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R OS DESAFIOS D TURA DO Pro Or INSTITUTO FEDERAL CATA- RINENSE CAMPUS AVANÇADO ABELARDO LUZ ESPECIALI- ZAÇÃO EM EDUCAÇÃO TRABALHO DE CURSO DO PROFESSOR ORIENTADO oEMI EM UMA ESCOLA EST Autora: Aline Zanettin rientadora: Nazaré Nunes Barbosa Cesa Abelardo Luz/SC, outubro de 2018 0 OR DE LEI- TADUAL

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RINENSE CAMPUS AVANÇADO

OS DESAFIOS DO

TURA DO ProEMI

Orientadora:

INSTITUTO FEDERAL CATA-RINENSE CAMPUS AVANÇADO

ABELARDO LUZ ESPECIALI-ZAÇÃO EM EDUCAÇÃO

TRABALHO DE CURSO

S DESAFIOS DO PROFESSOR ORIENTADOR DE

ProEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL

Autora: Aline Zanettin

Orientadora: Nazaré Nunes Barbosa Cesa

Abelardo Luz/SC, outubro de 2018

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PROFESSOR ORIENTADOR DE LEI-

ESTADUAL

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TRABALHO DE CURSO

OS DESAFIOS DO PROFESSOR ORIENTADOR DE LEI-

TURA NO ProEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL

Trabalho de Curso – TC apresentado ao Curso de Especialização em Educação: Educação e Prática de Ensino, do Instituto Federal Catari-nense – Campus Avançado Abelardo Luz, como requisito parcial para a obtenção do títu-lo de Especialista em Educação. Orientadora: Nazaré Nunes Barbosa Cesa

Aline Zanettin

Abelardo Luz/SC, outubro de 2018

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BANCA AVALIADORA Nazaré Nunes Barbosa Cesa– Orientadora

Mestra em Geografia

Instituto Federal Catarinense – IFC/ Campus Avançado Abelardo Luz

Elodir Lourenço de Souza – Mestre em Pedagogia Instituto Federal Catarinense – IFC/ Campus Avançado Abelardo Luz

Jurema Fátima Knof Mestra em Pedagogia Instituto Federal Catarinense – IFC/ Campus Avançado Abelardo Luz

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OS DESAFIOS DO PROFESSOR ORIENTADOR DE LEI-

TURA NO ProEMI EM UMA ESCOLA ESTADUAL

Aline Zanettin1

Nazaré Nunes Barbosa Cesa2

Resumo Neste estudo abordamos algumas questões referentes ao professor orientador de leitura, proposto pelo ProEMI, Ensino Médio Inovador, e os desafios que esse profissional enfren-ta para realizar suas atividades numa escola estadual do município de Abelardo Luz. Des-crevemos os entraves que fazem com que o programa não tenha os resultados esperados e apresentamos as consequências disso para a escola estadual, do município, que foi con-templada com o mesmo. Relatamos ainda a experiência de uma escola onde o projeto foi adequadamente desenvolvido, bem como os resultados apresentados. Como resultados da análise foram identificados elementos que podem ser indutores de mudanças para a escola e, consequentemente, na sua organização curricular, trazendo possibilidades para o enfren-tamento das dificuldades do abandono escolar no Ensino Médio. Palavras-chave: Programa Ensino Médio Inovador. Professor orientador de leitura. Desa-fios. Abstract In this study, we will discuss some issues related to the reading instructor proposed by ProEMI and the challenges that this professional faces to carry out his activities in a state school in Abelardo Luz. We describe the obstacles that make the program does not present the expected results and we show the consequences of this to the state schools, of the mu-nicipality, that were contemplated with the same. We also report an experience of a school where the project was properly developed, as well as the positive results presented. As a result of the analysiswere identified elements that can be inducers of changes for the school and, consequently, in its curricular organization, bringing possibilities to face the difficul-ties of the school dropout in High School. Key words: Innovative High School Program. Reading instructor. Challenges

1Acadêmicado Curso de Especialização em Educação: Educação e Prática de Ensino, do InstitutoFederal Catarinense – Campus Avançado de Abelardo Luz. Licenciada em Letras – Língua Portuguesa e Literatura pela Unoesc, Xanxerê/SC. E-mail:[email protected] 2Orientadora do presente Trabalho de Curso. Professora do Instituto Federal Catarinense/Campus Abelardo Luz/SC. Mestra em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: Nazaré[email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Com este artigo pretendemos discutir o papel do professor orientador de leitura junto ao

ProEMI (Programa Ensino Médio Inovador), numa escola Básica Estadual, no município de

Abelardo Luz. Os motivos que levaram à realização da pesquisa foi o fato de haver um

grande desacordo entre o documento norteador do programa e as reais funções desempe-

nhadas pelo profissional contratado para trabalhar como professor orientador de leitura.

Descrevemos os entraves que fazem com que o programa nãotenha os resultados

esperados e apresentamos as consequências disso para as escolas estaduais, do município,

que foram contempladas com o mesmo. Diante disso elencamos como objetivo principal:

Analisar os desafios do professor orientador de leitura numa escola Básica Estadual, do

qual depreendem-se os seguintes objetivos específicos: i) identificar o papel do professor

orientador de leitura, de acordo com o documento norteador do ProEMI; ii) descrever os

desafios postos ao professor orientador de leitura no desempenho de suas funções: iii)

apresentar as conseqüências desses desafios para a instituição escolar.

A realização deste trabalho se justifica na medida em que traz contribuições a cerca

do real papel do professor orientador de leitura no Projeto Ensino Médio Inovador, e

indica, por meio da apresentação de uma experiência exitosa, os caminhos para que o

programa traga resultados significativos à escolar ora pesquisada.

A metodologia adotada para a realização da pesquisa será a revisão bibliográfica,

observação e estudo documental a partir de documentos oficiais, como PCNs, Proposta

Currícular de Santa Catarina, Documento Norteador do ProEMI, e outros que abordem o

tema. Bem como, um apanhado geral de informações em artigos científicos que possam

trazer contribuições para o embasamento teórico.

O artigo está organizado em seções, na seção primeira há uma pequena introdução

na qual são definidos os objetivos e motivação do trabalho, também, a estruturação do arti-

go.

A segunda seção traz considerações sobre o que é o ensino médio inovador e o que

cabe ao programa enquanto elemento norteador para a formação de jovens que frequentam

este programa.

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Na terceira seção, há um apanhado sobre a utilização de estratégias de leitura na

formação de leitores proficientes e o quão importante são essas estratégias na realização de

atividades que atraiam a atenção do aluno para as aulas.

Na quarta seção, elencam-se os procedimentos metodológicos sobre as ações do

professor orientador de leitura no programa ensino médio inovador e os desafios por ele

encontrados na unidade escolar pesquisada.

A quinta seção traz o relato de observações realizadas em uma escola considerada

modelo, no que tange o ProEMI, do estado de Santa Catarina, localizada no município de

Ponte Serrada.

E, por fim, apresentamos a seção em que teceremos nossas considerações finais.

2 O ENSINO MÉDIO INOVADOR (ProEMI)

No decorrer dos últimos anos no Brasil, a reforma do ensino médio vem sendo mo-

tivo de constantes discussões, no que tange às transformações sociais de caráter político e

econômico, ocorridas ao longo do processo histórico brasileiro e mundial, o que tem torna-

do as reformas no âmbito educacional de extrema importância.

Essas reformas, por vez, possuem um teor fortemente político e ideológico, reflexo

da configuração social atual. Entre tais mudanças está a reestruturação do Ensino Médio

para adequá-lo às novas demandas, impostas pelo mercado de trabalho e que se apresentam

como desafios, posteriores à universalização do acesso à escola.

É nesse contexto que o Ensino Médio tem ocupado um papel de destaque nas dis-

cussões sobre a educação brasileira. Pois, sua estrutura, seus conteúdos, bem como suas

condições atuais, estão longe de atender às necessidades dos estudantes, tanto nos aspectos

da formação para a cidadania quanto para o mercado de trabalho. Porém a reforma imposta

há muitos problemas e críticas.

A preparação de Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio é

necessária. Diante da demanda existente na nossa sociedade. E, também, em virtude das

exigências educacionais decorrentes do aceleramento da produção do conhecimento; do

crescimento do acesso às informações; da criação de novos meios tecnológicos; das altera-

ções do mundo do trabalho; e das mudanças de interesse dos adolescentes e jovens, sujei-

tos dessa etapa educacional.

O Ensino Médio tem compromisso com todos os jovens. Por isso, é preciso que a

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escola pública construa propostas pedagógicas sobre uma base unitária necessa-riamente para todos, mas que possibilite situações de aprendizagem variadas e significativas, com ou sem profissionalização com ele diretamente articulada. (DCNEB, 2013, p. 171)

Partindo desse pressuposto, o Governo Federal, por sua vez, auxilia na execução

dessas mudanças através de programas como o Programa Ensino Médio Inovador (ProE-

MI), justificando-o pela atual situação educacional que está centrada nos princípios da e-

ducação integral, na orientação para o exercício da cidadania, na progressão de estudos e

acesso ao ensino superior.

Dessa maneira, o Diário Oficial da União na PORTARIA Nº - 971, DE 9 DE OU-

TUBRO DE 2009, institui o Programa nas escolas estaduais:

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições le-gais que lhe foram conferidas pelo inciso II do parágrafo único do artigo 87 da Constituição Federal, resolve: Art. 1º Instituir, no âmbito do Ministério da Educação, o Programa Ensino Mé-dio Inovador, com vistas a apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas do ensino médio não profissional. Art. 2º O Programa visa apoiar as Secretarias Estaduais de Educação e do Distrito Federal no desenvolvimento de ações de melhoria da qualidade do ensino médio não pro-fissionalizante, com ênfase nos projetos pedagógicos que promovam a educação científica e humanística, a valorização da leitura, da cultura, o aprimoramento da relação teoria e prática, da utilização de novas tecnologias e o desenvolvimento

de metodologias criativas e emancipadoras.

A partir de 2010, a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina vem im-

plementando nas escolas da rede estadual de ensino, o Programa Ensino Médio Inovador

(ProEMI). Cujo objetivo é oportunizar aos adolescentes a ampliação do período escolar,

garantindo assim sua formação em tempo integral. Disponibilizando atividades que tornem

o currículo mais integrado, dinâmico e, com conteúdos organizados a partir de um plane-

jamento interdisciplinar que seja construído coletivamente para adequação dos discentes às

demandas do ensino.

A secretaria estadual de educação se adéqua a este importante programa, o ProEMI.

A partir do momento que propóe a elaboração de projetos multidisciplinares que favore-

çam o desenvolvimento de atividades que integrem as dimensões do trabalho, da ciência,

da cultura e da tecnologia. E, que estes possam contemplar as diversas áreas do conheci-

mento a partir de 8 macrocampos: Acompanhamento Pedagógico; Iniciação Científica e

Pesquisa; Cultura Corporal; Cultura e Artes; Comunicação e uso de Mídias; Cultura Digi-

tal; Participação Estudantil e Leitura e Letramento.

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O Projeto de Redesenho Curricular que a escola apresenta organiza ações que propõemmudanças curriculares, em relação aos conhecimentos e conteúdos, as-sim como metodologias inovadoras, saindo do formato tradicional, proporcio-nando aos jovens uma relação com o conhecimento, levando-os a formação hu-mana integral. Para tanto, é importante que garanta no currículo as dimensões do trabalho da Ciência, da Tecnologia e da Cultura como eixos estruturantes na formação dos jovens. (MEC, 2018)

Após a adesão ao Programa Ensino Médio Inovador as escolas elaboram periodi-

camente os seus Projetos de Redesenho Curricular (PRC), que, se aprovados pela Secreta-

ria Estadual de Educação (SED) e validados pelo Ministério da Educação (MEC), recebem

apoio técnico e financeiro, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para

o desenvolvimento das ações previstas no PRC. Tendo início em 18 escolas estaduais em

2010, no ano de 2016 já eram 155 unidades escolares de Ensino Médio que participam do

programa ProEMI, com um total de mais de 15.000 alunos atendidos.

O programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) dispõe aos alunos participantes a-

ções voltadas à prática e ao fortalecimento de atividades curriculares que possibilitem a

organização do trabalho pedagógico das escolas públicas estaduais de ensino médio. Con-

tribui para o planejamento de ações que serão desenvolvidas pela escola, apresentando

conceitos atualizados e relevantes em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacio-

nais para o Ensino Médio (DCNEM, 2013, s/p), dando ênfase aos objetivos do ensino mé-

dio, sendo:

O trabalho como princípio educativo; a pesquisa como princípio pedagógico; os direitos humanos como princípio norteador das ações pedagógicas; a sustentabi-lidade socioambiental como meta universal; os conceitos de juventude e a impor-tância do protagonismo juvenil; os macrocampos e como estes se articulam com as deferentes disciplinas e, consequentemente, com os conteúdos.

Relevante aos levantamentos feitos sobre o programa ProEMI, entende-se que este

está centrado no currículo do discente, percebido como uma proposta de ações educativas,

constituídas pela seleção de conhecimentos construídos pela sociedade, expressando-se por

práticas escolares que se desdobram em torno de conhecimentos relevantes e pertinentes,

voltados para as relações sociais, articulando vivências e saberes dos estudantes e contribu-

indo para o desenvolvimento de sua identidade e condições cognitivas e sócio afetivas.

Nesse foco, atribui-se que o processo de construção do conhecimento será organizado a

partir da valorização da leitura e do desenvolvimento da capacidade de aprender, de forma

investigativa e criativa.

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A organização curricular pelo ProEMI pressupõe uma perspectiva interdisciplinar.

Com a elaboração de um conjunto de ações que estimularão novas formas de organização

das disciplinas, articuladas com atividades integradoras, a partir dos macrocampos e das

áreas de conhecimento do Ensino Médio, ou seja, o trabalho, a ciência, a tecnologia e a

cultura, tendo o trabalho como princípio educativo.

Os alunos que queiram participar do programa ProEMI, devem iniciar seus estudos

no primeiro ano do ensino médio e cumprir a grade curricular do programa. Uma vez que o

mesmo esteja matriculado, deve finalizar os três anos, obrigatoriamente, dentro do pro-

grama. A escola, por sua vez, deve garantir ao aluno o direito à terminalidade, ou seja, de-

ve fornecer ao aluno a garantia de vaga para que ele possa concluir seus estudos na unida-

de de ensino. Esta pesquisa, em particular, insere-se dentro do macrocampo: Leitura e Le-

tramento. E, neste sentido, no tópico abaixo teceremos algumas considerações sobre estra-

tégias necessárias à formação do que se considera um leitor proficiente.

3 A UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE LEITURA NA FORMAÇÃO DE LEI-

TORES PROFICIENTES

A dificuldade em compreender o que está escrito é um tema que provoca preocupa-

ção aos profissionais de educação, sendo um dos maiores impedimentos para que se consi-

ga atingir o objetivo principal: formar sujeitos autônomos e cidadãos críticos, tendo em

vista que essa competência é uma das exigências no desenvolvimento social de cada aluno.

A leitura ou a baixa qualidade da leitura tem sido apontada como a causa do fracas-

so escolar. Ouvem-se professores de diversas disciplinas dizerem que os alunos não apren-

dem o conteúdo trabalhado porque não sabem ler e nem interpretam o que leem. Uma boa

capacidade de leitura é indispensável numa sociedade letrada. Tornando-se necessária, na

medida em que auxilia na formação da consciência crítica, ao mesmo tempo em que, é

necessário trabalhar o leitor para o ato de ler.

Porém, a maioria dos alunos, infelizmente, não gosta de leitura. E o fato de não

adquirirem esse hábito vem de que, muitas vezes, as atividades de leitura não estão sendo

planejadas como ações prazerosas. Ou seja, capazes de permitir que o aluno pegue apreço

pela leitura. Uma vez que essas atividades possam ser reproduzidas através de significados

reais que tenham como objetivo a formação de leitores autônomos, e que sejam capazes de

aprender e compreender através da leitura de diversos textos.

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Freire (2000, p.20), também destaca a importância da leitura:

Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra [...] de alguma maneira, porém podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida do mundo, mas por certa forma de escrevê-lo ou de rees-crevê-lo, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente.

Entretanto, há de se considerar que as experiências das pessoas com a leitura e a es-

crita variam muito conforme a classe social a que elas pertencem. Em certas famílias, a

leitura e a escrita fazem parte da vida cotidiana: jornais e cartas são lidos e comentados,

bilhetes e listas de compras são escritos, cheques são preenchidos. Por outro lado, em ou-

tras famílias, os atos de leitura e escrita são raros ou mesmo inexistentes, seja porque as

pessoas não aprenderam a ler, seja porque as suas condições de vida e trabalho não exigem

o uso da língua escrita.

Por isso, na escola, o trabalho de leitura e escrita é importantíssimo para a formação

de leitores. Mas os alunos não devem ficar limitados às narrativas literárias, podem e de-

vem entrar em contato com notícias do jornal, cartas, cartões postais, documentos, anún-

cios, enfim, os diversos tipos de impressos que circulam no meio em que vivem. De acordo

com Farias:

A crise do ensino de língua Portuguesa se prende, entre outros fatores, à perma-nência do uso exclusivo do texto literário em sala de aula. Não um texto qual-quer, mas aquele que elite selecionava como sendo o de “bons autores”, isto é, os que apresentavam um conteúdo ideológico que lhes convinha e que eram consi-derados “literários”, segundo seus exclusivos padrões estéticos, geralmente ana-crônicos. Aqueles textos que ficaram conhecidos como os clássicos das antologi-as escolares. (FARIAS 2007, p. 7).

Uma maneira prática e eficaz de trabalhar a leitura é por meio das rodas de leitura,

que são encontros, dentro ou fora das salas de aula, em que um leitor-guia seleciona e lê

em voz alta um texto, que pode ser um conto, parlendas, adivinhas, poemas, fábulas ou

qualquer um dos outros gêneros textuais que sejam apreciados pelo público em questão. É

importante que estas leituras sejam feitas por diferentes leitores, não somente pelo profes-

sor, mas também pelos próprios alunos.

Quando se apresentam reflexões sobre o funcionamento do mundo da escrita no es-

paço escolar, propõem-se uma intervenção que envolva: a descoberta, a convivência e a

identificação de suportes através da compreensão do modo como circulam e como são

classificados os textos. Essas atividades podem ser desenvolvidas paralelamente ao traba-

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lho de construção do sentido dos textos. Essas são práticas que trabalham não só a leitura

em si, mas também o que a antecede, e o que pode prolongá-la, numa visão das condições

sociais que determinam a leitura e a escrita.

As estratégias usadas na compreensão de um texto constituem um conjunto de a-

ções mentais desenvolvidas pelo leitor para a construção de um sentido. Elas fazem parte

do processo cognitivo da leitura, e constituem as operações mentais que o leitor realiza, na

maioria das vezes, instintivamente, na interação com o texto para construir o sentido.

Diante disso Soares (2001) ressalva que:

[...] um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfa-betizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado e, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e es-crever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita. (SOARES, 2001, p. 39-40)

Não podemos dizer que o professor aplica estratégias de leitura. Elas são, na verda-

de, construídas pelos leitores, embora possam ser estimuladas por meio de atividades desa-

fiadoras. Ao professor, cabe o papel de mediador e criador de situações de ensino. Nesse

processo, o professor proporciona aos alunos os andaimes necessários para que eles pos-

sam dominar progressivamente as estratégias e sejam capazes de utilizá-las mesmo depois

da retirada das ajudas iniciais.

De acordo com a autora Solé (1998, s/p) a leitura é: “um processo de interação en-

tre o leitor e o texto; neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente

para] os objetivos que guiam sua leitura”.

A proposta de leitura enquanto resultado de interação, parte do pressuposto de que

o texto é passível de interpretações múltiplas e que é função do professor mediar as infor-

mações oriundas de uma esfera social mais ampla do aluno para possibilitar um elo com o

texto.

A leitura é um processo que se movimenta entre o que se reconhece no texto e o

que é externo a ele. A partir da revelação de estratégias dinâmicas de produção de sentido

que possibilitam as várias condições de interação entre sujeito e linguagem. Deve, então,

ser entendida como habilidade fundante do ser humano, como prática social e como ato de

produção do texto. O sujeito faz uma leitura textual com todo seu ser e sua bagagem socio-

cultural, o leitor constitui-se, identifica-se e projeta-se no texto, aproximando-se e distanci-

ando-se das ideias que o texto sugere, mesclando às suas ideias.

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O trabalho com a leitura em sala de aula é apresentado por Solé (1998, s/p), em três

etapas de atividades com o texto: o antes, o durante e o depois da leitura. A autora chama a

atenção para o fato de que a maior parte das atividades escolares é voltada para avaliar a

compreensão da leitura dos alunos e não para o ensino de estratégias que formem o leitor

competente. Muitas crianças que são rotuladas como portadoras de dificuldades de apren-

dizagem teriam condições de atingir níveis adequados de leitura, se fossem ensinadas a ler

de forma apropriada.

Segundo a autora, constituem as estratégias de compreensão leitora para antes da

leitura:

Antecipação do tema ou ideia principal a partir de elementos paratextuais, como título, subtítulo, do exame de imagens, de saliências gráficas, outros; Levanta-mento do conhecimento prévio sobre o assunto; Expectativas em função do su-porte; Expectativas em função da formatação do gênero; Expectativas em função

do autor ou instituição responsável pela publicação. (SOLÉ 1998 [s. p.]).

Atividades durante a leitura:

Confirmação, rejeição ou retificação das antecipações ou expectativas criadas antes da leitura; Localização ou construção do tema ou da ideia principal; Escla-recimentos de palavras desconhecidas a partir da inferência ou consulta do di-cionário; Formulação de conclusões implícitas no texto, com base em outras lei-turas, experiências de vida, crenças, valores; Formulação de hipóteses a respeito da sequência do enredo; Identificação de palavras-chave; Busca de informações complementares; Construção do sentido global do texto; Identificação das pistas que mostram a posição do autor; Relação de novas informações ao conhecimento prévio; Identificação de referências a outros textos. (SOLÉ 1998 [s. p.]).

Atividades para depois da leitura:

Construção da síntese semântica do texto; Utilização do registro escrito para me-lhor compreensão; Troca de impressões a respeito do texto lido; Relação de in-formações para tirar conclusões; Avaliação das informações ou opiniões emiti-das no texto; Avaliação crítica do texto. (SOLÉ 1998 [s. p.]).

As estratégias de leitura para antes, durante e depois pretendem desenvolver a prá-

tica na formação do leitor, que para alcançar esse estágio de proficiência deve dominar os

seus processamentos básicos.

A leitura é um processo interno, mas precisa ser ensinado. Uma importante condi-

ção para que o aluno aprenda, é que ele veja e entenda como o professor faz para elaborar

uma interpretação. Os alunos precisam assistir a um processo de leitura que lhes possibilite

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ver estratégias de compreensão do texto em ação em uma situação significativa e funcio-

nal.

As estratégias, por sua vez, estão diretamente relacionadas à metacognição, ou seja,

à capacidade do leitor conhecer o próprio conhecimento, de pensar sobre sua atuação, de

planejá-la e regular a atuação inteligente. Assim, as estratégias metacognitivas são aquelas

operações sobre as quais temos controle, no sentido de podermos dizer que lemos e enten-

demos o texto e, por fim, entendemos a finalidade da leitura.

As habilidades e estratégias enfeixadas na denominação de estratégias metacog-nitivas [...]. Na literatura atual, elas são chamadas de “aptidões metacognitivas” porque podem ser conscientemente invocadas pelo leitor como suporte para fo-calizar a atenção nos conteúdos importantes, no monitoramento da compreensão, na determinação de metas, na sua bem sucedida consecução e na resolução das dificuldades na compreensão (CONDEMARIN, 1994, p.163).

A partir do conhecimento das estratégias da leitura, a escola deve ligar a atividade

de ler com as necessidades pessoais e sociais do aluno, destacando a importância da leitura

em todos os âmbitos da vida. Assim, ao longo da sua existência, o indivíduo terá condições

de lutar por aquilo que realmente almeja, utilizando a leitura num plano pessoal e social,

proporcionando experiências através das quais poderá expandir suas limitações, obtendo

conhecimentos profundos de si próprios, de outros seres humanos e da sociedade em que

vive.

4. O PROFESSOR ORIENTADOR DE LEITURA NO PROGRAMA ENSINO MÉ-

DIO INOVADOR

A escola, enquanto sistema social tem um conjunto de funções interligadas e in-

terdependentes. Quando uma ação é bem-sucedida, todas as áreas que a compõem cumpri-

ram e atingiram seus objetivos. O inverso é válido: planos e ações falhos acarretarão em

posteriores consequências, tanto no aspecto das práticas pedagógicas, quanto do ensino e

aprendizagem dos educandos.

Um desses aspectos diz respeito asações que competem ao professor orientador de

leitura com a metodologia trabalhada no projeto, ProEMI. De acordo com a proposta feita

pela Secretaria Estadual de Educação na realização do programa, é obrigação do Professor

Orientador de Leitura:

O professor orientador de leitura focará seu trabalho, procurando, com toda a comunidade escolar, ampliar as competências e atuações do aluno na leitura para

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torná-lo leitor, levando-o a se inserir no mundo da linguagem, a se entusiasmar com a leitura e, ao mesmo tempo, contituir-se um leitor crítico, que se posicione diante dos fatos e que use essa criatividade na vida cotidiana. (MEC, 2018)

A intervenção do professor orientador de leitura, evidentemente, deve trazer condi-

ções para que os alunos avancem em seus conhecimentos no que tange a elaboração de

atividade de leitura.

Entretanto, também as atividades propostaspelo professor orientador de leitura de-

vempor si só, ser mensageira de provocações – despertar nos alunos momentos para que

eles possam ingressar no mundo da imaginação, na tentativa de resgatar o gosto pela leitu-

ra.

Assim, os alunos põem em prática tudo o que sabem. Sendo que, não basta que a a-

tividade seja atrativa, necessita favorecer a construção a cerca daquilo que eles trazem de

conhecimento. Quanto mais a atividade estiver adequada às suas necessidades de aprendi-

zagem e quanto mais os agrupamentos forem criteriosamente planejados, maiores serão as

possibilidades de os alunos evoluírem em seu processo de apreço pela leitura, mesmo se

não puderem contar a todo instante com a intervenção direta do professor.

Utilizar-se da linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e pro-dução de textos escritos de modo a atender as múltiplas demandas sociais, res-ponder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos, e considerar as dife-rentes condições de produção do discurso (PCN-EF, 1999, p. 33).

Dessa maneira, compete ao professor orientador de leitura, antes de iniciar uma ati-

vidade, fazer uma introdução, salientando a importância da leitura na vida das pessoas. E,

bem mais que isso: sugerir leituras e/ou autores com significações reais para os alunos.

Sempre de maneira a articular uma leitura com a outra e, quando possível, revalidar a in-

terdisciplinaridade, trabalhando em conjunto com os demais professores.

A prática da leitura em sala de aula, na biblioteca e além dos murros da escola, de-

ve ser realizada pelo professor orientador de leitura. Fazendo com que os alunos se rela-

cionem com as personagens lidas, de modo a melhorar a interação dele em sala de aula e,

até mesmo no convívio familiar e coletivo. Quando a leitura é colocada em prática, e se

torna apreciativa para o educando, este fará com que aquilo que leu, ou mais lhe chamar a

atenção se torne algo prazeroso para discutir no coletivo.

Assim, a falta de compreensão por parte do professor orientador de leitura sobre

suas ações, no que deveriam acontecer no Projeto Ensino Médio Inovador na Escola de

Educação Básica Professor Anacleto Damiani, fez com que algumas inquietações surgis-

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sem ao longo de sua jornada de trabalho. Dessa maneira, a fim de trazer contribuições so-

bre a resposta do real papel do professor orientador de leitura, dentro do programa ProE-

MI, elenca-se alguns pontos que estão sendo falhos na execução dessas ações dentro da

escola. Discute-seainda o quanto é importante haver apoio pedagógico às ações desen-

volvidas, e que essas sejam voltadas para a utilização de planejamentose/ou projetos que

visem a realização de estratégias voltados à execução da leitura.

Dessa forma, a função do professor orientador de leitura deve trazer contribuições

favoráveis na execução de metodologias que, de certa forma, possam auxiliar os demais

professores em suas aulas, elaborando momentos para a leitura no espaço destinado pela

escola, na sala de leitura.

Aprender a pensar e a falar sobre a própria linguagem, realizar uma atividade de natureza reflexiva, uma atividade de análise linguística supõe o planejamento de situações didáticas que possibilitem a reflexão não apenas sobre os diferentes re-cursos expressivos utilizados pelo autor do texto, mas também sobre a forma pe-los quais tais recursos refletem as condições de produção do discurso e as restri-ções impostas pelo gênero e pelo suporte (PCN-EF, 1999, p 27-28).

No entanto, nessa discussão inicial não se pretende a conclusões fechadas, mas sim,

elencar uma proposta capaz de formular algumas reflexões sobre a interação do professor

orientador de leitura e o desempenho dos discentes no desenvolvimento de habilidades

para a compreensão leitora e, consequentemente, suas participações nas aulas de leitura.

Muito mais que uma mera crítica à instituição e seus modos de atuação, busca-se

construir caminhos que possam contribuir para que a educação alcance seu objetivo maior

e que o professor orientador de leitura não seja visto pelos demais colegas como uma fun-

ção desnecessária, da qual recebe seu salário sem fazer nada na escola em que atua.

Tornar possível essa amarração exigirá da escola, do corpo pedagógico e do profes-

sor orientador de leitura, propostas que permitam aos alunos inserir-se no mundo imaginá-

rio, uma vez que, haja o rompimento, da forma rotineira e desmotivadora com que esses

concebem e reproduzem a leitura. Seja em sala de aula, em casa ou em outros ambientes

além dos muros da escola.

A escola não deve limitar os alunos e o professor orientador de leitura na execução

de atividades leitoras. Mas sim, conciliar a exploração do maior número possível de gêne-

ros textuais para que os discentes possam produzir e revelar os discursos que se escondem

atrás da camada de superficialidade das palavras. Podendo não só trazer contribuições para

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os estudos trabalhados em sala de aula, mas também motivar outros professores e alunos a

avaliar suas atitudes e valores enquanto leitores cidadãos.

Os gêneros textuais são tanto quanto as intenções comunicativas: telefonema, bi-lhete, cartas, receita, horóscopo, bula de remédio, lista de compras, edital de concurso, formulários, aula expositiva, carta eletrônica, bate papo por computa-dor, entre outros inúmeros textos que circulam socialmente. (FERREIRA, 2001, p. 30).

Dessa forma, as ações do professor de leitura no programa Ensino Médio Inovador

não se restringem apenas a transmissão de habilidades prático-utilitárias, nem à reprodução

de verbetes conceituais. Ao contrário, ele se faz na medida em que o professor evidencie e

faz com que os alunos compreendam as relações entre os conhecimentos e os seus funda-

mentos explicativos. Sem dúvida um desafio pedagógico a ser persistido pelo professor e

que por si só se enfraquece sobremaneira devido às condições precárias de formação e de

trabalho do professor orientador de leitura dentro da escola.

4.1 Ações do professor orientador de leitura na Escola de Educação Básica professor

Anacleto Damiani

A Escola de Educação Básica Professor Anacleto Damiani disponibiliza no seu

Projeto Político Pedagógico as ações a serem desenvolvidas pelo profissional de Letras –

Língua Portuguesa e Literatura que irá trabalhar na função de Orientador de Leitura a se-

guinte tabela:

Professor Orientador de Leitura

O QUÊ COMO QUANDO

Participar na elaboração do planejamento cole-

tivo da escola organizado interdisciplinarmen-

te.

Planejamento e

execução

Semanalmente

Planejar e executar projetos de leitura, em par-

ceria com a comunidade escolar.

Planejamento e

execução

Constantemente

Ampliar as competências e atuações dos alunos

em leitura para torná-los leitores.

Atividades de

aprendizagem

Constantemente

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Buscar estratégias e parcerias na construção de

um acervo diversificado quantitativo e qualita-

tivo da biblioteca e salas de leitura.

Sugestão: elaborar e distribuir lista de livros

como sugestões às famílias que quiserem com-

prar e doar à escola, com o intuito de melhorar

o acervo da biblioteca.

Execução

Constantemente

Promover momentos de sessão de cinema no

horário do almoço.

Planejamento e

execução

Constantemente

Murais com sugestões de leitura,; livros que

são comprados.

Planejamento e

execução

Constantemente

Implementar projetos em parcerias com (as) os

professores (as) de LPL E Inglês. Sugestão:

nas aulas de conversação de Inglês, divide-se

cada turma em 02 grupos um vai para a biblio-

teca, enquanto o outro permanece na sala com

o(a) professor(a). É um trabalho de leitura e

escrita diferenciado em conjunto com os pro-

fessores.

Planejamento e

execução

Constantemente

Assessorar os professores de diferentes disci-

plinas, procurando matérias para serem utiliza-

das em sala de aula, como textos, vídeos, sites,

etc.

Sugestão: organizar momentos onde o aluno

pode se apresentar e expressar a oralidade, co-

mo tarde cultural.

Planejamento e

execução

Constantemente

Distribuição, acompanhamento e monitora-

mento da leitura dos alunos.

Sugestão: controle de cada livro que o aluno lê,

através de uma ficha.

Atendimento in-

dividual

Mensalmente

Organizar e monitorar a presença de livros e de

material escrito diversificado nas salas de leitu-

Planejamento e

Mensalmente

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ra, sala de aula e biblioteca. execução

Promover a utilização efetiva da leitura infan-

to-juvenil na escola.

Atividades de

aprendizagem

Constantemente

Organizar, animar e dinamizar o ambiente das

salas de leitura/cantinho de leitura e biblioteca,

para que todos tenha acesso às informações de

jornais, revistas e livros.

Planejamento e

execução

Constantemente

Orientar os alunos quanto à indicação de leitu-

ras e pesquisas nos momentos que estes fre-

quentam a biblioteca.

Atendimento in-

dividual ou em

grupo

Constantemente

Catalogar todos os livros, periódicos, revistas,

jornais, entre outras obras.

Execução

Constantemente

Receber livros e socializá-los. Execução Constantemente

Organizar projetos e programas de leitura. Atividades de

aprendizagem

Constantemente

Participar da elaboração do projeto político

pedagógico vinculado as ações da biblioteca a

cada disciplina.

Reuniões

Anualmente

Promover visitas a outros espaços ligados à

leitura como: feira do livro, biblioteca munici-

pal.

Atividades de

aprendizagem

Bimestralmente

Fonte: Projeto Político Pedagógico da E.E.B. Professor Anacleto Damiani, 2018.

Chegamos à parte do trabalho em quediscutimos o ponto crucial que deu origem à

necessidade da realização do mesmo, que são os desafios impostos ao professor orientador

de leitura na escola analisada.

Na realidade, o que está postulado no papel não é o que acontece dentro da escola

e, tampouco, o que é proposto pelo programa ProEMI. Todas as ações que caberiam ao

professor orientador de leitura são deixadas de lado, ou até mesmo, nunca acontecem, de-

vido à grande falta de professores na unidade escolar.

Todos os dias, as turmas de ensino fundamental e médio se deparam com a falta de

comprometimento com o ensino e aprendizagem por parte de alguns professores. Estes,

que por sua vez deveriam estar presentes em sala de aula para repassar o conhecimen-

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to/conteúdo aos alunos, faltam ao trabalho. Muitas vezes, sem justificativa relevante ou

apenas pelo gosto em não cumprirem o seu papel, uma vez que se acham no direito de ter

regalias dentro da escola por serem professores efetivos.

Diariamente, quando acontece a ausência de determinado professor na escola, quem

o substitui em sala de aula é o professor orientador de leitura. Dessa maneira, este profis-

sional é desviado de suas funções. Por diversas vezes, ocorreu de mais de um professor

não comparecer à escola e, para as turmas não ficarem sem professor titular, o corpo peda-

gógico e administrativo vão às salas para atender as turmas, juntamente com o professor

orientador de leitura.

Durante o ano letivo de 2018, das ações planejadas dentro de projetos interdiscipli-

nares para as aulas de leitura, nenhum, teve sua objetividade alcançada, devido a esse im-

passe que afeta todo o percurso do programa e da escola. A escola enquanto unidade edu-

cativa deveria ministrar melhor esse empecilho e priorizar o que é de suma importância

para a formação de seus alunos.

O que não condiz com o documento norteador do ProEMI (2011, p.11)

É fundamental que os estudantes desenvolvam habilidades de leitura, interpreta-ção e produção de textos em diversos gêneros, assim é importante ter foco na criação de estratégias para desenvolvimento da leitura crítica e da organização da escrita em formas mais complexas, ampliando as situações de uso da leitura e da escrita, incluindo estudos científicos e literários, obras e autores locais, nacionais e internacionais.

Das turmas que frequentam o programa ProEMI, 40% dos alunos possuem dificul-

dades em compreender e interpretar as atividades propostas pelos professores. E isso é

preocupante, visto que seus históricos deveriam ser os melhores da escola, pois eles possu-

em uma grade curricular mais ampla. Os mesmos dispõem de dois períodos de estudos

semanais extras na escola e as médias bimestrais são mais baixas do que os alunos que

frequentam o ensino regular.

Usufruírem das aulas de leitura, que deveriam ocorrer semanalmente, com duração

de 1h30min, totalizando 1 aula por turma de 45 minutos é de suma importância, pois tem

por finalidade instigar o aluno ao ato de ler e interagir com a história narrada das persona-

gens.

O professor orientador de leitura sente-se desamparado por não atingir seus objeti-

vos no ensino e aprendizagem desses educandos. Haja vista que, suafunção dentro do pro-

grama deveria ser algo norteador para que ele pudesse exercer suas ações no desempenho

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das atividades propostas pelo ProEMI. Isso faria de sua função algo mais gratificantee,

para os educandos, o momento de leitura traria os resultados que tanto se busca alcançar. E

assim, é lamentável perceber-se que, um programa proposto pelo governo para fortalecer o

ensino, acaba não gerando os resultados positivos, por conta de entraves colocados dentro

da própria unidade escolar.

Por outro lado, em escolas da rede estadual do estado de Santa Catarina, onde Pro-

EMI foi implantado e é desenvolvido em consonância com suas orientações, o papel do

professor orientador de leitura é de grande relevância e tem feito a diferença nos resultados

apresentado pelos alunos. Observação esta que é o tópico abordado na seção abaixo.

5. Relatos da Escola de Educação Básica Dom Vital – Escola modelo no desenvolvi-

mento do ProEMI

No decorrer da pesquisa para a elaboração do artigo, ressaltamos como ocorre o

programa ProEMI e, consequentemente, a execução das atividades propostas pela profes-

sora orientadora de leitura da escola na Escola de Educação Básica Dom Vital, localizada

no município de Ponte Serrada/SC. A escola foi uma das primeiras unidades de ensino a

aderir ao ProEMI, no ano de 2010, programa esse recém implantado pelo governo do esta-

do.

Como qualquer instituição no início de qualquer programa novo, a escola passoupe-

lo período de adaptação e aceitação pelos professores e alunos. Enfrentou momentos ruins

até que se chegasse à adequação necessária para o bom funcionamento das atividades. A

partir de então, a escola começou a receber auxílio financeiro do governo do estado para a

manutenção do programa, como aquisição de materiais permanentes, pedagógicos e ativi-

dades extraclasse, como excursões para estudos.

Para as escolas que aderem ao ProEMI, a secretaria de estado da educação dispo-

nibilizamais três profissionais,a fim de auxiliar os demais professores que frequentam as

turmas do programa,devidamente habilitados,para trabalhar como orientador de Laborató-

rio de biologia(Biologia), orientador de convivência (Educação Física) e o orientador de

leitura (Letras). Com o intuito de suprir as dificuldades dos alunos e auxiliar os professores

na realização das atividades planejadas. Na escola, Dom Vidal, na qual fizemos a observa-

ção, cada um desses professores desempenha a sua função.

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Como em qualquer escola, também há a falta de comprometimento de determina-

dos professores e, na ausência destes em sala de aula, quem os substitui é a professora ori-

entadora de leitura. Porém, diferentemente da Escola Anacleto Damiani, durante este perí-

odo, a mesma desenvolve as atividades voltadas para a leitura e não para conteúdoda disci-

plina, cujo professor não compareceu à escola no dia. Esse é o diferencial. O professor

orientador de leitura não deixa de seguir o que está proposto no seu planejamento para os

alunos do ProEMI.

Semanalmente, a escola se mobiliza para fazer o “momento da leitura”, obrigatori-

amente. É dever da professora orientadora de leitura passar de sala em sala, anotar se o

professor e os alunos estão desenvolvendo a atividade. A atividade está toda articulada

conforme estabelecido no documento norteador do programa, que diz o professor orienta-

dor de leitura tem a função de:

Criar alternativas de leitura e produção de textos, explorando diversos gêneros que possibilitem ao estudante utilizar, desenvolver e apreender estratégias para a compreensão da leitura e a organização da escrita em formas mais complexas. As atividades deverão propiciar experiências que desenvolvam habilidades ne-cessárias à compreensão crítica das leituras realizadas focando na leitura e inter-pretação de textos, em estudos sobre autores da literatura local, nacional e es-trangeira e na proposição de projetos que permitam a vivência de situações de uso da leitura e da escrita relacionadas ao cotidiano e à vida do estudante. (PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR. DOCUMENTO ORIENTA-DOR, 2011, p. 16-17)

Quando não há o cumprimento da atividade por parte do professor, os alunos são

responsáveis por anotar no caderno de leitura que não houve o momento de leitura naquela

aula. A anotação feita é lançada no diário onlinedo professor e, posteriormente, recebe da

direção uma advertência pelo não cumprimento das normas da escola.

A escola possui no ano letivo quatro turmas que frequentam o ProEMI e, durante o

período em que os alunos permanecem no contra turno na escola, todos ficam nos mesmos

dias, não há divisão das turmas em dias alternados como acontece na escola Anacleto Da-

miani. Durante o horário de almoço, quem permanece com eles na escola é a gestora esco-

lar e a assistente técnica pedagógica. Elas utilizam esse período para conversar, interagir e

conviver com os alunos, a fim de melhorar as atividades e planejamento dos professores.

Todo esse processo que ocorre na escola passou por um período de adequação, co-

mo acontece em qualquer outra escola. Porém, o que é evidente é que, se não houver o

comprometimento da gestão nessa adequação organizacional e o cumprimento das obriga-

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ções dos demais professores da escola, não haverá interação entre as partes, o que afetará a

aprendizagem dos educandos. O que já é evidente na primeira escola, relatada na seção 4.

Nesta escola, é necessário dizer: fica clara a organização escolar. O que nos leva a

perceber que, primeiramente, se não houver uma gestão comprometida com a organização

educacional e o cumprimento do papel de cada profissional na escola, nunca haverá a exe-

cução de qualquer atividade com êxito.

Quando se trabalha em coletivo, o resultado tende a ser mais produtivo, ambas as

partes se beneficiam com os procedimentos que dão certo. O desempenho dos alunos é

satisfatório, pois todos estão comprometidos com o ensino-aprendizagem e o conhecimen-

to é visto como algo primordial.

É importante ressaltar o resultado significativo de aprendizagem dos alunos que

participam do ProEMI. Haja vista que, esse entrosamento entre o ensino e aprendizagem

dos educandos, se dá, pois, existe uma equipe comprometida. E, consequentemente, o re-

sultado final se torna satisfatório.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como principal objetivo descrever os desafios enfrentados pelo

professor orientador de leitura no Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI), no que tan-

ge ao desempenho de suafunção dentro da escola.

A pesquisa ressalta o Programa Ensino Médio Inovador, instituído pelo Ministério

da Educação no ano de 2010, donde inicialmente algumas escolas da rede estadual de ensi-

no aderiram ao programa. Atualmente há um total de 115 escolas participantes do progra-

ma. Programa esse que traz em sua estrutura um currículo diversificado de redesenho cur-

ricular.

Porém, os alunos não estão mais animados em participar do programa, pois no de-

correr dos anos e, mais precisamente no último, o governo do estado não disponibilizou

para a escola os recursos destinados à manutenção de atividades dos macrocampos. Isso-

face ao mau desempenho do programa na escola, que por não ser adequadamente desen-

volvido, não trouxe os resultados esperados pelo governo. Essa falta de recurso afetou dire-

tamente o andamento das aulas, visto a desmotivação dos alunos em continuar no progra-

ma, pois as aulas se tornaram muito teóricas e, consequentemente, cansativas.

No artigo abordamos a importância das estratégias de leitura como um instrumento

para tornar os alunos leitores proficientes. Discussão muito necessária uma vez que, muitos

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de nossos alunos chegam ao final do ensino médio sem saber ler e escrever, o que acarreta

a dificuldade de interpretação e produção de textos coesos e coerentes de acordo com o

nível de ensino que estão frequentando.

O melhor caminho para preparar o aluno para o exercício da leitura, sem dúvida é,

estabelecer métodos diversificados que os possibilitem vivenciar situações que desenvol-

vam em si próprios a capacidade de organização, assimilação e sociabilidade para, assim,

conseguirfazer trabalho individual e em equipe a partir da capacidade de adaptação a dife-

rentes situações.

Na seção sobre o professor orientador de leitura no programa ensino médio inova-

dor destacamos os seus desafios durante a realização das atividades voltadas à leitura e a

execução do planejamento. Apontamos queeste profissional não consegue executar suas

atividades, devido às faltas ao trabalho por parte de alguns professores na escola, que não

se mostram comprometidos com o processo de ensino e aprendizagem de seus alunos. Fa-

zendo, desse modo, do professor orientador de leitura seu substituto, o que acarreta a não

execução das funções pré-estabelecidas pelo ProEMI.

Bem relacionar-se com o outro significa bem viver. Deve-se dizer que a possibili-

dade de aprender algo novo traz inúmeras vantagens. Pois faz com que os alunos estejam

mergulhados num mundo mais verdadeiro, no qual se tem como presença constante o dese-

jo em aprender algo novo e melhorar aquilo que já traz consigo como experiência pessoal.

E, isso deve estar voltado para o bom desempenho e domínio dos conteúdos a serem traba-

lhados, caracterizado por momentos de seriedade, autenticidade, disponibilidade e compre-

ensão em relação ao outro.

Construir alternativas pedagógicas é o primeiro passo para a mudança. As estraté-

gias de leitura utilizadas no plano de ação do professor orientador de leitura são atividades

essenciais para a aprendizagem dos educandos participantes do programa ensino médio

inovador, pois, com elas, podem-se formar leitores autônomos, capazes de enfrentar, de

modo inteligente, textos diversos, interrogar sobre sua própria compreensão e estabelecer

relações entre o que lê e o que já conhece.

Por último, e não menos importante, temos o relato de uma das escolas que aderi-

ram ao Programa Ensino Médio Inovador, no ano de 2010 e, que se torna uma escola de

referência quando se fala em ProEMI, pois, dispõe de uma gestão comprometida com o

programa e sua execução. Incentivando e exigindo dos professores o mesmo comprometi-

mento para com os alunos que frequentam o ProEMI.

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Está claro para todos que a educação é, antes de tudo, uma ação de sociabilização, e

o professor é o agente transformador, mediador, educador que conduzirá essa sociabiliza-

ção. Paradigmas tradicionalistas e autoritários por parte da gestão escolar não podem mais

fazer parte da escola. Assim como não terá mais lugar para o professor que acredita ser o

único dono do conhecimento. Sabendo disso, podemos dizer que é frustrante para o profes-

sor presenciar que, um programa proposto pelo governo, cujo objetivo maior é a socializa-

ção e ofortalecimento do ensino, não gera os resultados esperados, por conta dos entraves

estabelecidos pela própria unidade escolar.

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