tribuna liberal domingo | 16 de dezembro | 2012 tribuna ... filegeraldo de almeida, com 59 anos...

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TRIBUNA LIBERAL DOMINGO | 16 DE DEZEMBRO | 2012 | 09 História da Família Biondo Maximo Biondo, neto de Giuseppe Biondo José Biondo com a mãe Rosa, na Praça da República Autor do Texto FLáVIO BIONDO Administrador de Empresas e Colaborador da Associação Pró-Memória FOTOS: ASSOCIAçãO PRó-MEMóRIA/SUMARé FALECIMENTOS Tribuna Memória ASSOCIAÇÃO PRÓ-MEMÓRIA DE SUMARÉ Temos um acervo de aproximadamente 200.000 documentos e 40.000 fotos. Se tiver interesse em preservar as fotos de sua família ou publicá-las, dirija-se ao Centro de Memória. Estudantes, professores, pesquisadores e população em geral são sempre bem-vindos. A Associação Pró-Memória é uma entidade particular, sem fins lucrativos. Se você quiser ajudá-la a se manter ou ampliar suas atividades, torne-se um sócio. Custa R$ 20,00 por mês. Por conta disso, você recebe um DVD com todo material publicado no mês pela imprensa local e um filme original de Sumaré. Endereços: Praça da República 102 – Centro –E-mail [email protected] - Fones: 3803.3016 / 3883.8829 DE 2 A 9 DE DEZEMBRO DE 2012 Dia 02 de Dezembro de 2012. Antonio Ferreira Neves, com 78 anos Victor M. de Oliveira Vidal, com 02 anos Laudir Taroco, com 70 anos Aparecido Martins, com 76 anos Conceição Ap. Simão Sebastião, com 46 anos Geraldo de Almeida, com 59 anos Airton P. de Almeida Filho, com 43 anos Antonio Umbelino da Silva, c om 59 anos Dia 03 de Dezembro de 2012. Alminda Souza Flávio, com 79 anos Lourival Vieira da Silva, com 71 anos Aparecido Ferreira de Souza, com 46 anos Edson Ferreira Garcia, com 55 anos David Lucas da Silva, com 18 dias Dia 04 de Dezembro de 2012. Alonso Alexandre de Amorim, com 54 anos Leonardo Martins Caetano, com 80 anos Alfredo Stumm, com 89 anos Rosa de Fátima F. da Silva, com 58 anos João Batista da Costa, com 65 anos Rosana Pereira da Silva, com 82 anos Nati Morto de Ana Paula F. Alves, com 0 anos Gezo Lemes Ferreira, com 44 anos Dia 05 de Dezembro de 2012. Petrucio Nogueira de Lima, com 68 anos Wintler Thauan L. Silva, com 22 anos Alice da Silva Teixeira, com 76 anos João B. Marques, com 58 anos Luiz Antonio de Souza, com 57 anos Antonio A. Paula Penteado, com 39 anos Dia 06 de Dezembro de 2012. Antonio M. dos Santos, com 83 anos Leandro Cardoso da Silva, com 28 anos Tereza Niconchuk, com 60 anos Dia 08 de Dezembro de 2012. Benedita Rosa, com 66 anos Dia 09 de Dezembro de 2012. Anative Sateli Rodrigues, com 66 anos Dorival Menuzzo, com 74 anos Colaboração: Cemitério da Saudade de Sumaré Festa da Família Biondo Reuniu 460 pessoas Aconteceu no último dia 8 de dezembro, na sede social do Clube Recreativo Sumaré, a festa de confraternização da Fa- mília Biondo, que comemorou os 125 anos de sua chegada ao Brasil. 460 pessoas estiveram presentes ao jantar, que foi abrilhantado pelo cantor ítalo-brasileiro Tony de Angelis. Um grande painel fotográfico da família mostrou sua presença centenária na cidade na entrada do salão. A comissão organi- zadora promete repetir os encontros. F OSSALTA DI PIAVE é uma pequena comunidade lo- calizada no norte da Itália, com nove quilômetros quadrados de extensão e uma população atual de quatro mil habitantes. Seus municípios limítrofes são: MEOLO – SÃO DONAH DI PIAVE – NOVANTA DI PIAVE – ZENSON DI PIAVE – MONASTIER DE TRE- VISO E MUSILE DI PIAVE. Está localizada na região do Vêneto, Distrito de São Donah di Piave, Província de Veneza, cuja capital é Treviso. O significado de “FOSSALTA” é um vale, um canal e PIAVE é o nome de um grande rio que cir- cunda a região de Treviso. As pes- soas que nascem em FOSSALTA DI PIAVE são chamadas de FOS- SALTINI. O Santo Patrono é “San- to Fortunato” que é celebrado no primeiro domingo de Agosto. A família Biondo é originaria deste local. Foi exatamente em 1887 que eles decidiram emigrar para o Brasil. Os motivos que os levaram o tomar esta decisão contaremos a seguir. A família Biondo era muito bem estruturada econômica e financeiramente e seus negócios estavam ligados a pecuária, mar- cenaria e mercearia de secos e molhados. Em setembro de 1882 houve uma grande inundação na região de Vêneto e as devas- tações foram de grandes pro- porções. 56 mil hectares ficaram alagados, atingindo 25 comuni- dades e trinta e oito mil habitan- tes perderam quase todos os seus pertences. Foi um caos total. E como muitos da região a família Biondo também perderam quase todos os seus bens. Entretanto a família Biondo dentro de seus ramos de ativida- des como medida de precaução fazia seguros de seus bens, com o intuito de minimizar a exposi- ção dos riscos inerentes aos seus negócios. Quando eles se dirigiram à Companhia Seguradora para re- ceber o seguro, a mesma infor- mou que a apólice contratada não cobria aquele tipo de dano e ai foi um alvoroço total. Uns diziam que eles tinham direito a indenização e outros diziam que não, até que foram orientados a procurar um advogado para sa- ber de seus direitos. O advoga- do na época (que não sabemos o nome) disse que eles teriam sim o direito de receber o valor do seguro contratado, mas que para se valer desse direito deveriam buscá-lo através da Justiça. E as- sim fizeram. Mas como sabemos, toda demanda processual requer dispêndios com custas processu- ais, honorários advocatícios, ta- xas, etc. Resumindo a historia, o processo até chegar a ultima ins- tancia demorou cerca de 4 anos e o resultado foi negativo para a família Biondo. Aí além das cus- tas processuais e os honorários do advogado contratado, tiveram que pagar custas e honorários advocatícios para a parte contrá- ria. Aí veio a desilusão. Para hon- rar os gastos tiveram que vender aquilo que lhes restaram e eles fi- caram praticamente com a roupa do corpo. (Uma frase dita por eles (UMA MANO DAVANTI N´ATRA IN DIETRO - “Uma mão pra fren- te e a outra pra trás”). Carlo Bion- do que era chefe da família, após a desilusão total com a perda da causa na justiça, deixou uma re- comendação para os seus filhos e netos para que jamais contratas- sem o serviço de um advogado. Dentro daquele marasmo to- tal, ficaram sabendo que o Bra- sil estava abrindo os seus portos para receber imigrantes para trabalhar na lavoura de café, e como estavam totalmente abala- dos e desiludidos com o que lhes acontecera decidiram vir para o Brasil. Embarcaram no porto de Gênova na Itália e após 33 dias de vapor desembarcaram no por- to de Santos no dia 2 de dezem- bro de 1887. O nome do navio era “BASTIMENTO CANTON”. Do porto de Santos foram leva- dos de trem até a Hospedaria dos Imigrantes, que está localizada no Bairro do Brás em São Paulo e ali permaneceram por cerca de 10 dias até saber para onde eles seriam encaminhados. Foram contratados para traba- lhar na Fazenda Santa Genebra, que fica na cidade de Campinas. Como eram pessoas que tinham experiências em negócios, foram contratados para administrar a fazenda de café e ali permane- ceram de dezembro de 1887 até meados de 1916, ou seja, 29 anos. Era uma família de 20 pessoas en- tre pais, filhos, noras e netos. O chefe da família era Carlo Biondo, casado com Maria Bion- do. Os filhos eram: Giuseppe Biondo casado com Margherita Sconparin (ambos estão sepulta- dos no cemitério da Saudade em Sumaré) e Pietro Biondo casado com Maria Zaramella (não sa- bemos onde foram sepultados). Os netos de Carlo Biondo eram: Antônio, Cesar, Giulio, Amália, Amélia, Atílio, Leonilda, Estela, Marieta, Giovanni, Francesco, Rosa, Brígida e Rosina que eram filhos de Giuseppe e Pietro. Outros fatos que podemos re- latar foi que César Biondo era casado com Maria Burato, Estela Biondo era casada com Isaías Bu- rato, Amália Biondo era casada com Pedro Santolin, Atílio Bion- do era casado com Rosa Mas- saiolli e que Marieta Biondo era casada com Caetano Bellini. Os demais também eram casa- dos, mas não sabemos que eram seus cônjuges. Giuseppe e Pietro Biondo eram cantores de ópera de mú- sica sacra e freqüentavam a igreja de Santo Antonio, na ci- dade de Padova, na região de Treviso. Eles eram membros do coral daquela igreja. Durante esse período (1887 a 1916) uma parte ficou na região de Sumaré e Campinas, outros ru- maram para cidade de São Paulo, outras para região de Jaboticabal e Santa Bárbara D´Oeste. Em 1916, Giuseppe Bion- do com os filhos Cesar e Atílio comprou uma gleba de terra na Candelária, região do Cruzeiro no Município de Sumaré – SP e aí fixaram suas residências. No primeiro ano a lavoura foi um fracasso, mas no ano seguinte foi um sucesso. Giuseppe dizia para os filhos que se no próximo ano a lavoura fosse bem sucedida, como acontecera em 1917, ele voltaria para a Itália para visitar sua irmã que morava na cidade de Módena. Mas numa manhã de 1918, quando o mesmo esta- va ordenhando leite, sofreu um infarto fulminante e aí encerrava sua passagem por este mundo. Sua Esposa Margherita Sconpa- rin viveria mais dois anos e fale- ceria em 1920. Como podemos observar, esses fatos mostram a principio uma tristeza profunda, onde perde- ram todos os seus bens e desilu- didos decidiram deixar o seu país de origem sem amparo de seus governantes e ao mesmo tempo um exemplo de superação em terras longínquas onde venceram a batalha com seu trabalho. Na- quela época não havia bolsa-es- cola, bolsa- família, bolsa-jegue, etc. O que havia era muita fé em DEUS, fibra, brio, dignidade e ho- nestidade. Esses fatos que ora relatamos aqui foram contados pelos nos- sos pais, tios, avós e bisavós e que agora deixamos registrados para todos os descendentes da família e para a cidade. Desejamos que esta história se mantivesse viva na mente das gerações futuras. (ver ao lado – Memória Fotográfica com fotos da família Biondo)

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tribuna liberaldomingo | 16 dE dEZEmBRo | 2012 | 09

História da Família Biondo

Maximo Biondo, neto de Giuseppe Biondo

José Biondo com a mãe Rosa, na Praça da República

Autor do TextoFlávio Biondo

Administrador de Empresas e Colaborador da Associação

Pró-Memória

Fotos: associação pró-memória/sumaré

FAlECiMEnToS

tribuna Memória

ASSoCiAÇÃo PRÓ-MEMÓRiA dE SUMARÉtemos um acervo de aproximadamente 200.000 documentos e 40.000 fotos. se tiver interesse em preservar as fotos de sua família ou publicá-las, dirija-se ao Centro de memória. Estudantes, professores, pesquisadores e

população em geral são sempre bem-vindos. A Associação Pró-memória é uma entidade particular, sem fins lucrativos. se você quiser ajudá-la a se manter ou ampliar suas atividades, torne-se um sócio. Custa R$ 20,00 por mês.

Por conta disso, você recebe um dVd com todo material publicado no mês pela imprensa local e um filme original de sumaré.

endereços: praça da república 102 – centro –e-mail [email protected] - Fones: 3803.3016 / 3883.8829

De 2 A 9 De DezemBro De 2012

Dia 02 de Dezembro de 2012.

Antonio Ferreira Neves, com 78 anos

Victor M. de Oliveira Vidal, com 02 anos

Laudir Taroco, com 70 anosAparecido Martins, com 76 anosConceição Ap. Simão Sebastião,

com 46 anosGeraldo de Almeida, com 59 anos

Airton P. de Almeida Filho, com 43 anos

Antonio Umbelino da Silva, com 59 anos

Dia 03 de Dezembro de 2012.

Alminda Souza Flávio, com 79 anos

Lourival Vieira da Silva, com 71 anos

Aparecido Ferreira de Souza, com 46 anos

Edson Ferreira Garcia, com 55 anos

David Lucas da Silva, com 18 dias

Dia 04 de Dezembro de 2012.Alonso Alexandre de Amorim, com

54 anosLeonardo Martins Caetano,

com 80 anosAlfredo Stumm, com 89 anos

Rosa de Fátima F. da Silva, com 58 anos

João Batista da Costa, com 65 anos

Rosana Pereira da Silva, com 82 anos

Nati Morto de Ana Paula F. Alves, com 0 anos

Gezo Lemes Ferreira, com 44 anos

Dia 05 de Dezembro de 2012.Petrucio Nogueira de Lima,

com 68 anosWintler Thauan L. Silva,

com 22 anosAlice da Silva Teixeira,

com 76 anosJoão B. Marques, com 58 anos

Luiz Antonio de Souza, com 57 anos

Antonio A. Paula Penteado, com 39 anos

Dia 06 de Dezembro de 2012.

Antonio M. dos Santos, com 83 anos

Leandro Cardoso da Silva, com 28 anos

Tereza Niconchuk, com 60 anos

Dia 08 de Dezembro de 2012.

Benedita Rosa, com 66 anos

Dia 09 de Dezembro de 2012.

Anative Sateli Rodrigues, com 66 anos

Dorival Menuzzo, com 74 anos

Colaboração: Cemitério da Saudade de Sumaré

Festa da Família Biondo Reuniu 460 pessoas

Aconteceu no último dia 8 de dezembro, na sede social do

Clube Recreativo Sumaré, a festa de confraternização da Fa-

mília Biondo, que comemorou os 125 anos de sua chegada

ao Brasil. 460 pessoas estiveram presentes ao jantar, que foi

abrilhantado pelo cantor ítalo-brasileiro Tony de Angelis. Um

grande painel fotográfico da família mostrou sua presença

centenária na cidade na entrada do salão. A comissão organi-

zadora promete repetir os encontros.

FOSSALTA DI PIAVE é uma pequena comunidade lo-calizada no norte da Itália,

com nove quilômetros quadrados de extensão e uma população atual de quatro mil habitantes. Seus municípios limítrofes são: MEOLO – SÃO DONAH DI PIAVE – NOVANTA DI PIAVE – ZENSON DI PIAVE – MONASTIER DE TRE-VISO E MUSILE DI PIAVE. Está localizada na região do Vêneto, Distrito de São Donah di Piave, Província de Veneza, cuja capital é Treviso.

O significado de “FOSSALTA” é um vale, um canal e PIAVE é o nome de um grande rio que cir-cunda a região de Treviso. As pes-soas que nascem em FOSSALTA DI PIAVE são chamadas de FOS-SALTINI. O Santo Patrono é “San-to Fortunato” que é celebrado no primeiro domingo de Agosto.

A família Biondo é originaria deste local. Foi exatamente em 1887 que eles decidiram emigrar para o Brasil. Os motivos que os levaram o tomar esta decisão contaremos a seguir.

A família Biondo era muito bem estruturada econômica e financeiramente e seus negócios estavam ligados a pecuária, mar-cenaria e mercearia de secos e molhados. Em setembro de 1882 houve uma grande inundação na região de Vêneto e as devas-tações foram de grandes pro-porções. 56 mil hectares ficaram alagados, atingindo 25 comuni-dades e trinta e oito mil habitan-tes perderam quase todos os seus pertences. Foi um caos total. E como muitos da região a família Biondo também perderam quase todos os seus bens.

Entretanto a família Biondo dentro de seus ramos de ativida-des como medida de precaução fazia seguros de seus bens, com o intuito de minimizar a exposi-ção dos riscos inerentes aos seus negócios.

Quando eles se dirigiram à Companhia Seguradora para re-ceber o seguro, a mesma infor-mou que a apólice contratada não cobria aquele tipo de dano e ai foi um alvoroço total. Uns diziam que eles tinham direito a indenização e outros diziam que não, até que foram orientados a procurar um advogado para sa-ber de seus direitos. O advoga-do na época (que não sabemos o nome) disse que eles teriam sim o direito de receber o valor do seguro contratado, mas que para se valer desse direito deveriam buscá-lo através da Justiça. E as-sim fizeram. Mas como sabemos, toda demanda processual requer

dispêndios com custas processu-ais, honorários advocatícios, ta-xas, etc. Resumindo a historia, o processo até chegar a ultima ins-tancia demorou cerca de 4 anos e o resultado foi negativo para a família Biondo. Aí além das cus-tas processuais e os honorários do advogado contratado, tiveram que pagar custas e honorários advocatícios para a parte contrá-ria. Aí veio a desilusão. Para hon-rar os gastos tiveram que vender aquilo que lhes restaram e eles fi-caram praticamente com a roupa do corpo. (Uma frase dita por eles (UMA MANO DAVANTI N´ATRA IN DIETRO - “Uma mão pra fren-te e a outra pra trás”). Carlo Bion-do que era chefe da família, após a desilusão total com a perda da causa na justiça, deixou uma re-comendação para os seus filhos e netos para que jamais contratas-sem o serviço de um advogado.

Dentro daquele marasmo to-tal, ficaram sabendo que o Bra-sil estava abrindo os seus portos para receber imigrantes para trabalhar na lavoura de café, e como estavam totalmente abala-dos e desiludidos com o que lhes acontecera decidiram vir para o Brasil. Embarcaram no porto de Gênova na Itália e após 33 dias de vapor desembarcaram no por-to de Santos no dia 2 de dezem-bro de 1887. O nome do navio era “BASTIMENTO CANTON”. Do porto de Santos foram leva-dos de trem até a Hospedaria dos Imigrantes, que está localizada no Bairro do Brás em São Paulo e ali permaneceram por cerca de 10 dias até saber para onde eles seriam encaminhados.

Foram contratados para traba-lhar na Fazenda Santa Genebra, que fica na cidade de Campinas. Como eram pessoas que tinham experiências em negócios, foram contratados para administrar a fazenda de café e ali permane-ceram de dezembro de 1887 até meados de 1916, ou seja, 29 anos. Era uma família de 20 pessoas en-tre pais, filhos, noras e netos.

O chefe da família era Carlo Biondo, casado com Maria Bion-do. Os filhos eram: Giuseppe Biondo casado com Margherita Sconparin (ambos estão sepulta-dos no cemitério da Saudade em Sumaré) e Pietro Biondo casado com Maria Zaramella (não sa-bemos onde foram sepultados). Os netos de Carlo Biondo eram: Antônio, Cesar, Giulio, Amália, Amélia, Atílio, Leonilda, Estela, Marieta, Giovanni, Francesco, Rosa, Brígida e Rosina que eram filhos de Giuseppe e Pietro.

Outros fatos que podemos re-

latar foi que César Biondo era casado com Maria Burato, Estela Biondo era casada com Isaías Bu-rato, Amália Biondo era casada com Pedro Santolin, Atílio Bion-do era casado com Rosa Mas-saiolli e que Marieta Biondo era casada com Caetano Bellini.

Os demais também eram casa-dos, mas não sabemos que eram seus cônjuges.

Giuseppe e Pietro Biondo eram cantores de ópera de mú-sica sacra e freqüentavam a igreja de Santo Antonio, na ci-dade de Padova, na região de Treviso. Eles eram membros do coral daquela igreja.

Durante esse período (1887 a

1916) uma parte ficou na região de Sumaré e Campinas, outros ru-maram para cidade de São Paulo, outras para região de Jaboticabal e Santa Bárbara D´Oeste.

Em 1916, Giuseppe Bion-do com os filhos Cesar e Atílio comprou uma gleba de terra na Candelária, região do Cruzeiro no Município de Sumaré – SP e aí fixaram suas residências. No primeiro ano a lavoura foi um fracasso, mas no ano seguinte foi um sucesso. Giuseppe dizia para os filhos que se no próximo ano a lavoura fosse bem sucedida, como acontecera em 1917, ele voltaria para a Itália para visitar sua irmã que morava na cidade

de Módena. Mas numa manhã de 1918, quando o mesmo esta-va ordenhando leite, sofreu um infarto fulminante e aí encerrava sua passagem por este mundo. Sua Esposa Margherita Sconpa-rin viveria mais dois anos e fale-ceria em 1920.

Como podemos observar, esses fatos mostram a principio uma tristeza profunda, onde perde-ram todos os seus bens e desilu-didos decidiram deixar o seu país de origem sem amparo de seus governantes e ao mesmo tempo um exemplo de superação em terras longínquas onde venceram a batalha com seu trabalho. Na-quela época não havia bolsa-es-cola, bolsa- família, bolsa-jegue, etc. O que havia era muita fé em DEUS, fibra, brio, dignidade e ho-nestidade.

Esses fatos que ora relatamos aqui foram contados pelos nos-sos pais, tios, avós e bisavós e que agora deixamos registrados para todos os descendentes da família e para a cidade. Desejamos que esta história se mantivesse viva na mente das gerações futuras.

(ver ao lado – Memória Fotográfica com fotos da

família Biondo)