trabalho introdução a engenharia civil

78
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE LAVRAS SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO EM UMA INDÚSTRIA DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS: ESTUDO DE CASO ALEXANDRE ISRAEL MÁRCIO CIRÍACO LOPES DE GUADALUPE THALYS

Upload: alexandre-prudencio

Post on 18-Dec-2015

17 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

trabalho

TRANSCRIPT

57

CENTRO UNIVERSITRIO DE LAVRAS

SEGURANA CONTRA INCNDIO E PNICO EM UMA INDSTRIA DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS: ESTUDO DE CASO

ALEXANDRE

ISRAEL

MRCIO CIRACO LOPES DE GUADALUPETHALYS

LAVRAS MG2015

LISTA DE FIGURAS

Figura 1Tringulo do Fogo..............................................................................15

Figura 2Tetraedro do Fogo.............................................................................15

Figura 3Incndio classe A...............................................................................18

Figura 4Incndio classe B...............................................................................18

Figura 5Incndio classe C..............................................................................19

Figura 6Incndio classe D..............................................................................19

Figura 7Incndio Edifcio Andraus..................................................................21

Figura 8Incndio Edifcio Joelma....................................................................21

Figura 9Incndio Grande Avenida..................................................................22

Figura 10Extintor de gua pressurizada...........................................................25

Figura 11Extintor de CO2..................................................................................26

Figura 12Extintor de PQS.................................................................................26

Figura 13Utilizao de p especial em magnsio............................................27

Figura 14Treinamento prtico de Brigada de Incndio.....................................31

Figura 15Luminria de emergncia..................................................................33

Figura 16Central de alarme convencional........................................................35

Figura 17Detectores automticos.....................................................................36

Figura 18Acionador manual..............................................................................36

Figura 19Hidrante duplo...................................................................................38

Figura 20Modelo de guarda corpo e corrimo..................................................46

Figura 21Organograma da brigada...................................................................50

Figura 22Hidrantes internos..............................................................................52

Figura 23Hidrantes externos.............................................................................52

LISTA DE TABELAS

Tabela 1Resumo de extintores......................................................................28

Tabela 2Medidas de segurana....................................................................43

Tabela 3Dados para dimensionamento de sadas........................................44

Tabela 4Percentual de clculo para brigada de incndio..............................47

LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

AVCB - Auto de vistoria do corpo de bombeiros de Minas GeraisCBMMG- Corpo de Bombeiros Militarde Minas GeraisPSCI-Projeto de Segurana contra incndio MJ/m - Megajoule por metro quadradoIT - Instruo Tcnica

RESUMO

A Preveno e combate a incndio de extrema importncia nas edificaes, uma vez ajuda a evitar danos materiais e perdas humanas, atravs de medidas de segurana adotadas de acordo com as normas pertinentes. Este trabalho teve por objetivo a implantao de um projeto tcnico de preveno e combate incndio em uma indstria do setor automotivo situada na cidade de Lavras-MG. Realizou-se uma verificao da indstria conforme as normas vigentes de proteo e combate incndio, no qual, aps esta anlise foi realizado um projeto de combate a incndio para esta unidade. Numa comparao dos sistemas de proteo j instalados, com o descrito no projeto, constatou-se que o sistema existenteera insuficiente para proteo da edificao. Dessa forma, foram realizadas as adequaes necessrias de acordo com as normas do corpo de bombeiros.

Palavras chave:Emergncia, Incndio, Combate

SUMRIO

1INTRODUO.........................................................................................12

2REVISO DE LITERATURA....................................................................14

2.1Fogo e incndio........................................................................................14

2.2Classificao e controle de incndio........................................................17

2.3Principais incndios no Brasil..................................................................20

2.4Medidas de segurana contra incndio e pnico.....................................23

2.5Extintor de Incndio.................................................................................24

2.5.1Introduo................................................................................................24

2.5.2Eficincia dos extintores..........................................................................24

2.5.3Tipologia dos extintores...........................................................................25

2.5.4Treinamento.............................................................................................28

2.5.5Seleo....................................................................................................28

2.6Brigada de incndio.................................................................................29

2.6.1Composio da brigada...........................................................................29

2.6.2Organizao da brigada...........................................................................30

2.6.3Organograma da brigada de incndio......................................................30

2.6.4Curso para brigada de emergncia..........................................................31

2.7Iluminao de emergncia.......................................................................32

2.7.1Projeto de iluminao de emergncia......................................................33

2.8Sadas de emergncia.............................................................................34

2.9Deteco e alarme de incndio................................................................35

2.9.1Central de deteco e alarme de incndio...............................................35

2.9.2Detector automtico pontual....................................................................35

2.9.3Acionadores manuais...............................................................................36

2.9.4Indicadores sonoros.................................................................................36

2.9.5Procedimentos.........................................................................................37

2.10Sistemas de hidrantes..............................................................................37

2.11Sinalizao de emergncia......................................................................38

2.12Carga de incndio especfica...................................................................39

2.13Processo de segurana contra incndio e pnico PSCIP.....................40

2.14Auto de vistoria do corpo de bombeiros AVCB.....................................40

2.15Compartimentao horizontal..................................................................40

2.16Parede corta fogo.....................................................................................40

2.17Porta corta fogo........................................................................................41

3MATERIAIS E MTODOS.......................................................................42

3.1Medidas de segurana a serem adotadas...............................................42

3.1.1Sadas de emergncia.............................................................................43

3.1.2Brigada de incndio.................................................................................46

3.1.3Iluminao de emergncia.......................................................................47

3.1.4Sinalizao de emergncia......................................................................48

3.1.5Extintores.................................................................................................48

3.1.6Sistemas de hidrantes..............................................................................48

3.1.7Alarme de incndio..................................................................................49

4RESULTADOS E DISCUSSO...............................................................50

4.1Sada de emergncia...............................................................................50

4.2Brigada de incndio.................................................................................50

4.3Iluminao de emergncia.......................................................................51

4.4Sinalizao de emergncia......................................................................51

4.5Extintores.................................................................................................51

4.6Sistema de hidrantes...............................................................................51

4.7Alarme de incndio..................................................................................53

5CONCLUSO..........................................................................................54

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.........................................................55

1 INTRODUO

A proteo combate a incndio um tema com muitas variveis, dentre elas o fator fsico e humano. O fator fsico contempla a disposio dos equipamentos de combate a incndio nas edificaes, j o fator humano engloba a correta operao destes equipamentos, atravs de treinamentos, bem como o agir com calma e racionalidade no incio do sinistro extinguindo-o e ou solicitando ajuda ao rgo competente.O homem sempre quis dominar o fogo. Durante vrios anos, ao bater uma pedra contra a outra, gerava uma fasca que, junto a gravetos, iniciava uma fogueira. Ele controlava a ignio, mas no controlava o fogo, que vinha de relmpagos e vulces. O domnio do fogo garantiu um grande avano no conhecimento: coco dos alimentos, fabricao de vasos e potes de cermica ou objetos, forja do ao e fogos de artifcio. Por outro lado, sempre houve perda de vidas e de propriedades devido a incndios (DEL CARLO, 2008).Segundo Del Carlo (2008) aps a segunda guerra mundial o fogo comeou a ser encarado como cincia complexa, pois envolvia conhecimento de fsica, qumica, comportamento humano, toxicologia, engenharia, contribuindo para que diversos estudos fossem realizados para seu melhor aproveitamento e controle. Atravs da necessidade de uso e controle do fogo, o homem foi se aperfeioando durante os anosatravs de metodologias que envolvem equipamentos e qualificao depessoas. Com este desenvolvimento os ambientes que adotam tais metodologias tornam-se cada vez mais seguros e preparados para combate a sinistros.A presena de materiais combustveisnos ambientes, aliado a alguns fatores que podem contribuir para um inicio de incndio, poder ocasionar perdas humanas e materiais por falta de aplicao de metodologia prevencionista.A segurana do trabalho deve estar presente em todos os setores que possa vir a oferecer riscos de acidentes e danos sade do trabalhador. fundamental a preveno dos riscos relacionada sade das pessoas que trabalham em determinados ambientes. Para isso, de suma importncia a vivncia do colaborador em seu ambiente de trabalho de forma segura.A importncia do sistema de combate a incndio em um estabelecimento,competeao grau de risco e ocupao, pois na maioria das vezes, as pessoas s se do conta do evento quando o fogo propagou-se e muita das vezes no hequipamentos suficientes ou apropriados para combat-lo, dificultando ainda mais o trabalho do bombeiro e de sua equipe. Para cada tipo de incndio, existe um agente extintor correto. Mesmo aps um principio de incndio, a escolha deste agente fundamental para garantir a segurana da edificao e de seus usurios. O objetivo deste trabalho foi a anlise de um projeto tcnico de preveno e combate a incndio, estabelecendo as adequaes s normas vigentes do sistema de segurana de combate a incndio na empresa estudada.

2REVISO DE LITERATURA

2.1Fogo e incndio

O homem sempre esteve em contato com o fogo, diante de acontecimentosno controlados, em que o fogo era iniciado por erupes de vulces e descargas eltricas (REZENDE,2013).De acordo com Silva (2011) no inicio da formao da terra j havia a existncia do fogo, pois antes de passar por um processo de resfriamento, o planeta Terra era uma massa incandescente. Com o passar dos anos o homem conseguiu dominar o fogo, e conseguiu utiliza-lo de vrias formas. Na preparao de alimentos, na indstria,comrcio,metalrgicas,nas locomotivas a vapor, entre outros.Segundo Monteiro (2010) no inicioda civilizao, o homem descobriu comodominar o fogo dando um passo decisivo rumo tecnologia. Desde ento o homem passou a necessitar dele em suas principais atividades a ponto de depender de seu uso para sua prpria sobrevivncia. O fogo dominado tornou-se umas dasferramentas mais importantes de que dispe o homem. Entretanto, devido s caractersticas desse fenmeno, seu carter destruidor, sua capacidade de oxidar violentamente vrias substncias naturais e sua imprevisibilidade torna-se uma fonte em potencial para se voltar contra o homem. Sabe-se que o fogo capaz de causar perdas irreparveisquando fora de controle, chegando a destruir vidas (MONTEIRO, 2010).Segundo Seito(2008) apesar dos avanos nos estudos sobre o fogo, no existe ainda um consenso geral para defini-lo. Fato este verificado pelas diversas definies usadas nas normas de vrios pases. Segundo o autor no Brasil, a NBR 13860 (ABNT, 1997) define fogo como o processo de combusto caracterizado pela emisso de calor e luz. J a definio americana considera o fogo como oxidao rpida acompanhada de evoluo variada da intensidade de calor e luz. Na Inglaterra, fogo o processo de combusto caracterizado pela emisso de calor acompanhado de fumaa, chama ou ambos.

Seito (2008) afirma que inicialmente foi criada a teoria conhecida como Tringulo do Fogo que explicava os mtodos de extino do fogo atravs da retirada do combustvel do comburente ou do calor. O modelo criado para explicar essa teoria consta de uma figura geomtrica plana de um tringulo (Figura 1) onde os trs elementos representados nos vrtices deste, combustvel, comburente e calor devem coexistir ligados para que o fogo se mantenha.

Figura 1 - Tringulo do Fogo.Fonte: Seito (2008).

Porm, acredita-se que quatro componentes devem coexistir para que o fogo iniciado se mantenha, esta teoria conhecidaatualmente como Tetraedro do fogo (Figura 2). A interpretao desta figura geomtrica espacial : cada uma das quatros faces representa um elemento do fogo combustvel,comburente,calor e reao em cadeia e devem coexistir ligados para que o fogo se mantenha (SEITO,2008).

Figura 2 - Tetraedro do Fogo.Fonte: Seito (2008).

Segundo Seito (2008) incndio todo o fogo que se dissemina no tempo e espao, e esta fora de controle, no sendo medido pelo seu tamanho. Do incndio resulta trs produtos: calor, fumaa e chama.Existem alguns fatores que influenciam o incndio, no qual, podemos citar: a forma geomtrica do local; a superfcie dos combustveis envolvidos; quantidade do material combustvel; local inicial do acidente;condies do clima; aberturas de ventilao; projeto arquitetnico do edifcio; medidas de preveno e proteo contra incndios.Piolli (2003) afirma que o fogo, pode ser definido como um fenmeno fsico-qumico no qual se tem lugar uma reao de oxidao com emisso de calor e luz. Devem coexistir quatro componentes para que ocorra o fenmeno do fogo:

1. Combustvel; 2. Comburente; 3. Calor; 4. Reao em Cadeia.

O Combustvel todo material que possui a propriedade de queimar, de entrar em combusto; com maior ou menor facilidade.OComburente considerado como o elemento que se combina com os vapores inflamveis dos combustveis, possibilitando a expanso do fogo. Normalmente o oxignio se combina com o material combustvel, dando incio combusto (PIOLLI, 2003). OCalor uma forma de energia que provoca a liberao de vapores dos materiais. O calor exerce influncia fundamental tanto para o incio como para a manuteno da queima. ACombusto (Reao em cadeia) toda a reao qumica que h entre uma substncia qualquer (combustvel) e o oxignio do ar (comburente) na presena de uma fonte de calor(PIOLLI, 2003).Para Piolli (2003) so de mxima importncia para a preveno de incndio, principalmente no que se relaciona aos combustveis, o conhecimento dos seguintes dados:

1. Ponto de Fulgor; 2. Ponto de Combusto; 3. Ponto de Ignio.

O Ponto de Fulgor a temperatura mnima na qual os corpos combustveis comeam a desprender vapores, que se incendeiam em contato com uma fonte externa de calor; entretanto, a chama no se mantm devido insuficincia da quantidade de vapores desprendidos. O Ponto de Combusto a temperatura mnima na qual os vapores desprendidos dos corpos combustveis, ao entrar em contato com uma fonte externa de calor, entram em combusto e continuam a queimar. O Ponto de Ignio a temperatura mnima na qual os vapores desprendidos dos combustveis entram em combusto, apenas pelo contato com o oxignio do ar, independente de qualquer outra fonte de calor.

2.2 Classificao e controle de incndio

A classificao de incndio proposta atualmente baseia-se na densidade da carga de incndio, natureza da carga de incndio, ventilao ambiente medidas ativas atenuantes, fatoresexternos, geometria da edificao e sua influencia na propagao de um incndio (REZENDE, 2013) De acordo com o Decreto n 46.595 (MINAS GERAIS, 2014) a classificao baseada na carga de incndio se resume em:

1. Risco baixo: carga de incndio at 300 MJ/m; pequena carga e desenvolvimento com baixa liberao de calor.2. Risco mdio: carga de incndio de 300 a 1200 MJ/m; mdia carga e moderada emisso de calor.3. Risco grande: carga de incndio acima de 1200 MJ/m; grande carga e elevada liberao de calor.

Segundo a Instruo Tcnica 16 (IT16) do Corpo de Bombeiros de (MINAS GERAIS, 2010),as quatro classes de incndio em funo da natureza so as seguintes:

1. Classe A Incndios em matrias slidos como madeira,papel,fibras,tecidos,etc.; queimam em superfcie e em profundidade deixando resduos (Figura 3).

Figura 3 Incndio classe A.Fonte: Seito(2008).

2. Classe B Incndios em lquidos inflamveis como leo, gasolina,querosene, queimam somente em superfcie no deixando resduos (Figura 4).

Figura 4 Incndio classe B.Fonte: Os Pesquisadores (2014).

3. Classe C Incndios em equipamentos eltricos energizados como quadros eltricos, mquinas de fora, transformadores, motores (Figura 5). Ao desligar o circuito eltrico, o fogo na parte sem energia passa a ser classe A.

Figura 5 Incndio classe C.Fonte: Os Pesquisadores (2014).

4. Classe D Incndios em materiais pirofricos como alumnio em p, zinco, magnsio, potssio, titnio, sdio (Figura 6).

Figura 6 Incndio classe D.Fonte: Seito (2008).

De acordo com Piolli (2003) toda reao de combusto continua at que se aplique um dos seguintes mtodos de extino:1. Resfriamento: um dos mtodos mais eficientes de incndio, o mtodo consiste em baixar a temperatura do combustvel at atingir um ponto que no existem mais condies de desprendimento de gases ou vapores quentes. A gua usada no combate a incndio, um dos mais eficientes agentes de resfriamento.2. Abafamento: o abafamento consiste em abaixar os nveis de oxigenao da combusto. O oxignio encontrado na atmosfera na proporo de 21%, quando reduzida a 15%, o fogo cessa.3. Isolamento: a retirada do material que poderia ser atingido pelo fogo, evitando que o mesmo propague para outros locais.

2.3Principais Incndios no Brasil

De acordo com Assis (2001),Ono (2007) eRezende (2013), ocorreram vrios incndios no Brasil, com muitas vtimas e grandes danos materiais.

1. Incndio no Grancircus NorteAmericanoNiteri (RJ): ocorreuem 1961, registrandomaior incndio em perdas de vidas no Brasil, sendo contabilizados 503 mortos queimados e pisoteados; incndio se iniciou na lona da cobertura, que caiu em chamas sobre o pblico, na maioria crianas; a ausncia de requisitos mnimos para a fuga, dimensionamento e posicionamento de sadas inadequadas, inexistncia de pessoas treinadas para conter o pnico e orientao foram apontados como potencializadores da tragdia.2. Incndio no edifcio Andraus (Figura 7) no ano de 1972 na cidade de So Paulo (SP): oedifcio possua 31 andares, que foram tomados pelo incndio pelo fato de ter ocorrido uma sobrecarga no sistema eltrico; falhas como ausncia de chuveiros automticos, sinalizao de sadas de emergncia, iluminao de emergncia, alarme manual, deteco automtica, uso de forros e acabamentos combustveis contriburam para a morte de 16 pessoas carbonizadas que se atiraram; 300 pessoas foram resgatadas por helicptero na cobertura.

Figura 7 Incndio EdifcioAndraus.Fonte:Negrisolo (2008).

3. Incndio no Edifcio da Caixa Econmica Federal em 1974 no Rio de Janeiro: no houve vtimas fatais, mas dos 31 andares do edifcio, 19 ocupados foram totalmente destrudos.4. Incndio no Edifcio Joelma em 1974 em So Paulo (Figura 8): o edifcio tinha 25 andares que resultou na morte de 180 pessoas, fogo teve inicio por problemas no sistema de ar condicionado; havia apenas uma escada de emergncia central; as sadas de emergncias no eram sinalizadas e a edificao no possua alarme manual/automtico.

Figura 8 Incndio Edifcio Joelma.Fonte: Gill (2008).

5. Incndio no edifcio Grande Avenida (Figura 9) em 1981 na cidade de So Paulo/SP: morreram 17 pessoas em uma edificao de 23 andares, uma sobrecarga de energia em um sistema de rede eltrica iniciou o sinistro; haviam portas corta-fogo em todos os andares, exceto na sobreloja onde iniciou o incndio; a falta de gua para os hidrantes e a tampa de caixa de hidrantes emperrada contriburam para a tragdia.

Figura 9 Incndio Grande Avenida.Fonte: Gil(2008).

6. Incndio no Edifcio Andorinha em 1986 no Rio de Janeiro (RJ): morreram 21 pessoas no edifcio de 12 andares; a provvel causa do incndio foi uma sobrecarga na tomada por ligao de vrios equipamentos eltricos; ausncia de rota de fuga e escadas adequadas dificultaram o deslocamento e o abandono da edificao; no haviam chuveiros automticos e portas corta fogo; faltou gua nos hidrantes para o combate a incndio.7. Incndio na Boate Kiss em 2013 na cidade de Santa Maria/RS: morreram 245 pessoas durante uma apresentao de uma banda que utilizava artefatos pirotcnicos no palco. As chamas atingiram a espuma de revestimento acstico do teto. Alm da fcil propagao do fogo, ocorreu tambm a liberao de gases txicos. As irregularidades apontadas aps inqurito policial foram as seguintes: Havia superlotao no local, no haviam placas de sinalizao e luzes de sadas de emergncia, extintores do palco no funcionavam, falta de orientao aos seguranas da boate e no havia mais de uma sada de emergncia.

2.4Medidas de segurana contra incndio e pnico

De acordo com Gil (2008) e Rezende (2013) existem diferentes classificaes para as medidas de segurana contra incndio, os autores apresentam uma classificao, que divide essas medidas em cinco categorias:

1. Medidas de Preveno;2. Medidas de Proteo;3. Medidas de combate;4. Meios de escape;5. Medidas de Gerenciamento.

As medidas de preveno trabalham de forma a evitar que o incndio venha ocorrer, controlando os materiais combustveis, fazendo o correto dimensionamento de circuitos eltricos, treinamento das pessoas para praticarem o comportamento seguro.As medidas de proteo tem o objetivo de dificultar a propagao do incndio e manter a edificao estvel, geralmente so divididas em protees ativas e passivas, conforme suas aes em situaes de incndio. Diques de conteno, afastamento, proteo estrutural, controle de matrias de acabamento so exemplos de proteo passiva. Para o sistema de exausto e sistema de chuveiros automticos (sprinkler) so exemplos de proteo ativa.As medidas de combate abrangem todos os processos que soutilizados para eliminar o incndio, como extintores de incndio, hidrantes, reservatrio de gua eplano de emergncia.Os meios de escape so todas as medidas que auxiliam na fuga de uma edificao como portas (corta fogo), escadas seguras, paredes, entre outros, porm estas medidas dependem do auxlio de outras medidas como alarme de incndio, sistema de deteco de incndio, equipe de brigadistas treinados para a colaborao do abandono da edificao e um plano de emergncia bem elaborado.As medidas de gerenciamento abrangem todas as medidas administrativas, como treinamento e reciclagem da brigada de emergncia da edificao, inspees rotineiras de todos os equipamentos de combate, manuteno dos equipamentos de combate e revises nos planos de emergncia da edificao.

2.5Extintor de Incndio2.5.1 Introduo

De acordo com Pereira, Almiron e Del Carlo (2008), os extintores portteis fazem parte do sistema bsico de segurana contra incndio e devem ter como caractersticas principais: portabilidade, facilidade de uso, manejo e operao, e tem como objetivo o combate de princpio de incndio. A manuteno desses equipamentos juntamente com o treinamento de pessoas para seu uso de fundamental importncia para seu objetivo. Os princpios de incndio tm caractersticasdiferentes em funo de sua origem eltrica ou no, e materiais combustveis envolvidos, o que exige o uso de agentes extintores apropriados para cada caso. Em funo disso h uma classificao para os extintores. Quanto ao transporte os extintores podem ser portteis, no portteissobre-roda ou no-portteis estacionrios.

2.5.2 Eficincia dos extintores

A eficincia dos extintores funo de vrios fatores tais como: agente extintor, pois existem agentes adequados e com maior ou menor eficincia no combate a determinado princpio de incndio ou classe de fogo; alcance do jato do extintor que funo da presso interna e do orifcio de sada, que so caractersticas de cada extintor; durao de descarga ou tempo efetivo de descarga que funo da quantidade de agente extintor contido no extintor e da vazo do agente extintor; forma de descarga que pode ser jato concentrado ou jato em forma de nvoa; e operacionalidade j que o extintor deve ser de fcil manuseio e adequado ao tipo de material combustvel e energia desenvolvida pelo principio de incndio ( PEREIRA; ALMIRON; DEL CARLO, 2008).2.5.3 Tipologia dos extintores

Segundo Roque (2007) os extintores de incndio so equipamentos que devem ser utilizados para combater apenas princpios de incndio. Os extintores mais utilizados so: Agua pressurizada (AP), Gs Carbnico (CO2), e P Qumico seco (PQS), mas existem outros tipos, (Tabela 1).Os extintores de gua pressurizada (AP), apresentado na Figura 10, soutilizados para incndios de classe A e extinguem o fogo por resfriamento. Este extintor no deve ser utilizado para incndios de outras classes.

Figura 10 -Extintor de gua pressurizada.Fonte: Roque (2007).

Os extintores de CO2(Figura 11), so utilizados para classes de B e C, tambm pode ser utilizado na classe A, mas no so muito eficientes. Apagam o fogo por abafamento e resfriamento.

Figura 11 Extintor de CO2.Fonte: Roque (2007).

Os extintores de PQS (Figura 12), so utilizados para incndios de classe B e C, extinguindo o fogo por abafamento, podem ser utilizados tambm para classe A, porm no muito eficientes.

Figura 12 -Extintor de PQS.Fonte: Roque (2007).

No foi especificado nenhum extintor para classe D. Pelo fato de para combater incndio desta classe necessrio um agente extintor especial que se funda em contato com o metal combustvel, formando uma espcie de capa que o isola do ar atmosfrico, interrompendo a combusto pelo princpio de abafamento. Estes agentes so compostos dos seguintes materiais: cloreto de sdio, cloreto de brio, grafite seco.

Figura 13 - Utilizao de p especial em magnsio.Fonte: Seito (2008).

De acordo com a NBR 15808 (ABNT, 2013), os extintores de p ABC utilizam monosfosfato de amnia siliconizado como agente extintor. O agente p ABC isola quimicamente os materiais combustveis de classe A derretendo e aderindo a superfcie do material em combusto. Atua abafando e interrompendo a reao em cadeia de incndios da classe B. No condutor de eletricidade. Devido a sua fcil operao e uso universal, os extintores ABC so indicados para proteo residencial e comercial, com aplicaes para indstria, estes extintores podem ser utilizados para extinguir fogo das classes A,B e C. A Tabela 1 apresenta o resumo de extintores.

Tabela1 -Resumo de extintores.

Fonte: Pereira, Almiron e Del Carlo (2008).

2.5.4Treinamento

De acordo com Pereira, Almiron e Del Carlo (2008) o treinamento fundamental e deve preparar o operador para:

Identificao dos vrios tipos de extintores; Familiaridade com os tipos de extintores; Operao para cada tipo de extintor quanto sequncia para o uso; Ter noo da distncia segura para atacar o princpio de incndio; Perder o receio de operar o extintor

O quadro de instrues de operao do extintor necessrio, mas no suficiente para capacitar o operador, sendo absolutamente fundamental o treinamento prtico exercido, periodicamente em campos de treinamento devidamente homologados pelo rgo ambiental estadual e ministrados por profissional reconhecido por rgo competente.

2.5.5Seleo

O sucesso no combate ao incndio no seu estgio incipiente depende da seleo correta do tipo de extintor. A utilizao de extintores imprprios poder, alm de no conseguir extinguir o fogo, colocar em risco a vida de quem for utiliz-los, o meio ambiente e o patrimnio. Na maioria das vezes, o operador no tem o treinamento especfico, como o caso de grande parte dos funcionrios de empresas e moradores e prestadores de servios de edifcios.Cabe, portanto, ao projetista do sistema de proteo por extintores a seleo correta desses importantes equipamentos de proteo contra incndio.Conforme Pereira,Almiron e Del Carlo (2008), devem-se considerar os fatores dados a seguir:

a) Classe de fogo quepossam ocorrer no local a ser protegido pelo extintor.b) Tamanho do princpio de incndio que possa ocorrer e seu desenvolvimento de calor e fumaa.c) Tipo de risco da edificao que dever ser classificado em: baixo, mdio ou alto.

2.6Brigada de Incndio

De acordo com Schrader(2010) a brigada de combate a incndio uma equipe formada pelos funcionrios da empresa, a mesma preparada para atuar em qualquer ocorrncia de emergncia, operando os dispositivos de combate a incndio.Segundo Arajo(2008) a brigada de incndio um grupo de pessoas treinadas e capacitadas para atuar na preveno e no combate ao princpio de incndio, abandono de rea e primeiros socorros.

2.6.1Composio da brigada

De acordo com a IT n 12do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010), a composio da brigada de emergncia dever ser estabelecida de acordo com apopulao fixa da edificao, e os brigadistas a serem escolhidos devero permanecer na edificao e conhecer bem as instalaes e os equipamentos de combate a incndio e pnico. Os candidatos brigada de emergncia devero ser alfabetizados; conhecer bem as instalaes; ter uma boa sade e condicionamento fsico, para poderem participar do processo de seleo para brigadistas.

2.6.2Organizao da brigada

De acordo com a IT n 12 do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010), a brigada de emergncia dever funcionar da seguinte forma:

a) Brigadistas: responsveis por fazer inspees peridicas nos equipamentos de combate a incndio;elaborar relatrios com possveis irregularidades encontradas; informar aos setores responsveis das irregularidades encontradas, para que aes sejam tomadas; orientar todos os funcionrios quando necessrio dos riscos envolvendo sinistros e estarem preparados para atuarem a qualquer momento, seja por um simulado de uma emergncia ou em uma situao real.b) Lder: responsvel pela coordenao e execuo das aes de emergncia em sua rea de atuao. escolhido dentre os brigadistas aprovados no processo seletivo, o mesmo dever ditar as aespara os brigadistas durante um sinistro.c) Chefe da brigada: responsvel por uma edificao com mais de um pavimento/compartimento. escolhido dentre os brigadistas aprovados no processo seletivo, o mesmo dever dar apoio aos lideres da brigada de emergncia.d) Coordenador geral: responsvel geral por todas as edificaes que compem uma planta. escolhido dentre os brigadistas que tenham sido aprovados no processo seletivo. O mesmo dever dar o suporte necessrio para todos os chefes e lideres de brigada de emergncia.

2.6.3 Organograma da brigada de incndio

Conforme a IT n 12 do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010), O organograma da brigada de incndio da empresa varia de acordo com o nmero de edificaes, o nmero de pavimentos em cada edificao e de empregados em cada pavimento/compartimento. As empresas que possuem em sua planta somente uma edificao com apenas um pavimento/compartimento, devem ter um lder que deve coordenar a brigada. As empresas que possuem em sua planta somente uma edificao, com mais de um pavimento/compartimento, devem ter um lder para cada pavimento/compartimento, que coordenado pelo chefe da brigada dessa edificao.As empresas que possuem em sua planta mais de uma edificao, com mais de um pavimento/compartimento, devem ter um lder por pavimento/compartimento e um chefe da brigada para cada edificao, que devem ser coordenados pelo coordenador geral da brigada.

2.6.4Curso para Brigada de Emergncia

Conforme a IT n 12 do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010), os candidatos a brigadista, selecionados, devem frequentar curso com carga horria mnima de 12 horas, sendo a parte prtica de, no mnimo, 8 horas (Figura 14).Ocurso deve enfocar principalmente os riscos inerentes ao grupo de ocupao. A periodicidade do treinamento do brigadista deve ser de no mximo 02 (dois) anos, ou quando houver alterao de 50% dos membros da Brigada. Ao trmino deste prazo, dever ser realizado novo treinamento. Aos componentes da brigada que j tiverem frequentado o curso anterior, ser facultada a parte terica, desde que o brigadista seja aprovado em pr-avaliao com 70% de aproveitamento. Aqueles que conclurem o curso com aproveitamento mnimo de 70% na avaliao terica e prtica recebero certificado de brigadista, expedido por profissional habilitado.

Figura 14 -Treinamento prtico de Brigada de Incndio.Fonte: Os pesquisadores (2014).2.7Iluminao de emergncia

Segundo Arajo eGuberovich (2008), quando o incndio ocorre em uma edificao, a dificuldade da visibilidade em corredores, escadas e passagens pode significar a diferena entre uma evacuao planejada e o caos. O sistema de iluminao de emergncia complementa a viabilidade da sada dos ocupantes do edifcio, portanto no pode ser concebido isoladamente dos demais sistemas de segurana da edificao. A iluminao de emergncia tem como funes permitir a evacuao segura de uma edificao e possibilitar a continuidade dos trabalhos que por sua natureza no podem sofrer soluo de continuao.De acordo com a NBR 10898 (ABNT, 2013), a iluminao de emergncia deve clarear reas escuras de passagens, horizontais e verticais, incluindo reas de trabalho e reas tcnicas de controle de restabelecimento de servios essenciais e normais, na falta de iluminao normal. A intensidade da iluminao deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir a evacuao das pessoas, levando em conta a possvel penetrao de fumaa nas reas.Segundo a NBR 10898 (ABNT, 2013), o sistema de iluminao de emergncia deve atender alguns requisitos abaixo:

a) permitir o controle visual das reas abandonadas para localizar pessoas impedidas de locomover-se;b) manter a segurana patrimonial para facilitar a localizao de estranhos nas reas de segurana pelo pessoal da interveno;c) sinalizar inconfundivelmente as rotas de fuga utilizveis no momento do abandono do local;d) sinalizar o topo do prdio para a aviao comercial.

Em casos especiais, a iluminao de emergncia devegarantir,os servios de primeiros socorros, de controle areo, martimo, ferrovirio e outros servios essenciais instalados, garantindo que as aes de conteno no sero prejudicadas (Figura 15). O tempo de funcionamento do sistema de iluminao de emergncia deve garantir a segurana pessoal e patrimonialde todas as pessoas na rea, at o restabelecimento da iluminao normal. No caso do abandono total do edifcio, o tempo da iluminaodeve incluir alm do tempo previsto para a evacuao,o tempo que o pessoal da interveno e de segurana necessita para localizar pessoas perdidas ou para terminar o resgate em caso de incndio (ABNT,2013).

Figura 15 -Luminria de emergncia.Fonte: Arajo e Guberovich (2008).

2.7.1 Projeto de iluminao de emergncia

Segundo a NBR 10898 (ABNT, 2013), o projeto do sistema de iluminao de emergnciadeve prever as duas situaes de emergncia falta oufalha de energia eltrica, ou desligamento voluntrio em caso de incndio na rea afetada ou em todas as reas com materiais combustveis. No projeto devem ser previstas as reas bsicas aserem iluminadas, indicando os pontos da instalao dosdispositivos de iluminao, com o tempo mnimo de funcionamentodo sistema previsto nestas reas.Deve ser garantida pelo projeto, atravs da intensidade de iluminao prevista e do tempo de funcionamento, a sada fcil e segura de todo o pblico at o exterior, como tambm a execuo das manobras de interesseda segurana e interveno. A base para esses clculos tericos e estimativas prticas est ligada s exigncias dos responsveis da segurana da edificao e dos rgos pblicos competentes. O projeto para locais predeterminados onde no possa haver interrupo do trabalho e a iluminao de emergncia em conjunto com a iluminao auxiliar deve garantir um tempo que permita a transferncia dos servios para outro local, ou permitir o restabelecimento dailuminao da rede eltrica da concessionria.Deve indicar os pontos da instalao dos dispositivos de iluminao, com o tempo mnimo de funcionamento do sistema previsto nessas reas, em caso de planejamento da variao da autonomia de iluminao de emergncia em diferentes reas. O projeto deve ser constitudo de memoriais, alm das plantas que definam as exigncias do projeto da iluminao de emergncia e suas solues(ARAUJO; GUBEROVICH, 2008).

2.8 Sadas de Emergncia

Segundo Nomellini,Abolins e Bianchini (2008), a construo do sistema de sadas de emergncia deve estar em condies de dar conforto mnimo e segurana ao usurio. um sistema fundamental no sucesso da retirada de pessoas de locais que tenham ocorrido sinistros. Em pouco tempo a pessoa submetida intensa carga fsica e emocional para qual normalmente no est preparada e a construo deve estar isenta de riscosdesnecessrios.Segundo a NBR 9077 (ABNT, 2001), as sadas de emergncia so meios de proteo passiva onde no atuam somente na hora do incndio, de acordo com a norma, esse tipo de sada pode ser utilizada como sadas comuns do estabelecimento ou como sadas de emergncias em casos de emergncias. No estabelecimento em questo essa condio muito ntida, as sadas de emergncias so utilizadas como sadas comuns.De acordo com a NBR 9077 (ABNT, 2001), a sada de emergncia deve ser composta por acessos ou rotas de sadas horizontais e respectivas portas ou ao espao livre exterior nas edificaes trreas, escadas, rampase descarga. As sadas de emergncia so dimensionadas em funo da populao da edificao. Os acessos devem permitir o escoamento fcil de todos os ocupantes do prdio, permanecer desobstrudo em todos os seus pavimentos, ter condies adequadas conforme clculo de dimensionamento, ter p-direito mnimo de 2,50 m, com exceo de obstculos representados por vigas, vergas de portas, e outros cuja altura mnima livre deve ser de 2,00 m, ser sinalizados e iluminados com indicao clara do sentido da sada. Os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstculos de forma permanente.

2.9 Deteco e alarme de incndio

A proposta conceitual do sistema de deteco e alarme de incndio (SDAI) detectar o fogo em seu estgio inicial, a fim de permitir o abandono rpido e seguro dos ocupantes do edifcio e iniciar as aes de combate ao fogo, evitando assim a perda de vidas e do patrimnio(ARAJO;SILVA, 2008).

2.9.1 Central de deteco e alarme de incndio

A central de deteco e alarme de incndio (Figura 16), um equipamento destinado a processar os sinais provenientes dos circuitos de deteco e alarme, convertendo- os em informaes adequadas, bem como a comandar e controlar os demais componentes do sistema: sirenes, sinalizao visual, subcentrais edispositivos de combate (ARAJO;SILVA, 2008).

Figura 16 -Central de alarme Convencional.Fonte: Arajo eSilva (2008).

2.9.2 Detector automtico pontual

Segundo Arajo e Silva (2008), o detector automtico pontual (Figura 17), um dispositivo destinado a operar quando influenciado por determinados fenmenos fsicos ou qumicos que precedem ou acompanham um princpio de incndio na rea de sua instalao.

Figura 17 - Detectores automticos.Fonte: Arajo eSilva (2008).

2.9.3 Acionadores manuais

Dispositivo destinado a transmitir a informao de um princpio de incndio (Figura 18), quando acionado manualmente por um usurio. Devem ser instalados em locais de trnsito de pessoas (halls, corredores, junto s sadas de ambientes, circulaes em geral), de forma a facilitar sua localizao e acionamento.Os acionadores manuais devem conter instrues de operao impressas em portugus no prprio corpo,de forma clara e em lugar facilmente visvel. Devem conter dispositivo que dificulte o acionamento acidental, porm facilmente destrutvel no caso de operao intencional(ARAUJO; SILVA, 2008).

Figura 18 - Acionador manual.Fonte: Arajo e Silva (2008).

2.9.4Indicadores sonoros

De acordo com Arajo eSilva(2008) indicadores sonoros so dispositivo que sinaliza sonoramente qualquer ocorrncia relacionada ao sistema de deteco e alarme de incndio, especialmente para facilitar a busca do local de alarme pelo pessoal de interveno. Pode ser controlado pelos detectores automticos, pelos acionadores manuais ou pela central.

2.9.5 Procedimentos

Conforme aInstruo Tcnica 14 (IT14)do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010),para o bom funcionamento do sistema de deteco e alarme de incndio algumas medidas devero ser obrigatrias:

As centrais de deteco e alarme devero ter dispositivo de teste dos indicadores luminosos e dos sinalizadores acsticos. A central deve acionar o alarme geral da edificao, que deve ser audvel em toda edificao. A distncia mxima a ser percorrida por uma pessoa, em qualquer ponto da rea protegida at o acionador manual mais prximo, no deve ser superior a 16 (dezesseis) metros. Preferencialmente, os acionadores manuais devem ser localizados junto aos hidrantes.

2.10 Sistemas de hidrantes

Conforme aInstruo Tcnica 17(IT17)do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010),hidrante um ponto de tomada de gua onde h uma (simples) ou duas (duplo) sadas contendo vlvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampes, mangueiras de incndio e demais acessrios.Conforme Piolli (2003), os sistemas de hidrantes tm a funo de extinguir o incndio em seus estgios iniciais, ou seja, enquanto o incndio ainda estiver localizado, no tiver ocorrido a inflamao generalizada e houver condies dos brigadistas se aproximarem para desenvolver, com segurana, as operaes de combate ao incndio. Pode-se dizer que os sistemas de hidrantes so sistemas manuais de combate a incndio, destinados ao uso dos ocupantes do edifcio, no so instalados para serem utilizados pelos bombeiros (obviamente que podero ser utilizados quando acessarem o edifcio), mas, sim, destinados ao uso dos prprios ocupantes do prdio, que devem ter sistemas adequados disponveis para que possam tomar as medidas emergenciais cabveis nos momentos iniciais do incndio.Os sistemas de hidrantes (Figura 19), em geral, so classificados de acordo com o tipo de esguicho (compacto ou regulvel), dimetro da mangueira, comprimento mximo da mangueira, nmero de sadas e vazo no hidrante mais desfavorvel. Cada tipo aplicado em funo da ocupao e uso da edificao. A aplicao ou escolha do sistema a ser instalado deve atender s caractersticas da edificao ou rea de risco a ser protegida, observando-se as exigncias da norma tcnica ou regulamento adotado, a viabilidade de instalao, a eficcia do sistema, o custo e a facilidade de operao e manuteno (OLIVEIRA; GONALVES e GUIMARES, 2008).

Figura 19 -Hidrante duplo.Fonte: Roque (2007).

2.11Sinalizao de emergncia

Conforme aInstruo Tcnica 15do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS,2010),a sinalizao de emergncia tem como objetivo reduzir o risco de ocorrncia de incndio, alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas aes adequadas situao de risco, que orientem as aes de combate e facilitem a localizao dos principais equipamentos e das rotas de sada para abandono seguro da edificao em caso de incndio.De acordo comIT 15 do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010),os requisitos exigveis que devem ser satisfeitas pela instalao do sistema de sinalizao contra incndio e pnico em edificaes. A sinalizao de segurana classificada em bsica e complementar.

a) Sinalizao bsica: A sinalizao bsica constituda por quatro categorias, de acordo com a sua funo, tais como: sinalizao de proibio, cuja funo proibir ou coibir aes capazes de conduzir ao incio de um incndio; sinalizao de alerta, cuja funo alertar para reas e materiais com potencial risco; sinalizao de orientao e salvamento cuja funo indicar as rotas de sada e aes necessrias para o seu acesso; sinalizao de equipamentos de combate e alarme, cuja funo indicar a localizao e os tipos de equipamentos de combate a incndio disponveis. b) Sinalizao complementar: A sinalizao complementar composta por faixas de cor ou mensagens, devendo ser empregadas nas seguintes situaes: indicao continuada de rotas de sada, como pilares, arestas de paredes, vigas etc.; mensagens especficas que acompanham a sinalizao bsica, onde for necessrio a complementao da mensagem dada pelo smbolo.

Os diversos tipos de sinalizao de segurana contra incndio e pnico devem ser implantados em funo de caractersticas especificas do uso e dos riscos, bem como em funo de necessidades bsicas para a garantia da segurana contra incndio na edificao.

2.12 Carga de Incndio especifica

De acordo com o Decreto n 46.595(MINAS GERAIS, 2014), a soma das energias calorficas possveis de serem liberadas pela combusto completa dos materiaiscombustveis em um espao, como o revestimento das paredes, divisrias, pisos e tetos, dividida pela rea de piso do espao considerado, medida em megajoulepor metro quadrado (MJ/m).

2.13 Processo de segurana contra incndio e pnico PSCIP

Conforme o Decreto n 46.595(MINAS GERAIS, 2014),Processo que contm informaes sobre edificaes ou reas de risco com o projeto tcnico contendo as medidas de segurana contra incndio e pnico, que deve ser apresentada no CBMMG paraavaliao em anlise tcnica.

2.14 Auto de vistoria do corpo de bombeiros - AVCB

De acordo com a Instruo tcnica 02 (IT02) Terminologia de proteo contra incndio e pnico(MINAS GERAIS,20100), o AVCB um documento emitido pelo CBMMG, certificando que a edificao possui as condies de segurana contra incndio e pnico, previstas na legislao, estabelecendo um perodo de revalidao.

2.15 Compartimentao horizontal

De acordo com a IT02, a compartimentao horizontal uma Medida de proteo, constituda de elementos construtivos resistentes ao fogo, separando pavimentos consecutivos, de tal modo que o incndio fique contido no local de origem e dificulte a sua propagao no plano horizontal, as paredes corta fogo de compartimentao de reas e as portas corta fogo so exemplos deste tipo de compartimentao.

2.16 Parede corta fogo

De acordo com a IT02, parede construda que , sob a ao do fogo, conserva suas caractersticas de resistncia mecnica, evitando propagao da chama e proporciona um isolamento trmico tal que a temperatura medida sobre a superfcie no exposta no ultrapasse 140C durante um tempo especificado.

2.17 Porta corta fogo

De acordo com a IT02, dispositivo construtivo, com tempo mnimo de resistncia ao fogo, instalado nas aberturas da parede de compartimentao, destinadas circulao de pessoas e de equipamentos. um dispositivo mvel que, vedando aberturas em paredes, retarda a propagao do incndio de um ambiente para outro. Quando instaladas nas escadas de segurana, possibilitam que os ocupantes das edificaes atinjam os pisos de descarga com as suas integridades com segurana.

3 MATERIAIS E MTODOS

Para a realizao deste estudo de caso, foi elaborada uma anlise da unidade antes e depois da execuo de um projeto contra incndio e pnico em uma empresa de componentes automotivos localizada no municpio de Lavras-MG.Utilizou-se as instalaes da empresa citada acima para que se adequasse s normas de combate a incndio, Foram analisados os postos de trabalho situados em toda a empresa, bem como as reas coletivas, estas anlises foram feitas de acordo com as especificaes das Instrues tcnicas do CBMMG. Sendo assim, conforme o levantamento das cargas de incndio especifica, que pode ser verificada na IT09 do corpo de bombeiros (MINAS GERAIS 2010), pode-se obter a carga de incndio especifica da edificao de 500 MJ/m, o que a classifica como sendo uma edificao de risco mdio (carga de incndio acima de 300 at 1.200 MJ/m). A edificao pertence a diviso I2 em funo da sua ocupao Indstria automotiva e auto peas de acordo com o Decreto n 46.595 (MINAS GERAIS, 2014). Possui altura mdia de 8,20 m e uma rea construda de 17.211 m, distribudas em 4 prdios.As caractersticas gerais da edificao bem como as medidas de segurana contra incndio e pnico foram avaliadas de acordo com a legislao vigente do Estado de Minas Gerais em funo do uso da Edificao. Aps a elaborao do projeto tcnico, foram realizadas as adequaes para atendimento do mesmo.

3.1 Medidas de segurana a serem adotadas

As medidas de segurana foram analisadas de acordo com a IT 01Procedimentos administrativos (MINAS GERAIS,2010), A edificao teve suas medidas de segurana determinadas de acordo com a Tabela 2, pelo fato de pertencer a diviso I2 conforme decreto n 46.595(MINAS GERAIS, 2014), e por possuir uma rea construda de 17.211 m e altura de 8,20m, estes fatores determinaram que as seguintes medidas de segurana fossem observadas: sadas de emergncia,brigada de incndio, iluminao de emergncia,sinalizao de emergncia, extintores, sistema de hidrantes e alarme de incndio.Tabela 2 -Medidas de segurana.

Fonte: IT01 Procedimentos Administrativos (2010).

3.1.1 Sadas de emergncia

Baseando-se na IT08 do corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS,2010), foram avaliadas as condies gerais de proteo dos caminhos a serem percorridos por usurios da edificao em situaes de incndio e pnico. Foram realizados os clculos para determinar a larguradas sadas de cada setor.O clculo de acesso foi classificado conforme a edificao em questo, Instruo Tcnica 08,(MINAS GERAIS,2010) preconiza que deve-se ter 01 (uma) pessoa para cada 10,0m de rea industrial e 01(uma) pessoa para cada 7,0 m de rea administrativa, alm de 01 (uma) pessoa para cada 1,0m de rea destinada a refeio. A Tabela 3 foi utilizada para auxiliar nos clculos acima, as linhas grifadas em amarelo mostram os itens que foram utilizados.

Quadro 3 Dados para dimensionamento de sadas.

Fonte: IT08 Sada de Emergncia em edificaes (2010).

A altura h do degrau (espelho) e a largura b do piso das escadas de emergncia foram medidas, admitindo-se uma altura do degrau adequada entre 16,0 e 18,0 cm, com tolerncia de 0,5 cm e a largura b entre 27,0 e 31,0 cm. A equao 1 de blondelfoi empregada para o correto dimensionamento da escada.

A condio dos pisos das escadas foi analisada, seguindo-se as recomendaes da instruo tcnica em questo de que os mesmos devem apresentar propriedades de resistncia a propagao de chamas, boas condies de conservao e serem e permanecerem antiderrapantes com o uso.As caractersticas de guarda-corpos e corrimos foram investigadas, considerando-se obrigatria a presena de guarda corpos em lados abertos das escadas para desnveis superiores a 0,19 cm e corrimo em todos os lados.As caractersticas avaliadas e as condies mnimas previstas na legislao para os guardas corpos foram: 1,05 para os internos e 1,30 para os externos; tipo de material utilizado nos guardas corpos, sendo constitudo preferencialmente por materiais resistentes no estilhaveis como alvenaria, ao, vidros aramados ou de segurana laminados; vo verticais e horizontais, com valores mximos de 0,15 m; condies no admitidas como grandes aberturas, salincias e elementos que engancham em roupas ou possam causar acidentes.Para os corrimos, as observaes e condies foram: altura de instalao, tendo o valor entre 0,80 e 0,92 cm; material de constituio (ex: ao); seo das peas para fcil para fcil e confortvel agarramento e resistncia, como retangular circular; no caso de seo circular, admitiu-se como dimetro ideal valores entre 38 a 65 m; afastamento do corrimo fixado s paredes ou guardas corpos, com mnimo exigido de 40 mm; presena de sees continuas, sem interrupes nos patamares, com prolongamento mnimo de 0,20 m no inicio e trmino da escada para auxilio a deficientes visuais, curvatura das extremidades voltadas para baixo ou para parede ou soluo alternativa (para evitar agarramento); condies no admitidas como quinas vivas, grades sees (Figura 20).

Figura 20 -Modelo de guarda corpo e corrimoFonte: Os Pesquisadores (2014).

3.1.2 Brigada de incndio

Baseando-se na IT12 Brigada de incndio do corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS,2010), foram avaliadas as condies gerais para dimensionamento da equipe de brigadistas necessrios para a atender a empresa. Foram realizados os clculos de acordo com a norma para determinar o nmero de brigadistas necessrios para atender a unidade.A Tabela 4 foi utilizada para definir o percentual de clculo para composio da brigada de incndio, linha destacada em amarelo mostra os valores de porcentagem que sero utilizados para realizao do clculo.

Tabela 4 Percentual de clculo para brigada de incndio.GrupoDivisoDescrioPopulao fixa por pavimento

At 10Acima de 10

IIndstriaI-1Todo tipo de atividade industrial (baixa carga incndio)40%5%

I-2Todo tipo de atividade industrial (mdia carga incndio)50%7%

I-3Todo tipo de atividade industrial (alta carga incndio)60%10%

JDepsitoJ-1Depsito de material incombustvel40%10%

J-2Todo tipo de depsito (baixa carga incndio)40%10%

J-3Todo tipo de depsito (mdia carga incndio)50%20%

J-4Todo tipo de depsito (alta carga incndio)Faz parte da brigada de incndio toda a populao fixa

LExplosivosL-1ComrcioFaz parte da brigada de incndio toda a populao fixa

L-2IndstriaFaz parte da brigada de incndio toda a populao fixa

L-3DepsitoFaz parte da brigada de incndio toda a populao fixa

MEspecialM-1TnelIsento

M-2Parque de tanque60%10%

M-3Central de comunicao e energiaFaz parte da brigada de incndio toda a populao fixa

M-4Propriedade em transformao30%5%

M-5Processamento de lixo50%7%

M-6Terra selvagemIsento

Fonte: IT12 Brigada de incndio (2010).

3.1.3 Iluminao de emergncia

Conforme a IT13 do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS,2010) as caractersticas mnimas para iluminao de emergncia analisadas foram: presena de selo de certificao do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e tecnologia INMETRO; instalao dos componentes da fonte de energia em local no acessvel ao pblico, sem risco de incndio, de acidentes e ventilado; estado de conservao das luminrias e iluminao suficiente (aclaramento de ambiente); altura de fixao, com valor mnimo de 2,5 m, para valores inferiores a 2,5 m admitiu-se permissvel uma tenso mxima de alimentao de 30Volts;distncia mxima entre duas luminrias, com valor de 15,0 m.

3.1.4 Sinalizao de emergncia

Em conformidade IT15 do Corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS,2010) foram avaliadas caractersticas gerais da sinalizao de emergncia na edificao, sendo elas: existncia de sinalizao de proibio na cor vermelha, de alerta, de orientao e salvamento (cor verde luminescente) e de equipamentos de combate a incndio e alarmes (cor vermelha, com smbolo e normalmente seta indicativa); sinalizao complementar; indicao de direo de sada em portugus e sinalizao das portas de sada de emergncia; sinalizao de solo para extintores e hidrantes em ambientes com esta necessidade; altura de instalao das placas (piso a base da sinalizao), admitida adequada para 1,80 m de altura, em local visvel e com distncia mxima entre sinalizaes de 15,0 m.

3.1.5 Extintores

De acordo com a IT16 do corpo de bombeiros (MINAS GERAIS, 2010), analisou-se algumas caractersticas como: Nmero de extintores por rea, e tipo adequado (s) classe(s) de incndio predominante(s), presena de extintor(es) adequado(s) a no mais de 10 metros da entrada principal da edificao; condies de sinalizao, manuteno, manmetro e carga, selo de certificao do INMETRO, lacre; fixao correta, sendo 1,60 m a altura mxima admitida do piso ala de suporte de manuseio e no mnimo 0,20 m do piso acabado; proteo contra intempries e danos fsicos.

3.1.6 Sistemas de hidrantes

De acordo com a IT17 do corpo de Bombeiros (MINAS GERAIS, 2010), foram avaliadas as caractersticas gerais da edificao quanto ao sistema de hidrantes, com condies especificas de vazo, presso, bombeamento, reservatrio e reserva de gua; hidrante de recalque, inspees, condies de abrigo e condies das mangueiras.

3.1.7 Alarme de incndio

De acordo com a IT14 do corpo de bombeiros (MINAS GERAIS,2010),verificou-se que: ascentrais de deteco e alarme devero ter dispositivo de teste dos indicadores luminosos e dos sinalizadores acsticos;a central de alarme/deteco e o painel repetidor devem ficar em local onde haja constante vigilncia humana e de fcil visualizao;a central deve acionar o alarme geral da edificao, que deve ser audvel em toda edificao; a distncia mxima a ser percorrida por uma pessoa, em qualquer ponto da rea protegida at o acionador manual mais prximo, no deve ser superior a 16 (dezesseis) metros;Preferencialmente, os acionadores manuais devem ser localizados junto aos hidrantes.

4RESULTADOS E DISCUSSO

Os resultados obtidos para as medidas de segurana contra incndio e pnico, caractersticas gerais da indstria de componentes automotivos em estudo sero mostrados abaixo:

4.1 Sada de emergncia

Todas as sadas de emergncias e escadas estavam em conformidade com a IT08, no sendo necessrio nenhuma ao para estes itens.Foram encontrados locais com desnveis superior a 19 cm sem guardas corpos e corrimos, no atendendo a IT08, e para realizar a adequao destes itens, foram instalados 127 metros lineares de guarda corpo e 49 metros lineares de corrimo, em atendimento ao projeto tcnico.

4.2 Brigada de incndio

A unidade possui equipe de brigadistas nos 3 turnos de trabalho, todos com treinamento conforme normas vigentes, porem foi detectado a ausncia de organograma da brigada de emergncia. Foi elaborado um organograma da brigada de emergncia para os 3 turnos de trabalho, contendo as funes dos brigadistas(Figura 21).

Figura 21 -Organograma da Brigada.Fonte: Os Pesquisadores (2014).4.3 Iluminao de emergncia

Numero de luminrias insuficientes de acordo com a especificao do projeto, as luminrias que estavam instaladas no funcionavam, no atendendo as determinaes da IT13. Foram adquiridas e instaladas 132 luminrias com selo de certificao do INMETRO, conforme projeto tcnico.

4.4 Sinalizao de emergncia

Todos os extintores e hidrantes estavam identificados com suas respectivas placas, conforme IT15, porm foi evidenciado ausncia de placas de orientao, de sinalizao de proibio e alerta e placas complementares.Foram adquiridas todas as placas de sinalizao de emergncia, e instaladas conforme projeto.

4.5 Extintores

Foram encontrados os seguintes extintores e classes: 18 extintores de gua pressurizada,57 extintores de CO2,60 extintores de PQS, todos identificados com placas de sinalizao e pintura do piso adequada, alm de estarem carregados e dentro do prazo de validade, estes equipamentos estavam dimensionados de forma a atender as exigncias do projeto tcnico.

4.6 Sistema de hidrantes

Reservatrio de gua suficiente para atender sistema de hidrantes; bomba de incndio instalada corretamente e com potencia suficiente para realizar bombeamento para rede de hidrantes; hidrantes internos e externos insuficientes em comparao com o projeto.Para atender as especificaes do projeto tcnico, foram instalados 144 metros lineares de tubulao de ao galvanizado de 2" e 726 metros lineares de 4", alm de todas as conexes necessrias para instalao adequada dos hidrantes.

Figura 22 -Hidrantes internos.Fonte: Os Pesquisadores (2014).

Figura 23 -Hidrantes externos.Fonte: Os Pesquisadores (2014).

4.7 Alarme de incndio

Ausncia de sistema de alarme de incndio na unidade, no conformidade com a IT14.Para atender as especificaes do projeto foram instalados 53 alarmes de incndio e 53 botoeiras de acionamento, bem como uma central de alarme foi instalada na portaria principal da unidade para o monitoramento do sistema.Diante dos resultados obtidos foi possvel observar que a maioria das medidas de segurana contra incndio e pnico da indstria no estavam sendo respeitadas, o que colocava em risco vida do seus ocupantes e bens materiais, foi possvel verificar tambm as adequaes que foram realizadas que fizeram com que as pendncias da unidade fossem adequadas, fazendo com que a mesma ficasse mais segura e consequentemente obtivesse o AVCB.Desta forma, a edificao que no estava nos padres de segurana contra incndio, melhorou significativamente suas condies de proteo e combate a incndio, graas as medidas que foram tomadas como:

Instalao de guardas corpos e corrimo conforme IT08; Elaborao de organograma da brigada de emergncia, que pode ser observado na Figura 21; Instalao de luminrias de emergncia de acordo com a IT13; Instalao de placas de sinalizao de emergncia; Instalao de tubulao de hidrantes e acessrios, nas Figuras 22 e 23 possvel observar os hidrantes j existentes e os que foram instalados; instalao de sistema de alarme de incndio.

Com base em Assis (2001) e Arajo e Martins (2006), pode-se dizer at que a segurana absoluta contra incndio no existe, mas ela cresce medida em que se deseja investir. Apesar de aumentar os custos na implantao e/ou manuteno das edificaes, o emprego do maior numero de medidas de segurana contra incndio e pnico ainda a melhor forma de salvaguardar a vida humana e patrimnio.

5 CONCLUSO

As condies em que estavam as medidas de segurana contra incndio e pnico na edificao, antes da elaborao e execuo do projeto tcnico de combate a incndio, no eram suficientes para garantir a integridade das pessoas e bens matrias da edificao, bem como a obteno do AVCB.Foram constatadas irregularidades para sada de emergncia, brigada, iluminao de emergncia, sinalizao de emergncia, extintores, sistema de hidrantes, alarme de Incndio, porm todas estas irregularidades foram sanadas com a elaborao do projeto tcnico e sua execuo. Todas as medidas de segurana que foram adotadas atravs do projeto tcnico foram de extrema importncia para deixar a unidade mais segura e consequente obteno do AVCB.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

ABOLINS,H.A.;BIANCHINI,F.J.;NOMELLINI,L.H. Sadas de Emergncia. A segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora,2008. Cap. 8, p. 101-121.

ARAJO, C. H.; GUBEROVICH, A. T. Iluminao de emergncia. A segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora, 2008. Cap. 14, p. 215-221.

ARAUJO, C. H.;SILVA, A. A. Deteco e Alarme de incndio. A segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora,2008.cap. 13,p.201-213.

ARAUJO, J. M. F Comportamento humano em Incndios. A segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora,2008.cap. 7,p.93-100.

ASSIS, V.T. Carga de incndio em edifcios de escritrios Estudo de caso: Belo Horizonte\ MG, Brasil.2001.93p. Dissertao( Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2001.

ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 10898:Sistema de Iluminao de Emergncia. Rio de Janeiro, 2013. 38 p.

______. NBR 14276: Brigada de Incndio, Rio de Janeiro, 2006. 33 p.

______.NBR 15808: Extintores de Incndio Portteis, Rio de Janeiro, 2013. 64 p.

______. NBR 9077: Sadas de Emergncia em edifcios,Rio de Janeiro, 2001. 40 p.

______. NBR 13860: Glossrio de termos relacionados com a segurana contra incndio, Rio de Janeiro, 1997. 10 p.

DEL CARLO, U.; ALMIRON, H. A.; PEREIRA, W. Sistemas de proteo por extintores portteis de incndio. A segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora, 2008. cap.15, p. 223-231.

GILL,A.A.;NEGISOLO,.W.;OLIVEIRA,S.A. Aprendendo com os grandes incndios. In: SEITO, A.I. et al. A Segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora, 2008. Cap. 3,p. 21-24.

GOMES,A.G. Sistemas de Preveno contra incndio. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Intercincia, 1998.220 p.

MINAS GERAIS. Lei n 14.130, de 19 de dezembro de 2001. Dispe sobre a preveno contra incndio e pnico no Estado e d outras providncias. Belo Horizonte, 2001. 2 p.

______. Lei 14.938, de 29 de dezembro de 2003. Altera a Lei n 6.763, de 26 de dezembro de 1975, que consolida a legislao tributria no Estado, e d outras providncias. Belo Horizonte, 2003. 28 p.

______. Lei 17.212, de 12 de dezembro de 2007. Acrescenta pargrafo do art. 2 da Lei n 14.130, de 19 de dezembro de 2001, que dispe sobre a preveno contra incndio e pnico no estado, e da outras providncias. Belo Horizonte, 2007. 1 p.

______. Decreto n 44.746, de 29 de fevereiro de 2008. Legislao Estadual de Minas Gerais.Belo Horizonte, 2008. 23 p.

______. Decreto n 46.595, de 10 de setembro de 2014. Altera o decreto n 44.746, de 29 de fevereiro de 2008, que regulamenta a a Lei n 14.130, de 19 de dezembro de 2001, que dispe sobre a preveno contra incndio e pnico no estado, e da outras providncias. Belo Horizonte, 2014. 22 p.

______. IT01: procedimentos administrativos. Belo Horizonte, [ 2011]. 73 p.

______. IT02: terminologia de proteo contra incndio e pnico. Belo Horizonte, [ 2010]. 20 p.

______. IT06: segurana estrutural das edificaes. Belo Horizonte, [ 2010]. 11 p.

______. IT07: compartimentao horizontal e compartimentao vertical. Belo Horizonte, [ 2010]. 12 p.

______. IT08: sadas de emergncia em edificaes. Belo Horizonte, [ 2010]. 22 p.

______. IT09: carga de incndio nas edificaes e reas de risco. Belo Horizonte, [ 2010]. 9 p.

______. IT12: brigada de incndio. Belo Horizonte,[ 2010]. 3 p.

______. IT13: iluminao de emergncia . Belo Horizonte,[ 2010]. 3 p.

______. IT14: sistema de deteco e alarme de incndio. Belo Horizonte, [ 2010]. 3 p.

______. IT15: sinalizao de emergncia. Belo Horizonte,[ 2010]. 31 p.

______. IT16: sistema de proteo por extintores de incndio. Belo Horizonte, [ 2010]. 5 p.

______. IT17: sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incndio. Belo Horizonte, [ 2010].22 p.

MONTEIRO, S. D. Anlise de Risco de Incndio Aplicada ao Centro Histrico de Cuiab. 2010. 45 f. Monografia (Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho), Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiab, 2010.

OLIVEIRA, L. H.; GONALVES, O. M.; GUIMARES, A. P. Sistemas de combate a incndio com gua. A segurana contra incndio no Brasil. So Paulo: Projeto Editora, 2008. p. 233-255.

ONO, R. Parmetros para garantia da qualidade do projeto de segurana contra incndio em edifcios altos. Revista Ambiente Construdo, Porto Alegre, v.7,n.1,p.97-113,jan.\mar.2007.

PIOLLI, O. J. Sistemas Fixos de Combate a Incndio. 2003. 93 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia Civil Com nfase Ambiental), Universidade Anhembi Morumbi, So Paulo, 2003.

REZENDE,R.N. Segurana contra incndio e pnico em edificaes de habitao multifamiliar. 2013. 42 f. Trabalho de concluso de curso (Ps Graduao em Engenharia de Segurana do Trabalho), Unilavras, Lavras,2013.

ROQUE, M. O. Sistemas Fixos de Combate a Incndio. 2007. 57 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Engenharia Civil), Universidade Anhembi Morumbi, So Paulo, 2007.

SCHRADER, F. T. Avaliao ps-ocupacional em edifcio escolar com enfoque nas instalaes de segurana contra incndio e pnico. 2010. 65 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Segurana do Trabalho) - Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiab, 2010.

SEITO, A. I. Fundamentos de fogo e incndio. In: SEITO,A.I . et al. A segurana contra incndio no Brasil. 1 Ed. So Paulo: Projeto Editora, 2008. cap. 4,p.35-54.

SILVA, J.C.L.; O Planeta Terra, Brasil Escola, UNESP; 2011.acesso em 17\02\2015