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Tricotomia básica

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Desenvolvimento

1. INTRODUOA tricotomia consiste na raspagem dos plos do corpo para a realizao de exames e cirurgias. Essa prtica tem como propsito a anti-sepsia, j que h relatos de que se no houver a tcnica de tricotomia na rea trabalhada, pode haver focos de contaminao. Essa tcnica consiste na retirada de plos de vrios locais do corpo, como por exemplo, a cabea, axila, abdome, pernas, regio pubiana e outros.

Porm em muitos casos j pesquisados, mostram pacientes que passaram por craniotomia que tiveram a cabea toda raspada e obtiveram alguma reao emocional como gestos de depresso, estresse psicolgico e mudana de auto-estima, alm de os estudos mostrarem que a taxa de infeco por pacientes que se submeteram a craniotomia, conclui-se que a tricotomia no diminuiu o risco para a infeco de cicatriz cirrgica.

Nos casos dos partos pesquisados, vai depender de cada instituio hospitalar a deciso de usar essa tcnica ou no, j que atualmente alguns profissionais da sade acreditam que no h risco de infeco ao no realizar este procedimento2. METODOLOGIA

A trajetria percorrida para se obter os resultados em nosso trabalho foi atravs de pesquisas em livros de tcnicas de enfermagem e sites especficos de pesquisas na rea da sade.3. TRICOTOMIA

Tricotomia a retirada de plos de uma determinada rea. (MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007, 97 p).

3.1 Objetivos Preparar uma rea para cirurgias ou exames;

Facilitar a higiene.

(MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007, 97 p).

3.2 Material Aparelho de barbear; Lmina nova;

Cuba de anti-sepsia;

gua morna;

Recipiente com sabo;

Gazes;

Luvas de procedimento;

Papel higinico;

Recipiente para lixo e biombos;

Se necessrio, toalha, impermevel, tesoura e foco auxiliar.

(MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007, 97 p).

3.3 Procedimentos

Lavar as mos. Fundamentao: Prevenir infeco hospitalar; Comunicar o procedimento e sua finalidade ao paciente. Fundamentao: Obter colaborao; Preparar o material; Cercar a cama com biombo, se necessrio;

Proteger a cama com impermevel, se necessrio;

Colocar o paciente em posio confortvel e expor a rea a ser tricotomizada; Colocar luvas de procedimento. Fundamentao: proporcionar autoproteo; Ensaboar as gazes, aplicando-as na pele em pequenas reas de cada vez. Fundamentao: evitar desconforto para o paciente. (MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007, 97 p).

Esticar a pele com uma das mos e, com a outra, raspar seguindo a direo do crescimento dos plos. Fundamentao: facilitar o deslizamento do aparelho e evitar escoriaes e evitar foliculite; Retirar o excesso de plos do aparelho com papel higinico e ou com gua da cuba Remover os plos soltos com papel higinico;

Revisar a rea tricotomizada e refazer a raspagem nos pontos necessrios;

Encaminhar o paciente ao chuveiro ou lavar e enxugar a rea;

Proceder limpeza do material conforme rotina e desprezar a lmina no recipiente de material cortante. Lavar as mos. Fundamentao: prevenir infeco hospitalar e proporcionar autoproteo; Na prescrio de enfermagem, anotar horrio e rea tricotomizada. (MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007, 98p).3.4 Cuidados Importantes Fazer a tricotomia em local especfico, sempre que possvel;

Na tricotomia de plos longos, umedec-los e cort-los com tesoura antes de iniciar a raspagem;

Limpar bem a cicatriz umbilical, quando se fizer tricotomia abdominal;

Nas proeminncias sseas e ou nas regies com depresses cuidar para no lesar o paciente;

Na tricotomia ciliar, lubrificar a tesoura (curva, de preferncia) com vaselina para que os plos fiquem retidos na mesma;

A tricotomia deve ser feita duas horas (ou o mais prximo possvel) antes da cirurgia ou exame para evitar o desenvolvimento de microrganismos presentes na pele.

(MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007, 98 p). 3.5 reas de TricotomiaVariam de hospital para hospital, mas de uma maneira geral obedece-se o seguinte esquema. (KAWAMOTO, Emlia Emi.; FORTES, Julia Ikeda. Fundamentos de enfermagem. 2. ed. Ver. e atual., So Paulo: E.P.U, 1997, v. 5. 230 p).

Cirurgias

Cranianas: todo couro cabeludo e pescoo; em alguns hospitais, esse procedimento realizado pelo barbeiro; Do pescoo: pescoo at o colo e axila;

Torcicas: regio torcica at cicatriz umbilical (regio anterior e posterior); dependendo da cirurgia, faz-se das axilas e ou regio inguinal;

Cardacas: trax, metade da costas, os punhos, dobras dos cotovelos e regio inguinal; nas cirurgias coronarianas, acrescenta-se face interna das coxas;

Abdominal: regio mamria at regio pubiana;

Abdominal via baixa: regio abdominal, a partir da cicatriz umbilical e regio perneo-vulvar;

Cesria: regio abdominal e pubiana; Renal: regio abdominal anterior e posterior e pubiana;

Dos membros superiores: membro superior e axila;

Dos membros inferiores: membro inferior (anterior e posterior) e pubiana.

Outros reas: Cateterismo cardaco: brao e punho;

Arteriografia femoral: regio inguinal;

Parto: perneo-vulvar

3.6 Prtica da Tricotomia

A prtica da tricotomia tem seus diversos relatos na literatura e fez parte em acontecimentos histricos. A primeira descrio de tricotomia com o propsito de anti-sepsia e assepsia foi feita por Gustav Neuber, em 1886, que apoiou sua realizao, pois permitia uma limpeza cuidadosa da rea. Em 1895, Carl Beck afirmou que a tricotomia deveria ser realizada, mesmo na presena do mais fino fio de cabelo.

Tradicionalmente, justifica-se a remoo dos plos adjacentes ao local operatrio para facilitar a visualizao e a tcnica operatria, assim como para diminuir a contaminao da inciso com microrganismos presentes nos plos. Entretanto, pesquisas demonstraram que neurocirurgias sem tricotomia apresentaram resultados similares s com tricotomia. Estudo realizado com 638 pacientes que foram submetidos a diferentes tipos de operao sem tricotomia, constatou um total de infeco em 7 (1,1%) casos e concluiu que a tricotomia no diminui o risco para infeco da ferida cirrgica.

Os estudos provaram que a taxa de infeco nos procedimentos cranianos no apresentaram divergncias significativas entre os que realizaram tricotomia e os que no realizaram. Contudo, concluiu-se que ao conservar os cabelos, tanto o estresse psicolgico quanto mudana na auto-estima do paciente eram evitados.

Certamente, a manuteno dos cabelos exerce um papel fundamental na condio psicolgica no ps-operatrio dos pacientes, uma vez que os cabelos refletem a imagem corporal de um indivduo no s perante si mesmo, mas tambm sociedade. Alm disso, os cabelos contribuem na auto-estima do indivduo por estar relacionado com a aparncia, com a atrao fsica e at mesmo com a sade.

A aparncia fsica uma das fortes causas que influenciam a auto-estima, que uma tendncia estvel para sentir-se bem ou mal a respeito de si mesmo.

Em pacientes que no realizaram tricotomia verificou-se que houve melhora na auto-estima e um rpido retorno as atividades dirias. Particularmente, os pacientes que tm uma ocupao em que a aparncia importante, relataram que no teriam retornado ao trabalho com uma inciso cirrgica aparente, com medo da reao negativa das pessoas.

Estudo realizado com 1128 pessoas mostrou que 677 (60%) delas prefeririam ter seus cabelos removidos se tivessem que passar por uma cirurgia craniana, 316 (28%) estavam indecisas e 135 (12%) no prefeririam a tricotomia. Depois de escolherem suas preferncias, os pesquisadores explicavam que o resultado da cirurgia era similar tanto com tricotomia e sem tricotomia. Novamente, perguntava-se a predileo, resultando em 542 (48%) pessoas que preferiam a remoo por acreditarem ser mais conveniente, 169 (15%) estavam indecisas, sendo que algumas deixariam a deciso para o cirurgio e outras verificariam a convenincia, facilidade e segurana da cirurgia. Das 417 (37%) pessoas que no optaram pela tricotomia, a maioria eram mulheres e jovens com alto nvel de educao, tinham uma vida social ativa e afirmavam que no queriam perder ou afetar sua personalidade, beleza, aparncia e/ou confiana.

A perda do cabelo tem uma influncia negativa na qualidade de vida, afeta a auto-estima e pode causar problemas nas interaes sociais. A prtica da tricotomia um dos cuidados da enfermagem, portanto a equipe de enfermagem exerce um papel fundamental na preparao psicolgica do paciente que se submete a uma tricotomia, durante o pr-operatrio.

Durante a nossa prtica, na unidade de neurocirurgia de um hospital universitrio no municpio de So Paulo, observamos a realizao da tricotomia parcial ou total como um dos procedimentos realizados pela enfermagem no pr-operatrio de cirurgias intracranianas. Verificamos que a remoo dos cabelos afeta o paciente em relao a sua auto-imagem e auto-estima no ps-operatrio e no seu retorno s atividades dirias.

3.7 A tricotomia e o PartoO modelo tecno-assistencial que embasa as prticas obsttricas o clnico biolgico. Assim sendo, todas as parturientes so submetidas a prescries rotineiras de jejum, enema e retirada de plos. Sendo o mdico o agente condutor deste processo de trabalho, ele que exclusivamente prescreve todos os procedimentos. As prescries generalizadas de jejum, enema e retirada de plos denotam a falta de embasamento cientfico sobre a necessidade de tais procedimentos, cuja tomada de deciso pelo mdico influenciada pela sua formao acadmica tradicional. O que norteia suas aes a possibilidade sempre presente de intercorrncias durante o trabalho de parto. A assistncia massificada e autoritria; as mulheres se relacionam com o saber mdico de forma passiva e submissa, sendo sempre denominada de pacientes, o que refora a conotao de agente passivo sobre seu prprio corpo.

Justificativas Favorveis Tricotomia: Como na maioria das pacientes realizada a episiotomia, se houver evacuao, o risco de ocorrer uma infeco local maior.

Se o enema no realizado, certamente a paciente vai evacuar na sala de parto e contaminar a episiotomia e o campo.

A poda de plos necessria para facilitar a sutura.

Esta enfermeira acha a tricotomia total desnecessria para o parto normal e prefere aparar os plos da regio da episiotomia, para facilitar a visualizao local durante a sutura e evitar infeco. Justificativas Desfavorveis Tricotomia

A depilao desconfortvel e desnecessria.

No se orienta a retirada de plos porque favorece a colonizao das bactrias presentes no local.

Quando os plos so raspados com lmina ou depilados com cera, h sempre uma leso da pele que favorece as infeces.

A tricotomia fere a pele, causa prurido e incmodo parturiente.

A retirada de plos e o enema so procedimentos invasivos e aumentam a ansiedade da paciente.

Alguns discursos, ainda que minoria, consideram a possibilidade de se analisar as parturientes caso a caso, ou de utilizar alternativas:

Durante a episiotomia, os plos podem ser podados com tesoura na regio da inciso

Algumas vezes podem ser retirados os plos somente do local da episiotomia. Esta enfermeira considera que, na multpara, possa ser realizada a poda de plos somente no perneo.

Este mdico considera correto cortar os plos com tesoura ou trictomo (...um plo de 1,0 cm, de 0,5 cm no atrapalha nada.), para no lesar a pele, um pouco antes do parto ou da cesrea.

O saber que embasa essa prtica apoiado em importante recurso do trabalho do mdico, que a prescrio. Essa, ao se expandir at mesmo para procedimentos no complexos e nem sempre necessrios, constitui em instrumento de dominao e de manuteno do poder de deciso.

4. CONSIDERAES FINAIS

Conclui-se que, o procedimento de tricotomia o preparo fundamental da rea ou local a ser feito exames ou procedimentos cirrgicos, onde se proporciona uma higienizao, no para fins estticos. H pesquisas afirmando que o cabelo e o plo podem conter microorganismos, outra linha de pesquisa diz e afirma o contrrio, que o mesmo causa leses e conseqentemente a entrada de microorganismo. Contudo a viso dos profissionais de sade em cada caso de grande importncia, pois s assim, o local ser bem analisado para que se faa ou no os procedimentos exigidos.

5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S008062342009000300014. Acesso em: 14 ago. 2010. 16h. Disponvel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342007000100011&lang=pt&tlng=pt. Acesso em: 14 ago. 2010. 16h15min MUSSI, Nair Miyamoto.; OHNISHI, Mitisuko.; UTYAMA, Iwa Keiko Aida.; OLIVEIRA, Mrcia Maria Benevenuto. Tcnicas fundamentais de enfermagem. 2. Ed. So Paulo: Atheneu, 2007.

KAWAMOTO, Emlia Emi.; FORTES, Julia Ikeda. Fundamentos de enfermagem. 2. ed. Ver. e atual., So Paulo: E.P.U, 1997, v. 5.PAGE 10