trendline [mag] ed 007

64
O café do gourmet Movimento que propõe a degustação de sabores sofisticados chega ao mercado do café, trazendo consigo um novo padrão para o consumidor. Entrevista Fran Bortolossi Turismo República Dominicana Gastronomia Estação Café Blauth E mais: Moda Pensando no verão Economia O consumo salva? Especial Profissões antigas ANO 02 EDIÇÃO 07 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA VENDA PROIBIDA

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Café para quem gosta de café. E mais: entrevista com o Dj Fran Bortolossi, especial sobre profissões antigas, coluna do Impedimento e outras grandes matérias.

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O cafédo gourmet

Movimento que propõe a

degustação de sabores sofisticados

chega ao mercado do café,

trazendo consigo um novo

padrão para o consumidor.

Entrevista

Fran Bortolossi

Turismo

República Dominicana

Gastronomia

Estação Café Blauth

E mais:

Moda

Pensando no verão

Economia

O consumo salva?

Especial

Profissões antigas

ANO 02

EDIÇÃO 07

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

VENDA PROIBIDA

tecnologia para a saúde,

diagnósticos para a vida.

O CVD de Bento Gonçalves

agora conta com a tecnologia de

tomografia multislice, serviço

que permite um trabalho de

diagnóstico com imagens de

altíssima resolução.

É o CVD investindo para que você

sempre obtenha resultados mais

claros e precisos.

Rua Saldanha Marinho, 545 - Centro

Bento Gonçalves - RS - Serra Gaúcha

Fone (54) 3052 0606

Estacionamento gratuito para clientes.

a c e s s e

w w w . c v d . m e d . b r

(54) 3052 0606 (54) 3242 7626 (54) 3441 1229Bento Gonçalves | Nova Prata | Veranópolis

RESSONÂNCIA MAGNÉTICATOMOGRAFIA MULTISLICEMAMOGRAFIA DIGITALULTRASSONOGRAFIAECOCARDIOGRAFIAECOGRAFIA 4D

RESPONSÁVEL TÉCNICO MD. MARCELO GUTH - CRM 20864

tecnologia para a saúde,

diagnósticos para a vida.

O CVD de Bento Gonçalves

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que permite um trabalho de

diagnóstico com imagens de

altíssima resolução.

É o CVD investindo para que você

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ContemporâneaRua Henry Hugo Dreher, 214 - PlanaltoBento Gonçalves - RS - Brasil(54) 3454-3333 | [email protected]

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40O CERVEJEIRO / BEER CLUB

Estilos de cerveja

42CONFRARIA / CHECK THIS BOOZE

O que bebem nossos leitores?

44TURISMO / GO THERE

Punta Cana

48 ESTILO / DRESS UP

O que contam as semanas de moda

36GASTRONOMIA / GOOD FOOD

Estação Café Blauth

56 SOCIAL / SCENE

A nova Sala

56IMPEDIMENTO / TOCO Y ME VOY

Os corvos do Boedo

62TELEFONE VERMELHO / CRT

Mais perdido que surdo em jogo de bingo

54 EM FORMA / GOOD LIVING

Você não come carne?

52 CULTURA / COOLT

Elis é um dom, uma certa magia...

18 ENTREVISTA / TALK

Fran Bortolossi

24 COMUNICAÇÃO E MKT / MEDIA

Você tem e-mail?

Compra, compra, compra...22 ECONOMIA / MONEY

ESPECIAL / PROFISSÕES ESQUECIDAS

Rodrigo Sfreddo, o Cuteleiro32

26 CAPA / HEADLINE

Café bom é bom.

Nessa edição

Fale conosco:54 3052 [email protected]

Atendimento telefônico: 54 3052 0433 | 54 9188 3815

Para anunciar: [email protected]

Opiniões e sugestões de pauta: [email protected]

Endereço:

Rua Marechal Deodoro, 230, Sala 1404 - Centro

Bento Gonçalves - RS - 95700-000 - Serra Gaúcha

Acompanhe a TL[mag] nas redes sociais:

twitter.com/trendlinemagfacebook.com/tlmag

FOTO SAMUEL RAMOS

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O que contam as semanas de moda

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A nova Sala

56IMPEDIMENTO / TOCO Y ME VOY

Os corvos do Boedo

62TELEFONE VERMELHO / CRT

Mais perdido que surdo em jogo de bingo

54 EM FORMA / GOOD LIVING

Você não come carne?

52 CULTURA / COOLT

Elis é um dom, uma certa magia...

18 ENTREVISTA / TALK

Fran Bortolossi

24 COMUNICAÇÃO E MKT / MEDIA

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Nessa edição

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FOTO SAMUEL RAMOS

EditorialCasa nova, vida nova, é o que se costuma dizer quando

mudamos o endereço. Pois cá

estamos instalados, em um

novíssimo escritório, na cidade em

que a Trendline nasceu e que tão

bem tem nos acolhido no decorrer

desses quase dois

anos.

A mudança para

Bento Gonçalves

faz parte do nosso

plano de negócios.

Marca, também, uma evolução

n a t u r a l d a T r e n d l i n e ,

empreendimento que nasceu no

pequeno quarto dos fundos do meu

apartamento.

A e s c o l h a p o r B e n t o t r a z

justificativas econômicas (a cidade

cresce no ritmo da região),

logísticas (fica na porção central da

Serra Gaúcha e pertinho de Porto

Alegre) e também pessoais: é uma

cidade que gostamos e que nos

recebe, sempre, com um carinho

especial.

O crescimento e a

profissionalização do

n o s s o n e g ó c i o ,

contudo, não significa

apagar da memória e

da conduta os valores que

formaram o caráter dessa revista.

Não mesmo, cramento, tchó!

Samuel Ramos, editor

da Trendline [mag].

Estamos de casa

nova, em Bento Gonçalves.

FOTO SAMUEL RAMOS

FO

TO

MA

RÍL

IA R

OS

SA

TT

O

Termo de ResponsabilidadeO conteúdo de artigos assinados e de peças publicitárias é de responsabilidade exclusiva de seus autores.

Copyright 2012 Trendline [mag]. Todos os direitos reservados.

EditorialCasa nova, vida nova, é o que se costuma dizer quando

mudamos o endereço. Pois cá

estamos instalados, em um

novíssimo escritório, na cidade em

que a Trendline nasceu e que tão

bem tem nos acolhido no decorrer

desses quase dois

anos.

A mudança para

Bento Gonçalves

faz parte do nosso

plano de negócios.

Marca, também, uma evolução

n a t u r a l d a T r e n d l i n e ,

empreendimento que nasceu no

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apartamento.

A e s c o l h a p o r B e n t o t r a z

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cresce no ritmo da região),

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Serra Gaúcha e pertinho de Porto

Alegre) e também pessoais: é uma

cidade que gostamos e que nos

recebe, sempre, com um carinho

especial.

O crescimento e a

profissionalização do

n o s s o n e g ó c i o ,

contudo, não significa

apagar da memória e

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Não mesmo, cramento, tchó!

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COLUNISTAS:

Jarbas Gambogi, Alexandre Lattari,

Maria Cristina Frazon Telles,

Magali Lahude, Marcos Beck Bohn,

Quéli Giuriatti, Tai Santos,

Douglas Ceconello, Luís Felipe dos Santos,

Iuri Müller, Maurício Brum, Greici Audibert e

Maurício Chaulet.

EDITOR:

Samuel Ramos

CONSELHO ADMINISTRATIVO:

Caroline Boito Maurmann

CONSELHO EDITORIAL:

Marcos Beck Bohn

MARKETING:

Marília Rossatto

[email protected]

(54) 9101 6875

DIAGRAMAÇÃO E

PROJETO GRÁFICO:

Daschund Comunicação

REVISÃO:

Marcel Nogueira

JORNALISTA RESPONSÁVEL:

Samuel Ramos

Reg. Prof. 11.388-RS

Quem fazTIRAGEM:

Dez mil exemplares

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:

Coan Indústria Gráfica

PERIODICIDADE:

Trimestral

Próxima edição: Setembro 2012

PUBLICAÇÃO:

Daschund Comunicação Integrada

www.daschund.com.br

Jarbas Gambogi

Quéli Giuriatti

Maurício Brum Greici Audibert

Tai Santos

Alexandre Lattari

Maurício Chaulet

Douglas Ceconello

Maria Cristina

Marcel Nogueira

Luís Felipe

Magy Lahude

Mari Rossatto

Iuri Müller

Marcos Beck Bohn

VERANÓPOLIS

Academia VigorConfraria das LetrasJ´adore le Café Parisiense

CARLOS BARBOSA

Café Brasil

FLORES DA CUNHA

Empório FachinFranshopVinícola Viapiana

VILA FLORES

Villa do Pão

GARIBALDI

Café Luna ParkCoisas Boas DelicatessenDevorata Trufas ArtesanaisSelezione

CANELAArmazém ApricotCannelè Bistrot

FARROUPILHAArmazém PedóCroasonho Café

TORRESEspaço Top Fitness

onde encontrar** Mediante disponibilidade.

A Trendline possui distribuição gratuita, veja

BENTO GONÇALVES

Armazém das Cantinas HistóricasBasílico Casa GourmetBiscoteria ItallinniCafeelato Café e DoceriaCanta MariaCasa Vanni Espaço GastronômicoCroasonho CaféDi PaoloDolce GustoDoppio Malto BirreriaPecato & GullaRefinaria Deli GourmetRosmarino RestauranteValle RusticoVinícola AlmaúnicaViverone Café Boutique

CAXIAS DO SUL

Aromas e Sabores EmpórioBella GullaBierHaus Boccati VinhosBus Café (Estação Rodoviária)Café Nobre Coaffe (Moinho da Estação)Croasonho Café Di Paolo Do Arco da Velha LivrariaGosto do Brasil (Colina Sorriso)Stella Doceria e GelateriaThe King Gastro PubZarabatana

PORTO ALEGRE

Apolinário (Cidade Baixa)Beatnick (Shopping Total)BierMarkt (Castro Alves, 422)BierKellerCasa de la MadreDirty Old Man Cocktail PubEmpório MercattoFulô Diminina (Independência)Lagom BrewPub (Bom Fim)Pandorga (Miguel Tostes, 897)Parangolé (Cidade Baixa)Parrilla del Sur (Av. Nilópolis)Província do Café (Andradas, 904)Shamrock Pub (Vieira de Castro, 32)

Cantina do LenziEmpório São JoãoPousada dos PinheiraisSabor Café

NOVA PRATA

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BENTO GONÇALVES

Armazém das Cantinas HistóricasBasílico Casa GourmetBiscoteria ItallinniCafeelato Café e DoceriaCanta MariaCasa Vanni Espaço GastronômicoCroasonho CaféDi PaoloDolce GustoDoppio Malto BirreriaPecato & GullaRefinaria Deli GourmetRosmarino RestauranteValle RusticoVinícola AlmaúnicaViverone Café Boutique

CAXIAS DO SUL

Aromas e Sabores EmpórioBella GullaBierHaus Boccati VinhosBus Café (Estação Rodoviária)Café Nobre Coaffe (Moinho da Estação)Croasonho Café Di Paolo Do Arco da Velha LivrariaGosto do Brasil (Colina Sorriso)Stella Doceria e GelateriaThe King Gastro PubZarabatana

PORTO ALEGRE

Apolinário (Cidade Baixa)Beatnick (Shopping Total)BierMarkt (Castro Alves, 422)BierKellerCasa de la MadreDirty Old Man Cocktail PubEmpório MercattoFulô Diminina (Independência)Lagom BrewPub (Bom Fim)Pandorga (Miguel Tostes, 897)Parangolé (Cidade Baixa)Parrilla del Sur (Av. Nilópolis)Província do Café (Andradas, 904)Shamrock Pub (Vieira de Castro, 32)

Cantina do LenziEmpório São JoãoPousada dos PinheiraisSabor Café

NOVA PRATA

FOTO SAMUEL RAMOS

RE

SP

ON

V

RE

SP

ON

V

‘O Brasil é a bola da vezno mercado da músicaeletrônica’

Fran Bortolossi

TALK / entrevista exclusiva

Texto deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Mesmo depois de conhecer a

música eletrônica eu não queria ser

DJ, tudo isso por um motivo

simples: não gostaria de ser julgado

pelo meu gosto musical.

FB A primeira festa que eu toquei foi

uma formatura de uma escola. O

evento teria duas pistas e me

chamaram para "quebrar galho" no

espaço menor. Assim que a noite

começou, a minha pista encheu e a

outra ficou vazia. Toquei umas seis

ou sete horas e no final recebi um

cachê de R$ 150, que ainda tive que

dividir com o cara que me

conseguiu o espaço (risos).

FB Demais. O Brasil possui hoje

a l g u n s d o s c a c h ê s m a i s

inflacionados do mundo. Artistas

mais conhecidos chegam a receber

R$ 200 mil por uma apresentação de

duas horas. Veja, por exemplo, o

caso do Hernan Cattaneo, que é

um cara que eu respeito demais: na

Europa você paga mil euros para

contratá-lo. Aqui, R$ 50 mil.

[mag] Mesmo assim, aqui está o

Fran, com uma carreira de DJ que já

soma seis anos. Como foi que tudo

começou?

[mag] Esse cachê é bem diferente

daqueles que o mercado brasileiro

pratica hoje, não?

Ele é hoje um dos DJ’s mais

reconhecidos da região, dono de

um grande talento e de um gosto

apuradíssimo. Conhecido como

Fran Bortolossiele atende por Francisco. Por sinal,

foi na sua morada que nos recebeu

para conceder essa entrevista

exclusiva, no quarto/estúdio de uma

bela casa antiga localizada no

centro de Farroupilha.

Fran já estudou piano, tocou violão e

por um bom tempo sequer cogitava

escutar a chacoteira que as rádios

FM costumam chamar de dance

music. Saiu do Brasil para estudar e

voltou fascinado com a música

eletrônica que estava sendo feita

fora do país. Voltou determinado a

divulgar essa cultura e criou a

Colours, evento que marca na Serra

Gaúcha o bom momento da música

eletrônica.

, em casa

[mag] A primeira pergunta que

tenho é: de quem é esse CD do

Roberto Carlos que está aqui ao

lado da cadeira?

[mag] Ok, mas isso diz algo sobre o

teu perfil enquanto DJ e agora

produtor, não é?

Fran Bortolossi Ei, não vai escrever

sobre isso. A galera vai pegar no

meu pé depois (risos).

FB Bem, eu me criei em uma casa

de músicos. Minha mãe é pianista,

meu avô tocava acordeão. Então

sempre fui ligado em música, desde

cedo aprendi a tocar piano e violão,

tive algumas bandas. Esse contato é

claro que ajuda a formar um bom

DJ, mas eu jamais havia pensado

em discotecar, isso nem me

passava pela cabeça na época.

Isso ocorre porque somos a bola da

vez para o mercado de música

eletrônica mundial. E não sou eu

que digo isso, são os números. Esse

ano mesmo saiu uma matéria na

Forbes (EUA) dizendo "Esqueça a

Bossa Nova, o Brasil agora é o país

da música eletrônica". Ano passado

os eventos de e-music arrecadaram

mais de US$ 500 milhões em

bilheteria, atraindo quase 20

mi lhões de pessoas. Ent re

h o s p e d a g e m , t r a n s p o r t e ,

alimentação e bebidas essas

pessoas movimentaram mais US$

600 milhões. Os eventos também

atraíram mais de US$ 250 milhões

em publicidade. Fica claro perceber

que estamos falando de um

mercado bilionário, que está

atraindo investimento de grandes

marcas.

FB Exatamente. Para quem trabalha

com música eletrônica, o Brasil é o

país do momento. Estive na Europa

ano passado, e vi que os caras

babavam quando falávamos em

Brasil. Todo mundo quer vir tocar

aqui. Claro que isso cria um estigma

comercial, tem alguns eventos que

visam mais a captação de grana,

porém mesmo fo ra desses

megaeventos o mercado acontece.

O público está conhecendo mais, se

informando.

Eu vejo isso na Colours, evento que

eu criei aqui na Serra. Começamos

pequenos, de maneira muito

modesta. Evento para 200, 300

pessoas no máximo. Hoje a

realidade é outra, a Colours atrai

milhares de pessoas a cada edição.

[mag] Valores que explicam os altos

cachês.

O Brasil paga

hoje alguns dos

cachês mais

inflacionados do

mundo para o

mercado de DJ’s.

TALK

/ entrevista exclusiva

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [19]

‘O Brasil é a bola da vezno mercado da músicaeletrônica’

Fran Bortolossi

TALK / entrevista exclusiva

Texto deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Mesmo depois de conhecer a

música eletrônica eu não queria ser

DJ, tudo isso por um motivo

simples: não gostaria de ser julgado

pelo meu gosto musical.

FB A primeira festa que eu toquei foi

uma formatura de uma escola. O

evento teria duas pistas e me

chamaram para "quebrar galho" no

espaço menor. Assim que a noite

começou, a minha pista encheu e a

outra ficou vazia. Toquei umas seis

ou sete horas e no final recebi um

cachê de R$ 150, que ainda tive que

dividir com o cara que me

conseguiu o espaço (risos).

FB Demais. O Brasil possui hoje

a l g u n s d o s c a c h ê s m a i s

inflacionados do mundo. Artistas

mais conhecidos chegam a receber

R$ 200 mil por uma apresentação de

duas horas. Veja, por exemplo, o

caso do Hernan Cattaneo, que é

um cara que eu respeito demais: na

Europa você paga mil euros para

contratá-lo. Aqui, R$ 50 mil.

[mag] Mesmo assim, aqui está o

Fran, com uma carreira de DJ que já

soma seis anos. Como foi que tudo

começou?

[mag] Esse cachê é bem diferente

daqueles que o mercado brasileiro

pratica hoje, não?

Ele é hoje um dos DJ’s mais

reconhecidos da região, dono de

um grande talento e de um gosto

apuradíssimo. Conhecido como

Fran Bortolossiele atende por Francisco. Por sinal,

foi na sua morada que nos recebeu

para conceder essa entrevista

exclusiva, no quarto/estúdio de uma

bela casa antiga localizada no

centro de Farroupilha.

Fran já estudou piano, tocou violão e

por um bom tempo sequer cogitava

escutar a chacoteira que as rádios

FM costumam chamar de dance

music. Saiu do Brasil para estudar e

voltou fascinado com a música

eletrônica que estava sendo feita

fora do país. Voltou determinado a

divulgar essa cultura e criou a

Colours, evento que marca na Serra

Gaúcha o bom momento da música

eletrônica.

, em casa

[mag] A primeira pergunta que

tenho é: de quem é esse CD do

Roberto Carlos que está aqui ao

lado da cadeira?

[mag] Ok, mas isso diz algo sobre o

teu perfil enquanto DJ e agora

produtor, não é?

Fran Bortolossi Ei, não vai escrever

sobre isso. A galera vai pegar no

meu pé depois (risos).

FB Bem, eu me criei em uma casa

de músicos. Minha mãe é pianista,

meu avô tocava acordeão. Então

sempre fui ligado em música, desde

cedo aprendi a tocar piano e violão,

tive algumas bandas. Esse contato é

claro que ajuda a formar um bom

DJ, mas eu jamais havia pensado

em discotecar, isso nem me

passava pela cabeça na época.

Isso ocorre porque somos a bola da

vez para o mercado de música

eletrônica mundial. E não sou eu

que digo isso, são os números. Esse

ano mesmo saiu uma matéria na

Forbes (EUA) dizendo "Esqueça a

Bossa Nova, o Brasil agora é o país

da música eletrônica". Ano passado

os eventos de e-music arrecadaram

mais de US$ 500 milhões em

bilheteria, atraindo quase 20

mi lhões de pessoas. Ent re

h o s p e d a g e m , t r a n s p o r t e ,

alimentação e bebidas essas

pessoas movimentaram mais US$

600 milhões. Os eventos também

atraíram mais de US$ 250 milhões

em publicidade. Fica claro perceber

que estamos falando de um

mercado bilionário, que está

atraindo investimento de grandes

marcas.

FB Exatamente. Para quem trabalha

com música eletrônica, o Brasil é o

país do momento. Estive na Europa

ano passado, e vi que os caras

babavam quando falávamos em

Brasil. Todo mundo quer vir tocar

aqui. Claro que isso cria um estigma

comercial, tem alguns eventos que

visam mais a captação de grana,

porém mesmo fo ra desses

megaeventos o mercado acontece.

O público está conhecendo mais, se

informando.

Eu vejo isso na Colours, evento que

eu criei aqui na Serra. Começamos

pequenos, de maneira muito

modesta. Evento para 200, 300

pessoas no máximo. Hoje a

realidade é outra, a Colours atrai

milhares de pessoas a cada edição.

[mag] Valores que explicam os altos

cachês.

O Brasil paga

hoje alguns dos

cachês mais

inflacionados do

mundo para o

mercado de DJ’s.

TALK

/ entrevista exclusiva

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [19]

[mag] De alguma maneira a Colours

também abriu espaço para que

outros eventos interessantes

surgissem.

FB Pode ser que sim. Hoje temos

eventos muito legais de música

eletrônica, que contam com apoio

de empresas para ter uma boa

estrutura, um bom local, que atraem

gente muito bonita. Veja o caso do

Matinê Sunset , um projeto

realizado à tarde, que conta

basicamente com DJ’s locais e que

tem atraído um bom público. Era

difícil imaginar algo assim há alguns

anos, quando tudo se resumia a

house comercial e pagode.

A Colours foi uma necessidade

minha, pois eu pensava que tinha

espaço para mostrar um lado mais

refinado da música eletrônica, coisa

que sempre funcionou muito bem

na Europa, onde a e-music atrai

muita gente que trabalha ou é ligada

com arte, comunicação, design.

E o melhor de tudo isso é que o

pessoal comparece para ver o

trabalho do DJ, que nas nossas

festas tocam músicas que passam

longe do dial das rádios. Isso mostra

que Caxias do Sul, e a Serra

Gaúcha , v i vem um grande

momento sobretudo por abrirem

espaço para gente que não toca

música comercial e mesmo assim

tem um público bem cativo e fiel.

FB Não apenas multinacionais,

empresas locais também estão

procurando colocar suas marcas

n e s s e s e v e n t o s . C o m o

consequência, quando o promotor

é sério (e é uma pena dizer nem

todos são) i sso t raz ma is

profissionalismo ao eventos, faz

com que ele agregue mais para as

[mag] Por isso mesmo mais

empresas têm buscado realizar

ações para esse mercado,

buscando se conectar com esse

público.

marcas que investem à medida em

que conseguem passar algum

c o n t e ú d o n a s f e s t a s , q u e

basicamente servem para informar

musicalmente, mostrar ao público

que nem tudo se resume à lista das

mais pedidas no mundo da boa

música.

FB Isso faz parte do momento da

música eletrônica no Brasil, reflete

aqueles valores de cachês que

falamos antes. Se o mercado está

num boom, com alguns clubs do

país faturando R$ 1,5 milhão por

noite, o mesmo acontece com quem

está ligado à atividade, e o primeiro

da fila é o DJ.

[mag] Quando a profissão de DJ

surgiu, há muitos anos, era uma

atividade sofrida. O cara ficava

escondido, nem cabine tinha. Hoje

em dia a coisa mudou, virou uma

coisa bacana e cheia de apelos. O

que mudou?

TALK

/ entrevista exclusiva

[20] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

É certo que a figura do DJ hoje traz muita popularidade. Já teve

novela com DJ, teve também aquele cara que se diz DJ que

estava pegando a Madonna. Essas são coisas que mexem com o

imaginário das pessoas. O cara acha que vai virar DJ e vai entrar

de graça em todas as festas, beber sem pagar nada ou que as

mulheres vão cair em cima. Em suma, são fantasias que ajudam

nas carências dessas pessoas e muitas precisam desse tipo de

sentimento para se sentirem valorizadas.

FB Sim, está rolando um movimento interessante, em clubs mais

undergrounds, tais como o Level Cult, em Caxias, e o Beco, em

Porto Alegre. A própria música indie parece aceitar bem

elementos da e-music, é só acompanhar o trabalho de bandas

como LCD Soundsystem e Two Door Cinema Club. Além disso,

há um estilo que está ganhando força, o eletro rock, que combina

o rock n’ roll com a música eletrônica.

Afora isso, é importante frisar, há outros estilos que estão

explorando as possibilidades da e-music, e estamos falando aqui

de complexa musicalidade do jazz, samba, soul e blues. Quando

você vai produzir música eletrônica acaba tendo que combinar

30, 40 até 50 canais, e essa possibilidade faz com que os

produtores possam elevar ao máximo a criatividade. É impossível

ouvir o trabalho de gente como David August e dizer que seu

trabalho não é música ou não é arte.

Ocorre que, como disseste, a música eletrônica esteve por muito

tempo vinculada com produções comerciais que não possuem

nenhum referencial artístico, o que gera um preconceito natural

em qualquer pessoa que tenha um gosto musical mais apurado.

Se não fosse assim, não ocorreriam festivais na Europa atraindo

mais de 60 mil pessoas para ouvir e-music no meio do deserto ou

de outro qualquer lugar no meio do nada.

Eu mesmo já pensei dessa forma e mudei.

Meu irmão mais velho, que desde cedo sempre esteve ligado ao

rock, vivia me xingando, dizendo que isso não era música e

outras coisas do gênero. Ele só mudou em uma festa em que

toquei um remix de Kraftwerk. Nesse dia ele me pediu desculpas.

Não adianta, cada estilo tem o seu valor e dentro dele sempre

teremos bons e maus artistas.

[mag] Estamos falando aqui de música eletrônica, um gênero

que - a meu ver - foi e é muito maltratado aqui na região (ainda

hoje está muito vinculado com a postura deselegante de ouvir

música ruim a todo volume em um postinho, com um carro

rebaixado). Mesmo assim, temos visto vertentes interessantes

surgindo, que atraem até mesmo o público do bom e velho rock.

[mag] De alguma maneira a Colours

também abriu espaço para que

outros eventos interessantes

surgissem.

FB Pode ser que sim. Hoje temos

eventos muito legais de música

eletrônica, que contam com apoio

de empresas para ter uma boa

estrutura, um bom local, que atraem

gente muito bonita. Veja o caso do

Matinê Sunset , um projeto

realizado à tarde, que conta

basicamente com DJ’s locais e que

tem atraído um bom público. Era

difícil imaginar algo assim há alguns

anos, quando tudo se resumia a

house comercial e pagode.

A Colours foi uma necessidade

minha, pois eu pensava que tinha

espaço para mostrar um lado mais

refinado da música eletrônica, coisa

que sempre funcionou muito bem

na Europa, onde a e-music atrai

muita gente que trabalha ou é ligada

com arte, comunicação, design.

E o melhor de tudo isso é que o

pessoal comparece para ver o

trabalho do DJ, que nas nossas

festas tocam músicas que passam

longe do dial das rádios. Isso mostra

que Caxias do Sul, e a Serra

Gaúcha , v i vem um grande

momento sobretudo por abrirem

espaço para gente que não toca

música comercial e mesmo assim

tem um público bem cativo e fiel.

FB Não apenas multinacionais,

empresas locais também estão

procurando colocar suas marcas

n e s s e s e v e n t o s . C o m o

consequência, quando o promotor

é sério (e é uma pena dizer nem

todos são) i sso t raz ma is

profissionalismo ao eventos, faz

com que ele agregue mais para as

[mag] Por isso mesmo mais

empresas têm buscado realizar

ações para esse mercado,

buscando se conectar com esse

público.

marcas que investem à medida em

que conseguem passar algum

c o n t e ú d o n a s f e s t a s , q u e

basicamente servem para informar

musicalmente, mostrar ao público

que nem tudo se resume à lista das

mais pedidas no mundo da boa

música.

FB Isso faz parte do momento da

música eletrônica no Brasil, reflete

aqueles valores de cachês que

falamos antes. Se o mercado está

num boom, com alguns clubs do

país faturando R$ 1,5 milhão por

noite, o mesmo acontece com quem

está ligado à atividade, e o primeiro

da fila é o DJ.

[mag] Quando a profissão de DJ

surgiu, há muitos anos, era uma

atividade sofrida. O cara ficava

escondido, nem cabine tinha. Hoje

em dia a coisa mudou, virou uma

coisa bacana e cheia de apelos. O

que mudou?

TALK

/ entrevista exclusiva

[20] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

É certo que a figura do DJ hoje traz muita popularidade. Já teve

novela com DJ, teve também aquele cara que se diz DJ que

estava pegando a Madonna. Essas são coisas que mexem com o

imaginário das pessoas. O cara acha que vai virar DJ e vai entrar

de graça em todas as festas, beber sem pagar nada ou que as

mulheres vão cair em cima. Em suma, são fantasias que ajudam

nas carências dessas pessoas e muitas precisam desse tipo de

sentimento para se sentirem valorizadas.

FB Sim, está rolando um movimento interessante, em clubs mais

undergrounds, tais como o Level Cult, em Caxias, e o Beco, em

Porto Alegre. A própria música indie parece aceitar bem

elementos da e-music, é só acompanhar o trabalho de bandas

como LCD Soundsystem e Two Door Cinema Club. Além disso,

há um estilo que está ganhando força, o eletro rock, que combina

o rock n’ roll com a música eletrônica.

Afora isso, é importante frisar, há outros estilos que estão

explorando as possibilidades da e-music, e estamos falando aqui

de complexa musicalidade do jazz, samba, soul e blues. Quando

você vai produzir música eletrônica acaba tendo que combinar

30, 40 até 50 canais, e essa possibilidade faz com que os

produtores possam elevar ao máximo a criatividade. É impossível

ouvir o trabalho de gente como David August e dizer que seu

trabalho não é música ou não é arte.

Ocorre que, como disseste, a música eletrônica esteve por muito

tempo vinculada com produções comerciais que não possuem

nenhum referencial artístico, o que gera um preconceito natural

em qualquer pessoa que tenha um gosto musical mais apurado.

Se não fosse assim, não ocorreriam festivais na Europa atraindo

mais de 60 mil pessoas para ouvir e-music no meio do deserto ou

de outro qualquer lugar no meio do nada.

Eu mesmo já pensei dessa forma e mudei.

Meu irmão mais velho, que desde cedo sempre esteve ligado ao

rock, vivia me xingando, dizendo que isso não era música e

outras coisas do gênero. Ele só mudou em uma festa em que

toquei um remix de Kraftwerk. Nesse dia ele me pediu desculpas.

Não adianta, cada estilo tem o seu valor e dentro dele sempre

teremos bons e maus artistas.

[mag] Estamos falando aqui de música eletrônica, um gênero

que - a meu ver - foi e é muito maltratado aqui na região (ainda

hoje está muito vinculado com a postura deselegante de ouvir

música ruim a todo volume em um postinho, com um carro

rebaixado). Mesmo assim, temos visto vertentes interessantes

surgindo, que atraem até mesmo o público do bom e velho rock.

Comprem mais,meus queridos

MONEY / economia e iconoclastia

FOTO DIVULGAÇÃO

O tripé superávits primários e metas

inflacionárias, herança de FHC -

mantida até o primeiro mandato de

Lula - não mais existe. Em seu lugar

temos uma cópia desfigurada.

Esse modelo, quebra-galho,

funcionou bem porque, como afirma

Rodrigo Constantino, o Brasil é uma

cigarra que continua ganhando na

l o t e r i a c h i n e s a . Ta m b é m

contribuíram os Bancos Centrais

mundiais, que alimentaram um

gigantesco fluxo de capital nos

emergentes.

do câmbio flutuante, O governo Dilma acelerou o

processo de mudança. O antigo

tripé foi substituído pela intervenção

no mercado cambial, contabilidade

criativa, afrouxamento da Lei de

R e s p o n s a b i l i d a d e F i s c a l ,

aparelhamento das agências

reguladoras, inflação no topo da

meta, aumento gradativo da

i n t e r v e n ç ã o d o E s t a d o n a

economia, concessão de privilégios

a grandes grupos empresarias via

BNDES, Banco Central pró-ativo,

maiores gastos governamentais –

improdutivos - e ênfase no consumo

de massa.

A antiga receita

econômica, que

previa controle da

inflação, foi posta

de lado para que

o governo Dilma

tente inflar ainda

mais o consumo.

[22] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

FOTO AGÊNCIA ESTADO

Texto deJarbas Gambogi

Gestor de carteiras registrado na CVM.

R e f o r m a s e s t r u t u r a i s , q u e

aumentem a produt iv idade,

reduzam os impostos e possibilitem

um crescimento sustentável estão

fora da agenda econômica do

governo Dilma.

Levará algum tempo, mas esse

modelo irá fracassar pela simples

razão de que não há almoço grátis.

E quando as coisas começarem a

dar errado, o governo dourará a

pí lu la, descobr i rá um bode

expiatório e partirá para as bravatas.

Nesse meio tempo, a sociedade

continuará a aplaudir a presidente

que "mandou" os bancos privados

baixarem os juros, pois quando se

trata de avaliar o desempenho do

governo o cérebro se desloca para o

bolso, fazendo com que os índices

de popularidade aumentem - algo

que parece ser a única meta desse

governo.

Há quem se espelhe na China para

alegar que medidas prudenciais são

remédios apropriados. Você

gostaria de viver em um país onde o

consumo é um terço do PIB, os

preços das moradias não cabem

nos orçamentos e não há liberdade

individual?

Pois as autoridades brasileiras

continuarão com essa política

econômica de remendos até o seu

capital político ser comprometido

com o aumento da inflação - que já

está nos radares dos investidores - e

com crescimento abaixo do

potencial. A inflação em alta tornará

o ambiente para os negócios mais

hostil, corroerá a renda das famílias

e reduzirá o consumo, sem falar no

risco do retorno da indexação.

Quando esse momento chegar

vislumbro o aumento da dose de

intervencionismo e de mais

bravatas, pois a hora de mudanças

estruturais impopulares ficou para

trás.

O quadro político pouco ajuda o

nosso país. Além das mazelas

conhecidas, o Brasil padece da

ausência de uma oposição ativa ,

fato que abre o caminho para o atual

governo se perpetuar nos seus

erros.

E para nós, meros mortais, como

podemos encarar esse cenário para

definir nossos investimentos? Não é

pura coincidência que a cotação do

Ibovespa tenha registrado a sua

melhor leitura na eleição da Dilma.

Embora não se possa debitar todo o

mau desempenho da Bolsa de

Valores na conta desse governo,

desde a gritaria contra os elevados

spreads bancários, culpa da cunha

fiscal imposta pelo governo federal e

d a a u t o r i d a d e m o n e t á r i a

r e s p o n s á v e l e m e v i t a r a

oligopolização do setor – a mesma

que aplaudiu a fusão entre o Itaú e

Unibanco -, o desempenho da Bolsa

brasileira passou a ser um dos

piores.

O ano de 2008 mudou um capítulo

da história econômica mundial.

Conviveremos com baixas taxas de

crescimentos das pr incipais

economias nos próximos anos, com

uma arriscada mudança na política

econômica na China, pois o seu

modelo mercanti l ista mostra

contínuos sinais de desgaste -

provocado pelo baixo crescimento

global - e com o retorno de governos

populistas pelo mundo afora.

Não bastassem os maus ventos

externos, eventual aumento da

inflação em nosso país – a pior

inimiga do mercado de ações – iria

deprimir o múltiplo dos lucros. A

estratégia de compra-e-segure ficou

para trás. O principal índice do

mercado norte-americano perde

para a renda fixa, que retorna juros

negativos, há anos. Descontada a

taxa CDI e contabilizados os

dividendos, a cotação da Petrobras

PN retornou (cotação de maio de

2012) aos níveis de 2000. O preço

da Vale PN se encontra no patamar

do início de 2007, a cotação do

Bradesco PN voltou para o nível de

meados de 2006.

Apesar de todo esse cenário, as

crises que virão trarão consigo

grandes oportunidades. Ter cojones

para comprar nos momentos de

pânico e ousadia para vender na

euforia será a melhor maneira de

encarar o jogo.

R$ 2 tri

R$ 1,5 tri

R$ 1 tri

R$ 500 bi

Julho 95

FHC

Julho 02

Lula (1º)

Fo

nte

: B

an

co

Cen

tral d

o B

rasi

l

Julho 09

Lula (2º)

Brasil da dívidaEndividamento das pessoas físicas, cujo volume corresponde a

mais de 1/3 do total dos empréstimos totais no País,está por trás do crescimento dos últimos anos.

Comprem mais,meus queridos

MONEY / economia e iconoclastia

FOTO DIVULGAÇÃO

O tripé superávits primários e metas

inflacionárias, herança de FHC -

mantida até o primeiro mandato de

Lula - não mais existe. Em seu lugar

temos uma cópia desfigurada.

Esse modelo, quebra-galho,

funcionou bem porque, como afirma

Rodrigo Constantino, o Brasil é uma

cigarra que continua ganhando na

l o t e r i a c h i n e s a . Ta m b é m

contribuíram os Bancos Centrais

mundiais, que alimentaram um

gigantesco fluxo de capital nos

emergentes.

do câmbio flutuante, O governo Dilma acelerou o

processo de mudança. O antigo

tripé foi substituído pela intervenção

no mercado cambial, contabilidade

criativa, afrouxamento da Lei de

R e s p o n s a b i l i d a d e F i s c a l ,

aparelhamento das agências

reguladoras, inflação no topo da

meta, aumento gradativo da

i n t e r v e n ç ã o d o E s t a d o n a

economia, concessão de privilégios

a grandes grupos empresarias via

BNDES, Banco Central pró-ativo,

maiores gastos governamentais –

improdutivos - e ênfase no consumo

de massa.

A antiga receita

econômica, que

previa controle da

inflação, foi posta

de lado para que

o governo Dilma

tente inflar ainda

mais o consumo.

[22] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

FOTO AGÊNCIA ESTADO

Texto deJarbas Gambogi

Gestor de carteiras registrado na CVM.

R e f o r m a s e s t r u t u r a i s , q u e

aumentem a produt iv idade,

reduzam os impostos e possibilitem

um crescimento sustentável estão

fora da agenda econômica do

governo Dilma.

Levará algum tempo, mas esse

modelo irá fracassar pela simples

razão de que não há almoço grátis.

E quando as coisas começarem a

dar errado, o governo dourará a

pí lu la, descobr i rá um bode

expiatório e partirá para as bravatas.

Nesse meio tempo, a sociedade

continuará a aplaudir a presidente

que "mandou" os bancos privados

baixarem os juros, pois quando se

trata de avaliar o desempenho do

governo o cérebro se desloca para o

bolso, fazendo com que os índices

de popularidade aumentem - algo

que parece ser a única meta desse

governo.

Há quem se espelhe na China para

alegar que medidas prudenciais são

remédios apropriados. Você

gostaria de viver em um país onde o

consumo é um terço do PIB, os

preços das moradias não cabem

nos orçamentos e não há liberdade

individual?

Pois as autoridades brasileiras

continuarão com essa política

econômica de remendos até o seu

capital político ser comprometido

com o aumento da inflação - que já

está nos radares dos investidores - e

com crescimento abaixo do

potencial. A inflação em alta tornará

o ambiente para os negócios mais

hostil, corroerá a renda das famílias

e reduzirá o consumo, sem falar no

risco do retorno da indexação.

Quando esse momento chegar

vislumbro o aumento da dose de

intervencionismo e de mais

bravatas, pois a hora de mudanças

estruturais impopulares ficou para

trás.

O quadro político pouco ajuda o

nosso país. Além das mazelas

conhecidas, o Brasil padece da

ausência de uma oposição ativa ,

fato que abre o caminho para o atual

governo se perpetuar nos seus

erros.

E para nós, meros mortais, como

podemos encarar esse cenário para

definir nossos investimentos? Não é

pura coincidência que a cotação do

Ibovespa tenha registrado a sua

melhor leitura na eleição da Dilma.

Embora não se possa debitar todo o

mau desempenho da Bolsa de

Valores na conta desse governo,

desde a gritaria contra os elevados

spreads bancários, culpa da cunha

fiscal imposta pelo governo federal e

d a a u t o r i d a d e m o n e t á r i a

r e s p o n s á v e l e m e v i t a r a

oligopolização do setor – a mesma

que aplaudiu a fusão entre o Itaú e

Unibanco -, o desempenho da Bolsa

brasileira passou a ser um dos

piores.

O ano de 2008 mudou um capítulo

da história econômica mundial.

Conviveremos com baixas taxas de

crescimentos das pr incipais

economias nos próximos anos, com

uma arriscada mudança na política

econômica na China, pois o seu

modelo mercanti l ista mostra

contínuos sinais de desgaste -

provocado pelo baixo crescimento

global - e com o retorno de governos

populistas pelo mundo afora.

Não bastassem os maus ventos

externos, eventual aumento da

inflação em nosso país – a pior

inimiga do mercado de ações – iria

deprimir o múltiplo dos lucros. A

estratégia de compra-e-segure ficou

para trás. O principal índice do

mercado norte-americano perde

para a renda fixa, que retorna juros

negativos, há anos. Descontada a

taxa CDI e contabilizados os

dividendos, a cotação da Petrobras

PN retornou (cotação de maio de

2012) aos níveis de 2000. O preço

da Vale PN se encontra no patamar

do início de 2007, a cotação do

Bradesco PN voltou para o nível de

meados de 2006.

Apesar de todo esse cenário, as

crises que virão trarão consigo

grandes oportunidades. Ter cojones

para comprar nos momentos de

pânico e ousadia para vender na

euforia será a melhor maneira de

encarar o jogo.

R$ 2 tri

R$ 1,5 tri

R$ 1 tri

R$ 500 bi

Julho 95

FHC

Julho 02

Lula (1º)

Fo

nte

: B

an

co

Cen

tral d

o B

rasi

l

Julho 09

Lula (2º)

Brasil da dívidaEndividamento das pessoas físicas, cujo volume corresponde a

mais de 1/3 do total dos empréstimos totais no País,está por trás do crescimento dos últimos anos.

CyberlândiaD i a d esses oportunidade de organizar um

evento sobre moda e autoestima

aqui em Bento Gonçalves, no Vale

dos Vinhedos. No local havia ilhas,

onde os patrocinadores (eu era uma

delas) poderiam oferecer seus

produtos/serviços às convidadas do

evento (mailing selecionadíssimo de

mulheres impecáveis e estilosas).

Eis que, no meu corre-corre de

organizadora, sou surpreendida por

uma destas impecáveis senhoras:

"Oi, você tem e-mail?". Confesso,

demorei alguns segundos para

assimilar a pergunta. "Helloouu!!!

Boa tarde, você é a Magali?" ou "Olá!

Eu sou a Fulana. E você, como é

mesmo seu nome?". De supetão

respondi: "SIM, claro!” e entreguei a

ela um cartão da empresa. Após

uma rápida checada nos dados, a

educada senhora me respondeu um

"Ok, obrigada!” e virou as largas

costas, deixando apenas o rastro

doce do perfume francês no ar.

t i v e a Não possuir um e-mail ou uma

conexão com a In te rne t é

praticamente impossível hoje em

dia. A vida moderna respira e dissipa

as vantagens trazidas pelo acesso à

web . Quem está fora, está

ultrapassado.

Contudo, exemplos como esse

ilustram a existência desses dois

mundos: real e virtual. Gosto de

chamar de Cyberlândia essa fatia

eletrônica que surgiu como uma

megalópole cheia de grandes

oportunidades, luzes, apelos de

consumo, facilitando a vida de todos

com informação just in time,

democratizando o conhecimento,

e n c u r t a n d o d i s t â n c i a s ,

promovendo reencontros e até

c a s a m e n t o s . Q u e m u n d o

encantador essa Cyberlândia, onde

todos são arroba de sobrenome,

não existem classes, todos temos

vidas interessantíssimas nas redes

soc ia is , ros tos l indos pe lo

Instagram.... é tão fácil existir neste

mundo quase de fantasia.

Se a jurisprudência para os crimes

ditos digitais está engatinhando, o

que sobra para as regras de etiqueta

no relacionamento com amigos e

até profissionais? Não podemos

nominar uma pessoa pelo seu

endereço eletrônico, não devemos

eliminar os bate-papos profissionais

com a desculpa "deixa que visito seu

site". E os e-mails? Como ficou fácil

resolver questões pessoais e

profissionais por esta ferramenta.

"Tadinha, ele a dispensou por

torpedo". Facílimo mesmo. Um

monólogo com destino certo e o

melhor: sem o constrangimento do

olho no olho, sem chance ao

diálogo.

Permear entre o mundo digital e o

real demanda uma certa coerência.

Corremos um sério risco de num

futuro bem próximo vivermos os

r e l a c i o n a m e n t o s n a s u a

superficialidade, e deixar os happy

hours virarem solitárias visitas às

páginas do Facebook.

[24] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto deMagali Lahude

twitter.com/magylahude

Publicitária,Diretora da Ateliê Digital, Bento Gonçalves

MEDIA / comunicação e mkt

números mostramA

é é... . . . . . . . . . . .

quePORQUE TRENDLINE

oque

porto alegrecaxias do sulbento gonçalvesgaribaldicarlos barbosafarroupilhaflores da cunhanova prataveranópoliscanelavila florestorres

1 2c i d a d e sa t i n g i d a sdiretamente

locaisselecionados,voltados ao público dealto padrão65

p o n t o sdistribuição

d e

distribuidosde maneiratotalmenteGRATUITA(70% nospontos +30% viamailing)

1 0mil tiragemde

conteúdoexclusivo,sem cópiasou reproduções0

releases

entrevistaseconomiacomunicaçãohistóriagastronomiadegustaçõesmodaturismoculturasaúdesocialfutebolcrônicas

13editorias

escritaspor quemsabe oque estáfazendo64

páginas

não vendemos anúncios. v e n d e m o s c i r c u l a ç ã o para o exigente público A e B.efetue uma cotação: [email protected] | 54 3052 0433

CyberlândiaD i a d esses oportunidade de organizar um

evento sobre moda e autoestima

aqui em Bento Gonçalves, no Vale

dos Vinhedos. No local havia ilhas,

onde os patrocinadores (eu era uma

delas) poderiam oferecer seus

produtos/serviços às convidadas do

evento (mailing selecionadíssimo de

mulheres impecáveis e estilosas).

Eis que, no meu corre-corre de

organizadora, sou surpreendida por

uma destas impecáveis senhoras:

"Oi, você tem e-mail?". Confesso,

demorei alguns segundos para

assimilar a pergunta. "Helloouu!!!

Boa tarde, você é a Magali?" ou "Olá!

Eu sou a Fulana. E você, como é

mesmo seu nome?". De supetão

respondi: "SIM, claro!” e entreguei a

ela um cartão da empresa. Após

uma rápida checada nos dados, a

educada senhora me respondeu um

"Ok, obrigada!” e virou as largas

costas, deixando apenas o rastro

doce do perfume francês no ar.

t i v e a Não possuir um e-mail ou uma

conexão com a In te rne t é

praticamente impossível hoje em

dia. A vida moderna respira e dissipa

as vantagens trazidas pelo acesso à

web . Quem está fora, está

ultrapassado.

Contudo, exemplos como esse

ilustram a existência desses dois

mundos: real e virtual. Gosto de

chamar de Cyberlândia essa fatia

eletrônica que surgiu como uma

megalópole cheia de grandes

oportunidades, luzes, apelos de

consumo, facilitando a vida de todos

com informação just in time,

democratizando o conhecimento,

e n c u r t a n d o d i s t â n c i a s ,

promovendo reencontros e até

c a s a m e n t o s . Q u e m u n d o

encantador essa Cyberlândia, onde

todos são arroba de sobrenome,

não existem classes, todos temos

vidas interessantíssimas nas redes

soc ia is , ros tos l indos pe lo

Instagram.... é tão fácil existir neste

mundo quase de fantasia.

Se a jurisprudência para os crimes

ditos digitais está engatinhando, o

que sobra para as regras de etiqueta

no relacionamento com amigos e

até profissionais? Não podemos

nominar uma pessoa pelo seu

endereço eletrônico, não devemos

eliminar os bate-papos profissionais

com a desculpa "deixa que visito seu

site". E os e-mails? Como ficou fácil

resolver questões pessoais e

profissionais por esta ferramenta.

"Tadinha, ele a dispensou por

torpedo". Facílimo mesmo. Um

monólogo com destino certo e o

melhor: sem o constrangimento do

olho no olho, sem chance ao

diálogo.

Permear entre o mundo digital e o

real demanda uma certa coerência.

Corremos um sério risco de num

futuro bem próximo vivermos os

r e l a c i o n a m e n t o s n a s u a

superficialidade, e deixar os happy

hours virarem solitárias visitas às

páginas do Facebook.

[24] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto deMagali Lahude

twitter.com/magylahude

Publicitária,Diretora da Ateliê Digital, Bento Gonçalves

MEDIA / comunicação e mkt

números mostramA

é é... . . . . . . . . . . .

quePORQUE TRENDLINE

oque

porto alegrecaxias do sulbento gonçalvesgaribaldicarlos barbosafarroupilhaflores da cunhanova prataveranópoliscanelavila florestorres

1 2c i d a d e sa t i n g i d a sdiretamente

locaisselecionados,voltados ao público dealto padrão65

p o n t o sdistribuição

d e

distribuidosde maneiratotalmenteGRATUITA(70% nospontos +30% viamailing)

1 0mil tiragemde

conteúdoexclusivo,sem cópiasou reproduções0

releases

entrevistaseconomiacomunicaçãohistóriagastronomiadegustaçõesmodaturismoculturasaúdesocialfutebolcrônicas

13editorias

escritaspor quemsabe oque estáfazendo64

páginas

não vendemos anúncios. v e n d e m o s c i r c u l a ç ã o para o exigente público A e B.efetue uma cotação: [email protected] | 54 3052 0433

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Ah, o caféde verdade

[26] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [27]

HEADLINE

/ matéria de capa

Em uma oportunidade

anterior, estragamos o seu

paladar para as baratas

cervejas industrializadas,

quando tratamos das brejas

artesanais.

Pois hoje viemos com outra

missão: a de mostrar a você

como um movimento

semelhante ganha força,

porém em outro campo: o

dos cafés gourmets e

especiais.

Não nos responsabilizamos

pelas consequências!

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Ah, o caféde verdade

[26] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [27]

HEADLINE

/ matéria de capa

Em uma oportunidade

anterior, estragamos o seu

paladar para as baratas

cervejas industrializadas,

quando tratamos das brejas

artesanais.

Pois hoje viemos com outra

missão: a de mostrar a você

como um movimento

semelhante ganha força,

porém em outro campo: o

dos cafés gourmets e

especiais.

Não nos responsabilizamos

pelas consequências!

O vivente da foto aí de

baixo se chama Maiquel

Oliveira. É culpa dele que eu não

consiga mais tomar café em

qualquer lugar. Ele, que é barista,

comanda junto com a namorada (e

sócia) Lisiane Melo - também

barista - o Coaffee, no Moinho da

Estação, em Caxias do Sul.

Para explicar o que é esse lugar,

recorro a uma comparação: se os

viciados em café da região fossem

muçulmanos, sua Meca seria o

Coaffee. Não, não é exagero.

Em que outro lugar você pode

escolher entre tomar o seu café

passado, prensado na máquina

francesa, ‘ebulido’ na moquinha

i t a l i a n a o u ‘ c o z i d o ’ , c o m

especiarias, no Ibrik turco? Isso para

não falar da máquina de espresso,

cientificamente calibrada em todos

os detalhes.

Foi com Maiquel e Lisi que nos

reunimos, em uma segunda-feira à

noite, para acompanhar a doutrina

Coaffee, durante um workshop

sobre cafés especiais, o que nos

permitiu sair da ignorância cafeeira

e entender por que mais e mais

pessoas estão ader indo ao

consumo de produtos diferenciados

nesse segmento.

‘O mercado de cerveja e de vinhos

cresceu muito com degustações e

confrarias de apreciadores. A

mesma coisa está acontecendo

com o café, somos a bola da vez’,

resume Maiquel. Os números

corroboram a sua opinião. Maior

produtor mundial de café, o Brasil

tem visto o consumo da bebida

crescer nos últimos anos. O volume

do ano passado, 4,88 kg per capita

de café torrado, foi recorde, e

colocou os brasileiros à frente de

Itália, França e Estados Unidos.

Maiquel e Lisi entendem que uma

fatia desse crescimento se deve

pela procura por cafés especiais, de

alta qualidade, que ganham espaço

na mesa do exigente paladar das

classes A e B.

Parte do trabalho de divulgação e

consolidação dessa nova cultura de

consumo do café reside justamente

nos baristas, ofício antigo, de

origem italiana, cujos profissionais

são especializados na preparação

de bebidas de alta qualidade.

Maiquel, do

Coaffee, se diverte

‘estragando’

paladares para que

eles não mais

consigam beber

café ruim.

[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

HEADLINE

/ matéria de capa

[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Quando perguntados sobre o custo

desses cafés especiais, que numa

primeira avaliação assustam, Edson

e Denise fazem as contas para

mostrar que não é bem assim:

Dentre os cafés mais vendidos por

eles estão O Cafezeiro (marca

própria que a Baggio elaborou para

o casal), Fazenda Pessegueiro,

Fazenda Mantissa, Madame

D'Orvilliers e os importados Kona

(Havaí) e Blue Mountain (Jamaica).

"Para

se tirar um bom espresso da

máquina utilizamos 7 gramas de

café gourmet. Se você comprar um

bom café, digamos, 250 gramas a

R$ 20, terá 35 espressos que

custarão menos de 60 centavos

cada. É muito mais barato - e de uma

qualidade imensamente superior -

que aqueles cafés vendidos em

cápsulas, para ficar em um exemplo

bem corriqueiro".

«Começamos com cafés mais

comerciais, e a partir daí fomos

trazendo produtos especiais,

diferenciados. A receptividade dos

clientes foi muito boa e o mercado

segue crescendo", avaliam.

O crescimento se deve ao fator

qualidade, aferido pela própria

Associação Brasileira da Indústria

de Café (ABIC), que criou uma

escala para medir, via laboratório, a

qualidade do grão. Enquanto o café

mais comercia l a t inge uma

pontuação entre 4,6 e 6, o produto

gourmet se aproxima do topo da

escala.

«A certificação também é atestada

pelo selo dos cafés especiais, pela

indicação de procedência ou pelo

fato do café ter sido colhido a mão,

por exemplo. Funciona da mesma

maneira que o estudo do vinho, em

que o terroir e o manejo são

considerados", resume Denise.

No Bus Café,

também conhecido

como O Cafezeiro,

bons cafés

nacionais e

importados.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [29]

Guarnições para os

cafezeiros

Edson e Denise Rasador são

casados. Eles não confirmam a

informação, mas parece que no dia

do matrimônio, quando o padre

disse "Na alegria e na tristeza" eles

entenderam como "Com café ou

sem café". Fanáticos pela bebida, há

alguns anos os dois resolveram

transformar a paixão em negócio:

assumiram o Bus Café, na

rodoviária de Caxias do Sul, e foram

fazendo a carta de cafés aumentar

cada vez mais.

HEADLINE

/ matéria de capa

O vivente da foto aí de

baixo se chama Maiquel

Oliveira. É culpa dele que eu não

consiga mais tomar café em

qualquer lugar. Ele, que é barista,

comanda junto com a namorada (e

sócia) Lisiane Melo - também

barista - o Coaffee, no Moinho da

Estação, em Caxias do Sul.

Para explicar o que é esse lugar,

recorro a uma comparação: se os

viciados em café da região fossem

muçulmanos, sua Meca seria o

Coaffee. Não, não é exagero.

Em que outro lugar você pode

escolher entre tomar o seu café

passado, prensado na máquina

francesa, ‘ebulido’ na moquinha

i t a l i a n a o u ‘ c o z i d o ’ , c o m

especiarias, no Ibrik turco? Isso para

não falar da máquina de espresso,

cientificamente calibrada em todos

os detalhes.

Foi com Maiquel e Lisi que nos

reunimos, em uma segunda-feira à

noite, para acompanhar a doutrina

Coaffee, durante um workshop

sobre cafés especiais, o que nos

permitiu sair da ignorância cafeeira

e entender por que mais e mais

pessoas estão ader indo ao

consumo de produtos diferenciados

nesse segmento.

‘O mercado de cerveja e de vinhos

cresceu muito com degustações e

confrarias de apreciadores. A

mesma coisa está acontecendo

com o café, somos a bola da vez’,

resume Maiquel. Os números

corroboram a sua opinião. Maior

produtor mundial de café, o Brasil

tem visto o consumo da bebida

crescer nos últimos anos. O volume

do ano passado, 4,88 kg per capita

de café torrado, foi recorde, e

colocou os brasileiros à frente de

Itália, França e Estados Unidos.

Maiquel e Lisi entendem que uma

fatia desse crescimento se deve

pela procura por cafés especiais, de

alta qualidade, que ganham espaço

na mesa do exigente paladar das

classes A e B.

Parte do trabalho de divulgação e

consolidação dessa nova cultura de

consumo do café reside justamente

nos baristas, ofício antigo, de

origem italiana, cujos profissionais

são especializados na preparação

de bebidas de alta qualidade.

Maiquel, do

Coaffee, se diverte

‘estragando’

paladares para que

eles não mais

consigam beber

café ruim.

[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 6

HEADLINE

/ matéria de capa

[28] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Quando perguntados sobre o custo

desses cafés especiais, que numa

primeira avaliação assustam, Edson

e Denise fazem as contas para

mostrar que não é bem assim:

Dentre os cafés mais vendidos por

eles estão O Cafezeiro (marca

própria que a Baggio elaborou para

o casal), Fazenda Pessegueiro,

Fazenda Mantissa, Madame

D'Orvilliers e os importados Kona

(Havaí) e Blue Mountain (Jamaica).

"Para

se tirar um bom espresso da

máquina utilizamos 7 gramas de

café gourmet. Se você comprar um

bom café, digamos, 250 gramas a

R$ 20, terá 35 espressos que

custarão menos de 60 centavos

cada. É muito mais barato - e de uma

qualidade imensamente superior -

que aqueles cafés vendidos em

cápsulas, para ficar em um exemplo

bem corriqueiro".

«Começamos com cafés mais

comerciais, e a partir daí fomos

trazendo produtos especiais,

diferenciados. A receptividade dos

clientes foi muito boa e o mercado

segue crescendo", avaliam.

O crescimento se deve ao fator

qualidade, aferido pela própria

Associação Brasileira da Indústria

de Café (ABIC), que criou uma

escala para medir, via laboratório, a

qualidade do grão. Enquanto o café

mais comercia l a t inge uma

pontuação entre 4,6 e 6, o produto

gourmet se aproxima do topo da

escala.

«A certificação também é atestada

pelo selo dos cafés especiais, pela

indicação de procedência ou pelo

fato do café ter sido colhido a mão,

por exemplo. Funciona da mesma

maneira que o estudo do vinho, em

que o terroir e o manejo são

considerados", resume Denise.

No Bus Café,

também conhecido

como O Cafezeiro,

bons cafés

nacionais e

importados.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [29]

Guarnições para os

cafezeiros

Edson e Denise Rasador são

casados. Eles não confirmam a

informação, mas parece que no dia

do matrimônio, quando o padre

disse "Na alegria e na tristeza" eles

entenderam como "Com café ou

sem café". Fanáticos pela bebida, há

alguns anos os dois resolveram

transformar a paixão em negócio:

assumiram o Bus Café, na

rodoviária de Caxias do Sul, e foram

fazendo a carta de cafés aumentar

cada vez mais.

HEADLINE

/ matéria de capa

O bom e velho café passado

Há alguns segredos para se obter um bom café

passado. Primeiro: atenção para o filtro! Se for de

pano, não se deve usar mais do que cinco vezes.

Depois de lavado, guardar na geladeira. Deve-se usar

água mineral (pela ausência de cloro) e evitar ferver a

água, para não queimar o café..

Na hora do preparo, despejar a água devagar e com

movimentos circulares, pelas bordas do filtro.

A prensa francesa

Essa é a pedida certeira para aqueles dias de hora

extra no trabalho: a french press produz o café com a

maior concentração de cafeína (cerca de 30% a mais

que a do espresso).

Porém, ao contrário do que se pode supor, o café não

fica com forte amargor. É, sim, dos mais saborosos.

Tem como vantagem adicional o baixo custo do

equipamento.

O café turco (Ibrik)

O café utilizado aqui passa por uma moagem tão fina

que fica parecendo um talco escuro. Possui bastante

corpo, porém não é muito aromático. Para corrigir essa

característica, leva geralmente especiarias, tais como

canela, cravo e cardamomo.

O recipiente utilizado é bem baratinho, porém será

necessário adquirir junto um bom moedor, pois sem a

moagem pulverizada o café perde a sua característica.

[30] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

HEADLINE

/ matéria de capa

As diferentes características de alguns tipos de preparo

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [31]

HEADLINE

/ matéria de capa

Dicas para escapar do café ruim

Café na geladeira

Café que fica parado, no

moedor, por horas (dias?)

perde aroma, sabor e

consistência. O ideal é

deixar o moedor sempre

vazio e retirar da geladeira os

grãos apenas na hora de

preparar o café.

Água da torneira?

NÃÃÃO!

Os baristas são unânimes: o

cloro interfere no gosto do

café. Por isso é necessário

sempre filtrar (retirar o cloro)

ou então util izar água

mineral.

100% arábica

Não tem conversa: café bom

é de grão 100% arábica.

Melhor a inda se t iver

procedência, com origem

(fazenda) identificada e

e m b a l a g e m c o m a l t a

gramatura.

A mokinha italiana

Tradicional equipamento italiano, a clássica Cafeteira

Moka é uma das mais conhecidas do mundo. Criada

em 1933 por Alfonso Bialetti deve grande parte de sua

popularidade à facilidade de operação (a Carla Perez

faria propaganda para a marca dizendo ‘Até eu

consigo!’ - by Tang) e à beleza e simplicidade de seu

design.

A mokinha, além de tudo, produz um café muito

saboroso e encorpado, com aroma muito

pronunciado.

Procure evitar marcas genéricas - aquelas que NÃO

têm o tiozinho de bigode impresso no alumínio.

Possuem baixa durabilidade e o café não fica tão bom.

O bom e velho café passado

Há alguns segredos para se obter um bom café

passado. Primeiro: atenção para o filtro! Se for de

pano, não se deve usar mais do que cinco vezes.

Depois de lavado, guardar na geladeira. Deve-se usar

água mineral (pela ausência de cloro) e evitar ferver a

água, para não queimar o café..

Na hora do preparo, despejar a água devagar e com

movimentos circulares, pelas bordas do filtro.

A prensa francesa

Essa é a pedida certeira para aqueles dias de hora

extra no trabalho: a french press produz o café com a

maior concentração de cafeína (cerca de 30% a mais

que a do espresso).

Porém, ao contrário do que se pode supor, o café não

fica com forte amargor. É, sim, dos mais saborosos.

Tem como vantagem adicional o baixo custo do

equipamento.

O café turco (Ibrik)

O café utilizado aqui passa por uma moagem tão fina

que fica parecendo um talco escuro. Possui bastante

corpo, porém não é muito aromático. Para corrigir essa

característica, leva geralmente especiarias, tais como

canela, cravo e cardamomo.

O recipiente utilizado é bem baratinho, porém será

necessário adquirir junto um bom moedor, pois sem a

moagem pulverizada o café perde a sua característica.

[30] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

HEADLINE

/ matéria de capa

As diferentes características de alguns tipos de preparo

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [31]

HEADLINE

/ matéria de capa

Dicas para escapar do café ruim

Café na geladeira

Café que fica parado, no

moedor, por horas (dias?)

perde aroma, sabor e

consistência. O ideal é

deixar o moedor sempre

vazio e retirar da geladeira os

grãos apenas na hora de

preparar o café.

Água da torneira?

NÃÃÃO!

Os baristas são unânimes: o

cloro interfere no gosto do

café. Por isso é necessário

sempre filtrar (retirar o cloro)

ou então util izar água

mineral.

100% arábica

Não tem conversa: café bom

é de grão 100% arábica.

Melhor a inda se t iver

procedência, com origem

(fazenda) identificada e

e m b a l a g e m c o m a l t a

gramatura.

A mokinha italiana

Tradicional equipamento italiano, a clássica Cafeteira

Moka é uma das mais conhecidas do mundo. Criada

em 1933 por Alfonso Bialetti deve grande parte de sua

popularidade à facilidade de operação (a Carla Perez

faria propaganda para a marca dizendo ‘Até eu

consigo!’ - by Tang) e à beleza e simplicidade de seu

design.

A mokinha, além de tudo, produz um café muito

saboroso e encorpado, com aroma muito

pronunciado.

Procure evitar marcas genéricas - aquelas que NÃO

têm o tiozinho de bigode impresso no alumínio.

Possuem baixa durabilidade e o café não fica tão bom.

Nova série - Antigas profissões - Capítulo Um

Rodrigo Sfreddo,

O Cuteleiro

[32] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Apoio técnico da historiadoraÂngela Pomatti

OLDSCHOOL

/ profissões antigas

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [33]

O ciclo do tempo também

faz girar o ciclo do

trabalho humano.

Enquanto novas

profissões e ofícios

surgem, antigas

ocupações parecem se

perder - algumas

efetivamente acabam

extintas, enquanto outras

se tornam raras o

suficiente para que o

trabalho seja bem

remunerado.

No nosso primeiro

episódio dessa nova série

que explora esse mundo

das profissões antigas

conheceremos uma que

faz parte do segundo

grupo.

Por isso mesmo,

sobrevive.

Nova série - Antigas profissões - Capítulo Um

Rodrigo Sfreddo,

O Cuteleiro

[32] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

Apoio técnico da historiadoraÂngela Pomatti

OLDSCHOOL

/ profissões antigas

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [33]

O ciclo do tempo também

faz girar o ciclo do

trabalho humano.

Enquanto novas

profissões e ofícios

surgem, antigas

ocupações parecem se

perder - algumas

efetivamente acabam

extintas, enquanto outras

se tornam raras o

suficiente para que o

trabalho seja bem

remunerado.

No nosso primeiro

episódio dessa nova série

que explora esse mundo

das profissões antigas

conheceremos uma que

faz parte do segundo

grupo.

Por isso mesmo,

sobrevive.

Sfreddo começou cedo a sua

carreira de cuteleiro, realizando sua

primeira encomenda quando tinha

14 anos: "Comecei remodelando

facas já existentes. Qualquer faca

que caísse nas minhas mãos eu

imediatamente queria transformar

em uma igual àquela que o Rambo

usava nos filmes", relembra.

Para aprimorar seus conhecimentos

na área, Rodrigo cursou Engenharia

Metalúrgica na UFRGS, em Porto

Alegre: "Me inscrevi no vestibular

sem uma segunda opção. Era

Metalurgia ou nada". Junto com o

diploma veio um conhecimento

ainda maior da ciência que circunda

o processo de forja."É preciso

combinar diferentes elementos

químicos. No caso do aço

Damasco, minha especialidade,

isso se reflete em um produto de alto

poder de corte, com flexibilidade.

Na prova do mestrado que obtive

nos EUA a lâmina da faca devia ser

curvada 90 graus sem quebrar, e foi

isso que aconteceu", explica.

quanto a humanidade - pelo menos

desde que adentramos na Idade do

Ferro, em idos de 1.200 A.C.

Por isso mesmo é que não deixa de

ser curioso que essa atividade

milenar não apenas ainda sobreviva

nos dias de hoje, como possua um

representante de peso vivendo no

Es tado , na pequena Nova

Petrópolis, na Serra Gaúcha. Além

de Sfreddo ser o único Master

Smith (mestre em metalurgia) da

América Latina reconhecido pela

American Bladesmith Society, é hoje

um dos cuteleiros mais respeitados

do mundo. Sua apurada técnica de

forja de aço Damasco não apenas

faz com que cuteleiros do mundo

todo procurem Rodrigo para

aprender os seus segredos, mas

também tornam as suas facas

objetos de grande disputa entre

colecionadores: "Se eu fosse

organizar uma fila de espera para

pedidos de encomenda, levaria sete

anos apenas para dar conta do que

tenho hoje", comenta.

Bater, lixar, bater,

polir. E depois bater, lixar, bater,

polir, novamente. De novo, e de

novo.

Essa é a vida de Rodrigo Sfreddo,

profissão cuteleiro. Lembram-se

daqueles filmes antigos, que

mostravam uma pessoa marretando

o aço? Pois é, essa é apenas uma

parte do ofício das pessoas que se

dedicam a forjar o aço para construir

facas e outros instrumentos de

corte.

Trata-se de um trabalho tão antigo

OLD SCHOOL

/ profissões antigas

[34] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Processo de

produção do aço

damasco

transforma um

grupo de chapas

em uma única

lâmina.

da metalurgia, também temos que

esculpir o cabo (em madeira ou

marfim), confeccionar a bainha,

gravar a lâmina e às vezes até

aplicar metais nobres, tais como o

ouro. Trata-se de um trabalho bem

complexo, que exige diferentes

habilidades do artesão", ensina.

Sfreddo também trabalha para

promover a continuidade do seu

ofício, ministrando cursos de

cutelaria, para diferentes níveis de

conhecimento: "Já tive alunos de 12

anos e de mais de 7 décadas de

vida. Só importa a vontade de

aprender e a determinação para se

dedicar. O único problema é a falta

de tempo, que me permite montar

no máximo 4 ou 5 turmas por ano.

Te n h o h o j e 2 5 0 p e s s o a s

aguardando por uma vaga",

lamenta.

Informações:www.rodrigosfreddo.com

Esse comportamento tem sido

bastante frequente entre um grande

número de consumidores que

procuram exclusiv idade nos

objetos: "Esse fazer manual se

perdeu em muitos setores. Bigornas

como essa que utilizo para bater o

aço nem são mais produzidas,

tampouco esse processo é

conhecido. Esse conjunto de

metodologia e material faz com que

possamos criar produtos únicos,

por isso mesmo tão disputados".

Sfreddo confia tanto no seu trabalho

e na qualidade do aço que é forjado

que oferece garantia vitalícia para as

suas facas: "Trata-se de um produto

que é feito em um bloco único, do

cabo à lâmina. É produzido para

durar para sempre".

Ao trabalho artesanal de forja ainda

se acrescentam outras habilidades,

pois é preciso construir o cabo e a

bainha: "Já no processo de forja do

aço Damasco é possível definir os

desenhos e padrões da lâmina. Fora

Um fazer valorizado

Para Rodrigo, boa parte da

valorização do seu trabalho

(algumas facas chegam a custar R$

50 mil) se deve a uma tendência

crescente de valorização do fazer

manua l . "Ho je as pessoas

consomem muito mais porque a

industrialização dos processos

barateou os custos. Porém, os bens

acabam durando menos do que

duravam antigamente. Isso acaba

trazendo mais valor ao que é feito

manualmente, agrega refinamento

ao produto", pondera.

OLD SCHOOL

/ profissões antigas

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [35]

A beleza e a arte

dos desenhos e

padrões das

lâminas

produzidas em aço

Damasco.

Sfreddo começou cedo a sua

carreira de cuteleiro, realizando sua

primeira encomenda quando tinha

14 anos: "Comecei remodelando

facas já existentes. Qualquer faca

que caísse nas minhas mãos eu

imediatamente queria transformar

em uma igual àquela que o Rambo

usava nos filmes", relembra.

Para aprimorar seus conhecimentos

na área, Rodrigo cursou Engenharia

Metalúrgica na UFRGS, em Porto

Alegre: "Me inscrevi no vestibular

sem uma segunda opção. Era

Metalurgia ou nada". Junto com o

diploma veio um conhecimento

ainda maior da ciência que circunda

o processo de forja."É preciso

combinar diferentes elementos

químicos. No caso do aço

Damasco, minha especialidade,

isso se reflete em um produto de alto

poder de corte, com flexibilidade.

Na prova do mestrado que obtive

nos EUA a lâmina da faca devia ser

curvada 90 graus sem quebrar, e foi

isso que aconteceu", explica.

quanto a humanidade - pelo menos

desde que adentramos na Idade do

Ferro, em idos de 1.200 A.C.

Por isso mesmo é que não deixa de

ser curioso que essa atividade

milenar não apenas ainda sobreviva

nos dias de hoje, como possua um

representante de peso vivendo no

Es tado , na pequena Nova

Petrópolis, na Serra Gaúcha. Além

de Sfreddo ser o único Master

Smith (mestre em metalurgia) da

América Latina reconhecido pela

American Bladesmith Society, é hoje

um dos cuteleiros mais respeitados

do mundo. Sua apurada técnica de

forja de aço Damasco não apenas

faz com que cuteleiros do mundo

todo procurem Rodrigo para

aprender os seus segredos, mas

também tornam as suas facas

objetos de grande disputa entre

colecionadores: "Se eu fosse

organizar uma fila de espera para

pedidos de encomenda, levaria sete

anos apenas para dar conta do que

tenho hoje", comenta.

Bater, lixar, bater,

polir. E depois bater, lixar, bater,

polir, novamente. De novo, e de

novo.

Essa é a vida de Rodrigo Sfreddo,

profissão cuteleiro. Lembram-se

daqueles filmes antigos, que

mostravam uma pessoa marretando

o aço? Pois é, essa é apenas uma

parte do ofício das pessoas que se

dedicam a forjar o aço para construir

facas e outros instrumentos de

corte.

Trata-se de um trabalho tão antigo

OLD SCHOOL

/ profissões antigas

[34] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Processo de

produção do aço

damasco

transforma um

grupo de chapas

em uma única

lâmina.

da metalurgia, também temos que

esculpir o cabo (em madeira ou

marfim), confeccionar a bainha,

gravar a lâmina e às vezes até

aplicar metais nobres, tais como o

ouro. Trata-se de um trabalho bem

complexo, que exige diferentes

habilidades do artesão", ensina.

Sfreddo também trabalha para

promover a continuidade do seu

ofício, ministrando cursos de

cutelaria, para diferentes níveis de

conhecimento: "Já tive alunos de 12

anos e de mais de 7 décadas de

vida. Só importa a vontade de

aprender e a determinação para se

dedicar. O único problema é a falta

de tempo, que me permite montar

no máximo 4 ou 5 turmas por ano.

Te n h o h o j e 2 5 0 p e s s o a s

aguardando por uma vaga",

lamenta.

Informações:www.rodrigosfreddo.com

Esse comportamento tem sido

bastante frequente entre um grande

número de consumidores que

procuram exclusiv idade nos

objetos: "Esse fazer manual se

perdeu em muitos setores. Bigornas

como essa que utilizo para bater o

aço nem são mais produzidas,

tampouco esse processo é

conhecido. Esse conjunto de

metodologia e material faz com que

possamos criar produtos únicos,

por isso mesmo tão disputados".

Sfreddo confia tanto no seu trabalho

e na qualidade do aço que é forjado

que oferece garantia vitalícia para as

suas facas: "Trata-se de um produto

que é feito em um bloco único, do

cabo à lâmina. É produzido para

durar para sempre".

Ao trabalho artesanal de forja ainda

se acrescentam outras habilidades,

pois é preciso construir o cabo e a

bainha: "Já no processo de forja do

aço Damasco é possível definir os

desenhos e padrões da lâmina. Fora

Um fazer valorizado

Para Rodrigo, boa parte da

valorização do seu trabalho

(algumas facas chegam a custar R$

50 mil) se deve a uma tendência

crescente de valorização do fazer

manua l . "Ho je as pessoas

consomem muito mais porque a

industrialização dos processos

barateou os custos. Porém, os bens

acabam durando menos do que

duravam antigamente. Isso acaba

trazendo mais valor ao que é feito

manualmente, agrega refinamento

ao produto", pondera.

OLD SCHOOL

/ profissões antigas

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A beleza e a arte

dos desenhos e

padrões das

lâminas

produzidas em aço

Damasco.

Estação CaféBlauth: históriae bom gosto

[36] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

GOODFOOD

/ cozinhas recomendadas

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [37]

Estação CaféBlauth: históriae bom gosto

[36] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto e fotos deSamuel Ramos

facebook.com/samueltlmag

GOODFOOD

/ cozinhas recomendadas

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [37]

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

Década de 20.O avanço das estradas de ferro no

interior do Rio Grande do Sul

c o n t i n u a p r o v o c a n d o o

desenvolvimento das localidades

que circundam os caminhos da

charmosa Maria Fumaça, história

essa que se inicia em 1874 quando a

primeira ferrovia do Estado é

inaugurada através da linha Porto

Alegre-Caxias.

Entre os municípios de Garibaldi e

Farroupilha os trilhos do trem

encaminhavam as composições

para uma parada obrigatória para

abastecimento. O nome desse

lugar: Desvio Blauth. Porém Desvio

Blauth não era apenas uma estação

de trem. Era o local do mais

disputado veraneio do Estado, tão

hype quanto os endereços mais

cobiçados de hoje no nosso litoral

norte.

Pois a cerca de 200 metros da finada

estação (de trem e de veraneio)

essa história ainda pulsa. É que logo

ali ao lado, sob a batuta de Ricardo

Nunes e Patrícia Haupt, existe o

Estação Café Blauth. Mix de café,

bistrô e barzinho, é um local

despretensioso e muito agradável,

que procura manter viva a tradição

da localidade. "O hotel que recebia o

veraneio aqui era da família da

minha esposa, a Patrícia, que é

minha sócia no Estação", explica

Ricardo.

No Estação, além de poder curtir a

decoração recheada de fotos - e de

obras de artistas locais - você ainda

come bem e paga p reços

interessantes. Por exemplo: a

e s p e c i a l i d a d e d a c a s a , o

Apfelstrudel, sai por R$ 6.Se a

culinária germânica não for do seu

agrado, ainda há pizzas, sandubas e

outros petiscos.

Para acompanhar, cafés especiais

ou cervejas artesanais. Tudo com a

elegância que marcou a região na

sua época áurea: "Nossos clientes

querem sossego, um ambiente

tranquilo, voltado para pessoas

maduras que queiram escutar uma

boa música e conversar enquanto

dividem uma refeição", acrescenta.

Uma das

especialidades do

Estação Café

Blauth honra o

sobrenome

alemão do lugar:

Apfelstrudel.

[38] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [39]

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

O cardápio de inverno oferece

t ambém de l i c iosos c remes

especiais, servidos para ajudar a

espantar o frio.

Outra característica do Estação

Café Blauth é o grande cuidado no

preparo de uma agenda cultural. O

espaço já recebeu o lançamento de

um livro sobre a história da região

(Trens e Turismo, de Thiago Allis e

Luiz Ernesto Brambatti) e promove

periódicas noites voltadas à boa

música, com shows ao vivo de jazz,

chorinho, blues e outros estilos que

tenham afinidade com a proposta

do espaço.

Informações adicionaiswww.cafeblauth.blogspot.com.br

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

Década de 20.O avanço das estradas de ferro no

interior do Rio Grande do Sul

c o n t i n u a p r o v o c a n d o o

desenvolvimento das localidades

que circundam os caminhos da

charmosa Maria Fumaça, história

essa que se inicia em 1874 quando a

primeira ferrovia do Estado é

inaugurada através da linha Porto

Alegre-Caxias.

Entre os municípios de Garibaldi e

Farroupilha os trilhos do trem

encaminhavam as composições

para uma parada obrigatória para

abastecimento. O nome desse

lugar: Desvio Blauth. Porém Desvio

Blauth não era apenas uma estação

de trem. Era o local do mais

disputado veraneio do Estado, tão

hype quanto os endereços mais

cobiçados de hoje no nosso litoral

norte.

Pois a cerca de 200 metros da finada

estação (de trem e de veraneio)

essa história ainda pulsa. É que logo

ali ao lado, sob a batuta de Ricardo

Nunes e Patrícia Haupt, existe o

Estação Café Blauth. Mix de café,

bistrô e barzinho, é um local

despretensioso e muito agradável,

que procura manter viva a tradição

da localidade. "O hotel que recebia o

veraneio aqui era da família da

minha esposa, a Patrícia, que é

minha sócia no Estação", explica

Ricardo.

No Estação, além de poder curtir a

decoração recheada de fotos - e de

obras de artistas locais - você ainda

come bem e paga p reços

interessantes. Por exemplo: a

e s p e c i a l i d a d e d a c a s a , o

Apfelstrudel, sai por R$ 6.Se a

culinária germânica não for do seu

agrado, ainda há pizzas, sandubas e

outros petiscos.

Para acompanhar, cafés especiais

ou cervejas artesanais. Tudo com a

elegância que marcou a região na

sua época áurea: "Nossos clientes

querem sossego, um ambiente

tranquilo, voltado para pessoas

maduras que queiram escutar uma

boa música e conversar enquanto

dividem uma refeição", acrescenta.

Uma das

especialidades do

Estação Café

Blauth honra o

sobrenome

alemão do lugar:

Apfelstrudel.

[38] | TRENDLINE[MAG] . ED 7 TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [39]

GOOD FOOD

/ cozinhas recomendadas

O cardápio de inverno oferece

t ambém de l i c iosos c remes

especiais, servidos para ajudar a

espantar o frio.

Outra característica do Estação

Café Blauth é o grande cuidado no

preparo de uma agenda cultural. O

espaço já recebeu o lançamento de

um livro sobre a história da região

(Trens e Turismo, de Thiago Allis e

Luiz Ernesto Brambatti) e promove

periódicas noites voltadas à boa

música, com shows ao vivo de jazz,

chorinho, blues e outros estilos que

tenham afinidade com a proposta

do espaço.

Informações adicionaiswww.cafeblauth.blogspot.com.br

Tipos decervejaQuando se fala em

cerveja logo pensamos

naquela loira estupidamente

gelada, com a garrafa suando em

cima da mesa, não é mesmo?

Não. Pelo menos pra quem gosta de

provar novos sabores.

Existem centenas (milhares?) de

estilos de cerveja criados ao redor

do mundo.

Algumas mais simples levam

apenas maltes básicos, enquanto

o u t r a s p o s s u e m r e c e i t a s

extremamente complexas, que

incluem adições de ingredientes

pouco comuns para nós brasileiros,

tais como frutas silvestres e galhos

de pinheiro (alguns países nórdicos

usam muito esses ingredientes).

Conhecer os diferentes estilos de

cerveja permite ao apreciador viajar

direto para a história de cada nação

que os criou.

A presença de ingredientes típicos

ou o uso de técnicas próprias

d e m o n s t r a m u i t o s o b r e a

população, bem como os costumes

de cada país.

Pinheiros na

Noruega, cerejas

na Bélgica, ou

mesmo abóbora

nos EUA.

Ingredientes

locais que

estimulam a

criatividade na

arte de fazer

cerveja.

BEERCLUB / cultura cervejeira

[40] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto deMaurício Chaulet

twitter.com/mauriciochaulet

Cervejeiro artesanal e membro do

Beer Judge Certification Program.

No Brasil também temos ótimas

referências no assunto, com as

cervejarias locais ousando cada vez

mais para criar bebidas com uma

identidade nacional.

Para nos ajudar a entender melhor e

conhecermos mais sobre essa

enorme quantidade de cervejas que

existem, podemos contar com a

ajuda de alguns grupos que se

dedicam a isso. O BJCP (Beer

Judge Certification Program) e a

Brewers Association, ambas

associações americanas, têm seus

próprios guias de estilos e nos

ajudam a procurar o mundo do lado

de lá, diferente das cervejas quase

sem graça que dominam o

mercado.

Graças aos pequenos produtores

brasileiros, hoje já é possível ir a um

bom restaurante e pedir uma carta

de cervejas com vários desses

estilos, e não simplesmente um

cardápio de marcas que seguem

um mesmo padrão “plano” a que

estamos acostumados.

Mesmo pela Internet existem lojas

idôneas que nos ajudam a comprar

alguma marca que fuja dos padrões

de massa.

Conhecendo um pouco mais sobre

estilos podemos definir quais

cervejas mais apreciamos – as mais

amargas ou mais maltadas, as

escuras com gosto que lembram

café ou, até mesmo, uma cerveja

que mais parece um espumante.

Tem para todos os gostos. Até

mesmo para quem decide que

gosta mesmo é de tomar cerveja

ultragelada quase sem grandes

sabores - o que não tem nada de

errado.

Errado é não experimentar, ainda

mais com tantas ofertas boas por aí.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [41]

BEER CLUB

/ cultura cervejeira

Tipos decervejaQuando se fala em

cerveja logo pensamos

naquela loira estupidamente

gelada, com a garrafa suando em

cima da mesa, não é mesmo?

Não. Pelo menos pra quem gosta de

provar novos sabores.

Existem centenas (milhares?) de

estilos de cerveja criados ao redor

do mundo.

Algumas mais simples levam

apenas maltes básicos, enquanto

o u t r a s p o s s u e m r e c e i t a s

extremamente complexas, que

incluem adições de ingredientes

pouco comuns para nós brasileiros,

tais como frutas silvestres e galhos

de pinheiro (alguns países nórdicos

usam muito esses ingredientes).

Conhecer os diferentes estilos de

cerveja permite ao apreciador viajar

direto para a história de cada nação

que os criou.

A presença de ingredientes típicos

ou o uso de técnicas próprias

d e m o n s t r a m u i t o s o b r e a

população, bem como os costumes

de cada país.

Pinheiros na

Noruega, cerejas

na Bélgica, ou

mesmo abóbora

nos EUA.

Ingredientes

locais que

estimulam a

criatividade na

arte de fazer

cerveja.

BEERCLUB / cultura cervejeira

[40] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto deMaurício Chaulet

twitter.com/mauriciochaulet

Cervejeiro artesanal e membro do

Beer Judge Certification Program.

No Brasil também temos ótimas

referências no assunto, com as

cervejarias locais ousando cada vez

mais para criar bebidas com uma

identidade nacional.

Para nos ajudar a entender melhor e

conhecermos mais sobre essa

enorme quantidade de cervejas que

existem, podemos contar com a

ajuda de alguns grupos que se

dedicam a isso. O BJCP (Beer

Judge Certification Program) e a

Brewers Association, ambas

associações americanas, têm seus

próprios guias de estilos e nos

ajudam a procurar o mundo do lado

de lá, diferente das cervejas quase

sem graça que dominam o

mercado.

Graças aos pequenos produtores

brasileiros, hoje já é possível ir a um

bom restaurante e pedir uma carta

de cervejas com vários desses

estilos, e não simplesmente um

cardápio de marcas que seguem

um mesmo padrão “plano” a que

estamos acostumados.

Mesmo pela Internet existem lojas

idôneas que nos ajudam a comprar

alguma marca que fuja dos padrões

de massa.

Conhecendo um pouco mais sobre

estilos podemos definir quais

cervejas mais apreciamos – as mais

amargas ou mais maltadas, as

escuras com gosto que lembram

café ou, até mesmo, uma cerveja

que mais parece um espumante.

Tem para todos os gostos. Até

mesmo para quem decide que

gosta mesmo é de tomar cerveja

ultragelada quase sem grandes

sabores - o que não tem nada de

errado.

Errado é não experimentar, ainda

mais com tantas ofertas boas por aí.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [41]

BEER CLUB

/ cultura cervejeira

BOOZE / confraria trendline

Fernando SperottoArquiteto

Difícil é conseguir pronunciar o

n o m e d e s s a c e r v e j a , a

Weihenstephaner Vitus. É uma

bock clara, de trigo, produzida na

A l e m a n h a . C o n t é m 7 , 7 d e

graduação alcoólica - o que ajuda a

pronunciar o seu nome depois do

segundo copo. Em meio ao seu

amargor, possui um sabor frutado.

Boa demais!

Renan Piccoli

Empresário

Uma cerveja que me agrada muito é

a Slava, da RSW Abadessa (Pareci

Novo - RS). É uma pilsen clara, de

sabor leve, aromática, que sempre

se faz presente nas minhas

degustações. Não que eu não goste

da Export e da Helles, também da

Abadessa, mas o sabor da Slava é o

meu favorito.

Daniel CameraArquiteto

Coube a mim a tarefa árdua de

escolher a cerveja da ‘saideira’ da

nossa confraria. Foi ela uma cerveja

ainda sem nome e sem rótulo, que

deverá estar entre as cervejas da

casa do Doppio Malto, de Bento

Gonçalves. Produzida pelo Luis e

pelo Gustavo, é uma Irish Red Ale

bem equilibrada e com muito sabor.

cervejas

Paradegustar...

Abadessa

Slava

4,1% Vol

750 ml

Preço: por volta

de R$ 20

Weihenstephaner

Vitus

1 7,7% Vol

500 ml

Preço: por volta de R$ 24

Doppio MaltoIrish Red Ale

5% Vol

Ainda sem previsãode comercialização.

vinh

os

Caroline MaurmannMédica

Um dos melhores vinhos que provei

esse ano foi também um dos mais

baratos: custou R$ 13 na FranShop,

em Flores da Cunha. Trata-se de

um vinho daquela localidade, o Val

13, da vinícola Valdemiz.

É um Tannat com Cabernet Franc,

safra 2005, muito bem equilibrado.

Mauro César NoskowskiEmpresário

Depois de passar um tempão fora

do Brasil não pude acompanhar

com tanta frequência a nossa

produção de vinhos. Porém, há um

que sempre me t raz boas

lembranças: o Merlot da Dal Pizzol.

É um vinho bem interessante, que

se destaca por não ter passado por

barricas de carvalho.

Janquiel MesturiniAssessor de Comunicação

Vinho da linha premium que poderia

estar ao lado dos gran premium da

linha VIA1986.

O grande destaque desse vinho é a

finesse do conjunto, o que o torna

bom para acompanhar refeições ou

apenas para beber, fazendo, quem

sabe, o caça-palavras bacana do

rótulo.

Dal Pizzol

Merlot

12% Vol

Preço: entre R$ 30 e 35

Viapiana

Expressões

Cabernet

Sauvignon 2010

13% Vol

Preço: por volta de R$ 40 no

varejo

Ouvimos alguns amigos e parceiros para saber deles:o que você indica para os nossos leitores?

Eis as respostas:

Valdemiz - Val 13

13% Vol

Safra 2005

Preço: R$ 10 na vinícola,

entre R$ 15 e 25 no varejo

BOOZE

/ confraria trendline

BOOZE / confraria trendline

Fernando SperottoArquiteto

Difícil é conseguir pronunciar o

n o m e d e s s a c e r v e j a , a

Weihenstephaner Vitus. É uma

bock clara, de trigo, produzida na

A l e m a n h a . C o n t é m 7 , 7 d e

graduação alcoólica - o que ajuda a

pronunciar o seu nome depois do

segundo copo. Em meio ao seu

amargor, possui um sabor frutado.

Boa demais!

Renan Piccoli

Empresário

Uma cerveja que me agrada muito é

a Slava, da RSW Abadessa (Pareci

Novo - RS). É uma pilsen clara, de

sabor leve, aromática, que sempre

se faz presente nas minhas

degustações. Não que eu não goste

da Export e da Helles, também da

Abadessa, mas o sabor da Slava é o

meu favorito.

Daniel CameraArquiteto

Coube a mim a tarefa árdua de

escolher a cerveja da ‘saideira’ da

nossa confraria. Foi ela uma cerveja

ainda sem nome e sem rótulo, que

deverá estar entre as cervejas da

casa do Doppio Malto, de Bento

Gonçalves. Produzida pelo Luis e

pelo Gustavo, é uma Irish Red Ale

bem equilibrada e com muito sabor.

cervejas

Paradegustar...

Abadessa

Slava

4,1% Vol

750 ml

Preço: por volta

de R$ 20

Weihenstephaner

Vitus

1 7,7% Vol

500 ml

Preço: por volta de R$ 24

Doppio MaltoIrish Red Ale

5% Vol

Ainda sem previsãode comercialização.

vinh

os

Caroline MaurmannMédica

Um dos melhores vinhos que provei

esse ano foi também um dos mais

baratos: custou R$ 13 na FranShop,

em Flores da Cunha. Trata-se de

um vinho daquela localidade, o Val

13, da vinícola Valdemiz.

É um Tannat com Cabernet Franc,

safra 2005, muito bem equilibrado.

Mauro César NoskowskiEmpresário

Depois de passar um tempão fora

do Brasil não pude acompanhar

com tanta frequência a nossa

produção de vinhos. Porém, há um

que sempre me t raz boas

lembranças: o Merlot da Dal Pizzol.

É um vinho bem interessante, que

se destaca por não ter passado por

barricas de carvalho.

Janquiel MesturiniAssessor de Comunicação

Vinho da linha premium que poderia

estar ao lado dos gran premium da

linha VIA1986.

O grande destaque desse vinho é a

finesse do conjunto, o que o torna

bom para acompanhar refeições ou

apenas para beber, fazendo, quem

sabe, o caça-palavras bacana do

rótulo.

Dal Pizzol

Merlot

12% Vol

Preço: entre R$ 30 e 35

Viapiana

Expressões

Cabernet

Sauvignon 2010

13% Vol

Preço: por volta de R$ 40 no

varejo

Ouvimos alguns amigos e parceiros para saber deles:o que você indica para os nossos leitores?

Eis as respostas:

Valdemiz - Val 13

13% Vol

Safra 2005

Preço: R$ 10 na vinícola,

entre R$ 15 e 25 no varejo

BOOZE

/ confraria trendline

Miragem doverão

[44] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto e fotos deQuéli Giuriatti

facebook.com/queli.giuriatti

GOTHERE

/ destinos recomendados

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]

Se o destino ideal

para as suas

férias de junho é

longe do frio e

perto do sol, a

República

Dominicana tem

tudo que você

precisa e, quem

sabe, muito mais

do que imagina.

Miragem doverão

[44] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Texto e fotos deQuéli Giuriatti

facebook.com/queli.giuriatti

GOTHERE

/ destinos recomendados

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [45]

Se o destino ideal

para as suas

férias de junho é

longe do frio e

perto do sol, a

República

Dominicana tem

tudo que você

precisa e, quem

sabe, muito mais

do que imagina.

O mar do Caribe próximo de você. Com voos

regulares e diretos de Porto Alegre

para o Panamá pela Copa Airlines e,

de lá para dezenas de destinos na

América Central, o sonho de fugir

dos rigores do inverno gaúcho e

curtir dias de vida mansa em uma

ensolarada praia caribenha é

passível de ser concretizado.

Os preços, desde já vale ressaltar,

são ótimos, sobretudo se você

escolher um resort em Punta Cana,

na República Dominicana. Uma

semana no sistema all inclusive

custa bem menos que muitos

resorts do nordeste brasileiro.

Localizada na costa leste do país,

Punta Cana apresenta um dos

comp lexos ho te le i ros ma is

procurados por turistas do mundo

inteiro. Russos, canadenses, norte-

americanos e europeus em geral

lotam as praias locais. Tudo por

está mais conta da facilidade do aeroporto

internacional de Punta Cana, que

fica a poucos minutos dos maiores

hotéis.

A praia Bávaro, onde se situa o

resort Bávaro Princess, está entre as

dez mais belas das Américas - de

acordo com a Unesco. Palmeiras,

água calma, quentinha e cristalina,

areia fofa e um céu azul de tirar o

fôlego compõem a paisagem, um

cartão-postal vivo que ficará na sua

memória por anos a fio. As suítes

bangalô contam com todos os

confortos necessários para seu

repouso: ampla banheira de

hidromassagem, ar-condicionado

central, sala, copa completa com

cafeteira – para você se deliciar com

o café dominicano, entre os

melhores do mundo –, TV de LED,

roupões macios, etc.

Apesar das 806 acomodações, o

perfil do Bávaro Princess é de um

ecoresort, bastante calmo, com

arborização e mata nativas em

abundância. Seus oito restaurantes

oferecem pratos de diversas

nacionalidades, com destaque para

a cozinha oriental e os lagostins

grelhados.

Se a beira-mar for a sua praia,

aproveite para tomar rum Brugal

com Coca-Cola e ficar de bobeira.

Vizinhos de Cuba, os dominicanos

brincam a respeito do nome do

drinque Cuba Libre. Chamam de

“mentirita”, já que de liberdade os

cubanos não podem se gabar.

Resorts de Punta

Cana costumam

oferecer bons

preços para o

sistema all

inclusive.

[46] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

GO THERE

/ destinos recomendados

Se estiver a fim de um agito,

esportes aquáticos estão à sua

disposição sem custo. O caiaque

completo - com colete - está incluso

no serviço, mas tudo que envolver

motor, como jet skis e lanchas, corre

por fora da conta.

Em geral, o povo da região é muito

solícito e mostra identificação com

os brasileiros no quesito simpatia, o

que facilita a comunicação - mesmo

que seu espanhol seja primário.

Os operadores de turismo locais

montam “banca” nos resorts para

oferecer outros passeios aos

visitantes, tudo facilitado e seguro,

inclusive nos mergulhos com

snorkel.

Uma dica é conferir o pacote do

Marinarium, que permite descobrir

as maravilhas dos corais e da vida

marinha de uma forma bem

divertida. Já o Dolphin Island tem

uma plataforma flutuante em alto

mar, que traz a oportunidade de

nadar e interagir com uma simpática

comunidade de golfinhos. Outra

atração famosa é o Manatí Park,

zoológico que oferece shows com

leões marinhos e golf inhos,

pássaros, papagaios e outros

animais.

Rock’n’roll never dies

O resort predileto dos brasileiros em

Punta Cana só poderia ser o mais

agitado de todos, certo? Pois o Hard

Rock Cafe Punta Cana levanta a

taça. Com 1.790 quartos, onze

restaurantes e dezenas de piscinas

e bares, este resort de proporções

monstruosas tem um clima especial

à noite.

Todos os quartos são decorados

com frases de astros do rock, além

das centenas de relíquias de

músicos e bandas que fazem parte

do acervo do Hard Rock, como um

carrão cravejado de espelhos usado

por Madonna em videoclipes ou

looks de show completos de Gloria

Steffan.

Uma boate, chamada Oro, que é

literalmente brilhante, um spa e um

cassino fecham o rol de atrações

deste Hard Rock, único all inclusive

da rede em todo o planeta.

O resort predileto

dos brasileiros:

Hard Rock Cafe

Punta Cana.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [47]

GO THERE

/ destinos recomendados

O mar do Caribe próximo de você. Com voos

regulares e diretos de Porto Alegre

para o Panamá pela Copa Airlines e,

de lá para dezenas de destinos na

América Central, o sonho de fugir

dos rigores do inverno gaúcho e

curtir dias de vida mansa em uma

ensolarada praia caribenha é

passível de ser concretizado.

Os preços, desde já vale ressaltar,

são ótimos, sobretudo se você

escolher um resort em Punta Cana,

na República Dominicana. Uma

semana no sistema all inclusive

custa bem menos que muitos

resorts do nordeste brasileiro.

Localizada na costa leste do país,

Punta Cana apresenta um dos

comp lexos ho te le i ros ma is

procurados por turistas do mundo

inteiro. Russos, canadenses, norte-

americanos e europeus em geral

lotam as praias locais. Tudo por

está mais conta da facilidade do aeroporto

internacional de Punta Cana, que

fica a poucos minutos dos maiores

hotéis.

A praia Bávaro, onde se situa o

resort Bávaro Princess, está entre as

dez mais belas das Américas - de

acordo com a Unesco. Palmeiras,

água calma, quentinha e cristalina,

areia fofa e um céu azul de tirar o

fôlego compõem a paisagem, um

cartão-postal vivo que ficará na sua

memória por anos a fio. As suítes

bangalô contam com todos os

confortos necessários para seu

repouso: ampla banheira de

hidromassagem, ar-condicionado

central, sala, copa completa com

cafeteira – para você se deliciar com

o café dominicano, entre os

melhores do mundo –, TV de LED,

roupões macios, etc.

Apesar das 806 acomodações, o

perfil do Bávaro Princess é de um

ecoresort, bastante calmo, com

arborização e mata nativas em

abundância. Seus oito restaurantes

oferecem pratos de diversas

nacionalidades, com destaque para

a cozinha oriental e os lagostins

grelhados.

Se a beira-mar for a sua praia,

aproveite para tomar rum Brugal

com Coca-Cola e ficar de bobeira.

Vizinhos de Cuba, os dominicanos

brincam a respeito do nome do

drinque Cuba Libre. Chamam de

“mentirita”, já que de liberdade os

cubanos não podem se gabar.

Resorts de Punta

Cana costumam

oferecer bons

preços para o

sistema all

inclusive.

[46] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

GO THERE

/ destinos recomendados

Se estiver a fim de um agito,

esportes aquáticos estão à sua

disposição sem custo. O caiaque

completo - com colete - está incluso

no serviço, mas tudo que envolver

motor, como jet skis e lanchas, corre

por fora da conta.

Em geral, o povo da região é muito

solícito e mostra identificação com

os brasileiros no quesito simpatia, o

que facilita a comunicação - mesmo

que seu espanhol seja primário.

Os operadores de turismo locais

montam “banca” nos resorts para

oferecer outros passeios aos

visitantes, tudo facilitado e seguro,

inclusive nos mergulhos com

snorkel.

Uma dica é conferir o pacote do

Marinarium, que permite descobrir

as maravilhas dos corais e da vida

marinha de uma forma bem

divertida. Já o Dolphin Island tem

uma plataforma flutuante em alto

mar, que traz a oportunidade de

nadar e interagir com uma simpática

comunidade de golfinhos. Outra

atração famosa é o Manatí Park,

zoológico que oferece shows com

leões marinhos e golf inhos,

pássaros, papagaios e outros

animais.

Rock’n’roll never dies

O resort predileto dos brasileiros em

Punta Cana só poderia ser o mais

agitado de todos, certo? Pois o Hard

Rock Cafe Punta Cana levanta a

taça. Com 1.790 quartos, onze

restaurantes e dezenas de piscinas

e bares, este resort de proporções

monstruosas tem um clima especial

à noite.

Todos os quartos são decorados

com frases de astros do rock, além

das centenas de relíquias de

músicos e bandas que fazem parte

do acervo do Hard Rock, como um

carrão cravejado de espelhos usado

por Madonna em videoclipes ou

looks de show completos de Gloria

Steffan.

Uma boate, chamada Oro, que é

literalmente brilhante, um spa e um

cassino fecham o rol de atrações

deste Hard Rock, único all inclusive

da rede em todo o planeta.

O resort predileto

dos brasileiros:

Hard Rock Cafe

Punta Cana.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [47]

GO THERE

/ destinos recomendados

STYLE / Meu Número

[48] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

O inverno recém-começou,

mas a moda já está de olho no

Verão 2012/2013 com os

lançamentos nacionais e

internacionais.

Por aqui, Minas Trend Preview

e Fashion Rio já nos

mostraram o que virá junto

com o calor - que parece tão,

tão distante no momento!

CIA

MA

RÍT

IMA

E quando overão chegar...

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [49]

Texto deTai Santos

facebook.com/taiolisantos

Consultora de Moda.

Fotos deAgência Fotosite

STYLE / Meu Número

[48] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

O inverno recém-começou,

mas a moda já está de olho no

Verão 2012/2013 com os

lançamentos nacionais e

internacionais.

Por aqui, Minas Trend Preview

e Fashion Rio já nos

mostraram o que virá junto

com o calor - que parece tão,

tão distante no momento!

CIA

MA

RÍT

IMA

E quando overão chegar...

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [49]

Texto deTai Santos

facebook.com/taiolisantos

Consultora de Moda.

Fotos deAgência Fotosite

[50] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

ST

YL

E

/ meu

mero

O próximo verão será

“agridoce”, nas cores e nas

formas: um mix de romance

açucarado e esportivo apimentado.

A invasão de uma estética anos 90,

substituindo de leve a onda

oitentista presente já há várias

coleções, é uma das primeiras

tendências que podemos notar. A

silhueta reta (linha H); o decote

canoa; o visual plastificado e

metalizado; o esportivo dos bailes

de Charme, com parkas e shorts

boxer; o comprimento cropped

acompanhados de cós superalto; as

telas e o calçado tipo tênis com

plataforma são alguns indicativos.

Some a isso um ar de anos 20

presente nos comprimentos e

formas dos vestidos, franjas e visual

art decó.

As formas geométricas também

revelam um leve retorno do

japonismo (orientalismo) - isso sim

movimento AINDA dos anos 80, que

insistem em continuar na moda e no

design em geral.

Dos pastéis aos intensos,

passando pelo preto e branco.

Destaque: azul klein, azul

piscina, verde acqua, verde

bandeira, rosa algodão-doce,

rosa pink, laranja, tangerina,

vermelho cereja, amarelo

canário, amarelo solar, amarelo

clarinho, creme, branco, preto.

Aliás, parece que o laranja é a cor

da década, já que se faz presente

e m v á r i a s c o l e ç õ e s

constantemente desde 2010.

Cores

Meta l i zado dourado, que

apareceu em peças inteiras, em

deta lhes, em bolsas, em

c a l ç a d o s e t a m b é m n a

maquiagem.

Efeito destaque

Formas E s p o r t i v a s , o r g â n i c a s o u

geométricas. Comprimentos curtos

ou nos joelhos, para saias, vestidos

e bermudas. Calças cigarretes (na

altura da canela). Tanto a forma

fluida como as justas não são

exageradas, tudo na medida certa.

Decotes redondos, canoa ou

tomara-que-caia. Plissados e

pregas em tecidos com ótimo

caimento.

Vazados, rendados, bordados e

telados. Malhas com lurex,

recortes a laser no couro,

patchwork em jeans (destaque

para o trabalho ao lado,

belíssimo, do desfile da Sacada).

Jeans délavé e white denim, além

dos “estampados” da TNG.

Resinados e plastificados. Mix de

transparências com fosco.

Texturas, padronagens, lavagens

BLU

E M

AN

SA

CA

DA

R G

RO

OV

E

NEW ORDER

ST

YL

E

/ m

eu

mero

Ame ou odeie

Depois das semanas de moda, blogs, sites e redes sociais despejam uma infinidade de

comentários, opiniões e críticas sobre os desfiles. E sempre há peças ou detalhes que geram

polêmica e dividem opiniões. Desta vez são duas as tendências que estão na corda, sendo

puxadas pelos dois lados:

- bustiê e top cropped: já foram usados à exaustão

nos anos 80 e 90, e agora retornaram com tudo.

Falta de elegância ou sexy young? Já existe até uma

“receita” para evitar cair no “piriguetismo”: usar com

cinturas altíssimas, para jamais mostrar o umbigo.

Assim fica mais elegante - para poucas, claro.

- o tal do Peplum: ele apareceu aos montes nas

semanas de moda internacionais, e sim... aterrissou

por aqui. Peplum é aquela “sainha” presa na cintura,

em blusas e vestidos, bem sobre o quadril, abrindo em

godê. Os que o defendem, dizem que disfarça culotes

e quadris largos e que dá impressão de cintura mais

fina. Os que ojerizam, dizem que envelhece. Uma coisa

é certa: ele achata a silhueta e leva o olhar para o centro

do corpo, portanto mulheres baixas ou que tem volume

no abdômen devem evitá-lo.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [51]

ALE

XA

ND

ER

MC

QU

EE

N

MA

RIA

BO

NIT

A

[50] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

ST

YL

E

/ meu

mero

O próximo verão será

“agridoce”, nas cores e nas

formas: um mix de romance

açucarado e esportivo apimentado.

A invasão de uma estética anos 90,

substituindo de leve a onda

oitentista presente já há várias

coleções, é uma das primeiras

tendências que podemos notar. A

silhueta reta (linha H); o decote

canoa; o visual plastificado e

metalizado; o esportivo dos bailes

de Charme, com parkas e shorts

boxer; o comprimento cropped

acompanhados de cós superalto; as

telas e o calçado tipo tênis com

plataforma são alguns indicativos.

Some a isso um ar de anos 20

presente nos comprimentos e

formas dos vestidos, franjas e visual

art decó.

As formas geométricas também

revelam um leve retorno do

japonismo (orientalismo) - isso sim

movimento AINDA dos anos 80, que

insistem em continuar na moda e no

design em geral.

Dos pastéis aos intensos,

passando pelo preto e branco.

Destaque: azul klein, azul

piscina, verde acqua, verde

bandeira, rosa algodão-doce,

rosa pink, laranja, tangerina,

vermelho cereja, amarelo

canário, amarelo solar, amarelo

clarinho, creme, branco, preto.

Aliás, parece que o laranja é a cor

da década, já que se faz presente

e m v á r i a s c o l e ç õ e s

constantemente desde 2010.

Cores

Meta l i zado dourado, que

apareceu em peças inteiras, em

deta lhes, em bolsas, em

c a l ç a d o s e t a m b é m n a

maquiagem.

Efeito destaque

Formas E s p o r t i v a s , o r g â n i c a s o u

geométricas. Comprimentos curtos

ou nos joelhos, para saias, vestidos

e bermudas. Calças cigarretes (na

altura da canela). Tanto a forma

fluida como as justas não são

exageradas, tudo na medida certa.

Decotes redondos, canoa ou

tomara-que-caia. Plissados e

pregas em tecidos com ótimo

caimento.

Vazados, rendados, bordados e

telados. Malhas com lurex,

recortes a laser no couro,

patchwork em jeans (destaque

para o trabalho ao lado,

belíssimo, do desfile da Sacada).

Jeans délavé e white denim, além

dos “estampados” da TNG.

Resinados e plastificados. Mix de

transparências com fosco.

Texturas, padronagens, lavagens

BLU

E M

AN

SA

CA

DA

R G

RO

OV

E

NEW ORDER

ST

YL

E

/ m

eu

mero

Ame ou odeie

Depois das semanas de moda, blogs, sites e redes sociais despejam uma infinidade de

comentários, opiniões e críticas sobre os desfiles. E sempre há peças ou detalhes que geram

polêmica e dividem opiniões. Desta vez são duas as tendências que estão na corda, sendo

puxadas pelos dois lados:

- bustiê e top cropped: já foram usados à exaustão

nos anos 80 e 90, e agora retornaram com tudo.

Falta de elegância ou sexy young? Já existe até uma

“receita” para evitar cair no “piriguetismo”: usar com

cinturas altíssimas, para jamais mostrar o umbigo.

Assim fica mais elegante - para poucas, claro.

- o tal do Peplum: ele apareceu aos montes nas

semanas de moda internacionais, e sim... aterrissou

por aqui. Peplum é aquela “sainha” presa na cintura,

em blusas e vestidos, bem sobre o quadril, abrindo em

godê. Os que o defendem, dizem que disfarça culotes

e quadris largos e que dá impressão de cintura mais

fina. Os que ojerizam, dizem que envelhece. Uma coisa

é certa: ele achata a silhueta e leva o olhar para o centro

do corpo, portanto mulheres baixas ou que tem volume

no abdômen devem evitá-lo.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [51]

ALE

XA

ND

ER

MC

QU

EE

N

MA

RIA

BO

NIT

A

Porto Alegre acaba de receber a

exposição Viva Elis, uma mostra

organizada pelo filho de Elis

Regina, João Marcelo Bôscoli, e a

maior realizada sobre a artista

gaúcha até então no país. São mais

de 200 fotos e material de shows,

e n t r e v i s t a s e d e p o i m e n t o s

dispostos na Usina do Gasômetro,

até o dia 8 de julho. A exposição

segue também para Recife, Rio de

Janeiro e Belo Horizonte.

A mostra faz parte do projeto Nivea

Viva Elis, que começou com o show

da cantora Maria Rita, no Anfiteatro

Pôr do Sol, também na capital

gaúcha. A apresentação gratuita,

que teve o repertório baseado nos

sucessos de Elis Regina, reuniu 60

mil pessoas, num belo espetáculo

no final de tarde.

Vários outros eventos estão

marcados para este ano, quando se

completam 30 anos da morte de

Elis.

Aliás, o show em que Maria Rita

homenageia a mãe será lançado em

CD, DVD e Blu-ray, que devem

chegar às lojas no segundo

semestre.

Mostra sobre a

cantora percorre

Porto Alegre,

Recife, Rio de

Janeiro e Belo

Horizonte.

FOTO DIVULGAÇÃO

[52] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

CULT / cultura e subcultura

VivaElis

Texto deGreici Audibert

facebook.com/greiciaudibert

Jornalista e repórter do Grupo RSCOMe do Portal leouve.com.br

Almodóvar

O livro branco

B.B. King, aqui do lado

De Pedro Almodóvar assisti

a “Fale com Ela”,“Mulheres à

Beira de um Ataque de

Nervos” e, recentemente, “A

Pele que Habito”, mais uma

obra impecável do cineasta

espanhol que nunca pôde

estudar cinema.

O longa, escrito pelo diretor

em parceria com o irmão

Augustín Almodóvar, é

baseado no romance

policial Mygale, de Thierry

Jonquet.

Antonio Banderas é o

protagonista e interpreta

Rober t , um obcecado

cirurgião plástico que, após

a morte de sua esposa num

acidente, concentra todas as

suas energias e seus

conhecimentos na criação

de uma pele com a qual ela

poderia ter sobrevivido.

Após 12 anos, ele consegue

criar um tecido sensível ao

toque, mas resistente a

qualquer tipo de agressão.

Porém, para chegar num

resultado perfeito, seria

necessária uma cobaia

humana, a lém de um

cúmplice e uma grande

dose da falta de escrúpulos .

A cúmplice é Marília (Marisa

Paredes), a mulher que o

criou desde o dia em que

nasceu. Já a cobaia é uma

jovem desaparecida que

não o será de forma

voluntária.

Os Beatles, a banda que mais

vendeu singles no Reino Unido nos

últimos 60 anos (segundo a Official

Charts Company), mais uma vez

serve de inspiração.

Desta vez para o escritor Henrique

Rodrigues, que lança em julho o

Livro Branco - Vinte Contos

Inspirados em Músicas dos

Beatles. São textos de 20 autores

baseados no quarteto de Liverpool.

Para o jornalista Nelson Motta, que

assina um dos contos, Beatles era

algo “meio ridículo”. Mudou de ideia

depois e no livro escreve sobre Love

me do, de 1962.

B.B. King retorna ao Brasil neste

ano para uma nova turnê e bem aqui

do lado, em Curitiba. O show ocorre

no dia 2 de outubro, no Teatro

Guaíra.

Aos 86 anos, o cantor e guitarrista

fará cinco apresentações no país.

As outras acontecem no Rio de

Janeiro e em São Paulo.

O ícone do blues esteve no Brasil

pela última vez em março de 2010.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [53]

CULT

/ cultura e subcultura

Porto Alegre acaba de receber a

exposição Viva Elis, uma mostra

organizada pelo filho de Elis

Regina, João Marcelo Bôscoli, e a

maior realizada sobre a artista

gaúcha até então no país. São mais

de 200 fotos e material de shows,

e n t r e v i s t a s e d e p o i m e n t o s

dispostos na Usina do Gasômetro,

até o dia 8 de julho. A exposição

segue também para Recife, Rio de

Janeiro e Belo Horizonte.

A mostra faz parte do projeto Nivea

Viva Elis, que começou com o show

da cantora Maria Rita, no Anfiteatro

Pôr do Sol, também na capital

gaúcha. A apresentação gratuita,

que teve o repertório baseado nos

sucessos de Elis Regina, reuniu 60

mil pessoas, num belo espetáculo

no final de tarde.

Vários outros eventos estão

marcados para este ano, quando se

completam 30 anos da morte de

Elis.

Aliás, o show em que Maria Rita

homenageia a mãe será lançado em

CD, DVD e Blu-ray, que devem

chegar às lojas no segundo

semestre.

Mostra sobre a

cantora percorre

Porto Alegre,

Recife, Rio de

Janeiro e Belo

Horizonte.

FOTO DIVULGAÇÃO

[52] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

CULT / cultura e subcultura

VivaElis

Texto deGreici Audibert

facebook.com/greiciaudibert

Jornalista e repórter do Grupo RSCOMe do Portal leouve.com.br

Almodóvar

O livro branco

B.B. King, aqui do lado

De Pedro Almodóvar assisti

a “Fale com Ela”,“Mulheres à

Beira de um Ataque de

Nervos” e, recentemente, “A

Pele que Habito”, mais uma

obra impecável do cineasta

espanhol que nunca pôde

estudar cinema.

O longa, escrito pelo diretor

em parceria com o irmão

Augustín Almodóvar, é

baseado no romance

policial Mygale, de Thierry

Jonquet.

Antonio Banderas é o

protagonista e interpreta

Rober t , um obcecado

cirurgião plástico que, após

a morte de sua esposa num

acidente, concentra todas as

suas energias e seus

conhecimentos na criação

de uma pele com a qual ela

poderia ter sobrevivido.

Após 12 anos, ele consegue

criar um tecido sensível ao

toque, mas resistente a

qualquer tipo de agressão.

Porém, para chegar num

resultado perfeito, seria

necessária uma cobaia

humana, a lém de um

cúmplice e uma grande

dose da falta de escrúpulos .

A cúmplice é Marília (Marisa

Paredes), a mulher que o

criou desde o dia em que

nasceu. Já a cobaia é uma

jovem desaparecida que

não o será de forma

voluntária.

Os Beatles, a banda que mais

vendeu singles no Reino Unido nos

últimos 60 anos (segundo a Official

Charts Company), mais uma vez

serve de inspiração.

Desta vez para o escritor Henrique

Rodrigues, que lança em julho o

Livro Branco - Vinte Contos

Inspirados em Músicas dos

Beatles. São textos de 20 autores

baseados no quarteto de Liverpool.

Para o jornalista Nelson Motta, que

assina um dos contos, Beatles era

algo “meio ridículo”. Mudou de ideia

depois e no livro escreve sobre Love

me do, de 1962.

B.B. King retorna ao Brasil neste

ano para uma nova turnê e bem aqui

do lado, em Curitiba. O show ocorre

no dia 2 de outubro, no Teatro

Guaíra.

Aos 86 anos, o cantor e guitarrista

fará cinco apresentações no país.

As outras acontecem no Rio de

Janeiro e em São Paulo.

O ícone do blues esteve no Brasil

pela última vez em março de 2010.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [53]

CULT

/ cultura e subcultura

reconstruir e manter os tecidos do

corpo, inclusive o muscular.

Isso posto, fica a pergunta: um

vegetariano consegue ganhar

massa muscular? Claro que sim!

Dizer não à carne não significa abolir

a construção da massa muscular.

Se não fosse assim, a vegetariana

Cory Everson não teria ganho o

título de Ms Olympia por seis anos

consecutivos na década de 80.

Um vegetariano pode sim ganhar

massa muscular, porém precisa

ficar atento e buscar auxílio de uma

nutricionista, se propondo a

consumir os alimentos indicados,

nas quantidades recomendadas. O

fundamental é combinar diversas

fontes de proteínas vegetais para,

assim, obter todos os aminoácidos

PersonalTrainer MusculaçãoTreinamento

Funcional

Ginástica

Bike Indoor

Rua Pinheiro Machado, 770Galeria da SOAL, Veranópolis-RS

Fone: (54) 3441-7237

É possível vegetariana e ainda assim obter

bons ganhos de massa muscular?

As discussões sobre este assunto

cos tumam ser ca lo rosas e

encontramos argumentos razoáveis

nos dois lados. Debates à parte,

temos que levar em conta que

algumas pessoas simplesmente

NÃO GOSTAM de produtos de

origem animal. Outras abdicam da

carne por questões religiosas. E há

também um número crescente de

adeptos que tiram a carne da dieta

por não concordar com o sacrifício

da vida de animais.

Do ponto de vista da nutrição

espor t i va , sem um vo lume

adequado de ingestão de proteínas

(encontradas em maior número na

carne) f ica realmente di f íci l

ter uma dieta essenciais ao organismo. Alguns

nutrientes merecem atenção e

podem pedir suplementação, tais

como a vitamina B12 e o ferro. A

suplementação à base de soja é

extremamente recomendada para

estas pessoas.

Com uma boa quantidade de

calor ias vindas dos cereais

integrais, frutas, legumes e nozes o

vegetariano conseguirá ter uma

alimentação saudável e um corpo

sarado.

Ah, e uma dica final: nada de passar

horas na academia. Reduza o

tempo do treinamento e trabalhe

árduo, prevenindo a perda de

massa muscular. Com a mente

determinada, treino e alimentação

regrados, você chega lá.

GOODLIVING / cuide do seu corpo

Sem carne,com músculos

Texto deMaria Cristina Frazon Telles

[email protected]

Personal trainer, Pós-graduada emFisiologia do Exercício UGF/RJ

reconstruir e manter os tecidos do

corpo, inclusive o muscular.

Isso posto, fica a pergunta: um

vegetariano consegue ganhar

massa muscular? Claro que sim!

Dizer não à carne não significa abolir

a construção da massa muscular.

Se não fosse assim, a vegetariana

Cory Everson não teria ganho o

título de Ms Olympia por seis anos

consecutivos na década de 80.

Um vegetariano pode sim ganhar

massa muscular, porém precisa

ficar atento e buscar auxílio de uma

nutricionista, se propondo a

consumir os alimentos indicados,

nas quantidades recomendadas. O

fundamental é combinar diversas

fontes de proteínas vegetais para,

assim, obter todos os aminoácidos

PersonalTrainer MusculaçãoTreinamento

Funcional

Ginástica

Bike Indoor

Rua Pinheiro Machado, 770Galeria da SOAL, Veranópolis-RS

Fone: (54) 3441-7237

É possível vegetariana e ainda assim obter

bons ganhos de massa muscular?

As discussões sobre este assunto

cos tumam ser ca lo rosas e

encontramos argumentos razoáveis

nos dois lados. Debates à parte,

temos que levar em conta que

algumas pessoas simplesmente

NÃO GOSTAM de produtos de

origem animal. Outras abdicam da

carne por questões religiosas. E há

também um número crescente de

adeptos que tiram a carne da dieta

por não concordar com o sacrifício

da vida de animais.

Do ponto de vista da nutrição

espor t i va , sem um vo lume

adequado de ingestão de proteínas

(encontradas em maior número na

carne) f ica realmente dif íci l

ter uma dieta essenciais ao organismo. Alguns

nutrientes merecem atenção e

podem pedir suplementação, tais

como a vitamina B12 e o ferro. A

suplementação à base de soja é

extremamente recomendada para

estas pessoas.

Com uma boa quantidade de

calor ias vindas dos cereais

integrais, frutas, legumes e nozes o

vegetariano conseguirá ter uma

alimentação saudável e um corpo

sarado.

Ah, e uma dica final: nada de passar

horas na academia. Reduza o

tempo do treinamento e trabalhe

árduo, prevenindo a perda de

massa muscular. Com a mente

determinada, treino e alimentação

regrados, você chega lá.

GOODLIVING / cuide do seu corpo

Sem carne,com músculos

Texto deMaria Cristina Frazon Telles

[email protected]

Personal trainer, Pós-graduada emFisiologia do Exercício UGF/RJ

PEOPLE / colunismo sem «érrimos»

ou «íssimos»

NOVA SALA

No fim de maio a região

conheceu a nova revista Sala

de Arquitetos, de Caxias do

Sul. O projeto passou por

uma total reformulação e foi

realizado pela Daschund

Comunicação, editora da

Trendline, e pela

TwoThinkMore, de Passo

Fundo.

O evento de lançamento

ocorreu no La Barra, em

Caxias.Samuel Ramos, Letícia Athayde e Bianca Polidoro Franco.

FOTO JEFERSON DEBONI

FOTO JEFERSON DEBONI

[56] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

UM ANO!

O Embrios Centro de

Reprodução Humana

celebrou o seu primeiro ano

de vida em um evento voltado

para a área médica, com a

palestra do médico

imunologista Ricardo de

Oliveira.

Durante esses primeiros doze

meses a equipe realizou mais

de 60 gestações com sucesso

- uma delas envolvendo o

casal de proprietários Ângela

e Gustavo. :)

CURSO DE GESTÃO

A Dell’Anno recebeu o curso

Administração de Escritórios

de Arquitetura e Engenharia,

promovido pela AEARV, a

Associação dos Engenheiros

e Arquitetos da Região dos

Vinhedos. As aulas foram

ministradas pelo professor

Ênio Padilha.

Na foto, a turma da Dell’Anno

que recepcionou os

presentes.

Joice Boch, Gustavo Vieira, Ângela Marcon D’Avila, Ricardo de

Oliveira e Fernanda Peruzzato

Edson Busin, Fernanda Fialho, Kenia Michelin, Renan Piccoli, Karla

Pires e Raquel D'Avila

FOTO SILVANA AIBEL | DIVULGAÇÃO

FOTO SAMUEL RAMOS

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [57]

PEOPLE / colunismo sem «érrimos»

ou «íssimos»

NOVA SALA

No fim de maio a região

conheceu a nova revista Sala

de Arquitetos, de Caxias do

Sul. O projeto passou por

uma total reformulação e foi

realizado pela Daschund

Comunicação, editora da

Trendline, e pela

TwoThinkMore, de Passo

Fundo.

O evento de lançamento

ocorreu no La Barra, em

Caxias.Samuel Ramos, Letícia Athayde e Bianca Polidoro Franco.

FOTO JEFERSON DEBONI

FOTO JEFERSON DEBONI

[56] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

UM ANO!

O Embrios Centro de

Reprodução Humana

celebrou o seu primeiro ano

de vida em um evento voltado

para a área médica, com a

palestra do médico

imunologista Ricardo de

Oliveira.

Durante esses primeiros doze

meses a equipe realizou mais

de 60 gestações com sucesso

- uma delas envolvendo o

casal de proprietários Ângela

e Gustavo. :)

CURSO DE GESTÃO

A Dell’Anno recebeu o curso

Administração de Escritórios

de Arquitetura e Engenharia,

promovido pela AEARV, a

Associação dos Engenheiros

e Arquitetos da Região dos

Vinhedos. As aulas foram

ministradas pelo professor

Ênio Padilha.

Na foto, a turma da Dell’Anno

que recepcionou os

presentes.

Joice Boch, Gustavo Vieira, Ângela Marcon D’Avila, Ricardo de

Oliveira e Fernanda Peruzzato

Edson Busin, Fernanda Fialho, Kenia Michelin, Renan Piccoli, Karla

Pires e Raquel D'Avila

FOTO SILVANA AIBEL | DIVULGAÇÃO

FOTO SAMUEL RAMOS

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [57]

BOLO DE CAFÉ

Foi com o famoso cupcake de

café da casa (e poderia ser

diferente?) que o Coaffee

comemorou o seu primeiro

ano.

Lisane Melo e Maiquel

Oliveira fizeram as honras da

celebração, que fechou o

workshop sobre degustação

de cafés promovido no

espaço.

RECONHECIMENTO

A Ibero Cruzeiros premia, todo

ano, os operadores que se

destacaram na temporada

anterior.

O caneco, esse ano, ficou em

Nova Prata, com a agência

Camboatás, que levou o 1º

lugar em vendas no Estado.

Lisiane Melo e Maiquel Oliveira

Rosane Ferronatto, Renata Frizon, Jordana Carpenedo e Marília Minozzo.

FOTO SAMUEL RAMOS

FOTO DIVULGAÇÃO

[58] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

NOVO VAREJO

Flores da Cunha também

recebeu a primeira loja da

Porto Mediterrâneo,

importadora que trabalha com

mais de 200 rótulos de vinhos

de seis países.

O local escolhido para a

operação foi o enoespaço da

Viapiana, ação que faz com

que vinhos importados e

nacionais dividissem as

prateleiras do varejo da

vinícola.

ARTE E VINHOS

A vinícola Luiz Argenta, de

Flores da Cunha, recebe até

31 de outubro a exposição de

arte itinerante que integra o

projeto “Vivências Sensorias –

Leituras Múltiplas”, da

Confraria do Champanhe da

Serra Gaúcha.

As obras podem ser

contempladas na própria

vinícola e são de autoria de 10

artistas locais.

Anfitriões da exposição, Sr. Deunir Argenta e a sua filha, Daiane Argenta

Elton Viapiana, Julio Cesar Schimitt Neto, Danielle Voges e Cesar Curra.

FOTO SAMUEL RAMOS

FOTO SAMUEL RAMOS

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [59]

PEOPLE

/ social

PEOPLE

/ social

BOLO DE CAFÉ

Foi com o famoso cupcake de

café da casa (e poderia ser

diferente?) que o Coaffee

comemorou o seu primeiro

ano.

Lisane Melo e Maiquel

Oliveira fizeram as honras da

celebração, que fechou o

workshop sobre degustação

de cafés promovido no

espaço.

RECONHECIMENTO

A Ibero Cruzeiros premia, todo

ano, os operadores que se

destacaram na temporada

anterior.

O caneco, esse ano, ficou em

Nova Prata, com a agência

Camboatás, que levou o 1º

lugar em vendas no Estado.

Lisiane Melo e Maiquel Oliveira

Rosane Ferronatto, Renata Frizon, Jordana Carpenedo e Marília Minozzo.

FOTO SAMUEL RAMOS

FOTO DIVULGAÇÃO

[58] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

NOVO VAREJO

Flores da Cunha também

recebeu a primeira loja da

Porto Mediterrâneo,

importadora que trabalha com

mais de 200 rótulos de vinhos

de seis países.

O local escolhido para a

operação foi o enoespaço da

Viapiana, ação que faz com

que vinhos importados e

nacionais dividissem as

prateleiras do varejo da

vinícola.

ARTE E VINHOS

A vinícola Luiz Argenta, de

Flores da Cunha, recebe até

31 de outubro a exposição de

arte itinerante que integra o

projeto “Vivências Sensorias –

Leituras Múltiplas”, da

Confraria do Champanhe da

Serra Gaúcha.

As obras podem ser

contempladas na própria

vinícola e são de autoria de 10

artistas locais.

Anfitriões da exposição, Sr. Deunir Argenta e a sua filha, Daiane Argenta

Elton Viapiana, Julio Cesar Schimitt Neto, Danielle Voges e Cesar Curra.

FOTO SAMUEL RAMOS

FOTO SAMUEL RAMOS

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [59]

PEOPLE

/ social

PEOPLE

/ social

A marcha dos corvos

TOCO EME VOY

/ impedimento

No futebol argentino, historicamente, há cinco grandes

clubes. Um deles vive uma época de

provações que parece não ter fim.

É verdade que, exceto pelo Boca

Juniors, sempre temido, sempre

renascendo, há tempos os

principais representantes do futebol

HERMANO vivem cambaleando. O

River Plate atualmente milita na

segunda divisão. O Racing vive uma

era de seca de títulos e quebrou

financeiramente, quase falindo.

O Independiente está perdido entre

San Juan y Mendoza, tentando

reencontrar a grandeza que o fez o

maior campeão de Libertadores,

com sete títulos. Mas nenhum deles

sofre tanto e em aspectos tão

diversos como o San Lorenzo.

Se sua história fosse um FOLHETIM,

o clube de Almagro seria aquele

personagem outrora poderoso, mas

hoje sofrido, constantemente

humilhado e pisoteado, que no final

da trama triunfa sobre a maldade.

[60] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Há cinco anos sem

ganhar nenhum título, o

San Lorenzo FLERTOU

toda a corrente

temporada com o

rebaixamento.

Texto e fotos deDouglas Cecconello

facebook.com/douglas.ceconello.3

O problema é que ninguém tem

ideia do desfecho do drama

azulgrana e por enquanto a parte do

sofrimento parece longe de acabar.

Para começar, los cuervos (a

alcunha vem do fato de o clube ter

sido fundado por padres, que como

sabemos geralmente se vestem de

preto) são os únicos entre os

grandes a nunca terem conquistado

a Libertadores, o que gerou a

maldosa piada de que sua sigla,

CASLA, na verdade significa Clube

Atlético Sem Libertadores de

América.

O CHISTE é repetido aos quatro

ventos em Buenos Aires pelos rivais.

Mas com esta pequena crueldade

os torcedores do San Lorenzo até já

se acostumaram. O que eles não

admitem de forma alguma é o

desvio que sua história sofreu

décadas atrás. Em 1979, época da

ditadura argentina, o terreno do

clube no bairro de Boedo foi

negociado pela diretoria com o

governo de Buenos Aires, que

garantia que a área era importante

para a “reorganização urbana” da

cidade e negava existir qualquer

interesse empresarial.

Contudo, a palavra do poder

público não se mostrou de grande

valia (novidade) e o terreno acabou

indo parar nas mãos de uma grande

rede de supermercados, que erigiu

uma caixa de concreto onde antes

era o estádio Viejo Gasómetro.

Como consequência, os azulgranas

acabaram se mudando para o sul do

bairro de Flores, mudança que

jamais foi digerida e parece

incomodar muito mais que a

VIRGINDADE em Libertadores.

O bairro de Boedo também sentiu a

ausência do San Lorenzo. Em torno

do clube girava extensa atividade

social e esportiva, que, aos poucos,

se perdeu. Os porteños mostram

grande vínculo com seus bairros de

origem – cada bairro é um

microuniverso, com tradição e

histórias peculiares – e o San

Lorenzo e sua torcida jamais fizeram

questão de cortar o cordão umbilical

que os une a Boedo.

Pois este sentimento latente, a

vontade de retornar do exílio,

finalmente explodiu em 2012. Em 8

de março, a torcida organizou uma

manifestação que levou 100 mil

pessoas à Plaza de Mayo para

pressionar pela aprovação da Lei de

Restituição Histórica, que deve

devolver o antigo terreno ao clube.

Era o dia de o torcedor jogar, dizia a

campanha. E eles de fato jogaram, e

com gana: fizeram daquele dia a sua

final de Libertadores.

Hoje, os jogadores do San Lorenzo

não têm muito tempo para olhar

para o passado: estão envolvidos

numa RUSGA dos diabos, tentando

tirar o clube do rebaixamento –

sofrimento que não tem fim, já havia

avisado. O time perde pontos fáceis

e depois vence partidas épicas. O

clube já foi rebaixado, em 1981, e

retornou no ano seguinte, após

bater recordes de torcida – em um

final de semana, levou 75 mil

pessoas ao Monumental de Nuñez,

público maior que o de toda aquela

rodada da primeira divisão. A

torcida do San Lorenzo, como se

sabe, não costuma brincar em

serviço e não admite FAIR PLAY

quando se trata de recolocar a

história do clube nos trilhos – dentro

e fora do campo. Quando chega a

hora dos corvos, as pombas somem

das ruas de Buenos Aires.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [61]

Cem mil cuervos

se reuniram na

Plaza de Mayo

pedindo a

reintegração do

antigo terreno no

bairro Boedo.

A marcha dos corvos

TOCO EME VOY

/ impedimento

No futebol argentino, historicamente, há cinco grandes

clubes. Um deles vive uma época de

provações que parece não ter fim.

É verdade que, exceto pelo Boca

Juniors, sempre temido, sempre

renascendo, há tempos os

principais representantes do futebol

HERMANO vivem cambaleando. O

River Plate atualmente milita na

segunda divisão. O Racing vive uma

era de seca de títulos e quebrou

financeiramente, quase falindo.

O Independiente está perdido entre

San Juan y Mendoza, tentando

reencontrar a grandeza que o fez o

maior campeão de Libertadores,

com sete títulos. Mas nenhum deles

sofre tanto e em aspectos tão

diversos como o San Lorenzo.

Se sua história fosse um FOLHETIM,

o clube de Almagro seria aquele

personagem outrora poderoso, mas

hoje sofrido, constantemente

humilhado e pisoteado, que no final

da trama triunfa sobre a maldade.

[60] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Há cinco anos sem

ganhar nenhum título, o

San Lorenzo FLERTOU

toda a corrente

temporada com o

rebaixamento.

Texto e fotos deDouglas Cecconello

facebook.com/douglas.ceconello.3

O problema é que ninguém tem

ideia do desfecho do drama

azulgrana e por enquanto a parte do

sofrimento parece longe de acabar.

Para começar, los cuervos (a

alcunha vem do fato de o clube ter

sido fundado por padres, que como

sabemos geralmente se vestem de

preto) são os únicos entre os

grandes a nunca terem conquistado

a Libertadores, o que gerou a

maldosa piada de que sua sigla,

CASLA, na verdade significa Clube

Atlético Sem Libertadores de

América.

O CHISTE é repetido aos quatro

ventos em Buenos Aires pelos rivais.

Mas com esta pequena crueldade

os torcedores do San Lorenzo até já

se acostumaram. O que eles não

admitem de forma alguma é o

desvio que sua história sofreu

décadas atrás. Em 1979, época da

ditadura argentina, o terreno do

clube no bairro de Boedo foi

negociado pela diretoria com o

governo de Buenos Aires, que

garantia que a área era importante

para a “reorganização urbana” da

cidade e negava existir qualquer

interesse empresarial.

Contudo, a palavra do poder

público não se mostrou de grande

valia (novidade) e o terreno acabou

indo parar nas mãos de uma grande

rede de supermercados, que erigiu

uma caixa de concreto onde antes

era o estádio Viejo Gasómetro.

Como consequência, os azulgranas

acabaram se mudando para o sul do

bairro de Flores, mudança que

jamais foi digerida e parece

incomodar muito mais que a

VIRGINDADE em Libertadores.

O bairro de Boedo também sentiu a

ausência do San Lorenzo. Em torno

do clube girava extensa atividade

social e esportiva, que, aos poucos,

se perdeu. Os porteños mostram

grande vínculo com seus bairros de

origem – cada bairro é um

microuniverso, com tradição e

histórias peculiares – e o San

Lorenzo e sua torcida jamais fizeram

questão de cortar o cordão umbilical

que os une a Boedo.

Pois este sentimento latente, a

vontade de retornar do exílio,

finalmente explodiu em 2012. Em 8

de março, a torcida organizou uma

manifestação que levou 100 mil

pessoas à Plaza de Mayo para

pressionar pela aprovação da Lei de

Restituição Histórica, que deve

devolver o antigo terreno ao clube.

Era o dia de o torcedor jogar, dizia a

campanha. E eles de fato jogaram, e

com gana: fizeram daquele dia a sua

final de Libertadores.

Hoje, os jogadores do San Lorenzo

não têm muito tempo para olhar

para o passado: estão envolvidos

numa RUSGA dos diabos, tentando

tirar o clube do rebaixamento –

sofrimento que não tem fim, já havia

avisado. O time perde pontos fáceis

e depois vence partidas épicas. O

clube já foi rebaixado, em 1981, e

retornou no ano seguinte, após

bater recordes de torcida – em um

final de semana, levou 75 mil

pessoas ao Monumental de Nuñez,

público maior que o de toda aquela

rodada da primeira divisão. A

torcida do San Lorenzo, como se

sabe, não costuma brincar em

serviço e não admite FAIR PLAY

quando se trata de recolocar a

história do clube nos trilhos – dentro

e fora do campo. Quando chega a

hora dos corvos, as pombas somem

das ruas de Buenos Aires.

TRENDLINE[MAG] . ANO 2 | [61]

Cem mil cuervos

se reuniram na

Plaza de Mayo

pedindo a

reintegração do

antigo terreno no

bairro Boedo.

CRT / telefone vermelho

Atraso gaudérioTexto deMarcos Beck Bohn

O Rio Grande para trás. Afirmação que não traz

novidade alguma, infelizmente é

algo que não se ouve nas rodas de

conversa gaúchas. Houve tempo

que éramos parte da vanguarda da

nação. Esse tempo, é fato, passou.

O presente governo estadual é

alinhado com o governo federal. Vê-

se injeção portentosa de recursos

no estado? Se acontece, digam-me

onde. Há duas ou três obras viárias,

há outro financiamento. Mas aquilo

que seria de se esperar, quando se

tem dois ex-colegas de ministério –

uma, no Planalto; outro, no Piratini –

é muito mais do que a Rodovia do

Parque.

Temos um aeroporto que, durante

cinco meses do ano, todas as

manhãs, corre o risco de ficar

fechado. Ninguém entra, ninguém

sai. Por que mesmo? Por causa da

neblina, a cerração, bela imagem do

imaginário e da realidade do estado.

Tão bela, que talvez obnubile e

impeça os responsáveis de comprar

está ficando o aparelho que permite o pouso e

decolagens dos aviões com tempo

fechado.

Margens do Guaíba. Passar pela

Avenida Beira Rio à noite é ficar cara

a cara com a mais absoluta

escuridão. De ambos os lados. O

Parque da Harmonia só se sabe que

está ali porque se sabe que está ali.

O Guaíba, lado oposto, é um mar

negro cujas margens inexistem para

quem as desconheça. Seja ou não

ainda o trauma da enchente que deu

origem ao muro da Mauá, é triste e

risível que Porto Alegre ainda viva de

costas para suas águas.

Deixemos a capital. Serra. Obras de

recapeamento nada urgentes nas

es t radas que levam até lá

executadas na semana do Festival

d e G r a m a d o . R e s u l t a d o ?

Quilômetros de congestionamento.

Será para mostrar serviço aos

turistas? Vale dos Sinos. Em São

Leopoldo, agora há também

congestionamentos em três das

seis vias mais importantes da

cidade. Motivo: faixas de segurança

sem semáforo em qualquer

cruzamento. E os motoristas

leopoldenses, educados, param.

Sempre. Em todas as esquinas.

Enquanto os pedestres, firmes na

sua cidadania, atravessam sem

olhar para os lados.

Na peça Quadrante, que esteve em

Porto Alegre faz alguns anos, o

finado Paulo Autran conversava

com a plateia e declamava poemas.

Depois de um deles, comentou: “A

primeira vez que disse esse

poeminha aqui para vocês,

gaúchos, eu estava receoso.

Nervoso, até. Mas, para minha

agradável surpresa, aqui é onde as

pessoas mais riem!”

Cito de memória, deixa o Google

para lá, era mais ou menos assim:

“Lá vai o gaúcho, com seu cavalo

Apressado, galopando pelos

campos

Pra quê? Pra nada!”

FOTO DIVULGAÇÃO

[62] | TRENDLINE[MAG] . ED 7

Nossos resultadosrefletem qualidade!

Estamos trabalhando para conquistara melhor gestão de qualidade emanálises clínicas - ISO9001.

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conversa gaúchas. Houve tempo

que éramos parte da vanguarda da

nação. Esse tempo, é fato, passou.

O presente governo estadual é

alinhado com o governo federal. Vê-

se injeção portentosa de recursos

no estado? Se acontece, digam-me

onde. Há duas ou três obras viárias,

há outro financiamento. Mas aquilo

que seria de se esperar, quando se

tem dois ex-colegas de ministério –

uma, no Planalto; outro, no Piratini –

é muito mais do que a Rodovia do

Parque.

Temos um aeroporto que, durante

cinco meses do ano, todas as

manhãs, corre o risco de ficar

fechado. Ninguém entra, ninguém

sai. Por que mesmo? Por causa da

neblina, a cerração, bela imagem do

imaginário e da realidade do estado.

Tão bela, que talvez obnubile e

impeça os responsáveis de comprar

está ficando o aparelho que permite o pouso e

decolagens dos aviões com tempo

fechado.

Margens do Guaíba. Passar pela

Avenida Beira Rio à noite é ficar cara

a cara com a mais absoluta

escuridão. De ambos os lados. O

Parque da Harmonia só se sabe que

está ali porque se sabe que está ali.

O Guaíba, lado oposto, é um mar

negro cujas margens inexistem para

quem as desconheça. Seja ou não

ainda o trauma da enchente que deu

origem ao muro da Mauá, é triste e

risível que Porto Alegre ainda viva de

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Será para mostrar serviço aos

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Leopoldo, agora há também

congestionamentos em três das

seis vias mais importantes da

cidade. Motivo: faixas de segurança

sem semáforo em qualquer

cruzamento. E os motoristas

leopoldenses, educados, param.

Sempre. Em todas as esquinas.

Enquanto os pedestres, firmes na

sua cidadania, atravessam sem

olhar para os lados.

Na peça Quadrante, que esteve em

Porto Alegre faz alguns anos, o

finado Paulo Autran conversava

com a plateia e declamava poemas.

Depois de um deles, comentou: “A

primeira vez que disse esse

poeminha aqui para vocês,

gaúchos, eu estava receoso.

Nervoso, até. Mas, para minha

agradável surpresa, aqui é onde as

pessoas mais riem!”

Cito de memória, deixa o Google

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“Lá vai o gaúcho, com seu cavalo

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