trabalho ied - antígona
DESCRIPTION
direito natural e direito positivo em Antígona de Sófocles.TRANSCRIPT
Dado um primeiro momento torna-se importante para a realização da
análise aqui pretendida, estabelecermos uma distinção clara dos conceitos de direito
natural e direito positivo, dando enfoque à perspectiva da filosofia de Platão, perpassando
toda a discussão conceitual historicamente angariada e disponível na bibliografia
referenciada. Posteriormente, será abordado a inferência dessas concepções
aparentemente discrepantes no contexto da obra de Sófocles, Antígona.
Não sendo possível ignorar a problemática existente em relação à
conceituação de direito permeada na história da filosofia do direito, faz-se necessário a
observação das acepções do termo direito com toda sua diversidade interpretativa que
objetiva designar ou “o justo”, ou “uma qualidade moral da pessoa”, ou então a lei. Deve-
se ainda estabelecer uma distinção entre o direito natural, o direito voluntário, de origem
divina ou fundamentação humanística, e o direito das gentes. A partir dessas distinções
pode-se chegar à concepções discordantes entre si, que, como veremos no texto de
Antígona, estabelece o fundamento primeiro de toda a dialética concernente ao debate
entre o jusnaturalismo e as escolas positivistas de direito.
É decorrente disso que, para o pensamento clássico, o terreno do direito
é identificável à metafísica - a dimensão cosmológica do direito natural -, à concepção
teológica – a existência do direito divino -, à ética – o direito como pressuposto de uma
“faculdade moral da pessoa”- , à concepção antropológica – o direito natural moderno
como algo inerente à “natureza humana” -, e, por fim, identificável à política – o direito
humano voluntário como uma determinação das prescrições de conduta estabelecidas
pelo poder soberano do Estado.