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* Aluno de especialização em Ortodontia pela FAMOSP/MT 1 Michel Luiz Harlos TRATAMENTO ORTO-CIRÚRGICO DE CLASSE II ESQUELÉTICA: RELATO DE CASO CLINICO FAMOSP Cuiabá - 2011

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* Aluno de especialização em Ortodontia pela FAMOSP/MT

1

Michel Luiz Harlos

TRATAMENTO ORTO-CIRÚRGICO DE CLASSE II ESQUELÉTICA:

RELATO DE CASO CLINICO

FAMOSP

Cuiabá - 2011

* Aluno de especialização em Ortodontia pela FAMOSP/MT

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TRATAMENTO ORTO-CIRÚRGICO DE CLASSE II ESQUELÉTICA: RELATO DE

CASO CLINICO

* Michel Luiz Harlos

RESUMO

A deformidade dentofacial pode ser definida como qualquer condição onde o

esqueleto facial difere do normal, existindo má oclusão e aparência facial alterada. Para

a correção desses tipos de deformidades está indicada a Cirurgia Ortognática, que tem

como objetivo recuperar a função e a estética. A cirurgia, associada à Ortodontia,

melhora a função mastigatória e a aparência facial, com um resultado estável do ponto

de vista oclusal, sendo a melhor forma de tratamento para pacientes com problemas

dentários e esqueléticos.

Com o intuito de atingir este objetivo da melhor forma, um correto planejamento

é primordial. A análise facial, a de modelos e a cefalométrica devem ser usadas para que

se possa estabelecer o diagnóstico correto da deformidade e o melhor plano de

tratamento.

O retrognatismo mandibular pode ser definido como uma deformidade

dentofacial onde existe uma discrepância entre as bases ósseas no sentido antero-

posterior que tem como característica constante uma posição retraída do mento, outra é

um excesso do sulco labiomentoniano, com aspecto protuberante do lábio superior, e

uma postura anormal do lábio inferior, que normalmente se encontra girovertido. Do

ponto de vista oclusal, a deficiência mandibular está ligada a uma relação de molares e

de caninos em Classe II e uma sobressaliência aumentada na região de incisivo.

Através da cirurgia se obtém um resultado estável e harmonioso, tanto sob o

ponto de vista facial, como oclusal. A técnica cirúrgica mais utilizada para a correção do

retrognatismo mandibular é a osteotomia sagital do ramo mandibular, que é realizada

por via intrabucal, e permite o uso da fixação interna rígida.

Palavras-chave: Ortodontia, cirurgia ortognática, tratamento interdisciplinar, classe II

Keys words: Orthodontics, orthognathic surgery, interdisciplinary treatment, class II

ABSTRACT

The facial deformity can be defined as any condition where the facial skeleton

differs from normal, there malocclusion and facial appearance changed. To fix these

types of deformities is indicated orthognathic surgery, which aims to restore function

and aesthetics. The surgery associated with orthodontics improves masticatory function

and facial appearance, with a stable result of occlusal view, the best form of treatment

for patients with dental and skeletal problems.

In order to achieve this goal the best way, a proper planning is essential. The facial

analysis, the models, and cephalometric should be used so that we can establish the

correct diagnosis of the deformity and the best course of treatment.

The mandibular retrognathia can be defined as a facial deformity where there is a

discrepancy between the bases bone from anterior to posterior, which is a constant

feature of the chin retracted position, the other is a surplus of groove labiomentoniano

with respect protruding upper lip, and an abnormal posture of the lower lip, which

usually is girovertido. Sob the occlusal view, the mandibular deficiency is linked to a

ratio of molar and canine Class II and an increased overjet at the incisor region.

* Aluno de especialização em Ortodontia pela FAMOSP/MT

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Through surgery, obtaining a stable and harmonious result, both from the point of view

of the face, as aspect.

1- INTRODUÇÃO

O tratamento cirúrgico para a má oclusão de Classe II por deficiência

mandibular emprega um avanço da mandíbula, que pode ou não estar associado a

cirurgias na maxila e no mento. A técnica cirúrgica mais empregada é a osteotomia para

separação sagital bilateral, descrita originalmente por Trauner e Obwegeser (1957) e

posteriormente modificada por outros autores. Ela permite grandes avanços

mandibulares, mas tem como principal incoveniente uma alta taxa de alteração de

sensibilidade do nervo alveolar inferior. Apesar dessa freqüente seqüela, o tratamento

das deformidades dentofaciais de Classe II parece promover significativas melhoras na

qualidade de vida, relacionada à saúde geral e bucal, e função psicológica nos pacientes

tratados. A Cirurgia Ortognática é considerada atualmente um procedimento altamente

viável e coadjuvante na resolução dos casos envolvendo deformidades dentofaciais em

adultos. Isto se deve aos avanços promissores nesta área, que possibilitaram tanto a

simplificação das técnicas cirúrgicas, com menor desconforto pós-operatório aos

pacientes, quanto ao planejamento ortodôntico-cirúrgico mais padronizado e

consequentemente mais preciso.

A Cirurgia Ortognática consiste em um procedimento combinado entre a

Ortodontia e Cirurgia Bucomaxilofacial, visando à correção de deformidades

dentoesqueléticas. Por ser um tratamento que envolve um componente funcional, que

tem por objetivo a correção da oclusão dentária e um componente estético, que visa a

uma melhor harmonia e equilíbrio do padrão facial, este necessita de diagnóstico

preciso, planejamento com atenção a melhora da função e estética do paciente. . O

planejamento cirúrgico dos pacientes é um procedimento delicado. Desta maneira, a

utilização de softwares para predicção permite aos clínicos manipular representações

digitais dos traçados de tecido duro e mole, obtendo-se a simulação de tratamento. Isto

proporciona não somente ganho de tempo como também menores riscos e maior

precisão no planejamento, considerando todos os detalhes possíveis, visando o

equilíbrio estético-funcional dos pacientes.

A decisão cirúrgica é baseada nos achados clínicos (análise facial e da oclusão

dentária), estudo dos modelos de gesso e dos achados cefalométricos. A análise facial

realizada pelo cirurgião levanta uma lista de opções cirúrgicas que visam a uma melhora

da estética facial. Estas opções analisadas com os dados cefalométricos e os da oclusão

vão determinar um procedimento ou os procedimentos mais apropriados para a correção

da deformidade ao mesmo tempo em que traz máximo de ganho estético ao paciente.

2-REVISÃO DE LITERATURA

Quanto à assimetria facial, a ciência, na sua luta em beneficiar o homem, muitas vezes

lança mão de métodos e técnicas mais radicais, visto que há casos que não podem ser

solucionados e pacientes que não podem ser reabilitados através de meios

conservadores e incruentos. Procedimentos cirúrgicos, muitas vezes, é a conduta mais

adequada. A Cirurgia Ortognática tem a finalidade de tratar estas deformidades faciais,

corrigindo a função e a estética.

A Cirurgia Ortognática é a manobra que restabelece a estética e a função a determinados

indivíduos com deformidades dentomaxilofaciais, justamente onde a Ortodontia não

pode mais fazê-lo (TOLEDO FILHO et al, 1998). Assim, para tais indivíduos cujos

problemas ortodônticos são tão severos que a Ortodontia não oferece uma solução nem

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através da modificação de crescimento e nem através da camuflagem, o realinhamento

cirúrgico dos maxilares ou reposicionamento dos segmentos dento-alveolares é o único

tratamento possível (PROFFIT, 1991).

Discrepâncias dentofaciais podem ter profundas implicações psicológicas para o

paciente e frequentemente interferem na qualidade de vida do indivíduo. Os benefícios

da intervenção ortognática foram bem-documentados, incluindo três principais aspectos:

estéticas dental e facial melhoradas, melhor funcionamento dentário e melhorias

psicossociais traduzindo uma melhor qualidade de vida (HUNT, 1997;

CUNNINGHAM, 1995).

Smith et al. (1991) afirmaram que a osteotomia do corte sagital do ramo é,

provavelmente, o procedimento mais frequentemente usado na correção das

deformidades do esqueleto mandibular. Peterson et al. (2000) justificaram afirmando

que a sobreposição óssea produzida nesta técnica não só permite uma boa cicatrização

como aumenta a estabilidade pós-operatória.

A CSBR ou clivagem sagital bilateral do ramo mandibular é um procedimento que

permite que as estruturas anatômicas participantes, ativa ou passivamente do sistema

estomatognático, permaneçam em suas posições funcionais normais, ou seja, sem

qualquer modificação de localização e consequentemente, de atividade. Assim,

estruturas como os segmentos dos ramos ascendentes, os côndilos, as apófises

coronóides e as inserções musculares permanecem na mesma posição anatômica que

apresentavam antes da intervenção cirúrgica. Outra vantagem advinda com esta técnica

é a possibilidade de facultar entre o uso ou não do bloqueio maxilo-mandibular (BMM),

utilizando-se da fixação interna rígida (FIR). A FIR, neste tipo de intervenção cirúrgica,

proporciona uma estabilidade satisfatória às estruturas que foram osteotomizadas,

cabendo ao cirurgião a decisão da utilização ou não do bloqueio. Convém lembrar que o

BMM é de grande importância por manter o complexo maxilo-mandibular imobilizado

por um período de tempo, permitindo uma satisfatória consolidação óssea na

neoposição (ALMEIDA JÚNIOR, 2004).

No entanto, Teerijoki- Oksa et al. (2003) e Peterson et al. (2000) concordaram que,

apesar de várias vantagens em se utilizar esta técnica ortognática, existe o risco

significante de lesão ao nervo alveolar inferior. Cortezzi (1996) sintetizou algumas

vantagens e desvantagens da técnica de Obwegeser, justificando o seu emprego e a

necessidade, obviamente, de experiência por parte da equipe ao emprega-lá. As

vantagens que ele enumera são: a) pode ser usada em qualquer tipo de cirurgia

ortognática; b) a única que pode ser usada nos avanços mandibulares; c) possibilidade

de usar fixação interna rígida (FIR) ou fixação semi-rígida; d) possibilidade de ser usada

nas desordens temporomandibulares (DTM). Uma das maiores vantagens que ele

assegura ter esta técnica é a versatilidade, podendo ser realizada como procedimento

isolado, fixada com FIR ou com combinações com FIR e com fio de aço.

As desvantagens existentes segundo Cortezzi (1996) são: a) dificuldade técnica, com

acesso e visibilidade difíceis, e, portanto, não é executada com facilidade pelo cirurgião

principiante; b) possibilidade de maior lesão ao nervo alveolar inferior (NAI); c)

possibilidade maior de fratura de mandíbula; d) sangramento considerável no trans-

operatório; e) edema bilateral significativo.

É fácil perceber, portanto, que a osteotomia sagital precisa ser realizada por profissional

experiente, que conheça não só os passos do procedimento em si, mas principalmente, o

trajeto do nervo alveolar inferior e das estruturas adjacentes com precisão. O campo de

visibilidade é pouco uma vez que ocorre totalmente intra-bucal e o risco que se clivar o

ramo mandibular em locais indesejados existe e é significativo se realizado por equipe

inexperiente.

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Provavelmente, a modificação feita por Dal Pont à técnica inicial de Obwegeser fora

com o intuito de buscar estruturas ósseas mais satisfatórias, prevenindo-se contra

“rachaduras” indesejadas durante o procedimento de clivagem sagital, e aumentar a área

de contato entre os segmentos, a fim de promover uma maior e mais rápida

consolidação. O fato é que, segundo autores que realizaram estudos morfométricos na

mandíbula, o melhor local de escolha para a osteotomia sagital está na área entre o

primeiro e o segundo molares inferiores.

O que também deve ser levado em consideração pelo cirurgião e sua equipe de trabalho

é a necessidade em manter o paciente no ambiente hospitalar em terapia intensiva

(CTI’s ou UTI’s), devido à incidência de edema bilateral originado pela osteotomia

sagital na técnica de Obwegeser. O paciente deve permanecer intubado (intubação naso-

traqueal) de preferência nas 24 h subseqüentes à intervenção (GRAZZIANI, 1986;

CAVALCANTE, 1997).

A fixação interna rígida (FIR), conforme concordam Araújo et al. (2000) e Gutiérres,

Cifuentes e Rubio (1998) trazem maior segurança e conforto para o profissional e para o

paciente, no sentido de obter o melhor resultado estético e funcional e, principalmente,

em mantê-los com o mínimo de perdas através de recidivas. A FIR se empregada

corretamente pode até facultar ao cirurgião a necessidade em adotar o BMM (bloqueio

maxilo-mandibular) em alguns casos, deixando de ser imperativo o seu uso.

3- MATERIAL E MÉTODOS

3.1 - CASO CLINICO

O presente caso clínico demonstra a integração entre Ortodontia e Cirurgia

Ortognática. O paciente O.V.S., 21 anos, sexo masculino, mesofacial, padrão

esquelético e dentário classe II. O plano de tratamento consistiu do uso de aparelho

Full Size 3M, descompensação dentária, extração de terceiros molares, Cirurgia

Ortognática e preparo pós- cirúrgico.

4- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fig. 1: Paciente mesofacial, classe II sem selamento labial no início do tratamento.

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Fig. 2: Visão intra-oral frontal, lateral direita e esquerda demonstrando a classe II

dentária no início do tratamento.

Fig. 3: Visão frontal, lateral direita e esquerda dos modelos iniciais.

Fig. 4: Vista oclusal dos modelos iniciais superior e inferior.

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Fig.5: Radiografia Panorâmica e curva de spee iniciais.

Fig. 6: Cefalometria inicial.

Fig. 7: Modelos de estudo para planejamento cirúrgico.

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CIRURGIA ORTOGNÁTICA

COM AVANÇO MANDIBULAR

Fig. 8: Cirurgia Ortognática (Osteotomia Sagital Bilateral com Fixação Interna Rígida).

Fig. 9: Radiografia Panorâmica pós- cirúrgica visualizando a Fixação Interna Rígida.

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Fig. 10: Visão pré e pós-operatória demonstrando a melhora do perfil do paciente.

Fig. 11: Visão frontal pré e pós-operatória demonstrando o selamento labial obtido.

Fig. 12: Visão intraoral frontal, lateral direita e esquerda do caso finalizado.

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Fig. 13: Vista oclusal superior e inferior do caso finalizado.

Com o paciente devidamente preparado ortodonticamente, parte-se para o

planejamento cirúrgico. Neste momento aplicam-se o protocolo preconizado pelo Dr. G.

William Arnett (1993) que é constituído de análise facial, traçado predictivo e cirurgia

de modelo precisa. Sabe-se que os tecidos duros são à base de apoio e de repouso dos

tecidos moles. O reposicionamento das bases ósseas pode alterar drasticamente a

estética facial. Assim, conclui-se que o sucesso da Cirurgia Ortognática está diretamente

relacionado à harmonia entre estruturas dento-esqueléticas e componentes dos tecidos

moles. Sob este aspecto, entende-se que seria difícil separar a análise facial e o traçado

predictivo em tópicos distintos. Defini-se análise facial como o conjunto de

mensurações e observações frontais e laterais em porções moles da face tais como

comprimento da base alar nasal, espessura dos lábios superior e inferior, suporte da

ponta do nariz, contorno zigomático e espaço interlabial. Também se observam a

inclinação do plano maxilar (feito com o paciente mordendo espátula de madeira na

região dos caninos superiores ou molares e comparando-a com a linha virtual das

pupilas), relação entre as linhas médias dentárias e da face, posicionamento do mento e

exposição dos incisivos centrais superiores com o lábio em repouso e no sorriso. O

traçado predictivo consiste de traçado cefalométrico simplificado feito em papel de

acetato sobre telerradiografia de perfil ou em programas de computador. É interessante

destacar que as análises faciais são feitas a partir do perfil mole, demonstrando a

preocupação em se restabelecer a harmonia facial do paciente.

Geralmente os 45 primeiros dias seguintes à cirurgia são acompanhados pelo

cirurgião, onde é controlado o uso dos elásticos intermaxilares e estabilidade pós-

operatória. Após este período, levando em consideração o conforto do paciente, a

diminuição do edema e abertura bucal suficiente, já é possível ao ortodontista dar

prosseguimento à terceira etapa do tratamento que dura aproximadamente de 6 a 8

meses, dependendo dos ajustes que forem necessários para finalizar o detalhamento da

oclusão. Esta terceira fase consiste dos seguintes procedimentos, nem sempre nesta

mesma ordem:

1. Recolagem e resoldagem dos acessórios que porventura tenham se quebrado;

2. Procedimentos de alinhamento e nivelamento se estes forem necessários;

3. Uso de elásticos intermaxilares;

4. Fechamento de diastemas;

5. Intercuspidação;

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6. Remoção e contenção.

_ Freqüência das consultas no pós-cirúrgico: Logo depois de liberado pelo cirurgião,

o paciente pode ser marcado para a primeira consulta ortodôntica de imediato. É

interessante observar o paciente em pequenos intervalos no primeiro mês, uma ou

duas semanas entre as consultas, para se averiguar qualquer instabilidade cirúrgica

que possa estar ocorrendo principalmente quando os elásticos pós-cirúrgicos são

descontinuados. Frente à estabilidade observada, prossegue-se com o agendamento

rotineiro, em média de quatro semanas entre as consultas.

_ Contenção: A fase de contenção corresponde aos mesmos procedimentos

executados para o paciente ortodôntico convencional, sendo que os autores utilizam

a placa de Hawley no arco superior 24 horas nos primeiros 6 meses e mais 6 meses

com uso noturno. No arco inferior é utilizada a contenção fixa 3x3 com fio de aço

inoxidável de 028 polegadas. Um correto diagnóstico realizado pela análise facial e

radiográfica, manipulação dos modelos de gesso e plano de tratamento conjunto

entre ortodontista e cirurgião bucomaxilofacial determinam o procedimento

integrado mais oportuno para a correção isolada ou conjunta das discrepâncias

esqueléticas dos maxilares.

5-CONCLUSÃO

A melhor conduta para administrar casos orto-cirúrgicos de paciente jovem

Classe II é o profissional dar todas as informações necessárias para que o paciente e,

principalmente, seus responsáveis façam uma decisão esclarecida. Pode ser útil o uso de

computação gráfica para fornecer a possibilidade de comparação dos resultados da

cirurgia versus uma camuflagem ortodôntica. Com a predicção digital, têm-se melhores

condições de padronização, precisão e previsibilidade ao tratamento cirúrgico. Desta

forma, uma análise facial criteriosa detalhada,associada a uma predicção e cirurgia de

modelos precisa, poderão levar a resultados previsíveis. Os dados existentes sugerem

que os benefícios dessa abordagem suplantam os riscos de despertar expectativas não

realistas nos pacientes.

O tratamento orto-cirúrgico realizado nesse paciente foi capaz de proporcionar

significativos ganhos estéticos e funcionais. Ao se planejar o tratamento de graves más

oclusões de Classe II em pacientes jovens, estes e, eventualmente, seus responsáveis

devem participar de amplas discussões que abordem os riscos e benefícios das diversas

alternativas de tratamento, para que façam uma decisão esclarecida sobre quando e

como tratar.

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