todos os sentires
DESCRIPTION
INVERNO Nestes dias frios, Gélidos, sombrios, Mascarados, Nublados, Sem ter o que vestir Visto-me de versos Para encobrir a solidão.TRANSCRIPT
OS SENTIRESTO
DO
S
São Paulo 2009
OS SENTIRESTO
DO
S
Elisabete Busanello
Copyright © 2009 by Editora Baraúna SE Ltda
Projeto Gráfico e DiagramaçãoAline Benitez
CapaRafa Capeletti
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________
B982t Busanello, Elisabete Todos os sentires / Elisabete Busanello. - São Paulo : Baraúna, 2009. ISBN 978-85-7923-060-8 1. Poesia brasileira. I.Título. 09-4221. CDD: 869.91 CDU: 821.134.3(81)-1
21.08.09 26.08.09 014621________________________________________________________________
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
Rua João Cachoeira, 632, cj.11CEP 04535-002 Itaim Bibi São Paulo SP
Tel.: 11 3167.4261
www.editorabarauna.com.br
“Mas onde se deve procurar a liberdade é nos sentimen-tos. Esses é que são a essência viva da alma.”
Goethe
7Todos os sentires
DURANTE A NOITE
É durante a noiteQue os atores representam sua arte;É na escuridão da noiteQue os poetas expõem suas poesias ao mundo,É durante a noiteQue eu canto meu canto,Que rola meu pranto,Por tudo,Por tantos.
(1990-1994)
8 Elisabete Busanello
À GRAFITE
Agora entendoO que meu velho PoetaMesmo não me dizendoQuis me dizer.Nada mais belo do que um Poema feito a lápis.
(1990-1994)
9Todos os sentires
LLLL
Nos seus olhosHá uma expressão tão forteDe angústiaQue tento compreenderMas não compreendo.
(1990-1994)
10 Elisabete Busanello
ALFA
Estou acenando para as nuvens.Elas estão indo emboraPorque a chuva acabou.
(1990-1994)
11Todos os sentires
MEU POETA, MINHA HOMENAGEM
São agora 12h55min.O que tu estás fazendo Mario Quintana?Lendo os teus poemasRegistrados nos livros do céu?Talvez voando pelas nuvensE admirando o azul do céu? Ou então Brincando de pegar um raio de sol com as crianças?
E os anjos Mario, são muitos?Lembrei que agora tu és um deles.Lembrei que tu não sabias voarE na primeira tentativa Deves ter caído de caraNuma nuvem gorda.Com teu jeito moleque e alegreDeves ter levantado, feito uma caretaE ter saído caminhando,Sacudindo o pó branco da nuvemQue ficou na tua alva veste.
Só tu mesmo,Meu poeta,
12 Elisabete Busanello
Até no céu fazendo as tuas,Incomensurável anjo das poesias.
Tu dizes:‒ Nada de asas.
(1990-1994)
13Todos os sentires
NUNCA CANTEI UM HINO GREGO
Nunca um raio de luz foi tão brilhante como agora.Nunca distribuí tantos sorrisos...Nunca fui tão feliz.
Nunca cantei um hino gregoNem senti um amor eterno,Despedacei o gelo da AntártidaE cobri a Terra de amores.
Este céu é 1/8 de purezaE o restanteSimplesmente incalculável.
(1990-1994)
14 Elisabete Busanello
OS POETAS
As obras da criação Foram divinizadasAo amanhecerE conheceram O esplendor da aurora.
Um poeta cantou aos homens,Descreveu a natureza,Dividiu as sílabas,Planejou a orquestra.
O outro,Foi Supremo,Criou o universo,Pintou o pôr do sol,Ensinou o vento a cantar,Nos rios colocou peixes,Deixou a terra transbordante de vida,Fervilhante de amor.
Os dois poetasConseguiram comunicar.
(09-02-1995)
15Todos os sentires
TIQUE-TAQUE
Há na terra uma Repetição,Tudo como o tique-taque de um relógio...
Um dia, uma noite,Um dia, uma noite,(tique-taque, tique-taque).
E nessa monotonia sepulcralO vazio não corre,O homem agarra o vazio(tique-taque, tique-taque)E tudo vai.
Eis que por fimSurgem as batidas finais,(tique-taque, tique-taque, tique-taque).
Começa o réquiem dos mortos,O caminhar das almasE o velho tique-taque, tique-taque.
(17-03-1995)