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2ª Conferência da REDE de Língua Portuguesa de Avaliação de Impactos 1° Congresso Brasileiro de Avaliação de Impacto cccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccc Associação Brasileira de Avaliação de Impacto Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor. Rodovias e aplicação das medidas mitigadoras previstas em EIA/RIMA no Acre Jairo Salim Pinheiro de Lima -Unesp, Campus de Ilha Solteira. [email protected] Elizete Aparecida Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira Ecio Rodrigues - Universidade Federal do Acre Marco Antônio Amaro Universidade Federal do Acre Resumo No início de 2000 o Departamento Estadual de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), conseguiu o licenciamento ambiental da pavimentação da Rodovia AC 090, conhecida como Transacreana, no trecho entre Rio Branco e São Pedro do Icó. Essa Rodovia, defendida por Euclides da Cunha ainda em 1902, possui um significado político e eleitoral significativo no imaginário da população, pois a sua pavimentação está associada à perspectiva de progresso rápido. Embora a importância social e econômica da AC 090 seja inquestionável, o seu traçado paralelo ao da rodovia BR 364 e transversal à rede hidrográfica da região, faz com que cruze um número expressivo de rios e igarapés, o que exigiu a construção de várias pontes e, o mais grave, colocou em risco a frágil bacia hidrográfica do Rio Acre. Durante a elaboração do EIA/Rima daquela rodovia foi previsto um conjunto de medidas mitigadoras a serem aplicadas no horizonte de 3 anos após a pavimentação, somando mais de 5 milhões de reais. Passados 10 anos do licenciamento e conclusão da obra, é importante que seja monitorado o grau de implantação das medidas mitigadoras preconizadas no licenciamento ambiental da obra, bem como seja avaliada a eficácia das medidas propostas. Para tal, percorreu-se o trajeto da estrada, verificando-se as suas condições ambientais atuais e identificando-se as medidas mitigadoras implantadas. Os resultados indicaram que a rede hidrográfica encontra-se comprometida e que somente 20 % das medidas e do orçamento previsto foram concretizados. Palavras chave: medidas mitigadoras, avaliação de impacto ambiental, rodovias. Highways and application of environmental mitigating measures in Environmental Impact Assessment (EIA) in Acre State, Brazil. In early 2000 the Acre Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Acre (Deracre), achieved the environmental licensing of the paving of AC 090 Highway, known as Transacreana, in the stretch between Rio Branco and São Pedro do Icó. This highway, defended by Euclides da Cunha in 1902, has a electoral and political meaning in the minds of the population, because its paving is associated to the perspective of the quick progress. Although the social and economical importance of the AC 090 is unquestionable, its track parallel to the BR 364 highway and crossing the hydrographic network of the region, makes that crosses a significant number of rivers and streams, which required the construction of several bridges and the more serious,

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2ª Conferência da REDE de Língua Portuguesa de Avaliação de Impactos 1° Congresso Brasileiro de Avaliação de Impacto

cccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccc Associação Brasileira de Avaliação de Impacto

Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

Rodovias e aplicação das medidas mitigadoras previstas em EIA/RIMA no Acre Jairo Salim Pinheiro de Lima -Unesp, Campus de Ilha Solteira. [email protected]

Elizete Aparecida Checon de Freitas Lima – Unesp, Campus de Ilha Solteira

Ecio Rodrigues - Universidade Federal do Acre

Marco Antônio Amaro – Universidade Federal do Acre Resumo No início de 2000 o Departamento Estadual de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), conseguiu o licenciamento ambiental da pavimentação da Rodovia AC 090, conhecida como Transacreana, no trecho entre Rio Branco e São Pedro do Icó. Essa Rodovia, defendida por Euclides da Cunha ainda em 1902, possui um significado político e eleitoral significativo no imaginário da população, pois a sua pavimentação está associada à perspectiva de progresso rápido. Embora a importância social e econômica da AC 090 seja inquestionável, o seu traçado paralelo ao da rodovia BR 364 e transversal à rede hidrográfica da região, faz com que cruze um número expressivo de rios e igarapés, o que exigiu a construção de várias pontes e, o mais grave, colocou em risco a frágil bacia hidrográfica do Rio Acre. Durante a elaboração do EIA/Rima daquela rodovia foi previsto um conjunto de medidas mitigadoras a serem aplicadas no horizonte de 3 anos após a pavimentação, somando mais de 5 milhões de reais. Passados 10 anos do licenciamento e conclusão da obra, é importante que seja monitorado o grau de implantação das medidas mitigadoras preconizadas no licenciamento ambiental da obra, bem como seja avaliada a eficácia das medidas propostas. Para tal, percorreu-se o trajeto da estrada, verificando-se as suas condições ambientais atuais e identificando-se as medidas mitigadoras implantadas. Os resultados indicaram que a rede hidrográfica encontra-se comprometida e que somente 20 % das medidas e do orçamento previsto foram concretizados. Palavras chave: medidas mitigadoras, avaliação de impacto ambiental, rodovias.

Highways and application of environmental mitigating measures in Environmental Impact Assessment (EIA) in Acre State, Brazil. In early 2000 the Acre Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Acre (Deracre), achieved the environmental licensing of the paving of AC 090 Highway,

known as Transacreana, in the stretch between Rio Branco and São Pedro do Icó. This highway, defended by Euclides da Cunha in 1902, has a electoral and political meaning in the minds of the population, because its paving is associated to the perspective of the quick progress. Although the social and economical importance of the AC 090 is unquestionable, its track parallel to the BR 364 highway and crossing the hydrographic network of the region, makes that crosses a significant number of rivers and streams, which required the construction of several bridges and the more serious,

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Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

put at risk the fragile watershed of the Acre river. During the preparation of the Environmental Impact Assessment (EIA) of that highway it was laid down a set of environmental mitigating measures to be applied on the horizon of 3 years after the paving, adding more than 5 million reals (R$). Ten years after the licensing and completion of the work, it is important that it be monitored the degree of implementation of the proposed mitigating measures in environmental licensing of the work, as well as is evaluated the effectiveness of the proposed measures. So, it was passed the stretch of the road, verifying its current environmental conditions and identifying the environmental mitigating measures deployed. The results indicated that the hydrographic network is compromised and that only 20% of the environmental mitigating measures were implemented. Keywords: mitigating measures, environmental impact assessment, highways. Introdução A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) apresenta-se como um importante instrumento de gestão ambiental, previsto na Política Nacional de Meio Ambiente (Lei Federal nº 6938 de 1981) (BRASIL, 1981). Por meio da Resolução CONAMA 001/86 (BRASIL, 1986), foram definidos os critérios e as diretrizes gerais para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

O EIA representa a etapa central do processo de AIA (PRADO FILHO e SOUZA, 2004), sendo sua elaboração necessária durante o licenciamento ambiental dos projetos considerados potencialmente causadores de significativos impactos ambientais.

Dentre as atividades técnicas que integram a elaboração do EIA, a identificação dos impactos ambientais e a proposição das respectivas medidas mitigadoras são as mais relevantes. Apesar dos resultados positivos associados com a inserção do EIA/RIMA no processo de gestão ambiental no Brasil, ainda observam-se falhas importantes, sendo as principais delas relacionadas com a não implantação de medidas mitigadoras definidas no EIA/RIMA e com a avaliação do desempenho ambiental do empreendimento (PRADO FILHO e SOUZA, 2004).

GALLARDO (2004) realizou um estudo sobre as práticas de gestão na obra de construção da pista descendente da Rodovia Imigrantes (São Paulo), concluindo que o emprego do acompanhamento ambiental contribuiu para a melhoria do processo de AIA, trazendo ganhos para o empreendedor e para a sociedade como um todo. De acordo com a autora, a prática de gestão ambiental na realização de obras de engenharia precisa ser incrementada no país. Finalizar o processo de AIA no momento em que o empreendimento recebe a licença prévia compromete sua eficácia. É preciso que sejam realizadas investigações sobre a implantação e a eficácia de medidas mitigadoras constantes dos vários EIA/RIMAs produzidos no país. O acúmulo de informações certamente poderá contribuir com o aperfeiçoamento do processo.

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Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

Considerando esse contexto, foi realizado o presente trabalho com o objetivo de investigar o grau de implantação e a eficácia das medidas mitigadoras propostas no Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Obra de Pavimentação Asfáltica da Rodovia Estadual AC – 90.

O EIA/RIMA foi elaborado pela Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – FUNTAC (FUNTAC, 2000), englobando o trecho entre o km 0 e o km 140 da rodovia. A Rodovia AC – 90 é uma rodovia estadual e foi planejada de forma a estabelecer a ligação entre as comunidades compreendidas entre a cidade de Rio Branco e São Pedro do Icó, no sentido oeste do Estado do Acre. Procedimentos Metodológicos

O levantamento de dados foi realizado com base em consulta a documentos, especialmente o EIA/RIMA da Rodovia AC 90 (FUNTAC, 2000) e em entrevistas com técnicos do DERACRE (Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Acre), órgão responsável pela implantação da rodovia e com técnicos do IMAC (Instituto de Meio Ambiente do Acre), órgão licenciador do Estado e com técnicos da FUNTAC, responsável pela elaboração do EIA/RIMA. Foram também realizadas inspeções da rodovia em campo (no ano de 2012), percorrendo-se todo o trajeto já construído e registrando-se as observações mais importantes. Foi considerado como objeto de análise o trecho já construído da rodovia (do Km 0 ao Km 70). Outros 20 km em fase de construção também foram vistoriados, bem como as áreas de empréstimo e o canteiro de obras. A verificação da implantação das medidas mitigadoras foi realizada para aquelas passíveis de checagem em campo ou por meio de consulta aos órgãos responsáveis. Resultados e Discussão

A Tabela 1 sumariza os principais impactos ambientais previstos no EIA/RIMA da Rodovia AC 90 e as medidas mitigadoras correspondentes.

Tabela 1. Ações, impactos ambientais e medidas mitigadoras associados com a pavimentação da Rodovia AC 90 (FUNTAC, 2000).

Tipos de impactos Medidas / controle Área de

aplicação

Caça predatória

Manejo de caça, com uso de calendário Até o km 82

Estabelecer corredores de fauna de 40 km. Km 82 ao Km

140

Pesca predatória Manejo de lagos para produção piscícola no

Riozinho do Rola Km 9 ao 78

Disseminação de malária, tifo, etc.

Eliminação e borrifação de criadouros Km 9 ao km 82

Construção de 1.910 fossas sépticas (Privadas) Km 9 ao km 82

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Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

Campanha de esclarecimentos sobre as doenças Toda a estrada

Disseminação de DST (AIDS, hepatite

“B”, herpes etc.)

Campanhas preventivas sobre doenças contagiosas

Toda estrada

Desmatamento em torno de 1.994,03

ha/ano

Implantação de 6.240 ha de SAF’s Até o Km 82

Implantação de 464 açudes. Até o km 82

Plano de Manejo em 4.000 ha em pequenas propriedades

Até o km 82

Queima de aproximadamente 358.924,4m3 por

ano.

Aproveitamento de 299.104,48m3 por ano pelas serrarias

Até o km 82

Aproveitamento de 9.970,12 m3 por ano para produção de carvão

Até o km 82

Aproveitamento de 9.970,12 m3 por ano para produção de lenha

Até o km 82

Enleiramento de 39.880,0m3 Até o km 82

Perda das características

agronômicas do solo e erosão.

Implantação de agricultura familiar. Até o Km 82

Seca dos cursos d’água

Reflorestamento de 40 km de margem dos cursos d’água

Até o km 82

Conscientização para manejos de bacias hidrográficas

Até o km 82

Perfuração de 154 poços semi-artesiano Até o km 82

Contaminação do lençol freático

devido ao aterro sanitário

Reflorestamento de 15 ha ocupadas pelo aterro Km 7

Isolamento e mudança de localização, devido às características físicas do solo não serem

apropriadas -

Tabela 1 – continuação.

O traçado da rodovia, transversal à rede hidrográfica da região, faz com que a mesma cruze um número expressivo de rios e igarapés, exigindo a construção de várias pontes e drenos de passagem. A interferência da via sobre a rede hidrográfica diretamente e, indiretamente por meio da sua influência sobre os processos erosivos do solo, responde por grande parte dos impactos ambientais identificados. O conjunto de obras e serviços descritos no EIA/RIMA para mitigar a erosão e assoreamento decorrente da obra incluiu:

reaproveitamento do solo superficial e reflorestamento as áreas de bota-fora;

instalação de equipamentos de drenagem superficial:

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o canais de escoamento de água – sarjetas em taludes de cortes e de aterros,

o saídas laterais,

o caixas de dissipação de energia,

o bacias de retenção;

proteção dos taludes – estabilidade e plantação de gramíneas;

regularização e reconformação do terreno em áreas exploradas para empréstimos e bota-fora;

proteção das entradas e saídas dos equipamentos de drenagem corrente; e

desobstrução e limpeza dos equipamentos e dos canais de acesso e saída das águas superficiais.

Deve-se ressaltar que o clima desfavorável da região aumenta a importância

dos dispositivos e serviços de drenagem, com destaque para a elevada intensidade pluviométrica, a falta de materiais rochosos e a presença de solos instáveis. Além destes, a extensa rede hidrográfica na geratriz da rodovia, o forte ciclo hidrológico e a vulnerabilidade ambiental constituem obstáculos à pavimentação rodoviária e à manutenção do “equilíbrio” ambiental da região.

Os processos erosivos e de assoreamento em rodovias estão intrinsecamente relacionados ao serviço de movimento de terra, a alteração das condições de escoamento das águas superficiais e de estabilidade dos taludes. Os equipamentos e os serviços de drenagem atuam para minimizar a ação “abrasiva” da água sobre o solo. Os cruzamentos entre a via e os cursos d’água também agregam alta vulnerabilidade ambiental, dado o potencial de contaminação das águas e de alteração do balanço hídrico promovidos pela movimentação de máquinas, equipamentos e pessoas e pela supressão da vegetação ciliar, respectivamente.

Nos trechos visitados foram identificados vários daqueles equipamentos de drenagem e serviços propostos no EIA/RIMA e acima relacionados: sarjetas de proteção de taludes de corte e de aterro, saída lateral de água, limpeza e desobstrução dos drenos, dissipadores de energia, caixas coletoras e bueiros e plantação de grama nos taludes e acostamento da via. Também foram observados segmentos em que não foi possível registrar a presença de dispositivos de drenagem.

De acordo com a vistoria, há trechos em bom estado de conservação e trechos com fortes processos erosivos. Nos dois tipos de ocorrências encontram-se equipamentos de drenagem e segmentos sem os referidos dispositivos. A existência de tais equipamentos protege as obras e as áreas marginais à via, captando, conduzindo e devolvendo as águas ao ambiente natural sem produzir danos.

Por outro lado, processos erosivos em trechos com dispositivos de drenagem devidamente instalados confirmam a sua pequena eficácia. A falta de manutenção preventiva, dimensionamento inadequado e a sua localização (imprópria) na seção da rodovia podem ser fatores indicativos de funcionamento precário. A combinação de grandes bacias hidrográficas de contribuição e alta intensidade pluviométrica, com canaletas obstruídas ou com pequena capacidade de descarga gera esgotamento da capacidade do sistema. A conseqüência imediata é o transbordamento do fluxo. A corrente de água escoando sobre um solo instável produz vulnerabilidades e precipita

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a formação de erosão de um lado, e assoreamento de outro. Este tipo de ocorrência não é incomum naquela região. A Figura 1 mostra situações do trecho da Rodovia AC 90, relativas às sarjetas laterais de corte e de aterro.

Imagem Comentários

Segmento no nível do terreno natural e em bom estado de conservação.

Acostamento com cobertura de grama e sem processos erosivos.

Segmento em corte e sem sarjetas laterais. A vegetação no acostamento

protege o solo e previne a erosão.

Trecho em aterro e fortemente erodido. Neste caso, a presença de sarjetas

laterais não foi bastante para conter a ação das águas pluviais.

Neste caso, sem sarjetas laterais, a presença de grama não conteve a

formação de valetas por erosão do solo.

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Sarjeta lateral obstruída. A falta de manutenção transfere o escoamento das águas para fora da sarjeta, produzindo erosão na faixa de domínio e nas áreas

lindeiras à via.

Figura 1. Trechos da Rodovia AC 90 com e sem a presença de sarjetas.

Os bueiros de passagem e as pontes formam outro conjunto de equipamentos

destinados a minimizar a interferência da via sobre as águas superficiais. De maneira geral estes dispositivos funcionam adequadamente na obra. Porem, assim como as sarjetas, são necessários serviços de manutenção para garantir o livre escoamento da água e evitar represamentos e as suas conseqüências indesejáveis. A Figura 2 é uma sequência de fotos que ilustra a interação entre a via e os drenos de passagem.

Imagem Comentários

Entrada de bueiro de passagem obstruída. A falta de manutenção

pode gerar represamento de água, acúmulo de detritos, proliferação de

vetores e contaminação do aterro por franja capilar

Saída de bueiro de passagem em trecho em construção. As guias

laterais e a base de concreto servem para proteger o dispositivo e evitar obstruções à passagem da água.

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Entrada de bueiro de passagem. Neste caso, é possível observar que o assoreamento compromete o livre

escoamento. A supressão de vegetação e a rampa da via podem

alterar o balanço hídrico e acelerar o assoreamento do curso d’água.

Obstrução temporária do curso d’água para a construção de obras de passagem. Este tipo de procedimento

altera a dinâmica das águas, gera represamentos a montante e

ressecamento do leito a jusante, com prejuízos ambientais consideráveis.

Desobstrução e limpeza do canal de saída do bueiro de passagem. Este

tipo de serviço é importante para garantir o pleno funcionamento do

dispositivo e permitir o contínuo escoamento das águas.

Figura 2. Situação das obras de drenagem de passagem.

O cruzamento entre a via e os corpos d’água requer especial atenção para evitar a contaminação das águas e alterações significativas no balanço hídrico da região. Neste caso (Figura 3) mostram-se imagens da construção de uma ponte sobre um igarapé. O trecho aqui representado está em fase de construção. É possível observar que, apresar do grande movimento de terra e da presença de maquinas e equipamentos, as áreas lindeiras foram conservadas e que o escoamento das águas se mantém. A limpeza da área e a presença das antigas instalações são fatores relevantes para a avaliação.

Imagem Comentários

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Trecho a montante da via em construção. A vegetação presente

colabora para manter o balanço hídrico e a qualidade da água.

A nova ponte em construção e o aterro de aproximação. O curso d’água sob a ponte é conduzido em antigo bueiro de

concreto.

Percebe-se, a jusante da obra forte ação de desmatamento.

Após a saída do bueiro, o fluxo escoa em direção à vegetação lindeira. A

movimentação de terra e o desmatamento, neste caso,

recomendam serviços posteriores de desobstrução e reflorestamento da

mata ciliar.

Figura 3. Cruzamento da via com igarapé.

No caso das áreas de empréstimo, a escolha do local atende as

recomendações previstas no programa de gestão ambiental proposto. A área selecionada é um antigo pasto e com pequena vulnerabilidade ambiental e a exploração é feita de maneira adequada. O problema observado, neste caso, é a via de acesso à jazida. Este pequeno trecho de aproximados 300m obstrui um talvegue, onde é possível observar o represamento de águas superficiais. Por se tratar de uma atividade temporária presume-se que, após a fase de exploração, a topografia e o cenário da região sejam remediados. Cabe aqui enfatizar que tal impacto e a medida mitigadora correspondente não foram previstos no EIA/RIMA. A Figura 4 mostra detalhes da jazida e da sua estrada de acesso.

Imagem Comentários

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Jazida localizada em área de antigo pasto.

Vista da estrada de acesso à jazida de empréstimo de material para a

pavimentação da rodovia.

Outra vista da estrada de acesso, em que é possível notar (do lado direito

da estrada) a presença de água represada.

Imagem obtida na estrada de acesso à jazida e que comprova acúmulo de

água no aterro da obra.

A falta de bueiros produz o represamento das águas e poderá

comprometer a manutenção de corpos d’água a jusante da obra.

Figura 4. Exploração da jazida e estrada de acesso.

Um dos principais impactos ambientais previstos no EIA/RIMA do empreendimento é o provável desmatamento no seu entorno, resultante do incremento das atividades econômicas, após a pavimentação da via. Tal aumento ao mesmo tempo em que pode ser interpretado como um impacto positivo para a economia da região, também pode ser avaliado como um impacto negativo, quando implicar em aumento do desmatamento.

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No EIA/RIMA foi apresentado um instrumento para quantificar o provável incremento de atividade econômica, denominado FIA (Fator de Incremento Anual Impacto Ambiental) (FUNTAC, 2000). Por meio de projeções, utilizando-se o FIA como instrumento, o EIA/RIMA estimou um incremento anual de desmatamento equivalente a 1.994,03 ha. Embora o cálculo do FIA não tenha constituído objeto do presente trabalho, foi possível notar um incremento das atividades econômicas nas margens da rodovia, possivelmente decorrente da melhoria das condições de mobilidade e deslocamentos.

Foram definidas no EIA/RIMA várias medidas mitigadoras com a finalidade de evitar ou minimizar o desmatamento (Tabela 1). Uma das medidas definidas foi a implantação de 6.240 ha de Sistemas Agroflorestais (SAFs) num período de 3 anos, nas propriedades agrícolas situadas no entorno da rodovia. Apesar de não explicitado no EIA/RIMA, o pressuposto era que a implantação desses sistemas de produção resultaria em menor pressão por área de cultivo nas propriedades e, portanto, contenção do desmatamento.

Também foi definida como medida mitigadora, relacionada com o aumento do desmatamento, a implantação de planos de manejo em áreas de 4.000 ha nas propriedades agrícolas lindeiras. Planos de manejo permitem a exploração sustentável dos recursos florestais sem resultar em desmatamento predatório na propriedade. Do mesmo modo, a implantação de 464 açudes, outra medida definida no EIA/RIMA, poderia propiciar alternativas produtivas aos proprietários rurais, diminuindo a pressão pelo desmatamento da floresta.

As vistorias em campo identificaram falhas na implantação dessas medidas mitigadoras, quando não, a sua completa ausência. Foram verificados poucos SAF’s ao longo da estrada, de tamanho pequeno (muito distante da área de 6.240 ha), alguns até abandonados. Foram observados vários açudes no curso da rodovia. Alguns deles, porem, estavam secos, denotando que a implantação da medida foi realizada de modo não totalmente satisfatório. Também não foi possível identificar-se a implantação dos planos de manejo florestal nas propriedades.

Outras medidas mitigadoras previstas no EIA/RIMA e não implantadas, de acordo com os levantamentos efetuados, foram o aproveitamento de madeira oriunda das áreas de queimadas autorizadas e o reflorestamento de uma extensão de 40 Km nas margens dos cursos d’ água, sujeitos a interferências obra. O reflorestamento ciliar deve ser considerado prioritário em função das alterações que já ocorreram e que continuam a ocorrer em toda a fase de construção do empreendimento. Foi verificado em campo um comprometimento significativo da rede hidrográfica. As medidas mitigadoras implantadas para minimizar os impactos advindos da movimentação de terra e instalação de drenos de passagem não foram capazes de proteger os cursos d’ água de modo adequado. A não implantação de determinadas medidas, como no caso do reflorestamento ciliar, pode comprometer o desempenho de outras, dificultando uma avaliação mais completa da eficácia das medidas mitigadoras implantadas.

O baixo grau de implantação das medidas mitigadoras previstas para o controle do desmatamento dificulta a realização de uma análise mais completa sobre a eficácia das mesmas. Por outro lado, é necessário também realizar uma análise multitemporal

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Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

na cobertura florestal da área de influência do empreendimento, comparando a situação atual com aquela anterior à sua implantação. Esse monitoramento seria oportuno para avaliar o desempenho ambiental do empreendimento, ainda em fase de implantação e corrigir as falhas detectadas no processo. As medidas acordadas no contexto do licenciamento ambiental mostram-se ainda relevantes e necessitam de ser implantadas. Além disso, outras medidas não definidas inicialmente se fazem necessárias dados os impactos não previstos e que agora se manifestam, como por exemplo, aqueles associados com a movimentação de terra decorrente da instalação de acessos a áreas de empréstimos.

Nas vistorias em campo foram observadas situações que denotam incremento da atividade econômica no entorno da rodovia, como por exemplo, a presença de pequenos estabelecimentos comerciais, posto de combustível, criação de animais de pequeno porte, habitações, oferta de transporte público e escolar e de energia elétrica, além do aumento do fluxo de veículos. Vale ressaltar que o incremento da economia da região também produziu cenários associados à produção de bens de consumo, não previstos nos documentos do EIA/RIMA. A geração de resíduos de características domiciliares e a dificuldade na logística da coleta e disposição final representam demandas não previstas anteriormente. Em muitos casos as habitações dispõem de cestos para facilitar a coleta – serviço público de coleta. Em outros casos, porém, a disposição do lixo é feita em locais irregulares e impróprios às margens da rodovia. A Figura 5 é uma ilustração da diversificação das atividades econômicas promovida pela pavimentação da rodovia e algumas conseqüências desta ação.

Imagem Comentários

Pequeno comércio instalado nas margens da rodovia.

Sinalização para orientar a população

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2ª Conferência da REDE de Língua Portuguesa de Avaliação de Impactos 1° Congresso Brasileiro de Avaliação de Impacto

cccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccc Associação Brasileira de Avaliação de Impacto

Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

Cestos de lixo às margens da rodovia. Nestas condições há atração

de vetores e pequenos animais produzindo riscos aos usuários e

potencial de contaminação para os corpos d’água.

Depósito irregular de lixo localizado a poucos metros da estrada.

Cesto de lixo instalado em frente a uma propriedade.

Figura 5. Atividades econômicas e consequências.

A verificação da implantação de determinadas medidas ficou comprometida no presente trabalho, dada a natureza da própria medida. Nessa situação incluem-se medidas como campanhas educativas e ações de conscientização dos moradores sobre manejo de bacias hidrográficas. Outras medidas, como perfuração de poços e implantação da agricultura familiar, foram parcialmente implantadas, não como um programa específico de controle ambiental, inserido no contexto da gestão ambiental do empreendimento, mas como parte de programas diversos governamentais.

Um programa de monitoramento de impactos ambientais no contexto da gestão ambiental do empreendimento seria fundamental para melhorar o seu desempenho ambiental, detectando falhas e permitindo correções no momento mais adequado.

Conforme apontado por GALLARDO (2004) a análise pós–projeto apresenta-se como uma complementação do processo de AIA (Avaliação de Impacto Ambiental), o qual não deve ser finalizado com a aprovação do projeto.

Também PRADO FILHO e SOUZA (2004) afirmam que a verificação da eficácia de medidas mitigadoras é possível de ser conduzida com o automonitoramento e a análise do desempenho ambiental do empreendimento.

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2ª Conferência da REDE de Língua Portuguesa de Avaliação de Impactos 1° Congresso Brasileiro de Avaliação de Impacto

cccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccc Associação Brasileira de Avaliação de Impacto

Este trabalho foi recebido pela Comissão Cientifica e pertence aos anais do Congresso. O conteúdo do trabalho é de inteira responsabilidade do autor.

Com base nas análises efetuadas no presente projeto pode-se concluir que as práticas de gestão da obra de pavimentação da Rodovia AC 90 devem ser revistas, de modo a incorporar a análise de desempenho ambiental no processo, cumprindo de modo integral o que foi acordado no licenciamento ambiental e agregando novas medidas de controle ambiental que se mostrarem necessárias oportunamente. Referências Bibliográficas BRASIL. [1981]. Lei Federal nº 6938, de 1981. Política Nacional de Meio Ambiente.

BRASIL. [1986]. CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução CONAMA 001/86.

FUNTAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DO ACRE. [2000]. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental da pavimentação da Rodovia AC 90. Rio Branco. FUNTAC.

GALLARDO, A. L. C. F. [2004]. Análise das práticas de gestão ambiental da construção da pista descendente da Rodovia dos Imigrantes. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, USP. Tese. 295 p.

PRADO FILHO, J. F. & SOUZA, M. P. [2004]. O licenciamento ambiental da mineração no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais – uma análise de implementação de medidas de controle ambiental formuladas em EIAs/RIMAs. Eng. Sanit. Ambient., v.9, n.4, p. 343-349.