turística osestabelecimentos de alojamento local, as empresasorganizadoras de eventos, congressos e conferências, bemcomo os agentes económicos que, operando noutrossectores de actividade, sejam responsáveis pela gestão e exploração de equipamentos e recursos turísticos.

Page 149: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

São direitos dos fornecedores de produtos e serviços turísticos:

a) O acesso a programas de apoio, financiamento ou outros benefícios, nos termos de diploma legal;

b) A menção dos seus empreendimentos ou estabeleci- mentoscomerciais, bem como dos serviços e actividades que exploram ouadministram, em campanhas promocionais organizadas pelasentidades responsáveis pela promoção interna e externa, para as quais contribuam financeiramente;

c) Constar dos conteúdos informativos produzidos e divulgados pelasentidades públicas com responsabilidades

na área do turismo.

D) ter um tratamento mais celere e desburocratizado no licenciamento e beneficiar de taxas e impostos mais favoráveis.

Direitos dos fornecedores de produtose serviços turísticos

Page 150: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

São deveres dos fornecedores de produtos e serviços turísticos:a) Cumprir a legislação específica aplicável às respectivas actividades;b) Apresentar preços e tarifas ao público de forma visível, clara e objectiva, nos termos da legislação aplicável; c) Desenvolver a sua actividade com respeito pelo ambiente, pelo património cultural e pelas comunidades locais; d) Assegurar a existência de sistemas de seguro ou de assistência apropriados que garantam a responsabilidade civil dos danos causados aos turistas e consumidores de produtos e serviços turísticos, assim como a terceiros, ocorridos no âmbito do exercício da actividade turística; e) Adoptar as melhores práticas de gestão empresarial e de qualidade de serviço e procedimentos de controlo interno da sua actividade; f) Adoptar práticas comerciais leais e transparentes, não lesivas dos direitos e interesses legítimos dos consumidores de produtos turísticos e respeitadoras das normas da livre concorrência.

Deveres dos fornecedores de produtose serviços turísticos

Page 151: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

As associações empresariais, sindicais, religiosas e outras da área do turismo constituem parceiros fundamentais nadefinição e prossecução das políticas públicas de turismo.

As Organizações Não Governamentais orientadas àconservaçãod a natureza devem ser parceiras do desenvolvimento turistico do territorio, assim como ospoderes tradicionais (Sobas) e fácticos da sociedadesangolana.

Participação das associações

Page 152: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Direitos do turista e do utilizador de produtos e serviços turísticos

Sem prejuízo dos demais direitos reconhecidos em legislação especial, o turista e o utilizador de produtos e serviços turísticos gozam dos seguintesdireitos:a) Obter informação objectiva, exacta e completa sobre todas e cada umadas condições, preços e facilidades que lhe oferecem os fornecedores de produtos e serviços turísticos;b) Beneficiar de produtos e serviços turísticos nas condições e preçosconvencionados;c) Receber documentos que comprovem os termos da sua contratação e preços convencionados;d) Fruir de tranquilidade, privacidade e segurança pessoal e dos seus bens;

Direitos e deveres do turista e do utilizador de produtos e serviços turísticos

Page 153: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

e) Formular reclamações inerentes ao fornecimento de produtos e prestação de serviços turísticos, de acordo com o previsto na lei, e obter respostas oportunas e adequadas;

f) Fruir dos produtos e serviços turísticos em boas con-dições de manutenção, conservação, higiene e limpeza; g) Obter a informação adequada à prevenção de acidentes, nautilização de serviços e produtos turísticos.

Page 154: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O turista e o utilizador de produtos e serviços turísticos têmos seguintes deveres:

a) Cumprir a lei e os regulamentos vigentes;

b) Respeitar o património natural e cultural das comu-nidades, bem como os seus costumes;

c) Utilizar e fruir dos serviços, produtos e recursos turís- ticoscom respeito pelo ambiente e tradições nacionais;

d) Adoptar hábitos de consumo ético e sustentável dos recursos turísticos.

Deveres do turista e do utilizador de produtos e serviços turísticos

Page 155: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O suporte financeiro ao turismo assenta nas seguintes fontes de financiamento:

a) O Orçamento Geral do Estado, pela transferência de verbasdestinadas ao sector do turismo para o MHT e para as entidades Provinciais de turismo;

b) Os recursos financeiros alocados pelas entidades privadas e pelas entidades públicas provinciais e locais;

c) Os recursos financeiros provenientes de outras enti- dadespúblicas e privadas, nacionais e internacionais;

d) Outras receitas próprias do MHT.

Financiamento e fiscalidade

Page 156: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

No âmbito da política nacional de turismo, pode serpromovida a adopção de medidas de política fiscal quecontribuam para o maior desenvolvimento das actividadeseconómicas que integram o sector do turismo, estimulem o consumo turístico interno e a deslocação turística dos portugueses em território nacional, promovam a competitividade internacional das empresas, ou queincentivem a adopção de práticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável do turismo.

Política fiscal

Page 157: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A representação internacional de Angola no sector do turismo deveser assegurada, nomeadamente, através das seguintes linhas (paraalém daquelas definidas no PDT):

a) Desenvolvimento de programas de cooperação internacional de carácter bilateral e multilateral no sector do turismo;

b) Participação nos diversos organismos internacionais com competências na área do turismo, com particular ênfase nosgrupos de trabalho que incidam sobre matérias de interesse parao desenvolvimento da actividade turística nacional.

Representação internacional

Page 158: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Recursos Naturais

Page 159: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Legislação Nacional

Constituição da Republica de Angola

Regime jurídico dos empreendimentos turisticos

Regime jurídico das Agências de Viagens e Turismo

PARTE III

Page 160: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A Constituição da República de Angola (CRA) prescreve:

Artigo 37º CRA(Direito de propriedade, requisição e expropriação)

1. A todos é garantido o direito à propriedade privada e à suatransmissão, nos termos da Constituição e da lei.2.O Estado respeita e protege a propriedade e demais direitos reais das pessoas singulares, colectivas e das comunidades locais, só sendopermitida a requisição civil temporária e a expropriação por utilidadepública, mediante justa e pronta indemnização, nos termos da Constituição e da lei.3. O pagamento da indemnização a que se refere o número anterior écondição de eficácia da expropriação.

Direito Constitucional Angolanocom relevância para o Turismo

Page 161: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Artigo 38º CRA

(Direito à livre iniciativa económica)

1. A iniciativa económica privada é livre, sendo exercida com respeito pela Constituição e pela lei.

2. A todos é reconhecido o direito à livre iniciativaempresarial e cooperativa, a exercer nos termos da lei.

3. A lei promove, disciplina e protege a actividade económicae os investimentos por parte de pessoas singulares oucolectivas privadas, nacionais e estrangeiras, a fim de garantir a sua contribuição para o desenvolvimento do país, defendendo a emancipação económica e tecnológica dos angolanos e os interesses dos trabalhadores.

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1. O consumidor tem direito à qualidade dos bens e serviços, àinformação e esclarecimento, à garantia dos seus produtos e àprotecção na relação de consumo.

2. O consumidor tem direito a ser protegido no fabrico e fornecimento de bens e serviços nocivos à saúde e à vida, devendoser ressarcido pelos danos que lhe sejam causados.

3. A publicidade de bens e serviços de consumo é disciplinada porlei, sendo proibidas todas as formas de publicidade oculta, indirecta ou enganosa.

4. A lei protege o consumidor e garante a defesa dos seusinteresses.

Artigo 78º CRA(Direitos do consumidor)

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Artigo 87º CRA

(Património histórico, cultural e artístico)

1. Os cidadãos e as comunidades têm direito ao respeito, valorização e preservação da sua identidade cultural, linguística e artística.

2. O Estado promove e estimula a conservação e valorizaçãodo património histórico, cultural e artístico do povoangolano.

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TÍTULO III ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA, FINANCEIRA E FISCALCAPÍTULO I PRINCÍPIOS GERAIS

Artigo 89º CRA (Princípios Fundamentais)

1. A organização e a regulação das actividades económicas assentam nagarantia geral dos direitos e liberdades económicas em geral, na valorização do trabalho, na dignidade humana e na justiça social, em conformidade com osseguintes princípios fundamentais:a) Papel do Estado de regulador da economia e coordenador do desenvolvimento económico nacional harmonioso, nos termos da Constituiçãoe da lei;b) Livre iniciativa económica e empresarial, a exercer nos termos da lei; c) Economia de mercado, na base dos princípios e valores da sã concorrência, da moralidade e da ética, previstos e assegurados por lei; d) Respeito e protecção à propriedade e iniciativa privadas; e) Função social da propriedade; F)Redução das assimetrias regionais e desigualdades sociais; g) Concertação social; h) Defesa do consumidor e do ambiente. 2.As formas e o regime de intervenção do Estado são regulados por lei.

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Artigo 92º CRA

(Sectores económicos)

1. O Estado garante a coexistência dos sectores público, privado e cooperativo, assegurando a todos tratamento e protecção, nos termos da lei.

2. O Estado reconhece e protege o direito ao uso e fruiçãode meios de produção pelas comunidades rurais, nostermos da Constituição, da lei e das normasconsuetudinárias.

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Artigo 95º CRA

(Domínio público)

São bens do domínio público:

a) Ae cursos de águas fluviais, incluindo os respectivos leitos;

b) Os recursos gicos e o gicos existentes nas guasinteriores, no mar territorial, na zona gua, na zona micaexclusiva e na plataforma continental;

c) reonacional;

d) Os jazigos minerais, as nascentes de gua minero-medicinais, as cavidades naturais subterraneas e outros recursos naturaisexistentes no solo e subsolo, com o das rochas, terrascomuns e outros materiais habitualmente utilizados como ria-prima na o civil;

e) As estradas e os caminhos blicos, os portos, os aeroportos e as pontes e linhas rreas blicas;

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f)As praias e a zona timo-terrestre; g) As zonas territoriais reservadas defesa do ambiente, designadamente os parques e reservas naturais de o da flora e fauna selvagens, incluindo as infra-estruturas; h) As zonas territoriais reservadas aos portos e aeroportos, como taisclassificados por lei; i)As zonas territoriais reservadas para a defesa militar; j)Os monumentos e veis de interesse nacional, como taisclassificados e integrados no nio blico, nos termos da lei; k) Outros bens determinados por lei ou reconhecidos pelo direitointernacional. 2. Os bens do nio blico o veis, veis e

veis. 3. A lei regula o regime dico dos bens do nio blico e define osque integram o do Estado e o das pessoas colectivas de direito blico, o regime e formas de os águas interiores, o mar territorial e osfundos marinhos contíguos, bem como os lagos, lagoas, bem como o regime de o dos referidos bens.

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Artigo 165º CRA

(Reserva relativa de competência legislativa)

1. À Assembleia Nacional compete legislar com reserva relativa, salvo autorização concedida ao Executivo, sobre as seguintes matérias:

(…)

l)Bases de concessão de exploração dos recursos naturais e da alienaçãodo património do Estado;

m) Definição e regime dos bens de domínio público;

n) Regime geral da requisição e da expropriação por utilidade pública;

o) Criação de impostos e sistema fiscal, bem como o regime geral das taxas e demais contribuições financeiras a favor das entidades públicas;

p) Bases gerais do ordenamento do território e do urbanismo;

q) Bases do sistema de protecção da natureza, do equilíbrio ambiental e ecológico e do património cultural;

Page 169: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

De notar que o artº. 165º da Constituição da República de Angola não inclui o sector turístico a a eventual criação de uma eventual lei de bases do sector do turismo nas competências do Parlamento, pelo que se presume ser ada competência do executivo.

O turismo não constitui na Constituição angolana um sector económico autónomo e relevante para o texto constitucional.

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O quadro legal do alojamento turístico consta do Decreto-Lei nº 6/97, de 15 de Agosto, que estabelece as normas respeitantes aoaproveitamento dos recursos turísticos do País e ao exercício da indústria hoteleira e similares.

Não se operou, porém, um corte com o Decreto-Lei nº 49 399, de 24 de Novembro de 1969, que vigorava em Angola desdeMarço de 1974, o qual continua a inspirar muitas das soluçõeslegislativas e regulamentares.

Regime Jurídico dos EmpreendimentosTurísticos

em Angola

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Definiçãode empreendimento turístico

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Empreendimentos Turísticos

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O presente diploma destina-se a estabelecer as normasrespeitantes ao aproveitamento dos recursos turísticos do País, ao exercício da indústria hoteleira e similares e do alojamento turístico em geral, em ordem a preservar e a valorizar as características sócio económicas locais e ao meioambiente e garantir a qualidade de oferta turística nacional.

Âmbito, Atributo e CompetênciasArtigo 1.º

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Artigo 3.º

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Artigo 4.º

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e) propôr sanções por infracções ao disposto no presente diploma e nas disposições regulamentares relativamente aos estabelecimentoscuja autorização de abertura seja da sua competência.

2. Para efeitos do disposto no número anterior, aplicar-se-á aos

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Artigo 5.º

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1. Nenhum estabelecimento pode ser classificado em determinado grupo ou categoriasem satisfazer os requisitos mínimos estabelecidos para esse grupo ou categoria.2. Sem prejuízo da observância do estabelecimento no número anterior, na classificaçãode um estabelecimento deverá ainda ter-se em conta a ponderação equilibrada dos factores a seguir indicados, nos termos a estabelecer em regulamento:a) a localizaçãode empreendimentos;b) o nível do serviço e das instalações;c) a existência de equipamentos complementares.3. Para além dos requisitos mínimos a que se refere o n.º 1 deste artigo poderão ainda ser exigidos requisitos especiais para osestabelecimentos localizados nas áreas de interesse para o turismo a fixar no diploma que as cria.

CAPÍTULO IIDa Definição e ClassificaçãoDos Estabelecimentos SECÇÃO IDisposições Gerais

Artigo 6.º

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1. A classificação atribuída a um estabelecimento poderá ser revista, a todo o tempo, oficiosamente, a pedido do Governo da Província, do respectivo órgãolocal de turismo, ou a requerimento do interessado, verificada a alteração dos pressupostos que determinaram.

2. A desclassificação terá lugar, independentemente da aplicação de qualquersanção, quando pelo deficiente estado de conservação das instalações oureiteradas deficiências de serviço, o estabelecimento não corresponder ao grupoou categoria em que estiver incluído.

3. Quando a desclassificação tiver como causa o deficiente estado de

Artigo 7.º

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1. São estabelecimentos hoteleiros os destinados a proporcionaralojamento, mediante a remuneração, com ou sem fornecimento de refeições e outros serviços acessórios ou de apoio.2. Não se consideramestabelecimentos hoteleiros:a) as instalações que, embora com o mesmo fim, sejam explorados sem intuíto lucrativo e cuja a frequêncaseja restrita a grupos limitados, tais como albergues de juventude e semelhantes;b) os meios complementares de alojamento turístico;c) os conjuntos turísticos.3. Não se considera exercício da indústriahoteleira a aceitação de hóspedes em casa particular, com carácterestável e até ao máximo de três.4. É vedado aos estabelecimentoshoteleiros alojar os seus clientes em casas particulares.

SECÇÃO IIDos EstabelecimentosHoteleirosArtigo 8.º

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1. Os estabelecimentos hoteleiros classificar-se-ão nos grupos a seguirdefinidos, com as categorias que forem estabelecidas em regulamento: Grupo 1__Hotéis.Grupo 2__Pensões.Grupo 3__Pousadas.Grupo4__Estalagens.Grupo 5__Motéis.Grupo 6__Hotéis-apartamentosGrupo 7__Aldeamentos turísticos.Grupo8__Hospedarias ou casas de hóspedes. 2. Os estabelecimentos que, de acordo com o disposto em regulamento, ofereçam apenas alojamento e pequeno almoço, classificar-se-ão de residenciais, devendo usar no nome o termo correspondente.3. As pousadas regular-se-ão por legislação especial.

Artigo 9.º

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3. Não são havidos como estabelecimentos similares dos hoteleiros:a) as casas particulares que proporcionem alimentação a hóspedes com carácterestável no máximo de três;b) as cantinas ou refeitórios de organismos ouempresas que forneçam alimentação apenas ao respectivo pessoal;c) as cozinhas industriais quando se destinem exclusivamente a produziremrefeições para consumo fora do estabelecimento;d) em geral qualquerestabelecimento de fim não lucrativo, cuja possibilidade de frequência sejarestrita a um grupo delimitado, com exclusão do público em geral.

4. É vedado a prestação de serviços análogos aos dos estabelecimentos

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1. Quando no mesmo estabelecimento forem exercidasactividades correspondentes a mais de um grupo, aqueledeverá satisfazer cumulativamente os requisitos exigidospara cada grupo, com necessárias adaptações.2. Osestabelecimentos previstos no número anterior serãoclassificados de mistos, devendo a classificação atribuída serunitária e corresponder à determinada pela actividadeprincipal.3. A actividade principal é a que é indicada emprimeiro lugar, quer no nome do estabelecimento, quer nasua publicidade.

Artigo 12.º

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Artigo13.º 1. Os meios complementares de alojamentoturístico classificar-se-ão, nos termos regulamentares, em:a) Apartamentos turísticos;b) Unidades de turismo de habitação;c) Unidades de turismo rural ou de agro-turismo;d) Parques de campismo.

SECÇÃO IVDos Meios Complementares de AlojamentoTurístico e dos Conjuntos Turísticos

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2. Para efeitos do disposto no número anterior, serão qualificados como:

a) apartamentos turísticos os conjuntos de apartamentos mobilados e

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1. São qualificados de conjuntos turísticos, os núcleos de instalações contíguas e funcionalmente independentesdestinados, mediante remuneração:a) a prática de desportos oua outras formas de entretimento que, por si constituem motivo de atracção turística, salvo se pertencerem a entidades oficiais, a associações desportivas ou de outras e o seu acesso não for facultado ao público em geral;b) a proporcionar aos turistasqualquer forma de alojamento, ainda que não hoteleiro e dispondo de adequadas estruturas complementares desportivasou de animação e de serviços de restaurante.2. É aplicável a estesempreendimentos o disposto no n.º 4 do artigo anterior.

Artigo 14.º (Conjuntos Turísticos ou Resortes)

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1. Os processos respeitantes à construção e instalação dos empreendimentos referidos no n.º 1 do artigo anterior serãoorganizados:a) pelo Ministério de Hotelaria e Turismo, osrespeitantes aos estabelecimentos hoteleiros e similares com interesse para o turismo;b) pelos respectivos GovernosProvinciais, os respeitantes aos estabelecimentos hoteleiros e similares sem interesse para o turismo e desde que estejam criadasas condições previstas nos n.º s 3 e 4 do artigo 4.º do presentediploma.2. Não estando criadas as condições antes referidas, a organização dos processos desses estabelecimentos compete aoMinistério de Hotelaria e Turismo.

Artigo 16.º

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Artigo 17.º

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Artigo 19.º

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Artigo 20.º

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Artigo 21.º

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1. Para apreciação da localização de novos empreendimentos a construir, oMinistério de Hotelaria e Turismo proporá ao Governoa constituição de uma comissão especial, a qual competirápronunciar-se sempre que subsistam pareceres negativos porparte das entidades obrigatoriamente consultadas.2. A comissão especial de apreciação será constituída por um representante do Ministério de Hotelaria e Turismo que presidirá e de outros Ministérios e instituições afins.3. Sempre que for considerado necessário poderão ser integrados na ComissãoEspecial, representantes de outros Ministérios ou instituições cujapresença possa influenciar ou esclarecer as dúvidas resultantesdos pareceres negativos.

Artigo 22.º

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1. O Ministério de Hotelaria e Turismo fixará, aquando da aprovação dos projectos de novos empreendimentos, o prazoem que deve ser iniciada a respectiva construção, caducandoessa aprovação se o prazo não for respeitado.2. Na fixação do prazo ter-se-á em conta, designadamente:a) a complexidadede projecto;b) o montante previsto do investimento global necessário para a concretização do empreendimento;c) as dificuldades específicas de execução do projecto derivadas da localização do empreendimento ou das suas característicasespecificas.

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Artigo 27.º

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Artigo 33.º

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Artigo 34.º

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1. O proprietário de qualquer prédio convertido emestabelecimento hoteleiro ou qualquer estabelecimento hoteleirofica obrigado a:a) não alterar substancialmente a sua estruturaexterna ou o seu aspecto estético exterior de forma a não afectara unidade do empreendimento.b) não aplicar o mesmo a fimdiverso daquele a que se destina;c) não o aplicar práticas ilícitas, imorais ou desonestas;d) não exceder a capacidade previstapara o estabelecimento;

Artigo 35.º

Page 215: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Os nomes dos estabelecimentos hoteleiros e similares, dos conjuntosturísticos e dos meios complementares de alojamento só deverá serutilizada a língua oficial ou as línguas nacionais, podendo contudo, serautorizado o emprego de palavras estrangeiras quando os usosinternacionais o justificarem. O termo « turismo» e seus derivados sópodem ser usados nos nomes ou noutras designações dos estabelecimentos abrangidos pelo presente diploma. Os qualificadosde «palácio» e «luxo» só poderão ser adoptadas pelos estabelecimentosclassificados de cinco estrelas e de luxo. O disposto neste artigo não se aplica aos nomes já autorizados.

Artigo 36.º

Page 216: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1. Os estabelecimentos abrangidos pelo presente diploma não poderão usar nomes iguais aos outros já existentes oupor tal forma semelhantes que possam induzir em erro, salvo se estiverem integradas na mesma organização. 2. Para efeitos do disposto no número anterior, o Ministério de Hotelaria e Turismo poderá determinar a alteração do nomedo estabelecimento que abrir em último lugar.

Artigo 37.º

Page 217: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1. Os estabelecimentos hoteleiros e similares e os meioscomplementares de alojamento turístico usarãoobrigatoriamente no seu nome, de acordo com a classificação que lhes for atribuída a nomenclaturaestabelecida nos n.º s 1 dos artigos 9.º, 11.º e 13.º do presentediploma e só eles a poderão usar.

2. Do mesmo modo só poderão utilizar a expressão«Conjunto Turístico» os empreendimentos qualificadoscomo tal.

Nenhum estabelecimento poderá incluir no seu nome ouusar por qualquer forma como designação, expressões quenão correspondam aos serviços nele prestado.

Page 218: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Artigo 39.º

Os estabelecimentos hoteleiros e similares, os conjuntos turísticos, osmeios complementares de alojamento turístico e os empreendimentosde animação cultural e desportivos declarados de interesse para o turismo, serão considerados como públicos, sendo livre o seu acessosem outra restrição que não seja a de a clientela se sujeitar ao dispostono presente diploma e suas disposições regulamentares, bem como as demais disposições legais.

Page 219: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Poderá ser recusado o acesso ou a permanência nosestabelecimentos ou empreendimentos referidos no númeroanterior a todas as pessoas que perturbem ou possam perturbar a actividade normal dos mesmos e dos seus utentes, designadamente aqueles que:

não manifestem a intenção de utilizar ou consumir os serviçosnele prestados;se recusem, sem causa legítima, a pagar os serviços utilizadosou consumidos;não se apresentem ou não se comportem de forma adequadaao nível e às características do estabelecimento;provoquem distúrbios ou cenas de violência;causam estragos;incomodem os demais utentes do estabelecimento;estejam acompanhados de animais ou sejam portadores de armas de fogo, produtos tóxicos, explosivos insalubres e malcheirosos.

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Page 221: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O encerramento dos estabelecimentos abrangidos pelo presentediploma ou de partes individualizadas deles será ordenado pelosGovernos das Províncias onde se situarem, mediante comunicaçãofundamentada do Ministério de Hotelaria e Turismo.Quando se trate de estabelecimentos ou de partesindividualizadas, cujo licenciamento seja também de competênciado Ministério da Cultura, o seu encerramento poderá ser realizadoainda mediante comunicação fundamentada deste Ministério.O encerramento do estabelecimento determinará a cassação do respectivo alvará de abertura e perda de benefícios e incentivosque porventura lhe tivessem sido atribuídos.

Artigo 42.º

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CAPÍTULO VDas Áreas Turísticas Artigo 43.º O Governo definirá pólosde desenvolvimento turístico em conformidade com o plano elaborado e

aprovado para o sector. Artigo 44.º

Nos pólos a que se refere o artigo anterior, o Ministério de Hotelaria e Turismo poderá propôr ao Governo que as zonas em especial aptidão para o turismo sejam classificadas como áreas de interesse para o turismo.

As áreas de interesse para o turismo serão criadas por diploma legal do Governo.

Compete ao Ministério de Hotelaria e Turismo a organização dos processosde criação das áreas de interesse para o turismo e a sua apresentação aoGoverno.

Page 223: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Artigo 45.ºAs áreas de interesse para o turismo terão como objectivo especial definir parámetros e normas que permitam o seu aproveitamento e desenvolvimento turístico de forma harmoniosa e integrada em ordem a apresentar da melhor forma as suas características e o meio ambiente e a minorar os efeitos negativos do impacto resultante do crescimentoturístico.Do diploma de criação das áreas de interesse para o turismo constarãoobrigatoriamente os elementos e normas a seguir enunciadas, além dos condicionamentos específicos de cada uma delas:a planta da área;as normas reguladoras da respectiva ocupação;os incentivos fiscais e financeiros inerentes aos empreendimentos nelesa realizar, nos quadros das disposições legais aplicáveis, que venham a ser estabelecidas;as regras relativas as actividades e serviços cuja implantação e exercícionão serão permitidos na área ou estarão sujeitos a condicionamentosespeciais se for caso disso;as directrizes destinadas a preservar as suas características, o meioambiente e o património cultural da área.

Page 224: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Os Governos das Províncias ou os órgãos locais de turismo que estivereminteressados na criação de uma área de interesse para o turismo, antes de formalizarem a respectiva proposta poderão consultar previamente o Ministro de Hotelaria e Turismo para efeito de análise das potencialidades da área indicada para esse fim.

Para tanto, sempre que possível, a consulta deverá ser instruída com osseguintes elementos:

carta da área, em escala adequada, com a respectiva delimitação;

memória descritiva e justificativa, da qual conste designadamente:

a caracterização da área, com indicação do tipo de povoamentoexistente;

a identificação das sua potencialidades turísticas;

os objectivos do desenvolvimento turístico pretendido;

Artigo 46.º

Page 225: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

elementos sobre o património histórico, cultural e paisagístico existente naárea;

indicação sobre as infraestruturas e equipamentos colectivos existentes;

declaração do organismo competente que ateste que a área encontra-se livrede objectos ou artefactos resultantes das guerras e que podem pôr em risco a vida ou saúde dos utilizadores;

outras informações que forem julgadas convenientes para e caracterização da vocação turística da área.

O Ministério de Hotelaria e Turismo poderá solicitar a apresentação de elementos ou esclarecimentos complementares que se mostrem necessários.

A consulta será submetida a apreciação da comissão prevista no n.º 1 do artigo54.º do presente diploma que deverá dar o parecer no prazo máximo de 180 dias contados da data em que os elementos lhe forem apresentados.

O parecer da comissão, no caso de ser favorável, poderá conter sugestões ou

Page 226: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Sem prejuízo da responsabilidade civil emergente dos actos praticados, as infracçõesao disposto no presente diploma e seus regulamentos serão punidasadministrativamente com as seguintes sanções, se as mesmas não constituiremcrimes nos termos da lei geral:

advertência;multa em dinheiro;suspensão temporária do funcionamento do estabelecimento;encerramento definitivo do estabelecimento.A multa prevista no número anterior será aumentada para o dobro em caso de reincidência.Considera-se que há reincidência sempre que seja cometida no mesmoestabelecimento infracção idêntica, antes de decorridos 6 meses sobre a data da notificação da última punição.

CAPÍTULO VIDas Infracções e suaSançãoArtigo 56.º

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Artigo 57.º

A quem infringir as normas reguladoras da construção e instalação de empreendimentos, exercer a actividade sem a respectiva autorização ou prestar serviços proíbidos nasáreas de interesse para o turismo, será aplicada multa emdinheiro podendo ainda aplicar-se a sanção acessória de encerramento.

Artigo 58.º

As multas aplicadas serão liquidadas no prazo de 15 dias apósa notificação e constituirão receitas para o Fundo de Promoção do Turismo.

Na falta de pagamento voluntário de uma multa, seráextraída certidão do progresso e enviada aos TribunaisFiscais para execução.

Page 228: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

A aplicação da sanção das alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo56.º, é da competência do Director Nacional do Gabinete de Inspecção do Ministério de Hotelaria e Turismo, só havendolugar a recurso hierárquico no caso das alíneas b) e c) a interporno prazo de 15 dias, a contar da data da notificação.

A aplicação da sanção da alínea d) do mesmo artigo é da competência do Ministério de Hotelaria e Turismo.

O recurso contencioso interposto nos termos da lei geral, da decisão que aplique qualquer das sanções previstas não teráefeito suspensivo, salvo no caso de multa cuja execução serásuspensa na fase de penhora.

Artigo 59.º

Page 229: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

O s processos relativos às infracções ao disposto no presente diploma e suas disposições regulamentares que devem ser punidas nos termosdos artigos 56.º e 57.º, serão instruídos pelo Ministério de Hotelaria e Turismo.

Quando os processos resultarem de infracções constatadas emestabelecimentos hoteleiros e similares sem interesse para o turismo, os mesmos poderão ser instruídos pelos Governos das Províncias.

Na instrução dos processos deverão sempre ser ouvidos em auto osinteressados e as testemunhas indicadas.

Para efeitos do disposto nos artigos anteriores do presente capítulotodas as autoridades e seus agentes que tomarem conhecimento de quaisquer infracções ao presente diploma e suas disposiçõesregulamentares deverão participá-la ao Ministério de Hotelaria e Turismo, no prazo de 15 dias.

Artigo 63.º

Page 230: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Compete ao Ministério de Hotelaria e Turismo a organização de um registo de todos os estabelecimentos hoteleiros e similares conjuntosturísticos meios complementares de animação, culturais, desportivos, de interesse para o turismo, do qual constará:a denominação aprovada;a empresa proprietária e a exploradora;os demais elementos necessários a sua caracterização económicajurídico.Desse registo constarão também as reclamações recebidas e as sanções aplicadas.Para esse efeito, os tribunais ou outras entidades que proferiremdecisões relativas às infracções previstas neste diploma e as suasdisposições regulamentares darão conhecimento ao Ministério de Hotelaria e Turismo das sanções que tiverem aplicado.

Artigo 66.º(Registo)

Page 231: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Tipologia europeia dos Empreendimentos Turísticos

Page 232: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Considerando que a actividade das agências de viagens e turismoconstitui elemento fundamental de desenvolvimento do turismo;Considerando­se porém que a legislação vigente, que define as normas do licenciamento e disciplina do funcionamento das agênciasde viagens e turismo encontra­se completamente desactualizada e desajustada da realidade angolana;Tornando­se, por isso, necessário proceder à actualização das normasdo licenciamento e à disciplina do funcionamento das agências de viagens e turismo, bem como das actividades que lhes são próprias;Nos termos das disposições combinadas da alínea h) do artigo 110.o e do artigo 113.o, ambos da Lei Constitucional, o Governo decreta o seguinte:

Decreto N.o 54/97 de 1 de AgostoAgências de Viagens

Page 233: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

CAPITULO I

Da Natureza e Actividade das Agências de Viagens e Turismo

SECÇÃO 1

Natureza, âmbito e objecto de actividade

ARTIGO 1.o

1. Consideram­se agências de viagens e turismo as sociedadescomerciais nacionais que, tendo por objecto o exercício das actividades que lhes são próprias, sejam licenciadas nos termos do presente diploma e suas disposições regulamentares.

2. As agências de viagens e turismo só poderão exercer as actividades que lhes são próprias e os serviços complementaresque lhes forem permitidos nos termos do presente decreto e seusregulamentos.

Page 234: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Tendo em vista a realização da actividade definida ao n.o 1 do artigo anterior, as agências de viagens e turismo poderãoexercer as seguintes funções:

a) mediadores na venda de todas as espécies de serviços turísticos;

b) organizadores, por conta própria, de viagensturísticas em qualquer das suas modalidades.

ARTIGO 2º

Page 235: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

ARTIGO 3º

1.Constituem actividades das agências de viagens turismo as seguintes:a) a obtenção de passaportes ordinários e respectivos vistos, bem como quaisquer outros documentos com fins idênticos;b) recepção e venda de bilhetes, reserva de lugares em qualquer meio de transporte, bem como a expedição, depósito e transferência da bagagens que se relacionem com os seus clientes;c) a reserva de quaisquer serviços em estabelecimentos hoteleiros e similares e meios complementares de alojamento turístico;d) a recepção, transferência e assistência de turistas durante a sua permanência no país;e) a representação de agências similares, nacionais e estrangeiras; f) a planificação, organização e realização de serviços e viagens turísticas; g)intermediação na venda de serviços de agências nacionais e estrangeiras.2. As actividades das alíneas a) e g) entendem­se exclusivas das agencias de viagens e turismo quando exercidas a título de mediação.

Page 236: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1. As agências de viagens e turismo poderão ainda prestar comoserviços complementares da sua actividade os seguintes:

a) o aluguer de automóveis, nos termos da respectiva legislação;

b) a reserva e venda de bilhetes para quaisquer espectáculos;

c) a realização de seguros de viagens e de bagagens emcompanhias autorizadas que cubram riscos derivados da actividade turística;

d) a difusão de publicidade turística, bem como a venda de guiasturísticas e de transportes, horários e demais publicaçõessimilares de interesse para o turismo.

ARTIGO 4.o

Page 237: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

2. As agências de viagens e turismo podem aindapromover à organização de safaris de caça ou fotográficasou exercer a simples mediação nesta actividade, devendo, no primeiro caso, observar a legislação cm vigor sobre a caça e a actividade cinegética.

3. O Ministério da Hotelaria e Turismo poderá definir pordespacho quaisquer outros serviços que as agências de viagens e turismo sejam autorizadas a prestar sem prejuízoda legislação reguladora de tais serviços.

Page 238: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

ARTIGO 8.o

1. As agências de viagens e turismo poderão exercer a suaactividade em todo território nacional e no estrangeiro, emconformidade com o estabelecido no presente diploma e suasdisposições regulamentares e com as mesmas constantes de acordos ou convenções internacionais e a própria de cada país.

2. As agências de viagens e turismo podem vender osserviços directamente ao público ou através de outras agênciasde viagens e turismo.

ARTIGO 9.o

1. As agências de viagens e turismo terão sempre instalaçõesautónomas nas quais exercerão exclusivamente as actividadesque lhes são próprias e as autorizadas nos termos do presentediploma.

Page 239: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1. O exercício da actividade de agência de viagens e turismodepende de licença a conceder por despacho do Ministério de Hotelaria e Turismo nos termos a estabelecer em regulamento.2. A licença, que consta de alvará a expedir pelo Ministério de Hotelaria e Turismo nos termos a estabelecer em regulamento, tem a natureza de autorização administrativa, não podendo ser objectoautónomo de negócio jurídico.3. O alvará é inerente ao estabelecimento para o qual tenha sidoexpedido.4. Do despacho que não conceder a licença cabe recursohierárquico obrigatório para o Ministro da Hotelaria e Turismo, a interpor no prazo de 90 dias contados da data em que o despacho foinotificado ao interessado,

CAPÍTULO II do LicenciamentoARTIGO 14.o

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ARTIGO 15.o1. Para obter alvará de agência de viagens e turismo é necessáriosatisfazer cumulativamente os seguintes requisitos:a) constituir­se sob a forma de sociedade comercial cora sedeem Angola que tenha por objecto social exclusivamente a exploração das actividades das agências de viagens e turismoB) dispor de um capital social mínimo de KzR: 3 000 000 000.00;c) comprovar a idoneidade comercial dos administradores, directores ou gerentes da sociedade;D) prestar a caução que for fixada;E)efectuar o seguro de responsabilidade civil;f) satisfazerem as instalações do estabelecimento da agência osrequisitos legalmente exigidos;g) dispor de um director técnico.

Page 241: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

CAPITULO III do Director TécnicoARTIGO 24.o

1. As agências de viagens e turismo e respectivas sucursais deverão disporde um director técnico.2. Quando as sucursais de uma agência se situarem na mesma localidadeda sede, o director técnico da agência poderá ser também responsávelpelo funcionamento dessas sucursais.3. No caso de existirem várias sucursais na mesma localidade, serásuficiente um director técnico para todas.4. Os serviços de reservas previstos no artigo 10.o deverão dispor de um responsável designado pelas entidades neles interessados de acordo com o estabelecida em regulamento.

ARTIGO 25.o1. O cargo de director técnico das agências de viagens e turismo e das sucursais só poderá ser exercido por pessoas inscritas no registoexistente no Ministério de Hotelaria Turismo que tenham idoneidadecomercial e preencham os requisitos de aptidão profissional a estabelecerem regulamento.

Page 242: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

1. As agências de viagens e turismo são responsáveis pelaprestação correcta dos serviços que vendem, sem prejuízo do direito de regresso relativamente às empresas prestadoras dos mesmos,

2. Sempre que na prestação de qualquer serviço intervieremvárias agências, todas elas serão solidariamente responsáveis, sem prejuízo do direito de regresso contra a agênciaorganizadora da viagem, do serviço ou contra a agência faltosa, conforme o caso.

CAPÍTULO IV’ da Responsabilidade e Garantias

ARTIGO 26.o

Page 243: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

ARTIGO 29.o

1.O montante da caução a prestar pelas agências de viagens e turismo no ano da sua abertura será Igual a KzR: 1 500 000 000 000.00.

2.O montante da caução a prestar pelas representações das agências de viagens estrangeiras é de KzR: 5 000 000 000.00.

3.A caução fixada nos termos do n.o 1 será obrigatoriamenteaumentada em KzR: 500 000 000.00 por cada sucursal que a agência abra.

ARTIGO 30.o

1. Por despacho do Ministro de Hotelaria e Turismo, a cauçãopoderá ser anualmente aumentada até ao valor correspondente a 5% das receitas brutas obtidas pela agência e suas delegações ousucursais no ano anterior.

Page 244: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Posicionamento da marca “Angola”

Page 245: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Criar urgentemente Escolas de Turismo de nível médio e de nível superior

Definir o estatuto das diversas profissões

Formação é Crítica

Page 246: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Por exemplo a criação do Estatuto dos profissionais da direcção hoteleira em

Angola, definindo:

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Habilitações

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Direitos e Deveres

Page 249: INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TURISMO ANGOLANO

Plano Director de Turismo, AngolaSantos, Rui Teixeira, Lições de Direito do Turismo, INP, 2013Santos, Rui Teixeira, Lições de Direito Comercial, Bnomics, Lisboa 2013Santos, Rui Teixeira, Princípios de Direito Público Economico, ISG, Lisboa, 2013Cunha, Licínio, Economia e Política do Turismo, Didel, Lisboa, 2012Cunha, Licínio, Introdução ao Turismo, Didel, Lisboa, 2013La Torre, Mariaenza: “Il contratto di albergo” in AA.VV.(Dir., V. Franceschelli & f. Morandi): Manuale di Diritto del Turismo, Turim, G. Giappichelli Editore, 2003.Mamede, Gladston: Direito do Turismo. Legislação Específica Aplicada, São Paulo, Editora Atlas, 2001Mamede, Gladston: Manual de Direito para Administração Hoteleira, São Paulo, Editora Atlas, 2002Paula Quintas, Direito do Turismo, Almedina, Lisboa 2003 Fernández, Pérez, José Manuel, Martinez Jiménez, Elisa E Pedreira Menéndez, José - “Derecho Público del Turismo”, ThomsonAranzadi, Navarra, 2004.Rui Aurélio de L. Badaró, Direito Internacional do Turismo, Editora Senac São Paulo, 2008

Bibliografia