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TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ISO 9001 Cód - 042 (Versão 02) ATA DA 2831ª SESSÃO ORDINÁRIA Aos vinte e três dias do mês de setembro de 2015, às 9h50, no Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, realizou-se a 2.831ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, sob a presidência do Conselheiro Roberto Braguim, presentes os Conselheiros Edson Simões, Vice-Presidente, Domingos Dissei, Corregedor, Maurício Faria e João Antonio, a Secretária Geral “ad hoc” Roseli de Morais Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo e o Procurador Fernando Henrique Minchillo Conde. Ausente o Secretário Geral Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira, em representação da Corte. A Presidência: “Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.” Preliminarmente, a Corte registrou a presença em Plenário da Senhora Patrícia Sales, Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo Prodam-SP S.A. Continuando, o Presidente submeteu ao Egrégio Plenário os seguintes processos: 1) TC 2.552/14-68 TCMSP Resolução 11/2015 “Por deliberação dos Senhores Conselheiros Edson Simões, Vice-Presidente, Maurício Faria, Domingos Dissei, Corregedor, e João Antonio, o Plenário aprovou a Resolução 11/2015, que abre crédito adicional suplementar de R$ 50.000,00, de acordo com a Lei 16.099/2014, e dá outras providências.” 2) TC 3.492/15-54 TCMSP Resolução 12/2015 “Por deliberação dos Senhores Conselheiros Edson Simões, Vice-Presidente, Maurício Faria, Domingos Dissei, Corregedor, e João Antonio, o Plenário aprovou a Resolução 12/2015, que altera a redação do § 1º do artigo 153 e do artigo 186 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Município de São Paulo.” 3) TC 3.443/15-49 TCMSP Nara Torrecilha Ferreira Comissionamento nesta Corte “Pela deliberação dos Senhores Conselheiros Edson Simões, Vice-Presidente, Maurício Faria, Domingos Dissei, Corregedor, e João Antonio, o Plenário resolveu referendar o ato do Senhor Presidente, no sentido de solicitar a prorrogação do comissionamento da Servidora Nara Torrecilha Ferreira, Matrícula SIAPE nº 1725347, lotada no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, para, com prejuízo das funções, mas sem prejuízo dos vencimentos, direitos e demais vantagens de seu cargo, prestar serviços neste Tribunal, até 31 de dezembro de 2016.” A Secretaria Geral providenciará a publicação, na íntegra, em apartado. Com a palavra, o Conselheiro Domingos Dissei solicitou convocação de sessão extraordinária para julgamento das Contas do Iprem, exercício de 2013, sugerindo o próximo dia 14 de outubro. Retomando a palavra, o Presidente Roberto Braguim parabenizou o Conselheiro Domingos Dissei pelo fato de estar sempre em dia com as contas. Ainda com a palavra, o Conselheiro Domingos Dissei deu conhecimento ao Egrégio Plenário da seguinte matéria: “Faço uma pequena apresentação, em função da sugestão do Conselheiro Maurício Faria sobre as inovações dos contratos, que pode ser, depois, divulgada em nosso “site”, a outros Tribunais etc. [APRESENTAÇÃO] CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE ZELADORIA Inovações na elaboração do edital; Novos instrumentos para acompanhamento da execução SERVIÇOS CONTINUADOS NO ÂMBITO DA SMSP E DAS SUBPREFEITURAS •Tapa buracos; •Recapeamento; •Limpeza manual de galerias, córregos e canais; •Limpeza mecanizada de ramais e galerias; •Manejo de árvores; •Conservação de áreas verdes; INOVAÇÕES NA ELABORAÇÃO DO EDITAL Inserção de quesitos inovadores na elaboração de editais para registro de preços de alguns serviços continuados de zeladoria, os quais foram acatados e constam dos contratos atualmente vigentes decorrentes das novas atas QUAIS SÃO ESSES QUESITOS: •Necessidade de registro fotográfico, antes, durante e depois da execução do serviço; •Livro de ordem. Além de questões obrigatórias que foram reiteradas: •Responsabilização do engenheiro – ART; •Sistema de gestão; •Técnico com CREA. NOVOS INSTRUMENTOS PARA ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO POR PARTE DO TCM- SP •ENSAIOS TECNOLÓGICOS •MOTO LINK •CÂMERAS FIXAS 1. ENSAIOS TECNOLÓGICOS INFORMAÇÕES GERAIS Contratação da Ata Ata de Registro de Preços ARP 01/2015 TC: 3.362.14-68 Objeto: realização de ensaios tecnológicos em estruturas de

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TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

ATA DA 2831ª SESSÃO ORDINÁRIA

Aos vinte e três dias do mês de setembro de 2015, às 9h50, no Plenário Conselheiro Paulo

Planet Buarque, realizou-se a 2.831ª sessão (ordinária) do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, sob a presidência do Conselheiro Roberto Braguim, presentes os Conselheiros Edson

Simões, Vice-Presidente, Domingos Dissei, Corregedor, Maurício Faria e João Antonio, a

Secretária Geral “ad hoc” Roseli de Morais Chaves, o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme

Bueno de Camargo e o Procurador Fernando Henrique Minchillo Conde. Ausente o Secretário

Geral Rodrigo Pupim Anthero de Oliveira, em representação da Corte. A Presidência: “Havendo

número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.”

Preliminarmente, a Corte registrou a presença em Plenário da Senhora Patrícia Sales, Empresa de

Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo – Prodam-SP S.A.

Continuando, o Presidente submeteu ao Egrégio Plenário os seguintes processos: 1) TC

2.552/14-68 – TCMSP – Resolução 11/2015 “Por deliberação dos Senhores Conselheiros Edson

Simões, Vice-Presidente, Maurício Faria, Domingos Dissei, Corregedor, e João Antonio, o

Plenário aprovou a Resolução 11/2015, que abre crédito adicional suplementar de R$ 50.000,00,

de acordo com a Lei 16.099/2014, e dá outras providências.” 2) TC 3.492/15-54 – TCMSP –

Resolução 12/2015 “Por deliberação dos Senhores Conselheiros Edson Simões, Vice-Presidente,

Maurício Faria, Domingos Dissei, Corregedor, e João Antonio, o Plenário aprovou a Resolução

12/2015, que altera a redação do § 1º do artigo 153 e do artigo 186 do Regimento Interno do

Tribunal de Contas do Município de São Paulo.” 3) TC 3.443/15-49 – TCMSP – Nara Torrecilha

Ferreira – Comissionamento nesta Corte “Pela deliberação dos Senhores Conselheiros Edson

Simões, Vice-Presidente, Maurício Faria, Domingos Dissei, Corregedor, e João Antonio, o

Plenário resolveu referendar o ato do Senhor Presidente, no sentido de solicitar a prorrogação do

comissionamento da Servidora Nara Torrecilha Ferreira, Matrícula SIAPE nº 1725347, lotada no

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, para, com

prejuízo das funções, mas sem prejuízo dos vencimentos, direitos e demais vantagens de seu

cargo, prestar serviços neste Tribunal, até 31 de dezembro de 2016.” A Secretaria Geral

providenciará a publicação, na íntegra, em apartado. Com a palavra, o Conselheiro Domingos

Dissei solicitou convocação de sessão extraordinária para julgamento das Contas do Iprem,

exercício de 2013, sugerindo o próximo dia 14 de outubro. Retomando a palavra, o Presidente

Roberto Braguim parabenizou o Conselheiro Domingos Dissei pelo fato de estar sempre em dia

com as contas. Ainda com a palavra, o Conselheiro Domingos Dissei deu conhecimento ao

Egrégio Plenário da seguinte matéria: “Faço uma pequena apresentação, em função da sugestão

do Conselheiro Maurício Faria sobre as inovações dos contratos, que pode ser, depois, divulgada

em nosso “site”, a outros Tribunais etc. [APRESENTAÇÃO] CONTRATAÇÃO DE

SERVIÇOS DE ZELADORIA Inovações na elaboração do edital; Novos instrumentos para

acompanhamento da execução SERVIÇOS CONTINUADOS NO ÂMBITO DA SMSP E DAS

SUBPREFEITURAS •Tapa buracos; •Recapeamento; •Limpeza manual de galerias, córregos e

canais; •Limpeza mecanizada de ramais e galerias; •Manejo de árvores; •Conservação de áreas

verdes; INOVAÇÕES NA ELABORAÇÃO DO EDITAL Inserção de quesitos inovadores na

elaboração de editais para registro de preços de alguns serviços continuados de zeladoria, os

quais foram acatados e constam dos contratos atualmente vigentes decorrentes das novas atas

QUAIS SÃO ESSES QUESITOS: •Necessidade de registro fotográfico, antes, durante e depois

da execução do serviço; •Livro de ordem. Além de questões obrigatórias que foram reiteradas:

•Responsabilização do engenheiro – ART; •Sistema de gestão; •Técnico com CREA. NOVOS

INSTRUMENTOS PARA ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO POR PARTE DO TCM-

SP •ENSAIOS TECNOLÓGICOS •MOTO LINK •CÂMERAS FIXAS 1. ENSAIOS

TECNOLÓGICOS INFORMAÇÕES GERAIS – Contratação da Ata Ata de Registro de Preços

ARP 01/2015 TC: 3.362.14-68 Objeto: realização de ensaios tecnológicos em estruturas de

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concreto, pavimentos asfálticos e pavimentos de concreto. Detentora da ARP: JBA Engenharia e

Consultoria Ltda. Valor estimado: R$ 135.700,00 Prazo: 12 meses Data assinatura: 02/07/2015

Gestor da Ata: Supervisão de Contratos da Coordenadoria de Contabilidade e Finanças –

Subsecretaria Administrativa ENSAIOS TECNOLÓGICOS • TC 2.193.15-48 Finalidade:

controle tecnológico – conservação e manutenção da malha viária – RECAPEAMENTO Ensaios:

reconstituição do traço da mistura asfáltica Nota de Empenho 266/2015 Valor: R$ 7.550,00

ENSAIOS TECNOLÓGICOS NO SERVIÇO DE RECAPEAMENTO ENSAIOS

TECNOLÓGICOS Recapeamento - Contratos auditados ENSAIOS TECNOLÓGICOS •TC

2.194.15-00 •Finalidade: Controle Tecnológico – CICLOVIA Ceagesp/Ibirapuera •Ensaios

Realizados: concreto – resistência à tração na flexão e resistência à compressão •Nota de

Empenho 270/2015 •Valor: R$ 12.255,00 ENSAIOS TECNOLÓGICOS NO PAVIMENTO DA

CICLOVIA ENSAIOS TECNOLÓGICOS Pavimento de concreto - contratos auditados

ENSAIOS TECNOLÓGICOS •TC 2.191.15-12 •Finalidade: Controle Tecnológico – serviços de

TAPA-BURACO •Ensaios: reconstituição do traço da mistura asfáltica •Nota de Empenho

267/2015 •Valor: R$ 9.750,00 •Situação: Serão executados 24 ensaios em 8 Subprefeituras.

ENSAIOS TECNOLÓGICOS NOS SERVIÇOS DE TAPA-BURACOS ENSAIOS

TECNOLÓGICOS •TC 2.478.15-98 •Finalidade: Controle Tecnológico - tampas de bocas de

lobo, guias de concreto, sarjetas/sarjetões. •Ensaios: concreto – resistência à compressão •Nota

de Empenho 278/2015 •Valor: R$ 3.240,00 •Situação: Serão realizados 18 ensaios em 6

Subprefeituras. ENSAIOS TECNOLÓGICOS NOS MATERIAIS DE INFRAESTRUTURA 2.

MOTO LINK INFORMAÇÕES GERAIS MOTO LINK •Horas contratadas: 200 horas mensais

•Horas efetivamente utilizadas: 24 horas mensais •Serviço análogo ao contratado pela PMSP

MOTO LINK •ORDENS DE INÍCIO EMITIDAS: 3 •OS 001: acompanhamento semanal de 18

trechos de obras de ciclovias – agosto/15 – SP PINHEIROS – encerrada •OS 002:

acompanhamento semanal de 18 trechos de obras de ciclovias – setembro/15 – SP PINHEIROS –

em andamento •OS 003: registro de imagens para avaliação inicial do local Parque das Águas –

SP ITAIM PAULISTA – encerrada Obs.: Nesta última OS, segundo o prestador do serviço, trata-

se de local sujeito a problemas de segurança. O Conselheiro Edson Simões: “Senhor

Presidente, só queria informar o Conselheiro Corregedor que, vendo esse modelo de trabalho

efetuado sob o prisma da Relatoria do Conselheiro Domingos Dissei, ousei fazer os primeiros

ensaios tecnológicos na área que estou relatando, de ciclovias e ciclofaixas. Recentemente, usei a

motolink para esclarecer algumas dúvidas existentes em ciclofaixas e ciclovias. Vi a filmagem e

ela é excelente. Parece até em terceira dimensão. Havia, em São Paulo, o Cinerama. Ele anda e

vai mostrando detalhes. Acho que todos aqui viram o Cinerama, pelo menos os mais velhos. A

maneira ousada de filmar dava um impacto. Sua ideia está de parabéns, já estou utilizando essa

parte da tecnologia.” O Conselheiro Domingos Dissei: “Agora, o item 3. [CONTINUAÇÃO

DA APRESENTAÇÃO] 3. CÂMERAS FIXAS INFORMAÇÕES GERAIS Ata de Registro de

Preços ARP 02/2015 TC 838.15-80 Objeto: prestação de serviços de geração e transmissão de

imagens para o monitoramento de obras e serviços de engenharia na atividade de controle

externo Detentora da ARP: Sinal Verde Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda. Valor

estimado: R$ 3.200.000,00 Prazo: 12 meses Data assinatura: 02/07/2015 Gestor da Ata:

Supervisão de Contratos da Coordenadoria de Contabilidade e Finanças – Subsecretaria

Administrativa CÂMERAS FIXAS •A contratação dos serviços por meio desta ata possibilita

montar um “kit” composto por câmeras, postes etc., de tal forma a permitir a visualização em

tempo real da obra ou serviço. •A escolha adequada deste “kit”, é feita pela fiscalização junto à

empresa contratada, podendo variar em função do local e do tipo de imagem a ser gerada. •O

custo médio para cada tipo de serviço de monitoramento é da ordem de R$ 8.000,00 por mês.

•Ainda não foi celebrado nenhum contrato. CÂMERAS FIXAS •Em 17/09/2015, foi enviado o

memo GAB-DD 315/2015 para a SFC, para o acompanhamento da execução do contrato

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055/SVMA/2015 – Manutenção e reparação para o campo de futebol – Parque das Águas – SP

Itaim Paulista, com apoio dos serviços da referida ata, solicitando, se necessário, apoio dos

serviços da GCM em função dos problemas de segurança detectados. CONCLUSÃO

Atualmente, o TCM-SP tem realizado diversos procedimentos de fiscalização nos serviços de

zeladoria, utilizando dessas novas tecnologias que estão à nossa disposição. É inegável o avanço

que conquistamos. Importante ressaltar que toda essa tecnologia qualifica o trabalho de nossa

Auditoria. É mais uma ferramenta que está à disposição do TCMSP. Acho excelente que todos

podem usar. Usem o motolink. Ele dá qualidade, clareza, transparência. O Tribunal e a Origem

ficam tranquilos em todos os sentidos. Espero ter exemplificado e que os Senhores também usem

esse tipo de tecnologia que tem um avanço para o Tribunal.” O Conselheiro Presidente

Roberto Braguim: “Muito bem. Agradecemos ao Conselheiro Domingos Dissei pela

colaboração, mais uma vez inovando nos trabalhos da Corte. Nós estamos adotando as

providências necessárias para dotar do instrumental necessário para que nossos Órgãos Técnicos

possam estar sempre acompanhando todas as obras da cidade, a fim de que o Tribunal possa

exercer efetivamente o seu papel fiscalizatório. Quero apenas, antes de passar a palavra ao

Conselheiro Maurício Faria, dizer aos Senhores Conselheiros que, a partir de hoje, estou pedindo

que a Assessoria de Imprensa passe a acompanhar as Sessões na íntegra, pois temos assuntos

como esse, por exemplo, que podem e devem ser divulgados no nosso “site” e, se necessário, em

forma de filme para que seja colocado no nosso “site” e seja divulgado, remetido à imprensa.

Enfim, todas as inovações. Quero pedir ao Conselheiro Domingos Dissei todos os filmes que já

foram elaborados e exibidos no Tribunal. Que os forneça à Assessoria de Imprensa para que os

coloquemos no nosso “site”, em destaque, para acesso de toda a população, de todos os

internautas que acessarem o “site” do Tribunal. É um trabalho importante, inovador, e temos que

mostrar que estamos, de fato, fiscalizando.” O Conselheiro Maurício Faria: “Gostaria de

enfatizar a importância desses avanços. Alguns deles foram aqui apresentados pelo Conselheiro

Domingos Dissei. De fato, é um elemento de inovação muito importante. Uma das sugestões o

Senhor Presidente já fez: devemos ter uma estratégia de divulgação em nosso “site”. Que os

filmes sejam colocados, com adaptações, e haja uma estratégia de divulgação nacional junto aos

Tribunais de Contas, ao circuito nacional dos Tribunais de Contas. Daí o contato com a Atricon,

o contato especialmente com o Instituto Rui Barbosa, que é o órgão que cuida dessa dimensão

mais técnica dos Tribunais de Contas. Já existem, tradicionalmente, encontros nacionais de

engenharia dos Tribunais de Contas. Seria muito importante que o Tribunal promovesse essa

política de divulgação vendo o calendário desses eventos, entrando em contato com o Presidente

do Instituto Rui Barbosa e, por meio dele, com a área técnica do Instituto. Acho que são

inovações que podem e, no meu entendimento, devem ser apropriadas pelos Tribunais de Contas

e, também, pelos órgãos de controle de um modo geral, como controladorias, cooperação com o

Ministério Público. É uma frente de inovação que tem a possibilidade de contribuir muito para os

controles externos dos Tribunais de Contas e para os controles de um modo geral. Esse é um

aspecto. Outro aspecto é que, na apresentação, Conselheiro Domingos Dissei, foi enfatizada –

porque foram os elementos mais novos – essa questão do uso da imagem, da tecnologia. Mas,

dentro disso, uma das medidas que foi destacada é aquela de ter o registro georreferenciado das

intervenções de zeladoria e, certamente, será providenciado o registro georreferenciado de série

histórica também dessas ações do Tribunal. Acho que devemos ter um banco de dados dessas

informações, incluindo essas séries históricas desses contratos de prestação de serviços. A ideia

que se teve foi de fazer um piloto em 2015, justamente com o tapa-buraco e o recapeamento e

isso incluiria, em cada intervenção de tapa-buraco e recapeamento, o registro, os caminhões, que

são a base operacional dessas intervenções, tendo o GPS, sendo providenciado, efetivado, o

registro em mapa digital dessas intervenções com essa constituição da série histórica. Isso

também é importante para sabermos o planejamento dessas ações, como são distribuídas no

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território, qual é o prazo de durabilidade de uma intervenção. Se temos o registro de uma

determinada intervenção de tapa-buraco, temos a possibilidade de saber se ocorre uma outra

intervenção naquele mesmo ponto, por que essa intervenção está ocorrendo naquele mesmo

ponto, se há um problema de durabilidade das intervenções de recuperação anteriores. Enfim,

tenho enfatizado esse aspecto da série histórica georreferenciada e o uso inteligente dessas

informações do GPS. Por último, ando na expectativa, curioso por saber quando teremos os

primeiros resultados concretos dos ensaios, para sabermos qual é o papel que esses ensaios

passam a desempenhar na sistemática de fiscalização, se já há alguma previsão de termos um

primeiro ciclo de resultados dos ensaios tecnológicos e dos outros procedimentos que foram aqui

apresentados.” O Conselheiro Domingos Dissei: “Presidente, só para esclarecer, temos o

georreferencial porque toda Subprefeitura tem esse georreferencial, todos com GPS, com todas

as coordenadas onde são feitas as intervenções. É que primeiro fizemos uma intervenção na mão

de obra. Agora, vamos ter o resultado do material, que é o concreto ou pavimento. Em terceiro,

onde começam as incidências. Teríamos: boa mão de obra, bom material. “O que está

acontecendo em determinada via?”. Tem que ter outro estudo, para ver se necessita de um recape

ou não. Isso vai levar, não imediatamente, mas em algum tempo, a não ter uma intervenção

desnecessária, fazer um recapeamento desnecessário, em função de outras vias. Você começa a

ter, na cidade, as prioridades. Como são 17 mil quilômetros de vias, nenhum governo vai

conseguir fazer o recapeamento de toda a malha viária, que é um grande patrimônio da cidade,

um dos maiores. Para termos prioridade, antes temos essas duas questões: mão de obra, que

fizemos nossas junções para que melhorasse, e o material. E respondendo à pergunta final, já

existem alguns TCs com os resultados. Acredito que em breve, mais uns 15 ou 20 dias, já estarão

em nossas mãos, para que a mostremos o resultado. Nesse caso, me comprometo a fazer uma

nova apresentação, independente de trazer o TC já para julgamento no Plenário, para os Senhores

terem conhecimento do resultado do trabalho que eu também estou bastante ansioso. Até para

encararmos como não punitivo, mas um trabalho de orientação. Faremos uma análise bastante

criteriosa. Já existem aqueles de pavimentação. Segundo informação que eu recebi ontem, já

temos dois ou três sendo encaminhados com resultado e relatório para o meu Gabinete.” O

Conselheiro Maurício Faria: “Senhor Presidente. Acho que, enfim, para efeito dessa nossa

abordagem, parece-me que já é bastante rica e suficiente. Apenas destaco que entendo que nessa

questão do registro georreferenciado das intervenções de tapa-buraco, especialmente no caso do

tapa-buraco – e temos esses dois contratos pilotos: o tapa-buraco e o recapeamento – ter um

banco de dados sobre a localização das intervenções é importante não apenas para verificar a

consistência das intervenções que são feitas, mas para se ter informação gerencial sobre quais são

as dimensões, a escala, dessas intervenções de tapa-buraco. Já disse na sessão passada,

empiricamente, a partir da minha experiência pessoal guiando pela cidade, que me parece haver

falhas no tapa-buraco. Há muitas situações de buracos que ficam longo tempo interferindo

negativamente no funcionamento da via sem uma intervenção. Se se tem a série histórica das

intervenções, é possível saber, por Subprefeitura, qual é o índice de atuação do tapa-buraco, não

apenas para esse efeito da reincidência, da durabilidade das intervenções, mas para saber

exatamente qual é a estratégia da Subprefeitura para o monitoramento das necessidades do tapa-

buraco, como está sendo realizada essa ação do tapa-buraco ou, inclusive – e é uma informação

que pode ser, do ponto de vista gerencial relevante – em que medida não está sendo feita a

intervenção de tapa-buraco, o que também é um dado gerencial importante para entender a

realidade desses contratos e as condições de desempenho das vias na cidade. Acho que há um

potencial grande de informações gerenciais no registro georreferenciado dessas ações. Acho que

é razoável essa ideia de uma estratégia por etapas, de priorizar a mão de obra, priorizar materiais

numa primeira etapa. Mas entendo que seria importante enfatizar para a nossa Auditoria o

seguinte: quando se fizer uma fiscalização da execução contratual, requisitar o banco de dados

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georreferenciado, saber se, de fato, está havendo este armazenamento de informações

georreferenciadas e se está havendo uma leitura gerencial dessas informações. É uma maneira de

o Tribunal fiscalizar qual é a visão gerencial que está presente – ou que não está, eventualmente

– nesses contratos.” O Conselheiro Domingos Dissei: “Sem dúvida. Eu concordo. Como Vossa

Excelência está dizendo, é uma gama enorme, tem o banco de dados. Tenho, também, uma

grande preocupação com bocas de lobo. Se nós tivermos o georreferencial de cada boca de lobo,

com as suas coordenadas, vamos saber a incidência, por que está ocorrendo, e vamos fazer uma

orientação para a Prefeitura. “Tem bocas de lobo que nós limpamos três vezes por ano, tem

outras que limpamos 40. O que está acontecendo aqui? Será que é a galeria e temos que fazer

uma intervenção nela?”. Isso é importantíssimo, sem dúvida nenhuma. Espero que cheguemos lá.

Ainda não temos todo esse instrumental. Mas estamos sempre enfatizando com a Auditoria que

precisamos caminhar nesse sentido.” O Conselheiro Maurício Faria: “Uma sugestão que me

ocorre é a seguinte. Acho importante pensar – uma vez que esses materiais, os filmes, relatos

com imagens, tudo muito pedagógico, estejam organizados – em pedir uma reunião com o

Senhor Prefeito e com a área técnica, apresentando ao Prefeito a ação do Tribunal de Contas

nesse trabalho de controle externo, que é, também, um trabalho colaborativo em relação à

Administração. Como o Pefeito tem, inclusive, visão, uma percepção ampla dos problemas, acho

que seria bom para que se lide com a relação institucional entre o Executivo e o Tribunal de

Contas da melhor maneira possível. Há situações de tensões, muitas vezes o trabalho do Tribunal

não é bem compreendido em algumas áreas da Administração. Acho que apresentar esses vários

filmes, relatos, ao Senhor Prefeito, seria uma maneira de dizermos que o Tribunal de Contas tem

esse propósito, esse papel institucional. O papel do Tribunal de Contas não é apenas suspender

licitação. O papel do Tribunal de Contas é cuidar do dinheiro público, do gasto público. Seria

interessante esse diálogo de alto nível com o Executivo.” O Conselheiro Domingos Dissei:

“Sem dúvida nenhuma. Todos os arquivos já serão disponibilizados para o Presidente. E à

Imprensa, é só solicitar. Em meu gabinete já estão todos os filmes, já tenho todo esse trabalho à

disposição. Deixei cópias, está tudo salvo em arquivos próprios. Que eles verifiquem a forma da

apresentação.” O Conselheiro Presidente Roberto Braguim: “Perfeito. Já tínhamos deliberado

nesse sentido e, mais uma vez, ratificamos a determinação para que sejam colocados, divulgados.

Farei, também, esse trabalho. O nosso Secretário de Fiscalização Substituto, Ari Rocha, fará o

trabalho de divulgação com os técnicos do IRB e da Atricon e daremos total conhecimento dos

trabalhos realizados aqui neste Tribunal. Antes de passar ao referendo do Conselheiro João

Antonio, eu gostaria de trazer ao conhecimento dos Senhores um convite feito pela editora

Verbatim e pela Livraria Martins Fontes para o lançamento do livro “A Era do Direito Positivo”,

amanhã, dia 24 de setembro, a partir das 18h30, na Livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista,

509. Esse livro é de autoria do nosso Conselheiro João Antonio da Silva Filho, que lança o seu

segundo livro. Quero parabenizar Sua Excelência pela magnitude da obra. Estarei lá e quero crer

que grande parte dos servidores e dos Conselheiros estará lá, prestigiando Vossa Excelência.

Estão todos convidados.” O Conselheiro João Antonio: “Obrigado, Presidente.” O

Conselheiro Maurício Faria: “Queria me somar, Senhor Presidente, a esse registro, que acho

relevante. Também estarei lá amanhã. Parabenizo o Conselheiro João Antonio pelo lançamento

de seu segundo livro.” O Conselheiro Edson Simões: “Senhor Presidente, essa ideia do livro, o

Conselheiro João Antonio vem cultuando desde que entrou aqui no Tribunal. É uma ideia

excelente, discute vários pontos do direito contemporâneo, ou seja, do século XIX até o século

XXI, e coloca ideias que são importantes na discussão atual do Brasil. Parabéns.” O

Conselheiro Domingos Dissei: “Eu me somo aos outros Conselheiros. Amanhã estaremos lá,

Conselheiro João Antonio.” O Conselheiro João Antonio: “Obrigado. É uma honra recebê-

los.” O Conselheiro Presidente Roberto Braguim : “O Conselheiro João Antonio tem um

referendo e, portanto, está com a palavra.” Fazendo uso da palavra, o Conselheiro João Antonio

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– Relator deu conhecimento ao Egrégio Plenário da matéria constante do seguinte despacho:

“Trata-se de análise do Edital de Licitação RDC Presencial 004/15/SIURB, promovida pela

Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras – SIURB, na modalidade RDC Presencial,

do tipo Maior Desconto, pelo modo de disputa Fechado, com a finalidade de contratar, em

regime de empreitada por Preço Unitário, para execução das obras do corredor perimetral

Bandeirantes/Salim Farah Maluf – trechos 1 e 2, integrantes do plano municipal de mobilidade

urbana. A princípio a abertura da licitação estava prevista para 17.06.2015, sendo posteriormente

transferida pela SIURB para 30.06.2015. Em função das conclusões alcançadas por este

Tribunal, após a ciência da representação interposta pela APEOP – Associação Paulista de

Empresários de Obras Públicas, a SIURB suspendeu “sine die”, por iniciativa própria, a sessão

pública para a entrega e abertura das propostas. Posteriormente, a SIURB apresentou seus

esclarecimentos e manifestações, com alterações no edital, em função dos apontamentos da

Auditoria, e republicou o instrumento em 15.07.2015, remarcando a abertura dos envelopes para

o dia 07.08.2015. Contudo, após reanálise da Auditoria, remanesceram nove questionamentos

não justificados. Assim, em sessão plenária ocorrida em 05 de agosto do corrente ano, o Pleno

referendou a suspensão do edital acima referido, com fundamento nos apontamentos de Auditoria

ainda pendentes. Em cumprimento ao contraditório a Origem apresentou novamente sua

manifestação, razão pela qual apresento ao Plenário as convicções que me levaram a propor a

retomada do certame licitatório. Primeiramente, passarei a comentar cada um dos apontamentos

individualmente. Vale lembrar que, após republicação do edital e nova análise pela auditoria

desta E. Corte, restaram parcialmente sanados os apontamentos 5.3 e 5.4. E restaram não sanados

os itens 5.5; 5.6; 5.8; 5.12; 5.13; 5.14; 5.15; 5.16 e 5.17. Comentarei os apontamentos na ordem,

indicando também as questões suscitadas pelo Senhor Conselheiro Revisor Edson Simões

quando da votação do referendo, que posteriormente foram trazidas aos autos, às fls. 267/275,

considerando que estes não possuem a mesma ordem dos apontamentos do acompanhamento do

Edital, mas guardam estrita correlação com os mesmos. Apontamentos 5.3 e 5.4: Quanto a estes

apontamentos, faltava somente a junção no Processo Administrativo da licitação, da justificativa

dada pela SIURB sobre a adoção do regime de empreitada por preço unitário, bem como a

juntada da Licença Ambiental Prévia, sendo que ambos haviam sido aceitos pelo Órgão Técnico

desta Casa. Consta à fl. 588 dos autos, que tais documentos foram juntados. Assim, os dois

apontamentos foram regularizados (questionamento nº 14 do Conselheiro Revisor). Apontamento

5.5: Foi juntada a Anotação do Responsável Técnico de Obra (ART), à fl. 309 dos autos. Cabe

notar que esta ART trata deste projeto específico, isto é, do corredor perimetral

Bandeirantes/Salim Farah Maluf, não sendo uma ART genérica. Dessa maneira, o apontamento

foi sanado (questionamento nº 9 do Conselheiro Revisor). Apontamento 5.6: Quanto à data-base

do orçamento utilizada pela Origem, cujos preços unitários originalmente foram orçados em

julho/2014, acolho sua justificativa em razão da lógica exposta e considerando o princípio da

proporcionalidade e razoabilidade. Aqui cabe replicar a resposta da SIURB: “(...) A partir da data

da assinatura do Termo de Compromisso firmado entre a União e Município de São Paulo,

ocorrida em 25 de janeiro de 2013, esta Pasta deu início às tratativas com a Caixa Econômica

Federal – CEF. Tal procedimento costuma levar meses para ser aprovado até a emissão do Laudo

de Análise de Engenharia – LAE, documento esse imprescindível ao início da concorrência.

Nesse laudo foi aprovado o empreendimento, sob o aspecto de engenharia, e em consequência

sob o aspecto orçamentário. A seguir, o Ministério das Cidades homologou a síntese do Projeto

Aprovado – SPA, ocasião em que foram solicitados pela CEF demais documentos. Em apertada

síntese, expusemos o procedimento adotado para aprovação do empreendimento pela CEF, razão

pela qual, se fôssemos atualizar o orçamento com a tabela vigente, atrasaria sobremaneira o

certame, prejudicando demais a população carente. Porém, a fim de estabelecer valores

atualizados faremos constar no edital que a proposta deverá ser atualizada até a data da

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apresentação da licitação.” (fls. 168/169). Destaco, também, o seguinte trecho: “(...) enfatizando

a aprovação pela Caixa Econômica Federal do orçamento guerreado, e principalmente o fato de

caso venha a Planilha de Orçamento ser atualizada, as obras, mais que necessárias, atrasarão pelo

menos mais quatro meses, visto termos que reiniciar todo o procedimento naquele

estabelecimento de crédito, a fim de obtermos nova aprovação.” (fl. 301). Conforme explicações,

ainda que a Origem venha a atualizar os valores unitários da planilha orçamentária, haverá

sempre uma defasagem, pois ao se modificar os valores da planilha, esta deverá passar por nova

análise pela Caixa Econômica Federal. Decorrente da sistemática pela CEF, que leva meses para

realizar essa análise, a planilha sempre estará desatualizada, visto que entre o tempo de obtenção

de nova aprovação, tende haver uma nova publicação de tabelas de preços unitários de SIURB e

SINAPI. Assim, a Origem teria que atualizar novamente a tabela, enviando de novo para análise

da Caixa Econômica Federal, entrando em um ciclo ininterrupto. A fim de sanar tal problema, é

exigido que quando ocorra a licitação, os preços das propostas sejam atualizadas pelo índice

“Estrutura em Geral”, conforme cláusula 10.2.1.1 do edital. Nesta mesma senda, segue o

raciocínio da Assessoria Jurídica: “De todo modo, a meu juízo, o questionamento permite

solução a partir da aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade – que, em

última análise, constituem controle de legalidade –, se atendidas, no último caso, as suas

premissas de adequação (meio compatível com o fim colimado), exigibilidade ou necessidade

(inexistência de outro meio gravoso) e proporcionalidade em sentido estrito (vantagens que

superem as desvantagens). Portanto, apenas na impossibilidade ou mesmo temeridade de se

atualizar o orçamento – seja pelo tempo necessário ou pela eventual perspectiva concreta da

perda dos recursos provenientes da União Federal –, ou se inviável for a medida vislumbrada

pela Equipe de Fiscalização, e, ainda, se se compreender que a definição do orçamento com

referência no mês de julho de 2014 não prejudica a formulação das propostas – já que seu efeito

imediato é reduzir o parâmetro de aceitação das propostas –, sem implicar, a rigor, ofensa ao

princípio da isonomia, o apontamento poderá não impedir por si só a continuidade do certame

licitatório.” (fl. 656). Cabe atentar que recentemente situação semelhante foi levada a Plenário na

análise dos TCs 3.381/14-02 (Controle de inundação da Bacia do Rio Aricanduva) e 4.719/14-52

(Drenagem da Bacia do Córrego Zavuvus), relativos ao Edital RDC 004/14/SIURB e

009/14/SIURB, respectivamente. Dos autos do TC 3.381/14-02, consta ainda deliberação

plenária pelo prosseguimento do certame. Desta maneira, entendo o apontamento justificado

(questionamento nº 8 do Conselheiro Revisor). Apontamento 5.8: Quanto à fórmula de reajuste, a

SFC, após manifestação, indicou que “Não consta na Minuta do Contrato qual índice será

utilizado para reajuste”. Assim, a Origem irá modificar minuta do Contrato, estipulando o índice

“Estrutura Geral” como índice de reajuste, conforme explicação de forma de cálculo à fl. 302.

Dessa maneira, determino, que proceda a essa correção na minuta do Contrato (questionamento

nº 12 do Conselheiro Revisor). Apontamento 5.12 e questionamento nº 11 do Conselheiro

Revisor: No que se refere à remuneração do item “Administração Local”, havia um

questionamento em razão que em termos percentuais em relação ao total da obra, este item

representava 11,66% do total da obra, o que havia sido contestado pela Auditoria em razão do

referencial máximo admitido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de 10,89% para

Administração Local, levando em consideração Acórdão 2622/2013 – TCU – Plenário. Desta

diferença, entre 11,68% e 10,89%, a auditoria considerou um sobre preço de R$ 2.706.322,08

(dois milhões, setecentos e seis mil, trezentos e vinte e dois reais e oito centavo). Após intimada,

a Origem reduziu o valor desse item, conforme explicação à fl. 302, como segue: “Em atenção ao

apontamento elaborado pelos Senhores Auditores, alteramos a remuneração da Administração

Local, conforme comprovam novas planilhas juntadas no presente (Doc. 2). Porém, a fim de

atendermos ao apontamento em questão, o item Administração Local passa a ter sua

remuneração e critério de medição, em conformidade à determinação contida no r. Acórdão do

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TCU 2622-37/2013, conforme aponta a planilha de Orçamento, devidamente juntada no presente,

também em forma digital.” Inicialmente, no edital republicado, havia dois custos de

Administração Local, que somados representavam R$ 40.955.291,40 (quarenta milhões,

novecentos e cinquenta e cinco mil, duzentos e noventa e um reais e quarenta centavos). Nos

referidos documentos colacionados aos autos, verifica-se que a SIURB modificou este item na

planilha de quantidade e preços que compõem o orçamento estimativo para um único custo, cujo

valor passou a ser R$ 30.453.614,40 (trinta milhões, quatrocentos e cinquenta e três mil,

seiscentos e quatorze reais e quarenta centavos), fl. 340, o que representa uma redução de R$

10.501.677,00 (dez milhões, quinhentos e um mil seiscentos e setenta e sete reais). Em termos

percentuais, em relação ao total da obra, relembro que o valor da Administração Local

representava 11,66% quando da republicação do edital, e o máximo referencial admitido pelo

TCU era de 10,89%. A partir dessa redução pela Origem, a Administração Local passou a

representar 9,06% do total de custos, inferior aos 10,89% referenciais do acórdão TCU

2.622/2013, considerando que aqui se trata de investimento de origem federal. Além disso, vale

ressaltar que a Administração Local está discriminada como custo direto, sem incidência de BDI,

e também não está sendo incluída dentro do BDI. Esta fórmula metodológica de orçamentação

está de acordo com as disposições desse mesmo Acórdão, em que consta: “2.4.2.1. discriminar os

custos relativos a administração local, canteiro de obras e mobilização e desmobilização na

planilha orçamentária de custos diretos, em atendimento ao princípio constitucional da

transparência dos gastos públicos, à jurisprudência do TCU e com fundamento no art. 30, § 6º, e

no art. 40, inciso XIII, da Lei 8.666/1993 e no art. 17 do Decreto 7.983/2013;” Assim, considero

este apontamento sanado. Apontamento 5.13: No que se refere ao parcelamento do Objeto, há de

se considerar a leitura do Art. 4º da Lei Federal 12.462/2011, que institui o Regime Diferenciado

de Contratações – RDC. Conforme argumentação da Origem, vejamos. “Por oportuno, devemos

trazer à baila o inciso VI do artigo 4º da Lei Federal 12.462/2011, a fim de enfatizar que o

“caput” do mencionado artigo dispõe sobre ‘Diretrizes’ a serem observadas nas licitações e

contratos e não a obrigatoriedade como entendem os Senhores Auditores.” Consoante Marçal

Justen Filho (O Regime Diferenciado de Contratações Públicas – editora Fórum, 3ª edição) ao

comentar as diretrizes destaca que o dispositivo legal serve para balizar o escopo da

discricionariedade da administração, ou seja, no RDC deve-se preferir o parcelamento do objeto

e, caso o Administrador prefira a adoção do lote único, deve justificar sua escolha com

fundamento em motivos técnicos e econômicos. Neste sentido, foi encaminhado ofício

suplementar para que a Origem apresentasse quais os fatores econômicos e técnicos serviram

para justificar a adoção de lote único: “1 - Os dois processos de licitação iniciais realizados por

SMT/SPTrans foram formulados com base na realização de 10 empreendimentos - 8 corredores e

15 Terminais (Doc. 1) e 5 empreendimentos - 4 corredores e 5 Terminais (Doc. 2),

respectivamente. O planejamento previa a realização de obras simultâneas em eixos viários

estratégicos para a circulação da cidade, como o Minianel Viário e o Corredor Norte/Sul. 2 - A

presente licitação realizada pela SIURB está formulada com base em 3 empreendimentos - 3

corredores e 1 Terminal (Doc. 3). O planejamento prevê a implantação de dois Corredores e 1

Terminal no extremo Leste da Cidade e 1 Corredor no eixo do Minianel Viário – Corredor

Perimetral Bandeirantes/Salim Farah Maluf.” A primeira observação é que se trata de dois

trechos distintos e por isso qualquer comparação deve levar em conta a nova dinâmica

apresentada pela Origem, ou seja, não podemos comparar duas obras distintas. Para tanto, trago o

mapa da antiga licitação dividida em dois lotes, que seguem com cores distintas. O trecho em

azul correspondia a Concorrência 003/2014, e o trecho em roxo correspondia a Concorrência

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004/2014:

Em seguida, visualiza-se o percurso em um único lote:

Como se nota, o trecho circundado no primeiro mapa corresponde ao trecho no segundo mapa,

sendo que este último é o qual se pretende licitar nesse momento. Nota-se supressão do trecho

norte-sul e junção de trechos das duas licitações na Avenida dos Bandeirantes. Desta forma,

restou a necessidade de verificação dos fatores técnicos e econômicos sobre a realização do

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empreendimento em lote único, em novo perímetro, cujas razões da Origem, sob minha ótica,

foram suficientes para conferir a fundamentação necessária para a opção discricionária por parte

do Administrador, exposta nos seguintes termos: “a) Por ser a intervenção no eixo do Minianel

Viário que liga a Cidade ao Litoral Paulista – Porto de Santos, as frentes de intervenção de obras

deverão ser muito bem estudadas e distribuídas na medida de causar o menor impacto ao trânsito

de veículos intenso. Assim, avalia-se que a concentração de serviços em 1 dos trechos é mais

adequado e, a medida do avanço dos serviços a ‘modulação’ entre a intensidade de serviços entre

um trecho e outro será determinante para minimizar os impactos negativos no período da

intervenção que, certamente causará reflexos em toda a cidade – Marginais, Avenida dos

Estados, Avenida Ricardo Jafet, Av. Jabaquara, etc. Sob este aspecto, de que a produção deverá

ser equilibrada entre os trechos, não há como estabelecer critério entre dois contratos distintos,

um dos contratos sempre estará prejudicado com relação ao desenvolvimento do outro e isto

poderá acarretar o acúmulo de perdas financeiras e desequilíbrio naquele que estiver menos

favorecido pelo cronograma possível de implantação de obras (...). d) Considerando que as

características entre os trechos são diferentes: Trecho 1 – estão previstas duas Obras de Arte

Especiais – OAE de grande porte; Trecho 2 – está prevista somente uma OAE. Esta distinção

acarretará aumento nos custos de Administração Local do Trecho 2 por razões óbvias, o que pela

economia de escala com a contratação em um único lote pode-se economizar recursos. A tabela,

abaixo, compara o valor total (Custo+Canteiro+Administração) do orçamento estimativo do

empreendimento com as hipóteses de divisão do objeto em 2 a 5 lotes, considerando a diferença

entre os valores de canteiro e administração local.

Custo % Custo %

1 16,0 300.621.602,74 4.965.804,26 1,65% 30.474.933,90 10,14% 336.062.340,90 336.062.340,90 100,00%

8 154.996.656,68 3.874.916,42 2,50% 16.553.642,93 10,68% 175.425.216,03

8 145.624.946,06 2.475.624,08 1,70% 14.766.369,53 10,14% 162.866.939,67

3 5,33 100.207.200,91 3.874.916,42 2,00% 10.702.129,06 10,68% 114.784.246,39 344.352.739,16 102,47%

4 4 75.155.400,69 3.874.916,42 2,00% 8.026.596,79 10,68% 87.056.913,90 348.227.655,58 103,62%

5 3,2 60.124.320,55 3.874.916,42 2,00% 6.421.277,43 10,68% 70.420.514,40 352.102.572,00 104,77%

Diferença

100,66%338.292.155,70

TotalSubtotal

Corredor Perimetral Bandeirantes/

Salim Farah Maluf

Administração LocalCanteiroEmpreendimento

Quant.

de LotesKM Custo

2

Desta última avaliação, pode-se observar que a diferença nominal entre a Contratação de um

único lote e dois lotes distintos é de R$ 2,2 Milhões. Portanto, conclui-se pelas razões técnicas

apresentadas que, neste cenário particular, é mais vantajoso à Administração a contratação deste

empreendimento em um único lote.” Como se manteve o objeto em único lote, SIURB

transformou o custo da Administração local em um único item, e reduziu esse valor em R$

10.501.677,00 (dez milhões, quinhentos e um mil seiscentos e setenta e sete reais), conforme

relatado no item 5.12 anterior, acolhendo a proposta da Auditoria. No que se refere ao custo de

Canteiro de Obras, considerando a logística e extensão da obra, acolho a justificativa de SIURB

em se manter dois Canteiros de Obras segregados, como segue: “E, por derradeiro, devemos

esclarecer que, em face da extensão total do empreendimento ser de aproximadamente 16 km,

ligando os Bairros do Itaim Bibi e Vila Prudente, entre o início e o fim do corredor almejado, a

localização dos empreendimentos, em eixo arterial de grande utilização, por se tratar do

Minianel Viário da Cidade, justifica-se a necessidade de se constituírem dois canteiros de obra

para que a logística de recursos humanos, os materiais e os equipamentos possam oferecer o

menor prejuízo ao dia a dia da cidade e à execução dos serviços de engenharia e obras.” Assim,

considero superado o apontamento, uma vez que encontra-se justificada a opção discricionária

da Administração Pública na adoção do lote único. Apontamento 5.14: Quanto ao apontamento

que versa sobre a remuneração do serviço de “Acompanhamento ou Apoio Técnico de Obra –

ATO”, após as discussões técnicas, nos autos, entre a Auditoria e SIURB acerca da necessidade

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de remuneração de serviço, e em vista do questionamento sobre a possibilidade de existência

deste tipo de custo na planilha orçamentária, o qual foi duramente criticado pelo Órgão Técnico

desta Casa, a Origem optou por retirá-lo da planilha, conforme se segue: “(...) esta Secretaria

retira o item ATO do Orçamento Estimativo e assumirá a gestão para solucionar, futuramente,

esta necessidade na execução dos serviços de obra.” (fl. 304). A retirada deste item resultou

numa redução do valor estimado da contratação de R$ 4.797.341,44 (quatro milhões, setecentos

e noventa sete mil, trezentos e quarenta e um reais e quarenta e quatro centavos). Desta maneira,

este apontamento foi superado. Apontamento 5.15: No que se refere às desapropriações, SIURB

seguiu o que versa o Decreto Municipal 53.799/13, ao se fazer a estimativa pelo Valor Venal de

Referência do Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis – ITBI. Isto se dá em

função do Art. 6º do referido Decreto, o qual dispõe: “Art. 6º. O valor a ser ofertado ao

expropriado corresponderá ao Valor Venal de Referência do Imposto sobre Transmissão Inter

Vivos de Bens Imóveis – ITBI.” Neste diapasão, importante ressaltar o disposto nos artigos 7º,

7º - A e 7º- B, da Lei Municipal 11.154, de 30 de Dezembro de 1991, com suas atualizações:

“Art. 7º - Para fins de lançamento do Imposto, a base de cálculo é o valor venal dos bens ou

direitos transmitidos, assim considerado o valor pelo qual o bem ou direito seria negociado à

vista, em condições normais de mercado. § 1º Não serão abatidas do valor venal quaisquer

dívidas que onerem o imóvel transmitido. § 2º Nas cessões de direitos à aquisição, o valor ainda

não pago pelo cedente será deduzido da base de cálculo. (Redação dada pela Lei 14.256/2006).

Art. 7ºA - A Secretaria Municipal de Finanças tornará públicos os valores venais atualizados dos

imóveis inscritos no Cadastro Imobiliário Fiscal do Município de São Paulo. Parágrafo Único -

A Secretaria Municipal de Finanças deverá estabelecer a forma de publicação dos valores venais

a que se refere o “caput” deste artigo. (Redação acrescida pela Lei 14.256/2006). Art. 7ºB - Caso

não concorde com a base de cálculo do imposto divulgada pela Secretaria Municipal de

Finanças, nos termos de regulamentação própria, o contribuinte poderá requerer avaliação

especial do imóvel, apresentando os dados da transação e os fundamentos do pedido, na forma

prevista em portaria da Secretaria Municipal de Finanças, que poderá, inclusive, viabilizar a

formulação do pedido por meio eletrônico. (Redação acrescida pela Lei 14.256/2006).” Em que

pesem os argumentos da Auditoria, de que as desapropriações deveriam ter sido estimadas pelo

valor de mercado, acolho a justificativa da Origem, em razão do dispositivo legal acima.

Conforme sistemática exposta: “Quanto ao item supratranscrito, temos a esclarecer que a

avaliação final dos valores necessários para a desapropriação está condicionada à fase seguinte

do processo que é a elaboração dos elementos expropriatórios acompanhados das respectivas

avaliações dos imóveis afetados, que demonstrarão os valores de mercado a serem ofertados. (...)

Assim, em decorrência do tempo que se tem entre os trâmites do Decreto – DUP, levantamentos

expropriatórios e a efetiva desapropriação dos imóveis, para a elaboração do Decreto de

Utilidade Pública e identificação da desapropriação necessária foram consideradas as premissas

da Lei 16.020/2014 e do Decreto Municipal 53.799/2013, alterado pelo Decreto 54.535/2013,

que em seu art. 6º define que o valor a ser ofertado ao expropriado é o valor de ITBI.” (fl 175).

Portanto, não há que se falar em subavaliação do valor, tendo em vista que o valor inicial a ser

ofertado corresponderá ao Valor Venal de Referência do Imposto sobre Transmissão Inter Vivos

de Bens Imóveis – ITBI, conforme Artigo 6º do referido decreto, de modo que assim o fez a

Origem. Vale notar que SIURB atualizou a estimativa de desapropriações, conforme consta em

planilha às fl. 568/569, cujos valores somados totalizam R$ 52.341.677,98 (cinquenta e dois

milhões, trezentos e quarenta e um mil, seiscentos e setenta e sete reais) (questionamento nº 6 do

Conselheiro Revisor). Dando sequência lógica, considerando a exposição do Art. 7º do referido

decreto que será tratada em seguida, destaco o teor do Art. 8º: “Art. 8º. Devidamente instruído na

forma do artigo 7º deste decreto, os autos do processo administrativo deverão ser remetidos para

o Departamento de Desapropriações, ao qual caberá solicitar autorização da Secretaria

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Municipal dos Negócios Jurídicos para a desapropriação extrajudicial ou judicial.” Assim, após a

reserva de recursos, na forma do artigo 7º, tratada a seguir, é que se iniciará a fase de

desapropriação extrajudicial ou judicial, sendo que não há sentido em falar de desapropriação

antes da fase licitatória. Contudo, apesar da estimativa estar correta ao se utilizar como

parâmetro o Valor Venal de Referência do ITBI, há de se considerar a sistemática do Decreto

53.799/2013, alterado pelo Decreto 54.535/2013, em razão dos incisos I e II do Art. 7º, no que se

refere à reserva de recursos, o qual replico: “Art. 7º Com o cálculo do valor a ser ofertado nas

ações expropriatórias, informado preferencialmente por meio eletrônico e sem necessidade de

remessa dos autos do processo administrativo, o órgão ou ente solicitante adotará as seguintes

providências: I - reserva dos recursos financeiros correspondentes ao valor da oferta e sua

transferência para a dotação 2110 (SNJ), com observância dos artigos 15, 16, 17 e 46 da Lei

Complementar Federal 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal; II - reserva de montante

equivalente a, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor da avaliação, para atender à hipótese

de complementação judicial da oferta, por força de eventual laudo pericial divergente;” A este

respeito, SIURB se pronunciou: “Os recursos estarão disponíveis, em rubrica própria, nos

respectivos exercícios e constarão da lei orçamentária que se encontra em discussão.” (fl. 305)

Por outro lado, a assessoria Jurídica de Controle Externo ponderou: “Analisando, então, o

aludido decreto regulamentar, quer me parecer que serão suficientes para o lançamento da

licitação – e ainda mais fundamental para o início das obras – as providências compatíveis

tratadas no chamado procedimento preparatório das desapropriações, dentre elas a estimativa do

valor a ser ofertado e a reserva dos recursos correspondentes – em consonância com as regras de

estilo do direito financeiro –, na esteira do que preceituam os artigos 6º e 7º do Decreto

Municipal 53.799/2013. A meu ver, essas cautelas – conquanto não digam respeito propriamente

ao certame licitatório – devam ser observadas a bem do dever de planejamento, do princípio da

eficiência e da higidez do procedimento.” (fl. 658 e verso) Assim, considerando o alentado pela

AJCE, como não foi realizada tal reserva de recursos, a Prefeitura deve promover tal reserva na

dotação 2110, da Secretaria Municipal dos Negócios Jurídicos, bem como provisionar

adicionalmente 30% do valor de avaliação, de forma proporcional ao montante que será

desapropriado, no presente exercício de 2015, para observar o princípio da anualidade, sendo

que condiciono a homologação do certame a esta reserva proporcional ao dispêndio estimado no

presente ano, na referida dotação, caso a licitação ocorra no atual exercício. Ademais, determino

que seja efetuada a reserva proporcional ao exercício no inicio de cada ano subsequente, até a

finalização da obra (questionamento nº 7 do Conselheiro Revisor a respeito de indicação

orçamentária para desapropriação). Apontamento 5.16: Sobre a compatibilização do presente

projeto às especificações da futura PPP de iluminação pública, a Origem colacionou aos autos

esclarecimento por parte do ILUME (fls. 473/474), afirmando que a tecnologia LED ainda não é

o padrão adotado por aquele departamento e que deverá ser utilizadas lâmpadas de vapor de

sódio. Desta maneira, entendo este apontamento esclarecido (questionamento nº 13 do

Conselheiro Revisor). Apontamento 5.17: No que se refere ao “Termo de Compromisso

Ministério das Cidades / Caixa”, é preciso fazer diversas considerações. Primeiro, de acordo com

este Termo firmado, tem-se em seu preâmbulo (fl. 102): “Pelo Termo de Compromisso (...), as

partes adiante nominadas e qualificadas, têm, entre si, justo e acordado, o repasse de recursos do

Orçamento Geral da União a título de transferência obrigatória, em conformidade com as

disposições da Lei 11.578, de 26 de novembro de 2007 e no Decreto 8.286, nas diretrizes

operacionais estabelecidas pelo Ministério das Cidades (...)” Portanto, a União, enquanto

Compromitente, está obrigada a repassar os recursos ao Município de São Paulo, atendendo,

assim, ao questionamento nº 1 do Conselheiro Revisor à fl. 271 dos autos, no que tange à

comprovação dos recursos, de maneira concreta, para obra, mediante documento fundamental à

contratação. Quanto à vigência de tal Termo, em 29.12.2014, a Administração Municipal

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solicitou prorrogação de cláusula suspensiva de tal termo com intuito de atender a cláusula 2.1

do Termo de Compromisso (fl. 556). A Origem trouxe o documento de fl. 595, em que mostra

que a vigência terminará em 30.01.2019, e demonstrando que o termo de compromisso não foi

rescindido (questionamento nº 5 do Conselheiro Revisor à fl. 272 dos autos). Quanto aos

documentos necessários à eficácia da cláusula 2.1, esta estabelece que: “2.1 – A eficácia do

termo de compromisso está condicionada à apresentação pelo Compromissário da documentação

abaixo especificada e à análise favorável pela Compromitente. - Projeto de engenharia - Licença

ambiental prévia ou correspondente - Comprovação da titularidade da área - Trabalho Técnico

Social - Plano de Reassentamento” (fl. 102). É preciso destacar que dois destes documentos não

são aplicáveis, como segue explicado pela Origem: “Temos a esclarecer, o cumprimento da

Cláusula 2.1, mencionada pelo E. TCM, nos seguintes termos: Projeto de Engenharia: O Projeto

Básico completo foi desenvolvido, especificado e entregue à Caixa Econômica Federal – CEF

para análise; Licença Ambiental Prévia – LAP: O referido empreendimento obteve Licença

Ambiental Prévia - LAP 03/SVMA.G/2013 em 09/12/2013. A documentação foi enviada à CEF

para análise; Comprovante de titularidade do imóvel: A documentação relativa à desapropriação

foi enviada à CEF para análise; Trabalho técnico social e plano de reassentamento: Seguindo

critérios estabelecidos no EIA – RIMA que originou a LAP para o empreendimento, cujo PBA

(Plano Básico Ambiental), será desenvolvido para o Relatório de Solicitação de Licença

Ambiental de Instalação – LAI foi enviado à CEF para análise. Por oportuno, convém ser

esclarecido que mesmo sendo um dos pontos que consta no termo de compromisso com a CEF, o

empreendimento Corredor Perimetral Bandeirantes/ Salim Farah Maluf não requer provisão de

Trabalho Técnico Social e Plano de Reassentamento, já que a implantação das obras não

envolverá reassentamento de famílias ao longo de sua extensão.” Conforme explicação à fl. 588,

através do Ofício 055/SEHAB/CG/2015 (fls. 609/628), tem-se o pedido de dispensa de trabalho

social, no qual consta que não é necessário plano de assentamento, com parecer de SEHAB, uma

vez que na intervenção não haverá remoção de famílias (fl. 628). No que se refere aos demais

documentos, a Origem trouxe aos autos que tem providenciado a documentação exigida,

conforme fls. 494/555. Estes estão em processo de análise pela Caixa Econômica Federal. Tal

fato mostra que a Origem tomou providências na documentação. Dentre esses documentos,

constatam-se: a Licença Ambiental Prévia (fls. 478/493); documento de proposta com detalhes

do projeto (fls. 494/499); Ofício 1173/2014/GIGOVSP em que a Caixa menciona a aprovação

dos custos unitários; planilha orçamentária, entre outros. Constam em algum dos documentos

protocolos de entrega à CEF. Contudo, em razão da eficácia do termo de compromisso estar

atrelada ao aceite pela Caixa Econômica Federal, condiciono a homologação do certame à

apresentação de aceite com análise favorável pela Caixa dos documentos da cláusula 2.1 do

termo de compromisso que não foram dispensados, sendo os que seguem: a) Projeto de

engenharia; b) Licença ambiental prévia; c) Comprovação da titularidade da área aceitando o

decreto desapropriatório como forma de cumprimento dos requisitos (questionamentos nº 3 e 4

do Conselheiro Revisor à fl. 272 dos autos). Por último, relacionado ainda com o Termo de

Compromisso do Ministério das Cidades, a Origem informou que não é necessário nenhuma

contrapartida, conforme informação de fl. 587, indicando o documento à fl. 591 (questionamento

nº 2 do Conselheiro Revisor). TC 2.488.15.41: referente à Representação contra o mesmo edital,

apresentada pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas, houve os seguintes

questionamentos: O primeiro tratava-se do caucionamento da exigência de garantia para licitar

antes da abertura do certame, o que levaria à identificação prévia dos participantes. Tendo em

vista a republicação do edital, no qual foi fixada a data para a prestação da garantia e a data para

a abertura dos envelopes para o mesmo dia, antes da suspensão (em 07.08.2015), considera-se

sanado o questionamento da representante, conforme entendimento do Órgão Especializado (fl.

242 verso). O segundo questionamento atacava problemas no primeiro edital publicado em razão

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de contradição entre os itens 7.2, 11.5, 11.8.3 e 5.2.2. Estas contradições foram sanadas, sendo

que a Auditoria as considerou superadas através da previsão da atualização do valor orçado no

subitem 10.2.1.1 do edital, o qual replico: “Considerando-se que no subitem 10.2.1.1 do edital

republicado (fl. 203) está prevista a atualização do valor orçado com base em julho de 2014 para

a data da apresentação da proposta, considera-se sanada a irregularidade apontada.” (fl. 243). O

terceiro questionamento diz respeito ao fracionamento do objeto da obra. Tratei desse assunto no

apontamento 5.13 da Auditoria, o qual reitero. Contudo, a representante apresentou mais

questionamentos que o próprio fracionamento em si. Um deles diz respeito à restritividade

imposta no item 8.1 do edital, que limita a reunião em consórcio em apenas duas empresas, como

segue: “8.1. Será permitida a participação de empresas que atenderem às exigências do edital,

isoladamente ou reunidas em consórcio, de até 2 (duas) empresas, e que tenha como objeto

social a execução de serviços compatíveis com os descritos neste edital.” (fl. 671). Considerando

que haverá somente um lote, a fim de aumentar a competitividade, condiciono a abertura da

licitação à retirada desta restrição. O segundo desdobramento se refere a exigências de

qualificação técnica no item 12.2.4 “d”. Inicialmente, AUD ponderou: “Quanto à alegação da

representante em relação à restritividade do edital ao exigir que a licitante comprove sua

capacidade técnica-operacional por meio de atestados que atendam determinados quantitativos

‘em um único contrato ou contratos simultâneos’, não se demonstra restritivo.” (fls. 245

verso/246). Contudo, é demandado que atestados se refiram a obras executadas em ambiente de

área urbana. Na esteira da opinião da Auditoria, acolho como procedente este item, uma vez que

afronta o disposto no § 5º do inciso 1º do artigo 30 da Lei Federal 8.666/93, que veda a exigência

de comprovação de atividade de aptidão com limitações em locais específicos. Assim, determino

como condição de prosseguimento do certame a retirada da restrição de menção à “área urbana”

nos atestados exigidos. Quanto do questionamento da Fixação de BDI máximo de 26,97%,

conforme análise da especializada, esta conclui por ser improcedente este questionamento, pois o

percentual do BDI ora estabelecido pela Origem e mencionado no Acórdão do TCU é máximo

para a composição do preço de referência, nada impedindo que seja menor. Apenas como

considerações finais, verifica-se que em função da retirada integral do valor do Apoio Técnico

de Obra – ATO relatada no apontamento 5.14, bem como da redução do item Administração

Local relatada no apontamento 5.14 e outros ajustes menores, o orçamento estimativo da

licitação será reduzido de R$ 351.230.205,02 (trezentos e cinquenta e um milhões, duzentos e

trinta mil, duzentos e cinco reais e dois centavos), fl. 100, para R$ 336.041.021,40 (trezentos e

trinta e seis milhões, quarenta e um mil, vinte e um reais e quarenta centavos), fl. 340, o que

representa uma redução líquida da ordem de R$ 15.189.183,62 (quinze milhões, cento e oitenta

nove mil cento e oitenta e três reais). É oportuno destacar que também alguns outros ajustes

menores na planilha orçamentária influenciaram na variação do valor retro citado. O primeiro se

refere ao piso utilizado, cujo item de planilha orçamentária é de 1.6.2.3.5, no qual o valor

unitário era de R$ 462,16 (quatrocentos e sessenta e dois reais) e passou para R$ 331,42

(trezentos e trinta e um reais), o qual multiplicado pelas quantidades importa em uma redução

total de R$ 123.680,04 (cento e vinte três mil, seiscentos e oitenta reais e quatro centavos). Tal

mudança ocorreu em razão de questionamento no Edital de RDC 03 por esta Corte que trata da

perimetral Leste/Itaim Paulista, mas que não foi questionado no presente RDC 04. Contudo, a

Origem optou por adotar um piso mais econômico. Antes, era do tipo “levigado” e agora é do

tipo “polido”, e adotando este preço também no presente edital. Por último, houve também

alteração dos preços unitários dos itens: a) câmara transformadora, b) poço de inspeção; c) mini

poço de inspeção: d) Caixa CS R2, os quais somados, representam uma variação de R$

233.515,13 (duzentos e trinta e três mil quinhentos e quinze reais). Segundo explicação de

SIURB, a mudança nesses preços ocorreu em razão de ajustes por orientação da Caixa

Econômica Federal, em função de adequação de critérios técnicos na composição de preços

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desses itens, uma vez que deveria ser considerado como custo a hora produtiva do equipamento

“Pá Carregadeira sobre rodas” que onera como insumo nesses itens, e não com depreciação e

juros do equipamento como constou na versão original do edital. (fls. 589/590). Assim,

considerando a supremacia do interesse público, a necessidade de realização da obra para o

desenvolvimento da cidade e melhorias nas condições de vida da população local, submeto a este

Egrégio Plenário a proposta de retomada do mencionado certame, com as condicionantes e

determinações relatadas, com fundamento no inciso XVII, parágrafo único, do artigo 31 do

Regimento Interno desta Corte. Determino à Auditoria desta Corte de Contas o acompanhamento

da licitação, do exame do contrato e da execução contratual. Submeto, assim, aos Nobres Pares

para Referendo.” Ademais, o Conselheiro Edson Simões – Revisor, na fase de votação, solicitou

vista dos autos, o que foi deferido. (Certidões – TCs 2.235/15-96 e 2.488/15-41) Solicitando a

palavra, o Conselheiro Edson Simões expressou-se como segue: “Senhor Presidente, recebi os

documentos no dia 21 p.p., às 18h30, segunda-feira. O voto foi gentilmente ofertado pelo

Conselheiro João Antonio no dia 22 por volta das 11 horas. Começamos a nos debruçar sobre

esse assunto. Todavia, peço vista, com base no Regimento, para dirimir as minhas dúvidas, pois

as respostas da Origem não passaram pela Auditoria. No Jurídico, passou no dia 11 de setembro

e as respostas complementares, nos dias 14 e 18 de setembro, também não foram analisadas pela

área jurídica. Vários itens, bem enfrentados, analisados pelo Conselheiro João Antonio, estão

sob a égide da conjunção “if”, ou “se”, que significa “1. Introduz oração subordinada indicando a

hipótese ou condição no caso”, ou seja, “se ela for, eu não vou”. Estou utilizando a etimologia

das palavras e as minhas dúvidas. Há incerteza também na interrogação indireta sobre o assunto.

Tenho, também, outra dúvida, sobre a causa. Portanto, tenho que dissecar as assertivas feitas

pelo voto do Conselheiro Relator, que muito bem relatou, para posicionar-me de forma objetiva

e clara, condição essa que não tenho neste momento. Preciso complementar meus estudos

técnicos. Trabalhei ontem até as 20 horas, para me posicionar de forma objetiva e clara e levar

em consideração, independente da posição da Auditoria e da posição parcial da Jurídica – ela

admite três itens e os outros, condiciona. Além disso, tenho que levar em consideração e estudar

a posição colocada em cada item de forma competente por parte do Conselheiro João Antonio.”

Concedida a palavra ao Conselheiro João Antonio, Sua Excelência assim se expressou: “Só

quero registrar, com cautela, que, primeiro, sem nenhum questionamento ao pedido de vista, até

porque é um direito do Conselheiro Revisor e de qualquer Conselheiro desta Corte. É regimental

o pedido do Conselheiro Edson Simões. Quero apenas registrar algumas questões a respeito

dessa matéria, que entra nesta Casa com esse nome genérico de “corredores” há quase dois anos,

ou até mais. Como relatei em um primeiro momento, diversos lotes de corredores na região leste

da cidade foram objetos de exploração política por órgãos de imprensa, por notícias ora a favor,

ora contra. A primeira constatação que faço é que essa matéria ganhou um contorno – não aqui,

internamente – de disputa política na cidade que, por conhecer a história deste Tribunal, não nos

contagiou até este momento – ainda bem. Mas, de qualquer forma, tem uma repercussão muito

grande, de idas e vindas. Registro, então, em primeiro lugar, que é uma matéria extremamente

difícil de ser enfrentada por este Tribunal. Acho que o tempo de duração, neste Tribunal, é

razoável para quem quer enfrentar o problema e resolver de maneira definitiva. Dois anos!

Procurei pautar-me com a seguinte metodologia: suspenso o certame, convoquei o Secretário e

sua equipe técnica e os nossos técnicos. Mais de duas horas e meia de conversa, item por item.

Ouvi, sem opinar, os nossos técnicos, verbalmente. Ouvi os técnicos da Administração. Depois

dessa rodada de conversa pública, nada feito às escondidas – ocorrida aqui na Sala das Becas –

iniciei o processo formal de respostas. Dessa maneira, ao receber as respostas da Origem, quero

dizer que o meu voto é por inteira convicção, ao ouvir o contraditório. No limite, não me

contentei em ouvir resposta formal por escrito. Contentei-me em ouvir os argumentos da nossa

Auditoria em reunião pública, em ouvir a opinião da Origem, e em ouvir, inclusive, o debate

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entre eles. Tenho absoluta certeza de que o Conselheiro Edson Simões só vai enriquecer esse

processo, mas quero apenas registrar que o processo que eu usei foi profundamente respeitoso ao

princípio do contraditório. As minhas convicções que aqui trago não são convicções por

conveniência ou de época ou de alinhamento de qualquer natureza, ideológico ou programático.

São convicções depois de me debruçar sobre esse tema durante esse tempo inteiro. Entendo o

pedido de vista do Conselheiro Edson Simões e tenho absoluta certeza – estou seguro disso – que

ele não será contagiado por nenhum tipo de disputa política em curso na cidade.” O Conselheiro

Maurício Faria: “Queria apenas expor que entendo que essa matéria, relacionada a uma

licitação para implantação de corredor de ônibus nos moldes do denominado “BRT”, o Tribunal

deve abordar do ponto de vista estrito do controle da legalidade. Essa é a função do Tribunal de

Contas. Eu vou me posicionar – já tinha um posicionamento a partir da documentação

encaminhada pelo Conselheiro João Antonio – nesses estritos termos. Houve uma opção

político-administrativa da atual Administração Municipal em priorizar o programa de

implantação de corredores de ônibus. A primeira grande indagação é a seguinte: essa opção

político-administrativa fere a legalidade? No meu entendimento, não. A legalidade autoriza,

permite, essa opção político-administrativa. Por outro lado, não cabe ao Tribunal de Contas

entrar no mérito da própria opção político-administrativa, que é própria dos detentores de

mandato eletivo que estão à frente do Executivo Municipal. Queria apenas situar esse elemento

de demarcação porque, do ponto de vista técnico – fora da minha condição de Conselheiro do

Tribunal de Contas – tenho muitas reservas em relação ao programa de corredores de ônibus na

Cidade de São Paulo, muitas reservas. Outro dia saiu uma entrevista de um urbanista colombiano

na Folha de S. Paulo – até passei cópia da entrevista ao Conselheiro João Antonio – em que ele

fazia uma série de considerações sobre a complexidade da solução BRT. Para que ela seja

harmoniosa, qualificadora do conjunto urbano, não seja apenas uma intervenção guiada pela

funcionalidade unilateral do transporte, para que seja um elemento integrador do ambiente

urbano, o projeto de BRT precisa de uma espacialidade que possibilite solucionar questões como

a do caminhar dos passeios públicos, que possibilite uma equação ampla da questão da

mobilidade, inclusive no que diz respeito à circulação dos automóveis que integram o sistema de

mobilidade. No caso de São Paulo, o histórico dos corredores de ônibus é objeto de muita

polêmica. De um modo geral, os corredores de ônibus, quando implantados em São Paulo,

tiveram efeito de desqualificação do ambiente urbano no entorno. Temos um precursor, que foi a

experiência que apresentou a ideia de corredor de ônibus, ainda na gestão do então Prefeito

Mário Covas, que foi o corredor da Avenida Santo Amaro. Hoje, o município apresenta como

uma medida para atenuar os prejuízos que o corredor da Avenida Santo Amaro trouxe ao

ambiente urbano, aquela solução de estender dispositivos da Operação Urbana Faria Lima para

que se possa desapropriar faixas na Avenida Santo Amaro para que, então, se procure um

mínimo de requalificação urbanística quando é sabido o grau de degradação urbanística que

atingiu a Avenida Santo Amaro. Não vou, em minha manifestação, me ater às minhas convicções

urbanísticas, à minha avaliação sobre o programa de corredores de ônibus na Cidade de São

Paulo. Vou ater-me estritamente aos critérios de legalidade. Agirei estritamente como julgador

administrativo, como Conselheiro do Tribunal de Contas, embora seja matéria bastante

complexa. Uma das questões que São Paulo terá que enfrentar, no meu entendimento, é a cisão

de competências entre o governo estadual, que é o detentor da implantação da infraestrutura do

transporte sobre trilhos, especialmente do metrô, e a competência municipal, que fica limitada às

atividades dos ônibus. Essa cisão de competências já é “per se”, e como grande premissa

político-administrativa, um elemento profundamente limitador das opções de mobilidade, no

meu entendimento. Teríamos, se o programa dos corredores de ônibus fosse plenamente

implantado, um investimento da ordem de R$ 5 bilhões. É legítimo indagar se é razoável investir

R$ 5 bilhões em corredores de ônibus quando é sabido – fui ontem ao evento do “Nossa São

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Paulo” e o próprio Secretário de Transportes do Município diz isso publicamente – que a única

alternativa viável para equacionamento do transporte coletivo de massa é a rede de metrô, é

implantar uma verdadeira rede de metrô, ainda inexistente. Não temos uma rede de metrô e a

capacidade do metrô, o seu nível de desempenho é qualitativamente distinto daquele dos ônibus.

O correto seria, se o Brasil avançasse institucionalmente, existir um programa de mobilidade

metropolitano, uma autoridade metropolitana a ser constituída com plano de investimentos e a

priorização absoluta na implantação de uma rede de metrôs. Digo tudo isso porque não vou me

posicionar a partir disso que estou dizendo – e estou dizendo porque é uma questão que está

posta. Vou ater-me estritamente aos parâmetros de controle de legalidade, pois a opção pelos

corredores de ônibus não é ilegal. A meu ver, é uma opção político-administrativa discutível,

mas não ilegal. O estrito domínio do Tribunal de Contas é o controle de legalidade. Acho que é

um desafio evitarmos essa politização do tema. Acho que não cabe o Tribunal de Contas nem,

digamos, enaltecer a política de implantação de corredores de ônibus, nem se opor à política.

Não é a nossa esfera de competência enquanto controle externo. Coloco algumas questões

porque estão postas na vida da cidade, mas, no meu entendimento, temos que exercer o controle

de legalidade. Eu estaria, já adianto, preparado, se a deliberação avançasse, a considerar razoável

a locução do Conselheiro João Antonio. Apoiaria a autorização de retomada da licitação com

aqueles condicionantes expostos pelo Conselheiro Relator. Tinha alguns reparos, algumas

divergências com o Relator, que apresentaria. Já até antecipo que a minha convicção é no sentido

de que, no controle estrito de legalidade, não há fatores de ilegalidade que impeçam autorizar o

procedimento da licitação, mas insisto, também não cabe ao Tribunal apoiar ou se opor a uma

opção político-administrativa, que é da esfera própria do executivo municipal, daqueles que são

detentores de mandato eletivo.” O Conselheiro João Antonio: “Senhor Presidente, sem querer

interferir no tempo, deixo registrado que essa é uma matéria importante para o Tribunal e que

tem alimentado divergências de opiniões. É apenas uma sugestão, um apelo ao Conselheiro

Edson Simões, pois acho que essa é uma matéria que deveria ser pautada em um curto espaço de

tempo, porque entendo que não faz bem à saúde da cidade nem do Tribunal de Contas o tipo de

debate que está sendo enfrentado e o tipo de postura que forças estão tomando diante dessa

matéria. Em síntese, não faz bem ao Tribunal essa matéria permanecer aqui por muito tempo. De

qualquer forma, em que pese o ineditismo do pedido de vistas, é regimental e o tempo necessário

cada Conselheiro decide segundo as suas conveniências.” O Conselheiro Edson Simões: “As

minhas dúvidas, e eu já as tinha colocado, são técnicas. Por sinal, eu sou favorável aos

corredores, já que não há o metrô para toda a cidade. É uma coisa objetiva. E, portanto, não tem

absolutamente nenhuma conotação política, mesmo porque eu saí da Câmara Municipal de São

Paulo há 18 anos. E acho que, de 32 a 40 partidos políticos que vai ter o país, e são muitos, essa

questão política, aqui no Plenário, nós jamais discutimos e discutirei. O que me deixou em

dúvida foi – apenas para informar que estou debruçado sobre isso – o fato de que na área jurídica

foram sanados, de forma objetiva, os itens 5.3, 5.4 e 5.5. Ainda na área jurídica, ficaram com a

partícula “if” ou “se” o 5.6, 5.8, 5.12, 5.13 e 5.15. Fora a questão da Auditoria, que tinha aquela

posição técnica, que aconteceu antes e agora. Na área jurídica, houve uma frase que dizia que

alguns desses itens não podiam prescindir do exame preliminar dentro da Auditoria. Isso por

volta das 18 horas. Além disso, lendo a parte regimental da Caixa, há um termo em que a Caixa

oficia a Gerência Regional de Governo da Sé – o dinheiro faz parte do PAC – e os editais de

licitação devem ser publicados obrigatoriamente, segundo a Caixa, após a assinatura do Termo

de Compromisso e o aceite formal do projeto pela mesma Caixa com o respectivo orçamento.

Diante dessas dúvidas e levando em consideração todo o texto muito bem feito por parte do

Relator, não consegui chegar a uma conclusão e vou me debruçar sobre esses itens, no sentido de

agilizar, o mais rápido possível, porque nós sabemos perfeitamente que – eu concordo com o que

o Conselheiro Maurício Faria falou – na Cidade de São Paulo o metrô seria a solução. Não

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sendo, os corredores vão, automática e transitoriamente, resolver esse tipo de problema. Não tive

oportunidade, porque eu não era Relator, de participar das reuniões, que devem ter sido muito

boas, como já tínhamos feito em ano anterior, por proposta do Conselheiro João Antonio. Sobre

essas dúvidas, devido ao tempo, vou debruçar-me de forma tenaz, para entregar minha posição o

mais rápido possível, mesmo porque a parte final do Conselheiro Relator é profundamente

apetitosa.” O Conselheiro Domingos Dissei: “Senhor Presidente, vou me pronunciar. Sempre

acredito que o Tribunal se pauta no jurídico e no técnico. Pelo menos, é o que tenho aprendido

aqui. Essa parte política eu não pratico. Como todos falaram, também preciso, ou vão dizer “o

Dissei não falou nada; logo, ele vê a parte política”. Não. Quem está errado, que pague. E se está

correto, vai. Eu também saí da Câmara e aprendi. O executivo faz da forma que ele quer, foi

eleito para isso, tem a convicção técnica e acabou. Também sou partidário disso. Nunca julgo

por política de forma nenhuma e pode me cobrar, aqui, se eu fizer dessa forma. O corredor, em

um contrato de R$ 300 milhões, é natural que haja essa ida e vinda. Vi, por exemplo, o corredor

ser dividido, mas falam “a obra não pode ser dividida, uma obra só é melhor”. E houve a

explicação, aqui, de que farão dois canteiros. Aí o canteiro fica oneroso. São explicações que

vêm aclarando. Depois, o Conselheiro Relator condicionou a homologação do certame à

apresentação da documentação da Caixa. Primeiro era o projeto da engenharia, licença

ambiental, o decreto desapropriatório. Vou colocar o ITBI: por que esse decreto? O ITBI quer o

valor de mercado, cobra sempre o valor de mercado. Existe o valor venal do imposto e também

tem o valor de mercado. Então, está dizendo: “não vou ter problema de desapropriação”. É um

avanço. Temos consciência de que haverá alguns problemas de desapropriação, mas já é um

avanço colocar o valor de mercado porque a pessoa já se sente mais confortável e acaba

facilitando a obra. Respeito o pedido de vista do Conselheiro Edson Simões. Além desses

quesitos, a homologação tem a garantia efetiva da disponibilidade de recursos por parte da

Caixa. É muito importante que a Caixa dê a garantia da disponibilidade financeira, para que não

se homologue. Se não, homologa-se o contrato e não há a disponibilidade de recursos. Aí a obra

fica carimbada. Meu posicionamento é quanto a qualquer governo que faça isso. Tem que ter a

disponibilidade, ou o camarada finca a bandeirinha dele: “Essa obra é minha, tendo recurso ou

não”. Não se pode homologar o contrato, em minha opinião, que é a linha que eu sempre adoto.

É essa linha de ter efetiva disponibilização de recursos. Eu acrescentaria, também, aos

Conselheiros para estudarem essa condição para homologação, a garantia efetiva da

disponibilidade do dinheiro. Não gera expectativa para o executivo e não gera expectativa para a

população. É isso, Senhor Presidente.” Dando sequência, o Conselheiro Presidente Roberto

Braguim, a fim de que pudesse relatar os processos de sua pauta, solicitou ao Conselheiro Vice-

Presidente Edson Simões que assumisse a direção dos trabalhos. – PROCESSOS

RELATADOS PELO CONSELHEIRO PRESIDENTE ROBERTO BRAGUIM, na

qualidade de Relator – 1) TC 132/12-30 – Recursos “ex officio” e de Antonio Oliveira da Silva

interpostos contra a R. Decisão de 1º/10/2013 – Julgador Conselheiro Maurício Faria –

Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e Aidee Miranda Souza

– Prestação de contas de adiantamento bancário – abril/2010 (R$ 15.000,00) ACÓRDÃO:

“Vistos, relatados englobadamente com os TCs 1.429/12-02, 2.608/12-59 e 2.628/12-66 e

discutidos estes autos, ora em grau de recurso, dos quais é Relator o Conselheiro Roberto

Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à

unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer do recurso “ex

officio”, por força do disposto no artigo 137 do Regimento Interno desta Egrégia Corte, bem

assim em receber como recurso ordinário o pleito formulado pelo Servidor Antonio Oliveira da

Silva, responsável pela aprovação das contas na esfera administrativa, consoante a qualificação

dada pela Assessoria Jurídica de Controle Externo, em suas intervenções de fls. 96/101 e

102/104 dos autos. Acordam, ademais, à unanimidade, quanto ao mérito, considerando o

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disposto na Instrução 03/2011 e os pareceres emitidos pela Procuradoria da Fazenda Municipal e

pela Secretaria Geral, em dar-lhes provimento parcial, para dar quitação à responsável,

mantendo-se no mais o decidido. Relatório e voto englobados: v. TC 2.628/12-66. Participaram

do julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício

da Presidência; a) Roberto Braguim – Relator.” 2) TC 1.429/12-02 – Recursos “ex officio” e de

Antonio Oliveira da Silva interpostos contra a R. Decisão de 27/9/2013 – Julgador Conselheiro

Maurício Faria – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e

Neide de Carvalho Mendes– Prestação de contas de adiantamento bancário – abril/2010 (R$

15.000,00) ACÓRDÃO: “Vistos, relatados englobadamente com os TCs 132/12-30, 2.608/12-

59 e 2.628/12-66 e discutidos estes autos, ora em grau de recurso, dos quais é Relator o

Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer do

recurso “ex officio”, por força do disposto no artigo 137 do Regimento Interno desta Egrégia

Corte, bem assim em receber como recurso ordinário o pleito formulado pelo Servidor Antonio

Oliveira da Silva, responsável pela aprovação das contas na esfera administrativa, consoante a

qualificação dada pela Assessoria Jurídica de Controle Externo, em suas intervenções de fls.

96/101 e 102/104 dos autos. Acordam, ademais, à unanimidade, quanto ao mérito, considerando

o disposto na Instrução 03/2011 e os pareceres emitidos pela Procuradoria da Fazenda Municipal

e pela Secretaria Geral, em dar-lhes provimento parcial, para dar quitação à responsável,

mantendo-se no mais o decidido. Relatório e voto englobados: v. TC 2.628/12-66. Participaram

do julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício

da Presidência; a) Roberto Braguim – Relator.” 3) TC 2.608/12-59 – Recursos “ex officio” e de

Antonio Oliveira da Silva interpostos contra a R. Decisão de 21/10/2013 – Julgador Conselheiro

Maurício Faria – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e

Fabiana de Almeida Lima – Prestação de contas de adiantamento bancário – novembro/2010 (R$

13.352,42) ACÓRDÃO: “Vistos, relatados englobadamente com os TCs 132/12-30, 1.429/12-

02 e 2.628/12-66 e discutidos estes autos, ora em grau de recurso, dos quais é Relator o

Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer do

recurso “ex officio”, por força do disposto no artigo 137 do Regimento Interno desta Egrégia

Corte, bem assim em receber como recurso ordinário o pleito formulado pelo Servidor Antonio

Oliveira da Silva, responsável pela aprovação das contas na esfera administrativa, consoante a

qualificação dada pela Assessoria Jurídica de Controle Externo, em suas intervenções de fls.

96/101 e 102/104 dos autos. Acordam, ademais, à unanimidade, quanto ao mérito, considerando

o disposto na Instrução 03/2011 e os pareceres emitidos pela Procuradoria da Fazenda Municipal

e pela Secretaria Geral, em dar-lhes provimento parcial, para dar quitação à responsável,

mantendo-se no mais o decidido. Relatório e voto englobados: v. TC 2.628/12-66. Participaram

do julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício

da Presidência; a) Roberto Braguim – Relator.” 4) TC 2.628/12-66 – Recursos “ex officio” e de

Antonio Oliveira da Silva interpostos contra a R. Decisão de 21/10/2013 – Julgador Conselheiro

Maurício Faria – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e

Juliane Guingo – Prestação de contas de adiantamento bancário – maio/2010 (R$ 15.000,00)

ACÓRDÃO: “Vistos, relatados englobadamente com os TCs 132/12-30, 1.429/12-02 e

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2.608/12-59 e discutidos estes autos, ora em grau de recurso, dos quais é Relator o Conselheiro

Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo,

à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer do recurso “ex

officio”, por força do disposto no artigo 137 do Regimento Interno desta Egrégia Corte, bem

assim em receber como recurso ordinário o pleito formulado pelo Servidor Antonio Oliveira da

Silva, responsável pela aprovação das contas na esfera administrativa, consoante a qualificação

dada pela Assessoria Jurídica de Controle Externo, em suas intervenções de fls. 96/101 e

102/104 dos autos. Acordam, ademais, à unanimidade, quanto ao mérito, considerando o

disposto na Instrução 03/2011 e os pareceres emitidos pela Procuradoria da Fazenda Municipal e

pela Secretaria Geral, em dar-lhes provimento parcial, para dar quitação à responsável,

mantendo-se no mais o decidido. Relatório englobado: Examinam-se, de forma englobada,

Recursos “Ex Officio”, com origem no disposto no artigo 1371 do Regimento Interno desta Casa,

e Voluntários, interpostos por Antônio Oliveira da Silva, em face de Decisões prolatadas em

sede de Juízo Singular, que, ao apreciar as referidas Prestações de Contas, aprovou-as

parcialmente, julgando, no entanto, irregular outra parte, em razão de gastos expressivos com

aquisição de gêneros alimentícios do mesmo fornecedor e passagens rodoviárias, sem

apresentação dos motivos impeditivos da utilização do processo normal de aplicação, por sua

previsibilidade, e por excederem o montante de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), configurando

contrato verbal, infringindo o parágrafo único do artigo 60 da Lei 8.666/932, nos valores de: No

item I – R$ 4.263,90 (quatro mil, duzentos e sessenta e três reais e noventa centavos); No item II

– R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais); No item III – R$ 9.818,68 (nove mil, oitocentos e

dezoito reais e sessenta e oito centavos); No item IV – R$ 11.168,86 (onze mil, cento e sessenta

e oito reais e oitenta e seis centavos). Em todos os TC’s o Ilustre Julgador deixou de imputar aos

responsáveis os correspondentes débitos, por não restarem evidenciadas as hipóteses previstas na

Instrução 3/20113, desta Casa, determinando, no entanto, a expedição de Ofícios à Pasta e às

servidoras responsáveis pelas Prestações de Contas para conhecimento e providências.

Devidamente intimadas, tanto a Secretaria como as responsáveis permaneceram silentes, à

exceção da Sra. Aideê Miranda Souza que se manifestou ciente da determinação contida na

intimação 094/2014, expedida dos autos do TC 132.12.30 (Item I). De outra parte, o servidor

Antônio Oliveira da Silva, responsável pela aprovação das Contas no âmbito da Pasta,

apresentou, em todos os processos, pleitos em peças idênticas, nas quais afirmou que concordava

que os itens de subsistência humana não poderiam ser adquiridos pelo regime de adiantamento,

razão pela qual a Secretaria editou a Ordem Interna 02/SMADS/2012, alterada pela Ordem

1 Art. 137 - Das decisões interlocutórias, das terminativas e dos acórdãos, cabem, conforme o caso, os seguintes

recursos: Parágrafo único - Das decisões terminativas proferidas por Câmara ou Juiz Singular, pela irregularidade

ou ilegalidade de ato ou despesa executada, independentemente de menção expressa a recurso “ex officio”, haverá

reexame necessário pelo Tribunal Pleno, a ser processado segundo o rito estabelecido para o recurso ordinário. 2 Art. 60 - Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo

cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre

imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo

que lhe deu origem. Parágrafo único - É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de

pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do

limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento. 3 Art. 1º – As prestações de contas relativas às despesas por regime de adiantamento analisadas pelo Tribunal serão

julgadas: III) Irregulares, com ou sem imputação de débito, quando comprovada infração às normas legais ou

regulamentares, ressalvado o disposto no inciso II deste artigo. § 2º – As despesas irregulares com imputação de

débito sujeitam os infratores ao recolhimento da glosa atualizada monetariamente, acrescida de juros e ocorrem

quando verificadas as seguintes infrações: a) Omissão no dever de prestar contas; b) Dano ao erário decorrente de

ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; c) Desfalque ou desvio de bens ou valores públicos; d) Qualquer

irregularidade de natureza grave.

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Interna 01/SMADS/2013, determinando que a aquisição de alimentos deveria ser feita por

licitação. Apontou que o método, até então adotado, era considerado uma instituição, tendo em

vista ser empregado há décadas sem qualquer manifestação dos órgãos fiscalizadores. No mais,

salientou que as Decisões de Juízo Singular não têm estipulado imputação de penalidades aos

responsáveis pelas Prestações de Contas, com base na Instrução 3/2011 deste Tribunal, mas

contestou a não quitação, o que os deixa vulneráveis. Por fim, pleiteou a reconsideração das

conclusões alcançadas de forma que os responsáveis sejam quitados. Nada obstante, a

Coordenadoria III entendeu que os argumentos acrescidos, a despeito de sua importância, em

nada mudam o decidido em no Juízo Singular. À sua vez, a Assessoria Jurídica de Controle

Externo anotou, em todos os TC’s, que, malgrado a não indicação expressa do fundamento legal

ou regimental no texto, as petições oferecidas pelo servidor Antônio Oliveira da Silva podem ser

recebidas como Recursos Ordinários, em virtude da informalidade do processo administrativo,

sobretudo, de seu conteúdo material e de possível atenuação do rigor formal nessa sede.

Ressaltou a concordância do arguente aos reparos apostos pela Auditoria, informando a edição

da referida Ordem Interna, determinando a aquisição de alimentos pela Secretaria por licitação e

não mais pelo regime de adiantamento, opinando, por fim, pelo conhecimento dos Recursos

Voluntários e pelo seu improvimento, bem assim dos obrigatórios, mantendo-se as rr. Decisões

recorridas. A Procuradoria da Fazenda Municipal, reiterando pronunciamentos anteriores, bateu-

se pelo conhecimento e provimento parcial dos Recursos “Ex Officio” e Voluntários, para que as

contas sejam declaradas inteiramente regulares, mantendo-se, quanto ao mais, as rr. Decisões

atacadas. A Secretaria Geral opinou, derradeiramente, pelo conhecimento dos Recursos, e, no

mérito, por seu provimento parcial, com a manutenção da irregularidade parcial e quitação às

responsáveis. É o relatório. Voto englobado: Os Recursos de Ofício têm assento no artigo 137

do Regimento Interno desta Egrégia Corte, enquanto os pleitos do servidor Antônio Oliveira da

Silva, responsável pela aprovação das contas na esfera administrativa, são recebidos como

Recursos Ordinários, consoante a qualificação dada pela Assessoria Jurídica de Controle

Externo, em suas intervenções de fls. 96/101 e 102/104. As rr. Decisões proferidas em sede de

Juízo Singular julgaram regulares parte das despesas realizadas em vários procedimentos e

irregulares as demais assinaladas pela Auditoria, deixando, todavia, de imputar os

correspondentes débitos aos servidores responsáveis, posto não tipificadas nas situações

previstas na Instrução 3/2011, desta Casa, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis,

nas hipóteses de reincidência, a partir da prolação desse r. “Decisum”. Considerando o disposto

na Instrução 03/2011 e os pareceres emitidos pela Procuradoria da Fazenda Municipal e pela

Secretaria Geral, conheço dos Recursos de Ofício e Voluntários provendo-os, parcialmente, para

dar quitação às responsáveis, mantendo-se no mais o decidido. É como voto. Participaram do

julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício

da Presidência; a) Roberto Braguim – Relator.” 5) TC 577/13-37 – Secretaria Municipal de

Cultura – SMC – Fundo Especial de Promoção de Atividades Culturais – Fepac – Auditoria

Programada – Avaliar a operacionalização do fundo, com ênfase nos controles contábeis

ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro

Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo,

à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da auditoria

programada, pois atingiu os objetivos para os quais foi autuada. Acordam, ademais, à

unanimidade, considerando as conclusões alcançadas pelos Órgãos Técnicos desta Casa, que

apontaram deficiências quanto aos controles exercidos no que se refere à exatidão dos valores

calculados e recolhidos ao Fundo Especial de Promoção de Atividades Culturais – Fepac, em

determinar ao seu gestor que implemente as condições necessárias para: i) que toda a

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arrecadação destinada ao Fepac seja submetida ao setor contábil de cada departamento para

checagem; ii) que faça constar, em todos os ajustes que gerem receitas ao Fepac, a obrigação da

análise contábil do valor arrecadado, possibilitando, assim, garantir a exatidão desses valores.

Acordam, ainda, à unanimidade, após a realização das comunicações de praxe, em determinar o

arquivamento dos autos. Relatório: Cuida-se de Auditoria Programada destinada a avaliar a

operacionalização do Fundo Especial de Promoção de Atividades Culturais – FEPAC, com

ênfase nos controles contábeis, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2012. Conforme

previsão contida no Decreto Municipal 29.683/1991, que criou o Fundo, tem ele por finalidade a

captação de recursos para aplicação na promoção, organização, patrocínio e execução de

iniciativas de natureza artístico-cultural4, tendo como principais fontes de receitas: O orçamento

municipal; A cessão de acervos, teatros e espaços culturais municipais; As receitas de bilheterias

dos eventos culturais; As arrecadações dos preços públicos dos serviços prestados pela SMC; Os

rendimentos auferidos nas aplicações financeiras da conta corrente do FEPAC. O recolhimento

das receitas do Fundo se dá, em sua maior parte, por Documento de Arrecadação do Município

de São Paulo – DAMSP, sendo o valor recolhido diretamente à conta do Tesouro. Há outra

forma de recolhimento que ocorre por emissão do Documento de Recolhimento ou Depósito –

DRD, e neste caso, os recursos são recolhidos diretamente à conta do Fundo. A conciliação das

receitas, despesas inclusive, é realizada pela Supervisão e Controle Orçamentário – SCO, da

Secretaria Municipal de Cultura – SMC. As despesas do Fundo encontram-se disciplinadas na

forma estabelecida no artigo 3º do Decreto 29.683/19915, com as vedações previstas no

parágrafo único6 do citado artigo, e são elas: Patrocínio, promoção e organização de eventos

artísticos e culturais; Aquisição de bens materiais e direitos necessários aos eventos; Manutenção

e divulgação de atividades e eventos artísticos e culturais. No exercício em comento o

Orçamento do Fundo somou a importância de R$ 11.048.594,18 (onze milhões, quarenta e oito

mil, quinhentos e noventa e quatro reais e dezoito centavos), sendo que, desse total 95,36%

(noventa e cinco inteiros e trinta e seis centésimos por cento) foram empenhados no exercício.

Do total empenhado, R$ 10.046.646,70 (dez milhões, quarenta e seis mil, seiscentos e quarenta e

seis reais e setenta centavos) foram liquidados sendo que, desse total, 96,99% (noventa e seis

inteiros e noventa e nove centésimos por cento) foram pagos. A segurança do sistema é

comprovada por meio da aplicação das regras contidas nos normativos existentes. A Auditoria

apontou a extrapolação do prazo fixado pela Ordem Interna 08/20097, da Secretaria Municipal

da Cultura, do 15º (décimo quinto) dia útil para remessa dos documentos pelas Unidades, para

validação por parte daquela Secretaria, prazo esse não observado, em diversas oportunidades,

pelo Theatro Municipal de São Paulo, cujo atraso variou entre 13 (treze) e 39 (trinta e nove) dias,

4 Artigo 1º - Fica criado, no Gabinete da Secretaria Municipal de Cultura, o Fundo Especial de Promoção de

Atividades Culturais – FEPAC, que tem por finalidade, a captação de recursos para aplicação na promoção,

organização, patrocínio e execução de iniciativas de natureza artístico-cultural, respeitados os interesses públicos,

administrativo e das instituições. 5 Artigo 3º - Os recursos do FEPAC poderão ser utilizados no patrocínio, promoção e organização de eventos

artísticos e culturais, na aquisição de bens materiais e direitos necessários aos eventos, na manutenção e divulgação

de atividades e eventos artísticos e culturais, sob todas as modalidades e formas, diretamente voltados à população. 6 Parágrafo único – É vedada a utilização de recursos do FEPAC em despesas com pessoal e encargos, exceto

cachês e remuneração por serviços de natureza eventual em espetáculos, shows, palestras, seminários ou

assemelhados. 7 II- Todos os Departamentos e Coordenadorias de SMC elaborarão, mensalmente, demonstrativo referente aos

depósitos efetuados no mês anterior, conforme modelo abaixo, e o enviará, juntamente com as cópias dos

comprovantes/guias autenticadas, recebidos de suas respectivas Unidades, até o 15º (décimo quinto) dia útil do mês

subsequente ao do depósito, à Supervisão de Controle Orçamentário da Coordenadoria de Administração e Finanças

desta Secretaria para a devida conciliação bancária/contábil. Os demonstrativos elaborados deverão ser assinados

pelo responsável pela Divisão Administrativa de cada Departamento/Coordenadoria.

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valendo apontar que tal falha pode vir a representar fragilidade no sistema de controle interno do

Fundo. Constatou-se, também, em relação à conferência dos recolhimentos realizados à conta do

Fundo, que, em que pese o fato de que os débitos e créditos em conta corrente tenham respaldo

documental, bem como da ação fiscalizatória exercida no sentido da solução das pendências

detectadas, não há uma conferência quanto à exatidão dos cálculos efetuados pelas unidades

arrecadadoras dos valores a ele creditados. Além disso, segundo informação da própria SCO, o

sistema disponibilizado pela Prefeitura, para emissão de DAMSP, não preenche

automaticamente o valor a ser depositado, com base no código da receita, que é preenchido pela

Unidade que a emite. Concluiu-se, assim, não restar assegurado que o cálculo do valor

arrecadado esteja correto. Registrou a Auditoria, por fim, a falta de Chamamento Público e

pesquisa de preços para a contratação de projetos contemplados com recursos do Fundo. Assim,

considerando as conclusões alcançadas, determinei a expedição de Ofício ao responsável pela

área auditada para prestar os esclarecimentos necessários. Em resposta encaminhada informou-se

quanto aos atrasos verificados na remessa da documentação relativa à arrecadação, no caso às

provenientes do Theatro Municipal de São Paulo, que tal fato ocorreu. Argumentou-se, no

entanto, que a Ordem Interna referenciada diz respeito, apenas, às arrecadações provenientes de

recursos arrecadados por Documento de Arrecadação ou Depósito, parcela ínfima do total da

receita arrecadada. Aduziu-se, também, que o Theatro Municipal, ao ter sua personalidade

jurídica transformada em Fundação, deixou de ser origem de recursos para o FEPAC. Pelas

razões apresentadas, a Auditoria entendeu superado o apontamento. Quanto à falta de

averiguação do cálculo dos valores arrecadados, o responsável indicou a possibilidade de

publicar nova Ordem Interna no sentido de determinar que toda a arrecadação destinada ao

FEPAC seja submetida ao Setor contábil de cada Departamento para checagem, bem como fazer

constar, em todos os ajustes que gerem receitas, a obrigação da análise contábil do valor

arrecadado. A Auditoria entendeu que a falha permanece, uma vez que, à época, o normativo não

havia sido publicado. No que diz respeito a não realização de Chamamento Público e pesquisa de

preços para projetos contemplados com recursos oriundos do Fundo, o Secretário informou não

ser de sua competência a matéria, ficando, assim, mantido o apontamento. A Assessoria Jurídica

de Controle Externo entendeu de bom alvitre que fossem requisitados os Processos

Administrativos que cuidaram das despesas referentes aos projetos realizados com os recursos do

Fundo. Recebidos os processos, foram os autos novamente dirigidos à Assessoria Jurídica de

Controle Externo para manifestação final, ocasião em que concluiu que os atos praticados

evidenciam a utilização dos recursos na forma estabelecida na legislação pertinente, restando,

todavia, a impropriedade referente aos controles exercidos sobre a arrecadação. A Procuradoria

da Fazenda Municipal opinou pelo conhecimento da Auditoria realizada, para registro. A

Secretaria Geral, a seu turno, entendeu que o trabalho realizado aponta a necessidade de se

implantar melhorias e de se aperfeiçoar as ações que permitam elidir as impropriedades

detectadas ao longo do trabalho produzido. É o relatório. Voto: A Auditoria Programada atingiu

os objetivos para os quais foi autuada, razão pela qual conheço do trabalho realizado.

Considerando, porém, as conclusões alcançadas pelos Órgãos Técnicos, que apontaram

deficiências quanto aos controles exercidos no que se refere à exatidão dos valores calculados e

recolhidos ao Fundo, determino ao seu Gestor que implemente as condições necessárias para i)

que toda a arrecadação destinada ao Fundo seja submetida ao Setor contábil de cada

Departamento para checagem e, ii) que faça constar, em todos os ajustes que gerem receitas ao

Fundo, a obrigação da análise contábil do valor arrecadado possibilitando, assim, garantir a

exatidão desses valores. Após a realização das comunicações de praxe, determino o

arquivamento dos autos. Participaram do julgamento os Conselheiros João Antonio – Revisor,

Maurício Faria e Domingos Dissei. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno

de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Edson

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Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a) Roberto Braguim – Relator.” 6) TC

4.344/04-40 – Autarquia Hospitalar Municipal – AHM e Martins e Lococo Lavanderia Ltda. –

Contrato 001/AHMRCL/2004 R$ 1.626.333,33 – TAs 036/2004 R$ 2.700.000,00 (prorrogação

de prazo, por mais 12 meses), 055/2005 R$ 1.410.000,00 (alteração da cláusula primeira:

prorrogação de prazo de vigência por 6 meses e da cláusula segunda: alteração da cláusula 4.2

para estabelecer os reajustes futuros com base no índice constante da Portaria SF 038/2004 e do

Decreto 25.236/1987), 027/2006 R$ 846.000,00 (alteração da cláusula primeira: prorrogação de

prazo de vigência por 03 meses e da cláusula segunda: altera nos termos do artigo 65, II, § 1º, da

Lei Federal 8.666/1993, para estabelecer acréscimo de 20% do objeto), 037/2006 R$ 846.000,00

(prorrogação do prazo de vigência por 3 meses), 052/2006 R$ 3.484.800,00 (prorrogação e

aplicação de reajuste provisório no contrato – prazo de vigência por 12 meses) e Termo de

Retirratificação 001/2007 (red. de R$ 43.200,00 – retificação e aplicação de reajuste definitivo

no contrato de prestação de serviços de lavanderia externa de roupa hospitalar) – Prestação de

serviços de lavanderia externa de 100.000 quilos/mês de roupa hospitalar para as Unidades da

Autarquia Hospitalar Municipal Regional do Campo Limpo, compreendendo as etapas de coleta,

processamento, guarda e distribuição de roupas hospitalares e cirúrgicas, com o fornecimento de

mão de obra, enxoval, materiais de consumo e reposição do enxoval, bem como o transporte para

recolhimento de roupas usadas e abastecimento de roupas limpas, para as Unidades Hospitalares

e não Hospitalares ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator

o Conselheiro Roberto Braguim. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município

de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar

regulares o Contrato 001/AHMRCL/2004, os Termos Aditivos 036/2004, 055/2005, 027/2006,

037/2006 e 052/2006 e o Termo de Retirratificação 001/2007. Acordam, ademais, à

unanimidade, não obstante a relevação das falhas atinentes à publicação dos atos, verificando-se

que se trata de uma prática frequente, em determinar que a Autarquia Hospitalar Municipal –

AHM: 1) Busque o aperfeiçoamento necessário em seus procedimentos internos a fim de que

seja dada a eficaz publicidade aos seus atos, no prazo que a legislação estipula. 2) Em

contratações futuras, adote parâmetros de controle mais atuais, objetivos e isentos de erros,

considerando que o critério de medição utilizado, envolvendo diretamente o fator humano,

oferece riscos. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar à Subsecretaria de Fiscalização e

Controle deste Tribunal que, em futuras auditorias do tipo, adote como prática a avaliação dos

métodos de controle utilizados. Relatório: Cuida-se da análise do Contrato 001/2004, decorrente

do Pregão 005/2003, firmado entre a Autarquia Hospitalar Municipal Regional do Campo

Limpo, atualmente denominada Autarquia Hospitalar Municipal e Martins e Lococo Lavanderia

Ltda., para a prestação dos serviços de lavanderia externa de roupa hospitalar, compreendendo

coleta, processamento, guarda e distribuição de roupas hospitalares cirúrgicas, com fornecimento

de mão de obra, enxoval, material de consumo e reposição do enxoval, com transporte para o

recolhimento de roupas usadas e abastecimento de roupas limpas, no valor de R$ 1.626.333,33

(um milhão, seiscentos e vinte e seis mil, trezentos e trinta e três reais e trinta e três centavos).

Examinam-se, ainda, os Termos Aditivos seguintes, com as correspondentes finalidades: - TA

036/2004: prorrogação de prazo por período de 12 meses e alteração do preço por quilo de

roupa; - TA 055/2005: prorrogação de prazo por 6 meses e estabelecimento de reajustes futuros

com base no índice constante da Portaria SF 38/2004 e Decreto Municipal 25.236/87; - TA

027/2006: prorrogação de prazo por 3 meses e acréscimo de prestação de serviços para todas as

unidades da Autarquia, correspondendo a 20% do valor contratado; - TA 037/2006: prorrogação

de prazo por 3 meses; - TA 052/2006: prorrogação de prazo por 12 meses e estabelecimento de

reajuste provisório do preço de 3% no valor mensal; Termo de Retirratificação: retificação do

valor mensal do ajuste com estabelecimento de reajuste definitivo, com base no índice constante

da Portaria SF 159/2006. A Subsecretaria de Fiscalização e Controle analisou a contratação e a

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considerou irregular em razão de: a) decorrer do Pregão 5/2003 que foi declarado nulo por este

Tribunal nos autos do TC 2.577.02.55, por não ser considerada tal modalidade adequada à

licitação de serviços de lavanderia; b) não ter constado a legislação aplicável à execução do

contrato, contrariando o inciso XII do artigo 558 da Lei 8.666/93; c) o valor do contrato referir-se

há aproximadamente 225 dias e não 280 dias como contratado; d) nota de empenho ter sido

emitida com valor insuficiente para a cobertura da despesa, infringindo o artigo 609 da Lei

4.320/64; e) publicação extemporânea, em afronta ao artigo 2610

da Lei Municipal 13.278/02. A

Assessoria Jurídica de Controle Externo, por sua Assessora Subchefe à época, registrou que a r.

Decisão proferida em sede recursal, nos autos do TC 2.577.02.55, com trânsito em julgado,

modificou o entendimento acerca da utilização de licitação na modalidade Pregão para a

contratação de serviços de lavanderia, considerando estes de natureza comum, fato que elimina a

irregularidade a esse respeito apontada. Quanto aos demais apontamentos, registrou que a

ausência de informação sobre a legislação aplicável ao contrato e sua publicação extemporânea

não impedem o acolhimento. Já no que se refere aos apontamentos de cunho orçamentário,

acompanhou a Auditoria pela irregularidade. Na sequência a Subsecretaria de Fiscalização e

Controle carreou aos autos a informação e os documentos que dão conta da formalização de

Termos Aditivos e de Termo de Retirratificação, assim concluindo sobre eles: - TA 036/2004:

irregular ante a ausência de pesquisa de preços, infringindo o inciso II11

do artigo 57 da Lei

8.666/93 e inciso II do artigo 4612

do Decreto 44.279/03 e pela extrapolação do prazo estipulado

no artigo 2613

da Lei 13.278/02 para sua publicação; - TAs 55/2005, 27/2006, 37/2006 e

52/2006: formalmente regulares; - Termo de Retirratificação 1/2007: irregular pela ausência de

despacho autoriza tório, afrontando os artigos 6114

da Lei 8.666/93 e 4915

do Decreto 44.276.

Oficiada, a Autarquia prestou esclarecimentos no sentido de que no TA 36/2004 foi sim

realizada pesquisa de preços, conforme demonstram os documentos acostados às fls. 315/316 e

que houve uma falha material quanto à publicação do Termo, porém pode ser superada ante a

publicação do Despacho de Autorização da Prorrogação ocorrida em 18/11/2004, além da

publicação do TA 55/2005 ocorrida em 20/11/2005. Acrescentou quanto à Retirratificação

1/2007 que a inexistência de despacho autoriza tório pode ser justificada, pois a aplicação de

reajuste é uma previsão contratual, portanto já acordada e autorizada desde a celebração do

Contrato primitivo. Ante as considerações tecidas pela Autarquia, a Subsecretaria de

Fiscalização e Controle entendeu, quanto ao TA 36/2004, que remanesce apenas a irregularidade

8 Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:(...)

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; 9 Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. 10 Art. 26. O termo de contrato e seus aditamentos deverão ser publicados, na íntegra ou em extrato, no Diário

Oficial do Município, dentro de 20 (vinte) dias contados da sua assinatura. 11 Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos

orçamentários, exceto quanto aos relativos: (...) II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,

que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e

condições mais vantajosas para a administração, limitada há sessenta meses; 12 Art. 46. Observado o limite de 60 (sessenta) meses, os contratos de prestação de serviços continuados, mantidas

as mesmas condições avençadas, poderão ser prorrogados por prazos iguais ou inferiores ao originalmente

pactuado, desde que: (...) II - pesquisa prévia revele que os preços são compatíveis com os de mercado, nos termos

do artigo 4º deste decreto. 13 Art. 26. O termo de contrato e seus aditamentos deverão ser publicados, na íntegra ou em extrato, no Diário

Oficial do Município, dentro de 20 (vinte) dias contados da sua assinatura. 14 Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que

autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos

contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. 15 Art. 49. As alterações contratuais deverão ser previamente justificadas por escrito e autorizadas por autoridade

competente, devendo ser formalizadas por termo de aditamento.

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atinente ao não atendimento do prazo para sua publicação, que pode ser relevada, em vista de

outras decisões exaradas por este Tribunal em processos análogos. Quanto ao Termo de

Retirratificação 1/2007, mesmo diante dos esclarecimentos prestados, foi mantida a

irregularidade pela ausência de despacho de autorização. Já a Assessoria Jurídica de Controle

Externo, pelo parecer da lavra da Assessora Subchefe à época, considerou que na hipótese dos

autos, em razão da inexistência de publicação do TA 36/2004, configurada está a irregularidade.

Porém, em homenagem à segurança jurídica e considerando tempo decorrido, destacou a

possibilidade de reconhecimento dos seus efeitos financeiros. Sobre o Termo de Retirratificação

1/2007, opinou pelo acolhimento. Devidamente intimada (fl. 336), a Sra. Susana Rosa Lopez

Barrios, identificada pela Auditoria como responsável pelas irregularidades (fl. 334), deixou de

apresentar sua defesa. A Procuradoria da Fazenda Municipal, com base nas justificativas

ofertadas pela Autarquia, aduziu que as falhas apontadas não têm o condão de infirmar os

procedimentos em análise, bem como que o Ajuste já teve seus efeitos consumados, razões pelas

quais, ao final, requereu o acolhimento dos Instrumentos ou, ao menos, a aceitação de seus

efeitos financeiros. A Secretaria Geral, concluindo a instrução processual, opinou pelo

acolhimento do Contrato e de seus respectivos Termos de Aditamento e do Termo de

Retirratificação, relevando-se as impropriedades. É o relatório. Voto: Inicialmente cumpre

registrar que a contratação ora analisada, decorre do Pregão 005/2003, julgado regular, à

unanimidade, no TC 4.343.04-87. Tal procedimento teve regular andamento, culminando com a

contratação da empresa Lavanderia Bering Ltda. em novembro de 2003, consubstanciada no

Contrato 40/2003. Todavia, devido a problemas ocorridos, essa contratação foi rescindida pelo

Termo de Distrato 1/2004 em 11/02/2004. Diante de tal situação e da necessidade inafastável dos

serviços para a Autarquia, os demais licitantes do mencionado Pregão foram convocados para

manifestarem interesse em assumir o remanescente do contrato rescindido. Assim é que foi

ajustado o instrumento contratual ora analisado entre a 2ª colocada, empresa Martins e Lococo

Lavanderia Ltda. e a Autarquia Hospitalar Municipal Regional do Campo Limpo em 12/02/2004,

com fundamento no artigo 24, XI16

, da Lei 8.666/93. Acerca da fundamentação legal que

embasou a contratação ora analisada – artigo 24, XI, da Lei 8.666/93 – considero devidamente

enquadrada e atendida a determinação legal, isto é, obediência à ordem de classificação da

licitação anterior, bem como aceitação pela contratada das mesmas condições e valores

estabelecidos no contrato rescindido. Assim, passo a analisar as irregularidades apontadas pelos

Órgãos Técnicos desta Casa. Sobre a ausência de indicação no instrumento contratual da

legislação a ele aplicável, entendo que se trata de falha de natureza meramente formal, que não

atinge a contratação em sua essência, notadamente porque a indicação legal já constou do Edital,

estendendo-se, portanto ao Contrato, por força do princípio da vinculação. Ademais como

destacou a Secretaria Geral, a referida omissão não impede a aplicação das regras cabíveis, vez

que a ninguém é dado o direito de alegar ignorar a lei. Por estas razões, considero tal falha

relevada. No que tange à publicação do Ajuste, tendo ocorrido a sua publicação, ainda que

extrapolado o prazo do artigo 2617

da Lei Municipal 13.278/02, considero mitigada tal falha,

uma vez que foi dada publicidade ao ajuste. No que diz respeito às falhas de natureza contábil –

valor do contrato referir-se há 225 dias e não 280 dias e o valor insuficiente da nota de empenho

- entendo que a questão deve ser analisada levando-se em consideração o objeto contratado e

suas especificidades e que a resposta para tais questionamentos são dirimidas da leitura do

16 Art. 24. É dispensável a licitação: (...) XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em

consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as

mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 17 Art. 26. O termo de contrato e seus aditamentos deverão ser publicados, na íntegra ou em extrato, no Diário

Oficial do Município, dentro de 20 (vinte) dias contados da sua assinatura.

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próprio contrato analisado. Com efeito, trata-se da contratação de serviços de lavanderia externa

de roupa hospitalar para diversas Unidades da Autarquia, de aproximadamente 100.00

quilos/mês (cláusula primeira, item 1.1 do contrato) e cujo valor é de R$ 1.626.33,33, por

estimativa (cláusula sétima, item 7.1 do contrato). Igualmente, o item 2.13 da cláusula segunda

determina que devem ocorrer medições diárias da roupa coletada (destaquei). Como se

depreende, a contratação não poderia prever valores absolutos que cobrissem exatamente a

quantidade de roupa a ser lavada, vez que se trata de um contrato por estimativa, abrangendo um

significativo número de unidades atendidas. Ademais, na hipótese, possíveis falhas quanto aos

recursos e respectivos pagamentos só poderiam ser efetivamente diagnosticados na devida

análise da execução contratual. Por estes motivos não vislumbro infringência ao artigo 6018

da

Lei 4.320/64. Quanto ao Termo Aditivo 36/2004, sobre os preços contratados, acolho a

justificativa apresentada pela Autarquia que trouxe os documentos de fls. 315/316,

demonstrando ter realizado pesquisa de preços, não permanecendo o apontamento inicial. Sobre

a publicidade dada ao Termo, verifico que em que pese extemporânea, ocorreu a sua publicação

e, além disso, na mesma data em que foi firmado o Termo, foi publicado o Despacho que o

Autorizava (fl. 83), portanto, tal falha não macula o Ajuste em sua essência. Acerca do Termo de

Retirratificação 1/2007, novamente considero que o apontamento elaborado pela Auditoria é de

natureza meramente formal e que não atinge a essência do ato, vez que o mesmo além de não

veicular uma alteração contratual propriamente dita, mas sim a aplicação de reajuste previamente

previsto no contrato originário (cláusula 4º, item 4.2), foi assinado pelo Superintendente da

Autarquia, isto é, a mesma pessoa que detinha competência para assinar o despacho que o

autorizaria. Isto posto, julgo regulares o Contrato 001/2004 firmado entre a Autarquia Hospitalar

Municipal Regional do Campo Limpo e Martins e Lococo Lavanderia Ltda., bem como os seus

Termos Aditivos 036/2004, 055/2005, 027, 037 e 052/2006 e o Termo de Retirratificação

001/2007. Não obstante a relevação das falhas atinentes à publicação dos atos, verificando-se

que se trata de uma prática frequente, determino que: I - a Autarquia: 1) busque o

aperfeiçoamento necessário em seus procedimentos internos a fim de que seja dada a eficaz

publicidade aos seus atos, no prazo que a legislação estipula; 2) para que em contratações futuras

adote parâmetros de controle mais atuais, objetivos e isentos de erros, considerando que o

critério de medição utilizado, envolvendo diretamente o fator humano, oferece riscos; II - a

Subsecretaria de Fiscalização e Controle, em futuras auditorias do tipo, adote como prática a

avaliação dos métodos de controle utilizados. É como voto. Participaram do julgamento os

Conselheiros João Antonio – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei. Presente o Procurador

Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque,

23 de setembro de 2015. a) Edson Simões – Vice-Presidente no exercício da Presidência; a)

Roberto Braguim – Relator.” O Presidente em exercício, Conselheiro Vice-Presidente Edson

Simões, devolveu a direção dos trabalhos ao Conselheiro Roberto Braguim. Reassumindo a

direção dos trabalhos, o Conselheiro Presidente Roberto Braguim concedeu a palavra ao

Conselheiro Edson Simões para relatar os processos de sua pauta. – PROCESSOS

RELATADOS PELO CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE EDSON SIMÕES – A)

REVISOR CONSELHEIRO JOÃO ANTONIO – 1) TC 3.596/07-40 – Secretaria Municipal

de Transportes – SMT e Novakoasin Equipamentos e Sistemas Ltda. – Contrato 05/07 –

SMT.GAB R$ 21.636.173,44 – Execução de serviços, com fornecimento de equipamentos e

materiais, de revitalização e manutenção dos equipamentos de campo do Sistema de Controle de

Tráfego em área 2 – CTA-2 ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é

Relator o Conselheiro Edson Simões. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do

Município de São Paulo, à unanimidade, pelos votos dos Conselheiros Edson Simões – Relator,

18 Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

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com relatório e voto, João Antonio – Revisor, Maurício Faria, com declaração de voto

apresentada, e Domingos Dissei, em julgar irregular o Contrato 05/07 – SMT.GAB, dada a

ausência de justificativa para a contratação direta, por inexigibilidade, infringindo o artigo 25,

inciso I, e artigo 26 da Lei Federal 8.666/93, a insuficiência de justificativa de preços, ferindo o

artigo 26, parágrafo único, inciso III, da Lei 8.666/93, e, ainda, em razão da ausência da inserção

de cláusula referente à forma de execução dos serviços, em desacordo com o artigo 54, § 1º, e

artigo 55 da Lei Federal 8.666/93. Acordam, ainda, por maioria, pelos votos dos Conselheiros

Edson Simões – Relator, João Antonio – Revisor e Domingos Dissei, considerando que o

contrato já foi encerrado, com a consequente execução do objeto, sem que haja notícia ou

constatação de prejuízo ao erário nos autos e, ainda, diante da necessidade de serem

preservadas as relações jurídicas já consolidadas, em acolher, em caráter excepcional, os

efeitos financeiros. Vencido o Conselheiro Maurício Faria, que não aceitou os efeitos financeiros

produzidos. Acordam, ademais, à unanimidade, em determinar à Secretaria Municipal de

Transportes que, nos casos futuros, sejam cumpridos, com rigor, os apontamentos feitos pela

Auditoria, a saber: 1. É imprescindível que a justificativa dos preços contratados seja decorrente

de pesquisa prévia de mercado, não sendo suficiente a alegação de que os preços contratados são

compatíveis com os valores praticados no mercado pela empresa contratada ou com os preços

praticados em outros contratos administrativos. 2. Justificar a contratação por inexigibilidade,

demonstrando a exclusividade na prestação dos serviços – no caso, a revitalização do sistema

anterior – e desde que a revitalização – no lugar da aquisição de novos equipamentos – fosse

comprovadamente a opção mais vantajosa. Acordam, afinal, à unanimidade, em determinar, após

o cumprimento das formalidades legais, o arquivamento dos autos. Relatório: Cuidam os

autos do TC 3.596/07-40 da análise do Contrato 5/2007 celebrado entre a Secretaria Municipal

de Transportes e a empresa Novakoasin Equipamentos e Sistemas Ltda., para a execução de

serviços, com fornecimento de equipamentos e materiais, de revitalização e manutenção dos

equipamentos de campo do sistema de controle de tráfego em área 2 – CTA-2, no valor de R$

21.636.173,44 (vinte e um milhões, seiscentos e trinta e seis mil cento e setenta e três reais e

quarenta e quatro centavos), com prazo de vigência de 39 (trinta e nove) meses. A contratação

supracitada foi realizada por inexigibilidade de licitação (contratação direta). A conclusão inicial

da Coordenadoria V foi no sentido da irregularidade do Contrato, em razão das seguintes

infringências: 1 – Justificativa para contratação direta por inexigibilidade insuficiente, em

infringência ao artigo 25, inciso I e 26 da Lei Federal 8.666/93 e artigos 2º, inciso I e 13 a 17 do

Decreto Municipal 44.279/2003. 2 – Justificativa de preços insuficiente, em detrimento ao artigo

26, parágrafo único, inciso III da Lei Federal 8.666/93. 3 – Falta de documentos de habilitação

jurídica e regularidade fiscal elencados nos artigos 28 e 29 da Lei Federal 8.666/93 e nos artigos

40 e 41 do D.M. 44.279/2003. 4 – A previsão de subcontratação, cessão ou transferência é

incompatível com a contratação direta por inexigibilidade (exclusividade), sob o risco de

descaracterizá-la, em detrimento do artigo 25, inciso I da Lei Federal 8.666/93. 5 – O objeto

contratado está em desacordo com o artigo 54, §1º, artigo 55 da Lei Federal 8.666/93. 6 – A

garantia do contrato está em desacordo com o disposto no artigo 56, §2º da Lei Federal 8.666/93.

Oficiada a Secretaria Municipal de Transportes e intimados o Ordenador da Despesa, Signatário

do Contrato e a empresa Contratada, foram apresentados os esclarecimentos de fls. 363/394 e

folhas 398/435. Em nova manifestação, a Coordenadoria V analisou as justificativas

apresentadas. Quanto à Justificativa insuficiente para a contratação por inexigibilidade. Restou

demonstrada no relatório exordial a insuficiência na justificativa da contratação, que não possui

estudos técnicos hábeis a demonstrar a vantajosidade da revitalização e manutenção do CTA-2

em relação à aquisição de um novo sistema. Em resumo, a ausência de estudo neste sentido

compromete a legalidade da contratação por inexigibilidade na medida em que esta somente se

justifica na revitalização e manutenção do sistema antigo. Aduz a defesa da contratada que é

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representante exclusiva da empresa Peek Traffic Company do Brasil, fornecedora do sistema

licitado em 1994. Acrescenta, ainda, que a CET considerou o preço apresentado compatível com

o serviço a ser executado. Noutra esteira, alega a defesa do ordenador da despesa que a “Central

de Controle já fora totalmente revitalizada e modernizada. Assim, para que o sistema operasse de

forma satisfatória, se fazia necessário que fosse efetuada também a revitalização dos

equipamentos de campo, sem o que, a revitalização da central não teria a totalidade dos

benefícios esperados” (fl. 400). A opção pela revitalização, justificou a defesa, decorreu da

comparação com os custos da aquisição de equipamentos novos, por meio da qual se verificou

ser vantajosa a primeira opção. A Auditoria registrou que a questão dos custos da revitalização

seria enfrentada com maior detalhamento no tópico seguinte, cabendo por ora apenas ressaltar

que a mera projeção do valor do contratado em meados de 1994 para o fim de 2006 não pode ser

utilizada como subsídio para a decisão da Administração. Em outras palavras, a opção pela

revitalização em detrimento da aquisição de novos equipamentos considerou tão somente o valor

da contratação anterior corrigido pelo IPCA, ignorando a evolução tecnológica e a queda de

preços de equipamentos eletrônicos. Assim, na visão da Coordenadoria V não é possível aceitar

a justificativa para a inexigibilidade que toma como pressuposto a vantajosidade da

revitalização, visto que esta é baseada numa informação que desconsidera mais de uma década

de alterações na conjuntura econômica e tecnológica. Já a alegação de que os equipamentos de

campo devem comunicar-se com a central de controle, que já fora revitalizada e modernizada,

AUD entendeu como viável, mas não é corroborada pela documentação colacionada pela própria

defesa. Com efeito, nenhum elemento acostado aos autos comprova tal alegação. Contudo,

registrou tratar-se de argumento circular: na medida em que a central e os semáforos devem se

comunicar, a revitalização da central justifica a revitalização dos semáforos e vice-versa! Assim,

com base nos documentos dos autos, concluiu não poder prosperar o argumento de que a

revitalização da central precedeu a contratação ora analisada, justificando-a. Ressaltou que à

época caberia à Administração analisar com diligência a economicidade de cada uma das opções,

tanto para a central quanto para os equipamentos de campo, em vez de ancorar uma decisão

injustificada em outra. A corroborar o entendimento exarado, transcreveu a lição de Marçal

Justen Filho: “A decisão de contratar tem de ser antecedida de verificações acerca das diferentes

soluções técnico-científicas disponíveis para atender ao interesse sob tutela estatal. Esta

atividade administrativa prévia deverá conduzir à seleção de uma das alternativas como a

melhor. A melhor alternativa deve ser avaliada não apenas sob o enfoque de critérios técnicos,

mas também econômicos. Deve estabelecer-se uma relação entre os benefícios qualitativos que

serão obtidos e os possíveis encargos financeiros com que o Estado arcará. Nada impede que a

melhor solução técnica seja afastada em face de limitações orçamentárias. Lembre-se que o

modelo consagrado pela Lei 8.666 é permeado por essa preocupação com o menor desembolso

possível. Nessa linha, a própria licitação de melhor técnica envolve a escolha da proposta que

importar o menor custo possível. Ou seja, o dever de considerar vantagens e encargos existe

mesmo na fase interna da atividade administrativa, quando a Administração cogita de escolher

dentre diversas alternativas para satisfazer suas necessidades”. Sendo assim, corroborou o

apontamento do relatório de análise de contratação, considerando injustificada a contratação por

inexigibilidade (exclusividade), em ofensa ao art. 25, I e 26 da LF 8.666/93 e arts. 2º, I e 13 a 17

do DM 44.279/2003. Justificativa de preços insuficiente. AUD registrou que ao avaliar os preços

propostos pela Novakoasin, a CET utilizou como parâmetro o valor contratado em junho de

1994, atualizado pelo IPCA até outubro de 2006. O método foi considerado inadequado e a

justificativa para os preços, insuficiente. A defesa da empresa contratada alegou que os preços

contratados são compatíveis com os valores por ela praticados no mercado e em outros contratos

administrativos, além de ser inferior ao valor do contrato anterior, após sua atualização. A defesa

do então Secretário de Transportes, por seu turno, entendeu que o questionado pela equipe de

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fiscalização foi o índice adotado (IPCA), motivo pelo qual ressalta que este é o menor dos

índices de correção. Aduz, ainda, que existem diferenças entre os serviços prestados pela

Novakoasin em relação à empresa Telvent, mencionado como parâmetro na análise do contrato.

Em que pesem os argumentos apresentados, a Coordenadoria V entendeu não existir pertinência

da metodologia adotada pela CET para justificar o preço contratado. Com efeito, na década que

separa as duas contratações o panorama tecnológico sofreu uma evolução exponencial em

comparação com as décadas anteriores. Os equipamentos eletrônicos e tecnológicos

popularizaram-se, causando a queda dos preços devido à economia de escala. As

telecomunicações evoluíram, foram criadas novas opções de comunicação entre a central e os

equipamentos de campo, melhorando as condições de prestação dos serviços. Destacou que

todos estes elementos (equipamentos eletrônicos, tecnologia, telecomunicações) são insumos no

contrato analisado, e o fato de estes serem hoje comercializados por valores muito inferiores aos

de uma década atrás torna imperativa a realização de uma pesquisa de mercado. E nem se alegue

que no caso a exclusividade inviabilizaria a pesquisa de mercado. Tal argumento somente

poderia ser acolhido caso a Administração comprovasse que a revitalização fosse a opção mais

vantajosa, o que dependeria da análise dos preços praticados pelo mercado para a aquisição de

novos equipamentos, o que não ocorreu, como discutido no tópico anterior. Outrossim, a CET

não pode escudar-se na inexigibilidade com o objetivo de eximir-se da obrigação de realizar a

pesquisa de mercado necessária à aferição da economicidade dos preços e da demonstração da

vantajosidade dos serviços. Com relação à adequação do IPCA, a Auditoria entendeu que a

questão foge ao discutido nos autos, uma vez que nenhum índice de correção monetária

consegue traduzir as alterações tecnológicas ocorridas no prazo de 12 anos. Assim, concluiu que

os argumentos veiculados nas defesas não possuem o condão de infirmar a ofensa ao artigo 26,

parágrafo único, inciso III da LF 8.666/93, apontada no relatório inicial. Falta de comprovante

de inscrição no cadastro de contribuintes. O relatório de análise de contratação apontou a

necessidade de apresentação dos seguintes documentos da contratada: Estatuto Social, Ata da

Assembleia de eleição dos diretores e comprovante de inscrição no cadastro de contribuintes

estadual e municipal. Para a empresa trata-se de mera irregularidade formal. Para o então

Secretário, o processo administrativo obedeceu o disposto no artigo 40 do DM 44.279/2003, o

qual não exige a apresentação de comprovante de inscrição nos cadastros de contribuintes

municipal e estadual. A Auditoria entendeu que a referida legislação pode ser aplicada ao caso

em tela, tornando correto o procedimento adotado, motivo pelo qual reviu esse apontamento. a)

Previsão de subcontratação, cessão e transferência e a contratação por inexigibilidade. Restou

apontada a contradição entre a previsão da cláusula décima terceira do contrato (fl. 331) e a

contratação direta por exclusividade (art. 25, I da LF 8666/93). A empresa admitiu a ilegalidade

e ressaltou que o contrato administrativo possui a natureza de um contrato de adesão e que as

hipóteses não foram levadas a efeito durante a execução dos serviços. O ex-secretário informa

que a subcontratação de tarefas de menor relevância é aceitável e concorda com a

impossibilidade de cessão e transferência. A Auditoria entendeu que a subcontratação pode ser

admitida em tese, mesmo na contratação direta, uma vez que a empresa contratada pode deter a

expertise para prestar o serviço como um todo, sem estar obrigada a executar com suas forças

todas as atividades-meio. É o que ensina Marçal Justen Filho: “Diversa é a situação quando a

obrigação é de meio. Quando o contratado tiver o dever de elaborar a prestação, a transferência

de encargos ou aquisição de bens de terceiros caracteriza a subcontratação relevante para a

Administração. É claro que não se chegaria ao extremo de exigir que o escultor promovesse

pessoalmente a extração do mármore da natureza ou que o pintor fabricasse as tintas para usar na

elaboração de um quadro – exemplos tradicionais de obrigação de meio no âmbito do direito

privado”. A adequação da medida deve ser aferida no caso concreto, nos termos do instrumento

convocatório e mediante a comprovação da viabilidade e satisfatoriedade da subcontratação.

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Contudo, no presente caso, a cláusula que trata da subcontratação não faz qualquer menção ao

tipo de serviço que poderá ser aceito pela Administração. Tal indefinição conduz

necessariamente ao entendimento de que será admitida a subcontratação de qualquer serviço, em

qualquer quantidade, tornando nula a previsão. Assim, tendo em vista que a interpretação lógica

do instrumento contratual demonstra a incompatibilidade entre o fundamento legal da

contratação (art. 25, I da LF 8.666/93) e a cláusula décima terceira, a nulidade acima

demonstrada macula o ajuste, tornando-o irregular. b) Ilegalidades no objeto contratado. Neste

item apontou-se que as regras de execução dos serviços não estão previstas no contrato

administrativo já que, de acordo com o item 1.1 da Cláusula primeira, a contratada se

compromete a prestar os serviços nos termos de sua proposta, ferindo o inciso II do art. 55 da LF

8.666/93. Alegou a empresa contratada que a cláusula não é obrigatória e que o não atendimento

da legislação neste item não implica a irregularidade do contrato. Já a defesa do ex-Secretário

aduz que a proposta integra o contrato, salientando que as respectivas condições e especificações

constaram no ofício enviado à empresa para que esta enviasse sua proposta. Defende, ainda, a

legalidade do prazo da garantia de fornecimento de módulos sobressalentes, de 10 anos, e que a

previsão visa assegurar a aquisição das peças mesmo após o encerramento do contrato, “(...) não

podendo a contratada descontinuar a fabricação de equipamentos para reposição” (fl. 258). No

tocante à obrigatoriedade da inserção da cláusula referente à forma de execução dos serviços, a

Auditoria entendeu que a letra da lei é suficientemente clara ao determinar que o contrato seja

expresso neste ponto. Ressaltou que a obediência à forma prescrita em lei é uma das

características do contrato administrativo, em homenagem ao princípio da segurança jurídica,

sem a qual receberá a coima de nulo. Novamente citou Marçal Justen Filho, que defende posição

favorável à tese da auditoria: “O texto do caput do art. 55 induz à necessidade de que todo

contrato administrativo contenha as cláusulas enumeradas nos diversos incisos. Porém, nem

todas as hipóteses dos diversos incisos são realmente obrigatórias. Ou seja, a ausência de

algumas delas descaracteriza um contrato administrativo e acarreta a nulidade da avença. Quanto

a outras cláusulas, sua presença é desejável, mas não obrigatória. São obrigatórias as cláusulas

correspondentes aos incs. I, II, III, IV e VIII”. A questão do prazo definido no item 1.2 da

mesma cláusula é igualmente problemática. Anotou a Auditoria ser evidente que a

Administração não possui a prerrogativa de vincular o particular para além da vigência do

contrato e que qualquer pretensão neste sentido é nula de pleno direito. Ora, a regra contida no

artigo 57 da LF 8.666/93, relativa ao prazo da contratação, possui natureza cogente (ius

publicum privatorum pactis mutari non potest), sendo nulas as disposições contratuais em

contrário. Ademais, o inciso XI do mesmo artigo 55 da lei de licitações e contratos dispõe que

todo contrato administrativo deve conter cláusula informando acerca da “vinculação ao edital de

licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante

vencedor”. Para a Coordenadoria, se bastasse incluir previsão de que o contrato repete o edital e

a proposta, por qual motivo o legislador incluiria no artigo 55 os incisos I a X, XII e XIII? Ou,

noutra via, seria razoável a existência de um contrato sem o objeto e seus elementos

característicos (inciso I)? Por que então aceitar que este não contenha os elementos exigidos no

inciso II? Por fim, registrou que, na interpretação da lei, o legislador não insere palavras inúteis

no texto legal, tampouco faz exigências para serem descumpridas. Neste caso cabe a utilização

da máxima “Verba cum effectu, sunt accipienda”, a qual literalmente significa que se deve-

compreender as palavras como tendo alguma eficácia. Sendo assim, reiterou o entendimento

inicialmente esposado. c) Ilegalidade na prestação da garantia. Verificou-se que a garantia foi

prestada em duas parcelas, referentes a 5% do valor ofertado para cada fase da contratação. O

procedimento foi considerado irregular por contrariar os termos do art. 56, §2º da LF 8.666/93,

ressaltando-se que entre a devolução do valor da primeira parte da garantia após a emissão do

termo de aceitação da revitalização dos equipamentos e a prestação da segunda parcela pela

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contratada não haveria nenhuma garantia contratual. Defende-se a contratada alegando que

haveria ônus desproporcional na prestação integral da garantia. O ordenador da despesa assegura

que não há a possibilidade de ocorrer um período sem garantia e, no tocante à forma de

prestação, lembra que a exigência é uma prerrogativa discricionária da Administração, podendo

ser exercida conforme a conveniência do órgão. AUD ponderou, em relação ao argumento da

contratada, que o custo da garantia é repassado ao valor da proposta, sendo, na prática, suportado

pela Administração. Quanto aos demais argumentos, entendeu que o valor da garantia pode

corresponder ao valor da fase em que se encontram os serviços prestados, uma vez que o valor a

ser exigido é uma opção discricionária da Administração cujo limite superior é previsto em lei.

Na mesma esteira, o risco de haver lapso temporal entre a devolução da primeira parcela da

garantia e a prestação da segunda é admitido como opção discricionária da Administração. Dessa

forma, após a apreciação das defesas apresentadas pelos Responsáveis e da análise das

justificativas ofertadas pela Origem, na manifestação derradeira da Auditoria, remanesceram as

seguintes irregularidades na contratação: a) Justificativa para contratação direta por

inexigibilidade insuficiente, em infringência ao artigo 25, inciso I e 26 da LF 8.666/93 e artigos

2º, I e 13 a 17 do DM 44.279/2003. b) Justificativa de preços insuficiente, em detrimento do

artigo 26, parágrafo único, III da LF 8.666/93. c) O objeto contratado está em desacordo com o

art. 54, §1º, artigo 55 da LF 8.666/93 e artigo 27 da LM 13.278/2002, no que se refere ao prazo

contratual. (folhas 520/523 em 21/08/2014) A Assessoria Jurídica de Controle Externo

acompanhou a manifestação da Auditoria, opinando pela irregularidade da contratação,

notadamente em razão da ausência de justificativa para a contratação direta, por inexigibilidade,

infringindo o artigo 25, inciso I e artigo 26 da Lei Federal 8.666/93 e aos artigos 2º, inciso I, 13

ao artigo 17 do Decreto Municipal 44.279/2003, bem como à insuficiência de justificativa de

preços, ferindo o artigo 26, parágrafo único, inciso III da Lei 8.666/93, e, ainda, em razão da

ausência da inserção de cláusula referente à forma de execução dos serviços, em desacordo com

o artigo 54, § 1ª e artigo 55 da Lei Federal 8.666/93 (folhas 526/534 em 05/02/15). A

Procuradoria da Fazenda Municipal propugnou pela regularidade da contratação ou, ao menos,

pela aceitação dos efeitos financeiros. A Secretaria Geral, na esteira da Auditoria e da Assessoria

Jurídica de Controle Externo, opinou pela irregularidade do contrato. É o relatório. Voto: Depois

de apreciadas as defesas dos Responsáveis e da empresa Contratada e analisadas as justificativas

ofertadas pela Origem, a Auditoria concluiu pela irregularidade do contrato por remanescerem as

seguintes infringências: 1) Justificativa para contratação direta por inexigibilidade insuficiente,

em infringência ao artigo 25, inciso I e 26 da Lei Federal 8.666/93 e artigos 2º, inciso I e 13 a 17

do Decreto Municipal 44.279/2003; 2) Justificativa de preços insuficiente, em detrimento do

artigo 26, parágrafo único, inciso III da Lei Federal 8.666/93; e 3) O objeto contratado está em

desacordo com o artigo 54, §1º e artigo 55 da Lei Federal 8.666/93 e artigo 27 da Lei Municipal

13.278/2002, no que se refere ao prazo contratual. No mesmo diapasão foram os pareceres da

Assessoria Jurídica de Controle Externo e da Secretaria Geral, opinando pela irregularidade da

contratação, notadamente em razão da ausência de justificativa para a contratação direta, da

insuficiência de justificativa de preços e, ainda, em razão de não constar expressamente no

contrato a forma de sua execução, mas, sim, como referência aos termos da proposta da

contratada. Ante o exposto, com amparo nos pareceres da Subsecretaria de Fiscalização e

Controle, da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da Secretaria Geral, cujos

fundamentos adoto como razões de decidir, JULGO IRREGULAR O CONTRATO 5/2007,

dada a ausência de justificativa para a contratação direta, por inexigibilidade, infringindo o artigo

25, inciso I e artigo 26 da Lei Federal 8.666/93, a insuficiência de justificativa de preços, ferindo

o artigo 26, parágrafo único, inciso III da Lei 8.666/93, e, ainda, em razão da ausência da

inserção de cláusula referente à forma de execução dos serviços, em desacordo com o artigo 54,

§ 1º e artigo 55 da Lei Federal 8.666/93. Todavia, considerando que o contrato já foi

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encerrado, com a consequente execução do objeto, sem que haja notícia ou constatação de

prejuízo ao erário nos autos e, ainda, diante da necessidade de serem preservadas as

relações jurídicas já consolidadas, ACOLHO, em caráter excepcional, os seus EFEITOS

FINANCEIROS. Expeça-se Ofício à Secretaria Municipal de Transportes, fazendo constar

DETERMINAÇÃO para que, nos casos futuros, sejam cumpridos, com rigor, os apontamentos

feitos pela Auditoria, a saber: 1. É imprescindível que a justificativa dos preços contratados seja

decorrente de pesquisa prévia de mercado, não sendo suficiente a alegação de que os preços

contratados são compatíveis com os valores praticados no mercado pela empresa Contratada ou

com os preços praticados em outros contratos administrativos. Não há como se considerar

suficiente para justificar os preços a simples atualização do valor do último contrato, firmado em

1996, ou seja, uma década antes. Isso porque, como bem asseverou a Auditoria, “na década que

separa as duas contratações o panorama tecnológico sofreu uma evolução exponencial em

comparação com as décadas anteriores. Os equipamentos eletrônicos e tecnológicos

popularizaram-se, causando a queda dos preços devido à economia de escala. As

telecomunicações evoluíram, foram criadas novas opções de comunicação entre a central e os

equipamentos de campo, melhorando as condições de prestação dos serviços”. Assim, imperativa

a realização de nova pesquisa de mercado com o fim de verificar se os elementos, que são

insumos no contrato, tais como equipamentos eletrônicos, tecnologia e telecomunicações, são

hoje comercializados por valores inferiores. 2. Justificar a contratação por inexigibilidade,

demonstrando a exclusividade na prestação dos serviços – no caso, a revitalização do sistema

anterior – e desde que a revitalização – no lugar da aquisição de novos equipamentos – fosse

comprovadamente a opção mais vantajosa. Cumpridas as formalidades legais, arquivem-se os

autos. Declaração de voto apresentada pelo Conselheiro Maurício Faria: Conforme se

verifica dos autos, a insuficiência da justificativa da contratação restou comprovada diante da

ausência de estudos técnicos hábeis a demonstrar a pertinência da opção pela revitalização e

manutenção do CTA-2 em relação à aquisição de um novo sistema, o que comprometeu a

legalidade da contratação direta por inexigibilidade, na medida em que a contratação somente se

justificaria caso restasse comprovada a vantajosidade da revitalização e manutenção do sistema

antigo. Os documentos constantes do processo administrativo revelam que os equipamentos de

campo eram inoperantes ou obsoletos e que, por isso, a revitalização demandaria a substituição

de equipamentos, software, hardware (modernização tecnológica), com previsão de aquisição de

35 novos controladores. Tal cenário reforça a necessidade de verificação pela Administração

Pública da viabilidade econômica de aquisição de um novo sistema frente aos custos de

revitalização e manutenção dos equipamentos de campo. A respeito do assunto, reproduzo, pela

pertinência, as considerações feitas pela Auditoria às fl. 521 dos autos: "Cumpre destacar que a

legalidade da contratação direta não seria questionada caso fossem apresentados dados e estudos

hábeis a comprovar que a revitalização do sistema foi uma melhor opção que a aquisição de nova

estrutura por meio de certame público." No tocante à justificativa de preços, consta dos autos que

ao avaliar os preços propostos pela Contratada, a Origem utilizou como parâmetro o valor

contratado em junho de 1994, atualizado pelo IPCA até outubro de 2006, método considerado

inadequado para justificar os preços praticados. Além disso, a equipe auditora não teve

condições de precisar se os cálculos e raciocínios estavam corretos, pois não foram juntadas as

correspondentes demonstrações. A declaração formal da área técnica da Companhia de

Engenharia de Tráfego - CET de que o preço contratado é compatível como o mercado não é

suficiente para demonstrar a razoabilidade dos preços contratados. Mesmo se assim não fosse, a

razoabilidade do preço poderia ter sido demonstrada em função da atividade anterior e futura do

próprio particular, o que não ocorreu. Nesse sentido, Marçal Justen Filho: (...) O contrato com a

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Administração Pública deverá ser praticado em condições econômicas similares com as adotadas

pelo particular para o restante de sua atividade profissional(...).19

Dessa forma, na esteira das

manifestações dos órgãos técnicos e da Secretaria Geral, cujas razões passam a fazer parte

integrante deste voto, julgo irregular o Contrato 05/07. Participaram do julgamento os

Conselheiros João Antonio – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei. Presente o Procurador

Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque,

23 de setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente; a) Edson Simões – Relator.” B)

REVISOR CONSELHEIRO MAURÍCIO FARIA – 2) TC 1.193/15-02 – Secretaria

Municipal de Cultura – SMC – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp –

Prestação de Contas da Subvenção recebida no exercício de 2014: R$ 1.681.990,00

ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro

Edson Simões. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à

unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, considerando o recolhimento

dos recursos referente ao rendimento financeiro auferido pela poupança, no valor R$ 2.727,44

(dois mil, setecentos e vinte e sete reais e quarenta e quatro centavos), pela não aplicação dos

recursos disponíveis no mercado financeiro e as conclusões alcançadas pela Subsecretaria de

Fiscalização e Controle desta Corte, pela Procuradoria da Fazenda Municipal e pela Secretaria

Geral, em julgar regular a prestação de contas da subvenção concedida ao Museu de Arte de São

Paulo Assis Chateaubriand – Masp, referente ao exercício de 2014, no valor de R$ 1.681.990,00

(um milhão, seiscentos e oitenta e um mil e novecentos e noventa reais), quitando a entidade

beneficiária. Acordam, ainda, à unanimidade, em determinar, uma vez cumpridas as

formalidades legais, o arquivamento dos autos. (v. publ. DOC de 24/9/2015, pág. 104).

Relatório: Trata o presente da análise da Prestação de Contas de Subvenção, concedida ao

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, no exercício de 2014, no valor de R$

1.681.990,00 (um milhão, seiscentos e oitenta e um mil novecentos e noventa reais). A

Coordenadoria III procedeu à respectiva análise, concluindo que a Prestação de Contas estaria

em condição de merecer acolhimento, com ressalva para a não aplicação do numerário recebido

no mercado financeiro, conforme demonstrado na letra F do item 11, nos termos dos Decretos

20.735/85 e 28.340/89. Oficiada a entidade para conhecimento e defesa das conclusões

alcançadas, esta encaminhou comprovante de pagamento de Documento de Arrecadação do

Município de São Paulo – DAMSP no valor R$ 2.727,44 (dois mil setecentos e vinte e sete reais

e quarenta e quatro centavos), em fls. 54 a 56, referente ao rendimento financeiro auferido pela

poupança caso os recursos tivessem sido aplicados nos termos da legislação pertinente, como

apurado pela Auditoria. Em nova análise a Coordenadoria III retificou a conclusão anteriormente

alcançada “no sentido de que o presente processo de prestação de contas da Subvenção recebida

no exercício de 2014 pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, no valor

de R$ 1.681.990,00 (um milhão, seiscentos e oitenta e um mil, novecentos e noventa reais), está

em condições de merecer acolhimento”. A Procuradoria da Fazenda Municipal e a Secretaria

Geral manifestaram-se pelo acolhimento das Contas prestadas, com outorga de quitação à

entidade interessada. É o relatório. Voto: Cabe ressaltar que a entidade procedeu ao

recolhimento dos recursos referente ao rendimento financeiro auferido pela poupança, no valor

R$ 2.727,44 (dois mil setecentos e vinte e sete reais e quarenta e quatro centavos), pela não

aplicação dos recursos disponíveis no mercado financeiro. Considerando o recolhimento e as

conclusões alcançadas pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle, pela Procuradoria da

Fazenda Municipal e pela Secretaria Geral, que passam a integrar o presente, julgo REGULAR a

Prestação de Contas da Subvenção concedida ao Museu de Arte de São Paulo Assis

Chateaubriand – MASP, referente ao exercício de 2014, no valor de R$ 1.681.990,00 (um

19 Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 15. ed. São Paulo: Dialética. 2012, p. 447.

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milhão, seiscentos e oitenta e um mil, novecentos e noventa reais), quitando a entidade

beneficiária. Cumpridas as formalidades legais, arquivem-se os autos. Participaram do

julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Revisor, Domingos Dissei e João Antonio.

Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro

Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente; a) Edson

Simões – Relator.” – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO MAURÍCIO

FARIA – 1) TC 1.470/09-00 – Recursos da Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM e de

Celso Jorge Caldeira interpostos contra V. Acórdão de 12/3/2014 – Relator Conselheiro Roberto

Braguim – Serviço Funerário do Município de São Paulo – SFMSP – Balanço referente ao

exercício de 2008 (Acomp. TCs 2.432/08-68, 972/09-15, 973/09-88, 1.221/09-06, 1.543/09-74 e

1.669/09-02). Após o relato da matéria, o Conselheiro Maurício Faria – Relator conheceu do

recurso interposto pela Procuradoria da Fazenda Municipal – PFM, ante a presença dos

pressupostos de admissibilidade delineados no artigo 140 do Regimento Interno deste Tribunal,

mas deixou de conhecer do recurso voluntário interposto pelo Senhor Celso Jorge Caldeira,

Superintendente, à época, do Serviço Funerário do Município de São Paulo, por intempestivo.

Ainda, que o Conselheiro Maurício Faria – Relator, quanto ao mérito, negou provimento ao

apelo da PFM, mantendo, na íntegra, o V. Acórdão recorrido, por seus próprios e jurídicos

fundamentos. Ademais, o Conselheiro Domingos Dissei – Revisor, consoante voto proferido em

separado, acompanhou o Conselheiro Maurício Faria – Relator no que se refere ao conhecimento

do recurso da PFM e não conhecimento daquele interposto pelo Senhor Celso Jorge Caldeira,

por ser intempestivo, e, no mérito, deu provimento ao apelo do Órgão Fazendário, para que seja

reformado o V. Acórdão recorrido, com o fito de serem aprovadas as Contas do Serviço

Funerário do Município de São Paulo, relativas ao exercício de 2008. Afinal, na fase de votação,

o Conselheiro Edson Simões solicitou vista dos autos, o que foi deferido.” (Certidão) 2) TC

836/15-55 – Erick Vilela Mariano – Secretaria Municipal de Educação – SME – Representação

em face do Pregão Eletrônico 007/2015, cujo objeto é o registro de preços para o fornecimento

de bolsa para o programa Mãe Paulistana/Rede Cegonha ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e

discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os

Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de

conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da representação, uma vez que

preenchidos os pressupostos de validade, conforme o disposto no artigo 113, § 1º, da Lei Federal

8.666/93, bem como no artigo 55 do Regimento Interno desta Corte, e, no mérito, considerando,

em especial, a constatação feita pela Auditoria de que houve a participação de 38 empresas no

certame, o que demonstra que o prazo de 10 (dez) dias fixados para entrega dos produtos não se

mostrou restritivo à competitividade do procedimento licitatório, como alegado pelo

representante, em julgá-la improcedente. Acordam, ademais, à unanimidade, em determinar o

cumprimento do artigo 58 do Regimento Interno deste Tribunal, com o posterior arquivamento

dos autos. Relatório: Trata-se de Representação interposta por Erick Vilela Mariano (fls. 02/10),

com pedido de suspensão liminar em face do Edital de Pregão Eletrônico 007/2015, deflagrado

pela Secretaria Municipal de Saúde com o objetivo de registrar preços para o fornecimento de

bolsa para o Programa Mãe Paulistana/Rede Cegonha. Numa análise preliminar, em 21.02.2015,

houve o indeferimento do pedido de suspensão imediata do certame (fls. 54/55 e 58), sem

embargo de análise mais detida decorrente da instrução processual. A sessão pública foi aberta

em 20.02.15 e, em 31/03/2015, foi publicado no D.O.C. o Extrato da Ata de Registro de Preço

101/2015, identificando como Detentora a empresa N.M.FORTE BRINDES – ME. O único

questionamento feito pelo Representante, relativo ao exíguo prazo de entrega dos produtos20

,

20 subitem 5.9 da minuta da Ata de Registro de Preços: "O prazo máximo para entrega do produto será de 10 (dez)

dias úteis, contados da data do recebimento pela DETENTORA de cada ordem de fornecimento."

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restou analisado pela Auditoria às fls. 75/76, com parecer conclusivo pela sua improcedência, e

calcado nas justificativas apresentadas pela Área Técnica da Origem (Rede de Proteção à Mãe

Paulistana/Rede Cegonha) e pela Assessoria Jurídica da SMS (fls. 64/66), quando esta última se

manifestou diante da impugnação apresentada contra o mesmo certame. Nesse sentido, cabe a

transcrição da manifestação proferida, vazadas nos seguintes termos: "[...] o prazo de 10 (dez)

dias já vem sendo praticado e costumeiramente atendido pelas empresas detentoras das Atas de

RP pelo menos durante os três últimos anos. Note-se que o presente certame não é inédito, o

Programa Mãe Paulistana conta com o item ora referido há algum tempo, e outras licitações

sobre o tema já foram realizadas com idêntico prazo de entrega, o que, via de regra, legitimaria

tal solicitação eis que parece ser executável. [...] o estoque apontado no edital refere-se ao

estoque de segurança da Pasta, ou seja, além da previsão de solicitação de 10.000 bolsas, a Pasta

necessita de uma entrega extraordinária, e única, 15 dias após a assinatura do contrato, de modo

a manter (a Pasta) um estoque de segurança. Essa entrega de segurança é certa e determinada,

carecendo as demais entregas de emissão de ordem de fornecimento, nos termos do item 5.9 da

minuta da Ata de RP." Com isso, o órgão técnico concluiu pela improcedência da Representação

interposta por Erick Vilela Mariano, contra o edital do Pregão Eletrônico 007/2015, destacando,

ao final, que da lista das propostas de preços classificadas por meio do sistema eletrônico (fls.

70/73) constatou-se a participação de 38 empresas, o que demonstra que o prazo de dez dias não

restringiu a competitividade do procedimento licitatório como alegado pelo representante.

Considerando a inexistência de questão jurídica remanescente, os autos foram encaminhados

diretamente para a Procuradoria Geral do Município que, por sua vez, manifestou-se pelo

conhecimento e improcedência da Representação. No mesmo sentido foi o parecer da Secretaria

Geral que pugnou pelo seu conhecimento e improvimento. É o Relatório. Voto: Conheço da

Representação, vez que preenchidos seus pressupostos de validade, conforme o disposto no art.

113, parágrafo 1º da Lei Federal 8.666/9321

, bem como no art. 55 do Regimento Interno do

Tribunal de Contas do Município de São Paulo22

. No mérito, acompanho os pareceres unânimes

pela sua improcedência, considerando, em especial, a constatação feita pela Auditoria de que

houve a participação de 38 empresas no certame, o que demonstra que o prazo de dez dias

fixados para entrega dos produtos não se mostrou restritivo à competitividade do procedimento

licitatório, como alegado pelo Representante. Envie-se cópia do presente julgado aos

interessados. Após, arquivem-se os autos. Participaram do julgamento os Conselheiros

Domingos Dissei – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da

Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de

setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente; a) Maurício Faria – Relator.” 3) TC

399/13-80 – Secretaria Municipal da Saúde – SMS e Centro de Tratamento Psicológico e

Terapêutico Decisão Ltda.-EPP – Inspeção – Análise de supostas irregularidades, relatadas pelo

21 Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito

pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da

Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da

Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto. § 1° Qualquer licitante, contratado ou

pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle

interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. 22 Art. 55. A representação ou denúncia sobre matérias de competência do Tribunal deverá preencher os seguintes

requisitos: I - ser formalizada por petição escrita ou ser reduzida a termo; II - referir-se a órgão, administrador ou

responsável sujeito à jurisdição do Tribunal; III - estar acompanhada de documentos que constituam prova ou

indícios relativos ao fato denunciado ou à existência de ilegalidade ou irregularidade; IV - conter o nome legível e a

assinatura do representante ou denunciante, sua qualificação e endereço. § 1º - Em se tratando de representação ou

denúncia formulada por cidadão, é indispensável à prova de cidadania, mediante a juntada à inicial de cópia do

título de eleitor ou documento que a ele corresponda. § 2º - Quando formulada por partido político, associação ou

sindicato, a inicial deverá ser acompanhada de prova da existência legal da entidade.

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Ministério Público do Estado de São Paulo, referentes à gestão do Contrato 038/SMS.G/2011

(R$ 773.760,00 est.), cujo objeto é a prestação de assistência na área da saúde a portadores de

dependência de substâncias psicoativas que necessitem de cuidados de reabilitação em regime de

internação para atender a demanda, submetida à regulação do complexo Regulador Municipal

ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro

Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à

unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer dos resultados

alcançados na inspeção examinada, uma vez que atendeu sua finalidade. Acordam, ainda, à

unanimidade, em determinar que a Secretaria Municipal da Saúde – SMS adote medidas efetivas

com vistas à fiscalização rotineira dos contratos, com a realização de visitas técnicas periódicas

às instituições. Acordam, ademais, à unanimidade, em determinar o encaminhamento do

relatório e voto do Relator e respectivo Acórdão ao Ministério Público do Estado de São Paulo e

à SMS. Acordam, afinal, à unanimidade, em determinar, após as providências de praxe, o

arquivamento dos autos. Relatório: Trata-se de processo, na modalidade Inspeção, instaurado

em razão do recebimento do Ofício 3752/2012, da D. Promotoria de Justiça de Direitos

Humanos/Saúde Pública do Ministério Público do Estado de São Paulo, que encaminhou cópia

integral do Procedimento 543/2012 instaurado em razão de Representação interposta pela

Vereadora Juliana Cardoso e pelo então Deputado Estadual Adriano Diogo, referente às

irregularidades praticadas no âmbito do Contrato 038/SMS.G/2011, firmado entre a Secretaria

Municipal de Saúde e o Centro de Treinamento Psicológico e Terapêutico Decisão Ltda.,

localizado no munícipio de Cajamar. Os Representantes noticiaram irregularidades ocorridas no

âmbito do Contrato 038/SMS.G./2011, tendo por objeto a prestação de assistência a portadores

de dependência de substâncias psicoativas que necessitem de cuidados de reabilitação em regime

de internação para atender demanda submetida à regulação do complexo regulador municipal, as

quais podem ser assim resumidas: (i) ocorrência de incêndio, em novembro de 2011, no interior

do citado Centro de Treinamento, que culminou no óbito de um paciente; (ii) celebração de

Termo Aditivo, em março de 2012, para ampliação do número de leitos contratados; (iii) ciência,

pela Secretaria Municipal de Saúde, do incêndio e do óbito do paciente somente após denúncia

feita por familiar de um ex-interno que informava ter ocorrido maus tratos, falta de remédios,

ausência constante de psiquiatras na unidade e coação aos pacientes internados; (iv) constatação,

em vistoria realizada em 11 de maio de 2012, de várias deficiências no local, tendo a

Municipalidade somente nesta ocasião iniciado os procedimentos para remoção dos pacientes e

posterior rescisão contratual; e (v) ausência de providências efetivas pela Secretaria Municipal

de Saúde, como por exemplo, a notificação para a Vigilância Sanitária. Requereram, assim, a

apuração dos fatos noticiados, bem como a responsabilidade dos envolvidos nos âmbitos cível e

criminal em razão das inobservância dos preceitos legais estabelecidos na Constituição Federal e

demais textos legais em vigor. Remetidos os autos à Subsecretaria de Fiscalização e Controle, foi

elaborado o Relatório de Inspeção, no qual se concluiu que os fatos noticiados na Representação

eram procedentes, com destaque para as seguintes constatações: (i) o motivo de desligamento do

paciente informado pela Clínica Decisão à Secretaria Municipal de Saúde foi de alta

administrativa, em desacordo com o efetivamente ocorrido; (ii) o Contrato 038/2011 foi

precedido de Visita Técnica realizada pela Secretaria Municipal de Saúde, oportunidade em que

a equipe técnica concluiu favoravelmente à contratação da instituição, sugerindo ajustes

pontuais; (iii) diante das irregularidades constatadas, o Contrato 38/2011 foi rescindido em

14.05.12, multa foi aplicada à Contratada, todos os pacientes que estavam internados por meio

da Secretaria Municipal de Saúde permaneceram na clínica apenas até o dia 16.05.2012 e a

Secretaria informou aos órgãos competentes as irregularidades encontradas em suas vistorias;

(iv) não há rotina de visitas às seis instituições que prestam serviços de assistência a portadores

de dependência de substâncias psicoativas pela à Secretaria Municipal de Saúde, sendo que uma

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das clínicas não recebe visita da Secretaria há 11 (onze) meses; e (vii) os relatórios de visitas não

estavam assinados e arquivados de forma organizada. A Assessoria Jurídica de Controle Externo

acompanhou as conclusões da Especializada. Intimados a Origem, os responsáveis, os

representantes legais das Clínicas de Assistência a Dependentes de Psicoativos (fl.101), e o

representante legal da contratada, apresentaram esclarecimentos: Ressurgir Centro de

Reeducação Psicossocial, Clínica Padre Haroldo, Lourdes Massae S. Furugem (Gerente de

Controle da Secretaria Municipal de Saúde), Senhor Januário Montone (ex-Secretário Municipal

da Saúde) e Senhor José de Filippi Júnior (Secretário Municipal da Saúde, à época). As

justificativas apresentadas pela Clínica Padre Haroldo e pelo Centro de Reeducação Psicossocial

Ressurgir se restringiram a descrever suas atribuições, defendendo a inexistência de vínculo com

a Clínica Decisão. As defesas apresentadas pelo então Secretário Municipal de Saúde, pelo

Secretário anterior e pela Gerência de Controle estão baseadas nos mesmos fundamentos, quais

sejam: (i) a Secretaria de Saúde foi surpreendida com a notícia de ocorrência de maus tratos a

um paciente, sendo que, na mesma correspondência, havia relato sobre a ocorrência de um

incêndio em novembro de 2011, que teve como consequência o óbito de dois pacientes; (ii) a

Instituição apresentou toda a documentação técnica exigida e quando da realização da vistoria

foi apontada a necessidade de melhorias estruturais, assim como ajustes no projeto terapêutico,

com posterior emissão de parecer favorável; (iii) a Licença de Funcionamento pressupõe que o

estabelecimento foi aprovado na vistoria realizada pelos agentes de Vigilância Sanitária local e,

por isso, a equipe da Secretaria depreendeu que a Instituição não oferecia riscos à saúde dos

pacientes; (iv) antes de firmar o Termo Aditivo 01/2012 a equipe técnica realizou a vistoria,

assinalando os ajustes necessários, os quais não resultariam em riscos à saúde dos pacientes e

funcionários e consequentemente não representavam óbices para firmar o aditivo; (v) após

ciência das irregularidades, a Secretaria Municipal de Saúde constatou que a Instituição omitiu a

informação sobre o episódio ocorrido com o paciente Davi da Silva, e em razão da gravidade dos

fatos a equipe técnica recomendou a rescisão do contrato, a aplicação de multa e a transferência

dos pacientes para outras clínicas e o acionamento de Conselhos Regionais; e (vi) a equipe

encontrou dificuldades para operacionalizar as visitas, todavia, apresentaram cronograma de

visitas para o ano de 2013. Ao analisar os esclarecimentos da Origem, a Auditoria manteve as

conclusões iniciais, no que foi acompanhada pela Assessoria Jurídica de Controle Externo. A

Procuradoria da Fazenda Municipal e a Secretaria Geral opinaram pelo conhecimento e registro

da Inspeção. Durante a instrução processual, o Ministério Público requereu informações sobre o

respectivo andamento. É o Relatório. Voto: A presente Inspeção foi originada por provocação do

Ministério Público do Estado de São Paulo que encaminhou a esta Corte cópia integral do

Procedimento 543/2012, instaurado em virtude de Representação apresentada pela Vereadora

Juliana Cardoso e pelo então Deputado Estadual, Adriano Diogo, noticiando irregularidades no

Contrato firmado com o Centro de Tratamento Psicológico Terapêutico Decisão Ltda.

Analisando os procedimentos adotados pela Secretaria Municipal de Saúde no âmbito do

Contrato 38/SMS.G/2011 e os controles exercidos pela Secretaria sobre prestadores de serviços

de assistências a dependentes de psicoativos, a Auditoria desta E. Corte constatou que a

Secretaria Municipal de Saúde só tomou ciência do incêndio e do óbito do paciente Davi da

Silva seis meses após o incidente, por meio de denúncia. Apurou, também, a ausência de uma

rotina de visitas às instituições que prestavam serviços de assistência a portadores de

dependência de substâncias psicoativas, sem a assinatura e arquivamento adequado dos

relatórios técnicos de visitas. Constatou também que a Secretaria Municipal de Saúde rescindiu o

Contrato 38/2011 em 14/05/12, com aplicação de multa à Contratada e comunicação das

irregularidades encontradas aos órgãos competentes. A Origem, por sua vez informou que todos

os pacientes foram transferidos para outras clínicas, e quanto à rotina de visitas esclareceu que a

equipe encontrou dificuldades para operacionalizá-las, todavia, as áreas técnicas conseguiram se

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estruturar, apresentando o cronograma de visitas para o ano de 2013. Assim, considerando que a

presente Inspeção, à vista das manifestações dos órgãos técnicos, bem como dos pareceres da

Procuradoria da Fazenda Municipal e da Secretaria Geral, atendeu a sua finalidade, CONHEÇO

dos resultados alcançados no processo em exame e determino que a Secretaria Municipal de

Saúde adote medidas efetivas com vistas à fiscalização rotineira dos contratos, com a realização

de visitas técnicas periódicas às instituições. Após as providências de praxe, arquivem-se os

autos, com o envio dos termos do voto e respectivo acórdão ao Ministério Público do Estado de

São Paulo e à Secretaria Municipal de Saúde. Participaram do julgamento os Conselheiros

Domingos Dissei – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da

Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de

setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente; a) Maurício Faria – Relator.” 4) TC

1.266/12-31 – Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e Instituto

Social Santa Lúcia – Convênio 026/Smads/2012 R$ 2.432.081,30 – Prestação do(s) serviço(s)

denominado(s) de Espaço de Convivência para Adultos em Situação de Rua – Tenda (Tramita

em conjunto com o TC 1.267/12-02) ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos,

dos quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os Conselheiros do Tribunal de

Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do

Relator, em julgar regular o Convênio 026/Smads/2012, relevando as falhas constatadas, uma

vez que destituídas de conteúdo suficiente para macular o ajuste. Acordam, ainda, à

unanimidade, em expedir determinação à Secretaria Municipal de Assistência e

Desenvolvimento Social – Smads para que, no futuro, diligencie no sentido de não mais incorrer

nas impropriedades e falhas como as constatadas nestes autos. Relatório e voto englobados: v.

TC 1.267/12-02. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos Dissei – Revisor, Edson

Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo.

Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Roberto Braguim –

Presidente; a) Maurício Faria – Relator.” 5) TC 1.267/12-02 – Secretaria Municipal de

Assistência e Desenvolvimento Social – Smads e Instituto Social Santa Lúcia –

Acompanhamento – Verificar se a execução do Convênio 026/Smads/2012 (R$ 2.432.081,30),

cujo objeto é a prestação do(s) serviço(s) denominado(s) de Espaço de Convivência para Adultos

em Situação de Rua – Tenda, está de acordo com o Plano de Trabalho bem como a regularidade

da prestação de contas (Tramita em conjunto com o TC 1.266/12-31) ACÓRDÃO: “Vistos,

relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro Maurício Faria. Acordam os

Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de

conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar regular a execução parcial do

Convênio 026/Smads/2012, relevando as falhas constatadas, uma vez que destituídas de

conteúdo suficiente para macular o ajuste. Acordam, ainda, à unanimidade, em expedir

determinação à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social – Smads para

que, no futuro, diligencie no sentido de não mais incorrer nas impropriedades e falhas como as

constatadas nestes autos. Relatório englobado: Em julgamento o TC 1.266/12-31, que cuida da

análise formal do Convênio 026/SMADS/2012 que tem por objeto a prestação do serviço

denominado Espaço de Convivência para adultos em situação de rua – Tenda, no distrito de Bela

Vista da Região da Sé, e o TC 1.267/12-02, que trata do acompanhamento de sua execução. Nos

autos do TC 1.266/12-31, a Auditoria desta Corte assinalou as seguintes impropriedades: (i)

infringência ao princípio da anualidade e descumprimento do art. 60 da Lei Federal 4.320/64,

com a realização de despesa sem prévio empenho no valor de R$ 896.155,41; (ii) falta de

especificação e quantificação da contrapartida a ser prestada pela conveniada; (iii) ausência de

data, rubrica e assinatura no edital; (iv) falta de apresentação da inscrição no CNPJ e do estatuto

social da entidade; (v) ausência de evidências de designação de representante da Administração

para acompanhamento; (vi) ausência de disponibilização de todas as informações na página

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eletrônica da Prefeitura; e (vii) inexistência de informações sobre a ciência da celebração do

Convênio à Câmara Municipal. Por sua vez, no que tange ao Acompanhamento da Execução do

Convênio 026/2012, realizada para o período de fevereiro a abril/2012, constante do TC

1.267/12-02, a Auditoria apontou as seguintes impropriedades: (i) falta de comprovação da

realização da avaliação da qualidade das atenções prestadas; (ii) ausência de elaboração dos

indicadores de reintegração familiar, tempo de permanência, inserção e acompanhamento,

participação da vida comunitária e inserção sócio produtiva; (iii) inadequação do próprio

municipal onde se realiza o serviço; (iv) impossibilidade de verificação exata do valor aplicado

com o montante reservado para fundo de reserva; (v) para o pagamento dos serviços de

contabilidade, não foram anexados à Descrição Mensal de Despesa - DESP os respectivos

documentos fiscais comprobatórios; (vi) impossibilidade de verificação do percentual exato das

despesas com telefone, diante da falta de demonstração da forma como é realizado o rateio entre

os demais convênios mantidos pela Entidade; (vii) impossibilidade de verificação da aplicação

em caderneta de poupança ou em aplicação financeira; (viii) pagamento antecipado dos serviços;

(ix) os itens 13, 14 e 21 da Cláusula Quinta do Termo de Convênio não se aplicam ao tipo de

serviço executado; (x) entrega intempestiva da Declaração Mensal da Execução do Serviço

Socioassistencial - DEMES dos meses de março e abril/12; (xi) ausência de data com o

protocolo da Unidade de Prestação de Contas – UPC na Declaração Trimestral de

Gerenciamento dos Recursos Financeiros - DEGREF relativa ao primeiro trimestre de 2012, não

sendo possível verificar se foi entregue na data indicada para a prestação de contas; (xii)

impossibilidade de verificação da tempestividade da entrega da Grade de Atividades Semestral -

GRAS; (xiii) ausência de data nas Declarações Mensais de Despesa - DESPs relativas aos meses

de março e abril/12; (xiv) entrega intempestiva da planilha RESUP referente ao período de

março e abril de 2012; e (xvi) ausência de data de recebimento pela contabilidade da Secretaria

das planilhas de liquidação apresentadas. Ao final, sugeriu as seguintes recomendações: (i)

adequação das cláusulas contratuais ao objeto do convênio; (ii) realização de controle de estoque

pela Conveniada dos itens do almoxarifado para otimizar a utilização do repasse, comprando os

itens cujos estoques estejam baixos; e (iii) realização pela Coordenadoria de Assistência Social

dos protocolos dos documentos recebidos no dia da prestação de contas como forma de

evidenciar a tempestividade da entrega pela entidade conveniada. Remetidos os autos à

Assessoria Jurídica de Controle Externo, esta sugeriu a remessa de ofício à Origem para

manifestação. Devidamente intimados, a Origem, a Conveniada e a responsável pela área

auditada manifestaram-se sobre todos os apontamentos feitos pela Especializada. Ao analisar as

justificativas apresentadas, a Auditoria: a) nos autos do TC 1.266/12-31 (análise formal do

convênio), manteve as conclusões de seu relatório inicial, com exceção do apontamento relativo

à ciência da celebração do Convênio à Câmara Municipal, dada sua inaplicabilidade no presente

caso; e b) nos autos do TC 1.267/12-02 (acompanhamento da execução contratual), retificou os

apontamentos dos itens 2.1 (não comprovação da realização da avaliação da qualidade das

atenções prestadas), 2.4 (impossibilidade de cruzamento exato do valor aplicado com o montante

reservado para o fundo de reserva), 2.11 (ausência de data com o protocolo da Unidade de

Prestação de Contas - UPC na Declaração Trimestral do Gerenciamento dos Recursos

Financeiros - DEGREF relativa ao primeiro trimestre/12) e 2.13 (ausência de data nas

Declarações Mensais de Despesas - DESP relativas aos meses de março e abril/12). Alterou o

apontamento do item 2.12, eis que a entrega da Grade de Atividade Mensal havia sido realizada

fora do prazo previsto no Termo de Convênio. Quanto às demais anotações, manteve as

conclusões anteriores. A Assessoria Jurídica de Controle Externo acompanhou as análises

realizadas pela Especializada, tendo o Sr. Assessor Subchefe de Controle Externo ressaltado, nos

autos do TC 1.266/12-31, que as regras de empenhamento merecem a necessária adaptação às

peculiaridades dos convênios, tendo esta E. Corte já decidido pelo acolhimento a despeito da

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ocorrência de insuficiência de empenhamento, ante a ausência de comprovação de dolo ou má-fé

e de prejuízo ao erário. Outrossim, manifestou-se pela relevação da ausência de data, rubrica e

assinatura no edital, conforme decisões deste E. Tribunal e, quanto à divulgação na página

eletrônica da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, sem a

disponibilização de todas as informações previstas, entendeu que a falha não se mostra capaz de

comprometer o Convênio. A Procuradoria da Fazenda Municipal requereu o acolhimento do

Convênio e da execução contratual ora examinados. A Secretaria Geral, encerrando a instrução

processual, nos autos do TC 1.266/12-31 acompanhou o parecer do Sr. Assessor Subchefe de

Controle Externo, e, nos autos do TC 1.267/12-02, manifestou - se pela irregularidade da

execução contratual. É o Relatório. Voto englobado: Entendo, com base na jurisprudência desta

Corte, que a ausência de data, rubrica e assinatura no edital, assim como a ausência de

disponibilização de todas as informações na página eletrônica da Secretaria não se apresentam

como elementos suficientes à conclusão de um julgamento pela irregularidade. Registre-se os

seguintes julgados proferidos neste sentido: TCs 1.351.11-28, 1.983.08-96 e 1.731.09-84. Além

disso, outro apontamento feito inicialmente foi retificado durante a instrução processual, qual

seja: a inexistência de informações sobre a ciência da celebração do Convênio à Câmara

Municipal. Quanto à apresentação da inscrição no CNPJ e do Estatuto Social da Conveniada à

época da celebração do ajuste, a impropriedade restou superada com a juntada aos autos de tais

documentos, comprovando sua validade, devendo, contudo, a Origem nos futuros convênios

exigir a apresentação de tal documentação no momento da celebração do ajuste. De igual forma,

entendo que a ausência de designação do representante da Administração para acompanhamento

da execução, no caso concreto, não se mostra capaz de comprometer o Convênio. A respeito da

quantificação da contrapartida a ser prestada pela Conveniada, esclareceu a Origem que foram

especificados os profissionais disponibilizados, bem como a estrutura física do espaço destinado

à realização de encontros, seminários, reuniões e processos de capacitação e que, por tratar-se de

recursos compartilhados com outros serviços conveniados, isso dificultou a especificação do

valor que lhe corresponde. Dessa forma, entendo que os esclarecimentos prestados elidem a

falha apontada. No entanto, restou o empenhamento de recursos em valor insuficiente para

atendimento da despesa prevista para o exercício, bem como a realização de despesa sem prévio

empenho no valor de R$ 896.155,41. Sobre tal ocorrência a Origem alegou e comprovou a

emissão dos empenhos 84.742 e 93.526, totalizando R$ 1.164.486,76, sendo que os empenhos

relacionados no Relatório de Análise do Convênio 24.790 e 40.514, foram realizados após a

liberação de cotas orçamentárias e financeiras, conforme Despacho Inter secretarial 41/2012 –

Ofício 79/SMADS/2012. Assim, embora a Lei Federal 4.320/64 não excepcione a hipótese de

convênio da incidência da regra do prévio empenho para a realização das despesas da

Administração Pública, entendo que, in casu, a falha merece ser relevada, conforme

entendimento expressado pelo Assessor Subchefe de Controle Externo e pela Secretaria Geral,

bem como em razão dos precedentes desta Corte de Contas, TCs 3.850.06/00 e 1.436/07-00.

Dessa forma, tendo a Origem demonstrado que os empenhos emitidos foram suficientes para

arcar com as despesas do exercício, entendo que a extemporaneidade da emissão das notas de

empenho não é passível de, por si só, macular substancialmente o ajuste, merecendo a relevação

excepcional. No tocante ao Processo TC 1.267/12-02, que trata da execução parcial do Convênio

026/SMADS/2012, os apontamentos feitos indicaram fragilidade e falhas nos procedimentos

adotados, todavia, ficaram adstritos à análise formal, sem aprofundamento sobre sua

materialidade, com destaque para aspectos de controle e formalizações documentais. Nos autos

ora examinados é de destacar-se, ainda, a natureza essencial, relevante e continuada dos serviços

objeto do Termo de Convênio, instrumentalizando a parceria entre o Poder Público Municipal e

a Organização Social sem fins lucrativos para execução dos serviços incluídos dentre os

inúmeros programas na área de assistência social do Município de São Paulo, habilitado à

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42

Gestão Plena do Sistema Único da Assistência Social – SUAS23

. Além disso, diante a

similaridade da matéria, reitero meu posicionamento expressado por ocasião do julgamento, de

forma englobada, dos TCs 593.11-21, 649.11-84, 595.11-57, 650.11-63, 1.017.11-56 e 1.11-04,

nos quais os Convênios examinados foram acolhidos à unanimidade por esta E. Corte. Nestes

processos, ponderei que por se tratar de convênio, não obstante os apontamentos feitos pela

Auditoria, havia nos autos elementos que aconselhavam a prudência do Julgador no sentido da

aplicação mais branda do ordenamento jurídico em relação às falhas e infringências de natureza

formal que remanesceram não relevadas pelos órgãos técnicos, considerando, por um lado, as

justificativas de defesa, que em sua grande maioria se demonstraram pertinentes e razoáveis em

face das normas infralegais aplicáveis à espécie, e por outro lado, considerando a constatação de

que, por serem formais, as impropriedades não implicavam diretamente em eventuais prejuízos

ao Erário ou mesmo na realização dos serviços conveniados. Nestes termos, e considerando os

elementos constantes dos autos, julgo regulares o Convênio 026/SMADS/2012, Processo TC

1.266/12-31, e a sua execução parcial, TC 1.267/12-02, relevando as falhas assinaladas, vez que

destituídas de conteúdo suficiente para macular o ajuste. Por fim, determino à Origem para que,

no futuro, diligencie no sentido de não mais incorrer nas impropriedades e falhas como as

constatadas nestes autos. Participaram do julgamento os Conselheiros Domingos Dissei –

Revisor, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme

Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a)

Roberto Braguim – Presidente; a) Maurício Faria – Relator.” – PROCESSOS RELATADOS

PELO CONSELHEIRO CORREGEDOR DOMINGOS DISSEI – 1) TC 1.497/08-78 –

Embargos de Declaração opostos por Simone de Souza Brito em face do V. Acórdão de

28/8/2013 – Relator Conselheiro Domingos Dissei – Subprefeitura Santana/Tucuruvi – SP-ST e

Plena Terceirização de Serviços Ltda. – Prestação de serviços de limpeza manual de bocas de

lobo, através de equipes 2) TC 1.276/08-09 – Recurso da Procuradoria da Fazenda Municipal –

PFM interposto contra V. Acórdão de 16/10/2013 – Relator Conselheiro Eurípedes Sales –

Pricewaterhousecoopers Serviços Profissionais Ltda. e Companhia de Engenharia de Tráfego –

CET – Denúncia acerca do Contrato 77/2008 celebrado entre a Companhia e a Universidade

Municipal de São Caetano do Sul, decorrente da Tomada de Preços 01/2008/CET, cujo objeto é

a prestação de serviços de avaliação e certificação de competências de aproximadamente 3.100

empregados ocupantes de 15 cargos do plano de carreira, cargos e remuneração da CET 3) TC

924/13-59 – Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo –

Prodam-SP S.A. e Sersil Transportes Ltda. – Pregão Eletrônico 05.001/2011 – Contrato CO-

08.01/12 R$ 1.547.332,80 est. – Rescisão Unilateral de Contrato Administrativo (DOC de

10/8/2012) – Contratação de empresa especializada para a prestação de serviço de transporte,

compreendendo veículos, motoristas, manutenção e conservação completa, serviços de higiene e

limpeza e combustível, com quilometragem ilimitada 4) TC 4.905/14-37 – São Paulo Turismo

S.A. – SPTuris e Sodexo Pass do Brasil Serviços e Comércio S.A. – Contrato CCN/GCO 150/13

R$ 9.127.599,10 – Prestação de serviços de administração, gerenciamento, emissão, distribuição

e fornecimento de documentos de legitimação – vale alimentação e vale refeição, na forma de

créditos a serem carregados em cartões eletrônicos, magnéticos ou smartcards, destinados aos

diretores, empregados (efetivos e temporários), estagiários e aprendizes da São Paulo Turismo

S.A. – SPTuris, com o credenciamento de estabelecimentos especializados. “O Conselheiro

Domingos Dissei – Relator requereu ao Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172, inciso IV, do

Regimento Interno desta Corte, a retirada de pauta dos citados processos, para melhores estudos,

o que foi deferido.” (Certidões) – PROCESSOS RELATADOS PELO CONSELHEIRO

JOÃO ANTONIO – 1) TC 4.181/00-53 – Secretaria Municipal de Habitação – Sehab e Planova

23 Resolução da Comissão Inter gestora Bipartite nº 09, de 15/09/2015.

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Planejamento e Construções S.A. – Contrato 007/2000-Sehab/Habi R$ 530.214,69 – Serviços de

demolições e reformas emergenciais dos alojamentos existentes nas áreas denominadas Abrigo

Lidiane, Abrigo Provisório Tiro ao Pombo e Abrigo Provisório City Jaraguá ACÓRDÃO:

“Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o Conselheiro João Antonio.

Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, à unanimidade, de

conformidade com o relatório e voto do Relator, em julgar irregular o Contrato 007/2000-

SEHAB/HABI, celebrado por dispensa de licitação entre a Secretaria da Habitação e

Desenvolvimento Urbano e empresa Planova Planejamento e Construções Ltda., considerando

que no decorrer da instrução processual, a Equipe de Engenharia deste Tribunal apontou que o

preço unitário do serviço código 90.03.01 – reforma/reparos em alojamentos de madeira – nível

A não estava justificado tecnicamente por apresentar incompatibilidade com o praticado na

municipalidade, devido a duplicidade na aplicação do BDI. Acordam, ainda, à unanimidade, em

determinar que a Secretaria de Negócios Jurídicos promova as medidas administrativas ou

judiciais para ressarcimento da diferença calculada, no montante de R$ 31.584,96 (trinta e um

mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e noventa e seis centavos), devidamente corrigida.

Acordam, também, à unanimidade, em determinar a expedição de ofício à Controladoria Geral

do Município para ciência e acompanhamento das providências ora adotadas, arquivando-se,

após, estes autos. Relatório: Cuida o TC 4.181.00-53 da análise do contrato 007/2000-

SEHAB/HABI, celebrado entre a Prefeitura do Município de São Paulo, através da Secretaria da

Habitação e Desenvolvimento Urbano e Planova Planejamento e Construções Ltda., para

execução de serviços de demolições e reformas nas áreas denominadas “Lidiane, Tiro ao Pombo

e City Jaraguá”, no valor de R$ 530.214,69. Encaminhados os autos à Assessoria Jurídica, a

especializada concluiu pelo acolhimento do ajuste sugerindo o acompanhamento da execução

contratual, tendo em vista que já havia ultrapassado o prazo estipulado no ajuste (fls. 150/151).

Por seu turno AUD ao analisar a contratação, considerou regular sua formalização endossando o

apontado pela Assessoria Jurídica no sentido de se acompanhar o cumprimento do serviço (fls.

153/154). Em cumprimento à determinação de acompanhamento da execução dos serviços a

Assessoria de Engenharia concluiu que o preço unitário do serviço 90.03.01 – Reforma/Reparos

em alojamentos de madeira – nível A não está justificado tecnicamente, é incompatível com os

preços oficiais da municipalidade, em virtude de ter incidido em duplicidade o BDI. Ressaltou

ainda a especializada que as obras objeto do ajuste estão concluídas, como comprovam a

medição final e o despacho que determinou o cancelamento do saldo das Notas de Reserva e

Empenho de Recursos (fls. 159/194vº). Em nova manifestação a Assessoria Jurídica reiterou o

posicionamento no sentido de acolhimento do ajuste, ressalvando a necessidade de providências

quanto ao preço não justificado e incompatível com os praticados na municipalidade (fls. 197).

Instada a se manifestar, a Origem prestou esclarecimentos, asseverando que o preço unitário

proposto pela contratada está dentro da faixa de valores orçamentários aceitáveis, estando,

portanto, justificado e compatível com o praticado no mercado à época da contratação (fls.

226/337). Às fls. 344/345, a Assessoria Jurídica requereu preliminar manifestação da Assessoria

de Engenharia, que em sua informação de fls. 348/349vº considerou insuficientes os

esclarecimentos prestados pela Origem mantendo seu posicionamento anterior. Retornando os

autos à Assessoria Jurídica, o assessor jurídico preopinante concluiu, à vista do acrescido não

merecer acolhimento o ajuste sob exame (fls. 352/353). Todavia a Ilustre Assessora Subchefe,

bem como, o D. Assessor Chefe, teceram considerações concluindo ser possível o acolhimento

do ajuste (fls. 354/364), com fundamento na instrução do TC 4.180.00-90. Por seu turno a PFM

(fls. 366/368) manifestou-se opinando pelo acolhimento do ajuste, diante da ausência de dolo,

má-fé ou qualquer prejuízo ao Erário. A Secretaria Geral entendeu caracterizada a situação

emergencial no momento da contratação, manifestando-se pelo acolhimento do ajuste consoante

os pareceres precedentes da Chefia da Assessoria Jurídica de Controle Externo. É o relatório.

TRIBUNAL DE CONTAS DO

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Voto: Em julgamento o contrato 007/2000-SEHAB/HABI, celebrado por dispensa de licitação

entre a Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano e empresa Planova Planejamento e

Construções Ltda., para execução de serviços de demolições e reformas nas áreas denominadas

“Lidiane, Tiro ao Pombo e City Jaraguá”, no valor de R$ 530.214,69 (quinhentos e trinta mil,

duzentos e catorze reais e sessenta e nove centavos). No decorrer da instrução processual, a

Equipe de Engenharia deste Tribunal apontou que o preço unitário do serviço código 90.03.01 –

Reforma/Reparos em alojamentos de madeira – nível A não estava justificado tecnicamente por

apresentar incompatibilidade com o praticado na municipalidade, devido a duplicidade na

aplicação do BDI. Em sua defesa, a Origem enfatizou que o equívoco cometido pela

gerenciadora não foi intencional, provavelmente ocorrido à época dentro do contexto da situação

emergencial que se apresentava. Frisou que, apesar do engano cometido no orçamento, o preço

unitário estaria dentro da faixa de valores orçamentários aceitáveis, estando, portanto, justificado

e compatível com o praticado no mercado à época da contratação. Entretanto, essa não foi a

conclusão alcançada pela Auditoria que, após exame da documentação encartada nos autos,

apontou uma diferença de R$ 31.584,96 (trinta e um mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e

noventa e seis centavos) suportada a maior pela Administração. Diante de todo o exposto,

JULGO IRREGULAR o contrato 007/2000-SEHAB/HABI, celebrado por dispensa de licitação

entre Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano e empresa Planova Planejamento e

Construções Ltda. Considerando que os valores foram apurados no curso da execução contratual,

determino que a Secretaria de Negócios Jurídicos promova as medidas administrativas ou

judiciais para ressarcimento da diferença calculada, no montante de R$ 31.584,96 (trinta e um

mil, quinhentos e oitenta e quatro reais e noventa e seis centavos), devidamente corrigida.

Expeça-se ofício à Controladoria Geral do Município para ciência e acompanhamento das

providências ora adotadas. Em razão do tempo transcorrido, deixo de apenar os agentes

responsáveis à época. Após, arquivem-se os autos. Participaram do julgamento os Conselheiros

Edson Simões – Revisor, Maurício Faria e Domingos Dissei. Presente o Procurador Chefe da

Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de

setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente; a) João Antonio – Relator.” 2) TC

10.213/94-02 – Secretaria Municipal de Habitação – Sehab e Construtora OAS Ltda. – TAs 2º de

1º/11/1994 (adoção de novo cronograma físico-financeiro), 3º de 23/12/1994 R$ 1.672.412,79

(adoção de projetos e respectivas plantas, adoção de planilhas orçamentárias e acréscimo do

valor contratual), 4º de 24/2/1995 R$ 2.992,00 (acréscimo de planilhas orçamentárias,

cronograma físico-financeiro e acréscimo do valor contratual), 5º de 28/3/1995 (adoção de novo

cronograma físico-financeiro), 6º de 31/3/1995 R$ 8.174,41 (adoção de planilhas orçamentárias,

cronograma físico-financeiro e acréscimo do valor contratual), 7º de 28/4/1995 (adoção de novo

cronograma físico-financeiro), 8º de 31/5/1995 R$ 399,04 (adoção de planilhas orçamentárias,

cronograma físico-financeiro e acréscimo do valor contratual) 9º de 30/6/1995 (adoção de

cronograma físico-financeiro), 10º de 31/7/1995 R$ 5,21 (adoção de planilhas orçamentárias,

cronograma físico-financeiro e acréscimo do valor contratual), 11º de 24/8/1995 R$ 910.000,00

(acréscimo do valor contratual), 12º de 11/9/1995 R$ 826,20 (adoção de planilhas orçamentárias,

cronograma físico-financeiro e acréscimo do valor contratual), 13º de 29/9/1995 (adoção de novo

cronograma físico-financeiro), 14º de 18/10/1995 R$ 1.157.438,50 (acréscimo do valor

contratual), 15º de 31/10/1995 (adoção de cronograma físico-financeiro), 16º de 30/11/1995

(adoção de cronograma físico-financeiro), 17º de 31/1/1996 (adoção de cronograma físico-

financeiro e prorrogação do prazo contratual), 18º de 30/4/1996 (adoção de planilhas

orçamentárias sem alteração do valor contratual), 19º de 5/7/1996 (adoção de cronograma físico-

financeiro e prorrogação de prazo), 20º de 30/8/1996 R$ 2.397.329,89 (ampliação do objeto

contratual, adoção de planilhas orçamentárias, aumento do valor contratual, adoção de

cronograma físico-financeiro e prorrogação de prazo contratual), 21º de 30/9/1996 (adoção de

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novo cronograma físico-financeiro), 22º de 31/10/1996 (adoção de novo cronograma físico-

financeiro), 23º de 29/11/1996 (adoção de cronograma físico-financeiro), 24º de 30/12/1996

(adoção de cronograma físico-financeiro, prorrogação de prazo e adoção de planilhas

orçamentárias), 25º de 30/1/1997 (adoção de cronograma físico-financeiro), 26º de 10/4/1997

(adoção de cronograma físico-financeiro), 27º de 18/6/1998 (retificação da Cláusula Quinta do

20º TA, alterando a prorrogação de 151 dias a partir de 31/8/1996 e não como constou e

retificação da Cláusula Primeira do 24º TA, alterando a prorrogação de 121 dias a partir de

29/01/1997 e não como constou ), relativos ao Contrato 002/94-Habi (R$ 9.524.965,26 e 1º TA

de 30/9/1994 R$ 677.261,66) julgado em 28/2/1996 – Execução das obras de urbanização e

verticalização das favelas: Jardim Maninos, Água Branca, Vila Nova Jaguaré, São Remo, Real

Parque/Panorama, Real Parque/Luis de Bragança. “O Conselheiro João Antonio – Relator,

considerando que os serviços extracontratuais, indevidamente acrescidos, e o acréscimo a título

de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, configuraram

prejuízo ao erário, assim como os acréscimos superaram o limite legal de 25%, em afronta ao

artigo 65, § 1º, da Lei Federal 8.666/93, julgou irregulares os Termos Aditivos 2º ao 27º, firmado

entre a Superintendência de Habitação Popular e a empresa Construtora OAS Ltda.,

determinando à Secretaria de Negócios Jurídicos providências administrativas ou judiciais para

fins de ressarcimento dos valores indevidamente acrescidos, no montante total apurado de R$

3.076.585,67 (três milhões, setenta e seis mil, quinhentos e oitenta e cinco reais e sessenta e sete

centavos), devidamente atualizado. Também, o Conselheiro João Antonio – Relator determinou

a expedição de ofício à Controladoria Geral do Município para ciência e acompanhamento das

providências ora adotadas e, após, o arquivamento dos autos. Ademais, os Conselheiros Edson

Simões – Revisor e Maurício Faria acompanharam, na íntegra, o voto proferido pelo Conselheiro

João Antonio – Relator. Afinal, na fase de votação, o Conselheiro Domingos Dissei solicitou

vista dos autos, o que foi deferido.” (Certidão) 3) TC 5.007/14-97 – Resmat Prestação de

Serviços de Higienização e Conservação Ltda. – Secretaria Municipal de Coordenação das

Subprefeituras – SMSP – Representação em face do Pregão Presencial 16/SP-SB/2014, cujo

objeto é a prestação de serviços de manutenção e conservação de logradouros públicos, através

de uma equipe ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, dos quais é Relator o

Conselheiro João Antonio. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de

São Paulo, à unanimidade, de conformidade com o relatório e voto do Relator, em conhecer da

representação formulada pela empresa Resmat Prestação de Serviços de Higienização e

Conservação Ltda., pois presentes os requisitos regimentais de admissibilidade, e, quanto ao

mérito, em julgá-la prejudicada pela perda superveniente do objeto, uma vez que a Secretaria

Municipal de Coordenação das Subprefeituras – SMSP saneou a omissão ensejadora da

impugnação, conforme pareceres dos órgãos preopinantes desta Corte. Acordam, ainda, à

unanimidade, em determinar, após as comunicações de praxe, o arquivamento destes autos.

Relatório: Cuida o TC 5.007.14.97 da Representação formulada pela empresa Resmat Prestação

de Serviços de Higienização e Conservação Ltda., em face do Edital do Pregão Presencial 16/SP-

SB/2014, cujo objeto é a contratação de empresa para prestação de serviços de manutenção e

conservação de galerias e demais dispositivos de drenagem, através de 01 (uma) equipe. Em

síntese, a Representante insurge-se contra a ausência, no Edital do Pregão em questão, de

previsão de apresentação de Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas – CNDT. A

Representante argumenta que a apresentação de Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, de

acordo com a Lei Federal n. 12.440/2011 e o artigo 642-A, da Consolidação das Leis

Trabalhistas – CLT, tornou-se de observância obrigatória pelos interessados em contratar com o

Poder Público. Ao final, requer o conhecimento da presente Representação, a fim de que a

Origem promova o saneamento da suposta irregularidade, com a inclusão, no Edital, da

exigência da apresentação, pelos licitantes da CNDT, nos termos da referida Lei 12.440/2011.

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Encaminhados os autos à Assessoria Jurídica de Controle Externo, aquela Especializada

concluiu que a Representação preenchia os requisitos de admissibilidade, merecendo ser

conhecida e recebida pelo Conselheiro Relator. No mérito, a AJCE destacou que, realmente, não

se verifica dentre os documentos previstos nos subitens do item 8.3.7 do Edital, a exigência de

apresentação da CNDT, sendo que a referida Certidão está prevista no inciso V, do artigo 29, da

Lei Federal n. 8.666/93, para comprovação da habilitação trabalhista. Oficiada das conclusões

alcançadas na presente Representação, a Origem, às fls. 54, informou que fez a inclusão no

Edital, no subitem, 8.3.7 - Regularidade Fiscal, da exigência de apresentação da Certidão

Negativa de Débitos Trabalhistas, nos moldes da Lei Federal n. 12.440/2011, mantendo-se a data

de abertura do presente certame para o dia 17/12/2014, às 9:00 horas, conforme publicação no

DOC de mesma data, cópia à fl. 56. A Procuradoria da Fazenda Municipal, às fls. 62, considerou

que a Origem acolheu a impugnação feita pela Representante e retificou o Edital, incluindo a

exigência de apresentação da Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, motivo da

Representação. Desta forma, uma vez sanada a omissão, requereu o conhecimento da presente

Representação e, no seu mérito, a perda do seu objeto. A Secretaria Geral apontou que a

Representação atendeu os requisitos de admissibilidade previstos nos artigos 54, 55 e seguintes

do Regimento Interno deste Tribunal de Contas, razão pela qual opinou pelo seu conhecimento.

Quanto ao mérito, destacou que, conforme fls. 54 dos autos, a Origem, em resposta ao ofício

desta Corte de Contas, informou que promoveu a retificação do Edital, fazendo a inclusão no

item 8.3.7, Regularidade Fiscal, da previsão de apresentação da Certidão Negativa de Débitos

Trabalhistas, para fins de comprovação da conduta legal trabalhista, segundo os moldes da Lei

Federal 12.440/2011. Apontou, também, que em consulta ao Sistema Átomo, conforme cópias às

fls. 68/72, foi possível a constatação da publicação da Retificação do Edital, da Ata da Licitação

e da Homologação da adjudicação do objeto. Desta forma, entendeu que o procedimento

licitatório ocorreu e encerrou-se normalmente, com a inclusão da exigência de apresentação de

Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, de acordo com o disposto no inciso V, do artigo 29,

da Lei Federal n. 8.666/93. Diante de todo o exposto a Secretaria Geral opinou que a

Representação mercearia ser conhecida, pois presentes os requisitos de admissibilidade e, no

mérito, pugnou pela ocasionado a perda superveniente do objeto, face ao saneamento do Edital

promovido pela Origem. É o relatório. Voto: Em julgamento a Representação formulada pela

empresa Resmat Prestação de Serviços de Higienização e Conservação Ltda., em face do Edital

do Pregão Presencial n. 16/SP-SB/2014, cujo objeto é a contratação de empresa para prestação

de serviços de manutenção e conservação de galerias e demais dispositivos de drenagem, através

de 01 (uma) equipe. Após a intimação da Subprefeitura de Sapopemba, destaco que aquele

Órgão promoveu a adequação do referido Edital, fazendo-se nele constar a exigência de

apresentação, pelos licitantes, da Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, conforme disposto

na Lei Federal 12.440/2011, conforme retificação do item 8.3.7 – Regularidade Fiscal, publicado

no DOC de 17.12.2014, pg. 64, sanando, assim, a omissão alegada. Diante do exposto,

CONHEÇO da Representação formulada pela empresa Resmat Prestação de Serviços de

Higienização e Conservação Ltda., pois presentes os requisitos regimentais de admissibilidade.

Quanto ao mérito, JULGO-A PREJUDICADA PELA PERDA SUPERVENIENTE DO

OBJETO, uma vez que a Origem saneou a omissão ensejadora da impugnação, conforme

pareceres dos Órgãos preopinante desta Corte, que acolho como razão de decidir. Destaco,

também, que após a correção promovida pela Origem, o Certame desenvolveu-se normalmente,

conforme documentos colacionados aos presentes autos. Após as comunicações de praxe,

arquivem-se os autos. Participaram do julgamento os Conselheiros Edson Simões – Revisor,

Maurício Faria e Domingos Dissei. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno

de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Roberto

Braguim – Presidente; a) João Antonio – Relator.” – PROCESSOS DE REINCLUSÃO –

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CONSELHEIRO PRESIDENTE ROBERTO BRAGUIM – 1) TC 847/04-19 – São Paulo

Transporte S.A.– SPTrans e Araguaia Engenharia Ltda. – Contrato 2003/118 R$ 5.994.207,24 –

Prestação de serviços de manutenção civil corretiva e preventiva no corredor de ônibus Nove de

Julho/Santo Amaro (Tramita em conjunto com o TC 2.454/04-77) ACÓRDÃO: “Vistos,

relatados e discutidos estes autos, devolvidos na presente sessão pelo Conselheiro Presidente

Roberto Braguim, após determinação de Sua Excelência, na 2.828ª S.O., para que lhe fossem

conclusos a fim de proferir voto de desempate. Naquela sessão, votaram os Conselheiros

Maurício Faria – Relator, Domingos Dissei – Revisor, Edson Simões e João Antonio. Acordam

os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, por maioria, pelos votos dos

Conselheiros Domingos Dissei – Revisor e Edson Simões, ambos com voto proferido em

separado, votando o Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de desempate, com

fundamento no artigo 14, alínea "h", da Lei Municipal 9.167/80, combinado com o artigo 26,

inciso IX, alínea "a", do Regimento Interno desta Casa, em julgar irregular o Contrato 2003/118,

considerando que os serviços contratados não se caracterizam como de utilização habitual e

rotineira, requisitos necessários para utilização de ata de registo de preços, exigindo execução

prévia de projetos de engenharia. Vencidos os Conselheiros Maurício Faria – Relator, nos termos

do relatório e voto, e João Antonio, que julgaram regular o ajuste. Acordam, afinal, à

unanimidade, em determinar o envio de cópia deste Acórdão ao Ministério Público do Estado de

São Paulo. Relatório e voto englobados: v. TC 2.454/04-77. Voto em separado englobado

proferido pelo Conselheiro Domingos Dissei: v. TC 2.454/04-77. Voto em separado

englobado proferido pelo Conselheiro Edson Simões: v. TC 2.454/04-77. Voto de desempate

englobado proferido pelo Conselheiro Presidente Roberto Braguim: v. TC 2.454/04-77.

Participaram do julgamento os Conselheiros Maurício Faria – Relator, Edson Simões e João

Antonio. Presente o Procurador Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário

Conselheiro Paulo Planet Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente,

com voto; a) Domingos Dissei – Conselheiro Revisor prolator do voto da corrente vencedora,

designado para redigir o Acórdão, nos termos do § 7º do artigo 136 do Regimento Interno desta

Corte.” 2) TC 2.454/04-77 – São Paulo Transporte S.A. – SPTrans e Araguaia Engenharia Ltda.

– Acompanhamento – Execução Contratual – Verificar se o Contrato 2003/118 (R$

5.994.207,24), cujo objeto é avaliar se as obras relativas ao corredor exclusivo de ônibus Passa

Rápido Nove de Julho, trecho Nove de Julho – Rua Groenlândia foram desenvolvidas no mês de

maio/2004, de acordo com os requisitos contratuais, bem como se os quantitativos medidos,

passíveis de verificação, correspondem aos realizados (Tramita em conjunto com o TC 847/04-

19) ACÓRDÃO: “Vistos, relatados e discutidos estes autos, devolvidos na presente sessão pelo

Conselheiro Presidente Roberto Braguim, após determinação de Sua Excelência, na 2.828ª S.O.,

para que lhe fossem conclusos a fim de proferir voto de desempate. Naquela sessão, votaram os

Conselheiros Maurício Faria – Relator, Domingos Dissei – Revisor, Edson Simões e João

Antonio. Acordam os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, por

maioria, pelos votos dos Conselheiros Domingos Dissei – Revisor e Edson Simões, ambos com

voto proferido em separado, votando o Conselheiro Presidente Roberto Braguim para efeito de

desempate, com fundamento no artigo 14, alínea "h", da Lei Municipal 9.167/80, combinado

com o artigo 26, inciso IX, alínea "a", do Regimento Interno desta Casa, em julgar irregular a

execução do ajuste no período e valores auditados, considerando que na medição de março/2004

foram apropriados serviços não atinentes ao objeto do Contrato 118/2003 e que foram

executados por meio de subcontratação, contrariando cláusula do ajuste, sendo certo que não

foram trazidos elementos capazes de comprovar a reparação do equívoco, qual seja, o seu

estorno, na medição de abril/2004. Acordam, ademais, por maioria, pelos mesmos votos, em não

aceitar os efeitos financeiros e patrimoniais produzidos, determinando a remessa de ofício à São

Paulo Transporte S.A. – SPTrans para que adote as medidas cabíveis ao ressarcimento dos

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valores pagos na medição de março de 2004, não atinentes ao objeto da avença, devidamente

corrigidos. Vencidos os Conselheiros Maurício Faria – Relator, nos termos do relatório e voto, e

João Antonio, que julgaram regular a execução no período examinado, relevando as

impropriedades constatadas. Acordam, afinal, à unanimidade, em determinar o envio de cópia

deste Acórdão ao Ministério Público do Estado de São Paulo. Relatório englobado: Trago a

julgamento a análise do Contrato 18/2003, derivado da utilização da Ata de Registro de Preços

02/SMSP/COGEL/2003, originada da CP 017SMSP/COGEL/2003, bem como a de sua

execução contratual, TCs 847/04-19 e 2.454/04-77, respectivamente, tendo por objeto a

contratação de serviços de manutenção civil no corredor de ônibus Nove de Julho/Santo Amaro,

tendo como interessados a Sptrans e a empresa Araguaia Engenharia Ltda. Sobre o ajuste em

julgamento, os pareceres da Auditoria e da AT-Engenharia abordaram algumas infringências de

natureza formal, bem como a irregularidade relacionada à existência de vício insanável na

licitação que deu origem às Atas utilizadas, em decorrência da incompatibilidade do objeto do

contrato com o Sistema de Registro de Preços, questão esta de maior relevância, e que foi

remetida ao entendimento dos Órgãos Técnicos já consignados nos referidos autos do TC

4.628.03-46, que cuidou da análise da CP 017SMSP/COGEL/2003. Instada a se manifestar, a D.

Assessoria Jurídica de Controle Externo manifestou opinião já externada por ocasião da análise

da referida Concorrência 17/SMSP/COGEL/2002 no sentido de que os serviços contratados não

seriam habituais ou rotineiros, confrontando assim com o artigo 3º da Lei Municipal 13.278/02,

e, portanto, devendo o ajuste ser julgado irregular por acessoriedade. Com a intimação dos

interessados, foram apresentadas as defesas da Origem (fls. 333/354), do Sr. Gerson Luis

Bittencourt (fls. 355/383), do Sr. Eliel Rodrigues Martins (fls. 384/394) e da Contratada (fls.

395/410). Analisados os esclarecimentos, os Órgãos Técnicos mantiveram as conclusões iniciais

pela irregularidade. A Procuradoria da Fazenda Municipal, apropriando-se dos esclarecimentos

oferecidos pelos interessados, reiterou a ausência de irregularidade e de prejuízo ao erário nos

ajustes em exame, bem como a inexistência de dolo ou má-fé dos agentes públicos envolvidos,

propugnando pela regularidade dos contratos. Encerrando a instrução processual da análise do

contrato, a Secretaria Geral acompanhou os Órgãos Técnicos preopinantes pela irregularidade do

instrumento. Não obstante a instrução relatada, por maioria de votos, este Tribunal entendeu

diferentemente, julgando regulares a Concorrência 17/SMSP/COGEL/2002, a Ata de Registro de

Preços 003/SMSP/03 e o Contrato 10/SP-IQ/SF/2003, afastando, por consequência, as

irregularidades então anotadas, pelo que, por medida de economia, deixo de repetir cada uma

delas neste relatório. Por derradeiro, em relação ao Acompanhamento da Execução do Contrato

(TC 2.454.04-77), não obstante a irregularidade decorrente do ajuste principal, houve também

destaque para questão relacionada à medição de Março de 2004, quando foram apropriados

serviços não atinentes ao objeto do Contrato 2003/118, serviços esses executados por

subcontratação, contrariando a cláusula 12.2 do ajuste. Após a oitiva da D. Assessoria Jurídica

de Controle Externo – AJCE, foram apresentadas justificativas pelo presidente da SPTrans, à

época, Sr. Gerson Luis Bittencourt (fls. 137/231), por Eliel Rodrigues Martins (fls. 279/281) e

pela empresa Araguaia (fls. 282/286) e demais interessados. Os Órgãos Técnicos, em nova

manifestação, ratificaram os pareceres pela irregularidade da execução. A Procuradoria da

Fazenda Municipal pugnou pela sua regularidade, ou, em caso de entendimento diverso, que

fossem aceitos os efeitos financeiros e patrimoniais decorrentes. A Secretaria Geral acompanhou

os órgãos técnicos pela irregularidade da execução contratual, no período examinado de

01/05/2004 a 31/05/2004. É o Relatório. Voto englobado: Reitero o voto por mim proferido

quando do julgamento dos TCs 4.858.04-87, 4.628.03-46, 5.811.04-59 e 1.218.05-60 entendendo

serem compatíveis os serviços licitados com o sistema de registro de preços, na forma veiculada

pela Concorrência 17/SMSP/COGEL/2002, ocasião em que julguei regulares as Atas dela

decorrentes e respectivos ajustes. Esse entendimento, aliás, foi confirmado por esta Corte quando

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da apreciação do TC 4.628/03-46, julgando, em grau de recurso, regulares a Concorrência

17/SMSP/COGEL/2002, a Ata de Registro de Preços 003/SMSP/03 e o Contrato 10/SP-

IQ/SF/2003, afastando, por consequência, apontamentos então consignados pelos órgãos

técnicos, os quais, por medida de economia, deixo de pontuar neste voto. Conforme já deduzido,

não se pode afastar de forma absoluta o registro de preços para as situações de manutenção de

infraestrutura instalada, pois uma vez implantada, requer (1) a disponibilidade operacional para

sua manutenção e (2) que essas ações mantenedoras sejam pautadas segundo um plano de

gerenciamento que leve em conta os registros históricos das demandas de recuperação do

sistema instalado, parâmetros que se identificam plenamente com o Sistema de Registro de

Preços. Também não se há que argumentar que os serviços contratados deveriam ser objeto de

licitação específica, precedida de projeto de engenharia, vez que a manutenção, enquanto tal,

seguirá o projeto original já existente. Ademais, não vislumbro problemas em constar na

definição dos custos das soluções de manutenção e restauração alguns itens de serviço que,

eventualmente, se apresentem também em composições ou tabelas destinadas à contratação

de obra nova, na medida em que, se foram executados quando da implantação do

equipamento, e, se necessário for o seu refazimento ou recomposição para fins de

manutenção, esses itens deverão ser novamente utilizados para tal finalidade. O mesmo se

diga quanto aos itens remanescentes das tabelas de preços utilizadas oficialmente pela

Prefeitura de São Paulo quais sejam: Tabela de SIURB e EDIF acrescidos da taxa final

ofertada na licitação dependendo da anuência da detentora, conforme previsão em item

próprio da Ata de Registro de Preços 02/SMSP/COGEL/2003. Tais intervenções serão

sempre necessárias e previsíveis, porém, imensuráveis de antemão, pela própria característica

dos serviços de manutenção, pois, apesar da existência de um inventário e de um plano de

manutenção, têm como quantitativos e localização das intervenções fatores sempre

fundamentados em simples estimativas. Assim, sem maiores delongas, considerando que a

matéria já foi exaustivamente tratada por esta Corte, e em coerência com entendimento já

externado por mim nessas ocasiões, meu voto é pela regularidade do ajuste em exame. Por

sua vez, no que tange ao Acompanhamento parcial da Execução do Contrato 118/2003,

realizado durante o mês de maio 2004, entendo aceitáveis as justificativas apresentadas pela

Origem, anotando que não há nos autos constatação da Auditoria de que os serviços

desenvolvidos no período deixaram de ser executados, ou encontravam-se incompatíveis com

os constantes do Memorial Descritivo vinculado ao ajuste, sendo que as inconsistências

anotadas, em meu entender, remetem à própria imprevisibilidade das intervenções nos

serviços de manutenção. Por esta razão, relevo os apontamentos formalizados, anotando,

ademais, que o julgamento deve levar em consideração o fato de que o acompanhamento em

análise se deu em prazo exíguo da execução das obras, e não após sua total conclusão, o que

inviabiliza um resultado conclusivo efetivo sobre sua adequada execução como um todo. À

vista do exposto, VOTO PELA REGULARIDADE do Contrato 118/2003, bem como de sua

execução no período examinado, relevando as impropriedades anotadas. Oficie-se o

Ministério Público do Estado de São Paulo, encaminhando-se cópia da Decisão proferida, em

atenção aos ofícios encartados aos respectivos processos. (2.828 S. O.) Voto em separado

englobado proferido pelo Conselheiro Domingos Dissei: Senhor Presidente, meu voto é

em sentido contrário ao voto do Nobre Conselheiro Relator: 1. Como se infere dos autos, os

serviços contratados não se caracterizam como de utilização habitual e rotineira, para os

quais não se poderia prever o exato quantitativo a ser demandado pela Administração ou

cujas quantidades e periodicidades tivessem que ser definidas em função de necessidade

futura. 2. Na verdade, os serviços, em sua grande maioria, eram previsíveis e se enquadravam

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naqueles que exigem a execução previa de projetos de engenharia para definição qualitativa e

quantitativa para a sua contratação. 3. Como bem apontado nos pareceres dos órgãos técnicos

e especializados deste Tribunal, o objeto contratado não poderia ser considerado de utilização

frequente, nem padronizado e nem imprevisível, não reunindo, portanto, os requisitos

necessários para utilização de Ata de Registro de Preços. 4. No que diz respeito à Execução

Contratual, verificou-se que, na medição de março/2004, foram apropriados serviços não

atinentes ao objeto do Contrato 118/2003 e que foram executados por meio de

subcontratação, contrariando cláusula do ajuste, sendo certo que não foram trazidos

elementos capazes de comprovar a reparação do equívoco, qual seja, o seu estorno, na

medição de abril/2004. 5. Essas são as razões que me levam a acompanhar as manifestações

da Subsecretaria de Fiscalização e Controle, da Assessoria Jurídica de Controle Externo e da

Secretaria Geral desta Corte de Contas, que ficam incorporadas neste voto, e julgar

irregulares o Contrato 118/SPTRANS/2003, e sua Execução no período e valores auditados,

não aceitando os efeitos financeiros e patrimoniais produzidos. 6. Proponho a remessa de

ofício à Origem para que adote as medidas cabíveis ao ressarcimento dos valores pagos na

medição de março de 2004, não atinentes ao objeto do 118/2003, devidamente corrigidos.

(2.828ª S. O.) Voto em separado englobado proferido pelo Conselheiro Edson Simões:

Acompanho o voto do Conselheiro Revisor Corregedor Domingos Dissei pela irregularidade

do contrato e sua respectiva execução, em decorrência, dentre outros fatores, da total

incompatibilidade entre o objeto contratado em relação ao objeto da Ata de Registro de

Preços (ofensa ao artigo 2º da Lei Federal 8.666/93) apontada pela Auditoria, Assessoria

Jurídica e Secretaria Geral, cujos argumentos incorporo ao presente voto.24 Depois de

analisadas as justificativas apresentadas pela Origem e os argumentos de defesa, a

Subsecretaria de Fiscalização e Controle manteve a sua conclusão pela irregularidade do

Contrato em razão das seguintes infringências: a) incompatibilidade entre o objeto contratado

em relação ao objeto da Ata de Registro de Preços (ofensa ao artigo 2º da Lei Federal

8.666/93); b) ausência dos requisitos legais expressos no artigo 26 do Decreto Municipal

41.772/02, tendo em vista que os serviços contratados não são habituais e rotineiros; c)

majoração dos preços unitários pela adoção de procedimentos não previstos em contrato,

contrariando o item 3.1 da Ata de Registro de Preços; d) incompatibilidade entre os

quantitativos estimados no Edital e as previsões reais dos projetos básicos ou executivos

específicos (ofensa ao artigo 7º, § 4º da Lei Federal 8.666/93); e) ausência de autuação do

procedimento administrativo (afronta ao art. 2º do Decreto Municipal 41.772/02 e ao art. 38

da Lei Federal 8.666/93).” Salientou a Assessoria Jurídica de Controle Externo que o

contrato ora analisado resulta de Ata de Registro de Preços decorrente de procedimento

licitatório julgado irregular por este Egrégio Tribunal de Contas do Município no TC

4.628/03-46 (Relator Cons. Edson Simões), em sessão realizada em 18 de agosto de 2010,

acrescentando ainda: “A nosso ver, o registro de preços de uma série de itens sem

determinação do que seria necessário retrata má definição do objeto e compromete a

24 O Conselheiro Revisor Corregedor Domingos Dissei julgou irregulares o contrato e sua respectiva execução, com

fundamento nas seguintes razões: “Como se infere dos autos, os serviços contratados não se caracterizam como de

utilização habitual e rotineira, para os quais não se poderia prever o exato quantitativo a ser demandado pela

Administração ou cujas quantidades e periodicidades tivessem que ser definidas em função de necessidade futura.

Na verdade, os serviços, em sua grande maioria, eram previsíveis e se enquadravam naqueles que exigem a

execução previa de projetos de engenharia para definição qualitativa e quantitativa para a sua contratação. Como

bem apontado nos pareceres dos órgãos técnicos e especializados deste Tribunal, o objeto contratado não poderia

ser considerado de utilização frequente, nem padronizado e nem imprevisível, não reunindo, portanto, os requisitos

necessários para utilização de Ata de Registro de Preços.”

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regularidade do procedimento. O sistema de registro de preços não é compatível com obras e

serviços de engenharia que dependam de projeto básico específico, a exigir planejamento

individual, tal como acabou por ocorrer no presente caso, em que houve necessidade de

apresentação dos elementos técnicos imprescindíveis para o cumprimento da execução

pretendida. (...) Os argumentos apresentados nas defesas não são capazes de descaracterizar a

natureza das atividades contratadas, as quais, como demonstrado, não pertencem ao objeto da

Ata de Registro de Preços utilizada. Verifica-se, pois, a disparidade entre os objetos, em

evidente afronta aos artigos 2º e 41 da Lei Federal 8.666/93, que cristalizam a

obrigatoriedade da licitação e o princípio da vinculação ao instrumento convocatório,

aplicáveis a todos os contratos administrativos, inclusive àqueles resultantes de atas de

registros de preços. (...) Sendo assim, muito embora o objeto da ata seja excessivamente

abrangente, o que é discutível do ponto de vista de sua legalidade, restou demonstrado que o

serviço contratado não encontra respaldo na ata de registro de preços utilizada.”(fls. 430).” O

referido Acórdão foi reformado, em sede de recurso, por maioria de votos (ocasião em que o

Conselheiro Roberto Braguim manteve a decisão recorrida de Relatoria do Cons. Edson

Simões)25. A Secretaria Geral, na esteira das manifestações da Auditoria e da Assessoria

Jurídica, posicionou-se pela irregularidade do Contrato. Conforme se infere da instrução, os

serviços contratados não se caracterizam como de utilização habitual e rotineira, na forma da

legislação municipal. Nos termos do parecer da Coordenadoria V: “os serviços licitados, em

sua grande maioria, não se enquadram na categoria de serviços comuns, ou seja, aqueles que

não exigem habilitação especial para sua execução e que podem ser executados por qualquer

pessoa ou empresa, por não serem privativos de nenhuma profissão ou categoria especial.

Além disso, os serviços licitados não podem ser considerados de uso habitual ou rotineiro,

para os quais não se possa prever o exato quantitativo a ser demandado pela Administração e

cujas quantidades e periodicidades de contratação tenham que ser definidas em função de

conveniência futura da Administração. Ao contrário, esses serviços, na sua grande maioria,

são previsíveis e se enquadram naqueles para os quais a legislação pertinente exige a

execução prévia de projetos de engenharia para defini-los qualitativa e quantitativamente e,

principalmente, para a contratação dos mesmos.” Quanto a este ponto, alegaram as defesas

que o artigo 3º da Lei Municipal 13.278/02 permite a contratação de “quaisquer serviços”

pelo sistema de registro de preços e, ainda, que o indigitado dispositivo legal refere-se tão-

somente à frequência com que os serviços são contratados. Aduziram, ademais, que o fato de

serviços de engenharia demandarem prévia elaboração de projeto não descaracteriza sua

habitualidade e, portanto, não inviabiliza contratações pelo sistema de registro de preços. No

25 Em sede de recurso, a decisão recorrida foi alterada para o fim de tornar regulares a Licitação e a Ata de Registro

de Preços, por maioria de votos (Conselheiros João Antonio, Maurício Faria e Domingos Dissei), vencido o

Conselheiro Roberto Braguim que negou provimento aos recursos, mantendo o Acórdão que julgou irregulares o

certame e a Ata de Registro de Preços dela decorrente, em razão do seguinte: “Quanto à Concorrência e à Ata de

Registro de Preços, o julgamento considerou as seguintes irregularidades: 1) Os serviços licitados, em sua grande

maioria, não se enquadram na categoria de serviços comuns e não podem ser considerados de uso habitual ou

rotineiro; 2) Esses serviços, na sua grande maioria, são previsíveis e se enquadram naqueles para os quais a

legislação pertinente exige a execução prévia de projetos de engenharia para defini-los qualitativa e

quantitativamente e, principalmente, para a contratação dos mesmos; 3) A previsão de que projetos com objetos

mais específicos, que poderão exigir a utilização de todos os demais itens constantes do Anexo III (Tabelas da

Prefeitura), não são pertinentes ao sistema de registro de preços. Com relação ao contrato, decidiu-se pela sua

irregularidade, visto que em desacordo com a legislação, uma vez que os serviços nele compreendidos deveriam ter

sido objeto de licitação específica, precedida da execução e definição do projeto de engenharia e que, ainda, foi

constatada a adoção no orçamento contratual de uma verba para canteiro de obras de 1% (um por cento) dos custos

diretos, que não estava prevista no edital e não foi justificada nos autos.”

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entanto, conforme a Auditoria e a Assessoria Jurídica -que amparam os seus pareceres no

posicionamento adotado pelo Tribunal de Contas da União sobre o assunto- a correta

aplicação do instituto exige que o uso habitual e rotineiro seja qualificado pela padronização

e imprevisibilidade da necessidade de contratação, nos termos do artigo 26 do Decreto

44.279/03. “Art. 26. Poderão ser objeto de registro de preços os materiais e os serviços,

considerados de uso habitual ou rotineiro, para os quais não se possa prever o exato

quantitativo a ser demandado pela administração, em especial quando houver: I –

necessidade de contratações frequentes, ou; II – conveniência de entregas parceladas, ou; III

– necessidade de atendimento a mais de um órgão ou entidade.” O mesmo entendimento é

asseverado por Marçal Justen Filho26·: “É evidente que somente se admite a adoção do

Sistema de Registro de Preços para contratações frequentes do mesmo objeto, relacionadas a

necessidades permanentes e renováveis. A hipótese pode apresentar configurações diversas

em face de compras e de serviços. No tocante a compras, o registro de preços destina-se

àqueles casos em que o objeto adquirido é consumido ou se exaure em breve espaço de

tempo, gerando necessidade de novas aquisições. Assim se passa com alimentos,

medicamentos, vestuário, material de consumo e assim por diante. Quanto a serviços, a

hipótese apresenta contornos um pouco diversos. É que se admite a contratação de serviços

continuados por determinado período de tempo, o que significa que a necessidade

permanente da Administração não será atendida pelo registro de preços, mas por meio de

contrato de execução continuada. A solução do registro de preços, no tocante a serviços,

relaciona-se com necessidades homogêneas quanto ao objeto, mas que não possam ser

predeterminadas.” Sendo assim, uma vez que as obras contratadas não podem ser

consideradas frequentes, nem padronizadas e nem imprevisíveis, os serviços não reúnem as

condições necessárias à utilização da Ata. Com efeito, a elaboração dos projetos básicos

evidencia a previsibilidade dos serviços contratados, que, nos termos da legislação pertinente,

deveriam ter sido contratados após o regular procedimento licitatório, eis que como obras de

engenharia, não comportam padronização. Destarte, resta comprovada a irregularidade do

contrato, pela ausência das características de padronização e imprevisibilidade que

qualificam os requisitos legais referentes ao uso habitual e rotineiro. De outra parte, a

Auditoria manteve a irregularidade na alteração do valor total da planilha orçamentária

contratual de R$ 5.994.207,24 (cinco milhões, novecentos e noventa e quatro mil, duzentos e

sete reais e vinte e quatro centavos) para R$ 7.319.346,95 (sete milhões, trezentos e dezenove

mil, trezentos e quarenta e seis reais e noventa e cinco centavos), pois, no seu entendimento:

“essa alteração resultou da majoração de todos os preços contratuais pela adoção de

procedimentos não previstos no Contrato, dos quais citamos: Adoção de preços unitários da

Tabela de SIURB com data-base Janeiro/2003; Adoção de preços unitários compostos a

partir de cotações de preços junto a empresas no mercado e/ou utilizando-se de preços de

insumos e valores de mão de obra extraídos de publicações especializadas (data-base

julho/2003, principalmente).” Finalmente, constatou-se que os quantitativos estimados são

inconsistentes em relação aos projetos apresentados, conforme anotação da Auditoria à folha

284: “... os itens de serviço e seus respectivos quantitativos previstos na Ata de Registro de

Preços não guardam nenhuma relação com os itens de serviço e respectivos quantitativos

contratados, contrariando assim o § 4º do art. 7º da Lei Federal 8.666/93.” Tal assertiva foi

evidenciada pela comparação entre os itens das planilhas que dizem respeito ao contrato,

juntadas às fls. 25/33 e aquelas correspondentes à Ata de Registro de Preços, acostadas às fls.

26 (Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, p. 153)

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45/69. Merece destaque a posição adotada pela Assessoria Jurídica desta Corte à folha 291:

“No que toca aos quantitativos, também esteados na manifestação da Engenharia,

entendemos que, ainda que o Sistema de Registro de Preços admita a extrapolação da

estimativa prevista na respectiva Ata, a estimativa deve ser feita tendo em vista a demanda da

Administração, sob pena de comprometimento da economia de escala e, consequentemente,

do princípio da economicidade.” Não obstante a inexistência de vedação legal expressa com

relação à utilização da Ata de Registro de Preços existente no Município por órgãos que não

tenham manifestado interesse em participar quando da realização da licitação (os “caronas”),

o uso sem limites mostra-se prejudicial ao interesse público. Isso porque, o Sistema de

Registro de preços visa propiciar à Administração Pública maior agilidade nas contratações

em que tal procedimento se mostre vantajoso, atendendo aos princípios da eficiência e

economicidade. Ocorre que, mesmo sem garantia de que a contratação prevista seja levada a

efeito, a distorção dos quantitativos previstos acaba por aniquilar os objetivos visados por tal

procedimento. O direito de preferência no fornecimento ou prestação, conferido ao vencedor

da licitação, enseja que o proponente diligente e de boa-fé elabore proposta baseada nos

quantitativos previstos pela administração. Disto decorre, conforme pontuado pela Auditoria,

“uma das mais importantes vantagens do sistema de registro de preços, a economia de escala.

Assim, quanto maior a quantidade, menores os preços ofertados. Igualmente, grandes

alterações de quantitativos previstos revelam infringência ao princípio do planejamento,

cristalizado pela Constituição Federal, em seus artigos 165 a 169, bem como pela Lei de

Responsabilidade Fiscal (LC 101/00).” Nesse sentido, comenta o professor Marçal Justen

Filho: “O princípio da isonomia impõe que todos os potenciais interessados tomem ciência da

extensão das contratações que a Administração pretende realizar. Não é possível que uma

licitação aparentemente irrelevante, que não desperta atenção e competição entre os

empresários do setor, seja transformada em uma fonte inesgotável de contratações para o

licitante que a venceu. O princípio da economicidade acarreta vedação a licitações cuja

indeterminação de limites afugentam os empresários sérios e responsáveis. A ausência de

fixação de limites máximos representará um risco muito sério para interessados cuja

capacidade de fornecimento for restrita e delimitada.” No entanto, consoante ponderou a

Coordenadoria V, “é ainda mais grave a constatação de que a contratação em desacordo com

a Ata significa que certos serviços não se submeteram ao procedimento licitatório,

infringindo o artigo 37, inciso XXI da Constituição Federal.” Nas palavras de Maria Sylvia

Zanella Di Pietro27: “(...) a própria licitação constitui um princípio a que se vincula a

Administração Pública. Ela é uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse

público e que se constitui em uma restrição à liberdade administrativa na escolha do

contratante; a Administração terá que escolher aquele cuja proposta melhor atenda ao

interesse público”. Sendo assim, restou demonstrado que o serviço contratado não encontra

respaldo na ata de registro de preços utilizada, nem quanto aos itens, nem quanto às

quantidades contratadas, ferindo os dispositivos supramencionados. Quanto à Execução

contratual tratada no TC 2.454.04, a Subsecretaria de Fiscalização e Controle concluiu por

sua irregularidade em decorrência das seguintes constatações: 1 - Na medição de Março de

2004, foram apropriados serviços não atinentes ao objeto do Contrato 2003/118, serviços

esses executados por subcontratação, contrariando a cláusula 12.2 do ajuste. Embora a

SPTrans reconheça a incorreção apontada, não foram trazidos elementos (cópias

documentais) capazes de comprovar a alegada reparação do equívoco, qual seja, seu estorno

27 (Direito Administrativo, Ed. Atlas, 14ª Ed. p. 301)

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na medição de abril de 2004. 2- Os serviços cuja evolução física foi observada durante o mês

de Maio de 2004, para a readequação do corredor de ônibus na Avenida 9 de Julho, entre o

Túnel Daher Cutait e a Rua Groenlândia, foram referentes aos Contratos nos 2004/003 e

2004/114, não tendo sido apropriados no Contrato 2003/118, objeto da fiscalização

procedida, restando prejudicada a verificação. 3- Os serviços realizados na obra, trecho e

período referidos, são atinentes aos Contratos nos 2004/003 e 2004/114. Assim, a verificação

quanto à sua adequação às especificações do Contrato 2003/118 (ora sob julgamento), objeto

da Ordem de Serviço 6.5.4.0181/04, torna-se desprovida de sentido técnico.” A Assessoria

Jurídica de Controle Externo e a Secretaria Geral acompanharam as conclusões alcançadas

pela Subsecretaria de Fiscalização e Controle. Diante de todo o exposto, com amparo nas

manifestações unânimes da Subsecretária de Fiscalização e Controle, da Assessoria Jurídica

de Controle Externo e da Secretaria Geral, cujos fundamentos adoto como razões de decidir

JULGO IRREGULARES o Contrato 2003/118 e a respectiva Execução Contratual, deixando

de aceitar os efeitos financeiros atinentes ao período e valores auditados, uma vez que, apesar

do tempo decorrido, não há elementos nos autos ou apontamentos da Auditoria comprovando

que os serviços foram de fato realizados e pagos nos termos pactuados e, também, em razão

da ausência de documentos apresentados pela Origem capazes de comprovar o estorno na

medição de abril de 2004 dos serviços não atinentes ao objeto do Contrato 2003/118 (2.828ª

S.O.). Voto de desempate englobado proferido pelo Conselheiro Presidente Roberto

Braguim: Na Sessão Ordinária nº 2.828, foram levados a julgamento, de forma englobada,

os TCs 847/04-19 e 2.454/04-77, que tratam, respectivamente, da análise do Contrato

2003/118, firmado pela São Paulo Transporte S.A. – SPTRANS e Araguaia Engenharia

Ltda., objetivando a prestação de serviços de manutenção civil corretiva e preventiva no

corredor de ônibus Nove de Julho/Santo Amaro, no valor de R$ 5.994.207,24 (cinco milhões,

novecentos e noventa e quatro mil, duzentos e sete reais e vinte e quatro centavos) e do

Acompanhamento de sua Execução. Em tal oportunidade, verificou-se empate nos votos

prolatados, na forma que resumidamente segue. De um lado, o nobre Conselheiro Relator

Maurício Faria julgou regulares o Contrato e sua execução, por considerar que não houve

vício na Licitação que deu origem à Ata de Registro de Preços da qual decorre o presente

Ajuste, uma vez que nos autos do TC 4.628/03-46 este Tribunal já decidiu, em sede recursal,

pela regularidade da Concorrência 17/SMSP/COGEL/2002, da Ata de Registro de Preços

03/SMSP/03 e do Contrato 10/SP-IQ/SF/2003; que não há que se argumentar acerca da

realização de licitação própria e projeto prévio, pois a manutenção seguirá o projeto original;

que não há problemas em constar da tabela de custos itens de serviços que, também, são

destinados à obra nova, vez que, para a manutenção, poderá ser necessário o seu refazimento.

Na análise da execução do Ajuste, ponderou que ela se deu em curto período de tempo, o que

inviabilizaria um resultado sobre a adequada execução do todo; que são aceitáveis as

justificativas trazidas pela SPTRANS; que não há notícias de problemas quanto a ela e que as

inconsistências anotadas referem-se à imprevisibilidade das intervenções de manutenção. O

Relator foi seguido integralmente pelo Conselheiro João Antonio. O Conselheiro Domingos

Dissei, Revisor, julgou irregular a contratação, pois entendeu, entre outras infringências, que

os serviços contratados não se caracterizam como de utilização habitual e rotineira e que, na

sua maioria, eram previsíveis e exigiam execução de projetos de engenharia para sua

contratação, razão pela qual não reuniam requisitos para a utilização da Ata. Também

considerou irregular a execução contratual, deixando de aceitar seus efeitos financeiros, pois

se constatou a apropriação de serviços estranhos ao Contrato e realizados por subcontratação,

e a falta de comprovação da reparação do equívoco. Tais conclusões foram encampadas e

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reforçadas pelo Conselheiro Edson Simões. Diante do empate anunciado, nos termos do

Regimento Interno desta Corte, necessária se faz a intervenção do Presidente para proferir o

voto de desempate, o que agora faço. Inicio por sublinhar, resgatando informações constantes

dos debates, que a Ata de Registro de Preços 02/SMSP/COGEL/2003, suporte do Contrato

2003/118, foi foco do TC 4.628/03-46, no amago do qual resultou acolhida, o que torna

defeso novo debate sobre ela, especialmente no que pertine à possibilidade de sua utilização

nas hipóteses de serviços de engenharia. Desse modo, esse tema não encontra mais espaço

para questionamento nestes autos. Sendo assim, o que se impõe, agora em sede de desempate,

é perquirir em primeiro lugar se a descrição do objeto do contrato se amolda ao que foi

registrado. Com esse referencial e levando em linha de conta as manifestações técnicas

constantes dos autos e as que colacionei junto a minha Assessoria, estou convencido de que a

resposta apresenta-se negativa. Efetivamente, como decorre dos autos, o objeto ajustado

cuida de obra plenamente definida e quantificada para a remodelação do corredor de ônibus

Nove de Julho/Santo Amaro, no trecho entre o Túnel Daher E. Cutait e a Rua Groelândia,

numa extensão de 1.970,95m com o fito de transformar dito corredor em um chamado “Passa

Rápido”. Tal objeto não se coaduna com os termos da ARP da qual deriva, uma vez que esta

previa, de modo específico, a realização de serviços de manutenção, reparação corretiva e

preventiva, adaptações e renovação de forma a retomar as condições de quando foi

construído. E, como bem apontado pelos Técnicos Especializados dessa Corte as

intervenções efetivadas não se caracterizam como medidas de conservação ou reparos, nem

de complementação, mas sim, trata-se de obra nova que, inclusive, necessitaria de prévia

elaboração de projeto básico específico, com quantificações precisas e indispensáveis, razão

pela qual, entendo que houve a desvinculação do objeto contratado em relação ao

Instrumento que lhe deu origem, contrariando o artigo 3º28 da Lei 8.666/93, e sem

observância dos ditames do parágrafo 2º29 do artigo 7º do mesmo diploma. Pelos mesmos

motivos os itens de serviços e quantitativos contratados não guardam relação com os

previstos na Ata de Registro de Preços, afrontando o parágrafo 4º30 do artigo 7º da Lei de

Licitações. Afora este obstáculo de cunho prejudicial, outras irregularidades foram anotadas

nos autos. Nesse âmbito, constatou-se que a tabela orçamentária de fls. 175/182 não atendeu

o estabelecido no item 3.1 da ARP, que veda o reajustamento dos preços antes de completar

1 (um) ano de sua vigência, além de ter nela incluídos itens não previstos, tendo como

consequência a majoração do valor total da planilha de R$ 5.994.207,24 (cinco milhões,

novecentos e noventa e quatro mil, duzentos e sete reais e vinte e quatro centavos) para R$

28 Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da

proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será

processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da

moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,

do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 29 Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo

e, em particular, à seguinte sequência: I - projeto básico; II - projeto executivo; III - execução das obras e serviços.

... § 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: I - houver projeto básico aprovado pela

autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório; II - existir

orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; III - houver

previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a

serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; IV - o produto dela

esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição

Federal, quando for o caso. 30 § 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de

quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

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7.319.346,95 (sete milhões, trezentos e dezenove mil, trezentos e quarenta e seis reais e

noventa e cinco centavos. E, por fim, matéria que é constantemente debatida nesta E. Corte e

foi apontada pela SFC, conforme mencionou o Conselheiro Edson Simões em seu Voto, é a

falta de autuação de Processo Administrativo. Sobre esse tema já tive a oportunidade de me

posicionar diversas vezes, no sentido de que o Procedimento Licitatório inicia-se com a

abertura de processo administrativo autuado, protocolado e numerado, assim, a inexistência

do processo nestas condições implica a irregularidade do Ajuste por afronta ao artigo 3831,

caput, da Lei 8.666/93, não fugindo à regra as empresas integrantes da Administração

Indireta, que jamais poderão tomar em caráter absoluto sua personalidade privada, visto que a

Lei Municipal 13.278/02, em seu artigo 1º, parágrafo único32, subordina, dentre outros, as

Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista ao cumprimento da Lei Federal de

Licitações. Volto-me agora ao enfrentamento da questão examinada no TC 2.454/04-77 (item

II), nesse âmbito como bem observou a Assessoria Jurídica de Controle Externo em seu

parecer de fls. 120/125, os problemas verificados por ocasião da Licitação e Contratação

geraram reflexos, também, na execução do Ajuste, notadamente no que atine aos contornos

do objeto e quantitativos, que não restaram devidamente delineados. Com efeito, apontam os

Auditores que, além da utilização da subcontratação – o que é vedado, por força da cláusula

12.2 do Contrato, a SPTRANS, em março de 2004, acabou por autorizar a realização de

serviços que não se encontravam no escopo do Ajuste. Tal equívoco foi reconhecido pela

SPTRANS, afirmando que houve a reparação da falha em abril de 2004, porém, não

apresentou qualquer documento que comprove que, de fato, isso tenha ocorrido. Outrossim,

não obstante a constatação de que houve evolução física dos serviços no mês de Maio de

2004, certo é que não há documentação de suporte pela qual se possa checar se o Contrato foi

fielmente executado e seus quantitativos, isto é, não há elementos que fundamentem a

medição dos serviços prestados. O controle deficiente dos serviços executados parece-me que

potencializa eventual perda de recursos destinados aos fins contratuais, gerando danos ao

Erário, ainda que não se possa quantificar a extensão do prejuízo. Por isso, também deixo de

aceitar os efeitos financeiros decorrentes. Diante do exposto, filio-me à posição adotada pelos

Conselheiros Revisor Domingos Dissei e Edson Simões em ambos os TCs em julgamento,

por entender que, tanto o Contrato 2003/118 como a sua Execução não reúnem condições de

acolhimento. Proclamação do resultado: Por terem sido relatados englobadamente os TC’s

acima mencionados, impende proclamar os respectivos resultados: No TC 847/04-19: o

Tribunal decidiu, por maioria, com voto de desempate do Presidente, julgar irregular o

Contrato 2003/118; No TC 2.454/04-77: o Tribunal decidiu, por maioria, com voto de

desempate do Presidente, julgar irregular a Execução do Contrato 2003/118, no período

analisado, deixando de aceitar os efeitos decorrentes. Participaram do julgamento os

Conselheiros Maurício Faria – Relator, Edson Simões e João Antonio. Presente o Procurador

Chefe da Fazenda Guilherme Bueno de Camargo. Plenário Conselheiro Paulo Planet

Buarque, 23 de setembro de 2015. a) Roberto Braguim – Presidente, com voto; a) Domingos

Dissei – Conselheiro Revisor prolator do voto da corrente vencedora, designado para redigir

31 Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente

autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso

próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente: ... 32 Art. 1º - As licitações e os contratos administrativos, no âmbito do Município de São Paulo, sujeitar-se-ão à

legislação federal e às normas específicas desta lei. Parágrafo único - Subordinam-se ao regime desta lei os órgãos

da administração municipal direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,

as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta e ou indiretamente pelo Município.

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o Acórdão, nos termos do § 7º do artigo 136 do Regimento Interno desta Corte.”

Continuando, os Conselheiros requereram ao Egrégio Plenário, nos termos do artigo 172,

inciso III, combinado com o artigo 182, ambos do Regimento Interno desta Corte, adiamento

do prazo para devolver os processos remanescentes da pauta de reinclusão, o que foi

deferido. Prosseguindo, o Conselheiro Presidente concedeu a palavra aos Senhores

Conselheiros, bem como à Procuradoria da Fazenda Municipal para as considerações finais.

Por derradeiro, o Presidente convocou os Senhores Conselheiros para a Sessão Ordinária

2.832ª, bem como para Sessões de Primeira e Segunda Câmaras a realizarem-se no próximo

dia 30 de setembro, quarta-feira, às 9h30. Nada mais havendo a tratar, às 13 horas, o

Presidente encerrou a sessão, da qual foi lavrada a presente ata, que vai subscrita por mim,

Roseli de Morais Chaves, _________________________, Secretária Geral “ad hoc”, e

assinada pelo Presidente, pelos Conselheiros, pelo Procurador Chefe da Fazenda e pelo

Procurador. São Paulo, 23 de setembro de 2015.

_______________________________

ROBERTO BRAGUIM

Presidente

___________________________ ___________________________

EDSON SIMÕES DOMINGOS DISSEI

Vice-Presidente Corregedor

___________________________ ____________________________

MAURÍCIO FARIA JOÃO ANTONIO

Conselheiro Conselheiro

___________________________________

GUILHERME BUENO DE CAMARGO

Procurador Chefe da Fazenda

____________________________________________

FERNANDO HENRIQUE MINCHILLO CONDE

Procurador

TRIBUNAL DE CONTAS DO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

ISO 9001

Cód - 042 (Versão 02)

58

LSR/amc/mfc/smvo/hc ATA DA 2.831ª SESSÃO

(ORDINÁRIA)