teste filosofia

3
TESTE 1. Exemplifique uma das seguintes afirmações: 1.1. A acção não é um acontecimento 1.2. Nem tudo o que fazemos é agir humano 2. Nós sabemo-nos livres, nós experimentamo-nos constantemente perante novas decisões frente às quais nós mesmos somos obrigados a tomar uma posição por esta ou aquela possi-bilidade de agir. Encontramo-nos com frequência imersos no dilema da escolha, na necessi-dade, a que não podemos fugir, de ter de optar (E. Coreth. Adaptado). 2.1. Formule o problema a que o texto responde. 2 .2. Apresente o argumento com que Coreth responde a esse problema distinguindo claramente a(s) premissa(s) da conclusão. 2 .3. Formule uma objecção ao argumento da alínea anterior. 3. Argumente a favor ou contra cada uma das afirmações seguintes: 3.1. Quando digo ‘ao fazer A procuro obter B’ estou a indicar as consequências da minha acção 3 .2. As nossas decisões/escolhas estão circunscritas temporalmente. 3 .3. Se o determinismo é correcto, então não há qualquer acto humano a que possamos chamar acção 3 .4. O Homem só poderá ser livre quando puder agir fazendo o que lhe apetecer. [linhas de uma “resolução” possível] 1. [Exemplos] 1.1. Acontecimento: a queda de uma folha (não é uma acção -- mas atirar uma folha, intencionalmente, é) 1.2. Ressonamos -- mas o ressonar não é uma acção; levantamos o braço (para saudar alguém) -- ex. de uma acção 2. [Problema/argumento/objecção] 2.1. Somos livres, quando agimos? 2.2.Tese: somos livres -- e mais: somos obrigados a sê-lo (“somos obrigados”; "necessidade... de optar). Premissas: a) temos a possibilidade (e mesmo a necessidade) de escolher (“dilema da escolha”; “ter de optar”) -- é aí que se manifesta a

Upload: sarah

Post on 30-Jan-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

teste filosofia

TRANSCRIPT

Page 1: TESTE Filosofia

TESTE

1. Exemplifique uma das seguintes afirmações:

1.1. A acção não é um acontecimento1.2. Nem tudo o que fazemos é agir humano

2. Nós sabemo-nos livres, nós experimentamo-nos constantemente perante novas decisões frente às quais nós mesmos somos obrigados a tomar uma posição por esta ou aquela possi-bilidade de agir. Encontramo-nos com frequência imersos no dilema da escolha, na necessi-dade, a que não podemos fugir, de ter de optar (E. Coreth. Adaptado).

2.1. Formule o problema a que o texto responde.2 .2. Apresente o argumento com que Coreth responde a esse problema distinguindo claramente a(s) premissa(s) da conclusão.2 .3. Formule uma objecção ao argumento da alínea anterior.

3. Argumente a favor ou contra cada uma das afirmações seguintes:

3.1. Quando digo ‘ao fazer A procuro obter B’ estou a indicar as consequências da minha acção 3 .2. As nossas decisões/escolhas estão circunscritas temporalmente.3 .3. Se o determinismo é correcto, então não há qualquer acto humano a que possamos chamar acção 3 .4. O Homem só poderá ser livre quando puder agir fazendo o que lhe apetecer.

 

[linhas de uma “resolução” possível]

1. [Exemplos]

1.1. Acontecimento: a queda de uma folha (não é uma acção -- mas atirar uma folha, intencionalmente, é)

1.2. Ressonamos -- mas o ressonar não é uma acção; levantamos o braço (para saudar alguém) -- ex. de uma acção

2. [Problema/argumento/objecção]

2.1. Somos livres, quando agimos?

2.2.Tese: somos livres -- e mais: somos obrigados a sê-lo (“somos obrigados”; "necessidade... de optar). Premissas: a) temos a possibilidade (e mesmo a necessidade) de escolher (“dilema da escolha”; “ter de optar”) -- é aí que se manifesta a nossa liberdade; b) essa possibilidade/necessidade é atestada pela nossa experiência (“sabemo-nos livres”)

2.3. Mas (a) as nossas opções podem ser/estar predeterminadas (isto é, ser o resultado de causas que não dependem de nós); ou seja, uma opção não é necessariamente livre. Se assim for, (b) a experiência da opção é uma ilusão.

3. [A favor/contra]

Page 2: TESTE Filosofia

3.1 Contra. O que pretendo obter com a acção é a finalidade desta (o seu fim) e não as consequências. De facto, o fim de uma acção indica o “para quê” dessa acção, o objectivo em direcção ao qual se orienta, o que se projecta conseguir com ela. Referir as consequências é indicar o que acontecerá a nós e/ou aos outros em função dos resultado obtidos com a acção -- numa expressão semelhante à da frase: ‘obtido B, e em função de B, acontecerá C a mim e/ou a outros’.

3.2. A favor (ver texto “Condicionantes da acção humana” -- secção “Condicionantes histórico-culturais”)

3.3 A favor. A acção humana supõe liberdade: o agente só o será (agente) se o que ele faz resultar de uma opção com origem na sua vontade livre; caso contrário, não agirá -- alguém agirá nele ou por meio dele. Ora, na perspectiva do determinismo (absoluto -- isto é, aplicado à acção humana), quando o Homem age, fá-lo por causas que o forçam a agir do modo como age: as minhas opções dependem de experiências anteriores, de factores diversos que me levam a escolher A em vez de B... Deste modo, a acção humana está predeterminada e, nesta perspectiva, afirmar a liberdade do agente é afirmar uma ilusão: dizemos que são livres os actos de que não conhecemos as causas (que os determinam) -- pelo que, se assim for/fosse, não há actos (humanos) a que possamos chamar verdadeiramente acção.

3.4. [esta resposta é particularmente “variável”, de acordo com a teoria que se defenda. Apresentam-se algumas ideias de uma resposta possível -- que argumenta contra a afirmação]

1) Esta noção de liberdade é contraditória; primeiro, porque a vida social sem regras/leis/... é potencialmente auto-destrutiva. São as regras que criam condições para a afirmação da liberdade do indivíduo (veja-se como exemplo as regras da condução de veículos: sem elas, o trânsito será impossível); em segundo lugar, um indivíduo criado à margem de qualquer condicionalismo não seria Homem (é a socialização -- o processo pelo qual o indivíduo interioriza as normas/regras/valores/... da sociedade -- que produz o Homem), pelo que a humanização inevitavelmente criará condicionalismos (até do próprio querer/apetecer).

2) Sendo impossível que a acção humana tenha lugar fazendo o Homem o que lhe apetecer, é possível a liberdade? É, mas uma "outra” liberdade: uma liberdade condicionada. Em que consiste? Na possibilidade de optar -- rejeitando condicionantes em que o agente se desenvolveu (a religião, por ex.) ou escolhendo entre alternativas de acção. Mas, insiste-se, são as regras que criam as condições para estas opções -- por ex., conduzirei tanto mais à vontade quanto maior for a certeza de que os outros respeitam as regras da condução.