tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

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REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS JUDICIARIOS VII CURSO DE FORMAÇÃO INICIAL DE MAGISTRADOS TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO TEMA: TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUA IMPORTANCIA NO DESENVOLVIMENTO DOS SERVIÇOS JUDICIAIS EM ANGOLA SALA: 2 TURMA: A AUDITOR: BENILDE AGOSTINHO MALÉ ANO: 2014

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Page 1: Tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS JUDICIARIOS

VII CURSO DE FORMAÇÃO INICIAL DE MAGISTRADOS

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

TEMA:

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUA

IMPORTANCIA NO DESENVOLVIMENTO DOS SERVIÇOS

JUDICIAIS EM ANGOLA

SALA: 2

TURMA: A

AUDITOR: BENILDE AGOSTINHO MALÉ ANO: 2014

Page 2: Tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

2

Índice TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO

DESENVOLVIMENTO DOS SERVIÇOS JUDICIAIS EM ANGOLA ............................................... 3

Resumo ................................................................................................................................................... 3

Abstract ................................................................................................................................................... 3

1 Introdução ....................................................................................................................................... 4

2 Metodologia .................................................................................................................................... 4

3 Análise de dados ............................................................................................................................. 5

4 Definições ....................................................................................................................................... 6

4.1 Tecnologia de Informação e comunicação .............................................................................. 6

4.2 Divisão por áreas das tecnologias de Informação ................................................................... 6

4.3 O Poder Judiciario ................................................................................................................... 6

4.3.1 O sistema judiciário angolano (estrutura) ....................................................................... 7

4.4 A função jurisdicional dos Tribunais ...................................................................................... 8

5 O Executivo e as tecnologias de informação e comunicação ......................................................... 9

6 Os Tribunais e a falta de celeridade processual .............................................................................. 9

7 Os Tribunais e a primeira tentativa de informatização ............................................................... 10

7.1 A crítica feita ao sistema de informatização dos processos aplicando o sistema CITIUS -

HABILUS ......................................................................................................................................... 11

8 O impacto das novas tecnologias de comunicação e de informação na gestão dos Tribunais e no

acesso dos cidadãos à justiça ................................................................................................................ 12

8.1 Nos recursos humanos .......................................................................................................... 12

8.2 Na comunicação interna ........................................................................................................ 13

8.3 Na gestão de processos ......................................................................................................... 13

8.4 Na comunicação com o público ............................................................................................ 14

9 Conclusões .................................................................................................................................... 15

Bibliografia ........................................................................................................................................... 17

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3

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUA

IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO DOS SERVIÇOS

JUDICIAIS EM ANGOLA

Resumo

Este trabalho tem por objectivo analisar criteriosamente e propor soluções sobre as

tecnologias de informação e comunicação e demonstrar a sua importância no

desenvolvimento dos serviços judiciais em angola, especificamente, quanto aos Serviços de

Informação Jurídica que podem ser disponibilizados pelas TICS. A idealização de serviços

desta natureza surge da filosofia utilizada hoje, que possuem como princípio básico oferecer a

sociedade de forma integrada e cooperativa, serviços e produtos, com eficiência, agilidade e

comodidade. No judiciário surge em homenagem ao princípio da celeridade processual. É

possível constatar que se tratando de Biblioteca Jurídica esta realidade ainda se mostra

incipiente. Palavras-chave as tecnologias de informação no judiciário, poder judiciário.

Abstract

This paper aims to outline on information and communication technology and its importance

in the development of juditial services in Angola, specifically regarding Legal Services

Information which may be provided by ICT. The idealization of services of this nature arises

from the philosophy used today, which have as a basic principle to offer society an integrated

and cooperative products and services with efficiency, speed and convenience. In the

judiciary arises in homage to the principle of celerity. It can be seen that the case of Law

Library this reality is still incipient. Keywords information technology in the judiciary, Court

Justice.

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4

1 Introdução

Os serviços informacionais e de comunicação foram redefinidos em nível mundial, através

das tecnologias de informação, esta realidade também atingiu o Poder Judiciário angolano,

que mediante a sua postura tradicional obrigou-se a mudar. No decorrer do texto

descreveremos alguns aspectos importantes desta área do saber, assim preferimos delimitar

da seguinte forma: Resumo (abstract), introdução, definição de tecnologia da informação e

comunicação, sua divisão, definição de poder judiciário angolano, sua estrutura, função

jurisdicional dos Tribunais, as tecnologias da informação no executivo, a crise do poder

judiciário por falta de celeridade processual , a primeira tentativa de informatização dos

Tribunais angolanos, a crítica feita no sistema de informatização dos processos com o uso do

Citius (Habilus), o impacto das novas tecnologias na gestão dos Tribunais e o acesso dos

cidadãos à justiça, nos recursos humanos, na comunicação interna, na gestão de processos e

por fim a comunicação com o público.

Este trabalho foi elaborado no âmbito da apresentação de um trabalho do VII Curso de

Magistrados no Instituto Nacional de Estudos Judiciários, Cadeira de Tecnologias de

Informação e Comunicação.

2 Metodologia

O presente trabalho pode ser qualificado como positivista, indutivo, qualitativo, descritivo e

exploratório, fazendo levantamento de pontos de vista através de entrevistas, segundo

Lacerda (2009) e Marconi e Lakatos (2010). Iniciou-se com pesquisas bibliográficas sobre o

assunto, o que, segundo Boni e Quaresma (2005) é o primeiro passo para a realização de um

trabalho científico, ainda de acordo com Boni e Quaresma (2005, p.71 e 72): “o objectivo do

pesquisador é obter dados que não seriam possíveis somente através da pesquisa

bibliográfica (...) Uma das formas que complementariam estas colectas de dados seria a

entrevista.” As buscas por trabalhos que tratassem do problema revelaram pouco material

científico na área específica pesquisada, adaptou-se o material que tratavam de conceitos e

aspectos gerais da área de TIC e do Poder Judiciário. Para corroborar, modificar, ou mesmo

contrariar as teorias que serviram como bases, foram feitas entrevistas semi-estruturadas, com

os técnicos informáticos do Tribunal Provincial de Luanda – Sala dos Crimes Comuns, e

alguns colegas usuários do TIC no Poder Judicante. A partir dos dados obtidos, fez-se a

triangulação dos mesmos, entre teorias, entrevista e afins. Antes das entrevistas, foram

Page 5: Tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

5

observadas algumas recomendações, como versa Lakatos (1996, apud Boni e Quaresma

2005): (...) o planeamento da entrevista, que deve ter em vista o objectivo a ser alcançado; a

escolha do entrevistado, que deve ser alguém que tenha familiaridade com o tema

pesquisado (...) a disponibilidade do entrevistado em fornecer a entrevista (...) e, por fim, a

preparação específica que consiste em organizar o roteiro ou formulário com as questões

importantes.

3 Análise de dados

Após realizadas entrevistas com o técnico informático do Tribunal Provincial de Luanda

usuários da tecnologia, efetuou-se a transcrição literal das mesmas. Segundo Beraldi e Filho

(2002) “ (...) empresas esperam que, com a aquisição de modernas tecnologias para

tratamento de informação, sua agilidade e flexibilidade melhorem significativamente, além

do aumento da qualidade dos seus produtos.”. Não obstante os autores afirmarem tal coisa

sobre empresas, podemos configurar dúvida por este trabalho retratar a realidade de um órgão

público, qual seja, o Poder Judiciário mas cabe aqui esclarecer que, mesmo sendo um órgão

público tem alguns deveres primários, como legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência (BRASIL, 1988), por isso é cabível a equiparação de necessidades de

melhorias do serviço prestado, tanto quanto de uma organização comercial. De acordo com

informações recebidas, no ambiente das TICS, nas Salas dos Crimes Comuns existem três

divisões: - infraestrutura, suporte e sistemas. Na área da infraestrutura, estão concentrados

todos servidores onde rodam os sistemas do Tribunal, na área de sistemas é onde se

desenvolvem os sistemas judiciais, administrativos e sua manutenção, na área de suporte o

usuário encontra apoio, para solucionar os problemas.

O Técnico entrevistado afirma que procuram implementar novos meios de melhoria da

qualidade e agilidade, na prestação jurisdicional. Isso é feito aplicando métodos também

utilizados em empresas privadas, conforme se depreende:

(...) hoje nas TICS, chegou uma quarta área, que chama área de governança de TI, é a área

onde avançamos para as metodologias de mercado, para as melhores práticas

administrativas, para (...) melhorar o serviço de TI, (...) qualquer área hoje necessita de

serviço de TI, então para isso foi criada essa governança de TI onde existem metodologias

que (...) visa o que? padronizar, melhorar esse ciclo, a continuidade do serviço (...).

Page 6: Tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

6

Essa afirmação pode ser confirmada pelo Senhor Jorge Diu Ajudante de Escrivão de Direito,

em entrevista, respondeu que: “A tecnologia de informação contribui muito para a

celeridade da tramitação dos processos judiciais, na medida em que com os sistemas de

gerenciamento de processos se evita uma demora na localização de processos, prestar

informações aos Requerentes, etc”.

4 Definições

4.1 Tecnologia de Informação e comunicação

Sérgio Sousa (2003) definiu Tecnologia de informação e comunicação (TIC) como um

conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objectivo comum,

o acesso a informação. As TICs são utilizadas, na indústria (no processo de automação), no

comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de publicidade), no sector de investimentos

(informação simultânea, comunicação imediata) e na educação (no processo de ensino

aprendizagem, na Educação a Distância), no judiciário (nos processos virtuais). A tecnologia

é usada para fazer o tratamento da informação, auxiliando o utilizador a alcançar um

determinado objectivo.

4.2 Divisão por áreas das tecnologias de Informação

Hardware e seus componentes;

Software e seus meios;

Sistemas de telecomunicações;

Gestão de informações e de dados

4.3 O Poder Judiciario

O judiciário é um poder do Estado responsável pela administração da Justiça na sociedade,

através da aplicação de norma jurídica na resolução de conflitos. "Poder", no sentido de poder

público, se refere a organização, instituição ou conjunto de órgãos do Estado, que, no caso do

poder judiciário, são órgãos jurisdicionais ou legais: Tribunais, exercendo o poder judicial,

que normalmente gozam de autonomia e imparcialidade.

De acordo com a teoria clássica da separação de Montesquieu de poderes, que distingue entre

legislativo, executivo e judicial, a divisão garante a liberdade do cidadão. Sob a separação de

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7

poderes, nasce o chamado Estado de direito, em que as autoridades públicas também são

sujeitos de direito. O poder judiciário deve ser independente, a fim de submeter-se os

restantes poderes, especialmente o executivo, quando infringir a lei e torna-se responsável

tornando eficaz a ideia da lei como um elemento regulador da vida social.

O poder judiciário é um dos três ramos em um Estado democrático, cumpre a importante

missão de administrar a justiça, aplicando as leis gerais emanadas do poder legislativo, para

casos específicos previstos para suas decisões, pelo que a sua independência do poder político

é muito importante. Os Juízes devem resolver os casos levantados, no direito Continental,

com base no enquadramento jurídico dos factos que chegam ao seu conhecimento, seu

critério sadio e a contribuição da doutrina e a jurisprudência. No Common law (Sistema

inglês) é a jurisprudência, por não ter escrito direito escrito, a fonte predominantemente certa.

A justiça Inglesa tem alguns Tribunais comuns (Tribunais de Magistrados nos Tribunais que

lidam com a matéria civil e penal) e outros especializados, técnicos e complementares. Há um

Supremo Tribunal da Magistratura, com duas instâncias no Tribunal superior.

4.3.1 O sistema judiciário angolano (estrutura)

A nível da Constituição da República de Angola vislumbra-se que o sistema judicial

angolano não é unitário, sendo constituído por várias categorias ou ordens de Tribunais,

independentes entre si, com a sua estrutura e regime próprios.

Duas dessas categorias compreendem apenas um Tribunal (o Tribunal Constitucional e o

Tribunal de Contas); as demais abrangem uma pluralidade de Tribunais, estruturados

hierarquicamente, com um Tribunal superior no topo da hierarquia:

O Supremo Tribunal de Justiça – exerce a sua jurisdição em todo o território nacional e tem a

sua sede na capital do país.

O Tribunal Provincial é a primeira das categorias do Tribunal comum, excluindo o Tribunal

Constitucional e o Tribunal de Contas na ordenação constitucional, formam uma estrutura

hierárquica própria, tendo como órgão superior o Supremo Tribunal de Justiça. Os Tribunais

provinciais exercem jurisdição no território da respectiva província e têm a sede na sua

capital.

Os Tribunais Municipais exercem jurisdição no territórios municipais e situam-se na sede,

pode a título excepcional a sua jurisdição ser alargada a mais de um município.

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O Tribunal Constitucional ocupa um lugar especial e autónomo na ordenação constitucional

dos Tribunais. É o Tribunal de recurso das decisões de todos os restantes Tribunais em

matéria de constitucionalidade.

O Tribunal de Contas fiscaliza a legalidade das despesas públicas e julga as contas públicas,

possui também a função de emitir parecer sobre a Conta Geral do Estado, visando habilitar a

Assembleia da República a apreciá-la.

Os Tribunais militares são Tribunais especiais de primeira instância em matéria de jurisdição

militar.

4.4 A função jurisdicional dos Tribunais

Ana Prata no seu dicionário jurídico (2012) explica que os Tribunais são órgãos de soberania

com competência de administrar a justiça em nome do povo. No exercício da função

jurisdicional, compete aos Tribunais dirimir conflitos de interesses público e privado,

assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos, bem como os princípios do

acusatório e do contraditório e reprimir as violações da legalidade democrática. Todas as

entidades públicas e privadas têm o dever de cooperar com os tribunais na execução das suas

funções, devendo praticar, nos limites da sua competência, os actos que lhes forem

solicitados. A lei consagra e regula os meios e as formas de composição extrajudicial de

conflitos, bem como a sua constituição, organização, competência e funcionamento, não

podendo os Tribunais denegar a justiça por insuficiência de meios financeiros. No exercício

da função jurisdicional, os Tribunais são independentes e imparciais, estando apenas sujeitos

à Constituição e à lei. Os Juízes são independentes no exercício das suas funções e apenas

devem obediência à Constituição e à lei.

No asseguramento do direito e à justiça compete à Ordem dos Advogados a assistência

jurídica, o acesso ao direito e o patrocínio forense em todos os graus de jurisdição. Cabendo a

lei regular a organização das formas de assistência jurídica, acesso ao direito e patrocínio

forense, como elemento essencial à administração da justiça, devendo o Estado estabelecer os

meios financeiros para o efeito.

No caso de defesa pública incumbe ao Estado assegurar, às pessoas com insuficiência de

meios financeiros, mecanismos de defesa pública com vista à assistência jurídica e ao

patrocínio forense oficioso, a todos os níveis. É admitida a resolução de conflitos sociais

menores por julgados de paz

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5 O Executivo e as tecnologias de informação e comunicação

O uso da Tecnologia de Informação no Executivo eleva a eficiência do Executivo, confirma

a aposta nas TICS pelos teóricos do movimento de reformas da Nova Gestão Pública. O

Executivo angolano por meio do Ministério das Fiananças tem usado as TICS para facilitar a

análise e tratamento das informações, no processamento dos salários, nas Repartições

Fiscais, etc; nos Bancos; o Ministério da Ciência e Tecnologia tem o programa das

Mediatecas com o objectivo principal de construir uma sociedade da informação; o

Mininstério da Educação aplica nos Recursos Humanos, etc. Não basta isto e muito mais,

devemos criar infraestruturas comuns, bancos de dados, padrões e intercomunicação;

Fazendo um paralelismo em Moçambique o Primeiro-Ministro da República Dr. Alberto

Clementino Vaquina, presidiu no dia 04 de Dezembro de 2013, no Distrito da Manhiça,

Província de Maputo, o lançamento da Primeira Pedra da construção do Centro de Dados do

Governo, no Parque de Ciência e Tecnologia de Maluana. O Centro de Dados é uma

plataforma tecnológica partilhada que vai contribuir para melhorar a prestação de serviços e

informação ao cidadão com recurso a tecnologias de informação e comunicação1.

Pesquisas revelam que as políticas do Poder Executivo são conduzidas mediante uma

ausência de normas juridicas, dificuldades de gestão da Tecnologia de Informação e

inexistência de gestão da memória e dos registos arquivísticos.

O governo eletrônico pode promover resultados diferenciados para a sociedade, como a

prestação de serviços públicos via internet e a transparência dos actos de gestão. Foram

verificadas no movimento de reformas do Ministério da Justiça várias tecnologias desde a

informatização das Conservatórias e Notários até ao Poder Judiciário angolano com a

utilização do Citius – Habilus, temos ainda como exemplo as embaixadas do Brasil e

Estados Unidos na emissão de vistos, que têm facilitado o acesso a informação.

6 Os Tribunais e a falta de celeridade processual

O Poder Judiciário possui autonomia administrativa e financeira garantidas

constitucionalmente, em relação aos demais poderes, desta forma a estrutura organizacional

do Judiciário angolano é composta por Tribunais Superiores, Tribunais de Justiça e

1 http://www.mct.gov.mz/portal/page?_pageid=617,5928671&_dad=portal&_schema=PORTAL

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10

Tribunais Militares, todos dotados de autonomia de gestão e o dever de prestar contas quanto

a relação de sujeição às sanções combinadas em lei pelo mau exercício do poder. O sistema

judicial angolano é refratário a mudanças e de difícil compreensão por parte dos operadores

do Direito e da população em geral. Na minha experiencia profissional, aponto problemas,

como: lentidão na tramitação dos processos judiciais; pouca transparência; dificuldade de

acesso; complexidade estrutural; concentração de litigiosidade pelo excessivo número de

processos de interesse das grandes corporações empresariais e pessoas influentes; e

desarticulação institucional, excesso de uso do papel e em muitos casos excassês de material

como o papel, lapizeiras, etc. Diante do exposto, na sua função de processamento das

demandas, o Poder Judiciário apresenta sintomas de “Crise”, sustentada por uma estrutura

pesada, sem agilidade, incapaz de fornecer soluções em tempo razoável, previsíveis e a

custos acessíveis para todos. Quanto às causas deste efeito, identifica-se, com maior

frequência, o número excessivo de recursos previstos em lei; crescimento do número de

processos novos a cada ano e poucos arquivados, excesso de formalismo cartorial, nas

audiências; e improbidade das leis. Como causas estruturais da crise destaca-se o difícil

acesso ao Judiciário pelo número insuficiente de Magistrados e servidores públicos, falta de

instalações físicas adequadas, falta de informatização dos cartórios judiciais, falta de

planejamento, incapacidade de gestão e deficiência no controle administrativo. Desta forma,

os problemas do Poder Judiciário influenciam nas decisões de investimento da economia,

comprometem a eficiência empresarial, o progresso tecnológico e a própria política

econômica do Executivo.

7 Os Tribunais e a primeira tentativa de informatização

O Ex-Vice-Ministro da Justiça para a área dos Tribunais, João Alves Monteiro, visitou

Coimbra, Portugal em 2006, tendo constatado o estado de implementação do projecto

“Habilus”, relacionado com a modernização dos Tribunais angolanos, no final informou que

o referido projecto tem como objectivo a desmaterialização de processos judiciais e a

formação de Magistrados e Técnicos angolanos. De acordo com o Vice-Ministro, o projecto

funciona no quadro de um acordo trilateral entre os Ministérios da Justiça de Angola e de

Portugal e a Comercial Law dos Estados Unidos da América, esclareceu que, no quadro do

programa, Angola enviou a Portugal vários técnicos para um curso de formação de

formadores e “naquele momento, eram quatro técnicos que estavam em Coimbra, sendo dois

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11

Magistrados e igual número ligados à área de informática”. O governante assegurou que o

programa só traria benefícios para o país, na medida em que previa a instalação dos processos

informatizados em todos os Tribunais.

O Projecto CITIUS/HABILUS, (experiencia portuguesa) nos anos 2006/2007, permitiu a

informatização dos processos judiciais no Tribunal Provincial de Luanda em concreto na Sala

dos Crimes Comuns (Palácio Dona Ana Joaquina) isto é, a sua digitalização e gravação numa

base de dados, ficando os mesmos acessíveis através de um simples click. Os efeitos práticos

da implementação deste Programa não são tão evidentes por falta de preparação dos seus

operadores. Em caso de domínio do mesmo perguntaríamos a um oficial de justiça o que o

CITIUS/HABILUS representa em termos de poupança de horas numa simples notificação de

testemunha para um julgamento? Perguntaríamos a um advogado quantas deslocações

deixaram de fazer aos Tribunais para ter acesso a um processo? Perguntaríamos aos

Magistrados o tempo que poupam no acesso aos processos ou quanto tempo um Juiz poupa

sempre que pretende ouvir de novo o depoimento de uma testemunha que foi gravado durante

julgamento? Perguntaríamos aos Inspetores Judiciais o tempo que poupam na verificação do

cumprimento dos prazos na tramitação dos processos ou na contagem dos despachos e

sentenças que cada Magistrado profere, facilitando a estatística. O Projecto não terminou!

7.1 A crítica feita ao sistema de informatização dos processos aplicando o sistema

CITIUS - HABILUS

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses considerava que o sistema CITIUS de

informatização dos processos é pouco racional e atrasava a eficácia dos Tribunais mas o

Ministério da Justiça Portuguesa rejeitava as acusações.

A associação realizou um estudo que mostra que cada juiz demora o dobro do tempo a

analisar um processo. Perante a estes resultados, Ramos Soares, secretário-geral da ASJP,

disse que era preciso suspender o CITIUS, até que o Conselho Superior da Magistratura

reavaliasse à eficácia do sistema, «Em Portugal, temos o hábito da fazer leis, passados

muitos anos, compreendemos que as leis foram mal feitas», afirmou ainda «É preciso avaliar

de uma maneira clara se o sistema é produtivo ou não, se gera ou não eficiência. Até que se

conclua esse estudo, defendemos que seja imediatamente suspensa uma das partes da

reforma, a desmaterialização dos processos», acrescentou: A utilização do sistema

informático passou a ser obrigatório no início, mas tem sido muito criticado pelos juízes que

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apresentaram um estudo para mostrar que o CITIUS pode contribuir para agravar os

problemas da justiça. Em Angola inexistem estudos neste sentido face ao copy e past.

8 O impacto das novas tecnologias de comunicação e de informação na gestão dos

Tribunais e no acesso dos cidadãos à justiça

As novas tecnologias de comunicação e de informação apresentam um enorme potencial de

transformação do sistema judicial, tanto na administração e gestão da justiça, na

transformação do exercício das profissões jurídicas, como na democratização do acesso ao

direito e à justiça. No que respeita à administração e gestão da justiça, as novas tecnologias

podem ter um efeito positivo na celeridade e eficácia dos processos judiciais. Podem, por

exemplo, substituir tarefas rotineiras, permitir um controlo mais eficaz da tramitação dos

processos, melhorar a gestão dos recursos humanos, das secretarias judiciais e das agendas

judiciais, permitir o envio de peças processuais em suporte digital, facilitar o acesso às fontes

de direito e, por essa via, ajudar os operadores judiciais a conhecer e a interpretar o sistema

jurídico, para muitos operadores judiciais, cada vez mais complexo.

No que respeita à democratização do acesso ao direito e à justiça, as novas tecnologias de

informação possibilitam mais circulação de mais informação e, portanto, um direito e uma

justiça mais próximos e mais transparentes. Por exemplo, facilitam o acesso a bases de dados

jurídicos, a informações fundamentais para o exercício de direitos, e possibilitam o exercício

fácil de um conjunto de direitos e de deveres dos cidadãos. É, hoje, possível, através de redes

electrónicas, apresentar requerimentos, receber informações, pagar determinadas taxas ou

impostos, ou mesmo consultar processos.

8.1 Nos recursos humanos

O uso das novas tecnologias pode possibilitar uma maior produtividade, eficiência e redução

de custos no domínio da gestão dos recursos humanos. Na Noruega a informatização dos

Tribunais aumentou significativamente a eficácia de todo o sistema de justiça e permitiu a

redução, em cerca de 10%, dos funcionários administrativos (Santos e Gomes, 2001, p. 188).

Todavia, a introdução no sistema judicial de formas de gestão moderna e da tecnologia que

lhe está associada requer especial cuidado e sensibilidade. É fundamental que os operadores

judiciais sejam persuadidos da importância e das vantagens para o sistema judicial dos novos

métodos de gestão e das NTCI. Para tal, o processo de mudança deve ser precedido, com

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13

Informação aos agentes judiciais sobre o funcionamento do sistema; Avaliação prévia dos

preconceitos culturais existentes em relação à introdução de novas tecnologias;

desenvolvimento de programas de formação permanente para os funcionários e Magistrados;

em matéria de formação é, ainda, é fundamental prestar atenção à formação inicial, quer nas

Faculdades de Direito e afins.

8.2 Na comunicação interna

As tecnologias de informação e comunicação têm um efeito altamente positivo no que diz

respeito à gestão da informação e da comunicação no interior do sistema judicial. A

experiência comparada mostra que para a implementação eficaz de um sistema de informação

é necessário assegurar um conjunto de condições prévias: a informatização deve ser

precedida de uma auditoria aos procedimentos e usos existentes; o sistema de informação

adoptado deve ser adaptável, rapidamente e a baixos custos, a novas circunstâncias e a novos

objectivos organizacionais; deve proporcionar um acesso seguro e eficiente a todos os

utilizadores; deve ser compatível com outros sistemas; e deve ser adequado às necessidades e

objectivos da organização. Não basta que a informação circule, rápida e eficazmente, no

interior de cada organização, sendo igualmente necessário que estes fluxos circulem no

interior de toda a esfera pública.

No domínio da experiência comparada, destaca-se a experiência da Inglaterra e País de Gales,

em especial com a criação e posterior modernização do Court Service Intranet, e a

experiência do País Basco. Neste último caso, o plano de informatização desenvolvido tem

como características estruturais a uniformização e a transparência dos procedimentos

processuais; a universalidade, através da aplicação do plano aos órgãos de todas as

jurisdições e instâncias da administração da justiça e serviços comuns (o objectivo final é

desenvolver uma rede judicial de comunicações alargada aos órgãos da administração pública

e a outras entidades, como as ordens profissionais e as universidades); e a especialização

funcional das aplicações através da mecanização de todas as funções que integram as tarefas

de ordem administrativa ou processual da competência das secretarias judiciais.

8.3 Na gestão de processos

Os sistemas informatizados de gestão de processos são uma ferramenta essencial para a

eficiência, organização, tratamento de forma rápida, de grandes quantidades de informação,

Page 14: Tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

14

do trabalho dos Tribunais, permitem a recepção de documentos ou a consulta de processos

por via electrónica.

Numa experiência comparada arrolamos o sistema de gestão de processos que nos parece

mais eficiente que é o utilizado nos Tribunais dos EUA. O software é utilizado para recolher,

organizar, processar, guardar e distribuir informação essencial do processo, possibilitando o

uso de técnicas sofisticadas de gestão. A informação introduzida no sistema pode ser

organizada, agregada e analisada para que se identifiquem todos os movimentos dos

processos entrados, pendentes e arquivados. A informação sobre um determinado processo

pode estar disponível, em simultâneo, para vários utilizadores. Programas especiais podem

retirar informação do processo informático para gerar automaticamente documentos pré-

formatados (notificações, citações, etc.). Através de relatórios, processados pelo computador,

é possível identificar os processos que estejam a exceder os parâmetros normais de tempo de

duração, antecipando a resolução de possíveis problemas.

8.4 Na comunicação com o público

Numa sociedade aberta e democrática os Tribunais têm que se tornar mais acessíveis e mais

próximos dos cidadãos. Os projectos de modernização dos Tribunais e de introdução de

novas tecnologias devem ser estrategicamente orientados para esse objectivo. As novas

tecnologias de comunicação e de informação podem desempenhar um papel importante na

interface dos Tribunais com o público, como, por exemplo, através da introdução no sistema

judicial de quiosques informativos ou de guias electrónicos.

O Court Service (agência estadual que tem a seu cargo a administração da maioria dos

Tribunais da Inglaterra e do País de Gales) desenvolveu o projecto Court Service Information

Kiosk, cujo objectivo é disponibilizar informação através de quiosques automáticos. Como

meio privilegiado de informação ao público foram, ainda, criadas linhas telefónicas de apoio

ao cidadão e desenvolvido um site do Court Service na Internet. Os planos de reforma

preveem, ainda, a introdução, a curto prazo, de serviços on-line para responder rapidamente

às questões e reclamações dos utentes.

Em alguns Tribunais dos EUA foram instalados um sistema electrónico de informação ao

público, idêntico ao existente nos aeroportos, com informações sobre a agenda de cada juiz,

as salas onde se realizam os julgamentos e os respectivos horários.

Page 15: Tecnologias de informação e comunicação no judiciário angolano

15

Os terminais informatizados de atendimento são, também, um método alternativo ao

fornecimento de serviços, sem a necessidade de utilização de recursos humanos. Podem

disponibilizar informações detalhadas, em linguagem acessível, sobre temas que,

normalmente, constituem fonte de preocupação para a maioria dos utentes dos Tribunais,

possibilitando o esclarecimento de dúvidas e rapidez no atendimento. Podem permitir,

também, a consulta de marcações de julgamentos e dos horários dos tribunais e de

departamentos públicos.

Em Angola, no que diz respeito à aplicação das TICS à administração da justiça, tem vindo a

dar alguns passos, não estando ainda feita a sua avaliação, saliento quatro medidas:

A primeira é a criação do Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça, dotado de

autonomia administrativa, financeira e patrimonial, sob a tutela do Ministério da Justiça, cuja

criação revela uma especial atenção da política do executivo a esta matéria, tem competência

para a concepção, emissão e avaliação de normas técnicas e para a gestão integrada da rede

de informação e comunicações da justiça, fomentando a unificação de métodos e processos;

A segunda medida é a aprovação do Plano de Informatização Judiciária com objectivo de

dotar os Tribunais de infraestruturas informáticas e de comunicação que possibilitem a

produção e circulação interna de informação por via electrónica e garantam a sua ligação com

o exterior em condições de segurança e qualidade de acesso; produzir e implementar soluções

informáticas que permitam o registo inicial e o acompanhamento de todo o ciclo processual,

sem redundâncias de informação, e automatizem as tarefas repetitivas; A terceira medida

que destaco é a possibilidade de acesso a bases de jurisprudência via Internet; A quarta

refere-se à introdução, no âmbito do Processo civil, de algumas medidas com recurso às

NTCI, como o pagamento das taxas de justiça através das ATM, a possibilidade de envio de

peças processuais através de meios electrónicos e a videoconferência eventualmente nas

audiências de julgamento e outros serviços judiciais.

9 Conclusões

No que respeita ao impacto das novas tecnologias de comunicação e de informação na

administração dos órgãos judiciais, abrem-se imensas oportunidades para melhorar a eficácia

e racionalizar a gestão dos Tribunais. Para isso, no entanto, três condições devem ser

observadas: - O investimento no capital humano e tecnológico; formação adequada para os

novos conflitos interprofissionais decorrentes das novas tecnologias e das mudanças de

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gestão que elas suscitam; finalmente, as transformações informacionais em curso, apesar de

toda a retórica em contrário, passa pelo acesso à informação e pela criação de novas

competências e possibilidades de satisfação dos cidadãos na vida judicial.

É urgente explorar as potencialidades das novas tecnologias, de tal modo que a relação

virtuosa entre Tribunais, cidadãos e novas tecnologias de informação e de comunicação,

facilita a celeridade processual; é urgente tornar o Poder Judiciário mais eficiente e acessível

à população, para tal, destacam-se a instalação da Comissão de Reforma da Justiça, a revisão

da legislação quanto aos Códigos dos Processos Civil, Código Civil, a criação de um código

de processo de Trabalho e Penal, das legislações que facilitam a marcha do processo, enfim, o

aumento do número de Advogados, apoio na continuidade e ampliação dos Tribunais

Especiais, estabelecimento de novas discussões acerca dos pagamentos de precatórios,

acompanhamento e acções judiciais dos casos de violações contra os direitos humanos,

regulação do processo jurídico eletrônico, compartilhamento de informações entre órgãos e

produção de indicadores estatísticos.

A recomendação vai no sentido de que na criação dos sistemas tenha-se em conta a

participação dos usuários, Juiz, Procurador, Oficiais de Justiça, Advogados, etc. Facto que na

maior parte das vezes são subestimados, caindo regra geral, na necessidade de mudanças e

adequação em vários sistemas, o que poderia ser evitado.

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17

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