trendline [mag] ed 007
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Café para quem gosta de café. E mais: entrevista com o Dj Fran Bortolossi, especial sobre profissões antigas, coluna do Impedimento e outras grandes matérias.TRANSCRIPT
O cafédo gourmet
Movimento que propõe a
degustação de sabores sofisticados
chega ao mercado do café,
trazendo consigo um novo
padrão para o consumidor.
Entrevista
Fran Bortolossi
Turismo
República Dominicana
Gastronomia
Estação Café Blauth
E mais:
Moda
Pensando no verão
Economia
O consumo salva?
Especial
Profissões antigas
ANO 02
EDIÇÃO 07
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
VENDA PROIBIDA
tecnologia para a saúde,
diagnósticos para a vida.
O CVD de Bento Gonçalves
agora conta com a tecnologia de
tomografia multislice, serviço
que permite um trabalho de
diagnóstico com imagens de
altíssima resolução.
É o CVD investindo para que você
sempre obtenha resultados mais
claros e precisos.
Rua Saldanha Marinho, 545 - Centro
Bento Gonçalves - RS - Serra Gaúcha
Fone (54) 3052 0606
Estacionamento gratuito para clientes.
a c e s s e
w w w . c v d . m e d . b r
(54) 3052 0606 (54) 3242 7626 (54) 3441 1229Bento Gonçalves | Nova Prata | Veranópolis
RESSONÂNCIA MAGNÉTICATOMOGRAFIA MULTISLICEMAMOGRAFIA DIGITALULTRASSONOGRAFIAECOCARDIOGRAFIAECOGRAFIA 4D
RESPONSÁVEL TÉCNICO MD. MARCELO GUTH - CRM 20864
tecnologia para a saúde,
diagnósticos para a vida.
O CVD de Bento Gonçalves
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tomografia multislice, serviço
que permite um trabalho de
diagnóstico com imagens de
altíssima resolução.
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RESPONSÁVEL TÉCNICO MD. MARCELO GUTH - CRM 20864
ContemporâneaRua Henry Hugo Dreher, 214 - PlanaltoBento Gonçalves - RS - Brasil(54) 3454-3333 | [email protected]
ContemporâneaRua Henry Hugo Dreher, 214 - PlanaltoBento Gonçalves - RS - Brasil(54) 3454-3333 | [email protected]
40O CERVEJEIRO / BEER CLUB
Estilos de cerveja
42CONFRARIA / CHECK THIS BOOZE
O que bebem nossos leitores?
44TURISMO / GO THERE
Punta Cana
48 ESTILO / DRESS UP
O que contam as semanas de moda
36GASTRONOMIA / GOOD FOOD
Estação Café Blauth
56 SOCIAL / SCENE
A nova Sala
56IMPEDIMENTO / TOCO Y ME VOY
Os corvos do Boedo
62TELEFONE VERMELHO / CRT
Mais perdido que surdo em jogo de bingo
54 EM FORMA / GOOD LIVING
Você não come carne?
52 CULTURA / COOLT
Elis é um dom, uma certa magia...
18 ENTREVISTA / TALK
Fran Bortolossi
24 COMUNICAÇÃO E MKT / MEDIA
Você tem e-mail?
Compra, compra, compra...22 ECONOMIA / MONEY
ESPECIAL / PROFISSÕES ESQUECIDAS
Rodrigo Sfreddo, o Cuteleiro32
26 CAPA / HEADLINE
Café bom é bom.
Nessa edição
Fale conosco:54 3052 [email protected]
Atendimento telefônico: 54 3052 0433 | 54 9188 3815
Para anunciar: [email protected]
Opiniões e sugestões de pauta: [email protected]
Endereço:
Rua Marechal Deodoro, 230, Sala 1404 - Centro
Bento Gonçalves - RS - 95700-000 - Serra Gaúcha
Acompanhe a TL[mag] nas redes sociais:
twitter.com/trendlinemagfacebook.com/tlmag
FOTO SAMUEL RAMOS
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36GASTRONOMIA / GOOD FOOD
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Os corvos do Boedo
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Fran Bortolossi
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ESPECIAL / PROFISSÕES ESQUECIDAS
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FOTO SAMUEL RAMOS
EditorialCasa nova, vida nova, é o que se costuma dizer quando
mudamos o endereço. Pois cá
estamos instalados, em um
novíssimo escritório, na cidade em
que a Trendline nasceu e que tão
bem tem nos acolhido no decorrer
desses quase dois
anos.
A mudança para
Bento Gonçalves
faz parte do nosso
plano de negócios.
Marca, também, uma evolução
n a t u r a l d a T r e n d l i n e ,
empreendimento que nasceu no
pequeno quarto dos fundos do meu
apartamento.
A e s c o l h a p o r B e n t o t r a z
justificativas econômicas (a cidade
cresce no ritmo da região),
logísticas (fica na porção central da
Serra Gaúcha e pertinho de Porto
Alegre) e também pessoais: é uma
cidade que gostamos e que nos
recebe, sempre, com um carinho
especial.
O crescimento e a
profissionalização do
n o s s o n e g ó c i o ,
contudo, não significa
apagar da memória e
da conduta os valores que
formaram o caráter dessa revista.
Não mesmo, cramento, tchó!
Samuel Ramos, editor
da Trendline [mag].
Estamos de casa
nova, em Bento Gonçalves.
FOTO SAMUEL RAMOS
FO
TO
MA
RÍL
IA R
OS
SA
TT
O
Termo de ResponsabilidadeO conteúdo de artigos assinados e de peças publicitárias é de responsabilidade exclusiva de seus autores.
Copyright 2012 Trendline [mag]. Todos os direitos reservados.
EditorialCasa nova, vida nova, é o que se costuma dizer quando
mudamos o endereço. Pois cá
estamos instalados, em um
novíssimo escritório, na cidade em
que a Trendline nasceu e que tão
bem tem nos acolhido no decorrer
desses quase dois
anos.
A mudança para
Bento Gonçalves
faz parte do nosso
plano de negócios.
Marca, também, uma evolução
n a t u r a l d a T r e n d l i n e ,
empreendimento que nasceu no
pequeno quarto dos fundos do meu
apartamento.
A e s c o l h a p o r B e n t o t r a z
justificativas econômicas (a cidade
cresce no ritmo da região),
logísticas (fica na porção central da
Serra Gaúcha e pertinho de Porto
Alegre) e também pessoais: é uma
cidade que gostamos e que nos
recebe, sempre, com um carinho
especial.
O crescimento e a
profissionalização do
n o s s o n e g ó c i o ,
contudo, não significa
apagar da memória e
da conduta os valores que
formaram o caráter dessa revista.
Não mesmo, cramento, tchó!
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da Trendline [mag].
Estamos de casa
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COLUNISTAS:
Jarbas Gambogi, Alexandre Lattari,
Maria Cristina Frazon Telles,
Magali Lahude, Marcos Beck Bohn,
Quéli Giuriatti, Tai Santos,
Douglas Ceconello, Luís Felipe dos Santos,
Iuri Müller, Maurício Brum, Greici Audibert e
Maurício Chaulet.
EDITOR:
Samuel Ramos
CONSELHO ADMINISTRATIVO:
Caroline Boito Maurmann
CONSELHO EDITORIAL:
Marcos Beck Bohn
MARKETING:
Marília Rossatto
(54) 9101 6875
DIAGRAMAÇÃO E
PROJETO GRÁFICO:
Daschund Comunicação
REVISÃO:
Marcel Nogueira
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Samuel Ramos
Reg. Prof. 11.388-RS
Quem fazTIRAGEM:
Dez mil exemplares
PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:
Coan Indústria Gráfica
PERIODICIDADE:
Trimestral
Próxima edição: Setembro 2012
PUBLICAÇÃO:
Daschund Comunicação Integrada
www.daschund.com.br
Jarbas Gambogi
Quéli Giuriatti
Maurício Brum Greici Audibert
Tai Santos
Alexandre Lattari
Maurício Chaulet
Douglas Ceconello
Maria Cristina
Marcel Nogueira
Luís Felipe
Magy Lahude
Mari Rossatto
Iuri Müller
Marcos Beck Bohn
VERANÓPOLIS
Academia VigorConfraria das LetrasJ´adore le Café Parisiense
CARLOS BARBOSA
Café Brasil
FLORES DA CUNHA
Empório FachinFranshopVinícola Viapiana
VILA FLORES
Villa do Pão
GARIBALDI
Café Luna ParkCoisas Boas DelicatessenDevorata Trufas ArtesanaisSelezione
CANELAArmazém ApricotCannelè Bistrot
FARROUPILHAArmazém PedóCroasonho Café
TORRESEspaço Top Fitness
onde encontrar** Mediante disponibilidade.
A Trendline possui distribuição gratuita, veja
BENTO GONÇALVES
Armazém das Cantinas HistóricasBasílico Casa GourmetBiscoteria ItallinniCafeelato Café e DoceriaCanta MariaCasa Vanni Espaço GastronômicoCroasonho CaféDi PaoloDolce GustoDoppio Malto BirreriaPecato & GullaRefinaria Deli GourmetRosmarino RestauranteValle RusticoVinícola AlmaúnicaViverone Café Boutique
CAXIAS DO SUL
Aromas e Sabores EmpórioBella GullaBierHaus Boccati VinhosBus Café (Estação Rodoviária)Café Nobre Coaffe (Moinho da Estação)Croasonho Café Di Paolo Do Arco da Velha LivrariaGosto do Brasil (Colina Sorriso)Stella Doceria e GelateriaThe King Gastro PubZarabatana
PORTO ALEGRE
Apolinário (Cidade Baixa)Beatnick (Shopping Total)BierMarkt (Castro Alves, 422)BierKellerCasa de la MadreDirty Old Man Cocktail PubEmpório MercattoFulô Diminina (Independência)Lagom BrewPub (Bom Fim)Pandorga (Miguel Tostes, 897)Parangolé (Cidade Baixa)Parrilla del Sur (Av. Nilópolis)Província do Café (Andradas, 904)Shamrock Pub (Vieira de Castro, 32)
Cantina do LenziEmpório São JoãoPousada dos PinheiraisSabor Café
NOVA PRATA
FOTO SAMUEL RAMOS
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BENTO GONÇALVES
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CAXIAS DO SUL
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PORTO ALEGRE
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NOVA PRATA
FOTO SAMUEL RAMOS
‘O Brasil é a bola da vezno mercado da músicaeletrônica’
Fran Bortolossi
TALK / entrevista exclusiva
Texto deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
Mesmo depois de conhecer a
música eletrônica eu não queria ser
DJ, tudo isso por um motivo
simples: não gostaria de ser julgado
pelo meu gosto musical.
FB A primeira festa que eu toquei foi
uma formatura de uma escola. O
evento teria duas pistas e me
chamaram para "quebrar galho" no
espaço menor. Assim que a noite
começou, a minha pista encheu e a
outra ficou vazia. Toquei umas seis
ou sete horas e no final recebi um
cachê de R$ 150, que ainda tive que
dividir com o cara que me
conseguiu o espaço (risos).
FB Demais. O Brasil possui hoje
a l g u n s d o s c a c h ê s m a i s
inflacionados do mundo. Artistas
mais conhecidos chegam a receber
R$ 200 mil por uma apresentação de
duas horas. Veja, por exemplo, o
caso do Hernan Cattaneo, que é
um cara que eu respeito demais: na
Europa você paga mil euros para
contratá-lo. Aqui, R$ 50 mil.
[mag] Mesmo assim, aqui está o
Fran, com uma carreira de DJ que já
soma seis anos. Como foi que tudo
começou?
[mag] Esse cachê é bem diferente
daqueles que o mercado brasileiro
pratica hoje, não?
Ele é hoje um dos DJ’s mais
reconhecidos da região, dono de
um grande talento e de um gosto
apuradíssimo. Conhecido como
Fran Bortolossiele atende por Francisco. Por sinal,
foi na sua morada que nos recebeu
para conceder essa entrevista
exclusiva, no quarto/estúdio de uma
bela casa antiga localizada no
centro de Farroupilha.
Fran já estudou piano, tocou violão e
por um bom tempo sequer cogitava
escutar a chacoteira que as rádios
FM costumam chamar de dance
music. Saiu do Brasil para estudar e
voltou fascinado com a música
eletrônica que estava sendo feita
fora do país. Voltou determinado a
divulgar essa cultura e criou a
Colours, evento que marca na Serra
Gaúcha o bom momento da música
eletrônica.
, em casa
[mag] A primeira pergunta que
tenho é: de quem é esse CD do
Roberto Carlos que está aqui ao
lado da cadeira?
[mag] Ok, mas isso diz algo sobre o
teu perfil enquanto DJ e agora
produtor, não é?
Fran Bortolossi Ei, não vai escrever
sobre isso. A galera vai pegar no
meu pé depois (risos).
FB Bem, eu me criei em uma casa
de músicos. Minha mãe é pianista,
meu avô tocava acordeão. Então
sempre fui ligado em música, desde
cedo aprendi a tocar piano e violão,
tive algumas bandas. Esse contato é
claro que ajuda a formar um bom
DJ, mas eu jamais havia pensado
em discotecar, isso nem me
passava pela cabeça na época.
Isso ocorre porque somos a bola da
vez para o mercado de música
eletrônica mundial. E não sou eu
que digo isso, são os números. Esse
ano mesmo saiu uma matéria na
Forbes (EUA) dizendo "Esqueça a
Bossa Nova, o Brasil agora é o país
da música eletrônica". Ano passado
os eventos de e-music arrecadaram
mais de US$ 500 milhões em
bilheteria, atraindo quase 20
mi lhões de pessoas. Ent re
h o s p e d a g e m , t r a n s p o r t e ,
alimentação e bebidas essas
pessoas movimentaram mais US$
600 milhões. Os eventos também
atraíram mais de US$ 250 milhões
em publicidade. Fica claro perceber
que estamos falando de um
mercado bilionário, que está
atraindo investimento de grandes
marcas.
FB Exatamente. Para quem trabalha
com música eletrônica, o Brasil é o
país do momento. Estive na Europa
ano passado, e vi que os caras
babavam quando falávamos em
Brasil. Todo mundo quer vir tocar
aqui. Claro que isso cria um estigma
comercial, tem alguns eventos que
visam mais a captação de grana,
porém mesmo fo ra desses
megaeventos o mercado acontece.
O público está conhecendo mais, se
informando.
Eu vejo isso na Colours, evento que
eu criei aqui na Serra. Começamos
pequenos, de maneira muito
modesta. Evento para 200, 300
pessoas no máximo. Hoje a
realidade é outra, a Colours atrai
milhares de pessoas a cada edição.
[mag] Valores que explicam os altos
cachês.
O Brasil paga
hoje alguns dos
cachês mais
inflacionados do
mundo para o
mercado de DJ’s.
TALK
/ entrevista exclusiva
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [19]
‘O Brasil é a bola da vezno mercado da músicaeletrônica’
Fran Bortolossi
TALK / entrevista exclusiva
Texto deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
Mesmo depois de conhecer a
música eletrônica eu não queria ser
DJ, tudo isso por um motivo
simples: não gostaria de ser julgado
pelo meu gosto musical.
FB A primeira festa que eu toquei foi
uma formatura de uma escola. O
evento teria duas pistas e me
chamaram para "quebrar galho" no
espaço menor. Assim que a noite
começou, a minha pista encheu e a
outra ficou vazia. Toquei umas seis
ou sete horas e no final recebi um
cachê de R$ 150, que ainda tive que
dividir com o cara que me
conseguiu o espaço (risos).
FB Demais. O Brasil possui hoje
a l g u n s d o s c a c h ê s m a i s
inflacionados do mundo. Artistas
mais conhecidos chegam a receber
R$ 200 mil por uma apresentação de
duas horas. Veja, por exemplo, o
caso do Hernan Cattaneo, que é
um cara que eu respeito demais: na
Europa você paga mil euros para
contratá-lo. Aqui, R$ 50 mil.
[mag] Mesmo assim, aqui está o
Fran, com uma carreira de DJ que já
soma seis anos. Como foi que tudo
começou?
[mag] Esse cachê é bem diferente
daqueles que o mercado brasileiro
pratica hoje, não?
Ele é hoje um dos DJ’s mais
reconhecidos da região, dono de
um grande talento e de um gosto
apuradíssimo. Conhecido como
Fran Bortolossiele atende por Francisco. Por sinal,
foi na sua morada que nos recebeu
para conceder essa entrevista
exclusiva, no quarto/estúdio de uma
bela casa antiga localizada no
centro de Farroupilha.
Fran já estudou piano, tocou violão e
por um bom tempo sequer cogitava
escutar a chacoteira que as rádios
FM costumam chamar de dance
music. Saiu do Brasil para estudar e
voltou fascinado com a música
eletrônica que estava sendo feita
fora do país. Voltou determinado a
divulgar essa cultura e criou a
Colours, evento que marca na Serra
Gaúcha o bom momento da música
eletrônica.
, em casa
[mag] A primeira pergunta que
tenho é: de quem é esse CD do
Roberto Carlos que está aqui ao
lado da cadeira?
[mag] Ok, mas isso diz algo sobre o
teu perfil enquanto DJ e agora
produtor, não é?
Fran Bortolossi Ei, não vai escrever
sobre isso. A galera vai pegar no
meu pé depois (risos).
FB Bem, eu me criei em uma casa
de músicos. Minha mãe é pianista,
meu avô tocava acordeão. Então
sempre fui ligado em música, desde
cedo aprendi a tocar piano e violão,
tive algumas bandas. Esse contato é
claro que ajuda a formar um bom
DJ, mas eu jamais havia pensado
em discotecar, isso nem me
passava pela cabeça na época.
Isso ocorre porque somos a bola da
vez para o mercado de música
eletrônica mundial. E não sou eu
que digo isso, são os números. Esse
ano mesmo saiu uma matéria na
Forbes (EUA) dizendo "Esqueça a
Bossa Nova, o Brasil agora é o país
da música eletrônica". Ano passado
os eventos de e-music arrecadaram
mais de US$ 500 milhões em
bilheteria, atraindo quase 20
mi lhões de pessoas. Ent re
h o s p e d a g e m , t r a n s p o r t e ,
alimentação e bebidas essas
pessoas movimentaram mais US$
600 milhões. Os eventos também
atraíram mais de US$ 250 milhões
em publicidade. Fica claro perceber
que estamos falando de um
mercado bilionário, que está
atraindo investimento de grandes
marcas.
FB Exatamente. Para quem trabalha
com música eletrônica, o Brasil é o
país do momento. Estive na Europa
ano passado, e vi que os caras
babavam quando falávamos em
Brasil. Todo mundo quer vir tocar
aqui. Claro que isso cria um estigma
comercial, tem alguns eventos que
visam mais a captação de grana,
porém mesmo fo ra desses
megaeventos o mercado acontece.
O público está conhecendo mais, se
informando.
Eu vejo isso na Colours, evento que
eu criei aqui na Serra. Começamos
pequenos, de maneira muito
modesta. Evento para 200, 300
pessoas no máximo. Hoje a
realidade é outra, a Colours atrai
milhares de pessoas a cada edição.
[mag] Valores que explicam os altos
cachês.
O Brasil paga
hoje alguns dos
cachês mais
inflacionados do
mundo para o
mercado de DJ’s.
TALK
/ entrevista exclusiva
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [19]
[mag] De alguma maneira a Colours
também abriu espaço para que
outros eventos interessantes
surgissem.
FB Pode ser que sim. Hoje temos
eventos muito legais de música
eletrônica, que contam com apoio
de empresas para ter uma boa
estrutura, um bom local, que atraem
gente muito bonita. Veja o caso do
Matinê Sunset , um projeto
realizado à tarde, que conta
basicamente com DJ’s locais e que
tem atraído um bom público. Era
difícil imaginar algo assim há alguns
anos, quando tudo se resumia a
house comercial e pagode.
A Colours foi uma necessidade
minha, pois eu pensava que tinha
espaço para mostrar um lado mais
refinado da música eletrônica, coisa
que sempre funcionou muito bem
na Europa, onde a e-music atrai
muita gente que trabalha ou é ligada
com arte, comunicação, design.
E o melhor de tudo isso é que o
pessoal comparece para ver o
trabalho do DJ, que nas nossas
festas tocam músicas que passam
longe do dial das rádios. Isso mostra
que Caxias do Sul, e a Serra
Gaúcha , v i vem um grande
momento sobretudo por abrirem
espaço para gente que não toca
música comercial e mesmo assim
tem um público bem cativo e fiel.
FB Não apenas multinacionais,
empresas locais também estão
procurando colocar suas marcas
n e s s e s e v e n t o s . C o m o
consequência, quando o promotor
é sério (e é uma pena dizer nem
todos são) i sso t raz ma is
profissionalismo ao eventos, faz
com que ele agregue mais para as
[mag] Por isso mesmo mais
empresas têm buscado realizar
ações para esse mercado,
buscando se conectar com esse
público.
marcas que investem à medida em
que conseguem passar algum
c o n t e ú d o n a s f e s t a s , q u e
basicamente servem para informar
musicalmente, mostrar ao público
que nem tudo se resume à lista das
mais pedidas no mundo da boa
música.
FB Isso faz parte do momento da
música eletrônica no Brasil, reflete
aqueles valores de cachês que
falamos antes. Se o mercado está
num boom, com alguns clubs do
país faturando R$ 1,5 milhão por
noite, o mesmo acontece com quem
está ligado à atividade, e o primeiro
da fila é o DJ.
[mag] Quando a profissão de DJ
surgiu, há muitos anos, era uma
atividade sofrida. O cara ficava
escondido, nem cabine tinha. Hoje
em dia a coisa mudou, virou uma
coisa bacana e cheia de apelos. O
que mudou?
TALK
/ entrevista exclusiva
[20] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
É certo que a figura do DJ hoje traz muita popularidade. Já teve
novela com DJ, teve também aquele cara que se diz DJ que
estava pegando a Madonna. Essas são coisas que mexem com o
imaginário das pessoas. O cara acha que vai virar DJ e vai entrar
de graça em todas as festas, beber sem pagar nada ou que as
mulheres vão cair em cima. Em suma, são fantasias que ajudam
nas carências dessas pessoas e muitas precisam desse tipo de
sentimento para se sentirem valorizadas.
FB Sim, está rolando um movimento interessante, em clubs mais
undergrounds, tais como o Level Cult, em Caxias, e o Beco, em
Porto Alegre. A própria música indie parece aceitar bem
elementos da e-music, é só acompanhar o trabalho de bandas
como LCD Soundsystem e Two Door Cinema Club. Além disso,
há um estilo que está ganhando força, o eletro rock, que combina
o rock n’ roll com a música eletrônica.
Afora isso, é importante frisar, há outros estilos que estão
explorando as possibilidades da e-music, e estamos falando aqui
de complexa musicalidade do jazz, samba, soul e blues. Quando
você vai produzir música eletrônica acaba tendo que combinar
30, 40 até 50 canais, e essa possibilidade faz com que os
produtores possam elevar ao máximo a criatividade. É impossível
ouvir o trabalho de gente como David August e dizer que seu
trabalho não é música ou não é arte.
Ocorre que, como disseste, a música eletrônica esteve por muito
tempo vinculada com produções comerciais que não possuem
nenhum referencial artístico, o que gera um preconceito natural
em qualquer pessoa que tenha um gosto musical mais apurado.
Se não fosse assim, não ocorreriam festivais na Europa atraindo
mais de 60 mil pessoas para ouvir e-music no meio do deserto ou
de outro qualquer lugar no meio do nada.
Eu mesmo já pensei dessa forma e mudei.
Meu irmão mais velho, que desde cedo sempre esteve ligado ao
rock, vivia me xingando, dizendo que isso não era música e
outras coisas do gênero. Ele só mudou em uma festa em que
toquei um remix de Kraftwerk. Nesse dia ele me pediu desculpas.
Não adianta, cada estilo tem o seu valor e dentro dele sempre
teremos bons e maus artistas.
[mag] Estamos falando aqui de música eletrônica, um gênero
que - a meu ver - foi e é muito maltratado aqui na região (ainda
hoje está muito vinculado com a postura deselegante de ouvir
música ruim a todo volume em um postinho, com um carro
rebaixado). Mesmo assim, temos visto vertentes interessantes
surgindo, que atraem até mesmo o público do bom e velho rock.
[mag] De alguma maneira a Colours
também abriu espaço para que
outros eventos interessantes
surgissem.
FB Pode ser que sim. Hoje temos
eventos muito legais de música
eletrônica, que contam com apoio
de empresas para ter uma boa
estrutura, um bom local, que atraem
gente muito bonita. Veja o caso do
Matinê Sunset , um projeto
realizado à tarde, que conta
basicamente com DJ’s locais e que
tem atraído um bom público. Era
difícil imaginar algo assim há alguns
anos, quando tudo se resumia a
house comercial e pagode.
A Colours foi uma necessidade
minha, pois eu pensava que tinha
espaço para mostrar um lado mais
refinado da música eletrônica, coisa
que sempre funcionou muito bem
na Europa, onde a e-music atrai
muita gente que trabalha ou é ligada
com arte, comunicação, design.
E o melhor de tudo isso é que o
pessoal comparece para ver o
trabalho do DJ, que nas nossas
festas tocam músicas que passam
longe do dial das rádios. Isso mostra
que Caxias do Sul, e a Serra
Gaúcha , v i vem um grande
momento sobretudo por abrirem
espaço para gente que não toca
música comercial e mesmo assim
tem um público bem cativo e fiel.
FB Não apenas multinacionais,
empresas locais também estão
procurando colocar suas marcas
n e s s e s e v e n t o s . C o m o
consequência, quando o promotor
é sério (e é uma pena dizer nem
todos são) i sso t raz ma is
profissionalismo ao eventos, faz
com que ele agregue mais para as
[mag] Por isso mesmo mais
empresas têm buscado realizar
ações para esse mercado,
buscando se conectar com esse
público.
marcas que investem à medida em
que conseguem passar algum
c o n t e ú d o n a s f e s t a s , q u e
basicamente servem para informar
musicalmente, mostrar ao público
que nem tudo se resume à lista das
mais pedidas no mundo da boa
música.
FB Isso faz parte do momento da
música eletrônica no Brasil, reflete
aqueles valores de cachês que
falamos antes. Se o mercado está
num boom, com alguns clubs do
país faturando R$ 1,5 milhão por
noite, o mesmo acontece com quem
está ligado à atividade, e o primeiro
da fila é o DJ.
[mag] Quando a profissão de DJ
surgiu, há muitos anos, era uma
atividade sofrida. O cara ficava
escondido, nem cabine tinha. Hoje
em dia a coisa mudou, virou uma
coisa bacana e cheia de apelos. O
que mudou?
TALK
/ entrevista exclusiva
[20] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
É certo que a figura do DJ hoje traz muita popularidade. Já teve
novela com DJ, teve também aquele cara que se diz DJ que
estava pegando a Madonna. Essas são coisas que mexem com o
imaginário das pessoas. O cara acha que vai virar DJ e vai entrar
de graça em todas as festas, beber sem pagar nada ou que as
mulheres vão cair em cima. Em suma, são fantasias que ajudam
nas carências dessas pessoas e muitas precisam desse tipo de
sentimento para se sentirem valorizadas.
FB Sim, está rolando um movimento interessante, em clubs mais
undergrounds, tais como o Level Cult, em Caxias, e o Beco, em
Porto Alegre. A própria música indie parece aceitar bem
elementos da e-music, é só acompanhar o trabalho de bandas
como LCD Soundsystem e Two Door Cinema Club. Além disso,
há um estilo que está ganhando força, o eletro rock, que combina
o rock n’ roll com a música eletrônica.
Afora isso, é importante frisar, há outros estilos que estão
explorando as possibilidades da e-music, e estamos falando aqui
de complexa musicalidade do jazz, samba, soul e blues. Quando
você vai produzir música eletrônica acaba tendo que combinar
30, 40 até 50 canais, e essa possibilidade faz com que os
produtores possam elevar ao máximo a criatividade. É impossível
ouvir o trabalho de gente como David August e dizer que seu
trabalho não é música ou não é arte.
Ocorre que, como disseste, a música eletrônica esteve por muito
tempo vinculada com produções comerciais que não possuem
nenhum referencial artístico, o que gera um preconceito natural
em qualquer pessoa que tenha um gosto musical mais apurado.
Se não fosse assim, não ocorreriam festivais na Europa atraindo
mais de 60 mil pessoas para ouvir e-music no meio do deserto ou
de outro qualquer lugar no meio do nada.
Eu mesmo já pensei dessa forma e mudei.
Meu irmão mais velho, que desde cedo sempre esteve ligado ao
rock, vivia me xingando, dizendo que isso não era música e
outras coisas do gênero. Ele só mudou em uma festa em que
toquei um remix de Kraftwerk. Nesse dia ele me pediu desculpas.
Não adianta, cada estilo tem o seu valor e dentro dele sempre
teremos bons e maus artistas.
[mag] Estamos falando aqui de música eletrônica, um gênero
que - a meu ver - foi e é muito maltratado aqui na região (ainda
hoje está muito vinculado com a postura deselegante de ouvir
música ruim a todo volume em um postinho, com um carro
rebaixado). Mesmo assim, temos visto vertentes interessantes
surgindo, que atraem até mesmo o público do bom e velho rock.
Comprem mais,meus queridos
MONEY / economia e iconoclastia
FOTO DIVULGAÇÃO
O tripé superávits primários e metas
inflacionárias, herança de FHC -
mantida até o primeiro mandato de
Lula - não mais existe. Em seu lugar
temos uma cópia desfigurada.
Esse modelo, quebra-galho,
funcionou bem porque, como afirma
Rodrigo Constantino, o Brasil é uma
cigarra que continua ganhando na
l o t e r i a c h i n e s a . Ta m b é m
contribuíram os Bancos Centrais
mundiais, que alimentaram um
gigantesco fluxo de capital nos
emergentes.
do câmbio flutuante, O governo Dilma acelerou o
processo de mudança. O antigo
tripé foi substituído pela intervenção
no mercado cambial, contabilidade
criativa, afrouxamento da Lei de
R e s p o n s a b i l i d a d e F i s c a l ,
aparelhamento das agências
reguladoras, inflação no topo da
meta, aumento gradativo da
i n t e r v e n ç ã o d o E s t a d o n a
economia, concessão de privilégios
a grandes grupos empresarias via
BNDES, Banco Central pró-ativo,
maiores gastos governamentais –
improdutivos - e ênfase no consumo
de massa.
A antiga receita
econômica, que
previa controle da
inflação, foi posta
de lado para que
o governo Dilma
tente inflar ainda
mais o consumo.
[22] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
FOTO AGÊNCIA ESTADO
Texto deJarbas Gambogi
Gestor de carteiras registrado na CVM.
R e f o r m a s e s t r u t u r a i s , q u e
aumentem a produt iv idade,
reduzam os impostos e possibilitem
um crescimento sustentável estão
fora da agenda econômica do
governo Dilma.
Levará algum tempo, mas esse
modelo irá fracassar pela simples
razão de que não há almoço grátis.
E quando as coisas começarem a
dar errado, o governo dourará a
pí lu la, descobr i rá um bode
expiatório e partirá para as bravatas.
Nesse meio tempo, a sociedade
continuará a aplaudir a presidente
que "mandou" os bancos privados
baixarem os juros, pois quando se
trata de avaliar o desempenho do
governo o cérebro se desloca para o
bolso, fazendo com que os índices
de popularidade aumentem - algo
que parece ser a única meta desse
governo.
Há quem se espelhe na China para
alegar que medidas prudenciais são
remédios apropriados. Você
gostaria de viver em um país onde o
consumo é um terço do PIB, os
preços das moradias não cabem
nos orçamentos e não há liberdade
individual?
Pois as autoridades brasileiras
continuarão com essa política
econômica de remendos até o seu
capital político ser comprometido
com o aumento da inflação - que já
está nos radares dos investidores - e
com crescimento abaixo do
potencial. A inflação em alta tornará
o ambiente para os negócios mais
hostil, corroerá a renda das famílias
e reduzirá o consumo, sem falar no
risco do retorno da indexação.
Quando esse momento chegar
vislumbro o aumento da dose de
intervencionismo e de mais
bravatas, pois a hora de mudanças
estruturais impopulares ficou para
trás.
O quadro político pouco ajuda o
nosso país. Além das mazelas
conhecidas, o Brasil padece da
ausência de uma oposição ativa ,
fato que abre o caminho para o atual
governo se perpetuar nos seus
erros.
E para nós, meros mortais, como
podemos encarar esse cenário para
definir nossos investimentos? Não é
pura coincidência que a cotação do
Ibovespa tenha registrado a sua
melhor leitura na eleição da Dilma.
Embora não se possa debitar todo o
mau desempenho da Bolsa de
Valores na conta desse governo,
desde a gritaria contra os elevados
spreads bancários, culpa da cunha
fiscal imposta pelo governo federal e
d a a u t o r i d a d e m o n e t á r i a
r e s p o n s á v e l e m e v i t a r a
oligopolização do setor – a mesma
que aplaudiu a fusão entre o Itaú e
Unibanco -, o desempenho da Bolsa
brasileira passou a ser um dos
piores.
O ano de 2008 mudou um capítulo
da história econômica mundial.
Conviveremos com baixas taxas de
crescimentos das pr incipais
economias nos próximos anos, com
uma arriscada mudança na política
econômica na China, pois o seu
modelo mercanti l ista mostra
contínuos sinais de desgaste -
provocado pelo baixo crescimento
global - e com o retorno de governos
populistas pelo mundo afora.
Não bastassem os maus ventos
externos, eventual aumento da
inflação em nosso país – a pior
inimiga do mercado de ações – iria
deprimir o múltiplo dos lucros. A
estratégia de compra-e-segure ficou
para trás. O principal índice do
mercado norte-americano perde
para a renda fixa, que retorna juros
negativos, há anos. Descontada a
taxa CDI e contabilizados os
dividendos, a cotação da Petrobras
PN retornou (cotação de maio de
2012) aos níveis de 2000. O preço
da Vale PN se encontra no patamar
do início de 2007, a cotação do
Bradesco PN voltou para o nível de
meados de 2006.
Apesar de todo esse cenário, as
crises que virão trarão consigo
grandes oportunidades. Ter cojones
para comprar nos momentos de
pânico e ousadia para vender na
euforia será a melhor maneira de
encarar o jogo.
R$ 2 tri
R$ 1,5 tri
R$ 1 tri
R$ 500 bi
Julho 95
FHC
Julho 02
Lula (1º)
Fo
nte
: B
an
co
Cen
tral d
o B
rasi
l
Julho 09
Lula (2º)
Brasil da dívidaEndividamento das pessoas físicas, cujo volume corresponde a
mais de 1/3 do total dos empréstimos totais no País,está por trás do crescimento dos últimos anos.
Comprem mais,meus queridos
MONEY / economia e iconoclastia
FOTO DIVULGAÇÃO
O tripé superávits primários e metas
inflacionárias, herança de FHC -
mantida até o primeiro mandato de
Lula - não mais existe. Em seu lugar
temos uma cópia desfigurada.
Esse modelo, quebra-galho,
funcionou bem porque, como afirma
Rodrigo Constantino, o Brasil é uma
cigarra que continua ganhando na
l o t e r i a c h i n e s a . Ta m b é m
contribuíram os Bancos Centrais
mundiais, que alimentaram um
gigantesco fluxo de capital nos
emergentes.
do câmbio flutuante, O governo Dilma acelerou o
processo de mudança. O antigo
tripé foi substituído pela intervenção
no mercado cambial, contabilidade
criativa, afrouxamento da Lei de
R e s p o n s a b i l i d a d e F i s c a l ,
aparelhamento das agências
reguladoras, inflação no topo da
meta, aumento gradativo da
i n t e r v e n ç ã o d o E s t a d o n a
economia, concessão de privilégios
a grandes grupos empresarias via
BNDES, Banco Central pró-ativo,
maiores gastos governamentais –
improdutivos - e ênfase no consumo
de massa.
A antiga receita
econômica, que
previa controle da
inflação, foi posta
de lado para que
o governo Dilma
tente inflar ainda
mais o consumo.
[22] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
FOTO AGÊNCIA ESTADO
Texto deJarbas Gambogi
Gestor de carteiras registrado na CVM.
R e f o r m a s e s t r u t u r a i s , q u e
aumentem a produt iv idade,
reduzam os impostos e possibilitem
um crescimento sustentável estão
fora da agenda econômica do
governo Dilma.
Levará algum tempo, mas esse
modelo irá fracassar pela simples
razão de que não há almoço grátis.
E quando as coisas começarem a
dar errado, o governo dourará a
pí lu la, descobr i rá um bode
expiatório e partirá para as bravatas.
Nesse meio tempo, a sociedade
continuará a aplaudir a presidente
que "mandou" os bancos privados
baixarem os juros, pois quando se
trata de avaliar o desempenho do
governo o cérebro se desloca para o
bolso, fazendo com que os índices
de popularidade aumentem - algo
que parece ser a única meta desse
governo.
Há quem se espelhe na China para
alegar que medidas prudenciais são
remédios apropriados. Você
gostaria de viver em um país onde o
consumo é um terço do PIB, os
preços das moradias não cabem
nos orçamentos e não há liberdade
individual?
Pois as autoridades brasileiras
continuarão com essa política
econômica de remendos até o seu
capital político ser comprometido
com o aumento da inflação - que já
está nos radares dos investidores - e
com crescimento abaixo do
potencial. A inflação em alta tornará
o ambiente para os negócios mais
hostil, corroerá a renda das famílias
e reduzirá o consumo, sem falar no
risco do retorno da indexação.
Quando esse momento chegar
vislumbro o aumento da dose de
intervencionismo e de mais
bravatas, pois a hora de mudanças
estruturais impopulares ficou para
trás.
O quadro político pouco ajuda o
nosso país. Além das mazelas
conhecidas, o Brasil padece da
ausência de uma oposição ativa ,
fato que abre o caminho para o atual
governo se perpetuar nos seus
erros.
E para nós, meros mortais, como
podemos encarar esse cenário para
definir nossos investimentos? Não é
pura coincidência que a cotação do
Ibovespa tenha registrado a sua
melhor leitura na eleição da Dilma.
Embora não se possa debitar todo o
mau desempenho da Bolsa de
Valores na conta desse governo,
desde a gritaria contra os elevados
spreads bancários, culpa da cunha
fiscal imposta pelo governo federal e
d a a u t o r i d a d e m o n e t á r i a
r e s p o n s á v e l e m e v i t a r a
oligopolização do setor – a mesma
que aplaudiu a fusão entre o Itaú e
Unibanco -, o desempenho da Bolsa
brasileira passou a ser um dos
piores.
O ano de 2008 mudou um capítulo
da história econômica mundial.
Conviveremos com baixas taxas de
crescimentos das pr incipais
economias nos próximos anos, com
uma arriscada mudança na política
econômica na China, pois o seu
modelo mercanti l ista mostra
contínuos sinais de desgaste -
provocado pelo baixo crescimento
global - e com o retorno de governos
populistas pelo mundo afora.
Não bastassem os maus ventos
externos, eventual aumento da
inflação em nosso país – a pior
inimiga do mercado de ações – iria
deprimir o múltiplo dos lucros. A
estratégia de compra-e-segure ficou
para trás. O principal índice do
mercado norte-americano perde
para a renda fixa, que retorna juros
negativos, há anos. Descontada a
taxa CDI e contabilizados os
dividendos, a cotação da Petrobras
PN retornou (cotação de maio de
2012) aos níveis de 2000. O preço
da Vale PN se encontra no patamar
do início de 2007, a cotação do
Bradesco PN voltou para o nível de
meados de 2006.
Apesar de todo esse cenário, as
crises que virão trarão consigo
grandes oportunidades. Ter cojones
para comprar nos momentos de
pânico e ousadia para vender na
euforia será a melhor maneira de
encarar o jogo.
R$ 2 tri
R$ 1,5 tri
R$ 1 tri
R$ 500 bi
Julho 95
FHC
Julho 02
Lula (1º)
Fo
nte
: B
an
co
Cen
tral d
o B
rasi
l
Julho 09
Lula (2º)
Brasil da dívidaEndividamento das pessoas físicas, cujo volume corresponde a
mais de 1/3 do total dos empréstimos totais no País,está por trás do crescimento dos últimos anos.
CyberlândiaD i a d esses oportunidade de organizar um
evento sobre moda e autoestima
aqui em Bento Gonçalves, no Vale
dos Vinhedos. No local havia ilhas,
onde os patrocinadores (eu era uma
delas) poderiam oferecer seus
produtos/serviços às convidadas do
evento (mailing selecionadíssimo de
mulheres impecáveis e estilosas).
Eis que, no meu corre-corre de
organizadora, sou surpreendida por
uma destas impecáveis senhoras:
"Oi, você tem e-mail?". Confesso,
demorei alguns segundos para
assimilar a pergunta. "Helloouu!!!
Boa tarde, você é a Magali?" ou "Olá!
Eu sou a Fulana. E você, como é
mesmo seu nome?". De supetão
respondi: "SIM, claro!” e entreguei a
ela um cartão da empresa. Após
uma rápida checada nos dados, a
educada senhora me respondeu um
"Ok, obrigada!” e virou as largas
costas, deixando apenas o rastro
doce do perfume francês no ar.
t i v e a Não possuir um e-mail ou uma
conexão com a In te rne t é
praticamente impossível hoje em
dia. A vida moderna respira e dissipa
as vantagens trazidas pelo acesso à
web . Quem está fora, está
ultrapassado.
Contudo, exemplos como esse
ilustram a existência desses dois
mundos: real e virtual. Gosto de
chamar de Cyberlândia essa fatia
eletrônica que surgiu como uma
megalópole cheia de grandes
oportunidades, luzes, apelos de
consumo, facilitando a vida de todos
com informação just in time,
democratizando o conhecimento,
e n c u r t a n d o d i s t â n c i a s ,
promovendo reencontros e até
c a s a m e n t o s . Q u e m u n d o
encantador essa Cyberlândia, onde
todos são arroba de sobrenome,
não existem classes, todos temos
vidas interessantíssimas nas redes
soc ia is , ros tos l indos pe lo
Instagram.... é tão fácil existir neste
mundo quase de fantasia.
Se a jurisprudência para os crimes
ditos digitais está engatinhando, o
que sobra para as regras de etiqueta
no relacionamento com amigos e
até profissionais? Não podemos
nominar uma pessoa pelo seu
endereço eletrônico, não devemos
eliminar os bate-papos profissionais
com a desculpa "deixa que visito seu
site". E os e-mails? Como ficou fácil
resolver questões pessoais e
profissionais por esta ferramenta.
"Tadinha, ele a dispensou por
torpedo". Facílimo mesmo. Um
monólogo com destino certo e o
melhor: sem o constrangimento do
olho no olho, sem chance ao
diálogo.
Permear entre o mundo digital e o
real demanda uma certa coerência.
Corremos um sério risco de num
futuro bem próximo vivermos os
r e l a c i o n a m e n t o s n a s u a
superficialidade, e deixar os happy
hours virarem solitárias visitas às
páginas do Facebook.
[24] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto deMagali Lahude
twitter.com/magylahude
Publicitária,Diretora da Ateliê Digital, Bento Gonçalves
MEDIA / comunicação e mkt
números mostramA
é é... . . . . . . . . . . .
quePORQUE TRENDLINE
oque
porto alegrecaxias do sulbento gonçalvesgaribaldicarlos barbosafarroupilhaflores da cunhanova prataveranópoliscanelavila florestorres
1 2c i d a d e sa t i n g i d a sdiretamente
locaisselecionados,voltados ao público dealto padrão65
p o n t o sdistribuição
d e
distribuidosde maneiratotalmenteGRATUITA(70% nospontos +30% viamailing)
1 0mil tiragemde
conteúdoexclusivo,sem cópiasou reproduções0
releases
entrevistaseconomiacomunicaçãohistóriagastronomiadegustaçõesmodaturismoculturasaúdesocialfutebolcrônicas
13editorias
escritaspor quemsabe oque estáfazendo64
páginas
não vendemos anúncios. v e n d e m o s c i r c u l a ç ã o para o exigente público A e B.efetue uma cotação: [email protected] | 54 3052 0433
CyberlândiaD i a d esses oportunidade de organizar um
evento sobre moda e autoestima
aqui em Bento Gonçalves, no Vale
dos Vinhedos. No local havia ilhas,
onde os patrocinadores (eu era uma
delas) poderiam oferecer seus
produtos/serviços às convidadas do
evento (mailing selecionadíssimo de
mulheres impecáveis e estilosas).
Eis que, no meu corre-corre de
organizadora, sou surpreendida por
uma destas impecáveis senhoras:
"Oi, você tem e-mail?". Confesso,
demorei alguns segundos para
assimilar a pergunta. "Helloouu!!!
Boa tarde, você é a Magali?" ou "Olá!
Eu sou a Fulana. E você, como é
mesmo seu nome?". De supetão
respondi: "SIM, claro!” e entreguei a
ela um cartão da empresa. Após
uma rápida checada nos dados, a
educada senhora me respondeu um
"Ok, obrigada!” e virou as largas
costas, deixando apenas o rastro
doce do perfume francês no ar.
t i v e a Não possuir um e-mail ou uma
conexão com a In te rne t é
praticamente impossível hoje em
dia. A vida moderna respira e dissipa
as vantagens trazidas pelo acesso à
web . Quem está fora, está
ultrapassado.
Contudo, exemplos como esse
ilustram a existência desses dois
mundos: real e virtual. Gosto de
chamar de Cyberlândia essa fatia
eletrônica que surgiu como uma
megalópole cheia de grandes
oportunidades, luzes, apelos de
consumo, facilitando a vida de todos
com informação just in time,
democratizando o conhecimento,
e n c u r t a n d o d i s t â n c i a s ,
promovendo reencontros e até
c a s a m e n t o s . Q u e m u n d o
encantador essa Cyberlândia, onde
todos são arroba de sobrenome,
não existem classes, todos temos
vidas interessantíssimas nas redes
soc ia is , ros tos l indos pe lo
Instagram.... é tão fácil existir neste
mundo quase de fantasia.
Se a jurisprudência para os crimes
ditos digitais está engatinhando, o
que sobra para as regras de etiqueta
no relacionamento com amigos e
até profissionais? Não podemos
nominar uma pessoa pelo seu
endereço eletrônico, não devemos
eliminar os bate-papos profissionais
com a desculpa "deixa que visito seu
site". E os e-mails? Como ficou fácil
resolver questões pessoais e
profissionais por esta ferramenta.
"Tadinha, ele a dispensou por
torpedo". Facílimo mesmo. Um
monólogo com destino certo e o
melhor: sem o constrangimento do
olho no olho, sem chance ao
diálogo.
Permear entre o mundo digital e o
real demanda uma certa coerência.
Corremos um sério risco de num
futuro bem próximo vivermos os
r e l a c i o n a m e n t o s n a s u a
superficialidade, e deixar os happy
hours virarem solitárias visitas às
páginas do Facebook.
[24] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto deMagali Lahude
twitter.com/magylahude
Publicitária,Diretora da Ateliê Digital, Bento Gonçalves
MEDIA / comunicação e mkt
números mostramA
é é... . . . . . . . . . . .
quePORQUE TRENDLINE
oque
porto alegrecaxias do sulbento gonçalvesgaribaldicarlos barbosafarroupilhaflores da cunhanova prataveranópoliscanelavila florestorres
1 2c i d a d e sa t i n g i d a sdiretamente
locaisselecionados,voltados ao público dealto padrão65
p o n t o sdistribuição
d e
distribuidosde maneiratotalmenteGRATUITA(70% nospontos +30% viamailing)
1 0mil tiragemde
conteúdoexclusivo,sem cópiasou reproduções0
releases
entrevistaseconomiacomunicaçãohistóriagastronomiadegustaçõesmodaturismoculturasaúdesocialfutebolcrônicas
13editorias
escritaspor quemsabe oque estáfazendo64
páginas
não vendemos anúncios. v e n d e m o s c i r c u l a ç ã o para o exigente público A e B.efetue uma cotação: [email protected] | 54 3052 0433
Texto e fotos deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
Ah, o caféde verdade
[26] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [27]
HEADLINE
/ matéria de capa
Em uma oportunidade
anterior, estragamos o seu
paladar para as baratas
cervejas industrializadas,
quando tratamos das brejas
artesanais.
Pois hoje viemos com outra
missão: a de mostrar a você
como um movimento
semelhante ganha força,
porém em outro campo: o
dos cafés gourmets e
especiais.
Não nos responsabilizamos
pelas consequências!
Texto e fotos deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
Ah, o caféde verdade
[26] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [27]
HEADLINE
/ matéria de capa
Em uma oportunidade
anterior, estragamos o seu
paladar para as baratas
cervejas industrializadas,
quando tratamos das brejas
artesanais.
Pois hoje viemos com outra
missão: a de mostrar a você
como um movimento
semelhante ganha força,
porém em outro campo: o
dos cafés gourmets e
especiais.
Não nos responsabilizamos
pelas consequências!
O vivente da foto aí de
baixo se chama Maiquel
Oliveira. É culpa dele que eu não
consiga mais tomar café em
qualquer lugar. Ele, que é barista,
comanda junto com a namorada (e
sócia) Lisiane Melo - também
barista - o Coaffee, no Moinho da
Estação, em Caxias do Sul.
Para explicar o que é esse lugar,
recorro a uma comparação: se os
viciados em café da região fossem
muçulmanos, sua Meca seria o
Coaffee. Não, não é exagero.
Em que outro lugar você pode
escolher entre tomar o seu café
passado, prensado na máquina
francesa, ‘ebulido’ na moquinha
i t a l i a n a o u ‘ c o z i d o ’ , c o m
especiarias, no Ibrik turco? Isso para
não falar da máquina de espresso,
cientificamente calibrada em todos
os detalhes.
Foi com Maiquel e Lisi que nos
reunimos, em uma segunda-feira à
noite, para acompanhar a doutrina
Coaffee, durante um workshop
sobre cafés especiais, o que nos
permitiu sair da ignorância cafeeira
e entender por que mais e mais
pessoas estão ader indo ao
consumo de produtos diferenciados
nesse segmento.
‘O mercado de cerveja e de vinhos
cresceu muito com degustações e
confrarias de apreciadores. A
mesma coisa está acontecendo
com o café, somos a bola da vez’,
resume Maiquel. Os números
corroboram a sua opinião. Maior
produtor mundial de café, o Brasil
tem visto o consumo da bebida
crescer nos últimos anos. O volume
do ano passado, 4,88 kg per capita
de café torrado, foi recorde, e
colocou os brasileiros à frente de
Itália, França e Estados Unidos.
Maiquel e Lisi entendem que uma
fatia desse crescimento se deve
pela procura por cafés especiais, de
alta qualidade, que ganham espaço
na mesa do exigente paladar das
classes A e B.
Parte do trabalho de divulgação e
consolidação dessa nova cultura de
consumo do café reside justamente
nos baristas, ofício antigo, de
origem italiana, cujos profissionais
são especializados na preparação
de bebidas de alta qualidade.
Maiquel, do
Coaffee, se diverte
‘estragando’
paladares para que
eles não mais
consigam beber
café ruim.
[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 6
HEADLINE
/ matéria de capa
[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Quando perguntados sobre o custo
desses cafés especiais, que numa
primeira avaliação assustam, Edson
e Denise fazem as contas para
mostrar que não é bem assim:
Dentre os cafés mais vendidos por
eles estão O Cafezeiro (marca
própria que a Baggio elaborou para
o casal), Fazenda Pessegueiro,
Fazenda Mantissa, Madame
D'Orvilliers e os importados Kona
(Havaí) e Blue Mountain (Jamaica).
"Para
se tirar um bom espresso da
máquina utilizamos 7 gramas de
café gourmet. Se você comprar um
bom café, digamos, 250 gramas a
R$ 20, terá 35 espressos que
custarão menos de 60 centavos
cada. É muito mais barato - e de uma
qualidade imensamente superior -
que aqueles cafés vendidos em
cápsulas, para ficar em um exemplo
bem corriqueiro".
«Começamos com cafés mais
comerciais, e a partir daí fomos
trazendo produtos especiais,
diferenciados. A receptividade dos
clientes foi muito boa e o mercado
segue crescendo", avaliam.
O crescimento se deve ao fator
qualidade, aferido pela própria
Associação Brasileira da Indústria
de Café (ABIC), que criou uma
escala para medir, via laboratório, a
qualidade do grão. Enquanto o café
mais comercia l a t inge uma
pontuação entre 4,6 e 6, o produto
gourmet se aproxima do topo da
escala.
«A certificação também é atestada
pelo selo dos cafés especiais, pela
indicação de procedência ou pelo
fato do café ter sido colhido a mão,
por exemplo. Funciona da mesma
maneira que o estudo do vinho, em
que o terroir e o manejo são
considerados", resume Denise.
No Bus Café,
também conhecido
como O Cafezeiro,
bons cafés
nacionais e
importados.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [29]
Guarnições para os
cafezeiros
Edson e Denise Rasador são
casados. Eles não confirmam a
informação, mas parece que no dia
do matrimônio, quando o padre
disse "Na alegria e na tristeza" eles
entenderam como "Com café ou
sem café". Fanáticos pela bebida, há
alguns anos os dois resolveram
transformar a paixão em negócio:
assumiram o Bus Café, na
rodoviária de Caxias do Sul, e foram
fazendo a carta de cafés aumentar
cada vez mais.
HEADLINE
/ matéria de capa
O vivente da foto aí de
baixo se chama Maiquel
Oliveira. É culpa dele que eu não
consiga mais tomar café em
qualquer lugar. Ele, que é barista,
comanda junto com a namorada (e
sócia) Lisiane Melo - também
barista - o Coaffee, no Moinho da
Estação, em Caxias do Sul.
Para explicar o que é esse lugar,
recorro a uma comparação: se os
viciados em café da região fossem
muçulmanos, sua Meca seria o
Coaffee. Não, não é exagero.
Em que outro lugar você pode
escolher entre tomar o seu café
passado, prensado na máquina
francesa, ‘ebulido’ na moquinha
i t a l i a n a o u ‘ c o z i d o ’ , c o m
especiarias, no Ibrik turco? Isso para
não falar da máquina de espresso,
cientificamente calibrada em todos
os detalhes.
Foi com Maiquel e Lisi que nos
reunimos, em uma segunda-feira à
noite, para acompanhar a doutrina
Coaffee, durante um workshop
sobre cafés especiais, o que nos
permitiu sair da ignorância cafeeira
e entender por que mais e mais
pessoas estão ader indo ao
consumo de produtos diferenciados
nesse segmento.
‘O mercado de cerveja e de vinhos
cresceu muito com degustações e
confrarias de apreciadores. A
mesma coisa está acontecendo
com o café, somos a bola da vez’,
resume Maiquel. Os números
corroboram a sua opinião. Maior
produtor mundial de café, o Brasil
tem visto o consumo da bebida
crescer nos últimos anos. O volume
do ano passado, 4,88 kg per capita
de café torrado, foi recorde, e
colocou os brasileiros à frente de
Itália, França e Estados Unidos.
Maiquel e Lisi entendem que uma
fatia desse crescimento se deve
pela procura por cafés especiais, de
alta qualidade, que ganham espaço
na mesa do exigente paladar das
classes A e B.
Parte do trabalho de divulgação e
consolidação dessa nova cultura de
consumo do café reside justamente
nos baristas, ofício antigo, de
origem italiana, cujos profissionais
são especializados na preparação
de bebidas de alta qualidade.
Maiquel, do
Coaffee, se diverte
‘estragando’
paladares para que
eles não mais
consigam beber
café ruim.
[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 6
HEADLINE
/ matéria de capa
[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Quando perguntados sobre o custo
desses cafés especiais, que numa
primeira avaliação assustam, Edson
e Denise fazem as contas para
mostrar que não é bem assim:
Dentre os cafés mais vendidos por
eles estão O Cafezeiro (marca
própria que a Baggio elaborou para
o casal), Fazenda Pessegueiro,
Fazenda Mantissa, Madame
D'Orvilliers e os importados Kona
(Havaí) e Blue Mountain (Jamaica).
"Para
se tirar um bom espresso da
máquina utilizamos 7 gramas de
café gourmet. Se você comprar um
bom café, digamos, 250 gramas a
R$ 20, terá 35 espressos que
custarão menos de 60 centavos
cada. É muito mais barato - e de uma
qualidade imensamente superior -
que aqueles cafés vendidos em
cápsulas, para ficar em um exemplo
bem corriqueiro".
«Começamos com cafés mais
comerciais, e a partir daí fomos
trazendo produtos especiais,
diferenciados. A receptividade dos
clientes foi muito boa e o mercado
segue crescendo", avaliam.
O crescimento se deve ao fator
qualidade, aferido pela própria
Associação Brasileira da Indústria
de Café (ABIC), que criou uma
escala para medir, via laboratório, a
qualidade do grão. Enquanto o café
mais comercia l a t inge uma
pontuação entre 4,6 e 6, o produto
gourmet se aproxima do topo da
escala.
«A certificação também é atestada
pelo selo dos cafés especiais, pela
indicação de procedência ou pelo
fato do café ter sido colhido a mão,
por exemplo. Funciona da mesma
maneira que o estudo do vinho, em
que o terroir e o manejo são
considerados", resume Denise.
No Bus Café,
também conhecido
como O Cafezeiro,
bons cafés
nacionais e
importados.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [29]
Guarnições para os
cafezeiros
Edson e Denise Rasador são
casados. Eles não confirmam a
informação, mas parece que no dia
do matrimônio, quando o padre
disse "Na alegria e na tristeza" eles
entenderam como "Com café ou
sem café". Fanáticos pela bebida, há
alguns anos os dois resolveram
transformar a paixão em negócio:
assumiram o Bus Café, na
rodoviária de Caxias do Sul, e foram
fazendo a carta de cafés aumentar
cada vez mais.
HEADLINE
/ matéria de capa
O bom e velho café passado
Há alguns segredos para se obter um bom café
passado. Primeiro: atenção para o filtro! Se for de
pano, não se deve usar mais do que cinco vezes.
Depois de lavado, guardar na geladeira. Deve-se usar
água mineral (pela ausência de cloro) e evitar ferver a
água, para não queimar o café..
Na hora do preparo, despejar a água devagar e com
movimentos circulares, pelas bordas do filtro.
A prensa francesa
Essa é a pedida certeira para aqueles dias de hora
extra no trabalho: a french press produz o café com a
maior concentração de cafeína (cerca de 30% a mais
que a do espresso).
Porém, ao contrário do que se pode supor, o café não
fica com forte amargor. É, sim, dos mais saborosos.
Tem como vantagem adicional o baixo custo do
equipamento.
O café turco (Ibrik)
O café utilizado aqui passa por uma moagem tão fina
que fica parecendo um talco escuro. Possui bastante
corpo, porém não é muito aromático. Para corrigir essa
característica, leva geralmente especiarias, tais como
canela, cravo e cardamomo.
O recipiente utilizado é bem baratinho, porém será
necessário adquirir junto um bom moedor, pois sem a
moagem pulverizada o café perde a sua característica.
[30] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
HEADLINE
/ matéria de capa
As diferentes características de alguns tipos de preparo
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [31]
HEADLINE
/ matéria de capa
Dicas para escapar do café ruim
Café na geladeira
Café que fica parado, no
moedor, por horas (dias?)
perde aroma, sabor e
consistência. O ideal é
deixar o moedor sempre
vazio e retirar da geladeira os
grãos apenas na hora de
preparar o café.
Água da torneira?
NÃÃÃO!
Os baristas são unânimes: o
cloro interfere no gosto do
café. Por isso é necessário
sempre filtrar (retirar o cloro)
ou então util izar água
mineral.
100% arábica
Não tem conversa: café bom
é de grão 100% arábica.
Melhor a inda se t iver
procedência, com origem
(fazenda) identificada e
e m b a l a g e m c o m a l t a
gramatura.
A mokinha italiana
Tradicional equipamento italiano, a clássica Cafeteira
Moka é uma das mais conhecidas do mundo. Criada
em 1933 por Alfonso Bialetti deve grande parte de sua
popularidade à facilidade de operação (a Carla Perez
faria propaganda para a marca dizendo ‘Até eu
consigo!’ - by Tang) e à beleza e simplicidade de seu
design.
A mokinha, além de tudo, produz um café muito
saboroso e encorpado, com aroma muito
pronunciado.
Procure evitar marcas genéricas - aquelas que NÃO
têm o tiozinho de bigode impresso no alumínio.
Possuem baixa durabilidade e o café não fica tão bom.
O bom e velho café passado
Há alguns segredos para se obter um bom café
passado. Primeiro: atenção para o filtro! Se for de
pano, não se deve usar mais do que cinco vezes.
Depois de lavado, guardar na geladeira. Deve-se usar
água mineral (pela ausência de cloro) e evitar ferver a
água, para não queimar o café..
Na hora do preparo, despejar a água devagar e com
movimentos circulares, pelas bordas do filtro.
A prensa francesa
Essa é a pedida certeira para aqueles dias de hora
extra no trabalho: a french press produz o café com a
maior concentração de cafeína (cerca de 30% a mais
que a do espresso).
Porém, ao contrário do que se pode supor, o café não
fica com forte amargor. É, sim, dos mais saborosos.
Tem como vantagem adicional o baixo custo do
equipamento.
O café turco (Ibrik)
O café utilizado aqui passa por uma moagem tão fina
que fica parecendo um talco escuro. Possui bastante
corpo, porém não é muito aromático. Para corrigir essa
característica, leva geralmente especiarias, tais como
canela, cravo e cardamomo.
O recipiente utilizado é bem baratinho, porém será
necessário adquirir junto um bom moedor, pois sem a
moagem pulverizada o café perde a sua característica.
[30] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
HEADLINE
/ matéria de capa
As diferentes características de alguns tipos de preparo
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [31]
HEADLINE
/ matéria de capa
Dicas para escapar do café ruim
Café na geladeira
Café que fica parado, no
moedor, por horas (dias?)
perde aroma, sabor e
consistência. O ideal é
deixar o moedor sempre
vazio e retirar da geladeira os
grãos apenas na hora de
preparar o café.
Água da torneira?
NÃÃÃO!
Os baristas são unânimes: o
cloro interfere no gosto do
café. Por isso é necessário
sempre filtrar (retirar o cloro)
ou então util izar água
mineral.
100% arábica
Não tem conversa: café bom
é de grão 100% arábica.
Melhor a inda se t iver
procedência, com origem
(fazenda) identificada e
e m b a l a g e m c o m a l t a
gramatura.
A mokinha italiana
Tradicional equipamento italiano, a clássica Cafeteira
Moka é uma das mais conhecidas do mundo. Criada
em 1933 por Alfonso Bialetti deve grande parte de sua
popularidade à facilidade de operação (a Carla Perez
faria propaganda para a marca dizendo ‘Até eu
consigo!’ - by Tang) e à beleza e simplicidade de seu
design.
A mokinha, além de tudo, produz um café muito
saboroso e encorpado, com aroma muito
pronunciado.
Procure evitar marcas genéricas - aquelas que NÃO
têm o tiozinho de bigode impresso no alumínio.
Possuem baixa durabilidade e o café não fica tão bom.
Nova série - Antigas profissões - Capítulo Um
Rodrigo Sfreddo,
O Cuteleiro
[32] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
Apoio técnico da historiadoraÂngela Pomatti
OLDSCHOOL
/ profissões antigas
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [33]
O ciclo do tempo também
faz girar o ciclo do
trabalho humano.
Enquanto novas
profissões e ofícios
surgem, antigas
ocupações parecem se
perder - algumas
efetivamente acabam
extintas, enquanto outras
se tornam raras o
suficiente para que o
trabalho seja bem
remunerado.
No nosso primeiro
episódio dessa nova série
que explora esse mundo
das profissões antigas
conheceremos uma que
faz parte do segundo
grupo.
Por isso mesmo,
sobrevive.
Nova série - Antigas profissões - Capítulo Um
Rodrigo Sfreddo,
O Cuteleiro
[32] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
Apoio técnico da historiadoraÂngela Pomatti
OLDSCHOOL
/ profissões antigas
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [33]
O ciclo do tempo também
faz girar o ciclo do
trabalho humano.
Enquanto novas
profissões e ofícios
surgem, antigas
ocupações parecem se
perder - algumas
efetivamente acabam
extintas, enquanto outras
se tornam raras o
suficiente para que o
trabalho seja bem
remunerado.
No nosso primeiro
episódio dessa nova série
que explora esse mundo
das profissões antigas
conheceremos uma que
faz parte do segundo
grupo.
Por isso mesmo,
sobrevive.
Sfreddo começou cedo a sua
carreira de cuteleiro, realizando sua
primeira encomenda quando tinha
14 anos: "Comecei remodelando
facas já existentes. Qualquer faca
que caísse nas minhas mãos eu
imediatamente queria transformar
em uma igual àquela que o Rambo
usava nos filmes", relembra.
Para aprimorar seus conhecimentos
na área, Rodrigo cursou Engenharia
Metalúrgica na UFRGS, em Porto
Alegre: "Me inscrevi no vestibular
sem uma segunda opção. Era
Metalurgia ou nada". Junto com o
diploma veio um conhecimento
ainda maior da ciência que circunda
o processo de forja."É preciso
combinar diferentes elementos
químicos. No caso do aço
Damasco, minha especialidade,
isso se reflete em um produto de alto
poder de corte, com flexibilidade.
Na prova do mestrado que obtive
nos EUA a lâmina da faca devia ser
curvada 90 graus sem quebrar, e foi
isso que aconteceu", explica.
quanto a humanidade - pelo menos
desde que adentramos na Idade do
Ferro, em idos de 1.200 A.C.
Por isso mesmo é que não deixa de
ser curioso que essa atividade
milenar não apenas ainda sobreviva
nos dias de hoje, como possua um
representante de peso vivendo no
Es tado , na pequena Nova
Petrópolis, na Serra Gaúcha. Além
de Sfreddo ser o único Master
Smith (mestre em metalurgia) da
América Latina reconhecido pela
American Bladesmith Society, é hoje
um dos cuteleiros mais respeitados
do mundo. Sua apurada técnica de
forja de aço Damasco não apenas
faz com que cuteleiros do mundo
todo procurem Rodrigo para
aprender os seus segredos, mas
também tornam as suas facas
objetos de grande disputa entre
colecionadores: "Se eu fosse
organizar uma fila de espera para
pedidos de encomenda, levaria sete
anos apenas para dar conta do que
tenho hoje", comenta.
Bater, lixar, bater,
polir. E depois bater, lixar, bater,
polir, novamente. De novo, e de
novo.
Essa é a vida de Rodrigo Sfreddo,
profissão cuteleiro. Lembram-se
daqueles filmes antigos, que
mostravam uma pessoa marretando
o aço? Pois é, essa é apenas uma
parte do ofício das pessoas que se
dedicam a forjar o aço para construir
facas e outros instrumentos de
corte.
Trata-se de um trabalho tão antigo
OLD SCHOOL
/ profissões antigas
[34] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Processo de
produção do aço
damasco
transforma um
grupo de chapas
em uma única
lâmina.
da metalurgia, também temos que
esculpir o cabo (em madeira ou
marfim), confeccionar a bainha,
gravar a lâmina e às vezes até
aplicar metais nobres, tais como o
ouro. Trata-se de um trabalho bem
complexo, que exige diferentes
habilidades do artesão", ensina.
Sfreddo também trabalha para
promover a continuidade do seu
ofício, ministrando cursos de
cutelaria, para diferentes níveis de
conhecimento: "Já tive alunos de 12
anos e de mais de 7 décadas de
vida. Só importa a vontade de
aprender e a determinação para se
dedicar. O único problema é a falta
de tempo, que me permite montar
no máximo 4 ou 5 turmas por ano.
Te n h o h o j e 2 5 0 p e s s o a s
aguardando por uma vaga",
lamenta.
Informações:www.rodrigosfreddo.com
Esse comportamento tem sido
bastante frequente entre um grande
número de consumidores que
procuram exclusiv idade nos
objetos: "Esse fazer manual se
perdeu em muitos setores. Bigornas
como essa que utilizo para bater o
aço nem são mais produzidas,
tampouco esse processo é
conhecido. Esse conjunto de
metodologia e material faz com que
possamos criar produtos únicos,
por isso mesmo tão disputados".
Sfreddo confia tanto no seu trabalho
e na qualidade do aço que é forjado
que oferece garantia vitalícia para as
suas facas: "Trata-se de um produto
que é feito em um bloco único, do
cabo à lâmina. É produzido para
durar para sempre".
Ao trabalho artesanal de forja ainda
se acrescentam outras habilidades,
pois é preciso construir o cabo e a
bainha: "Já no processo de forja do
aço Damasco é possível definir os
desenhos e padrões da lâmina. Fora
Um fazer valorizado
Para Rodrigo, boa parte da
valorização do seu trabalho
(algumas facas chegam a custar R$
50 mil) se deve a uma tendência
crescente de valorização do fazer
manua l . "Ho je as pessoas
consomem muito mais porque a
industrialização dos processos
barateou os custos. Porém, os bens
acabam durando menos do que
duravam antigamente. Isso acaba
trazendo mais valor ao que é feito
manualmente, agrega refinamento
ao produto", pondera.
OLD SCHOOL
/ profissões antigas
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [35]
A beleza e a arte
dos desenhos e
padrões das
lâminas
produzidas em aço
Damasco.
Sfreddo começou cedo a sua
carreira de cuteleiro, realizando sua
primeira encomenda quando tinha
14 anos: "Comecei remodelando
facas já existentes. Qualquer faca
que caísse nas minhas mãos eu
imediatamente queria transformar
em uma igual àquela que o Rambo
usava nos filmes", relembra.
Para aprimorar seus conhecimentos
na área, Rodrigo cursou Engenharia
Metalúrgica na UFRGS, em Porto
Alegre: "Me inscrevi no vestibular
sem uma segunda opção. Era
Metalurgia ou nada". Junto com o
diploma veio um conhecimento
ainda maior da ciência que circunda
o processo de forja."É preciso
combinar diferentes elementos
químicos. No caso do aço
Damasco, minha especialidade,
isso se reflete em um produto de alto
poder de corte, com flexibilidade.
Na prova do mestrado que obtive
nos EUA a lâmina da faca devia ser
curvada 90 graus sem quebrar, e foi
isso que aconteceu", explica.
quanto a humanidade - pelo menos
desde que adentramos na Idade do
Ferro, em idos de 1.200 A.C.
Por isso mesmo é que não deixa de
ser curioso que essa atividade
milenar não apenas ainda sobreviva
nos dias de hoje, como possua um
representante de peso vivendo no
Es tado , na pequena Nova
Petrópolis, na Serra Gaúcha. Além
de Sfreddo ser o único Master
Smith (mestre em metalurgia) da
América Latina reconhecido pela
American Bladesmith Society, é hoje
um dos cuteleiros mais respeitados
do mundo. Sua apurada técnica de
forja de aço Damasco não apenas
faz com que cuteleiros do mundo
todo procurem Rodrigo para
aprender os seus segredos, mas
também tornam as suas facas
objetos de grande disputa entre
colecionadores: "Se eu fosse
organizar uma fila de espera para
pedidos de encomenda, levaria sete
anos apenas para dar conta do que
tenho hoje", comenta.
Bater, lixar, bater,
polir. E depois bater, lixar, bater,
polir, novamente. De novo, e de
novo.
Essa é a vida de Rodrigo Sfreddo,
profissão cuteleiro. Lembram-se
daqueles filmes antigos, que
mostravam uma pessoa marretando
o aço? Pois é, essa é apenas uma
parte do ofício das pessoas que se
dedicam a forjar o aço para construir
facas e outros instrumentos de
corte.
Trata-se de um trabalho tão antigo
OLD SCHOOL
/ profissões antigas
[34] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Processo de
produção do aço
damasco
transforma um
grupo de chapas
em uma única
lâmina.
da metalurgia, também temos que
esculpir o cabo (em madeira ou
marfim), confeccionar a bainha,
gravar a lâmina e às vezes até
aplicar metais nobres, tais como o
ouro. Trata-se de um trabalho bem
complexo, que exige diferentes
habilidades do artesão", ensina.
Sfreddo também trabalha para
promover a continuidade do seu
ofício, ministrando cursos de
cutelaria, para diferentes níveis de
conhecimento: "Já tive alunos de 12
anos e de mais de 7 décadas de
vida. Só importa a vontade de
aprender e a determinação para se
dedicar. O único problema é a falta
de tempo, que me permite montar
no máximo 4 ou 5 turmas por ano.
Te n h o h o j e 2 5 0 p e s s o a s
aguardando por uma vaga",
lamenta.
Informações:www.rodrigosfreddo.com
Esse comportamento tem sido
bastante frequente entre um grande
número de consumidores que
procuram exclusiv idade nos
objetos: "Esse fazer manual se
perdeu em muitos setores. Bigornas
como essa que utilizo para bater o
aço nem são mais produzidas,
tampouco esse processo é
conhecido. Esse conjunto de
metodologia e material faz com que
possamos criar produtos únicos,
por isso mesmo tão disputados".
Sfreddo confia tanto no seu trabalho
e na qualidade do aço que é forjado
que oferece garantia vitalícia para as
suas facas: "Trata-se de um produto
que é feito em um bloco único, do
cabo à lâmina. É produzido para
durar para sempre".
Ao trabalho artesanal de forja ainda
se acrescentam outras habilidades,
pois é preciso construir o cabo e a
bainha: "Já no processo de forja do
aço Damasco é possível definir os
desenhos e padrões da lâmina. Fora
Um fazer valorizado
Para Rodrigo, boa parte da
valorização do seu trabalho
(algumas facas chegam a custar R$
50 mil) se deve a uma tendência
crescente de valorização do fazer
manua l . "Ho je as pessoas
consomem muito mais porque a
industrialização dos processos
barateou os custos. Porém, os bens
acabam durando menos do que
duravam antigamente. Isso acaba
trazendo mais valor ao que é feito
manualmente, agrega refinamento
ao produto", pondera.
OLD SCHOOL
/ profissões antigas
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [35]
A beleza e a arte
dos desenhos e
padrões das
lâminas
produzidas em aço
Damasco.
Estação CaféBlauth: históriae bom gosto
[36] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto e fotos deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
GOODFOOD
/ cozinhas recomendadas
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [37]
Estação CaféBlauth: históriae bom gosto
[36] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto e fotos deSamuel Ramos
facebook.com/samueltlmag
GOODFOOD
/ cozinhas recomendadas
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [37]
GOOD FOOD
/ cozinhas recomendadas
Década de 20.O avanço das estradas de ferro no
interior do Rio Grande do Sul
c o n t i n u a p r o v o c a n d o o
desenvolvimento das localidades
que circundam os caminhos da
charmosa Maria Fumaça, história
essa que se inicia em 1874 quando a
primeira ferrovia do Estado é
inaugurada através da linha Porto
Alegre-Caxias.
Entre os municípios de Garibaldi e
Farroupilha os trilhos do trem
encaminhavam as composições
para uma parada obrigatória para
abastecimento. O nome desse
lugar: Desvio Blauth. Porém Desvio
Blauth não era apenas uma estação
de trem. Era o local do mais
disputado veraneio do Estado, tão
hype quanto os endereços mais
cobiçados de hoje no nosso litoral
norte.
Pois a cerca de 200 metros da finada
estação (de trem e de veraneio)
essa história ainda pulsa. É que logo
ali ao lado, sob a batuta de Ricardo
Nunes e Patrícia Haupt, existe o
Estação Café Blauth. Mix de café,
bistrô e barzinho, é um local
despretensioso e muito agradável,
que procura manter viva a tradição
da localidade. "O hotel que recebia o
veraneio aqui era da família da
minha esposa, a Patrícia, que é
minha sócia no Estação", explica
Ricardo.
No Estação, além de poder curtir a
decoração recheada de fotos - e de
obras de artistas locais - você ainda
come bem e paga p reços
interessantes. Por exemplo: a
e s p e c i a l i d a d e d a c a s a , o
Apfelstrudel, sai por R$ 6.Se a
culinária germânica não for do seu
agrado, ainda há pizzas, sandubas e
outros petiscos.
Para acompanhar, cafés especiais
ou cervejas artesanais. Tudo com a
elegância que marcou a região na
sua época áurea: "Nossos clientes
querem sossego, um ambiente
tranquilo, voltado para pessoas
maduras que queiram escutar uma
boa música e conversar enquanto
dividem uma refeição", acrescenta.
Uma das
especialidades do
Estação Café
Blauth honra o
sobrenome
alemão do lugar:
Apfelstrudel.
[38] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [39]
GOOD FOOD
/ cozinhas recomendadas
O cardápio de inverno oferece
t ambém de l i c iosos c remes
especiais, servidos para ajudar a
espantar o frio.
Outra característica do Estação
Café Blauth é o grande cuidado no
preparo de uma agenda cultural. O
espaço já recebeu o lançamento de
um livro sobre a história da região
(Trens e Turismo, de Thiago Allis e
Luiz Ernesto Brambatti) e promove
periódicas noites voltadas à boa
música, com shows ao vivo de jazz,
chorinho, blues e outros estilos que
tenham afinidade com a proposta
do espaço.
Informações adicionaiswww.cafeblauth.blogspot.com.br
GOOD FOOD
/ cozinhas recomendadas
Década de 20.O avanço das estradas de ferro no
interior do Rio Grande do Sul
c o n t i n u a p r o v o c a n d o o
desenvolvimento das localidades
que circundam os caminhos da
charmosa Maria Fumaça, história
essa que se inicia em 1874 quando a
primeira ferrovia do Estado é
inaugurada através da linha Porto
Alegre-Caxias.
Entre os municípios de Garibaldi e
Farroupilha os trilhos do trem
encaminhavam as composições
para uma parada obrigatória para
abastecimento. O nome desse
lugar: Desvio Blauth. Porém Desvio
Blauth não era apenas uma estação
de trem. Era o local do mais
disputado veraneio do Estado, tão
hype quanto os endereços mais
cobiçados de hoje no nosso litoral
norte.
Pois a cerca de 200 metros da finada
estação (de trem e de veraneio)
essa história ainda pulsa. É que logo
ali ao lado, sob a batuta de Ricardo
Nunes e Patrícia Haupt, existe o
Estação Café Blauth. Mix de café,
bistrô e barzinho, é um local
despretensioso e muito agradável,
que procura manter viva a tradição
da localidade. "O hotel que recebia o
veraneio aqui era da família da
minha esposa, a Patrícia, que é
minha sócia no Estação", explica
Ricardo.
No Estação, além de poder curtir a
decoração recheada de fotos - e de
obras de artistas locais - você ainda
come bem e paga p reços
interessantes. Por exemplo: a
e s p e c i a l i d a d e d a c a s a , o
Apfelstrudel, sai por R$ 6.Se a
culinária germânica não for do seu
agrado, ainda há pizzas, sandubas e
outros petiscos.
Para acompanhar, cafés especiais
ou cervejas artesanais. Tudo com a
elegância que marcou a região na
sua época áurea: "Nossos clientes
querem sossego, um ambiente
tranquilo, voltado para pessoas
maduras que queiram escutar uma
boa música e conversar enquanto
dividem uma refeição", acrescenta.
Uma das
especialidades do
Estação Café
Blauth honra o
sobrenome
alemão do lugar:
Apfelstrudel.
[38] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [39]
GOOD FOOD
/ cozinhas recomendadas
O cardápio de inverno oferece
t ambém de l i c iosos c remes
especiais, servidos para ajudar a
espantar o frio.
Outra característica do Estação
Café Blauth é o grande cuidado no
preparo de uma agenda cultural. O
espaço já recebeu o lançamento de
um livro sobre a história da região
(Trens e Turismo, de Thiago Allis e
Luiz Ernesto Brambatti) e promove
periódicas noites voltadas à boa
música, com shows ao vivo de jazz,
chorinho, blues e outros estilos que
tenham afinidade com a proposta
do espaço.
Informações adicionaiswww.cafeblauth.blogspot.com.br
Tipos decervejaQuando se fala em
cerveja logo pensamos
naquela loira estupidamente
gelada, com a garrafa suando em
cima da mesa, não é mesmo?
Não. Pelo menos pra quem gosta de
provar novos sabores.
Existem centenas (milhares?) de
estilos de cerveja criados ao redor
do mundo.
Algumas mais simples levam
apenas maltes básicos, enquanto
o u t r a s p o s s u e m r e c e i t a s
extremamente complexas, que
incluem adições de ingredientes
pouco comuns para nós brasileiros,
tais como frutas silvestres e galhos
de pinheiro (alguns países nórdicos
usam muito esses ingredientes).
Conhecer os diferentes estilos de
cerveja permite ao apreciador viajar
direto para a história de cada nação
que os criou.
A presença de ingredientes típicos
ou o uso de técnicas próprias
d e m o n s t r a m u i t o s o b r e a
população, bem como os costumes
de cada país.
Pinheiros na
Noruega, cerejas
na Bélgica, ou
mesmo abóbora
nos EUA.
Ingredientes
locais que
estimulam a
criatividade na
arte de fazer
cerveja.
BEERCLUB / cultura cervejeira
[40] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto deMaurício Chaulet
twitter.com/mauriciochaulet
Cervejeiro artesanal e membro do
Beer Judge Certification Program.
No Brasil também temos ótimas
referências no assunto, com as
cervejarias locais ousando cada vez
mais para criar bebidas com uma
identidade nacional.
Para nos ajudar a entender melhor e
conhecermos mais sobre essa
enorme quantidade de cervejas que
existem, podemos contar com a
ajuda de alguns grupos que se
dedicam a isso. O BJCP (Beer
Judge Certification Program) e a
Brewers Association, ambas
associações americanas, têm seus
próprios guias de estilos e nos
ajudam a procurar o mundo do lado
de lá, diferente das cervejas quase
sem graça que dominam o
mercado.
Graças aos pequenos produtores
brasileiros, hoje já é possível ir a um
bom restaurante e pedir uma carta
de cervejas com vários desses
estilos, e não simplesmente um
cardápio de marcas que seguem
um mesmo padrão “plano” a que
estamos acostumados.
Mesmo pela Internet existem lojas
idôneas que nos ajudam a comprar
alguma marca que fuja dos padrões
de massa.
Conhecendo um pouco mais sobre
estilos podemos definir quais
cervejas mais apreciamos – as mais
amargas ou mais maltadas, as
escuras com gosto que lembram
café ou, até mesmo, uma cerveja
que mais parece um espumante.
Tem para todos os gostos. Até
mesmo para quem decide que
gosta mesmo é de tomar cerveja
ultragelada quase sem grandes
sabores - o que não tem nada de
errado.
Errado é não experimentar, ainda
mais com tantas ofertas boas por aí.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [41]
BEER CLUB
/ cultura cervejeira
Tipos decervejaQuando se fala em
cerveja logo pensamos
naquela loira estupidamente
gelada, com a garrafa suando em
cima da mesa, não é mesmo?
Não. Pelo menos pra quem gosta de
provar novos sabores.
Existem centenas (milhares?) de
estilos de cerveja criados ao redor
do mundo.
Algumas mais simples levam
apenas maltes básicos, enquanto
o u t r a s p o s s u e m r e c e i t a s
extremamente complexas, que
incluem adições de ingredientes
pouco comuns para nós brasileiros,
tais como frutas silvestres e galhos
de pinheiro (alguns países nórdicos
usam muito esses ingredientes).
Conhecer os diferentes estilos de
cerveja permite ao apreciador viajar
direto para a história de cada nação
que os criou.
A presença de ingredientes típicos
ou o uso de técnicas próprias
d e m o n s t r a m u i t o s o b r e a
população, bem como os costumes
de cada país.
Pinheiros na
Noruega, cerejas
na Bélgica, ou
mesmo abóbora
nos EUA.
Ingredientes
locais que
estimulam a
criatividade na
arte de fazer
cerveja.
BEERCLUB / cultura cervejeira
[40] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto deMaurício Chaulet
twitter.com/mauriciochaulet
Cervejeiro artesanal e membro do
Beer Judge Certification Program.
No Brasil também temos ótimas
referências no assunto, com as
cervejarias locais ousando cada vez
mais para criar bebidas com uma
identidade nacional.
Para nos ajudar a entender melhor e
conhecermos mais sobre essa
enorme quantidade de cervejas que
existem, podemos contar com a
ajuda de alguns grupos que se
dedicam a isso. O BJCP (Beer
Judge Certification Program) e a
Brewers Association, ambas
associações americanas, têm seus
próprios guias de estilos e nos
ajudam a procurar o mundo do lado
de lá, diferente das cervejas quase
sem graça que dominam o
mercado.
Graças aos pequenos produtores
brasileiros, hoje já é possível ir a um
bom restaurante e pedir uma carta
de cervejas com vários desses
estilos, e não simplesmente um
cardápio de marcas que seguem
um mesmo padrão “plano” a que
estamos acostumados.
Mesmo pela Internet existem lojas
idôneas que nos ajudam a comprar
alguma marca que fuja dos padrões
de massa.
Conhecendo um pouco mais sobre
estilos podemos definir quais
cervejas mais apreciamos – as mais
amargas ou mais maltadas, as
escuras com gosto que lembram
café ou, até mesmo, uma cerveja
que mais parece um espumante.
Tem para todos os gostos. Até
mesmo para quem decide que
gosta mesmo é de tomar cerveja
ultragelada quase sem grandes
sabores - o que não tem nada de
errado.
Errado é não experimentar, ainda
mais com tantas ofertas boas por aí.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [41]
BEER CLUB
/ cultura cervejeira
BOOZE / confraria trendline
Fernando SperottoArquiteto
Difícil é conseguir pronunciar o
n o m e d e s s a c e r v e j a , a
Weihenstephaner Vitus. É uma
bock clara, de trigo, produzida na
A l e m a n h a . C o n t é m 7 , 7 d e
graduação alcoólica - o que ajuda a
pronunciar o seu nome depois do
segundo copo. Em meio ao seu
amargor, possui um sabor frutado.
Boa demais!
Renan Piccoli
Empresário
Uma cerveja que me agrada muito é
a Slava, da RSW Abadessa (Pareci
Novo - RS). É uma pilsen clara, de
sabor leve, aromática, que sempre
se faz presente nas minhas
degustações. Não que eu não goste
da Export e da Helles, também da
Abadessa, mas o sabor da Slava é o
meu favorito.
Daniel CameraArquiteto
Coube a mim a tarefa árdua de
escolher a cerveja da ‘saideira’ da
nossa confraria. Foi ela uma cerveja
ainda sem nome e sem rótulo, que
deverá estar entre as cervejas da
casa do Doppio Malto, de Bento
Gonçalves. Produzida pelo Luis e
pelo Gustavo, é uma Irish Red Ale
bem equilibrada e com muito sabor.
cervejas
Paradegustar...
Abadessa
Slava
4,1% Vol
750 ml
Preço: por volta
de R$ 20
Weihenstephaner
Vitus
1 7,7% Vol
500 ml
Preço: por volta de R$ 24
Doppio MaltoIrish Red Ale
5% Vol
Ainda sem previsãode comercialização.
vinh
os
Caroline MaurmannMédica
Um dos melhores vinhos que provei
esse ano foi também um dos mais
baratos: custou R$ 13 na FranShop,
em Flores da Cunha. Trata-se de
um vinho daquela localidade, o Val
13, da vinícola Valdemiz.
É um Tannat com Cabernet Franc,
safra 2005, muito bem equilibrado.
Mauro César NoskowskiEmpresário
Depois de passar um tempão fora
do Brasil não pude acompanhar
com tanta frequência a nossa
produção de vinhos. Porém, há um
que sempre me t raz boas
lembranças: o Merlot da Dal Pizzol.
É um vinho bem interessante, que
se destaca por não ter passado por
barricas de carvalho.
Janquiel MesturiniAssessor de Comunicação
Vinho da linha premium que poderia
estar ao lado dos gran premium da
linha VIA1986.
O grande destaque desse vinho é a
finesse do conjunto, o que o torna
bom para acompanhar refeições ou
apenas para beber, fazendo, quem
sabe, o caça-palavras bacana do
rótulo.
Dal Pizzol
Merlot
12% Vol
Preço: entre R$ 30 e 35
Viapiana
Expressões
Cabernet
Sauvignon 2010
13% Vol
Preço: por volta de R$ 40 no
varejo
Ouvimos alguns amigos e parceiros para saber deles:o que você indica para os nossos leitores?
Eis as respostas:
Valdemiz - Val 13
13% Vol
Safra 2005
Preço: R$ 10 na vinícola,
entre R$ 15 e 25 no varejo
BOOZE
/ confraria trendline
BOOZE / confraria trendline
Fernando SperottoArquiteto
Difícil é conseguir pronunciar o
n o m e d e s s a c e r v e j a , a
Weihenstephaner Vitus. É uma
bock clara, de trigo, produzida na
A l e m a n h a . C o n t é m 7 , 7 d e
graduação alcoólica - o que ajuda a
pronunciar o seu nome depois do
segundo copo. Em meio ao seu
amargor, possui um sabor frutado.
Boa demais!
Renan Piccoli
Empresário
Uma cerveja que me agrada muito é
a Slava, da RSW Abadessa (Pareci
Novo - RS). É uma pilsen clara, de
sabor leve, aromática, que sempre
se faz presente nas minhas
degustações. Não que eu não goste
da Export e da Helles, também da
Abadessa, mas o sabor da Slava é o
meu favorito.
Daniel CameraArquiteto
Coube a mim a tarefa árdua de
escolher a cerveja da ‘saideira’ da
nossa confraria. Foi ela uma cerveja
ainda sem nome e sem rótulo, que
deverá estar entre as cervejas da
casa do Doppio Malto, de Bento
Gonçalves. Produzida pelo Luis e
pelo Gustavo, é uma Irish Red Ale
bem equilibrada e com muito sabor.
cervejas
Paradegustar...
Abadessa
Slava
4,1% Vol
750 ml
Preço: por volta
de R$ 20
Weihenstephaner
Vitus
1 7,7% Vol
500 ml
Preço: por volta de R$ 24
Doppio MaltoIrish Red Ale
5% Vol
Ainda sem previsãode comercialização.
vinh
os
Caroline MaurmannMédica
Um dos melhores vinhos que provei
esse ano foi também um dos mais
baratos: custou R$ 13 na FranShop,
em Flores da Cunha. Trata-se de
um vinho daquela localidade, o Val
13, da vinícola Valdemiz.
É um Tannat com Cabernet Franc,
safra 2005, muito bem equilibrado.
Mauro César NoskowskiEmpresário
Depois de passar um tempão fora
do Brasil não pude acompanhar
com tanta frequência a nossa
produção de vinhos. Porém, há um
que sempre me t raz boas
lembranças: o Merlot da Dal Pizzol.
É um vinho bem interessante, que
se destaca por não ter passado por
barricas de carvalho.
Janquiel MesturiniAssessor de Comunicação
Vinho da linha premium que poderia
estar ao lado dos gran premium da
linha VIA1986.
O grande destaque desse vinho é a
finesse do conjunto, o que o torna
bom para acompanhar refeições ou
apenas para beber, fazendo, quem
sabe, o caça-palavras bacana do
rótulo.
Dal Pizzol
Merlot
12% Vol
Preço: entre R$ 30 e 35
Viapiana
Expressões
Cabernet
Sauvignon 2010
13% Vol
Preço: por volta de R$ 40 no
varejo
Ouvimos alguns amigos e parceiros para saber deles:o que você indica para os nossos leitores?
Eis as respostas:
Valdemiz - Val 13
13% Vol
Safra 2005
Preço: R$ 10 na vinícola,
entre R$ 15 e 25 no varejo
BOOZE
/ confraria trendline
Miragem doverão
[44] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto e fotos deQuéli Giuriatti
facebook.com/queli.giuriatti
GOTHERE
/ destinos recomendados
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]
Se o destino ideal
para as suas
férias de junho é
longe do frio e
perto do sol, a
República
Dominicana tem
tudo que você
precisa e, quem
sabe, muito mais
do que imagina.
Miragem doverão
[44] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Texto e fotos deQuéli Giuriatti
facebook.com/queli.giuriatti
GOTHERE
/ destinos recomendados
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]
Se o destino ideal
para as suas
férias de junho é
longe do frio e
perto do sol, a
República
Dominicana tem
tudo que você
precisa e, quem
sabe, muito mais
do que imagina.
O mar do Caribe próximo de você. Com voos
regulares e diretos de Porto Alegre
para o Panamá pela Copa Airlines e,
de lá para dezenas de destinos na
América Central, o sonho de fugir
dos rigores do inverno gaúcho e
curtir dias de vida mansa em uma
ensolarada praia caribenha é
passível de ser concretizado.
Os preços, desde já vale ressaltar,
são ótimos, sobretudo se você
escolher um resort em Punta Cana,
na República Dominicana. Uma
semana no sistema all inclusive
custa bem menos que muitos
resorts do nordeste brasileiro.
Localizada na costa leste do país,
Punta Cana apresenta um dos
comp lexos ho te le i ros ma is
procurados por turistas do mundo
inteiro. Russos, canadenses, norte-
americanos e europeus em geral
lotam as praias locais. Tudo por
está mais conta da facilidade do aeroporto
internacional de Punta Cana, que
fica a poucos minutos dos maiores
hotéis.
A praia Bávaro, onde se situa o
resort Bávaro Princess, está entre as
dez mais belas das Américas - de
acordo com a Unesco. Palmeiras,
água calma, quentinha e cristalina,
areia fofa e um céu azul de tirar o
fôlego compõem a paisagem, um
cartão-postal vivo que ficará na sua
memória por anos a fio. As suítes
bangalô contam com todos os
confortos necessários para seu
repouso: ampla banheira de
hidromassagem, ar-condicionado
central, sala, copa completa com
cafeteira – para você se deliciar com
o café dominicano, entre os
melhores do mundo –, TV de LED,
roupões macios, etc.
Apesar das 806 acomodações, o
perfil do Bávaro Princess é de um
ecoresort, bastante calmo, com
arborização e mata nativas em
abundância. Seus oito restaurantes
oferecem pratos de diversas
nacionalidades, com destaque para
a cozinha oriental e os lagostins
grelhados.
Se a beira-mar for a sua praia,
aproveite para tomar rum Brugal
com Coca-Cola e ficar de bobeira.
Vizinhos de Cuba, os dominicanos
brincam a respeito do nome do
drinque Cuba Libre. Chamam de
“mentirita”, já que de liberdade os
cubanos não podem se gabar.
Resorts de Punta
Cana costumam
oferecer bons
preços para o
sistema all
inclusive.
[46] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
GO THERE
/ destinos recomendados
Se estiver a fim de um agito,
esportes aquáticos estão à sua
disposição sem custo. O caiaque
completo - com colete - está incluso
no serviço, mas tudo que envolver
motor, como jet skis e lanchas, corre
por fora da conta.
Em geral, o povo da região é muito
solícito e mostra identificação com
os brasileiros no quesito simpatia, o
que facilita a comunicação - mesmo
que seu espanhol seja primário.
Os operadores de turismo locais
montam “banca” nos resorts para
oferecer outros passeios aos
visitantes, tudo facilitado e seguro,
inclusive nos mergulhos com
snorkel.
Uma dica é conferir o pacote do
Marinarium, que permite descobrir
as maravilhas dos corais e da vida
marinha de uma forma bem
divertida. Já o Dolphin Island tem
uma plataforma flutuante em alto
mar, que traz a oportunidade de
nadar e interagir com uma simpática
comunidade de golfinhos. Outra
atração famosa é o Manatí Park,
zoológico que oferece shows com
leões marinhos e golf inhos,
pássaros, papagaios e outros
animais.
Rock’n’roll never dies
O resort predileto dos brasileiros em
Punta Cana só poderia ser o mais
agitado de todos, certo? Pois o Hard
Rock Cafe Punta Cana levanta a
taça. Com 1.790 quartos, onze
restaurantes e dezenas de piscinas
e bares, este resort de proporções
monstruosas tem um clima especial
à noite.
Todos os quartos são decorados
com frases de astros do rock, além
das centenas de relíquias de
músicos e bandas que fazem parte
do acervo do Hard Rock, como um
carrão cravejado de espelhos usado
por Madonna em videoclipes ou
looks de show completos de Gloria
Steffan.
Uma boate, chamada Oro, que é
literalmente brilhante, um spa e um
cassino fecham o rol de atrações
deste Hard Rock, único all inclusive
da rede em todo o planeta.
O resort predileto
dos brasileiros:
Hard Rock Cafe
Punta Cana.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [47]
GO THERE
/ destinos recomendados
O mar do Caribe próximo de você. Com voos
regulares e diretos de Porto Alegre
para o Panamá pela Copa Airlines e,
de lá para dezenas de destinos na
América Central, o sonho de fugir
dos rigores do inverno gaúcho e
curtir dias de vida mansa em uma
ensolarada praia caribenha é
passível de ser concretizado.
Os preços, desde já vale ressaltar,
são ótimos, sobretudo se você
escolher um resort em Punta Cana,
na República Dominicana. Uma
semana no sistema all inclusive
custa bem menos que muitos
resorts do nordeste brasileiro.
Localizada na costa leste do país,
Punta Cana apresenta um dos
comp lexos ho te le i ros ma is
procurados por turistas do mundo
inteiro. Russos, canadenses, norte-
americanos e europeus em geral
lotam as praias locais. Tudo por
está mais conta da facilidade do aeroporto
internacional de Punta Cana, que
fica a poucos minutos dos maiores
hotéis.
A praia Bávaro, onde se situa o
resort Bávaro Princess, está entre as
dez mais belas das Américas - de
acordo com a Unesco. Palmeiras,
água calma, quentinha e cristalina,
areia fofa e um céu azul de tirar o
fôlego compõem a paisagem, um
cartão-postal vivo que ficará na sua
memória por anos a fio. As suítes
bangalô contam com todos os
confortos necessários para seu
repouso: ampla banheira de
hidromassagem, ar-condicionado
central, sala, copa completa com
cafeteira – para você se deliciar com
o café dominicano, entre os
melhores do mundo –, TV de LED,
roupões macios, etc.
Apesar das 806 acomodações, o
perfil do Bávaro Princess é de um
ecoresort, bastante calmo, com
arborização e mata nativas em
abundância. Seus oito restaurantes
oferecem pratos de diversas
nacionalidades, com destaque para
a cozinha oriental e os lagostins
grelhados.
Se a beira-mar for a sua praia,
aproveite para tomar rum Brugal
com Coca-Cola e ficar de bobeira.
Vizinhos de Cuba, os dominicanos
brincam a respeito do nome do
drinque Cuba Libre. Chamam de
“mentirita”, já que de liberdade os
cubanos não podem se gabar.
Resorts de Punta
Cana costumam
oferecer bons
preços para o
sistema all
inclusive.
[46] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
GO THERE
/ destinos recomendados
Se estiver a fim de um agito,
esportes aquáticos estão à sua
disposição sem custo. O caiaque
completo - com colete - está incluso
no serviço, mas tudo que envolver
motor, como jet skis e lanchas, corre
por fora da conta.
Em geral, o povo da região é muito
solícito e mostra identificação com
os brasileiros no quesito simpatia, o
que facilita a comunicação - mesmo
que seu espanhol seja primário.
Os operadores de turismo locais
montam “banca” nos resorts para
oferecer outros passeios aos
visitantes, tudo facilitado e seguro,
inclusive nos mergulhos com
snorkel.
Uma dica é conferir o pacote do
Marinarium, que permite descobrir
as maravilhas dos corais e da vida
marinha de uma forma bem
divertida. Já o Dolphin Island tem
uma plataforma flutuante em alto
mar, que traz a oportunidade de
nadar e interagir com uma simpática
comunidade de golfinhos. Outra
atração famosa é o Manatí Park,
zoológico que oferece shows com
leões marinhos e golf inhos,
pássaros, papagaios e outros
animais.
Rock’n’roll never dies
O resort predileto dos brasileiros em
Punta Cana só poderia ser o mais
agitado de todos, certo? Pois o Hard
Rock Cafe Punta Cana levanta a
taça. Com 1.790 quartos, onze
restaurantes e dezenas de piscinas
e bares, este resort de proporções
monstruosas tem um clima especial
à noite.
Todos os quartos são decorados
com frases de astros do rock, além
das centenas de relíquias de
músicos e bandas que fazem parte
do acervo do Hard Rock, como um
carrão cravejado de espelhos usado
por Madonna em videoclipes ou
looks de show completos de Gloria
Steffan.
Uma boate, chamada Oro, que é
literalmente brilhante, um spa e um
cassino fecham o rol de atrações
deste Hard Rock, único all inclusive
da rede em todo o planeta.
O resort predileto
dos brasileiros:
Hard Rock Cafe
Punta Cana.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [47]
GO THERE
/ destinos recomendados
STYLE / Meu Número
[48] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
O inverno recém-começou,
mas a moda já está de olho no
Verão 2012/2013 com os
lançamentos nacionais e
internacionais.
Por aqui, Minas Trend Preview
e Fashion Rio já nos
mostraram o que virá junto
com o calor - que parece tão,
tão distante no momento!
CIA
MA
RÍT
IMA
E quando overão chegar...
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [49]
Texto deTai Santos
facebook.com/taiolisantos
Consultora de Moda.
Fotos deAgência Fotosite
STYLE / Meu Número
[48] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
O inverno recém-começou,
mas a moda já está de olho no
Verão 2012/2013 com os
lançamentos nacionais e
internacionais.
Por aqui, Minas Trend Preview
e Fashion Rio já nos
mostraram o que virá junto
com o calor - que parece tão,
tão distante no momento!
CIA
MA
RÍT
IMA
E quando overão chegar...
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [49]
Texto deTai Santos
facebook.com/taiolisantos
Consultora de Moda.
Fotos deAgência Fotosite
[50] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
ST
YL
E
/ meu
nú
mero
O próximo verão será
“agridoce”, nas cores e nas
formas: um mix de romance
açucarado e esportivo apimentado.
A invasão de uma estética anos 90,
substituindo de leve a onda
oitentista presente já há várias
coleções, é uma das primeiras
tendências que podemos notar. A
silhueta reta (linha H); o decote
canoa; o visual plastificado e
metalizado; o esportivo dos bailes
de Charme, com parkas e shorts
boxer; o comprimento cropped
acompanhados de cós superalto; as
telas e o calçado tipo tênis com
plataforma são alguns indicativos.
Some a isso um ar de anos 20
presente nos comprimentos e
formas dos vestidos, franjas e visual
art decó.
As formas geométricas também
revelam um leve retorno do
japonismo (orientalismo) - isso sim
movimento AINDA dos anos 80, que
insistem em continuar na moda e no
design em geral.
Dos pastéis aos intensos,
passando pelo preto e branco.
Destaque: azul klein, azul
piscina, verde acqua, verde
bandeira, rosa algodão-doce,
rosa pink, laranja, tangerina,
vermelho cereja, amarelo
canário, amarelo solar, amarelo
clarinho, creme, branco, preto.
Aliás, parece que o laranja é a cor
da década, já que se faz presente
e m v á r i a s c o l e ç õ e s
constantemente desde 2010.
Cores
Meta l i zado dourado, que
apareceu em peças inteiras, em
deta lhes, em bolsas, em
c a l ç a d o s e t a m b é m n a
maquiagem.
Efeito destaque
Formas E s p o r t i v a s , o r g â n i c a s o u
geométricas. Comprimentos curtos
ou nos joelhos, para saias, vestidos
e bermudas. Calças cigarretes (na
altura da canela). Tanto a forma
fluida como as justas não são
exageradas, tudo na medida certa.
Decotes redondos, canoa ou
tomara-que-caia. Plissados e
pregas em tecidos com ótimo
caimento.
Vazados, rendados, bordados e
telados. Malhas com lurex,
recortes a laser no couro,
patchwork em jeans (destaque
para o trabalho ao lado,
belíssimo, do desfile da Sacada).
Jeans délavé e white denim, além
dos “estampados” da TNG.
Resinados e plastificados. Mix de
transparências com fosco.
Texturas, padronagens, lavagens
BLU
E M
AN
SA
CA
DA
R G
RO
OV
E
NEW ORDER
ST
YL
E
/ m
eu
nú
mero
Ame ou odeie
Depois das semanas de moda, blogs, sites e redes sociais despejam uma infinidade de
comentários, opiniões e críticas sobre os desfiles. E sempre há peças ou detalhes que geram
polêmica e dividem opiniões. Desta vez são duas as tendências que estão na corda, sendo
puxadas pelos dois lados:
- bustiê e top cropped: já foram usados à exaustão
nos anos 80 e 90, e agora retornaram com tudo.
Falta de elegância ou sexy young? Já existe até uma
“receita” para evitar cair no “piriguetismo”: usar com
cinturas altíssimas, para jamais mostrar o umbigo.
Assim fica mais elegante - para poucas, claro.
- o tal do Peplum: ele apareceu aos montes nas
semanas de moda internacionais, e sim... aterrissou
por aqui. Peplum é aquela “sainha” presa na cintura,
em blusas e vestidos, bem sobre o quadril, abrindo em
godê. Os que o defendem, dizem que disfarça culotes
e quadris largos e que dá impressão de cintura mais
fina. Os que ojerizam, dizem que envelhece. Uma coisa
é certa: ele achata a silhueta e leva o olhar para o centro
do corpo, portanto mulheres baixas ou que tem volume
no abdômen devem evitá-lo.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [51]
ALE
XA
ND
ER
MC
QU
EE
N
MA
RIA
BO
NIT
A
[50] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
ST
YL
E
/ meu
nú
mero
O próximo verão será
“agridoce”, nas cores e nas
formas: um mix de romance
açucarado e esportivo apimentado.
A invasão de uma estética anos 90,
substituindo de leve a onda
oitentista presente já há várias
coleções, é uma das primeiras
tendências que podemos notar. A
silhueta reta (linha H); o decote
canoa; o visual plastificado e
metalizado; o esportivo dos bailes
de Charme, com parkas e shorts
boxer; o comprimento cropped
acompanhados de cós superalto; as
telas e o calçado tipo tênis com
plataforma são alguns indicativos.
Some a isso um ar de anos 20
presente nos comprimentos e
formas dos vestidos, franjas e visual
art decó.
As formas geométricas também
revelam um leve retorno do
japonismo (orientalismo) - isso sim
movimento AINDA dos anos 80, que
insistem em continuar na moda e no
design em geral.
Dos pastéis aos intensos,
passando pelo preto e branco.
Destaque: azul klein, azul
piscina, verde acqua, verde
bandeira, rosa algodão-doce,
rosa pink, laranja, tangerina,
vermelho cereja, amarelo
canário, amarelo solar, amarelo
clarinho, creme, branco, preto.
Aliás, parece que o laranja é a cor
da década, já que se faz presente
e m v á r i a s c o l e ç õ e s
constantemente desde 2010.
Cores
Meta l i zado dourado, que
apareceu em peças inteiras, em
deta lhes, em bolsas, em
c a l ç a d o s e t a m b é m n a
maquiagem.
Efeito destaque
Formas E s p o r t i v a s , o r g â n i c a s o u
geométricas. Comprimentos curtos
ou nos joelhos, para saias, vestidos
e bermudas. Calças cigarretes (na
altura da canela). Tanto a forma
fluida como as justas não são
exageradas, tudo na medida certa.
Decotes redondos, canoa ou
tomara-que-caia. Plissados e
pregas em tecidos com ótimo
caimento.
Vazados, rendados, bordados e
telados. Malhas com lurex,
recortes a laser no couro,
patchwork em jeans (destaque
para o trabalho ao lado,
belíssimo, do desfile da Sacada).
Jeans délavé e white denim, além
dos “estampados” da TNG.
Resinados e plastificados. Mix de
transparências com fosco.
Texturas, padronagens, lavagens
BLU
E M
AN
SA
CA
DA
R G
RO
OV
E
NEW ORDER
ST
YL
E
/ m
eu
nú
mero
Ame ou odeie
Depois das semanas de moda, blogs, sites e redes sociais despejam uma infinidade de
comentários, opiniões e críticas sobre os desfiles. E sempre há peças ou detalhes que geram
polêmica e dividem opiniões. Desta vez são duas as tendências que estão na corda, sendo
puxadas pelos dois lados:
- bustiê e top cropped: já foram usados à exaustão
nos anos 80 e 90, e agora retornaram com tudo.
Falta de elegância ou sexy young? Já existe até uma
“receita” para evitar cair no “piriguetismo”: usar com
cinturas altíssimas, para jamais mostrar o umbigo.
Assim fica mais elegante - para poucas, claro.
- o tal do Peplum: ele apareceu aos montes nas
semanas de moda internacionais, e sim... aterrissou
por aqui. Peplum é aquela “sainha” presa na cintura,
em blusas e vestidos, bem sobre o quadril, abrindo em
godê. Os que o defendem, dizem que disfarça culotes
e quadris largos e que dá impressão de cintura mais
fina. Os que ojerizam, dizem que envelhece. Uma coisa
é certa: ele achata a silhueta e leva o olhar para o centro
do corpo, portanto mulheres baixas ou que tem volume
no abdômen devem evitá-lo.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [51]
ALE
XA
ND
ER
MC
QU
EE
N
MA
RIA
BO
NIT
A
Porto Alegre acaba de receber a
exposição Viva Elis, uma mostra
organizada pelo filho de Elis
Regina, João Marcelo Bôscoli, e a
maior realizada sobre a artista
gaúcha até então no país. São mais
de 200 fotos e material de shows,
e n t r e v i s t a s e d e p o i m e n t o s
dispostos na Usina do Gasômetro,
até o dia 8 de julho. A exposição
segue também para Recife, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte.
A mostra faz parte do projeto Nivea
Viva Elis, que começou com o show
da cantora Maria Rita, no Anfiteatro
Pôr do Sol, também na capital
gaúcha. A apresentação gratuita,
que teve o repertório baseado nos
sucessos de Elis Regina, reuniu 60
mil pessoas, num belo espetáculo
no final de tarde.
Vários outros eventos estão
marcados para este ano, quando se
completam 30 anos da morte de
Elis.
Aliás, o show em que Maria Rita
homenageia a mãe será lançado em
CD, DVD e Blu-ray, que devem
chegar às lojas no segundo
semestre.
Mostra sobre a
cantora percorre
Porto Alegre,
Recife, Rio de
Janeiro e Belo
Horizonte.
FOTO DIVULGAÇÃO
[52] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
CULT / cultura e subcultura
VivaElis
Texto deGreici Audibert
facebook.com/greiciaudibert
Jornalista e repórter do Grupo RSCOMe do Portal leouve.com.br
Almodóvar
O livro branco
B.B. King, aqui do lado
De Pedro Almodóvar assisti
a “Fale com Ela”,“Mulheres à
Beira de um Ataque de
Nervos” e, recentemente, “A
Pele que Habito”, mais uma
obra impecável do cineasta
espanhol que nunca pôde
estudar cinema.
O longa, escrito pelo diretor
em parceria com o irmão
Augustín Almodóvar, é
baseado no romance
policial Mygale, de Thierry
Jonquet.
Antonio Banderas é o
protagonista e interpreta
Rober t , um obcecado
cirurgião plástico que, após
a morte de sua esposa num
acidente, concentra todas as
suas energias e seus
conhecimentos na criação
de uma pele com a qual ela
poderia ter sobrevivido.
Após 12 anos, ele consegue
criar um tecido sensível ao
toque, mas resistente a
qualquer tipo de agressão.
Porém, para chegar num
resultado perfeito, seria
necessária uma cobaia
humana, a lém de um
cúmplice e uma grande
dose da falta de escrúpulos .
A cúmplice é Marília (Marisa
Paredes), a mulher que o
criou desde o dia em que
nasceu. Já a cobaia é uma
jovem desaparecida que
não o será de forma
voluntária.
Os Beatles, a banda que mais
vendeu singles no Reino Unido nos
últimos 60 anos (segundo a Official
Charts Company), mais uma vez
serve de inspiração.
Desta vez para o escritor Henrique
Rodrigues, que lança em julho o
Livro Branco - Vinte Contos
Inspirados em Músicas dos
Beatles. São textos de 20 autores
baseados no quarteto de Liverpool.
Para o jornalista Nelson Motta, que
assina um dos contos, Beatles era
algo “meio ridículo”. Mudou de ideia
depois e no livro escreve sobre Love
me do, de 1962.
B.B. King retorna ao Brasil neste
ano para uma nova turnê e bem aqui
do lado, em Curitiba. O show ocorre
no dia 2 de outubro, no Teatro
Guaíra.
Aos 86 anos, o cantor e guitarrista
fará cinco apresentações no país.
As outras acontecem no Rio de
Janeiro e em São Paulo.
O ícone do blues esteve no Brasil
pela última vez em março de 2010.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [53]
CULT
/ cultura e subcultura
Porto Alegre acaba de receber a
exposição Viva Elis, uma mostra
organizada pelo filho de Elis
Regina, João Marcelo Bôscoli, e a
maior realizada sobre a artista
gaúcha até então no país. São mais
de 200 fotos e material de shows,
e n t r e v i s t a s e d e p o i m e n t o s
dispostos na Usina do Gasômetro,
até o dia 8 de julho. A exposição
segue também para Recife, Rio de
Janeiro e Belo Horizonte.
A mostra faz parte do projeto Nivea
Viva Elis, que começou com o show
da cantora Maria Rita, no Anfiteatro
Pôr do Sol, também na capital
gaúcha. A apresentação gratuita,
que teve o repertório baseado nos
sucessos de Elis Regina, reuniu 60
mil pessoas, num belo espetáculo
no final de tarde.
Vários outros eventos estão
marcados para este ano, quando se
completam 30 anos da morte de
Elis.
Aliás, o show em que Maria Rita
homenageia a mãe será lançado em
CD, DVD e Blu-ray, que devem
chegar às lojas no segundo
semestre.
Mostra sobre a
cantora percorre
Porto Alegre,
Recife, Rio de
Janeiro e Belo
Horizonte.
FOTO DIVULGAÇÃO
[52] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
CULT / cultura e subcultura
VivaElis
Texto deGreici Audibert
facebook.com/greiciaudibert
Jornalista e repórter do Grupo RSCOMe do Portal leouve.com.br
Almodóvar
O livro branco
B.B. King, aqui do lado
De Pedro Almodóvar assisti
a “Fale com Ela”,“Mulheres à
Beira de um Ataque de
Nervos” e, recentemente, “A
Pele que Habito”, mais uma
obra impecável do cineasta
espanhol que nunca pôde
estudar cinema.
O longa, escrito pelo diretor
em parceria com o irmão
Augustín Almodóvar, é
baseado no romance
policial Mygale, de Thierry
Jonquet.
Antonio Banderas é o
protagonista e interpreta
Rober t , um obcecado
cirurgião plástico que, após
a morte de sua esposa num
acidente, concentra todas as
suas energias e seus
conhecimentos na criação
de uma pele com a qual ela
poderia ter sobrevivido.
Após 12 anos, ele consegue
criar um tecido sensível ao
toque, mas resistente a
qualquer tipo de agressão.
Porém, para chegar num
resultado perfeito, seria
necessária uma cobaia
humana, a lém de um
cúmplice e uma grande
dose da falta de escrúpulos .
A cúmplice é Marília (Marisa
Paredes), a mulher que o
criou desde o dia em que
nasceu. Já a cobaia é uma
jovem desaparecida que
não o será de forma
voluntária.
Os Beatles, a banda que mais
vendeu singles no Reino Unido nos
últimos 60 anos (segundo a Official
Charts Company), mais uma vez
serve de inspiração.
Desta vez para o escritor Henrique
Rodrigues, que lança em julho o
Livro Branco - Vinte Contos
Inspirados em Músicas dos
Beatles. São textos de 20 autores
baseados no quarteto de Liverpool.
Para o jornalista Nelson Motta, que
assina um dos contos, Beatles era
algo “meio ridículo”. Mudou de ideia
depois e no livro escreve sobre Love
me do, de 1962.
B.B. King retorna ao Brasil neste
ano para uma nova turnê e bem aqui
do lado, em Curitiba. O show ocorre
no dia 2 de outubro, no Teatro
Guaíra.
Aos 86 anos, o cantor e guitarrista
fará cinco apresentações no país.
As outras acontecem no Rio de
Janeiro e em São Paulo.
O ícone do blues esteve no Brasil
pela última vez em março de 2010.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [53]
CULT
/ cultura e subcultura
reconstruir e manter os tecidos do
corpo, inclusive o muscular.
Isso posto, fica a pergunta: um
vegetariano consegue ganhar
massa muscular? Claro que sim!
Dizer não à carne não significa abolir
a construção da massa muscular.
Se não fosse assim, a vegetariana
Cory Everson não teria ganho o
título de Ms Olympia por seis anos
consecutivos na década de 80.
Um vegetariano pode sim ganhar
massa muscular, porém precisa
ficar atento e buscar auxílio de uma
nutricionista, se propondo a
consumir os alimentos indicados,
nas quantidades recomendadas. O
fundamental é combinar diversas
fontes de proteínas vegetais para,
assim, obter todos os aminoácidos
PersonalTrainer MusculaçãoTreinamento
Funcional
Ginástica
Bike Indoor
Rua Pinheiro Machado, 770Galeria da SOAL, Veranópolis-RS
Fone: (54) 3441-7237
É possível vegetariana e ainda assim obter
bons ganhos de massa muscular?
As discussões sobre este assunto
cos tumam ser ca lo rosas e
encontramos argumentos razoáveis
nos dois lados. Debates à parte,
temos que levar em conta que
algumas pessoas simplesmente
NÃO GOSTAM de produtos de
origem animal. Outras abdicam da
carne por questões religiosas. E há
também um número crescente de
adeptos que tiram a carne da dieta
por não concordar com o sacrifício
da vida de animais.
Do ponto de vista da nutrição
espor t i va , sem um vo lume
adequado de ingestão de proteínas
(encontradas em maior número na
carne) f ica realmente di f íci l
ter uma dieta essenciais ao organismo. Alguns
nutrientes merecem atenção e
podem pedir suplementação, tais
como a vitamina B12 e o ferro. A
suplementação à base de soja é
extremamente recomendada para
estas pessoas.
Com uma boa quantidade de
calor ias vindas dos cereais
integrais, frutas, legumes e nozes o
vegetariano conseguirá ter uma
alimentação saudável e um corpo
sarado.
Ah, e uma dica final: nada de passar
horas na academia. Reduza o
tempo do treinamento e trabalhe
árduo, prevenindo a perda de
massa muscular. Com a mente
determinada, treino e alimentação
regrados, você chega lá.
GOODLIVING / cuide do seu corpo
Sem carne,com músculos
Texto deMaria Cristina Frazon Telles
Personal trainer, Pós-graduada emFisiologia do Exercício UGF/RJ
reconstruir e manter os tecidos do
corpo, inclusive o muscular.
Isso posto, fica a pergunta: um
vegetariano consegue ganhar
massa muscular? Claro que sim!
Dizer não à carne não significa abolir
a construção da massa muscular.
Se não fosse assim, a vegetariana
Cory Everson não teria ganho o
título de Ms Olympia por seis anos
consecutivos na década de 80.
Um vegetariano pode sim ganhar
massa muscular, porém precisa
ficar atento e buscar auxílio de uma
nutricionista, se propondo a
consumir os alimentos indicados,
nas quantidades recomendadas. O
fundamental é combinar diversas
fontes de proteínas vegetais para,
assim, obter todos os aminoácidos
PersonalTrainer MusculaçãoTreinamento
Funcional
Ginástica
Bike Indoor
Rua Pinheiro Machado, 770Galeria da SOAL, Veranópolis-RS
Fone: (54) 3441-7237
É possível vegetariana e ainda assim obter
bons ganhos de massa muscular?
As discussões sobre este assunto
cos tumam ser ca lo rosas e
encontramos argumentos razoáveis
nos dois lados. Debates à parte,
temos que levar em conta que
algumas pessoas simplesmente
NÃO GOSTAM de produtos de
origem animal. Outras abdicam da
carne por questões religiosas. E há
também um número crescente de
adeptos que tiram a carne da dieta
por não concordar com o sacrifício
da vida de animais.
Do ponto de vista da nutrição
espor t i va , sem um vo lume
adequado de ingestão de proteínas
(encontradas em maior número na
carne) f ica realmente dif íci l
ter uma dieta essenciais ao organismo. Alguns
nutrientes merecem atenção e
podem pedir suplementação, tais
como a vitamina B12 e o ferro. A
suplementação à base de soja é
extremamente recomendada para
estas pessoas.
Com uma boa quantidade de
calor ias vindas dos cereais
integrais, frutas, legumes e nozes o
vegetariano conseguirá ter uma
alimentação saudável e um corpo
sarado.
Ah, e uma dica final: nada de passar
horas na academia. Reduza o
tempo do treinamento e trabalhe
árduo, prevenindo a perda de
massa muscular. Com a mente
determinada, treino e alimentação
regrados, você chega lá.
GOODLIVING / cuide do seu corpo
Sem carne,com músculos
Texto deMaria Cristina Frazon Telles
Personal trainer, Pós-graduada emFisiologia do Exercício UGF/RJ
PEOPLE / colunismo sem «érrimos»
ou «íssimos»
NOVA SALA
No fim de maio a região
conheceu a nova revista Sala
de Arquitetos, de Caxias do
Sul. O projeto passou por
uma total reformulação e foi
realizado pela Daschund
Comunicação, editora da
Trendline, e pela
TwoThinkMore, de Passo
Fundo.
O evento de lançamento
ocorreu no La Barra, em
Caxias.Samuel Ramos, Letícia Athayde e Bianca Polidoro Franco.
FOTO JEFERSON DEBONI
FOTO JEFERSON DEBONI
[56] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
UM ANO!
O Embrios Centro de
Reprodução Humana
celebrou o seu primeiro ano
de vida em um evento voltado
para a área médica, com a
palestra do médico
imunologista Ricardo de
Oliveira.
Durante esses primeiros doze
meses a equipe realizou mais
de 60 gestações com sucesso
- uma delas envolvendo o
casal de proprietários Ângela
e Gustavo. :)
CURSO DE GESTÃO
A Dell’Anno recebeu o curso
Administração de Escritórios
de Arquitetura e Engenharia,
promovido pela AEARV, a
Associação dos Engenheiros
e Arquitetos da Região dos
Vinhedos. As aulas foram
ministradas pelo professor
Ênio Padilha.
Na foto, a turma da Dell’Anno
que recepcionou os
presentes.
Joice Boch, Gustavo Vieira, Ângela Marcon D’Avila, Ricardo de
Oliveira e Fernanda Peruzzato
Edson Busin, Fernanda Fialho, Kenia Michelin, Renan Piccoli, Karla
Pires e Raquel D'Avila
FOTO SILVANA AIBEL | DIVULGAÇÃO
FOTO SAMUEL RAMOS
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [57]
PEOPLE / colunismo sem «érrimos»
ou «íssimos»
NOVA SALA
No fim de maio a região
conheceu a nova revista Sala
de Arquitetos, de Caxias do
Sul. O projeto passou por
uma total reformulação e foi
realizado pela Daschund
Comunicação, editora da
Trendline, e pela
TwoThinkMore, de Passo
Fundo.
O evento de lançamento
ocorreu no La Barra, em
Caxias.Samuel Ramos, Letícia Athayde e Bianca Polidoro Franco.
FOTO JEFERSON DEBONI
FOTO JEFERSON DEBONI
[56] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
UM ANO!
O Embrios Centro de
Reprodução Humana
celebrou o seu primeiro ano
de vida em um evento voltado
para a área médica, com a
palestra do médico
imunologista Ricardo de
Oliveira.
Durante esses primeiros doze
meses a equipe realizou mais
de 60 gestações com sucesso
- uma delas envolvendo o
casal de proprietários Ângela
e Gustavo. :)
CURSO DE GESTÃO
A Dell’Anno recebeu o curso
Administração de Escritórios
de Arquitetura e Engenharia,
promovido pela AEARV, a
Associação dos Engenheiros
e Arquitetos da Região dos
Vinhedos. As aulas foram
ministradas pelo professor
Ênio Padilha.
Na foto, a turma da Dell’Anno
que recepcionou os
presentes.
Joice Boch, Gustavo Vieira, Ângela Marcon D’Avila, Ricardo de
Oliveira e Fernanda Peruzzato
Edson Busin, Fernanda Fialho, Kenia Michelin, Renan Piccoli, Karla
Pires e Raquel D'Avila
FOTO SILVANA AIBEL | DIVULGAÇÃO
FOTO SAMUEL RAMOS
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [57]
BOLO DE CAFÉ
Foi com o famoso cupcake de
café da casa (e poderia ser
diferente?) que o Coaffee
comemorou o seu primeiro
ano.
Lisane Melo e Maiquel
Oliveira fizeram as honras da
celebração, que fechou o
workshop sobre degustação
de cafés promovido no
espaço.
RECONHECIMENTO
A Ibero Cruzeiros premia, todo
ano, os operadores que se
destacaram na temporada
anterior.
O caneco, esse ano, ficou em
Nova Prata, com a agência
Camboatás, que levou o 1º
lugar em vendas no Estado.
Lisiane Melo e Maiquel Oliveira
Rosane Ferronatto, Renata Frizon, Jordana Carpenedo e Marília Minozzo.
FOTO SAMUEL RAMOS
FOTO DIVULGAÇÃO
[58] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
NOVO VAREJO
Flores da Cunha também
recebeu a primeira loja da
Porto Mediterrâneo,
importadora que trabalha com
mais de 200 rótulos de vinhos
de seis países.
O local escolhido para a
operação foi o enoespaço da
Viapiana, ação que faz com
que vinhos importados e
nacionais dividissem as
prateleiras do varejo da
vinícola.
ARTE E VINHOS
A vinícola Luiz Argenta, de
Flores da Cunha, recebe até
31 de outubro a exposição de
arte itinerante que integra o
projeto “Vivências Sensorias –
Leituras Múltiplas”, da
Confraria do Champanhe da
Serra Gaúcha.
As obras podem ser
contempladas na própria
vinícola e são de autoria de 10
artistas locais.
Anfitriões da exposição, Sr. Deunir Argenta e a sua filha, Daiane Argenta
Elton Viapiana, Julio Cesar Schimitt Neto, Danielle Voges e Cesar Curra.
FOTO SAMUEL RAMOS
FOTO SAMUEL RAMOS
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [59]
PEOPLE
/ social
PEOPLE
/ social
BOLO DE CAFÉ
Foi com o famoso cupcake de
café da casa (e poderia ser
diferente?) que o Coaffee
comemorou o seu primeiro
ano.
Lisane Melo e Maiquel
Oliveira fizeram as honras da
celebração, que fechou o
workshop sobre degustação
de cafés promovido no
espaço.
RECONHECIMENTO
A Ibero Cruzeiros premia, todo
ano, os operadores que se
destacaram na temporada
anterior.
O caneco, esse ano, ficou em
Nova Prata, com a agência
Camboatás, que levou o 1º
lugar em vendas no Estado.
Lisiane Melo e Maiquel Oliveira
Rosane Ferronatto, Renata Frizon, Jordana Carpenedo e Marília Minozzo.
FOTO SAMUEL RAMOS
FOTO DIVULGAÇÃO
[58] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
NOVO VAREJO
Flores da Cunha também
recebeu a primeira loja da
Porto Mediterrâneo,
importadora que trabalha com
mais de 200 rótulos de vinhos
de seis países.
O local escolhido para a
operação foi o enoespaço da
Viapiana, ação que faz com
que vinhos importados e
nacionais dividissem as
prateleiras do varejo da
vinícola.
ARTE E VINHOS
A vinícola Luiz Argenta, de
Flores da Cunha, recebe até
31 de outubro a exposição de
arte itinerante que integra o
projeto “Vivências Sensorias –
Leituras Múltiplas”, da
Confraria do Champanhe da
Serra Gaúcha.
As obras podem ser
contempladas na própria
vinícola e são de autoria de 10
artistas locais.
Anfitriões da exposição, Sr. Deunir Argenta e a sua filha, Daiane Argenta
Elton Viapiana, Julio Cesar Schimitt Neto, Danielle Voges e Cesar Curra.
FOTO SAMUEL RAMOS
FOTO SAMUEL RAMOS
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [59]
PEOPLE
/ social
PEOPLE
/ social
A marcha dos corvos
TOCO EME VOY
/ impedimento
No futebol argentino, historicamente, há cinco grandes
clubes. Um deles vive uma época de
provações que parece não ter fim.
É verdade que, exceto pelo Boca
Juniors, sempre temido, sempre
renascendo, há tempos os
principais representantes do futebol
HERMANO vivem cambaleando. O
River Plate atualmente milita na
segunda divisão. O Racing vive uma
era de seca de títulos e quebrou
financeiramente, quase falindo.
O Independiente está perdido entre
San Juan y Mendoza, tentando
reencontrar a grandeza que o fez o
maior campeão de Libertadores,
com sete títulos. Mas nenhum deles
sofre tanto e em aspectos tão
diversos como o San Lorenzo.
Se sua história fosse um FOLHETIM,
o clube de Almagro seria aquele
personagem outrora poderoso, mas
hoje sofrido, constantemente
humilhado e pisoteado, que no final
da trama triunfa sobre a maldade.
[60] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Há cinco anos sem
ganhar nenhum título, o
San Lorenzo FLERTOU
toda a corrente
temporada com o
rebaixamento.
Texto e fotos deDouglas Cecconello
facebook.com/douglas.ceconello.3
O problema é que ninguém tem
ideia do desfecho do drama
azulgrana e por enquanto a parte do
sofrimento parece longe de acabar.
Para começar, los cuervos (a
alcunha vem do fato de o clube ter
sido fundado por padres, que como
sabemos geralmente se vestem de
preto) são os únicos entre os
grandes a nunca terem conquistado
a Libertadores, o que gerou a
maldosa piada de que sua sigla,
CASLA, na verdade significa Clube
Atlético Sem Libertadores de
América.
O CHISTE é repetido aos quatro
ventos em Buenos Aires pelos rivais.
Mas com esta pequena crueldade
os torcedores do San Lorenzo até já
se acostumaram. O que eles não
admitem de forma alguma é o
desvio que sua história sofreu
décadas atrás. Em 1979, época da
ditadura argentina, o terreno do
clube no bairro de Boedo foi
negociado pela diretoria com o
governo de Buenos Aires, que
garantia que a área era importante
para a “reorganização urbana” da
cidade e negava existir qualquer
interesse empresarial.
Contudo, a palavra do poder
público não se mostrou de grande
valia (novidade) e o terreno acabou
indo parar nas mãos de uma grande
rede de supermercados, que erigiu
uma caixa de concreto onde antes
era o estádio Viejo Gasómetro.
Como consequência, os azulgranas
acabaram se mudando para o sul do
bairro de Flores, mudança que
jamais foi digerida e parece
incomodar muito mais que a
VIRGINDADE em Libertadores.
O bairro de Boedo também sentiu a
ausência do San Lorenzo. Em torno
do clube girava extensa atividade
social e esportiva, que, aos poucos,
se perdeu. Os porteños mostram
grande vínculo com seus bairros de
origem – cada bairro é um
microuniverso, com tradição e
histórias peculiares – e o San
Lorenzo e sua torcida jamais fizeram
questão de cortar o cordão umbilical
que os une a Boedo.
Pois este sentimento latente, a
vontade de retornar do exílio,
finalmente explodiu em 2012. Em 8
de março, a torcida organizou uma
manifestação que levou 100 mil
pessoas à Plaza de Mayo para
pressionar pela aprovação da Lei de
Restituição Histórica, que deve
devolver o antigo terreno ao clube.
Era o dia de o torcedor jogar, dizia a
campanha. E eles de fato jogaram, e
com gana: fizeram daquele dia a sua
final de Libertadores.
Hoje, os jogadores do San Lorenzo
não têm muito tempo para olhar
para o passado: estão envolvidos
numa RUSGA dos diabos, tentando
tirar o clube do rebaixamento –
sofrimento que não tem fim, já havia
avisado. O time perde pontos fáceis
e depois vence partidas épicas. O
clube já foi rebaixado, em 1981, e
retornou no ano seguinte, após
bater recordes de torcida – em um
final de semana, levou 75 mil
pessoas ao Monumental de Nuñez,
público maior que o de toda aquela
rodada da primeira divisão. A
torcida do San Lorenzo, como se
sabe, não costuma brincar em
serviço e não admite FAIR PLAY
quando se trata de recolocar a
história do clube nos trilhos – dentro
e fora do campo. Quando chega a
hora dos corvos, as pombas somem
das ruas de Buenos Aires.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [61]
Cem mil cuervos
se reuniram na
Plaza de Mayo
pedindo a
reintegração do
antigo terreno no
bairro Boedo.
A marcha dos corvos
TOCO EME VOY
/ impedimento
No futebol argentino, historicamente, há cinco grandes
clubes. Um deles vive uma época de
provações que parece não ter fim.
É verdade que, exceto pelo Boca
Juniors, sempre temido, sempre
renascendo, há tempos os
principais representantes do futebol
HERMANO vivem cambaleando. O
River Plate atualmente milita na
segunda divisão. O Racing vive uma
era de seca de títulos e quebrou
financeiramente, quase falindo.
O Independiente está perdido entre
San Juan y Mendoza, tentando
reencontrar a grandeza que o fez o
maior campeão de Libertadores,
com sete títulos. Mas nenhum deles
sofre tanto e em aspectos tão
diversos como o San Lorenzo.
Se sua história fosse um FOLHETIM,
o clube de Almagro seria aquele
personagem outrora poderoso, mas
hoje sofrido, constantemente
humilhado e pisoteado, que no final
da trama triunfa sobre a maldade.
[60] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Há cinco anos sem
ganhar nenhum título, o
San Lorenzo FLERTOU
toda a corrente
temporada com o
rebaixamento.
Texto e fotos deDouglas Cecconello
facebook.com/douglas.ceconello.3
O problema é que ninguém tem
ideia do desfecho do drama
azulgrana e por enquanto a parte do
sofrimento parece longe de acabar.
Para começar, los cuervos (a
alcunha vem do fato de o clube ter
sido fundado por padres, que como
sabemos geralmente se vestem de
preto) são os únicos entre os
grandes a nunca terem conquistado
a Libertadores, o que gerou a
maldosa piada de que sua sigla,
CASLA, na verdade significa Clube
Atlético Sem Libertadores de
América.
O CHISTE é repetido aos quatro
ventos em Buenos Aires pelos rivais.
Mas com esta pequena crueldade
os torcedores do San Lorenzo até já
se acostumaram. O que eles não
admitem de forma alguma é o
desvio que sua história sofreu
décadas atrás. Em 1979, época da
ditadura argentina, o terreno do
clube no bairro de Boedo foi
negociado pela diretoria com o
governo de Buenos Aires, que
garantia que a área era importante
para a “reorganização urbana” da
cidade e negava existir qualquer
interesse empresarial.
Contudo, a palavra do poder
público não se mostrou de grande
valia (novidade) e o terreno acabou
indo parar nas mãos de uma grande
rede de supermercados, que erigiu
uma caixa de concreto onde antes
era o estádio Viejo Gasómetro.
Como consequência, os azulgranas
acabaram se mudando para o sul do
bairro de Flores, mudança que
jamais foi digerida e parece
incomodar muito mais que a
VIRGINDADE em Libertadores.
O bairro de Boedo também sentiu a
ausência do San Lorenzo. Em torno
do clube girava extensa atividade
social e esportiva, que, aos poucos,
se perdeu. Os porteños mostram
grande vínculo com seus bairros de
origem – cada bairro é um
microuniverso, com tradição e
histórias peculiares – e o San
Lorenzo e sua torcida jamais fizeram
questão de cortar o cordão umbilical
que os une a Boedo.
Pois este sentimento latente, a
vontade de retornar do exílio,
finalmente explodiu em 2012. Em 8
de março, a torcida organizou uma
manifestação que levou 100 mil
pessoas à Plaza de Mayo para
pressionar pela aprovação da Lei de
Restituição Histórica, que deve
devolver o antigo terreno ao clube.
Era o dia de o torcedor jogar, dizia a
campanha. E eles de fato jogaram, e
com gana: fizeram daquele dia a sua
final de Libertadores.
Hoje, os jogadores do San Lorenzo
não têm muito tempo para olhar
para o passado: estão envolvidos
numa RUSGA dos diabos, tentando
tirar o clube do rebaixamento –
sofrimento que não tem fim, já havia
avisado. O time perde pontos fáceis
e depois vence partidas épicas. O
clube já foi rebaixado, em 1981, e
retornou no ano seguinte, após
bater recordes de torcida – em um
final de semana, levou 75 mil
pessoas ao Monumental de Nuñez,
público maior que o de toda aquela
rodada da primeira divisão. A
torcida do San Lorenzo, como se
sabe, não costuma brincar em
serviço e não admite FAIR PLAY
quando se trata de recolocar a
história do clube nos trilhos – dentro
e fora do campo. Quando chega a
hora dos corvos, as pombas somem
das ruas de Buenos Aires.
TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [61]
Cem mil cuervos
se reuniram na
Plaza de Mayo
pedindo a
reintegração do
antigo terreno no
bairro Boedo.
CRT / telefone vermelho
Atraso gaudérioTexto deMarcos Beck Bohn
O Rio Grande para trás. Afirmação que não traz
novidade alguma, infelizmente é
algo que não se ouve nas rodas de
conversa gaúchas. Houve tempo
que éramos parte da vanguarda da
nação. Esse tempo, é fato, passou.
O presente governo estadual é
alinhado com o governo federal. Vê-
se injeção portentosa de recursos
no estado? Se acontece, digam-me
onde. Há duas ou três obras viárias,
há outro financiamento. Mas aquilo
que seria de se esperar, quando se
tem dois ex-colegas de ministério –
uma, no Planalto; outro, no Piratini –
é muito mais do que a Rodovia do
Parque.
Temos um aeroporto que, durante
cinco meses do ano, todas as
manhãs, corre o risco de ficar
fechado. Ninguém entra, ninguém
sai. Por que mesmo? Por causa da
neblina, a cerração, bela imagem do
imaginário e da realidade do estado.
Tão bela, que talvez obnubile e
impeça os responsáveis de comprar
está ficando o aparelho que permite o pouso e
decolagens dos aviões com tempo
fechado.
Margens do Guaíba. Passar pela
Avenida Beira Rio à noite é ficar cara
a cara com a mais absoluta
escuridão. De ambos os lados. O
Parque da Harmonia só se sabe que
está ali porque se sabe que está ali.
O Guaíba, lado oposto, é um mar
negro cujas margens inexistem para
quem as desconheça. Seja ou não
ainda o trauma da enchente que deu
origem ao muro da Mauá, é triste e
risível que Porto Alegre ainda viva de
costas para suas águas.
Deixemos a capital. Serra. Obras de
recapeamento nada urgentes nas
es t radas que levam até lá
executadas na semana do Festival
d e G r a m a d o . R e s u l t a d o ?
Quilômetros de congestionamento.
Será para mostrar serviço aos
turistas? Vale dos Sinos. Em São
Leopoldo, agora há também
congestionamentos em três das
seis vias mais importantes da
cidade. Motivo: faixas de segurança
sem semáforo em qualquer
cruzamento. E os motoristas
leopoldenses, educados, param.
Sempre. Em todas as esquinas.
Enquanto os pedestres, firmes na
sua cidadania, atravessam sem
olhar para os lados.
Na peça Quadrante, que esteve em
Porto Alegre faz alguns anos, o
finado Paulo Autran conversava
com a plateia e declamava poemas.
Depois de um deles, comentou: “A
primeira vez que disse esse
poeminha aqui para vocês,
gaúchos, eu estava receoso.
Nervoso, até. Mas, para minha
agradável surpresa, aqui é onde as
pessoas mais riem!”
Cito de memória, deixa o Google
para lá, era mais ou menos assim:
“Lá vai o gaúcho, com seu cavalo
Apressado, galopando pelos
campos
Pra quê? Pra nada!”
FOTO DIVULGAÇÃO
[62] | TRENDLINE[MAG] . ED 7
Nossos resultadosrefletem qualidade!
Estamos trabalhando para conquistara melhor gestão de qualidade emanálises clínicas - ISO9001.
CRT / telefone vermelho
Atraso gaudérioTexto deMarcos Beck Bohn
O Rio Grande para trás. Afirmação que não traz
novidade alguma, infelizmente é
algo que não se ouve nas rodas de
conversa gaúchas. Houve tempo
que éramos parte da vanguarda da
nação. Esse tempo, é fato, passou.
O presente governo estadual é
alinhado com o governo federal. Vê-
se injeção portentosa de recursos
no estado? Se acontece, digam-me
onde. Há duas ou três obras viárias,
há outro financiamento. Mas aquilo
que seria de se esperar, quando se
tem dois ex-colegas de ministério –
uma, no Planalto; outro, no Piratini –
é muito mais do que a Rodovia do
Parque.
Temos um aeroporto que, durante
cinco meses do ano, todas as
manhãs, corre o risco de ficar
fechado. Ninguém entra, ninguém
sai. Por que mesmo? Por causa da
neblina, a cerração, bela imagem do
imaginário e da realidade do estado.
Tão bela, que talvez obnubile e
impeça os responsáveis de comprar
está ficando o aparelho que permite o pouso e
decolagens dos aviões com tempo
fechado.
Margens do Guaíba. Passar pela
Avenida Beira Rio à noite é ficar cara
a cara com a mais absoluta
escuridão. De ambos os lados. O
Parque da Harmonia só se sabe que
está ali porque se sabe que está ali.
O Guaíba, lado oposto, é um mar
negro cujas margens inexistem para
quem as desconheça. Seja ou não
ainda o trauma da enchente que deu
origem ao muro da Mauá, é triste e
risível que Porto Alegre ainda viva de
costas para suas águas.
Deixemos a capital. Serra. Obras de
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Será para mostrar serviço aos
turistas? Vale dos Sinos. Em São
Leopoldo, agora há também
congestionamentos em três das
seis vias mais importantes da
cidade. Motivo: faixas de segurança
sem semáforo em qualquer
cruzamento. E os motoristas
leopoldenses, educados, param.
Sempre. Em todas as esquinas.
Enquanto os pedestres, firmes na
sua cidadania, atravessam sem
olhar para os lados.
Na peça Quadrante, que esteve em
Porto Alegre faz alguns anos, o
finado Paulo Autran conversava
com a plateia e declamava poemas.
Depois de um deles, comentou: “A
primeira vez que disse esse
poeminha aqui para vocês,
gaúchos, eu estava receoso.
Nervoso, até. Mas, para minha
agradável surpresa, aqui é onde as
pessoas mais riem!”
Cito de memória, deixa o Google
para lá, era mais ou menos assim:
“Lá vai o gaúcho, com seu cavalo
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