trabalho de conclusão de curso - medidas mitigadoras

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  • 7/25/2019 Trabalho de Concluso de Curso - medidas mitigadoras

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    CENTRO UNIVERSITRIO DA

    FUNDAO EDUCACIONAL DE BARRETOS - UNIFEBCURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    ESTUDODEMEDIDASMITIGATRIASDOTIPOEXTENSIVAPARAAMORTIZAODEPICOSDEVAZO

    CSSIACASTILHOLIMAVALESKADOLFINIBARBOSA

    BARRETOSOUTUBRO/2014

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    CENTRO UNIVERSITRIO DAFUNDAO EDUCACIONAL DE BARRETOS - UNIFEB

    CURSO DE GRADUAO EM ENGENHARIA CIVIL

    ESTUDODEMEDIDASMITIGATRIASDOTIPOEXTENSIVAPARAAMORTIZAODEPICOSDEVAZO

    CSSIACASTILHOLIMAVALESKADOLFINIBARBOSA

    Trabalho de Concluso de Curso do curso degraduao de Engenharia Civil do CentroUniversitrio da Fundao Educacional de Barretos UNIFEB.

    Orientao: Prof. Me. Adhemar Watanuki Filho

    BARRETOSOUTUBRO/2014

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    CERTIFICADO DE APROVAO

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO APRESENTADO COMOEXIGNCIA PARCIAL PARA OBTENO DO TTULO DE BACHAREL EM

    ENGENHARIA CIVIL DO CENTRO UNIVERSITRIO DA FUNDAOEDUCACIONAL DE BARRETOS (UNIFEB)

    Ttulo: Estudo de medidas mitigatrias do tipo extensiva para amortizao de picos devazo

    Autores do Trabalho:Cssia Castilho Lima e Valeska Dolfini BarbosaCurso:Engenharia Civil

    Orientador: Prof. Me. Adhemar Watanuki Filho

    Data: Situao:

    Banca Examinadora

    (nomes) (Assinaturas)

    Presidente: Prof. _________________________________

    Membro: Prof. _________________________________

    Membro: Prof. _________________________________

    Barretos, 5 de Outubro de 2014.

    ___________________________________Prof. Me. Adhemar Watanuki Filho

    Coordenador do curso de Engenharia Civil

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    DEDICATRIA

    DEDICAMOS ESTE TRABALHO AOSNOSSOS PAIS E IRMS, PELO TOTALAPOIO E POR ESTAREM SEMPRE AO

    NOSSO LADO EM TODOS OSMOMENTOS.

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    EPGRAFE

    Quem deseja ver o arco-ris, precisa aprendera gostar da chuva.

    (O ALEPH)Paulo Coelho

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo ao professor e mestre Adhemar Watanuki Filho, pela orientao,

    ateno e pacincia durante todo o perodo da realizao do trabalho.

    A todos os professores do curso pelos conhecimentos transmitidos durante

    esses cinco anos, em especial ao mestre Hlio Csar Suleiman, pela ateno e auxlio para a

    concluso deste trabalho.

    Aos meus pais que acreditaram em mim e a Valeska, pela confiana, amizade e

    companheirismo durante esses anos de faculdade e, principalmente pela pacincia e

    disposio.

    Cssia Castilho Lima

    Agradeo primeiramente a Deus, pela fora e coragem durante essa longa

    caminhada e por ter me dado sabedoria para chegar nessa etapa to importante da minha vida.

    Agradeo aos meus pais, Marinondes e Silvia e a minha irm Veruska meus

    maiores exemplos, pois sempre estiveram perto mesmo que distante fisicamente, acreditandona minha capacidade.

    Agradeo tambm ao meu namorado Paul Saimon, que esteve presente todo

    momento durante essa trajetria e que, com muita pacincia e amor, me incentivou a

    atravessar por essa etapa.

    Tambm sou grata a minha amiga Cssia, que me acolheu carinhosamente e

    tambm por todos aqueles amigos e professores que ajudaram de alguma forma na realizao

    desse trabalho.E por fim, agradeo ao nosso orientador e professor Adhemar por sua

    disponibilidade, dedicao, companheirismo e por ser essa pessoa to especial que s.

    Valeska Dolfini Barbosa

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    SUMRIO

    CERTIFICADO DE APROVAO .......................................... ............................................................... ......... iii

    DEDICATRIA ...................................................... ................................................................. ............................ ivEPGRAFE ............................................................................................................................................................ v

    AGRADECIMENTOS ................................................................. ............................................................... ......... viSUMRIO............................................................................................................................................................ viiLISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS ................................................................................ viiiLISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................................... ixLISTA DE TABELAS ........................................................ .............................................................. ..................... xRESUMO .............................................................................................................................................................. xiABSTRACT ................................................................................................................... ...................................... xii1. INTRODUO ......................................................... .............................................................. ..................... 12. OBJETIVOS................................................................................................................................................. 33. REVISO BIBLIOGRFICA................................................................................................ .................... 4

    3.1 Urbanizao e impactos nos sistemas de drenagem .................................................................................. 4

    3.1.1

    Indicadores hidrolgicos e desenvolvimento urbano ............................................................ .......... 73.1.2 Alterao do clima........................................................................ ................................................... 7

    3.1.3 Balano hdrico da bacia hidrogrfica urbana ............................................................. .................. 8

    3.1.4 Eroso e sedimentao da bacia e do leito dos rios .............................................................. ........ 11

    3.2 Sistemas de drenagem .......................................................................................................... ................... 123.3 Medidas Mitigatrias .............................................................................................................................. 13

    3.3.1 Bacias de reteno, deteno e infiltrao ......................................................... ........................... 14

    3.3.2 Obras lineares ............................................................................................................................... 153.3.2.1 Trincheiras de infiltrao e deteno .........................................................................................................163.3.2.2 Valas, valetas e planos de deteno e infiltrao .......................................................................................163.3.2.3 Pavimentos permeveis dotados de estruturas de deteno e infiltrao ...................................................17

    3.3.3 Obras pontuais .............................................................................................................................. 183.3.3.1 Poos .........................................................................................................................................................183.3.3.2 Telhados armazenadores............................................................................................................................193.3.3.3

    Reservatrios individuais e outras tcnicas localizadas .............................................................................20

    4. METODOLOGIA ................................................................ .............................................................. ........ 214.1 Reviso Bibliogrfica ........................................................ .............................................................. ........ 214.2 Escolha do Objeto de Estudo e Levantamentos preliminares .......................................................... ........ 214.3 Classificao do solo e determinao do coeficiente de permeabilidade ................................................ 23

    4.3.1 Ensaio de Granulometria .............................................................................................. ................ 234.3.2 Ensaio de liquidez ................................................................................................. .............................. 24

    4.3.3 Ensaio de Plasticidade ............................................................ ............................................................ 25

    4.3.4 Classificao do solo .............................................................. ............................................................ 26

    4.4 Anlise da reduo do pico de vazo ................................................................................... ................... 285. CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO .................................................................................... 336. RESULTADOS E DISCUSSES ............................................................................................................. 397. CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................................ ........ 448. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS........................................................................................ ................... 45

    ANEXO A - MATERIAIS EXISTENTES NO UNIFEB APRESENTADO EM PLANTA .......................... 47ANEXO BREA DE ESTUDO .......................................................... ............................................................ 48

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    LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS

    AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials

    ABNT Associao Brasileira de Normas TcnicasABRH Associao Brasileira de recursos humano

    ADOFEB Associao Docentes da Fundao Educacional de Barretos

    ASTM American Society for Testing and Materials

    BPR Bureau of Public Roads

    DAEE Departamento de gua e Energia Eltrica

    DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes

    EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    FCTH Fundao Centro Tecnolgico de Hidrulica

    GIRH Gesto Integrada dos Recursos Hdricos

    HRB Highway Research Board

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IG ndice de Grupo

    LL Limite de Liquidez

    LP Limite de Plasticidade

    NBR Norma Brasileira

    PMAPSP Plano de Manejo de guas Pluviais de So Paulo

    TRB Trasnportation Research Board

    UNIFEB Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Evoluo das populaes urbana e rural no Brasil .......................................................... 5

    Figura 2 - Hidrograma de bacia rural e depois urbanizada .............................................................. 6Figura 3 - Transformao do ambiente pela urbanizao ................................................................ 9

    Figura 4 - Alteraes no hidrograma e nas inundaes devido a urbanizao ............................... 10Figura 5 - Eroso Laminar .............................................................................................................. 11

    Figura 6 - Vooroca ........................................................................................................................ 12

    Figura 7 - Fluxograma de medidas estruturais ............................................................................... 14

    Figura 8 - Bacia de deteno .......................................................................................................... 15

    Figura 9 - Trincheira de Infiltrao ................................................................................................ 16Figura 10 - Vala de infiltrao........................................................................................................ 17Figura 11 - Pisos drenantes, combinao entre blocos vazados e trincheira de infiltrao ............ 18Figura 12 - Poo integrado a uma rea de lazer infantil, regio de Lyon, Frana .......................... 19

    Figura 13 - Telhado armazenador ou telhado verde ....................................................................... 20Figura 14 - Amostra do solo ........................................................................................................... 24

    Figura 15 - Ensaio de Granulometria ............................................................................................. 24Figura 16 - Amostra homogeneizada ............................................................................................. 25Figura 17 - Solo no aparelho Casagrande ....................................................................................... 25Figura 18 - Manuseio da amostra ................................................................................................... 26Figura 19 - Amostra na placa de vidro ........................................................................................... 26Figura 20 - Classificao TRB - AASHTO .................................................................................... 28

    Figura 21 - Condutividade hidrulica ............................................................................................. 29Figura 22 - reas contribuintes adequadas para as medidas compensatrias ................................ 29Figura 23 - Restries de capacidade de infiltrao do solo .......................................................... 30Figura 24 - Localizao de Barretos no Estado de So Paulo ........................................................ 33Figura 25 - Precipitao mdia em Barretos- SP (1992 a 2013) .................................................... 34

    Figura 26 - Precipitao em Barretos- SP (2011 a 2013) ............................................................... 34Figura 27 - Campus do UNIFEB .................................................................................................... 35Figura 28 - Materiais existentes no campus de 2014 ..................................................................... 36Figura 29- Asfalto .......................................................................................................................... 37Figura 30 - Bloco sextavado ........................................................................................................... 37

    Figura 31 - Solo compactado .......................................................................................................... 37

    Figura 32 - Grama .......................................................................................................................... 37

    Figura 33 - Pedra portuguesa .......................................................................................................... 37Figura 34 - Solo .............................................................................................................................. 37Figura 35 - Concreto ....................................................................................................................... 38Figura 36 - Piso revestido de tijolo................................................................................................. 38

    Figura 37 - Cobertura (telha de fibrocimento) ............................................................................... 38Figura 38 - Cobertura (telha cermica) .......................................................................................... 38Figura 39 - Curva Granulomtrica ................................................................................................. 40Figura 40 - Grfico teor de umidade .............................................................................................. 41

    Figura 41 - Trincheira de Infiltrao .............................................................................................. 43

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    x

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Coeficientes de escoamento .......................................................................................... 22

    Tabela 2 - Classificao do solo pela NBR 6502/95 ...................................................................... 27Tabela 3 - Composio dos materiais do campus de 2014 ............................................................. 35

    Tabela 4 - Ensaio de Granulometria ............................................................................................... 39Tabela 5 - Teor de umidade - Ensaio de Limite de Liquidez ......................................................... 40

    Tabela 6 - Ensaio de Plasticidade ................................................................................................... 41

    Tabela 7 - Volume escoado devido uma chuva de 10 minutos ...................................................... 42

    Tabela 8 - Capacidade das trincheiras (Storage) ............................................................................ 42Tabela 9 - Tempo de esvaziamento das trincheiras eInput............................................................ 42

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    RESUMO

    O crescimento do Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos e

    consequente aumento da impermeabilizao do solo acarretam uma acelerao do escoamento

    de guas pluviais e um aumento nos picos de vazo. Este trabalho teve por objetivo dar uma

    contribuio drenagem urbana e prope a adoo de uma tcnica compensatria para uma

    rea critica do campus, com o intuito de amenizar o acmulo de gua em um ponto crnico e

    atenuar a contribuio de guas pluviais para a galeria municipal. Para tanto, a metodologia

    proposta foi a classificao do solo por meio de ensaios, para que a partir destes resultados

    fosse realizada a determinao do coeficiente de permeabilidade atravs da literatura.

    Determinou-se a bacia de contribuio para essa rea a partir da anlise da topografia do

    campus pelos pontos mais altos e, foi proposto trincheiras de infiltrao em pontos de acordo

    com a viabilidade de locao analisado em planta. As trincheiras foram dimensionadas pelo

    modelo BRE Digest 365 Soakaway. Ao final dos estudos conclui-se que o desempenho da

    trincheira resultou na amortizao de uma parcela da vazo.

    Palavras-Chave:Drenagem, Infiltrao, Tcnicas Compensatrias e Trincheiras.

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    ABSTRACT

    The growth of the University Center of Educational Foundation of Barretos

    and consequent increase of impervious surfaces cause an acceleration of stormwater runoff

    and an increase of peak flows. This project was objective to make a contribution to urban

    drainage and proposes the adoption of a compensation technique for a critical area of the

    campus, in order to minimize the accumulation of water in a chronic point and attenuate the

    contribution of stormwater to the municipal gallery. For this, the proposed methodology was

    classifying the soil by testing, so that from these results was performed to determine the

    permeability coefficient through literature. Determined the basin contribution to this area

    from the analysis of the topography of the campus by the highest points and was proposed

    infiltration trenches in points of according to the feasibility of leasing analyzed in plant. The

    trenches were designed by the model BRE Digest 365 Soakaway. At the end of studies have

    concluded that the performance of the trenches resulted in amortization of a portion of the

    flow.

    Keywords:Drainage, Infiltration, Compensation Technique and Trenches.

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    1.INTRODUO

    O ciclo hidrolgico terrestre um processo natural no qual a gua precipita

    sobre a superfcie, sofre a interceptao pela vegetao, infiltra ou evaporada de volta para a

    atmosfera. A gua que infiltra penetra no solo e pode retornar para superfcie ou alimentar os

    aquferos. O excedente na superfcie escoa em direo ao ravinamento e este para os riachos e

    rios ate o oceano (TUCCI, 2007).

    O constante desenvolvimento populacional e expanso territorial, afeta

    diretamente o ciclo hidrolgico, devido substituio das superfcies naturais por pavimentos

    e telhados que obstruem a infiltrao da gua no solo. Em decorrncia da substituio da

    cobertura natural (vegetao), reduz a infiltrao, a recarga dos aquferos e a

    evapotranspirao.

    Em consequncia o volume total do hidrograma aumenta pela reduo da

    evapotranspirao, o escoamento mais rpido e o escoamento de estiagem baixo devido

    reduo do escoamento subterrneo. A impermeabilizao do solo implica tambm em

    alteraes climticas, devido uma frao da energia solar ser absorvida pela superfcie

    impermevel, aumentando a temperatura ambiente (TUCCI, 2007).

    Com o aumento da velocidade do escoamento as reas a jusante recebem agua com maior energia, o que produz eroso do solo. A eroso pode surgir tambm em

    decorrncia da energia da chuva sobre reas descobertas de vegetao, ocasionadas por

    construes, limpeza de terrenos para novos loteamentos, construo de ruas, avenidas entre

    outras obras civis (TUCCI, 2007). Desta maneira, fica caracterizado que o processo de

    urbanizao altera consideravelmente questes relativas ao solo, gua e vegetao, traduzidos

    pelos problemas mencionados anteriormente.

    Assim, com a finalidade de minimizar os efeitos causados pela urbanizaoexistem as medidas mitigadoras, que fundamentam-se na reteno e na infiltrao das guas

    precipitadas, visando o rearranjo temporal das vazes e, eventualmente, a diminuio do

    volume escoado, reduzindo a probabilidade de inundaes e possibilitando ganhos na

    qualidade das guas pluviais. Essas tecnologias podem assumir mltiplas formas, permitindo

    sua utilizao em diferentes escalas, desde pequenas parcelas at o projeto de sistemas de

    drenagem para grandes reas (BAPTISTA et al, 2005).

    O estudo parte da hiptese de que medidas compensatrias do tipo extensivaspodem amenizar os picos de vazo de uma bacia, uma vez que parte do escoamento

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    superficial direto retirado atravs de infiltrao. Assim, a escolha por estas medidas podem

    ser alternativas para locais onde o sistema de drenagem existente encontra-se implantado e

    com restries na ampliao.

    Outra justificativa est no fato de que o UNIFEB encontra-se em expanso, o

    que acarreta o aumento de reas impermeveis e consequentemente o aumento do coeficiente

    de run off. Assim, as medidas de infiltrao para o campus podem ser alternativas de pequeno

    investimento e eficientes.

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    2.OBJETIVOS

    O presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo de aplicao de uma

    medida compensatria de drenagem, considerando a situao atual do campus. Neste caso,

    foram avaliados aspectos como eficincia na amortizao do pico de vazo, no campus do

    UNIFEB.

    Como forma de complementao e para alcanar o objetivo principal foram

    definidos os seguintes objetivos especficos:

    - Anlise do tipo de solo do UNIFEB para verificao de coeficiente de permeabilidade;

    - Avaliao da eficincia de uma trincheira de infiltrao como medida compensatria.

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    3.REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1Urbanizao e impactos nos sistemas de drenagem

    De acordo com TUCCI (2007), a urbanizao um processo de

    desenvolvimento social e econmico decorrente da transformao de uma economia rural para

    uma economia de servios concentrada em reas urbanas.

    Segundo MATOS (2012) no Brasil, a colonizao europeia e o surgimento de

    ncleos de povoamento dependentes da explorao de recursos naturais foi um processo que

    atraiu migrantes do mundo inteiro, sobretudo quando metais preciosos eram descobertos,

    dando origem ao povoamento no pas. Tanto na Amrica do Norte como no Brasil, cidades e

    povoados ganharam muito com a imigrao em massa, devido riqueza mineral ter ocupado

    muitos anos de explorao nos sculos XVIII e XIX, o que evidencia a proximidade entre

    urbanizao e migrao.

    Ainda segundo o mesmo autor:

    Um segundo momento teve incio no sculo XX quando determinadas

    cidades e regies concentraram grande nmero de atividades industriais e

    imigrantes, a maioria deles de origem rural. Alteraes nas relaes entreurbanizao e difuso de investimentos econmicos comeavam a desenhar

    um novo cenrio a partir do governo de Juscelino Kubitschek (50 anos em 5).

    No perodo de 1967-1973, o chamado milagre econmico, trouxe uma

    nova etapa na relao urbanizao-migrao, em face da maturao do

    desenvolvimento urbano-industrial; momento em que a existncia de um

    operariado crescente sindicalizado, apontava para transformaes sociais e

    politicas. No Brasil, Rio de Janeiro e So Paulo tornaram-se polos regionais e

    atraram milhes de imigrantes por vrias dcadas.

    Um terceiro momento iniciou-se em meados de 1980 no Brasil, com

    investimentos em direo a cidades de porte mdio em diversas regies do pas e

    disseminao da populao (MATOS, 2012).

    A Figura 1 mostra graficamente o crescimento acarretado pelo aumento

    absoluto de habitantes e, o intenso processo migratrio da populao urbana no pas, entre os

    anos de 1960 e 2010.

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    Figura 1 - Evoluo das populaes urbana e rural no Brasil

    (Fonte: IBGE, Censo Demogrfico 2010)

    A urbanizao afeta os sistemas de drenagem, conforme apresentado por

    BAPTISTA et al. (2005):

    a urbanizao implica, forosamente, em alteraes significativas no meio

    ambiente, de forma geral, e nos processos hidrolgicos, em particular, atravs

    da ao direta nos cursos dgua e nas superfcies das bacias hidrogrficas,

    como um todo. Observam-se a reduo da intercepo, do armazenamento

    superficial e da infiltrao, em funo do acrscimo de reas

    impermeabilizadas, e consequente aumento dos volumes de escoamento

    superficial. Alm disto, da velocidade de escoamento e, portanto, da

    magnitude dos picos de cheia. Assim, em um quadro de urbanizao

    crescente, constata-se a obsolescncia gradual e inexorvel dos sistemas de

    drenagem implantados segundo a tica higienista, levando a inundaes cada

    vez mais frequentes em reas urbanas, com severas implicaes sociais,

    econmicas e politicas decorrentes.De acordo com TUCCI (2008), guas urbanas envolvem componentes que

    permitem o desenvolvimento ambiental sustentvel e utilizam os conceitos da gesto

    integrada dos recursos hdricos (GIRH), necessrios para planejamento, implementao e

    manuteno da infraestrutura da cidade. Nesse contexto, ficam denominados Gesto Integrada

    das guas Urbanas.

    Ainda conforme TUCCI (2007), o sistema de abastecimento de gua e esgoto

    sanitrio, a drenagem urbana e escoamento pluvial, a gesto dos slidos totais englobam as

    guas urbanas, tendo como metas a sade e conservao ambiental. Dentre os sistemas o

    escoamento pluvial atualmente se destaca, j que pode ocasionar inundaes e impactos nas

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    reas urbanas, podendo ocorrer isoladamente ou combinados conforme apresentado por

    TUCCI (2007):

    Inundaes de reas ribeirinhas: so inundaes naturais que ocorrem no

    leito maiores dos rios devido a variabilidade temporal e espacial daprecipitao e do escoamento da bacia hidrogrfica;

    Inundaes devido urbanizao: so as inundaes que ocorrem na

    drenagem urbana devido ao efeito da impermeabilizao do solo, canalizao

    do escoamento ou obstrues ao escoamento.

    As inundaes decorrentes da urbanizao segundo TUCCI (2007), ocasionam

    os seguintes impactos:

    Aumento das vazes mximas (Figura 2) em vrias vezes e da sua

    frequncia devido ao aumento da capacidade de escoamento atravs de

    condutos e canais e impermeabilizao das superfcies;

    Figura 2 - Hidrograma de bacia rural e depois urbanizada

    (Fonte: TUCCI, 2007)

    Aumento da produo de sedimentos devido falta de proteo das

    superfcies e produo de resduos slidos (lixo);

    A deteriorao da qualidade da gua superficial e subterrnea, devido

    lavagem das ruas, transporte de material slido e s ligaes

    clandestinas de esgoto e pluvial;

    Devido forma desorganizada como a infraestrutura urbana

    implantada, tais como: (a) pontes e taludes de estradas que obstruem oescoamento; (b) reduo de seo do escoamento por aterros de pontes

    e para construes em geral; (c) deposio e obstruo de rios, canais e

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    condutos por lixos e sedimentos; (d) projetos e obras de drenagem

    inadequadas, com dimetros que diminuem para jusante, drenagem sem

    esgotamento, entre outros.

    TUCCI (2007) ainda afirma que quando ocorre o desenvolvimento urbano este

    sistema natural sofre importantes alteraes que comprometem o balano existente

    anteriormente. As superfcies naturais so substitudas por pavimentos (ruas, passeios, ptios)

    e telhados que no permitem a infiltrao do solo. A gua que precipita nestas superfcies,

    alm de estar contaminada pelo ar, lava estas superfcies que esto contaminadas. A gua

    encaminhada por meio- fio e coletores para condutores que lavam a mesma rapidamente para

    jusante, provocando vrios efeitos fsicos e ambientais.

    3.1.1 Indicadores hidrolgicos e desenvolvimento urbano

    De acordo com TUCCI (2007), um dos principais indicadores de

    desenvolvimento urbano a densidade de drenagem, enquanto que os principais indicadores

    hidrolgicos de urbanizao so dois: a rea impermevel e o tempo de concentrao.

    rea permevel a plano que colabora diretamente ou por meio de condutospara a rede de drenagem provocando escoamento superficial. Nem todos os planos

    impermeveis contribuem diretamente e podem escoar para reas permeveis, diminuindo o

    efeito da impermeabilizao. O tempo que leva o escoamento superficial se deslocar do ponto

    mais extremo ate a seo de sada da bacia hidrogrfica o tempo de concentrao, um

    indicativo da velocidade do escoamento pela bacia hidrogrfica. O tempo de concentrao

    diminui quando ocorre a urbanizao (impermeabilizao) e principalmente quando so

    construdos condutos e canais que aumentam a velocidade do escoamento (TUCCI, 2007).

    3.1.2 Alterao do clima

    Segundo TUCCI (2007):

    As principais variveis climticas que sofrem alteraes esto relacionadas

    com radiao solar, temperatura e evapotranspirao potencial e precipitao,

    alm de outras inter-relacionadas com estas. As superfcies impermeveis

    absorvem parte da energia solar aumentando a temperatura ambiente (calorsensvel), produzindo ilhas de calor na parte central dos centros urbanos,

    onde predomina o concreto e o asfalto. O asfalto, devido a sua cor, absorve

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    8

    mais energia devido a radiao solar do que as superfcies naturais, pois o

    albedo menor. O concreto medida que a sua superfcie envelhece tende a

    escurecer e aumentar a absoro solar. O aumento da absoro de radiao

    trmica (onda longa) de volta para o ambiente, gerando o efeito estufa.

    3.1.3 Balano hdrico da bacia hidrogrfica urbana

    Com a urbanizao ocorre o aumento do volume e do pico do escoamento

    superficial. O balano hdrico se altera na bacia urbana em consequncia da

    impermeabilizao e canalizao. A alterao do balano pode ser observada nos volumes dos

    principais processos hidrolgicos do ciclo hidrolgico e no hidrograma que caracteriza a

    dinmica temporal das vazes de sada (TUCCI, 2007).

    Caractersticas do balano hdrico

    Conforme TUCCI (2007) devido impermeabilizao do solo ocorre alterao

    dos volumes do balano hdrico, sendo eles:

    a) Aumento do volume do escoamento superficial devido

    impermeabilizao do solo;

    b) Reduo da recarga dos aquferos. Com a reduo da infiltrao devido

    a impermeabilizao, o aqufero tende a diminuir o nvel do lenol fretico por falta de

    recarga, reduzindo o escoamento subterrneo;

    c) Devido substituio da cobertura natural por reas impermeveis

    ocorre uma reduo da evapotranspirao, j que a superfcie urbana no retm agua na

    vegetao e no permite a evapotranspirao;

    Ainda segundo TUCCI (2007):

    o volume de escoamento superficial aumenta devido a retirada da superfcie

    permevel (reduz infiltrao) e da vegetao (reduz evapotranspirao),

    fazendo com que reduza a interceptao vegetal (substituda em parte por

    interceptaes geradas no ambiente urbano), a recarga dos aquferos e a

    evapotranspirao (Figura 3). Em consequncia o volume total do

    hidrograma aumenta pela reduo da evapotranspirao, o escoamento mais

    rpido e o escoamento de estiagem baixo devido a reduo do escoamentosubterrneo.

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    Figura 3 - Transformao do ambiente pela urbanizao

    (Fonte: SCHUELER, 1897 apudTUCCI, 2007)

    Segundo BERTONI (1990) apud MORAIS (2012), a infiltrao da gua no

    solo importante para a recarga dos aquferos e para a manuteno do fluxo de base dos rios,

    sendo, portanto, muito relevante para a gesto os recursos hdricos. A infiltrao tambm

    importante para propiciar maior permanncia da gua na bacia hidrogrfica, proporcionando,

    assim, uma maior disponibilidade de gua para desenvolvimento e manuteno da sua

    cobertura vegetal.

    A umidade, vegetao, e tipo de solo so alguns fatores determinantes para a

    infiltrao. De acordo com MORAIS (2012) medida que o teor de umidade aumenta, ocorre

    o aumento da rea de percolao da gua, diminuindo assim capacidade de infiltrao. A

    vegetao promove a maior infiltrao da gua devido ao sistema radicular presente nela. A

    porosidade e o tamanho das partculas do solo afetam diretamente a infiltrao do solo, j que

    quando maior for sua porosidade, maior o volume de vazios.

    Coeficiente de escoamento

    O coeficiente de escoamento a relao entre a vazo e a precipitao. TUCCI

    (2007) afirma que uma bacia constituda de superfcies variveis, seu coeficiente de

    escoamento pode ser estimado pela ponderao do coeficiente de diferentes superfcies.

    Ainda de acordo com TUCCI (2007)

    Geralmente esses coeficientes so estimados com base em tabelas de

    manuais (ASCE, 1992; WILKEN, 1978). Estes coeficientes podem ser

    relacionados com as reas impermeveis, com base em dados de baciasurbanas e suburbanas. O coeficiente de escoamento deve variar com a

    magnitude da precipitao, j que medida que aumenta a precipitao as

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    10

    perdas iniciais e a capacidade de infiltrao so atendidas, desta forma o

    escoamento superficial aumenta o que resulta num maior coeficiente de

    escoamento.

    Hidrograma

    Em decorrncia do escoamento por meios artificiais (condutores e canais), a

    velocidade aumenta e o tempo de escoamento diminui, amortizando o tempo de concentrao

    da bacia. Isso se reflete no hidrograma (Figura 4) pelo aumento da vazo mxima (pico) e a

    antecipao da sua ocorrncia (TUCCI, 2007).

    Figura 4 - Alteraes no hidrograma e nas inundaes devido a urbanizao

    (Fonte: SCHUELER, 1987 apudTUCCI, 2007)

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    3.1.4 Eroso e sedimentao da bacia e do leito dos rios

    De acordo com TUCCI (2007) as principais fontes de sedimentos na bacia

    hidrogrfica so as seguintes:

    Aumento da velocidade do escoamento: Com o aumento das reas

    impermeveis e da velocidade as reas a jusante recebem a gua com

    maior energia, o que produz eroso do solo;

    Energia da chuva: a eroso tambm ocorre devido a intensidade da

    chuva sobre reas desprotegidas;

    Obras civis: devido s construes, limpeza de terrenos para novos

    loteamentos, construo de ruas, avenidas e rodovias entre outrascausas.

    Muitos dos problemas relacionados eroso, movimentos de massa,

    assoreamento so afetados pela taxa de infiltrao, pois quanto maior a capacidade do solo

    absorver a gua da chuva, menor a intensidade do escoamento superficial e, por conseguinte,

    menor ser a erosividade deste fenmeno (BERTONI, 1990 apud MORAIS, 2012).

    Segundo DAAE (1990) apud FERREIRA (2004), a eroso pode ser de dois

    tipos, dependendo da forma como o escoamento superficial acontece:Laminar quando causada por escoamento difuso das guas das chuvas,

    resultando na remoo progressiva dos horizontes superficiais do solo

    (Figura 5);

    Figura 5 - Eroso Laminar

    (Fonte: EMBRAPA, 2007)

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    Linear quando causada por concentrao das linhas de fluxo das guas

    de escoamento superficial, resultando em incises na superfcie do

    terreno podendo ser na forma de sulcos, ravinas ou voorocas (Figura

    6).

    Figura 6 - Vooroca

    (Fonte: UNESP, 2000)

    3.2Sistemas de drenagem

    De acordo com NETO (2003) drenagem o termo empregado na designao

    das instalaes destinadas a escoar o excesso de gua, seja em rodovias, na zona rural ou na

    malha urbana. A drenagem compreende o conjunto de todas as medidas a serem tomadas que

    visem atenuao dos riscos e prejuzos decorrentes de inundaes aos quais a sociedade estasujeita.

    Os sistemas de drenagem so definidos na fonte, microdrenagem e

    macrodrenagem. A drenagem na fonte definida pelo escoamento que ocorre no lote,

    condomnio ou empreendimento individualizado, estacionamentos, parques e passeios.

    Segundo TUCCI (2003) a microdrenagem definida pelo sistema de condutos

    pluviais ou canais em se tratando loteamento ou de rede primria urbana. Este tipo de sistema

    de drenagem atende precipitaes com risco moderado. Para NETO (2003) os principais

    elementos da microdrenagem so os meio-fios, as sarjetas, as bocas-de-lobo, os poos de

    visita, as galerias, os condutos forados, as estaes de bombeamento e os sarjetes.

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    A macrodrenagem envolve os sistemas coletores de diferentes sistemas de

    microdrenagem. A macrodrenagem envolve reas de pelo menos 2 km ou 200 ha. Estes

    valores no devem ser tomados como absolutos porque a malha urbana pode possuir as mais

    diferentes configuraes. Este tipo de sistema deve ser projetado para precipitaes superiores

    as da microdrenagem com riscos de acordo com os prejuzos humanos e materiais potenciais

    (TUCCI, 2003).

    3.3Medidas Mitigatrias

    A finalidade das medidas de preveno minimizar os danos causados por

    inundaes, so classificadas em medidas estruturais e no-estruturais. Segundo TUCCI

    (2007) as medidas no-estruturais so aquelas que conservam o meio ambiente e os prejuzos

    so reduzidos pela melhor convivncia da populao com as inundaes atravs de medidas

    preventivas como alerta de inundaes, zoneamento das reas de risco, seguro contra

    inundaes, e medidas de proteo individual. As medidas estruturais so obras de

    engenharia, projetadas para o controle de enchentes, que alteram os rios e so implementadas

    para reduzir o risco de enchentes. Essas medidas podem ser extensivas ou intensivas.

    As medidas extensivas agem na bacia, buscando modificar as relaes entreprecipitao e vazo, como o reflorestamento, mudanas no plantio e conservao do solo.

    Essas medidas tendem a reduzir e retardar os picos de enchente e controlar a eroso da bacia.

    (TUCCI, 2007)

    Segundo CANHOLI (2005) as medidas intensivas, de acordo com seu

    objetivo, podem ser de quatro tipos: de acelerao de escoamento: canalizao e obras

    correlatas; de retardamento do fluxo: reservatrios (bacias de deteno/reteno), restaurao

    de calhas naturais; de desvio do escoamento: tuneis de derivao e canais de desvio; e queenglobem a introduo de aes individuais visando tornar as edificaes prova de

    enchentes.

    De acordo com BAPTISTA et al. (2011) as medidas so divididas conforme

    apresentado na figura 7:

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    14

    Figura 7 - Fluxograma de medidas estruturais

    (Fonte: BAPTISTA et al., 2011. Modificado pelo autor)

    3.3.1

    Bacias de reteno, deteno e infiltrao

    Para BAPTISTA et al. (2011)bacias de deteno (Figura 8) so estruturas de

    acumulao temporria e/ou de infiltrao de guas pluviais utilizadas para atender a trs

    funes principais diretamente relacionadas com a drenagem urbana de guas pluviais:

    o amortecimento de cheias geradas em contexto urbano como forma de

    controle de inundaes;

    a eventual reduo de volumes de escoamento superficial, nos casos de

    bacias de infiltrao e;

    a reduo da poluio difusa de origem pluvial em contexto urbano.

    BRITO (2010) subdivide as bacias quanto a seu funcionamento, sendo:

    Bacias de reteno, quando a finalidade nica a estocagem das guas

    proporcionando o rearranjo temporal das vazes.

    Bacias de infiltrao, com a finalidade de infiltrar a totalidade das guas

    pluviais, determinando um volume de escoamento nulo a jusante e;

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    Bacias de reteno e de infiltrao, que rene as caractersticas das duas

    primeiras, infiltrando parte das guas provenientes das chuvas, de

    forma a reduzir os volumes escoados a jusante e consequentemente

    proporcionando o rearranjo temporal das vazes.

    Essas bacias tambm so classificadas quanto aparncia, em bacias a cu

    aberto e bacias enterradas. As bacias a cu aberto ainda so subdivididas em bacias com gua,

    quando preenchidas com gua permanentemente; bacias secas que possuem gua apenas nos

    perodos chuvosos; e bacias em zonas midas, onde so utilizadas reas de superfcie e,

    portanto, no competem com os outros equipamentos urbanos pela ocupao de espao.

    Contudo necessitam de grandes trabalhos de engenharia (BRITO, 2001).

    Figura 8 - Bacia de deteno

    (Fonte: PMAPSP, 2014)

    3.3.2 Obras lineares

    So aquelas que apresentam uma dimenso longitudinal significativa em

    comparao com a largura e profundidade. Exatamente em funo dessa caracterstica elas

    so bastante utilizadas em associao com o sistema virio.

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    3.3.2.1Trincheiras de infiltrao e deteno

    As trincheiras so tcnicas compensatrias lineares inseridas junto superfcie

    ou a pequena profundidade, com o objetivo de recolher as guas pluviais de afluncia

    perpendicular a seu comprimento, favorecendo a infiltrao e/ou o armazenamento

    temporrio. Apresentam largura e profundidade reduzidas, usualmente no ultrapassando um

    metro, em contraposio as dimenses longitudinais, so mais significativas. As trincheiras

    podem ser utilizadas em canteiros centrais e passeios, ao longo do sistema virio, ou tambm

    junto a estacionamentos, jardins, terrenos esportivos e em reas verdes em geral, por isso so

    consideradas obras bastante versteis (BAPTISTA et al., 2011).

    Podem ser revestidas de concreto, asfalto poroso, grama e entre outros.Segundo BRITO (2006), as trincheiras podem ser classificadas quanto forma

    de esvaziamento das guas em: trincheiras de infiltrao (Figura 9) quando a evacuao

    feita por infiltrao e trincheiras de reteno quando a sua evacuao se d por um exutrio.

    Figura 9 - Trincheira de Infiltrao

    (Fonte: PMAPSP, 2014)

    3.3.2.2Valas, valetas e planos de deteno e infiltrao

    As valas, valetas e planos de infiltrao e deteno so tcnicas

    compensatrias constitudas por simples depresses escavadas no solo com a finalidade de

    recolher as guas pluviais e efetuar seu armazenamento temporrio e, eventualmente,

    favorecer sua infiltrao (BAPTISTA et al., 2011).

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    Quando estas depresses possuem dimenses longitudinais significativamente

    maiores que suas dimenses transversais, definem-se valas ou valetas, sendo as ultimas

    associadas a estruturas de pequena seo transversal. No caso em que as dimenses

    longitudinais no so muito maiores do que as transversais e as profundidades so reduzidas,

    definem-se planos. Todos os trs tipos de estrutura desempenham a funo de armazenamento

    temporrio das guas, denominando-se, assim, valas, valetas. Caso incorporem tambm a

    funo de promover a infiltrao, estas estruturas so classificadas como valas (Figura 10),

    valetas e planos de infiltrao.

    Figura 10 - Vala de infiltrao

    (Fonte: ARAUJO, 2004)

    3.3.2.3Pavimentos permeveis dotados de estruturas de deteno e infiltrao

    Os pavimentos permeveis so tcnicas compensatrias em drenagem urbana

    que podem ser utilizadas principalmente em estacionamentos e ruas de trafego leve, como

    condomnios residenciais, estacionamentos, passeios, bem como em armazns e arenas deesportes (PINTO, 2011 apudASCE, 1992).

    Este tipo de pavimento pode ser de bloco vazado (Figura 11), concreto ou de

    asfalto. No caso dos dois ltimos construdo da mesma forma que os pavimentos

    tradicionais, com diferena que o material fino retirado da mistura (TUCCI, 1997).

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    Figura 11 - Pisos drenantes, combinao entre blocos vazados e trincheira de infiltrao

    (Fonte: ECODEBATE, 2011)

    3.3.3 Obras pontuais

    So tcnicas que ocupam espaos localizados e reduzidos, drenando

    superfcies de pequeno a mdio porte. So principalmente os poos, os telhados

    armazenadores, os planos de infiltrao e os reservatrios individuais, que possibilitam, alm

    do controle da produo do escoamento, a eventual utilizao das guas pluviais.

    Todas essas tcnicas apresentam a vantagem da flexibilidade de implantao,

    podendo ser realizadas medida do desenvolvimento urbano. Alm disto, apresentam custos

    frequentemente baixos, no necessariamente requerendo investimento publico (BAPTISTA et

    al., 2011).

    3.3.3.1Poos

    Os poos so dispositivos pontuais com pequena ocupao de rea superficial,

    projetados para evacuar guas pluviais diretamente no subsolo, por infiltrao. As superfcies

    drenantes para os poos podem variar bastante, de acordo com seu porte e condies locais de

    infiltrao, indo de alguns metros quadrados a milhares de metros quadrados. Sua vantagem

    de poder ser utilizada em zonas permevel, mas que apresentam capacidades significativas de

    infiltrao nas camadas mais profundas (BAPTISTA et al., 2011).

    Os poos permitem diminuir as vazes de pico e reduzir o volume de gua que

    vo para a rede clssica de drenagem. Possibilitam uma boa integrao no ambiente urbano,

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    no sendo possvel a deteco a priori da presena de um poo, como visto na Figura 12,

    excetuando-se talvez pelos materiais de superfcie, que podem ser utilizados

    harmoniosamente no paisagismo da rea. A boa integrao desta tcnica se apoia, portanto,

    sobre a pequena ocupao do espao urbano e sua discrio, caractersticas nem sempre

    observadas em outras tcnicas (BAPTISTA et al., 2011).

    Figura 12 - Poo integrado a uma rea de lazer infantil, regio de Lyon, Frana

    (Fonte: BAPTISTA et al., 2011)

    3.3.3.2Telhados armazenadores

    Um fator importante de impermeabilizao do solo urbano a implantao das

    edificaes. Assim, uma das possibilidades de reduo dos efeitos sobre o escoamento

    consiste no armazenamento provisrio das guas pluviais nos telhados e a restituio de uma

    vazo amortecida rede de gua pluvial ou a outro exutrio.

    Os telhados armazenadores (Figura 13) tem por objetivo o armazenamento

    provisrio das vazes escoadas e so desenvolvidas como dispositivos de regulao de vazo

    associados a uma determinada vazo mxima (BAPTISTA et al., 2011).

    Conforme BRITO (2010)

    " uma tcnica que pode ser utilizada isoladamente ou se estender ao

    planejamento de uma regio inteira. Podem ainda, ser utilizados em telhados

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    planos ou dotados de ligeira declividade com a implantao de

    compartimentos."

    Figura 13 - Telhado armazenador ou telhado verde

    (Fonte: AQUAFLUX, 2011)

    3.3.3.3 Reservatrios individuais e outras tcnicas localizadas

    Os reservatrios individuais tambm so chamados de microrreservatriosdomiciliares. Encarregam-se de armazenar guas pluviais para posteriormente uso domstico,

    como irrigao de espaos verdes, lavagem de veculos e uso sanitrio. No podendo ser

    destinadas ao consumo humano por razes sanitrias e de sade publica.

    Essas pequenas estruturas de amortecimento so tanques, geralmente pr-

    fabricados, ou estruturas de alvenaria, concreto, a cu aberto ou enterrados, instalados ao ar

    livre, ou ainda, dentro de uma edificao, conectadas ou no ao sistema de drenagem

    (BAPTISTA et al., 2011).

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    21

    4.METODOLOGIA

    4.1Reviso Bibliogrfica

    Para a realizao foram levantados estudos sobre drenagem urbana,

    impermeabilizao e tcnicas compensatrias existentes, atravs da utilizao de artigos,

    livros, peridicos, dissertaes de mestrado e teses de doutorado.

    4.2Escolha do Objeto de Estudo e Levantamentos preliminares

    Para fins de aplicao foi escolhido o campus do UNIFEB, pois trata- se de

    uma rea que apresentou modificaes significativas nos ltimos anos, no que diz respeito ao

    coeficiente de impermeabilizao, visto o crescimento das reas de edificaes e

    pavimentadas.

    Posteriormente, foram realizadas visitas ao campus, onde se registrou atravs

    de fotografias e anotaes os materiais impermeabilizantes existentes. Por meio da planta do

    campus disponibilizada pelo UNIFEB, foram obtidas as reas dos respectivos materiais onde

    pode realizar uma classificao dos mesmos em funo do seu coeficiente (ANEXO A).

    Escolheu-se a guarita como ponto crtico, por apresentar um acmulo de gua

    quando ocorrem precipitaes de grande intensidade. A Guarita caracterizada por ser o

    ponto onde se d todo o escoamento superficial gerado no interior da bacia de estudo, ou seja,

    o ponto mais inferior pra onde converge toda a descarga hdrica desta bacia.

    Com a anlise da topografia do campus delimitou-se a rea da bacia de

    contribuio, o traado do talvegue foi realizado pelas cotas mais altas e quantificou- se a rea

    da bacia para a aplicao da medida compensatria (ANEXO B). Calculou-se os coeficientesde escoamento pela mdia ponderada:

    AiAA

    AiCiACACc

    ...21

    ....2.21.1(1)

    Sendo:

    C1, C2 ,...,Ci = coeficientes de escoamento superficial para as reas A 1+A2+ ...+ Ai,

    respectivamente;

    A1

    ,A2

    , ...,Ai = reas que possuem coeficientes C1 ,

    C2 ,

    ,....Ci;c =coeficiente de escoamento superficial obtido pela mdia ponderada efetuada.

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    Os coeficientes utilizados para o clculo acima foram adotados de acordo com

    a tabela 1.

    Tabela 1 - Coeficientes de escoamento

    Superfcies Coeficiente de

    Runoff

    Telhados perfeitos sem fuga 0,70 a 0.95

    Superfcies asfaltadas em bom estado 0,85 a 0,90

    Pavimentao de paraleleppedos, ladrilhos ou blocos de

    madeira com juntas bem tomadas

    0,70 a 0,85

    Para superfcies anteriores sem as juntas tomadas 0.50 a 0,70

    Pavimentao de blocos inferiores sem as juntas tomadas 0,40 a 0,50

    Estradas e passeios de pedregulhos 0,15 a 0,30

    Superfcies no revestidas, ptios de estradas de ferro e

    terrenos descampados, parques, jardins, dependendo da

    declividade

    0,10 a 0,15

    Do solo na natureza e do subsolo 0.01 a 0,20

    Concreto 0,85 a 0,90

    (Fonte: Vilela e Matos, 1980 apudGarotti e Barbassa, 2010. Adaptado)

    A equao de chuva de Barretos foi obtida pelo banco de dados do DAEE, pela

    equao de precipitaes intensas para Barretos, Mero e Magni (1982):

    )5,0ln(.)20.(37,5)20.(18,19 849,0849,0 Ttti ,para 10 t 60(2)

    Sendo:

    i= intensidade mdia da chuva (mm/min);

    t= tempo de durao da chuva em minutos;

    T= o perodo de retorno em anos.

    Para a determinao da vazo foi utilizado o mtodo racional, que um

    mtodo indireto e estabelece uma relao entre a chuva e o escoamento superficial

    (coeficiente de run off). A chamada frmula racional a seguinte:

    360

    .. AicQ (3)

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    Sendo:

    Q = vazo de pico (m/s);

    c = coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1;

    chuvadetotalvolume

    runoffdevolumec

    i = intensidade mdia da chuva (mm/h);

    A = rea da bacia (ha) (1 ha= 10.000 m).

    Conforme recomendao das Diretrizes bsicas para projetos de drenagem urbana no

    municpio de So Paulo elaborado em 1998 pela Fundao Centro Tecnolgico de

    Hidrulica (FCTH), 3 km o limite mximo do Mtodo Racional (TOMAZ, 2013).

    4.3Classificao do solo e determinao do coeficiente de permeabilidade

    Como sabido o escoamento superficial o principal fator dos problemas

    relacionados s enchentes, devido a modificao dos coeficientes de impermeabilizao da

    bacia que os contm. Desta maneira, uma das alternativas propostas trata-se das medidas

    compensatrias caraterizadas por processos de infiltrao, que dependem diretamente dastaxas de permeabilidade do solo.

    Desta maneira, com o intuito de classificar o solo do campus para a

    determinao do coeficiente de permeabilidade foram realizados os ensaios de granulometria,

    liquidez e plasticidade. Para a determinao dos mesmos utilizou-se como referncia as

    seguintes normas:

    NBR 7217 (Determinao da Composio Granulomtrica);

    NBR 6459 (Determinao do Limite de Liquidez);

    NBR 7180 (Determinao do Limite de Plasticidade).

    4.3.1 Ensaio de Granulometria

    O ensaio de granulometria utilizado para determinar a distribuio

    granulomtrica do solo, ou seja, a percentagem em peso que cada faixa especificada de

    tamanho de gros representa na massa seca total utilizada para o ensaio.

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    24

    Para isso, secou-se uma determinada quantidade de solo do campus (Figura 14)

    em estufa. Aps a secagem desmanchou-se os torres para a homogeneizao da amostra.

    Pesou-se 500g da amostra de solo seco e transferiu-se para a primeira peneira do conjunto (n

    4) agitou-se manualmente por 1 minuto. Dessa forma, os gros de dimetro maior que a

    abertura da malha ficaram retidos, e passaram somente os gros de dimetro inferior a malha

    (Figura 15).

    Figura 14 - Amostra do solo Figura 15 - Ensaio de Granulometria

    Em seguida, removeu-se o material retido na peneira para um prato e escovou-

    se a peneira em ambos os lados, pesando todo o material retido na mesma peneira. Com o

    material passante fez-se o mesmo procedimento com as outras peneiras, anotando as

    respectivas quantidades retidas em cada peneira.

    Em segundo momento, os dados obtidos foram utilizados para construir um

    grfico semi-logartmico de porcentagem retida acumulada por abertura da malha.

    4.3.2 Ensaio de liquidez

    definido como a umidade abaixo da qual o solo se comporta como material

    plstico; a umidade de transio entre os estados lquido e plstico do solo.

    Experimentalmente corresponde ao teor de umidade com que o solo fecha certa ranhura sob o

    impacto de 25 golpes do aparelho de Casagrande.

    Para a realizao do ensaio separou-se cerca de 350 gramas de solo que passa

    pela peneira #40 (0,42mm), e colocou- se a amostra na estufa por 24 horas a uma temperatura

    de 105 a 110C. Em seguida, destorroou-se e passou-se parte da amostra para um recipiente

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    25

    de porcelana e gradualmente umedecida, com a ajuda de uma esptula, misturou-se at que se

    tornasse homognea (Figura 16).

    Aps passou-se para a concha do aparelho de Casagrande certa quantidade

    dessa massa aplainando-a com a esptula, de tal forma que a parte central ficasse com 1 cm de

    espessura. Fez-se com o cinzel uma ranhura no meio da massa e girou- se a manivela do

    aparelho com uma rotao constante de 2 golpes por segundo, at que a ranhura fechasse

    numa extenso de 1,0 cm (Figura 17).

    Figura 16 - Amostra homogeneizada Figura 17 - Solo no aparelhoCasagrande

    Retirou-se uma pequena quantidade do material onde as bordas da ranhura se

    tocaram para uma capsula, para que fosse determinada sua umidade. Repetiu-se este

    procedimento por mais quatro vezes, com umidade maiores que a inicial, anotando-se

    exatamente o nmero de golpes utilizados para fechar a fenda.

    Com os pares de valores (nmero de golpes e teor de umidade) construiu-se

    um grfico relacionando teores de umidade, em escala aritmtica com o nmero de golpes em

    escala logartmica. O teor de umidade correspondente a 25 golpes o limite de liquidez.

    4.3.3 Ensaio de Plasticidade

    tido como o teor de umidade em que o solo deixa de ser plstico, tornando-se

    quebradio; a umidade de transio entre os estados plsticos e semi- slido do solo. Em

    laboratrio o limite de plasticidade obtido determinando-se o teor de umidade no qual um

    cilindro de um solo com 3 mm de dimetro apresenta-se fissura.

    O solo foi preparado da mesma maneira que o realizado para o ensaio de

    determinao do limite de liquidez. Colocou-se parte da amostra seca no recipiente de

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    porcelana e foi-se adicionando gua at a homogeneizao da massa. Aps rolou-se uma

    pequena parte dessa pasta em uma placa de vidro que retm umidade (Figura 18) at que duas

    condies fossem simultaneamente alcanadas: o rolinho obtivesse um dimetro igual ao do

    cilindro padro (3 mm de dimetro e 10 cm de comprimento) e o aparecimento de fissuras

    (Figura 19).

    Figura 18 - Manuseio da amostra Figura 19 - Amostra na placa de vidro

    Coletou-se a massa fissurada para a determinao da umidade e repetiu-se o

    processo por mais 4 vezes.

    A mdia dos valores de umidade encontrados o limite de plasticidade. Ainda

    necessrio determinar o ndice de Plasticidade, obtido pela equao abaixo:

    IP = LL - LP (4)

    Sendo:

    LL= limite de liquidez;

    LP= limite de plasticidade.

    4.3.4 Classificao do solo

    Com o intuito de classificar o solo foi utilizado a NBR 6502/95 (Rochas e

    Solos). Assim, a Tabela 2 abaixo foi utilizada para tal finalidade, pois a mesma apresenta os

    tipos de solo com o seu respectivo intervalo de dimetro dos gros. Ressalta-se que, a

    classificao do solo foi realizada tambm com base na tabela da AASHTO, para efeito de

    confirmao do tipo de solo classificado com base nos ensaios realizados.

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    Tabela 2 - Classificao do solo pela NBR 6502/95Tipo de solo Dimetro dos gros (mm)

    Argilas > 0,002

    Silte 0,002 < < 0,06Areia Fina 0,06 < < 0,2

    Areia Mdia 0,2 < < 0,6

    Areia Grossa 0,6 < < 2,0

    Pedregulhos < 2,0

    (Fonte: NBR 6502, 1995. Adaptado)

    Segundo DNIT (2006), a classificao HRB (Highway Research Board),

    resultante de alteraes da classificao do Bureau of Public Roads (BPR), originalmente

    apresentada em 1929 e cuja proposta era estabelecer uma hierarquizao para os solos do sub-

    leito a partir da realizao de ensaios simples e realizados de forma corriqueira: a anlise

    granulomtrica por peneiramento e a determinao dos limites de liquidez e de plasticidade.

    Publicada nos anais da HRB em 1945, uma nova verso da classificao props a subdiviso

    de alguns dos grupos da classificao original e introduziu o conceito de ndice de Grupo

    (IG), nmero inteiro que fornecia subsdios para o dimensionamento de pavimentos,

    calculados pela seguinte frmula:

    dbcaaIG ..01,0..005,0.2,0 (5)

    Onde:

    a= % do material que passa na peneira de n 200, menos 35; caso esta % for >75, adota-se a

    = 40; caso esta % seja < 35, adota-se a = 0;

    b= % do material que passa na peneira de n 200, menos 15; caso esta % for >55, adota-se b

    = 40; caso esta % seja < 15, adota-se b = 0;

    c= valor de limite de liquidez (LL) menos 40; caso o LL > 60%, adota-se c = 20; se o LL 30%, adota-se d = 20; se o IP 35%).

    Atravs da classificao TRB- AASHTO onde os solos so separados em

    grupos e subgrupos (Figura 20), determinou- se o grupo do solo por processo de eliminao

    da esquerda para a direita. O primeiro grupo, a partir da esquerda, com o qual os valores

    encontrados coincidir, ser a classificao correta (DNIT, 2006).

    Figura 20 - Classificao TRB - AASHTO

    (FONTE: DNIT, 2006)

    4.4Anlise da reduo do pico de vazo

    Na fase de estudo a capacidade de absoro de um solo pode ser aproximada

    pela condutividade hidrulica (BAPTISTA et al., 2011). Para tanto, determinou-se a

    permeabilidade do solo da rea de estudo atravs da Figura 21, baseado no resultado dos

    ensaios de classificao do solo.

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    Figura 21 - Condutividade hidrulica

    (Fonte: Musy e Soutter, 1991 apudBaptista et al., 2010)

    Para a escolha da medida mitigatria a ser aplicada no campus, foi realizado o

    estudo da viabilidade da mesma. Foram analisadas as Figuras 22 e 23 de acordo com a rea

    contribuinte e a capacidade de infiltrao do solo.

    Figura 22 - reas contribuintes adequadas para as medidas compensatrias

    (Fonte: SILVEIRA, 2012)

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    Figura 23 - Restries de capacidade de infiltrao do solo

    (Fonte: SILVEIRA, 2012)

    Analisou-se a planta do campus com a rea da bacia traada pelas cotas

    topogrficas mais altas e, locou-se as medidas nos possveis pontos de aplicao. Em seguida

    delimitou-se a rea de contribuio para cada medida proposta. Aps realizou-se odimensionamento da medida escolhida, no caso trincheiras de infiltrao pelo modelo BRE

    Digest365 Soakaway:

    SOI (6)

    Sendo:

    I= input= entrada do volume de gua proveniente da rea impermevel drenada para poo ou

    vala de infiltrao;

    O= output= volume de gua que ser infiltrado no solo durante a precipitao;

    S= storage= armazenamento de gua dentro do poo ou vala de infiltrao que permitir o

    equilbrio entre a entrada e a sada, isto , a infiltrao no solo.

    O volume de entrada I (input) foi calculado por:

    QxDI (7)

    Q= vazo de pico (m/s)

    D= durao da chuva em segundo

    O volume de infiltrao O (output) foi encontrado:

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    xKxDAO50

    (8)

    Sendo:

    O= volume de gua que infiltrada no tempo de durao da chuva (m);

    50A = rea de 50% das paredes laterais (m) usando a profundidade efetiva H e no usa a rea

    do fundo da vala ou poo.

    xHWLxHxWLxA )(5,0)(250

    H= profundidade efetiva (m). A altura onde entram ou saem tubulaes z que varia de 0.40m

    a 1.00m no faz parte da profundidade efetiva. A altura total= H+z.

    K= condutividade hidrulica (m/h);

    D= durao de chuva (h).

    A altura dostorage (1

    d ) foi adotada (usualmente 0,90< 1d

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    S= ostorage mximo (m).

    Calculou-se a vazo de toda a rea da bacia de contribuio do ponto exutrio

    e em seguida determinou-se o volume total de gua escoada superficialmente em um

    determinado tempo de durao de chuva. Aps fez- se uma comparao entre o valor total

    escoado antes e depois da possvel implantao da tcnica compensatria.

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    5.CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO

    O municpio de Barretos situa-se no interior do Estado de So Paulo (Figura

    24), na Mesorregio de Ribeiro Preto. Localiza-se a umalatitude 2033'13.03"Sul e a

    umalongitude 4834'13.03"Oeste, estando a uma altitude mdia de 552 metros. Sua

    populao segundo o IBGE, no Censo Demogrfico 2010 de 112.101 habitantes (3%

    populao rural e 97% urbana), em uma rea de 1.565,6 km aproximadamente.

    Figura 24 - Localizao de Barretos no Estado de So Paulo

    (Fonte: IBGE, 2014)

    Segundo a classificao climtica de Kppen, Barretos se enquadra no tipo

    Aw,

    tropical chuvoso com inverno seco e ms mais frio com temperatura mdia superior a

    18C. O ms mais seco tem precipitao inferior a 60 mm e com perodo chuvoso que se

    atrasa para o outono.Com base em dados climatolgicos (levantamento pluviomtrico), a

    precipitao mdia (Figura 25) ocorrida em Barretos-SP de 1702,31 mm anuais, levando em

    considerao 22 anos (1992-2013). O grfico abaixo demonstra a precipitao ocorrida nos

    ltimos 3 anos (Figura 26).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Latitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Longitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Oestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/2010http://pt.wikipedia.org/wiki/2010http://pt.wikipedia.org/wiki/Oestehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Longitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sulhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Latitude
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    Figura 25 - Precipitao mdia em Barretos- SP (1992 a 2013)

    (Fonte: Casa da Agricultura de Barretos, 2014)

    Figura 26 - Precipitao em Barretos- SP (2011 a 2013)

    (Fonte: Casa da Agricultura de Barretos, 2014)

    Para a realizao do presente estudo o local escolhido foi o Centro

    Universitrio da Fundao Educacional de Barretos (Figura 27), situado na Avenida Professor

    Roberto Frade Monte, nmero 389, bairro Aeroporto, BarretosSo Paulo.

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    Figura 27 - Campus do UNIFEB

    (Fonte: Adaptado Google Earth, 2014)

    O Campus conta com uma rea total de aproximadamente 166.235,3 m e

    permetro de 2.052,8 m. Os materiais existentes no campus do UNIFEB encontram-se na

    Tabela 3 com suas respectivas reas.

    Tabela 3 - Composio dos materiais do campus de 2014Materiais rea (m)

    Asfalto 16.414,8

    Bloco sextavado 1.389,90

    Coberturas 28.779,8

    Concreto 11.064,2

    Pedra portuguesa 591,3

    Tijolo 232,7

    Solo compactado 14.044,5

    Solo com vegetao 93.718,1

    Os materiais existentes no campus tambm encontram-se divididos em planta

    conforme apresentado no ANEXO A e Figura 28.

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    Figura 28 - Materiais existentes no campus de 2014

    Nota-se que a maior parte do campus dotada de rea permevel, abrangendo

    toda a extenso da faculdade (Figura 32 e 34). Em seguida tem-se as construes com

    coberturas de telhas de fibrocimento (Figura 37), telhas cermicas (Figura 38) e telhas

    metlicas, que compoe cerca de 17% dos materiais encontrados. O asfalto totaliza 10% dos

    materiais, podendo ser localizado nos estacionamentos do campus (Figura 29). Aps tem-se

    7% de solo compactado (Figura 31) encontrado no futuro estacionamento da instituio. O

    concreto (Figura 35) representa 7% dos materias e pode ser encontrado em sua maior

    proporo em torno das edificaes e passeios. O bloco sextavado est localizado na entrada

    do campus e totaliza apenas 1% da composio dos materiais. A pedra portuguesa (Figura 33)

    encontrada na entrada do teatro e no acesso externo sala dos professores. E o pavimento de

    de tijolo (Figura 36) encontrado em um dos canteiros e na Associao dos Docentes do

    UNIFEB.

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    Figura 29- Asfalto Figura 30 - Bloco sextavado

    Figura 31 - Solo compactado Figura 32 - Grama

    Figura 33 - Pedra portuguesa Figura 34 - Solo

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    Figura 35 - Concreto Figura 36 - Piso revestido de tijolo

    Figura 37 - Cobertura (telha de

    fibrocimento)

    Figura 38 - Cobertura (telha cermica)

    Assim, conhecidos os materiais de revestimentos do campus foi destacado em

    planta, todas as reas e seus respectivos materiais do local onde foram implantadas as medidas

    compensatrias escolhidas, conforme apresentado no mapa do ANEXO B.

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    6.RESULTADOS E DISCUSSES

    A partir da caracterizao da rea analisada e aplicao dos mtodos

    apresentados foi possvel verificar o tipo de solo do campus, para que assim determinasse o

    dimensionamento da medida compensatria adotada. As trincheiras de infiltrao, neste caso,

    podem ser alternativas para reas de bacias pequenas e com caractersticas de permeabilidade

    do solo.

    A classificao do solo foi executada a partir anlise granulomtrica realizada a

    atravs do ensaio de granulometria. Os resultados obtidos esto dispostos na Tabela 4 e na

    Curva Granulomtrica (Figura 39).

    Tabela 4 - Ensaio de Granulometria

    Peneira nPeso

    (gramas)Retido

    (gramas)Total

    (gramas)% Retida

    % RetidaAcumulada

    4 (4,76mm) 500,00 0 500,00 0 08 (2,38mm) 500,00 0 500,00 0 0

    10 (2,00mm) 500,00 0 500,00 0 016 (1,19mm) 500,00 0,50 499,50 0,10 0,1030 (0,59mm) 499,50 12,20 487,30 2,44 2,5440 (0,42mm) 487,30 58,90 428,40 11,78 14,3250 (0,297mm) 428,40 93,00 335,40 18,60 32,92

    100 (0,149mm) 335,40 261,90 73,50 52,38 85,30200 (0,074mm) 73,50 37,90 35,60 7,58 92,88

    Prato 35,60 7,12 100,00

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    Figura 39 - Curva Granulomtrica

    Para classificar o solo atravs da classificao TRB (Trasnportation Research

    Board) recomendada pela AASHTO (American Association of State Highway and

    Transportation Officials) foi necessrio a obteno do Limite de Liquidez e o Limite de

    Plasticidade, com os resultados descritos nas tabelas 5 e 6 e no grfico de teor de umidade(Figura 40), abaixo:

    Tabela 5 - Teor de umidade - Ensaio de Limite de LiquidezCpsula N 153 250 256 500 515

    Cpsula com solo mido (g) 39,1 37,0 47,4 46,1 43,1Cpsula com solo seco (g) 36,7 34,9 44,7 43,1 39,9

    Massa da gua (g) 2,4 2,1 2,7 3,0 3,2Tara da cpsula (g) 25,0 24,8 31,9 29,2 26,6

    Massa do solo seco (g) 11,7 10,1 12,8 13,9 13,3Teor de umidade (%) 20,51 20,79 21,09 21,58 24,06

    N de golpes 31 29 23 21 19

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    Figura 40 - Grfico teor de umidade

    Assim, a partir da anlise do grfico e utilizando a equao da reta, observou-

    se que o teor de umidade referente a 25 golpes de 21,50% . Posteriormente, com o ensaio de

    limite de plasticidade, conforme Tabela 6 pode-se calcular o LP referente ao solo.

    Tabela 6 - Ensaio de Plasticidade

    Cpsula N 153 250 256 500 515Cpsula com solo mido (g) 37,3 48,3 47,6 33,1 36,1Cpsula com solo seco (g) 36,7 47,5 47,0 32,1 35,3

    Massa da gua (g) 0,6 0,8 0,6 1,0 0,8Tara da cpsula (g) 33,2 43,1 43,7 26,9 31,2

    Massa do solo seco (g) 3,5 4,4 3,3 5,2 4,1Teor de umidade (%) 17,14 18,18 18,18 19,23 19,51

    O resultado foi obtido a partir da mdia dos 5 valores do teor de umidade,

    conforme exposto pela equao a seguir:

    %45,185

    19,51+19,23+18,18+18,18+17,14LP

    Com os resultados do limite de liquidez e de plasticidade foi obtido um ndice

    de Plasticidade de 3,05, que possibilitou determinar como 0 (zero) o ndice de grupo.

    Aps obteno do Limite de Liquidez, Limite de Plasticidade, ndice de

    Plasticidade e o ndice de Grupo e atravs da Tabela 2 (escala granulomtrica) e da Figura 20

    concluiu-se que o solo ensaiado da faculdade um A-2-4, sendo este um solo arenoso, compresena de areia grossa a fina.

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    Dessa forma, o coeficiente de permeabilidade, para solo arenoso, foi

    determinado utilizando a Figura 20, portanto considerou-se uma condutividade hidrulica de

    10 5 m/s ou 0,036 m/h.

    Foi adotada a trincheira como medida por possuir fcil implantao e custo

    baixo de execuo. Verificou-se a viabilidade de implantao no campus pelas Figuras 22 de

    acordo com a rea de contribuio e Figura 23 pela capacidade de infiltrao do solo.

    Considerando a rea de contribuio de 13,1 ha e o coeficiente de permeabilidade citado

    acima, conclui-se que a trincheira de infiltrao uma medida vivel para o campus.

    Aps a escolha da medida e com a rea da bacia delimitada locou-se de acordo

    com viabilidade duas trincheiras com intuito de amortizar o pico de vazo. Aps delimitou-se

    a rea de contribuio de cada uma delas. Nestas reas de contribuio foram delineados os

    tipos de revestimentos e seus respectivos coeficientes de run off, para que assim fossem

    obtidas as vazes de projeto.

    Calculados as respectivas vazes utilizando um tempo de retorno para o ndice

    de precipitao de 10 anos, foi realizado o dimensionamento das medidas adotadas. Os

    respectivos resultados so encontrados na tabela 7, 8 e 9.

    Tabela 7 - Volume escoado devido uma chuva de 10 minutosMedida rea (ha) c i (mm/h) Q (m/s) V (m)

    1 0,24 0,2 104,5 0,014 8,4

    2 0,256 0,6 104,5 0,045 27,0

    Tabela 8 - Capacidade das trincheiras (Storage)Medida

    1d (m) L (m) C (m) ne S (m)

    1 1,0 1,0 30,0 0,30 9,0

    2 1,0 1,0 20,0 0,30 6,0

    Tabela 9 - Tempo de esvaziamento das trincheiras e InputMedida

    50A (m) O (m) K (m/h)

    1a (m) te(h) I (m)

    1 15,5 0,095 0,036 62,0 4,03 9,095

    2 10,5 0,064 0,036 42,0 3,97 6,064

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    43

    Analisando os resultados obtidos nota-se que a primeira medida amortiza todo

    o volume escoado, por se tratar de uma trincheira relativamente extensa e sua rea de

    contribuio possuir um coeficiente de run offbaixo. J na segunda trincheira reduziu 22,2%,devido restrio de locao da medida sua extenso ser menor, e sua rea possuir coeficiente

    de run offmaior.

    O clculo da vazo total da rea de estudo resultou em 2,05 m/s, e seu

    respectivo volume de escoamento durante uma chuva de 10 minutos de 1.230 m.

    Considerando as medidas adotadas, houve a reduo de aproximadamente 2% do volume total

    escoado.

    Na possvel implantao das trincheiras a profundidade mxima adotada foi de1,00m. O geossinttico (geotxtil como o bidim) deve ser assentado na trincheira repassando

    no mnimo uns 30 cm. O tempo mximo de drenagem do volume de runoff de 48h foi

    respeitado. As pedras britadas a serem usadas podem variar de 38mm a 75mm. Geralmente

    usada pedra britada n3, cujo dimetro varia de 25mm a 35mm.

    As trincheiras de infiltrao (Figura 41) foram posicionadas a uma distncia

    mnima recomendada de 6,00m das construes. montante da trincheira de infiltrao pode

    ser feita uma faixa de filtro gramada para remover as partculas de dimetros grandes.

    Figura 41 - Trincheira de Infiltrao

    (Fonte: ECODEBATE, 2011)

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    7.CONSIDERAES FINAIS

    O UNIFEB vem se desenvolvendo e com isso expandindo suas instalaes, por

    esse motivo as reas de possveis infiltraes de guas pluviais, esto sendoimpermeabilizadas, o que acarreta o aumento do volume escoado superficialmente.

    Ao propor as tcnicas compensatrias, neste caso trincheiras de infiltrao,

    visava-se a amortizao desse volume para reduzir a probabilidade de inundaes e aliviar os

    sistemas de drenagem a jusante.

    O estudo mostrou que a medida eficaz para bacias pequenas e baixo

    coeficiente de run off. No caso do campus, por se tratar de uma rea de grande proporo com

    pouca viabilidade de locao das medidas (sem alterar a infraestrutura da rea estudada), viu-se a ineficincia da medida.

    Recomenda-se a utilizao de outras medidas compensatrias aliadas a

    trincheiras, para obter uma amortizao mais satisfatria. Prope-se tambm a implantao de

    uma grelha para captar guas decorrentes de chuva no ponto crnico (ANEXO B) e destinar

    para a galeria de guas pluviais do municpio.

    Uma das possveis propostas para rea analisada, poderia ser a construo de

    uma trincheira contnua em toda a extenso do canteiro central do estacionamento. Neste

    caso, seria necessrio efetuar a retirada das sarjetas e implantar a trincheira baseada nas

    caractersticas dimensionais propostas anteriormente.

    O intuito foi verificar a eficincia do sistema e os impactos deste na drenagem

    atual do campus. Apesar da baixa amortizao apresentada a medida pode ser associada a

    outras, tais como poos, valas e reservatrios de reaproveitamento para reduzir ainda mais o

    pico de vazo analisado.

    Em suma, as medidas compensatrias so alternativas que podem se traduzir

    em eficincia nos casos onde a drenagem j encontra-se consolidada.

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    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7181: Solo Anlise

    Granulomtrica de Solos. Rio de Janeiro, ABNT, 1984. 6 p.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6459: Solo -Determinao do Limite de Liquidez. Rio de Janeiro, ABNT, 1984. 6 p.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7180: Solo Determinao do Limite de Plasticidade. Rio de Janeiro: ABNT, 1984. 3 p.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6502: Rochas e Solos. Riode Janeiro: ABNT, 1995. 8-9 p.

    BAPTISTA, et al. Tcnicas Compensatrias em Drenagem Urbana. Porto Alegre: ABRH,2011. 318 p.

    BARBASSA, A. P.; GAROTTI, L. M. Estimativa de rea impermeabilizada diretamenteconectada e sua utilizao como coeficiente de escoamento superficial . EngenhariaSanitria e Ambiental. vol.15. n. 1. Rio de Janeiro, jan/mar.2010. 21 p.

    BRASIL. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria dePlanejamento e Pesquisa. Coordenao Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de PesquisasRodovirias. Manual de Pavimentao. 3. ed. Rio de Janeiro, 2006. p. 56-57.

    BRASIL. Departamento Nacional de Estradas e Rodagem. Instituto de Pesquisas Rodovirias.Ministrio dos Transportes. Manual de Pavimentao.2. ed. Rio de Janeiro, 1996.

    BRITO, D. S. Metodologia para seleo de alternativas de sistemas de drenagem.Dissertao de Mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos. PublicaoPTARH.DM-094/06, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade Braslia,2010. p. 1-117.

    DEPARTAMENTO DE GUA E ENERGIA ELTRICA. Precipitaes intensas noEstado de So Paulo (publicado em 2014). p. 24. Disponvel em:

    acesso em out. 2014.

    FERREIRA, M. D. Anlise da evoluo dos processos erosivos acelerados em reasurbanas e das tcnicas de controle e recuperao Crrego do Tucum (So Pedro/SP).Dissertao de Mestrado em Geotcnica. Escola de Engenharia de So Carlos daUniversidade de So Paulo, So Carlos, 2004. p. 1-117.

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Cidades Censodemogrfico 2014. Rio de Janeiro, IBGE, Disponvel em: acesso em agosto

    2014.

    https://drive.google.com/file/d/0B4t5iKKyDAByeG1zZlgzRE81b28/edit?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/0B4t5iKKyDAByeG1zZlgzRE81b28/edit?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/0B4t5iKKyDAByeG1zZlgzRE81b28/edit?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/0B4t5iKKyDAByeG1zZlgzRE81b28/edit?usp=sharinghttps://drive.google.com/file/d/0B4t5iKKyDAByeG1zZlgzRE81b28/edit?usp=sharing
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    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA. Populao Censodemogrfico 2010. Rio de Janeiro, IBGE, Disponvel em: acesso em agosto 2014.

    MATOS, R. Migrao e Urbanizao no Brasil. Revista do Departamento de Geografia edo Programa de Ps-Graduao em Geografia IGC-UFMG- Geografias. Belo Horizonte,jan/jun. 2012. 17 p. Disponvel em: acessoem set. 2014.

    MORAIS, F. Infiltraouma varivel geomorfolgica. Caderno de Geografia, v.22, n.38,2012.

    NETO, A. C. Sistemas Urbanos de Drenagem. p. 19. Disponvel em: acesso em set. 2014.

    PINTO, L. L. C. A. O Desempenho de Pavimentos Permeveis Como Medida Mitigadorada Impermeabilizao do Solo Urbano. Dissertao de Doutorado em EngenhariaHidrulica - Escola Politcnica de So Paulo, 2011. p. 1-283.

    SANTOS, L. C. C. Estimativa de vazes mximas de projeto por mtodos determinsticose probabilsticos.Dissertao de Mestrado em Engenharia AmbientalUniversidade Federaldo Esprito Santo, 2010. p. 1-172.

    SILVEIRA, A. L. L. Drenagem Urbana: Aspectos de Gesto. 1. e. Instituto de PesquisasHidrulicas Universidade Federal do Rio Grande do Sul Fundo Setorial de Recursos Hdricos(CNPq), 2002.

    TOMAZ, P. Curso de Manejo de guas Pluviais. p. 1-14. 2010 Disponvel em: acesso em set. 2014

    TOMAZ, P. Routing de poo e vala de infiltrao pelo modelo BRE 365.p. 19. Disponvelem: < http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/livros/livro_infiltracao/capitulo127.pdf>acesso em set. 2014.

    TOMAZ, P. Mtodo Racional - Curso de Manejo de guas pluviais.p. 15. Disponvel em: acesso em set. 2014.

    TUCCI, Carlos M. Inundaes urbanas. Porto Alegre: ABRH/RHAMA, 2007. 393 p.

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    ANEXO A - MATERIAIS EXISTENTES NO UNIFEB APRESENTADO EM PLANTA

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    ANEXO BREA DE ESTUDO