tributos | entrave na competição empresarial

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ESPECIAL 26 Abril 2015 120 ENTRAVE NA COMPETIÇÃO EMPRESARIAL LTA, COMPLEXA E INEFICIENTE. ESSES TRÊS ADJETIVOS SÃO OS MAIS MENCIONADOS PELA CLASSE EMPRESARIAL QUANDO O ASSUNTO É A CARGA TRIBUTÁRIA DO BRASIL, UMA DAS MAIORES DO MUNDO. POUCO SE SABE, NO ENTANTO, SOBRE ONDE SÃO APLICADOS ESTES RECURSOS A Depende. Se o volume despeja- do gota a gota for retido em um grande reservatório plane- jado para o abastecimento futuro, é uma situação positiva. Agora, se cada uma das milhares de gotas se perderem, seja pela falta de um recipiente que permita o armazenamento ou porque reservatório está cheio a ponto de transbordar, aí estamos diante de um caso clássico de desperdício. O mesmo ocorre com os impostos pagos no Brasil. Só que estamos falando de uma imensa torneira que goteja R$ 50.523,40 por segundo – de acordo com o Impostômetro. Em apenas um minuto, o total passa dos R$ 3 milhões. Em uma hora, supera R$ 181 milhões. E assim, o Brasil arrecada mais de R$ 4,3 bilhões por dia. Em 2014, o montante arrecadado no ano chegou a R$ 1,85 trilhão. É algo bom ou ruim? Depen- de, igualmente, do uso que se faz desses recursos. TEXTO Marina Schmidt IMAGEM DE ABERTURA ©iStock.com/xxxxxxxxxxxxxxxx UMA TORNEIRA GOTEJANDO UMA GOTA D’ÁGUA POR SEGUNDO É ALGO BOM OU RUIM? tributos

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Revista Bens & Serviços | Edição 120

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entrave na competição empresarial

lta, complexa e ineficiente. esses três adjetivos são os mais

mencionados pela classe empresarial quando o assunto é a

carga tributária do brasil, uma das maiores do mundo. pouco

se sabe, no entanto, sobre onde são aplicados estes recursosa

Depende. Se o volume despeja-do gota a gota for retido em um grande reservatório plane-jado para o abastecimento futuro, é uma situação positiva. Agora, se cada uma das milhares de gotas se perderem, seja pela falta de um recipiente que permita o armazenamento ou porque reservatório está cheio a ponto de transbordar, aí estamos diante de um caso clássico de desperdício.

O mesmo ocorre com os impostos pagos no Brasil. Só que estamos falando de uma imensa torneira que goteja R$ 50.523,40 por segundo – de acordo com o Impostômetro. Em apenas um minuto, o total passa dos R$ 3 milhões. Em uma hora, supera R$ 181 milhões. E assim, o Brasil arrecada mais de R$ 4,3 bilhões por dia. Em 2014, o montante arrecadado no ano chegou a R$ 1,85 trilhão. É algo bom ou ruim? Depen-de, igualmente, do uso que se faz desses recursos.

texto Marina Schmidt

imagem de abertura ©iStock.com/xxxxxxxxxxxxxxxx

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Para dimensionar o impacto dos tributos é padrão com-parar o montante arrecadado por um país com a riqueza ge-rada, o Produto Interno Bruto (PIB). A relação de um dado para o outro apresenta o quanto os tributos representam, percentualmente, do PIB. Essa é a lógica por trás do conceito de carga tributária. Os dados mais recentes disponibiliza-dos pela Receita Federal são de 2013 e revelam que, naquele ano, a carga tributária chegou a 35,95%. Ou seja, dos R$ 4,84 trilhões do PIB, R$ 1,74 trilhão foi obtido com a arrecadação tributária. “É como se trabalhássemos mais de um terço do ano para o governo”, compara o economista da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal.

“O agravante”, acrescenta, “é que compete às empresas outras despesas, inclusive para compensar faltas estrutu-rais, muitas vezes”. Por isso, a questão tributária no Brasil

não pode ser vista apenas pelo prisma do montante pago. A complexidade do sistema tributário e a compensação de deficiências estruturais também entram na conta das em-presas. É o chamado Custo Brasil. “No final, se colocar na ponta do lápis, as empresas terão trabalhado praticamente o ano inteiro para bancar essa conta. O lucro vai ser relativo a apenas alguns dias de trabalho”, contextualiza.

Portugal caracteriza a política tributária do país como cara, complexa e de baixo retorno. “Pagamos mais impostos do que praticamente todos os países da América Latina. Em média, a carga tributária na região é de 21,3% do PIB, nós estamos mais de 10% acima disso”, adverte. “Nossa arreca-dação está no patamar de países como a Alemanha, em que a carga tributária é um pouco maior do que a nossa, porém com retorno em serviços públicos incomparável ao nosso.”

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Noção histórica e efeito político

Pagar impostos é uma lógica decorrente da “necessida-de de se manter uma espécie de ‘fundo’ para a realização de objetivos comuns à toda a sociedade”, explica o cientista político e consultor da Fecomércio-RS, Rodrigo Giacomet. Um dos primeiros pensadores que se dedicou ao tema foi Thomas Hobbes, que, em 1651, no livro Leviatã, começou a explicar essa necessidade. “Nessa obra, Hobbes formula a primeira teoria do ‘Contrato Social’, que resume na renún-cia do homem às condições vividas no estado de natureza, em troca de segurança mútua e, posteriormente, de outros benefícios da vida em sociedade, como a infraestrutura, as leis e os serviços públicos essenciais”, acrescenta.

Assim, surgiu a ideia do Estado como garantidor de segu-rança, direitos fundamentais e contratos. E em decorrência dessa lógica, surgiu o conceito de governo capaz de atender a esses preceitos. “Em que pese durante séculos a sociedade tenha atribuído aos seus governantes poderes divinos, na segunda metade do segundo milênio os cidadãos passaram a perceber que seus governantes não somente eram despro-

vidos de divindades, como também eram suscetíveis a todos os erros de avaliação e desvios de comportamento comuns aos seres humanos”, estabelece Giacomet. “Essa consciên-cia, que é um dos reflexos do iluminismo, foi muito impor-tante para que a sociedade começasse a se questionar sobre o uso do dinheiro público, e reivindicar uma relação mais justa com o Estado.”

O acompanhamento tanto do custo tributário quanto do retorno da arrecadação levou as sociedades a acompanha-rem e compararem o nível da carga tributária. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) usa a margem aproximada de 36%. “Esse percentual é similar ao pago pelos alemães, oito pontos superior ao americano, e o dobro da carga paga pelos japoneses. A pergunta que os bra-sileiros se fazem é muito simples: por que a infraestrutura e os serviços públicos brasileiros são inferiores aos oferecidos nesses países?”, pontua o cientista político.

Giacomet destaca que o evidente déficit na qualidade e na abrangência dos serviços públicos no Brasil foi a causa das ma-nifestações de 2013, e justifica a declarada e recente insatisfa-ção popular. “Em 2015, a certeza de que os desvios de dinheiro promovidos pela corrupção estão fora de controle e a percep-ção da diferença entre o que foi proposto pela presidente du-

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Temos estagnação, inflação, corrupção, falta de vontade,

política tributária inadequada, e o ajuste trará aumento do

custo tributário.

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ives GaNdra MartiNs

professor universitário e jurista

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r$ 50.523,40 por segundo

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rante as eleições e o que vem sendo praticado pelo seu segundo governo completam a carga de indignação dos brasileiros.”

Com esse pano de fundo, o governo tem que enfrentar a in-satisfação popular e a instabilidade política, dificultando ainda mais que a reforma tributária avance no país. “Em 2015 esta questão é impensável”, sustenta o economista Marcelo Portu-gal. Para ele, o comportamento do governo é errático tanto na tributação quanto no gasto. Nesse aspecto, há momentos em que ocorre a expansão dos gastos, com posterior redução, in-terferindo negativamente no ambiente de negócios. “O Finan-ciamento Estudantil (Fies) consumia R$ 1 bilhão há sete anos, mas em cinco passou para R$ 14 bilhões. O governo percebeu que gastou demais e agora quer passar de R$ 14 bilhões para R$ 4 bilhões, só que alguém investiu pensando no Fies.”

O pacote de desonerações é outro foco de críticas do eco-nomista. “Queremos desoneração horizontal, para todo mun-do. Ou seja, uma medida que reduza a carga tributária para todos”, pleiteia. Portugal aponta que este é o caminho para minimizar o peso atual da carga tributária. “O dia que vier a

reforma tributária tem que ser de uma forma que simplifique o sistema, mas que desonere para todo mundo. Da forma como está esse procedimento afeta a competição na economia.”

icMs, o Maior e Mais coMplexo tributo

A complexidade tributária do Brasil, que leva empresas a investirem mais de duas mil horas de trabalho apenas para concretizar o pagamento dos impostos, fica evidente na ar-recadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

“O ICMS aparece nos três setores (indústria, comércio e serviços), só não no agronegócio”, detalha o advogado tri-butarista Rafael Borin, explicando que esse tributo é arreca-do pelos estados, mas que parte dele (25%) retorna para os municípios. “O ICMS sempre vai ter a principal atenção por parte dos estados. Toda vez que o Estado concede benefício fiscal afeta os municípios”, descreve.

o peso do ajuste

O ano de 2015 está marcado pelo ajuste fiscal. Para atingi-lo, alguns tributos foram majorados, muitos passando a valer a partir de junho. As alíquotas elevadas devem gerar até o final do ano um aumento de R$ 25,95 bilhões para os cofres públi-cos, calcula o economista Marcelo Portugal, com base em informações da Receita Federal. Confira as principais mudanças:

tributo

ipi Cosméticos*

piS/Cofins importação*

ioF – Crédito pessoa Física

piS/Cofins – Cide Combustíveis

Contribuição previdenciária

Sobre Faturamento*

efeito em 2015

r$ 381,41 milhões

r$ 694 milhões

r$ 7,38 bilhões

r$ 12,18 bilhões

r$ 5,35 bilhões

efeito anual

r$ 653,85 milhões

r$ 1,19 bilhão

r$ 8,31 bilhões

r$ 14,07 bilhões

r$ 12,80 bilhões

alteração

equiparação do atacadista a industrial, para efeitos de

incidência do imposto

restabelecimento da carga tributária original (antes da

exclusão do iCMS da base) por meio da elevação das

alíquotas das contribuições para 11,75%

aumento da alíquota de ioF incidente sobre crédito da

pessoa Física de 1,5% ao ano para 3% ao ano, mantido o

adicional de 0,38% por operação, adotada em substituição

da CpMF, por ocasião de sua extinção

estabelecimento das alíquotas ad rem do piS/Cofins e da

Cide Combustíveis (atualmente zeradas) para r$ 0,22 para

a gasolina e r$ 0,15 para o diesel

as empresas passarão a recolher 4,5% e 2,5% do fatura-

mento em substituição ao recolhimento de, respectiva-

mente, 2% e 1%, a título de contribuição para a previdência

*a partir de junho/2015 /Fonte: receita Federal do brasil

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O fato de cada estado ter autonomia para definir suas alíquotas, buscando a competitividade com os demais, abriu margem para a chamada guerra fiscal entre os estados. “As empresas que têm operação em todos os estados precisam conhecer as 27 legislações vigentes no país. Sem sombra de dúvida é hoje o imposto mais difícil de calcular, por sua abrangência”, esclarece.

Borin comenta que existe uma regra nacional que diz que todo o estado que quiser conceder benefício tem que seguir requisitos, e um desses requisitos é pedir autorização do Con-faz para estabelecer a alíquota ou os benefícios. “O estado tem que comunicar a todos os demais o benefício que pretende dar, para que os representantes estaduais concordem ou não.” O Confaz, que deveria evitar a ocorrência da guerra fiscal, acaba se abstendo. Dessa forma, os benefícios não são contestados.

“O Rio Grande do Sul sempre respeitou muito a regra na-cional de não fazer a guerra fiscal, sempre agiu conforme a lei, respeitou a Constituição, mas na prática isso só gerou prejuízo para as nossas empresas. Do que importa manter o respeito às normas se suas empresas estão sucateadas?”, questiona Borin. “O problema da guerra fiscal é a falta de fiscalização e de cumprir a lei”, consolida. “Os estados deve-riam ser prejudicados quando praticassem a guerra fiscal, deixando de receber recursos.”

“Se um estado faz um benefício de forma unilateral, os estados prejudicados têm que entrar com Ação Direta de in-constitucionalidade (Adin), só que demora tanto tempo para

ser julgada, que enquanto o processo tramita a empresa já está há meses se beneficiando de impostos”, critica sobre a morosidade do Judiciário em avaliar a questão.

Na coNtraMão

Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, o Brasil está na contramão do que os demais países têm praticado. “O que temos sentido é que o nosso governo faz de tudo para que o Brasil continue não desenvolvido e tenha recessão econômi-ca”, diz. “No mundo, a tendência é de incentivar o crescimen-to e o lucro para só depois tributar o ganho”, esclarece. “Já no Brasil, temos uma tributação antecipada, que é em cima do faturamento. Ou seja, a forma de tributação é muito forte em cima do empresariado por conta da antecipação tributária.”

Olenike argumenta que o certo seria fazer a tributação após o lucro obtido. “O faturamento não é lucro, é venda. Nesse caso, mesmo que ele não tenha resultado econômico tem que pagar o imposto. Para colocar o custo tributário no preço, o produto fica mais caro, a venda é menor e a ativi-dade econômica é menor do que deveria”. Como efeito, “o governo, ao investir nesse sistema tributário, ao invés de enriquecer as empresas, acaba indo pelo lado contrário”.

Embora a queixa quanto ao modelo tributário seja antiga e recorrente, o presidente do IBPT não vê saída em curto espaço de tempo para o problema dos tributos. “O Congresso não está muito preocupado. Na verdade, é conivente com a situação,

contribuição dos tributos por categoria

Em 2013, os tributos sobre bens e serviços e sobre a folha de salários responderam por mais de 75% da arrecadação bra-sileira, segundo a série histórica da Receita Federal. Confira a evolução desde 2009:

tipo 2009 2010 2011 2012 2013

tributos sobre a renda 19,57% 18,20% 19,05% 17,88% 18,10%

tributos sobre a folha de salários 25,70% 25,40% 24,99% 25,68% 24,98%

tributos sobre a propriedade 3,89% 3,78% 3,73% 3,88% 3,93%

tributos sobre bens e serviços 49,10% 50,45% 49,98% 50,61% 51,28%

tributos sobre transações financeiras 1,78% 2,10% 2,19% 1,95% 1,67%

outros tributos -0,05% 0,06% 0,05% -0,01% 0,04%

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porque também precisa da arrecadação”, critica. “O horizonte não é otimista. Não temos projeto sério de reforma ou de dimi-nuição.” Segundo cálculos do IBPT, mais de 50% do que poderia ser o lucro das empresas é destinado aos tributos.

Gestão da arrecadação

O que é mais prejudicial para o país: a má administração dos tributos arrecadados ou a corrupção? “Problemas não são comparáveis. A má administração e a corrupção produzem os mesmos resultados para o cidadão, e são problemas endê-micos do setor público brasileiro”, avalia o cientista política Rodrigo Giacomet. “Ambos geram desperdício de dinheiro e diminuição do capital social existente entre a população.”

No momento, tanto um aspecto quanto o outro tem sido debatido pela sociedade. Porém, as denúncias de corrupção geram um descrédito que acaba por dificultar a melhor administração política. “Os governos, quando estão envolvidos em denúncias de corrupção, perdem a razão nesse debate, e não conseguem implementar refor-mas administrativas que aumentem a produtividade, me-lhorando as entregas que são feitas ao cidadão. Portanto, a reforma administrativa é a mais urgente das reformas que o Brasil precisa”, pontua Giacomet.

Quando fala em reforma administrativa, o cientista polí-tico tem em mente a diminuição dos custos do trabalho no setor público, o aumento da produtividade dos servidores e a qualidade das entregas que são feitas à população, além da diminuição da burocracia, aumento da transparência e da utilização dos recursos e ampliação da participação da sociedade civil nas atividades públicas. “Concomitantemen-te, essa mesma reforma poderia aumentar o controle e a punição aos servidores que praticam desvios e diminuir os incentivos à corrupção”, acrescenta. “Se o governo reduzir os esforços concentrados na produção direta de bens e ser-viços públicos, e se especializar na gestão dos contratos que firma com o setor privado, os incentivos à corrupção no se-tor público reduzirão sensivelmente.”

O jurista Ives Gandra Martins avalia que o cenário tribu-tário no Brasil está muito pior. “Temos estagnação, inflação, corrupção, falta de vontade, política tributária inadequada e o que ao meu ver é pior é que o ajuste pode trazer aumento do custo tributário”, elenca. O ajuste, avalia Gandra Mar-

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João eloi oleNike

presidente do ibpt

O horizonte não é otimista. Não temos projeto sério

de reforma ou de diminuição de tributos.

”“

tins, está sendo feito pelo lado errado. “Não se fala em corte na própria carne.” De acordo com o jurista, a reforma tribu-tária “se for feita, será por meio de um novo governo”.

QueM paGa a coNta?

“Embora a principal queixa quanto a alta carga tributária do país parta das empresas, quem paga a conta, no final, é a sociedade, por meio dos consumidores”, esclarece o economis-ta Marcelo Portugal. Recentemente, todas as empresas foram obrigadas a detalhar na nota fiscal o total pago em impostos pelos consumidores. Porém, ainda são poucas as pessoas que observam essa informação.

Nesse sentido, o economista defende que as entidades empresariais façam uma campanha ampla destacando para a população quem paga a conta no final. A lógica é simples, se o imposto é alto para o empresário, ele acaba sendo repas-sado no preço. O impacto da tributação sobre as empresas é um dos temas prioritários da Fecomércio-RS. Neste ano, a entidade fará seis palestras sobre o assunto em municípios gaúchos, com a presença do economista Marcelo Portugal, para debater a questão.