estudo sobre a tricotomia

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A TRICOTOMIA HUMANA E A FUNCIONALIDADE DE SEUS COMPONENTES AVALIADOS SEPARADAMENTE 6 de outubro de 2011 Índice A tricotomia humana e a funcionalidade de seus componentes avaliados separadamente.......2 Introdução...................................................... ................................................................ ............. .2 I. Analisando o contexto remoto e imediato da criação do homem ...........................3 I.1. Exegese de Gn 2.7. ................................................ .............................................4 II. Segundo a Bíblia, qual é o destino do corpo após a morte?.....................................4 III. A função da alma e sua imortalidade............................................ .............................5 III.1. O invisível Plutão (Hades), soberano dos Infernos, senhor absoluto dos mortos............................................... ..................................................... .............5 III.1.1. O Reino das Sombras...................................... .................................6 III.2. Alma: vida eterna e imortalidade segundo a Bíblia.............................................6 Por Adriano Aparecido Rodrigues Silvério - IBNRMH Página 1

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A tricotomia humana e a funcionalidade de seus componentes avaliados separadamente

6 de outubro de

2011

Índice

A tricotomia humana e a funcionalidade de seus componentes avaliados separadamente.......2

Introdução................................................................................................................................... .2

I. Analisando o contexto remoto e imediato da criação do homem ...........................3I.1. Exegese de Gn 2.7. .............................................................................................4

II. Segundo a Bíblia, qual é o destino do corpo após a morte?.....................................4

III. A função da alma e sua imortalidade.........................................................................5

III.1. O invisível Plutão (Hades), soberano dos Infernos, senhor absoluto dos mortos.................................................................................................................5

III.1.1. O Reino das Sombras.......................................................................6III.2. Alma: vida eterna e imortalidade segundo a

Bíblia.............................................6III.3. Síntese do estudo bíblico sobre a

alma...............................................................8IV. Qual é a função do espírito e para onde ele vai após a morte..................................9V. Notas do texto.........................................................................................................11VI. Conclusão do estudo...............................................................................................23VII. Bibliografia..............................................................................................................24

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A tricotomia humana e a funcionalidade de seus componentes avaliados separadamente

1Ts 5.23

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do nosso SENHOR Jesus Cristo.”

Introdução:

Observando Gn 2.7 veremos que, basicamente, o homem é formado por duas substancias:

1. Substância física, ou corpórea (“pó da terra”).2. Substância abstrata, ou espiritual (“fôlego de vida”, “alma vivente”).

Para melhor entendermos este conceito é importante fazermos uma exegese correta, avaliando o contexto remoto e imediato dos textos bíblicos referente à criação do homem, a raiz etimológica das palavras chave dos textos envolvidos no original grego/hebraico/aramaico e outros textos que irão servir como base para as afirmações que seguirão este estudo.

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I. Analisando o contexto remoto de e imediato da criação do homem

Nos capítulos um e dois do livro do Gênesis teremos a narrativa da criação da seguinte forma:

A A criação da terra e de tudo o que existe é obra de Deus (Gn 1.1,2; Sl 90.2; Jo 1.1-3; Cl 1.16,17).

B A criação da luze a separação entre trevas e luz – 1º dia (Gn 1.3-5; Sl 139.11,12; Is 45.7; Jo 1.5; At 26.18).

C A criação do céu (firmamento) e a separação de águas acima do firmamento e águas abaixo do firmamento – 2º dia (Gn 1.6-8).

D A criação da terra – 3º dia (Gn 1.9-13).E A criação dos astros e estrelas e a separação entre dias e noite – 4º dia; veja o 1º dia

da criação (Gn 1.14-19).F A criação da vida aquática e a pronunciação da primeira bênção de Deus para a criação

– 5º dia; veja o 2º dia da criação (Gn 1.20-23).G A criação do homem e a pronunciação da segunda bênção de Deus para a criação – 6º

dia; veja o 3º dia da criação (Gn 1.24-31; 2.7).H Dia conclusivo na criação, Deus descansa de sua atividade criadora – 7º dia (Gn 2.1-3).

Eis ai, resumidamente, o relato da criação. Observe como cada dia, e o que foi criado nele, aponta para o outro dia da criação, completando assim, com o sétimo dia, a atividade criadora de Deus.

Analisaremos agora o primeiro versículo que serve como base para a doutrina da tricotomia do homem:

“E o SENHOR Deus formou o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida; e o homem se tornou alma vivente.” (Gn 2.7)

É de vital importância compreendermos quais são os verbos que atuam na criação do homem. Veremos estes verbos e conheceremos suas diferenças agora:

1. “No principio criou Deus…” Gn 1.1: O verbo criar, na sua raiz hebraica, aqui é “bara”, que significa criar sem qualquer matéria inicial, criar do “nada” (ex-nihilo). Este tipo de ação criadora só pode ser realizado por Deus.

2. “E disse Deus: Façamos o homem…” Gn 1.26: O verbo fazer, na sua raiz hebraica, aqui é “asah”, que significa fazer, ser feito, preparado, concluído. É fazer algo tendo em mãos a matéria prima básica. Envolve criatividade e o uso das matérias adequadas para se formar o que se deseja criar.

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3. “E formou o SENHOR Deus…” Gn 2.7: O verbo formar, na sua raiz hebraica, aqui é “Yatsar”, que significa plasmar; formar; amoldar; criar. É dar aparência (amoldar) o que foi ajuntado em um processo anterior à criação. É a última etapa da criação.

Todos estes verbos, envolvidos na criação, estão diretamente ligados na criação do homem como veremos nos versículos abaixo:

a) Bara: Gn 1.27 (criação inigualável).b) Asah: Gn 126 (ajuntamento de matéria prima).c) Yatsar: Gn2.7 (a matéria toma a forma do criador).

1.1. A exegese de Gn 2.7

“Então, formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”

Observe o comentário feito pelo Dr. Kyle M. Yates, no livro número 1, do COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY, nas páginas 6 e 7:

“Novamente os dois nomes de Deus estão ligados em antecipação ao acontecimento que marcou época. A palavra “rayitseh” foi usada para dar a ideia de um oleiro trabalhando, moldando com suas mãos o material plástico que tinha nas mãos (consultar Jr 18. 3,4). O mesmo verbo foi usado para descrever o quadre da formação de um povo ou nação. O corpo do homem foi feito do pó da terra enquanto o seu espírito veio do próprio ‘fôlego’ de Deus. Ele é, literalmente, uma criatura de dois mundos; ambos, a terra e os céus, têm direitos sobre ele. O primeiro passo foi importantíssimo, mas o pó humedecido estava longe de ser um homem até que o segundo milagre aconteceu. Deus comunicou a Sua própria vida a essa massa inerte que Ele já criara e dera forma e dera forma. O fôlego divino permeou o material e o transformou em um ser vivente. Esta estranha combinação de pó e divindade deu lugar a uma criação maravilhosa (consultar 1Co 15. 47-49) feita à própria imagem de Deus. Como ser vivente, o homem estava destinado a revelar as qualidades do Doador da vida. Esta linguagem das Escrituras não sugere que o homem tivesse semelhança física com Deus. Antes, ele foi feito semelhante a Deus nos poderes espirituais. Ele recebeu os poderes de pensar e sentir, de se comunicar com os outros, de discernir e, até um certo ponto, de determinar o seu próprio caráter.”

Com esta observação do Dr. Kyle, concluímos a argumentação lógica, dentro do ponto de vista criacionista, da dupla composição do homem: a substância física, ou corpórea e substância abstrata, ou espiritual.

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II. Segundo a Bíblia, qual é o destino do corpo após a morte?

Vejamos a seguinte ordem proposta para abordar este tema como se segue abaixo:

a) O homem foi criado em caráter de perpetuidade só que, por causa de sua transgressão, a morte foi sua sentença no Éden: Gn 3. 17-19,22; Rm 5. 17-19; Rm 3. 23.

b) Os termos, hebraico e grego, comumente encontrados nas Escrituras associados a corpo são: “geviyah” (corpo, cadáver), “basar” (carne, parente, corpo, pele) e “Soma” (corpo). O tempo de vida deste corpo terreno foi diminuindo gradativamente à medida que o homem se aproximava e praticava o pecado com maior frequência. Adão viveu 930 anos (Gn 5.5); com a prática do pecado a raça humana teve seus dias abreviados para 120 anos (Gn 6.3); como a prática do pecado passou a fazer parte do estilo devida de alguns homens, a estimativa de vida do homem baixou para 70 anos (Sl 90.10).

c) Por causa do pecado o homem passou a receber, como salário, a morte espiritual e, em muitos casos, a morte física (Rm 6.23).

d) O corpo do homem é semeado na terra em corrupção (1Co 15.42; Gn 6.5, 11, 12; Jd 5-16), em desonra (1Co 15.42; Rm 1.24, 25; Ap 22.10, 11), em fraqueza (1Co 15.43; Ec 12.6) e somente o corpo físico (1Co 15.44; Lc 7.12; 2Rs 13. 20, 21; Jd 9; At 5. 1-11) .

e) O ciclo da vida é completado quando o corpo volta à sua origem, o pó da terra (Gn 3.19; Jó 34.14, 15; Sl 103. 14-16; 104.29; EC 3.20; 12.7; Sl 49.10-14).

III. A função da alma e sua imortalidade

Antes de apresentarmos a síntese desse estudo, segundo a Bíblia, veremos o conceito de imortalidade e a funcionalidade da alma na mitologia greco-romana.

3.1 O invisível Plutão (Hades), soberano dos Infernos, senhor absoluto dos mortos

Após sua vitória sobre Cronos¹ (Saturno) e os Titãns², os três irmãos olímpicos dividiram entre si o domínio do mundo: a Zeus³ (Júpiter) coube o reino do céu e da terra; a Poseidon4

(Netuno) o reino dos mares e a Hades5 (Plutão) o reino das profundezas terrestres, chamadas Infernos, Érebo6, ou ainda Hades, como a própria divindade que as governa.

Os súditos desse deus subterrâneo são os mortos; seus companheiros, as criaturas infernais7, que o ajudam a manter a ordem do reino das sombras. Seu atributo peculiar, o dom

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de ser invisível, tal qual o seu mundo, vedado aos olhos dos vivos. Essa qualidade advinda do capacete magico que os Ciclópes lhe ofertaram durante a guerra contra Cronos, justifica o nome Hades:

(Hades) significa “invisível”.

Quando invocado, Hades atua no sentido de auxiliar o cumprimento das vinganças, tornando eficazes as maldiçoes. Entretanto, embora suas funções se refiram à morte e destruição, ele também tem uma faceta benéfica. É Hades que propicia o desenvolvimento das sementes, enterradas no limite de seus domínios, e favorece a produtividade dos campos.

Os cabelos desenrolados, a barba longa e em desalinho. Sua vestimenta vermelha compõe-se de uma túnica e um pesado manto. Senta-se num trono, tendo ao lado o cão Cérbero8. Esta é a representação mais famosa de Hades, que se encontra atualmente na Vila Borghrse, em Roma.

3.1.1. O Reino das Sombras

Nas primeiras representações dos Infernos não existe conotação de castigo ou recompensa, como na doutrina cristã. Homero (sec. IX a.c) descreve o Erebo como uma vasta planície subterrânea, onde os mortos vagueiam como sombras sem inteligência, sem dor nem alegria9. Apenas aqueles que cometeram grandes delitos sofre castigo.

Com o passar do tempo, os gregos se organizaram em cidades, criaram um sistema de justiça, ordem e disciplina, julgando os criminosos e recompensando os benfeitores. A partir dessa organização social, modifica-se o conceito dos Infernos, que passam a dividir-se em duas regiões distintas: de um lado o Tártaro10 e do outro lado Os Campos Elísios11. Para decidir o destino eterno dos mortos, os gregos imaginaram um tribunal12 composto por três juízes: Minos13, Éaco14 e Radamanto15, presidido pelo próprio Hades (Plutão).

Transpostos o portão do Hades, as almas desembarcam e postam-se diante dos juízes. Os que cometeram grandes crimes, especialmente contra os deuses, são condenados às penas do Tártaro. 0 premio dos bons é a eternidade nos Campos Elísios, lugar de temperatura amena, suaves brisas e constante felicidades. Ali vivem os heróis, os favoritos do Olimpo, os que levaram uma vida justa e em respeito às ordens dos deuses.

Na Odisseia, obra literária de Homero, Ulisses16 consegue se comunicar com as almas dos Infernos. Para tanto, dirige-se ao país dos Cimérios, situado numa ilha ocidental, onde sempre era noite. Para alguns poetas, essa região fazia fronteira com o Hades; para outros, era o próprio Hades, embora a maioria dos gregos localiza-se os Infernos nas profundezas da terra.

No país dos Cimérios, Ulisses abre uma vala profunda, que banha com sangue de cordeiro e de uma ovelha negra. O túnel subterrâneo transporta o liquido até o lugar onde as almas possam bebê-lo, pois esta é uma fonte de sua força17. Embora não acreditassem, como

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os egípcios, que a vida continuava até fisicamente após a morte, também não consideravam que a morte constituísse um fim absoluto. Extinguia-se a existência terrena, como processo ultraterreno. O corpo não persistia, mas a alma e a sombra continuavam através da eternidade, alimentadas de farinha, de mel e do afeto dos vivos.

3.2.Alma: vida eterna e imortalidade segundo a Bíblia

Para desenvolvermos com equilíbrio e sem equívocos o presente tema, é necessário distinguirmos entre eternidade, imortalidade e vida eterna:

a. Eternidade: designa a característica daquilo ou de quem nunca nasceu. Deus nunca nasceu; portanto Deus é eterno. A noção de imortalidade não pode ser usada em relação a Deus, pois Ele está completamente fora da condição de vida ou morte. Sua eternidade jamais teve um inicio e jamais terá fim.

b. Imortalidade: é a característica de quem não está sujeito à morte, isto é, de quem nunca esteve sujeito (os anjos, por exemplo), ou de quem não está mais sujeito (todos os que morreram salvos em Jesus Cristo).

c. Vida eterna: a imortalidade conduz, necessariamente, à vida eterna, que é uma vida que não terá fim, seja de gozo e paz no seio de Abraão ou de tormento, no Hades (Lc 16.19-31).

O filosofo e historiador norte-americano Will Durant, discorrendo sobre a concepção de imortalidade da alma entre os povos primitivos, relaciona fatos curiosos que evidenciam a infantilidade e a concepção errônea dos homens ainda não alcançados pela Palavra de Deus. Diz Will Durant que os negros Basutos não caminham pela beira da agua, por terem medo que os crocodilos lhes “comam” a alma. Certas doenças e desmaios são tidos como momentâneas “fugas” da alma. Entre os negros da África Ocidental acreditam que a dor de cabeça provém da “perda” da alma, e mandam o curandeiro procurá-la na floresta: e o curandeiro procura-a e acha-a, e retorna com a alma “fujona” dentro de uma caixa e novamente no corpo do paciente pelos ouvidos. Só assim a dor de cabeça desaparece.

Nas Ilhas Celebes, os curandeiros armam anzóis no nariz, no umbigo e nos pés dos doentes para “fisgar” a alma quando tentar fugir no momento da morte. Espirrar é perigoso, pois o espirro pode fazer a alma “escapar”. Os Hindus estalam os dedos se alguém espirra perto, como meio de impedir que alma saia. Algumas tribos recusam-se a ser fotografadas por terem medo de suas almas serem aprisionadas com a foto e que mais tarde o fotógrafos as devore.

Não se sabe, porém em que período de sua historia os judeus passaram a acreditar que a alma sobrevive à morte. O certo é que, no decorrer do seu contato com a cultura egípcia, eles passaram a ver os antigos habitantes das margens do Nilo completamente voltados para as

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“moradas eternas”, as suntuosas pirâmides que lhes serviam de tumulo, em flagrante contraste com a relativa humildade de seus lares.

Entre os antigos judeus começou a circular a concepção de que a alma do homem – “a lâmpada de Deus” – não pode jamais extinguir-se, não importa o que aconteça com o corpo. Pela vontade de Deus, ela é moldada na imortalidade, e para o bem de Israel, e de toda a humanidade, o homem deve aspirar a uma forma de existência mais elevada e mais pura. Lembravam os judeus que assim como a alma está pura quando entra no corpo, nas mesmas condições de pureza deve retornar ao Criador. A finalidade moral e religiosa da vida é, portanto, proteger a alma contra a perda de sua pureza no mundo material.

Devemos distinguir um segundo conceito humano utilizado com relação a imortalidade, é o que chamamos de “Glória Humana”. Conversavam um rei e um general gregos, Ulisses, rei da ilha grega de Ítaca, e Aquiles18, comandante de um dos muitos exércitos gregos mobilizados contra a resistência de Tróia, durante a longa batalha narrada por Homero em um dos mais antigos monumentos literários da humanidade, Ilíada. Conversavam esses dois homens em uma noite de trégua, quando Aquiles, o mais temido de todos os combatentes grego, queixou-se a Ulisses de ter Ajax, outro general grego, adquirido enorme prestigio na opinião de todos, durante os dois dias em que, devido a ferimentos recebidos, Aquiles não pudera sair para o campo de batalha.

Reclama Aquiles que, em dois dias todos haviam se esquecido das inúmeras e heroicas façanhas que ele praticara em meio a sangrentos combates durante quase 20 anos de guerra, ao que o rei Ulisses respondeu: “o tempo, ó valoroso Aquiles, carrega às costas um alforje de esmolas para o esquecimento, monstro que a ingratidão torna gigante. Essas migalhas são os grandes atos praticados no passado, que são devorados no instante em que são feitos, esquecidos tão logo se afirmam.

Já ter feito é estar fora da moda, por que o tempo com os hospedeiros muito se assemelha, e estes, aos hóspedes que partem, apertam de leve a mão, enquanto que de braços abertos recebemos que chegam. A boa vinda sempre sorri; o adeus sai suspirando. Por isso não te espantes, grande homem, por estarem os gregos agora aclamando a Ajax, enquanto estais ferido, por que as coisas em movimento atraem mais o olhar do que as que não se mexem”.

Errada coisa é depositarmos a duração e o valor dos nossos atos na memória transitória dos homens. Pois, como observou Artur Schopenhauer, “a glória humana é um simples eco, a imagem, a sombra, o sintoma do verdadeiro valor. Pois aquilo que um homem pode ser de melhor, é necessariamente para si próprio que deve sê-lo”.

Nenhuma instituição humana criada para preservar o nome dos que a ela se filiam, conseguiu vencer a erosão do tempo e do esquecimento, pois a glória do homem é transitória, e este, “quando morrer, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará” (Sl 41.5), “pois o homem é uma criatura apanhada pelo drama da salvação, mesmo que não o saiba” (François Mauriac).

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Diz o antigo pregador que “o pequeno achará os seus ossos em uma humilde sepultura, ou em um adro sem pedra nem letreiro, e ressuscitará tão ilustre como as estrelas. O grande, pelo contrário, achará seu corpo embalsamado em caixas de pórfiro, aos ombros de leões ou elefantes de mármore, com soberbos e magníficos epitáfios, e ressuscitará mais vil que a própria vileza” (Jo 5.28, 29).

3.3.Síntese do estudo Bíblico da alma:

a) A alma distingue o racional do irracional, a vida humana da vida animal (Gn 1.20).b) Existe a alma terrena, que vive somente enquanto durar o corpo, esta é a alma dos

animais (Ec 3.19-21), mas como toda carne não é a mesma carne, assim ocorre com a alma (Gn 1.24).

c) A alma distingue um homem do outro, constituindo a individualidade (Ex 1.5; Rm 13.1 – cada alma significa uma pessoa).

OBS: A palavra alma aprece com vários sentidos nas Sagradas Escrituras, tanto figurativos como por sinédoque (comparação de várias coisas simultaneamente). Alguns, erroneamente, dizem que “alma vivente” quer dizer “corpo vivente”, e que quando o corpo morre, nada mais resta do homem.

Os animais também tem alma, mas muito inferior à dos homens (Gn 1.20, 21, 24; Sl 8.5-8; 1Co 15.39-41; Mt 6.26). Note-se que a mesma palavra original “Nephesh” é usada em Gn 1, concernente aos homens e aos animais. A alma dos animais, além das muitas inferioridades como veremos a seguir, acaba com a morte do bruto; já a alma do homem é eterna. Além disso, Deus ao criar os animais disse “faça-se”, mas, quanto aos homens, disse “façamos o homem segundo a nossa imagem e semelhança”.

Considerando ainda a superioridade da alma humana à dos animais, vemos que a alma do homem está no seu “eu”, a sede dos sentimentos, personalidade, caráter, sentidos, emoções, paixões, instintos, afeiçoes, apetites. A alma, por meio do espirito, põe-nos em contato com Deus e, por meio do corpo, põe-nos em contato com o mundo. A expressão “alma vivente”, em Gn 1, não seria necessária se não houvesse gradação nas almas dos homens e dos animais. Sendo a alma humana tal como foi descrita acima, ao morrer o corpo ela sobrevive (Gn35.18; Ap20.4-6; Dt 34.6 com Lc 9.28-31; Gn25.8, 9 com Lc 16.22-31).

A referencia de Lc 16.22 mostra que , ao morrer o corpo, resta alguma coisa real e mortal que “foi levado pelos anjos”. Logo:

a) Quando a alma deixa o corpo, este vem a morrer: Gn 35.18; Lc 12.16-20.b) O pecado é cometido pela alma humana: Ez 18.1-4; Sl 14.1-3; 53.1-3;78.17-19;Pv 4.20-

23.

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c) É na alma que ocorre o processo da salvação e o objetivo da obra vicária de Cristo, é a salvação da alma: Sl 49.7-9, 14, 15; Lc 16. 19-31; Sl 9.17; Lc 12.4, 5; Mt 18.8, 9; Ap 20.11-15.

IV. Qual é a função do espírito e para onde ele vai após a morte.

O espírito é a vida divina, imortal, recebida de Deus (Gn 2.7). Essa vida não é a respiração: é a energia divina que Deus soprou no homem para que vivesse a sua alma. O espírito é distinto do fôlego (Jó 34.14, 15; Is 42.5). Vê-se ai que fôlego e espírito são duas coisas independentes.

O espírito identifica o homem, a criatura espiritual, e dá-lhe consciência de Deus. Só o homem possui espírito (Jó 12.10). É a sede da razão, moral, intelecto, vontade, pensamento, consciência. É também a sede da adoração (1Co 14.15). A alma e o espírito são distintos, porém inseparáveis (Hb 4.12; Jó 12.10; 27.2-4). Por ter o homem vontade própria, ele é um ser moral e responsável por seus atos e conduta (Jo 3.16, 17; 7.16, 17;Rm 7.17, 18; 1Co 9.17).

Devido a alma e o espírito serem parte da substância espiritual do homem, e, por ser o espírito que vivifica a alma, os dois são, na Bíblia, muitas vezes mencionados indistintamente. Os dois interpenetram-se de modo profundo e misterioso. É no espírito que dá-se o testemunho do Espírito Santo de que somos filhos de Deus (Rm 8.16).

Um texto maravilhoso e profundo para o estudo da tricotomia humana é 1Co 15.44, onde encontramos os termos (somma psukikon) e (somma pneumatikon).

O texto de 1Co 15.38 diz: “mas Deus dá-lhe o corpo como quer , e a cada semente o seu corpo, semente o seu próprio corpo”, isto significa que teremos a mesma identidade e individualidade (funções proporcionadas pela alma), porém será um corpo transformado (1Co 15.52). Logo:

a. O espírito liga nossa alma a Deus, nos dando conhecimento dele: Sl 77.2, 3; 51.10-13; Pv 23.17.

b. O espírito dá vida ao corpo, sem ele o homem morre: Pv 17.22; 18.14; Ec 12.7; Ez 37.1-10; Jo 6.63; Tg 2.26.

c. É o elo de testificação do Espírito santo conosco: Rm 8.16.

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V. Notas do texto

1. Cronos: É um dos principais filhos de Gaia (Terra) que, antes de tê-lo, pela força de Éros, uniu-se à Urano (céu). É conhecido como Saturno pelos romanos. Na mitologia grega, o poeta Hesíodo se refere a estes primeiros filhos de Gaia e Urano da seguinte forma: “alguns sobressaem pelo poder, outros se destacam pela tragédia… trágico é Cronos, com seu destino desesperado, com as muitas tarefas que o futuro do mundo lhe reserva. Por que ele é o deus do tempo –tudo regula, tudo comanda – cabe-lhe criar uma nova ordem nos ares e nas coisas. Revolucionar constantemente a natureza. Alterar o palco da vida, retirando dele seu próprio pai. Cronos é insaciável. O tempo devora tudo: seres, momentos, destinos. O que importa é construir o futuro. Só Mnemósine contesta Cronos, preservando, quando pode, a lúcida matéria sobre a qual reina: a memória. Mas Cronos vence sempre. E continua sem medo sua implacável cavalgada”. Segundo o poeta Hesíodo, Urano aprisionou no ventre de Gaia alguns de seus filhos que ele detestava, os Ciclópes e os Hecatônquiros. No sofrimento, Gaia convocava todos os seus filhos para se insurgirem contra Urano, que constantemente a fecundava e por isso Gaia não parava de gerar, mas nenhum deles aceitaram, exceto Cronos. Observe este ato nas palavras do poeta: “todos se recusaram. Só Cronos aceita a incumbência da mãe, pois já estava revoltado com os seus sofrimentos. O valente guerreiro do tempo promete a Gaia que a vingará. Ela entrega-lhe a afiada foice que vinha trabalhando há muito tempo, com terrível intenção. Quando Urano se aproxima da esposa para novamente fecunda-la, Cronos atira-se sobre o pai. Luta com ele. Subjuga-o. Urano sangra e se contorce. Um grito de dor ecoa pelos quatro cantos do planeta. Os testículos de Urano voam pelo espaço. O sangue escorre sobre a terra e sobre as águas. E mais uma vez a natureza é fecundada. No mar, os órgãos com o sêmem expelido formam uma espuma alvíssima, da qual emerge Afrodite (Vênus), deusa do amor e da beleza. Na terra, o sangue o sangue origina as Melíades, ninfas dos carvalhos, e as Erínias, vingadoras dos crimes semelhantes ao de Cronos. Mas elas nada fizeram contra o vencedor de Urano. Todo poder do mundo lhe pertence. O titã soberano une-se a Réia (Cibele), sua irmã, e nela engendra uma multidão de filhos, porém devora-os, logo ao nascerem, para que não lhe tomem o reino. Apenas uma de suas criaturas escapou-lhe à voracidade, e o destronou do centro do mundo: Zeus (Júpiter), o poderoso olímpico.

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Saturno devorando a um hijo – Goya // Urano sendo mutilado por Cronos, de iorgio Vasari e Cristofano Gherardi.

2. Titãs: Designação dos filhos do Céu (Urano) e da Terra (Gaia), são eles Ceo, Crio, Cronos, Hipérion, Iápeto e Oceano. Tão logo nasciam, os titãs, bem como seus irmãos – Ciclópes e Hecatônquiros – eram encerrados no Tártaro por seu pai. Instigado pela Terra, Cronos mutilou o pai e destronou-o. Entretanto, manteve os Ciclópes e os Hecatônquiros em sua prisão subterrânea. Com tal atitude incorreu na ira de sua mãe, que lhe previu sorte idêntica à do Céu. Mais tarde, ao fim de uma luta que durou dez anos, Cronos e os titãs foram derrotados por Zeus (Júpiter). Após a vitória, o senhor do Olimpo lançou-os no Tártaro, onde ocupam o lugar dos Ciclópes e Hecatônquiros, libertos pelo deus.

3. Zeus: Nome grego para Júpiter (de origem latina). A maior divindade do Olimpo. Filho de Cronos (Saturno) e Cibele. Para evitar que o pai o devorasse como havia feito com os outros filhos, sua mãe o escondeu numa gruta situada, segundo a versão mais corrente do mito, no monte Ida, em Creta. Foi confiado, então, aos cuidados dos Curetes, dos Dáctilos e das Ninfas. Os Curetes dançavam, entoando cantos de guerrae entrechocando as lanças em volta do bebê, impedindo que seu choro fosse ouvido por Saturno. A criança foi alimentada por Amaltéia (ou Aíx). Assim tratado e protegido, cresceu e adquiriu toda a sua força divina. Com uma droga, fornecida por sua companheira Métis, fez com que o pai vomitasse seus irmãos. Auxiliado por estes e pelos Hecatônquiros e Ciclópes, que libertou do Tártaro, atacou Cronos e os Titãs. Ao fim da luta, que durou dez anos, o deus e seus irmãos – Poseidon (Netuno) e Hades (Plutão) – repartiram entre si o universo, cabendo a Zeus o domínio do céu e da terra. Para assegurar definitivamente o domínio do mundo, entretanto, os olímpicos lutaram ainda contra os Gigantes, os Aloídas e Tifão, vencendo-os. Depois destas vitórias, consolidou-se o poder de Zeus. Concebido inicialmente como divindade dos céus e dos fenômenos atmosféricos, pouco a pouco adquiriu o caráter de deus supremo, imagem da justiça, e da razão, da ordem e da autoridade. Onipotente, tudo vê e sabe, possuindo o dom de prever o futuro. Sua esposa era Hera (Juno), mas teve, além dela, muitos amores. Uniu-se a várias deusas e ninfas, como Têmis, Mnemósine, Ceres, Eurínome, Latona, Métis, Maia e Égina. Amou ainda numerosas mortais, entre as quais Níobe, Io, Europa, Dânea, Sêmele, Leda e Alcmena. Destas uniões nasceram deuses, heróis e ninfas. Entretanto, nem sempre Zeus teve êxito em seus amores. Renunciou a Tétis, temendo ser destronado pelo filho que nascesse dessa união. Apesar de seus poderes, não conseguiu vencer a resistência da ninfa Astéria. Possuía importantes templos em todo o mundo greco-romano. Na Grécia, o mais importante era o de

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Dodona, no Epiro, onde o deus expressava seus oráculos. Outro notável centro de culto era Olímpia, onde estava uma estátua do deus esculpida por Fídias. Essa imagem constitui o tipo ideal da divindade, no qual buscariam inspiração os artistas posteriores. Comumente, Zeus era representado com traços de homem maduro, robusto, de semblante grave e majestoso, coroado por folhas de carvalho. Seus atributos são o raio, o cetro e a águia.

Zeus, o poderoso do Olimpo

4. Poseidon: Divindade também conhecida por Netuno (de origem Latina). Na partilha do mundo, enquanto Hades (Plutão) recebeu os infernos e Zeus (Júpiter) ficou com o céu e a terra, Posseidon obteve a supremacia sobre o reino do mar. Sua função, entretanto, não se limitava ao domínio das ondas; provocavas as tempestades, abalava os rochedos e, golpeando-os com seu tridente, fazia brotar as fontes. Seu poder estendia-se também ás águas correntes e aos lagos, embora os rios tivessem divindades próprias. Quanto às terras, podia condená-las a súbita e mortal seca, extinguindo as fontes ou os rios. Vivia num palácio nas profundezas do mar. Percorria seu vasto domínio num carro puxado por cavalos brancos, empunhando seu tridente. Acompanhava-se de um cortejo de Nereidas, centauros-marinhos, Hipocampos e Delfins. À sua passagem, as vagas abriam-se em suave ondulação e as borrascas apaziguavam-se. Unindo-se a Apolo, Juno e Minerva, conspirou para encarcerar Zeus. Recuou, porém, anta as ameaças do gigante Briareu. Dominada a revolta, recebeu o castigo de servir Laomedonte, rei de Tróia. De seu desentendimento com o soberano, originou-se o rancor que dispensava aos troianos. Durante a guerra de Tróia, tomou partido dos gregos. Sob os traços de Calcante, estimulou Ájax, encorajou Teucro e Idomeneu, até o momento em que, sob ordens de Zeus, deixou o combate. Salvou Enéias de ser morto por Aquiles; isto por que esse troiano não pertencia á

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descendência de Laomedonte. Quando os homens se organizaram em cidades, os deuses resolveram escolher aquelas em que seriam particularmente venerados. Como dois ou três optassem pela mesma cidade, exigia-se a arbitragem de outras divindades ou de mortais. E, nesses julgamentos, Poseidon era preterido. Assim perdeu Corinto para o deus Hélios (Sol); Egina para Zeus; Naxos para Baco; Atenas e Trezena para Atenas (Minerva); Argos para Juno; e Delfos para Apólo. Possuía, contudo, sua própria ilha, a Atlântida. Teve diversos amores, todos fecundos. Unindo-se a Halia, teve seis filhos e uma filha, Rodes. Esposou legitimamente Anfitrite e de sua união nasceu Tritão. Muitas das suas aventuras amorosas tornaram-se célebres: com Toosa, teve Polifemo; com Meduza, Crisaor e Pégaso. Com Amimone, Náuplio; com Ifimedia, os Aloídas; com Teófana (Bisáltides), Crisómalos; com Ceres, Arião; Com Etra, Teseu; com Líbia, Belo e Agenor. Contavam-se, ainda, entre seus filhos, Cércion, Círon e Orião. O principal santuário de Poseidon encontrava-se me Mícale, montanha da Jônia, onde era realizada a Panionia, festa nacional dos habitantes da região. Em Corinto, a cada dois anos, era homenageado com os Jogos Ístmicos, constituídos de disputas de caráter físico e torneios de música e poesia. Na Tessália, organizavam-se corridas de carro em seu louvor. Nas festas Tauréia, sacrificavam-se lhe touros negros que, ainda com vida, eram atirados ao mar. Poseidon era venerado na Beócia e no Peloponeso. Em Roma, era considerado o deus da fecundidade e da vegetação (Netuno). Não possuía lenda própria até ser identificado ao Poseidon grego. Suas festas, as Netunálias, eram celebradas no verão, a 23 de Julho. Possuía um templo no Vale do Circo Máximo, entre o Platino e o Avntino. Na tradição romana, tinha uma companheira chamada Salácia (Venília). Consagravam-se lhe o cavalo, símbolo das fontes e o touro, símbolo de seu poder fertilizador e de sua impetuosidade. É representado com o tridente e sobre um carro puxado por cavalos brancos; cerca-se

de toda a espécie de seres marinhos

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5. Hades: Conhecido como Plutão ente os Latinos, é uma das doze divindades Olímpicas. Filho de Cronos e Cibele participou da luta contra o pais e os titãs. Nessa ocasião, os Ciclópes armaram-no com um capacete mágico que o tornava invisível. Vencido os adversários, Zeus, Poseidon e Hades partilharam entre si o império do universo. Enquanto o primeiro ficou com o céu e a terra, Poseidon recebeu o reino dos mares e Hades tornou-se o deus das profundezas subterrâneas, os infernos. Reinava sobre os mortos. Era assistido em suas funções por múltiplas divindades: Hécate, as fúrias, as Parcas, as Harpias, a Morte, o Sono, as Górgonas. Presidia o tribunal composto por Minos, Éaco e Radamanto, destinados a julgar as almas. Estas, se condenadas, eram atiradas ao Tártaro e, se absolvidas, encaminhadas aos Campos Elísios ou Ilha dos Bem-Aventurados. Hades habitava um palácio circundado de álamos e salgueiros estéreis.; o solo era recoberto de asfódelo, planta das ruinas e cemitérios.raramente o deus interferia nos assuntos terrestres ou olímpicos. Só deixou seu reino duas vezes: para raptar Prosépina, a quem tomou como esposa, e para curar-se, no Olimpo, de uma ferida provocada por Hércules. Era invocado no sentido de fazer cumprir as vinganças e tornar eficazes as maldiçoes. Entretanto, embora seu principal papel se ligasse a morte e destruição. Hades apresentava também uma faceta benéfica: propiciava o desenvolvimento das sementes e favorecia a produtividade dos campos. Como divindade agrícola, seu culto associava-se ao de Ceres. Juntamente com a deusa, era celebrado nos mistérios de Elêusis, ritos comemorativos da fertilidade, das colheitas e das estações. Era venerado sobre vários epítetos, que procuravam destacar seus aspectos mais favoráveis aos mortais: Eubuleu (o que dá bons conselhos); Polidectes (oque acolhe muitos hóspedes); Agesilao (o que reúne os povos); Trofônio (oque torna a terra mais fértil). Para pedirem sua proteção, os devotos batiam no solo com suas mãos ou com varas. Ofereciam-lhe em sacrifício carneiros ou cabras negras. Consagravam-lhe o narciso e o cipreste. Entre os romanos, suas festas eram celebradas a 12 de Junho e durante sua realização somente o templo do deus infernal permanecia aberto. Hades é retratado de cenho franzido, cabelos e barba desalinhados, veste túnica e manto vermelho. Está sentado num trono, tendo ao seu lado o cão Cerbero. Como deus da vegetação, é apresentado com traços mais suaves, levando uma cornucópia nas mãos.

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O Rapto de Perséfone

6. Érebo: Primitivamente designava o lugar mais sombrio e inacessível dos Infernos. Depois passou a indicar toda a região infernal. Ao atribuir-lhe uma genealogia, Hesíodo apresenta-o como filho do Caos e irmão da Noite. Da união de Érebo e Noite nasceram o Éter e o Dia.

7. As criaturas Infernais: Para manter sempre atuante o Tribunal dos infernos e sempre povoado o mundo das sombras, existe Tánatos, a Morte, principal auxiliar de Hades, embora não estivesse submetido a ele. Para os gregos, Tánatos é um deus; para os romanos, uma deusa, a quem chamam Mors. Filho da Noite, Tánatos é descrito por Eurípedes (480? – 406 aC.) coberto de negro, passeando entre os homens com uma faca na mão. A atuação de Tánatos, porém, depende da vontade do Destino, força maior, e bem superior aos homens e aos deuses. Quando o Destino decide que é chegada a hora final, Tánatos envia as Queres para executarem a determinação. Essas divindades infernais apoderam-se do mortal designado, golpeiam-no, e arrastam-no para o Érebo. Quando o mortal apontado para morrer é um perjuro, ou cometeu crimes contra pessoas de sua família, Tánatos manda em lugar das Queres as Erínias ou Fúrias. Filhas de Gaia, fecundadas pelo sangue de Urano, as Erínias figuram entre as mais antigas divindades dos gregos. Eram imaginadas como três deusas negras, aladas, com cabeleira eriçadas de serpentes e levando nas mãos tochas e açoites. Sentam-se no umbral da casa do criminoso e dali não se afastam até enlouquecerem o culpado e levarem-no sob suplícios aos infernos. Minos, Éaco e Radamanto eram os juízes que determinavam, no tribunal das almas presidido por Hades, o destino das almas segundo os seus feitos: o Tártaro ou os Campos Elisíos. Cérbero, o cão de múltiplas cabeças eram que guardava a entrada dos Infernos.

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Hipnos e Tânatos, de Jhon Willian Waterhouse O remorso de Orestes, (1862) por William-Adolphe Bouguereau

8. Cérbero: Filho de Tifão e Equidná. Era um cão de multiplas cabeças, serpentes em torno do pesoço e mordida tão venenosa quanto à de uma víbora. Guardião dos Infernos ficava do outro lado do Aqueronte; permitia a entrada das almas, porém as impedia de sair. Quanto aos mortais, despedaçava os que se atreviam pelo Reino dos Mortos. Entretanto, Psiquê, enviada aos Infernos por Vênus, conseguiu entrar, oferecendo um bolo a Cérbero. Do mesmo modo, Deífobe, a sibila de Cumas, quendo conduziu Enéias ao mundo das sombras, deu ao monstruoso cão uma pasta sonífera. Orfeu, na sua busca a Eurídice, adormeceu-o ao som de sua lira. E Hércules derrotou-o (V Trabalhos de Hércules). Encarregado por Euristeu de procurar o cão e trazê-lo a terra, o heroi, depois de várias façanhas, chegou até Hades e falou-lhe de seu intento. Obteve permissão para levar Cérbero, desde que conseguisse capiturá-lo utilizando apenas sua couraça e sua pele de leão. Hércules atacou o cão, apertou-lhe o pescoço entre as mãos, e levou-o a euristeu. Depois, reconduziu-o aos Infernos.

Cérbero, de Gustave Doré para a Divina Comédia Hércules e Cérbero, mosaico romano

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9. O estádo da alma após a morte na visão primitiva grega: A regra geral nessa concepção p´rimitiva dos Infernos, é a apatial total dos mortos, a existência sem vontade, sem prêmios nem castigos.

10. Tártaro: Primitivamente, região do mundo localizada abaixo dos infernos, dos quais esra separada por uma distância igual à que existe enter o céu e a terra. Aos poucs, entretanto, passou a ser considerado um lugar especial dos Infernos, onde eram supliciados os grandes criminosos. Neste sentido, opunha-se aos Campos Elísios, destinado aos justos. O tártaro era um abismo insondável, tenebroso, cercado por uma triplice muralha e pelo rio Flegetonte. Defendia sua entrada uma torre muito alta, cujas portas eram guardadas pela fúria Tisífone. Os próprios deuse temiam o Tártaro, onde podiam ser precipitados por Zeus. Segundo uma versão, o Tártaro constituia um dos elementos primordiais do mundo. Unindo-se à Gaia, teve Tifião e Equidná, conforme uma tradição.

11. Campos Elísios: Ou Ilha dos Bem-Aventurados, também imaginada nas profundezas terrestres, onde bons usufruem as recompesas de suas ações.

12. Tribunal: Com o passar do tempo, od gregos organizaram-se em cidades, criaram um sistema de justiça, ordem e disciplina, julgando os criminosos e recompensando os benfeitores. A partir dessa organização social, modifa-se o conceito dos Infernos, que passa a se dividir em duas regioes distintas: de um lado o Tártaro, lugar de expiação, onde os maus pagam suas culpas; do outro lado, os Campos Elísios, ou Iha dos Bem-Avennturados, também imaginada nas profundezas terrestres, onde os bons usufruem as recompensas de suas ações. Para decidir i destino dos mortos, os gregos imaginaram um tribunal composto por três juízes: Minos, Éaco e Radamanto, presidido pelo próprio Hades.

13. Mínos: Filho de Zeus e Europa. Sucedeu Astério, seu pai adotivo, no trono de Creta. Quando seus irmãos, Sarpedão e Radamanto, contestaram essa herança, Mínos respondeu que o reino lhe tinha sido destinado pelos deuses. Acrescentou que tudo que pedisse às divindades lhe seria concedido. Para provar essa afirmação, ofereceu um sacrifício a Poseidon e solicitou-lhe que fizesse sair um touro do mar; prometeu, em agradecimento, que o animal seria imolado em homenagem ao deus. Este o atendeu, mas o soberano, impressionado com a beleza do animal, deixou de sacrificá-lo. Poseidon vingou-se, enlouquecendo o animal. Mínos esposou Pasífae, filha de Hélios e Pérse, ou, segundo outra versão, Cretéia, filha de Astério. Seus filhos legítimos foram: Catreu, Deucalião, Glauco, Androgeu, Acacális, Xenódice, Ariadne e Fedra. Além deles, teve, com uma ninfa da Ilha de Pacos, Eurimedonte, Crises, Nefalião e Filolau, e, com a ninfa Dexitéria, Euxântio. Atribuem-lhe grande numero de aventuras amorosas e costumam apontar-lhe como o primeiro a praticar a pederastia. Segundo uma

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tradição, foi ele que raptou Ganimedes. Entre seus amores femininos, destacam-se ainda Britomártis e Peribéia. Indignada com as infidelidades de Mínos, Pasífae lançou uma maldição sobre o leito do marido e, a partir dai, todas as suas concubinas eram mortas pelas serpentes e escorpiões que saiam de seu corpo. O soberano livrou-se desse encanto graças a Prócris. Para vingar seu filho Androgeu, cuja morte tinha sido causada por Egeu, rei de Atenas, Mínos impôs aos atenienses um tributo periódico de sete moças e sete rapazes. Os jovens eram devorados pelo minotáuro. Teseu, graças a um ardil que Dédalo confiou a Ariadne, penetrou no labirinto e matou o animal. Desse modo, livrou seu país do pesado tributo. Irritado com Dédalo, Mínos perseguiu-o e, ao saber que seu prisioneiro se encontrava escondido na corte siciliana, usou um estratagema para que ele se revelasse: prometeu recompensa a quem fizesse passar um fio pelas espirais de um caracol. Cócalo propôs a questão a Dédalo e este, ligando o fio a uma formiga, fê-la enveredar pelo labirinto. Ao receber o soberano o problema resolvido, Mínos teve a prova de que Dédalo, o homem engenhoso por excelência, encontrava-se naquelas paragens. Cócalo confirmou suas suspeitas e prometeu-lhe entregar o hóspede. Entretanto, ao invés disso, incumbiu suas filhas de jogarem água fervente em Mínos durante o banho. Após sua morte, o rei cretense passou a constituir, ao lado de seu irmão Radamanto e de Éaco, o Tribunal dos Infernos. Foi considerado o primeiro civilizador de Creta. Segundo uma versão, seus atos eram inspirados por Zeus, com quem conversava frequentemente em uma caverna no Monte Ida.

Face de Minos

14. Éaco: Filho de Zeus e da ninfa Egina. Vivia em Enone, ilha despovoada, que depois recebeu o nome de sua mãe. Desejando amigos e súditos, Éaco pediu ao pai que transformasse as formigoas da ilha em homens. Desse modo originou-se a raça dos mirmidões (Myrmikes, em grego, significa formigas). Mais tarde os gregos encarregaram-no de conseguir dos deuses que cessasse a seca que desolava os campos. E Zeus novamente o atendeu. Éaco esposou Endeis, com quem teve Telamão e Peleu. Depois uniu-se a Psâmate e gerou Foco. Após sua morte, Éaco tornou-se um dos juízes dos infernos, função que partilhava com Mínos e Radamanto. Em Egina ergueram-lhe um templo. Era considerado o mais piedoso dos gregos.

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Éaco e Telamón, por Jean-Michel Moreau

15. Radamanto: Herói cretense, filho de Zeus e Europa. Foi criado por Astério, rei de Creta. Sábio e justo organizou o código jurídico cretense. De acordo com uma versão, foi obrigado por Minos, seu irmão e herdeiro do trono, a fugir da ilha; asilou-se na Beócia, onde teria esposado Alcmena. Promulgou as leis das cidades, atribuindo-se lhe a autoria da Lei de Talião. Depois da morte, foi feito juiz do tribunal dos Infernos, ao lado de Éaco e Minos. Era encarregado particularmente de julgar as almas dos mortos provenientes da Ásia e da África. Uma variante da lenda conta que Radamanto foi levado para a Ilha dos Bem-Aventurados, onde esposou Alcmena.

16. Ulisses: Nome latino de Odisseu. Filho de Sísifo e Aticléia. Segundo putra versão, era fiho de Laertes, reis de Ítaca, a quem a jovem esposou depois de sua união com Sísifo. Ainda adolescente, Ulisses viajou até a corte do avô Autólio e participou de uma caça ao javali, no monte Parnaso,; nessa ocasião, foi ferido no joelho por um dos animais. Dirigiu-se também à Lacedônia, onde Ífito lhe deu, como presente de hospitalidade, o arco de Êurito. Ao atingir a idade adulta, recebeu de Laertes o trono de Ítaca e candidatou-se à mão de Helena, filha de Tíndaro. Entretanto, ao tomar conhecimento do elevado número de pretendentes, desistiu de seu propósito. Sugeriu a Tíndaro que, para evitar uma guerra entre os pretendentes, os fizesse jurar que respeitariam a escolha de Helena e auxiliariam o eleito, se necessário. Em agradecimento, ajudou a Ulisses a obter a mão de Penélope. Dessa união nasceu Telêmaco. Quando Agamenão convocou os chefes gregos contra Tróia, o herói procurou esquivar-se, lançando mão de um estratagema. Desmascarado por Palamedes, viu-se constrangido a acompanha-lo. Antes, porém, foi buscar Aquiles, que, disfarçado em mulher, se escondia na corte do rei Licômedes. Simulando um ataque, o herói invadiu o palácio. Enquanto suas companheiras, amedrontadas, se esconderam, Aquiles pegou em armas para resistir,

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fazendo se reconhecer. Ulisses seguiu para Tróia no comando de doze navios. Durante a guerra, combateu com bravura e destacou-se por sua prudência e astúcia. Serviu como intermediário na reconciliação entre Agamenão e Aquiles. Encarregou-se de reconduzir Criseide ao pai. Castigou Tersites quando este incitou os soldados a se rebelarem; persuadiu os gregos a continuarem na luta. Para preencher as condições indicadas por Heleno, foi em busca de Filoctetes, possuidor das flechas de Hércules; conseguiu a participação de Neoptólemo na luta; apoderou-se do Paládio. Inspirado por Minerva propôs a construção do cavalo de madeira, graças ao qual os gregos conseguiram invadir a cidade inimiga. Terminada a guerra, partiu de Tróia com Agamenão, do qual se separou durante uma tempestade. Fez sua primeira escala no país dos cícomos. A seguir, atingiu o Cabo Maléia e o país dos Lotófagos. Continuando a viagem, chegou a Sicília, onde foi vitima da violência do ciclope Polifeno. Por meio de um ardil, conseguiu vencê-lo e retomou seu caminho. Éolo recebeu-o hospitaleiramente em seus domínios. No pais dos Lestrigões, a frota do herói naufragou, salvando-se apenas seu próprio navio. Aportando em Ea, foi recebido por Circe. Ao retomar a viagem, conseguiu passar incólume pela Ilha das Sereias. Pouco depois, vários de seus marinheiros foram devorados por Cila. O navio escapou aos redemoinhos de Caribde e chegou à Ilha de Trinácria. Ali os companheiros do herói mataram alguns bois pertencentes ao deus Hélios. Como castigo, segundo uma tradição, foram exterminados numa tempestade enviada por Zeus. Ulisses não participara do ato sacrílego, foi poupado. Apos nove dias, aportou na Ilha de Calipso, onde permaneceu longo tempo. Pondo-se novamente ao mar, teve sua embarcação destroçada por uma tormenta que Poseidon provocara. Foi lançado à Ilha Esquéria, habitada pelos feácios. Esgotado, adormeceu na praia. Nausícaa, a filha de Alcino, soberano local, encontrou-o e levou-o ao palácio. Na corte, Ulisses recebeu hospitaleira acolhida. Durante um banquete realizado em sua homenagem, narrou as aventuras que vivera. Como persistisse no desejo de retornar à pátria, Alcino ofereceu-lhe um navio. Disfarçado em mendigo, dirigiu-se a Eumeu, em quem depositava grande confiança. Em sua cabana, avistou-se com Telêmaco. Nesse momento, Minerva fez desaparecer o disfarce. O herói deu-se a conhecer. Numa prova de arco, sugerida por Penélope, Ulisses venceu os pretendentes. Em seguida, empreendeu o massacre dos rivais. Eles não puderam resistir, pois Telêmaco havia recolhido todas as armas do palácio. Ulisses revelou sua identidade a Penélope e, para desfazer qualquer dúvida, descreveu-lhe o quarto nupcial, que apenas ambos conheciam. Na manhã seguinte dirigiu-se ao campo e apresentou-se a Laertes. Atacado pelos familiares dos pretendentes, venceu-os com a ajuda do pai e de Minerva, que tomara os traços de Mentor. Algum tempo depois, Ulisses foi morto por Telégono. Numa variante da lenda, morreu de tristeza ao saber da morte de Circe e Telêmaco.

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O Naufrágio de Odisseu Odisseu e sua fiel esposa Penélope

17. O alimento das almas: A idéia de que os mortos precisavam de alimento encontra-se clara nos ritos fúnebres dos gregos. Era costume realizarem grandes libações no cemitérios jogando farinha e mel sobre os túmulos, na crença de que assim revigorariam as almas.

18. Aquiles: Filho de Peleu, rei de Ftia, na Tessália, e de Tétis. Para torná-lo imortal, sua mãe passou-lhe ambrosia no corpo e manteve-o sobre o fogo; depois mergulhou-o no Rio Estige, cujas águas deviam fazê-lo invulnerável. Mas, ao submergi-lo, segurou-o por um calcanhar que, desta forma, não foi tocado pela água e ficou sendo o único ponto vulnerável do herói. Confiado a Fenix, aprendeu a arte da eloquência e o manejo das armas com ele. Passou, depois, aos cuidados do centauro Quirão, que o alimentou com entranhas de leões e javalis, para transmitir-lhe a força dos animais, e ensinou-lhe medicina. Aquiles foi o principal herói grego na guerra de Tróia. Tendo ouvido o célebre adivinho Calcante que Aquiles morreria na guerra de Tróia, Tétis disfarçou o filho de mulher e levou-o para a corte de Licomedes, onde ele se dedicou a trabalhos femininos. Aquiles sigilosamente revelou sua identidade a Deidâmia, filha de Licomedes, pela qual se apaixonara; de sua união com ela, nasceu Pirro ou Neoptólemo. Descoberto por Ulisses, seguiu com o herói para Tróia. Apesar dos conselhos de sua mãe, preferiu uma vida curta, mas gloriosa, a uma existência mais longa, porém obscura. Logo se tornou conhecido por suas façanhas; conquistou várias cidades da Cilícia. Desentendeu-se com Agamenão, que lhe arrebatara Briseis, cativa de guerra; em seguida, retirou-se da luta, acarretando inúmeras derrotas para os gregos. Quando seu amigo Pátroclo foi morto por Heitor, retornou ao combate. Usando uma armadura mágica, forjada por Vulcano, a pedido de Tétis. Matou Heitor, arrastou seu corpo em torno de Tróia, e entregou-o depois, a Príamo. Foi morto por Páris, com uma flechada no calcanhar, quando ia ao encontro de Polixena.

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A fúria de Aquiles, de Geovanni Battista Tiepolo The education of Achilles, by James Barry -1772

19. Somma Psukikon: É uma expressão grega que significa, literalmente, “corpo-alma”. Refere-se ao corpo humano tal qual entra neste mundo, dominado e controlado pela alma, com sua natureza pecaminosa herdada de Adão. É o homem puramente psicológico, cuja consciência e reconhecimento de Deus estão amortecidos. Sua mente tornou-se puramente terrena (ver 1Co 2.14)

20. Somma Pneumatikon: è uma expressão grega que significa, literalmente, “corpo-espírito” (ou corpo espiritual). Refere-se ao homem já ressuscitado. O corpo ressuscitado será um corpo mesmo glorificado, superior à matéria. Esse corpo é chamado, no texto de 1Co 15, de corpo espírito por que o espírito será, então, a parte dominante dai por diante. Como ressuscitado, o individuo se ocupará com Deus, Sua adoração, comunhão e serviço (ver 1Co 15.38, 52).

VI. Conclusão do estudo

Após uma profunda abordagem sobre o tema da existência da “trindade” humana (a tricotomia), concluímos que a Bíblia nos dá uma abundancia de referencias que, ao serem observadas dentro de seu contexto, corroboram a crença no seguinte esquema abaixo:

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A. Corpo: Voltará ao pó (Gn 3.19; Jó 34.14, 15; Sl 103.14-16; sl 104.29; Ec 3.19, 20; 12.7); é semeado em corrupção (Gn 6.5-13; 1Co 15.42; Jd 5-16); é semeado em desonra (Rm 1.24, 25; 1Co 15.42; Ap 22.10, 11); é semeado em fraqueza (Ec 12.6; 1Co 15.43); é semeado somente o corpo “in natura” (2Rs 13.20, 21; Lc 7.12; At 5.1-11; 1Co 15.44, Jd 9).

B. Alma: Diferencia o ser racional do irracional (Gn 1.20); diferencia um homem do outro, constituindo a individualidade (Ex 1.5; Rm 13.1); o pecado é cometido pela alma do homem (Sl 14-1-3; 53.1-3; 78.17-19; Pv 4.20-23; Ez 18.1-4); é a alma que será salva para a vida eterna ou que perecerá, sofrendo o dano da segunda morte (Sl 9.17; 49.7-15; Mt 18.8, 9; Lc 12. 4, 5; 16. 19-31; Ap 20.11-15).

C. Espírito: liga nossa alma a Deus nos dando discernimento d’Ele (Sl 51.10-13; Sl 77.2, 3; Pv 23.17); ele dá vida ao corpo e sem ele o homem morre (Pv 17.22; 18.14; Ec 12.7; Ez37.1-10; Jo 6.63; Tg 2.26); é no nosso espírito que o Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16).

Embora haja algumas teorias sobre a origem e o destino da alma e do espírito, bem como suas funcionalidades, a saber, a teoria da dicotomia, que afirma que a alma morre junto com o corpo e a teoria da tricotomia, que afirma ser o homem composto por corpo, alma e espírito, sendo que a alma e o espírito, são imortais e que a alma do homem é o que se pode salvar, pela fé em Jesus Cristo, ou sofrer o dano da segunda morte, pela falta de fé e aceitação do sacrifício vicário de Jesus Cristo.

Logo, torna-se necessário saber que, em meio a tantas teorias existentes sobre o assunto – aqui só mencionamos as duas mais conhecidas – “em todas as coisas temos liberdade, nas coisas essenciais para a salvação, temos que ter unidade, e nas coisas não essenciais, tenhamos sempre caridade!” Que Deus te abençoe e edifique a sua vida por meio deste estudo!

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Page 25: Estudo Sobre a Tricotomia

A tricotomia humana e a funcionalidade de seus componentes avaliados separadamente

6 de outubro de

2011

VII. Bibliografia

1. Bíblia Hebraica.2. Tanáh.3. Biblia de Estudo Alfalite (tradução direta da versão Septuaginta).4. Bíblia de Estudo Genebra.5. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia (editora Vida – Myer Pearlman).6. Dicionário Hebraico-português /Português-hebraico (editora Sêfer).7. Dicionário Hebraico/Aramaico/Português.8. Léxo grego do Novo Testamento.9. Comentário bíblico Moody vl. 1.10. Comentário bíblico Moody vl. 5.11. Enciclopédia Mitológica Greco-romana (editora Abril).12. Dicionário Mitológico Greco-romano (editora Abril).13. Revista “A Seara” (CPAD – edição 224, novembro de 1983).14. Teologia Sistemática (editora Juerp – A. B. Langston).

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