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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSOTRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSOTRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSOTRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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Sumário Introdução ..................................................................................................................................... 4

Capítulo I ....................................................................................................................................... 6

I. Música, Sons e Silêncio........................................................................................................... 6

I. II Diferença Entre a Música Ocidental e a Oriental ................................................................ 9

I. III A Música Clássica Indiana ................................................................................................. 10

Os ragas ............................................................................................................................... 11

Capítulo II .................................................................................................................................... 13

II. I A natureza Vibratória do Som e do Corpo Humano .......................................................... 13

II. II Os Poderes de Cura pelo Som, Música e Silêncio ............................................................ 15

II. III Relação com as Esferas e o Cosmos ................................................................................ 18

Capítulo III ................................................................................................................................... 21

III. I Música e Estados Ampliados de Consciência ................................................................... 21

III. II Métodos e Procedimentos .............................................................................................. 24

Método Bonny de Imagens Guiadas e a Música (IGM) ....................................................... 24

Mantras ............................................................................................................................... 25

Musicoterapia ..................................................................................................................... 26

Música e os chakras ............................................................................................................ 28

Música Multidimensional - Alterando os estados da consciência ...................................... 29

Música Orgânica .................................................................................................................. 31

Capítulo IV – Vivências ................................................................................................................ 33

Vivência 1 – Sons do útero ...................................................................................................... 33

Vivência 2 – Sons, Silêncio e Música ....................................................................................... 34

Capítulo V – Conclusão ................................................................................................................ 35

Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 37

Anexos ......................................................................................................................................... 38

Texto Complementar: Recomendações musicais ................................................................... 38

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Relação das músicas tocadas na apresentação do trabalho ................................................... 42

Certas Coisas – Milton Nascimento ..................................................................................... 42

O Que É, O Que É? – Gonzaguinha ...................................................................................... 42

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Introdução O homem compõe a música, a música compõe o homem. (Gregório José Pereira de Queiroz)

Ao ouvirmos uma música, mesmo que despretensiosamente, colocamos nosso corpo físico como ressonador da vibração sonora dos instrumentos musicais, que por sua vez atuam sobre o corpo, interferindo e alterando seu estado vibratório. Nossas emoções sofrem interferências imediatas, conscientes ou não do processo.

Isso em situações corriqueiras, enquanto lidamos com nossos afazeres diários, o que dizer então de situações em que conscientemente usamos a música como ferramenta de cura; para entrarmos em outros níveis de consciência ou para resgatar nossa Unidade Primordial com a natureza? A principal vantagem da música é que com ela podemos trabalhar tanto com o nível pessoal (emoções) quanto com o Transpessoal (espiritual).

Carlos D. Fregtman (1989) nos explica que estar em ressonância com a música que escutamos implica num “sentir com”, um estado de vibração em que o sujeito se identifica com a obra, ou seja, conhecer a essência de uma música é fundir-se intuitivamente com ela num processo de identificação.

Em nosso trabalho, abordaremos a música como caminho para a expansão da consciência e facilitadora no encontro de alívio, saúde, paz e nutrição para a alma, unindo-nos com o Cosmos, sendo um trilhar para a Transcendência.

Em seu livro A Tradição do Yoga (1998), Georg Feuerstein apresenta o som como veículo de transcendência e diz que o universo existe num estado de vibração. A descoberta de que os sons afetam a consciência é bem antiga, provavelmente da Idade da Pedra, quando os homens já usavam sons repetidos, com a ajuda de instrumentos rudimentares, em rituais. Na Índia, na época do florescimento da civilização védica, os sons e cantos rituais já funcionavam como um meio elaborado de expressão religiosa e transformação espiritual.

Optamos por deixar de lado informações referentes a teoria musical em si para darmos mais ênfase à “metamúsica”, como veículo de expressão de vivências transpessoais; pois, como dizia Jung, aquele que olha para fora, dorme, enquanto quem olha para dentro, desperta. O chamado é para um despertar. A música não precisa perder seu posto de fonte de prazer na vida cotidiana, queremos resgatar a percepção de que além disso, é um instrumento poderoso no processo de autoconsciência, cura e integração com um Todo maior.

Deixamos ainda, de focar o compositor em seu processo de criação musical e o instrumentista que a executa, embora seja um assunto tão fascinante quanto

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os efeitos em quem ouve as composições, mas não daríamos conta de abarcar tamanha complexidade.

Talvez por falta de um direcionamento ou orientação, hoje em dia a escolha musical é feita de acordo com o gosto pessoal de cada um; isso, não ocorria nas culturas milenares, que associavam a música a celebrações e rituais espirituais, ou seja, não se tratava de gosto pessoal, mas de um padrão grupal com fins específicos. As músicas e sons ouvidos eram escolhidos de acordo com a função da vibração sonora e seus efeitos, em estreita relação com valores superiores, de ordem cosmológica.

Torcemos pela retomada da utilização dos sons, da música e do silêncio como forma de nos reconectarmos com o Sagrado, pois como Jung costumava dizer, Todos ansiamos por uma experiência que rompa couraças emocionais e que nos conecte com Deus, a pura expresão do amor.

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Capítulo I

I. Música, Sons e Silêncio

A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição. (Aristóteles)

Definir música é uma tarefa árdua, pois é quase impossivel encontrar conceitos que englobem todos os seus significados e não é possivel enquadrá-la em um conceito simples. Varia de acordo com a cultura e o contexto social; (do grego µουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas), refere-se ao vínculo do espírito humano com qualquer forma de inspiração artística, era utilizada como uma arte nobre, visando educar a mente e o espírito.

Da mesma forma, também não é possível definir de forma pragmática como se dá a percepção musical, pois o ato de ouvir música engloba diferentes padrões e associações, disperta diversas emoções, criando uma rede complexa de acordo com a psique de quem ouve. Sendo assim, a percepção musical envolve muitas variáveis e desencadeia processos profundos de transformação pessoal. No fundo, a compreensão da interação com a música se dá na esfera da intuição.

A música é formada pela combinação de sons e silêncios que se desenvolvem ao longo do tempo. O som é o resultado das vibrações do ar, é percebido pelo ouvido humano de acordo com a altura (qualidade pela qual se distingue um som grave de outro agudo) , timbre (qualidade que permite distinguir dois sons produzidos por instrumentos diferentes mesmo que estejam com a mesma frequência), intensidade (qualidade do som de tornar-se perceptível a maior ou menor distância, é o volume do som) e duração (período de tempo em que o som é emitido), essas quatro variáveis contém todas as formas expressivas da música.

Ao pensarmos em música, automaticamente nos vêm à mente palavras como, ritmo, melodia , harmonia e timbre, que são elementos básicos de sua estrutura. É interessante, porém, percebermos que o rítmo faz parte de tudo que existe no universo, incluindo a natureza humana, num eterno pulsar vibratório.

Sintezando, a música é um conjunto de tons vibratórios de diferentes entonações, e ao mesmo tempo, um fluxo de energia atuando sobre o sistema nervoso simpático e parasimpático, influenciando diretamente de forma a equilibrar ou desequilibrar cada uma das glândulas e células do nosso corpo.

Acreditamos que mais importante do que definições incompletas de questões como o que é música, devemos nos ater a que tipo de sensações e sentimentos e transformações ela nos conecta, ou seja, a diferença entre o

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ouvir música consciente, com uma intenção específica, e o ouvir inconsciente, que vai além de uma mera análise intelectual.

R. J. Stewart em seu livro Música e Psique – As formas musicais e os estados alterados da conciência (1987) tece o seguinte comentário:

“...Na música e na psique humana, as provas são frequentemente transcendidas, e a razão, continuamente posta de lado, em favor de níveis mais profundos de entendimento, níveis que não são passíveis de definição verbal ou intelectual.”

A primeira forma de expressão musical existente foi o próprio som executado pela natureza, a partir da observação desses sons o homem foi desenvolvendo outros. Partindo-se do princípio de que o som, como matéria prima da música, está ligado ao Princípio de Movimento e Espaço e de que o universo está em movimento constante desde sua criação, acreditamos que o som é inerente ao ser humano e que a origem da música confunde-se com história do homem.

Nas civilizações mais antigas era atribuído à música e ao som poder sobre o mundo dos espíritos e sobre a natureza; poder de sustentar e criar a vida humana.

Alberto Marscicano (2006) resume bem quando afirma que a Música é arte e ciência. Ele explica que segundo os Vedas, a criação do Universo aconteceu por meio de um som, primeira manifestação do Absoluto. O Cosmo é vibração sonora que em gigantescos ciclos de milhões de anos expande-se e contrai-se em Brahma. Intervalos de som e silêncio constituem seu eterno movimento. O som torna-se a base compreensível de toda criação.

E quanto ao silêncio?

Vivemos em um mundo barulhento, onde silenciar a mente torna-se uma tarefa Hercúlia.

Silêncio não é apenas a ausência de ruído ou do som, é um estado específico de consciência. É através do silêncio que na maioria das vezes nos unimos ao centro do nosso ser e podemos sentir uma união maior com toda a existência.

Citando Alberto Marscicano, em seu livro A Música Clássica da Índia:

“O silêncio para o músico oriental chega a ser mais importante que o som. (...) Entre dois pensamentos, é o intervalo de silêncio que permite relacioná-los.”

Abaixo apresentamos um poema que traz uma reflexão sobre o silêncio e o nosso mundo atual.

O poder do silêncio - Autor: Desconhecido

Nós os índios conhecemos o Silêncio. Não temos medo dele.

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Na verdade para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento. Observa os animais para ver como cuidam de seus filhotes. Observa os anciões para ver como se comportam. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quando tiveres observado o suficiente, então poderá atuar. Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes. E chamam isso de “resolver um problema”. Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer. Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei. Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou interromper-te. Quando terminares tomarei uma decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terá dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer.

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Mas isso não é o suficiente para a maioria de vocês. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio.

I. II Diferença Entre a Música Ocidental e a Oriental

A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende. (Arthur Schopenhauer)

Há informações de que os gregos utilizavam diferentes tipos de músicas de acordo com o objetivo a ser alcançado. Havia a escala (proporções entre os sons) Dórica para educar as emoções; o Frigia para a parte mental e a Lídia para desenvolver a intuição superior.

A partir do século XIV ou XVII iniciou-se um movimento em que a música passou a retratar muito mais os sentimentos humanos. Com o início do período romântico, a expressão das sensações pessoais na música passou a ser soberana.

Vejamos o que nos diz Gregório José Pereira de Queiroz, em seu livro O Equilíbrio do Temperamento através da música (2007):

“Por algum motivo, a música ocidental não seguiu o caminho da música de outros povos que tenta retratar a unidade, o espírito criador, enfim, uma música exclusivamente voltada para a expressão dos dons do espírito. Nossa música caminhou no sentido de retratar a subjetividade da psicologia humana. Este é o material que nós, ocidentais, temos em mãos como patrimônio da arte musical.”

A principal diferença entre a música Ocidental e a Oriental, é que a primeira, geralmente possui um tempo linear (tem começo e fim), enquanto na segunda o tempo é cíclico (eterno retorno). Em nossa civilização ocidental, geralmente a música é considerada como um elemento exterior à vida diária, enquanto os orientais vinculam o homem à natureza e ao Cosmos através do som.

A música Ocidental é orientada para um objetivo, é narrativa em sua estrutura e retrata uma série de “eventos” progressivos. É possível sentir essa progressão, pois evoca uma sensação de movimento que leva o ouvinte em sua jornada.

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A música não-ocidental faz uso de um grupo seleto de sons ou do prolongamento de uma única nota, durante toda a melodia, segue um padrão, evocando no ouvinte um estado contemplativo e ao mesmo tempo atemporal de espaço interior.

Segundo o músico e psicanalista Eduardo Souza no site HTTP://www.kolot.com.br/artigos/música-cabalista, “Estes humores da música refletem a teosofia essencial dessas duas civilizações.” Para o ocidente a criação se deu dentro de tempo linear: criação, revelação e redenção; a música reflete isso num padrão: começa, atinge um ponto alto até chegar ao clímax.

Já no Oriente, onde o tempo é visto como cíclico, ou seja, sem inicio, meio e fim, a música também é cíclica e repetitiva. Tudo está contido no eterno presente e visa à transcendência à medida que se reage à música.

Carol A. Bush (1995) faz a seguinte diferenciação:

1. Música Barroca: É regular e ordenada como ondas rítmicas e constantes sobre uma praia. Psicologicamente faz um convite a uma viagem interior segura, possibilitando um relaxamento profundo e seguro.

2. Música Impressionista: É ambígua e cheia de mudanças, mergulhamos nas águas do mar. O convite é para explorar a diversidade de nossas emoções.

3. Música Erudita: Mudanças desiguais e imprevisíveis em suas harmonias e tempos, a maré pode estar violenta. Podemos entrar em contato com conflitos, e apreensões a serem exploradas.

I. III A Música Clássica Indiana

A música é a revelação superior a toda sabedoria e filosofia. (Beethoven)

De acordo com a mitologia indiana, a música foi criada por Brahma, Shiva aprendeu-a de Brahma e a ensinou à Sarasvati que por sua vez a transmitiu aos arcanjos do som. Os deuses indianos mais importantes são músicos; Krishna toca flauta e pelos sete furos deste instrumento os chakras são despertos.

Na Índia, a música é vista como extremamente poderosa, como explica Alberto Marsicano, em seu excelente livro A Música Clássica da Índia (2006):

“A música clássica da Índia opera num nível vibracional altíssimo e deve ser entoada de forma correta, pois, do contrário, pode provocar doenças e até a morte.”

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Ensina, ainda, que:

“A grande finalidade da música indiana é o aprimoramento da mente, pois não existe melhor forma de concentração que a música. Ela exalta a profunda união com o Infinito. É inegável o estado de paz espiritual que o Raga traz. Ouvindo o som sinuoso de uma flauta de bambu interpretando um Raga, a mente divaga num fluxo mental solene e divino.”

Alberto Marsicano (2006), esclarece que o fundamento da música indiana é a imanação da energia elétrica. Um recital de música clássica centra-se no entrelace das energias estabelecidas entre o músico e a audiência. Segundo ele, os músicos indianos estão mapeando o universo sonoro há mais de seis mil anos. Ensina que:

“A música clássica indiana não é temperada. Entre cada oitava existe um pequeno intervalo chamado Portal ao Infinito. É justamente esta pequena fresta que torna a música orgânica, cósmica e natural. Esta música está intimamente relacionada à progressão logarítmica do espiral do ouvido humano. É a verdadeira música das esferas. Os antigos gregos jamais temperaram sua música transcendental que originou os Cantos Gregorianos.”

Os ragas

Os ragas são um tipo de composição da música clássica da Índia. Ragas (do sânscrito Ranja e significa cor), não podem ser escritos, são tocados de improviso, são chamados de música da alma, o intérprete a toca com os olhos cerrados, em estado de concentração profunda, toca a partitura de sua imaginação. Citando Marsicano (2006):

“Os Ragas são improvisados e os artistas apresentam-se de olhos cerrados num estado de concentração tão profunda (Samadhi) que qualquer leitura musical tornar-se-ia impraticável. Todo grande intérprete dos Ragas é, na verdade, um grande compositor. Jamais um citarista ou um cantor clássico indiano sobe ao palco munido de partitura. (...) No momento de iniciar a execução, sente-se inclinado a interpretar esta ou aquela Raga. Torna-se um instrumento do sistema cósmico inteiro, aberto a toda sorte de inspirações.”

E complementa:

“(...) A rigor, os Ragas não têm início, meio ou fim. Como música das esferas, os Ragas estão soando infinitamente no éter. O intérprete sintoniza o Raga como uma ‘rádio’ que emite sua vibração continuamente. Tocar um Raga é como subir num veículo andando e descer enquanto ele segue caminho.”

De acordo com Marsicano, pode-se dizer que os ragas são passados de mestre para discípulo, em uma tradição muito forte. Sintetizando, suas principais características são:

• O Raga consiste num número fixo e imutável de notas, agrupadas numa escala ascendente e outra descendente, que podem coincidir.

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• O número de notas varia, podendo ter no mínimo cinco e no máximo sete.

• Existem ragas principais que dão origem as outras. • Cada Raga tem uma coloração específica. • Cada Raga tem um cenário mítico. • Ainda estão abertos a novas seqüências sonoras. • São comparados ao Ganges, “suas correntes renovam-se a cada dia,

apresentando, continuamente, inusitadas configurações”. • Cada tem um preciso período do dia para ser interpretado, a

luminosidade e a coloração do céu determinam suas sequências melódicas.

• Relacionam-se com cores, períodos do dia, estações do ano e elementos da natureza e ao corpo humano.

• Ragas são poderosos indutores de ondas alfa.

Na apresentação prática deste trabalho, colocaremos um raga para que todos possam ouvir e experienciar o que essa música traz.

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Capítulo II

II. I A natureza Vibratória do Som e do Corpo Humano

Os músicos não se aposentam, param quando não há mais música em seu interior. (Louis Armstrong)

Onde existir energia em movimento atuando sobre um corpo, existirá também um corpo vibrando para o ambiente. Todo corpo vivo emite som, todas as células do corpo possuem propriedades vibratórias e são receptores sonoros.

Som é movimento, mais do que isso, som é impulso vibracional, é o movimento repetido, aleatório ou periódico de átomos e moléculas; portanto, no âmago de nossa fisicalidade, somos compostos de sons.

O corpo humano é uma fonte de energia que emana vibrações contínuas que se alteram de acordo com o estado psicológico e mental de cada momento e estamos a todo instante trocando energia com as pessoas e com tudo que nos rodeia, imersos em um oceano de ondas de vibrações.

Somos, assim, uma sinfonia de frequências, sons e ritmos num fluxo constante que procura manter um estado de harmonia. Possuidores de diversas células em constante movimento, sendo que, onde há movimento há fricção e onde há fricção o som está presente; cada célula do corpo humano produz uma frequência ou harmônico ressonante.

De acordo com a frequência e o harmônico ressonante das células, elas vão se unindo para formarem cada órgão do corpo (ex: pulmão, fígado etc.).

O terapeuta cimático Guy Manners, nos dá a seguinte explicação:

“Cada célula é como um pai, e produz um filho. Se a célula-pai funciona como parte de um fígado, conhece apenas o sinal do fígado... Logo, tem-se um harmônico do fígado. Ora, o coração tem uma forma inteiramente diferente. As células são as mesmas, mas, tendo uma forma diferente, assim também é seu harmônico”.

Entende-se com isso, que cada órgão forma-se no corpo humano em harmonia com seu próprio padrão e dos outros órgãos que estão nas proximidades, mais ainda, em harmonia com o padrão de onda do ambiente circundante. Os átomos através dos elétrons em movimento constante irradiam ondas eletromagnéticas e se associam através do princípio de ressonância. A frequência dessas ondas varia de acordo com a estrutura do corpo, cada

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estrutura é mantida e formada por um harmônico das células, ou seja, pode-se dizer que o som cria as estruturas do nosso corpo. A totalidade humana é composta de diversos aspectos, desde a psique multidimensional, ritmos orgânicos, glandulares, ondas cerebrais etc. O conjunto desses aspectos é que faz o corpo todo vibrar. A música é criada dentro de certos padrões harmônicos e vibracionais que atuam sobre o campo vibracional e emocional do ser humano, fazendo seu corpo ressoar as características de seu próprio psiquismo. Para Queiroz (2007), a música funciona como influência vibratória que “afina” o padrão vibratório da pessoa. Pesquisas demonstraram que a totalidade de nosso corpo vibra de 7.8 a 8 ciclos por segundo em seu estado natural de repouso, o mesmo valor é encontrado na frequência das ondas cerebrais de um indivíduo em profundo relaxamento e os números não param por aí; os físicos provaram que a terra inteira vibra nessa frequência básica de 8 ciclos por segundo, portanto, há uma ressonância real entre o ser humano em estado de relaxamento e a atmosfera terrestre. O campo da cimática (estudo dos efeitos das ondas sonoras sobre a matéria física) provou que as ondas sonoras dão forma à “matéria” física de nossas células, tecidos e órgãos e estão diretamente ligados ao nosso estado de saúde ou de doença. Segundo essa visão, a doença resulta de uma mudança na frequência vibracional na harmonia do corpo.

Vejamos um exemplo disso de acordo com a visão do Dr. Guy Manners, o que poderia acontecer no caso do fígado ser bombardeado por uma vibração em dissonância com seu padrão natural.

1. O fígado poderá opor resistência e obrigar o impulso estranho a vibrar com seu ritmo e padrão vibratório, anulando a perturbação.

2. Se a dissonância, a vibração estranha permanecer por muito tempo, o fígado produzirá stress que provavelmente abalará a saúde do órgão.

3. A vibração estranha poderá adquirir força e impor sua vibração ao fígado, que poderá com o tempo, criar uma nova disposição molecular, prejudicial à harmonia do corpo todo e abalar a saúde do indivíduo.

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II. II Os Poderes de Cura pelo Som, Música e Silêncio

Aprender música lendo teoria musical é como fazer amor por correspondência. (Luciano Pavarotti)

Sabemos que a nossa medicina oficial ainda considera o corpo humano como uma máquina, centrando as pesquisas e a terapêutica nas substâncias químicas e nas intervenções cirúrgicas. Como fazer intervenções no Universo das doenças psicossomáticas? Saúde depende da interação entre corpo / mente / meio ambiente... Precisamos parar de combater apenas o sintoma.

A música, através do ritmo, da melodia, e da harmonia, ou por tudo junto, pode realizar verdadeiros milagres na preservação e recuperação do equilíbrio mental e rearmonização do sistema nervoso endócrino.

As vibrações sonoras que repercutem em nossa mente, em nossos nervos, podem tanto fazer o bem quanto mal para nosso organismo. Podem irritar, fatigar, entediar e até desequilibrar nosso ser. Cabe a cada um, tirar da música aquilo que lhe fizer bem e que estiver precisando.

Conscientes ou não, a música tem o poder de tocar ao mesmo tempo o nosso corpo, mente e alma.

A percepção musical se inicia com a entrada do som em nossos ouvidos e depois se espalha em várias áreas do nosso cérebro e de nosso corpo através de nossas reações emocionais e fisiológicas. Seu poder de influência vai diretamente à emoção, ao tálamo, ou seja, não passa primeiro pela análise do pensamento racional.

Por volta de 324 a.C., Alexandre, o Grande, usava o som da lira para restaurar a sanidade mental; durante o reinado de Elizabeth I, o físico Thomas Campian, utilizava-se composições líricas e vocais para curar depressão; Farinelli – cantor de ópera do século XVIII curou o rei espanhol Filipe V de uma doença crônica repetindo sua área favorita, a lista de casos parecidos como estes na história é enorme.

A ideia de que a música possui valor terapêutico é antiga. Estima-se que pode ter origem há mais de 30 mil anos, quando a doença era considerada um mistério, obra de espíritos maldosos que deveriam ser expulsos da mente do doente e para isso praticava-se o canto por horas a fio.

Na Grécia, Pitágoras já utilizava dessa ferramenta para ajudar no alívio de preocupações, medos e raiva. Platão disse que “a música tem o poder de tocar o mais profundo de nossa alma e dá asas à imaginação”.

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Cientistas finlandeses descobriram que a música estimula e acelera o processo de recuperação pessoas com áreas cerebrais danificadas por derrame cerebral e ainda, ajuda a prevenir a depressão.

A percepção de que os sons e a música são capazes de agir sobre o organismo humano leva em conta a natureza vibratória do corpo; o corpo é matéria e a matéria ressoa ante os sons. Ainda, temos o fato de o corpo ser constituído de 70% de água, e, água é um ótimo condutor de som, portanto, o som pode ressoar em todas as células.

José Hermógenes, em seu livro Yoga para Nervosos (2001), explica que cada instrumento causa um efeito específico no ser humano, alguns exemplos de benefícios que podem trazer:

- solos de violino para os melancólicos,

- solos de contrabaixo ou clarineta para os nervosos,

- harpa para casos de histeria,

- trompa para maníacos de perseguição,

- flauta para apaixonados incorrespondidos,

- violoncelo para os excitados,

- contrabaixo para os neurastênicos,

- piano para a extravasão psíquica.

Ele ensina que os estilos de música também atuam de modo específico, são exaltadas as músicas clássica, romântica, impressionista. A música contemporânea é, muitas vezes, criticada, mas consegue sacudir o esquisofrênico de seu autismo, de seu isolamento, fazendo-o sair de dentro de si.

Concordamos com Hermógenes (2001) quando afirma que o valor terapêutico da música pode ser usufruído:

- compondo-a,

- executando-a,

- cantando-a,

- ouvindo-a.

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O que importa é o efeito que se sente, o bem estar na alma. As vibrações da música influenciam o mundo interior do ser humano e até o tom vibratório de suas células.

A busca científica pela cura por meio do som e da música vem crescendo de forma animadora, novas técnicas estão sendo pesquisadas no campo da medicina e da psicologia. Na medicina moderna, por exemplo, um feixe de som vibrante pode explodir pedras nos rins.

A música exerce efeito direto sobre a pulsação e a pressão sanguínea que sobem ou caem de acordo com o ritmo. Ela também interfere nas glândulas de secreção interna e, por conseguinte, nas emoções.

A música cria uma complexa rede projetiva, estimula áreas problemáticas de nosso psiquismo e fornece uma resolução criativa dos conflitos inconscientes.

Nesses momentos, ocorre a suspensão do controle exercido pelo ego. A vontade consciente atua no sentido de permitir que o processo ocorra e não no sentido de manipular a experiência, as imagens emergem espontaneamente e nos conectam com conteúdos mais profundos da nossa psique. Com isso, a música torna-se um acontecimento psicofísico, processa nossas emoções e atinge o físico através das vibrações que chegam através da pele, ossos, vísceras e ouvidos.

Carol A. Bush (1995) relata os efeitos neurológicos da música:

1. A música vai do ouvido ao centro do cérebro e do sistema límbico, que governa as respostas emocionais da dor e do prazer, bem como os processos involuntários, como temperatura do corpo e pressão sanguínea.

2. A música provavelmente ativa um fluxo de memória armazenada através do corpus collosum. Como consequência, a evocação de memórias associativas é intensificada pela música.

3. A música pode excitar os peptídeos, agentes que liberam no cérebro as endorfinas, as quais produzem um “pico” natural e servem também como um inibidor natural da experiência de dor.

Dessa forma, a música promove a sincronização entre sentimentos, imagens, respiração e pulsação, ainda, alguns tipos de músicas estimulam estados alterados de consciência e ativam a capacidade do lado direito do cérebro de resolver problemas.

Estamos diante de vários movimentos em prol da interdisciplinaridade, esperamos que a medicina leve em consideração a retomada que a Psicologia

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Transpessoal faz das tradições milenares e a importância das interações entre som e fenômeno humano no processo de cura.

II. III Relação com as Esferas e o Cosmos

Se a minha música não se conecta a um poder mais elevado, e se eu não me rendo a ele, não acontece absolutamente nada. (Keith Jarrett)

A filosofia musical esotérica traz a ideia da existência de um Som Raiz, que cria, recria e governa todo o Universo manifesto. Tudo que existe num estado manifesto tem um estado não manifesto complementar que é sua fonte, formado por vibrações e ressonâncias. Os sons da vida derivam desse som primordial.

Considerando o som pela ótica do Sagrado, o ritmo surge dos movimentos do universo, a melodia integra homem, natureza e universo e a harmonia estabelece a interação entre o micro e o macro.

À medida que depuramos nosso senso de harmonia advindo das emanações mais sutis da música, aumentamos nossa percepção e torna-se mais fácil sintonizar-se com o universo, ou como diriam os místicos e filósofos, com a “música das esferas”.

A sinfonia do Universo, o som do canto dos pássaros, do vento, da chuva faz parte da mesma música que a das batidas do nosso coração, da respiração, do som dos nossos passos... Vejamos o que diz Olivea Dewhurst-Maddock em seu livro A cura pelo som (2006).

“As vibrações, que produzem o som, representam a energia encontrada em toda a natureza, desde aquela presente em nós mesmos e no nosso mundo até a existente na lua, nas estrelas e em todo o Universo”.

Ainda sobre isso, Steven Halpern em seu livro Som Saúde magnetismo e força (1995) nos diz que:

“Nós todos compartilhamos este planeta com correntes vibratórias elétricas. A despeito das diferenças de nível superficial, cada um de nós tem uma ligação harmônica basicamente semelhante com o universo, baseada em padrões vibratórios programados, codificados na nossa estrutura molecular. Cada átomo e molécula têm uma frequência característica, na qual tanto absorvem, quanto emitem radiação.”

Ainda não há comprovação científica de que seja possível ouvir o movimento dos astros, porém, a música das esferas existe para aquelas pessoas que ousam ouvi-la interiormente.

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A ideia associada à música das esferas não é nova, Pitágoras (580-500 a.C.) já falava sobre isso; o astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) utilizando-se da matemática, desenvolveu as leis que descrevem os movimentos dos astros. Descobriu que os planetas fazem um traçado elíptico e não redondo, ao redor do sol. Com essa informação, calculou o ponto mais próximo da rota de cada astro em relação ao sol (periélio) e, depois, o ponto mais distante (afélio). Com isso, conseguiu determinar o tempo que cada planeta leva para dar uma volta ao redor do sol; transformou proporcionalmente essas medidas em frequências, encontrando finalmente os tons e intervalos musicais, ou seja, teoricamente Vênus, Saturno, cada um dos planetas produzem uma melodia particular... Com isso Kleper, lançando mão da matemática prova mesmo que de forma abstrata, a realidade da música das esferas.

Todos os sons e vibrações dos planetas juntos constituem a música das esferas, isso, reforça a crença milenar de um Principio Harmônico Universal como fonte ou regulador da vida. Esses ritmos, melodias e harmonias do corpo celeste, mesmo que não audíveis ao ouvido humano, passam a ecoar em nossas células.

Nossa cultura não parece levar em consideração esses conhecimentos, porém eles são incorporados por raças e culturas diferentes ao longo dos séculos. Egípcios, indianos, chineses, gregos, tibetanos, caldeus, hebreus, povos indígenas e os aborígenes, sempre consideraram os sons sagrados e os incluíram em rituais de cura e em práticas espirituais.

Para exemplificar, os hindus dão muita importância ao som sagrado que brota do silêncio profundo do Universo, consideram que dele se manifesta tudo que existe.

Mulheres africanas têm por hábito meditarem até ouvir a canção pessoal do feto que carregam em seu ventre. Essa canção acompanha a criança pelo resto de sua vida, sempre em ocasiões significativas (nascimento, puberdade, casamento, morte), as mulheres cantam em celebração.

Para muitos, esses conceitos parecem arbitrários, entretanto são importantes como ponte para compreensão de outros níveis de consciência que ultrapassam a realidade objetiva. Olivea Dewhurst-Maddock no livro A cura pelo som afirma:

“A música é uma linguagem Universal, usada na iniciação de ritos de passagem, como um guia pelos labirintos da consciência expandida e uma rota para a cura profunda e para o conhecimento espiritual.”

Georg Feuerstein (1998) cita J. -E. Berendt:

“O mundo é som. Ressoa nos pulsares e nas órbitas dos planetas, no giro dos elétrons, nos quanta dos átomos e na estrutura das moléculas, no microcosmo e no macrocosmo.

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Ressoa também na esfera que medeia entre esses dois extremos, no mundo em que vivemos.”

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Capítulo III

III. I Música e Estados Ampliados de Consciência

O virtuoso não serve a música. Serve-se dela. (Jean Cocteau)

Para falarmos em música e estados ampliados de consciência, primeiramente temos que lembrar que somos seres multidimensionais, que não temos apenas os cinco sentidos como fonte de informação. Vale a pena citar Fritjof Capra em seu livro O ponto de mutação (1986).

“No organismo, por exemplo, há vários níveis de mentação metabólica envolvendo células, tecidos e órgãos, e há depois a mentação neural do cérebro, que consiste em múltiplos níveis correspondentes a diferentes estágios da evolução humana. Tal noção de mente como fenômeno de múltiplos níveis, do qual só em parte temos consciência nos estados ordinários da consciência, está muito difundido em númerosas culturas não ocidentais.”

Temos de nos conectar com aquele anseio íntimo que carregamos dentro de nós, que almeja constantemente transcender o rotineiro e habitual. Os sons sagrados e a música são ferramentas que podem despertar e ativar nossos sentidos interiores e nos conectar com níveis mais profundos de consciência.

Segundo Tart (1972), citado por Carol A. Bush (1995), um estado alterado de consciência é uma diferenciação radical da linha de consciência habitual, de tal modo que quem experimenta pode perceber que estão em funcionamento leis ou modelos diferentes, ou seja, trata-se de uma alteração qualitativa da forma pela qual percebemos a nós mesmos e ao mundo.

Quanto mais tomamos consciência de nossa multidimensionalidade, maiores as chances de autoconhecimento e de nos tornarmos unos com o Todo.

Segundo McClellan (1994) há um domínio da música que fica além das emoções, processos mentais e intelectuais, que transcende o domínio das preocupações humanas. “Experimentamos a unidade essencial do universo manifesto como um reflexo da criação não manifesta mantida coesa pelo movimento incessante da energia vibracional”.

A harmonia musical é formada por escalas, que são construídas visando uma sonoridade específica. Determinados sons ou progressão harmônica podem facilitar ou induzir o indivíduo a estados alterados de consciência, onde a mente funciona em frequência diferenciada.

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Bush (1995) em seu livro A música e a terapia das imagens – Caminhos para o Eu interior, afirma que a música pode nos afetar em quatro níveis:

1. Nível sensorial: Devaneios e impressões fugazes (cinco sentidos),

2. Nível Psicológico: Aparecem conteúdos metafóricos e histórias autobiográficas (Transtemporalidade e ressonâncias),

3. Nível Simbólico/Mítico: Surgem símbolos universais e mitológicos, (abrem a mente para simbolismos universais),

4. Nível integral/espiritual: Resgate do Sagrado que existe em nós.

Por que os estados ampliados de consciência são tão importantes para o ser humano?

Carol A. Bush (1995) nos responde essa pergunta, citando o psicólogo Charles Tart, que discorre sobre a importância do deslocamento da perspectiva, que nos afasta do raciocínio lógico e nos coloca em contato com nosso mundo interior. O deslocamento de perspectiva permite:

1. Retração da faculdade Crítica: A parte da mente que faz julgamento tende a se retrair e nos ajuda a expandir as restrições auto-impostas, possibilitando a coexistência de opostos.

2. Afrouxamento de Controles: Com isso os conteúdos passam a surgir de forma espontânea, criam vida própria.

A música, ouvida nesse estado, pode estimular o mesencéfalo (sede da resposta emocional), a acessar experiências de significados profundos.

3. Tendência à dissolução das Barreiras Temporais: Torna-se possível uma experiência significativa num espaço de tempo relativamente curto, o tempo torna-se elástico.

4. Mudança da Imagem Corporal: As emoções são expressas através do corpo de diversas formas; tosses, engasgos, sensações de peso, suspiros, lagrimas etc.

5. Aumento do Sentido de Significação: Nesse estado, as imagens podem adquirir significado, sem fazer sentido lógico.

6. Liberação e Rejuvenescimento: O contato com material significativo libera emoções reprimidas, tornando possível muitas vezes, uma sensação de renovação, esperança e rejuvenescimento.

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Citamos mais um exemplo de como a música pode nos ajudar a expandir a consciência e ser usada em nossa vida. Fernando Salazar Bañol em seu livro Musicoterapia para uma nova Consciência (1970) fala-nos sobre o equivalente psicológico das nove sinfonias de Beethoven, vejamos:

1ª SINFONIA: É a do "Gênesis Psicológico". Deve ser escutada para motivar-nos em tudo o que queremos iniciar. 2ª SINFONIA: É a da "Revolução Psicológica". "Um complexo monstruoso, um horrível dragão ferido contorcendo-se, que se nega e expirar e, ainda que, sangrando no final, segue revolvendo-se e dando golpes com a cauda para todos os lados" (Resenha publicada em maio de 1804, por Zeitung Für Die Elegante Wait, de Viena). 3ª SINFONIA É a da "Busca do Equilíbrio". Deve ser ouvida para motivar-nos a sair dos estados de nervosismo excessivo, desânimo, descontrole ansiedade, pessimismo. 4ª SINFONIA: É a "Sinfonia do Amor". Para sair dos estados de irritação, egoísmo, vingança e ódio. 5ª SINFONIA: É a do "Destino do Homem". Estimula a traçarmos as estruturas do que queremos ser na vida, ou seja, a criar nosso destino. 6ª SINFONIA: É a da "Heurística". Motiva toda ação criadora, a todo movimento que tenda a solucionar problemas. 7ª SINFONIA: A da "Exploração do Subconsciente". Para motivar a nossa própria auto-análise, o nosso estudo axiológico. 8ª SINFONIA: É a da "Emancipação Psicológica". Escutá-la para motivar-nos à mudança, à transformação, à transvalorização. 9ª SINFONIA É a da "Sublimação". Para motivar-nos a escalar os degraus dos sentimentos místicos, de espiritualidade, de devoção. Encerrando o capítulo, ressaltamos que as experiências Transpessoais permitem um salto quântico na consciência, a música ajuda a criar e a sustentar o ímpeto para penetrar nos estados expandidos. Desperta o inconsciente profundo nos níveis ontogenético e filogenético, ou seja, é ao mesmo tempo portadora e recipiente da psique, atua tanto como uma trilha sonora quanto como uma tela de projeções.

Estar no caminho Transpessoal não necessariamente requer que realizemos os 12 trabalhos de Hércules, pode ser simplesmente, ao realizarmos nosso trabalho cotidiano, colocarmos a intenção consciente de viver uma vida mais

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humana, criativa e de abertura para o novo, e, em alguns casos, abertura para uma releitura de tradições milenares...

III. II Métodos e Procedimentos

Toda alma é uma música que toca. (Rubem Alves)

Teorias surgiram com o intuito de explicar o que acontece na mente quando se está envolvido com a música, a cada ano novas técnicas vêm sendo desenvolvidas e incorporadas ou reutilizadas a no trabalho de cura. Citaremos algumas:

Método Bonny de Imagens Guiadas e a Música (IGM)

Utiliza-se de obras-primas clássicas para evocar diferentes níveis psíquicos, revelando e facilitando a expressão de sentimentos levando o indivíduo a acessar regiões inexploradas da consciência e a descoberta de recursos espirituais de significado profundo. Busca um trabalho de cura e de elevação espiritual, combinando a música com estados mentais não usuais de consciência.

O método Bonny, após a morte de Pahnke (um dos pioneiros da pesquisa) passou a ser chefiado por Stanislav Grof. É dividido em seis categorias de seleções musicais – fogo, terra, ar, água, músicas descendentes e músicas ascendentes.

Músicas Terra: Orquestrada, apóiam e estimulam uma ampla escala de experiências e imagens. Levam ao devaneio e sentimentos do mundo interior

Músicas Fogo: Evocam fortes sentimentos que encorajam a exploração das emoções mais “quentes”.

Músicas Ar: Liberam as forças da imaginação e o livro fluxo das ligações criativas.

Músicas Água: Evocam especificamente as emoções mais ternas.

Músicas Descendentes: Caráter mais sombrio e profundo do Eu Interior.

Músicas Ascendentes: São enaltecedoras e inspiradoras.

Os objetivos do método são:

Explorar o Eu interior;

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Desenvolver a consciência de si;

Esclarecer os valores pessoais;

Liberar fontes bloqueadas de energia psíquica;

Enriquecer o espírito o espírito de grupo;

Causar um relaxamento profundo;

Promover experiências espirituais;

Mantras

Hermógenes no livro Yoga para nervosos (2001), ensina que desde os tempos antigos na Índia, os mestres do Yoga ensinavam mantras (vibrações sonoras) aos discípulos. Os mantras “produzem efeitos em diversos planos da criação, dada a onipresença da vibração sonora”.

No livro A Tradição do Yoga, escrito por Georg Feuerstein (1998), aprendemos que a palavra mantra não tem equivalente exato no português, sua raiz man (“pensar”, “estar atento”) e o sufixo – tra (de trâna “ato de salvar”), através de uma explicação esotérica, significa aquilo que salva a mente de si mesma, que conduz à salvação através da concentração da mente.

Mantra é uma expressão vocal sagrada, um som numinoso ou dotado de poder psicoespiritual, dá poder ou recebe poder da mente. Através dele tranforma-se o corpo e a mente. Supõe-se que tem um poder mágico.

Feuerstein (1998) cita o Swami Sattwikagraganya, “Os mantras (...) são formas sonoras feitas para ser repetidas e deliberadamente criadas para ligar o homem com a Divindade, assistindo-o em suas aspirações emocionais e mentais.”

Um mantra repetido inúmeras vezes pode ativar as divindades a ele associados e torna-se uma força favorável para a transformação da consciência do praticante.

Sabe-se que o ato de cantar com concentração e por período prolongado pode produzir alterações na consciência. Por isso, os mantras são usados como fórmulas mágicas, ou no contexto espiritual como fórmulas de poder que auxiliam o aspirante para a sua busca de identificação com a Realidade transcendente.

Atualmente, os mantras são muito divulgados e comercializados, mas Georg Feuerstein nos lembra que eles se originaram num contexto sagrado. A simples

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repetição de um mantra não conduzirá à iluminação ou à felicidade, pois é preciso atenção intensa para transcender os jogos das atenções e realizar o supremo Ser-Consciência-Bem-Aventurança.

Os propósitos dos mantras são variados, desde a adoração da divindade até a obtenção de poderes paranormais, afastamento dos maus espíritos, preparação de águas curativas, purificação do corpo humano e cura de doenças.

Hermógenes, no livro Iniciação ao Yoga (2001) esclarece que quando cantados, os mantras são chamados de bhajans ou kirtans. Se a mente estiver impura, pouco se alcança com a repetição dos mantras. Sai Baba diz que os bhajans agem sobre a mente como um despoluidor.

De acordo com Hermógenes (2001) a prática de japa ou repetição de um antra é comum, usa-se um mala (rosário) para a repetição. Os mantras vão sendo pronunciados enquanto as contas vão passando entre os dedos. No catolicismo, há o rosário para contar as orações. Há pequenas diferenças, mas o sentido é o mesmo: a alquimia mental.

Alberto Marsicano (2006) ensina que na Índia, a voz é considerada a arte primeira e o canto é considerado o caminho mais rápido e seguro para a realização espiritual. É através do canto que a serpente da Kundalini é encantada. Ele diz que o mantra é como uma seta sonora ao infinito. Além disso, os mantras são usados pela medicina ayurvédica, que conhece os acordes sonoros que produzem efeitos terapêuticos em cada órgão do corpo humano.

Citamos algumas passagens do livro A Música Clássica da Índia, de Marsicano sobre os mantras:

“O mantra harmoniza o pulsar cardíaco e o ritmo respiratório através da vibração sonora. Existe um fluxo contínuo que transcorre das vibrações audíveis para as vibrações internas, ou seja, do som à respiração.”

“Por meio do mantra fala-se com os deuses.”

“O mantra visa, antes de tudo, produzir a corrente vital por meio da repetição cíclica de vocalizações.”

Musicoterapia

A musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e / ou restabelecer funções do indivíduo para que se possa alcançar uma melhor integração intra e / ou interpessoal e, em consequência, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento.

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Trata-se de uma intervenção terapêutica, realizada por um profissional graduado em musicoterapia. Antes de iniciar o processo, o paciente passa por algumas etapas de diagnóstico como:

• Entrevista inicial – se obtém informações para o tratamento sobre “a história sonora” do paciente e a “Queixa Principal”;

• Ficha Musicoterapêutica – se colhem dados sobre o mundo sonoro-musical do indivíduo, desde sua vida intra-uterina, suas preferências e recusas sonoras e musicais;

• Testificação Musical – se colhem dados da manifestação sonoro-musical do paciente (o paciente irá tocar ou manipular o instrumento como desejar e qual desejar);

• Teste projetivo sonoro musical – onde se verifica a reação do paciente em relação a determinadas músicas / sons, com significados simbólicos pré-estabelecidos. Também avaliamos as capacidades e habilidades corporais, motoras e cognitivas do paciente antes de concluir o diagnóstico inicial.

A Musicoterapia, sendo uma terapia complementar, pode tratar várias patologias. Veja algumas aplicações da Musicoterapia:

• Educação especial

• Reabilitação

• Psiquiatria

• Geriatria

• Obesidade

• Depressão

• Fobia

• Ansiedade

• Stress

• Patologias

• Dificuldade de aprendizagem

• Acompanhamento às mães e pais no pré-natal; método "mãe canguru"

• Estimulação essencial com bebês em escolas, creches e outras instituições

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• Atendimento em escolas para crianças com T. D. H. (hiper-atividade)

• Atendimento a deficientes mentais e sensoriais

• A. V. C. (derrame)

• Clínicas e hospitais na área da saúde mental

• Assistência a deficientes em instituições de reabilitação

• Empresas como prevenção, favorecendo melhor desempenho dos funcionários

• Spas - auxiliando a redução de ansiedade

O Tratamento se dá em sala com acústica adequada, as sessões incluem recursos sonoros variados.

Música e os chakras

Os centros energéticos (chakras) são pontes de conexão multidimensional. Desde a antiguidade já eram utilizados sons / músicas como ferramenta para harmonizá-los.

Os pesquisadores dessa área associam a cada um dos sete chakras a uma das sete notas musicais, porém, ressaltam a importância da combinação das notas para obter um melhor resultado.

Abaixo um exemplo simples para se ter uma ideia do assunto:

CHAKRAS: INSTRUMENTO COR ENERGISA DESENERGISA

Coronário Cordas Amarelo Sinfonias Jazz

Frontal Piano Verde Concertos Música de sintetizador

Laríngeo Metais Azul Marchas Rock

Cardíaco Harpa Cor de Rosa

Valsas e Celtas Fox trote, Tango

Esplênico Sopro palheta Violeta M. da alma xxxx

Umbilical Órgão Púrpura e ouro M. Indiana Blues

Base da espinha

Percussão, tambor

Vermelho Samba Rock, vodu,

Quanto aos mantras apropriados para cada chakra resumimos abaixo:

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Muladhara – som: LAM Svadhishthana – som: VAM Manipura – som: RAM Anahata – som: YAM Vishuddha – som: HAM Ajna – som: SHAM KSHAM Sahasrara – som: AUM

Através do som os chakras podem ser alinhados. A saúde nada mais é do que a harmonia musical do corpo. Os chakras são também associados às frequências sonoras, ao girar, emitem som.

Os ragas da música clássica indiana também têm muita influência sobre os chakras. Segundo Marsicano (2006), nos ragas “a escala ascendente associa-se ao ida (corrente positiva que percorre a espinha dorsal), a descendente ao píngala e o som contínuo da tônica ao sushuma (Nadi central).” Ele diz que:

“A medicina ayurvédica utiliza acordes escalas sonoras para agir diretamente sobre nosso corpo. Sabe-se que certas escalas não apenas interferem nas ondas cerebrais como também provocam verdadeiros prodígios na fisiologia humana.”

Música Multidimensional - Alterando os estados da consciência

Ao estudar sobre a música multidimensional, encontramos muitas informações no site www.músicamultidimensional.com/portugal.

Jacotte Chollet, francesa (1944), diretora e produtora de mais de 50 documentários da TV Francesa no campo de Ciência, Psicologia e Filosofia. Em 1985, após grande sofrimento com a morte da mãe, ela teve uma experiência interior intensa. Isto a fez abandonar sua carreira e se dedicar integralmente à exploração de vibrações e energias do ambiente que levavam a estados alterados da consciência.

Foi quando criou, em profundo estado meditativo, aquilo que chamou Música Multidimensional, um conjunto de sons que, segundo ela, permite acessar as múltiplas dimensões do ser. Afirma que esta experiência permite à pessoa se conectar com sua própria consciência, fazê-las vibrar, harmonizá-las e então tomar consciência do potencial criativo que permanecia em estado latente, subconsciente. Aplicou esse tipo de música em suas pesquisas durante 9 anos, que chamou de "ressonância harmônica" . Deu ênfase em casos de câncer. Testes sanguíneos mostraram que após uma exposição de uma hora com esta música nestes pacientes, havia um dramático aumento na hemoglobina e sistema imunológico.

Os efeitos da Música Multidimensional foram recentemente medidos e comprovados no Institute of Higher Nervous Activity & Neuro-Physiology em

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Moscovo, pelo Dr. Dimitri I. Valuev, psicoterapeuta, psicólogo e psiquiatra no Hospital de Moscou. A aplicação das medidas foi feita através do uso de um eletro-encefalograma fornecendo imagem da atividade cerebral, da sincronização dos hemisférios e da entropia durante o experimento.

Relata-se que os primeiros resultados destas pesquisas confirmam a específica capacidade desta música para o acesso às funções elevadas do cérebro e às informações do subconsciente e do inconsciente, que permitem a expansão da consciência e o aprofundamento da criatividade.

Muitos ouvintes e terapeutas pensam ser este um "novo instrumento para o desenvolvimento interior". As reações observadas os levaram à acreditar que:

- Provoca o despertar, a reorganização, harmonização e a integração do Self. - Libera repressão de profundas emoções e de memórias traumáticas.

Suas frequências harmônicas provocam-nos uma maior saúde, maior eficiência, maior consciência, maior criatividade, maior espiritualidade e maior unidade na maneira de viver.

Fornece uma expansão da consciência, que é um instrumento que serve de ponte para a distância entre o que a pessoa é e o que ela poderá vir a ser se tiver a oportunidade de restabelecer a coerência e a ativação do seu potencial subconsciente.

1- Olho fechado antes de ouvir a música MMD.

Em vermelho, ondas Theta

Em violeta ondas Alpha

2-Medição sem ouvir a música

3-Inicio da audição do CD Reinacensse (canção 3 )

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4-Parte média e final da música do CD Reinassence (canção3)

Nota-se um aumento das atividades das frequências que correspondem à intuição e a percepção extra-sensorial.

Podemos também reparar na ativação da sincronização entre a zona temporal e parietal do lado esquerdo e a zona frontal do hemisfério direito.

Música Orgânica

A Música Orgânica foi idealizada por Ricardo Oliveira, é uma abordagem artística-terapêutica transdiciplinar, procura integrar as práticas musicais a movimentos corporais e aos estados de consciência visando a harmonia do ser.

Ela vê o Universo como uma grande sinfonia: dentro de nós o coração, os intestinos, os pensamentos, a respiração, as sensações, os estados de consciência. Fora de nós: o mar com suas marés, as fases da lua, as estações

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do ano; do mundo subatômico até os sistemas planetários, das galáxias, tudo pulsa, é vibração.

O corpo Humano é o principal instrumento utilizado nessa abordagem, à sensibilização é feita através do corpo, abrindo espaços interno e externos, contato dos pés com a terra, equilíbrio através do alinhamento da coluna.

A voz é vista dentro de uma perspectiva energética vibratória, o cantar harmoniza, faz com que nosso corpo vibre em harmonia e se harmonize com as vibrações de fora.

Trabalham com Mandalas Musicais, em círculo de mãos dadas afinando-se ritmicamente sobre o pulsar alternado dos pés, das vozes e da coreografia. Dá ênfase a música de raízes, dos povos indígenas, pescadores, vaqueiros.

No livro Música saúde e magia (1996), Ricardo Oliveira comenta que a música dos pescadores é construída sobre um pulso respiratório uniforme e profundo, estimulando à união e à força, já a música dos recolhedores de café, é composta de pulsos mais assimétricos. Deixando mais livre as individualidades e mais energia mental disponível. As músicas de raízes explicitam as relações entre as formas musicais e os estados de consciência.

Citando Oliveira (1996):

“As oficinas de Música Orgânica são como uma grande viagem coletiva através de sucessivos estados de consciência propiciados pelos sons integrados a movimentos corporais... põe ao alcance de todos os participantes a magia da criação coletiva e da comunhão profunda consigo, com os outros e com as leis cósmicas de harmonia e proporção”.

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Capítulo IV – Vivências

Vivência 1 – Sons do útero

Objetivo:

Entrar em contato com sons do útero, sons sem melodia, mas cheios de conteúdos psíquicos, emocionais e espirituais percebendo a força da vibração dos sons.

Desenvolvimento:

1. As pessoas andam e depois deixam sair um som.

2. Sentados no chão ou na cadeira em silêncio, respiram profundamente, relaxam sentindo a vibração do som e fecham os olhos.

3. Ouvem o seguinte texto:

Ao nascermos, o primeiro ato que fazemos é a inspiração e a partir daí começa a nossa jornada que acabará somente quando expiramos.

Mas antes mesmo de assumirmos a forma física, antes mesmo deste primeiro ato, o universo nos acalenta e nos alimenta de sons que ouvimos no ventre de nossa mãe, o ritmo do coração dela em consonância com o nosso, o fluir do sangue através do cordão umbilical, a entrada e saída de ar nos pulmões, a passagem dos alimentos pelo aparelho digestivo. Tudo isso forma a melodia que harmoniza e integra criador e criatura.

E é lá no ventre materno, nesse canto e dança das células, que ouvimos então o primeiro mantra e percebemos nuanças sonoras que nos sintonizam com o mundo interior e exterior.

Sintam esse som, deixe que ele vibre em suas células, Se aparecer qualquer lembrança, qualquer emoção, simplesmente permita, respire, acolha e integre.

Permita, respire, acolha e integre...

4. Ouvem o som do útero (CD).

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Vivência 2 – Sons, Silêncio e Música Objetivo:

Ouvir os sons, o silêncio e a música e perceber a influência no estado de consciência.

Desenvolvimento:

1- Em círculo, olhos fechados, deitados lado a lado cada participante coloca sua mão esquerda sobre o coração da pessoa que está do seu lado esquerdo e a mão direita na barriga da pessoa que está à sua direita.

É importante, que o primeiro participante que deu início ao círculo respire calmamente e regularmente, pois será a partir dele que será sincronizada a respiração do grupo.

2- Na mesma posição, a pessoa que iniciou o círculo deve entoar o Mantra OM, quando for entoar a segunda vez, a pessoa a seu lado deve entoar junto, e assim sucessivamente.

3- Pedimos para observarem como estão sentindo a respiração/conexão com o grupo depois da entoação do mantra OM.

4- Pedimos para se aquietarem e sentirem o grande poder do Silêncio...

5- Colocamos uma música clássica indiana (Raga), pedimos que:

Visualizem uma réplica de si próprios, acima de suas cabeças, intensamente luminosa e façam com que esta luminosidade se expanda cada vez mais.

Em seguida, desçam aos poucos essa Presença Luminosa até fazê-la encaixar totalmente no seu corpo físico.

Observem a intensa radiação de Luz que emana de seus pés, das suas mãos e do coração, através dos chakras aí posicionados, e percebam a grandiosidade da energia que se forma no grupo todo nesse momento.

Agora, totalmente iluminados, projetem essa intensa luminosidade para toda a humanidade e para o Espírito Gaia. Façam com que a essa Luz ilumine o planeta Terra, o seu sistema solar e todo o cosmo.

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Capítulo V – Conclusão

Notas musicais não são música. Você é! (Dom Cherry – Trompetista)

Para Stuart (1987), “o valor da música está no fato de unir o físico e metafísico na consciência humana, de proporcionar o vislumbre da unidade criativa com tudo que existe e de percorrer toda a interface entre o interior e o exterior.”

A música interfere primeiro na mente, depois no corpo, criando uma atmosfera propícia ao silêncio e a contemplação interior.

Acreditamos que nosso maior desafio é aprendermos a deixar fluir nossas energias e expressões psíquicas e físicas para que entrem em sintonia com as energias inerentes aos padrões musicais escolhidos, para criarmos uma ponte que nos conecte com aspectos supraconscientes.

Somos constituídos de muitas partes e afiná-las significa num primeiro momento aprender a se conectar ao Todo, que pode ser percebido através das interações e da busca da consciência de nossos ciclos internos, da interdependência entre nós, o mundo e os diversos estados de consciência existentes.

É importante que dediquemos um período do dia ao silêncio. Não precisa levar mais que 10 ou 15 minutos, esse hábito regular tem a capacidade de transformar o modo como reagimos a todos os tipos de música num espaço relativamente curto de tempo. Identificaremos com isso, os tipos de música que tem poder positivo efetivo sobre e as que têm um poder antagônico à nossa mente e ao nosso corpo.

Perceber o universo como uma sinfonia implica reconhecer que tudo está intrinsecamente interligado. Tudo e todas as criaturas da terra ressoam continuamente numa mesma sinfonia, cada uma acrescentando suas próprias vozes à lei harmônica natural. Assim que aprendermos novamente a escutar o nosso silêncio interior, deixaremos de produzir dissonâncias que nos levam a criarmos as doenças.

Concluindo, para nós o propósito fundamental da experiência com a música, é ir além da consciência ordinária do ego e tocar a intemporalidade da eternidade. Não é possível para fracionar e descrever sob ótica reducionista a vastidão do tema a que nos propomos discorrer; por isso, precisamos parar de impor conceitos reducionistas estáticos a um universo que é dinamismo puro.

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Vivenciar o poder de cura através da música significa experenciar a fluidez do mundo em que vivemos, tendo a música como instrumento podemos acessar estados de consciência não usuais e experenciar a paz da unidade divina; portanto, boa viagem!

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Referências Bibliográficas

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Paulo:Sol Nascente, 1970. 49p.

Bush, Carol A. A música e a terapia das Imagens: Caminho para o Eu Interior.

01. Ed. São Paulo: Cultrix, 1995. 221 p.

Capra, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1986

Feuerstein, Georg. A Tradição do Yoga. São Paulo: Pensamento Cultrix, 1998.

Fregtman, Carlos D. Música Transpessoal: Uma cartografia da arte, da ciência

e do misticismo. 10. Ed. São Paulo: Pensamento, 1995. 228p.

Hamel, Peter M. O autoconhecimento através da Música: Uma nova maneira

de sentir e de viver a Música 10. Ed. São Paulo: Cultrix, 1995. 301p.

Hermógenes, José. Iniciação ao Yoga. Rio de Janeiro: Record Nova Era, 2001.

Hermógenes, José. Yoga para Nervosos. Rio de Janeiro: Record Nova Era,

2001.

Marsicano, Alberto. A Música Clássica da Índia. São Paulo: Perspectiva, 2006.

McClellan, Randall. O poder terapêutico da Música. 01 Ed. São Paulo:

Siciliano, 1988. 231 p.

Oliveira, Ricardo. Música, saúde e Magia: Teoria e prática na Música Orgânica.

01. Ed. Rio de Janeiro: Nova Era 1996. 300p.

Queiroz, Gregório José Pereira. O equilíbrio do temperamento através da

música. 12. Ed. São Paulo: Cultrix, 2007. 125 p.

Stewart, J. R. Música e psique: As formas musicais e os Estados Alterados da

Consciência. 01 Ed. São Paulo: Circulo do livro, 1987.179 p.

Sites pesquisados na Internet: HTTP://www.kolot.com.br/artigos/música-cabalista

www.músicamultidimensional.com/portugal

http://www.gnosisonline.org/misterios-da-música/recomendacoes-musicais/

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Anexos

Texto Complementar: Recomendações musicais

Fonte: http://www.gnosisonline.org/misterios-da-música/recomendacoes-musicais/

“Consiga música que você possa escutar de acordo com você, seu próprio modo, seu gênio.” (Steven Halpern)

A forma de analisar a efetividade de um tema musical se apóia em meios tais como o eletroencefalograma, o eletrocardiograma, o pneumógrafo, os testes psicológicos etc. Com a ajuda desses elementos de comprovação é que surgem as recomendações musicais que entregamos em princípio, e o fato de serem poucas não significa que não existam outras mais.

As obras musicais que vamos mencionar foram verdadeiramente experimentadas e estão indicadas, em termos gerais, para o tratamento das enfermidades e estados mentais negativos.

Música de Caráter Rítmico

Esse tipo de música é recomendável para crianças ou adultos apáticos ou com debilidade motora, impulsivos, instáveis, com deficiência glandular. Os temas recomendados neste bloco cumprem a função de estimular positivamente a atividade elétrica nos músculos e ativar equilibradamente a produção hormonal nas glândulas supra-renais.

Beethoven – Minueto (Sonata Op. 40, n2 2) Dvorak – Danças Eslavas Debussy – Pavana Brahms -Dança Húngara Tchaikovsky – Valsa (Ópera Eugene Oneguine) Verdi – Marcha (de Aída)

Música de Caráter Melódico

Este tipo de música é recomendável a pessoas nervosas, depressivas, hiperemotivas e em estados ansiosos. Os temas recomendados têm o poder de sincronizar o ritmo respiratório e fazer diminuir a alta pressão arterial.

Bach – Melodia para a Quarta Corda Frank – Voltus Bararos J. Rosas – Sobre as Ondas M. M. Ponce – Estrellita

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Paderewsky – Melodia Tchaikovsky – Canção sem Palavras

Música de Caráter Harmônico

Recomendada para os estados de incompreensão falta de raciocínio e de sensibilidade. Os temas recomendados fazem surgir desde o fundo do subconsciente os valores psicológicos positivos e, através do tálamo, estimulam a parte emotiva que coútrola o cérebro.

Beethoven – Clair de Lune Liszt Consolação – nº 3 Rimsky-Korsakoff – Noturno Schumann – Canção Noturna

Música de Caráter Impressionista

Para estados de pessimismo, melancolia e tristeza. Os temas recomendados trabalham desbloqueando todas as resistências psicológicas que mantêm as pessoas em estados equivocados.

Mendelssohn – Sonho de uma Noite de Verão Herbert – Fantasia Americana Rossini – Abertura de Guilherme Tell

Música de Caráter Emotivo

Fazemos uma recomendação especial deste tipo de música para combater os estados de preocupação, tensão, apatia, esgotamento e stress. Os temas recomendados cumprem a missão de sincronizar os ritmos cardíaco, respiratório e cerebral para levar o musicopraticante a um estado de equilíbrio dos ritmos como-mente.

Schubert – Serenata Rubinstein – Serenata Liszt – Sonho de Amor Bellini – Abertura de Norma Bach – Chacona Chopin Noturno, Op. 48 nº 1 Debussy – Clair de Lune Auber – Abertura de Era Diavolo

Música para Analgesia

Sara Klachky de Mekler assinala ter observado que as obras musicais a seguir respondem satisfatoriamente no controle da dor. Esses temas recomendados e tecnicamente dirigidos estimulam ou ativam positivamente o hormônio beta-endorfina, que combate a sensação de dor.

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Debussy – Clair de Lune Beethoven – lº Tempo: Clair de Lune Fivich – Poema Wagner – Estrela Noturna Wagner – Murmúrio do Bosque

Música para Superaprendizagem

Segundo o fisiólogo búlgaro Dr. Lozanov, a escolha da música não tem a ver com gostos pessoais. Não é simples música de fundo. Os temas recomendados a seguir são como mantras e se pode utilizá-los para provocar um estado psicofísico de concentração relaxada. E bom esclarecer que só estão sendo recomendados os Largos de alguns temas de música barroca.

Johann Sebastian Bach

-Largo do Concerto em Sol Menor para flauta e corda, BWV 1056. -Ária ou Sarabanda para as Variações Coldherg, BWV 988. -Largo do Concerto em Fá menor, BWV 1056. -Largo do Concerto de solo de clavicórdio em Sol menor, BWV 975. -Largo do Concerto de solo de clavicórdio em Dó maior, BWV 976. -Largo do Concerto de solo de clavicórdio em Fá maior, BWV 978.

Antonio Vivaldi

-Largo de “Inverno” de As Quatro Estações. -Largo do Concerto em Ré maior para guitarra e cordas dos “Concertos barrocos para guitarra”. -Largo do Concerto em Dó maior para bandolim, corda e clavicórdio, P. 134. -Largo: Três Concertos para viola d’amore, Dois Concertos para bandolim. -Largo do Concerto de flauta nº 4 em Sol maior.

Música da Nova Era

Lamentavelmente muitas pessoas bem-intencionadas poderão cair como um patinho em face da presença de títulos sugestivos, que prometem a paz e a serenidade, mas que ao final só trazem mais tensão. É por isso que a seguir fazemos menção a alguns compositores e temas altamente apreciados e recomendados nos meios da Biomúsica.

Georgia Kelly

Uma excelente harpista muito conhecida nos Estados Unidos. Segundo muitos enfermos, sua música os ajudou a se curarem. Atualmente, suas composições são utilizadas no Kaiser Permanent. Os temas que a seguir recomendamos servem para criar uma perfeita “sensação atemporal”, tão importante para reduzir esse agressor psicológico que conhecemos como ansiedade.

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- Tarashanti - The Sound of Spirit - Seapeace

Steven Halpern

Médico e músico a quem reconhecemos como um dos pioneiros da Biomúsica. Suas composições são qualificadas como “os sons da saúde”. Os temas recomendados servem especialmente para as seguintes aplicações: controlar o estresse, superaprendizagem e relaxamento holístico.

- Spectrum Suite - Starborn Suite - Zodiac Suite - Eastern Peace - Comfort Zone - Ancient Echoes - Sweet Dreams

Paul Horn

Grande flautista que se especializou em realizar gravações nos principais recintos sagrados do mundo, onde soube combinar os belos sons de sua flauta com a incrível acústica desses lugares. Os temas recomendados servirão para todas aquelas pessoas que desejem dominar a ciência da meditação.

- Inside The Taj Mahal - Inside the Great Pyramid

Steve Bergman

Os temas deste compositor que recomendamos cumprem um grande trabalho tanto para mulheres grávidas quanto para bebês, por empregarem instrumentos como flauta, violino e harpa – que, segundo a Dra. Michele Clemes, do Hospital de Maternidade de Londres, são os mais aceitos pelos bebês, inclusive desde o período fetal.

- Lullabies - Sweet Baby Dreams

Berns e Dexter

Compositores que criaram um total de cinco volumes intitulados “Golden Voyage”. Os temas recomendados cumprem com os delineamentos do acadêmico Bekhterieb, que postula a necessidade de combinar música com poucos instrumentos e grande quantidade de sons da natureza. Os benefícios que se obtêm ao escutar qualquer dos volumes mencionados são: cura de mal-estares menores, relaxamento e concentração.

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Relação das músicas tocadas na apresentação do trabalho

Certas Coisas – Milton Nascimento

Composição: Lulu Santos / Nelson Motta Não existiria som Se não houvesse o silêncio Não haveria luz Se não fosse a escuridão A vida é mesmo assim, Dia e noite, não e sim... Cada voz que canta o amor não diz Tudo o que quer dizer, Tudo o que cala fala Mais alto ao coração. Silênciosamente eu te falo com paixão... Eu te amo calado, Como quem ouve uma sinfonia De silêncios e de luz. Nós somos medo e desejo, Somos feitos de silêncio e som, Tem certas coisas que eu não sei dizer... A vida é mesmo assim, Dia e noite, não e sim... Cada voz que canta o amor não diz Tudo o que quer dizer, Tudo o que cala fala Mais alto ao coração. Silênciosamente eu te falo com paixão... Eu te amo calado, Como quem ouve uma sinfonia De silêncios e de luz, Nós somos medo e desejo, Somos feitos de silêncio e som, Tem certas coisas que eu não sei dizer...

O Que É, O Que É? – Gonzaguinha

Composição: Gonzaguinha Eu fico Com a pureza Da resposta das crianças É a vida, é bonita E é bonita... Viver! E não ter a vergonha

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De ser feliz Cantar e cantar e cantar A beleza de ser Um eterno aprendiz... Ah meu Deus! Eu sei, eu sei Que a vida devia ser Bem melhor e será Mas isso não impede Que eu repita É bonita, é bonita E é bonita... E a vida! E a vida o que é? Diga lá, meu irmão Ela é a batida De um coração Ela é uma doce ilusão Hê! Hô!... E a vida Ela é maravilha Ou é sofrimento? Ela é alegria Ou lamento? O que é? O que é? Meu irmão... Há quem fale Que a vida da gente É um nada no mundo É uma gota, é um tempo Que nem dá um segundo... Há quem fale Que é um divino Mistério profundo É o sopro do criador Numa atitude repleta de amor... Você diz que é luxo e prazer Ele diz que a vida é viver Ela diz que melhor é morrer Pois amada não é E o verbo é sofrer... Eu só sei que confio na moça E na moça eu ponho a força da fé Somos nós que fazemos a vida Como der, ou puder, ou quiser... Sempre desejada Por mais que esteja errada Ninguém quer a morte Só saúde e sorte...

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E a pergunta roda E a cabeça agita Eu fico com a pureza Da resposta das crianças É a vida, é bonita E é bonita...