trabalho receitas públicas

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Conceito de receitas públicas Como já visto no curso de Direito Financeiro e Fiscal, o atendimento às necesssidades públicas constitui o objetivo final da atividade financeira do Estado. Tal atividade é composta por três pilares básicos: arrecadação, aplicação do que foi arrecadado (gastos) e o orçamento, que por sua vez deve nortear e regular a arrecadação e os gastos. O orçamento deve contemplar uma escolha de prioridades, visando a atender as necessidades públicas. De acordo com a Constituição Federal, o planejamento segundo o qual tais necessidades são elencadas deve ser definido através da lei orçamentária anual. Entretanto, é sabido que as necessidades públicas, cuja razão de ser reside na promoção do bem da maioria dos cidadãos (bem comum), são ilimitadas, principalmente em se tratanto de um país que passa por um momento de transição e desenvolvimento econômico, como o Brasil. Deriva daí, portanto, a especial importância no estabelecimento das prioridades a serem atendidas pela atividade finenceira, uma vez que a receita pública é limitada. Segundo a doutrina, o conceito de receita pública pode ser sintetizado como “todo ingresso de dinheiro nos cofres de uma pessoa de direito público” 1 . Outras definições do termo receita pública ajudam a compreender a relação entre a arrecadação e as despesas do Estado visando a 1 Bastos, Celso Ribeiro, Curso de Direito Financeiro e Direito Tributário, São Paulo, Saraiva, 2001, p. 38.

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Page 1: Trabalho receitas públicas

Conceito de receitas públicas

Como já visto no curso de Direito Financeiro e Fiscal, o atendimento às

necesssidades públicas constitui o objetivo final da atividade financeira do Estado.

Tal atividade é composta por três pilares básicos: arrecadação, aplicação do que

foi arrecadado (gastos) e o orçamento, que por sua vez deve nortear e regular a

arrecadação e os gastos. O orçamento deve contemplar uma escolha de

prioridades, visando a atender as necessidades públicas.

De acordo com a Constituição Federal, o planejamento segundo o qual tais

necessidades são elencadas deve ser definido através da lei orçamentária anual.

Entretanto, é sabido que as necessidades públicas, cuja razão de ser reside

na promoção do bem da maioria dos cidadãos (bem comum), são ilimitadas,

principalmente em se tratanto de um país que passa por um momento de

transição e desenvolvimento econômico, como o Brasil. Deriva daí, portanto, a

especial importância no estabelecimento das prioridades a serem atendidas pela

atividade finenceira, uma vez que a receita pública é limitada.

Segundo a doutrina, o conceito de receita pública pode ser sintetizado como

“todo ingresso de dinheiro nos cofres de uma pessoa de direito público”1.

Outras definições do termo receita pública ajudam a compreender a relação

entre a arrecadação e as despesas do Estado visando a atender as necessidades

públicas, como ensina Antonio de Sousa Franco:

“As receitas públicas podem ser assim genericamente definidas como

qualquer recurso obtido durante um dado período financeiro, mediante o qual o

sujeito público pode satisfazer as despesas públicas que estão a seu cargo”2

Importante frisar que as receitas públicas são assim categorizadas em

virtude do ente que as recebe, e não da natureza da qual tal receita é oriunda.

Dessa forma, são receitas públicas aquelas recebidas por uma pessoa de direito

1 Bastos, Celso Ribeiro, Curso de Direito Financeiro e Direito Tributário, São Paulo, Saraiva, 2001, p. 38.2 Finanças Públicas, cit. P.272.

Page 2: Trabalho receitas públicas

público, e são privadas as receitas percebidas por pessoa jurídica de direito

privado.

Classificação das receitas públicas

Como resultado da influência da doutrina alemã no ordenamento jurídico

brasileiro, podemos classificar, num primeiro momento, as receitas públicas como

originárias ou derivadas.

Receitas originárias

As receitas originárias são obtidadas através da exploração do patrimônio

do Estado, sem a imposição do poder coercitivo estatal, uma vez que a fonte

desta receita está no caráter volitivo das partes que desejam contratar com o

Estado, sob a égide das normas do direito privado. Ou seja, a receita originária

surge por meio de atos de vontade em contratos pelos quais são transferidos

recursos aos cofres publicos.

Como exemplos deste tipo receita podemos citar a a venda e o aluguel de

imóveis públicos e a lucratividade de empresas públicas.

Calha mencionar que obtenção de receitas públicas originárias sempre irá

respeitar a autonomia de vontade das partes contratantes, com efeitos EX

VOLUNTATE.

Na bibliografia consultada, as receitas originárias são chamadas de

“receitas patrimoniais”, e se subdividem em receitas advindas de patrimônio

mobiliário, imobiliário e empresarial.

((resumir cada um dos 3 aqui??))

Receitas derivadas

Page 3: Trabalho receitas públicas

Receitas públicas derivadas são aquelas cuja fonte de arrecadação é o

poder de império do Estado, vale dizer, poder de impor ônus econômico aos

administrados. A principal fonte das receitas é o tributo.

Trata-se de uma relação EX LEGE, ou seja, ao contrário do que ocorre com

as receitas originárias, que dependem da manifestação de vontate das partes

contratantes, a obtenção de receitas derivadas surge através da lei, o que

concede ao Estado a possibilidade do uso de seu poder coercitivo perante os

sujeitos de direito privado.

Na obra de Celso Ribeiro Bastos, as receitas públicas derivadas recebem a

nomenclatura de receitas tributárias, e a definição de Sousa Franco é bastante

clara ao conceituá-las como “receitas que o Estado obtém mediante recurso ao

seu poder de autoridade, impondo aos particulares um sacrifício patrimonial que

não tem por finalidade puni-los nem resulta de qualquer contrato com eles

estabelecido, mas tem como fundamento assegurar a co-participação dos

cidadãos na cobertura dos encargos públicos ou prosseguir outros fins públicos.”3

Ainda de acordo com a doutrina, as receitas públicas derivadas se

opercaionalizam através do tributo, instituto que tem no imposto e nas taxas suas

modalidades fundamentais, e cujos elementos caracterizadores são a coatividade

e o objetivo no custeio dos encargos públicos.

Ademais, recebem destaque algumas outras modalidades de tributos que,

por possuírem peculiaridades específicas, assumem um papel jurídico autônomo,

como as contribuições especiais e as taxas.

Na bibliografia ainda encontramos uma terceira forma de receita pública,

denomindada receita creditícia. Tal categoria de receita é resultante da

participação do Estado no mercado financeiro, estabelecendo operações

econômicas com particulares. Compreendem os créditos e empréstimos públicos,

além da dívida pública.

Na legislação que dispões sobre ((CABEÇALHO DA 4320)) (Lei 4.320/64),

embora não se verifique uma distinção formal entre receitas originárias e

3 Finanças Públicas, cit. P.273.

Page 4: Trabalho receitas públicas

derivadas, o tributo é tratado como receita pública derivada, conforme disposto

em seu artigo 9º:

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades

Por fim... a lei 4320 classifica as receitas em correntes e capitais..

Só embromar do caderno e babau.

Correntes e de Capital

Aqui o criterio não é a fonte da obrigação, como acima, e sim fontes economicas.

Receitas Correntes: sinônimos: recitas ordinárias, receitas tributárias. MAS nem toda receita corrente é DERIVADA. Ex PMNH aluga um prédio publico, ele recebe mensalmente uma receita ORDINÁRIA patrimonial. Não misturar DERIVADA com esse conceito de receita corrente, eles se misturam mas não são sempre iguais. Ora, o aluguel do prédio da prefeitura é VOLITIVO, não é imperioso, ou seja, receita originária.

Receita de capital: operações de crédito, alienação de bens, transferencias de capital, etc