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08/09/2011 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” Departamento de Fitossanidade Alci Enimar Loeck Alci Enimar Loeck Alci Enimar Loeck Alci Enimar Loeck Prof. Titular do Prof. Titular do Prof. Titular do Prof. Titular do DFs DFs DFs DFs. . . . e-mail: mail: mail: mail: [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Cel. (53) 99112046 Cel. (53) 99112046 Cel. (53) 99112046 Cel. (53) 99112046 Tipos de Agricultura e Receituário Agronômico OS DIFERENTES TIPOS OS DIFERENTES TIPOS OS DIFERENTES TIPOS OS DIFERENTES TIPOS DE AGRICULTURA E DE AGRICULTURA E DE AGRICULTURA E DE AGRICULTURA E SUAS CONCEPÇÕES SUAS CONCEPÇÕES SUAS CONCEPÇÕES SUAS CONCEPÇÕES AGRICULTURA COVECIOAL • Descrita como o conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século XIX, conhecida como segunda revolução agrícola que teve como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos por Liebig. • O sistema expandiu-se após as grandes guerras, com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, associado ao emprego de agroquímicos e da maquinaria agrícola. • O agricultor é dependente por tecnologias/recursos/ capital do setor industrial, criando uma situação insustentável à longo prazo. AGRICULTURA NATURAL Mokiti Okada - Filósofo fundador da religião Sekai Kyn Seikyo 1935 - Japão. Defende uma agricultura auto-sustentável baseada nos princípios da reciclagem dos recursos naturais. Enfatiza o uso intensivo de compostos orgânicos, cobertura morta, adubação verde, microorganismos do solo e controle biológico. Propicia a manifestação da "força da natureza", ou seja, força inerente e natural do solo. A agricultura natural é um sistema de exploração agrícola que se fundamenta no emprego de tecnologias e alternativas que procuram tirar o máximo proveito da natureza, das ações edafo-climáticas envolvendo o uso do solo, de seres vivos, da energia solar, dos recursos hídricos, etc. Centro de Pesquisas de Agricultura Natural de MOA (Associação Mokiti Okada do Brasil) Mairinque - São Paulo AGRICULTURA BIOLÓGICA • Surgiu na França (década de 60), a partir dos trabalhos de Francis Dhaboussou e outros. • Destaca-se pelo controle biológico, do manejo integrado de pragas e doenças e pela Teoria da Trofobiose (efeito dos agrotóxicos na resistência das plantas). AGRICULTURA BIOLÓGICA Claude Aubert - França - Livro: L' Agriculture Biologique Contempla a transferência energética no sistema agrícola. Enfatiza a importância da rotação de culturas para o equilíbrio do solo. Estabelece um mínimo de trabalho do solo. Opõe-se ao uso dos agroquímicos. Livro de Claude Aubert, demonstra a irracionalidade dos métodos agrícolas propostos pela moderna ciência agronômica e da os princípios fundamentais da agricultura biológica.

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08/09/2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”

Departamento de Fitossanidade

Alci Enimar Loeck Alci Enimar Loeck Alci Enimar Loeck Alci Enimar Loeck

Prof. Titular do Prof. Titular do Prof. Titular do Prof. Titular do DFsDFsDFsDFs. . . .

eeee----mail: mail: mail: mail: [email protected]@[email protected]@ufpel.edu.br

Cel. (53) 99112046Cel. (53) 99112046Cel. (53) 99112046Cel. (53) 99112046

Tipos de Agricultura

e

Receituário Agronômico

OS DIFERENTES TIPOS OS DIFERENTES TIPOS OS DIFERENTES TIPOS OS DIFERENTES TIPOS

DE AGRICULTURA E DE AGRICULTURA E DE AGRICULTURA E DE AGRICULTURA E

SUAS CONCEPÇÕESSUAS CONCEPÇÕESSUAS CONCEPÇÕESSUAS CONCEPÇÕES

AGRICULTURA CO�VE�CIO�AL

• Descrita como o conjunto de técnicas produtivas quesurgiram em meados do século XIX, conhecidacomo segunda revolução agrícola que teve comosuporte o lançamento dos fertilizantes químicos porLiebig.

• O sistema expandiu-se após as grandes guerras, como emprego de sementes manipuladas geneticamentepara o aumento da produtividade, associado aoemprego de agroquímicos e da maquinaria agrícola.

• O agricultor é dependente por tecnologias/recursos/capital do setor industrial, criando uma situaçãoinsustentável à longo prazo.

AGRICULTURA NATURAL

Mokiti Okada - Filósofo fundador da religião Sekai Kyn Seikyo 1935 - Japão.

• Defende uma agricultura auto-sustentável baseada nos princípios da

reciclagem dos recursos naturais. • Enfatiza o uso intensivo de compostos orgânicos, cobertura morta,

adubação verde, microorganismos do solo e controle biológico. • Propicia a manifestação da "força da natureza", ou seja, força

inerente e natural do solo. • A agricultura natural é um sistema de exploração agrícola que se

fundamenta no emprego de tecnologias e alternativas que procuram tirar o máximo proveito da natureza, das ações edafo-climáticas envolvendo o uso do solo, de seres vivos, da energia solar, dos recursos hídricos, etc.

Centro de Pesquisas de Agricultura Natural de MOA

(Associação Mokiti Okada do Brasil) Mairinque - São Paulo

AGRICULTURA BIOLÓGICA

• Surgiu na França (década de 60), a partir dos

trabalhos de Francis Dhaboussou e outros.

• Destaca-se pelo controle biológico, do manejo

integrado de pragas e doenças e pela Teoria da

Trofobiose (efeito dos agrotóxicos na resistência das plantas).

AGRICULTURA BIOLÓGICA

Claude Aubert - França - Livro: L' Agriculture Biologique

� Contempla a transferência energética no sistema agrícola. � Enfatiza a importância da rotação de culturas para o equilíbrio do

solo. � Estabelece um mínimo de trabalho do solo. � Opõe-se ao uso dos agroquímicos. � Livro de Claude Aubert, demonstra a irracionalidade dos

métodos agrícolas propostos pela moderna ciência agronômica e da os princípios fundamentais da agricultura biológica.

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AGRICULTURA ECOLÓGICA

• Considera a propriedade agrícola um ser vivo, um sistemaecológico.

• Valoriza a interação entre seus componentes. Valoriza aforma, a dinâmica e a função das relações entre oscomponentes do sistema. Utiliza ao máximo os recursosnaturais.

• Uso intensivo do composto orgânico, adubação verde ecobertura morta.

• Reciclagem dos recursos naturais.

• Busca a reversão do solo desgastado

PERMACULTURA

Defendida por um grupo de agricultores e ecologistas da Austrália. O principal mentor é FUKUOKA em seu livro: The one straw revolution.

Princípios

1. Não arar, não revolver o solo, isso poderia causar sérios danos; 2. Não utilizar fertilizantes químicos ou compostos: deve-se deixar as

plantas e os animais (microorganismos) trabalhando livremente no solo;

3. Não gradear nem usar herbicidas, mas controlar as invasoras

através de métodos naturais ou cortes; 4. Não usar agrotóxicos, as pragas e as doenças possuem seus

controles naturais, deve-se permitir que eles operem e auxiliem-nos.

Base do método = graminea x leguminosa = mulching

PERMACULTURAPERMACULTURAPERMACULTURAPERMACULTURA

Pode ser definida como uma agricultura integrada com

o ambiente, que envolve plantas permanentes e semi-

permanentes, incluindo a atividade produtiva dos animais.

Ela se diferencia das demais atividades produtivas

porque no planejamento leva-se em conta os aspectos

paisagísticos e energéticos.

AGRICULTURA BIODINÂMICA

Teve como mentor Rudolf Steiner - 1923 - Alemanha. "A fazenda deve ser pensada como um organismo vivo, integrado

em si mesmo e em relação ao homem e ao cosmos".

� A biodinâmica considera as interações energéticas enfatizando

no processo agrícola as forças da natureza como a influência dos

astros sobre as plantas e destaca a importância do humos para a

manutenção do solo fértil

� "Em agricultura quem adoece é o solo e é no solo que devemos

procurar a causa das doenças".

� Preconiza a dinamização de seus preparados que são a base de

esterco e plantas.

Estância Demetria, Botucatu, SP - CP: 321-18.600.000.

AGRICULTURA HOLISTICA

Fundamenta-se na utilização de práticas, sejam elas técnicas ou científicas, tradicionais ou modernas, demonstradas ou postuladas no paradigma holístico • Tem uma visão holográfica dos fenômenos e componentes

do agro-ecossistema; • Valoriza as interações entre todos os componentes do

sistema, enfatizando a importância das forças da natureza deste as interações cósmicas, as influências edaficas e telúricas;

• Oportuniza o uso de agroquímicos e trabalhos mecânicos

do solo, desde que devidamente equacionados e como medida emergencial.

HOLONS, DESIGNA SISTEMAS QUE SÃO, SIMULTANEAMENTE, O

TODO E A PARTE. APRESENTAM DUAS TENDÊNCIAS OPOSTAS: UMA

INTEGRATIVA QUE FUNCIONA COMO PARTE DO TODO MAIOR; E UMA

AUTO-AFIRMATIVA QUE PRESERVA A AUTONOMIA DO SISTEMA

CONSIDERADO.

(Arthur Koestler)

HOLÍSTICA, É O PONTO DE ENCONTRO DAS CORRENTES JÁ

EXISTENTES NA BUSCA DE SOLUÇÕES CRIATIVAS PARA OS

PROBLEMAS ESPECÍFICOS DA ÉPOCA PRESENTE, LEVANDO EM

CONTA A EXPERIÊNCIA DO PASSADO.

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AGRICULTURA ORGÂNICA

Tem a origem ligada a Sir Albert Howard (24-31) � Voltada para uma visão edáfica, valorizando a

fertilidade do solo. � Concentra sua ações na manutenção de fertilizante

do solo tendo como base a compostagem. � Howard, vislumbrou a importância das micorrizas. � As idéias de Howark estão no livro: An Agricultural

Testament. � Movimento tem a revista: Organic Gardening.

O QUE É UM PRODUTO ORGÂ�ICO ?

� O solo é a base do trabalho orgânico.

� A planta é cultivada sem o uso de adubos químicos ou

agrotóxicos.

� É um produto limpo, saudável, que provém de um

sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo

o manejo agrícola está baseado no respeito ao ambiente

na preservação dos recursos naturais.

QUAL A GRA�DE DIFERE�ÇA?

• Quem pratica a agricultura convencional observa

a planta sòmente como forma de lucro ($).

• Quem pratica a agricultura orgânica observa

a planta também como uma forma de vida [ ].

MA�EJO SUSTE�TÁVEL DO AGROECOSSISTEMA

E SEUS CI�CO PRI�CÍPIOS. (Sociedade Americana de Agronomia).

Conceito: “É aquele que, a longo prazo, melhora

a qualidade do ambiente e dos recursos básicos

dos quais depende a agricultura; atende as

demandas de fibras e de alimentos; é

economicamente viável; melhora a qualidade de

vida dos agricultores e da sociedade como um

todo”.

Quais são os princípios?

1- É baseado em um uso prudente dos recursos renováveis ourecicláveis;

2- Protege a integridade dos sistemas naturais, de maneira que

seus recursos são continuamente regenerados;

3- Melhora a qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades;

4- É viável do ponto de vista econômico;

5- É baseado em uma ética que considera os benefícios de longo

prazo para todos os membros de uma comunidade.

RECEITUÁRIO AGRONÔMICORECEITUÁRIO AGRONÔMICORECEITUÁRIO AGRONÔMICORECEITUÁRIO AGRONÔMICO

ASPECTOS LEGAIS ASPECTOS LEGAIS ASPECTOS LEGAIS ASPECTOS LEGAIS

E RESPONSABILIDADES E RESPONSABILIDADES E RESPONSABILIDADES E RESPONSABILIDADES

DO PROFISSIONALDO PROFISSIONALDO PROFISSIONALDO PROFISSIONAL

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DESCASO OU FALTA DE ORIENTAÇÃO?

HISTÓRICO

� 1974 - I Convenção Regional do Centro de Estudos de

Toxicologia RS (CET/RS).

� 1974 – 1° Aula Receituário Agronômico Prof. Milton de Souza

Guerra (FAEM) e Prof. Paulo Daiser Sampaio (FV) –

FAEM/UFPel.

� 1977 – Obrigatoriedade da receita Banco Central do

Brasil no RS.

� 1978 – 1° Curso sobre Fundamentos do Receituário Agronômico.

HISTÓRICO E CRIAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

1982- Decreto Estadual, RS. no30.811 – Dispõe sobre o

comércio de defensivos agrícolas no RS.

1982- Lei Estadual no7.747 RS – Dispõe sobre o controle de

agortóxicos e outros biocidas.

1989- Lei Federal no7.802 – Condiciona o emprego de

agrotóxicos a prescrição técnica (Receituário

Agronômico - R.A.).

1990- Decreto Federal no98.816 – Regulamenta a Lei no7.802.

1990- Resolução 344/90 – CONFEA e CREA/RS editam aInstrução no 2, limitando somente aos Engos. Agrônomose Florestais a prescrição da receita.

1991- SINTARGS obtém liminar garantindo o Receituário aos . Técnicos Agrícolas no RS.

1993- Norma de fiscalização no001/93 – CREA/RS –Define o formulário da receita agronômica e florestale regulamenta a impressão do Receituário Personalizado.

1993- CREA/RS ingressa na justiça contra a decisão quegarante o Receituário aos Técnicos Agrícolas.

HISTÓRICO E CRIAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

1997- É concedida a liminar assegurando aos Técnicos

Agrícolas a prescrição do Receituário Agronômico

no RS.

1999- Tribunal Federal (TRF 4a Região) manteve o assunto

em estudo com três juizes, tendo até então, dois

manifestado seus pareceres; um contrário e outro a

favor.

HISTÓRICO E CRIAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

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2002- Decreto no4.074 de 04/01/2002 (regulamenta a lei

no7.802 de 11/06/1989) - Art.1o, inciso XXXIX -

“Receita ou Receituário: prescrição e orientação

técnica para utilização de agrotóxico ou afim, por

profissional legalmente habilitado”.

QUEM É O PROFISSIO�AL HABILITADO ?

(Conforme Lei Federal no 5.194/66, Resoluções 218/73 e 344/90

do CO)FEA).

Prescrição de agrotóxicos e afins: EngenheirosAgrônomos

Engenheiros Florestais

Pela Resolução no 344/90 os técnicos de nível médio da área da

agropecuária e florestal estão habilitados legalmente, tão

somente, a assumir a responsabilidade técnica na aplicação dos

agrotóxicos e afins prescritos pelo receituário agronômico ou

florestal desde que sob supervisão do Eng. Agrônomo ou

Eng. Florestal.

Em 27/07/1990 o Conselho Federal de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia (CONFEA) emitiu a

Resolução CONFEA n°344, definindo as categorias

profissionais habilitadas a assumir a

responsabilidade técnica na prescrição de produtos

agrotóxicos, dispondo que somente havia

competência para os Engenheiros Agrônomos e

Florestais, cabendo aos Técnicos somente a

responsabilidade pela aplicação e desde que

supervisionados por um Engenheiro Agrônomo ou

Florestal.

As decisões judiciais apontam nos dois

sentidos, a favor e contra a prescrição do

Receituário Agronômico pelos Técnicos

Agrícolas.

Contra.... ademais, seria um atentado à saúde pública e à ecologia permitirque o técnico receite, por exemplo, herbicidas, sem que tenhaconhecimentos na área da toxicologia e da entomologia.

.... A análise da legislação vigente não permite que se conclua serpossível a técnicos agrícolas a emissão de receituário agronômico.

.... A legislação existente sobre as atividades a serem exercidas pelostécnicos agrícolas não autoriza que eles possam emitir receituárioagronômico.

.... A confrontação dos objetivos sociais constantes do estatuto dacooperativa com os termos do Dec-90.922/85, que regulamentou a Lei-5524/68, não é suficiente para a conclusão de que estão eles aptos aresponder tecnicamente pelas suas atividades ....

A favor

Após a entrada em vigor da LEI-7802/90, de 11 de julho de 1990, passou a ser exigido o receituário, na venda de agrotóxicos, que pode também ser prescrito por técnicos agrícolas, porque já eram eles, desde 1968, profissionais habilitados, legalmente, a dar assistência na venda de tais produtos.

Os currículos de engenheiro agrônomo e de técnico agrícola não diferem muito, quantitativamente. E, sob o ponto de vista qualitativo, nenhum dos dois contém a disciplina de Toxicologia, atividade que aplica os conhecimentos na avaliação das substâncias químicas e dos seus efeitos nos homens e outros seres vivos.

A Primeira Seção desta Corte, interpretando a Lei n. 5.524/68, o Decreto n. 90.922/85, com a redação introduzida pelo recente Decreto n. 4.560/2002, e a Lei n. 7.802/89, pacificou o entendimento de que os técnicos agrícolas possuem habilitação legal para prescrever receituário agronômico, inclusive produtos agrotóxicos.

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A egrégia Primeira Seção desta colenda Corte consolidou oentendimento segundo o qual os técnicos agrícolas podemprescrever receituário agronômico, inclusive produtos tóxicos. "A Leinº 5.254, de 1968, prevê, entre as atividades próprias do técnicoagrícola de nível médio, a de dar assistência na compra, venda eutilização de produtos especializados da agricultura (art. 2º, II), nosquais se consideraram incluídos os produtos agrotóxicos. Assim, taistécnicos possuem habilitação legal para expedir o receituário exigidopelo art. 13 da Lei nº 7.802, de 1989.

Considera-se legalmente habilitado para prescrever receituárioagronômico, o profissional que possua formação técnica, no mínimo,de nível médio ou segundo grau, na área de conhecimentorelacionada com a matéria, e esteja inscrito no respectivo órgãofiscalizador da profissão.

A leitura das ementas mais atuais e o comentário de Vaz (2006,p.84) indicam que mais recentemente, a jurisprudência do STJpacificou-se no sentido de admitir a emissão do receituárioAgronômico por Técnicos Agrícolas.

OBJETIVOS DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

� Dimensionar a utilização dos agrotóxicos.

� Compatibilizar as recomendações terapêuticas com o nível

econômico e cultural do usuário.

� Ser eficiente e específico para o fim a que se destina.

PRI�CÍPIOS GRAIS DO

RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

� O Receituário Agronômico deve preconizar medidas de

controle populacional de espécies potencialmente pragas,

quando atinjem o nível de dano econômico (NDE).

� O Receituário Agronômico deve estabelecer os critérios

metodológicos que simultaneamente preservam a saúde

humana, animal e o ambiente, sem prejuízo da produtividade.

PRI�CÍPIOS ESPECÍFICOS DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

� Obter o máximo de produtividade com um mínimo de

produtos químicos.

� Preconizar um modo operacional simples em situações

complexas.

� Compatibilizar os preceitos técnicos com a realidade

sócio-econômica e cultural do produtor.

� Doutrinar a relação metodológica agronômica a ser

utilizada numa perícia fitossanitária.

VALORIZAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

Através do comprometimento de parte do profissional de assimilar e proceder dentro dos princípios do Receituário Agronômico;

Apresentar uma impecável postura profissional, cuidando sua imagem e sequencia metódica de atitudes, tranqüilas e seguras, inspirando respeito e confiança ao consulente;

Que a receita seja oferecida e reconhecida como veículo de orientação personalizada do agricultor e não como um entrave burocrático-financeiro por exigência legal.

EXECUÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO

Conhecimento do diagnóstico etiológico ou polietiológico.

Consideração às particularidades da cultivar.

Conhecimento sobre a fenologia da cultivar e dos fatores

etiológicos.

Utilização de formulações adequadas e compatíveis com as

condições do consulente.

Especial atenção com a tecnologia de aplicação.

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COMPETÊNCIA PROFISSIONAL

Execução do receituário agronômico:

Imprescindível que o Eng. Agrônomo vá ao local do problemapara ver, avaliar, mensurar os fatores que implicam na ocorrênciado problema fitossanitário.

� Conhecimentos acadêmicos básicos:

* processo semiotécnico.

* diagnóstico do agente etiológico.

* manejo integrado de pragas.

* particularidades da cultura.

* tecnologia de aplicação.

* formulações adequadas.

* transporte e armazenamento de produtos perigosos.

* saúde e segurança do trabalhador rural.

* disposição final e sobras de embalagens vazias, etc.

ELEME�TOS SUBJETIVOS DO

RECEITUÁRIOAGRO�ÔMICO

� Ética e unidade de doutrina profissional..

� Persolnalidade e postura profissional.

� Conhecimento dos processos semiotécnicos.

� Conhecimento dos conceitos etio-ecotoxicológicos.

� Relacionamento étio-psicológico.

ELEME�TOS FU�DAME�TAIS DE UMA

RECEITA AGRO�ÔMICA

Capacitação profissional.

Conhecimento dos processos semiotécnicos.

Aplicação dos preceitos com fundamentos

étio-eco-toxicológicos.

RECEITUÁRIO AGRONÔMICO

O RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO É UM MOVIME�TO

APOIADO �UM CO�JU�TO DE �ORMAS, MEDIDAS E

ATITUDES QUE TEM POR OBJETIVO DIME�SIO�AR A

APLICAÇÃO DOS RECURSOS TERAPÊUTICOS EM FITIATRIA

COMPATIBILIZA�DO-0S COM A QUALIDADE DE VIDA E A

PRESERVAÇÃO DO AMBIE�TE.

PROCEDIMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO (Semiotécnica)

1- O primeiro contato entre o profissional e o agricultor deve serrealizado,preferencialmente, num local (escritório) relacionado com“Assistência Técnica” e não com “Vendas de produtosfitossanitários”, a fim de se evitar a obrigatoriedade da receita eportanto, do controle químico.

2- Inicialmente, o técnico deverá conversar com o cliente (5 a 10minutos) sobre assuntos diversos, com o objetivo de ter uma visãode seu nível de conhecimento e promover uma descontração, parafacilitar a comunicação.

3- Posteriormente, passa-se para uma fase onde o cliente irá expor oproblema fitossanitário, sem ser interrompido; é a chamadaAnamnese Passiva. Durante a Anamnese Passiva, o engenheiroanota fatos que julgue importantes; porém, nunca deveráinterromper, para emitir uma idéia, contestar ou apoiar.

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SEMIOTÉC�ICA

Raport (abordagem) conceito inicial - C.I.

� Calma.

� Educação

�Atenção

� Interesse

Queixa e duração - Q.D.

4- Essas informações serão analisadas através de um

interrogatório mais minucioso, que vai constituir a

Anamnese Ativa. Nessa fase o profissional vai solicitar

do cliente informações com relação a cultura (área, época

de plantio, cultivar, sistema de condução, etc.),

equipamentos de aplicação (tipo de equipamento, bicos,

conservação, etc), equipamentos de proteção individual

(EPI’s), disponibilidade de pessoal, etc..

SEMIOTÉC�ICA

SEMIOTÉC�ICA

Anamnese (passiva-ativa)

Cultura: cultivar, área, desenvolvimento, culturas adjacentes

tratos culturais, adubação, plantio direto, agrotóxicos

aspectos gerais, potencialidades ..........

Pessoal: disponibilidade, treinamento, informação toxicológica,

estado de saúde, idade dos envolvidos, vínculo,

relacionamento, gestante ..........

Equipamento: disponibilidade, tipo, operacionalidade

(rendimento), treinamento (manutenção,

conservação e calibragem).

Instalações:

� Para guardar equipamentos, agrotóxicos e embalagens vazias.

� Local para abastecimento e lavagem dos equipamentos.

� Residências, cercas, aguadas, cocheiras, galinheiros, currais,....

Topografia e recursos naturais:

• Relevo

• Matas (vida silvestre)

• Cursos d’agua

•Açúdes

• etc.

SEMIOTÉC�ICA

5- Concluído o interrogatório, pode-se montar a

História Pregressa do Problema Atual (H.P.P.A.),

que é o resultado da conversa inicial, da Anamnese

Passiva e da Anamnese Ativa. Essas informações

deverão ser lançadas numa ficha, preenchida para

uma situação hipotética.

SEMIOTÉC�ICAFICHA TÉC�ICA

Engo Agro: Gilmar Souza �o do CREA (MG ): 56.890

�ome do cliente: João Alves Batista CPF: 000.000.111 - 00

Endereço: Fazenda São Antônio, Chavantes (SP)

Cultura: Tomateiro Área: 1,0 ha Fase de desenvolvimento: Frutificação

Data da visita: 20/11/1999

H.P.P.A. H.PA. Diagnóstico Tratamento Resultados

Presença de folhas minadas e ponteiros com sintomas de murcha; tutoramento vertical; cultivo parcelado; atomizador costal; possui todos os EPI’s; não dispõe de local para o descarte de embalagens.

Foram constatadas injúrias da traça do tomateiro em todos os talhões, inclusive naqueles cuja colheita já foi concluída; as perdas encontram-se acima do nível de dano.

Traça-do-tomateiro Tuta absoluta, acima do nível de controle.

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FICHA TÉC�ICA

Engo Agro: Jair Campos Moraes �o do CREA (MG ): 11. 230/D

�ome do cliente: João Benedito dos Santos CPF: 000.111.222 -11

Endereço: Fazenda Água Verde, Bairro das Pitangueiras, Pinhalzinho (SP)

Cultura: Batata inglesa Área: 10ha Data da visita: 14/01/2000 Fase de desenvolvimento: Início de tuberização (cerca de 30 dias)

H.P.P.A. H.P.A. Diagnóstico Tratamento Resultados

Folhas com minas serpenteadas; ocorrência de chuvas e temperatura amena; plantio direto; na safra anterior presença de pintas e mela no batatal; baixa produção; não possui local apropriado para o descarte de embalagens vazias; tem todos os EPI’s necessários para a aplicação de produtos fitossanitários.

Foram constatadas injúrias da mosca minadora em condições de causar dano econômico; alta probalidade de ocorrência de requeima, devido ao clima.

Mosca minadora Liriomysa spp., causando dano econômico. Controle preventivo de requeima.

Aplicação do inseticida Trigard (Inibidor de Síntese de Quitina) e do fungicida Folio, conforme receita no 635503.

OK.

6- De posse dessa ficha, o profissional desloca-se

para a propriedade com o dados obtidos até o

momento (a ficha deverá ser preenchida na

medida em que as informações forem coletadas).

Na propriedade o profissional deverá observar

todos os detalhes referidos na ficha técnica,

procurando constatar, por exame direto, o

problema em questão.

SEMIOTÉC�ICA

SEIS ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOSNA PROPRIEDADE

1) O diagnóstico deverá ser por cultura, podendo estar relacionado

com mais de um agente causal;

2) Observar se as perdas estão acima do nível de dano econômico;

3) Verificar os equipamentos de aplicação de produtos

fitossanitários disponíveis na propriedade;

4) Verificar a existência e condições dos EPI’s;

5) Observar o local de descarte de embalagens;

6) Observar o local reservado para o banho do aplicador, lavagem

de EPI’s e equipamentos de aplicação.

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A RECEITA AGRONÔMICA DEVE SER:

� CLARA

� CONCISA

� PRECISA

� ESTÉTICA

DEVE CONTER ELEMENTOS QUE A:

� IDENTIFIQUE

� EXPLIQUE

� ORIENTE

� RESPONSABILIZE

CONSTITUINTES DE UMA RECEITA

AGRONÔMICA

FACE • Identificação da entidade oficial ou privada. • Identificação do profissional: NOME, CREA, CPF,

ENDEREÇO, TELEFONE, HORÁRIO DE ATENDIMENTO.

• Identificação do consulente: NOME, ENDEREÇO. • Diagnostico: CULTURA, ETIOLOGIA. • Prescrição Técnica. • Data da emissão da receita. • Assinatura do profissional - CREA e CPF.

CONSTITUINTES DE UMA RECEITA AGRONÔMICA

VERSO

• Momento e condições de aplicação

• Equipamento

• Carência

• Fitotoxidade

• Toxicidade

• Proteção operacional (EPI’s)

• Proteção ambiental

• Observações

Receita Agronômica nº: 123456/DGO000001 - Vinculada à ART nº: 00031460200501122410/4 - Pedido: 1231 - Responsável TécnicoEng. Agrônomo: POLICARPO QUARESMA CPF: 111.111.111-11Endereço: RUA RAFAEL NASCIMENTO, 382 - CENTRO Município: RIO VERDE - GO2 - IdentificaçãoConsulente: SANDRO SILVA MOREIRA CPF: 634.194.911-15Local de Aplicação: FAZENDA SÃO TOMÁZ IE: ISENTA Município: RIO VERDE - GO3 - Diagnóstico e Produto RecomendadoCultura: SOJA Diagnóstico: beldroega - Portulaca oleracea Pré-EmergenteProduto Comercial: AFALON SC Nome Técnico: LINURON 45.00%Classe Toxicológica: III - MEDIANAMENTE TÓXICO Grupo Químico: DERIVADO DA UREIA Formulação: SUSPENSAO CONCENTRADANAO HA CASOS CONHECIDOS DE INCOMPATIBILIDADE COM OUTROS PRODUTOS.4 - Recomendações TécnicasDosagem: 1,8000 l/ha Número de Aplicações: 1 - Aplicação Terrestre Área: 0,5555 haUtilizar: 300,0000 litro(s) de calda/ha Intervalo de Segurança: NE Quantidade a adquirir: 1,0000 litro(s)Modo de Aplicação: Aplicar logo apos o plantio em pre-emergencia das ervas daninhas.5 - EPI - Equipamentos de Proteção IndividualDurante a manipulacao, preparacao da calda ou aplicacao, use macacao com mangas compridas, capa ou avental impermeavel, luvas impermeaveis,chapeu impermeavel de abas largas, botas, oculos protetores e mascaras protetoras especiais providas de filtros adequados a cada tipo de produto.6 - Restrições de Uso e Outras Orientações - Nao aplique o produto na presenca de ventos.7 - Sintomas de Alarme / Antídoto de TratamentoSINTOMAS DE ALARME: Nao especificos. ANTIDOTO E TRATAMENTO (Informacoes p/ Uso Medico): Nao ha antidoto especifico. Tratamento sintomatico.8 - Precauções de Manuseio e Primeiros SocorrosEm caso de ingestao acidental, PROVOQUE vomito e procure imediatamente um medico, levando a embalagem ou o rotulo do produto. Evite ainalacao ou aspiracao do produto. Caso isto aconteca, procure local arejado e, se houver sinais de intoxicacao, chame o medico. Evite contato com apele. Caso aconteca, lave as partes atingidas com agua e sabao em abundancia e, se persistir a irritacao, procure um medico, levando a embalagemou rotulo do produto. Evite contato com os olhos. Caso isto aconteca, lave-os imediatamente com agua corrente durante 15 minutos e procure um medico,levando embalagem ou rotulo do produto.9 - Disposição Final de Resíduos e EmbalagensNão utilize embalagens vazias. As embalagens devem ser exaguadas 3 (tres) vezes e a calda resultante acrescentada a preparacao para serpulverizada. As embalagens devem ser perfuradas e devolvidas.Local para devolução das embalagens: AS EMBALAGENS DEVERÃO SERENTREGUES TRÍPLICE LAVADAS NA BR 452 KM 11 SAÍDA PARA ITUMBIARA, NO MUNICÍPIO DE RIO VERDE - GO10 - Manejo Integrado de PragasOs controles quimicos, biologicos e culturais quando usados de forma integrada podem reduzir o impacto geral da praga, mantendo a sua infestacaoem niveis aceitaveis, sem grandes danos economicos, menor agressividade ao meio ambiente e reducao nos custos de producao.- Controle biologico: Utilizando-se, predadores, parasitoides e microorganismos (fungos, bacterias, virus).- Medidas culturais: utilizacao de variedades resistentes, rotacao de culturas, alteracao da epoca de plantio ou colheita, adubacao, preparo do solo,policultivo, etc.- Controle quimico: aplicar com racionalidade mediante resultado da amostragem (presenca de pragas e nivel de dano economico). Implementarestrategia para alternancia de principio ativo e modo de acao dos agrotoxicos usados pra este controle, evitando que o organismo alvo adquiraresistencia.RIO VERDE-GO, 29 de Agosto de 2005Estou ciente das informações técnicas contidas nesta receita e no seu anexo.___________________________________________________ _____________________________________________________SANDRO SILVA MOREIRA ENG. AGRÔNOMO: POLICARPO QUARESMA

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CREA/MG – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais Av. Álvares Cabral, 1600, CEP 30170-001, Belo Horizonte, MG, Tel. (031)299-8700 Fax (031)299-8720

Receita Agronômica (1a VIA - USUÁRIO)

Receita Agronômica �o 635502 Vinculada à ART �o

CO�TRATA�TE USUÁRIO

NOME José da Silva CPF/CGC 000.111.222 - 00

PROPRIEDADE Fazenda Alegre CULTURA Milho ÁREA 10ha

ENDEREÇO COMPLETO (AV., RUA, BAIRRO, CIDADE, ESTADO) Rua Pedro Gomes, 104, Vila Magalhães, Lavras (MG)

CEP 37200 - 000

Diagnóstico: Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) causando dano econômico. Aquisição: 3,0 litros de Match CE, lufenuron, aciluréia (Inibidor da Síntese de Quitina), classe toxicológica IV, CE, carência de 35 dias. Recomendações: O inseticida deve ser aplicado na dosagem de 300 mL/ha, gastando-se 150 litros de calda/ha. Usar bicos tipo jato leque, em ângulo invertido.

LOCAL E DATA: Lavras (MG), 08 de Janeiro de 2000

________________________________________ ASSINATURA DO ENGENHEIRO CARIMBO COM NOME , No DO CREA E CPF

______________________________ ASSINATURA DO USUÁRIO

1 - Precauções de uso, cuidados com o meio ambiente e equipamentos de proteção individual, tríplice lavagem, destino de embalagens, constam no verso da 1a via desta receita; 2 -Em caso de intoxicação, procure imediatamente um médico levando esta receita, a bula ou o rótulo do agrotóxico; 3 – A não observância das recomendações indicadas na receita é passível das sanções penais previstas em Lei (Lei 7.802) – art. 14 e 15 e Decreto Federal 98.816/90 – art. 72) e legislação estadual pertinente; 4 – Guarde esta via até a aplicação total do produto, para efeito de fiscalização do IMA.

PRECAUÇÕES DE USO E CUIDADOS COM O APLICADOR E MEIO AMBIENTE 1. Durante o preparo das caldas de agrotóxicos use sempre luvas nitrílicas, uma vez que 80% dos casos de intoxicações ocorrem nessa fase. Use os equipamentos de proteção individual recomendados toda vez que utilizar agrotóxicos, tais como chapéu, protetor facial, máscaras, luvas, roupa impermeável, botas de borracha (Portaria MTB 3067 de 12/04/88). 2. Não fume, não coma e não beba durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos. 3. Nunca desentupa os bicos do pulverizador com a boca. 4. Verifique antes de iniciar a aplicação se o equipamento está em boas condições de uso, sem vazamentos e bem calibrados. 5. Não permita a presença de crianças, animais e pessoas estranhas ao trabalho nos locais de manuseio, preparo de caldas, lavagem de equipamentos e EPI’s e aplicação de agrotóxicos, obedecendo ao período de reentrada. 6. Os agrotóxicos não devem ser aplicados por menores, pessoas idosas ou doentes e gestantes. 7. Não aplique agrotóxicos contra o vento, nem em dias de vento forte ou com tempo chuvoso. Evitar aplicar os produtos nas horas mais quentes do dia, observando sempre as recomendações técnicas. 8. Os agrotóxicos devem ser armazenados em depósitos fechados, exclusivos para este fim, com placa de aviso (“produto tóxico”, “caveira”, “perigo”), impedindo o acesso a crianças, pessoas desavisadas, animais domésticos, de criação ou silvestres, permanecendo as embalagens bem fechadas e com os rótulos originais. 9. Não guarde ou transporte os agrotóxicos juntamente com alimentos, rações, bebidas, medicamentos e pessoas. 10. Nunca abasteça ou lave o pulverizador diretamente nas fontes de água. Use tanques ou reservatórios especiais. Água contaminada mata peixes, crianças, homens e animais. A lavagem dos equipamentos não deve comprometer o homem e o meio ambiente. 11. Respeite o período de carência (período entre a última aplicação e a colheita) indicado para cada produto. 12. T ríplice Lavagem – Formulações líquidas e pó solúveis em água: para embalagens plásticas, vidro ou metal, imediatamente após o completo esvaziamento, devem ser enxaguadas 3 (três) vezes, com agitação, e as caldas resultantes vertidas no tanque do pulverizador. Formulações sem diluição em água devem ser totalmente esgotadas no tanque do pulverizador e depois inutilizadas. Não reutilize as embalagens vazias. As mesmas devem ser destruídas adequadamente, conforme indicações específicas. 13. Disposição final de resíduos e embalagens – Não abandone embalagens em carreadores, caminhos, estradas, cercas, áreas de vegetação arbórea e principalmente nas margens de qualquer coleções de água (rios, lagos, córregos, represas, etc.). As embalagens tríplice lavadas devem ser inutilizadas. Para o destino correto consulte o Governo Estadual e Municipal para conhecer a legislação e os procedimentos corretos para a sua região. Nunca abandone embalagens na natureza. 14. Se o agrotóxico atingir alguma parte de seu corpo, lave-a imediatamente com água fria e sabão. Após as aplicações, tomar banho com água fria e sabão, trocando de roupa. Lavar a roupa utilizada durante a aplicação. 15. Se durante a aplicação sentir mal estar, dor de cabeça, vômitos, tremores, tonturas, febres ou dificuldade de enxergar, ou em caso de acidentes, pare imediatamente o serviço e procure um médico, levando a receita, a bula ou rótulo do agrotóxico. 16. Para a aplicação de agrotóxicos e afins, o produtor deve recorrer sempre à Assistência Técnica de Profissional Legalmente Habilitado. 17. Os produtores, usuários, aplicadores, meeiros e arrendatários que não se utilizarem da Assistência Técnica, responsabilizam-se pelos danos a que derem causa, solidariamente. 18. Somente utilize o agrotóxico para a cultura e o problema recomendados. O uso indevido e/ou aplicação inadequada desses produtos pode resultar em graves danos à saúde pública, ao meio ambiente e à integridade física de usuários e consumidores em geral. PRIMEIROS SOCORROS 1. Procure assistência médica em qualquer caso de suspeita de intoxicação levando a receita, a embalagem ou o rótulo do produto. 2. Não dê nada por via oral a uma pessoa inconsciente. 3. Em caso de inalação ou aspiração do produto procure local arejado; se mostrar sintomas de intoxicação procure um médico. 4. Em caso de contato com a pele lave o local com água corrente e sabão em abundância e se persistir a irritação procure um médico. 5. Em caso de contato com os olhos lave imediatamente o local com água corrente em abundância.

CENTRO DE INFORMAÇÕES E ASSESSORAMENTO TOXICOLÓGICO Centro de Informações Toxicológicas de Minas Gerais Belo Horizonte – Hospital João XXIII, Av. Alfredo Balena, 400, 30130-000 – Belo Horizonte – MG Tel.: (031) 224-4000/229-9223, Fax – (031) 239-9260 Coordenação Regional dos Centros de Controle de Intoxicações de São Paulo, Centro de Vigilância Sanitária – Av. São Luiz, 99, 13o andar, CEP 011046-000 – São Paulo – Tel.: (011) 257-7611 ramal 119 Fax. (011) 257-6713.

1 cultura específica

Informações Complementares

Informações Complementares

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Fruticultura, Olericultura ou Fumicultura

www.universoagricola.com

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ASPECTOS RELACIONADOS A EMISSÃO DA RECEITA

� ART – Lei Federal n°6.496 de 1977

- Art. I determina: “Todo o contrato, escrito ou verbal paraexecução de obra ou prestação de serviços referentes àEngenharia, Arquitetura e Agronomia fica sujeito a ART.”

- ART define para efeitos legais, os responsáveistécnicos pelos empreendimentos de Engenharia,Arquitetura e Agronomia.

CÂMARA DE AGRO�OMIA DO RS. DEFI�IU

Uma (1) ART para cada 100 receitas.

� Norma 001 do CREA/RS – 1993

Regulamenta a impressão de formulário personalizado

Receita deve ser expedida em 5 vias:

1° Estabelecimento comercial.

2° Usuário ou requerente.

3° Profissional.

4° Conselho Regional (CREA).

5° Órgão estadual competente.

ASPECTOS RELACIONADOS A EMISSÃO DA RECEITA VALOR A SER COBRADO PELA CONSULTA

O Receituário Agronômico deve ser considerado como

“Visitas ou Diligências” à propriedade para solução

imediata de um problema agronômico. Dessa forma, como

sugestão, os honorários profissionais podem ser fixados em

40% do salário mínimo para meio dia à disposição do

cliente ou em 80% do salário mínimo para 1 dia à

disposição do cliente. Além disso, deve-se adicionar a esse

custo o valor referente ao deslocamento até à propriedade

(50% do preço de 1 litro de gasolina por quilômetro rodado).

ASPECTOS RELACIONADOS A EMISSÃO DA RECEITA

Além do correto preenchimento a receita deve:

� Ser específica para cada problema.

� Produtos prescritos em observância recomendações

e registrados junto ao MAPA.

RESPONSABILIDADES

� Código de Ética – Resolução n° 205/71 CONFEA

desempenhar suas funções dentro de preceitos

recursos agroecossistema = paciente

“Demora-se uma vida para construir seu nome,sua dignidade, mas pode-se perdê-la em fração deminutos, o que depende unicamente de suastomadas de decisões”

� Postura e personalidade profissional

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RESPONSABILIDADES

“O profissional que receitar a utilização de

agrotóxicos de forma errada, displicente ou

indevida, responderá técnica, cível e penalmente,

conforme previsto em lei.”

INFRAÇÕES

•Armazenar agrotóxicos, seus componentes e afins, sem respeitar ascondições de segurança, quando haja riscos à saúde humana e ao meioambiente;

•Comercializar agrotóxicos e afins sem receituário;•Utilizar inadequadamente agrotóxicos, seus componentes e afins, bemcomo não utilizar equipamentos de proteção da saúde do trabalhador;

•Utilizar agrotóxicos, seus componentes e afins sem os devidoscuidados com a proteção da saúde humana e do meio ambiente;

•Utilizar agrotóxicos e afins em desacordo com o receituário;•Receitar erradamente, displicentemente ou indevidamente;•Não fornecer ou não fazer a manutenção dos equipamentos de proteçãodo trabalhador;

•Dar destinação indevida à embalagem, aos restos e resíduos dosagrotóxicos, seus componentes e afins.

NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE

� RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Sistema fiscalizador-regulamentador CONFEA/CREAde acordo com a Lei 5.194/66 são penalidadesaplicáveis aos infratores:

� Advertência reservada.

� Censura pública.

� Multa.

� Suspensão temporária do exercício profissional.

� Cancelamento definitivo do registro.

NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE

� RESPONSABILIDADE CÍVIL

Profissional responsável – reparo de danos

patrimoniais ou pessoais decorrentes de sua ação

ou omissão.

Extingue-se através de indenização dos

danos emergentes e, se for o caso, dos lucros

cessantes.

NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE

� RESPONSABILIDADE PENAL

Infração = crime ou contravenção

Agente causador sujeito ao Código Penal e/ou Lei

de Contravenções – Decreto-Lei n° 3.6888/41

Responsabiliza somente pessoas físicas:

• Supressão de liberdade pecuniária

• Restrição de direitos ou atividades

RESPONSABILIDADES

� Decreto Federal 4.074 de 2002

Art.84: Responsabilidades administrativa, cível e

penal, recairão sobre:

IV – “o profissional que prescrever a utilização de

agrotóxicos e afins em desacordo com as

especificações técnicas;”

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RESPONSABILIDADES

� Decreto Federal 4.074/02

V – “O comerciante, quando efetuar a venda sem o respectivo

receituário, em desacordo com sua prescrição ou com as

recomendações do fabricante e dos órgãos registrantes e

sanitário-ambientais;”

VII – “O usuário ou prestador de serviços, quando proceder em

desacordo com o Receituário ou com as recomendações do

fabricante ou dos órgãos sanitários-ambientais;”

O QUE O RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO EXIGE DO

PROFISSIO�AL HABILITADO ?

� Constante atualização sobre os recursos semiotécnicos.

� Profundo conhecimento dos agentes etiológicos.

� Habilidade para com um mínimo obter o máximo de

eficiência.

� Ser um bom estrategista (conhecimentos de ecologia).

� Postura profissional.

O QUE O RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO OFERECE

AO PROFISSIO�AL HABILITADO ?

Constante atualização profissional.

Ampliação do exercício profissional.

Valorização profissional.

Assistência personalizada ao agricultor.

Projeção social..

Auto-realização.

O QUE O RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO OFERECE

AO AGRICULTOR ?

Assistência técnica personalizada.

Proteção operacional.

Redução na contaminação ambiental.

Redução no custo de produção.

Aumento na produtividade.

O QUE O RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO OFERECE

AO COMERCIA�TE ?

Estimativa de mercado

Adequação de estoque

Adequação do capital de giro

Acréscimo pela verdadeira aplicação do crédito

Redução da venda direta da indústria ao agricultor

O QUE O RECEITUÁRIO AGRO�ÔMICO OFERECE

PARA A I�DÚSTRIA ?

���� Estabilidade de mercado.

���� Transferência de responsabilidade.

���� Estímulo para o desenvolvimento de produtos e formulações

mais seguras e compatíveis com as atuais tendências.

���� Redução na dispendiosa e competitiva venda direta aos

agricultores.

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A inteligência emocional define o A inteligência emocional define o A inteligência emocional define o A inteligência emocional define o

sucesso profissional !!!sucesso profissional !!!sucesso profissional !!!sucesso profissional !!!

NÃO TIRE CONCLUSÕES PRECIPITADAS

ANALISE COM CUIDADO.

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PARA REFLEXÃOCONSIDERAÇÕES FINAIS

“Somente o conhecimento e a liberdade “Somente o conhecimento e a liberdade “Somente o conhecimento e a liberdade “Somente o conhecimento e a liberdade

legitimam a responsabilidadelegitimam a responsabilidadelegitimam a responsabilidadelegitimam a responsabilidade .”.”.”.”

I�SPETORIAS DO CREA/RS

Alegrete

Bagé

Bento Gonçalves

Cachoeira do Sul

Cachoeirinha

Gravataí

Camaquã

Canoas

Capão da Canoa

Carazinho

Caxias do Sul

Cruz Alta

Erechim

Esteio

Frederico Westphalen

Guaíba

Ibirubá

Ijuí

Lajeado

Montenegro

�ovo Hamburgo

Palmeira das Missões

Pananbi

Passo Fundo

Pelotas

Porto Alegre

Rio Grande

Santa Cruz do Sul

Santa Maria

Santa Rosa

Sant. do Livr.

Santiago

Santo Angelo

São Borja

São Gabriel

São Leopoldo

São Luiz Gonzaga

Taquara

Torres

Tramandaí

Três Passos

Uruguaiana

Vacaria

I�SPETORIA CREA/PELOTAS

Endereço

Rua: Dom Pedro II, 930 - sala 201

Fone: 53 3222 6828

SITE DO CREA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CREA/RS - Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do RioGrande do Sul. Disponível em: <http://www.crea-rs.org.br>. Acesso em: 23 abr.2004.

DIAS, P. R. D. da. Legislação sobre agrotóxicos – Responsabilidades doEngenheiro Agrônomo. In: GUEDES, J. V. C.; DORNELLES, S. H. B. Tecnologiae segurança na aplicação de agrotóxicos. Santa Maria: DDFS/SASM, 1998.p. 123-139.

SAMPAIO, D. P. de A.; GUERRA, M. de S. Receituário Agronômico. São Paulo:Globo, 1991. 436p.

SINTARGS – Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul. Disponívelem: <http://www.tecnicoagricola.com.br>. Acesso em: 23 abr. 2004.

ZAMBOLIM, L.; CONCEIÇÃO, M. Z. da; SANTIAGO, T. O que EngenheirosAgrônomos devem saber para orientar o uso de produtos fitossanitários.Viçosa: UFV, 2003. 376p.