trabalho sobre formação

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Trabalho sobre formação Origem da formação bibliotecária A primeira escola de biblioteconomia (library school) foi estabelecida por Melvin Dewey, criador do sistema decimal Dewey em 1887, (as datas são muito confusas, porque Dewey foi trabalhar como bibliotecário lá em 1883, então todo o período entre 1883 e 1887 é creditado por diferentes fontes como um dos anos em que foi instituída a escola) na Columbia University, chamada Columbia School of Library Economy. A primeira instituição voltada ao ensino de biblioteconomia foi a escola de Columbia. No ano seguinte, 1888, a escola de Columbia se mudou para Albany e se tornou a State Library School (estado de New York). A escola de bibliteconomia mais antiga da Europa é a da Universidad de Barcelona, fundada em 1915, mesmo ano em que foi fundada a escola de Leipzig, e dois anos antes da criação da escola de biblioteconomia na Universidade de Londres (1917). Modelo Europeu A biblioteconomia, segundo a visão francesa, definida no “Dictionnaire encyclopédique de l’information ET de La documentation”, é o conjunto de técnicas de organização e de gestão, ou se preferir, “arte” das bibliotecas. Não é uma ciência nem uma técnica rigorosa, mas uma prática de organização. A biblioteconomia é dividida em três grandes domínios: os documentos, o público e os estabelecimentos. O que caracteriza a biblioteconomia é sua unidade, pois não é possível isolar completamente qualquer um desses elementos.

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Trabalho sobre formação

Origem da formação bibliotecária

A primeira escola de biblioteconomia (library school) foi estabelecida por Melvin Dewey,

criador do sistema decimal Dewey em 1887, (as datas são muito confusas, porque Dewey foi

trabalhar como bibliotecário lá em 1883, então todo o período entre 1883 e 1887 é creditado

por diferentes fontes como um dos anos em que foi instituída a escola) na Columbia

University, chamada Columbia School of Library Economy.

A primeira instituição voltada ao ensino de biblioteconomia foi a escola de Columbia. No

ano seguinte, 1888, a escola de Columbia se mudou para Albany e se tornou a State Library

School (estado de New York).

A escola de bibliteconomia mais antiga da Europa é a da Universidad de Barcelona,

fundada em 1915, mesmo ano em que foi fundada a escola de Leipzig, e dois anos antes da

criação da escola de biblioteconomia na Universidade de Londres (1917).

Modelo Europeu

A biblioteconomia, segundo a visão francesa, definida no “Dictionnaire encyclopédique

de l’information ET de La documentation”, é o conjunto de técnicas de organização e de

gestão, ou se preferir, “arte” das bibliotecas. Não é uma ciência nem uma técnica rigorosa,

mas uma prática de organização. A biblioteconomia é dividida em três grandes domínios: os

documentos, o público e os estabelecimentos. O que caracteriza a biblioteconomia é sua

unidade, pois não é possível isolar completamente qualquer um desses elementos.

• Os documentos: compreende a constituição e o desenvolvimento de coleções, sua

conservação e tratamento intelectual (catalogação e classificação);

• O público: compreende recepção, acesso aos documentos, comunicação,

conhecimento dos usuários especificamente no ponto de vista psicológico e

sociológico (para os franceses sendo a área mais importante)

• Os estabelecimentos: reúne todas as questões ligadas à organização administrativa,

técnica, financeira e humana das bibliotecas.

Cursos na Europa

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No Reino Unido, há cursos de bacharelado de três ou quatro anos em Estudo em

Biblioteca e Informação ou Ciência da Informação. Esses cursos são creditados pelo Chartered

Institute of Library and Information Professionals e pela Society of Archivists

Na França, nos últimos dez anos, tem havido uma reestruturação no processo de

formação de pessoal que vai desde a preparação do chamado Bibliotecário Estagiário, com

um curso de 450 horas, até a formação do Bibliotecário Conservador, com currículo de 18

meses. No conjunto de modos de preparação de profissionais no país, também é formado o

chamado Bibliotecário Adjunto Especializado, em 2 anos, aos quais sendo agregadas mais

1600 horas chega ao Diploma universitário de Tecnologias de Ocupações do Livro, por um

lado; ou, por outro, ao Diploma de Estudos universitários de Ciências e Técnicas, com mais

ou menos 1200 horas de acréscimo.

Essa evolução que se dá na França, tanto nos conteúdos quanto no número de vagas

para a preparação de pessoal, tem sido uma resposta objetiva a este momento do

capitalismo internacional que situa a informação como mercadoria em disputa num

mercado mundial. Sendo a França um dos sócios mais fortes da Comunidade internacional

de negócios identificada como Comunidade Européia, não poderia deixar de adequar-se

internamente a fim de melhor participar desse mercado. E a formação de bibliotecários,

portanto, tem sido afetada tanto pelo viés qualitativo quanto pelo âmbito da quantidade.

Na Espanha, é onde se tem verificado o mais claro e acelerado crescimento da

educação bibliotecária. Um primeiro aspecto ressaltado diz respeito ao número de cursos

existentes e aos títulos universitários fornecidos para a capacitação em Biblioteconomia.

A primeira titulação, equivalente ao Bacharelado brasileiro, chamada Diplomatura,

conta com 13 cursos, até 1998, dos quais 8 surgiram a partir do ano 1990, 4 na década dos

anos 80 e apenas 1 já existia de anos anteriores, tendo sido criado em 1915.

A segunda titulação, obtida com uma segunda formação universitária, alí chamada

de Licenciatura, contava até 1998 com 9 cursos, todos iniciados a partir de 1984.

A terceira titulação se obtém com uma formação em nível de doutorado e contava,

até 1998, com a oferta de 8 programas, todos também de funcionamento recente.

Na Suécia, chama a atenção o fato de que o país está acrescentando a até

recentemente única escola de Biblioteconomia – A Escola Nacional de Biblioteconomia e

Ciência da Informação, instalada na cidade de Boras – departamento de pesquisa em

Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade de Goteborg e novos cursos na

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Universidades de Umeá, Lund e Uppsala. Do mesmo modo, o diploma que dantes era

apenas profissionalizante hoje leva à pós-graduação stricto sensu.

Desse modo, um traço marcante do avanço na formação bibliotecária na Suécia é o

investimento na pesquisa, cujo propósito mais notável é responder adequadamente às

características da Sociedade do Conhecimento. Essa vertente, na análise dos articulistas

mencionados, tem produzido uma evolução geral nas práticas e serviços bibliotecários e

de documentação naquele país.

Modelo Norte Americano

A Biblioteconomia no conceito norte americano: é a profissão devotada a aplicar a

teoria e a tecnologia para a criação, seleção, organização, gerenciamento, preservação,

disseminação e utilização das coleções de  informação em todos os formatos.

Nos Estados Unidos, freqüentemente o termo biblioteconomia é usado como

sinônimo de "Library Science“ - Ciência das Bibliotecas.

Biblioteca + economia (no sentido de organização, gestão, administração)

As mudanças nas Bibliotecas, nos usuários e na comunicação levantam algumas

questões:

o uso privado das técnicas de produção, processamento e difusão da memória

escrita ou audiovisual;

O custo do acesso às fontes de informação e, portanto, reforçando a idéia da

gratuidade e livre acesso, fortalecendo as Bibliotecas;

A prática do uso das ferramentas de acesso, exigindo a qualificação dos usuários e a

re-invenção das técnicas de organização;

A renovação/reinvenção da profissão do bibliotecário, buscando a atualização,

compreensão e adoção das mudanças e alternativas mais produtivas (abandonar a visão

conservadora e SER o profissional da informação e do conhecimento).

Formação nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, um bibliotecário pode ter um mestrado de um ou dois anos

(mais comum) em biblioteca e ciência da informação (library and information science),

biblioteconomia (library science) ou ciência da informação (information science) de uma

universidade autorizada. Estes mestrados são autorizados pela Associação de Bibliotecas

Page 4: Trabalho sobre formação

Americana (American Library Association) e podem ter especializações em campos como

arquivística, gerenciamento de registros, arquitetura da informação, bibliotecas públicas,

bibliotecas médicas, bibliotecas de direito, bibliotecas especializadas, bibliotecas

acadêmicas ou escolares. É comum requerer de bibliotecários escolares uma credencial de

professor, como também uma licenciatura em biblioteconomia.

Formação no Brasil

O primeiro Curso de Biblioteconomia no Brasil foi criado pelo Decreto n. 8.835, de

11/07/1911. Iniciou em abril de 1915 na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, tendo

como diretor Manuel Cícero Peregrino Silva. O programa deste curso pioneiro se inspirava

no modelo francês (École de Chartes), dando ênfase ao aspecto cultural e informativo.

Em 1929, o “Mackenzie College”, hoje Universidade Mackenzie, de São Paulo, criou

um Curso de Biblioteconomia, inspirado no modelo norte-americano, que enfatizava os

aspectos técnicos da profissão.

A Prefeitura Municipal da cidade de São Paulo, em 1936, criou um Curso de

Biblioteconomia, no âmbito do Departamento de Cultura, onde destacamos a participação

do professor Rubens Borba de Moraes. Em 1940, este curso foi incorporado à Escola de

Sociologia e Política de São Paulo, onde funciona até hoje.

Em 1942, surgiu a Escola de Biblioteconomia e Documentação da UFBA, fundada

pela Professora Bernadete Sinay Neves, que não era bibliotecária, mas engenheira civil; em

1945 foi criada a Faculdade de Biblioteconomia da PUCCAMP, por um grupo de

bibliotecários paulistas; em 1947 surge a Escola de Biblioteconomia e Documentação da

UFRS, e em 1950 surgiu o Curso de Biblioteconomia e Documentação da UFPR, pelo

esforço de alguns bibliotecários do Paraná e a Escola de Biblioteconomia da UFMG, cuja

fundadora foi Dona Etelvina Lima. Em 1954 foi realizado o 1º Congresso Brasileiro de

Biblioteconomia e Documentação, na cidade do Recife.

Modelo de Ensino

Coordenadas pela ABEBD e os Estudos de Harmonização curricular entre Brasil,

Argentina, Uruguai e Paraguai, foi organizada uma estrutura curricular dentro de áreas de

ensino:

Page 5: Trabalho sobre formação

Área 01: Fundamentos Teóricos da Biblioteconomia e Ciência da Informação

- Concentra o maior número de disciplinas;

- Abriga disciplinas instrumentais, além de disciplinas ligadas a Humanas e Ciências

Sociais, e os Princípios da Biblioteconomia e Ciência da Informação

- Tem o propósito de oferecer ao aluno um entendimento melhor do mundo e como

interferir nele de maneira positiva, além de dar capacidade de identificação de

situações problemas e busca de soluções por meio de estudo e pesquisa.

Área 02: Processamento da Informação

- Esta área inclui organização processamento e tratamento da informação;

- Também encontramos a representação descritiva e temática, análise

documentária, linguagens alfabéticas de indexação e normalização de documentos;

- Encontra se no terceiro lugar no número de disciplinas oferecidas, uma colocação

abaixo de anteriormente, quando se valorizava muito mais as áreas tecnicistas em

relação às humanas.

Área 03: Recursos de Serviços de Informação

- Encontram–se conteúdos referentes a fontes de informação, serviços de

informação e referência e educação do usuário;

- Oferece subsídio para que o bibliotecário possa fornecer a informação certa, a

partir da fonte certa, para o cliente certo, no tempo certo e na forma adequada

para o uso a que se destina e a um custo que seja justificado pelo uso que será

feito;

- E apesar de ser diretamente voltada para o usuário e ações voltadas a ele, não está

contemplada em todas as grades curriculares dos cursos de biblioteconomia.

Page 6: Trabalho sobre formação

Área 04: Gestão da Informação

- Contém um grande número de disciplinas, demonstrando forte tendência de se

formar gestores de informação com grande embasamento técnico e também uma

mudança no cenário que anteriormente privilegiava a organização da biblioteca ao

invés de sua gestão;

- Planejamento Estratégico, Marketing, Gestão de Capital Humano, Estudos de

Comunidade e Usuários, Políticas de Informação e Empreendedorismo, são apenas

algumas das muitas disciplinas oferecidas;

- A gestão de bibliotecas tem se tornado cada vez mais complexa, de um lado o

aumento de acervo e da população a ser atendida, e do outro, a própria automação

dos processos técnicos e administrativos, o que obriga a constante atualização do

profissional atuante nesta área;

Área 05: Tecnologia da Informação

- A tecnologia da informação é uma constante na vida acadêmica e profissional do

bibliotecário, ela está presente em todas as áreas anteriormente citadas;

- Introdução a Informática, Planejamento e Elaboração de Base de Dados e Redes de

Informação são algumas de suas disciplinas;

- As estratégias de busca on line requerem qualificação por parte dos usuários e dos

bibliotecários devido a sua complexidade e a automação dos acervos modificou

completamente o processamento da informação entre outras tantas mudanças

trazidas pela tecnologia exigiu do bibliotecário conhecimento mais aprofundado na

área.

Área 06: Pesquisa

Page 7: Trabalho sobre formação

- A pesquisa é outra constante no cotidiano do bibliotecário, tanto para

fornecimento de informação segura e adequada ao usuário quanto para seu

progresso profissional e acadêmico;

Na grade curricular ela se encontra em todas as disciplinas da grade, uma vez que

todo estudo e todos os trabalhos acadêmicos exigem pesquisas cada vez mais específicas,

conforme a evolução do curso.

Análise da grade curricular da FESP

Ao analisar o gráfico podemos notar uma maior preocupação com a formação do

profissional, não em ser apenas técnico, mas com um maior embasamento cultural, por

isso a grande quantidade de disciplinas na área 1. As áreas 2 e 5 são complementares e

hoje em dia já são expostas como uma só área, lembrando que a fonte do texto anterior é

de 1998, e representam a parte técnica da biblioteconomia. A área 3 representa o

crescimento nessa área, mas ainda conta com o menor número de disciplinas.

Divisão de cursos por região

Podemos ver que na maioria dos estados só a curso de biblioteconomia porque

todas as universidades federais têm o curso. A região sudeste tem quase metade dos

cursos no Brasil, sendo que dos 19, 10 estão em São Paulo.