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FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG KARLA GABRIELA SANTOS PIERDONÁ PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CAFELÂNDIA - PR

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TCC de engenharia. Excelente

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Page 1: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG

KARLA GABRIELA SANTOS PIERDONÁ

PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CAFELÂNDIA - PR

CASCAVEL - PR2015

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FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG

KARLA GABRIELA SANTOS PIERDONÁ

PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CAFELÂNDIA - PR

Trabalho apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, do Curso de Engenharia Civil, da Faculdade Assis Gurgacz - FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Professor Orientador: Luciano Andrey Schadler

CASCAVEL - PR2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, meu irmão e a Deus, pela grande

motivação e contribuição para o meu crescimento.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pela força divina em minha vida, e os dons

recebidos, pois sem sua presença nada seria possível, e não teria conseguido

chegar nessa etapa da minha vida.

A minha mãe que sempre presente, me apoiou em todas as decisões e foi

compreensiva durante essa minha trajetória. Ao meu pai, grande conselheiro, por

todo auxilio e incentivo e ao meu irmão pelo companheirismo e amizade durante

toda minha vida.

Ao meu professor e orientador pelo auxilio durante a construção deste

trabalho.

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RESUMO

A patologia na medicina é o estudo de doenças, suas causas, sintomas e

alterações no organismo, nas edificações, funciona de maneira equivalente, se

dedicando ao estudo de anomalias ou problemas (possíveis doenças) e as

alterações estruturais e funcionais causadas no mesmo.

O termo Patologia, de origem grega (páthos, doença, e lógos, estudo),

abrange diversas áreas da ciência, tendo significado variado conforme a linha de

pesquisa.

Este estudo apresenta um mapeamento de pesquisa de patologias em

edificações, de no mínimo dez anos de existência, no município de Cafelândia – PR.

Além de determinar as causas das patologias encontradas, o estudo demonstrará as

maneiras de prevenção e reparos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Exemplo de patologia por umidade.........................................................24Figura 02: Origens da umidade nas construções......................................................26Figura 03: Principais manifestações patologias originadas pela umidade................29Figura 04: Exemplo de bolor.....................................................................................32Figura 05: Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios........................39Figura 06: Manifestações patológicas e suas determinações...................................39Figura 07: Exemplo de fissuras, trincas e rachaduras..............................................40Figura 08: Fissuras verticais na alvenaria causada por sobrecarga.........................43Figura 09: Fissuras horizontais na alvenaria............................................................43Figura 10: Fissuras provenientes da ruptura, causada pela atuação de sobrecargas localizadas.................................................................................................................44Figura 11: Parede com fissura inclinada resultante da dilatação térmica da laje de cobertura....................................................................................................................45Figura 12: Pilar fissurado devido à movimentação térmica das vigas......................46Figura 13: Fissura vertical acompanhando as juntas de argamassa vigas..............47Figura 14: Fissura vertical através dos componentes de alvenaria..........................47Figura 15: Fissura causada por movimentações higroscópicas devido a expansão dos tijolos...................................................................................................................48Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................48Figura 16: Fissura vertical no terço médio da parede, causada por movimentações higroscópicas de tijolos de solo-cimento...................................................................49Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................49Figura 17: Fissura horizontal na base da alvenaria, devido a umidade do solo.......50Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................50Figura 18: Destacamento horizontal no topo do muro..............................................50Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................50Figura 19: Fissuras provocadas pela deformação do suporte que se apresenta maiores que a deformação da viga superior..............................................................52Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................52Figura 20: Fissuras decorrentes de deformação da viga que neste casso é superior a deformação do suporte...........................................................................................52Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................52Figura 21: Fissuras em parede de vedação, devido à deformação do suporte, ser idêntica à deformação da viga superior.....................................................................53Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................53Figura 22: Fundação contínua solicitada por carregamento desbalanceado...........54Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................54Figura 23: Recalque diferenciado, por consolidações distintas do aterro carregado....................................................................................................................................54Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................54Figura 24: Fissuras de cisalhamento na alvenaria proveniente de fundações assentadas sobre seções de corte e aterro...............................................................55Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................55Figura 25: Recalque diferenciado no edifício menor pela interferência no seu bulbo de tensões em função da construção do edifício maior.............................................55Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................55Figura 26: Recalque diferenciado, por falta de homogeneidade do solo..................55Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................55Figura 27: Recalque diferenciado, por rebaixamento do lençol freático...................56

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Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................56Figura 28: Fissura vertical provocado pelo recalque diferenciado ocasionado pela diferença no sistema de fundação.............................................................................56Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................56Figura 29: Fissura provocada pela alteração volumétrica do solo, devido a perda de água...........................................................................................................................57Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................57Figura 30: Fissuras em paredes externas provenientes da retração da laje de cobertura....................................................................................................................58Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................58Figura 31: Fissuras (A e B) causadas por retração, que tem origem nas movimentações térmicas...........................................................................................58Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................58Figura 32: Destacamento provocado pelo encunhamento precoce da alvenaria.....59Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................59Figura 33: – Fissuras horizontais no revestimento, provocadas pela expansão da argamassa de assentamento.....................................................................................60Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................60Figura 34: – Fissuração em argamassa de revestimento proveniente do ataque por sulfatos...................................................................................................................... 61Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)..........................................................................61Figura 35: Presença de mofo na laje do cômodo.....................................................65Figura 36: Presença de mofo e goteira na laje do cômodo......................................65Figura 37: Presença de umidade e manchas na parede do cômodo.......................66Figura 38: Descolamento do revestimento...............................................................69Figura 39: Descolamento do revestimento em linhas horizontais.............................69Figura 40: Revestimento externo de pedra porosa com vegetação.........................70Figura 41: NBR 11702..............................................................................................71Fonte: ABNT (1992)...................................................................................................71Figura 42: Características e usos de soluções para pedras porosas.......................71Figura 43: Estufamento do assoalho........................................................................73Figura 44: Estufamento do assoalho........................................................................73Figura 45: Deterioração por umidade.......................................................................74Figura 46: Fenômeno capilar....................................................................................76Figura 47: Fenômeno capilar....................................................................................77Figura 48: NBR 9575................................................................................................79Figura 49: Características gerais..............................................................................80

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 : Cronograma da Pesquisa ......................................................47

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................13

1.1 OBJETIVOS..................................................................................................14

1.1.1 Objetivo Geral...............................................................................................................14

1.1.2 Objetivo Específico.......................................................................................................14

1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................14

1.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................16

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA....................................................................17

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................18

2.1 HISTÓRIA DA PATOLOGIA EM OBRA NO BRASIL...................................18

2.2 MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS EM EDIFICAÇÕES.............................19

2.2.1 Patologias decorrentes de projeto................................................................................21

2.2.2 Patologias decorrentes de execução............................................................................22

2.2.3 Patologias decorrentes dos materiais...........................................................................23

2.2.4 Patologias decorrentes do pós-uso...............................................................................23

2.3 PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES...............................................................23

2.3.1 Umidade.......................................................................................................................24

2.3.1.1 Tipos de Umidade.........................................................................................................25

2.3.1.1.1 Umidade por infiltração................................................................................................26

2.3.1.1.2 Umidade por condensação...........................................................................................27

2.3.1.1.3 Umidade ascendente por capilaridade.........................................................................27

2.3.1.1.4 Umidade de obra..........................................................................................................28

2.3.1.1.5 Umidade resultante de vazamentos.............................................................................28

2.3.1.2 Manifestações patológicas provenientes da umidade..................................................29

2.3.1.2.1 Biodeterioração............................................................................................................29

2.3.1.2.1.1 Bolor / Mofo.................................................................................................................31

2.3.1.2.1.2 Estufamento.................................................................................................................32

2.3.1.2.1.3 Criptoflorescências.......................................................................................................33

2.3.2.2.1 Descolamento, Desprendimento e Desagregação........................................................33

2.3.1.2.2 Eflorescência.................................................................................................................35

2.3.3 Recalque.......................................................................................................................36

2.3.4 Fissuras, Trincas e Rachaduras......................................................................................38

2.3.4.1 Classificação das fissuras quanto à atividade................................................................40

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2.3.4.2 Classificação das fissuras quanto à forma.....................................................................40

2.3.4.3 Classificação das fissuras quanto à direção...................................................................41

2.3.4.4 Classificação das fissuras quanto à causa.....................................................................41

2.3.4.4.1 Fissuras provocadas pela atuação de sobrecarga.........................................................42

2.3.4.4.2 Fissuras provocadas por movimentação térmica..........................................................44

2.3.4.4.3 Fissuras provocadas por movimentação higroscópicas................................................47

2.3.4.4.4 Fissuras provocadas por deformabilidade....................................................................50

2.3.4.4.5 Fissuras provocadas por recalque de fundação............................................................53

2.3.4.4.6 Fissuras provocadas pela retração de produtos à base de cimento.............................57

2.3.4.4.7 Fissuras provocadas por alterações químicas dos materiais de construção.................59

2.3.4.4.7.1 Hidratação retardada de cales......................................................................................59

2.3.4.4.7.2 Ataque por sulfatos......................................................................................................60

2.3.4.4.7.3 Corrosão de armaduras................................................................................................61

3. METODOLOGIA.................................................................................................63

3.1 ESTUDO DE CASOS...................................................................................64

3.1.1 Caso 01 – Mofo.............................................................................................................64

3.1.1.1 Causa............................................................................................................................66

3.1.1.2 Perigos..........................................................................................................................67

3.1.1.3 Reparo..........................................................................................................................67

3.1.1.4 Prevenção.....................................................................................................................68

3.1.2 Caso 02 – Condensação através de parede externa.....................................................68

3.1.2.1 Causa............................................................................................................................70

3.1.2.2 Reparos.........................................................................................................................71

3.1.2.3 Prevenção.....................................................................................................................72

3.1.3 Caso 03 – Deterioração do piso....................................................................................72

3.1.3.1 Possíveis Causas............................................................................................................74

3.1.3.2 Possíveis Reparos..........................................................................................................75

3.1.3.3 Prevenção.....................................................................................................................75

3.1.4 Caso 04 – Fenômeno capilar.........................................................................................76

3.1.4.1 Possível Causa...............................................................................................................77

3.1.4.2 Reparo..........................................................................................................................77

3.1.4.3 Possível Prevenção.......................................................................................................78

4. RESULTADOS ESPERADOS............................................................................82

5. CRONOGRAMA DA PESQUISA........................................................................83

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6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFIAS.....................................................................84

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1. INTRODUÇÃO

O grande crescimento da construção civil no Brasil, que existia nos últimos

anos, fez aumentar de maneira significativa a atuação de construtoras, a partir do

final do ano de 2013, segundo dados do Sinduscon – SP (Sindicato da Indústria da

Construção Civil do Estado de São Paulo) o setor de construção civil teve um

crescimento de 0% a 0,5% no ano de 2014, decrescendo em relação ao ano de

2013, e neste ano tende a estagnar com crescimento de 0%. O nível de emprego da

construção deve fechar em queda de 2% acirrando ainda mais a competição entre

empresas do ramo construtivo.

Em se tratando de patologias, o autor Daniel Oliveira (2013) afirma que na

última década o aumento de reclamações decorre principalmente da promulgação

do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), que deu concretude a

diversos direitos e garantias aos usuários. Por sua vez, Gabriella Murari e Cesar

Fioriti (2013), afirmam ser possível observar um exponencial aumento de presenças

patológicas em conjuntos habitacionais.

Se tratando de erros construtivos, para Souza (2008), o conhecimento dos

problemas patológicos em edificações é indispensável a todos os trabalhadores da

construção civil, começando desde o operário até o engenheiro ou arquiteto. Assim

quando se conhece a problemática torna-se mais fácil a identificação de erros e as

chances de cometê-los podem ser reduzidas drasticamente.

Segundo IBAPE (2015), Patologia da construção civil é basicamente quando

um edifício apresenta defeitos. O edifício deve exercer diversas funções para

atender às necessidades humanas. Diz-se que um edifício apresenta

uma patologia quando não atende adequadamente uma ou mais funções para as

quais foi construído. Assim, o reparo (conserto) de uma patologia tem como objetivo

recuperar essa função.

Está pesquisa pretende esclarecer a natureza das patologias mais

frequentes encontradas em edificações no município de Cafelândia, Paraná,

esclarecendo as classificações quanto à prevenção, causas, reformulação e perigos

que estas podem representar para a construção.

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1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar as principais patologias sistematicamente encontradas nas

edificações no município de Cafelândia, PR, determinar suas causas, métodos

preventivos e propor alternativas de reparo.

1.1.2 Objetivo Específico

Analisar as patologias encontradas nas edificações;

Identificar suas possíveis causas;

Determinar os possíveis cuidados necessários para prevenção dos

mesmos na fase de projeto;

Identificar os principais tipos de patologias nas edificações

analisadas;

Realizar um resumo bibliográfico para conceituação das mesmas;

Determinar a origem, a natureza e as características dos danos;

Verificar as manifestações patológicas em relação às norma

correlatas;

Especificar técnicas que possam corrigir os problemas ou modificar os

métodos utilizados, sem aumentar o custo das construções.

1.2 JUSTIFICATIVA

Segundo a Fundação João Pinheiro (2015) o Brasil possui déficit

habitacional de 6,273 milhões de domicílios.

Cabe à indústria de construção civil focar na maximização da construtibilidade

e minimização do tempo e do custo de execução, sem deixar de garantir o

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desempenho desejável à edificação. Esse esperado crescimento de eficiência dos

processos de produção tem sido impulsionado, também, pelas novas tendências do

mercado, como aumento da competitividade e a maior exigência dos consumidores.

Uma importante consequência deste conjunto de fatores é o aumento da

preocupação com a qualidade da habitação por parte dos clientes deste setor

(ZECHMEISTER, 2005 apud MOCH, 2009)

Na Norma Brasileira - NBR ISO 9000/2000, o termo qualidade é definido

como o grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos,

sendo que requisito é entendido como necessidade ou expectativa que é expressa,

geralmente, de forma implícita ou obrigatória.

Como consequência da inaplicabilidade das normas para a construção dos

conjuntos habitacionais populares, Érico C. Vidal (2012, p. 17) especifica que: “Os

resultados, em inúmeros casos, são imóveis com elevada incidência de patologias,

comprometidos em suas condições de segurança e habitabilidade”.

Na interpretação de Thomaz (2001), problemas causados pela falta de

qualidade das construções brasileiras resultam de grande conjugação de fatores

como falta de investimentos, a impunidade devido à morosidade da justiça e a visão

distorcida de alguns empresários da construção. Ainda, segundo o autor, outros

fatores comprometem a qualidade na construção civil:

Péssima remuneração dos profissionais de projetos e de construção;

Obsoletismo nos currículos e o ensino compartimentado nas várias

disciplinas dos cursos de arquitetura e engenharia;

Desconhecimento de estudos sobre as patologias dos edifícios;

Baixo índice de reciclagem técnica dos profissionais;

Sobrecarga de funções dos engenheiros de obras, que geralmente

também têm que assumir funções burocráticas e administrativas, de

forma simultânea.

Para Vanni (1999) as melhores garantias para a obtenção da qualidade

advêm do investimento em prevenção, verificação e controle de todas as etapas do

trabalho, sendo que os investimentos em prevenção, segundo o autor, se resumem

em:

Contratação de serviços com qualidade;

Treinamento de pessoal;

Utilização de normas e procedimentos técnicos;

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Adoção de técnicas racionalizadas;

Estudo de medidas de segurança;

Seleção de fornecedores;

Preparação de planos de controle;

Planificação e manutenção do material.

Para Sarja e Vesikari (1994), genericamente, o termo “durabilidade” pode ser

definido como a capacidade de um edifício, componente, estrutura ou produto

manter um desempenho mínimo em um determinado tempo, sob a influência de

agentes agressivos.

Para Thomaz (2001) muitas patologias podem ser atribuídas às negligencias

de ações, à desconsideração de agentes agressivos ou mesmo ao pequeno

conhecimento de processos degenerativos.

Grande parte das intervenções de manutenção nas edificações poderia ser

evitada se houvesse um melhor detalhamento do projeto e da escolha apropriada

dos materiais e componentes da construção (COSTA JUNIOR, 2001).

Segundo Ripper et al. (1998), tanto os custos como as dificuldades técnicas

para a recuperação de falhas que se originam na fase de concepção e projeto,

aumentam conforme a estrutura vai sendo construída. Assim, após a obra pronta, a

falha surgida na etapa de concepção, encarecerá muito mais a construção, do que

um erro que possa aparecer na fase de utilização, no final do processo.

Os custos de reparos são muito elevados, visto que muitas das

manifestações patológicas poderiam ser evitadas com planejamento e investimento

em projetos mais detalhados, seguindo a boa prática, com a contratação de

materiais e mão-de-obra qualificada e treinamento dos trabalhadores envolvidos no

processo (TAGUCHI, 2010).

1.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

Quais são as principais patologias aparentes existentes em edificações no

município de Cafelândia, Paraná? Quais as prováveis causas para o aparecimento e

ainda os métodos preventivos e de reparo?

Page 17: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

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1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa foi limitada ao levantamento de patologias que não incluam

riscos estruturais, incluindo trincas, em edificações com existência de no mínimo dez

anos, de apenas um pavimento, localizadas no município de Cafelândia – Paraná.

Restringe-se a pesquisa a localização da patologia, métodos de prevenção,

suas causas reais e técnicas de reparo.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRIA DA PATOLOGIA EM OBRA NO BRASIL

Segundo o site Patologia da Construção (2012), o termo Patologia, de

origem grega (páthos, doença, e lógos, estudo), é amplamente utilizado nas diversas

áreas da ciência, com denominações do objeto de estudo que variam de acordo com

o ramo de atividade. Sua aplicação em áreas como de Ciências Biológicas é

comumente contextualizado, por se tratar de estudos investigativos referentes às

alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos,

provocados por doenças.

Fundada em 1792 no Rio de Janeiro pela rainha D. Maria I de Portugal,

segundo modelo da academia com o mesmo nome existente em Lisboa. A atual

escola politécnica do Rio de Janeiro e o Instituto Militar de Engenharia consideram-

se sucessores daquela academia. (CIENCIA E TECNOLOGIA, 2015).

Em São Paulo a primeira Escola de Engenharia – A Escola Politécnica de

São Paulo – nasce em 1893, e assim por diante as escolas de engenharia vão se

espalhando por todo o país (Pernambuco – 1895/ Porto Alegre – 1896/ Bahia –

1897) (TELLES, 1984).

Em 28 de setembro de 1940 nasce a Associação Brasileira de Normas

Técnicas – ABNT, que seria a responsável pela normatização e padronização do

emprego dos materiais utilizados na construção civil em nosso país (ABNT, 2011).

Levando-se em conta sua duração residual, o objetivo da patologia das

estruturas é procurar definir a conveniência da recuperação, do reforço ou mesmo

da demolição pura e simples dos elementos ou da estrutura danificada (MACHADO,

2002).

Em 1980, Ioshimoto pesquisou pelo IPT, no Brasil, a ocorrência em 36

conjuntos habitacionais de algumas manifestações patológicas, visitando quase 500

edificações.

Segundo Fernández (1988), patologia faz parte da engenharia que estuda

os mecanismos, os sintomas, as causas e as origens dos defeitos das obras. Em

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alguns casos, é possível se fazer um diagnóstico das patologias apenas através da

visualização.

Para a revista Techne (2011) atualmente existem várias técnicas para

diagnosticar uma manifestação patológica. Diversos ensaios destrutivos e não-

destrutivos têm surgido com intuito de realizar o prognóstico das doenças nas

edificações.

Em linhas gerais, estes ensaios podem ser utilizados para fornecer

informações como mapeamento das estruturas, tamanho, profundidade, condições

físicas, ou para fornecer parâmetros que estão associados aos processos de

deterioração ou risco de danos às estruturas (TECHNE, 2011).

Convém consultar especialistas para empregar a melhor técnica e com isso

obter análises mais eficientes e confiáveis. Felizmente, não faltam terapias, que vão

desde revestimentos especiais até técnicas eletroquímicas. No entanto, o

fundamental é melhorar a qualidade das obras, para que não adoeçam tanto e tão

cedo (TECHNE, 2011).

2.2 MANIFESTAÇÕES PATOLOGICAS EM EDIFICAÇÕES

“A patologia da construção está intimamente ligada à qualidade e embora

esta última tenha avançado muito e continue progredindo cada vez mais, os casos

patológicos não diminuíram na mesma proporção, embora seja verdade que a

diminuição tenha sido razoável” (FERNÁNDEZ CÁNOVAS, 1988).

Segundo Peres (2001), o termo Patologia no contexto da Construção Civil

está alinhavado com a definição encontrada na Medicina, onde nesta estudam-se as

origens, sintomas e natureza das doenças.

Tal como na Medicina, distinguem-se claramente duas ciências preocupadas em prevenir e solucionar os danos nas edificações. A primeira, denominada Patologia das Construções, é a ciência que estuda e identifica as origens, as causas, mecanismos de ocorrências, manifestações e consequências das situações em que os edifícios ou suas partes deixam de apresentar um desempenho mínimo estabelecido. A segunda, a Terapia das Construções, é a ciência que trata da correção dos problemas apresentados na construção. (PERES, 2001)

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Helene (1988) apresenta uma definição mais detalhada e oportuna:

“Patologia pode ser entendida como parte da engenharia que estuda os sintomas, os

mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o

estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema”.

De acordo com Pedro et al. (2002), a origem das patologias pode ser

classificada em: congênitas, construtivas, adquiridas e acidentais.

Congênitas – São aquelas que surgem ainda na fase de projeto, e

ocorrem pela falta de observação das Normas Técnicas, também por

falhas e descuidos dos profissionais, que acabam tendo como

consequência falhas no detalhamento e execução inadequada das

construções (PEDRO et al., 2002).

Construtivas – Conforme Pedro et al. (2002), o surgimento dessas

patologias está relacionado na etapa de execução da obra, e tem

ocorrência no emprego de mão de obra desqualificada, materiais não

certificados e ausência de metodologia para execução dos serviços.

Adquiridas – Segundo Pedro et al. (2002), essas patologias

aparecem durante a vida útil da edificação e são causadas pela

exposição ao meio em que se inserem.

Acidentais – São as patologias causadas pela ocorrência de algum

fenômeno atípico, resultado de uma solicitação incomum (PEDRO et

al., 2002).

Segundo Thomaz (2001), a agência Qualiform, com base em levantamentos

executados por companhias seguradoras francesas na década de 80, apontava

como origem das manifestações patológicas as seguintes estatísticas:

Projetos - 42%;

Processos de construção - 24%;

Materiais - 17%;

Uso indevido das obras - 10%;

Outras origens (acidentes, erosão, etc.) - 7%.

As falhas segundo Thomaz (1989) podem ser decorrentes de erros em:

Projeto;

Execução;

Materiais;

Pós-uso.

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Segundo Thomaz (1992), os problemas patológicos são evolutivos e tendem

a se agravar com o passar do tempo, podendo ate ser gerado novos impasses em

decorrência dos primeiros.

As manifestações patológicas referentes às fases de planejamento, projeto,

fabricação e construção surgem no período inferior a dois anos, porém durante a

utilização os problemas podem aparecer depois de muitos anos. Por isso, é muito

importante identificar em qual etapa surgiram os vícios construtivos, até mesmo para

a atribuição de responsabilidades civis (MACHADO, 2002).

2.2.1 Patologias decorrentes de projeto

Compreendem operações de construção que foram mal executadas por falta

de detalhamento, omissões ou equívocos de projeto, relativo aos materiais e/ou

técnicas construtivas (THOMAZ, 1989).

Para Helene (1992) muitas vezes, as falhas oriundas na concepção do

projeto, são responsáveis por um grande encarecimento da construção, além de

tornar o processo construtivo mais lento. Podendo-se citar algumas falhas:

Elementos estruturais mal distribuídos, fazendo com que esforços

não previstos sejam criados;

Deficiência de cálculo da estrutura ou na avaliação da resistência do

solo;

Inobservância da compatibilização dos projetos;

Especificações de materiais inadequadas ou muitas vezes

inexistentes;

Detalhamentos restritos ou errados;

- Erros de dimensionamento.

Souza e Ripper (1998) constataram que os responsáveis, principalmente,

pelo encarecimento do processo de construção, ou por transtornos relacionados à

utilização da obra, são as falhas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou

de anteprojetos equivocados, enquanto as falhas geradas durante a realização do

projeto final de engenharia geralmente são as responsáveis pela implantação de

problemas patológicos sérios e podem ser tão diversas como:

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Falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem como

com os demais projetos civis;

Especificação inadequada de materiais;

Detalhamento insuficiente ou errado;

Detalhes construtivos inexequíveis;

Falta de padronização das representações (convenções);

Erros de dimensionamento.

2.2.2 Patologias decorrentes de execução

Para Freire (2008) a indústria da construção civil se difere dos outros

segmentos, pois os métodos construtivos variam de acordo a edificação a ser

executada, pois há influência da disponibilidade de materiais, da morfologia do solo

e de edificações vizinhas, ou seja, por mais que existam projetos parecidos, a forma

de execução terá suas peculiaridades.

Segundo Souza e Ripper (1998) existem alguns fatores que influenciam o

surgimento de erros construtivos os quais podem ser de diversas naturezas, citando-

se alguns como:

Falta de condições de trabalho (cuidado e motivação);

Não capacitação profissional da mão de obra;

Fragilidade do controle de qualidade e fiscalização da obra;

Má qualidade dos materiais e componentes;

Irresponsabilidade técnica.

Aqueles serviços que apresentam manifestações patológicas em razão a

falta de controle dos serviços, omissões, de especificações que consiste em projeto,

falta de cumprimento de norma (THOMAZ, 1989).

Os problemas advindos da execução poderiam ser menos frequentes se houvesse uma fiscalização mais eficaz, sendo que a fiscalização se mostra muitas vezes deficiente podendo-se atribuir tal situação a falta de comando de equipe, tanto do mestre de obra, quanto do engenheiro, conjugado muitas vezes pela falta de qualificação profissional. Uma vez que o engenheiro possui um conhecimento muito técnico, possuindo outras atribuições além do acompanhamento da obra, muitas vezes não consegue acompanhar todos os trabalhos desenvolvidos na obra, podendo ocasionar sérias falhas no processo construtivo (FREIRE, 2008).

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2.2.3 Patologias decorrentes dos materiais

Aqueles elementos que independente da qualidade de seu projeto e/ou

execução encontram-se deteriorados, erros de composição, defeito, inadequação na

formulação do produto (THOMAZ, 1989).

Comumente se observa em canteiros de obra o descaso com o recebimento

dos materiais, conferência e armazenamentos dos materiais. A continuidade de

condutas geradas pela má estocagem de materiais pode comprometer o bom

desempenho do material na ocasião de sua utilização, abrindo assim, caminho para

o surgimento de patologias na edificação (FREIRE, 2008).

2.2.4 Patologias decorrentes do pós-uso

Dizem a respeito aos elementos que foram prejudicados pela falta das

atividades necessárias a garantia de seu desempenho satisfatório ao longo do

tempo (THOMAZ, 1989).

Para Andrade (1997) é imprescindível, ao longo da vida útil da edificação,

ações de reparo e manutenção, porém muitos empresários tratam tal assunto com

pequena importância, para muitos a responsabilidade da construtora termina no ato

da ocupação do imóvel. Sendo assim planos de manutenção e prevenção não são

tomados por pessoas qualificadas, acabam deixados a cargo do próprio usuário que

por muitas é omisso e desleixado com tal situação.

2.3 PATOLOGIAS EM EDIFICAÇÕES

As patologias que podem consideradas não estruturais, ou falhas

construtivas, mais comuns são: umidade, fissuras, rachaduras, desagregação,

descolamento, desprendimento, eflorescência, esfoliação e estufamentos.

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2.3.1 Umidade

Oliveira e Azevedo (1994) apud Peres (2001) demonstram que a umidade é

a manifestação patológica mais frequentemente observada nas edificações, além de

representar 60% dos problemas dos edifícios, durante sua vida útil. (figura 01)

Figura 01: Exemplo de patologia por umidade

Fonte: Mundial Acabamentos, 2008

Além dos prejuízos, a umidade nas edificações é encarada como uma das

mais difíceis problemáticas a serem resolvidas. Ocorre principalmente pela grande

capacidade de degradação de uma estrutura, junto com suas prevenções, que

acarretam valores altos, relacionadas com a complexidade de fenômenos que ela

envolve. A premissa acima é fundamentada por PEREZ (1988) quando o autor

enfatiza que:

A umidade nas construções representa um dos problemas mais difíceis de serem resolvidos dentro das ciências da construção civil. As dificuldades se devem à complexidade dos fenômenos envolvidos e à falta de estudos e

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pesquisas, pois somente nos últimos 30 anos o homem começou a estudar sistematicamente o assunto e, assim mesmo, com timidez.

2.3.1.1 Tipos de Umidade

Segundo Perez (1988) apud Peres (2001), a natureza da umidade e a forma

como esta se manifesta, pode ser descrita da seguinte forma:

a) Umidade de obra: Originada nos trabalhos de construção dos edifícios,

que se mantém durante certo período após o término da obra, diminuindo depois

gradualmente até desaparecer;

b) Umidade de absorção e capilaridade: Com origem na absorção da água

existente no solo pelas fundações das paredes e pavimentos, migrando para as

fachadas e pisos;

c) Umidade de infiltração: Proveniente da água da chuva que penetra nos

prédios através dos elementos constituintes de sua envoltória exterior;

d) Umidade de condensação: Procedente do vapor d'água que se condensa

nas superfícies ou no interior dos elementos de construção;

e) Umidade acidental: Proveniente de vazamentos do sistema de distribuição

e/ou coleta de águas da edificação.

A Figura 02 mostra as principais origens das patologias ocasionadas pela

umidade segundo Klein (1999 apud Souza, 2008).

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Figura 02: Origens da umidade nas construções.

Fonte: Adaptada de Klein (1999 apud Souza, 2008)

2.3.1.1.1 Umidade por infiltração

“A infiltração é a patologia mais comum em edificações, ocasionando uma

variedade de problemas que afetam inicialmente a estrutura da obra, além de

prejuízos financeiros e principalmente afetando a saúde dos ocupantes”

(SCHÖNARDIE, 2009).

Segundo PEREZ (1988), umidade “é proveniente da água da chuva que

penetra nos edifícios através dos elementos constituintes de sua envoltória

exterior.”.

A penetração de água pela envoltória do edifício está associada,

fundamentalmente, a dois fatores climáticos: chuva e vento. Sem o vento, a chuva

cairia verticalmente e pouco molharia as paredes de um edifício; sem o vento,

haveria pouca ou nenhuma diferença de pressão entre o interior e exterior do

edifício. (PEREZ, 1988)

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Nem sempre é fácil encontrar a causa de uma infiltração. Nas

impermeabilizações os pontos de vazamentos geralmente estão ocultos. Nos

telhados, os vazamentos muitas vezes dependem de condicionantes que variam

com a direção dos ventos, intensidade da chuva, etc. Não se encontrando a origem,

é mais difícil corrigi-la. (VERÇOZA, 1991)

2.3.1.1.2 Umidade por condensação

Segundo VERÇOZA (1991), a umidade por condensação é uma tipologia

bastante distinta das demais. Tal afirmação se deve ao fato dessa umidade não ser

decorrente de água infiltrada, mas sim de água que já se encontra no interior do

ambiente e depositada nas superfícies dos elementos de uma edificação.

Advinda do resfriamento de vapores ou de algum teor de umidade existente

no ambiente é comum encontrar a umidade resultante de condensação em paredes,

forros e pisos; em peças com pouca ventilação; em ambientes com ausência de

insolação; em banheiros, cozinha e garagens. Este fato é considerado por PEREZ

(1988) quando ele afirma que:

O aumento da incidência dos problemas de umidade devido à condensação em apartamentos explica-se pela maior estanqueidade à água necessária para as janelas e, consequentemente, maior estanqueidade ao ar. Isto faz com que a ventilação dos ambientes seja precária, pois, geralmente, não é planejada. Para resolver o problema da infiltração de água de chuva cria-se outro, o da condensação.

2.3.1.1.3 Umidade ascendente por capilaridade

A umidade por capilaridade pode ser definida como aquela que sobe do solo

úmido (VERÇOZA, 1991).

Conforme Klein (1999 apud Souza, 2008), o surgimento dessa umidade

ocorre nos baldrames das construções devido a três importantes aspectos:

As condições do solo úmido em que a estrutura da edificação foi

construída;

A ausência de obstáculos que impeçam a progressão da umidade;

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A utilização de materiais porosos (tijolos, concreto, argamassas,

madeiras, blocos cerâmicos) que apresentam canais capilares,

permitindo que a água ascenda do solo e penetre no interior das

edificações.

Klein (1999 apud Souza, 2008) afirma que parte da chuva que cai na

superfície, percola na terra e vira água subterrânea. Ao ocorrer essa infiltração, a

água dissolve as substâncias orgânicas e inorgânicas provocando modificações na

qualidade da mesma.

Nessa linha de pensamento Belém (2011) ressalta que o nível atingido pela

água de capilaridade é determinado por diversos fatores, tais como: o diâmetro e a

forma dos capilares, a quantidade de água presente no solo, a sua devida limpeza,

entre outros.

2.3.1.1.4 Umidade de obra

Segundo as concepções de PEREZ (1988), essa umidade é difícil de ser

diagnosticada quando o edifício está em uso e, geralmente, contribui para o

aparecimento de outros tipos de umidade ou outras patologias.

Conforme afirmações de Verçoza (1985) os materiais da própria construção

podem causar problemas de umidade. Um metro cúbico de alvenaria nova contém

de 130 a 230 litros de água. A madeira nova tem de 15 a 40% de seu peso em água.

É normal que a água de assentamento de pisos manche as paredes durante

uns seis meses após a aplicação; é normal que o capeamento com resinas

sintéticas impermeáveis retenha a água das argamassas por muitos meses,

podendo levar até o apodrecimento, descolamento e, mais comumente, ao

fissuramento do verniz (VERÇOZA, 1985).

2.3.1.1.5 Umidade resultante de vazamentos

Verçoza (1991) comenta que é de difícil identificação do local e de sua

correção. Isso se deve ao fato destes vazamentos estarem na maioria das vezes

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encobertos pela construção, sendo bastante danosos para o bom desempenho

esperado da edificação.

2.3.1.2 Manifestações patológicas provenientes da umidade

De acordo com Perez (1988) apud Peres (2001), as principais manifestações

patológicas causadas por umidade estão relacionadas na Figura 03.

Figura 03: Principais manifestações patologias originadas pela umidade

Fonte: PEREZ, 1988 apud PEREZ, 2001.

“Nas construções, os defeitos de impermeabilização podem causar os

seguintes problemas: goteiras, manchas, mofo, apodrecimento, ferrugem,

eflorescências, criptoflorescências, gelividade e deterioração” (VERÇOZA,1985).

2.3.1.2.1 Biodeterioração

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Inclusas também nas patologias causadas por umidade a biodeterioração

Segundo Salma et al. (2006) é um fenômeno patológico que envolve a participação

de micro-organismos, como p.ex. bactérias e fungos, e de macro-organismos como

cupins e roedores, contribuindo para a deterioração de materiais de importância

econômicas.

Biodeterioração é a atividade vital de organismos sobre os materiais, que

provoca uma alteração indesejável nas propriedades dos mesmos (HUECK, 1965,

1968).

A ocorrência do crescimento e desenvolvimento de microrganismos, que

causam deterioração, está relacionada a diversos fatores como a umidade, a falta de

ventilação, o uso, a qualidade do ar interno, as condições térmicas, o ar externo, as

variações sazonais, a temperatura, os microclimas internos, os projetos de

construção, os tipos de materiais orgânicos, a ocupação, a manutenção e o

gerenciamento (SAAD, 2002).

Para Andrade (1997), são importantes os estudos desses processos de

deterioração e, ao se detectarem manifestações patológicas incidentes e se

acompanhar a evolução dos problemas, tais procedimentos fazem com que sejam

diminuídos os custos para o reparo das construções.

Os danos causados pela biodeterioração de materiais de construção podem

ser tanto de ordem estéticas quanto funcionais (GAYLARDE, 2003).

Pode-se classificada em quatro classes:

Biodeterioração física ou mecânica: A principal característica desse

tipo de biodeterioração é o rompimento do material devido à pressão

exercida em sua superfície por organismos, durante seu crescimento

ou locomoção. Neste caso, o material não é utilizado como nutriente.

Exemplos de biodeterioração física ou mecânica são as causadas por

organismos macroscópicos, como a destruição de estruturas

enterradas pelas raízes das árvores e a destruição de cabos elétricos

por roedores, entre outros (ALSSOPP, 2004).

Biodeterioração estética: A biodeterioração estética é apresentada

somente na superfície, através da presença de organismos nas

edificações, resultando na alteração da coloração, ocorrendo a

formação de manchas escuras, causadas por algas, fungos, bactérias

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e cianobactérias. Essa biodeterioração altera somente a aparência

estética, não provocando nenhuma alteração na composição química

ou no desempenho do material (KUMAR E KUMAR, 1999;

PINHEIRO, 2003).

Biodeterioração química assimilatória: Quando o microrganismo utiliza

o material para sua nutrição, como fonte de energia, designa-se de

biodeterioração bioquímica assimilatória. Há a liberação de ácidos no

meio e outros compostos químicos que danificam o material (KUMAR;

KUMAR, 1999).

Biodeterioração química não assimilatória: O que ocasiona esse tipo

de biodeterioração é a ação gerada pelo metabolismo dos

microrganismos, que liberam, para o meio, metabólitos que reagem

quimicamente sobre o material. A biodeterioração química não

assimilatória é gerada por produtos metabólicos ácidos, que atuam no

material, decompondo seus minerais por meio da produção de sais e

quelatos, que são posteriormente lixiviados (KUMAR; KUMAR, 1999)

2.3.1.2.1.1 Bolor / Mofo

O termo bolor ou mofo (figura 04) é entendido como a colonização por

diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-

se inclusive as argamassas inorgânicas (SHIRAKAWA, 1995, aput PARISSI JONOV,

2013)

Alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma consequência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos. Desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteração estética de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas (SHIRAKAWA, 1995, aput PARISSI JONOV, 2013)

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Figura 04: Exemplo de bolor.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

De acordo com Segat (2005), mofo é uma manifestação patológica vista

macroscopicamente que causa a desintegração do revestimento através da

secreção de enzimas que quebram moléculas orgânicas complexas até compostos

mais simples, que são assimilados e utilizados em seu desenvolvimento. O mesmo

afirma que além do problema com a desintegração do revestimento, provocam

também problemas estéticos indesejáveis como manchas escuras e problemas

respiratórios aos inquilinos decorrente da proliferação desses microorganismos.

“Bolor e mofo ocorrem frequentemente em paredes de tijolos aparentemente

úmidos. Eles desagregam lentamente os tijolos, deixando a superfície opaca. E, por

sua cor, dão mau aspecto”(VERÇOZA, 1991)

2.3.1.2.1.2 Estufamento

O estufamento é uma alteração da superfície original de qualquer material,

resultado de degradações internas, e que se formam bolhas que se inflam

externamente e se considera o primeiro estágio de degradação por esfoliação de

camadas de proteção de superfícies de panos murados ou de componentes e

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estruturas. No caso de materiais orgânicos, o estufamento pode ser a primeira ação

do ataque de fungos abaixo da primeira camada da superfície, causando

posteriormente as crostas (SALMA et al. 2006)

2.3.1.2.1.3 Criptoflorescências

As criptoflorescências também são formações salinas, de mesma causa e

mecanismo que as eflorescências, mas agora os sais formam grandes cristais que

se fixam no interior da própria parede ou estrutura (VERÇOZA, 1987).

Ao crescerem, eles podem pressionar a massa, formando rachaduras e até

a queda da parede. O maior causador de eflorescência é o sulfato. Os sulfatos, ao

receberem água, aumentam muito de volume. Mesmo que a pressão seja pequena,

as criptoflorescências fazem desagregar os materiais, principalmente na camada

superficial, (VERÇOZA, 1987).

2.3.2.2.1 Descolamento, Desprendimento e Desagregação.

Ioshimoto (1994) atribui que descolamento pode ser causado por:

Movimentação da estrutura: Estrutura metálica, de madeira, de

concreto etc.;

Deficiência do material empregado: Revestimento de madeira não

totalmente seca, má qualidade das tintas etc.;

Falta de aderência: Tacos colados, tacos com asfalto sem pregos,

cerâmicas com tardoz muito liso etc.;

Ação de intempéries e agentes agressivos: Água de limpeza, chuvas

acidas etc.;

Expansão: Empolamento da argamassa, expansão do revestimento.

Segundo Salma (et al. 2006), o termo visa designar os processos que

sofrem as películas das camadas de pintura, sejam aquelas de proteção das

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argamassas, sejam de função decorativa ou artística, ao se descolarem das suas

respectivas bases.

As causas de perda de aderência dessas películas são geralmente

relacionadas ao processo de florescência das argamassas; excessiva umidade

superficial ou pela pressão do vapor exercida pela face interna (SALMA et al. 2006).

O estufamento para Cincotto (1998) são manifestações patológicas

encontradas em revestimentos com argamassas que podem se apresentar como

resultado de uma ou mais causas, das quais é possível citar:

Fatores externos ao revestimento;

Má aplicação dos revestimentos;

Má proporção das argamassas;

Tipo e qualidade dos materiais utilizados no preparo das argamassas.

Segundo Salma (et al. 2006), desagregação consiste na dissolução das

estruturas dos materiais com a perda de sua massa física em formato de grãos ou

de pequenas partículas, a parti de mínimas solicitações físicas. A origem da

desagregação de materiais históricos pode ser na maioria dos casos a fadiga

externa de suas estruturas, ou a parte de um processo intenso de cristalização

profunda, denominada de subflorescência.

Desprendimento conforme Salma (et al. 2006) é o resultado de uma ruptura

da composição de estruturas originais, seja de partes da superfície dos seus

materiais, de peças dessa estrutura composta, ou mesmo entre duas estruturas

distintas, com sua respectiva queda. O desprendimento é geralmente resultado de

submissão de materiais ou estruturas a calor excessivo, ou a movimentações

mecânicas bruscas de todo o conjunto, ou ainda resultantes de processos químicos,

criando uma desagregação entre os vários componentes dos materiais e suas bases

de aderência ou de suas estruturas.

A Gelividade corresponde à água, ao congelar, que aumenta de volume. Ela

pode congelar a temperatura de até 6ºC. Assim sendo, a água depositada nos poros

e canais capilares dos tijolos e do concreto congela em dias frios. No miolo, este

aumento de volume é contido pela massa do tijolo, mas, na superfície a resistência é

menor, formando-se gelo que desloca as camadas mais extensas, desagregando

paulatinamente o material. Então a superfície dos tijolos começa a se desgastar,

parecendo lixada. Geralmente a forma convexa. (VERÇOZA, 1987).

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2.3.1.2.2 Eflorescência

Segundo Uemoto (1988) apud Peres (2001), o processo de eflorescência é

resultado da reação química de sais depositados na superfície do material.

Geralmente não causa grandes danos, porém, em alguns casos, seu processo de

degradação pode ser profundo. Ocorrem modificações visuais que podem ser mais

realçadas pelo contraste entre a pigmentação da base em que há o deposito salino,

por exemplo, a formação de uma eflorescência branca em um bloco cerâmico.

Conforme Salma (et al. 2006) considerado o processo de degradação mais

comum na Arquitetura, sendo a origem química da eflorescência a migração de sais

solúveis para as camadas mais externas do seu suporte material, e, em contato com

o anidrido carbono, resultam em um sal solúvel, geralmente carbonatos, uma

mancha branca que se nota com facilidade.

Quando são aplicados materiais de revestimento ou estruturais como o

cimento comum (clínker), com grande necessidade de estabilização química, em

meios físicos compostos por argilas ou rochas, pode-se estimular graves

eflorescências, gerando processos de descolamento das películas protetoras das

superficiais materiais, e mesmo desagregação completa dessas (SALMA et al.

2006).

O estudo de Verçoza (1987) aponta que são formações de sais nas

superfícies das paredes, trazidos do seu interior pela umidade. As eflorescências

causam um mau aspecto, manchas, ou descolamento da pintura, etc. Pior ainda

quando elas se situam entre os tijolos e o emboço, fazendo este se descolar.

Conforme o volume chegam a formar estalactites.

Conforme o mesmo autor, as eflorescências aparecem quando a água

atravessa uma parede que contenha sais solúveis. Estes sais podem estar nos

tijolos, no cimento, na areia, no concreto, na argamassa, etc. Dissolvendo-se na

água eles são trazidos por ela para a superfície, onde a água evapora e os sais se

depositam sólidos ou em forma de pó. Eliminando-se a penetração da água, elimina-

se a eflorescência.

Alguns sais causadores de eflorescências são os nitratos alcalinos (formam

cristais brancos, vitrificados, carbonato de cálcio (pó branco), sais de ferro (cor

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ferruginosa), sulfoaluminato de cálcio (crosta embranquecida)). Nos reservatórios é

comum que elas apareçam no fundo, na forma de estalactites; nas paredes, na

forma de pó branco. Quando situadas entre o reboco e a parede, as eflorescências

formam um plano capilar, por onde sobe a umidade, que aumenta a força de

repulsão ao reboco (VERÇOZA, 1987).

Os sais que causam as eflorescências também podem estar contidos na

atmosfera. Então, na realidade, não é uma eflorescência, mas uma deposição. É o

caso comum das zonas industriais, carregadas de sais de enxofre, altamente

reativo. Os sais também podem estar no solo e ser carregados às paredes por

capilaridades. É normal que as pinturas não eliminem manchas de eflorescências.

Os sais reagem com a nova tinta e a mancha reaparece (VERÇOZA, 1987).

Souza (2008) destaca que para este tipo de patologia se manifestar são

necessários três fatores que devem agir em conjunto, sendo eles: o teor de sais

solúveis nos materiais, a presença de água e a pressão hidrostática. O aumento da

temperatura também pode ser considerado um dos contribuintes para aparição da

eflorescência, acelerando a evaporação e reduzindo o tempo necessário de cura

para o concreto.

Segundo Verçoza (1991 apud BELÉM, 2011) as eflorescências são muito

comuns nas paredes de tijolos. A argila que também é utilizado para fabricar tijolos

geralmente contém cal, que combinará para formar eflorescências de carbonato ou

de sulfato de cálcio.

As Eflorescências podem alterar a aparência da superfície sobre a qual

se depositam e em determinados casos seus sais constituintes podem ser

agressivos, causando desagregação profunda, (BAUER, 1996).

2.3.3 Recalque

O recalque ou assentamento é o termo utilizado em engenharia civil para

designar o fenômeno que ocorre quando uma edificação sofre um rebaixamento

devido ao adensamento do solo sob sua fundação. O recalque é a principal causa

de trincas e rachaduras em edificações, principalmente quando ocorre o recalque

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diferencial, ou seja, uma parte da obra rebaixa mais que outra gerando esforços

estruturais não previstos e podendo até levar a obra à ruína (WIKIPÉDIA, 2015).

“O recalque é definido como sendo o deslocamento vertical, para baixo, da

base da fundação em relação ao indeformável. O recalque se dá em virtude da

deformação do solo sendo ele por diminuição de volume ou mudança de forma.”

(COSTA, 2010).

Ferreira, Lobo e Renófio (2007) continuam ainda dizendo que o solo de

fundação, ao sofrer recalque, acaba “arrastando” consigo o solo adjacente sob a

fundação da edificação vizinha, provocando recalques das paredes e do piso e,

como consequência, originando trincas e rachaduras na alvenaria.

O mesmo autor apresenta ainda que o recalque das paredes das

edificações vizinhas ao muro pode resultar em inúmeras trincas e fissuras na

alvenaria, que refletem no mau funcionamento das portas e janelas, prejudicando

suas funções.

Gusmão Filho (1995) confirmou que as patologias ocasionadas devido a

recalques, diminuem de intensidade de baixo para cima do edifício, e que raramente

alcançam mais de cinco pavimentos.

Thomaz (1989) diz que para se evitarem os recalques diferenciados é

essencial que na hora de projetar, se leve em consideração o intertravamento entre

componentes isolados da fundação, adensamento de aterros, falta de

homogeneidade do solo, carregamentos muito diferenciados e a interferência com

fundações de edifícios vizinhos.

Thomaz (1989) afirma que em relação a recalques de fundação, as

capacidades de carga e a deformabilidade dos solos não são permanentes, sendo

função do tipo e estado do solo, disposição do lençol freático, intensidade da carga,

tipo de fundação e interferência de fundações vizinhas.

Já para Rezende (2004) para determinar um recalque de fundação devem

ser analisados, o tipo e estado do solo, dimensões e o formato da placa carregada e

por último a influência das fundações vizinhas. Ressalta também que a fundação

possui influência no comportamento da estrutura, determinando assim se as paredes

da mesma sofrerão com trincas ou não.

Thomaz (1989) diz que a construção de um edifício dotado de um corpo

principal mais carregado e robusto ao lado de um corpo secundário, menos

carregado e menos robusto, invariavelmente conduz a recalques diferenciados entre

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38

as duas partes, originando fissuras verticais, inclinadas e desaprumo no corpo

menos carregado.

Medeiros (2004) ainda completa que estão nesse grupo, os casos onde a

construção de edifícios maiores e mais carregados junto a edifícios já existentes,

menores e menos carregados.

O efeito da vegetação pode ocorrer por interferência física das raízes ou

pela modificação no teor de umidade do solo, uma vez que as raízes extraem água

do solo para manter seu crescimento, modificando o teor de umidade se comparado

com o local onde as raízes não estão presentes (MILITITSKY, CONSOLI e

SCHNAID, 2008)

Zonas onde há presença de rochas compostas de carbonatos de cálcio e

magnésio podem apresentar problemas às fundações. Denominadas rochas

calcárias ou dolomíticas (também conhecidas como calcário), têm a característica de

serem solúveis em contato com águas levemente ácidas, produzindo grandes

porosidades e cavidades no interior do solo (MILITITSKY, CONSOLI e SCHNAID,

2008).

2.3.4 Fissuras, Trincas e Rachaduras.

As fissuras podem ser consideradas como a manifestação patológica

característica das estruturas de concreto, sendo mesmo o dano de ocorrência mais

comum e aquele que, a par das deformações muito acentuadas, mais chama

atenção dos leigos, proprietários e usuários aí incluídos, para o fato de que algo de

anormal está a acontecer (SOUZA e RIPPER, 1998).

Segundo Olivari (2003) ao analisar uma patologia de fissuração, deve-se

primeiramente identificar a sua classificação e também verificar se o processo

patológico já estabilizou ou se as causas ainda atuam sobre as peças. Essa

classificação é dada de acordo com sua espessura, segundo a Figura 06.

Conforme Figura 05 é possível visualizar intensidade dos danos de diversas

edificações.

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Figura 05: Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios.

Fonte: (THORNURN e HUTCHINSON, 1985) citado por (VELLOSO e LOPES, 2011)

Figura 06: Manifestações patológicas e suas determinações.

Fonte: adaptado de OLIVARI, 2003.

Conforme a Figura 07 segue exemplos de fissuras, trincas e rachaduras.

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Figura 07: Exemplo de fissuras, trincas e rachaduras.

Fonte: Estudo das Falhas dos Edifícios, 2009.

2.3.4.1 Classificação das fissuras quanto à atividade

As fissuras podem ser classificadas também quanto a sua atividade e de

acordo com Duarte (1998, apud, Magalhães, 2004) podem ser:

Ativas: São fissuras que sofrem variação na abertura em determinado

período de tempo. Essas variações podem ser cíclicas em caso de

fissuração por variação térmica, onde a abertura poderá aumentar e

diminuir de acordo com a temperatura. E podem ser crescente para

caso de fissuras por recalques, onde a tendência da abertura é

aumentar com o tempo.

Inativas: São fissuras que não sofrem alterações na abertura ou

comprimento ao longo do tempo. Um exemplo de fissuras inativas são

as causadas por sobrecarga

2.3.4.2 Classificação das fissuras quanto à forma

Quanto à forma Duarte (1998, apud, Magalhães, 2004) classifica as fissuras

como isoladas ou disseminadas. As fissuras isoladas possuem causas diversas

seguindo fiadas horizontais ou verticais, ou seja, seguem uma direção predominante

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seja acompanhando as juntas de argamassa ou rompendo os materiais que compõe

a alvenaria. Já as disseminadas apresentam forma de rede são geralmente

observadas em revestimento.

2.3.4.3 Classificação das fissuras quanto à direção

A classificação das fissuras quanto à direção é indicada em caso de vistoria

prévia, como forma de complementar o diagnóstico. Podem ser classificadas em

verticais, horizontais e diagonais (ELDRIDGE, 1982, apud, MAGALHÃES, 2004).

2.3.4.4 Classificação das fissuras quanto à causa

Esse critério de classificação é considerado o melhor, quando se pensa em

solução. Thomaz (1989) e Duarte (1998, apud, Magalhães, 2004) utilizam esse tipo

de classificação quanto ao fenômeno causador e subdivide da seguinte forma:

Fissuras causadas por atuação de sobrecargas;

Fissuras causadas por movimentações térmicas;

Fissuras causadas pela retração de produtos à base de cimento;

Fissuras causadas por deformabilidade excessiva de estruturas de

concreto armado;

Fissuras causadas por recalque de fundações;

Fissuras causadas por alterações químicas dos materiais de

construção.

As causas das fissuras são bastante diversificadas e podem ser divididas em

origem estrutural ou origem superficial. Geralmente mais preocupantes, são

ocasionadas por: (MIRANDA, 2009).

Deformação excessiva da estrutura;

Atuação de sobrecarga além das definidas em projeto;

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Recalques do sistema de fundação;

Movimentação de lajes e vigas de cobertura.

2.3.4.4.1 Fissuras provocadas pela atuação de sobrecarga

As fissuras que ocorrem em um elemento estrutural ou não por atuação de

sobrecarga são originarias de cargas verticais excessivas previstas ou não em

projeto, que atua comprimindo a alvenaria. Esse carregamento excessivo se dá por

falha de projeto seja por erro de cálculo ou na execução e até mesmo pelo

surgimento de solicitações de sobrecarga superior a prevista na peça (THOMAZ,

1989).

De acordo mesmo autor, as fissuras causadas por sobrecarga provem de

diversos fatores que intervêm também na resistência das alvenarias, são eles:

resistência mecânica dos componentes de alvenaria e argamassa de assentamento;

módulo de deformação longitudinal e transversal dos componentes; rugosidade

superficial e porosidade dos componentes de alvenaria; poder de aderência,

retenção de água, elasticidade e retração da argamassa; espessura, regularidade e

tipo de junta de assentamento e, finalmente, esbeltez da parede.

Ainda de acordo com o autor as alvenarias são compostas por elementos

que apresentam diferentes comportamentos e, por isso são introduzidas solicitações

locais de flexão e tensões de tração nos tijolos o que pode provocar o fissuramento

tipicamente vertical (Figura 08).

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Figura 08: Fissuras verticais na alvenaria causada por sobrecarga.

Fonte: Thomaz (1989).

Outro tipo característico de fissuramento que pode surgir pela atuação de

sobrecarga, são as fissuras horizontais (Figura 09), provenientes da ruptura por

compressão dos componentes de alvenaria, da argamassa de assentamento ou até

mesmo de solicitações de flexo compressão.

Figura 09: Fissuras horizontais na alvenaria.

Fonte: Thomaz (1989).

As fissuras por sobrecarga apresentam essa configuração típica nos casos

em que as cargas excessivas são distribuídas uniformemente, mas quando há

concentração de sobrecarga as fissuras apresentam-se na forma inclinada no ponto

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de aplicação. Neste caso dependendo da resistência mecânica da alvenaria poderá

ocasionar na ruptura dos componentes (THOMAZ, 1989).

Na Figura 10 pode-se observar uma ruptura localizada e a propagação de

fissuras no ponto de aplicação.

Figura 10: Fissuras provenientes da ruptura, causada pela atuação de sobrecargas localizadas.

Fonte: Thomaz (1989).

2.3.4.4.2 Fissuras provocadas por movimentação térmica

Os elementos que constituem uma edificação estão sujeitos a variações de

temperaturas sazonais e diárias, variações estas que repercutem nos materiais de

construção alterando suas dimensões. Os movimentos de contração e dilatação

desenvolvem-se nos materiais e por isso incitam tensões que poderão provocar o

aparecimento de fissuras (THOMAZ, 1989).

O mesmo autor afirma que as fissuras podem também aparecer por

movimentações diferenciadas, ou seja, elementos ou componentes que possuem

propriedades térmicas distintas.

Conforme Thomaz (1989) as formas mais frequentes que ocasionam

movimentações diferenciadas são:

Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica;

Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais;

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Gradiente de temperaturas ao longo de um mesmo componente

As movimentações térmicas de um material estão relacionadas entre as

propriedades físicas e a intensidade da variação da temperatura. A magnitude das

tensões desenvolvidas compreende da intensidade da movimentação do grau de

restrição imposto pelos vínculos e das propriedades elásticas do material

O autor citado anteriormente afirma que as fissuras causadas por

movimentações térmicas possuem diferentes configurações típicas, são elas:

Fissuras horizontais;

Fissuras inclinadas;

Fissuras tipicamente vertical;

Ainda de acordo com o autor, as fissuras horizontais que ocorrem próximo

ao topo da parede são causadas devido às mudanças térmicas naturais a que as

lajes de coberturas estão expostas. Essa configuração típica é provocada por

movimentações variadas entre elementos horizontais e verticais, que refletem em

sua maioria nos elementos verticais como pode ser observado na Figura 11.

Figura 11: Parede com fissura inclinada resultante da dilatação térmica da laje de cobertura

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

As movimentações térmicas estruturais ocorrem devido à insolação direta

nas faces expostas das peças, nas quais as regiões mais solicitadas são os

encontros entre vigas. As fissuras se apresentam ligeiramente inclinadas e ocorrem

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principalmente quando a estrutura não apresenta junta de dilatação, mas são raras

às vezes em que esse tipo de fissura causa dano a estrutura (THOMAZ, 1989).

A Figura 12 ilustra a fissuração nas extremidades dos pilares com

características ligeiramente inclinadas causada pela dilatação térmica

Figura 12: Pilar fissurado devido à movimentação térmica das vigas

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

O autor aponta as fissuras que apresentam configuração tipicamente

vertical, estas ocasionadas por movimentações térmicas em muros, podem

acompanhar as juntas de assentamento quando a resistência a tração dos

componentes é superior a tração da junta de argamassa como se verifica na Figura

10 ou podem se estender através dos componentes de alvenaria quando a

resistência a tração dos componentes é igual ou superior a resistência da

argamassa como ilustrado nas Figuras 13 e 14 (THOMAZ, 1989).

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Figura 13: Fissura vertical acompanhando as juntas de argamassa vigas

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Figura 14: Fissura vertical através dos componentes de alvenaria

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

2.3.4.4.3 Fissuras provocadas por movimentação higroscópicas

De acordo com Thomaz (1989), os materiais porosos que compõe um

elemento estrutural constantemente sofrem variações em seu dimensionamento

quando expostos a mudanças higroscópicas. Essa variação está ligada diretamente

ao teor de umidade, ou seja, quando este aumenta o material sofre expansão, ou

quando acontece o inverso, o teor de umidade diminui e o material se contrairá.

Essa movimentação dará origem às fissuras.

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Ainda de acordo com o autor, os componentes de uma construção estão

sujeitos a umidade por diversas vias, são elas: umidade resultante da produção dos

componentes; umidade proveniente da execução da obra; umidade do ar ou

proveniente de fenômenos meteorológico ou do solo.

As configurações típicas das fissuras provocadas por movimentações

higroscópicas e por movimentação térmica são bastante semelhantes, mas o que as

diferem são as propriedades higrotérmicas dos materiais e as amplitudes de

variação da temperatura ou da umidade, que iram variar de material para material

(THOMAZ, 1989).

O autor afirma que as movimentações higroscópicas podem ser observadas

pela manifestação de fissuras provocadas pela expansão de tijolos cerâmicos, como

se pode observar na Figura 15, o fissuramento vertical da alvenaria devido a

expansão dos tijolos por absorção de umidade.

Figura 15: Fissura causada por movimentações higroscópicas devido à expansão dos tijolos.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989)

Geralmente em paredes muito longas construídas com tijolos de solo-

cimento surge um tipo característico de fissuras verticais no terço médio da parede

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(Figura 16). Esse fato pode ocorrer pela contração de secagem do material ou por

movimentações reversíveis às variações de umidade (THOMAZ, 1989).

Figura 16: Fissura vertical no terço médio da parede, causada por movimentações higroscópicas de tijolos de solo-cimento.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Thomaz (1989) relata estudo realizado com blocos de solo-cimento e

constata o aparecimento de microfissuras em parede de blocos de uma obra que

tinha mais de três meses de idade o que descarta as contrações de secagem como

origem das microfissuras, pois as mesmas só surgiram após a ocorrência de chuvas,

portanto concluiu-se que as fissuras foram ocasionadas pela brusca variação da

umidade nos blocos provocando movimentações reversíveis.

O autor afirma que as fissuras causadas por higroscopicidade também pode

surgir pelo contato direto entre os componentes de alvenaria e o solo no qual a

impermeabilização do alicerce foi mal executada, neste caso a alvenaria absorve a

umidade do solo provocando movimentações diferenciadas em relação às fiadas

mais afastadas do solo que estão sujeita a insolação direta e consequentemente a

perda de água por evaporação, dando origem a fissura tipicamente horizontal na

base da alvenaria como pode ser observado na Figura 17

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Figura 17: Fissura horizontal na base da alvenaria, devido a umidade do solo.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Outro tipo de fissura horizontal causado por higroscopicidade ocorrem no

topo de muros, peitoris e platibandas. Essa manifestação patológica acontece pela

deficiência na proteção da alvenaria, cuja argamassa do topo absorve todo tipo de

umidade (seja da água da chuva ou do orvalho) o que ocasiona movimentações

diferenciadas em relação ao corpo do muro (THOMAZ, 1989).

Pode-se observar na Figura 18 o destacamento da argamassa no topo do

muro, causado pela absorção de umidade.

Figura 18: Destacamento horizontal no topo do muro

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

2.3.4.4.4 Fissuras provocadas por deformabilidade

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As estruturas de concreto armado deformam-se naturalmente sob ação do

peso próprio e ação das cargas permanentes, acidentais, ou quando sofrem

retrações. Ocorrem também até mesmo através da deformação lenta do concreto,

no entanto essas deformações podem acontecer sem que aja o comprometimento

da estética, estabilidade e resistência da edificação, pois há um limite de flexão

calculável pelos projetistas que as vigas e lajes admitem (THOMAZ, 1989).

Thomaz (1989) afirma que apesar de não existir registro de graves

problemas provenientes de deformações causadas por solicitações de compressão,

cisalhamento ou torção, as flechas mesmo que admissíveis, causam constante

transtorno aos edifícios pela incompatibilidade com a capacidade de deformação das

paredes de alvenaria.

De acordo com o autor as alvenarias, dentre os elementos que compõem

uma edificação, são os mais suscetíveis as flechas de vigas e lajes. As de vedação

que não possuem abertura de janelas e portas apresentam três configurações

típicas de acordo com a deformação dos apoios:

O componente de apoio deforma-se mais do que o componente

superior;

O componente de apoio deforma-se menos que o componente

superior e o componente de apoio possui deformação aproximada a

do componente superior;

O primeiro caso dá origem a fissuras inclinadas nos cantos

superiores da alvenaria que ocorre pela má distribuição de cargas.

Nos casos em que o comprimento da alvenaria é maior que sua altura

surgem fissuras horizontais que se desviam em direção aos cantos inferiores, como

pode ser verificado na Figura 19.

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Figura 19: Fissuras provocadas pela deformação do suporte que se apresenta maiores que a deformação da viga superior.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

No segundo caso em que o componente de apoio deforma-se menos que o

componente superior, a alvenaria comporta-se como a viga apresentando fissuras

ramificadas presente nas bordas tracionadas, observa-se na Figura 20 (THOMAZ,

1989).

Figura 20: Fissuras decorrentes de deformação da viga que neste casso é superior a deformação do suporte.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Por fim os componentes de apoio que possui deformação aproximada ao

componente superior, este apresenta fissuras inclinadas nos vértices inferiores

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proveniente das tensões de cisalhamento, como ilustrado na Figura 21 (THOMAZ,

1989).

Figura 21: Fissuras em parede de vedação, devido à deformação do suporte, ser idêntica à deformação da viga

superior.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

2.3.4.4.5 Fissuras provocadas por recalque de fundação

Segundo Thomaz (1989) todos os solos deformam-se, seja em pequena ou

grande escala, o aparecimento de fissura se dá pelas deformações diferenciadas

que provocam tensões de grande intensidade, e por se apresentarem de forma

inclinada podem ser confundida com as fissuras provocadas deflexão de

componentes estruturais, mas o que as diferem é o tamanho das aberturas que são

muito maiores em casos de recalques diferenciados.

Conforme o mesmo autor o carregamento desbalanceado gera recalque

diferenciado provocando fissuras conforme mostra a Figura 22.

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Figura 22: Fundação contínua solicitada por carregamento desbalanceado.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Para casos de carregamento uniforme existem diferentes fatores que

provocam fissuras provenientes de recalques diferenciados, tais como os casos

ilustrados nas Figuras 23,24,25,26 e 27(THOMAZ, 1989). .

Figura 23: Recalque diferenciado, por consolidações distintas do aterro carregado.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

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Figura 24: Fissuras de cisalhamento na alvenaria proveniente de fundações assentadas sobre seções de corte e aterro.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Figura 25: Recalque diferenciado no edifício menor pela interferência no seu bulbo de tensões em função da construção

do edifício maior.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Figura 26: Recalque diferenciado, por falta de homogeneidade do solo.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

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Figura 27: Recalque diferenciado, por rebaixamento do lençol freático.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

A diferença nos sistemas de fundação de uma mesma obra conduz

recalques diferenciados entre as duas partes, originando fissuras verticais entre

elas. Na Figura 28 verifica-se fissura de cisalhamento no corpo da obra (THOMAZ,

1989).

Figura 28: Fissura vertical provocado pelo recalque diferenciado ocasionado pela diferença no sistema de

fundação.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Segundo o mesmo autor outros fatores que podem conduzir aos recalques

diferenciados são as variações de umidade do solo provenientes das alterações

volumétricas e variações no seu módulo de deformação verificando-se na Figura 29.

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Figura 29: Fissura provocada pela alteração volumétrica do solo, devido a perda de água.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Segundo o autor citado anteriormente o afundamento localizado do terreno,

se devem às falhas ocorrentes no subsolo e que geralmente se propagam

lentamente ao longo dos anos gerando fissuração generalizada nas edificações.

2.3.4.4.6 Fissuras provocadas pela retração de produtos à base de cimento

De acordo com Thomaz (1989) a quantidade necessária de água necessária

para a hidratação correta do cimento varia de 22 a 32%, para que a reação química

entre a água e os compostos anidros presentes no cimento seja completa. Todavia

os concretos e argamassas são preparadas com excesso de água, o que não é

permitido, pois só vem a acentuar a retração.

O efeito mais nocivo da retração de lajes de concreto é a fissuração de

paredes solidárias a laje (THOMAZ, 1989).

Pode-se observar na Figura 30 que a parede externa possui fissuras

provocadas pela retração da laje de cobertura.

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Figura 30: Fissuras em paredes externas provenientes da retração da laje de cobertura.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

Thomaz (1989), retrata os problemas que podem se manifestar em função

da retração da parede ou de seus componentes na Figura 31.

Figura 31: Fissuras (A e B) causadas por retração, que tem origem nas movimentações térmicas.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

O autor afirma que a retração da argamassa de assentamento de alvenarias

é o problema mais significativo verificado nas fachadas, pois as fissuras presentes

permitem a penetração de água gerando uma série de patologias correlatas. Outro

fator que pode provocar fissuras é o recalque plástico do concreto. Esse tipo de

fissura surge logo abaixo das seções densamente armadas provocando o

abatimento da alvenaria recém-construída, e caso o encunhamento da parede cujo

componente estrutural superior tenha sido executado de maneira precoce, resultará

no destacamento entre a alvenaria e o componente superior, conforme se verifica na

Figura 32.

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59

Figura 32: Destacamento provocado pelo encunhamento precoce da alvenaria.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

2.3.4.4.7 Fissuras provocadas por alterações químicas dos materiais de

construção

As edificações que abrigam fábricas de laticínios, cerveja, álcool e açúcar,

celulose e produtos químicos, em geral, podem ter seus componentes seriamente

danificados por essas substâncias, mas as patologias nesses casos manifestam-se

na forma de lixiviação, e não na formação de fissuras, portanto essas deteriorações

não serão aqui tratadas (THOMAZ, 1989).

De acordo com o mesmo autor, os materiais de construção,

independentemente da presença de meios fortemente agressivos, como atmosfera

com alta concentração de poluentes e os ambientes industriais, anteriormente

citados, podem sofrer alterações químicas indesejáveis que resultam, dentre outras

coisas, na fissuração do componente.

Thomaz (1989) enfoca três tipos de alterações químicas que se manifestam

com frequência, tais como: hidratação retardada de cales; ataque de sulfatos;

corrosão de armadura.

2.3.4.4.7.1 Hidratação retardada de cales

Page 60: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

60

A hidratação retardada da cal se dá pela inadequação na dosagem de água

em componentes ou elementos a base de cales. A fissuração manifesta-se,

entretanto, nos revestimentos em argamassa devido à má hidratação da cal que em

contato com qualquer umidade hidratam-se alterando seu volume (THOMAZ, 1989).

O mesmo autor ressalta que esse processo de expansão ocorre somente

nos casos de cales má hidratada, pois as cales bem hidratada não apresentam

óxidos de cal e magnésio os quais são elementos químicos ávidos por água.

Thomaz (1989) ressalta que as fissuras decorrentes da hidratação retardada

de cales são semelhantes aquelas decorrentes das dilatações térmicas e

higroscópicas. Na Figura 33 observam-se fissuras horizontais ocasionada pela

expansão da argamassa de assentamento

Figura 33: – Fissuras horizontais no revestimento, provocadas pela expansão da argamassa de assentamento.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

2.3.4.4.7.2 Ataque por sulfatos

Os cimentos normalmente são constituídos de aluminato tricálcico, elemento

no qual reage com sulfatos geralmente encontrados no solo, na água contaminada

ou até mesmo nos componentes cerâmicos que apresentem elevados teores de sais

solúveis. A reação entre o aluminato tricálcico com o sulfato forma um composto

denominado sulfoaluminato, ocasionando grande expansão (THOMAZ, 1989).

Page 61: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

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O autor ressalta que esta reação ocorre somente na presença de três

elementos, cimento, água e sulfatos solúveis. Proveniente de inúmeras fontes os

sulfatos podem surgir dos solos, dos componentes cerâmicos que contém alto teor

de sais solúveis ou mesmo através da água contaminada.

No processo de expansão da argamassa de assentamento, ocorre uma

expansão geral da alvenaria e, nos casos em que essas alvenarias são revestidas,

as fissuras apresentam-se com aspectos característicos tais como aberturas mais

pronunciadas, acompanhamento da junta de assentamento vertical e horizontal e na

maioria dos casos apresentam eflorescência (THOMAZ, 1989).

Esse tipo de fissuração assemelha-se ao de retração de argamassa de

revestimento como pode ser observado na Figura 34

Figura 34: – Fissuração em argamassa de revestimento proveniente do ataque por sulfatos.

Fonte: Adaptado de Thomaz (1989).

2.3.4.4.7.3 Corrosão de armaduras

Thomaz (1989) afirma que normalmente as armaduras das peças de

concreto são colocadas próximas a superfície e há muitos casos em que essas

armaduras são coberta inadequadamente, deixando-a exposta e suscetível a ação

da água e do ar, resultando na corrosão da armadura. Tal processo ocorre em

ambientes úmidos que contém elementos agressivos, com isso desencadeia então

um processo eletroquímico.

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O autor ressalta que os íons agressivos estando bem homogeneizado, não

representam perigo à estrutura. O mesmo enfatiza ainda que uma pequena

quantidade de cloreto concentrado em um determinado lugar é mais prejudicial do

que, grandes teores uniformemente distribuídos.

Page 63: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

63

3. METODOLOGIA

Um problema patológico é tratado como um aviso ou uma determinação em

que o edifício em questão não apresenta desempenho previsto em algum limitado

tempo de sua vida útil.

Segundo o artigo 27 do código do consumidor, prescreve em 5 (cinco) anos

a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço

prevista na Seção II do mesmo Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir

do conhecimento do dano e de sua autoria.

Se tratando de edificações com uma existência maior que dez anos,

judicialmente não tem direito a reparos por parte das construtoras.

As manifestações analisadas foram observadas de maneira geral, sendo

interpretadas a partir de um processo qualitativo e descritivo. Fundada em

observações e fatos, a partir de visitas em construções, correlacionando com a

teoria, e criando um padrão de interpretação para posterior determinação de suas

reais causas.

Obtendo resultados in loco com base na visualização, foram descritos e

elaboradas possibilidades de cura e prevenção.

Divididas em casos, iniciou-se uma vistoria no local com base em

reclamações do usuário, abordado um histórico breve do edifício, deu-se início à

investigação das causas, foram capturadas imagens para melhor entendimento, e

junto pesquisas anexadas a este material de estudo.

Contudo executou-se um levantamento em relação às patologias mais

frequentes encontradas em edificações com mais de dez anos de existência. Se

tratando de construções antigas, mantiveram-se em questão as doenças mais

iminentes de cada residência.

Foi tomada como base a linha de pensamento de Lichtenstein (1986) para o

início de cada estudo:

Levantamento de subsídios

o Manifestação do problema, a queixa do usuário e a inspeção periódica;

o Vistoria do local, a utilização de instrumentos e organização dos resultados;

o Determinação da existência e da gravidade do problema patológico;

o Definição da extensão e do alcance do exame;

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64

o Caracterização dos materiais e da patologia;

o Registro de resultados

o A anamnese do caso, informações formalizadas e orais;

o Investigação com pessoas envolvidas na construção

o Analise de documentos formalizados;

Diagnóstico da situação, entendimento como requisito para intervenção

o Processo do diagnostico

o Causas coadjuvantes ou predisponentes;

o Causas eficientes ou operantes;

Definição da conduta a ser seguida

o Hipóteses de evolução futura e as alternativas de intervenção;

o Decisão do que fazer;

o Grau de incerteza sobre os efeitos;

o Relação custo e benefício;

o Disponibilidade de tecnologia para execução dos serviços.

3.1 ESTUDO DE CASOS

3.1.1 Caso 01 – Mofo

Em 1994 a construtora iniciou a obra, entregando-a no mesmo ano. Durante

os cinco primeiros anos não foram constatados erros. Com existência de 20 anos de

edificação o proprietário perdeu seus direitos em relação à construtora.

Iniciou-se a analise visual, levando em conta as possibilidades de

aparecimento do determinado mofo.

A primeira constatação foi referente ao cheiro no local, que não possuía uma

corrente de ventilação boa, nem presença de irradiação solar. Conforme as Figuras

35 e 36, o teto estava com presença de uma camada acinzentada e pontos pretos

de difícil remoção, dando impressão que o bolor já havia se transformado em mofo,

distribuída em diversos pontos da laje. Foi constatado ainda, presença de infiltrações

nas paredes (Figura 37), e umidade por todo o cômodo.

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65

Figura 35: Presença de mofo na laje do cômodo.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

Figura 36: Presença de mofo e goteira na laje do cômodo.

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66

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

Figura 37: Presença de umidade e manchas na parede do cômodo.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.1.1 Causa

O primeiro passo, para a correção de uma patologia é a determinação de

sua causa. Neste caso foi necessária uma conversa com o dono do imóvel para

maiores esclarecimentos de fatos anteriores a visita.

Observado as redes pluviais e não constatado erros, foi necessário a análise

da cobertura de telhas de barro, a fim de averiguar o ângulo de queda da água, os

encaixes e a presença de alguma peça danificada.

Segundo dados obtidos através do proprietário, há alguns meses a

ocorrência de uma chuva com ventos significativos, poderia ter afetado o telhado.

Notado a cobertura e verificado que algumas telhas estavam com pequenas

desproporções em relação a outras, foi definido como o problema inicial da grande

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67

quantidade de umidade. A inserção de água através das telhas mal dispostas, a

estagnação da água na laje acima ao quarto, junto com o ambiente fechado, sem

ventilação adequada, criou um recinto propicio para manifestação desse tipo de

fungo.

3.1.1.2 Perigos

Segundo o site EHOW Brasil, O mofo ou bolor podem causar reações

alérgicas, desenvolvidas por respirar os esporos dos microorganismos, causando

corrimento nasal, espirros, olhos irritados ou lacrimejantes e congestão nasal,

variando do nível de sensibilidade de cada pessoa. Ataques de asma podem ser

desencadeados após a exposição aos fungos, podendo apresentar até reações

fatais, incluindo reações como tosse seca, chiado , aperto no peito, falta de ar e

incapacidade de respirar.

Alguns tipos de infecções podem ocorrer nos pulmões. Quando o mofo está

vivo pode entrar nos tecidos pulmonares ou trado respiratório e crescer dentro do

corpo, aumentando o risco de infecção para indivíduos com sistema imunológico

reprimido ou enfraquecido.

Os efeitos tóxicos podem ser reais dependendo da quantidade de mofo

inalado. Hemorragia no nariz e pulmonar, vômitos e problemas neurológicos são

alguns dos sintomas do envenenamento.

3.1.1.3 Reparo

A primeira providência a ser tomada, deve ser a correção das telhas de

barro, desalinhadas, evitando a passagem para a água pluvial adentrar e ficar retida

na laje.

Com auxílio de uma lâmpada que produza calor, ou outra fonte que tenha o

mesmo resultado, deve-se criar incidência na laje, para total secagem da mesma.

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Por seguinte deve-se iniciar o trabalho com o bolor e o mofo. A limpeza da

superfície pode ser feita com uma escova dura, aplicando uma solução de 80g de

fosfato trissódico, 30g de detergente, 90 ml de hipoclorito de sódio e 2700 ml de

água, até atingir a remoção completa das manchas. Existe também a venda

produtos próprios para a remoção desse tipo de fungo. A superfície deve ser limpa e

seca, com água e pano não utilizados ainda.

Após secagem total da superfície, deve-se aplicar um novo revestimento,

com uma tinta resistente ao aparecimento de bolor, com fungicidas. Lembrando que

tintas à base de solvente, as semibrilhantes ou foscas apresentam maior propensão

à proliferação de mofo e bolor, devido a maior facilidade de ancoragem de sujeiras e

microorganismos. E nas tintas à base de água as foscas tem maior predisposição.

3.1.1.4 Prevenção

Se tratando de um dano causado pelo uso da edificação, a sua prevenção

poderia ser adiantada com manutenções e atenção aos sinais que a residência

apresentava durante sua existência. O telhado deveria ter sido consertado logo após

a detecção do dano causado pela chuva.

Apesar das manifestações patológicas estarem ligadas a má conservação

da construção, o projeto desenvolvido não foi atento a incidência do sol no cômodo,

nem a uma boa ventilação, o que poderia ter diminuído de forma significante o grau

em que os fungos se encontravam. Um bom planejamento e disposição de cômodos

pode garantir uma longa vida útil da edificação.

3.1.2 Caso 02 – Condensação através de parede externa

O segundo caso analisado foi uma residência construída há 18 anos,

também sem reclamações nos primeiros cinco anos.

A queixa do cliente em questão é em relação ao descolamento do

revestimento interno da sala da residência. A patologia se manifestou a cerca de

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uma semana e está em um grau pequeno de abrangência. Conforme figuras 38 e

39.

Figura 38: Descolamento do revestimento.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

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70

Figura 39: Descolamento do revestimento em linhas horizontais.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.2.1 Causa

A determinação da causa se fez através de uma análise visual, e perceptiva.

Avaliando que apenas uma parede do cômodo estava danificada, e que o dano se

encontrava no meio da parede, foram descartadas hipóteses de capilaridade e

infiltração por chuva. As marcas circulares se abrangiam no sentido horizontal como

se existisse uma linha de água.

Ao observar o lado exterior da parede, constatou-se um revestimento

realizado com pedras porosas (Figura 40) além da presença de vegetação, capaz de

reter água que irá atravessar a parede. As mesmas só receberam o tratamento

impermeabilizante quando a casa foi entregue, sendo assim não possuíam nenhum

tipo de proteção contra a permeabilidade da água em seus poros.

A parede interna por sua vez, atingida pela água presente nas pedras,

manifestou os primeiros sintomas da infiltração por condensação.

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Figura 40: Revestimento externo de pedra porosa com vegetação.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.2.2 Reparos

Sabendo a origem do problema, deve-se evitar a continua condensação

através das rochas.

O Item 4.3.1 da norma da ABNT, NBR 11702 (Tintas para Edificações não

Industriais) de 1992, versão corrigida 2011 determina acabamentos com produtos

especiais para repelir e impermeabilizar pedras porosas. Conforme Figuras 41 e 42.

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Figura 41: NBR 11702.

Fonte: ABNT (1992).

Figura 42: Características e usos de soluções para pedras porosas.

Fonte: ABNT (1992).

Deve-se realizar uma raspagem, utilizando espátula, no local, eliminando as

partes soltas da pintura. A superfície deve ser lavada e escovada, a secagem total

deve ser aguardada. Orienta-se a aplicação de um fundo preparador respeitando

sempre a prescrição do fabricante, realizar a impermeabilização da parede interna

com tinta apropriada para locais úmidos., pode-se pintar a área ou aplicar

revestimentos no local, deixando um bom acabamento.

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73

3.1.2.3 Prevenção

Segundo dados de fabricantes as rochas porosas são individuais, não

possuindo as mesmas características uma das outras, o que pode ser defeito ou

virtude. Algumas não absorvem o selante para impermeabilização, da mesma

maneira que repelem a água também.

Os dados mais recentes indicam a aplicação do produto a cada seis meses

para maior segurança e conforto do usuário. Deixando clara a possibilidade da não

necessidade de selar todas as pedras existentes no revestimento.

3.1.3 Caso 03 – Deterioração do piso

A edificação analisada possui 16 anos, já nos primeiros meses foram

realizadas reclamações sobre a entrega da construção referentes ao assoalho. O

mesmo possuía manchas e estava aplicado de forma incorreta. Várias frestas foram

observadas, e o cliente por não querer sair da residência para execução da reforma

e não aceitar um maior prazo de entrega, foi indenizado pela construtora na época.

O revestimento do piso começou a originar problemas de estufamentos

(Figura 43 e 44) há alguns meses. Não dada à devida atenção aos sinais, suas

manifestações patológicas ascenderam de forma rápida, ficando em condições

depraváveis (Figura 45).

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Figura 43: Estufamento do assoalho.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

Figura 44: Estufamento do assoalho.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

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Figura 45: Deterioração por umidade.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.3.1 Possíveis Causas

A análise neste caso envolveu a opinião do proprietário, que relatou o uso

inadequado para limpeza do piso. Segundo suas explicações, a residência era limpa

com auxílio de mangueira na parte interna, utilizando água em abundância sobre o

assoalho. Na maioria das vezes poças ficaram retidas em cantos com maior

declínio, e as peças só eram totalmente secas, após alguns dias, com auxílio das

propriedades atmosféricas.

Notando grandes frestas entre os encaixes do revestimento, percebe-se que

com facilidade a água escorreu para o contra piso, dificultando a secagem ideal do

material.

Ainda observou-se manifestações patológicas na parede próxima ao chão,

que se deve a capilaridade.

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3.1.3.2 Possíveis Reparos

Apenas de tratando do piso em alguns pontos da residência, o revestimento

está praticamente inutilizável, é necessária a troca do mesmo. O trabalho deve ser

feito com maestria para não estragar as tabuas que ainda são uteis, além de evitar

danos às vigas que estão sob o assoalho para a fixação do mesmo.

Nos casos dos estufamentos, apenas reencaixar e parafusar as tabuas nos

devidos lugares deve solucionar o problema. Lembrando que se as mesmas

precisarem podem passar por um tratamento de impermeabilização, e secagem total

antes da reutilização.

3.1.3.3 Prevenção

Se tratando de um material caro para revestimento, é essencial que seja

feito uma averiguação de todo o piso antes de utiliza-lo. Ter o cuidado para que a

secagem seja natural, o que evitará rachaduras e defeitos mecânicos. No caso

acima o proprietário já notou defeitos de fabricação e montagem na entrega,

devendo estes ser corrigidos imediatamente e não adiar o problema.

A madeira é um material que deve ser impermeabilizado, para uma vida

mais durável. A limpeza incorreta deste tipo de material não pode ocorrer, se

tratando de danos que possivelmente não podem ser reaproveitados, apenas

corrigidos com substituição. Além dos cuidados iniciais do material na entrega da

edificação, deve-se ficar atento aos sinais que o mesmo expõe ao longo de sua

utilização.

A norma da ABNT, NBR 15799 (Pisos de madeira com e sem acabamento)

de 2010, versão corrigida 2013, cita as classes de qualidade e níveis de tolerância

de defeitos que devem ser analisados para determinação do padrão de qualidade do

piso do tipo assoalho.

O óleo creosoto confere a madeira maior estabilidade e melhor

comportamento durante o tempo, repele a umidade evitando habitat para fungos e

bactérias, além de impedir a dilatação e retração, evita surgimento de rachaduras e

fendas.

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3.1.4 Caso 04 – Fenômeno capilar

A edificação entregue em 2003 apresentou manifestações patológicas vistas

já no segundo ano de existência. Foram tomadas diversas medidas para correção

dos problemas, principalmente em relação à umidade, e mesmo com mais de dez

anos não foi possível a eliminação total das patologias

As paredes internas e externas possuíam perda do revestimento por toda

base, próximo a viga baldrame, em oito dos dez cômodos da residência. Conforme

Figura 46 e 47.

Figura 46: Fenômeno capilar.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

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Figura 47: Fenômeno capilar.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.4.1 Possível Causa

Após observar o local em que se manifestaram as patologias, foi possível

identificar que a causa seria a capilaridade aliada ao emprego de argamassa de

revestimento com alto fator de água cimento, o que propiciou a elevada formação de

índices de vazios, onde a água existente no solo se infiltra pelas fundações nas

paredes.

Sabendo sobre o histórico da construção e que o reparo das paredes foi

realizado várias vezes sem considerar a percolação da água, e que com o passar de

meses a patologia retorna, além de considerar que as vigas baldrames e as

primeiras fiadas de tijolos não foram impermeabilizadas corretamente, o reparo que

foi executado estava utilizando produtos incapazes de conter a umidade, deixando

sempre a oportunidade da umidade se manifestar patologicamente novamente.

Page 79: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

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3.1.4.2 Reparo

Nesse caso faz se necessária a drenagem do solo, com tubos próprios, e o

trabalho de tratamento da infiltração com bloqueador de umidade.

É preciso retirar toda a película de material que estiver comprometida,

realizar furos com uma altura aproximada de 20mm, adentrando o bloco cerâmico

em pelo menos 5 cm, implantar o material repelente de água em cada orifício, pode-

se usar silicato, formado por cristais que entopem toda a estrutura, causando efeito

de isolamento permanente da água.

As paredes que sofreram com a atuação a umidade serão lixadas, e

rebocadas com material próprio para repelir a água.

Sabendo que o problema é proveniente da falta de impermeabilização da

viga baldrame, e descartando as possibilidades de destruição no piso para a

selagem da mesma, a ideia principal é o tratamento do revestimento novo da

parede, evitar grafiatos e texturas na parte externa, e de preferência utilizar uma

tinta látex, caso a água ascenda, ela seja direcionada para o exterior em que ocorre

maior incidência de sol e vento. Diminuindo as chances de emboloramento, e

desagregação da tinta ou reboco.

3.1.4.3 Possível Prevenção

Segundo o Item 5.3 da norma da ABNT, NBR 9575 (Figura 18)

(Impermeabilização – Seleção e Projeto) de 2003, versão corrigida 2010, os tipos de

impermeabilização que devem ser empregados nas partes construtivas sob ação da

umidade do solo, são os seguintes:

a) Rígido:

Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;

Argamassa modificada com polímero;

Argamassa polimérica;

Cimento modificado com polímero;

Membrana epoxídica.

b) Flexível:

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Membrana de polímero modificado com cimento;

Membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;

Membrana de asfalto modificado com adição de polímero

elastomérico;

Membrana de poliuretano;

Membrana de poliuretano modificado com asfalto;

Membrana de emulsão asfáltica;

Membrana elastomérica de poliisobutileno-isopreno (I.I.R), em

solução;

Membrana de asfalto elastomérico em solução;

Membrana poliuréia;

Manta asfáltica;

Manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.);

Manta elastomérica de poliisobutileno-isopreno (I.I.R);

Manta de policloreto de vinila (P.V.C.);

Manta de polietileno de alta densidade (P.E.A.D).

O Item 6.2.1 da norma da ABNT, NBR 9575 (Figura 48) (Impermeabilização

– Seleção e Projeto) de 2003, versão corrigida 2010, cita as características gerais

(Figura 49) para que sejam atendidas as condições mínimas de proteção da

construção contra a passagem de fluidos, bem como a salubridade segurança e

conforto ao usuário.

Figura 48: NBR 9575.

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Fonte: ABNT (2003).

Figura 49: Características gerais

Fonte: ABNT (1992).

A impermeabilização correta da viga baldrame para evitar a percolação da

água, deve ser efetuada com argamassas poliméricas, membranas de polímeros,

cristalizantes, mantas, soluções e emulsões asfálticas. Alem da viga as três

primeiras fiadas de tijolos devem ser seladas para garantir a total proteção da

parede.

Os maiores erros na prevenção ocorrem pela falha na preparação da

superfície, escolha de sistema erroneamente, erro ao seguir as instruções corretas

do fabricante para a preparação do produto, e a não aplicação de camadas

suficientes, tratando a emulsão como uma tinta e não efetuando uma camada de

proteção suficiente.

3.1.5 Caso 04 – Fissuras.

A residência analisada possui mais de 30 anos, o morador atual reside nela

há 21 anos. Não contendo muitos relatos acerca da construção da casa e

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analisando o período em que foi construída, se tratando de uma cidade em pleno

desenvolvimento, chegou-se à conclusão de que foi executada sem muita

precaução. Iniciou-se a analise visual, foi encontrado em alguns pontos da

residência fissuras de diversos padrões e tamanhos as quais estão relatadas abaixo

A primeira constatação se deu na porta de entrada principal da residência,

claramente se tratando de uma fissura contendo menos de 0,5 milímetros, um dano

de intensidade leve conforme as Figuras 50 e 51.

Figura 50: Fissura 01.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

Figura 51: Fissura 01.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

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3.1.5.1 Possível Causa

Analisada a posição da fissura que se fez em diagonal com sentido para

cima, pode-se claramente identificar que se trata de uma patologia causada pela

sobrecarga da estrutura.

Tratando-se de concentrações de tensões nos cantos da abertura. Muito

provável a falta ou a utilização de maneira deficiente da verga quando executada a

porta.

Considerando que a residência não foi construída a base de um projeto, é

provável que o erro tenha ocorrido durante a execução, com pouca experiência e

mão de obra desqualificada.

Uma outra possibilidade é que a fissura se tenha originado devido a

movimentação higroscópica da alvenaria na zona que sofre a maior tensão na

parede.

3.1.5.2 Reparo

Neste caso, a fissura não prejudicou nenhuma outra instalação, não houve

desaprumo, não prejudicou as área de apoio da laje e tesouras.

Verificado os danos que podem causar, deve-se iniciar a reparação, sempre

após diagnostico por uma pessoa qualificada.

Uma das medidas a ser seguida seria a troca ou instalação de uma nova

verga, exigindo a quebra da alvenaria existente, acarretando um alto custo, outra

maneira de reparação é a utilização de telas. Deverá seguir uma simples

metodologia para o reparo:

Limpeza da região danificada, efetuada uma lavagem;

Efetuar uma abertura com seção V sobre a trinca;

Realizar novamente a limpeza do sulco, agora com aplicação de ar apenas;

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Preencher o sulco com produto elástico (selatrinca);

Adicionar novamente outra camada de selatrinca;

Estender uma tela de nylon ou poliéster com 20 cm de largura sobre o dano;

Aplicar Suviflex diluído em 10% de água;

Acabar com uma demãos de Selacril e pintura com látex acrilico.

A outra sugestão de reparo é empregar aço CA-60 no sentido perpendicular

às fissuras, e, realizar o procedimento chamado de “grampeamento da alvenaria”,

conforme ilustra a figura abaixo.

Figura 52: Fissura 01.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.5.3 Possível Prevenção

Para evitar o aparecimento de fissuras devido à sobrecarga, deve-se seguir

o Item 4.3 (Figura 53) da norma da ABNT, NBR 8545 (Figura 52) (Execução de

alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos) de 1984.

Figura 52: NBR 8545.

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Fonte: ABNT (1984).

Figura 53: Vergas e contravergas.

Fonte: ABNT (1984).

A segunda constatação foi referente a uma fissura (Figuras 54 e 55)

existente no piso cerâmico, a mesma tem um sentido reto e corta o ambiente da

residência no meio.

Se trata também de uma fissura pequena com cerca de 0,2 e 0,3 milímetros,

dependendo do local. Em alguns pontos existe um desgaste superficial maior da

cerâmica. Com intensidade de dano muito leve não ocasiona perigo para a estrutura,

trata-se de uma patologia de teor estético.

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Figura 54: Fissura 02.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

Figura 55: Fissura 03.

Fonte: Produção do próprio autor, 2015.

3.1.5.4 Possível Causa

Page 87: Trabalho de Conclusão de Curso II - Patologia Em Edificações No Municipio de Cafelândia - Pr - Karla Gabriela Santos Pierdoná Correções

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Ao analisar esta figura foi considerado que o espaço se trata de uma

varanda em que não há excesso de peso nem muita circulação de pessoas, logo,

resta excluída a hipótese de recalque, verificando que as paredes e o muro presente

no mesmo ambiente não possuíam nenhum sinal de patologia que representasse tal

modificação no terreno, adotou-se como causa a falha de assentamento ou de

realização do contrapiso.

PRECISO DA PLANTA DESSE LOCAL E DA PLANTA DO ENTORNO (VIZINHANÇA, MURO, ETC.) E, QUE VC BATA O NÍVEL NO LOCAL. Não se pode afirmar que não é recalque.

Mesmo considerando a possibilidade do excesso de umidade no mesmo, se

extingue essa causa, pois mesmo que ocasione a má aderência, nesse caso existiria

o descolamento da cerâmica ou trinca no rejunte, o que não se aplica nas figuras

acima.

Acrescentando que o contrapiso mal realizado pode enfraquecer a cerâmica

e causar rachaduras, foi tomada essa causa como verdade.

SE NÃO FOR RECALQUE É DILATAÇÃO TÉRMICA

3.1.5.5 Reparo

Neste caso, a fissura não prejudicou nenhuma outra instalação, não houve

desaprumo.

Verificado os danos que podem causar, deve-se iniciar a reparação, sempre

após diagnostico por uma pessoa qualificada.

O recomendado para este tipo de caso é a troca das cerâmicas afetadas,

seguindo uma metodologia simples:

Com auxilio de um raspador de rejunte, eliminar a massa que contorna as cerâmicas que serão trocadas, retirar o pó posteriormente;

Delimitar o centro da peça e com auxilio de talhadeira e marreta partir a cerâmica em cacos que se soltarão da base;

Remover as sobras de massa existentes;

Preparar uma argamassa e espalhar no verso da nova cerâmica, e no contrapiso, não exagerar para não causar desnivelamento;

Utilizar uma desempenadeira dentada para deixar a massa frisada;

Assentar e regular a altura com um martelo de borracha;

Aplicar o rejunte nas frestas com auxilio de uma espátula;

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Aguardar cerca de 14 dias para a utilização normal do ambiente.

3.1.5.6 Possível Prevenção

Para evitar o aparecimento de fissuras devido a má execução do contrapiso,

deve-se seguir o Item 5.5 (Figura 57) da norma da ABNT, NBR 13753 (Figura 56)

(Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de

argamassa colante - Procedimento) de 1996.

A norma da ABNT, NBR 15575-3 (Figura 58) (Edificações habitacionais —

Desempenho Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos) de 1996, ressalta no

Item 3.15 a função que o contrapiso deve oferecer conforme mostra a Figura 59.

Figura 56: NBR 13753.

Fonte: ABNT (1996).

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Figura 57: NBR 13753.

Fonte: ABNT (1996).

Figura 58: NBR 15575-3.

Fonte: ABNT (2013).

Figura 59: NBR 15575-3.

Fonte: ABNT (2013).

Ainda na norma da ABNT, NBR 13753 (Figura 56) (Revestimento de piso

interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante -

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90

Procedimento) de 1996, contem o Item 5.7 que discrimina sobre o assentamento de

cerâmicas conforme Figuras 60, 61 e 62.

Figura 60: NBR 13753.

Fonte: ABNT (1996).

Figura 61: NBR 13753.

Fonte: ABNT (1996).

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Figura 61: NBR 13753.

Fonte: ABNT (1996).

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4. RESULTADOS ESPERADOS

Com esta analise pretende-se identificar manifestações patológicas

existentes em residências que possuam mais de dez anos de execução, propor

quais as doenças mais frequentes neste tipo de moradia.

Além de especificar a causa de cada caso observado, espera-se também

indicar possibilidades de processos curativos e demonstrar como a prevenção pode

ser de extrema importância.

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5. CRONOGRAMA DA PESQUISA

A pesquisa será desenvolvida de acordo com o cronograma previsto na Tabela 1:

Tabela 1: Cronograma da Pesquisa

ATIVIDADEFEV/2015

MAR/2015

ABR/2015

MAI/2015

JUN/2015

JUL/2015

AGO/2015

SET/2015

OUT/2015

NOV/2015

DEZ/2015

Definição do tema X

Levantamento bibliográfico sobre o assunto X X X

Introdução, Objetivos, Delimitação da Pesquisa. X

Organização da Revisão Bibliográfica (50%) X

Entrega da Etapa I X

Elaboração da Metodologia X X

Resultados Esperados X

Organização do Cronograma X X

Organização das Referências X X X

Formatação do trabalho X

Finalização das Referências X

Entrega da Etapa II X X2º Semestre X

Coleta de dados/visita ao local. X X X X X XAnálise dos dados (se necessário) X X X X X X

Resultados e Discussões X X X XConclusão e ou/Considerações Finais X X X X X

Revisão Final do Trabalho X X X X XEntrega do TCC II (versão final) X X X X

Defesa em banca X X X

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6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFIAS

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