alfabetizaÇÃo e letramento na prÉ- escola e suas...

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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE CAMPUS AVANÇADO ABELARDO LUZ ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO TRABALHO DE CURSO ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÉ- ESCOLA E SUAS PRÁTICAS NO MUNICÍPIO DE ABELARDO LUZ SC Daniele Oliveira de Souza Caetano Abelardo Luz/SC, dezembro de 2018

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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE

CAMPUS AVANÇADO ABELARDO LUZ

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO

TRABALHO DE CURSO

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÉ-ESCOLA E SUAS PRÁTICAS NO MUNICÍPIO DE

ABELARDO LUZ – SC

Daniele Oliveira de Souza Caetano

Abelardo Luz/SC, dezembro de 2018

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TRABALHO DE CURSO

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÉ-

ESCOLA E SUAS PRÁTICAS NO MUNICÍPIO DE ABELARDO LUZ – SC

Trabalho de Curso – TC apresentado ao Curso de Especialização em Educação: Educação e Prática de Ensino, do Instituto Federal Catarinense – Campus Avançado Abelardo Luz, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Educação. Orientador: Prof. Dr. Jorge da Cunha Dutra

Daniele Oliveira de Souza Caetano

Abelardo Luz/SC, dezembro de 2018

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BANCA AVALIADORA

Prof. Dr. Jorge da Cunha Dutra – Orientador

IFC Campus Avançado Abelardo Luz

Prof. Me. Elodir Lourenço de Souza

IFC Campus Avançado Abelardo Luz

Prof. Me. André Franzoni Alexandre

IFC Campus Avançado Abelardo Luz

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÉ-ESCOLA E SUAS PRÁTICAS NO

MUNICÍPIO DE ABELARDO LUZ – SC

Daniele Oliveira de Souza Caetano1

Jorge da Cunha Dutra2

Resumo: O presente artigo trata da alfabetização e do letramento na pré-escola e de suas práticas na cidade de Abelardo Luz – SC. Tem-se como objetivo geral verificar de que forma ocorre a alfabetização e o letramento na pré-escola da cidade de Abelardo Luz - SC. Assim, por meio do método de pesquisa bibliográfica, foram realizadas diversas leituras acerca do tema, as quais traziam contraposição de ideias, bem como, foram realizadas observações em sala de aula, em duas turmas de duas instituições de ensino de Educação Infantil do município, com crianças de faixa etária dos cinco anos de idade. Neste sentido, entende-se que enquanto no letramento, além de aprender a ler e a escrever, é um processo que permite à criança entender e interpretar os textos, a alfabetização restringe-se apenas no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Assim, a alfabetização é o primeiro contato da criança com as letras, porém, estar alfabetizado não é sinônimo de estar apto a interpretar o que se lê. Logo, há diferentes formas de condução das atividades pelos professores, seja na instituição pública e na privada, visto que deve ser considerado o fato do entendimento de ambos os profissionais atuantes. Com este trabalho, concluímos que a pré-escola pode ser um espaço alfabetizador sem que se retire da criança as atividades lúdicas, assim, a criança irá aprender a ler, escrever e interpretar naturalmente, visto que se encontrará ambientalizada se as atividades escolares se derem brincando. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Pré-escola. Abstract: This report concerns the alphabetization and literacy in the pre-school and your practices in the city of Abelardo Luz-SC. Has been that main objective to check in what way happens the alphabetization and literacy in the pre-school of the city of Abelardo Luz- SC. Thus, through bibliographical research method, several readings about the theme, that which brought counterpoints to the ideas, as well as, were done observations in class room, into two classes of two educational establishments of children education of the municipality with children from five years age group . In this sense, it is understood that whereas on the literacy besides learning to read and write, is a process to set to the children understand and interpret the texts , the literacy is just restrained in the process of learning of reading and writing. Thus, the literacy is the first step of the children with the letters, however, to be literate isn't synonyms of to be able to interpret what’s reads. Then, there are different ways of the activities conduct by the teachers, whether public and private institutions, as long as, should consider understanding the fact of both working professionals. With this work we conclude that preschool can be literacy space without withdrawing children's fun activities, therefore the child will learn naturally to read, write and interpret, seen that will find environmentalised if the school activities they happen kidding. Keywords: Literacy. Literature. Pre school.

1Acadêmica do Curso de Especialização em Educação: Educação e Prática de Ensino. Licenciada em Pedagogia, pelo Centro Universitário Estácio Ribeirão Preto. E-mail: [email protected] 2 Orientador deste Trabalho de Curso. É licenciado em Pedagogia (2006) pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG e em Filosofia (2010) pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Mestre (2010) e Doutor (2014) em Educação pela UFPel. Atualmente é Professor de Filosofia, Diretor de Desenvolvimento Educacional e Diretor Substituto do Instituto Federal Catarinense – IFC Campus Avançado Abelardo Luz. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

A alfabetização e o letramento na pré-escola3 são processos fundamentais e

determinantes para o desenvolvimento escolar da criança. Portanto, devem ser muito

bem compreendidos e respeitados como métodos diversos do processo de alfabetizar,

porém que podem ser trabalhados de modo a se complementarem. A decisão de

iniciar essa pesquisa partiu através de uma polêmica em que me deparei ao iniciar

meus estágios da graduação, em que através de algumas inquietações e

posicionamentos de professoras do município de Abelardo Luz – SC, diante da

alfabetização e letramento serem, ou não, realizados ainda na fase pré-escolar do

indivíduo, me senti provocada a iniciar a investigação.

Diante disso, houve a necessidade de compreender os aspectos conceituais

e históricos do letramento e da alfabetização, a fim de diferenciá-los e de então

analisar como ocorrem e quais conteúdos e metodologias são empregados na Pré-

escola no município de Abelardo Luz – SC.

Para o desenvolvimento deste artigo, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, a

qual é compreendida como “um apanhado geral sobre os principais trabalhos já

realizados revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e

relevantes relacionados com o tema” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.158). Logo, para

a concretização do escopo do referido método, serão utilizados procedimentos de

pesquisa, os quais têm como fundamento a contraposição de ideias, dispostas acerca

do assunto.

Para que se possa entender um pouco de como o processo de letramento e

alfabetização acontece no município de Abelardo Luz – SC e por ser um tema de

bastantes controvérsias, o que naturalmente fomenta a discussão, houve também a

necessidade de buscar mais dados dessa prática por meio do método da observação,

cuja técnica não estruturada, também denominada de assistemática, tem o condão de

recolher e registrar os fatos reais, sem que seja necessário que o pesquisador utilize

materiais que intervenham diretamente nas ações dos indivíduos, como realização de

perguntas diretas (MARCONI; LAKATOS, 2003).Trata-se de atuar como expectador

dos fatos que ocorrem em sala de aula, sem, no entanto, interferir no curso natural

das ações, de modo que possa haver medições e análises para coleta de dados

(MARCONI; LAKATOS, 2003).

3 Esse termo foi utilizado para realizar a delimitação da faixa etária desejada, nesta investigação, no nível da educação infantil.

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Neste sentido, o objetivo geral do presente trabalho é o de verificar como

ocorre a alfabetização e o letramento na pré-escola da cidade de Abelardo Luz – SC.

Portanto, trará abordagens e conceitos sobre o tema alfabetização e letramento na

pré-escola e também identificará alguns elementos e características históricas que

estão presentes na atualidade.

Isto, para tanto, tem o fim de responder a questionamentos de como se dá os

aspectos da alfabetização e do letramento na pré-escola, bem como conhecer como

se dá o trabalho com as linguagens e a perspectiva do desenvolvimento integral nessa

fase.

Cabe salientar que diferenciar a alfabetização do letramento, conforme supra

versado, é fundamental. Porém, é necessário que esses processos se deem na

prática, posto que o desempenho não só escolar, mas também como sujeitos em

desenvolvimento que são, torne-se mais completo e não traga consequências

negativas na adolescência ou mesmo na vida adulta.

1. METODOLOGIA

Para desenvolver este trabalho, foi necessário utilizar-se da pesquisa

bibliográfica e também o método observacional.

Na pesquisa bibliográfica buscou-se a contraposição de ideias acerca do

assunto, tanto no sentido de ser favorável, como contrário, à alfabetização e ao

letramento na Pré-escola, assegurando uma análise mais ampla sobre o tema

estudado.

Logo, sentindo a necessidade de verificar como se dá na prática do

município de Abelardo Luz – SC o letramento e a alfabetização na pré-escola, foram

realizadas observações em sala de aula, em duas turmas de duas instituições de

ensino de Educação Infantil da cidade de Abelardo Luz – SC com crianças de faixa

etária de cinco anos de idade, a fim de verificar seus posicionamentos e práticas

referentes à alfabetização e ao letramento.

Observaram-se as atividades aplicadas, a desenvoltura das docentes,

assim como o desempenho dos alunos no desenvolvimento de seus trabalhos. Dessa

forma, foi possível colher informações acerca da maneira que o letramento e a

alfabetização são compreendidos no município.

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2. ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE A ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL: DO FIM DO

SÉCULO XIX ATÉ OS DIAS ATUAIS

O final do século XIX, para a educação, foi um marco tácito, posto que desde

essa época há discussões acerca da dificuldade das crianças aprenderem a ler e a

escrever na escola. Isto, para tanto, pode ser entendido como um período de

transição, visto que a disputa era sobre ideais de ensino: “novos” versus “antigos”,

conforme bem denota Mortatti (2006, p.1):

Em nosso país, a história da alfabetização tem sua face mais visível na história dos métodos de alfabetização, em torno dos quais, especialmente desde o final do século XIX, vêm-se gerando tensas disputas relacionadas com "antigas" e "novas" explicações para um mesmo problema: a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e a escrever, especialmente na escola pública.

O que pode ser observado, relativo ao século XIX, é a forte tendência de

empoderamento do Estado, especialmente após a Proclamação da República, sendo

a educação uma de suas prioridades. Neste sentido Mortatti (2006, p.2) ressalva que

a escola tornou-se um lugar institucionalizado, posto que ao preparar as gerações,

tende a seguir os parâmetros do Estado Republicano, sendo que a universalização da

escola foi o ápice do modernismo na época, visto que se tornou sinônimo de progresso

do Estado-Nação, especialmente por ter a função de esclarecer as massas iletradas.

No âmbito desses ideais republicanos, saber ler e escrever se tornou instrumento privilegiado de aquisição de saber/esclarecimento e imperativo da modernização e desenvolvimento social. A leitura e a escrita — que até então eram práticas culturais cuja aprendizagem se encontrava restrita a poucos e ocorria por meio de transmissão assistemática de seus rudimentos no âmbito privado do lar, ou de maneira menos informal, mas ainda precária, nas poucas “escolas” do Império (“aulas régias”) — tornaram-se fundamentos da escola obrigatória, leiga e gratuita e objeto de ensino e aprendizagem escolarizados. Caracterizando-se como tecnicamente ensináveis, as práticas de leitura e escrita passaram, assim, a ser submetidas a ensino organizado, sistemático e intencional, demandando, para isso, a preparação de profissionais especializados (MORTATTI, 2006, pp. 2-3).

Assim, o ideal de ter um padrão a ser seguido na escola, tornou-se bastante

veemente naquela época, visto que era importante essa alienação do indivíduo, a fim

de que o Estado tivesse, efetivamente, poder sobre ele.

Por volta do ano de 1910, início do século XX, conforme menciona Pinto

(2003), houve outro ponto histórico. Algumas mulheres, revoltadas por não serem

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consideradas cidadãs pela Constituição, criaram um partido político, sendo intitulado

de Partido Republicano Feminino. Este, para tanto, abarcava vários princípios, não se

abstendo somente à defesa do voto Direto.

O estatuto do partido dá uma idéia muito clara do que pretendiam essas mulheres: não defendiam apenas o direito ao voto, mas falavam de emancipação e independência. Atribuíam à mulher qualidades para exercer a cidadania no mundo da política (o patriotismo) e no do trabalho (PINTO, 2003, p. 18).

Ademais, cabe salientar que no século XX, no ano de 1920 é que ocorreu a

primeira fase do feminismo no Brasil. Esta fase deu-se por mulheres que lutavam não

somente pelo direito ao voto direto, mas pelo direito de também serem votadas. Logo,

no ano de 1932, as mulheres conquistaram esse direito por meio do advento do

Código Eleitoral (PINTO, 2003).

Nos anos sessenta, quando houve um dos maiores e mais significativos

pontos da história brasileira, o golpe militar, a alfabetização passou a ser controlada,

ou seja, os militares compreendiam a alfabetização fundamental para os brasileiros,

tanto que tinham como escopo a erradicação do analfabetismo no Brasil.

Os militares tinham todo o controle do que seria ensinado. Suas ações de alfabetização começaram a ter ênfase no fim de 1970, quando seus projetos foram iniciados em grande escala. Seu objetivo era erradicar o analfabetismo no Brasil num curto espaço de tempo. Tinha forte influência do Método Paulo Freire, pois utilizava “palavra geradora”, que consistia em palavras pesquisadas com os alunos, para educar. Mas havia uma diferença marcante, pois o Método Paulo Freire utilizava palavras tiradas do cotidiano dos alunos e no MOBRAL, as palavras eram definidas por tecnocratas que as escolhiam a partir de estudo das necessidades humanas básicas (CORRÊA, 1979, p. 57).

Durante o século XX, houve uma preocupação veemente sobre o fim do

analfabetismo no país. Posto que os métodos utilizados para a alfabetização, pelos

professores, eram rigorosamente fiscalizados, especialmente pelo período da ênfase

à nacionalização da época.

As últimas décadas do século XX marcaram um crescimento bibliográfico e acadêmico na área da alfabetização. Até meados da década de 1980, estudo e pesquisas sobre essa temática, voltavam-se quase exclusivamente para os aspectos psicológicos e pedagógicos, ou seja, quase exclusivamente para os processos por meio dos quais o indivíduo aprende a ler e escrever, os aspectos fisiológicos e neurológicos, os pré-requisitos para a alfabetização e para os métodos de alfabetização (MACIEL, 2008, p.229).

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Para tanto, é importante ressaltar que para Kramer e Souza (1987, p. 18), a

preocupação com as crianças não se deu conforme asseverado:

[...] pode ser interpretada como uma tentativa de encontrar, naquele momento, uma solução para um impasse político. Se, por um lado, o discurso oficial apontava a pré-escola como uma necessidade inadiável, por outro, o planejamento orçamentário da União continuava sem uma política de dotação de verbas que pudesse cobrir as reais necessidades da educação no país.

Assim, conforme Kramer (1988), a implantação de creches e pré-escolas no

período ditatorial não foi tão simples. Somente no final da década de 1970 é que essa

luta ganhou forças, pois, conquanto houve manifestações, estas não eram um

movimento significativo, pois davam-se de forma isolada. Um exemplo foi o

“Movimento de Luta por Creches”, criado no ano de 1979. Para tanto, cabe sobrelevar

que o público que lutava pela criação e implementação de creches e pré-escolas, o

que causaria um impacto gigante na alfabetização infantil, eram grupos políticos

contrários à ditadura militar. Tratavam-se de movimentos estudantis que realizavam

passeatas em prol da democracia (KUHLMANN JÚNIOR, 2015).

Percebe-se que o período que compreendeu a ditadura foi bastante

desafiador para a educação infantil. Caso recebam os louvores de uma ascensão na

educação, no que tange a alfabetização, certamente é em virtude das lutas travadas

em prol desse direito, pelos movimentos em todo o país.

Em 1988 houve o advento da Constituição Federal, a chamada Carta Magna

cidadã. Com ela a obrigatoriedade da criança estar na escola, bem como excluindo

as pessoas não alfabetizadas da obrigatoriedade do voto, bem como retirando destes

o direito de serem votados, por meio do sufrágio universal direto, conforme determina

o art. 14 do diploma legal (BRASIL, 1988).

O ano de 1990 foi que ocorreu o Ano Internacional da Alfabetização, na cidade

de Jontien, na Tailândia, cujo evento teve como escopo tratar da educação básica e

definir estratégias para que todos tivessem acesso à educação (BRASIL, 2018).

No final de 1990 surge o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), do governo de Fernando Collor de Melo, tinha o objetivo de reduzir o índice de analfabetismo em 70% num período de cinco anos, mas o programa não durou nem um ano. Após 1997, os programas de alfabetização mais marcantes foram o Programa Alfabetização Solidária – PAS e o Programa Brasil Alfabetizado que contam com parcerias firmadas entre o governo e instituições públicas e privadas (BRASIL, [s.d.], p.1).

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No ano de 1996, foi criada a Lei nº 9.394. Esta lei é para a educação, tal como

a Constituição Federal de 1988 é para o Brasil, posto que estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional e conforme estabelece o §1º do art. 1º da referida lei

infraconstitucional: “[...] disciplina a educação escolar, que se desenvolve,

predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias” (BRASIL, 1996, Art.

1º, §1º).

A partir do advento da Lei nº 9.394/1996, foi possível estabelecer os

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 2000). Estes, para tanto, são

discutidos durante meses por especialistas e educadores de todo o país. Servem,

portanto, para apoiar as equipes escolares na execução de seus trabalhos e para

fomentar e apoiar a reflexão acerca da prática diária, ao planejamento das aulas, bem

como para o desenvolvimento do currículo escolar, corroborando ainda para a

atualização profissional (BRASIL, 1996).

Outro avanço de imensurável relevância foi a elaboração do Referencial

Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI, o qual integra a série de

documentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados pelo Ministério da

Educação, atendendo às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (BRASIL, 1996).

Nota-se, portanto, que a educação foi um dos aspectos que em nenhum

momento fora deixado de ser discutido no Brasil. Em que pese os momentos históricos

do país, a educação sempre foi uma das prioridades, resultado este que podem ser

denotados pela elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, e

especialmente, do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI.

Atualmente, o Plano Nacional da Educação e a Base Nacional Comum

Curricular são os documentos bases que guiam os parâmetros da educação, seja em

âmbito da educação infantil, do ensino fundamental e médio.

Entretanto, embora reconhecida como direito de todas as crianças e dever do Estado, a Educação Infantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos apenas com a Emenda Constitucional nº 59/2009, que determina a obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos. Essa extensão da obrigatoriedade é incluída na LDB em 2013, consagrando plenamente a obrigatoriedade de matrícula de todas as crianças de 4 e 5 anos em instituições de Educação Infantil (BRASIL, 2017, p. 34).

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Nesta esteira é importante ressaltar que o Plano Municipal de Educação

(2015-2025) do município de Abelardo Luz – SC (ABELARDO LUZ, 2015) e o Plano

Estadual de Educação (2015-2024) (SANTA CATARINA, 2015), não fazem menção,

ao longo de seus textos, acerca do letramento, tão pouco determinam este como uma

de suas metas ou propostas durante o período de dez anos. Porém, mencionam como

uma de suas metas, a alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o final do

terceiro ano do ensino fundamental, tendo como uma de suas estratégias, a

estruturação dos processos pedagógicos (SANTA CATARINA, 2015; ABELARDO

LUZ, 2015).

Nota-se, para tanto, que o Plano Municipal de Abelardo Luz – SC, segue a

risca o que determina o Plano Nacional da Educação – PNE. Dessa forma, tem-se

que o referido Plano Municipal, apenas reproduz o que assevera o PNE, tendo como

uma de suas metas a alfabetização de todas as crianças, no máximo, até o final do

terceiro ano do ensino fundamental (BRASIL, 2014); cabe salientar que a partir do ano

de 2018, por meio da aprovação das alterações à Base Nacional Comum Curricular,

homologada pelo Ministério da Educação em dezembro de 2017, ficou determinado

que a alfabetização das crianças se dê até o final do segundo ano (BRASIL, 2018).

3. ALFABETIZAÇÃO VERSUS LETRAMENTO

O letramento e a alfabetização, conquanto pareçam ter uma diferença tênue,

possuem características singulares que permitem serem diferenciados de forma

simples e clara, sendo que sua utilização como sinônimos, já não deve ser suportada

na educação infantil. Desta forma, é fundamental ressalvar os aspectos conceituais

de cada uma das questões, quais sejam: letramento e alfabetização, a fim de que haja

uma maior compreensão acerca de como elas vêm ocorrendo na pré-escola da cidade

de Abelardo Luz – SC.

Conforme Holanda (2018), o letramento é o processo em que o indivíduo não

somente consegue ler e escrever, mas sim, interpretar suas escritas bem como suas

leituras. Já a alfabetização, restringe-se em o indivíduo saber ler e escrever, sem

necessariamente saber realizar o processo de interpretação de texto. Neste sentido,

pode-se afirmar que o indivíduo estar alfabetizado não é sinônimo de estar letrado,

posto que se estiver letrado, certamente estará alfabetizado.

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A alfabetização se trata da aprendizagem do sistema de representação dos

sons da fala, fonemas e grafemas (SOARES, 2016). Ademais, cabe ressaltar que é

mister a compreensão do profissional da educação, responsável pela alfabetização,

realize-a com maestria, pois é nesse momento que se prepara o indivíduo para a vida.

Nota-se que uma pessoa que com déficit em sua alfabetização, por óbvio, terá

dificuldades de interpretação, o que pode gerar um atraso em seu desenvolvimento

educacional.

Ademais, Soares (2016, 2m 25s – 3m 38s), em sentido amplo, aborda acerca

da alfabetização, tratando-a como “aprendizagem inicial da língua escrita”. Assim, não

basta apenas que a criança desenvolva os processos de codificar e decodificar a

língua escrita, ela deve aprender também a sua função social, a fim de que possa

comunicar-se com os demais indivíduos. Logo, o letramento é caracterizado pela

aprendizagem das funções sociais da língua escrita.

“A alfabetização é a aquisição do código da escrita e da leitura” (LOPES;

ABREU; MATTOS, 2010, pp. 10-11). A partir dessa frase, pode-se compreender que

a alfabetização nada mais é do que o primeiro contato que a criança tem com as letras,

ou seja, com os códigos, os quais ela precisa aprender, a fim de que, em momento

posterior possa, enfim, chegar ao letramento, ou seja, à junção dos códigos, o que

permite a leitura e a interpretação daquilo que eles efetivamente querem dizer.

Assim, cabe ressaltar que a alfabetização se dá por meio de diversas técnicas,

às quais cada educador adota como melhor forma de aprendizagem do aluno. Neste

sentido, Soares (1998) versa que, em primeiro plano, a técnica a ser aplicada para

alfabetizar é a utilização de grafia e reconhecimento das letras, deve-se usar o papel,

entender a direcionalidade da escrita, pegar no lápis, codificar, estabelecer relações

entre sons e letras, de fonemas e grafemas. Assim, a criança perceberá as unidades

menores que compõem o sistema da escrita, quais sejam: palavras, sílabas e letras.

No que tange o letramento, Lopes, Abreu e Mattos (2010, pp. 10-11)

ressalvam que “é a utilização desta tecnologia em práticas sociais de leitura e de

escrita”, referindo-se à alfabetização como tecnologia.

Para Soares (1998) um indivíduo na fase adulta, analfabeto, porém que

está rodeado pela cultura da leitura e da escrita e se está envolvido nessas práticas

em seu meio social, utilizando para sua comunicação e vivências, pode-se entender

que se trata de um indivíduo letrado.

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Nota-se que há uma diferença bastante clara e objetiva entre o letramento

e a alfabetização, cuja confusão, muitas vezes realizada entre os educadores, pode

ser naturalmente causada pela ausência de preparo para a recepção dos alunos em

sala de aula. Nesta esteira, Soares (1998) assevera que de nada adianta o ser

humano saber a técnica, porém, não ter o conhecimento necessário para utilizá-la

com maestria.

Posto isso, é mister salientar que a alfabetização é o primeiro contato da

criança com as letras, logo, é um processo de relevância imensurável. No entanto,

conhecer as letras, as sílabas e as palavras, não significa que o indivíduo está pronto

para interpretar, posto que é outro passo fundamental para o desenvolvimento escolar

da criança. Neste sentido, dada a diferenciação entre as duas questões, pode-se

afirmar que elas se complementam e, se aplicadas de forma responsável, por meio

de métodos eficazes, auxiliarão na formação de um indivíduo, não somente pronto

para ler e compreender os textos, mas para ler e interpretar as suas entrelinhas.

4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Foram realizados três dias de observação em cada instituição de ensino de

Educação Infantil. Para diferenciá-las utilizarei os codinomes Escola Privada e Escola

Pública.

Nas duas instituições acompanhei os alunos tinham a média de idade de 5

anos. Na Escola Privada eram denominados Infantil 5, já na Escola Pública eram Nível

IV.

Iniciei a pesquisa na Escola Privada no dia 11/09/2018. Uma turma com 15

alunos, neste dia estavam presentes 14 alunos, eram alunos ativos e falantes. As

crianças são organizadas em filas uma atrás da outra. Essa instituição trabalha com

apostilas.

A professora inicia a aula distribuindo massas de modelar para a volta a calma

(30 minutos). Após esse tempo, previamente determinado, ela recolhe as massas de

modelar, e coloca uma coroa de princesa em sua cabeça, com esse símbolo os alunos

automaticamente vão se acomodando e eles mesmos pedem a cooperação dos

colegas, pois é o momento da regente falar e eles devem prestar atenção, é possível

perceber que em nenhum momento a professora ergue a voz ou até mesmo pede o

silencio, o fato de utilizar a coroa de brinquedo eles já interpretam que é o momento

da atenção e respeitam.

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Ela inicia pelo calendário, falando sobre o dia da semana em que estão, o dia

do mês, e como está o tempo lá fora, realiza a escolha do ajudante do dia. A regente

pede para que peguem as apostilas e fala a página e os alunos sozinhos a encontram,

ela só passa conferindo se todos conseguiram se encontrar e dá início a atividade.

Ela relembra que nas duas semanas anteriores trabalharam sobre a adição, e que

agora irão iniciar o conteúdo da subtração, mostra as diferenças entre os símbolos de

mais (+) e menos (-).

Para formarem a fila do lanche ela pede que o aluno diga um número e todos

juntos contam as letras do alfabeto, em seguida ela pede que os alunos que o nome

inicia com a letra identificada vão até a porta para a fila. Exemplo: o aluno escolhe o

número 3, então, deverá dirigir-se a fila os alunos com a inicial C. Ela pede que

realizem fila única, não separa meninos e meninas.

A sala é pequena, porém bastante alfabetizadora, com calendários, painel

numérico, alfabetos e atividades realizadas pela turma. É possível perceber uma ótima

comunicação e entrosamento entre professora e alunos.

No dia 13/09/2018 foi realizado o segundo dia de observação, dos 15 alunos

11 estavam presentes, ela utiliza um material de apoio da apostila no qual traz as

mãos para recorte, cada aluno manuseia o seu material e cola em palitos de dente, a

professora entrega aos alunos uma atividade avaliativa de matemática referente ao

conteúdo de adição, explica que podem utilizar como auxílio as mãos que recortaram

do material de apoio, suas próprias mãos e os lápis de cor, o que desejarem, porém

devem realizar individualmente. Os alunos que não conseguiram finalizar a atividade,

ela explicou que disponibilizaria novamente no outro dia para que terminassem.

No terceiro dia de observação, 14/09/2018, os alunos ficaram no parque da

escola, no qual é determinado um horário pela direção para cada turma, para evitar

acidentes entre os alunos de turmas diferentes e, consequentemente, turmas

diferentes. Haviam 10 alunos presentes. Após essa atividade, a professora inicia com

a coroa para que prestem atenção no comunicado, como avisado no dia anterior ela

entrega as avaliações para os alunos que não haviam terminado e para os que

terminaram ela entrega massa de modelar, havia um aluno que estava com bastante

dificuldade mesmo utilizando os materiais de apoio disponibilizados, a regente sentou

ao lado dele e ia fazendo as perguntas e ele respondendo. Assim que terminou a

professora avisou que daria mais 10 minutos para que o aluno também pudesse se

divertir com a massa de modelar com os colegas e todos compreenderam. Assim que

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os 10 minutos acabaram ela aplicou uma atividade em que os alunos deveriam pintar

um mosaico e cada parte dele havia um numeral que deveria ser pintado de uma cor

(1 – azul; 2 – vermelho; 3 – verde; 4 – amarelo). Ela explica que a maioria dos alunos

não tem paciência para o processo de pintura, e ela aplica essa atividade com o intuito

de melhorarem a atenção, o traçado e também estão trabalhando com os numerais.

O mesmo processo é realizado para a fila do lanche. As tarefas de casa são

encaminhadas somente aos finais de semana; como era sexta-feira estavam levando

uma atividade de leitura de palavras simples. A professora aplicou a atividade em sala

para explicar aos alunos como deveriam fazer em casa com o auxílio da família.

Apesar de estarem ainda em desenvolvimento no processo de aquisição da

leitura e escrita é possível observar que a turma está alfabetizada com exceção de

um aluno em que está com dificuldade. Quanto ao letramento é possível perceber que

os alunos estão desenvolvendo parcialmente, apesar de considerar que a regente

consegue trabalhar de forma que desenvolva as duas vertentes.

Diante das observações realizadas, foi possível perceber que os alunos dessa

instituição desenvolvem o processo de alfabetização e letramento em todos os

momentos em que estão presentes em sala de aula, pois a forma com a qual a regente

conduz a aula, mesmo diante de momentos lúdicos, são realizados com o objetivo

voltado ao aprendizado, porém não retira das crianças a oportunidade da diversão e

do “ser criança” mesmo tendo menos momentos de brincadeira livre do que

comparado com a Escola Pública.

No dia 23/10/2018 iniciei as observações na Escola Pública. Esta é uma turma

formada por 21 alunos, ativos e falantes; estavam presentes, nesse dia, 14 alunos. A

Escola utiliza o método da sequência didática. Não são encaminhadas tarefas de

casa, exceto em casos de atividades com temas voltados à família.

A turma é dividida em uma mesa só para meninos e outra para meninas,

quando há problemas com comportamento a professora faz a troca entre as crianças

e misturando meninos e meninas nas mesas.

A regente inicia a aula com uma oração e após mostra o quadro de atividades

de rotina em que irão desenvolver ao longo do dia. Os alunos são organizados em um

círculo e realizam cantigas já conhecidas por eles. Em seguida é feita a escolha dos

ajudantes do dia, uma menina e um menino, no qual trabalham e demonstram a inicial

de cada colega através de músicas, com o auxílio da professora eles escrevem seus

nomes no quadro, os que ainda não dominam a escrita são auxiliados pelos colegas.

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Os alunos atualizam a data do calendário e ensaiam a encenação de uma

história em que irão apresentar para a escola toda na próxima semana. Essas

apresentações acontecem todas as semanas e cada turma fica encarregada de fazer

uma contação de história, inclusive neste dia participam, como ouvintes da história

encenada pela professora de corpo e movimento (disciplina desenvolvida pela

professora de educação física da instituição).

Ao retornarem à sala, a professora faz uma breve explicação sobre os direitos

e deveres da criança e aplica uma atividade de pintura com imagens contendo os

direitos das crianças, nesse momento a professora se coloca à disposição para

apontar os lápis dos alunos, algo que no meu ver já poderia ser realizado pelas

crianças, em virtude da idade deles. O momento final da aula é destinado a

brincadeiras e jogos.

No dia 24/10/2018 estavam presentes 16 crianças. Houve a escolha dos

ajudantes do dia, da mesma maneira que no dia anterior. As crianças realizaram a

contagem de meninas e meninos, a soma dos alunos presentes e responderam se

era um número par ou ímpar. Os alunos que sentem dificuldade, são auxiliados pelos

colegas da turma. Realizam a atualização do calendário. Fazem a releitura da poesia

da sala. No que se refere às crianças, o processo é realizado de maneira em que a

professora lê o conteúdo e eles repetem. É possível perceber que alguns alunos já

decoraram alguns trechos.

Realizam novamente o ensaio da história em que irão apresentar para a

escola, dessa vez com a utilização de microfone e caixa de som. Ao final, para que os

alunos conheçam melhor esse objeto, ela deixa que cada um o pegue para cantar

uma música, ou falar o que quiserem. Apenas um aluno não participou da atividade,

demonstrando sinais de timidez, porém é um dos alunos mais ativos e falantes da

turma. Ao final os alunos são encaminhados para jogos e brincadeiras livres.

No dia 26/10/2018, último dia de observação, haviam 15 alunos presentes. Os

alunos receberam a visita de uma dentista do Posto de Saúde, que encaminhou os

nomes dos alunos que precisavam de atendimento à secretaria da escola, no qual os

pais seriam informados da necessidade de melhores avaliações.

Como nos dias anteriores, foi realizado a escolha dos ajudantes do dia. A

professora faz a representação de uma história, já conhecida por eles, com a utilização

de materiais alternativos presentes na sala, em que gera bastante interesse por parte

da turma.

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A Escola Pública realiza o “dia do brinquedo” em que todas as sextas-feiras

aos alunos podem trazer de casa um brinquedo que desejar, o aluno que não trouxer

pode utilizar o que tem na escola, nesse momento a professora deixa que brinquem

com seus brinquedos, reforça a importância de dividir e brincar juntos.

É possível perceber que a professora trabalha a alfabetização e o letramento

em suas práticas diárias. Os alunos são bastante comunicativos e sentem-se seguros

com a regente. A sala é espaçosa e cheia de atividades, músicas e poesias nas

paredes, porém, não há alfabeto nas paredes, somente numerais de 0 a 9.

Dos dias em que estive presente nessa turma, foi possível perceber que

mesmo nos momentos de atividade, as crianças querem brincar. A forma como são

distribuídos meninas e meninos na sala ajuda no início da aula, no momento em que

os alunos fazem a contagem de meninos e meninas presentes, porém nos momentos

de jogos e brincadeiras é possível perceber que os mesmos não conseguem interagir;

os meninos só brincam com meninos e as meninas somente com meninas. Há uma

divisão nítida da sala, como se fossem alunos de salas diferentes.

Um fato que me chamou atenção, no início das observações, foi que a

professora me acolheu e me deixou à vontade para que eu me acomodasse aonde

desejasse, porém uma aluna que estava ao meu lado disse “prof. Dani senta aqui com

as meninas, nós somos mais educadas, os meninos não param quietos”. Percebi que

eles mesmos fazem essa distinção dentro da turma.

Em diálogo informal com a regente foi comentado sobre a questão da família

considerar a educação infantil, mais precisamente a Pré-Escola, menos importante do

que os anos iniciais do ensino fundamental. Desta forma, acontecem as faltas

frequentes. Falamos também sobre o desconhecimento da Emenda Constitucional em

que diz que “a Educação Infantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5

anos apenas com a Emenda Constitucional nº 59/2009, que determina a

obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos” (BRASIL, 2018, p. 34).

Foi possível identificar, diante desses momentos em sala de aula, que tanto a

Escola Pública quanto a Escola Privada realizam atividades de alfabetização e

letramento, porém a Escola Pública não trabalha de forma efetiva e formal quanto a

Escola Privada. Outro detalhe importante é que na Escola Pública os alunos têm mais

tempos livres no qual identificam como momentos de brincadeira e jogos e também

na sexta-feira cada criança pode trazer de casa o seu brinquedo, no qual identificam

como “dia do brinquedo”. Por sua vez, a Escola Privada não realiza esse dia do

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brinquedo de forma frequente, somente esporadicamente, avisando com

antecedência os alunos e responsáveis.

Em momentos de diálogos informais com as duas regentes, fiz a mesma

pergunta quanto as faltas, e foi possível perceber que na Escola Pública há mais

alunos faltosos que na Escola Privada, inclusive alguns alunos estavam a quase cinco

dias sem frequentar as aulas, o que afeta de modo negativo no aprendizado dos

alunos, com relação à alfabetização e ao letramento.

5. ALFABETIZAÇÃO NA PRÉ-ESCOLA: UMA PROPOSTA POSSÍVEL?

A alfabetização e o letramento, conforme supramencionado, conquanto ainda

confundidos, tratam-se de institutos diversos. Dessa forma, atualmente, muitos

educadores convivem com a indagação de que se realmente o momento da

alfabetização da criança deve ocorrer na pré-escola. Nesta esteira, Ferreiro (2013,

34s – 51s) psicolinguista e especialista em educação, afirma que “o que podem

aprender na educação infantil, tem a ver, precisamente, com a maneira como se

introduz uma criança na cultura escrita”, portanto, se visto dessa forma a pré-escola

deve servir como base para as séries iniciais, para que assim ocorra o letramento de

fato no ensino fundamental.

Neste sentido, Barbosa (2013, p. 19) defende a ideia de que a

alfabetização, por si só, é suficiente para que o indivíduo se torne capaz de produzir

conhecimento:

Saber ler e escrever possibilita o sujeito do seu próprio conhecimento, pois sabendo ler, ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita e, desse modo, produzir, ele também, um conhecimento.

Ademais, em consonância, Kramer (1986, p. 9) ressalva:

Saber ler e escrever significa dispor do veículo fundamental de acesso aos conhecimentos da língua nacional, da Matemática, das Ciências, da História, da Geografia e significa ainda, possuir o instrumento de expressão e compreensão da realidade física e social.

Nota-se que, conforme supracitado, a alfabetização em seu sentido estrito, ou

seja, de saber ler e escrever somente, é suficiente para que o indivíduo esteja apto a

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acessar conhecimentos. A interpretação, para tanto, é a consequência da

alfabetização.

Em contrassenso, Soares (2013, 20s-1m 15s) ressalva que no atual momento,

é possível observar que a criança já está inserida em um ambiente alfabetizador. A

autora relata que mesmo “as camadas mais populares” já têm acesso a livros e

escritas. Diante de tantos avanços tecnológicos e o fácil acesso das crianças a essas

tecnologias aproximam e muito da alfabetização. Portanto, deixar de incentivar a

construção desse conhecimento na pré-escola seria privar a criança do seu

desenvolvimento em um ambiente no qual já estimula para que ele ocorra.

Embora haja duas ideologias contrárias, acerca do momento em que a criança

deve ser alfabetizada, a Carta Magna assevera sobre o direito inconteste da criança

à educação:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária [...] (BRASIL, 1988, Art. 227).

Sendo assim, a criança deve ser incentivada ao desenvolvimento intelectual

pleno e de qualidade, isso não significa que ela vá deixar o universo lúdico, visto que

há diversas maneiras de se trabalhar a alfabetização adjunta a ludicidade, tais como:

músicas, danças, brincadeiras e etc.

De acordo com Moutinho (1884 apud KUHLMANN JÚNIOR, 2015, p. 111), um

dos defensores da implantação do jardim de infância no Brasil, por volta do ano de

1882, afirma que o jardim de infância é a “base necessária de todo o organismo da

educação racional”. Para tanto, Soares (2013) versa que por se viver em uma

sociedade grafocêntrica, a criança já está inserida no mundo da alfabetização e do

letramento. No ensino fundamental é dada a continuidade desse processo, que ainda

está em construção. Dessa forma a alfabetização e letramento são caracterizadas

como uma ferramenta, vez que estão sempre juntas, para a aquisição da leitura e da

escrita.

Assim, pode-se considerar um mito pensar que alfabetizando nessa fase,

seria o mesmo que atropelar, avançar etapas e que a criança não estaria preparada

e acabaria prejudicando o desenvolvimento dela ao longo do período estabelecido

como “prioridade de alfabetização”, que seria nos anos iniciais do ensino fundamental.

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Há muitas práticas pedagógicas lúdicas que envolvem a criança no mundo da

alfabetização.

Ademais, a alfabetização na pré-escola pode ocorrer de diversas formas,

sem haver necessidade de se dar de maneira massiva, em que a criança se sinta

pressionada a aprender. Daí a maneira lúdica e a criatividade do educador, a fim de

potencializar a criança a ler e a escrever.

Em razão desses diferentes pressupostos, alguns educadores receiam a antecipação de práticas pedagógicas tradicionais do Ensino Fundamental antes dos 6 anos (exercícios de prontidão, cópia e memorização) e a perda do lúdico. Como se a escrita entrasse por uma porta e as atividades com outras linguagens (música, brincadeira, desenho etc.) saíssem por outra. Por outro lado, há quem valorize a presença da cultura escrita na Educação Infantil por entender que para o processo de alfabetização é importante a criança ter familiaridade com o mundo dos textos (SCARPA, 2006, p.1).

Assim, verifica-se que há ambos os entendimentos entre os profissionais

da Educação Infantil. Para tanto, vale ressalvar que:

Na Educação Infantil, as crianças recebem informações sobre a escrita quando: brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos; manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, gibis, livros, fascículos etc.; e o professor lê para a turma e serve de escriba na produção de textos coletivos (SCARPA, 2006, p.1).

Dessa forma, qual o sentido de deixar de utilizar o potencial da criança para

alfabetizá-la de forma lúdica? Nota-se que não se trata de pular fases da criança,

posto que o letramento como processo de reconhecimento das letras, é a fase inicial,

portanto, fundamental. Porém, alfabetizar a criança com meios recreativos, não é

forçá-la, mas potencializá-la ao que a ela é possível.

Levando em consideração os pressupostos teóricos acima citados e

também a análise dos dados recolhidos durante as observações, é possível

chegarmos à conclusão de que a pré-escola pode ser um espaço alfabetizador sem

que se retire da criança as brincadeiras e atividades lúdicas que todo universo infantil

deve proporcionar a elas. Lembrando que a educação infantil, mais precisamente a

pré-escola, pode trazer essa construção educacional de forma lúdica, a criança irá

“aprender brincando”. Serão dois universos que juntos farão a diferença diante de todo

esse processo.

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Cabe salientar que a partir do ano de 2018, diante da aprovação das

alterações à Base Nacional Comum Curricular, homologada pelo Ministério da

Educação, em dezembro de 2017, ficou determinado que a alfabetização das crianças

se dê até o final do segundo ano (BRASIL, 2018), ou seja, reduziram um ano para

esse processo. Se a pré-escola deve servir de base para o ensino fundamental, então

poderíamos pensar que o processo de alfabetização e letramento poderia entrar como

uma das atividades a ser trabalhada nessa fase para que o indivíduo inicie os anos

iniciais do ensino fundamental já dominando a leitura e a escrita de tal forma que não

fique o “peso” somente sob os anos iniciais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante desse aparato teórico acima citado aliado ao momento de analisar a

prática através do método observacional, foi possível concluir que a fase Pré-Escolar

pode, sim, ser um local que desenvolva a alfabetização e o letramento. Ao realizar os

processos de observação foi possível perceber que na prática isso acontece no

município de Abelardo Luz – SC, na Escola Privada de forma mais efetiva que na

Escola Pública; porém acontecem nas duas instituições.

Ao iniciar essa pesquisa, surgiu a dúvida se realmente era trabalhado esses

processos educacionais nessa fase, levando em consideração se tratar de um assunto

de bastante relevância e também polêmico, visto que há divergências entre alfabetizar

ou não na pré-escola. Podemos ver isto no pensamento de Scarpa (2006), que relata

uma certa preocupação de alfabetizar antes dos seis anos de idade, e que alguns

professores acreditam que esse processo pode afetar ou até mesmo perder o universo

lúdico, enquanto outros acreditam que esse deva ser o caminho para a educação

infantil, que os processos de aquisição da leitura e escrita podem ser trabalhos em

conjunto com o lúdico.

Esses processos de alfabetizar e letrar devem ser trabalhados em conjunto, e

não separadamente, e isso foi possível observar que acontece nas duas instituições

observadas. Tanto na Escola Privada quanto na Escola Pública as regentes trabalham

de formas diferentes, porém com essas duas características presentes em suas

práticas. Nessas práticas, nenhuma deixou o universo infantil de lado; ambas

trabalham e muito com o lúdico.

Analisando a retomada histórica da alfabetização e letramento, é possível

perceber que a preocupação com a dificuldade de alfabetização no ambiente escolar

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não é uma discussão recente, mas algo que vem acontecendo desde o século XIX.

Cabe salientar que a partir do ano de 2018, diante da aprovação das alterações à

Base Nacional Comum Curricular, homologada pelo Ministério da Educação em

dezembro de 2017, ficou determinado que a alfabetização das crianças se dê até o

final do segundo ano (BRASIL, 2018), ou seja, reduziram um ano para esse processo.

Se entendemos que a pré-escola deve servir de base para o ensino fundamental,

então poderíamos pensar que o processo de alfabetização e letramento deveria entrar

como uma das atividades a ser trabalhada nesta fase, para que o indivíduo inicie os

anos iniciais do ensino fundamental já dominando a leitura e a escrita de tal forma que

não fique o “peso” somente sob os anos iniciais.

Entendo que o “ser professor” vai muito mais além do que somente ensinar, é

“dar asas para os alunos poderem voar”, e se deixarmos de considerar a alfabetização

e o letramento como instrumentos importantes para esse “voo”, seria o mesmo que

“podar as asas” desses nossos alunos.

Se o assunto de alfabetização na escola já é um tema discutido há tempos,

por sua complexidade, ao invés de analisarmos somente as series iniciais desse

processo, podemos voltar a rever a educação infantil em fase pré-escolar, a qual pode

ser a condutora de uma educação de qualidade, e quem sabe assim conseguir

resultados positivos e tão aguardados para o nosso país.

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