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FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA DE ITAJUBÁ – FEPI CURSO DE ENGEHARIA CIVIL JÚLIO RICARDO DE FARIA FIESS INTRODUÇÃO A ENGENHARIA CIVIL ITAJUBÁ 2009

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Page 1: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA DE ITAJUBÁ – FEPI

CURSO DE ENGEHARIA CIVIL

JÚLIO RICARDO DE FARIA FIESS

INTRODUÇÃO A ENGENHARIA CIVIL

ITAJUBÁ

2009

Page 2: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ITAJUBÁ - UNIVERSITAS

FUNDAÇÃO DE ENSINO E PESQUISA DE ITAJUBÁ – FEPI

CURSO DE ENGEHARIA CIVIL

JÚLIO RICARDO DE FARIA FIESS

INTRODUÇÃO A ENGENHARIA CIVIL

ITAJUBÁ

2009

Apostila apresentado ao Curso de

Engenharia Civil de Itajubá do

Centro Universitário de Itajubá

como material didático básico para

a disciplina Introdução a Engenharia

Civil sob a orientação do Professor

MSc. Júlio Ricardo de Faria Fiess.

Page 3: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

SUMÁRIO

1. Introdução/ Resumo ................................................................................................ 4

2. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia ........... 4

3. Conceitos ................................................................................................................. 8

4. Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA ................ 9

5. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais ... 10

5.1 A fiscalização do exercício profissional ........................................................................ 11

5.2 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART ........................................................... 12

6. Sindicatos e Associações ...................................................................................... 15

6.1 Sinduscon - Sindicato da Construção ........................................................................... 15

6.2 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) .................................................... 16

6.3 Primeira Norma ABNT .................................................................................................. 17

6.4 Das Comissões de estudo aos comitês técnicos ......................................................... 18

6.5 Consulta Nacional ......................................................................................................... 20

6.6 Análise Sistemática ....................................................................................................... 20

Page 4: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

4

1. Introdução/ Resumo

Este trabalho tem por objetivo apresentar as informações necessárias para o

conhecimento da profissão de engenheiro civil, entre elas, conceitos, atribuições do

profissional, atribuições dos sindicatos e Conselhos Federal e Regional, entre outros.

2. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de

Graduação em Engenharia

Segundo o Art. 4º da Resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002:

“a formação do engenheiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos

requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais:

I – aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à

engenharia;

II – projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;

III – conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;

IV – planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia;

V – identificar, formular e resolver problemas de engenharia;

VI – desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas;

VII – supervisionar a operação e a manutenção de sistemas;

VIII – avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas;

IX – comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;

X – atuar em equipes multidisciplinares;

XI – compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissional;

XII – avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental;

XIII – avaliar a viabilidade de projetos de engenharia;

XIV – assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.”

No mesmo documento contempla, em seu Art. 6º, que todo o curso de Engenharia,

independente de sua modalidade, deve possuir em seu currículo um núcleo de

Page 5: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

5

conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes eum núcleo de

conteúdos específicos que caracterizem a modalidade.

O núcleo de conteúdos básicos, cerca de 30% da carga horária mínima, versará sobre

os tópicos que seguem:

I - Metodologia Científica e Tecnológica;

II - Comunicação e Expressão;

III - Informática;

IV - Expressão Gráfica;

V - Matemática;

VI - Física;

VII - Fenômenos de Transporte;

VIII - Mecânica dos Sólidos;

IX - Eletricidade Aplicada;

X - Química;

XI - Ciência e Tecnologia dos Materiais;

XII - Administração;

XIII - Economia;

XIV - Ciências do Ambiente;

XV - Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania.

Ainda segundo a Resolução CNE/CES 11, os conteúdos de Física, Química e

Informática, é obrigatória a existência de atividades de laboratório. Nos demais

conteúdos básicos, deverão ser previstas atividades práticas e de laboratórios, com

enfoques e intensividade compatíveis com a modalidade pleiteada.

Na mesma resolução o núcleo de conteúdos profissionalizantes, cerca de 15% de

carga horária mínima, versará sobre um subconjunto coerente dos tópicos abaixo

discriminados, a ser definido pela IES – Instituição de Ensino Superior:

I - Algoritmos e Estruturas de Dados;

II - Bioquímica;

III - Ciência dos Materiais;

Page 6: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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IV - Circuitos Elétricos;

V - Circuitos Lógicos;

VI -Compiladores;

VII - Construção Civil;

VIII - Controle de Sistemas Dinâmicos;

IX - Conversão de Energia;

X - Eletromagnetismo;

XI - Eletrônica Analógica e Digital;

XII - Engenharia do Produto;

XIII - Ergonomia e Segurança do Trabalho;

XIV - Estratégia e Organização;

XV - Físico-química;

XVI - Geoprocessamento;

XVII - Geotecnia;

XVIII - Gerência de Produção;

XIX - Gestão Ambiental;

XX - Gestão Econômica;

XXI - Gestão de Tecnologia;

XXII - Hidráulica, Hidrologia Aplicada e Saneamento Básico;

XXIII - Instrumentação;

XXIV - Máquinas de fluxo;

XXV - Matemática discreta;

XXVI - Materiais de Construção Civil;

XXVII - Materiais de Construção Mecânica;

XXVIII - Materiais Elétricos;

XXIX - Mecânica Aplicada;

XXX - Métodos Numéricos;

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XXXI - Microbiologia;

XXXII - Mineralogia e Tratamento de Minérios;

XXXIII - Modelagem, Análise e Simulação de Sistemas;

XXXIV - Operações Unitárias;

XXXV - Organização de computadores;

XXXVI - Paradigmas de Programação;

XXXVII - Pesquisa Operacional;

XXXVIII - Processos de Fabricação;

XXXIX - Processos Químicos e Bioquímicos;

XL - Qualidade;

XLI - Química Analítica;

XLII - Química Orgânica;

XLIII - Reatores Químicos e Bioquímicos;

XLIV - Sistemas Estruturais e Teoria das Estruturas;

XLV - Sistemas de Informação;

XLVI - Sistemas Mecânicos;

XLVII - Sistemas operacionais;

XLVIII - Sistemas Térmicos;

XLIX - Tecnologia Mecânica;

L - Telecomunicações;

LI - Termodinâmica Aplicada;

LII - Topografia e Geodésia;

LIII - Transporte e Logística.

Ainda segundo a Resolução CNE/CES 11 (2002), o núcleo de conteúdos específicos

se constitui em extensões e aprofundamentos dos conteúdos do núcleo de conteúdos

profissionalizantes, bem como de outros conteúdos destinados a caracterizar

modalidades. Estes conteúdos, consubstanciando o restante da carga horária total,

serão propostos exclusivamente pela IES. Constituem-se em conhecimentos

Page 8: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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científicos, tecnológicos e instrumentais necessários para a definição das

modalidades de engenharia e devem garantir o desenvolvimento das competências e

habilidades estabelecidas nestas diretrizes.

“A resolução A formação do engenheiro incluirá, como etapa integrante da

graduação, estágios curriculares obrigatórios sob supervisão direta da instituição de

ensino, através de relatórios técnicos e acompanhamento individualizado durante o

período de realização da atividade. A carga horária mínima do estágio curricular

deverá atingir 160 (cento e sessenta) horas. É obrigatório o trabalho final de curso

como atividade de síntese e integração de conhecimento” . Resolução CNE/CES 11

(2002).

3. Conceitos

Segundo a página da web http://www.artigonal.com/carreira-artigos/engenharia-

1264207.html, a palavra engenharia é oriunda do latim (ingeniu que significa

faculdade inventiva, talento). A engenharia é a ciência agregada ao esforço para

empreender resultados tácitos ou não. Em geral estes resultados são provenientes de

trabalhos com focos em áreas específicas em que se possui um amplo conhecimento,

sem nunca se esquecer da preservação ambiental, calculando possíveis impactos e

planejando soluções.

Engenharia civil é o ramo da engenharia que projecta e executa obras como edifícios,

pontes, viadutos, estradas, barragens e outras obras da engenharia hidráulica fluvial e

da Hidráulica Marítima, assim como da engenharia sanitária.

Segundo Engenharia Civil (2010) os termos Construção civil e Engenharia civil são

originados de uma época em que só existiam apenas duas classificações para a

Engenharia sendo elas Civil e Militar. Cujo conhecimento por exemplo de Engenharia

militar era destinada apenas aos militares e a Engenharia civil destinada aos demais

cidadãos. Com o tempo, a Engenharia civil, que englobava todos as áreas, foi se

dividindo, e hoje conhecemos vários divisões, como a elétrica, mecânica, química,

naval, entre outras. Exemplos como Engenharia naval dão origem a construção naval,

mas ambas eram agrupadas apenas na grande área da civil.

Ainda segundo o artigo Engenharia Civil (2010) o engenheiro civil projeta e

acompanha todas as etapas de uma construção e/ou reabilitação (reformas) . Deve

estudar as características dos materiais, do solo, incidência do vento, destino (ou

ocupação) da construção. Com base nesses dados, desenvolve o projeto,

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dimensionando e especificando as estruturas, hidro-sanitárias e gás, bem como os

materiais a serem utilizados. No gabinete de obra, chefia as equipes, supervisionando

os prazos, os custos e o cumprimento das normas de segurança, saúde e meio

ambiente. Cabe-lhe garantir a segurança da edificação, exigindo que os materiais

empregados na obra estejam de acordo com as normas técnicas em vigor. A

Engenharia civil tem, de alguma forma, relações com todas as atividades humanas,

notadamente com a Arquitetura.

“Por possibilitar uma ampla variedade de atuação profissional, a

Engenharia civil oferece ainda grande oportunidade aos seus profissionais,

possibilitando que estes que se dediquem à boa formação acadêmica tenham

sucesso posteriormente, na sua carreira.” Engenharia Civil (2010)

4. Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia - CONFEA

Segundo CONFEA (2009) O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia surgiu oficialmente com esse nome em 11 de dezembro de 1933, por meio

do Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente da República, Getúlio

Vargas e considerado marco na história da regulamentação profissional e técnica no

Brasil.

Em sua concepção atual, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

é regido pela Lei 5.194 de 1966, e representa também os geógrafos, geólogos,

meteorologistas, tecnólogos dessas modalidades, técnicos industriais e agrícolas e

suas especializações, num total de centenas de títulos profissionais.

“O CONFEA zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza”. (CONFEA, 2009)

Ainda segundo o site, em seus cadastros, o Sistema CONFEA/CREA tem registrados,

até a data atual, 900 mil profissionais que respondem por cerca de 70% do PIB

brasileiro, e movimentam um mercado de trabalho cada vez mais acirrado e exigente

nas especializações e conhecimentos da tecnologia, alimentada intensamente pelas

descobertas técnicas e científicas do homem.

Page 10: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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O Conselho Federal é a instância máxima à qual um profissional pode recorrer no que se refere ao regulamento do exercício profissional. (CONFEA, 2009).

Segundo o CONFEA (2009), no seu endereço eletrônico é possível encontrar os

normativos que regulamentam e regem o exercício profissional da Engenharia,

Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, dos tecnólogos e dos

técnicos industriais e agrícolas, e o funcionamento do CONFEA e dos CREAS, tais

como:

• Lei: Norma geral de conduta que disciplina as relações de fato incidentes no direito, e cuja

observância é imposta pelo poder estatal, sendo elaborada pelo Poder Legislativo, por

meio do processo adequado.

• Decreto: Ato do Presidente da República para estabelecer e aprovar o regulamento de lei,

facilitando a sua execução.

• Decreto-Lei: Norma baixada pelo Presidente da República que se restringia a certas

matérias e estava sujeita ao controle do Congresso Nacional.

• Resolução: Ato normativo de competência exclusiva do Plenário do CONFEA, destinado a

explicitar a lei, para sua correta execução e para disciplinar os casos omissos.

• Decisão Normativa: Ato de caráter imperativo, de exclusiva competência do Plenário do

CONFEA, destinado a fixar entendimentos ou a determinar procedimentos a serem

seguidos pelos CREAs, visando à uniformidade de ação.

• Decisão Plenária: Ato de competência dos Plenários dos Conselhos para instrumentar sua

manifestação em casos concretos.

5. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia de Minas Gerais

Segundo o CREA (2009) o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e

Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG) faz parte do Sistema CONFEA/CREA, que

regulamenta e fiscaliza, em todo o país, o exercício dos profissionais de engenharia,

arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, tanto de nível superior,

quanto técnico. Ao fiscalizar, o Conselho impede a atuação de leigos e garante

mercado de trabalho aos profissionais legalmente habilitados. Para a sociedade, isso

significa segurança e qualidade nos serviços prestados.

Page 11: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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Ainda segundo o site, o CREA-MG é um órgão público que surgiu da necessidade de

regulamentar o exercício e a atividade de algumas profissões ligadas ao

desenvolvimento, já que nasceu em 1934, momento de construção do estado

brasileiro. Ao longo de seus mais de 70 anos, o CREA-MG foi construindo uma

identidade organizacional. Sua instância máxima é um plenário composto por

representantes de entidades de classe e instituições de ensino. Talvez seja por isso a

confusão no entendimento do verdadeiro papel do Conselho. É comum a crença de

que o CREA tenha a mesma missão das entidades de classe, mas o Conselho

enquanto órgão público, defende as profissões como bens da sociedade. Já as

entidades têm como papel legal a defesa do profissional nos seus direitos e

prerrogativas individuais.

5.1 A fiscalização do exercício profissional

Segundo CREA (2009) a fiscalização do exercício profissional nas áreas da

Engenharia, Arquitetura e Agronomia, seja no nível técnico ou superior, deve ter como

principal fundamento a proteção da sociedade, através da garantia de serviços

prestados por profissionais legalmente habilitados, eliminando, desta forma, uma

parcela considerável de pessoas (leigos) exercendo ilegalmente a profissão.

Ainda segundo CREA (2009) atuando dessa forma, intrinsecamente, o Crea-MG

assegura qualidade aos produtos e serviços, além de garantir a preservação da vida

humana, em face dos fatores de risco ligados às atividades desenvolvidas nas áreas

fiscalizadas pelo Conselho.

Neste contexto, as ações de fiscalização do Crea-MG têm como foco os

empreendimentos e os serviços/atividades desenvolvidos por eles, orientando as

pessoas jurídicas e profissionais para o cumprimento da Legislação Profissional,

especificamente o disposto nas Leis 5.194/66 e 6.496/77.

“Esta fiscalização orientativa, num primeiro momento, está em conformidade com os normativos do Confea, que estabelecem o instrumento da notificação como uma tentativa de regularização da infração, sem no entanto deixar de aplicar as penalidades previstas na legislação profissional, quando esgotadas as tentativas de regularização”. (CREA, 2009).

Page 12: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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5.2 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART

O CREA oferece ainda uma gama de serviços aos profissionais nele ligado.

Atualmente, o CREA-MG oferece estes serviços podem ser disponibilizados através

do AtendeWeb é a nova interface de serviços on-line que o Crea-MG disponibiliza aos

profissionais e empresas registradas. É uma área de acesso restrito (conforme mostra

a ilustração a seguir), autorizado mediante fornecimento do registro e senha,

previamente cadastrada no próprio site, onde são oferecidos serviços personalizados,

de forma integrada.

Ilustração 1: Imagem da página se acesso aos menus do site do CREA-MG. Disponível em: http://www.CREA-mg.org.br/interna.aspx?id=204&expand=0. Visita ao site em fevereiro de 2009.

Dentre o serviço mais utilizado é a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.

Para garantir aos profissionais registrados nos Crea, um meio de cadastrar suas

obras e serviços, cargos ou funções, cursos e prêmios, foi criada, em 1977, a

Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, através da Lei nº 6.496/77.

A ART define, para efeitos legais, os responsáveis técnicos pelo empreendimento,

obra ou serviço, tendo valor de um contrato. Mas para isso, ela deve ser registrada no

Crea onde for executada a atividade técnica.

O Crea-MG somente registra a ART se o profissional ou a empresa estiverem

registrados e/ou visados no Conselho e com a anuidade em dia.

Page 13: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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O profissional acessa o serviço e após entrar na área restrita aos profissionais,

preencha a guia. Desta forma, sua obra/serviço estará amparada pelo CREA, e o

documento irá garantir também um contrato entre cliente e profissional, conforme

mostra a ilustração a seguir.

Ilustração 2: Modelo de ART Matriz Obra/Serviço.

Page 14: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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Em entrevista com o profissional do CREA, o engenheiro Hélio da Silva Mota,

comenta o seguinte:

“As resoluções do CONFEA/CREA possuem poder de lei. Entre elas

destacam-se as resoluções 5194/96 que cria a profissão do engenheiro, a Resolução

218 que dá as atribuições do profissional engenheiro e a resolução 4850/A que atribui

o salário mínimo do engenheiro. Tramita ainda a Resolução 1010 que poderá

substituir a Resolução 218 alterando1 as atribuições do engenheiro baseado no

histórico escolar do profissional. (MOTA, 2010).”

Ainda segundo Mota (2010) o engenheiro pode ser responsável por até 3

empresas e mais uma empresa própria. A responsabilidade sobre as obras já teve

limitações, mas hoje não há restrições.

Mota diz ainda que a organização do CREA segue conforme da seguinte forma:

1 Segundo MOTA (2010) a alteração na resolução poderia, por exemplo, impedir que

o engenheiro civil realize levantamentos de propriedades rurais, pois a grade de um

curso de engenharia civil prevê no máximo 200 horas. Para poder atuar nesta área o

curso de engenheira civil deveria possuir, ao menos, 600 horas de carga horária em

Geoprocessamento.

Page 15: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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Ilustração 3: Organograma do CREA-MG (MOTA, 2010).

Por fim, segundo Mota (2010), os fiscais das inspetorias visitam as obras, industrias,

empresas com o intuito de averiguar o exercício profissional dos que atuam nas áreas

que representa no empreendimento ou serviço em execução. Observado a

irregularidade, a inspetoria notifica, dando um prazo para a regularização do

empreendimento. Permanecendo a irregularidade o empreendimento poderá receber

uma multa que varia de R$ 100,00 a R$ 2800,00, não isentando da regularização

documental.

6. Sindicatos e Associações

6.1 Sinduscon - Sindicato da Construção

Um dos sindicatos mais atuantes na sociedade da engenharia civil é o Sinduscon –

Sindicato da Construção.

Segundo a página Sinduscon-SP (2010) o sindicato é constituído para fins de estudo,

informação, coordenação, proteção e representação legal da categoria econômica da

Indústria da Construção Civil.

PRESIDENTE

CORDENADORIA

REGIONAL

Ex: Pouso Alegre/MG

INSPETORIAS

Ex: Itajubá, Pouso Alegre,

São Lourenço, etc.

PLENÁRIA (Cadeiras:

Profissionais, Instituições de

Ensino, etc.)

CÂMARAS

ESPECIALIZADAS

Ex: Câmara Eng. Civil

Page 16: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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Ainda segundo Sinduscon-SP são deveres do Sindicato:

I - colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social;

II - manter serviços de assistência jurídica para as empresas Associadas e na Justiça

do Trabalho para as integrantes da categoria, notadamente os de orientação para a

exata interpretação e aplicação de normas da convenção coletiva proferidas pela

Justiça do Trabalho;

III - promover a conciliação nos dissídios de trabalho;

IV - celebrar e manter convênios com terceiros, visando a realização de cursos de

aprendizagem e aperfeiçoamento profissional, de gestão empresarial, de ofícios

exercícios na Construção Civil, bem como de alfabetização;

V - promover serviços de assistência social e de assistência à saúde;

VI - fomentar e promover a pesquisa e o intercâmbio de conhecimento tecnológico;

VII - colaborar com o Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário do

Estado de São Paulo (SECONCI), notadamente quando o Sindicato venha a celebrar

convenção coletiva de trabalho ou acordo salarial em dissídios coletivos;

VIII - produzir, divulgar, distribuir revistas, jornais, vídeos, áudios e outros informativos

de interesse da construção civil.

6.2 Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT)

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão

responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao

desenvolvimento tecnológico brasileiro.

É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional

de Normalização através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.

É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da

COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação

Mercosul de Normalização).

Page 17: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

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A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades

internacionais: ISO (International Organization for Standardization), IEC (International

Electrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT

(Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de

Normalização).

Ilustração 4:Pagina principal do site: http://www.abnt.org.br

6.3 Primeira Norma ABNT

Definir qual foi “a primeira norma da ABNT” pode parecer uma tarefa simples, mas

essa definição tem uma relação estreita com o processo de criação da entidade –

uma idéia que surgiu na cabeça de alguns idealistas, que perceberam a necessidade

de padronizar os critérios técnicos utilizados pelos setores produtivos nacionais. Essa

proposta adquiriu consistência nas três Reuniões de Laboratórios de Ensaio

realizadas entre 1937 e 1940, que tinham como objetivo a criação das primeiras

normas de ensaio para a tecnologia do concreto, um problema que vinha afetando a

construção civil do País.

A ABNT foi fundada na terceira dessas reuniões e já nasceu com um acervo de

normas prontas ou em fase de elaboração. O fato de elas terem sido elaboradas pela

ABNT ou não é, portanto, irrelevante, já que elas foram desenvolvidas junto com o

processo de criação da entidade e graças ao esforço coletivo dos seus fundadores. O

que se sabe é que, nessa data – 28 de setembro de 1940 –, as normas NB-1 –

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Cálculo e Execução de Obras de Concreto Armado e MB-1 – Cimento Portland –

Determinação da Resistência à Compressão já existiam, embora ainda não tivessem

sido aprovadas e, muito menos, adotadas pelo setor de construção civil. A NB-1, uma

norma de procedimento e cálculo, e a MB-1, um método de ensaio, eram, portanto,

duas normas complementares. Os poucos registros históricos existentes indicam que

a NB-1 foi elaborada por uma comissão de estudos do concreto armado e sua

aprovação se deu na mesma 3ª Reunião de Laboratórios de Ensaio em que a ABNT

foi fundada, e que a MB-1 já existia desde 1938, embora não haja nenhuma certeza

quanto à sua adoção antes da criação da ABNT. O que de fato importa é que a

criação da entidade permitiu a efetiva aplicação dessas duas normas na construção

civil, e que, dada a carência de normas naquela época e as facilidades propiciadas

pelo surgimento da ABNT, não demorou muito para que outras fossem elaboradas,

como, por exemplo, a NB-2: Cálculo e Execução de Pontes de Concreto Armado,

aprovada já em 1941. Vale ressaltar que, quando a ABNT foi fundada, decidiu-se que

as Normas Brasileiras seriam codificadas segundo a sua finalidade: NB – Norma de

procedimento e cálculo, MB – Método, PB – Padronização, TB – Terminologia, CB –

Classificação, SB –Simbologia e EB – Especificação. Atualmente as normas da ABNT

são designadas somente como ABNT NBR.

6.4 Das Comissões de estudo aos comitês técnicos

A preocupação com a elaboração de Normas Técnicas já existia no Brasil décadas

antes da fundação da ABNT. Segundo o pesquisador Hélio Júlio Gordon, do IPT, “o

primeiro debate sobre Normas Técnicas que surge ou que se tem conhecimento (...)

vai se dar mais ou menos em torno de 1905, com a publicação do Manual de

Resistência de Materiais”, elaborado por alunos da Escola Politécnica no Gabinete de

Resistência de Materiais, que posteriormente se transformaria no IPT. A questão da

normalização técnica avançou de forma mais objetiva em 1926, com a criação do

Laboratório de Ensaio de Materiais (LEM). O desenvolvimento da indústria do

cimento, representada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), foi um

fator decisivo para o crescimento das discussões sobre normas.

Segundo Hélio Gordon, “o cimento portland encontra uma barreira, que é a falta de

mercado nacional capaz de absorver a sua expansão de vendas. Os aspectos que

facilitam o crescimento do mercado são as normas e as especificações, pois elas

possibilitam às indústrias eliminar a concorrência das pequenas empresas, atingindo

Page 19: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

19

um número maior de pessoas e localidades, e aos poucos ajudam na criação de um

mercado nacional.”

Alguns órgãos públicos, para adotar critérios de recepção de produtos, se alinharam à

ABCP pela causa da normalização;

Os laboratórios de ensaio, a fim de estabelecer uma ponte de ligação com as

indústrias nascentes, também começaram a se empenhar na criação de uma

associação brasileira de normas.

O “movimento pró-ABNT” realmente se concretizou em 1936, quando houve a

primeira reunião dos laboratórios de ensaios, dedicada a discutir normas e

especificações relativas ao cimento, com a participação de repartições técnicas

federais, estaduais e municipais, e dos principais laboratórios e professores de

engenharia. A coordenação das reuniões foi assumida pelo INT e IPT, e a segunda

reunião foi agendada para 1939, nas dependências do IPT. Temas sobre a

construção civil, tais como cimento portland, concreto armado e metais, eram os mais

abordados. A terceira reunião foi realizada no INT, no Rio de Janeiro. Hélio Gordon

descreve como a ABNT surgiu:

“Nesta reunião (a terceira) é que se finalizam os debates sobre a criação da ABNT.

Eles começam no dia 24 de setembro de 1940 e terminam no dia seguinte. As

discussões registradas nas atas indicam uma concordância nos pontos essenciais,

sendo os debates travados em questões secundárias.

Com isto, estabeleceu-se como objetivo da Associação elaborar a trabalhar pela

adoção e difusão das Normas Técnicas Brasileiras, como diz em seus estatutos:

a) para estabelecer especificações destinadas a dirimir a qualidade e regular os

recebimentos de materiais;

b) para uniformizar métodos de ensaios;

c) para codificar regras e prescrições relativas a produtos e à execução de obras;

d) para fixar tipos de padrões de produção industrial;

e) “para unificar e fixar terminologias e símbolos.”

E Hélio Gordon continua: “A produção brasileira passava então a ter a possibilidade

de basear-se em estudos estabelecidos por experimentos em laboratórios

tecnológicos. Isto significa uma transformação na qualidade da industrialização

brasileira”.

Page 20: Esamc Apostila de Introdução a Engenharia Civil

20

6.5 Consulta Nacional

Quando surge a necessidade da normalização de determinado tema, a ABNT

encaminha o assunto ao Comitê Técnico responsável, onde será exposto aos

diversos setores envolvidos. Uma vez elaborado o Projeto de Norma com o assunto

solicitado, ele é então submetido à Consulta Nacional. Neste processo, o Projeto de

Norma, elaborado por uma Comissão de Estudo representativa das partes

interessadas e setores envolvidos com o tema, é submetido à apreciação da

sociedade. Durante este período, qualquer interessado pode se manifestar, sem

qualquer ônus, a fim de recomendar à Comissão de Estudo autora a aprovação do

texto como apresentado; a aprovação do texto com sugestões; ou sua não aprovação,

devendo, para tal, apresentar as objeções técnicas que justifiquem sua manifestação.

Sendo assim, é muito importante contarmos com a sua opinião sobre o conteúdo dos

Projetos em Consulta Nacional, para que possamos ter Normas Brasileiras que

realmente representem os interesses da sociedade, bem como possam ser

plenamente aplicadas e gerar todos os benefícios inerentes à normalização.

Participe, dando a sua contribuição - ela certamente ajudará na melhoria da qualidade

de nossos documentos.

6.6 Análise Sistemática

Segundo princípios internacionais, as normas devem ser analisadas periodicamente

para que seu conteúdo mantenha-se atualizado. Este processo, chamado de Análise

Sistemática, é realizado anualmente e inicia-se pela pesquisa à sociedade.

Durante três meses, a ABNT disponibiliza à sociedade por meio de seu site a relação

das normas contempladas no processo. É a oportunidade que as partes interessadas

tem de analisar o conteúdo da Norma e dizer se ele permanece atual (confirmação),

se não tem mais aplicação (cancelamento) ou se ele está desatualizado em relação à

tecnologia (revisão).

Após este período, a ABNT encaminha o resultado da pesquisa ao Comitê Técnico

responsável, para que ele o disponibilize à Comissão de Estudo autora da norma, que

decidirá por sua revisão, confirmação ou cancelamento (parecer final).

De posse do parecer final da Comissão, a ABNT tomará as providências necessárias

para atualizar o acervo de Normas Brasileiras.

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Os pareceres finais de cancelamento serão submetidos à Consulta Nacional para

embasamento, por 30 dias.

As normas cujos pareceres finais indicarem revisão serão incluído no Programa de

Normalização Setorial do Comitê. Todos que responderem a pesquisa serão

convidados a participar dos trabalhos.

Ilustração 5: Digitalização da Capa da NBR 6120: Cargas para calculo de estruturas

de edificações. Fonte: ABNT (2010)

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- ABNT. História da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Disponível

em : http://www.abnt.org.br/m3.asp?cod_pagina=1110. Acesso em Março de 2010.

- Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA. Um Pouco de História. Disponível em: http://www.CONFEA.org.br/ .Visita ao site em fevereiro

de 2009.

- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. CREA. Quem somos. Disponível em: http://www.CREA-mg.org.br/interna.aspx?id=204&expand=0. Visita ao

site em fevereiro de 2009.

- CNE. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia. Resolução CNE/CES 11/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril

de 2002. Seção 1, p. 32.

- Engenharia: Significado. Disponível em: http://www.artigonal.com/carreira-

artigos/engenharia-1264207.html. Publicado em: 24/09/2009. Página visitada em

janeiro de 2010.

- Engenharia Civil. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_civil#cite_note-0. . Pagina visitada em: Janeiro

de 2010.

- Sinduscon-SP. Fins, Prorrogativas, Deveres e Condições de Funcionamento.

Disponível em: http://www.sindusconsp.com.br/msg2.asp?id=1862 . Pagina visitada

em: Janeiro de 2010.