teses ao xi congresso da condsef - beberibe/ce -2013

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Teses das correntes que participaram do XI ConCONDSEF

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Beberibe-CE | dezembro de 2013

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Ficha técnica

SECRETARIA-GERAL Josemilton Maurício da Costa Fazenda (RJ) 1º Adjunto _ Rogério Antônio Expedito (MG) 2º Adjunto _ Walter Matos de Moraes (AM)

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO José Maurício Valença Scotelaro Funasa (RJ) 1º Adjunto _ Marconi Alves Batista (PB) 2º Adjunto _ José Alberto Wanderley de Oliveira (PE)

SECRETARIA DE FINANÇAS Pedro Armengol de Souza (PI) 1º Adjunto _ Valter Cézar Dias Figueiredo (MA) 2º Adjunto _ Agnaldo Coelho de Lima (RJ)

SECRETARIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO Sérgio Ronaldo da Silva (DF) 1º Adjunto _ Luiz Marcos da Silva (PE) 2º Adjunto _ Maria do Socorro Ribeiro da Costa (PI)

SECRETARIA DE POLÍTICA SINDICAL E FORMAÇÃO Carlos Henrique Bessa Ferreira (DF) 1º Adjunto _ Victor Marcos Madeira Costa (RJ) 2º Adjunto _ Cedício de Vasconcelos Monteiro (PA)

SECRETARIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS, PARLAMENTARES E DE CLASSE Luís Carlos de Alencar Macedo (CE) 1º Adjunto _ Abdon Bandeira André (PB) 2º Adjunto _ Gilberto Jorge Cordeiro Gomes (GO)

SECRETARIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Edvaldo Andrade Pitanga (BA) 1º Adjunto _ Antonio Pereira Lima Sobrinho - Capila (BA) 2º Adjunto _ Ismael José César (DF)

SECRETARIA DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS Hérclus Antônio Coelho de Lima (RO) 1º Adjunto _ José Francisco dos Santos (DF) 2º Adjunto _ Flávio Santos (RO)

SECRETARIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS José Carlos de Oliveira (PE) 1º Adjunto _ Maria das Graças Oliveira (PE) 2º Adjunto _ Maria Jurgleide de Castro Oliveira (RJ)

SECRETARIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS Neide Rocha Cunha Solimões (PA) 1º Adjunto _ Maria das Graças Gomes Albert (SC) 2º Adjunto _ Luís Cláudio de Santana (RJ)

SECRETARIA DE GÊNERO RAÇAS E ETNIAS Jussara Griffo (MG) 1º Adjunto _ Erilza Galvão dos Santos (BA) 2º Adjunto _ Francisco de P.B. Correia (RS)

DIREÇÃO NACIONAL – SUPLENTESJosé Alves de Souza Filho (PR)José de Arimatéa Moraes da Silva (TO)Carlos Alberto de Almeida (MT)João Bernardino Gonçalves Neto (GO)Regina Maria Nunes da Silva (SC)Carlos Antônio de Abreu (DF)José de Assis (CE)Enos Barbosa de Souza (DF)Gilberto Rosas (RN)Marcos Antônio de Lima Nunes (AP)Aguinaldo Barbosa da Silva (PA)

CONSELHO FISCALSeverino Alves Araújo (PB) Angelina Cali Jung (RS) Raimundo Pereira de Souza (MA)

CONSELHO FISCAL – SUPLENTESOlair dos Santos (SP)Luis Carlos O. Filho (SE)Lírio José Téo (SC)

Organização do caderno de teses:Geni Bandeira e Graziela Pereira de Almeida

Diagramação:Ronaldo Alves

Tiragem:2.000 exemplares

Diretoria Da ConDsef (2011/2014)

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Sumário

Tese 1 | MOVIMeNTO PeLA ReTOMADA DO sOCIALIsMO – MRs 9PersPectivas de um sindicalismo autonomo e indePendente 9

Tese 2 | GRUPO DOs INDePeNDeNTes e ALIADOs 23unidade dos federais, Para avançar nas reivindicações 23

Tese 3 | UNIDOs PRA LUTAR 41os trabalhadores não vão Pagar Pela crise 41

Tese 4 | CsP-CONLUTAs 55avançar na unidade rumo a uma nova direção 55

Tese 5 | MOVIMeNTO LUTA De CLAsses – MLC 73Por um sindicalismo classista, em defesa dos direitos dostrabalhadores e do socialismo! 73

Tese 6 | ARTCOND 87“valorizando o debate Politico “ ! 87

Tese 7 | GeRALDO COsTA - APOseNTADO DO DNOCs/Ce 107na busca de uma solução mais razoável Para todos os trabalhadores da esfera Pública federal,

esPecialmente os aPosentados e Pensionistas 107

Tese 8 | ARTICULAÇÃO De esQUeRDA sINDICAL 115em defesa do serviço Público de Qualidade social e de transformações Profundas no brasil 115

Tese 9 | O TRABALHO 129com a condsef e a cut: unidade Para conQuistar as reivindicações 129

esTATUTO 149confederação dos trabalhadores no serviço Público federal 149

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QUARTA-FEIRA – DIA 11/12/2013

♦ 9h: Início do Credenciamento;

♦ 12h: Início da Hospedagem dos Delegados;

♦ 12h30 às 14h30: Almoço;

♦ 17h às 17h30: Abertura Solene do XI Congresso;

♦ 17h30 às 19h: Leitura, Discussão e Aprovação do Regimento Interno;

♦ 19h às 19h30: Eleição da Comissão Eleitoral;

♦ 19h30 às 20h: Apresentação e Deliberação sobre Recursos;

♦ 20h30 às 21h30: Jantar.

QUINTA-FEIRA – DIA 12/12/2013

♦ 9h: Continuação do Credenciamento;

♦ 9h às 12h: Apresentação das Teses;

♦ 12h: Encerramento do Credenciamento de Delegados e Início do Credenciamento de Suplentes;

♦ 12h às 14h: Almoço;

♦ 14h às 17h: Debate sobre a Conjuntura e Desafio dos Trabalhadores para o Próximo Período;

Programação do XI Concondsef

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♦ 17h às 18h30: Debate sobre as Opressões das Minorias;

♦ 18h30: Encerramento do Credenciamento de Suplentes;

♦ 19h: Jantar;

♦ 20h às 23h: Atividade Cultural.

SEXTA-FEIRA – DIA 13/12/2013

♦ 9h às 12h30: Debate sobre Conjuntura Nacional e Internacional nos Grupos de Discussão;

♦ 12h30 às 14h30: Almoço;

♦ 14h30 às 16h: Debate sobre Balanço do Movimento, Organização Sindical da CONDSEF nos Grupos de Discussão;

♦ 16h às 19h: Debate sobre Pauta de Reivindicação, Plano de Lutas;

♦ 19h: Jantar;

♦ 21h: Atividade Cultural.

SÁBADO – DIA 14/12/2013

♦ 9h: Reunião da Comissão de Sistematização;

♦ 9h às 12h30: Plenária dos Departamentos (12 Departamentos);

♦ 12h30 às 14h: Almoço;

♦ 14h às 17h: Continuidade das Plenárias dos Departamentos;

♦ 17h às 21h: Plenária de Discussão e Aprovação das Resoluções;

♦ 21h: Jantar;

♦ 22h: Atividade Cultural.

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DOMINGO – DIA 15/12/2013

♦ 9h às 10h: Prestação de Contas;

♦ 10h às 11h: Inscrição de Chapas;

♦ 11h às 12h: Defesa das Chapas;

♦ 12h às 15h: Votação da Nova Direção da CONDSEF, Coordenadores de Departamentos e Conselho Fiscal;

♦ 14h: Almoço;

♦ 15h às 16h: Apuração dos Votos;

♦ 16h: Encerramento.

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tese 1MOVIMENTO PELA RETOMADA DO SOCIALISMO – MRS

A dinâmica do movimento de 2012

1. As greves de 2012 constituem o maior movimento grevistas dos servidores públicos federais pelo menos desde 1993, superando bastante em número e combatividade todos os movimentos desde o Plano Real, inclusive a gre-ve contra a Reforma da Previdência de 2003. Este é um fato importante, que precisa ser entendido e explica-do, inclusive por que o tamanho e a profundidade do movimento pegaram o Governo Federal (e mesmo grande parte das lideranças grevistas) de surpresa.

2. O Plano Real aparece necessaria-mente como um divisor de águas no movimento sindical brasileiro, ao reduzir drasticamente a inflação e as expectativas inflacionárias. Sem esse pré-requisito, não teria sido possível disciplinar o movimento

Perspectivas de um sindicalismo autonomo e independente

sindical brasileiro da forma como o governo Fernando Henrique o fez; os patamares altíssimos de inflação do período 1979-1994 praticamente exigiam das diferentes categorias de trabalhadores o recurso sistemático à greve, sobre pena de graves perdas salariais.

3. Em segundo lugar, o governo Fernan-do Henrique deslanchou uma contra-ofensiva pesada contra o movimento sindical, cujo momento decisivo foi a derrota imposta à greve dos petro-leiros em 1995. Essa contraofensiva tem raízes nas modificações impostas ao mundo do trabalho pela adoção do receituário neoliberal a partir do Plano Real. As próprias categorias de trabalhadores foram redefinidas nesse processo, sendo os servidores públicos federais um exemplo claro. A terceirização e outras formas de contratação precária enfraqueceram

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e 1 a categoria, diminuindo seu poder de

barganha, sua capacidade de parali-sar os serviços, sua autoconfiança e combatividade.

4. Finalmente, se o governo Fernando Henrique soube usar o chicote nos seus enfrentamentos com os servido-res públicos federais, não descuidou da cenoura. Apostando na divisão dos servidores, ao mesmo tempo em que fechava a porta dos reajustes e repo-sições anuais de salário, entreabria a porta da formação de carreiras di-ferenciadas. Foi uma tática tão bem sucedida que manteve o funcionalis-mo quieto não apenas durante os oito anos de FHC, mas também durante o período seguinte.

5. A força considerável do movimento de 2012 está diretamente ligada ao esgotamento do trinômio Plano Real/desmonte/divisão da categoria.

6. O primeiro desses elementos a se esvaziar foi à questão inflacionária. Por algum tempo a queda da inflação do patamar de dois dígitos mensais para um dígito anual, sossegou o mo-vimento sindical. Mas já em 1998, com a crise asiática, ficou claro que o controle do governo sobre os fun-damentos da economia não era tão seguro. Para os servidores públicos, submetidos a um regime de reajuste zero, a situação era ainda mais dura. No início do governo Lula, a política de arrocho salarial já era insustentá-vel, e uma recomposição tímida, mas real, das perdas salariais foi iniciada.

Essa mudança de política contribuiu para frear a retomada das greves no serviço público federal. À sensação de que não adiantava lutar se subs-tituiu um consenso de que lutar não era necessário.

7. A transição do governo Lula para o governo Dilma começou a modificar essa percepção. Em 2011, o governo mudou as regras para as concessões de reajustes anuais, amarrando-as fir-memente à Lei Orçamentária Anual, colocando uma data limite rígida às negociações salariais entre governo e servidores, o fatídico 31 de agosto. Em seguida fez valer esse limite, ar-rastando as negociações com os ser-vidores até o fim de agosto, quando ficou, então, em posição confortável para impor unilateralmente um rea-juste pífio, que sinalizou o fim da re-cuperação salarial ocorrida durante o governo Lula. E agiu em 2012 de forma a deixar clara a intenção de repetir o procedimento de 2011.

8. O desmonte do serviço público foi mais duradouro. No governo FHC, vimos uma orgia de destruição do regime jurídico estatutário, cujo ápice foi a Emenda Constitucional 19, que aboliu o RJU. Terceirizados, estagi-ários, consultores, contratados tem-porários, conveniados do SERPRO e DATAMEC, pessoal do PNUD, e até mesmo celetistas, substituíram em grande número os estatutários no exercício das suas funções, e os con-cursos públicos para a renovação dos quadros foram abandonados.

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e 19. Essa balbúrdia teve efeitos negativos

sobre a capacidade de luta dos servi-dores. Instalou-se a percepção de que as paralisações não seriam capazes de impedir a continuidade dos serviços; isso resultou em paralisações pífias... Que foram incapazes de impedir a continuidade dos serviços. Daí resul-tou uma dinâmica profundamente negativa para o movimento dos ser-vidores públicos. As greves não da-vam resultados, deixando o governo com as mãos livres para aprofundar o desmonte do Estado; quanto mais se aprofundava o desmonte do Esta-do, menos efeito tinham as greves.

10. Essa situação perdurou até 2007, quando o STF derrubou o artigo cen-tral da EC 19. Por outro lado, o gover-no Lula mudou a política do governo FHC em um aspecto importante: re-verteu a política de esvaziamento do serviço público, passando a realizar concursos sistematicamente. Assim, embora o processo de terceirização dos serviços públicos ocorrido du-rante o governo Fernando Henrique não tenha sido revertido a fundo, a categoria ganhou musculatura com o ingresso de uma quantidade consi-derável de servidores de faixa etária muito mais jovem do que a média existente em 2002.

11. O mais duradouro dos elementos do tripé Plano Real/desmonte/es-tratificação foi a divisão promovida entre os servidores na expectativa de criação de carreiras específicas. Essa ilusão não só se manteve, mas

se aprofundou, durante quase todo o governo Lula.

12. Durante o governo FHC, sempre foi claro que as carreiras privilegiadas seriam as mais ou menos diretamen-te ligadas à acumulação do capital e à ordem pública. As diferenças políticas entre as coligações partidárias de Lula e de FHC embaralharam a questão. O governo Fernando Henrique era um governo abertamente pró-capital; era lógico que privilegiasse as categorias de servidores mais importante para a acumulação capitalista. O governo Lula não era; fazia sentido esperar que privilegiasse outros setores do funcionalismo, particularmente os ligados ao atendimento à população de baixa renda.

13. O efeito dessa percepção foi o aprofun-damento da divisão entre os servidores e uma crise da concepção sindical de sindicatos gerais. Com reajustes nulos, implicando perdas salariais catastrófi-cas sob Fernando Henrique, e depois com a perspectiva de reajustes salariais reais, mas pequenos sob Lula, o eixo das expectativas dos servidores mudou na direção da implementação de carreiras específicas. Não se tratava mais de unir os servidores para lutar pelas reivindi-cações de todos, mas de nos dividirmos, para provar a importância de cada setor para o projeto político do governo. Tal lógica, é claro, enfraqueceu os sindicatos gerais, fez surgir tendências no sentido da criação de sindicatos específicos, e acirrou a competição entre os setores do funcionalismo.

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e 1 14. O governo Lula participou dessa di-

nâmica enquanto ela lhe permitia atender algumas reivindicações e postergar outras, atendendo aque-las que, mais uma vez, tinham mais importância do ponto-de-vista do capital. Isso durou enquanto o aten-dimento particularizado permitiu be-neficiar alguns segmentos sem com-prometer o orçamento, e enquanto os setores cujas reivindicações iam sendo proteladas podiam acreditar que participavam de alguma espécie de “fila” em que todos, afinal, seriam contemplados.

15. Quando o atendimento às reivindica-ções dos que ainda não haviam sido contemplados se tornou obviamente mais caro que uma política salarial geral, ou seja, quando o governo já tinha atendido os setores privilegia-dos e os demais setores começaram a perceber o engodo, o governo voltou atrás, decidindo não mais tratar as questões no varejo. Isso ocorreu no fim do governo Lula, sendo então ain-da compensado pelos reajustes reais que o governo concedia sem precisar ser muito pressionado.

16. Com o fim da política de reajustes “fáceis” do governo Lula, a “corrida por carreiras específicas”, em que os servidores competiam entre si em vez de se unirem na luta, se esgotou. Com os efeitos imaginários do Plano Real esgotados, sem perspectiva de obter ganhos reais sem luta, e com a categoria parcialmente recomposta do massacre administrativo imposto

por FHC, os servidores voltaram a ver a greve como uma possibilidade. Ora, num dos últimos atos de atendimen-to de reivindicações específicas, o go-verno Lula havia beneficiado, através da Lei 12.277, um grupo de cargos do PGPE; a extensão da lei a todo o PGPE surgiu então como a reivindicação que unificava a maioria dos servidores. O resultado dessas mudanças foi a greve de 2012.

As greves diante de um governo “democrático-popular” e os erros das organizações sindicais

17. O movimento sindical do funciona-lismo público errou relativamente pouco na luta pelas reivindicações dos servidores públicos sob um governo em tese comprometido com as lutas da classe trabalhadora. O erro mais óbvio teria sido acreditar que, estan-do o governo comprometido com a classe trabalhadora, os trabalhado-res não precisariam mais lutar pelo atendimento de suas reivindicações. Um segundo erro foi o de identificar os governos democrático-populares aos governos burgueses em geral, passando a avançar palavras de or-dem semelhantes às que o movimen-to sindical já tinha esgrimido contra Collor e Fernando Henrique (fora Collor, fora FHC).

18. Esse segundo erro tem base numa avaliação equivocada das relações entre o sindical e o político. Fernan-do Collor não foi apeado do governo

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e 1por causa do tratamento indigno que

deu aos servidores públicos, mas por causa do fracasso de suas políticas econômicas, que não conseguiram implementar a agenda neoliberal no Brasil, e por que os diferentes des-contentamentos com essa situação (que, para a burguesia, era descon-tentamento com o fracasso, e para os trabalhadores era descontentamento com a tentativa) puderam ser unifi-cados pela repulsa generalizada pelos métodos corruptos de Collor. Contra Fernando Henrique, as tentativas de deslegitimar o governo fracassaram, embora evidências de corrupção fos-sem abundantes, por que, enquanto a classe trabalhadora sofria as con-sequências do neoliberalismo, a bur-guesia se comprazia com a aplicação eficiente da doutrina. Contra Lula – e agora contra Dilma – é impossível unir o movimento sindical pelo im-peachment do(a) presidente por que a base do movimento resistiria a essa palavra de ordem, assim como a bur-guesia não vê motivos para remover um governo que lhe permite continu-ar a acumular ao mesmo tempo que legitima sua dominação pelo mesmo fato de não ser o seu governo próprio e favorito.

19. De uma maneira geral, o segundo erro permaneceu circunscrito aos setores que buscavam utilizar o mo-vimento sindical como instrumen-to político-partidário, e o primeiro, embora tenha permeado a prática geral do movimento, não foi jamais transformado em política consciente

e deliberado (e esta foi uma condição importante para a realização da greve de 2012: as direções cutistas teriam sido incapazes de liderá-la se tives-sem ativamente propagado esse erro).

20. Mas isto não significa que erros não tenham sido cometidos. A CONDSEF, particularmente, em vez de assumir seu papel dirigente e combater a ten-dência então generalizada à corrida pelas carreiras, deixou-se envolver por essa lógica, permitindo que as ilusões da base prosperassem, com grande prejuízo para a unidade da categoria. Em certa medida essa linha equivo-cada da CONDSEF foi compensada pela política dos sindicatos gerais, que trabalharam no sentido oposto, e souberam avaliar corretamente a brecha representada pela Lei 12.277 como possibilidade de unificação da categoria.

21. Mas aqui interessa mais analisar os erros cometidos durante a greve. Es-tes foram com certeza, inúmeros, e é preciso ignorar aqui os menores. De maior importância foi à tendência permanente da direção da CONDSEF a tratar as negociações com o governo como matéria burocrática, ignorando o seu impacto político sobre o desen-volvimento da greve: as posições do governo, em vez de permanentemen-te divulgadas à categoria, de forma transparente, eram submetidas pri-meiro ao crivo técnico da assessoria da entidade, com o resultado previsí-vel da proliferação de boatos nocivos ao movimento.

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e 1 22. Essa prática burocrática foi muito po-

tencializada pela existência prévia de algumas práticas políticas nefastas no interior da categoria. Já em 2011, se-tores de direita dentro do movimento haviam aproveitado a falta de trans-parência da CONDSEF para circular boato, anti-sindicais. Entre estes, o boato de que, em 2011, a CONDSEF teria rejeitado uma “boa” proposta do governo, sendo assim o reajuste pífio daquele ano atribuído a um erro, ou mesmo traição, da CONDSEF, em vez de à intransigência do governo ou à falta de mobilização da categoria. Essa (na verdade inexistente) proposta go-vernamental que teria sido rejeitada pela CONDSEF, quando questionada, se resume a uma proposta que seria melhor para o nível superior... e pior para os níveis intermediário e auxi-liar. A suposta rejeição da inexistente proposta pela CONDSEF é então atri-buída a um maior compromisso da entidade com o nível intermediário – ou mesmo ao “monopólio” da direção da entidade pelos servidores de NI.

23. É claro que esse absurdo se articula com a tentativa promovida por alguns setores ligados à SDS de construir um sindicato “do nível superior” para divi-dir a luta dos servidores e capitalizar o descontentamento dos servidores de NS do PGPE numa direção políti-ca específica: a oposição de direita ao governo Dilma.

24. Ora, durante a greve, a postura buro-crática da CONDSEF contribuiu para a revitalização desse boato e a disse-

minação de outros de mesmo teor. Naturalmente, o clima de disputa política pela direção da greve pesou nesse processo, não sendo possível isentar algumas lideranças – cutistas inclusive – que, em vez de preservar o fundamental – a unidade dos servi-dores em de greve – permitiram e até colaboraram na proliferação desses boatos, que na prática serviram apenas para esvaziar e dificultar o movimento.

25. No fim da greve, as correntes de ul-traesquerda tentaram capitalizar o descontentamento de uma parcela dos servidores com o resultado do movimento, tentando então tirar con-clusões políticas – contra o governo, contra o PT, contra a CUT – que lhes permitissem o processo de cresci-mento por acréscimo que caracteriza tantas correntes de esquerda. Mas, durante a greve, essas tendências respeitaram de maneira geral a uni-dade do movimento e as instâncias de deliberação. Pesou nisso o fato de que a greve do PGPE foi amplamente dirigida pelas direções cutistas.

26. Em resumo, a condução da greve foi no fundamental correta, priorizando a luta dos trabalhadores em relação à propaganda política.

Uma caracterização correta do governo Dilma e de suas hesitações e decisões em termos de política econômica

27. O governo Lula foi caracterizado por

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e 1uma ruptura parcial, mas importan-

te, com as políticas econômicas tra-dicionais no Brasil. A burguesia bra-sileira sempre adotou uma postura de extrema cautela em relação à sua posição internacional, preferindo uma postura subordinada ao imperialis-mo norte-americano a veleidades de independência. Essa timidez sempre se manifestou como uma peculiar inapetência da burguesia brasileira, uma mentalidade que sistematica-mente prefere a associação com o ca-pital estrangeiro ao desenvolvimento capitalista autônomo.

28. Essa fraqueza estrutural da burguesia brasileira está intimamente relacio-nada ao seu medo das classes subal-ternas. A burguesia brasileira entende que o imperialismo é um salva-vidas estratégico contra a irrupção popular, e busca sempre uma parceria próxima com as potências imperialistas mais fortes – desde a Segunda Guerra Mun-dial, os Estados Unidos. Simultanea-mente, teme também a capacidade do imperialismo de derrotar as eventuais tentativas de desenvolver o capitalis-mo brasileiro de forma autônoma. Por isso, só em situações excepcionais, de crise do imperialismo, a burguesia brasileira se aventura em projetos de desenvolvimento mais ousados, preferindo auferir lucros menores, mas mais seguros, em aliança com o capital estrangeiro, a aventuras mais lucrativas, mais arriscadas que pos-sam alienar esse seu aliado estrutural.

29. Ora, a crise mundial de 2008 abriu

exatamente uma dessas janelas de oportunidade, fazendo com que a burguesia brasileira pudesse expan-dir sua base produtiva sem receio de retaliações imperialistas. Trata-se do projeto do governo Lula de energizar o capitalismo brasileiro através de uma política de sustentação da de-manda agregada.

30. Embora o governo Lula tenha desde o seu início estabelecido políticas que apontavam nessa direção, elas não puderam desabrochar numa expan-são maior da economia até que a crise de 2008, que tornou a burguesia bra-sileira mais segura em relação à sua própria capacidade de liderar o cres-cimento capitalista do país sem gerar maiores atritos com o imperialismo, se combinasse com a proximidade das eleições de 2010, que tornou o governo mais sequioso por um cres-cimento econômico forte.

31. A euforia de 2009-2010 desarmou em grande parte os ânimos anti-petistas da burguesia. Por mais tímida que esta seja, os lucros crescentes não podiam ser desprezados. Mas essa foi uma si-tuação excepcional. De volta à realida-de, o governo Dilma viu-se de frente com uma problemática muito diferen-te. Em parte, isso se deve às pressões inflacionárias causadas pelo cresci-mento no final do governo Lula. Mas há outro problema mais importante. A crise em 2008 atingiu diretamente o centro imperialista, prejudicando a capacidade hegemônica dos Estados Unidos. Mas o agravamento da crise

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e 1 em 2011 atingiu mais poderosamente

os imperialismos menores da Euro-pa, numa situação em que os EUA já tinham encontrado uma alternativa para o combate imediato à crise – a emissão de moeda, aproveitando a posição privilegiada do dólar como moeda internacional, que lhes per-mite exportar pelo menos em parte a inflação.

32. Isso impactou a competitividade da economia brasileira, forçando o go-verno brasileiro a baixar os juros e reduzindo a euforia exportadora. Mais importante, demonstrou que o impe-rialismo americano se rearma para garantir seus interesses estratégicos. Daí a recaída da burguesia brasileira na timidez e o reforço de sua menta-lidade subalterna. Esses fatores ain-da se somam a outros, relacionados à mudança de governo. O governo Dilma é, desde o início, sustentado por uma composição política mais à direita do que o governo Lula; o peso da burguesia no núcleo do governo é maior agora do que antes.

Os erros do governo na condução da economia

33. É preciso entender, então, a política econômica do governo Dilma como fundamentalmente em recuo em re-lação à do governo Lula – particular-mente em relação ao final do governo Lula. Esse recuo pode ser necessário do ponto-de-vista do capital, mas sempre significa uma reversão, ainda que parcial, das políticas do governo

anterior, e a postura do governo em relação às greves dos servidores é simbólica nesse sentido.

34. Mas como se trata de um governo dos trabalhadores, o mínimo que se pode esperar é que o recuo seja feito explicitamente como uma política temporária, a ser superada pelo acú-mulo de forças dos trabalhadores. Não é isso que vemos.

35. Por um lado, existe uma tendência a considerar o recuo como uma política temporária, mas cujo fim não é con-dicionado à relação de forças entre trabalhadores e capitalistas, mas à conjuntura internacional, tal como vista a partir das premissas do capi-tal: a condicionante da retomada da política anterior não é o respaldo da classe trabalhadora organizada, mas a atenuação da crise internacional.

36. Por outro lado, medidas constituti-vas do recuo são apresentadas como medidas para revertê-lo, minando a credibilidade do governo: a pers-pectiva de crescimento a partir da sustentação da demanda agregada é substituída por uma política de trickle-down, baseada na ideia de estimular o crescimento através de concessões aos investidores: renúncia fiscal, redução de impostos, e priori-zação dos pagamentos da dívida pú-blica. À luz dessa política, outras me-didas cujo conteúdo aparentemente dá continuidade à política anterior, como a redução de juros, têm de ser reinterpretadas como parte de um

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e 1movimento geral no sentido da de-

soneração do capital.

37. E não há como evitar a conclusão de é uma política equivocada, mes-mo como concessão temporária ao capital. A crise internacional é uma crise de sobreacumulação do capital. Passar mais recursos à iniciativa pri-vada para que esta “invista” só pode ter como consequência o aumento da massa de capitais que não encontram oportunidades de investimento. Par-ticularmente quando o governo deixa de apoiar a demanda agregada. Assim, as medidas tomadas para evitar o “contágio” da crise europeia apontam diretamente para a importação mais rápida e mais grave da crise.

Os erros do governo na condução das negociações com os servidores

38. Essa política econômica equivocada se refletiu no tratamento que o governo deu à greve dos servidores. O governo tratou desde o início “empurrar com a barriga” as negociações, na tenta-tiva de atingir o prazo fatal de 31 de agosto e conseguir o mesmo que no ano passado, ou seja, impor o rea-juste que quisesse sem necessidade de negociar.

39. Ora, essa era uma política que baseada na hipótese de que o os servidores não percebessem a repetição da tática do ano anterior, ou de que a desmobili-zação se mantivesse, desobrigando o governo de negociar. Já discutimos os

motivos pelos quais essa aposta fra-cassou; mas importa ressaltar a difi-culdade do governo em perceber que a tática não estava mais funcionando. Com as greves já em andamento, com uma força nada desprezível, o governo continuava a fingir que tudo ia bem, permitindo que as demandas sobre o serviço público se acumulassem, e passando assim uma imagem mais de inércia ou incompetência que de firmeza, como provavelmente queria transparecer.

40. Desta forma, as greves acabaram por repercutir na imprensa, e isso aca-bou por deixar o governo fragilizado diante desse seu tradicional adver-sário. Dada esta brecha, a imprensa passou a pautar as ações do governo, imprensando-o entre a necessidade de recolocar a máquina pública em funcionamento e o pânico de que a imprensa atacasse um reajuste dos servidores como desperdício de di-nheiro público.

41. Nessa situação, o governo optou por cometer o seu erro mais grave, re-tomando o discurso proposto pela oposição e pela imprensa, que opõe as reivindicações dos servidores pú-blicos à situação dos trabalhadores na iniciativa privada, pela ótica de que são os impostos que impedem o crescimento da economia. Isso numa conjuntura em que o capital faz a sua própria “greve”, deixando de investir para esperar a próxima “bolha” especulativa, e em que esse discurso tinha poucas probabilida-

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e 1 des de repercutir favoravelmente

entre os trabalhadores da iniciati-va privada.

42. Com isso, o governo aprofundou os problemas com a sua base social, isolando-se dela e fragilizando-se diante de seus inimigos estratégi-cos, colocando a CUT na obrigação de combater os seus absurdos. Daí a guinada à esquerda da central, que, entre defender os interesses da base ou apoiar o governo em seus erros, optou pela primeira alternativa.

43. O governo conseguiu assim se colocar no pior dos mundos. Sua incapacida-de de avançar nas negociações com os servidores, em vez de transparecer firmeza e intransigência, revelou fra-queza, indecisão, divisão interna, e mesmo incompetência. Sua proposta final, em vez de sinalizar uma políti-ca que não se subordina às pressões do empresariado e da imprensa, foi noticiada como recuo diante da gre-ve dos servidores. Ao tentar jogar os trabalhadores da iniciativa privada contra os servidores, fracassou e ex-pôs o privilégio no tratamento dado aos empresários, a inconsistência de sua política econômica, e a tensão crescente com suas bases sociais. Ao posicionar-se com uma intran-sigência que beirou a brutalidade, descolou-se da sua base sindical, que foi forçada a radicalizar, abrindo es-paço para o crescimento tanto da di-reita como da extrema-esquerda no movimento sindical dos servidores públicos federais.

PLano De LUtas

44. Jornadas de trabalho: Estabelecer uma jornada de trabalho de 6 horas corridas;

45. Defesa intransigente do sistema Único de saúde Pública (sUs) para todo o povo brasileiro, universal, de qualidade e acessível a todas as clas-ses sociais, em especial os mais ne-cessitados;

46. Isonomia salarial entre os 3 Poderes e entre os diversos órgãos do Poder Executivo;

47. Instituição de uma política de recur-sos humanos global, que assegure a capacitação e a formação continuada dos servidores em todos os locais de trabalho;

48. Restabelecer a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas;

49. Fortalecimento do serviço público e aprimoramento da sua qualidade via ampliação do quadro de pessoal atra-vés de concurso público, condições de trabalho dignas e salários compatí-veis, a fim de assegurar os direitos fundamentais da população brasileira;

50. Reestruturação, fortalecimento e maior autonomia dos órgãos ambien-tais federais;

51. Participar de campanhas contra os agrotóxicos, transgênicos, biologia sintética e geoengenharia que amea-

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e 1çam a saúde dos seres vivos e ao meio

ambiente e que estabelecem mono-pólios sobre variedades de plantas e de animais;

52. Campanha de fortalecimento de apoio à FUNAI na demarcação de terras indígenas e contra a proposta do Governo de revisão e redução de suas atribuições;

53. Apoiar luta das populações indígenas ameaçadas pelos interesses de expan-são do agronegócio;

54. Pela obrigação da consulta aos povos indígenas sobre os planos e obras do Governo que afetam direta ou indi-retamente suas terras, nos moldes da Constituição Federal e da Convenção 169 da OIT,;

55. Lutar pela renúncia do Deputado Mar-co Feliciano da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; Lutar pela cassação do Dep. Jair Bol-sanaro; Lutar contra a aprovação das PECs... Lutar pelas Reformas Agrária, Tributária e Política.

56. Em defesa dos direitos constitucionais dos povos dos campos e da floresta devido a apropriações criminosas de terras indígenas, de territórios qui-lombolas, ribeirinhos entre outros, de terras públicas em geral - envolvendo as unidades de conservação e até mes-mo as áreas de reforma agrárias que ocorrem com a omissão do Estado o qual preferem transgredir em relação as suas obrigações constitucionais a

enfrentarem o problema com deter-minação e rigor.

Lutar contra a aprovação das PECs:

57. PEC 215/2000 – Transfere a compe-tência de demarcação das terras in-dígenas, quilombo e das populações tradicionais do Poder Executivo para o Congresso Nacional. Tal medida visa esvaziar a FUNAI, INCRA E ICM-Bio, além de paralisar as demarcações expropriar os territórios já demarca-do dos indígenas, quilombolas, po-pulações tradicionais e Unidades de Conservação.

58. PEC 237/2013 – Visa arrendamento das terras indígenas, em prol do de-senvolvimento do agronegócio e da exploração mineral, resultando em mais desmatamentos, poluição de águas/nascente e o fim da biodiver-sidade brasileira.

59. Contra o PL 227/2012 – Visa ditar as atividades que compõem o relevante interesse público da União de forma a legitima à expropriação dos terri-tórios indígenas, quilombolas, e das populações tradicionais, através da implantação de hidrelétricas, rodo-vias, mineração e atividade do agro-negócio, entre outras.

60. Lutar pela aprovação do Estatuto dos povos indígenas.

61. Contra o PL 4330/2004 – Regula-menta a Terceirização, precarizan-

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e 1 do as relações de trabalho, para que

os direitos dos trabalhadores sejam reduzidos/anulados e os lucros au-mentados.

62. Contra o Decreto 7777 - que permite a contratação do fura greve no servi-ço público.

63. Contra o Estatuto do Nascituro -

64. Contra toda e qualquer tentativa de criminalização dos movimentos so-ciais.

65. Lutar pela ratificação das convenções 151 OIT, 158/OIT e 169/OIT.

66. Fim das gratificações produtivistas bem como Incorporação das demais gratificações aos vencimentos básicos.

67. Lutar contra as medidas adotadas pelo governo de desoneração da folha de pagamento das empresas de diversos setores da economia, a serem benefi-ciadas, implicando enormes déficits, para o Regime Geral da Previdência Social, cuja perda de arrecadação tri-butária foi estimada em R$ 13 bilhões para o exercício/2013.

Combater as Discriminações Relativas aos Seguintes Segmentos:

68. Mulheres: Implementação de creches nos locais de trabalho para atender criança de 6 meses a 5 anos de idade; Participar da campanha de igualda-de de oportunidades promovida pela

CUT, visando denunciar a desigual-dade entre homens e mulheres;

69. Garantir uma maior participação das mulheres nas direções sindicais em cargos de comando; Paridade de gê-nero obrigatória nas comissões que definem promoções;

Igualdade de gênero nos cargos comissionados e funções gratificadas

70. Pessoas com deficiência: Redução da jornada de trabalho para acom-panhamento de filhos/dependentes com problema de deficiência;

71. Desenvolvimento de ações que garan-tam acessibilidade aos portadores de deficiência, políticas de integração, de formação e qualificação para es-sas pessoas;

72. Discriminação Racial: Defesa das cotas, contra a discriminação racial, e das ações afirmativas, como indutora de superação das desigualdades. Isto tendo em vista que a população negra percebe salários menores do que os brancos, e é frequentemente preteri-da para o exercício de certas funções no mercado de trabalho;

73. Juventude: Que o movimento sin-dical lute por políticas públicas para a juventude, levando em conta seus problemas, como: desemprego, preca-riedade das condições de vida e de tra-balho, violência, desvalorização dos jovens trabalhadores, entre outros;

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e 174. Estabelecer políticas públicas em

função das demandas emergen-ciais, deste segmento, relacionadas às seguintes questões: proteção so-cial para a juventude trabalhadora, combate à violência e igualdade de gênero em todos os aspectos de vida, investir na capacitação profissional de qualidade dos jovens; emprego digno, combate ao desemprego e ao subemprego.

75. LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros): Mudanças na Lei da Previdência para estender os mesmos direitos aos casais homoafetivos; In-troduzir nas instâncias dos sindicatos a luta dos trabalhadores(as) LGBT via criação de coletivo/secretaria nas suas respectivas estruturas, visando a re-alização de debates sobre a mudança de plano de cargos e carreiras que de-verão incluir os direitos pro referido segmento; Combate à discriminação, em especial com ações que abordem o tema do HIV/AIDS no local de tra-balho. Tudo isso, buscando promover uma política de igualdade de inclusão entre esse segmento de trabalhadores ainda tão discriminados;

76. Idosos: Lutar pela revogação da Re-forma da Previdência, em especial pelo restabelecimento da paridade entre ativos e aposentados; Pelo fim do Fator Previdenciário; Aprofundar o trabalho da Secretaria de Aposenta-dos, dando continuidade aos seminá-rios voltados a atender referido seg-mento; Lutar contra a discriminação dos idosos em geral.

Assinam esta tese: Eduardo Mariano – CINDACTA

Francisco Machado – IBAMA

Mirian Vaz Parente – IBAMA

Gilson de Oliveira – CINDACTA

Luís Henrique – MPOG

Maria de Jesus – INCRA

Fernanda Vidal – CNPq

Gerson Sternardt – IBAMA

Adolpho André – IBAMA

Maria José S. Neves – ICMBio

Francisco Palhares – IBAMA

Washington Dias – IBAMA(BA).

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“A história de toda a sociedade até hoje tem sido a história da luta de classes”.

(Karl Marx, Século XIX)

“O socialismo é o salto da humanidade, do reino da necessidade para o reino da liberdade”.

(Friedrich Engels, Século XIX)

“É dever da classe operária lutar contra a opressão ou será cúmplice da miséria universal”.

(Lênin, Século XX)

1. ConJUntUra internaCionaL

1. A história do movimento operário in-ternacional teve como referência tem-poral o século XIX, cujo embrião dessa luta foi o continente europeu ociden-tal (Alemanha, Inglaterra etc), com a fundação da Associação Internacional

dos Trabalhadores (AIT), nos quais os pensadores do movimento operário Karl Marx e Friedrich Engels, por di-vergirem do pensamento de Bakunin, defensor de uma sociedade socialista com um forte tom libertário, funda-ram a Primeira Internacional (1864-1872), os quais contribuíram com um programa revolucionário, deixando escrito na história da luta de classes, O Manifesto do Partido Comunista (1848), que é historicamente um dos tratados políticos de maior influên-cia mundial e de orientação teórico e prático da classe trabalhadora em todos os países para o enfrentamento da luta de classes.

2. À época, várias correntes de esquer-da (anarquistas, socialistas utópicos,

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Unidade dos federais, para avançar nas reivindicações

GRUPO DOS INDEPENDENTES E ALIADOS

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social-democratas e comunistas) que disputavam o espaço político de forma acirrada, embora com as divergências político-ideológicas, buscavam um ob-jetivo comum: a superação inegável do capitalismo e sonhando com a cons-trução de uma nova ordem político--econômica e social, anticapitalista, o sonho de construir uma sociedade justa e igualitária, o socialismo.

3. A crise do sistema capitalista, já pre-conizada por MARX, é marcada por extensas crises estruturais e cíclicas originadas da irracionalidade do pró-prio capitalismo. Os privilégios das elites financeiras e a concentração das riquezas do mundo globaliza-do nas mãos da minoria ganancio-sa capitalista provocam as crises de superprodução, queda de consumo, recessão, desemprego, destruição do meio ambiente etc...

4. O capitalismo encontra-se numa cri-se estrutural que chegou ao ápice de exploração da humanidade e de ex-clusão social. Tal crise aprofundou-se pela escassez dos recursos naturais renováveis (radiação solar, ondas do mar, ventos, hidroeletricidade, bio-massa e energia geotérmica) e pela crescente crise energética, como tam-bém as guerras fratricidas financia-das pelo imperialismo dos EUA em nome do petróleo e da utilização de armas químicas pelos governantes no Mundo Árabe.

5. O imperialismo dos EUA acostumados a abrir caminhos sem dar satisfações

aos organismos internacionais, des-respeitando a autonomia e soberania dos povos, condicionando a opinião pública mundial através da mídia que a intervenção militar na Síria é uma “intervenção humanitária”, nos leva a refletir o pensamento vivo de Marx: “a história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. Depois de doze anos de derra-mamento de sangue e de sangria dos cofres do Tesouro Americano e, após humilhantes aventuras nos países do mundo árabe (Iraque e Afeganistão), o imperialismo dos EUA está buscan-do sair do apuro do Oriente Médio...

6. Os donos do capital globalizante dian-te da crise econômica que se encontra, só têm dois caminhos para sair dessa eterna crise, primeiro destruindo as forças produtivas, segundo aumentan-do a exploração da classe trabalhadora no mundo do trabalho propiciando o desemprego crescente nos países centrais e periféricos. O imperialismo dos EUA que representa a burguesia imperialista no mundo hodierno es-pera ganhar tempo para uma reto-mada mundial da economia ou criar uma alternativa de se lançar numa aventura avassaladora de destruição em massa das forças produtivas pelo mundo através de guerras e, propiciar a desordem social nos países de eco-nomia periférica. Com essa máxima da estratégia do imperialismo dos EUA no mundo, esta movimentação irá produzir mais concentração de capital nas mãos de poucos e mais desigualdade social no seio da classe

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trabalhadora mundo afora. Portanto, enquanto a classe trabalhadora utili-zar de suas organizações populares e sindicais, em defesa de seus direitos e conquistas, ela irá resistir e a luta de classes será mais intensa.

7. O capitalismo é um entrave à emanci-pação da humanidade. Não superá-lo significa sucumbir à barbárie. Ou seja, seria a adaptação da humanidade ao caos criado pela crise estrutural do seu modo de produção. Lutar contra esse sistema é uma questão de so-brevivência...

8. Faz-se necessário repensar o papel estratégico e histórico da classe tra-balhadora inserida na luta de classes. É preciso elevar o nível de conscienti-zação política dos trabalhadores, com a junção da teoria e da práxis, para apreender e compreender os funda-mentos econômico-políticos- sociais do sistema Capitalista. A prática revolucionária será o caminho para combatê-lo. Somente a partir da inter-mediação entre teoria e prática será possível buscarmos um novo modelo de sociedade.

2. ConJUntUra naCionaL9. Neste XI Congresso da Confederação

dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, que irá acontecer em Beberi-be-CE, no período de 11 a 15/12/2013, nos debruçaremos diante à conjuntura nacional para avaliarmos o Governo Dilma (PT), no seu aspecto político--econômico e ideológico, apontando

os caminhos para o enfrentamento que a Classe Trabalhadora deverá se nortear para o próximo período. O governo Dilma foi eleito pelo voto da Classe Trabalhadora, já que o seu concorrente (José Serra – PSDB-SP) era o legítimo representante da elite nacional. Venceu a vontade e o de-sejo dos (as) Trabalhadores (as) que, pela terceira vez derrotou o projeto da Classe Dominante, o projeto or-todoxo neoliberal, para eleger o projeto neodesenvolvimentista do PT, embora inferior ao nacio-nal desenvolvimentismo dos anos 1960-1970.

10. O Governo Dilma em sua posse anun-ciava cortes no Orçamento da União, principalmente o congelamento de salários dos Servidores Públicos Fe-derais, Reforma da Previdência, Tra-balhista etc. Mas, com a resistência e a luta da classe trabalhadora, o Governo Dilma não pode avançar tanto no seu desejo político, atacan-do os direitos dos trabalhadores. A política de distribuição de dinheiro público através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a grandes empresas e em-presários nacionais (Eike Batista etc), como exemplo, o “kite felicidade”, que é o pacote de concessões para ampliar os investimentos em rodovias e fer-rovias na ordem de R$ 133 bilhões para um período de 25 anos, como também a desoneração das folhas de pagamento das empresas, desonera-ção fiscal para os grandes setores da economia, privatizações de portos,

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aeroportos, rodovias, hidroelétricas etc, e a criação de uma Agência Regu-ladora: a Empresa de Planejamento de Logística (EPL) é o matiz ideológico do Governo Dilma...

11. O governo federal propiciou ao setor financeiro nacional (Banco do Brasil, Itaú-Unibanco e Bradesco) um lucro de R$ 23 bilhões no primeiro semestre de 2013, nunca na história financei-ra do nosso país, os bancos lucraram tanto e, os especuladores do grande capital continuam lucrando com a especulação financeira e a dívida. Do Orçamento Geral da União exe-cutado em 2012 – R$ 1,712 trilhão - 43,98% foram gastos com juros e amortizações da dívida, representan-do quase metade do orçamento do ano passado. Enquanto isso, nos setores da educação, saúde e previdência social, foram gastos 3,34%, 4,17% e 22,47% do orçamento respectiva-mente. Observamos que, o Governo Dilma prioriza o pagamento da dívi-da, o qual consome a cada ano, apro-ximadamente metade do orçamento do governo federal... O pagamento dos juros do serviço da dívida eterna é o principal empecilho ao atendimento imediato das reivindicações da classe trabalhadora, objetos das diversas manifestações ocorridas no mês de junho deste ano. O povo foi às ruas reivindicar melhorias dos servi-ços públicos como: saúde, educação, transporte etc, bandeira histórica, há mais de uma década, do movimento sindical dos trabalhadores do serviço público federal.

12. Para o ano de 2013, o Governo Dilma destinará cerca de R$ 900 bilhões do Orçamento Geral da União para pagar juros e amortizações da eter-na dívida pública. Para atender as reivindicações das 40 categorias que fizeram greve no ano passado, o go-verno federal destinou R$ 10, 289 bilhões, o qual mal repõe a inflação deste ano e não recupera as nossas perdas históricas...

13. A política de Reforma Agrária no Governo Dilma está parada e en-terrada. O governo federal prioriza a política do agronegócio que via in-tervenção da mídia nacional, acaba levando uma falsa imagem de que é o agronegócio a redenção da lavoura no nosso país. Reforma agrária não é apenas desapropriar áreas e assen-tar camponeses, reforma agrária é apostar num outro modelo de pro-dução agrícola que se contraponha e que seja antagônico ao projeto do agronegócio.

14. No ano passado, o Governo Dilma privatizou os Hospitais Universi-tários, criando a empresa Bra-sileira de serviços Hospitala-res (eBeseRH), o qual assegura o mesmo esquema aplicado as Os (Organizações sociais), permitin-do a contratação temporária, como também dispensa as exigências da constituição de processo licitató-rio para compras e contratação de serviços e, a criação da FUNPResP (Fundação de Previdência Com-plementar do servidor Público

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Federal), com a aprovação do PL 1992/2007 na Câmara Federal e o PLC 2/2012 no Senado. O matiz privatizante do Governo Dilma é público e notório, haja vista que, a conjuntura internacional da crise financeira é desfavorável à cria-ção de fundos de pensão, levando os mesmos à falência ou correndo o risco de quebradeira em todo o mundo, principalmente nos países de economia central (EUA e Europa). No Brasil, temos vários exemplos de fundos de pensão que faliu. A CAPeMI, por exemplo, desapare-ceu, deixando seus beneficiários desassistidos. Não vemos nenhum sentido do governo federal ter apro-vado a FUNPResP, pois a lógica do mercado financeiro é colocarmos a “previdência” de milhões de servi-dores nas mãos do deus mercado para as aplicações de “risco”. His-toricamente, a previdência é um patrimônio da classe trabalhadora, cujo fundamento básico é servir e conferir-lhe segurança depois de alguns anos de trabalho dedicado e contribuição para a Nação.

15. O Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais junta-mente com a CONDSEF desempe-nharam um papel político-histórico relevantes na greve dos servidores públicos federais em junho de 2012 e na luta pela anulação da Reforma da Previdência de 2003 do Governo Lula, construindo a grande marcha a Brasí-lia no dia 24 de abril. ReFORMA DA PReVIDÊNCIA COMPRADA: TeM

QUe seR ANULADA! Esta palavra de ordem pela anulação da Reforma da Previdência do Governo Lula, foi o motor para colocarmos mais de 20 mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios e, termos a consciência crítico-política de que a Reforma da Previdência de 2003 trouxe vários prejuízos aos trabalhadores do ser-viço público federal como: redução dos benefícios previdenciários; fim da aposentadoria integral; fixou a idade mínima para os ser-vidores se aposentarem (fez com que muitos servidores tivessem que adiar seus planos de aposen-tadoria); fim da paridade entre ativos, aposentados e pensionis-tas; e taxação das aposentadorias e pensões que ultrapassem o teto do INss (R$ 4.159,00).

16. A CONDSEF à época da aprovação da Reforma da Previdência do Governo Lula em 2003, mobilizou e paralisou os trabalhadores do serviço público federal no país contra a aprovação da Reforma da Previdência, a qual depois de comprovado no Supremo Tribunal Federal (STF) a compra de votos de parlamentares que deu o tom da aprovação da polêmica refor-ma, está na hora das vozes das ruas exigirem a anulação da Reforma da Previdência do Governo Lula já!

17. O movimento sindical e popular pre-cisa dar continuidade à luta, buscando a unidade e o fortalecimento da classe trabalhadora para o enfrentamento com o Governo Dilma, exigindo do

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governo federal mais verbas para a saúde, educação, reforma agrária, transporte e serviços públicos dignos e de qualidade, como exigiram as vo-zes das ruas em junho, como também os servidores públicos capacitados e bem remunerados...

18. Os signatários desta tese vêm de-nunciar a política de ajuste fiscal do Governo Dilma e exigir do governo federal o cumprimento dos acordos assinados com a CONDseF e a CUT, reafirmando a necessidade da constru-ção da maior unidade do movimento sindical e popular para enfrentarmos a política econômica de arrocho do go-verno federal, a qual favorece a classe dominante e retira direito e conquistas da classe trabalhadora. Reafirmamos ao Governo Dilma: “a classe traba-lhadora não pagará pela crise”...

Administração Pública e situação dos servidores

19. Vamos colocar como marco inicial a Administração Pública no governo Lula e Dilma, que em 2003, instalou a Mesa Nacional de Negociação Per-manente (MNNP), que tinha como objetivo instalar democratização das relações de trabalho com as entidades que representam os trabalhadores do serviço público federal. Na ocasião foi assinado um protocolo de inten-ções pelas entidades sindicais e oito ministros.

20. Como bem diz o nome “Protocolo de Intenções”, ficou apenas a intenção.

21. Os acordos na sua maioria foram descumpridos, criando uma to-tal insegurança e desconfiança da Mesa Nacional de Negociação Per-manente.

22. Na verdade a MNNP ficou apenas no papel. O governo passou a negociar em mesas setoriais, não responden-do a pauta unificada, protocolada por diversas vezes pelo Fórum dos Federais.

23. Portanto os objetivos da MNNP que era democratizar as relações de traba-lho na Administração Pública, não se concretizaram. A maioria das deman-das apresentadas e negociadas ficou no papel. Não queremos aqui negar os objetivos das entidades sindicais que é negociar a pauta da categoria. Mas há de se fazer uma reflexão sobre a metodologia utilizada pela Secretaria de Relações de Trabalho – SRT/Pla-nejamento. Pois vem demonstrando ineficaz e sem objetivo.

24. Neste sentido, torna-se mais que ur-gente a regulamentação da Conven-ção da OIT 151, onde as soluções de conflitos esteja associado ao compro-metimento das partes.

25. O governo vem alegando dificuldades em cumprir o que se foi negociado, o atendimento as pautas apresentadas, a falta de recursos orçamentários. Esta fala cai por terra, ao analisar-mos os próprios dados do governo, exposto aqui nos estudos elaborados pelo Dieese:

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26. Ficou evidente que o governo tem lastro para atender as demandas da categoria, sem comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal. Conforme estudos apresentados.

27. Cabe a nós, atores principais desta batalha, unificarmos ainda mais den-tro do Fórum das Entidades Federais, e construir uma grande greve na 1ª quinzena de março/2014, para exi-gir do governo Dilma atendimento as nossas reivindicações.

1. Negociações:28. O governo Dilma, sua Ministra do

Planejamento Orçamento e Gestão, Míriam Belchior, e todo o seu staff, têm adotado uma postura de indi-ferença e intransigência para com os trabalhadores do setor público, que não foram atendidos uma vez sequer pela presidenta; apenas por sua ministra. Pouco, muito pouco para um governo que ainda se diz dos trabalhadores. 

29. Muitos de nós culpávamos o falecido Duvanier, pela intransigência e tru-culência nas mesas de negociação. No entanto, ao assumir o seu lugar, o Sr. Sérgio Mendonça adotou uma postura que em nada difere do seu antecessor, principalmente no quesi-to enrolação. Prova inequívoca disso é o não cumprimento por parte do governo das cláusulas contidas nos acordos assinados o ano passado, que além de prever novas tabelas até 2015, também falavam sobre a negociação de inclusão do PGPE, PST e outras tabelas nos mesmos valores constantes da lei 12.277, da revisão da Gacen, da média das avaliações dos últimos cinco anos para a aposentadoria, da implan-tação das GQ’s nos setores ainda não abrangidos por ela, sem falar no cumprimento de acordos assi-nados com INCRA, IBAMA, DNIT, DNPM e muitos outros.

30.  E, para cada negativa, há um dis-curso na ponta da língua: “a crise internacional não permite”. No en-

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tanto, em momento algum faltou di-nheiro para ajudar nas privatizações, onde o BNDES tem sido um parceiro de primeira hora dos empresários. Dilma assessorada por Gerdau têm constantemente desonerado o setor empresarial. Já são mais de 150 bi-lhões, inclusive até do pagamento da previdência, que segundo o governo, vive ameaça constante de falência.

31. Sendo assim entendemos que nego-ciar é importante, mas temos que dizer ao governo, que é necessário que haja respostas positivas, que as negociações não podem se man-ter ad aeternum, que temos definir datas e períodos para que as nego-ciações tenham início, meio e fim. Se mesmo assim, o governo não se sensibilizar, não nos resta alterna-tiva, a não ser construirmos uma grande unidade no campo dos tra-balhadores do serviço público fe-deral, com pautas e bandeiras que nos unifiquem e prepararmos para o mês de março de 2014 uma greve sem precedentes, maior até do que a de 2012, que nos possibilitou ar-rancar do governo mais do que ele inicialmente se permitia.

Porque somos contra as Terceirizações

32. As terceirizações vêm aumentando a cada ano na Administração Pública, seja pela linha direta da terceirização ou por meios disfarçados, como os que seguem abaixo, conforme dados da Dieese:

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33. Neste sentido, combater a terceiri-zação é diferente de combater os ter-ceirizados. Esses trabalhadores são explorados e colocados como refugo pelas empresas responsáveis pelos contratos e convênios. Que, em con-trapartida, recebem todas as benécias do estado, e para os seus trabalhado-res, as migalhas que caem da mesa.

2. Balanço do Movimento:

34. O Congresso passado da Condsef acertou ao aprovar a unidade entre as diversas categorias dos servidores públicos federais. A busca da unidade através da construção do fórum das entidades dos servidores fez com que, no ano de 2012, fizéssemos uma das maiores greves unificadas dos últi-mos tempos, culminando com uma vitória política sobre o governo fede-ral, que voltou atrás no reajuste zero. No entanto, apesar do acerto, tem-se ainda muito a avançar no processo de unidade, independente das questões partidárias e até ideológicas.

35. Por isso, nesse momento é fundamen-tal para a classe trabalhadora que a CUT e a Condsef sejam condutoras deste debate, construindo a unidade com todos aqueles que querem lutar contra os que querem tirar os direi-tos dos trabalhadores, seja do setor público ou da iniciativa privada.

36. Assim sendo, qualquer discussão sobre desfiliação da CUT, ou de criar uma nova ferramenta de luta, é contraproducente tendo em vista

fato de que o ataque do grande ca-pital esta cada vez mais forte. Haja vista o PL 4330, que visa precarizar e terceirizar os serviços, retirando direitos arrancados ao longo dos anos com muito suor e sacrifício dos trabalhadores. Mesmo saben-do que a CUT não nos oferta hoje a mesma garra e espírito de luta como nos anos 80 e 90, até fraque-jando em determinados momentos, ela ainda é o maior sustentáculo da classe trabalhadora, bastando para tal que apontemos os caminhos a serem trilhados por ela.

37. Portanto, assim como não podemos afirmar que somente os que são filia-dos à CUT são os donos da verdade, ninguém também pode se arvorar como tal. Temos que lembrar que a maioria dos trabalhadores(as) não são sindicalizados(as), ficando às ve-zes à margem das nossas lutas. Uns por falta de informação, outros por desinteresse e até mesmo por egoís-mo, peleguismo, ou por outros moti-vos de ordem qualquer. O certo é que temos que investir na Central, atra-vés da Condsef, visando fortalecer o espaço de unidade entre as Centrais e todas as entidades dos trabalhado-res, sejam do Serviço Público ou da iniciativa privada, que estiverem na luta contra a retirada dos direitos dos trabalhadores.

3. Estrutura da CONDSEF:

38. A Condsef surgiu em 90 para organi-zar os servidores federais com uma

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proposta ousada de unificar todos em uma organização só, ou seja, deveríamos fazer diferente das leis burguesas, ter um sindicato plural em que os(as) trabalhadores(as) po-deriam escolher a sua filiação sem ser preciso utilizar do imposto sindical ou qualquer outra forma de finan-ciamento por parte do Estado. Nesse cenário, a Condsef após sua criação e filiação dos sindicatos gerais, sempre se destacou por se constituir como uma entidade que sempre derrubou barreiras.

39. Após 2003, com o inicio do governo Lula, iniciamos um processo de de-bate para regulamentar o direito a negociação coletiva cumprindo assim a convenção 151 da OIT, bem como o reconhecimento do governo e a regu-lamentação do direito de greve sem a intervenção do Estado e a liberação dos dirigentes sindicais.

40. Os governos de Lula e Dilma em-purraram com a barriga, enquanto poderiam ter tomado uma decisão política e resolvido minimamente esses questões que estavam na or-dem do dia do PT, quando oposição. Ao contrário, durante estes 10 anos tivemos vários problemas que amea-çaram e ainda ameaçam a nossa forma de organização.

41. Foram várias tentativas de cobrança do imposto sindical. Na nossa base conseguimos barrar, mas agora a si-tuação pode fugir do controle. A situ-ação é delicada, o grupo de trabalho

criado entre as entidades e governo ainda não chegou a um acordo.

42. Na Justiça começamos a ter constan-tes questionamentos quanto à repre-sentatividade da Condsef e de alguns sindicatos. Neste sentido, temos que levantar alguns cenários:

43.   1) Temos convivido com varias ameaças de alguns setores da base dos sindicatos gerais (associações) de criar sindicatos nacionais e filia-ção direta à Condsef, o que é uma ameaça direta aos sindicatos gerais;

44. 2) Ao longo destes anos, o número de trabalhadores que se filiaram aos sindicatos gerais consolidaram  a tese de que um sindicato só e uma confederação só são as ferramen-tas mais corretas de enfretamen-to e de busca da unidade entre os trabalhadores;

45. Caso seja mantido a legislação atual e a Condsef não consiga o seu registro sindical, propomos apresentar uma nova estrutura para a Condsef no presente Congresso, para ser aprova-da em uma plenária estatutária a ser convocada para 2014, com data será aprovada pelo CDE.

46. Neste sentido, convidamos a todos a construir uma proposta que prote-ja nossa forma de organização. Essa responsabilidade não é só de uma força política, mas de todas as for-ças que estejam, ou não, na direção da Condsef.

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PLano De LUtas

Retirada dos projetos de lei que tramitam no congresso

47. PLP-092/07: criação de fundações públicas de caráter privado.

48. PLP-248/98: dispensa do servidor por insuficiência de desempenho.

49. PL-549/09: a mesma lógica do PLP-01.

50. PEC-306/09: extingue o Regime Ju-rídico Único (RJU).

Lutar pela aprovação dos seguintes projetos de leis

51. PL 5030, que reabre o prazo para os demitidos injustamente pelo desgo-verno Collor.

52. PL 4485, que concede pensão vitalícia para os trabalhadores da ex-Sucam que estão contaminados pelo DDT/Malathion.

53. PEC 210, que garante o retorno do adicional do tempo de serviço a todos os servidores.

54. PEC 555, retirada dos descontos do PSS dos aposentados e pensionistas.

55. PLPs 554 e 555, que regulamente a aposentadoria no serviço público.

56. Convenção 158, que veda a demissão imotivada de trabalhadores.

57. Pela regulamentação imediatamente da emenda 29, que garante recursos financeiros para a saúde pública.

Reivindicações gerais

58. Equiparação com a Lei 12.277/10, a todos os trabalhadores que estão com a remuneração abaixo dos cinco car-gos específicos (NS, NI e NA).

59. Lutar pela paridade entre ativos/apo-sentados e pensionistas.

60. Instituir gratificação de qualificação para todos os setores que ainda não tem esse direito.

61. Criação da gratificação zona local e difícil acesso e que seja garantida a todos que se encontram trabalhando nessas condições.

62. Lutar pela mudança do formato de aposentadoria no tocante a gratifi-cação de desempenho, com valores integrais.

63. Regulamentação da Convenção 151 (Negociação Coletiva na Administra-ção Pública).

64. Unificar os valores do auxílio alimen-tação, transporte e pré-escolar nos Três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo).

65. Cumprimento do Mandado de Injun-ção 880, na sua íntegra e outros.

66. Data-Base em 1º de Maio.

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67. Política Salarial com correção das distorções e reposição inflacionária.

68. Auditoria cidadã da Dívida Pública.

69. Lutar contra as terceirizações, em especial contra a PLP 4330, e priva-tizações.

70. Lutar contra os leilões do pré-sal.

71. Regulamentação da aposentadoria especial no Setor Público, com in-corporação do adicional de insalu-bridade.

72. Combater condições de trabalho insa-lubres em ambientes não insalubres.

73. Defender a saúde do trabalhador e da trabalhadora e seus familiares e a efetiva segurança no trabalho, através de medidas como:

Mecanismos mais eficazes a pro-teção aos ambientes de trabalho;

Criação das comissões de saúde nos locais de trabalho (OLT Saúde);

Pelos exames periódicos para controle;

Política de preparação do servi-dor para a aposentadoria;

Política de combate à dependên-cia química e alcóolica do servidor;

Atenção especial à saúde mental do servidor;

Uniformizar as políticas de saúde complementar com fixação isonômica na administração pú-blica federal.

74. Lutar para a anulação da reforma da previdência.

75. Lutar pelo retorno do anuênio.

76. Lutar para que a comissão de avalia-ção de desempenho seja efetivamente como o previsto pelo MPOG.

77. Os Combater o assédio moral no serviço público e nas entidades sindicais.

78. Garantir os direitos dos portadores de necessidades especiais.

79. Combater com vigor todo tipo de dis-criminação seja de gênero, etnia, idade ou orientação sexual, especialmente em ambiente de trabalho.

80. Lutar pela universalização dos be-nefícios e pelo fim do fator previ-denciário.

81. Coibir práticas anti-sindicais.

82. Combater a criminalização dos mo-vimentos sociais.

83. Lutar para que o governo recompo-nha a força de trabalho no serviço público federal.

84. Lutar pela democratização da mídia.

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Reivindicações específicas

Carreira Previdência, Saúde e Trabalho:

85. Elaborar propostas para a saúde dos servidores, em particular aqueles acometidos de intoxicação decorrente de serviços com uso permanente de inseticida.

86. Reestruturação da Carreira.

87. Reajuste da GACEN conforme INPC anual e Extensão para os servidores que ficaram excluídos.

Plano Geral de Cargos do Poder Executivo:

88. Equalização Salarial dos Três ní-veis conforme percentual dado aos cinco Cargos de Infraestrutura (PL – 5.920).

89. Reestruturação do Plano Geral.

90. Isonomia com a Lei 12.277/10(NS, NI E NA).

91. Gratificação de Desempenho (GQ) e Retribuição de Titulação (RT).

Plano Especial de Cargos dos Servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM:

92. Revisão das Carreiras e Plano Espe-cial de Cargos.

Carreira da Imprensa Nacional:

93. Implantação do Plano de Carreira.

Carreiras do INCRA:

94. Reestruturação das Carreiras do INCRA.

95. Instituição de adicionais de titulação e de incentivo à qualificação aos ser-vidores integrantes do Plano Especial de Cargos do INCRA.

Plano Especial de Cargos da Cultura:

96. Instituição de adicionais de titulação e de incentivo à qualificação aos ser-vidores integrantes do Plano Especial de Cargos da Cultura.

97. Reestruturação do PEC.

Carreiras e Plano Especial de Cargos do Meio Ambiente e IBAMA:

98. Revisões nas carreiras e plano especial de cargos das Áreas Am-biental (IBAMA, MMA, CHICO MENDES).

Carreiras das Agências Reguladoras:

99. Revisão das carreiras aplicáveis às agências reguladoras, objetivando a constituição de uma só carreira.

Servidores da Secretaria do Patrimônio da União:

100. Plano de Carreira.

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Servidores do Ministério da Justiça:

101. Instituir uma gratificação especifica para os servidores do MJ.

Carreiras e Plano Especial de Cargos do DNIT:

102. Reestruturação das carreiras e do Plano Especial de Cargos do DNIT.

Servidores do Hospital das Forças Armadas:

103. Reestruturação do Plano de Carreira dos Servidores Estatutários.

104. RJU para os empregados públicos (Lei nº 8.112).

Plano de Carreiras e Cargos da Tecnologia Militar:

105. Reestruturação da tabela remune-ratória.

106. Inclusão, no PCCTM, dos servidores civis das áreas administrativa e logís-tica lotados no Ministério da Defesa e órgãos vinculados.

107. Inclusão dos servidores civis do PGPE, abrangendo os do NA, no PCCTM lotados em organizações militares tecnológicas.

Servidores integrantes do PECFAZ (Ministério da Fazenda):

108. Revisão do plano e elaboração de uma carreira.

109. Isonomia com a Lei 12.277/10 (NS, NI e NA).

Servidores integrantes do Quadro de Pessoal da AGU:

110. Plano de Carreira.

Servidores integrantes do Quadro de Pessoal do Ministério da Agricultura, não integrantes de carreiras ou planos especiais estruturados

111. Instituir uma Gratificação a titulo de adiantamento de Plano de Carreira para os Servidores Administrativos do MAPA.

Servidores integrantes das estruturas funcionais da Ciência e tecnologia, do INPI e do INMETRO:

112. Reestruturação da Tabela Remu-neratória.

Servidores integrantes do Quadro de Pessoal do Arquivo Nacional:

113. Constituição de um Plano Especial de Cargos destinado à reorganização da estrutura remuneratória da instituição.

Servidores integrantes do Fundo de Marinha Mercante:

114. Plano Especial de Cargos/Carreira.

Servidores do INEP e do FNDE:

115. Reestruturação da Carreira e PECs.

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Servidores da FUNAI:

116. Estruturação da “Carreira Indige-nista”.

Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro:

117. Enquadramento dos servidores egres-sos do PCC e do PGPE na Carreira da C&T.

Servidores anistiados – Enquadramento no RJU (não há acordo firmado com o governo):

118. Enquadramento dos servidores anis-tiados na forma da Lei nº 8.878/1994 e do Decreto nº 6.077/2007, no Re-gime Jurídico de que trata a Lei n° 8.112/1990.

Servidores integrantes do PEC da Polícia Rodoviária Federal:

119. Restabelecimento do pagamento da GDAR.

120. Reestruturação do PEC.

Servidores administrativos do Ministério das Relações Exteriores:

121. Estruturação de carreira específica.

Servidores da EMBRATUR:

122. Estruturação de carreira específica.

Servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário:

123. Tratamento funcional idêntico ao dispensado aos servidores do INCRA, com enquadramento na Carreira de Desenvolvimento Agrário.

Trabalhadores da Funasa do emprego público/Rio de Janeiro: (Mata mosquito)

124. •Inclusão destes trabalhadores na lei 8.112/90, transformando-os em servidores públicos federais estatu-tários.

Servidores públicos federais da Roquete Pinto:

125. Redistribuição imediata dos servido-res da Roquete Pinto que ainda não foram contemplados com o processo de redistribuição para o Ministério da Cultura.

EX-TERRITÓRIOS:

126. PELA REGULAMENTAÇÃO DO AR-TIGO 138 DA LEI 11.784-2008,

127. ANALISAR AS CLASSES DI E DII DA CARREIRA DE MAGISTÉRIO, LEI 12.772-2012 PARA DETECTAR SE HOUVE PREJUIZO;

128. EXTENSÃO DOS PLANOS DE SAÚ-DE PARA OS SERVIDORES DOS EX--TERRITÓRIOS

129. QUE OS DOCENTES COM DEDICA-ÇÃO EXCLUSIVA QUE EXERCEM CARGO DE CONFIANÇA DENTRO DA ÁREA DE EDUCAÇÃO OU PE-

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DAGÓGICA, GARANTINDO SUAS PROGRESSÕES COMO MANDA A LEI.

130. QUE A CONDSEF ENVIE DOCUMEN-TO AO PLANEJAMENTO SOLICI-TANDO DO GOVERNO O DIREITO AOS ADICIONAIS DE INSALUBRI-DADE, ADICIONAL NOTURNO, RISCO DE VIDA, PENOSIDADE E PERICULOSIDADE A TODOS OS SERVIDORES DOS EX-TERRITÓRIOS QUE TENHAM ESSES DIREITOS, ENVIANDO UM PERITO DO TRA-BALHO PARA FAZER OS LAUDOS, NOS CASOS NECESSARIOS.

131. QUE A CONDSEF SE COMPROMETA COM AS PAUTAS DOS SERVIDORES DOS EX-TERRITÓRIOS DE RORAIMA, RONDONIA, AMAPÁ, ACRE E FER-NANDO DE NORONHA, ENCAMI-NHANDO AO GOVERNO FEDERAL.

132. QUE A CONDSEF CONVOQUE O DEPARTAMENTO DOS EX-TERRI-TÓRIOS PELO MENOS 2 VEZES POR ANO PARA ENCAMINHAMENTO DAS PAUTAS.

133. CONTRA O PROJETO DE LEI QUE TRATA DO ACORDO COLETIVO ESPECIAL;

134. DEFESA DA APOSENTADORIA IN-TEGRAL E PARITÁRIA

135. NÃO AO FATOR PREVIDENCIARIO

136. ANULAÇÃO DA REFORMA DA PRE-VIDENCIA (MENSALÃO 2003)

137. REAJUSTE GERAL DE SALARIOS E BENEFICIOS AO SERVIDORES PUBLICOS.

138. Lei 12.277/2010 – Encaminhe para a ex-tensão a TODOS SERVIDORES PUBLI-COS (superior, Intermediário e Auxiliar).

139. LUTAR PELA INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO AO VENCIMENTO BASICO.

140. Que seja implantada no PGPE nos 03 níveis A Gratificação de Qualificação (Superior, Intermediário e Auxiliar).

141. Reiterar junto ao Governo Federal a proposta de Ascensão Funcional do Servidor, nos moldes da discussão já feita entre a CONDSEF e o Governo.

142. Lutar pela aprovação da PEC 210 - Retorno do Anuênio para todos os Servidores da Administração Pública,.

143. Retorno do pagamento do Plano Collor aos Servidores (Docente e Não Docen-tes) do Estado do Amapá.

144. Que o MPOG faça o pagamento da GEAD aos Servidores docentes do AMAPÁ, RONDÔNIA E RORAIMA.

145. Pagamento de despesas dos Exercí-cios Anteriores sem que os servido-res tenham que abrir mão de direitos judiciais ou administrativos.

146. Reintegração imediata dos restantes dos anistiados de Fernando de Noro-nha e demais Estados;

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147. Reativação do escritório de represen-tação do MPOG Ex-territórios federal em Fernando de Noronha

148. Que a CONDSEF REIVINDIQUE JUN-TO AO GOVERNO FEDERAL O PA-GAMENTO DO PASSIVO DE 4% AOS DOCENTES DOS EX-TERRITÓRIOS, LEI 12.702-2012 MESMO BENEFICIO CONCEDIDO ANTERIORMENTE AOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO.

149. QUE A CONDSEF REIVINDIQUE JUNTO AO GOVERNO FEDERAL A UNIFICAÇÃO DAS CARREIRAS DO MAGISTÉRIO DO ENSINO BÁSICO.

150. QUE A CONDSEF PROMOVA JUN-TO AS SUAS FILIADAS DISCUSSÃO E ENCAMINHAMENTOS SOBRE O ENFRENTAMENTO DO ENDIVIDA-MENTO INTERNO DO PAÍS.

151. REINVIDICAR MELHORES CONDI-ÇÕES DE TRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO.

DNOCS:

152. Reestruturação do DNOCS, com a criação de um plano de carreira para os servidores do órgão, bem como, a reabertura do prazo de opção para os servidores que estão prejudicados com o não recebimento da bolsa/VPNI.

Sudene, Sudan e Suframa:

153. Criação de planos de carreira para estes 3 setores.

Servidores da Rede Federal de Educação:

154. Plano de Carreira PCCTAE: gestão para reativação da Comissão Nacional de Supervisão da Carreira e inserção da CONDSEF nos espaços nacionais de negociação com o Governo.

155. “Isonomia” do magistério dos ex-ter-ritórios com os demais trabalhadores do magistério da área de educação tecnológica e/ ou universidade (com destaque para a Lei 12.702/2012 - 4% de reposição salarial para os docentes).

156. Pagamento da GEAD aos Servido-res Docentes do Amapá, Rondônia e Roraima.

157. Unificação das Carreiras do Magisté-rio do Ensino Básico.

158. Expansão da Rede de Educação Tec-nológica (inclui escolas da CEPLAC - as EMARCS; os diversos programas/ projetos como PRONATEC e simila-res): solução para problemas de in-fraestrutura, gestão e pessoal (com necessidade, também, de recompo-sição da força de trabalho).

159. Não à privatização, contra a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hos-pitalares).

Plano de lutas específicas femininas:

160. Pela adoção de políticas públicas con-tra a violência doméstica e contra a violência no trabalho;

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161. Pela aplicação efetiva da Lei Maria da Penha;

162. Pela ampliação da rede de cre-ches e da escola pública de tempo integral;

163. Por campanhas de valorização da imagem social da mulher;

164. Pela ampliação dos direitos sociais vol-tados para a maternidade, formação profissional, acesso à saúde preven-tiva e curativa, proteção à infância e a juventude;

165. Contra o fator previdenciário e a retirada de direitos da Previdência Social;

4. Calendário de atividades:

Janeiro

166. Lançamento nos Estados da campa-nha Salarial de 2014;

167. CDE e Plenária da Condsef.

 Fevereiro

168. Lançamento da Campanha Sala-rial/2014, com entrega da Pauta aos Três Poderes.

169. Assembléias nos estados para discutir o Indicativo de Greve a ser construído no Congresso da CONDSEF.

 Março

170. Marcha à Brasília (cobrar do Governo uma resposta à pauta de reivindica-ções) e Campanha Salarial 2014;

171. Indicativo de Greve.

Assinam essa tese:

Grupo dos Independentes da Base da CONDSEF;

Unidade Socialista – US;

Movimento Luta de Classes – MLC;

Unidade Socialista dos Trabalhadores – UST;

Delegação de Rondônia;

Parte da delegação de Minas Gerais,

Esquerda Popular Socialista – GO e

Alicerce – RJ.

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A crise econômica mundial1. A crise econômica mundial é uma

realidade no planeta. Seus reflexos são sentidos em todos os cantos do globo terrestre, inclusive no Brasil. Os responsáveis pela crise, aqueles que detêm o poder do capital, são os únicos beneficiados por ela, enquan-to a classe trabalhadora é atacada com demissão, desemprego, redução e congelamento salarial, redução de direitos previdenciários, destruição dos serviços públicos, privatizações, entre outras mazelas sociais. Os re-cursos financeiros oriundos dos im-postos, que deveriam ser aplicados

em serviços públicos de qualidade à população necessitada, são destina-dos para garantir os lucros dos tuba-rões do capital, conforme exigem os organismos internacionais.

Europa no centro da crise: Recessão e desemprego

2. O ponto mais avançado da crise segue sendo a Europa. A Comissão Europeia não acertou em seus prognósticos: “Em fevereiro de 2011 disse que em 2012 seria o ano de crescimento. Não foi. Há um ano repetiu: em 2013 se recuperaria a economia. Tão pouco; e agora promete que a Eurozona cairá este ano 0,3% e crescerá somente em 2014” (Clarin, Argentina, 23/2/13).

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Os trabalhadores não vão pagar pela crise

UNIDOS PRA LUTAR

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3. Já há 10 países em recessão na UE: Holanda, Espanha, Checoslováquia, Grécia, Itália, Chipre, Hungria, Por-tugal, Finlândia e Luxemburgo. A UE soma já 26 milhões de desempregados e destruiu 2 milhões de empregos em 2012. Na Grécia 60% dos jovens estão sem trabalho. Na Espanha é um dos mais graves com 26,2%, com 6 mi-lhões de desempregados. Alemanha tem os piores números desde 2009.

4. O ajuste dos governos europeus chega aos serviços públicos com demissões em massa e enxugamento da máqui-na. Na Grécia, por exemplo, o plano de milhares de demissões no serviço público foi aprovado pelo congresso em julho desse ano. De imediato, quatro mil funcionários, incluindo professo-res, serão demitidos. E até o final de 2014, mais 25 mil servidores perderão o emprego. A medida é uma exigência do FMI e do Banco Central Europeu para conceder mais uma parcela do empréstimo. Medidas nesse sentido têm sido tomadas também em países como Portugal e Espanha. O que mos-tra que o processo de sucateamento do serviço público é parte de uma po-lítica internacional da burguesia para resguardar seus lucros diante da crise econômica internacional.

A crise econômica global do sistema capitalista atinge a maior economia do mundo

5. É um fato que as taxas de desempre-go seguem em 7,3%, enquanto entre

os jovens cresce a 23,4% e existem 12.300.000 pessoas que buscam em-prego e não conseguem (dados The Guardian, no Clarin, 3/2/13). A crise política e econômica yankee se desta-ca visto que, democratas e republica-nos não entraram em acordo sobre a elevação do nível de endividamento dos EUA, assim o governo aplicou um massivo corte na defesa, educação, saúde, pesquisa científica, etc. Um corte estatal de 85 bilhões de dólares que pode deixar sem trabalho a 750 mil pessoas, entre eles 30 mil docen-tes, mais de 17 mil funcionários da NASA, 15 mil na Agência de Proteção ambiental e mais de 32 mil no De-partamento de Segurança. Ao ponto que até Obama disse que haverá “uma queda de meio ponto no crescimento do PIB (...). Tudo isto vai ter um efeito dominó na economia...” (La Nación, Argentina, 2/3).“Sem o aumento do teto da dívida, o governo ficaria sem dinheiro para pagar despesas-chave, como aposentadorias, vencimentos da dívida do Tesouro e gastos militares, como observa um relatório do Bank of America Merrill Lynch” (Valor Econômico, 01 de outubro de 2013).

A classe trabalhadora reage aos ataques da burguesia

6. A continuidade da revolução árabe e as lutas dos trabalhadores e setores populares da Europa são o ponto mais avançado de uma rebelião de massas mundial que impede que o imperialis-mo possa superar a fase aguda de sua

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crise econômica. E isto realimenta a crise política dos governos, regimes e partidos burgueses e reformistas.

7. No Norte da África existe atualmente uma luta encarniçada entre a revo-lução e a contra revolução em toda a região, mas ainda não está dita a ul-tima palavra. Continua a mobilização e a vontade de luta do movimento de massas.

8. No Egito, de um lado houve o golpe e a selvagem repressão dos militares e a libertação do ex-ditador Mubarak e por outro a revolução segue seu curso com os protestos massivos. Na Tuní-sia, a greve geral, há ainda os protes-tos no Bahrein e na Palestina contra a repressão sionista. Enquanto que na Síria continua a resistência armada popular contra a invasão imperialista, como contra a ditadura sanguinária de Bashar Al Assad.

9. Desde os primeiros dias do ano se somaram novas greves e mobiliza-ções massivas contra os cortes na Espanha, Grécia, Portugal, França, Bélgica, Alemanha e na Bulgária di-retamente os protestos terminaram derrubando seu governo. A tudo isto tem que somar as greves na Índia, na África do Sul, na China, na América Latina ou as massivas marchas dos estudantes no Canadá.

10. Em que pese que nos EUA não haja um ascenso na luta classes, crise tem levado os trabalhadores a se reali-zarem protestos sindicais pontuais

(Wall Mart, professores de Chicago, portuários da costa Oeste). Eles mes-mos se definem como “fragilidade da reativação”. Mas é um fato: a classe reage aos ataques do capital.

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Fortalecer as lutas das categorias e campanhas salariais em curso e derrotar o ajuste de Dilma

11. No Brasil, nada será como antes com as manifestações ocorridas no mês de junho. Os governos federal, esta-duais, municipais ficaram acuados durante as manifestações pela força dos milhões que saíram para exigir transporte público de qualidade, o fim da corrupção, mais verbas pra saúde e educação e tantas outras pau-tas que denunciavam a farra dos de cima com o dinheiro público, como nos gastos milionários nas obras da Copa do Mundo.

12. Passados quatro meses das jorna-das de junho, o pacto proposto por Dilma, governadores e prefeitos só unificou a burguesia num ponto: o ajuste fiscal. Assim como em outros países onde os efeitos da crise eco-nômica internacional têm sido os governos tentarem impor pesados ajustes, como demissões no serviço público e aumento do desemprego, por exemplo; no Brasil esse receitu-ário também é aplicado.

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13. A inflação segue alta, consumindo parte expressiva dos salários e au-mentando o endividamento das fa-mílias. Em reunião ocorria no dia 05/09, com os representantes dos BRIC’s (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) o governo brasileiro anunciou que investirá R$ 18 bilhões no fundo de reserva do bloco.

14. A dívida pública consumiu só em 2012 o valor de R$ 753 bilhões (43,98% do orçamento da União). Enquanto que as áreas sociais ficaram apenas com miga-lhas. A saúde recebeu 4,17%, a educação 3,34%, segurança 0,38%, transportes 0,7% e habitação apenas 0,01%.

15. Não bastasse o aperto nas áreas so-ciais, os governos arrocham salários e sucateiam os serviços públicos, pre-carizando as condições de trabalho e privatizando várias áreas. A inflação continua acelerando e corroendo os salários que não crescem na mesma proporção. Se tomarmos o reajuste de 15,8% do acordo fechado no ano passado para o triênio 2013-2015, dividindo-o por três, teremos 5,26%, ou seja, 0,58% a menos que o reajus-te aceito pela CONDSEF. O governo sequer repôs a inflação e o valor do reajuste já foi corroído pelo índice inflacionário só neste primeiro se-mestre. É de suma importância que as lutas que estão surgindo sejam unificadas sob a direção de uma nova ferramenta de luta que possa substi-tuir as velhas burocracias governistas encasteladas nos aparelhos sindicais

que dão sustentação aos ataques do governo Dilma (PT/PMDB).

Categorias começam a lutar

16. As burocracias sindicais que tentaram blindar o governo, seja nas jornadas de junho seja nos dias 11/07 e 30/08, foram rechaçadas pelo movimento de massas por conta de seu atrelamen-to com o governo. Dilma, Lula, o PT e a CUT perderam a hegemonia que tinham nas ruas. Setores da classe fizeram e estão fazendo fortes mo-vimentos como os trabalhadores de supermercados, construção civil, ro-doviários, metroviários, metalúrgicos e os trabalhadores da educação em greve em Belém, no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Essas mobilizações apontam o caminho que devemos se-guir nesse segundo semestre.

17. Enquanto os políticos absolvem cor-ruptos como Donadon (PMDB) e ten-tam criminalizar a juventude que luta, como no caso da prisão dos Black Blocs no RJ, devemos trabalhar para unificar as lutas em curso e impor derrotas aos governos e seus aliados no movimento sindical com a força da mobilização.

Nesse contexto, apresentamos as seguintes propostas:

Internacional:

18. Se solidarizar com os trabalhadores e

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trabalhadoras da UE, que lutam con-tra a reforma da previdência; por em-prego e salário; contra o ajuste fiscal aplicados na UE; contra a demissão dos empregados públicos e por mais postos de trabalhos, inclusive para a juventude;

19. Todo apoio às greves e mobilizações massivas na Espanha, Grécia, Por-tugal, França, Bélgica, Alemanha e Bulgária;

20. Se solidarizar com os trabalhadores e trabalhadoras dos Estados Unidos da América que se manifestam contra a política de ajuste aplicada por Obama;

21. Apoio à revolução no Norte da África e mobilização das massas que lutam por liberdade;

22. Apoio ao processo revolucionário no Egito e manifestam repúdio contra a repressão militar e libertação do ditador Mubarak;

23. Apoio às manifestações populares na Tunísia e Bahrein;

24. Todo apoio à resistência Palestina e contra a repressão sionista;

25. Todo apoio à luta popular na Síria e contra a invasão imperialista.

Nacional:.

26. Exigir a suspensão do pagamento e auditagem da dívida pública brasi-leira, conforme preconiza o art. 26

da Constituição Federal de 1988 – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;

27. Uma vez suspenso o pagamento da dívida pública, exigimos que os re-cursos sejam aplicados em serviços públicos de qualidade à população necessitada, como saúde, educação, transportes, segurança, reforma agrária, lazer, cultura, política ha-bitacional, alimentação, trabalho, previdência social, proteção à infân-cia e à maternidade, assistência aos desamparados (art. 6º da CF);

28. A CONDSEF toma para si todas as bandeiras de luta expostas nas ruas durante as jornadas de junho de 2013;

29. Exigem o combate firme e consequente à corrupção em todas as esferas de poder do Estado Brasileiro, inclusive com apli-cabilidade das punições cabíveis para corruptos e corruptores, bem como o confisco de toda a riqueza acumulada pela prática da corrupção, revertendo esses valores às políticas sociais.

30. Construção de uma nova organiza-ção sindical que possa unificar todas as lutas dos trabalhadores contra os ataques dos governos e dos patrões.

BaLanço Do MoviMento

A Campanha Salarial de 2012

31. Em 2012, a pauta unificada dos servi-

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dores federais tinha sete eixos: defi-nição de data em 1º de maio; política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações; contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; retirada de PECs, PLs, MPs e Decretos con-trários aos interesses dos servidores públicos; cumprimento, por parte do governo, dos acordos firmados e não cumpridos; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; reajuste dos benefícios: auxílio alimentação, diárias e contrapartida de plano de saúde; e, por último, depois de muito debate, foi incluído, ao longo da cam-panha de 2012, o índice de 22,08% linear a todas as carreiras.

32. Esse esforço permitiu que a campa-nha iniciasse unificada, seguida da maior greve de servidores federais nos últimos 18 anos (após a greve histórica de 1993), numa conjuntura em quase 10 (dez) anos de governo petista: cerca de mais de 300 (trezen-tos) mil servidores federais paralisa-ram, promoveram atos e marcharam unificadamente no país, porém, em que pese a forte greve e a realização de três marchas nacionais a Brasília fortemente mobilizadas não foram suficientes para que o governo aten-desse às reivindicações dos servidores postas na mesa.

33. Nas mesas de enrolação, o governo, inicialmente, apresentava sua pro-posta de reajuste zero. Em seguida, ao perceber a radicalização da greve, o

governo petista/peemedebista apenas apresentou propostas de negociação setorizada, que culminaram, infeliz-mente, na divisão do movimento de greve, tendo em vista que setores da FASUBRA, CONDSEF e CSP CONLU-TAS caracterizavam que a greve não teria como arrancar a pauta unificada. Assim, o governo conseguiu impor uma proposta de reajuste de 15,8% dividida em três anos (2013, 2014 e 2015) o que, conseqüentemente, se-pulta por três anos qualquer campa-nha salarial vindoura.

Era possível alcançar outras conquistas?

34. Em nossa avaliação, em que pese a dureza do governo, pensamos que sim. Primeiro elemento, dinheiro há: “Em 2012, o governo federal gastou R$ 753 bilhões com juros e amortiza-ções da dívida, ou seja, R$ 45 bilhões a mais do que em 2011, contrariando o alarde da mídia conservadora diante da alegada queda com os gastos com a dívida e com o fato do superávit primário ter ficado abaixo da meta”, conforme apurou o portal Auditoria Cidadã da Dívida (grifamos). Em se-gundo lugar porque a política de rea-juste zero só foi derrotada em função da greve e mobilizações radicalizadas, como as que aconteceram na terceira marcha nacional em Brasília (2012) em que os grevistas unificados com os estudantes conseguiram manter fechado o Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão. Por fim, porque os servidores federais não

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aceitam mais o ajuste fiscal imposto por Dilma Rousseff/Michel Temer, governo que garante a lucratividade dos banqueiros, por meio da dívida pública, bem como recursos às gran-des empreiteiras dos grandes projetos em curso no país (olimpíadas, copa e hidrelétricas), motivos que deixam os servidores com muita disposição de luta diante de um governo que, diu-turnamente, governa para garantir o privilégio dos ricos, que ficam cada vez mais ricos. Por outro lado, corta recursos dos serviços públicos e nega reajuste aos servidores.

O que foi a campanha salarial 2013

35. O acordo assinado em 2012 garan-tiu um “reajuste” salarial de 15,8% em três parcelas, 2013, 2014 e 2015, sendo em média um percentual de 5,26%, porém a inflação em 2012 al-cançou um patamar de 5,84% (IPCA) medida pelo IBGE, segundo o sítio (http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/01/inflacao-oficial--fecha-2012-em-5,84-aponta-ibge.html). O mesmo IBGE, para 2013, in-dica índice de inflação de 6% (IPCA), novamente acima do percentual mé-dio ao que foi dado aos servidores fe-derais. Sendo que o índice para 2014 seguem as mesmas projeções, o que significa redução no poder de compra dos servidores. Nem a inflação está sendo reposta.

36. A campanha salarial 2013, sequer há índice. Os eixos centrais da atual

campanha são os mesmos de 2012, o que implica em afirmar de que nada nos foi garantido, ou seja, está mais do que caracterizado que o governo petista/peemedebista é pura enro-lação e ataque em relação aos traba-lhadores. Reafirmando, o governo é dos ricos!

Que rumo deve ter a campanha salarial?

37. Em sua página, a CONDSEF, publi-ca um texto intitulado: “Projeto do governo se distancia cada vez mais daquele que a maioria dos brasileiros elegeu nas urnas”, datado de 24/05. “As decisões e os caminhos que o go-verno da presidenta Dilma Rousseff tem trilhado estão deixando dúvidas em muitos que apostaram num pro-jeto com foco em melhorias sociais e que foi o escolhido pela maioria dos brasileiros nas últimas eleições”. Se-gue o texto: “A concessão de isenção de impostos ao empresariado é outro reflexo do distanciamento do governo do que deveriam ser suas prioridades. Em menos de dois anos o empresaria-do foi liberado de contribuir com mais de meio trilhão de reais em impostos, dinheiro que deixou de ser arreca-dado e poderia ter sido utilizado em investimentos que de fato pudessem retornar para os brasileiros em forma, por exemplo, de serviços públicos de qualidade para todos” (grifamos). Não vamos aqui reproduzir o texto comple-to, mas destacamos que está recheado de exemplos do que tem significado a atuação do atual governo em benefício

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aos ricos: isenções fiscais, privatização, compra de votos, corte nos recursos públicos, etc. “É importante destacar neste cenário que deixa trabalhadores à margem e privilegia o empresariado a resistência deve se fazer constante” (grifamos). Em que pese a caracteriza-ção de que os trabalhadores fiquem à margem em função dos privilégios dos ricos, o texto da CONDSEF, insinua que o governo está em disputa, isso é o que sugere o título. Afirmamos que não! O governo é dos ricos! Por meio das mesas de enrolação, ape-nas segura os de baixo para iludi-los e impedir suas lutas para continuar garantindo os lucros e privilégios dos de cima (os ricos).

38. Para entender melhor a enrolação do governo federal, veja a matéria da pá-gina da CONDSEF: “28/05 – Retro-cedendo em processos de negociação, Planejamento pede reenvio de pauta de reivindicações a servidores da Fu-nai e SPU . A Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento têm repetido o que pa-rece ser uma estratégia para retardar os processos de negociação em curso com diversas categorias da base da Condsef. Em duas reuniões ocorridas nesta terça-feira, para tratar a pauta de reivindicações dos servidores da SPU e da Funai, a SRT solicitou que as demandas fossem reencaminha-das. A alegação principal é de que a SRT conta com uma equipe de novos gestores que precisam se inteirar dos temas tratados. Em todos os encon-tros a Condsef tem protestado quanto

a esta postura uma vez que muitos temas vêm sendo debatidos há anos e a retomada do ponto de partida é um retrocesso muito grande que pre-cisa ser evitado a todo custo. Assim como solicitou aos servidores do Dnit a repactuação de prazos para um re-torno às demandas da categoria, os servidores da Funai e da SPU também terão que aguardar o agendamento de reuniões entre junho e julho para obter retorno de suas principais rei-vindicações” (a agenda só foi garan-tida no final de setembro). Esses são motivos mais que suficientes para que a CONDSEF saia das mesas de enrolação permanentes e negocie com o governo no calor das lutas, com pressão dos trabalhadores em greve, para que o governo não tenha como preparar armadilhas como a do rea-juste parcelado.

Apostar na mobilização dos trabalhadores

39. Os ventos nebulosos da crise eco-nômica mundial que sopraram de maneira mais voraz a partir do final de setembro, inclusive atingindo a maior economia do planeta, certa-mente irão impor mais ajustes aos governos nacionais, a prova disso foram os cortes na LDO. Além disso, o crescimento econômico brasileiro é tímido e ficou muito aquém do que previa o governo, aliando-se a isso uma inflação crescente.

40. Nesse contexto, caracterizamos que o governo é dos ricos e que apenas

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enrola os servidores públicos. As-sim, o terceiro elemento a debater é a mobilização concreta dos servidores federais. Os servidores, de conjunto, estão insatisfeitos com as “negocia-ções”. Não há propostas concretas do governo, exceto as sucessivas afirma-ções “...vamos processar as reivindi-cações para dar uma resposta”. Os servidores estão fartos de enrolações. Necessitam de debates políticos cla-ros acerca da crise econômica mun-dial e seus reflexos na economia de nosso país, ou seja, se o governo dos ricos está disposto a contrariar os ricos, quer dizer, deixar de garantir as margens de lucros dos banqueiros, do empresariado, do agronegócio, do latifúndio, da burguesia, via de regra, usando dinheiro público, ou investir as finanças públicas nos serviços pú-blicos e garantir as reivindicações dos servidores públicos federais já postas à mesa de negociação há muito tempo.

41. Portanto, concluímos que o modelo de negociação com o governo federal, há muito está superado. O governo não pode nos acusar de não querer negociar. São fartos os documentos reivindicativos enviados pela nossa Confederação e outras entidades. Já apresentamos, inclusive, ao governo uma proposta de institucionalização da negociação coletiva, que também não foi atendida.

Neste sentido, propomos:

42. Há que se romper com essa lógica de negociação e apostar na mobilização

concreta dos servidores federais e da classe trabalhadora de conjunto. É fundamental seguir o exemplo das jor-nadas de junho. É necessário semear e construir um ambiente de mobiliza-ção dos servidores na perspectiva de, pela base, possibilitar a construção de greve unificada em 2014, com vistas a derrotar a política de ajuste fiscal imposta aos trabalhadores e acabar com a farra da lucratividade dos ricos e conquistar as justas reivindicações dos servidores públicos federais, como serviços públicos de qualidade à po-pulação necessitada; plano de carrei-ra universal que garanta mobilidade, e desenvolvimento na mesma com base na escolaridade e remuneração justa; reconstrução e estruturação dos serviços públicos, inclusive com realização de concursos; nomeação dos concursados aprovados;

43. Que a CONDSEF exija ao governo a antecipação do pagamento da parcela de 2015 já para 2014;

44. Uma vez negada a antecipação da par-cela de 2015 pelo governo, a COND-SEF deve retirar-se imediatamente de todas as mesas de enrolação, devendo convocar plenária nacional para de-cidir sobre o processo de mobilização nacional da categoria e construção da greve;

45. Que a CONDSEF não assine mais acordos plurianuais. Deve haver res-peito à data base reivindicada pelos servidores e futuros acordos não devem passar do ano orçamentário,

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inclusive como forma de proteger o reajuste reivindicado da corrosão in-flacionária.

PLano De LUtas

As privatizações no governo Dilma/Temer

46. Na esteira dos governos FHC e Lula, o governo Dilma/Temer tem propor-cionado uma verdadeira destruição do patrimônio público construído pelos impostos da população brasileira.

47. A privatização das telecomunicações brasileira protagonizada pelo gover-no FHC confirmou apenas o que os lutadores já diziam: “se privatizar as telecomunicações será a quebra da soberania nacional!”. Previsão que se confirmou por meio das denúncias do norte-americano Edward Snowden, veiculadas mundialmente.

48. As recentes notícias de espionagem capitaneada pelos EUA mundo afora, revelam que o Brasil foi alvo das es-pionagens norte-americanas e, além da presidente Dilma, os arquivos da Petrobras, que tem sido privatizada aos pedaços pelo governo Dilma/Te-mer, foram espionados. “O programa Fantástico divulgou, no dia 8 de se-tembro, mais documentos da NSA que mostram a Petrobras como possível empresa espionagem pelo programa de monitoramento da Agência de Segurança Nacional (NSA). Os docu-mentos foram entregues por Edward

Snowden a Glenn Greenwald, que se tornou co-autor da reportagem onde a repórter Sônia Bridge relata que o governo norte-americano pode ter espionado os computadores da Petro-bras” (Portal EBC 28.08.2013 - 15h42 | Atualizado em 27.09.2013 - 10h42). A espionagem, possivelmente, foi rea-lizada para obter informações dos lei-lões do Pré-Sal, porém não é difícil se prever que também pode ter sido alvo da espionagem yankee, a tecnologia de prospecção de petróleo em águas profundas, que só o Brasil possui.

49. Além do Pré-Sal, os hospitais uni-versitários foram privatizados pelo atual governo federal. Trata-se de seguir a lógica privatista dos gover-nos anteriores. Trata-se da política de continuidade da destruição do patrimônio público construído com os impostos da classe trabalhadora e do povo pobre. É seguir entregan-do o patrimônio estatal brasileiro à grande burguesia visando aumentar sua taxa de lucratividade.

Fim do direito de greve

50. No dia 19 de setembro do corrente ano, o Senador Romero Jucá (PMDB/RR), cujo correligionário de partido, Michel Temer, é vice-presidente da Re-pública, apresentou um projeto de lei para regulamentar e retirar o direito de greve dos servidores públicos nas três esferas. Obviamente, o governo Dilma/Temer está preocupado com a possibilidade de greve durante a rea-lização da copa de 2014, ainda mais

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em ano de eleição. A partir desse fato, os aliados do governo estão tratando de “regulamentar”, segundo eles o di-reito de greve. Na verdade, o projeto do Senador Romero Jucá, tem, em nossa opinião, uma clara intenção de pôr fim, ou restringir ao máximo, o direito de greve, duramente conquis-ta na Constituição Federal de 1988, pelos servidores públicos. O projeto impõe as seguintes condições: “Os sin-dicatos deverão anunciar a greve no intervalo de 30 dias antes do começo da paralisação; Apresentação de alter-nativas de atendimento ao público; Suspensão do pagamento do salário durante a greve, cujo pagamento so-mente ocorrerá após a compensação dos dias paralisados; quais serviços essenciais terão que funcionar no mínimo em 60% de sua capacidade; Inclusão do setor financeiro na ma-nutenção de serviço mínimo durante a greve, além de exigir que 50% dos servidores continuarão trabalhando, independente do setor em que atuem”. Em outras palavras, é para não haver greve. Além desse projeto há tam-bém os O PLS 728/2011, de autoria dos senadores Ana Amélia (PP-RS), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA), propõe a definição de crimes e infrações administrativas com o intuito de colaborar com a se-gurança da Copa das Confederações FIFA de 2013 e da Copa do Mundo de Futebol de 2014, bem como discipli-nar o direito de greve no período que antecede e durante a realização dos eventos, entre outras providências, ou seja, criminalizam o direito de greve

dos servidores públicos. Importante ressalvar que o Portal de Notícias do Senado Federal, em 03/05/2012, rea-lizou enquete para conhecer a opinião dos internautas sobre a possibilidade de restrição do direito de greve duran-te a Copa do Mundo de Futebol que acontecerá no Brasil em 2014. Dos 1.659 internautas que participaram da sondagem no site do Senado, en-tre os dias 16 de abril e 01 de maio, 67% manifestaram-se contrários à proposta, enquanto 33% votaram a favor da proposição.

Diante desses ferozes ataques à soberania brasileira e ao direito de greve dos servidores públicos, propomos:

Plano de Lutas:

51. Exigir a reestatização de todas as es-tatais brasileiras privatizadas visando resgatar o patrimônio da população brasileira, bem como a soberania nacional;

52. Reestatização de todos os lotes de petróleo privatizados do Pré-Sal da Petrobrás e suspensão dos leilões que estão previstos. Por uma Petrobrás 100% estatal;

53. Responsabilizar o governo Dilma/Temer por propaganda institucional enganosa através da qual incute na mente dos brasileiros que o petróleo é nosso;

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54. Exigir a reestatização dos hospitais universitários privatizados e garan-tir atendimento à população carente;

55. Exigir o fim de todas as privatizações em curso pelo governo federal, inclu-sive as de estradas federais, reestati-zando as que já foram entregues ao capital financeiro;

56. Reestruturação de todos os órgãos públicos federais com efetivação dos aprovados em concursos públicos, re-alização de novos concursos, visando a pleno atendimento de serviços pú-blicos de qualidade à população em todas as áreas: educação, saúde, se-gurança, habitação, reforma agrária, lazer, cultura, etc.;

57. Exigir a retirada de todos os projetos de lei que atentem ao direito de gre-ve dos servidores públicos, inclusive balizado na pesquisa realizada pelo senado federal, onde 67% dos pesqui-sados são contra os projetos;

58. Caso os proponentes e o governo fe-deral mantenham os projetos de lei, exigir dos parlamentares que votem contra os projetos, com base no re-sultado pesquisa realizada no senado federal, onde 67% dos pesquisados são contra os projetos;

59. Caso a pressão no parlamento não surta efeito, devemos definir por gre-ve no serviço público para derrotar os que nos atacam;

60. Lutar contra a construção de novas hi-

drelétricas, que visam atender aos in-teresses de empresas eletrointensivas.

61. Repudiar a destruição do meio am-biente e sua biodiversidade, para a construção de grandes obras do PAC.

62. Apoiar a luta das comunidades in-dígenas, quilombolas, pescadores e demais povos ribeirinhos, contra a construção de hidrelétricas em rios que cortam seus territórios.

63. Apoiar as lutas dos povos indígenas contra a retirada da prerrogativa da FUNAI de demarcar as terras indígenas, organizando os traba-lhadores desse órgão de nossa base para fortalecer a luta em defesa da instituição.

64. Participar efetivamente da luta con-tra a privatização da saúde pública, denunciando as OSs, PPPs, Fundações de direito privado e programas gover-namentais que precariza as relações de trabalho e sucateia ainda mais o sistema público como, por exemplo, o Programa Mais Médicos.

Assinam essa tese:

Direção da Condsef.NEIDE ROCHA CUNHA SOLIMÕES,

CEDÍCIO DE VASCONCELLOS MONTEIRO,

MARIA JURGLEIDE DE CASTRO OLIVEIRA,

AGUINALDO BARBOSA DA SILVA

Incra/RJ:PAULO RONAN ALMEIDA ROCIO;

FERNANDO ROBERTO PIMENTA.

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Diretoria e base do SINTSEP-PA: ALAIR CARDOSO FERREIRA,

ALFREDO LIMA DA COSTA,

ALIMAR DA SILVA BARREIROS,

ANASTACIO DE SOUZA MELO,

ANTONIO LOPES NOGUEIRA,

ANTONIO MARIA CARDOSO DAS NEVES,

ANTONIO MARIA MATOS DE SOUSA,

ANTONIO SOARES DE CASTRO,

ANTONIO WILSON SOUTO XAVIER,

ARMANDO MARIO NASCIMENTO PEREIRA,

ASTROGILDO RIVEIRO DE ARAUJO,

BENEDITO PANTOJA DA CRUZ,

ENILDA CARDOSO DO CARMO,

BENTO FERREIRA DA SILVA,

CATARINA ISACKSON SOARES,

CLAUDIMIR DE JESUS FARIAS,

CLODOMIR FARIAS LIMA,

CLOVIS RIBEIRO DA SILVA,

DANILO DE LIMA OLIVEIRA,

DAVID ARAUJO DOS SANTOS,

DOMINGOS DE SOUZA NETO

DULCIDÉIA DA CONCEIÇÃO PALHETA,

EDEN DE JESUS DAS CHAGAS,

EDEUVALDO CIRANO DA SILVA

EDIR TEIXEIRA DE MELO,

EDIVALDO ROCHA SEABRA,

EDNALDO FRANCISCO PEREIRA VAZ

EDUARDO MAGNO TEIXEIRA,

EDUARDO PIMENTEL DOS SANTOS,

ELIANA DA SILVA MENDES

EMANUEL VITELLI LIMA,

FATIMA MARIA NAZARÉ CRUZ,

FRANCISCO DA SILVA BRITO,

FRANCISCO DA SILVA BRITO,

FRANCISCO FREITAS,

FRANCISCO NAZARENO COELHO PANTOJA,

FRANCISCO NAZARENO COELHO PANTOJA ,

FREDIELSON RODRIGUES ALVES,

GERSON DA SILVA LIMA,

GERSON DA SILVA LIMA,

GILCELLE ALMEIDA BARROS,

HERBERT MARCUS FARIAS DOS SANTOS,

IRACI SANTOS DA SILVA,

IRINEU NONATO GANGORRA FILHO,

IVANILDE PINHEIRO DA SILVA,

IVO PONTOS PIMENTEL,

IZABEL SOARES DOS SANTOS,

IZAURO ALVES DE SOUZA,

JAIME SALES MAIA JUNIOR,

JALILA BARROS TAVARES,

JOÃO NAZARENO DA CONCEIÇÃO SILVA,

JORGE DA CONCEIÇÃO

JOSE DOS SANTOS GOMES,

JOSE IVANILDO DA ROCHA,

JOSE MARIA AMARAL SAMPAIO

JOSUE MARCOS VIEIRA DO NASCIMENTO,

KATIA ROSANGELA TAVARES DE SOUZA,

LOURIVAL CABRAL DUTRA,

LUIS SERGIO DE LIMA BOTELHO,

LUIZ CARLOS PAIVA ,

LUIZ CARLOS PAIVA DA VILVA,

LUIZ GUILHERME RIBEIRO DE MENEZES,

LUZIA PEREIRA COSTA,

MANOEL ANTONIO DA SILVA SANTOS,

MANOEL PEREIRA DA SILVA,

MANOEL PEREIRA DOS SANTOS,

MANUEL CAMPOS DA SILVA,

MANUEL DO LAGO,

MARIA DE NAZARÉ PEREIRA RODRIGUES,

MARCO ANTONIO CUNHA SOLIMÕES,

MARIA ALDELICE RODRIGUES GOMES,

MARIA DA CONSOLAÇÃO RODRIGUES,

MARIA DAS DORES SOARES,

MARIA DO CARMO SILVA DE SOUSA

MARIA LUCIANA CORREA RIBEIRO,

MARIA ROSA TAVARES DOS SANTOS,

MARIA SANTANA LEÃO MADURO,

MARLENE ANTONIA DOS SANTOS,

MARTINHO VALENTE DOS SANTOS,

MIGUEL ANGELO DA COSTA OLIVEIRA,

NEZILDO OLIVEIRA PINTO,

OLAIDES BENTO FERREIRA,

ORLANDO RAMOS LOPES,

OSCAR FERANDO LEIS FIGUEIREDO,

PAULO EMANUEL DA COSTA MORAES,

PAULO SILVAN ANJOS DOS SANTOS,

PROFIRIO FELICIO DA SILVA,

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RAIDOH FELIZ SANTANA,

RAIMUNDA CRAVEIRO DOS SANTOS,

RAIMUNDO ARAUJO DA SILVA,

RAIMUNDO GERMANO TAVARES QUEIROZ,

RAIMUNDO GILBERTO DE OLIVEIRA MARINHO,

RAIMUNDO GOMES DO NASCIMENTO,

RAUMUNDO EUSTAQUIO PANTOJA SOUZA,

REGINA GOMES CORREA,

REGINA MAIRA MARTINS BRITO,

REGINA MARIA MARTINS BRITO ,

ROGERIO NONATO DOS SANTOS,

RONALDO DE SOUSA FREITAS,

ROZEMBURGO FERREIRA DE SOUZA,

SERGIO GONÇALVES LIMA,

SIMPLICIO PEREIRA DOS SANTOS,

VALERIA BISPO SILVA,

WALCICLEA PURIFICAÇÃO DA CRUZ,

WALMIR DA SILVA BRITO

WANKES SOLONY DE CARVALHO CHAVES JUNIOR,

WILSON CORREA DE MIRANDA.

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1. ConJUntUra internaCionaL

1. As mobilizações da juventude e da classe trabalhadora brasileira são partes indissociáveis das lutas dos trabalhadores e jovens que também se verificam no norte da África e Oriente Médio, na Europa e em ou-tras regiões do planeta. São expres-sões da resistência dos explorados e oprimidos de todo o mundo. Nossas lutas, os inimigos e obstáculos que teremos de superar e derrotar, em todas as partes, são os mesmos: o imperialismo, os grandes grupos ca-pitalistas que controlam o planeta, os governos que os representam e as burocracias sindicais cooptadas. A ofensiva patronal tem como obje-tivo principal fazer com que sejam a classe operária e os setores populares que paguem pelas consequências de uma das piores crises da história do capitalismo mundial.

2. Na Espanha, Portugal, norte da África e Oriente Médio, a classe trabalhadora luta contra os planos de ajuste e os go-vernos que os aplicam. Os estudantes mobilizam-se no Chile em defesa da educação pública e gratuita. A juventu-de levanta-se nos Estados Unidos e na Europa, indignada porque se resgata os banqueiros responsáveis pela crise com milhões de dólares, enquanto os trabalhadores e os povos afundam na pobreza e no desemprego. 

3. No continente europeu, um dos epi-centros da crise, os povos enfrentam uma verdadeira guerra social que está destruindo uma por uma todas as conquistas históricas da classe tra-balhadora, atacando os salários, as aposentadorias, a saúde, educação e os serviços públicos. Em países da “periferia” do velho continente, como Grécia, Portugal e o Estado Espanhol, o nível de vida da população está re-trocedendo ao de países semicoloniais.

tese 4CSP-CONLUTAS

Avançar na unidade rumo a uma nova direção

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e 4 4. Com todo este saque, crescem as lutas

e as greves gerais na Grécia; as greves nacionais, a resistência aos despejos de moradias e a ocupação de bancos na Espanha; as grandes mobilizações em Portugal e as lutas na Itália. Um claro exemplo disso foi a chamada “greve geral europeia” de 14 de no-vembro de 2012 com muito peso na Espanha e em Portugal e com impacto em vários outros países, particular-mente na Itália. Apesar dos obstáculos impostos pelas burocracias sindicais, corruptas e servis, foi o primeiro en-saio de uma luta coordenada contra os planos de ajuste aplicados em todo o continente.

5. Esta combinação entre a aguda crise econômica, os planos de ajuste e as lutas gera um enfraquecimento dos governos e inclusive dos regimes po-líticos. Vários já caíram desde o início da crise.

6. O auge do outro polo da crise eco-nômica e da luta dos oprimidos é a impressionante e histórica onda de revoluções no norte da África e no Oriente Médio. Este processo, que começou há mais de dois anos, con-tinua seu curso e, através da ação di-reta das massas populares, derrubou vários ditadores, todos fantoches do imperialismo.

7. Na Síria, o povo armado enfrenta e resiste ao genocídio perpetrado por al-Assad, protagonizando uma heroi-ca revolução. A revolução síria precisa urgentemente de toda a solidarie-

dade e apoio da classe trabalhadora mundial; a luta do povo sírio é a luta de todas as classes exploradas e dos povos oprimidos.

8. No Egito uma nova data entrou na história da heroica revolução do país mais populoso da região: 30 de junho de 2013. Durante aquela jornada, as ruas e praças das principais cidades do Egito foram tomadas por uma manifestação de milhões de pessoas impossível de conter. O rugido des-ses milhões expressava uma senten-ça categórica: Fora Morsi! O governo encabeçado por Mohamed Morsi, apoiado em um pacto estabelecido en-tre a Irmandade Muçulmana e a alta cúpula militar, desmoronou três dias após o inapelável veredicto das ruas. A experiência das massas, acelerada ao máximo pelo processo revolucio-nário em curso, fez com que um ano de mandato fosse suficiente para que Morsi, que não respondeu a nenhuma das aspirações populares depois da queda de Mubarak, se transformasse em um cadáver político. O povo traba-lhador, farto da situação, levantou-se com muito mais força do que na pri-meira fase da revolução, e derrubou outro presidente em menos de três anos, obrigando os militares a se re-adequarem na busca de um novo pro-jeto político para que se mantenham ainda no domínio da situação. Apesar de ainda não conseguirem derrubar o regime político, varrendo também os militares do poder, estas manifes-tações confirmam e fortalecem todo o processo de revoluções que abala o

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e 4norte da África e o Oriente Médio,

que até agora derrubou Kadafi, na Lí-bia, Ben Ali na Tunísia, Ali Abdullah Saleh no Iêmen, Mubarak e Morsi no Egito, e que está enfrentando o dita-dor Bashar al-Assad na Síria.

9. O mais importante é que a classe ope-rária está avançando em um processo de aprendizagem de luta e organiza-ção, através de seus organismos de classe. É um caminho imprescindível e o protagonismo dos trabalhadores deve ser desenvolvido para que esses processos revolucionários avancem.

10. Já na América Latina, onde no início deste século se expandiu uma onda de revoluções, a crise mundial começa a causar impacto em suas economias dependentes e, tanto nos países onde a direita tradicional (México, Paraguai, Colômbia, Chile) governa, quanto naqueles onde o poder é detido pelos chamados governos “progressistas e patrióticos” (Dilma, Cristina K., Evo Morales, Maduro, Correia, Mujica) intensificam-se as medidas de ajuste e o corte de direitos da classe traba-lhadora e dos setores populares. Isto se dá no marco de uma resistência e de lutas contra esses planos; comba-tes protagonizados por operários, in-dígenas, mulheres e estudantes que enfrentam todos os governos, sejam estes da direita clássica ou de colabo-ração de classes.

11. Neste marco de crise e de confrontos entre as classes, não há necessida-de mais urgente que a de unir todas

essas lutas em cada país e em nível mundial para derrotar a política dos capitalistas de descarregar a crise so-bre nossas costas.

12. Para conseguir isto, o principal obs-táculo são as direções das centrais e dos partidos tradicionais da classe operária, que se alinharam com  os governos e os exploradores e se negam a impulsionar planos de luta unifica-dos e uma jornada mundial contra o ajuste dos banqueiros, das multina-cionais e seus governos.

13. Por isso, ao mesmo tempo em que exigimos dos velhos dirigentes que rompam seus pactos com os explo-radores, é imprescindível avançar na construção de novas direções dos trabalhadores, com independência de classe, combativas e democráticas, para encabeçar as lutas.

14. Neste sentido, um passo modesto, mas fundamental, foi o Encontro convocado em Paris no mês de abril por centrais como a Solidaires da França, a CSP - Conlutas do Brasil e uma série de outras organizações operárias e populares de vários países do mundo. Este Encontro sindical--político decidiu formar uma rede internacional de luta e solidarieda-de. Chamamos a desenvolver esta iniciativa e avançar cada vez mais na coordenação das lutas operárias em nível internacional.

15. Viva a unidade internacional da clas-se trabalhadora!

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e 4 16. Abaixo a exploração e opressão ca-

pitalista!

2. ConJUntUra naCionaL17. O mês de junho de 2013 foi marca-

do por mobilizações populares mul-titudinárias que abriram uma nova situação política. As mobilizações da juventude contra o aumento das tari-fas cresceram progressivamente e se alastraram por todo o país.

18. A gota d’água foi a luta pela redução da tarifa do transporte, mas, a par-tir daí surgiu uma série de outras demandas acumuladas nos diversos setores da juventude e da população. Para além das questões econômicas propriamente ditas, também a vio-lência machista contra as mulheres, a violência policial que provoca o geno-cídio negro nas periferias e a violên-cia que assassina a população LGBT são parte das indignações que levam esses setores para as mobilizações.

19. Mais de dois milhões de pessoas fo-ram às ruas, em passeatas, superan-do as mobilizações do Fora Collor. Os governos e o Congresso tiveram de mudar de política, abandonando seu eixo repressivo, tentando canalizar a polarização para o terreno institu-cional (primeiro com a proposta de Constituinte exclusiva e depois com o plebiscito da reforma política) e, de imediato, tiveram de suspender os aumentos das tarifas.

20. Este processo segue e deve se apro-

fundar no próximo período. Estamos vivendo uma generalização dos pro-testos e eles devem mudar a qualidade das lutas cotidianas dos trabalhadores e da juventude. Nada será como antes. Trata-se de um processo tremenda-mente progressivo, de mobilização de massas, em torno a uma imensa gama de problemas que geram insa-tisfação generalizada e que cobram dos governos soluções.

21. Junto à ação das massas se expres-sou um profundo desgaste das ins-tituições, dos políticos, de maneira generalizada, até das organizações do movimento de massas e da demo-cracia burguesa como um todo. Isso se manifesta com força na queda de popularidade dos governos munici-pais, estaduais e com muita força do governo federal.

22. Os recentes acontecimentos da luta de classes em nosso país colocam o Brasil em sintonia com os processos de luta que ocorrem internacional-mente, inclusive com suas caracterís-ticas de radicalidade e massividade da participação da juventude. Com certeza isso incide na consciência e influencia as lutas aqui. Por outro lado, as contradições da economia  em nível mundial interferem também no país. A desaceleração moderada na China, a recessão na Europa, e a pequena recuperação da economia americana (que acaba por atrair in-vestimentos que antes poderiam vir para a nossa região) trazem reflexos ao Brasil.

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e 423. Há um acúmulo de elementos que

apontam uma deterioração da situação econômica no Brasil. À manutenção de um quadro de desaceleração que assistimos nos últimos anos, soma-se agora um crescimento da inflação (que corrói o poder de compra dos salários), alta do dólar, saída de capital acima do normal e quebra de grandes empresas, como a do grupo do Eike Batista.

24. O principal programa social do gover-no petista, o Bolsa Família, consome pouco mais de R$ 20 bilhões anual-mente, enquanto a classe rentista já sugou, de janeiro a outubro de 2013, R$ 690 bilhões – 47% do Orçamento da União.

25. Quanto à reforma agrária, Lula as-sentou menos famílias do que FHC. O petista assentou, em áreas novas ob-tidas por desapropriação ou compra, apenas 250 mil famílias, contra 390 mil do tucano. E Dilma agora bate o recorde negativo do governo Collor. O Brasil ainda é o país com segundo maior índice de concentração fundi-ária do mundo, melhor apenas que o Paraguai. E o latifúndio ampliou seu território em 48% durante o governo do PT, saltando de 214 milhões de hectares em 2003 para 318 milhões de hectares em 2010.

26. Foi no governo Lula que teve início o processo de legalização da grilagem de terras na Amazônia, que deve en-tregar de “papel passado” pelo menos 60 milhões de hectares de terras pú-blicas ao agronegócio.

27. Não bastasse isso, a classe latifundiá-ria sente-se à vontade para atacar tam-bém o Código Florestal e os direitos dos povos indígenas e quilombolas. O governo Dilma já é o que menos de-marcou territórios indígenas desde a promulgação da Constituição de 1988 e parece disposto a acabar de uma vez por todas com mais esse direito.

28. Enquanto o Brasil vive um franco processo de desindustrialização, os recursos naturais são exportados e privatizados. Frente às reivindicações por mais recursos para a educação, o governo apresentou a proposta de destinação dos royalties do petróleo para o setor. Ora, os royalties corres-pondem a apenas 10% da produção de petróleo e devem atingir pouco mais de 1% do PIB, longe dos 10% exigidos pelos estudantes e trabalhadores. Cerca de 90% da produção ficará nas mãos das multinacionais vencedoras dos leilões realizados pelo governo.

29. Todo este quadro gera insatisfações que vão se acumulando e que agora começam a explodir, estabelecendo uma relação de forças na sociedade distinta da que tínhamos antes. A principal expressão disso é que as massas assumiram a ideia de que “é preciso lutar e é possível vencer”. As lutas se multiplicam após as gran-des manifestações. Todas as fontes de insatisfação, por menores e mais localizadas que sejam, deixam de ser apenas uma fonte de insatisfação, e passam a ser um móvel de luta. Lu-tas com métodos bastante radicali-

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e 4 zados. As massas foram à ofensiva e

colocaram na defensiva o governo e o Congresso Nacional.

30. O primeiro resultado disso foi a der-rota, imposta pelas mobilizações, da política de repressão pura e simples, que os governos adotaram inicial-mente frente às mobilizações. Mas se estendeu depois, com várias vitó-rias que o movimento tem arrancado. Destaca-se aí a reversão do aumento do preço das passagens, que atinge quase 30% da população brasileira (população das cidades onde os go-vernos voltaram atrás no aumento da tarifa).

31. O governo federal e o Congresso Na-cional foram levados a adotar também várias medidas que implicam con-cessões – ainda que muito parciais e limitadas – tais como:  aumento das verbas para educação e saúde, o fim da PEC 37, a retirada de urgência da PL 092 (fundações de caráter priva-do), adiamento das discussões sobre o projeto das terceirizações (4330), arquivamento do projeto “cura gay” e ainda anúncios de que o Congresso debaterá o passe livre nacional.  Ao mesmo tempo, Dilma, para “tentar dialogar com as ruas”, lançou a tal proposta de plebiscito, que naufragou em pouco tempo.

32. A ausência da classe trabalhadora organizada, com suas reivindicações e seus métodos de luta, à frente do processo de mobilização, para dar a ele um sentido classista e força que

permitisse chegar a uma mudança de fundo do país, era a contradição real mais importante do processo até então.

33. Por esta razão, a CSP-Conlutas e as organizações do Espaço de Unidade de Ação, direcionaram suas forças para tentar superar esta contradição e conseguiram realizar importantes mobilizações, greves, dias de lutas nacionais, com paralisações e mani-festações. Um dos centros políticos dos protestos foi justamente fazer um contraponto entre os recursos destinados para a Copa, por um lado, e o caos e descaso com investimentos na saúde, educação, moradia e trans-porte, por outro.

34. O movimento sindical e, em particu-lar, o movimento operário brasileiro, se incorporou ao processo de mobili-zações aberto pela juventude na luta contra o aumento das passagens. Isto acelera a transição rumo a uma nova situação na luta de classes do Brasil. As mobilizações de junho mudaram a relação de forças no Brasil, colocaram as massas na ofensiva, com a burguesia e os governos recuando assustados.

35. Aprofundam-se os elementos de crise na economia, o que aumenta a descon-fiança de setores da burguesia e dos investidores estrangeiros na capaci-dade do governo domar a situação. As saídas propostas pelo governo estão todas, pelo menos até agora, dando n’água. Há uma crise na base de sus-tentação partidária do governo Dilma

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e 4e uma grande interrogação quanto ao

processo de sucessão presidencial, que já se encontrava aberto desde antes da eclosão das lutas que levaram milhões de jovens e trabalhadores às ruas. E a possibilidade de uma greve geral, que seria um passo qualitativo, se coloca como possibilidade real.

36. A CUT perdeu protagonismo nessas últimas mobilizações. Abre-se espaço para a construção de uma alternativa de direção para os trabalhadores. Uma importante iniciativa neste sentido foi a realização, em Porto Alegre, do Seminário Nacional sobre “A Situação Política, os Desafios Colocados Para a Classe Trabalhadora e o Papel das Organizações – Perspectivas para o Próximo Período”, organizado pela CSP-Conlutas, CUT Pode Mais, Setor Majoritário da CONDSEF, CNTA e Fe-raesp. Os participantes apontaram a necessidade de fortalecer a unidade entre os lutadores para resistir aos ataques do governo e aprovaram uma série de iniciativas políticas e organi-zativas nesta direção.

37. Fica claro que precisamos ir adiante, reunir mais forças, para podermos forçar as mudanças efetivas que o país precisa e para que haja mudan-ça na vida dos trabalhadores. Vai ser preciso avançar também nas formas e radicalização das lutas pela realiza-ção das mudanças que defendemos no modelo econômico atual.

38. Surge daí a necessidade de colocarmos na pauta do dia a greve geral. Neste

momento não podemos definir se é de um dia ou mais, o que sim importa é definir que precisamos dar passos no sentido de construí-la. E isso deve ser feito, em primeiro lugar, a partir do apoio a todas as lutas em curso e em preparação e aos diversos protestos que tem acontecido em todo o país. É preciso pensar em iniciativas que possam agrupar todos os setores que estão na luta neste momento e que têm disposição de enfrentar o gover-no, para avançarmos neste objetivo.

3. PLano De LUtas39. O cenário mundial indica que não

haverá crescimento econômico no próximo período. Ao contrário, virão mais ataques por aí. Vamos ter que exigir do governo Dilma a mudança na política econômica que vem sendo adotada até aqui.

40. As campanhas (pela anulação da re-forma da previdência, contra a crimi-nalização, contra as privatizações etc.) que já estão em curso, vão prosseguir. É preciso elevar o patamar dessas rei-vindicações, inserindo aí a denúncia do papel do governo e sua política a favor dos grandes empresários. E, no mesmo sentido, buscar construir ações unificadas, seja no plano regio-nal\estadual ou com caráter nacional.

41. A CONDSEF deve seguir participando ativamente das campanhas desenca-deadas pelo Espaço Unidade de Ação lutando pelas reivindicações unitá-rias, definidas pelas centrais sindicais:

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e 4 42. Reduzir o preço e melhorar a quali-

dade dos transportes coletivos;

43. Mais investimentos na saúde e edu-cação pública;

44. Fim do fator previdenciário e aumen-to das aposentadorias;

45. Redução da jornada de trabalho;

46. Fim dos leilões das reservas de pe-tróleo;

47. Contra o PL 4330, da terceirização;

48. Reforma Agrária.

49. Estas bandeiras são muito importan-tes, mas obviamente não esgotam os problemas que precisamos enfrentar nessa luta. A solução para as maze-las que as mobilizações denunciaram nas ruas não cabe dentro do mode-lo econômico aplicado pelo governo Dilma no país, e que é reproduzido pelos governadores estaduais e pre-feitos. Não haverá recurso para saú-de, educação, moradia, transporte, enquanto metade do orçamento do país for repassado, todos os anos, para bancos e especuladores, atra-vés do pagamento da chamada dívi-da pública.  Não haverá futuro para este país enquanto o patrimônio do povo for entregue a preço de banana para as empresas do setor privado através das privatizações. Não haverá recursos para valorizar o servidor e melhorar a qualidade do serviço pú-blico enquanto a prioridade dos go-

vernos for repassar recursos públicos para as grandes empresas, através de incentivos e isenções fiscais.

50. Assim, partindo das reivindicações unitárias definidas pelas centrais, como aumento dos salários, conge-lamento dos preços dos alimentos e tarifas públicas, tarifa zero para o transporte público, contra a preca-rização do trabalho, pagamento do piso nacional aos professores e piso salarial aos demais trabalhadores em educação das escolas públicas, des-tinação de 10% do PIB para a educa-ção pública já e de 6% do PIB para a saúde pública, reforma agrária, etc. precisamos levantar bandeiras que expressem a necessidade de uma inversão completa do modelo eco-nômico vigente. Levantamos aqui algumas delas: 

51. - Não pagamento da dívida ex-terna e interna aos banqueiros e grandes especuladores. Esta dívida é ilegítima, e estes recursos devem ser aplicados na educação, saúde, moradia, transporte público, reforma agrária, etc.

52.  - Fim das privatizações das em-presas estatais e do serviço pú-blico; e reestatização do que já foi entregue ao setor privado. É preciso acabar com os leilões das re-servas de petróleo, retomar o que já foi entregue, Petrobras 100% estatal; revogação da EBSERH; da privatização da aposentadoria dos servidores; ar-quivamento do PL 092; fim das PPPs

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e 4no transporte e nas estradas e das

privatizações dos aeroportos.

53.  - Chega de dinheiro para as em-presas, queremos mais recursos para as aposentadorias, o servi-ço público e para a valorização do servidor público. Aqui se incluem as obras faraônicas construídas ape-nas para beneficiar empreiteiras e privilegiados, com o dinheiro gasto com a COPA, as isenções e incentivos fiscais, etc.

54.  - Congelamento do preço dos ali-mentos e tarifas públicas e aumen-to geral dos salários. Como forma de combate à carestia, à inflação e ao endividamento das famílias.

55. Levantamos estas bandeiras porque achamos que atacam o centro do pro-blema, um modelo econômico voltado para favorecer as grandes empresas, nacionais e transnacionais, em de-trimento das necessidades do povo. Derrotar este modelo e impor outra forma de organizar a aplicação dos recursos do país, beneficiando aque-les que vivem do seu trabalho precisa ser o objetivo dessa jornada que está se iniciando agora, caso contrário, vai ficar tudo como estava antes.

56. E é no bojo desta luta que os traba-lhadores devem gestar suas alterna-tivas políticas e de governo. Uma al-ternativa que se contraponha tanto ao bloco político capitaneado pelo PT, que hoje governa o país, e também ao bloco político capitaneado pelo PSDB

que representa a direita tradicional. É neste processo que precisamos afirmar uma alternativa dos traba-lhadores, classista e socialista, para governar, para aplicar um programa econômico que atenda os interesses dos trabalhadores e do povo pobre, e não dos ricos e poderosos.

Lutas dos SPFs

57. Além das lutas gerais, a CONDSEF deve fortalecer a Campanha unificada dos Servidores Federais, uma vez que os servidores são os principais alvos nos momentos de crise do capital, haja vista o que vem ocorrendo na Europa com o conjunto do funciona-lismo. Diante deste quadro, o Fórum de Entidades dos SPFs em 2013 lan-çou a Campanha Unificada dos SPFs com os seguintes eixos:

58. Definição da Data-Base em 1º de Maio;

59. Política permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações;

60. Cumprimento por parte do Governo dos acordos e protocolos de intenções firmados;

61. Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;

62. Retirada dos PLs, MP s, Decretos con-trários aos interesses dos servidores públicos, supressão do Artigo 78 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que define o prazo até 31/08 para encami-

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e 4 nhar projetos de lei que reestrutura

carreira e concede qualquer tipo de reajuste aos trabalhadores;

63. Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.

4. BaLanço Da LUta Dos feDerais

Greve do Funcionalismo em 2012

64. A greve do funcionalismo público fe-deral, em 2012, foi a mais importante mobilização do setor dos últimos 10 anos. Foi fruto da política apresenta-da pela CSP-Conlutas no Seminário Nacional da CNESF ao final do ano 2010, quando a central defendeu a necessidade de construir uma ampla unidade de ação com todos os setores do funcionalismo federal. A criação do Fórum Nacional das Entidades Nacionais e a participação das enti-dades re presentativas dos SPF como a CONDSEF no Espaço de Unidade de Ação fortaleceram o processo de mobilização e levaram à construção de grandes mobilizações em 2011 e à realização de quatro grandes mar-chas nacionais em Brasília.

65. A CSP-Conlutas alertava sobre a du-reza do governo e dizia que a resposta aos ataques deveria ser ampla, envol-vendo a maioria das categorias em um movimento unitário e forte. A central também chamava a atenção de que, dificilmente, as greves setoriais, de

forma isolada, teriam poder de mudar o rumo do programa de governo de Dilma e alçar as conquistas desejadas pela categoria. De fato, o ano fechou com a consolidação do projeto de pri-vatização dos Hospitais Universitários e a aprovação do FUNPRESP, o fundo de previdência complementar privado dos servidores federais.

66. Já em 2012, durante o período de fevereiro a maio, foram realizadas nove reuniões gerais com a Secre-taria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, mas sem qualquer resultado prático. O Fórum Nacional das Entidades de-cidiu, então, pelo aprofundamento da política de unidade de ação, rumo à greve unificada. Essa política per-mitiu a construção de um movimen-to geral nas categorias, uma greve ampla que desenvolveu uma séria de ações unitárias como plenárias marchas e mobilizações nos estados e em Brasília e ainda dois acampa-mentos nacionais na Esplanada dos Ministérios.

67. A política do governo era não nego-ciar com os grevistas e tentar aplicar o plano de reajuste zero, fazendo valer o projeto de lei 549/09, que congela os salários dos servidores federais por 10 anos e tramita no Congresso Nacional. Como a greve iniciou mui-to forte e contou com inédito apoio popular, especialmente na área da educação federal, o movimento con-seguiu prensar o governo contra a parede. Este, evidentemente, reagiu

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e 4tentando desmoralizar os grevistas,

tática que não funcionou.

68. O movimento recrudesceu em sua mobilização promovendo atividades ainda mais radicalizadas. Dentre essas destacamos o bloqueio por um dia in-teiro do Ministério do Planejamento. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde que esse ministério assumiu o poder de negociar com os servidores e dar a última palavra sobre o orçamen-to da União. Pressionado, o governo se viu obrigado a receber os grevistas e negociar com as entidades.

69. A greve foi uma vitória da unidade dos servidores. De conjunto, o Governo apresentou uma reposição de 15,8% parcelados em três anos, ou algo em torno de R$ 12 bilhões/ano até 2015. Isto é pouco frente às reivindicações dos grevistas, mas muito além do que o governo pretendia conceder. No global, esses acordos sequer re-cuperam as perdas inflacionárias, se considerarmos a corrosão passada e a previsão inflacionária até 2015. Mas, em alguns casos, os ganhos superam os 15,8% com modificações nas car-reiras permitindo reposições que po-dem variar entre 15,8 até 45%, para uma boa parte das categorias. Hoje os servidores lutam pela antecipação do pagamento das parcelas.

70. A greve foi um fenômeno pela sua abrangência, radicalidade e expressão política na conjuntura do país. Impôs ao governo Dilma uma derrota políti-ca de proporções muito grandes, for-

çando uma mudança na relação com o funcionalismo e garantindo nego-ciação e concessões para a categoria. O desgaste político foi tão grande que os índices de popularidade do gover-no despencaram. Isso aconteceu pela primeira vez nos dez anos de governo de frente popular, se considerados os dois mandatos de Lula e o atual man-dato de Dilma. Isto colocou os servi-dores federais em uma situação mais favorável para novos enfrentamentos com o governo no próximo período.

Marcha em Brasília no dia 24/04

71. A marcha em Brasília no dia 24 de Abril significou uma vitória do pro-cesso de unidade de ação. Algumas entidades se destacaram, com gran-des caravanas. A CSP Conlutas, os assalariados rurais e movimentos do campo (de diversos setores além do MST do Pontal do Paranapanema/SP), os servidores federais (de diversas entidades), a CNTA (alimentação), a Anel, o CPERS, dentre outras.

72. A CSP Conlutas cumpriu um papel importante em todo o processo de preparação e realização da marcha. Já avaliávamos a importância que a atividade poderia ter para fortalecer as lutas em curso em diversos seto-res, bem como para a construção da massa crítica necessária para o en-frentamento às políticas do governo Dilma e da oposição de direita, num cenário de antecipação do calendário eleitoral.

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e 4 73. Nesse sentido, a marcha representou

um contraponto importante a tudo que está aí, a possibilidade de constru-ção de uma alternativa independente dos trabalhadores, um campo de luta por fora das alternativas governistas e da oposição de direita.

5. BaLanço Da DireçÃo Da ConDsef e PrÓXiMos Passos

74. É crescente a insatisfação do funciona-lismo público com o governo. Os ser-vidores não se esquecem – e jamais se esquecerão – de que o governo do PT começou com um duro ataque à cate-goria com a Reforma da Previdência de 2003. Também sabem que estes 10 anos foram marcados por acordos não cumpridos, corte de ponto nas greves, sucessivos processos administrativos disciplinares e perseguições, desrespei-to aos trabalhadores e sucateamento dos serviços públicos.

75. O governo tentou cooptar as dire-ções do movimento, mas a realidade do país nos mostrou que a disputa se faz nas ruas. Enquanto setores da CUT – como se acreditassem ter sido superada a luta de classes no Brasil – candidamente apresentavam propos-tas do interesse dos patrões, como o projeto de Acordo Coletivo Especial (ACE), a inquietação do povo crescia. O que parecia contido pelas políticas assistencialistas e pela inclusão de se-tores populares no mercado via con-sumo explodiu em junho deste ano.

76. Manifestações multitudinárias, en-volvendo principalmente a juven-tude se alastraram por todo o país. As centrais saíram também às ruas em julho, não sem antes ter de lidar com suas contradições no processo de construção da unidade de ação. A direção majoritária da CUT insistia em defender a agenda do governo, le-vando a bandeira do plebiscito sobre a reforma política e ignorando o cla-mor popular por mudanças na política econômica e por mais recursos para saúde, educação, transporte público, etc. Coube aos setores de esquerda do movimento sindical apresentar a pauta da classe trabalhadora de for-ma clara e objetiva.

77. As jornadas de junho surpreenderam mais a alguns do que a outros. Os se-tores de esquerda – alguns dos quais de dentro da própria CUT, como é o caso da CONDSEF – já vinham cons-truindo uma unidade para a luta, da qual resultou a greve do funcionalis-mo público federal em 2012. Sabía-mos que, por meio da mobilização da nossa classe, seria possível continuar avançando. E, assim, organizamos a Marcha a Brasília no dia 24 de abril deste ano, com 27 mil pessoas, até então, a maior manifestação contra o governo Dilma. A direção majoritária da CONDSEF também atuou firme-mente nas mobilizações dos últimos dois anos pela anulação da Reforma da Previdência, contra o ACE e em defesa da pauta de reivindicações dos trabalhadores. Teve papel ati-vo na construção da greve de 2012

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e 4e absteve-se dos famigerados acor-

dos de bastidores: os acordos foram assinados somente para os setores que aprovaram democraticamente o reajuste oferecido pelo governo. Os que rejeitaram, tiveram sua decisão respeitada.

78. Outros setores da própria CUT perce-beram o papel regressivo da central do ponto de vista da consciência de classe e vêm se somando às lutas, como é o caso da corrente A CUT Pode Mais.

Central deve defender trabalhador, não o Governo!

79. O que fez a direção majoritária da CUT frente a essas lutas? Procurou boicotá-las. Chegou mesmo a orientar suas entidades filiadas a não partici-par do 24 de Abril. Em nota oficial, posicionava-se contra a luta pela anu-lação da Reforma da Previdência, pois ainda não havia desistido de defen-der os mensaleiros que compraram e venderam votos para aprovar aquele primeiro grande ataque do governo do PT aos direitos dos trabalhadores.

80. O exemplo dado pelo povo nas ruas nos mostra que, enquanto não nos movimentarmos, não perceberemos os grilhões que nos prendem. A CUT se tornou isso mesmo, um grilhão que nos atrela ao governo e nos torna indefesos frente a ataques que temos sofrido. Esta central tornou-se depen-dente do Estado não apenas do ponto de vista político, mas também finan-

ceiramente. Ela foi agraciada, a partir do governo Lula, com repasses do im-posto sindical. Foram R$ 35 milhões em 2011 e R$ 45 milhões em 2012. No discurso, é contra o imposto. Mas, além de não devolver esse dinheiro aos trabalhadores, não dá qualquer transparência à sua utilização.

81. A CUT tem se revelado um trampolim para alçar sindicalistas à nova aris-tocracia financeira, as diretorias dos fundos de pensão. Os fundos movi-mentam bilhões de reais – dinheiro dos trabalhadores, muitas vezes in-vestido contra os interesses da nossa classe, em obras como a hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo. São acionistas de ex-estatais, por isso não se interessam pela luta contra as privatizações. Essa aristocracia está ansiosa pela implementação do FUN-PRESP, que oferecerá novos cargos e movimentará um volume colossal de dinheiro.

82. No contexto delineado até aqui – ana-lisadas a conjuntura nacional e inter-nacional –, uma escolha se impõe: de que lado ficar na luta de classes? A resposta nem sempre é óbvia, pois muitas organizações da classe traba-lhadora, como CUT, UNE e MST, vêm escolhendo o lado de um governo que consideram seu. Mas, com isso, elas aliam-se também à burguesia que controla o país. Desmobilizam suas bases e deixam de oferecer um pro-grama de esquerda consistente para a transformação da realidade. Por que, então, não dar mais um passo à

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e 4 frente neste momento de recrudes-

cimento das lutas?

83. No X CONCONDSEF, em 2010, a CSP--Conlutas e setores da oposição de esquerda apresentaram a proposta de ruptura com a CUT, com o argu-mento de que esta central assumiu um papel de colaboração com o go-verno do PT e passou a atuar para bloquear as lutas dos trabalhadores. A proposta não foi aprovada sob a alegação de que o mandato de Dilma Rousseff, recém-eleita, estaria “em disputa”. Isto é, caberia ao movimen-to sindical disputar com a burguesia a “preferência” da presidente e, des-sa forma, alcançar o atendimento de suas demandas. Passados três anos, à luz dos enfrentamentos que, con-juntamente, estamos travando com o governo, reapresentamos a proposta de desfiliação da CUT.

84. Assim, chamamos a todos os delega-dos do XI CONCONDSEF a tomarem uma decisão histórica e de vital im-portância. É uma decisão corajosa a que propomos, sem dúvida alguma. Alguns dirão que a CUT é a maior central da América Latina. Mas isso só evidencia o tamanho do proble-ma e não aponta nenhuma solução. A força dos trabalhadores não reside em entidades burocráticas, mas em sua capacidade de ação. Esta decisão corajosa foi tomada este ano pela FE-NAJUFE e comemorada por sua base. É esta a responsabilidade que se nos impõe! Propomos aqui a desfiliação da CUT para que possamos construir

uma alternativa que unifique as lutas do funcionalismo federal e com os de-mais setores da classe trabalhadora, de forma autônoma e independente.

85. E para que a CONDSEF continue avançando na luta contra a burocra-tização, há que se democratizá-la de forma a tornar cada vez mais forte o controle exercido pelos trabalhadores. A direção deve estar cada vez mais próxima da base. É preciso que haja renovação. É preciso também que os servidores participem mais direta-mente das decisões – seja nos espa-ços deliberativos, como assembleias e plenárias, seja na escolha de seus representantes. Assim, propomos as seguintes resoluções:

Resoluções:

86. DESFILIAÇÃO DA CUT - por uma CONDSEF de luta e independente frente ao governo!

87. LIMITAÇÃO DOS MANDATOS DA DIREÇÃO NACIONAL DA CONDSEF A APENAS UMA REELEIÇÃO;

88. ELEIÇÃO COM VOTO SECRETO PARA A DIREÇÃO NACIONAL E CONSELHO FISCAL DA CONDSEF;

89. ELEIÇÃO COM VOTO SECRETO, SEPARADA DA ELEIÇÃO DA DIRE-ÇÃO NACIONAL, PARA OS DEPAR-TAMENTOS SETORIAIS;

90. ROTATIVIDADE DOS DIRIGENTES SINDICAIS LIBERADOS;

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e 491. PELO FIM DO IMPOSTO SINDICAL!

Que qualquer repasse efetuado nas entidades da base da CONDSEF seja imediatamente devolvido aos traba-lhadores.

92. Cota de 30% para mulheres na dire-ção da CONDSEF.

93. Fim dos delegados Natos ao Con-CONDSEF

6. Contra as oPressÕes94. Entendemos que não é possível lutar

contra a exploração sem que haja o combate direto e cotidiano contra o machismo, o racismo, a homofobia, a xenofobia e outras formas de opres-são. Por esta razão, inclusive, defen-demos nos sindicatos a criação das secretarias de luta contra as opres-sões. Acreditamos que a CONDSEF deva trilhar o mesmo caminho e for-talecer a luta contra todas as formas de opressão.

Contra o Racismo

95. Os negros, que são a base real da pi-râmide social, são os principais atin-gidos pela precarização do tra balho, pelo desemprego e os que mais sofrem com o sucateamento dos serviços de educação e saúde. A falta de moradia e saneamento básico, o aumento da violência no cotidiano das cidades e no campo são frutos da violência pra-ticada pelo estado. Este deveria ser o principal responsável por políticas pu-blicas de reparação, ações afirmativas

e cotas, para por fim às desigualdades raciais e sociais impostas desde o fim da escravidão. É preciso aprofundar a unidade e as ações de combate, na luta direta contra o racismo.

Contra o Machismo

96. A cada 5 minutos uma mulher é agredida no país e a cada 2 horas uma é assassinada. Em quase 70% dos casos quem espanca ou mata é o marido, ex-marido ou namora-do da vítima. A violência contra as mulheres se manifesta também na precarização do trabalho e na de-sigualdade salarial entre homens e mulheres. Dilma vetou a lei do sa-lário igual para trabalho igual e se nega a estender a licença-materni-dade de 6 meses para todas as tra-balhadoras. Além disso, quer mudar a legislação trabalhista para que os acordos coletivos especiais possam prevalecer sobre a CLT. Com isso, direitos como licença-maternidade, hora-amamentação e estabilidade para gestantes seguramente serão os primeiros a serem atacados. As mulheres sofrem ainda a dupla jor-nada, com a maior parte das tarefas do lar. O Ministério da Saúde re-gistra que ocorrem entre 700 mil e 1,2 milhão de abortos induzidos ao ano no país, dos quais cerca de 200 mil resultam em internação devido a complicações no procedimento. Qualquer política séria de saúde para as mulheres teria de levar isso em consideração, so bretudo quando há comprovada queda desses índices

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e 4 em países onde o aborto já é seguro

e descriminalizado.

Contra a Homofobia

97. Estudos recentes afirmam que no Brasil há 1 morte de homossexual a cada 36h. Este dado coloca o Brasil como país campeão em mortes con-tra homossexuais. Mas as bandeiras de luta históricas dos LBGT’s como a criminalização da homofobia e a conscientização nas escolas públicas se tornaram moeda de troca do go-verno. Em 2011, Dilma retirou das escolas o kit de combate à homofobia para que Antonio Palocci não fosse ouvido em uma CPI no Congresso Nacional.

98. Transexuais e travestis continuam a não ter sequer o direito ao reconhe-cimento de seus nomes sociais em repartições públicas ou em documen-tos expedidos por órgãos federais. Mesmo a união civil entre pessoas do mesmo sexo, aprovada também em 2011 pelo Supremo Tribunal Fede-ral, mostra que o judiciário teve que cum prir o papel de “legislador” dada a inércia do legislativo federal. O PL 122/06, que criminaliza a homofobia, está há mais de seis anos parado no parlamento enquanto as mortes e os assassinatos aumentam.

99. Os homossexuais da classe trabalha-dora são os que mais sofrem, já que não possuem o Pink Money para com-prar sua cidadania. No serviço público não é diferente, a homofobia, traduzi-

da muitas vezes em brincadei ras e em piadas, é uma das portas de entrada do assédio moral na administração. É comum ouvirmos comen tários sobre a orientação sexual de algum servidor de modo pejorativo. Temos de lutar pela criminalização da homofobia.

Assinam essa tese:

São Paulo:Adalberto de Almeida,

Adão José Feliciano,

Amélia Engracia,

Ana Bueno,

Ana Maria Souza Silva,

Anísio de Souza,

Antoniio Ganne,

Bernadete Serafim,

Brisa Batista da Silva,

Carlos Antonio Leal,

Carlos Daniel G. Toni,

Carmem S. S. Rodrigues,

Celia Marisa Silva,

Claudete Braghini,

Cristina Sato,

Deolinda C. M. Fernandes,

Edson da Costa Pereira,

Eladir Elizabeth Lima,

Elias Raimundo,

Eliete Castro,

Elieth Fusco,

Eunício José Martins,

Evandro G. Chaves,

Francisco F. Teotônio,

Glauber Girotto,

Glaucio A. dos Santos,

Helena Germano,

Helton Lucinda Ribeiro,

Hidetoshi Takiishi,

Ilda da Silva,

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Isabel Cristina Joaquim,

Ismael de Souza,

Israelandia Conceição Souza de Miranda,

Ivanilde Pereira,

Jailton Demétrio Nascimento,

Jairo Mendes Jr,

Jandirleia M. Oliveira,

João Benvenuto de Araújo,

José Graciano,

José Maria de Souza,

José Roberto Araújo,

José Silva de Souza,

Joselice Maria da Rocha,

Julio Cesar Medea,

Kleber V. Neves,

Liliane Souza Silva,

Luis Antonio Genova,

Luiz Frosch,

Luzia D. Haifig,

Marcia de Fátima Camui,

Marcos dos Santos,

Marcos dos Santos Pereira,

Maria A. Ventura,

Maria Amélia Emidio,

Maria Aparecida Leme,

Maria Beraldo,

Maria das Graças Santana,

Maria Inês dos Santos,

Maria Inês Magalhães,

Maria Luiza da Silva,

Maria Salete de Souza,

Maria Sonia Aguiar,

Marilda Bianchi,

Marilda Correia Heck,

Naotaka Chinen,

Nilton de Moraes,

Patricia B. C. Vidal,

Paulo V. Serafim,

Pedro Luiz Paulino,

Renato Arthur Benvenutti,

Rita de Cássia B. B. Bixofis,

Robson Batista Cipriano,

Rodolfo Casagrande,

Rosana Massa,

Rosária Maria da Costa,

Rosemeire V. de Souza,

Solange de Souza,

Sonia S. Rodrigues,

Thadeu Soares,

Valdeci Moraes,

Valdir T. Ramoneda,

Vinicius F. Sena,

Willame de Andrade,

Zilda Lamaneris.

Ceará:Ana Parente,

Antônio Nilton,

Claudionor da Costa,

Esdra Silveira,

Francisco Duarte,

Francisco Gonçalves,

José Guedes,

Lúcia Lopes,

Luciano Filgueiras,

Lucivaldo Maciel,

Onidracir do Rosário,

Rufino Linhares,

Valmir Braga,

Valmir Soares,

Distrito Federal:Ademar Lourenço Martins Rodrigues,

Almir Cézar Baptista Filho,

Ana Beatriz Serpa,

Carla Sene de Freitas,

Francinete Silva Manzan,

João Paulo Carvalho,

Mácia Medeiros dos Santos Teixeira,

Marcos Aparecido,

Reginaldo Aguiar,

Maria Rita Aberlardo,

Sallya Oliveira,

Monalisa Feitosa Resende,

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Mato Grosso do Sul: Suél Ferranti,

Goias: André Elias Marques,

Piauí:Daniel Solon,

Rio de Janeiro: Carlos Eduardo Martins, Patrick Galba

Sergipe: Elinos Sabino

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“A história de toda a sociedade até hoje é a história da luta de classes.”

(K. Marx e F. Engels, Manifesto do Partido Comunista)

ConJUntUra internaCionaL: ¹

1. Passados cinco anos desde a explosão da atual crise econômica do sistema capitalista, seus efeitos continuam presentes nos distintos países do planeta, com maior ou menor inten-sidade em uns e outros.

2. O que mais se destaca dela, nos últi-

mos meses, é a resposta dada pelos trabalhadores, a juventude e os povos às medidas econômicas implementa-das pelos governos burgueses e pelos organismos financeiros internacionais com o suposto afã de superá-la. Para a burguesia, fica cada vez mais difícil descarregar a crise sobre os ombros dos trabalhadores porque estes têm uma melhor compreensão que a cri-se deve ser paga por aqueles que a provocaram.

3. A Europa é um exemplo vivo da enor-me e constante mobilização social

tese 5MOVIMENTO LUTA de CLASSES – MLC

Por um sindicalismo classista, em defesa dos direitos dos trabalhadores e do Socialismo!

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contra os programas econômicos neoliberais; nela, a classe operária e a juventude desempenham papéis memoráveis. Entretanto, o velho con-tinente não é o único ponto do pla-neta onde os governos de plantão e as classes dominantes no poder são alvos de protesto: o Norte da África, Ásia e América Latina são também cenários de importantes lutas.

4. A luta dos povos árabes tem adquirido particular importância. Combativas demonstrações de força derrubaram odiosas tiranias aliadas ao imperialis-mo, a exemplo da Tunísia e do Egito, e foram o estopim de ações combativas das massas trabalhadoras em outros países da região, como o Bahrein, Iê-men, Jordânia, Marrocos e Argélia.

5. Na América Latina, após um período de inflexão da luta social produzido particularmente nos países gover-nados por regimes qualificados de “progressistas”, assistimos a um novo despertar da luta das massas traba-lhadoras que ultrapassa as fronteiras nacionais e anima a luta dos povos ir-mãos. Combatem por salários dignos, educação, saúde, pelo pão, por demo-cracia, direitos políticos, em defesa da soberania, dos recursos naturais, contra a corrupção, enfim, batalham pela vida, por liberdade!

6. Nestas contendas coincidem os povos dos países nos quais a burguesia aber-tamente neoliberal ainda se mantém no poder, assim como os regidos pe-los denominados governos “progres-

sistas”. Em uns e outros governos, além das óbvias diferenças que não podemos perder de vista, há também muitos aspectos coincidentes. É difí-cil diferenciar, por exemplo, a Lei de Segurança Cidadã colombiana da sua similar equatoriana ou das reformas ao Código Integral Penal deste mesmo país, que penalizam o protesto social; pouco ou nada destoam as reformas trabalhistas de evidente conteúdo neoliberal aplicadas no México com as existentes no Brasil, ou as deno-minadas leis antiterroristas que são executadas na Argentina, no Peru, etc.

7. Tanto os governos “progressistas” como os neoliberais apostam no ex-trativismo (saque dos recursos natu-rais) como via de desenvolvimento, de progresso e bem estar, mas que bem ensina a história é o caminho para a consolidação da dependência estrangeira, da pauperização dos po-vos e da irremediável destruição da natureza. Concordam também esses governos no impulso de reformas jurí-dicas e institucionais em prol de uma dinamização da institucionalidade burguesa, necessária para os novos processos de acumulação capitalista e, além disso, orientadas ao controle social e à criminalização dos protes-tos populares.

8. A partir de concepções políticas dis-tintas, mas não irreconciliáveis, as facções burguesas à frente destes governos concorrem a processos de modernização do capitalismo, com o que aspiram provocar maiores níveis

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de acumulação para as oligarquias nativas e melhores condições para participar no mercado capitalista mundial.

9. As mudanças que se desenvolvem na América Latina e no Caribe não são outra coisa que um desenvolvimen-to do capitalismo. Em alguns casos são uma superação ao neoliberalis-mo, mas de nenhuma maneira uma negação do sistema imperante, pois não põem fim à propriedade privada sobre os meios de produção, não aca-bam com o domínio dos banqueiros, empresários e latifundiários.

Contra as intervenções militares do Imperialismo no oriente médio e à Autodeterminação dos povos!

10. Desde o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 (com a anuência da Companhia Central de Inteligên-cia – CIA), os EUA começaram uma nova escalada de guerras e terror pelo oriente médio. Já se passaram mais de 12 anos e a única coisa que ficou claro aos olhos do mundo é que as guerras, ora provocadas pelos EUA, ora pelos irmãos siameses da Europa, tornou-se uma guerra por recursos naturais. Especialmente por petróleo.

11. A mais recente investida do império norte americano é a Síria, onde mun-dialmente a imprensa, hegemoniza-da pela CNN e suas reprodutoras de

notícias nos distintos países, chama exércitos mercenários de rebeldes, financiados e armados pelos EUA e treinados por Israel e pela Al-Qaeda, tentam de toda forma tomar o poder e entregar os recursos naturais daque-le país aos países imperialistas que já tentam garantir sua fatia do bolo.

12. Por isso, nós, do Movimento Luta de Classes – MLC, erguemos bem alta a bandeira do internacionalismo entre os trabalhadores, contra a espoliação das riquezas naturais e pelo direito a autodeterminação dos povos

ConJUntUra naCionaL: ²13. Com a eleição de Dilma (PT) para a

presidência do Brasil em 2010, con-tinuidade do Governo Lula eleito em 2002, perpetua a decisão de não rea-lizar nenhuma ruptura com o sistema imperialista, nem reestatizar as es-tatais privatizadas, e ainda garantir os privilégios ao grande capital finan-ceiro e livre ação para os monopólios internacionais na economia brasileira. Nesse período se constatou um im-pressionante processo de desnacio-nalização e de desindustrialização da economia brasileira.

14. Números do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Ex-terior (MIDIC) revelam que na lista das 50 maiores exportadoras, 22 são empresas de alimentos (grãos, carnes, suco de laranja, açúcar), combustíveis (etanol), insumos (sementes), produ-tos como celulose e papel, entre ou-

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tros, e, pela primeira vez desde 1978, a exportação de produtos básicos (commodities) superou a exportação de manufaturas.

15. Outra comprovação da desindustria-lização da economia brasileira é re-velada no aumento do déficit indus-trial: entre 2005 e 2010 este déficit passou de US$ 31 bilhões para US$ 34 bilhões de valor negativo. No total, o déficit no comércio exterior de bens industriais alcançou US$ 65 bilhões. (Luiz Gonzaga Belluzo e Júlio de G. de Almeida, Carta Capital).

16. Tal fenômeno levou alguns econo-mistas da Comissão Econômica para a América Latina da ONU (Cepal), a denominarem esse processo de “re-primarização” da economia, isto é, retorno ao modelo que caracterizou a exploração do Brasil e demais países latino-americanos durante o período colonial.

Governo Dilma dá continuidade ao pagamento da dívida, às privatizações e aos leilões do petróleo

17. Em 2012, o Governo Federal gastou R$ 753 bilhões com juros e amortiza-ção da dívida pública, o que totaliza R$ 45 bilhões a mais do que 2011 e atingiu o impressionante valor de R$ 2.8 trilhões e consome 44,93% dos recursos do Orçamento da União, se-gundo a Auditoria Cidadã da Dívida do Brasil.

18. Seguindo a lógica do neoliberalismo, que na era FHC foi responsável pelo maior roubo da história do Brasil, o governo Dilma, ao invés de reestati-zar, continua privatizando.

19. A dilapidação do patrimônio público é regra, vamos citar como exemplos nossos aeroportos e o nosso petróleo.

20. O governo vai entregando nosso es-paço aéreo “passo a passo” através do programa de concessão de aeropor-tos à iniciativa privada, sem freios a privatização vai além de Guarulhos, Viracopos (SP), Brasília, Galeão (RJ) e Confins (MG). A estratégia entreguis-ta do governo é tirar a importância da estatal Infraero, que controlava o setor até o ano passado, e torná-la anã no setor, cuidando apenas dos aeroportos de menor importância.

21. Já no que diz respeito ao petróleo, segundo o próprio governo estamos diante da maior entrega do nosso patrimônio, um crime lesa-patria, quando sabemos que se trata de fonte de energia escassa e a mais estraté-gica para o futuro, segue declaração do Ministro Pimentel em entrevista à BandNews FM.

22. “O governo colocou em oferta pública o maior pacote de concessões na histó-ria do Brasil. Nem no tempo do Impé-rio, da Colônia, houve uma oferta tão grande. Então o objetivo nosso aqui é mostrar isso ao investidor america-no, às grandes empresas, aos grandes bancos e fundos”,

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23. Só numa estimativa inicial o Campo de Libra teria 12 bilhões de barris, que renderiam a preços de hoje, logo estimativa subvalorizada, dado ao aumento progressivo pela escassez, algo em torno de U$$ 1,5 trilhões.

Dilma tentou empurrar para os servidores a conta da crise

24. O governo Dilma, guardando as de-vidas diferenças, vai pelo mesmo ca-minho dos governos capitalistas da Europa, como forma de sair da maior crise que o sistema capitalista já viveu. Dá isenções fiscais e financiamentos para os capitalistas e joga nas costas dos trabalhadores o ônus da crise que eles criaram.

25. Desde o início do governo, a linha política adotada era de endurecer com os servidores. Em 2011, várias categorias fizeram greve e a respos-ta do governo foi bater a porta na cara dos servidores e cortar ponto. Porém, em 2012 as coisas foram di-ferentes. Mais de 400 mil servidores mobilizados pelo fórum dos servi-dores federais cruzáramos braços e realizaram greves. Dessa forma que-braram a intransigência do governo. Arrancando 15, 8 % de reajuste em três anos, 2013,14 e 15, o que não cobre nem 10% da reposição neces-sária para compensar o aumento inflacionário, o que dizer até 2015, como quer o governo, que de forma antidemocrática não negociou com os servidores este ano.

Resposta dos trabalhadores e da juventude: “A pátria das manifestações”³

“Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o

comprimem”.B. Brecht

26. As grandes manifestações que toma-ram as ruas do País em junho assus-taram tanto a direita quanto algumas forças políticas da esquerda.

27. Centenas de balas e de bombas foram atiradas nos manifestantes. No total, mais de 1.000 pessoas foram presas e centenas foram feridas e hospita-lizadas. A repressão foi tão feroz que nem mesmo repórteres dos jornais que clamaram por mais violência fo-ram poupados.

28. Diante da brutal selvageria da polícia, a luta contra o aumento das passa-gens transformou-se em luta política contra a repressão e pela liberdade de expressão e de manifestação. Os pro-testos cresceram e se espalharam pelo país afora, impulsionados também pela realização dos jogos da Copa das Confederações em estádios caríssimos construídos com dinheiro público, enquanto hospitais, postos de saúde e escolas se encontram em péssima situação, como denunciaram criativos cartazes com os dizeres: “Queremos saúde e educação padrão Fifa”.

29. O tiro saiu pela culatra, e também as balas de borracha e as bombas de lacrimogêneo. A direita e seus meios

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de comunicação ficaram encurralados. Em todas as capitais, mas também em cidades do interior, os estudan-tes foram às ruas exigir redução dos preços das passagens, passe livre, denunciar os gastos com a Copa da Fifa, o descaso com a saúde e a edu-cação, desafiar o poderoso aparelho de repressão. Uma manifestação no Rio chegou a reunir mais de 1 milhão de pessoas e calcula-se que mais de dois milhões de brasileiros foram às ruas em três semanas.

30. Como não conseguiram deter as ma-nifestações com a repressão, as clas-ses dominantes passaram a afirmar nos seus meios de comunicação que grupos de vândalos estavam saque-ando lojas e depredando o patrimô-nio público e privado. É claro que elementos ligados ao tráfico de dro-gas se aproveitaram da situação para roubar algumas lojas. Mas assaltos a restaurantes, arrastão e roubos ocor-rem com ou sem manifestações. A bem da verdade se for realizada uma análise rigorosa, ver-se-á que durante as manifestações houve uma redução da criminalidade.

31. Ademais, as depredações que porven-tura ocorreram, foram, sem dúvida, bem menores do que a causada pela realização da 11º rodada de leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP), um prejuízo calculado em R$ 1,5 tri-lhão, sem contar a afronta à sobera-nia nacional.

32. Aliás, há saque maior que gastar me-

tade do Orçamento da União, do Go-verno Federal, para pagar juros aos banqueiros e especuladores da divida pública? E o que dizer de entregar bi-lhões para as montadoras de automó-veis e nada investirem para melhorar o transporte público, num país onde a imensa maioria da população usa ônibus, trem ou metrô?

33. Há vandalismo maior que exibir sem nenhum pudor, na TV, milionários em carros luxuosos, bebendo champanhe em taça de ouro, gastando R$ 700 mil em joias e colocando seus cães em cre-ches com aulas de natação, como faz o programa Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes, quando a imensa maio-ria da povo brasileiro faz apenas uma refeição por dia e vive na pobreza? E o que dizer da violência de um siste-ma econômico que eleva os juros para aumentar os preços e, assim, impedir que o povo compre o que ele precisa.

Lições das ruas

34. Não há porque desconfiar ou temer a juventude. Toda a história da hu-manidade e do nosso próprio país revela que a juventude é uma força progressista e revolucionária. Esteve à frente de todos os grandes movi-mentos da luta pela nacionalização do petróleo, pelo fim da ditadura etc. Não será agora que ela irá desapon-tar os trabalhadores e a nação. Não, isso não ocorrerá, principalmente, se não a abandonarmos às balas e às bombas dos fascistas comandantes da Policia Militar. De toda maneira,

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vale a pena lembrar aqui as palavras de Emile Zola:

35. “Aonde vão vocês, jovens, aonde vão, estudantes, que correm em bandos pe-las ruas manifestando vossas cóleras e entusiasmos, sentindo a imperiosa necessidade de lançar publicamente o grito de vossas consciências indig-nadas? Vão a busca da humanidade, da verdade, da justiça!” (Carta à Ju-ventude).¹

A saída para a crise

36. Nesse cenário, vastos setores da classe trabalhadora, dos povos e da juventu-de buscam alternativas e caminhos. Aos revolucionários, socialistas e suas entidades de classe cabe jogar um papel mais dinâmico, denunciar a natureza da opressão e da explora-ção, esclarecer a natureza de classe dos conflitos, a traição da burocracia sindical, da aristocracia operária, e a ação dos oportunistas.

37. Nesse processo, é indispensável de-senvolver o sindicalismo classista, a unidade do movimento operário e sin-dical, a unidade na ação e no progra-ma. Devemos trabalhar pela unidade do movimento popular, pela incorpo-ração à luta das massas camponesas, da juventude e dos povos oprimidos. Em uma só frente, devemos enfren-tar o capitalismo e o imperialismo e levantar a bandeira do Socialismo.

38. Nosso norte deve ser o Socialismo! Por um verdadeiro processo revo-

lucionário, apoiado na unidade dos trabalhadores, dos camponeses, da juventude, das mulheres, e na tradi-ção libertária dos povos. Esse deve ser o nosso compromisso.

Pelo direito a memória, verdade e Justiça!

39. Esse ano que se inicia completará dois anos da instalação da Comissão da Verdade Nacional. Nesse período avanços positivos foram notados, porém ainda está longe de cumprir com seu papel. E, parte fundamental, deve-se ao movimento sindical que pouco participou e ajudou avançar na luta política pela elucidação dos crimes da ditadura Civil-Militar, que assolou nosso país por 21 anos.

40. Recentemente, em meios às manifes-tações de junho um caso de desapa-recimento veio a tona, o do operário da construção civil Amarildo. Após, mais de dois meses de investigação e apuração dos fatos, constatou-se a verdade. Amarildo foi torturado e morto, nas dependências da UPP da rocinha, comunidade onde morava.

41. Para nós do Movimento Luta de Classes – MLC, a elucidação, julga-mento e prisão dos torturadores da ditadura não são apenas para que estes paguem por seus crimes, mas, que também, essa prática hedionda seja abolida de nossa sociedade. Pois, como podemos observar a prática da tortura continua viva e matando tra-balhadores até o dia de hoje.

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Para que não se esqueça! Para que nunca mais aconteça!

avaLiaçÃo Da ConDsef42. A Condsef, maior Confederação de

trabalhadores da América Latina, vem há 22 anos lutando em defesa dos servidores públicos federais e por um serviço público gratuito, de qualidade e para todo o povo brasileiro. Nas di-versas campanhas salariais a Condsef sempre foi uma das principais entida-des sindicais à frente da luta , o que a credenciou a se tornar o principal organizador do Fórum Nacional das Entidades dos servidores federais.

43. Nessa gestão, que finda nesse ano de 2013, mesmo quando setores da diretoria, ligados à força majoritária da CUT se ausentaram na condução das atividades, a Condsef esteve pre-sente, garantindo a representação dos servidores nas negociações, nas mobilizações, no trabalho dentro do parlamento etc.

44. Nossa Confederação, também, sem-pre se colocou à frente das discussões sobre o que é ser uma organização classista, que faz parte da luta pela construção do Socialismo, como sis-tema de libertação da classe traba-lhadora do jugo dos capitalistas. Essa meta sempre foi uma referência em nossos Congressos, nas teses e em todas as gestões.

45. Nas inúmeras marchas, manifesta-

ções, greves, paralisações, ocupações de prédios públicos a Condsef também esteve sempre na vanguarda.

46. Levando-se em conta que a base dos servidores públicos federais não é mais a mesma que há vinte anos, que os governos capitalistas foram moldando o Estado brasileiro às suas necessidades, retaliando várias con-quistas obtidas com muita luta, como foi o caso do Regime Jurídico Único (RJU), das Reformas Administrati-va e Previdenciária, da extinção de órgãos públicos deixando os servi-dores largados à própria sorte. (Res-saltamos aqui o trabalho incessante e tenaz da Comissão dos Demitidos pelo governo Collor, que conseguiu readmitir mais de 18 mil servidores). A terceirização ainda é um problema sério que enfrentamos, pois precari-za os serviços públicos e dificulta a mobilização.

47. Isso tudo, os governos do capital fa-zem para manter o domínio e a lu-cratividade da classe burguesa, dona dos meios de produção. Por isso tudo, achamos que a CONDSEF deve debater em seus fóruns essa nova realidade, a fim de se adequar aos futuros desafios que enfrentaremos com os governos capitalistas.

48. Em 2012, a CONDSEF organizou a maior e mais politizada greve dos servidores públicos federais, que re-presentou uma vitória política ao que-brar a lógica do governo que queria guardar tudo para os banqueiros. A

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Confederação foi fundamental na uni-ficação do movimento dos servidores, e na construção das grandes marchas que levaram milhares de servidores à Esplanada dos Ministérios, fato que não acontecia com estas dimensões há tempos.

49. Nós, do Movimento Luta de Classes (MLC), sempre exaltamos o papel que a Condsef cumpre no movimen-to sindical brasileiro, fazendo o con-traponto com a política de concilia-ção de classes que hoje hegemoniza o movimento. Nossa avaliação está vinculada ao ideal de todos nós, de uma organização cada vez mais clas-sista, fincada profundamente em suas bases, formando uma legião de militantes políticos/sindicais e uma máquina de agitação e propaganda para o enfrentamento com nossos inimigos de classe, do governo e da mídia burguesa que o apoia.

PLano De LUtas

Organizar a Greve dos Federais em 2014 pela pauta nacional de reivindicações

50. O XI Congresso da CONDSEF deve preparar a entidade para a Campanha Salarial de 2014, e organizar a luta por serviços públicos de qualidade e gratuitos e pela regulamentação do di-reito de greve dos servidores públicos.

51. Para o Movimento Luta de Classes

(MLC), a melhor forma de afirmar o direito de greve dos servidores é construindo greves cada vez mais politizadas, e com ampla participação dos trabalhadores. Só a mobilização da categoria vai mostrar ao governo que quem deve decidir como, quando e por que fazer greve, são os próprios trabalhadores.

52. Vamos manter nossa Confederação na vanguarda da categoria, continuar na luta por todas as nossas bandei-ras históricas: paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; contra o assédio moral; contra as privatiza-ções; pela regulamentação da Con-venção 151 da OIT; pela defesa da Previdência Pública; pela anulação da Reforma da Previdência: contra os leilões do petróleo e a luta maior pela defesa da soberania de todos os povos e pelo Socialismo.

Avaliação de desempenho

53. Depois de mais de 11 anos da imple-mentação das gratificações de desem-penho, o governo Dilma instituciona-liza este instrumento neoliberal como política de gestão no serviço público na contramão da luta histórica dos servidores públicos federais que sem-pre foram críticos do produtivismo.

54. O MLC denuncia a avaliação de desem-penho como um instrumento para o assédio moral e para desmobilizar os movimentos grevistas da categoria. Mais do que isso, é contrário a remu-neração por produção na sua essên-

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cia, pois esta serve para estabelecer a competição entre os trabalhadores e tem por finalidade punir o trabalha-dor que rende menos, independente dos motivos que o levaram àquele resultado, não apontando para uma solução dos problemas que possam ser identificados. A gratificação produti-vista não é uma forma de estímulo ao desenvolvimento dos trabalhado-res, mas uma forma de ampliar sua exploração.

55. Em relação ao estabelecimento das metas globais a serem alcançadas, é uma prerrogativa do governo sem uma participação justa dos servidores e da sociedade civil, portanto, não leva em consideração as necessidades do povo brasileiro em relação aos servi-ços oferecidos. Em terceiro lugar, caso os servidores tenham um rendimen-to mais alto que a meta estabelecida, não receberão mais por isso, ou seja, o incentivo só vai até o teto da meta.

56. O absurdo desta lógica se mostra presente no INPI, onde agora em no-vembro, final de ciclo, os servidores estão ameaçados de redução salarial, caso não haja alteração da meta ins-titucional, que não será atingida em contradição com as metas individu-ais que foram não só atingidas, mas superadas. A experiência do Arquivo Nacional demonstrou que tal regu-lamentação só levou ao exercício da arbitrariedade, do assédio moral, do ataque aos fóruns representativos dos trabalhadores e da divisão da categoria.

Nesse sentido a proposta do MLC é a luta pela incorporação da avaliação de desempenho e de todas as gratificações, extensivo aos aposentados e pensionistas.

57. Apesar dos avanços na política sala-rial dos servidores no que concerne aos planos de carreira de algumas categorias, os aposentados e pensio-nistas vão terminar este ano sem a paridade (salários iguais aos ativos). O governo segue se recusando insis-tentemente em pautar essa discussão com a Condsef. Pior, os servidores aposentados que podiam requisitar o reconhecimento na justiça do di-reito de receberem os mesmos 80% que os ativos, agora só podem fazê-lo até a data da regulamentação da ava-liação de desempenho. Depois disso só receberão os 50%. Dessa maneira, fica sacramentado mais um golpe na luta pela paridade entre ativos e apo-sentados.

58. Em relação aos aposentados e pensio-nistas do INSS, as injustiças cometi-das não são diferentes dos servidores públicos, como é a questão da defasa-gem salarial dos que ganham acima do mínimo ao longo dos anos. Vejam o absurdo: os que se aposentaram a doze anos atrás com dez salários mí-nimos, recebem atualmente apenas pouco mais de um salário mínimo.

Por isso, a proposta do MLC é que a Condsef intensifique ainda mais a luta pela paridade entre ativos, aposentados e pensionistas com

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atos, pressão no congresso e marchas em Brasília.

Regulamentação da Negociação Coletiva – Convenção 151

59. (direito de greve, Mesa Nacional de Negociação Permanente e mandato classista)

60. O governo Lula, depois de três anos de exaustivas discussões, apontou para a regulamentação do direito a negociação coletiva dos servidores públicos federais. As entidades que representam o setor e o governo chegaram a um consenso em re-lação a regulamentação do direito de greve, da mesa nacional de ne-gociação permanente e das libera-ções sindicais (mandato classista). Agora, o governo se comprometeu em enviar o projeto de lei para o Congresso Nacional. É importante lembrar que nas últimas eleições, os partidos que compõe a base do governo elegeram mais de 2/3 das duas casas legislativas (câmara e se-nado federais). Por isso, a proposta do MLC é que os servidores ocupem o Congresso Nacional para cobrar, principalmente dos deputados e senadores da base governista, que o projeto de lei seja aprovado sem ser descaracterizado. Além disso, a Confederação deve convocar os sindicatos da base para fazerem jornadas de lutas, passeatas, atos públicos e caravanas pela regula-mentação do direito a negociação

coletiva dos servidores federais e a regualmentação da Convençao 151 da OIT.

Assédio Moral

61. Apesar de ser tão antigo quanto o próprio trabalho, só agora o assédio moral tem sido debatido com mais profundidade, bem como seus efeitos sobre os trabalhadores, Porém, apesar das consequências devastadoras desse tipo de prática nos ambientes de tra-balho, o que também inclui o serviço público federal, a justiça burguesa insiste em não reconhecer as justas compensações pleiteadas pelos traba-lhadores vítimas de mais esse mal do capitalismo. No entanto, a luta contra o assédio moral, mais especificamente a experiência do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), que tem sido vanguardeada pelos companheiros do MLC, e a proposta do Movimento é que a CONDSEF multiplique suas iniciativas nesse campo, não só com a edição de cartilhas e a realização de palestras, mas com a realização de se-minários que discutam mecanismos capazes de conter o autoritarismo, as humilhações e os constrangimentos dentro do ambiente de trabalho no serviço público. O objetivo do semi-nário deve ser a elaboração de uma pauta de reivindicações sobre o tema para serem apresentadas nas mesas de negociação com o governo.

Em 2014 é GREVE!

62. É de suma importância para nós,

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classistas da base da CONDSEF, afir-marmos nossas teses de modo a ter-mos força para defendermos nossos interesses gerais e específicos, nos próximos três anos, em especial agora em 2014, onde teremos que radicali-zar a campanha salarial e construir a Greve Geral dos servidores federais, caminho para derrotar a política de arrocho salarial e privatização do go-verno federal.

Contra a PEC 290/2013 e o projeto de lei 2.177 de 2011!

63. Essa PEC institucionaliza o fim dos concursos públicos e a obrigatorieda-de de licitações na área de Ciência e Tecnologia e correlatos, permitindo, assim, a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada, sem contrapartida, a título de “in-vestimento”.

64. Essa é mais uma clara tentativa de por fim ao serviço público federal. Por isso nós do Movimento Luta de Classes – MLC, conclamamos a to-dos os servidores e defensores de um serviço público, gratuito e de quali-dade a barrarmos mais esse bombom envenenado do governo a serviço do grande capital.

Pelo retorno da Ascensão Funcional

65. O objetivo é lutar pela aprovação da PEC 34/07, que cria as regras para dar possibilidade aos servidores que

se qualificam a ascender profissio-nalmente.

66. Além desses pontos, o Movimento Luta de Classes – MLC, também apóia o Plano de Lutas da Tese do Grupo dos Independentes e aliados.

Venha para o MOVIMENTO LUTA de CLASSES !

Basta de exploração, vamos à luta !

67. O Movimento Luta de Classes (MLC) surgiu da necessidade dos trabalhado-res lutarem por seus direitos e, hoje, está organizado em vários estados. Nossa tarefa principal é transformar o sonho dos trabalhadores de viver num país honesto e justo. Para isso, é necessário que o MLC cresça; seja implantado em diversas categorias e se fortaleça o mais rápido possível como uma corrente de pensamento e ação no movimento sindical brasi-leiro, construindo um sindicalismo classista capaz de obter vitórias na luta por uma sociedade livre da ex-ploração do homem pelo homem, a Sociedade Socialista.

68. Esse trabalho adquire uma importân-cia ainda maior hoje, quando atra-vessamos a pior crise do capitalismo, período este que os patrões utilizam para retirar direitos conquistados por décadas de luta pelos trabalhadores. Por isso, é preciso a organização dos trabalhadores na defesa de seus direi-tos contra os exploradores e seu mo-

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delo econômico que garante fortunas para os capitalistas e desemprego e baixos salários para os trabalhadores.

69. Portanto, é preciso se organizar e lu-tar, lutar e se organizar!

70. Para colocar essas ideias e propos-tas em ação, convidamos você e seus companheiros de trabalho a ingres-sarem e construírem, junto conosco, esta corrente de ação sindical com o objetivo de contribuir na luta para transformar o Brasil numa nação digna e soberana.

71. Viva a luta dos trabalhadores!!

72. Abaixo o capitalismo! VIVA o SO-CIALISMO!

¹ Avaliação da Conferência “Problemas da revolução na América Latina”. Quito, Equador, julho de 2013.

² Programa do PCR para a Revolução Socialista brasileira. Edições Manoel Lisboa, 2013.

³ A pátria das manifestações”(Texto de Luiz Falcão – Jornal A Verdade)

Assinam essa tese:

Coordenação Nacional do Movimento Luta de Classes (MLC), e os militantes da base do serviço público federal.

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“Valorizando o debate politico “ !

i - ConJUntUra internaCionaL e naCionaL

A crise do capitalismo no mundo e os desafios da Classe Trabalhadora

1. A situação mundial segue marcada por preocupantes reflexos para a classe trabalhadora, desta crise sem prece-dentes do modo de produção capita-lista, que se agrava com o desdobra-mento do fracasso de seu modelo ne-oliberal. A crise, que teve seu estopim

em 2008, nos Estados Unidos (EUA), hoje é apresentada pela mídia como “crise da dívida” de países de União Europeia. Porém, seus impactos são e continuarão a ser mundiais, refor-çando a exploração e opressão sobre os trabalhadores e povos.

2. Os planos de austeridade ditados pelas velhas receitas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial incluíram cortes nos serviços públicos, aumento de impostos e programas de salvamento dos bancos, com injeção de trilhões de euros, resultando em

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mais recessão, aumento do desem-prego e instabilidade politica dos governos dos países atingidos mais profundamente pela crise.

3. A independência de classe dos tra-balhadores e a resistência dos povos se expres-sam em inúmeras mani-festações populares pela democrati-zação nos países árabes, nas exten-sas mobilizações da juventude, bem como na retomada dos movimentos grevistas dos trabalhadores na Gré-cia, Espanha, Portugal, Itália. Além disso, recentemente, 100 milhões de trabalhadores na Índia, entre outros países, também realizaram manifes-tações tendo como pano de fundo o questionamento às políticas econômi-cas adotadas sob a orientação do FMI, do Banco Mundial e do Banco Central Europeu. Cresce a responsabilidade do movimento sindical mundial em defender que os trabalhadores não podem pagar pela crise nem abrir mão de direitos e, muito menos, permitir a adoção de políticas que diminuam ou enfraqueçam o papel do Estado no desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho. Para não perder o domínio geopolítico no Norte da África e no Oriente Médio, as nações que compõem a OTAN es-timulam ataques aos governos locais, como no caso do Iraque, Líbia, Irã e Síria. Essas ações estimulam Israel com a sua política contra os povos árabes, provocando guerras civis sem respeito à autodeterminação dos po-vos, um dos direitos fundamentais pregados pela ONU.

4. Na Europa, está em curso a destrui-ção do que sobrou do modelo social Europeu, o Estado de bem-estar social (Welfare State). Ao mesmo tempo, crescem as ameaças contra as liber-dades democráticas e a soberania dos países mais fracos economicamente.

5. A crise está afetando, em maior ou menor medida, todos os países, inclu-sive os chamados BRICS (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A depender do impacto que tenha sobre a China, que possui vínculos profundos com os Estados Unidos e que responde por parte im-portante do dinamismo da economia mundial, a crise pode atingir um pa-tamar ainda mais grave. O Brics têm a possibilidade de fazer um contra-ponto ao sistema do capital financei-ro, construindo outras alternativas.

6. Além dos efeitos econômico-sociais, o imperialismo intervém militarmen-te, sendo a guerra realizada sempre como uma “saída” para situações da crise do sistema. Também se vincu-lam à crise mundial e às guerras, o aumento da migração, da xenofobia e do racismo.

7. Após a queda do Leste Europeu, o mundo se tornou unipolar, prevale-cendo a hegemonia dos EUA. A ONU ficou defasada na nova geopolítica e a Comissão de Segurança acabou viran-do um instrumento do imperialismo estadunidense, com o poder de veto quando seus interesses são contraria-dos. Quando os EUA não têm maio-

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ria, ficam isolados, como ocorreu na última guerra no Iraque. Apesar de a ONU discordar dos argumentos, os EUA invadiram o país, destituíram o governo, demonstrando a fragi-lidade da Comissão de Segurança e esvaziando, ainda mais, o papel da ONU como mediadora dos conflitos internacionais.

8. É necessário rediscutir a ONU, com o objetivo de democratizá-la, atua-lizando-a na nova geopolítica, com uma maior participação dos países na Comissão de Segurança e acaban-do com o poder de veto dos membros permanentes.

9. A economia da zona do euro continua apresentando resultados alarmantes. O desemprego atingiu 10,4% (a maior taxa desde julho de 1998), em dezem-bro/11; a economia norte-americana não dá sinais de recuperação impor-tantes, mesmo com a redução da taxa de desemprego e a manutenção de políticas monetária e fiscal (am-pliação dos gastos públicos e baixa taxa de juros) voltadas a garantir um maior dinamismo e reaquecimento da economia. Tem crescido a adoção de medidas de proteção da indústria do país contra a concorrência estran-geira. Na China, cujo Produto Interno Bruto (PIB) vinha crescendo a taxas superiores a 9,0%, tendo o setor da in-dústria como o principal responsável, anuncia-se a possibilidade de redução do PIB em 2012 para 7,5%, mesmo com a inflação sob controle (conforme discurso do governo do país). Dada a

recessão mundial, é improvável que o crescimento do “BRICS”, e da China em especial, seja suficiente para sus-tentar e auxiliar a economia mundial a sair da crise. Com uma proposta de atualizar os organismos da ONU, em um contexto pós-guerra fria, o Brics, numa perspectiva anticrise, apresen-taram uma formulação, que amplia e democratiza o Conselho de Segu-rança da ONU e indica a necessidade de reformulação do FMI e da OMC, com o aumento do número de nações com direito a definir políticas, que não sejam exclusivamente pautadas numa lógica financeira, mas que con-templem as preocupações sociais. Os países em desenvolvimento também pautam a mudança da moeda com re-ferência comercial mundial, que hoje é o dólar, para outro sistema, cons-tituído por um conjunto de moedas com a garantia de várias nações e não somente dependente de uma moeda. As atuais iniciativas tomadas como solução para a crise do capitalismo apontam na direção das políticas ne-oliberais de financeirização que leva-ram o mundo à bancarrota.

10. Percebe-se que as empresas multi-nacionais, ao contrário dos Estados Nacionais, vêm registrando, ano após ano, aumento de lucros. Além disso, sempre na ótica da competitivida-de, tais empresas têm tido grande liberdade para se deslocarem para mercados (países) onde a produção gera mais lucro e mais exploração da mão de obra. O processo de especu-lação financeira e imobiliária segue

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em ascensão, com taxas de lucros e de valorização, respectivamente, ex-traordinárias, recebendo ainda mais estímulos com a enxurrada de dóla-res e euros no mercado para salvar bancos e empresas.

11. A única saída, na perspectiva do FMI, do Banco Mundial e do Banco Central Europeu, é a receita ortodoxa baseada na redução do gasto social público e do custo com a força de trabalho, em que se recomendam medidas como a redução nominal dos salários de ser-vidores públicos e do salário mínimo, como aprovado pelo parlamento gre-go; o aumento da idade para aposen-tadoria; a redução do tamanho do Es-tado, ou seja, demissão de servidores públicos e cortes nos investimentos sociais, enfim, desmonte do Estado de bem-estar social.

12. A democracia – principalmente as de-mocracias europeias – está fortemente ameaçada pela ânsia devastadora do capital em busca da sobrevivência do sistema. As soberanias nacionais e o poder decisório de seus povos são descartados diante da imposição au-toritária do centro de poder do mer-cado europeu. Não há mais interme-diários. Agora, a gestão dos governos nacionais é direta dos operadores do mercado financeiro. Um novo tipo de ditadura do capital tem sido forjado em nome do “salvamento” do Euro.

13. O cenário latino-americano e cari-benho é relativamente distinto do cenário internacional. Nas regiões

mais afetadas pelos Estados Unidos, há maiores dificuldades não apenas econômico-sociais, mas também po-líticas e militares, seja sob a forma de guerra civil (Colômbia), seja sob a forma de crime organizado em larga escala (México, Guatemala, El Salva-dor, Porto Rico, entre outros).

14. Em outros países da América Lati-na e Caribe, há governos que estão implementando políticas de desen-volvimento centradas no fortaleci-mento do papel do Estado, na valo-rização dos mercados internos e na integração regional, combinadas a política de ampliação da qualidade de vida e da democracia. O caráter progressista de alguns governos la-tino-americanos deve ser avaliado pela sua capacidade de promover a soberania nacional, a democracia, a elevação da renda do trabalho e ge-ração de empregos, a ruptura com as políticas ditadas pelos centros de poder e instituições a seu serviço (FMI, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio - OMC) em seu conjunto, e de se posicionar cri-ticamente à ordem mundial que le-vou à mais recente crise do sistema capitalista no mundo.

15. Ruptura a esse processo ocorreu, re-centemente, no Paraguai. O presidente Fernando Lugo se elegeu com precária base parlamentar, em razão da tardia adesão dos movimentos sociais ao processo eleitoral, apoiando-se numa coalização antipartido Colorado – par-tido este que governou o Paraguai de

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1947-2008 – em que se destacou a pre-sença do conservador Partido Liberal. Durante sua gestão, incapaz de obter maioria parlamentar, Lugo não pôde avançar em promessas chaves de cam-panha que confrontavam a oligarquia paraguaia, como a realização de uma reforma agrária, por exemplo. Com esse cenário, montou-se um Golpe Parlamentar, em que uma ação or-questrada pelo parlamento paraguaio deu-se após arbitrário processo de im-peachment do, então, presidente – sem que lhe tenha sido garantido o legíti-mo, amplo e incontestável direito de defesa. Esse golpe tem, entre outras intenções, a de modificar o tabuleiro geopolítico da região, criando no Para-guai – em razão de sua localização ter-ritorial estratégica, disponibilidade de reservatórios de água doce e de fontes energéticas que afetam principalmente ao Brasil, Argentina, ou proximidade das reservas de gás da Bolívia – uma fonte de contenção e desestabilização dos governos de esquerda e centro--esquerda da região. Tal projeto se ar-ticula fortemente com o imperialismo estadunidense e se consolida com a instalação de bases militares no país. Só esse vínculo, combinado com o de-sespero da direita paraguaia, poderia dar-lhe imaginariamente a força su-ficiente para confrontar vizinhos re-gionais muito mais poderosos. Não se pode subestimar as forças atrasadas e de direita das oligarquias, que são uti-lizadas como instrumentos à disposi-ção dos interesses estadunidenses, tal como as fraudes eleitorais ocorridas recentemente no México.

16. No caso do Brasil, a estratégia ma-croeconômica desenvolvida nesses três mandatos democrático-popu-lares no governo federal articulou o desenvolvimento social ancorado no crescimento econômico, na geração de emprego e renda, na valorização do salário mínimo, no aumento do investimento social, no incentivo às políticas universais e no avanço das políticas voltadas para o combate à pobreza.

17. Na última década (principalmente a partir de 2004), a economia bra-sileira apresentou consistente cres-cimento econômico (com uma taxa média anual de 4%), fortemente im-pulsionado pelo fortalecimento do mercado interno via ampliação do crédito, política de valorização do sa-lário mínimo e melhoria do mercado de trabalho e, por consequência, da distribuição da renda. Apesar desse avanço, ainda temos uma das maiores e mais elevada concentração de renda, com mais de 12 milhões de pessoas na extrema pobreza. O Brasil precisa fazer reformas estruturantes como a política; a reforma tributária, taxando as grandes fortunas, com o objetivo de corrigir o desequilíbrio social; a reforma agrária, para acabar com o latifúndio improdutivo e dar mais assistência à agricultura familiar; a reforma urbana, para transformar a infraestrutura, como saneamento, mobilidade, segurança, habitação; a regulamentação da comunicação, com a democratização do acesso e fiscalização da outorga de concessões

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públicas; a reforma educacional, com regulação do setor privado, do sistema nacional articulado do setor público e privado, com o incentivo à pesquisa e o aumento do acesso às universida-des; a reforma do sistema de saúde, fortalecendo e universalizando o SUS. Vale salientar, a iniciativa positiva do governo,em relação ao programa “Mais Médicos”cujo objetivo princi-pal é o atendimento básico de saúde as populações menos favorecidas e menos assistidas pelo SUS.

18. Cabe destacar, ainda, nas ações do desenvolvimento e do trabalho, o que se refere às políticas no âmbito da educação profissional. Ao mesmo tempo em que o Governo sinaliza von-tade política no tocante à ampliação do acesso por meio de importantes investimentos nas redes públicas de educação profissional, tanto federal quanto nos estados, destina volumo-sos recursos para a iniciativa priva-da, particularmente para o Sistema S, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Empre-go (PRONATEC), configurando uma significativa contradição entre a con-cepção de valorização da educação profissional como política pública e a definição de estratégias que atendam aos interesses daqueles que a explo-ram como mercadoria.

19. A luta dos trabalhadores e trabalha-doras da educação pelo Piso, com am-plas greves e mobilizações em todo o país, é uma evidente contraposição à mercantilização da educação. Um re-

sultado importante no período foi a promulgação da Lei do Piso pelo Go-verno Lula. Porém, em muitos estados e municípios, a Lei é descumprida e questionada juridicamente, mesmo tendo sido referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

20. Portanto, um dos desafios mais im-portantes no próximo período é ga-rantir o desenvolvimento socioeco-nômico sustentado. Avalia-se que, para se manter (ou mesmo ampliar) as conquistas sociais e do mercado de trabalhos obtidos desde o ciclo de crescimento econômico, iniciado em 2004, será necessário, no mínimo, um crescimento na ordem de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), com va-lorização do trabalho e melhoria das relações de trabalho, com democracia nas empresas e participação dos sin-dicatos e de comissões sindicais nos locais de trabalho.

21. Há demonstração do equívoco na condução da política econômica ba-seada em juros altos e na restrição do crédito como formas de controle da inflação e do consumo, como par-te da manutenção do tripé: meta de inflação – câmbio flexível – superávit primário. A política fiscal contracio-nista exigida nessa lógica restringe os instrumentos e possibilidades do Es-tado para aumentar os investimentos e ampliar as políticas sociais. Embora o discurso governamental seja de for-talecimento do mercado interno, as medidas adotadas são contraditórias. É necessário um maior investimento

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na industrialização do país para for-talecer a soberania nacional, com a valorização do trabalho, melhorando a distribuição de renda e, consequen-temente, a qualidade de vida do povo.

22. O cenário de aprofundamento da crise econômica, com impactos sig-nificativos sobre o emprego e as con-dições de vida dos trabalhadores, principalmente nos países centrais do capitalismo, exigirá do Brasil a im-plementação de políticas que garan-tam o crescimento/desenvolvimento centrado no mercado interno e numa estratégia de investimento de médio e longo prazo que possibilitem o de-senvolvimento sustentável, rumo a uma maior diversificação produtiva, com ambos atuando para minorar, ainda mais, os efeitos desse período de instabilidade econômica mundial. Cabe ressaltar que a liberalização do capital financeiro, que favorece, ainda mais, a especulação, concorre para ao aumento da dívida interna e fragiliza os investimentos em políticas sociais e de infraestrutura.

23. Atualmente são poucos os países que possuem condições para obter sucesso nesse tipo de estratégia (crescimento via mercado interno), e o Brasil, cer-tamente, é um deles. Isso ocorre por-que tanto o consumo, como a renda do mercado interno brasileiro, tem margem para crescer, porque ainda existe um contingente populacional considerável fora do mercado consu-midor, ao contrário do verificado nos países centrais.

24. Nesse sentido, uma condição funda-mental para que tal objetivo seja alcan-çado é elevar a participação dos ren-dimentos do trabalho (em % do PIB), em contraposição aos lucros. Portanto, um dos grandes desafios colocados no próximo período em relação à agenda do desenvolvimento diz respeito ao embate entre lucros e salários. Mesmo com o aumento da renda do trabalho, os lucros têm crescido em velocidade ainda maior, já que, mesmo com o au-mento do emprego, sua proporção na economia nacional permanece ainda distante do verificado na década de 1980. Além da continuidade do au-mento do emprego assalariado, existe a necessidade de crescimento da ren-da individual do trabalho, visto que a política econômica e a precarização das relações de trabalho, em especial, a alta rotatividade e terceirização, im-pedem avanços mais visíveis nesse aspecto.Outro elemento central da conjuntura nacional, tem sido a dis-puta em torno do papel do Estado na economia. De um lado estão as forças de mercado, especialmente o sistema financeiro privado, apoiados pela mí-dia e pela oposição, e de outro, estão os setores do governo, apoiados pe-los movimentos sociais, que buscam recuperar a capacidade de o Estado decidir sobre politica e economia. A recuperação, pelo Governo, dos ins-trumentos de decisão do Estado para fazer políticas de interesse nacional e fazer política econômica, apavora os setores neoliberais.

25. Nesse sentido, entendemos ser ne-

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cessário que o Governo melhore o diálogo com os movimentos sociais, que poderão contribuir com apoio crítico, apresentando bandeiras e programas que coincidam com os interesses nacionais e dos trabalha-dores. A ausência de diálogo, abre espaço para que os setores conser-vadores, avancem em agendas ne-gativas para o país.

O levante de junho/13, e a reação da direita e mídia golpista:

26. A jornada de Junho/13 que eclodiu em várias capitais brasileiras, de-monstrou, mais do que nunca, que a juventude estar em evidência em nosso país, assim como em muitos outros momentos da história. No-vamente os jovens de todas as cores, credos e extratos sociais resolveram ir às ruas e exigir do poder público mais investimento em políticas pú-blicas, bem como tolerância zero à corrupção.

27. Foi um misto de ousadia e determi-nação com demonstração de forte indignação com a classe politica. No entanto, é preciso analisar que a “primavera brasileira” de junho não surgiu por acaso, nem sem liderança. Um grupo coordenado e com acúmu-lo politico, formado majoritariamen-te por jovens, deu o ponta pé inicial para as manifestações. O MPL (Mo-vimento Passe Livre), responsável pelo chamado inicial, tem raízes nos partidos políticos e em movimentos

sociais de vanguarda da luta social no Brasil, por isso conseguiu deflagrar o levante. Depois outros atores sociais, com a força da juventude, foram se somando como numa onda.

28. O Governo tucano paulista e a im-prensa tradicional, reacionários, que inicialmente tentaram degenerar o movimento, capitularam pela força das ruas. Apesar das conquistas sub-sequentes ( em várias cidades houve redução ou congelamento da tarifa de transporte coletivo), impressionou como a imprensa golpista e a direi-ta tentaram, no início, infundir nos incautos a depreciação dos paridos políticos e dos movimentos sociais organizados presentes. Não foram poucos que caíram no conto e hos-tilizaram os militantes dos partidos e movimentos sociais presentes nas manifestações.

29. Nesse sentido, é preciso perceber que há uma incompreensão por parcela da sociedade, jovens inclusive, sobre o conceito e função dos partidos po-líticos e dos sindicatos numa demo-cracia. Incompreensões à parte, cabe uma auto análise: até que ponto os partidos e sindicatos estão em con-sonância com o clamor das ruas? Se a resposta não é satisfatória, é sinto-mático a necessidade de se atualizar na constituição de nossas entidades e seu modus operante.

30. Se a Reforma politica não sai, e as estruturas partidárias não dialogam com a Juventude nem com a sociedade

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em geral, o movimento sindical pre-cisa sinalizar para essas mudanças.

Violência contra as mulheres:

31. A violência contra as mulheres assu-me muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica. Essas for-mas de violência se inter-relacionam e afetam as mulheres desde antes do nascimento até a velhice. As mulheres que experimentam a violência sofrem uma série de problemas de saúde, e sua capacidade de participar da vida pública diminui. A violência contra as mulheres prejudica as famílias e comunidades de todas as gerações e reforça outros tipos de violência pre-dominantes na sociedade.

32. A violência contra as mulheres tam-bém empobrece as mulheres, suas famílias, suas comunidades e seus países. A violência contra as mulheres não está confinada à uma cultura, uma região, ou um país específico, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. As raízes da violência contra as mulheres de-correm da descriminação persistente contra as mulheres.

Cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida.

33. As mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estrupo e violên-cia doméstica do que câncer, acidentes

de carro, guerra e malária, de acordo com dados do Banco Mundial.

Violência praticada por parceiro íntimo.

34. A forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outros modos. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizada em 11 países constatou que a percentagem de mu-lheres submetidas à violência sexual por um parceiro íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia. Diversas pesquisas mundiais, apontam que metade de todas mulheres vitimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior.

Na Austrália, no Canadá, em Is-rael, na África do Sul e nos Estados Unidos, 40% a 70% das mulheres vitimas de homicídio foram mor-tas pelos parceiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS);

Na Colômbia, a cada seis dias uma mulher é morta pelo parceiro ou ex parceiro.

35. Violência sexual: Calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cin-co mulheres se tornará vitima de estrupo ou tentativa de estrupo no decorrer da vida.

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36. A prática do matrimônio precoce – uma forma de violência sexual – é comum em todo o mundo, especial-mente na África e no sul da Ásia. As meninas são muitas vezes forçadas a se casar e a manter relações sexuais, o que acarreta riscos para a saúde, in-clusive a exposição ao HIV/AIDS e a limitação da frequência escolar. Um dos efeitos do abuso sexual é fístula traumática ginecológica: uma lesão resultante do rompimento severo dos tecidos vaginais, deixando a mulher incontinente e indesejável socialmente.

Violência sexual em conflitos

37. A violência sexual em conflitos é uma grave atrocidade atual que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres e meninas.

38. Trata-se com frequência, de uma es-tratégia deliberada empregada em larga escala por grupos armados a fim de humilhar os oponentes, aterrori-zar as pessoas e destruir sociedades.

39. O estrupo há muito é usado como tática de guerra:

Na República Democrática do Congo, aproximadamente 1.100 estrupos são relatados todo o mês. Acredita-se que mais de 200 mil mulheres tenham sofrido violência sexual nesse país desde o inicio do conflito armado;

O estrupo e a violência sexual

de mulheres permeia o conflito na região de Darfur, no Sudão;

Entre 250 mil e 500 mil mu-lheres foram estupradas durante o Genocídio de 1994 em Ruanda;

A violência sexual foi um traço característico da guerra civil que durou 14 anos na Libéria;

Durante o conflito da Bósnia, no inicio dos anos 90, entre 20 e 50 mil mulheres forma estupradas.

Excisão/mutilação genital

40. A excisão/mutilação genital feminina refere-se a vários tipos de operação de mutilação realizadas em mulheres e meninas.

Estima-se que mais 130 milhões de meninas e mulheres que estão vivas hoje foram submetidas a mu-tilação genital, sobretudo na Áfri-ca e em alguns países do Oriente Médio;

Estima-se que 2 milhões de me-ninas por ano estão sob a ameaça de sofrer mutilação genital.

Assassinato por dote

41. O assassinato por dote é uma prática brutal, na qual a mulher é assassi-nada pelo marido ou parentes deste porque a família não pode cumprir as exigências do dote – pagamento feito à família do marido quando do

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casamento, como um presente à nova família da noiva.

42. Embora os dotes ou pagamentos se-melhantes predominem em todo o mundo, os assassinatos ocorrem so-bretudo na África do Sul.

Homicídio em defesa da honra

43. Em muitas sociedades, vitimas de estrupo, mulheres suspeitas de pra-ticar sexo pré-matrimonial e mu-lheres acusadas de adultério têm sido assassinadas por seu parentes, porque a violação da castidade da mulher é considerada uma afronta à honra da família.

Tráfico de pessoas

44. Entre 500 mil e 2 milhões de pessoas são traficadas anualmente em situa-ções incluindo prostituição, mão de obra forçada, escravidão ou servidão. Mulheres e meninas respondem por cerca de 80% das vitimas detectadas.

Violência durante a gravidez

45. A violência antes e durante a gravi-dez tem graves consequências para a saúde da mãe e da criança. Leva a gravidezes de alto risco e problemas relacionados à gravidez, incluindo aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer. O infanticídio feminino, a seleção pré natal do sexo e o abandono sistemá-

tico de meninas estão disseminados no sul e leste Asiáticos, no Norte da África e no Oriente Médio.

46. LEILÕES DO PETRÓLEO: O Brasil promove o que nenhum país do mun-do faz: leiloa aos poucos o acesso da produção de Petróleo desconhecendo até mesmo o quanto estar envolvido nessa produção. Uma iniciativa, no mínimo equivocada, porque “não faz sentido” colocar em leilão o Campo de Libra, que, segundo a Agência Nacio-nal de Petróleo - ANP, pode ter entre 8 e 12 bilhões de barris, apesar de haver estimativas de que possa chegar a 15 bilhões de barris. Se isto se confirma, trata-se da maior descoberta do país.

47. O Conselho Nacional de Politica Ener-gética, deliberou colocar esse campo em Leilão. Parece uma decisão baseada em problemas da macro economia, das contas externas e do déficit público.

48. Existe um jogo entre os países que detém reservas e recursos, e aqueles que querem apropriar-se deles pa-gando o mínimo possível. Neste em-bate estar o Brasil, ocupando papel subalterno, como se estivesse em um negócio qualquer. Quando se trata de Petróleo, um lucro enorme estar em disputa, e o Governo americano quer quebrar a espinha dorsal da OPEP, fazer com que haja uma superpro-dução de petróleo, que o preço caia e que os benefícios do uso do petróleo voltem a ser apropriados pelos paí-ses consumidores, ou seja, os países desenvolvidos.

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49. Fontes Técnicas, asseguram que, caso a Petrobrás fosse contratada para ex-plorar o Campo de Libra, seria possível pagar o investimento, em no máximo 3 anos, garantindo uma produção de petróleo por 30 anos. Por isso é importante fomentar ações com o mais legitimo e denso conhecimen-to do embate geopolitico estratégico em que está se dando esse “teatro” de operações em torno do Petróleo.

ii – anÁLise Do MoviMento Dos serviDores PÚBLiCos feDerais/neGoCiaçÕes CoM o Governo:

50. De 2003 a 2008 tivemos um ambien-te com mais margem para discutir com o Governo. Foi um período que avançamos significativamente em conquistas para os trabalhadores do serviço público federal. A partir de 2008, com a crise econômica mundial, restringiram-se, principalmente do ponto de vista econômico, as margens de negociação por parte do Governo, diminuindo-se portanto as conquis-tas da categoria. Neste período (2008 a 2013), um dos poucos avanços que podemos destacar foi a aprovação da Convenção 151 da OIT (Garantia da Negociação Coletiva no Setor Público) pelo Congresso Nacional. Conquista “parcial”, pois até o momento o Go-verno não apresentou proposta de Regulamentação da citada Conven-ção, o que poderá significar a curto prazo, a invalidação da aprovação da

mesma junto a Organização Interna-cional do Trabalho – OIT.

51. A partir do Governo Dilma, instau-rou-se uma profunda politica de “res-trição fiscal” no que diz respeito aos gastos com pessoal, e um retrocesso considerável no nível de diálogo com o Governo. Essa mudança na qualida-de do diálogo aprofundou-se no ini-cio de 2011, com a “transformação” da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, que apesar dos problemas, era o espaço mais avançado na interlocução com o funcionalismo, em Secretaria de Rela-ções de Trabalho, com limitadíssimo poder de decisão sobre os processos de negociação, transferindo esse “po-der” para a Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, que não tem nenhuma disposição de diálogo com o funcionalismo.

52. Com este ambiente desfavorável, as entidades nacionais de servidores públicos federais, construíram um nível de Unidade importante nos anos de 2010 e 2011, conseguindo em 2011 construírem uma greve, com um bom nível de adesão da ca-tegoria. A força da Greve de 2011, e intervenção importante da Central Única dos Trabalhadores – CUT no processo de interlocução com o Go-verno, possibilitaram uma importan-te vitória política da categoria, visto que “ quebrou” a posição anunciada pelos responsáveis pela política ma-cro econômica do Governo de que não haveria nenhuma margem de disponi-

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bilidade financeira para negociar com os servidores. Ao final da Greve, além dos 15,8% parcelados em três anos, conquistamos algumas melhorias em alguns auxílios (Alimentação e Saúde Suplementar). Foi a conquista ideal? NÃO. Mas foi uma conquista importante na conjuntura política e econômica do momento.

53. É importante registrar para o debate, que a UNIDADE construída em 2010 e 2011 pela maioria das Entidades Nacio-nais de Servidores Públicos Federais, com muita dificuldade, mas também com muita maturidade por parte das Entidades Nacionais, quando, inclusi-ve, “em nome da Unidade”, não entrou no Eixo da Campanha Salarial, a “Re-gulamentação da Convenção 151 da OIT”, do nosso ponto de vista, não se repetiu em 2012. É nossa avaliação que, o FÓRUM NACIONAL DE ENTIDADES DE SERVIDORES PÚBLICOS, que em 2011, em alguns momentos, chegou à congregar 31 Entidades Nacionais de Servidores Públicos, em 2012, começou à “herdar” alguns vícios da já desgasta-da COORDENAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS – CNESF, ou seja, não sendo mais um espaço de “construção de consensos”, mas de disputas em todos os níveis, inclusive, partidária. Essa “ herança maldita”, resultou na redução do Eixo da Campanha Salarial de 2012, que era: Definição de data base; Politica salarial permanente com correção das distor-ções e reposição inflacionária; Cum-primento por parte do Governo dos Acordos e Compromissos Firmados;

Contra qualquer Reforma que retire direitos dos trabalhadores; Retirada de proposições que retire direitos dos trabalhadores; Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas e Reajustes de Benefícios. Esse Eixo, foi “reduzido e consumido” por uma única pauta, não consensuada no Fórum de Enti-dades: “Anulação da Reforma da Pre-vidência no STF”, com o objetivo, por parte de alguns setores, de “manter na Agenda Política do País” o já concluído Julgamento do “Mensalão”, porque, repito, o objetivo não era “anular a re-forma da previdência”, porque mesmo aqueles que priorizaram essa pauta, não são ingênuos politicamente para acreditarem que o Supremo Tribunal Federal iria anular a danosa e per-versa Reforma da Previdência, como se o Judiciário “do dia para noite”, ti-vesse se “transformado” de aparelho do Estado conservador e retrógrado, em um espaço de garantia dos direitos dos trabalhadores, transformando-o numa panacéia da solução de nossos problemas. Não podemos ter a judi-cialização dos nossos conflitos, como alternativa para superação de nossos problemas.

iii – BaLanço Da ConDsef:54. A CONDSEF é fruto da nossa luta vito-

riosa pela Unidade dos Trabalhadores. A CONDSEF continua sendo o nosso projeto de organização. A CONDSEF tem sido ao longo dos anos um referen-cial importante na luta dos servidores públicos federais. Esta constatação, portanto, não pode nos levar à uma

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“acomodação interna” da CONDSEF e suas Entidades Filiadas. Num contex-to de critica construtiva, precisamos fazer um diagnóstico do funciona-mento da CONDSEF e suas Entidades Filiadas, de forma “desarmada” e/ou “sectarismo de disputa”, a partir de al-gumas constatações que listaremos a seguir: a) A CONDSEF não é “sindicato nacional”, mas em alguns momentos funciona como tal. A responsabilida-de de elaboração e encaminhamentos políticos junto a base, é das Entidades Filiadas, enfim, a relação direta dos servidores na base, tem de ser com a Entidade Filiada, até porque o servidor “é filiado ao Sindicato e não à CON-DSEF”. Inverter esses papéis, “defor-ma” a nossa histórica concepção de organização, de uma relação política de Autonomia das Entidades Filiadas em relação à CONDSEF; compromete a organização de base; esvazia o papel político dos Sindicatos; compromete a mobilização das bases; enfim, a re-ferência do servidor da base, tem de ser o Sindicato, e não a CONDSEF. O papel da CONDSEF, sempre foi, e de-verá sempre ser, o de aglutinar as de-mandas de suas Entidades Filiadas, sistematizar e uniformizar junto com mesmas essas demandas, elaborando politicas nacionais uniformizadas a se-rem implementadas na base por suas Entidades Filiadas; e, evidentemente, coordenar e dirigir os processos de ne-gociação a nível nacional.

55. O “esvaziamento” dos eixos gerais de reivindicação, em detrimento das pau-tas específicas, é outro elemento estra-

tégico que devemos refletir. A política do “salve-se quem puder” e “lute quem quiser”, já demonstrou historicamen-te que não é o melhor caminho para a categoria, ao contrário, aprofundam-se o corporativismo autofágico; expõe as nossas contradições quando ao mes-mo tempo que queremos a “correção” das distorções, queremos um melhor tratamento pra minha carreira, meu plano de cargo, meu plano especial de cargo, etc; fragmenta a mobilização, enfim, a tão verbalizada por todos nós, compatibilização das pautas específi-cas com a pauta geral, é algo ainda a ser construído.

56. Para a CONDSEF também desenvolver bem o seu papel, precisamos melhorar o funcionamento de suas instancias (Executiva, Direção Nacional, CDE, Plenárias), qualificando esses espa-ços com debate politico das grandes agendas Politicas da Categoria e da sociedade. As instancias não podem existir apenas como espaços de en-caminhamentos, mas de debate po-litico de “folego”, sem “disputismos e sectarismos” improdutivos.

57. Infelizmente, os cenários futuros apresentados pela conjuntura politica e econômica, nos impõe a necessida-de de qualificarmos o nosso debate politico interno para enfrentar a con-juntura externa. “Aprendendo” com Lênin, nas suas incontáveis polêmicas com Leon Trotski, quando afirmava que “a fraseologia revolucionária é a repetição das palavras de ordem sem relação com as circunstancias obje-

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tivas, ao sabor dos últimos aconte-cimentos, e a situação do momento. Palavras de ordem excelentes, que arrastam e embriagam, mas despro-vidas de base sólida, tal a essência da fraseologia revolucionária” ( V. I Lênin, “Esquerdismo, Doença Infan-til do Comunismo” – citado no livro O Trotskismo, de Léo Figuéris). Para termos “base sólida” nas nossas pala-vras de ordem precisamos qualificar melhor o nosso debate interno.

iv – orGaniZaçÃo sinDiCaL:

58. A defesa da concepção de Sindicatos gerais e da CONDSEF, feita a partir da experiência vivida em mais de uma década em que se revela como o mode-lo politico organizativo mais estável e aglutinador dos trabalhadores do serviço publico, pois não fica a mercê das conveniências administrativas do governo de plantão, além de revelar para a categoria que, independente dos segmentos, seus interesses e ob-jetivos são os mesmos e que não há saídas setorizadas, e, sim, de conjun-to, do nosso ponto de vista, está sob “risco”. Esta é uma batalha “ideológi-ca” que devemos nos preparar muito bem para enfrentá-la. A política, con-duzida conscientemente por alguns setores do Governo com o objetivo de aprofundar a fragmentação da orga-nização dos servidores presente na nossa formação, está levando alguns segmentos da nossa categoria a cair na “armadilha” do corporativismo. Assim, vemos grassar um sem núme-

ro de Entidades nada representativas, buscando incessante e isoladamente, conquistas que seriam mais fáceis de alcançar se fossem tratadas coletiva-mente. Esses “movimentos” dão-se principalmente por parte de algumas associações – algumas até de boa fé, mas, equivocados – que prestam na verdade, um maior serviço ao gover-no do que ao segmento que buscam representar. Esses “movimentos co-orporativos”, também já sinalizam em alguns setores, a constituição de “Sindicatos Específicos”.

59. Se não temos dúvidas, a respeito do modelo de organização sindical que acreditamos ser o melhor para os trabalhadores do serviço público, por outro lado, estamos bastantes tímidos em defende-lo junto a categoria. Esta-mos sendo vitimas de tentativas de nos desqualificar enquanto concepção de organização, o que põe em risco o nos-so projeto político sindical. O ataque vem de duas frentes: a) a nível interno pelos “movimentos” coorporativos, e, b) por parte do governo, que em alguns momentos age como suporte ao nível interno. Devemos compreender que se trata de uma disputa política que devemos enfrentar, não rebaixando o nível da discussão, ao contrário, colo-cando para a categoria quais os pres-supostos e princípios que nos move, e dando respostas qualitativas aos “movimentos coorporativos”.

60. Mudanças políticas em curso seguem os rumos da desregulamentação dos direitos sociais e trabalhista e a aná-

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lise das verdadeiras razões desse pro-cesso não permite cair em banaliza-ções ou sectarismos entre os setores da classe trabalhadora. É o desafio de recriar entidades que represen-tem uma concertação social, em que as pessoas mantenham uma relação onde cada um seja participe e não um colaborador ou um parceiro desse uni-verso limitado e precarizado, unindo a reconstituição da autonomia política através das organizações, respeitando a participação heterogênia e oportu-nizando ideias novas que sejam ade-quadas às realidades mundiais.

61. Neste sentido, o movimento sindical pode não expressar no momento atu-al, a melhor forma de organização da classe trabalhadora contra o capital, mas não como duvidar que traduza, sem dúvida alguma, um espaço central de luta e conquistas, além de garantir a construção coletiva e importante no resgate da consciência coletiva desta mesma classe trabalhadora.

62. Ainda sobre Organização Sindical, a criação da SECRETARIA DA JUVEN-TUDE na atual conjuntura é oportuna, e, sinaliza para duas direções. Aos jovens que compõe a nossa base, e ao Governo.

63. Para a Juventude que está no serviço público, porém pouca ativa nos sindica-tos, a criação desse espaço institucional simboliza um convite à participação da luta por um serviço cada vez menos terceirizado, sem assédio moral, com saúde para o trabalhador, com planos de capacitação e qualificação para os

servidores, com valorização da carrei-ra, com respeito às diversidades regio-nais. Enfim, é um chamado para que os jovens servidores públicos percebam que a qualidade dos serviços públicos está relacionada com o grau de sua participação nas esferas sindicais. Se a participação da Juventude nos aconte-cimentos históricos marcou gerações, essa potência e entusiasmo juvenil pre-cisam estar cada vez mais presente nas direções de nossas Entidades Sindicais.

v – PLano De LUtas:64. Redução da jornada de Trabalho, sem

redução de salário;

65. Salário Minimo Nacional e Unificado do Dieese;

66. Contra o Pl 92/2007;

67. Pela aprovação da PEC 555/2006 – acaba com a cobrança da contribui-ção previdenciária sobre os proventos dos servidores públicos aposentados;

68. Pela Regulamentação imediata da Convenção 151 da OIT;

69. Contra o Pl 4330 (terceirização);

70. Defesa do Serviço Público Gratuito e de qualidade;

71. Lutar contra qualquer tipo de discri-minação e de assédio Moral;

72. Lutar pela igualdade de tratamento da mulher trabalhadora;

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73. Lutar pela ratificação das seguintes Convenções da OIT: 87 – Liberdade e proteção do direito sindical; 98 – Di-reito de sindicalização e de negociações coletivas; 135 – proteção e facilidade aos representantes dos trabalhadores; 158 – Proteção contra a dispensa imo-tivada; 100 – igualdade de remunera-ção entre homens e mulheres; 111 – Eliminação de toda descriminação de emprego e ocupação; 156 – Igualdade de oportunidades e de tratamento para homens e mulheres.

74. Garantia do amplo e irrestrito direi-to de greve;

75. Unificação das Campanhas salariais;

76. Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores;

77. Em defesa das Universidades Públicas e da Educação pública;

78. Aprovação de 10% do PIB para a Educação;

79. Investimento na capacitação dos ser-vidores;

80. Contra a precarização: terceirização, consultorias e convênios;

81. Contratação de servidor exclusiva-mente por Concurso Publico;

82. Pela retirada do PLP – 01;

83. Contra as Fundações Estatais Públi-cas de direito privado

84. Contra a PEC 215/00, 237/13 e PLP 227/12 que impõem a anulação dos direitos indígenas, quilombolas e po-pulações tradicionais, extinção das Unidades de conservação, além da expansão dos latifúndios;

85. Pelo respeito à Convenção 196 da OIT, a qual o Brasil é signatário, que trata dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos povos indígenas e tradicionais;

86. Apoio às politicas de integração da América Latina e Caribe que visem a soberania e à emancipação dos povos;

87. Apoio à democratização do Conselho de Segurança da ONU;

88. Fim do superávit primário, com am-pliação dos investimentos em obras de infra estrutura e em politicas sociais;

89. Ampliação e fortalecimento da previ-dência publica e solidária, e pelo fim do FATOR PREVIDENCIÁRIO;

90. Anulação dos leilões do petróleo e garantia de que a riqueza do pré-sal não seja entregue às multinacionais, e apoio à campanha da FUP por uma Petrobrás 100% estatal;

91. Luta pela democratização da Comu-nicação – implementação de um mar-co regulatório para a imprensa que permita uma real e efetiva democra-tização dos meios de comunicação, incluindo a revisão das concessões de rádios e tvs;

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92. Luta pela garantia de que, na cons-trução do marco regulatório para ex-ploração do pré-sal, parte substancial dos recursos seja destinada para as áreas de educação e saúde;

93. Luta em defesa do patrimônio ambien-tal, contra a privatização dos recursos naturais e por uma urgente mudança na matriz energética;

94. Luta contra a privatização da Ama-zonia.

95. Luta pela Ascenção Funcional;

96. Luta por uma ampla reforma politica

97. Luta por uma ampla reforma tribu-tária

98. Afirmação de compromissos de luta que visem combater todo tipo de pre-conceito, discrimiação com relação a cor, orientação sexual, de idade, de credo, fortalecendo os direitos cons-titucionais.

vi – PaUta De reivinDiCaçÃo/eiXos PrioritÁrios:

99. Regulamentação da Convenção 151 da OIT;

100. Definição de Data-Base ( 1º de maio)

101. Politica salarial permanente com correção das distorções, reposição inflacionária, valorização do salário

base e incorporação das gratificações;

102. Cumprimento por parte do governo dos acordos e protocolosde intenções firmados;

103. Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;

104. Retirada de PLP’s, MP’s, Decretos contrários aos interesses

105. dos servidores;

106. Paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas;

107. Definição de diretrizes de planos de carreira.

Assinam inicialmente essa tese:

Diretores da Condsef e Conselho Fiscal:

Maria do Socorro Ribeiro Costa – PI;

Abdon Bandeira André – PB;

Edvaldo Andrade Pitanga – BA;

José Carlos de Oliveira – PE;

Maria das Graças Oliveira – PE;

Maria das Graças Gomes Albert – SC;

Gilberto Rosas – RR;

Marcos Antônio de Lima Nunes – AP;

Raimundo Pereira de Souza – MA;

Lírio José Téo – SC.

Departamentos da Condsef:Antônio José Barreto de Araújo – PI;

Fernando Santos de Oliveira – AP;

Nádia Maria Elias – SC;

Edson Rodrigues Gonçalves – BA;

João Seno de Moura – PI;

João Carlos Lima Martins – MA;

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Maria do Carmo – MA;

Ana Maria Araújo Castro – MA;

Luis Carlos da Silva Tilito – PI;

Vitoriano de Souza – SC;

Maria das Graças Cezário D’Ávila – RR;

Aloysio Tancredo Lopes da Costa – MG;

Luiz Carlos Del Castilho Rayol – AP;

Washington Dias da Silva – BA;

Antônio Pereira da Silva – RR;

Maria Neusiana Tavares Castro – AP;

Antônia Maria Matias da Silva – RR;

Elna Maria de Barros Melo – PE;

Sérgio da Silva Goiana – PE;

Júlio Werner Peres – SC.

Outros assinantes por estado:I – Maranhão:

Ângela Maria Silva Souza,

II – Pernambuco:Abelardo Andrade Caminha, Ademilde Maria Lopes, Ana

Estrela, Ana Maria Melo, Aurean Martins de Santana, Carlos Alberto Celestino, Claudia Albuquerque Verardi, Clerivaldo J. Barbosa, Criginaldo José Vieira, Davi José

Vicente, Domícia Alves Calumbi, Edelson Ramos de Andrade, Eduardo Fonseca Garcia, Elna Maria de Barros

Melo, Enilson Flávio dos Santos, Eva Maria Frutuoso, Fernando Antônio G. de Lima, Geraldo Ferraz, Heronildes

de Barros e Silva, Ieda Galindo, Inalda Laurentino S. Barbosa, Ivanildo Dionisio Lima, Ivanildo Severino de

Mendonça, Jailene Maria de Lima, Jaime Vieira, Jairo Honório de Souza, Jamesson Tavares da Silva, Jediel

Rodrigues de Lima, Jemuel Nunes Alves, João Manoel de Oliveira, Joaquim Miguel, Jorge Adalberto Gomes da

Silva, José Antônio de França, José Carlos de Oliveira, José Carlos Regueira, José de Arimatéia Santos Silva, José

Ferreira da Silva Neto, José Ferreira de Lima Filho, José Holanda da Silva, José Inácio, José Laercio de Santana,

José Ribeiro da Silva, José Rinaldo Figueiroa de Santana, Josivan do Rego Barros, Jurandir Pereira Liberal, Laércio

Vicente da Silva, Lenildo Vicente da Silva, Lindinere Jane, Luiz Wilson Torres Galindo, Manoel Teixeira de Deus, Marcos Antonio Barbosa, Marcos Antônio dos Santos,

Marcos Wanderley Soares da Silva, Maria Beliza da Silva, Maria Carolina Barbosa, Maria da Conceição Moraes G.

dos Santos, Maria das Dores Chalegre, Maria das Graças de Oliveira, Maria das Graças Maia Gominho, Maria

de Lourdes da Silva, Maria de Lourdes Souto Maior, Maria do Socorro Medeiros, Maria Elziclécia Ribeiro de

Aquino, Maria Goreti de Arruda Ferraz, Maria Helena Leite da Cunha, Maria Pereira da Silva, Maria Sueli do

Nascimento, Mario Ferreira do Nascimento, Marlene Barbosa da Silva, Marli Costa Barbosa, Mirian Gama,

Mizael Alves da Silva, Nadja Urt de Moraes, Norma Carvalho, Orlando Augusto Marinho, Paulo Austregésilo,

Paulo Batista de Castro, Paulo Fernando Barreto, Paulo Roberto Pereira da Silva, Ricardo Rocha Ferreira, Rinaldo

Farias de Vasconcelos, Rogaciano Gonçalves Lima, Rogério Gustavo Alves Meira, Rosália Soares, Rute Soares

da Silva, Sebastião Ferreira de Freitas, Sérgio da Silva Goiana, Sérgio Ferreira da Silva, Sérgio Gonçalves Viana,

Sérgio Luiz Barbosa, Severina Soares de Melo, Severino Lúcio Siqueira, Solange Maria de Silva G.Cavalcanti,

Valdemar Joaquim de Santana, Vanda Lenice Cavalcanti, Vanda Maria Cunha Melo, Vilma Maria Alves Cordeiro, Wilton Prazere Camará, Zélia Josefina Dantas, Zuleide

Nascimento de Melo.

III- Piaui:Paulo de Oliveira Bezerra, Waldemar Higino, Paulo

Bezerra, Célio Augusto, Amparo Ferreira, Gildete Nascimento, José de Ribamar Silva, José Ribamar P Silva,

Antonio Barreto, Maria Lúcia, Enoque Pereira, Wagner Brito, Albertino Lima, Francisco Monteiro, José Francisco,

Antonio Carneiro, Raimundo Ednei, Washington Luis, Terezinha Viana, Francisco Batista de Oliveira, José de

Araújo, João Francisco, João Gonçalo, Cláudio Pereira Ribeiro, Antonio Borges, José Albano, Paulo Manoel,

Sávio Barão, Valdiná Silva, Jonas Guimarães, João Lucas, Maria José Almeida, Francisco Chagas de Sousa, Euclides

Sousa Filho, Manoel Canabrava, Antonio Vieira, Sandro Portela, Francisca Sene, Luis Silva, Francisco Santiago,

Jacyra Martins e José Alcione.

IV – Santa Catarina:Waldecir Dal Puppo, Aberrioni Dal Piaz - Coordenação

do Núcleo Regional de Base do Oeste, Aderson Nunes Loureiro - Secretário de Política de Comunicação,

Caterine Melo Duffes Teixeira - Secretária de Assuntos Jurídicos, Clair Bez - Secretário Adjunto de Assuntos de Aposentadoria e Pensões, Dérmio Antonio Filippi

- Secretário de Assuntos de Aposentadoria e Pensões, Edson Gonçalves - Conselho Fiscal, Eliane Valério Oriano

- Secretaria de Cultura Raça e Gênero e Etnia, Elizabeth Adorno Araújo Dias - Secretária de Formação Sindical,

Ester Bertoncini - Secretária Adjunta de Formação Sindical, Flávio Roberto Pilar - Secretaria Adjunto

de Saúde do Trabalhador, Francisco Carlos Pereira - Secretario Adjunto de Finanças, Geraldo Iran da Rosa -Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto

Serrano, Hercílio da Silva - Vice-Presidente, João Claudir Marchioro - Coordenação do Núcleo Regional de Base do

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Oeste, Lirio José Téo - Secretário Adjunto de Política de Comunicação, Manoel Gama de Oliveira - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Maria

das Graças Gomes Albert - Presidente, Marlete Conceição Pinto de Oliveira - Secretária de Organização, Nádia

Maria Elias - Secretaria de Saúde do Trabalhador , Osni Francisco Tavares - Conselho Fiscal, Osvaldo de Jesus

Correa - Primeiro Secretário, Pedro José Felisbino - Secretário Adjunto de Assuntos Jurídicos, Pedro Vilmar Padilha dos Anjos - Coordenação do Núcleo Regional de

Base do Oeste, Plácido Simas - Secretário Adjunto de Organização, Roseli Rodrigues de Oliveira -Coordenação

do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Sebastião Ferreira Nunes - Secretaria de Cultura Raça e Gênero e Etnia, Silvio da Luz Córdova - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano, Tania

Lindner - Conselho Fiscal, Valdecir Dal Puppo - Conselho Fiscal, Valdocir Noé Zanardi - Coordenação do Núcleo Regional de Base do Oeste, Vera Lúcia Maiorka Sassi - Secretária Geral, Vitoriano de Souza - Secretário de Finanças , Walterdes Bento da Silva - Conselho Fiscal

V – Bahia:Moiséis Araújo, Antônio Genário Lisboa Fagundes,

Antonio Meneses, Carlos José Barbosa Borges,

Celia Hissae Watanabe, Celso Fernandes Sant’Anna, Eugenio Silva, Hildo Valentim, Ivan Matos, Jose Carlos

Veridiano, José Ubaldo S. de Santana, Leonídia Laranjeira Fernandes, Martiniano Costa, Moises Araujo, Pedro

Moreira, Romualdo Pereira da Silva Neto e Tânia Suely P. G. de Oliveira.

VI – Roraima:Gilberto Rosas, José Carlos de Oliveira Gibim, Maria

das Graças Cezário D’ávila, Rejania Maria Bezerra, Júlio César Abreu Lima, Francisco Rodrigues de Souza,

Maria Janice da Silva Coutinho, Izac Barros da Silva, José da Luz Pacheco Neto, Jesus Lago, Roberto Mendes Ambrósio, Davi Ribas Galvão, Carmem Lucia Marco de Freitas, Maria de Jesus Oliveira Souza, Rosimar Cunha

Vasconcelos, Antonio Pereira da Silva, Alélia Beckman Mafra, Raimunda Melo Peres, Rosiclei Alencar Liberal, Cláudia Vitória de A.C. do Nascimento, Almir Ribeiro,

Péricles Pedro Ferreira dos Santos, Antonia Maria Matias da Silva.

VII – Goiais:Dulce Costa Oliveira,

VIII- Distrito Federal:

Reinaldo Felipe Barbosa,

IX – Amapá: Hedoelson Silva Uchoa, Benedita Odete Gomes

Figueiredo, Idelcy Maria dos Santos Nunes, Edvaldo de Azevedo Souza, Fernando Santos de Oliveira, Doraci

Agmina Sena, Raimundo dos Anjos Freire, Iranilde dos Santos Ribeiro, Jane Maria Borges Vasconcelos, Darcy

Ferreira S. Ferreira, Geovane Grangeiro da Silva, Francisco Franklin de Souza, Kátia Cilene Neres Domingos, Antônio

dos Santos Silva, Maria Serrat de O. Nascimento, Almerindo Leite Farias, Margarete Figueiredo, Paulo

Pantoja Monteiro, Orquizete Pinto Camilo, Maria Herminia Saraiva, Orlando Silva dos Santos, Francisco

Cezário de A Junior, Sandra Monteiro Palmerin, Erroflyn de Souza Paixão, Otávio da Silva Vieira, Marli Pantoja

Monteiro Pereira, Joana Jorge Mendes, Henedina Albuquerque Barcessat, Valdeci Nogueira da Costa,

Selma Leila Silva Uchoa, José Florenço Correia de Matos, Antoni Carlos dos S. Rodrigues, Raimunda Pilar V.

Gomes Santos, João adelaidio R. Do Nascimento, Edson Figueiredo da Silva, Ana maria Dias da Silva, Gerson

Eni Santos da Silva, Nelcia Nunes da Silva, Ismael Costa Quaresma.

X – Minas Gerais:Aloysio Tancredo

XI – Rio de Janeiro:Rosane Rodrigues da Silva;

XII – Paraiba:

ESTA TESE ESTAR ABERTA À NOVAS ADESÕES:

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1. Mais uma vez, depois de uma série de encontros congressuais, estamos reunidos neste XI Congresso da CON-DSEF, colocando na ordem desses dias, discussões, debates, resoluções e encaminhamentos, na busca de soluções para os nossos problemas, enquanto trabalhadores no serviço público federal.

2. Na medida em que o tempo vai pas-sando, os poderes públicos criam novas regras que se desviam do in-teresse maior dos trabalhadores e da própria sociedade. O governo não procura investir nas instituições pú-

blicas, os montantes financeiros ne-cessários para que possa conduzir as atividades, na área de educação, de saúde, de moradia, de transpor-tes e das demais outras assistências, deixando-nos órfão do direito a uma vida mais condigna, justa e humana.

3. O momento configura-se em uma ta-refa árdua. Tudo é desafio. Neste perí-odo temos visto muitas questões que ainda precisam avançar, no sentido de construirmos saídas e efetivarmos conquistas, tanto no âmbito de for-talecimento das nossas instituições representativas, como nas diversas

tese 7

Na busca de uma solução mais razoável para todos os trabalhadores da esfera pública federal, especialmente os aposentados e pensionistas

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e 7 áreas do estado brasileiro, com o ob-

jetivo de produzirmos efeitos positi-vos que deem alento ao nosso povo tão carente e abandonado.

4. Compreendemos que, no meio do nosso segmento, tivemos e estamos tendo muitos momentos de incertezas e dúvidas, o que exige de nós, tanto ações mais urgentes, como também toda uma discussão e articulação, para que possamos fazer a defesa dos Aposentados e Pensionistas. Es-sas experiências que exigiram vários momentos de reflexão e análises do panorama a que estava posto, oportu-nizaram diálogos mais próximos com a nossa base, para que pudéssemos estar mais vigilantes e mais atuantes no nosso cotidiano. Isso nos Trouxe o sentimento e a certeza de que estamos dando continuidade a um projeto de luta que tem se consolidado, ao longo da nossa história sindical, e aponta perspectiva de luta e trabalho cons-tante, com uma visão de futuro (FU-TURO BREVE). Não qualquer futuro, mas dentro de um cenário onde os aposentados e pensionistas sejam de fato reconhecidos como instrumentos formadores de opinião e construto-res de uma nação em fase de desen-volvimento. Todos nós temos a visão focada para os projetos e programas oficiais do governo e sentimos que o mesmo não comunga em querer aju-dar a essa gente, cujo tempo de vida resta pouco e que prejuízo nenhum acarretará para a nação, mesmo sendo beneficiado com a paridade salarial. Ao contrário disso, é querer manter

o segmento isolado ou simplesmente à margem dos que partilham interes-ses comuns.

5. Esclarecer é preciso, que, diante do que produzimos para o bem estar desta nação, o governo tem que se dá de conta que, quem produz merece resposta. Uma resposta consciente onde possa ser avaliada no princípio correto de que quem faz merece ser compensado. Fizemos e fizemos mui-to bem. A prova disso é que aí estar um patrimônio bem formado e bem estruturado do ponto de vista social e humano. O BRASIL. Obra nossa, feita pelas nossas mãos. Mãos patri-óticas, mãos benevolentes. (SÓ OS INGRATOS NÃO VÊEM).

GREVE:

6. A CONDSEF já avalia a possibilidade de uma futura greve, envolvendo as suas instituições de base, que deva estar acontecendo no ano de 2014. Nada mais legítimo e sensato essa posição da nossa confederação, haja vista que a mesma não deve ficar em estado de inépcia, na espera de acon-tecimentos, e recolhida num canto onde o silêncio e a omissão sejam vistos como a cartada do momento.

7. No entanto, para que não saiamos mais uma vez frustrados, em mais um movimento paredista, ponderar, para que tenhamos ao nosso lado, ou-tras instituições, nos ajudando, assim como a solidariedade dos estudantes das várias entidades educacionais

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e 7de cada Estado brasileiro, somando

forças e avançando no processo de mobilização, retratando o passado, para fazer com que o governo come-ce a sentir o nosso poder de força. Só assim ele nos dará uma resposta mais norteadora para nossas causas e as causas do serviço público, enquanto benfeitor da sociedade.

TERCEIRIZAÇÃO – PL 4.330

8. Já está legitimamente provado e com-provado de que a invenção do então ex-ministro de Administração, BRES-SER PEREIRA, no governo FHC, criou asas e fortaleceu suas pernas no âm-bito da administração pública, com o modelo perverso da terceirização, procurando acabar de vez com o ser-viço público, principalmente no seio federal. Hoje, já não se tem a figura da idolatria nacional, cidadão Bresser Pereira, mas temos coisas ainda pior, quase todo um congresso nacional, querendo introduzir, junto com o governo, o processo de privatização, o qual, se não era lei, já funciona à todo vapor, e agora, virando lei, ten-de a acabar de vez com a estatização. Serviço Público que sempre foi bem feito e barato, nunca mais! Se al-guém não sabe ainda avaliar porque desse conjunto de interesses, temos que esclarecer, tratar-se de um jogo onde grande parte das famílias dos representantes infiéis do povo, não encontra empregos geradores de for-tunas, e o único meio capaz de engor-dar seu capital perverso, é colocar-se entre os poderes da república. Todos

nós sabemos a razão porque a Ter-ceirização é considerada de traba-lho escravo, levando em conta que, embora o governo pague caro pelos serviços prestados por suas empre-sas, as mesmas não pagam aos seus trabalhadores o preço real da sua mão de obra, que eles fazem jus. Assim, o capital toma conta da situação e o social brasileiro passa a conviver com o flagelo humano.

9. É generalizada a sensação de que a corrupção atingiu uma magnitude sem precedente. As histórias conta-das “à boca pequena” são cada vez mais impressionantes, assim como os chamados “sinais exteriores de riqueza” de alguns protagonistas destas fábulas. O que terá acontecido com os chamados “padrões morais” do nosso país? Este artigo, que inse-rimos nas diversas discussões deste Congresso, certamente não pretende responder esta importante indagação, mas, partindo da premissa de que “a ocasião faz o ladrão”, pretende cha-mar atenção para um elemento de máxima importância, para explicar a existência, assim como a opulên-cia dos nossos PCs, PMs, CMs, DSs, ZDs, JGs e outras tantas siglas que se assemelham: ao nosso processo orçamentário. Este racionamento de despesas feito pelo Ministério da Economia, do qual resulta o “supe-rávit de caixa”, recebe o misterioso designativo de “contingenciamento”, e sua incidência varia bastante para cada unidade: um Ministério pode receber mais e outros menos, de suas

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e 7 verbas orçamentárias, dependendo

do gestor ou do partido de apoio ao governo (ISSO É RUIM).

10. Todavia, há coisa pior que isso. A fi-lha mais dileta da falta de transpa-rência e das decisões discricionárias é a CORRUPÇÃO. Note-se que, con-tingenciamento é a mesma coisa que racionamento, e nós bem sabemos que o racionamento produz o fenô-meno do ágio. A mercadoria que se torna escassa, a verba orçamentária adquire um preço no mercado negro. Do outro lado, um empresário sujei-to a ter seus pagamentos atrasados, certamente está disposto a pagar uma “comissão”, tipicamente a uma empresa de prestação de serviços em Brasília e filiais (mesmo matrizes), em obscuras ilhas do litoral caribe-nho, para ter o seu dinheiro recebido logo. (Portanto, menos terceirização e mais convocação dos concursados).

ORÇAMENTO FEDERAL DE 2013 – R$ 2,14 TRILHÕES

11. O governo federal mandou para apro-vação nas duas casas do Congresso Nacional, o plano orçamentário do ano de 2013, o que foi tranquilamente atendido, tendo aprovação e aquies-cência dos senhores parlamentares. Um bolo cujo tamanho daria para alimentar a fome de uma camada de gente quase que desprezada. No entanto, sabemos razoavelmente as razões e o porquê uma fatia bastante grande foi contingenciada e levada a caminho das duas casas do legislati-

vo. (NO ANO DE 2014 VAI HAVER ELEIÇÕES GERAIS). A CHARADA ESTÁ MORTA.

12. Quase a metade do orçamento federal para o próximo ano, exatos 42% está destinado ao pagamento da dívida pública brasileira. Dos 2,14 trilhões de reais, R$ 900 bilhões estão sendo gastos com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Tem dinheiro para tudo, menos para um pequeno e justo reajuste salarial dos barnabés federais.

PARIDADE OU PRINCÍPIO DE ESONOMIA

13. Atualmente, têm-se observado no meio jurídico, diversos artigo e deba-tes quanto à constitucionalidade e, consequentemente, a validade da Lei nº 10.833, a qual, oriunda da medida provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, deu novos contornos à COFINS, sob o pretexto de extinguir a cumulati-vidade da referida contribuição social, contudo, em determinados casos, au-mentou a alíquota de 3,0% para 7,6% (ENGANA QUE EU GOSTO).

14. Ao analisar minuciosamente a Lei 10.833/03, que se revela como um minipacote, ou, podemos até mes-mo dizer, ensaio de reforma tributá-ria pretendida pelo governo federal, verifica-se de plano, flagrante ofensa ao princípio de isonomia, assim como a outros princípios constitucionais, razão pela qual referida lei merece severas críticas.

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e 715. A COFINS – contribuição para o finan-

ciamento da Seguridade Social – tem sua origem em 1982, denominado de Finsocial, sendo posteriormente ins-tituída pela Lei Complementar nº 70, de 30.12.91, com o escopo de com-pensar o déficit da Previdência Social.

16. A Constituição Federal consagrou a paridade, em todos os níveis, entre trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas, e, nas mesas dos gabi-netes parlamentares, num colóquio entre o mal e à perversidade, os pares daquelas casas do Congresso, acerta-ram, que aposentados e pensionistas já estavam fora de moda, no fim da vida, e como prêmio, pelos bons e re-levantes serviços prestados à nação, deviam sofrer antes da morte. Esta-mos sendo tratados assim.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

17. Entre outras demandas que serviram para a reforma previdenciária, a PEC 40/2003, modificou os artigos 37, 40, 42, 48, 96, 142 e 149 da Constitui-ção Federal, criando um verdadeiro constrangimento aos trabalhadores, no que concerne aos seus direitos adquiridos, sem levar em conta um dos artigos do Código do Processo Civil, que diz: “Lei nenhuma poderá retroagir para prejuízo, e sim, para beneficiar”.

18. Triste mesmo é ver todos os dias a nossa Carta Magna (CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA), ser rasgada, mutilada, estraçalhada, perdendo o seu conceito

de cidadã, pois foi assim que ela foi chamada na data da sua promulgação. Mas, sabemos bem, que os interesses de hoje são pessoais e/ou de grupos, cujo desejo maior é encher os bolsos de quem já tem, em detrimento do esvaziamento dos que não tem nada ou quase nada.

19. A luta é geral para dar fim a esse triste episódio de uma novela que se intitula “O CAPITAL É MAIS IMPOR-TANTE QUE O SOCIAL”. Quanto aos aposentados, devemos criar meios capazes de sensibilizar o Presiden-te da Câmara Federal, em colocar na ordem do dia as PECs. 555/2006 e 152/2007, que tratam em acabar de vez com o famigerado desconto previdenciário dos Aposentados e Pensionistas, considerando o fato de que os mesmos cumpriram com tal obrigação durante a sua atividade. O segmento da categoria (aposentados e pensionistas) pagaram tudo o que devia, não restando dívida penden-te, contudo voltam a ser atacados brutalmente e obrigados a pagarem o que não devem. ASSALTO Á MÃO ARMADA. Não sabemos a razão ou simplesmente o interesse do ges-tor maior da Câmara Federal, que se omite em colocar essas PECs na ordem do dia para serem votadas. (VEJAM OS ANEXOS DE POUCOS DOS MUITOS REQUERIMENTOS DIRIGIDOS AO PRESIDENTE DA CASA), petição de vários Deputa-dos de diversos Partidos Políticos, os quais não são atendidos median-te seus pedidos. ISSO CHAMA-SE:

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e 7 FALTA DE RESPEITO. “Uma vez ela

comprada, deve ser anulada”. Assim diz a voz da consciência.

CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO

20. Como se não bastasse à falta de sensi-bilidade governamental, castrando di-reitos e subtraindo garantias dos servi-dores federais, a própria administração do Ministério do Planejamento dar um aval às consignatárias a praticarem a averbação direta em folha de pagamen-to do servidor, sem o conhecimento do mesmo, como já foram detectados vários casos, alguns deles suspensos, por intervenção nossa, diretamente no RH daquele Ministério. A CONDSEF, neste momento, deve intervir com gar-ra e determinação, para acabar de vez com esse apadrinhamento do governo a esses setores financeiros perversos. Se perguntarem como fazem a coisa, diremos: o preenchimento da proposta do suposto empréstimo e/ou seguro, é feito pelo elemento intermediário (agente) da empresa, sem ligar para a conferência dos elementos documen-tais, tais como: RG, CPF, NOME DOS PAIS, ENDEREÇO RESIDENCIAL, E OUTROS, conferindo apenas a matrí-cula do SIAPE, este último servindo como elemento necessário à averba-ção. O dinheiro nunca chega ao titular, pois o mesmo é levado à crédito de um “laranja”, responsável pela partilha do dinheiro. A recompensa, para o titu-lar, é ficar pagando durante uma vida inteira um empréstimo que não nego-ciou. ISSO CHAMA-SE SACRILÉGIO.

ONG - (ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL)

21. Pelo nome, parece até não ser uma organização não governamental. Di-reta, não! Indireta, sim!

22. É engraçado os políticos brasileiros quererem enganar a nossa massa social, achando que ela é burra. Atu-almente, nós sabemos que as ONGs são criadas por esse ou aquele políti-co cara de pau, a fim de participarem do governo, via indireta, que passam a receber verba do erário sem que al-guém saiba do traçado. Essas ONGs, vivem eternamente se envolvendo em assuntos diversos da nação, traçando metas, dando opiniões, se metendo onde não cabe e, o pior, dizendo o que deve ser feito ou não dentro do con-texto administrativo do governo. Dita regra sim, inclusive alguns dirigentes da instituição se auto denominando responsáveis por isso ou aquilo (como exemplo – opiniões sobre a transposi-ção das águas do São Francisco para o Nordeste Setentrional). Existe inclusi-ve uma ONG, cujo dirigente já se auto qualifica como Presidente de um Con-selho do Semiárido brasileiro, usando serviços de comunicação (RADIOS, JORNAIS e TVs, chamando a obra de faraônica, ou mesmo, de “elefante sem tromba”. Isso vem gerando uma confusão sem precedente, colocando o próprio povo contra o projeto. (IN-TROMISSÃO DESCABIDA).

IMPOSTOS NO BRASIL

23. Os impostos brasileiros são tantos,

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e 7que as siglas se misturam de tal modo,

que parte das pessoas não sabe deci-frá-las. Por exemplo: ICMS, IPI, IR, IOF, ITR, IPVA, IPTU, ITBI, ISS, TIPI, etc., e são obrigatórios. O governo não quer criar o Imposto Único, preferin-do que esses tributos continuem sen-do arrecadados sem quaisquer meios de fiscalização e transparência pela própria sociedade. ISSO TEM UM NOME: BRUTALIDADE.

A MOBILIZAÇÃO DA NOSSA CATEGORIA DEVE SER CONSTANTE.

24. Finalizando, quero chamar a atenção de todos os que fazem a nossa casa defensora de direitos, de que a relação entre patrões e empregados, no nos-so caso, o governo federal, é marca-da por disputa e isso não é novidade pra ninguém. Nessa queda de braço, ganha quem tem maior capacidade de organização e de pressão: De um lado, o trabalhador, com a sua força de trabalho e poder de organização e do outro o patrão que, no modelo capitalista no qual vivemos, sempre busca a maximização do lucro e a otimização das receitas a qualquer custo, mesmo que o ônus das suas ações, recáiam naquele que deveria ser o seu maior “patrimônio”: os tra-balhadores, considerando que são estes os que produzem a riqueza do patrão. (BURRICE PURA).

25. Pela que vimos até hoje, nenhuma conquista trabalhista na história da humanidade veio por dádiva ou como

presente do patrão. Todas foram con-quistadas com muita luta, determi-nação e organização dos trabalhado-res. E isso não é coisa do passado. As manifestações que ocorrem em todo Brasil, nos últimos tempos, mostram o quão poderoso é o povo quando se une e faz valer a sua voz. Basta ver quantos projetos de lei e assuntos es-tancados há anos nas casas legislativas foram encaminhados. A participação direta da população é fundamental e não exclui, ao contrário, fortalece as entidades representativas de todas as categorias operárias.

OS PEDEVISTAS

26. Uma massa de pessoas, as quais fo-ram enganadas pelo governo, quando do pedido de desligamento voluntário, hoje, vem sofrendo o desprezo que lhe foi imposto pelo então governo, pois, com o advento desse processo, uma Cartilha trazia no seu bojo, a in-formação de um bom incentivo, que, ao pensamento de que tal quantia lhe assegurava o direito de dar um começo melhor na sua vida, veio a traição. NÃO CUMPRIRAM COM O PROMETIDO. Atualmente, essa gen-te aflitiva, vem esperando que o go-verno acabe de vez com esse dilema concedendo-lhe o direito da sua volta ao trabalho. Pais e mães de família, embora pacientes, ainda respiram a esperança de vê a sua família, um dia, entrar para o meio de uma sociedade justa e merecedora. Neste momento, em que nos manifestamos em favor dessas pessoas, estamos esperanço-

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e 7 sos de que a solução desse problema,

seja definido antes da aprovação do orçamento do ano 2014, isto é: 18 de dezembro, pois só até esta data terão a garantia de alocação de recursos para garantia dos seus direitos.

OUVIDO DE MARCADOR?

27. Até parece, que os nossos governantes, não mais ouvem os nossos clamores. São gritos e ais estridentes que devam estar sendo ouvidos pelos rincões mais distantes do nosso horizonte. Os aposentados e pensionistas so-frem, mas não mantém a tolerância a esse desprezo que a eles está sendo imposto. Vamos continuar gritando aos ouvidos dos insensatos. Ou eles estão moucos, ou fazendo ouvido de mercador.

PELA NÃO TOLERÂNCIA AOS CAPRICHOS DOS PATRÕES;

POR UMA CORREÇÃO NAS REFORMAS PREVIDENCIÁRIAS DO GOVERNO;

CONFISCAÇÃO DOS BENS E DINHEIRO DOS QUE MEXERAM NOS COFRES PÚBLICOS;

PARIDADE SALARIAL ENTRE ATIVOS/APOSENTADOS/PEN-SIONISTAS;

POR UM CONTROLE MAIOR NOS VALORES DO ORÇAMENTO;

POR UM CONTROLE DA IN-

FLAÇÃO, SEM PREJUIZO PARA OS TRABALHADORES;

POR MORADIA, TRANSPOR-TE, SAÚDE E EDUCAÇÃO JÁ!

PELO FIM DA CORRUPÇÃO GALOPANTE QUE SE ESPALHA PELO PAÍS;

PELA NÃO INTROMISSÃO DAS ONGs, NAS COISAS DO GO-VERNO;

POR UMA SEGURANÇA PÚ-BLICA QUE GARANTA A VIDA DO NOSSO POVO;

PELA REDUÇÃO DOS REPRE-SENTANTES NAS DUAS CASAS DO LEGISLATIVO;

POR UMA AUDITORIA NA DÍ-VIDA EXTERNA E INTERNA DO GOVERNO.

POR TUDO O QUE POSSA MO-RALIZAR A NAÇÃO BRASILEIRA.

Esta tese está sendo assinada, inicialmente por:

GERALDO COSTA, FILIADO AO SINTSEF/CE

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“Aos que desistiram antes da hora. Aos que enrolaram suas bandeiras. Aos que trocaram de

camisa. Aos que se deixaram tomar pelo desespero. E aos que continuaram acreditando no socialismo e na revolução, quase com a mesma intensidade com

que acreditam em bruxas e duendes”.

A todos esses, nós sempre dissemos: calma, a burguesia não nos faltará. Mais cedo ou mais tarde,

ela devorará seu disfarce de pele de cordeiro. Mais cedo ou mais tarde, alguém gritará: o rei está nu.

Mais cedo ou mais tarde, nós voltaremos.

E assim foi. Pouco importa quem tenha sido o primeiro: os zapatistas? Os sem-terra? Os grevistas

da França? Da Bélgica? Os da Coréia do Sul? Os guerrilheiros que desmascararam Fujimori? Não importa quem tenha sido o primeiro, até porque

nunca houve um último. A luta nunca cessou. Apenas muitos andaram um pouco surdos. Agora

mais gente escuta. E mais gente faz barulho.

Preparemos, pois, com grande estilo, pompa e

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circunstância, a entrada do Brasil no século XXI. Quem quiser vir conosco, prepare o corpo, a alma

e principalmente o humor. Porque os bons tempos voltaram (...) “.

(Trecho da resolução da AE “Uma Estratégia Socialista Para o Brasil coletânea” Socialismo ou Barbárie “)”.

Prossegue a crise econômica internacional e as políticas de ajustes monetaristas

1. Passamos por um momento onde o mundo se encontra sob tripla influ-ência: uma profunda crise do capita-lismo, a deterioração da hegemonia dos Estados Unidos e a emergência de

Em defesa do Serviço Público de qualidade social e de transformações profundas no Brasil

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novos centros de poder. Uma situação de instabilidade, marcada por profun-dos conflitos sociais, crises políticas agudas e conflitos militares cada vez mais perigosos.

2. A atual crise não afeta da mesma for-ma a todos os países, regiões, ramos produtivos e setores sociais. Mas é uma crise global, que atinge todos os níveis, com impactos financeiros, comerciais, produtivos, energéticos, alimentares, ambientais, sociais, po-líticos, ideológicos e militares. Não se trata, pois, apenas de uma crise do pensamento neoliberal, das políticas neoliberais e da especulação financei-ra. É tudo isso, dentro do contexto de uma crise de acumulação, similar às crises de 1930 e 1970.

3. Não é possível vislumbrar uma saí-da de curto prazo. E tampouco está claro qual será o desenrolar da cri-se no médio e longo prazo, uma vez que este está sendo construído aqui e agora pelos conflitos entre as forças políticas e sociais de cada Estado, e da disputa entre Estados e blocos em escala planetária. Pode ser que, como em outros momentos, o capi-talismo sobreviva a sua própria cri-se, ainda que a imenso custo social. Mas também é possível que surjam sociedades socialistas, assim como diversas formas alternativas de ca-pitalismo. E sempre existe o risco de que as forças capitalistas, na luta por manter o sistema de opressão e ex-ploração, ameacem a sobrevivência da humanidade.

4. Portanto, vivemos e atuamos em um momento histórico de muitos perigos, muitas possibilidades, mas também de muitas esperanças, sentimento que predomina na América Latina, onde a esquerda e as forças progres-sistas governam numerosos países há mais de uma década, ampliando a democracia, o bem estar social, a soberania nacional e a integração do continente. É evidente o contraste entre a política implementada pe-los países da América Latina e pelos Estados Unidos e Europa, onde pre-valecem os interesses da plutocracia financeira e imperialista. Os Estados Unidos segue com seu esforço para recuperar a hegemonia global, sem a qual a sua economia não se sustenta.

5. Enquanto os EUA buscam recuperar a liderança, na Europa ocorre a de-sarticulação do que se imaginou ser um possível bloco concorrente. Na Europa, diante da crise, sua classe dominante promove o desmantela-mento do “pacto social” constituído após a Segunda Guerra Mundial. Este pacto se baseava, entre outros, em dois componentes fundamentais: o Estado de Bem-estar Social e as ne-gociações coletivas entre sindicatos e empresas. O desmantelamento deste pacto, que foi financiado em larga es-cala pela exploração imperialista de outras regiões no mundo, tem como propósito reduzir os salários dos tra-balhadores europeus seja pra custear o resgate do sistema financeiro, seja para garantir a rentabilidade dos in-vestimentos produtivos.

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6. Por isso aumentam os conflitos, in-clusive com ameaças nucleares, assim como guerras cambiais e comerciais, que incidem negativamente nas ou-tras economias. Também por isso os programas de austeridade fiscal eu-ropeus não afetam a indústria bélica. E, por fim, temos a incapacidade das Nações Unidas por em prática suas resoluções quando elas são relativa-mente contrárias aos interesses es-tadunidenses.

7. A crise produziu um efeito sobre a política europeia que até agora tem favorecido principalmente a direita, que se aproveita do argumento sim-plista de que “os gastos não podem ser superiores à receita”, ao impor as medidas de austeridade como alter-nativa aos impopulares aumentos de impostos. Mas também é forte a insatisfação popular com as políticas implementadas pelos governos de di-reita, que como na Espanha e Ingla-terra tem grandes dificuldades para manter suas maiorias parlamentares. Além da política de austeridade e da ausência de alternativas viáveis à esquerda, também contribuem para o fenômeno de rechaço à política de diversos casos de corrupção, como o da recente denúncia de propinas pa-gas por empresas contratadas pelo governo a integrantes do Partido Po-pular na Espanha, incluindo o atual Primeiro Ministro.

8. A África e o Oriente Médio constituem um dos cenários de conflito entre os blocos geopolíticos. Este é um dos

motivos pelos quais EUA e Europa re-agiram tão rapidamente aos episódios conhecidos como “Primavera Árabe”, intervindo na Líbia, Mali e na Síria, além de preparar um ataque contra o Irã. É por isto, igualmente, que Israel segue sendo um aliado importante dos EUA no Oriente Médio, e o maior captador de ajuda externa, neutrali-zando a importantíssima conquista que foi o reconhecimento da Palesti-na como Estado observador na ONU.

9. Os países imperialistas, em particu-lar EUA e França, assim como Israel e Arábia Saudita, querem destruir o que chamam ignorantemente de “Eixo Xiita” (Irã, Síria, Hamás e Hezbolá), por representar a oposição mais in-transigente quanto às intervenções estrangeiras no Oriente Médio.Isso significa, econômica e socialmente, o retorno de políticas neoliberais ortodoxas, mas também significa a elevação do tom belicista do gover-no japonês, já que o PLD reivindica o direito de reorganizar as Forças Ar-madas que foram desativadas após a Segunda Guerra.

10. A China, por sua vez, dá sinais de que enfrentará esta disputa geopo-lítica através do fortalecimento dos BRICS. Ademais, a China está decidida a fortalecer seu mercado interno em detrimento do crescimento econômi-co com prioridade na exportação, o que implicou numa desaceleração do crescimento do seu PIB em 2012 para aproximadamente 7%, que ainda as-sim é um dos mais altos do mundo.

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11. Essa situação descrita acima, em especial a contraofensiva dos EUA e aliados, exige uma reação rápida, eficaz e conjunta, dos movimentos sociais, partidos e governos de es-querda, no sentido de acelerar os processos de integração regional, neutralizar a operação Arco do Pa-cífico, ajudar nas negociações de paz entre governo e FARC na Colômbia, fortalecer a institucionalidade po-lítica de nossos governos, além de prestar solidariedade a forças de esquerda que empreendem lutas sociais e participam de processos eleitorais. O movimento sindical e social, em todos os países afetados pela austeridade, reage com fortes mobilizações e greves gerais, ain-da que insuficientes para alterar os rumos da política atual. É preciso acumular forças e avançar.

América Latina avança na luta contra o imperialismo

12. Dois projetos se enfrentam na Améri-ca Latina e Caribe. Um é subordinado aos interesses externos à região e tem como símbolos a ALCA, NAFTA, os tratados de livre comércio e o, agora denominado, Arco do Pacífico. Outro é baseado nos interesses regionais e tem como símbolos a CELAC, a UNA-SUL, a ALBA e o MERCOSUL.

13. O projeto integracionista tem uma longa história no continente. Em sua etapa mais recente, tem relação dire-ta com o ciclo de governo progressis-

tas e de esquerda que se iniciou com a eleição de Hugo Chávez, em 1998.

14. Apesar da pluralidade, os governos progressistas e de esquerda da Amé-rica Latina possuem inimigos em co-mum, assim como possuem propósitos comuns. O combate à herança colo-nial, que apesar de tudo permanece nas Malvinas, Porto Rico, em algumas nações caribenhas e na Guiana fran-cesa, assim como o racismo e a dis-criminação contra os povos nativos e afrodescendentes; o combate histórico ao desenvolvimentismo conservador, que proporcionou crescimento, porém com dependência, desigualdade e res-trições à democracia; o combate ao imperialismo e o neoliberalismo, cuja influencia segue presente em nosso continente e em todo o mundo, ame-açando a democracia, o bem-estar, a soberania e inclusive a sobrevivência da humanidade.

15. A esquerda segue, cada um a cada for-ma e ao seu tempo, as vias do cresci-mento com igualdade, justiça social, democracia, soberania, integração e em muitos casos buscando construir uma sociedade socialista.

16. É importante sintetizar os êxitos das forças pró-mudança na região: reto-mada da soberania e independência nacional; ênfase em opções focadas no desenvolvimento, crescimento e redistribuição; democratização da economia; diminuição da pobreza e da desigualdade; aprofundamento da democracia e criação de novos

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espaços de participação popular; participação dos cidadãos na gestão pública; atendimento dos direitos básicos da população; estabilidade política; implantação de mecanis-mos de gestão pública eficientes e inovadores, a seguridade social e a luta contra a violência; soluções para os problemas urbanos.

17. Sem integração, que fortalece nosso rumo em comum, de projetos nacio-nais que convergem, os programas da esquerda não terão sucesso e não resistirão à oposição, sabotagem, cer-cos e ataques dos inimigos internos e externos. Por isso, é importante para a esquerda latina que façamos um ba-lanço da etapa atual do processo de integração regional, seus avanços e dificuldades, inclusive os retrocessos. Em especial, observar o Mercosul, a UNASUL, a ALBA, a CELAC, assim como as iniciativas para contê-los ou mesmo sabotá-los, como os golpes de Honduras e Paraguai, a Aliança do Pacífico, etc.

18. Entretanto, é necessário dizer que o crescimento dos níveis de emprego, fruto, sobretudo do fortalecimento dos mercados internos em nosso con-tinente, da implementação de politicas sociais relevantes e do fortalecimento do papel do Estado, tem preservado uma política alternativa ao neolibe-ralismo em vários países da América Latina por mais de uma década e com apoio da maioria da população.

19. É importante também que se realize

um balanço da contribuição de Hugo Chávez para o processo de mudança da região. Não se trata apenas de uma obrigação formal. A verdade é que os EUA, seus aliados europeus e tam-bém na nossa região acreditam que a morte de Chávez abriu uma brecha por onde eles poderiam penetrar e desestabilizar o processo venezuela-no e, com isso, afetar o conjunto da esquerda regional. Exemplo disso foi a movimentação golpista e desestabi-lizadora da direita venezuelana logo após a eleição do presidente Nicolás Maduro, tudo com respaldo dos EUA e União Europeia, que cinicamente não reconheceram as eleições limpas e democráticas, como atestaram os inú-meros observadores internacionais. Da mesma forma, farão de tudo para sabotar o recém-empossado governo, assim como a herança ideológica, pro-grama teórico e cultural de Chávez.

20. Igualmente importante é ressaltar que na conjuntura atual, um fracas-so da política de paz na Colômbia comprometeria seriamente a estabi-lidade da região, principalmente no norte da América do Sul e na zona do Caribe. A guerra colombiana, assim como o projeto socialista bolivariano venezuelano e também a disputa das Malvinas argentinas, hoje mais que nunca não podem ser vistos como problemas nacionais, e sim assumi-das dentro do contexto regional. A guerra da Colômbia é a guerra na América Latina, a paz da Colômbia é a paz da América Latina. Evitar uma nova espiral de violência na Colôm-

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bia e um clima bélico na região é um compromisso histórico para o cojunto da esquerda colombiana, latinoame-ricana e caribenha.

21. Nesse sentido, em janeiro de 2013, em Santiago do Chile, a Comunida-de dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELAC) externou seu franco apoio a um Porto Rico livre, independente e soberano. Se soma a essa luta o Foro de São Paulo, reali-zado em 2013, no Brasil.

22. Por fim, é necessário expressar nossa solidariedade aos milhões de imigran-tes residentes nos Estados Unidos, muitos deles provenientes da Amé-rica Latina e Caribe, em sua justa luta por direitos humanos, sociais e econômicos, a quem devemos apoiar sob o lema: “TODOS OS DIREITOS A TODOS E TODAS MIGRANTES E SUAS FAMÍLIAS”.

Brasil: mudar para seguir mudando

23. É inegável que os últimos 10 anos (dos governos Lula e Dilma) representam uma perspectiva política diferenciada da era neoliberalizante de FHC, pois os principais processos de privatiza-ção foram estancados, houve mudan-ças significativas na política externa, diminuindo consideravelmente a dependência dos EUA e da Europa, com importantes alternativas não só na América Latina como a criação de organismos como o BRIC. Contudo, ainda não temos um horizonte es-

tratégico que aponte a concretização de uma efetiva transição de modelo de desenvolvimento, e continuamos tendo uma oposição de direita que vê o Brasil numa posição de subordina-ção às economias centrais, e que vê na diminuição do Estado o caminho para expandir seus negócios e mer-cantilizar os direitos sociais.

24. Na contingência de levar a eleição de 2014 ao segundo turno como única alternativa de impor uma derrota ao PT, a burguesia trata de articular al-ternativas competitivas. A burguesia trata de ancorar suas apostas no cam-po da economia a várias iniciativas ligadas ao amplo espectro partidário ao seu dispor. O PSDB e seus aliados próximos seguem sendo o principal representante partidário do grande capital, constituindo-se em alterna-tiva renovada com a candidatura de Aécio Neves (ou José Serra), deixando de lado qualquer veleidade de adotar um discurso popular e assumindo cla-ramente o projeto direitista e reacio-nário de reinstalar o neoliberalismo completo no país.

25. Expressões políticas da direita mano-bram de forma a melhor se posicionar para a disputa eleitoral de 2014, como é o caso do ex-PPS, recém transfor-mado em MD, flertando tanto com o PSDB como com as possíveis “alter-nativas” surgidas de dissidências da atual “base governista”.

26. Também a Rede-Sustentabilidade de Marina, ancorada em financiamentos

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do grande empresariado, não con-seguiu o seu registro junto ao TSE e agora ingressou no PSB, que se retirou do governo Dilma, e muito provavel-mente tentará articular uma terceira via, sem muita nitidez programática.

27. Os setores fundamentais da burgue-sia, que puderam conviver, ainda que sempre protestando e sabotando, com diminuição do desemprego (e redução do exército industrial de reserva) e aumentos salariais (destacadamente o do salário mínimo) durante deter-minado tempo, não estão dispostos a permitir que se consolide de maneira permanente um novo patamar nas relações econômicas e sociais do país, pois isto implicaria num horizonte de redução de suas taxas de lucro. Nou-tras palavras, as frações dirigentes da burguesia não estão dispostas a per-mitir que se instale, aqui, no Brasil, algo nem mesmo similar ao Estado de bem-estar social construído na Europa do pós-Segunda Guerra. De um ponto de vista mais global, não estão dispostos a assistir sem reação a continuidade de um governo de esquerda (ainda que moderado) no Brasil, principalmente quando este se constitui em ponto de apoio fun-damental para a continuidade do pro-cesso de integração e avanços sociais protagonizados por vários países da América Latina desde 1998, com a eleição de Chávez na Venezuela.

28. Por isso somos críticos e contrários às políticas do governo federal que apostam, por exemplo, o em uma po-

lítica de “desonerações” de produtos como forma de induzir uma redução de custos e preços, mas os empresá-rios se aproveitam da desoneração para aumentar suas margens de lu-cro, não repassando os descontos aos consumidores.

29. Ademais, a renúncia fiscal que impli-cam as desonerações acaba incidin-do em perda de potência do governo federal para bancar uma elevação da sua própria taxa de investimen-to e aprofundamento das politicas sociais, principalmente de saúde e educação, além de implicarem em riscos á previdência social. É cada vez mais claro que o conjunto de concessões políticas e econômicas feitas pelo governo, aliadas à que-da da taxa de juros, não resultaram numa retomada do investimento privado nos últimos anos.

30. Os traços principais desta “ofensi-va burguesa” são: uma mudança da conduta do grande capital frente ao governo Dilma, as concessões do go-verno frente a estas pressões, a pos-tura crescentemente anti-petista dos partidos da “base aliada”, a escalada de ataques diretos ao PT por parte da mídia e de setores do aparelho de Es-tado, destacadamente do Judiciário.

31. Parece claro que a burguesia aposta no “fantasma da inflação” para solapar um daqueles que devem ser os pilares centrais do governo Dilma nos anos 2013-2014, qual seja, uma retomada robusta das taxas de crescimento, com

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elevação dos salários e manutenção das baixas taxas de desemprego.

32. Em parte por causa dos efeitos da cri-se, em parte porque a burguesia não tolera a combinação de salários altos e desemprego baixo, está ocorrendo uma mudança na postura do gran-de capital frente ao governo federal encabeçado pelo PT. Estão deixando de existir aquelas condições excep-cionais que permitiram a um gover-no de centro-esquerda, liderado por Lula, melhorar a vida dos pobres e ao mesmo tempo garantir grandes lucros aos ricos.

33. Do ponto de vista da luta de classes, o caminho trilhado pelo governo Dilma até agora oscilou entre a disposição de enfrentar o capital financeiro, que aplaudimos apesar de considerarmos insuficiente o que foi feito, e as suces-sivas concessões ao grande capital em geral, via concessões, desonerações, subsídios e flexibilizações na legisla-ção trabalhista e social.

34. A construção de uma outra perspec-tiva de desenvolvimento sustentável e com equidade e democracia políti-ca, econômica e social, só poderá ser plenamente realizada a partir de um conjunto de reformas estruturais, tais como: Reforma Agrária, Refor-ma Tributária, Democratização das comunicações, Reforma Política e Re-forma Urbana. Sem as quais torna-se impossível consolidar o Brasil como um país com efetiva democracia, eco-nômica e social.

35. O Brasil continua sendo um país com uma imensa concentração fundiária, e a reforma agrária está paralisada no que diz respeito à reversão dessa es-trutura fundiária elitista e desigual; os direitos dos povos indígenas e das comunidades quilombolas e demais povos tradicionais são cada vez mais mais ameaçados e acossados pelo agronegócio e pela sua influência sobre o governo federal. Em relação aos meios de comunicação persegue existindo um monopólio dos grandes meios de comunicação, que se consti-tuem na prática um “quarto poder” e seguem lesando o Estado Brasileiro, a exemplo das renuncias fiscais ou da sonegação de impostos, como é o caso da Rede Globo de Televisão.

36. Nesse sentido, as grandes mobili-zações ocorridas no Brasil, desde junho de 2013, constituem motivos de comemoração e otimismo. As vo-zes das ruas demonstram que exis-te a necessidade de avançarmos na construção de um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil, ca-paz de conjugar crescimento econô-mico, com redistribuição de renda e democratização da base produtiva. Demonstram, também, os limites da estratégia de centro esquerda, a qual pode ter colaborado para derrotar os representantes das políticas privatis-tas e neoliberalizantes dos governos da era neoliberal da década de 1990, mas que está esgotada, no sentido de não ser capaz de sustentar as trans-formações profundas que precisamos construir no Brasil. Nesse mesmo

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sentido, avaliamos que a Greve do Serviço Público Federal, ocorrida em 2013, teve um caráter de greve geral do setor, foi unificada e representou um grande acerto na luta contra o arrocho salarial, e contra projetos que desestruturam o serviço público e diminuem as obrigações sociais e constitucionais do Estado Brasileiro, duramente conquistadas.

37. O Estado brasileiro deve aprofundar a implementação das políticas públicas estruturantes que são direitos cons-titucionais duramente conquistados, tais como a saúde e a educação, com destaque para: a) no caso da Saúde, o cumprimento das determinações constitucionais pelos estados, Distri-to Federal e municípios, e o investi-mento pela União de 10% das recei-tas correntes brutas na saúde; b) no caso da Educação, alocação de 10% do PIB. É urgente também a ampliação dos direitos dos trabalhadores, com destaque para as 40 horas e o fim do fator previdenciário. Direitos Huma-nos, com destaque para o ajuste de contas com os crimes cometidos pela Ditadura Militar e para a instalação de uma política de segurança pública democrática.

38. Assim, um próximo governo do campo da esquerda fará sentido histórico se avançar em relação aos anteriores, se transitar para a efetivação das refor-mas estruturais que o Brasil precisa. Caso contrário, poderá representar historicamente apenas um hiato en-tre uma era neoliberal e outra. Pata

tanto, se faz necessário reatar laços orgânicos com nossa base social, reco-brando a capacidade de dirigir grandes jornadas de luta, ao lado de partidos de esquerda e das entidades históricas da classe trabalhadora e da juventu-de, como a CUT, UNE, MST, MNLM, CMP e outras. Faz-se necessário re-compor o chamado bloco democrático--popular, entre partidos, movimentos e intelectualidade. Um dos grandes erros cometidos desde 2003 foi con-fundir e priorizar as alianças táticas com partidos de centro-direita, fren-te à aliança estratégica com setores político-sociais de esquerda.

39. Nesse momento em que estamos inscrevendo a Tese ao Congresso da CONDESEF, estamos nas vésperas da data marcada para o Leilão do campo de Libra (21 de outubro) que prevê privatização de reservas do Pré-sal, que armazena milhões de barris de petróleo. São comprovadamente de 12 a 14 bilhões de barris de petróleo, equivalente, por exemplo, a todas as reservas conhecidas de que o México dispõe. A área a ser licitada tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados e as empresas que ganharem a licitação deverão explorar o campo durante quatro anos, período que poderá ser estendido, conforme prevê o contrato de partilha de produção. Somos con-trários a esse Leilão e defendemos a imediata suspensão do mesmo. O prosseguimento da crise internacio-nal e a necessidade do crescimento da economia não justificam a não preser-vação do patrimônio estratégico e de

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soberania nacional que representam as reservas do Pré-sal.

Assim como em 2012, Unidade dos Servidores para novas Conquistas em 2014.

40. A greve dos servidores públicos fe-derais em 2012 foi uma das maiores realizada pela categoria nos últimos anos. Esta greve só foi possível por-que os servidores entenderam que era necessária a mais ampla unida-de para enfrentar a grande mídia, os empresários e o governo.

41. Em 24 de janeiro de 2012, as entida-des representativas dos servidores públicos federais protocolaram no Palácio do Planalto a pauta de rei-vindicações. O governo após várias rodadas de negociações afirmava que era impossível atender as demandas. Em 17 de maio os docentes universi-tários deflagram o processo grevista, em abril milhares de servidores, de vários órgãos da administração pú-blica decidem aderir ao movimento, após a decisão acertada da Plenária da CONDSEF.

42. Mais uma vez a CONDSEF chama a unidade do conjunto das entidades dos servidores públicos federais para fazer frente ao governo. A experiência da Campanha Salarial de 2011 deixou claro que a nossa divisão fortalece o governo e dificulta a negociação na-queles pontos que são consensuais entre as várias categorias. A unidade

deve e precisa ser construída respei-tando as diferenças de concepção, inclusive, respeitando as pautas es-pecíficas de cada setor e a represen-tatividade de cada entidade.

43. É necessário ressaltar o importan-te papel jogado pela CUT na defesa da grave e na procura incessante da abertura da negociação por parte do governo. A história tem demonstrado que a divisão dos trabalhadores só in-teressa ao patrão. Foi exatamente isto que ocorreu na campanha salarial de 2011, onde a disputa rebaixada pa-trocinada por setores que romperam com a CUT, fez com que a categoria não tivesse a segurança necessária para o duro enfrentamento da época. Resultado: mobilizações pequenas e duro revés para os servidores.

44. Mas, em 2012 o que fez dobrar a in-transigência do governo foi à deter-minação de milhares de servidores em todo o país. Nem a determinação ilegal de corte de ponto emitida pela Secretaria de Recursos Humanos do Planejamento, e muito menos a au-toritária decisão de transferir para terceirizados e servidores de outras esferas funções e serviços, não foi o suficiente para retirar o ânimo da categoria.

45. No início da greve o governo afirmava que não tinha um centavo para aten-der as justas reivindicações. Ao final, o governo foi obrigado a negociar uma reposição salarial de 15,8% para di-versos setores do funcionalismo. A

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greve teve força ainda para arrancar do governo um reajuste no auxílio--alimentação de 22,69%. Conquista-mos ainda o aumento da participação da União na assistência à saúde, com reajuste que variam de 15% a 30%, sobre os valores no ressarcimento do plano de saúde.

Maior democratização das relações sindicais

46. É incontestável que houve um grande avanço para a democratização das re-lações de trabalho entre os sindicatos dos servidores públicos e o Governo Federal, apesar dos limites ainda im-postos no Ministério do Planejamento e no Ministério do Trabalho.

47. A construção da Mesa Nacional de Negociação é um bom exemplo que deveria ser seguido por Governos Es-taduais e Prefeituras de todo o país. A ausência de um instrumento legal que garanta a negociação coletiva no setor público é uma debilidade que precisa ser vencida, e aprovada no Congresso Nacional.

48. A ratificação da Convenção 151 por parte do Governo Brasileiro foi um passo importante para consolidar esta democratização. No entanto, a armadilha que setores do governo preparam, ao condicionar regulamen-tação do direito de greve/negociação coletiva/liberação de dirigentes sindi-cais, deve ser refutada pela CONDSEF. Hoje mais do que nunca, se faz neces-sário uma legislação que garanta as

proteções do direito a sindicalização e a greve, contra as práticas de dis-criminação anti-sindical que violam a liberdade sindical, mais precisamente nos Estados e nos Municípios.

Concepção e organização sindical

49. As organizações sindicais (sindica-tos, associações de classe, confede-rações, etc.) devem ser instrumentos de luta pela melhoria das condições no trabalho. Portanto, não estão ne-cessariamente em contradição com a existência do trabalho assalariado e da exploração capitalista.

50. Apesar disso, as organizações sindi-cais são uma escola importante para a organização dos trabalhadores e um instrumento para o embate entre capi-tal e trabalho, mesmo que este embate se dê nos marcos do capitalismo. Por isso mesmo, os cutistas devem lutar para dirigir as entidades sindicais.

51. Ao dirigir entidades sindicais, os  cutistas devem ser capazes de organizar a luta de sua categoria es-pecífica, por melhores condições de trabalho e vida, o que inclui o respeito às questões ambientais. Mas devem buscar ir, além disso, colaborando para que os trabalhadores compre-endam e participem ativamente da vida política e social de sua cidade, de seu Estado, de seu país e do mun-do, percebendo, inclusive, o grau de discriminação e preconceito imposto aos afro-descendentes, às mulheres,

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aos povos indígenas e outras mino-rias, às pessoas com deficiências; e o mesmo no que diz respeito à orien-tação sexual das pessoas.

52. Só a participação política é capaz de fazer a classe trabalhadora adquirir uma consciência socialista. Para isso, é preciso superar — continuamente — os limites da ação sindical, com-batendo o sindicalismo tradicional , que tem como único horizonte os interesses de curto prazo da catego-ria; o sindicalismo “revolucionário”, que dá ao sindicato tarefas de partido político e pensa que o caminho para o socialismo está no conflito “direto” entre capital e trabalho (a luta por salários); e o sindicalismo social-de-mocrata, que atribui aos sindicatos a exclusiva tarefa de lutar por salários e aos partidos a exclusividade das tarefas “políticas”.

53. Todas estas concepções sindicais —— a tradicional, a economicista, a social-democrata e a nossa —  es-tão presentes na Central Única dos Trabalhadores e no movimento sin-dical brasileiro como um todo. No dia-a-dia da prática sindical, estas concepções muitas vezes se mistu-ram e se confundem. Mas é preciso estudar claramente as diferenças, pois elas conduzem a resultados muito distintos.

54. É preciso entender que tanto o sin-dicato, quanto o partido político, são formas distintas de organização de uma mesma classe social. O papel

que estas formas assumem na luta de classes depende, portanto, da atitu-de da classe trabalhadora na própria luta de classes.

55. Em épocas revolucionárias — em que a maioria da classe está mobi-lizada — os papéis muitas vezes se embaralham (citamos como exemplo o papel da COB nos levantes popula-res ocorridos na Bolívia). Em épocas de forte refluxo — em que a maioria da classe está desmobilizada — os papéis também se embaralham (cita-mos como exemplo a necessidade de o sindicalismo atuar de forma clan-destina, durante algumas ditaduras, quase como atuavam os partidos de esquerda).

56. Já nos períodos “normais” da luta de classes os papéis são mais nítidos, ca-bendo aos sindicatos organizar todos os trabalhadores, independentemen-te de credo, raça, orientação sexual, determinação ideológica, etc. Nesses períodos, os sindicatos não centram sua ação na luta pelo poder ou na defesa de programas gerais. Nos pe-ríodos “normais” da luta de classes, o centro da ação do sindicalismo é a luta por elevar as condições de vida, remuneração e trabalho.

57. Mas mesmo nesses períodos os sin-dicatos possuem uma destacada importância política, expressa, por exemplo, na credibilidade que estas entidades possuem junto à massa dos trabalhadores. Dependendo da dire-ção sindical, esta credibilidade pode

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ser utilizada para elevar o nível de consciência da classe trabalhadora, para orientar politicamente os traba-lhadores no sentido de seus interesses históricos; ou pode ser dirigida no sentido de manter os trabalhadores sob a hegemonia da classe dominante.

58. Por esse motivo, é importante politi-zar a disputa das entidades sindicais. Ao mesmo tempo em que recusamos a idéia de que os sindicatos devem ser “correia de transmissão” dos partidos políticos (ou dos governos e manda-tos), e respeitando a autonomia e in-dependência sindical, defendemos que os partidos políticos podem e devem disputar a orientação das entidades sindicais.

59. Politizar é diferente, entretanto, de partidarizar. Os sindicalistas podem e devem pertencer a partidos políti-cos, podem e devem defender aberta-mente as posições de seus partidos. Mas devem avaliar, a cada situação concreta, se cabe transformar uma posição estritamente partidária em posição sindical. Foi com base nesta avaliação que, em 1988, o Congresso da CUT rejeitou indicar o voto nas candidaturas do PT nas eleições da-quele ano; foi também com base nesta avaliação que a CUT decidiu apoiar a candidatura do Lula, em 2002 e 2006; e da Dilma, em 2010.

60. É com base nesta mesma avaliação que, geralmente, recusamos transfe-rir, para o terreno sindical, algumas polêmicas programáticas que são

necessárias dentro de um partido ou entre partidos, mas que não cabem no movimento sindical. Ao mesmo tempo, polêmicas que hoje podem parecer descabidas nos sindicatos, amanhã poderão ser consideradas naturais, tendo sempre como crité-rio o nível de consciência da massa trabalhadora.

61. Tendo em vista a pluralidade de cor-rentes que atuam no movimento sin-dical, todas elas expressando diferen-tes segmentos e opiniões presentes na classe trabalhadora, defendemos a mais ampla  democracia no movi-mento sindical, particularmente no interior da CUT e dos sindicatos fi-liados à CUT.

62. A grande maioria dos sindicalistas que abraçaram o movimento sindical combativo, classista e pela base, assim como todas as tendências socialistas que atuam na CUT, defendem a demo-cracia. Essa defesa precisa se materia-lizar na existência: de organizações por local de trabalho; de conselhos de representantes nos sindicatos; da democracia nos processos eleitorais; de convenções no campo da CUT.

63. No caso da eleição para renovação das diretorias da Central, confederações e federações, onde o processo dar-se-á em congressos da categoria, a Articu-lação de Esquerda defende a propor-cionalidade qualificada, sem clausulas de barreiras, garantindo desta forma a presença na chapa das mais amplas visões político-ideológicas.

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64. Na eleição para os sindicatos de base devemos defender a existência de con-venções ou acordos dentro do campo cutista, construindo uma chapa, que caso eleita, garanta a governabilidade política e administrativa. No entanto, quando tais acordos e/ou a convenção cutista se tornarem inviáveis, pode-mos eventualmente compor chapas com as diversas correntes sindicais de orientação classista que atuam na defesa dos interesses da classe traba-lhadora, sempre buscando orientar o sindicato para organização no campo cutista.

Avançar nas Conquistas em 2014

65. Por ser ano eleitoral , 2014 será um ano atípico, pois a lei eleitoral afirma que qualquer reajuste deverá ser nego-ciado até seis meses antes da eleição. Este Congresso da CONDSEF deve ter como objetivo central preparar a luta da categoria para os primeiros meses do ano. Por isto fazemos um apelo a todas as forças políticas para que a disputa eleitoral, que definirá quem irá dirigir a CONDSEF, fique em segundo plano. Dirigimos um apelo em particular aos militantes do campo da CUT, para que façamos um esforço para construir uma cha-pa ampla e unitária, reunindo os me-lhores companheir@s para dirigir a nossa entidade no próximo período.

66. Uma nova diretoria que lute para que conquistemos a data base em 1º. De maio; a definição de uma política

salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratifica-ções; cumprimento por do governo dos acordos e protocolos de intenções firmados; contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores; retirada dos Projetos de Leis , Medi-das Provisórias e Decretos contrários aos interesses da categoria; e pela paridade entre os servidores ativos e aposentados.

67. Ousar lutar, lutar vencer.

Assinam essa tese:

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1 – ConJUntUra naCionaL e internaCionaL

1. O cenário internacional está marcado pela profunda crise de dominação do imperialismo estadunidense, guardião mundial do sistema capitalista, e onde se iniciou a quebra financeira de 2008, cujos efeitos persistem, com graves consequências aos trabalhadores e suas organizações em todo o mundo.

2. Repercutindo a política ditada pelos

EUA, as “instituições internacionais” pressionam os governos a cortar os gastos do Estado, privatizar, dimi-nuir serviços públicos –como saúde, educação, transportes-, atacar todos os direitos, como a aposentadoria, rebaixar salários.

3. E diante da resistência dos trabalha-dores e povos - como na Tunísia e Egi-to - que lutam contra a pilhagem dos seus recursos naturais e se recusam a aceitar serem empurrados para a

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Com a Condsef e a CUT: unidade para conquistar as reivindicaçõesPor uma chapa de todo(a)s Cutistas para a direção da Condsef

O TRABALHO

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barbárie, a resposta do imperialismo é a guerra, a intervenção militar, o es-magamento da soberania nacional, a provocação de confrontos e guerras civis para impedir que prevaleça a vontade soberana dos povos.

4. Mas o impasse ocorrido nos EUA entre o governo Obama e a oposição republi-cana sobre o “teto” de endividamento público (que já é o maior do mundo) revela que o imperialismo não domina mais como antes (vide Anexo no fim desta contribuição). Essa crise na cú-pula, alimentada pela resistência dos povos, é o que trava, até o momento, uma nova intervenção militar, na Síria, mas as ameaças continuam, inclusive de intervenção na Argélia através de uma base militar instalada na Espanha.

5. E se Obama teve que engolir a correta decisão de Dilma de suspender a “vi-sita de Estado” aos EUA, ele mantém a posição de que os EUA tem o direi-to de espionar quem quer que seja e quando bem entender para defender seus interesses economicos!

6. Impossível prever qual desfecho de cada um dos momentos de uma crise que se torna permanente. Mas quem pode duvidar que a continuar a do-minação do imperialismo continuará essa ofensiva com mais sofrimentos para os povos?

7. Um rastro de desagregação econômica e social é deixado onde são aplicadas as “receitas” do FMI, do Banco Mun-dial, da Comissão Europeia (a troika).

O desemprego entre os jovens é de 60% na Grécia; 56% na Espanha; 42% em Portugal; 38% na Itália. Mas o ca-pital financeiro exige sempre mais e a ofensiva contra os direitos sociais e a legislação do trabalho é permanente.

Ataques ao movimento sindical

8. Nesta situação, para quebrar a resis-tência dos trabalhadores, as institui-ções e governos a serviço do imperia-lismo buscam atrelar as organizações construídas pelos trabalhadores na aplicação das contra-reformas. Na Europa é em nome da manutenção da União Europeia. Em certos países árabes – onde a desagregação não foi imposta pela guerra - é em nome da manutenção dos «acordos de associa-ção» com a União Europeia camufla-da por um verniz “democrático”. Na América Latina é em nome das exi-gências impostas pelas multinacionais e “investidores” contra as quais seria “impossível” romper.

9. É daí que vem a ofensiva para destruir a independência das entidades sindi-cais. Pela repressão, pela cooptação, pela desmoralização, pela divisão. Por isso, a defesa dos direitos é inse-parável da defesa da independência e fortalecimento de nossas entidades sindicais, contra o divisionismo, o que não é o mesmo que defender as direções que possam estar à frente dessas organizações.

10. Mas o que garante a independência

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sindical? É a atividade voltada para a defesa dos interesses e reivindicações particulares e gerais dos trabalhado-res, independentemente do estado, dos patrões, dos partidos políticos, dos credos religiosos.

11. Se hoje é necessário lembrar tudo isso é porque a ofensiva para destruir a independência do movimento sin-dical ganhou uma dimensão inédi-ta. A pressão para que os sindicatos “acompanhem” a quebra dos direitos – provocando sua desagregação - é or-questrada internacionalmente, pelo capital financeiro, e visa a deslocar as entidades sindicais de sua tarefa de defender os interesses dos traba-lhadores.

As conseqüências para o Brasil

12. No Brasil não seria diferente. A ofen-siva do imperialismo condiciona a ação das classes sociais e de suas re-presentações políticas. Essa é a ques-tão central.

13. É da ofensiva imperialista (especula-ção financeira) que vem a ameaça da agência Moody’s (quatro meses depois da Standard & Poors) de “rebaixar a nota do Brasil”. Expressam, assim, a exigência de aprofundar a política do “superavit primário”, das privatiza-ções, das concessões e da espoliação do patrimônio nacional (incluindo o leilão do campo petrolífero de Libra). E sinalizam os ataques especulativos contra a moeda brasileira, enviando

um brutal recado contra todo intento de baixar a taxa de juros.

14. E como explicar, senão como expres-são dessa mesma ofensiva do imperia-lismo, que no DNA do acordo Marina--Eduardo Campos esteja a denúncia do “chavismo”? Marina-Campos dei-xaram claro que sua “terceira via” é a mesma de sempre: para eles, não pode existir, na América Latina, nada que, nem de longe, alimente as expecta-tivas dos trabalhadores e dos povos que resistem às imposições do impe-rialismo estaduninense, das multina-cionais e de suas agências de mídia.

15. Também é da ofensiva imperialista que vem a massacrante e persistente campanha que pretende apresentar os sindicatos de trabalhadores como “ultrapassados”, “corporativistas”, “sugadores de dinheiro dos trabalha-dores”. Têm a mesma origem as ten-tativas de desmerecer os servidores perante a população e o conjunto da classe trabalhadora. E também as campanhas que pretendem jogar as novas gerações – presas no atoleiro dos intermináveis estágios e da ter-ceirização – contra os trabalhadores organizados e seus sindicatos.

16. No serviço público, a divisão entre “velhos” e “novos” é também intro-duzida pela diferenciação de direitos provocada pela contra-reforma admi-nistrativa de FHC (Emenda Constitu-cional 19/1998), obstaculizada mas não revertida durante os governos Lula-Dilma, e, notadamente, pelas

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sucessivas contra-reformas da pre-vidência (Emendas 20/1998-FHC e 41/2003-Lula).

17. Mas não é só. Também os trabalhado-res do setor privado e os seus sindica-tos são alvos. Conquistas como car-teira assinada e os mínimos direitos trabalhistas são mal toleradas pelos patrões que, nos fatos, tratam todo direito como “privilégio” e “concessão”.

18. Foi o que vimos na violenta ofensiva patronal para aprovar o PL 4.330, da terceirização, que, na prática é uma verdadeira contra-reforma trabalhis-ta. Ele nos atinge diretamente pois terceiriza a “atividade-fim”, dissolve o vínculo trabalhista e abre a via para a supressão de direitos (jornada, 13º salário, aposentadoria). Num certo momento, houve o risco de negociá-lo na chamada “Comissão quadripartite” em troca da representação dos tercei-rizados pelo “sindicato preponderante.

19. Mas depois de uma ampla campanha (que passou pela Marcha da CUT de 6 de março de 2013 e pelas manifes-tações de 11 de julho, 6 e 30 de agos-to), a mobilização dos trabalhadores, apoiando-se na CUT, conseguiu travar a tramitação do PL na CCJ, arran-cando do governo o compromisso de rejeitá-lo. Sem deixar de continuar vigilantes – pois o PL 4330 ainda não foi arquivado definitivamente – está claro que a mobilização liderada pela CUT “virou o jogo”, criando uma si-tuação mais favorável para derrotar de vez esse ataque.

Os servidores e a nova situação aberta em junho

20. Quem tem saudades de FHC? Quem defende a manutenção do sistema político e das instituições herdadas da ditadura militar?

21. Os milhões que, em junho, saíram às ruas por transporte, saúde e educa-ção públicas e de qualidade, revela-ram a rejeição total das instituições políticas - sobretudo o Congresso Nacional. A força das mobilizações conquistou a redução das tarifas de transporte, levantando demandas por mais serviços públicos, em con-tradição com a política de superávit fiscal primário do governo federal (imposta pelo FMI há quase 20 anos) que canaliza parte importante do Orçamento para o pagamento da divida pública a banqueiros e es-peculadores.

22. Mas como abrir caminho às aspira-ções mais profundas de justiça social, como a reforma agrária, a reestatiza-ção das empresas privatizadas e 100% do petróleo para a Petrobras?

23. Em julho de 2012, o 11o. Congresso da CUT já afirmava:

24. “O Brasil ainda convive com entulhos da época da ditadura, como uma es-trutura eleitoral baseada no “pacote de abril” dos militares, uma “Lei de Anistia” que isentou os/as torturado-res/as de qualquer punição, um parla-mento que não tem uma representação proporcional que garanta o princípio

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elementar de “uma pessoa, um voto”. Por outro lado, nada justifica, do pon-to de vista da democracia, a existência de uma “câmara alta” como é o Sena-do, concebido como casa revisora das decisões da Câmara dos Deputados. A CUT constata que a relação de forças no atual Congresso Nacional bloqueou até mesmo a tímida reforma eleitoral que se discutia, o que coloca em pauta a questão da convocação de uma As-sembleia Constituinte Soberana que dê a palavra ao povo brasileiro, como instrumento que supere os obstáculos levantados pela classe dominante a qualquer transformação de fundo no nosso país.” (Caderno de Resoluções do 11o CONCUT).

25. Em resposta às ruas, a presidente Dil-ma foi à TV propor um plebiscito para uma Constituinte específica para fazer a reforma política. Mas recuou dian-te da sabotagem do vice-presidente Temer (do PMDB), apoiado pelo STF, pelo PSDB e pela mídia.

26. Mas o divórcio entre a vontade po-pular e as instituições foi também revelado – em seguida às jornadas de junho – por pesquisas de opinião que mostraram que 73% são a favor de uma Constituinte. A palavra deve ser dada ao povo. O lado dos servido-res federais é o do povo e não o dos banqueiros, da grande imprensa, das multinacionais.

27. Por isso, a Condsef deve apoiar a decisão da Plenária Nacional de Movimentos Populares, realizada

dia 14 de setembro, em São Paulo, que diz: “partindo da avaliação da ne-cessidade de realizar uma Assembléia Nacional Constituinte, Exclusiva e So-berana, do Sistema Político Brasileiro e ante a recusa do Congresso Nacional em aceitar um Plebiscito legal, confor-me estabelece a Constituição Federal, para decidir sobre a convocação, nós, dos Movimentos Sociais listados abai-xo, deliberamos realizar um Plebisci-to Popular com uma pergunta única aprovada consensualmente por todas as entidades e movimentos sociais”: “Você é a favor de uma consti-tuinte exclusiva e soberana so-bre o sistema político?”.

28. O Plebiscito Popular será realizado em 7 de setembro de 2014 e começa a ser preparado desde já, num quadro de acirramento das lutas dos traba-lhadores, como vimos na greve dos bancários, que depois de mais de 20 dias arrancou aumento real acima da inflação, dos professores em vários estados, em particular no Rio de Ja-neiro com amplo apoio popular, dos Correios e outras categorias.

Mais médicos

29. Ao pedir mais serviço público, as mobilizações de junho bateram de frente com a política do superávit fiscal primário e abriram uma linha divisória: ou se apoiar nas conquistas arrancadas pelo movimento para im-pulsionar a luta para exigir mais do governo, ou se alinhar com os gran-des patrões, as multinacionais, e os

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setores mais reacionários que querem aprofundar a subordinação do Brasil à especulação financeira.

30. Um exemplo claro dessa linha divi-sória é o programa “Mais Médicos”. Trata-se de uma resposta emergen-cial, mas que retoma a saúde como política de Estado (saúde pública e gratuita). Sua realização exigirá um conjunto de outras medidas, como o investimento na rede básica, a “car-reira federal para os médicos”, a es-tatização de leitos e a revogação das Organizações Sociais (OSs). Medidas que exigirão ainda mais investimen-tos federais, que se chocam com as metas de superávit primário.

31. Nessas condições, qual deve ser a po-sição dos servidores? Alinhar-se com a gritaria das cúpulas dos CRMs, que negam o registro para os médicos as-sumirem seus postos, que estimulam os médicos brasileiros a se chocar com médicos de outros países, em particular Cuba? Com os “analistas” dos jornalões e revistas reacionários? Com a posição “radical” que condena a medida por ser “insuficiente”? Ou ficaremos ao lado do povo que luta para ter atendimen-to médico, e adotaremos a posição de nos apoiarmos na medida parcial para continuar a luta e exigir mais?

32. Colocar a pergunta é responder! Aos servidores federais interessa fortale-cer o serviço público, em particular na saúde, o que passa por melhorias para a carreira médica e nas condi-ções de trabalho.

Defender a nação é também defender o serviço público!

33. No seu discurso de 24 de setembro, na ONU, Dilma condenou a espionagem dos EUA e defendeu a soberania na-cional. Mas a espionagem tinha, entre outros alvos, o pre-sal! Por que, então, manter o leilão do campo de Libra?

34. Em 3 de outubro, aniversário da Pe-trobrás, os petroleiros da FUP reali-zaram uma paralisação, como parte de um amplo movimento impulsiona-do por entidades políticas, sindicais, populares, para exigir a suspensão do leilão, que estava marcado para 21 de outubro. O resultado ainda não era conhecido no momento de inscrição das teses, mas essa é uma luta que não pode parar!

35. E como defender a soberania nacional do Brasil sem defender a soberania para a nação negra do Haiti? Em 2014 serão 10 anos de ocupação de tropas da ONU (Minustah) comandadas pelo Brasil. Cólera, violências sexuais, re-pressão contra mobilizações políticas são o retrato do que fazem no Haiti. Uma nova delegação internacional – com apoio da CUT, COB-Bolivia, CTA--Argentina, entre outras entidades – foi recebida em audiência na ONU em 10 de outubro. Ela apresentou os resultados da Conferência Continental de 1º de junho realizada no próprio Haiti e uma resolução unânime do Senado haitiano que pede a retirada das tropas. “Defender o Haiti é de-fender a nós mesmos”. Retirada da Minustah do Haiti!

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2 - BaLanço Do MoviMento: arranCaMos ConQUistas, nÃo Benesses!

36. Em 2012, os Servidores Federais reali-zaram uma das maiores greves de sua história! A maior desde 93! O movimen-to fez o governo recuar de sua posição original (de reajuste 0%). Depois de várias entrevistas do Ministro Guido Mantega e da própria presidente Dilma, onde diziam que não era hora de dar reajuste salarial, foi apresentada uma proposta, mesmo que muito aquém das reais necessidades dos servidores.

37. É uma clara demonstração de que só com a mobilização da categoria e uma pressão muito forte em cima do governo seremos capazes de arrancar mais conquistas, aliando as lutas ge-rais às específicas, com uma aproxi-mação maior da Condsef com a CUT.

38. A dureza no enfrentamento com o governo, por meio da manutenção e extensão da greve, pela defesa in-transigente das reivindicações, não se confundiu e nem se confunde com os discursos genéricos e impotentes de “marcar posição contra o governo”, de setores como a Conlutas, em vez de concentrar a energia do movimento na luta para arrancar conquistas.

De 2002 a 2012: 200 mil novos servidores: Conquista da nossa luta!

39. É verdadeiro afirmar que não há con-

quistas nos últimos anos e concluir assim que nosso combate para colocar FHC e os tucanos para fora não ser-viu para nada? Certamente não. Em 1991, havia 991.996 servidores ativos (civis e militares), em 2002, 809.975 e em 2012 chegamos a 999.661 (Fonte: Boletim Estatístico de Pessoal – MP). De 2002 a 2012 foram contratados quase 200 mil novos servidores. Essa não é uma benesse do governo e sim uma conquista do povo brasileiro e dos próprios servidores e da classe trabalhadora que elegeu Lula/Dilma porque lutava e luta pelo atendimento de suas reivindicações.

40. Entretanto, se conquistas foram ar-rancadas, nenhum servidor pode se dar por satisfeito. O direito de greve continua sendo atacado, ainda não temos direito à negociação coleti-va e a retomada do achatamento dos nossos salários exige de todos a unidade necessária para arrancar de Dilma uma verdadeira política salarial, a começar pela anistia dos dias parados na última greve e a in-corporação de todas as gratificações ao Vencimento Básico.

41. É imperioso restabelecer a paridade ativo-aposentado-pensionista, recu-perar os direitos perdidos, suspender imediatamente o desconto previden-ciário dos aposentados, revogar as reformas da Previdência e também o Funpresp, salvar os planos de au-togestão, restabelecendo a força da GEAP, entre tantas outras urgen-tes reivindicações. Um passo nessa

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direção foi dado – a partir de uma campanha do Sindsep-DF e da CUT – com a publicação no Diário Oficial da União (DOU) do dia 8/10 de de-creto não numerado que autoriza o Ministério do Planejamento a celebrar convênio único com o plano de saú-de de autogestão GEAP – Fundação de Seguridade Social – em nome da União, suas autarquias e fundações.

A Condsef deve atuar junto com a CUT!

42. É preciso recolocar a Condsef no ca-minho da unidade com o conjunto da classe trabalhadora, que é represen-tada na CUT.

43. Dizemos isso porque consideramos que um ponto negativo do balanço da direção da Condsef foi a hesitação em participar de ações puxadas pela CUT, como a Marcha de 6 de março que reu-niu mais de 50 mil trabalhadores em Brasília, com o seu setor majoritário – o chamado “grupo dos independentes” - priorizando atividades com a Conlutas, Intersindical e setores como “CUT pode mais”, como se viu na marcha de 24 de abril, e com eles constituindo um “fo-rum” permanente, utilizando nos do-cumentos ali adotados, sem qualquer discussão nas instâncias da Confedera-ção, o logo da Condsef acrescentando a expressão “setor majoritário” (!?).

Não à “judicialização” da política!

44. Essa atividade de 24 de abril foi convo-

cada sob o pretexto de “lutar contra o Acordo Coletivo Especial (ACE)”, uma proposta que já havia sido derrotada no interior da própria CUT, e para pe-dir ao STF a “anulação da reforma da previdência, aprovada com votos com-prados”. Mas segundo declararam os próprios organizadores, o “significado profundo” de tal marcha foi construir um “terceiro campo político” para as eleições de 2014.

45. Ora, que devemos lutar pela revoga-ção da reforma da previdência não há dúvida (e não só a de Lula, a de FHC também!). Mas a “compra de votos”, que foi a base da condenação sem provas no “julgamento de exceção” da AP 470 (“mensalão”) não foi provada pelo STF e é um grave erro apoiar essa decisão arbitrária, pois ela será uma arma que se voltará contra organiza-ções sindicais e populares, inclusive contra aquelas que se dispuseram a fazer tal “unidade” com os juízes do Supremo! (e como já ocorreu na utili-zação da “teoria do domínio do fato” contra sindicalistas em Rondônia e contra estudantes da USP, indiciados por “omissão coletiva”).

46. Sim, pois para se sobrepor aos Po-deres Legislativo e Executivo e para criminalizar os movimentos sociais, o Judiciário vem se utilizando de uma crescente flexibilização dos parâme-tros legais e constitucionais existen-tes, como fez no julgamento da AP 470 ao condenar sem provas, com base na “teoria do domínio do fato”, dois ex-presidentes do PT, não com

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o objetivo de “combater a corrupção” mas, sim, de salvar o sistema baseado no “balcão de negócios” do Congres-so Nacional e no “presidencialismo de coalisão”.

47. Mas a quem interessa essa tendência de deixar as decisões sobre a políti-ca para Judiciário, aonde o povo não tem a menor influência? O respeito à democracia pede, na verdade, a anu-lação do julgamento da AP 470.

3 - PLano De LUtas e PaUta De reivinDiCaçÕes

48. Paridade ativo-aposentado--pensionista! JÁ! Uma das princi-pais injustiças que ainda persistem é a falta da paridade entra ativos e aposentados-pensionistas. Depois de uma vida inteira cumprindo sua obrigação de servidores da nação, o aposentado vê seu poder de compra cair e justamente num período em que mais precisa. A paridade é uma questão a ser enfrentada pelo con-junto da categoria, articulada com outras questões de interesse geral : a incorporação das gratificações de desempenho (extensão a todos dos dispositivos da Lei 12.702/12); e a luta pela tabela única (apoiando-nos na Lei 12.277/10). Além disso, devemos abrir a discussão sobre as vantagens e desvantagens da implantação da remuneração por subsídio (visando a paridade).

49. Incorporação das gratificações de desempenho ao Vencimento

Básico! A Lei 12.702/12 incorpo-rou as Gratificações de desempenho aos proventos de aposentadoria ou às pensões pela média dos pontos recebidos nos últimos 60 (sessen-ta) meses dos Planos de Carreiras e Cargos da Comissão de Valores Mo-biliários – CVM, da Fundação Insti-tuto de Pesquisa Econômica Aplica-da – IPEA e da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Lutamos para todos os planos de cargos e car-reiras sejam contemplados com esses mesmos critérios tanto para ativos como para aposentados.

50. Tabela salarial única no poder executivo! A Lei 12.277/10, criou tabela salarial diferenciada para cinco cargos de nível superior (NS) do Executivo. A Condsef deve lutar pela equalização de todas as tabelas dos servidores de NS, com mesmo percentual de reajuste para os servi-dores de níveis intermediário (NI) e auxiliar (NA), com o objetivo de al-cançar uma tabela salarial única no poder executivo.

51. Antecipação da Parcela de 2015 para março de 2014: Segundo da-dos do próprio governo o aumento conquistado na greve de 2012 corres-ponde à projeção do índice de infla-cionário para 2014. Sendo assim há a necessidade de lutarmos para que a parcela do aumento prevista por lei para 2015, seja devidamente an-tecipada. Em 2014, nossa campanha salarial é para arrancar aumento real no início de 2015.

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52. Justiça no custeio dos planos de saúde: A participação da União no custeio da assistência à saúde suple-mentar dos servidores e seus depen-dentes é baixa e desigual : por exem-plo, no Plano GeapSaúde o servidor mais jovem que ganha até R$1.499,00 recebe R$121,94 “per capita” do go-verno e paga ao plano R$ 115,19, en-quanto um servidor com essa mesma remuneração com 59 anos ou mais de idade, recebe R$167,70 “per capita” do governo e paga ao plano R$353,99. Ora, além dos valores “per capita” serem muito baixos, os mais idosos - principalmente aposentados e pen-sionistas já penalizados pois recebem apenas metade da gratificação de desempenho - ainda são obrigados a desembolsarem mais recursos. Cor-reção já dessa injustiça: que o reem-bolso “per capita” do governo seja proporcional aos valores pagos aos planos de saúde!

53. Anistia da horas da greve de 2012: Como nas anteriores, também na greve de 2012 o governo cortou o ponto. E quando recuou apresen-tando uma proposta, condicionou o acordo à compensação das horas não trabalhadas e rejeitou a proposta da reposição do serviço pela resolução das demandas repressadas. Muitos de nós estamos sendo obrigados a trabalhar até duas horas a mair por dia e também no sábado! Já existe uma emenda ao PL 3806/2012, que anistia os servidores do pagamento dessas horas, bem como contabiliza estes 72 dias de greve como tempo

de serviço para fins de aposentado-ria. Anistia já!

54. Fim da Contribuição Previdenciá-ria dos Aposentados e Pensionis-tas: Uma das medidas mais cruéis contra os aposentados e pensionistas foi a instituição de cobrança previ-denciária sobre seus proventos (EC 41/2003). A revogação dessa medi-da foi objeto de grande polêmica na discussão da ADIN 3.105, no STF. Na ocasião, restou vencido o voto da relatora que acolhia a ação sob a alegação de que o estabelecimento de contribuição previdenciária sobre a retribuição de servidor já aposen-tado configurava a violação de ato jurídico perfeito. Propomos inten-sificar a luta pela aprovação da PEC 555/2006, para pôr fim a Contribui-ção Previdenciária dos aposentados e pensionistas.

55. Revogação das Reformas da Pre-vidência (eCs 20/98 e 41 e 47/03) e do Funpresp! O governo conse-guiu aprovar no Congresso o projeto do Funpresp, que desvia recursos da previdência pública para o mercado, sem qualquer garantia de um paga-mento futuro dos benefícios aos par-ticipantes. No Chile e na Argentina, países que saíram à frente nessa su-bordinação da previdência ao mercado financeiro, as consequências foram drásticas, com queda vertiginosa nas “aplicações” (muitas vezes fraudulen-tas), rebaixando os valores das pen-sões após décadas de contribuição. Na Argentina o parlamento foi obrigado

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a estatizar os Fundos para evitar o calote dos participantes levando os cofres do Estado a assumir o prejuízo. Toda experiência demonstra o grande fracasso dos modelos baseados nos Fundos de Pensão. É oportuno des-mascarar o argumento falacioso do governo sobre auto-gestão dos Fun-dos, que nada resolve, pois em qual-quer caso um fundo estará sujeito às oscilações do mercado.

56. Pela aglutinação de cargos: Esse tema integra a pauta da Mesa de Ne-gociação Permanente desde 2005. O embasamento político e jurídico já foi apresentado ao governo, até agora sem resposta. Precisamos aumentar a pressão porque pela aglutinação de cargos pode passar a resolução diver-sos problemas das carreiras.

57. Isonomia do auxílio alimentação e demais benefícios entre os três poderes: O auxílio-alimentação, e de-mais benefícios se destinam a custear despesas específicas realizadas pelos servidores. Não se justifica, portan-to, que essas verbas sejam diferen-ciadas entre Executivo, Legislativo e Judiciário pois são destinadas ao mesmo fim. Por exemplo, o valor do auxilio alimentação na Câmara dos Deputados é de R$740,00/mês; no Poder Judiciário é de R$730,00/mês; e no Poder Executivo é de R$373,00. Pela aprovação da PEC 271/13 que propõe a isonomia desses benefícios e pela agilização da ação judicial que se encontra no Supremo em busca da isonomia.

58. Pela Ascensão Funcional: aprova-ção da PeC 257!

59. Regulamentação da Convenção 151 da OIT (negociação coletiva no setor público)!

60. Pelo direito irrestrito de greve!

61. Pela instituição da data-base dos servidores em Primeiro de Maio!

62. Regulamentação já da aposen-tadoria especial para o servidor público nas três esferas de gover-no: A EC 47/2005 alterou o Art.40, §4º, incisos I, II e III, da Constitui-ção, adotando critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria para os seguintes casos de servido-res: I - portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudi-quem a saúde ou a integridade física. Em fevereiro de 2010 o governo en-caminhou ao Congresso os Projetos de Lei Complementar nºs 554 e 555, regulamentando os incisos II e III, respectivamente. Pela aprovação já desses projetos!

63. Pela extensão da GACeN - A cria-ção da GACEN (MP 431/08) foi um marco trabalhista para os servidores da Funasa e do MS. Depois de um primeiro momento em que apenas dois cargos foram beneficiados com tal conquista, a luta da categoria - através da CUT, dos sindicatos gerais e da Condsef – elevou esse número

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para 20. Entretanto, após mais de 5 anos de aprovada a MP, mais de dois mil servidores que atuam cedidos aos estados e municípios – e muitas das vezes realizando o mesmo trabalho da Funasa e do MS, de combate às endemias - continuam sem sentir o sabor desta conquista. Por uma mudança na lei 11.784/08, de forma que todos os servidores cedidos se-jam beneficiados com o pagamento da GACEN.

64. Fim à “indústria de PAD’s”! Res-peito aos direitos nas relações de trabalho! Nos últimos tempos se instalou uma verdadeira indústrias de PAD’s - Processos Administrativos Disciplinares - no Serviço Público Fe-deral. Seu objetivo é perseguir diri-gentes sindicais, minar o movimento sindical, enfraquecendo a resistência dos trabalhadores, o que se constitui num dos resíduos da ditadura ainda existentes em nosso país. Não pode-mos aceitar de nenhum governo a perseguição a dirigentes sindicaism, ainda mais em se tratanto de um go-verno que emergiu da luta dos traba-lhadores pelos direitos sociais e pela democracia.

65. Definição e retorno da contagem do tempo especial insalubre pelo Mandado de Injunção 880 já;

66. Em 6.05.2009, o STF julgou proce-dente Mandado de Injunção nº 880, ajuizado pela CONDSEF e entida-des filiadas reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito

à aposentadoria especial dos ser-vidores públicos, previsto no art. 40, §4º, inciso III, da Constituição, aplicando-se à hipótese, no que cou-ber, o disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Por sua vez a Orientação Nor-mativa nº 10, de 05 de novembro de 2010, do MPOG reconhecia, em pon-to específico, o direito à conversão de tempo especial em comum: “Art. 9º O tempo de serviço exercido em condições especiais será convertido em tempo comum, utilizando-se os fatores de conversão de 1,2 para a mulher e de 1,4 para o homem.

67. No entanto, em 05.04.2013, a Coor-denadoria de Normatização da Se-cretaria de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência editou a NOTA Nº08/2013/CGNAL/DRPSP/SPPS/MPS, que dá uma inter-pretação aparentemente contrária à da Orientação Normativa º10, citada. E com base nessa NOTA, a Advocacia--Geral da União, elabora parecer em que recomenda que sejam revistos os procedimentos administrativos adotados para cumprimento das de-cisões prolatadas nos Mandados de Injunção nº. 880.

68. Lutemos para fazer valer a decisão do Mandado de Injunção nº880!

Contra A redução dos valores da bolsa do Dnocs

Em março de 2012, o Governo suprimiu em grande parte a gra-

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tificação (bolsa) dos servidores do DNOCS que recebiam desde 1988, a determinação veio através de parecer da Controladoria Geral da União(CGU). Esta medida pre-judicou mais de 6.500 servidores entre ativos, aposentados e pen-sionistas do Órgão. Com a publi-cação da Lei 12.716/12 os traba-lhadores do DNOCS conquistaram com muita luta a manutenção da VPNI (Vantagem Pessoal Nomi-nalmente Identificada) conhecida como “bolsa”, que corresponde a 100% para os cargos de nível su-perior e de 70% para o nível in-termediário, incidentes sobre o vencimento básico. Para surpresa de todos, em setembro deste ano o DNOCS notificou a todos os ser-vidores que reduzirá dos valores dessa VPNI(bolsa) os dois reajus-tes da Gratificação de Desempe-nho ocorridos em julho de 2012 e janeiro de 2013, como exemplo, o servidor de nível intermediário perderá de imediato R$511,00. E assim por diante continuará sen-do descontado dessa VPNI todos os ganhos remuneratórios até absorver o valor total dessa com-plementação salarial (bolsa). Pela manutenção dos valores integrais da bolsa do DNOCS.

Bandeiras de luta e campanhas gerais

69. Fim da política do superávit primá-rio! Revogação da Lei de Responsa-bilidade Fiscal!

70. Centralização do cambio!

71. Com esse congresso não dá! Consti-tuinte para fazer a reforma política: participação da Condsef na organi-zação do Plebiscito Popular de 7 de setembro de 2014!

72. Suspensão dos leilões: Petrobrás 100% estatal! Todos os recursos do pre-sal para saúde, educação, servi-ços públicos!

73. Não à privatização: contra as privati-zações e concessões de estradas, fer-rovias, portos e aeroportos! Re-esta-tização de tudo o que foi privatizado!

74. Fim à política de desonerações fiscais!

75. “Mais médicos”: estatização de todos os leitos hospitalares, carreira federal para os médicos, Revogação da Lei das Organizações Sociais!

76. Contra a Terceirização nos Serviços Públicos! Derrubada do PL 4.330!

77. Defesa da democracia, contra a crimi-nalização dos movimentos sociais e a “judicialização da política”, anulação da AP 470!

78. Arquivamento da PEC 215 que trans-fere o poder de demarcar e homo-logar as terras indígenas do poder executivo federal para o congresso nacional;

79. Homologação das terras indígenas já;

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80. Retirada imediata das tropas brasi-leiras do Haiti!

81. Defesa da soberania nacional! Não à guerra! Não as intervenções ditas “humanitárias” das grandes potên-cias, seja sob a forma de ataques di-retos, seja fomentando confrontos e guerras civis entre os povos! Não à intervenção imperialista na Síria!

Bandeiras de luta e campanhas específicas

82. Fim da disparidade salarial entre os servidores do MS; pela isonomia en-tre os três poderes!

83. Fim da terceirização e convênios com ONG’S na Assistência aos povos in-dígenas e defesa do concurso público já indicado pelo ministério público fe-deral a partir de 2013 até 2015 para a SESAI/MS!

84. Pela reestruturação do DNOCS!

85. Retorno da representatividade nacio-nal da CONDSEF aos trabalhadores da CONAB e pela sua participação no acordo coletivo!

86. Fortalecimento do INCRA e pela car-reira do desenvolvimento agrário!

87. Materialização pelo governo da pro-posta de gratificação para os traba-lhadores da SESAI/MS, protocolada pela CONDSEF!

88. Definição e retorno da contagem do

tempo especial insalubre pelo man-dado de injunção 880 já!

89. Criação de um núcleo de assistência voltado para os trabalhadores redis-tribuídos da FUNASA para o MS!

90. Criação de uma política de Recursos Humanos competente para os traba-lhadores da SESAI/MS!

91. Fortalecimento dos Órgãos Federais: contra o esvaziamento e pelo forta-lecimento da FUNASA!

Lutar pela reintegração dos pdvistas

92. Os servidores federais foram pres-sionados para aderir ao PDV sob a ameaça de serem demitidos de qual-quer forma sem essa “vantagem”. Na Conab, para dar maior credibilidade à farsa, foram fechadas unidades ar-mazenadoras, cancelados contratos de prestação de serviços, disponibi-lizados imóveis para venda e empre-gados foram colocados à disposição das Superintendências. Foram ainda suspensos pagamentos a diversos for-necedores, reforçando a impressão de falta de recursos financeiros. Por fim foram divulgados os nomes dos que permaneceriam no quadro funcional. Os demais deveriam aderir ao PDV ou aceitar transferência para outros Estados. Assim, num ambiente insu-portável e diante dessa encenação e pressão psicológica, muitos ignoraram os alertas e a campanha que os sindi-catos e a Condsef fizeram para nin-

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guém aderir ao PDV, não resistiram e foram enganados pelo governo. Para lutar contra essa injustiça propomos:

93. Plantão permanente na sede da Con-dsef de pelo menos três Pdvistas, es-colhidos pelas entidades filiadas, para ajudar nos encaminhamentos das demandas dos Pvistas, com custos e transporte, hospedagem e alimenta-ção rateados pelas entidades filiadas em valor a ser calculado e aprovado pelo CDE;

94. Realize anual de encontro nacional dos Pdvistas, realizado pela Condsef, com encontros estaduais preparató-rios realizados pelas filiadas visando a discutir as demandas e organizar as ações para acelerar a luta pelo retorno dos Pdvistas.

4 - orGaniZaçÃo sinDiCaL95. Barrar a ofensiva patronal que

visa a destruir os direitos e as organizações construídas pelos trabalhadores

96. Como enfrentar uma situação em que a independência das organizações sin-dicais é ameaçada de todos os lados?

97. Nós, que defendemos uma chapa unitária de todos os cutistas para a direção da Condsef, entendemos que o enfrentamento aos ataques sofridos pelas organizações sindicais passa pela defesa da democracia sindical, pelo direito de cada um defender li-vremente e sem constrangimentos

ou pressupostos as suas opiniões e propostas. Pelo controle da base sobre a direção, nas assembleias e organismos estatutários das enti-dades. Pela sustentação financeira pelos trabalhadores, sem o imposto sindical. Pela construção da unidade em torno da defesa dos interesses e reivindicações dos trabalhadores. Pela independência de fato diante dos partidos, de todos os partidos, dos governos, dos patrões.

98. As “jornadas de junho” mostraram, uma vez mais, que é a organização dos trabalhadores, construindo sua unidade, com democracia e indepen-dência, que pode garantir uma saída positiva para a situação.

99. Errou quem acreditava que iria ga-nhar com a denúncia sistemática de direções sindicais como “traidoras”, “pelegas”, etc. Como vemos diaria-mente no serviço público, confirmou--se que a sistemática propaganda contra os “velhos” sindicatos, a que são submetidos os trabalhadores – sobretudo os jovens -, abre espaço para o enfraquecimento dos laços com os setores mais oprimidos da classe trabalhadora e, notadamente, facilita a multiplicação de sindicatos que avançam nas bases dos sindi-catos gerais. A pretexto da rejeição “política” e da organização separada do restante da classe trabalhadora, esses “novos sindicatos”, com poucas exceções, caem na vala comum da repetição dos, aí sim, velhos, progra-mas e políticas impostos pelo capital

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financeiro, em contradição com os interesses dos servidores federais.

100. A conclusão é reforçar os laços da Con-dsef com a CUT para que a mobilização e as lutas dos servidores estejam em sintonia com o movimento de conjun-to da classe trabalhadora e para que as novas gerações de servidores (cujo ingresso no serviço público também é uma conquista da luta) integrem-se aos sindicatos gerais.

101. A CUT foi criada em 1983 com o objeti-vo de unir os trabalhadores do campo e da cidade, construindo assim a unidade necessária para derrotar nossos inimi-gos de classe nos seus mais diversos ataques e na defesa de nossas reivindi-cações, tornando-se a maior central da América Latina e uma das maiores do mundo. A ação da classe trabalhadora, buscando se apoiar na CUT, teve papel preponderante desde então.

102. E foi fundamental o apoio incondi-cional que a CUT manteve durante todos os 72 dias de greve dos federais em 2012, bem com a sua intervenção para que o governo apresentasse uma proposta aos servidores.

103. Defendemos a unidade da classe traba-lhadora e para tal, a Condef deve não apenas permanecer filiada mas apro-fundar seus laços com a CUT. Afinal, a quem interessa a destruição da CUT e a divisão da classe trabalhadora, senão aos nossos inimigos de classe (banquei-ros, industriais, grandes empresários e aos capitalistas de plantão)?

104. Defendemos a união de todos os cutistas em torno de uma única chapa neste congresso, contra o divisionismo e o oportunismo.

105. Viva a CUT! Viva a unidade da classe trabalhadora!

106. Viva a Condsef!

107. Viva a unidade de todos os ser-vidores federais para defender e conquistar suas reivindicações!

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aneXo

A crise política (e não meramente orçamentária) que dilacera os Estados Unidos

108. A partir do dia 1 de outubro, o governo dos EUA, a potência impe-rialista mais poderosa do mundo, dirigido por Barack Obama, do Par-tido Democrata, ficou paralisado, proibido de gastar e caminhando para uma situação de insolvên-cia (sem dinheiro para pagar os credores), o que configuraria um terremoto financeiro mundial, de conseqüencias incalculáveis (a dí-vida pública dos EUA beira os 17 trilhões de dólares, o que equivale a 107% de seu PIB).

109. Na forma, a crise foi provocada pela recusa do Partico Republicano, que

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tem a maioria da Câmara, de aprovar o orçamento federal. Seu objetivo seria impedir a implantação do chamado “Obamacare”, que é uma reforma no sistema de saúde dos EUA proposta por Obama que a extrema-direita re-publicana acusa de ser a “socialização da medicina”!

110. É mais ou menos isso o que repetem todos os «analistas».

111. Mas a realidade é outra.

Nem de longe o “Obamacare” é o que diz dele a extrema-direita.

112. O “Obamacare” cria um seguro-médico obrigatório para cerca de 30 milhões de estadunidenses que, hoje, não tem nenhuma assistência e que passariam a adquirí-la numa empresa se seguros privada (são mais de 1.500 seguradoras nos EUA). Trata-se de cerca de 15% da população, sobretudo pequenos traba-lhadores autonomos ou assalariados de baixa renda. O restante da população já tem algum tipo de cobertura seja porque está filiada a Planos de Saúde pagos pelas empresas onde estão em-pregados, seja porque está coberta por outros programas do governo, o Me-dicare para pessoas acima de 65 anos e o Medicaid que praticamente cobre apenas os indigentes (diga-se de pas-sagem que apesar de dispender cerca de 18% da renda nacional – porcenta-gem que é mais que o dobro do gasto médio dos países industrializados – a maioria desses programas exclui mui-

tas enfermidades e tratamentos. Por isso, a ocorrência de uma doença grave, como o cancer, é a principal causa de ruína financeira das famílias nos EUA).

113. É bem diferente disso a reivindicação dos sindicatos (e também a promessa de campanha de Obama): a criação de um sistema de saúde universal, de caixa único, garantido e adminis-trado pelo Estado (na prática seria a extensão do Medicare para todas as idades). O seu custeio seria efetuado por um sistema de pagamento úni-co («single payer») onde os recursos viriam de uma obrigação patronal (salário diferido) e/ou de contribui-ções de cada trabalhador por meio de um sistema de repartição (onde todos contribuem proporcionalmen-te e todos usufruem dos mesmos benefícios).

114. Portanto, o “Obamacare”, está a anos--luz da reforma pela qual lutam os trabalhadores e nada tem de “socia-lizante”.

A crise nos EUA é política e não orçamentária

115. A disputa orçamentária é apenas a ponta do iceberg. A crise tem suas raízes profundas na paralisia do sis-tema capitalista em escala mundial e que, naturalmente, se manifesta de diversas formas nos Estados Unidos, país que ocupa o papel de fiador do sistema. E por trás de tudo está sua incapacidade de dobrar a resistência operária.

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116. Ocorre que a iniciativa dos repu-blicanos de fazer o bloqueio orça-mentário foi adotada logo depois do congresso da AFL-CIO, a prin-cipal central sindical dos Estados Unidos, no qual sua direção – que apoia Obama – viu derrotada sua tentativa de evitar a discussão de questões que pudessem colocar o movimento sindical em choque com a política de Obama, como na questão da guerra contra a Síria e a reforma do sistema de saúde.

117. Diante desse quadro, o que indica o jornal Financial Times (porta-voz dos especuladores) quando chama o “Obamacare” de “reforma conserva-dora”? Que o problema não é o conte-údo da proposta de Obama mas, bem ao contrário, é a incapacidade do seu governo de impor essa reforma aos trabalhadores.

118. E, de fato, o congresso da AFL-CIO, realizado de 8 a 11 de setembro, ter-minou reafirmando a defesa de um sistema de saúde baseado no salá-rio diferido e, na questão da Síria, a pressão dos delegados afastou toda possibilidade de apoio à posição de Obama (logo no ínicio do congresso, um pastor negro –convidado para falar na seção de abertura- se rei-vindicou de Marthin Luther King e se pronunciou explicitamente contra toda intervenção militar na Síria; o plenário se levantou para aplaudir de pé.

119. Tais resultados são importantes

porque a ruptura da subordinação dos sindicatos à orientação do Par-tido Democrata (representante do grande capital estadunidense junto com o Partido Republicano) é uma questão essencial para que a classe trabalhadora dos EUA (uma das mais numerosas do mundo) possa afirmar sua independência.

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Primeiras assinaturas: Abdias José da Gama-Anistiados

Adilon Araújo-Ceplac

Adriana da Silva Souza-MS

Aércio Fábio Araújo Soares-DNOCS

Amauri Alves-PDVistas

Ana Daniela Neves-MS

Ananias Nicomenes Figueiredo-Aposentado

Antenor Nunes da Silva-MS

Antonia Pereira Magalhães-Conab

Antônio do Carmo-Incra

Antônio Jorge da Costa-MS

Aristides Neves da Silva-MS

Armando Milon-Funai

Benedito da Silva Maia-MP

Braga-MS

Carlos Henrique Bessa-Funasa

Caros Alberto Fernandes de Alencar-MP

Cesar Henrique Melchides Leite-Funasa

Cezar Romero Carvalho de Souza-Conab

Cícero Dias de Lima-MS

Clarice Fernandes Birnbaum Pessoa de MelloJC-DF

Cleusa Maria Cassiano-MP

Damasio de Souza Pedreira-MPF

Edison Cardoni-Bacen

Edmur Tabosa dos Santos-IN

Edvaldo Pereira dos Santos-Conab

Edvaldo-MS

Elaine Maria-PDVistas

Emir Oliveira-Incra

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Enos Barbosa de Souza-Conab

Fabio Lopes Ramos-MS

Fernando Salustiano do Bonfim Neto-MP

Flávia Teixeira Sabóia-MS

Francisco Edmilson Pereira Felizardo-MS

Francisco Firmino Neto-Funasa

Francisco Germano Moreira-DNOCS

Francisco José Alexandre Sousa-MS

Gleick Sá-Inpa

Heleno Gomes de Matos Neto-AGU

Idelfonso Cavalcanti-Funai

Inácio Pereira Lima-IN

Ivanildo Francisco de Melo-Funasa

Izabel Maria da Silva-MTE

Jader Alvarenga-Conab

Jaime Macghado do Nascimento-Aposentado

Jair Silva-MS

Janice Gomes Alves-Mec

Jayne Menezes da Silva-PDVistas

Joalita Queiroz de Lima-Conab

João Batista Alves-Anistiados

João Batista de Oliveira-MS

João Leite-Dnit

Jorge Lobato-Inpa

José Afonso Barbosa da Costa-MD

José Carlos Pinheiro-MPS

José de Arimateia Sousa Pinheiro-Conab

José de Assis-MS

José Lourenço da Silva-Bacen

José Maria de Oliveira-MS

José Moises Guedes Saraiva-Conab

José Ribamar Costa Anchieta-MS

José Rotiélio e Silva-MS

José Zezito dos Santos-MS

Lourdes Batsita Magalhães-MTE

Lucy Mary Matos-MD

Luziana Emídio Laureano-MF

Marcia Vitoria Vila Nova-Conab

Marcio da Costa Baptista-MP

Maria Cecília Ribeiro-MS

Maria Consuelo Gomes da Silva-MCTI

Maria do Socorro Alves da Costa-Funasa

Mariangela Sousa Lobato-MS

Marilda Conceição Ribeiro-MPS

Marlene Francisca da Silva Pinto-Conab

Menandro Sodré-ANTT

Nestor dos Santos – Anistiados

Nilson de Alencar Ferraz-MS

Niraldo Luiz Eccard-Bacen

Osmar Lima-MS

Osmi de Sousa Amaral-MTE

Oton Pereira Neves-MS

Otônio Araújo de Lima Júnior-HFA

Pedro Alberoni Coutinho Moreira-MS

Raimundo Bulcão-MS

Raimundo Gonçalves Santiago-Funasa

Rivanda Pereira da Silva-Anistiados

Roberto Luque-MF

Robson Luiz Sales Melo-MS

Ruthe Macedo-MS

Sandra Lúcia da Silva Mota-Incra

Silva Scobar-Incra

Tony Santos-MS

Valda Eustáquia Cardoso de Souza-Hfa

Valdires Soares de Oliveira-MCTI

Valmir Torres da Silva-MS

Walter Matos-Funasa

CearáAluísio Bastos Pereira-DNOCS-Fortaleza

Geraldo Pereira da Costa-DNOCS-Fortaleza

Antônio Medeiros do Nascimento-MS-Fortaleza

Lucinea Oliveira Pires de Freita-MS-Fortaleza

Luiz Haroldo Rodrigues Monteiro-DNOCS-Tauá

José Murilo Maciano -MS-Crateús

Maria de Fátima Barbosa Rocha-MF-Fortaleza

Silvio Augusto Ribeiro Torquato-Min. da Defesa-Fortaleza

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Estatuto

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1. DA DeNOMINAÇÃO e FINALIDA-De DA CONFeDeRAÇÃO

2. Art. 1o - A CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO PÚ-BLICO FEDERAL - CONDSEF, fundada em 31 de agosto de 1990, pelo III Con-gresso Nacional de Servidores Públicos Federais, com sede e foro na cidade de Brasília - Distrito Federal, é uma entida-de democrática, autônoma, desvinculada do Estado e sem fins lucrativos, pessoa jurídica de direito privado, de duração indeterminada, de representação sindi-cal em grau superior, representando os interesses das Entidades de Classes que congregam todos os servidores públicos e trabalhadores vinculados à adminis-tração direta, indireta, fundacional e autárquica dos poderes da União e das empresas públicas federais, sejam eles regidos pelo RJU, pela CLT ou por qual-quer outro vínculo jurídico que venha a ser criado no âmbito da Administração Pública Federal, ativos, aposentados e pensionistas inclusive aqueles provenien-tes de convênios que têm o objetivo de

implementar ações da Administração e do Serviço Público e prestadores de ser-viço que percebam de forma direta ou indireta da União Federal, todos consi-derados trabalhadores públicos federais, independente de suas convicções políti-cas, partidárias ou religiosas.

3. Parágrafo único - A CONDSEF tem sua sede jurídica e administrativa em Brasília/DF e jurisdição e representati-vidade em todo o Território Nacional.

4. Art. 2o - a Confederação tem como fi-nalidade:

5. I - Unir todas as Entidades Sindicais re-presentativas dos trabalhadores públicos federais da Administração Direta, Indi-reta, Fundacional e Autárquica dos Po-deres da União e das Empresas Públicas Federais, independente do vínculo exis-tente para com a Administração Pública Federal, na luta em defesa de seus direi-tos, interesses e reivindicações imediatas, mediatas e futuras, nos planos funcional, econômico, social, cultural e político.

6. II - Fortalecer as entidades representati-

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vas dos trabalhadores públicos federais, respeitando sua autonomia e modelo de organização, bem como incentivar a união dos servidores, empregados e trabalha-dores no serviço público federal, através de sindicalização e a organização de no-vos sindicatos.

7. III - Desenvolver atividades e iniciati-vas na busca de soluções para os pro-blemas dos trabalhadores da Adminis-tração Direta, Indireta, Fundacional e Autárquica dos Poderes da União e das Empresas Públicas Federais, tendo em vista a melhoria de suas condições de trabalho e de vida, agindo sempre em defesa dos interesses da Nação, represen-tados pela vontade do povo e na defesa de um serviço público de boa qualidade, democratizado e eficiente.

8. IV - Promover ampla e ativa solidarie-dade com as demais categorias de tra-balhadores, buscando elevar seu grau de unidade, tanto nacional quanto interna-cional, e prestar apoio e solidariedade aos povos do mundo inteiro que lutam contra todo o tipo de opressão e explo-ração do homem;

9. V - Apoiar todas as iniciativas e lutas do conjunto da classe trabalhadora que visem à melhoria e à elevação de vida do povo brasileiro, como reflexo do exercício pleno de cidadania de uma nação;

10. VI - Incentivar o aprimoramento cultural, intelectual e profissional dos trabalhadores/as, como forma de construir um Serviço Público Federal eficiente e de qualidade que atenda com excelência ao usuário;

11. VII - Manter contatos, intercâmbios, acordos, convênios e projetos com en-tidades sindicais ou não, nacionais ou estrangeiras, em todos os níveis, pre-servando os princípios de autonomia e independência da Confederação;

12. VIII - Promover congressos, seminários, plenárias, encontros, reuniões e outros eventos para aumentar o nível de orga-nização e conscientização da categoria representada, assim como participar de fóruns e eventos de interesse dos traba-lhadores públicos federais e da população usuária dos serviços públicos, no Brasil e no exterior;

13. IX - Desenvolver e implementar uma política de formação sindical, conjun-tamente com as entidades filiadas, para dirigentes, novas lideranças e categoria em geral.

14. X - Representar perante o Poder Exe-cutivo, em qualquer de suas esferas ou escalão, perante as autoridades do Poder Judiciário em qualquer instância ou Tri-bunal, perante o Poder Legislativo em qualquer de suas casas que integram o Congresso Nacional, os interesses dos trabalhadores no serviço público federal, bem como perante o Tribunal de Contas da União, Polícias Judiciárias Estaduais ou qualquer Superintendência Regional da Polícia Federal;

15. XI - Estimular a organização dos traba-lhadores do serviço público federal nos locais de trabalho;

16. XII - promover negociações individuais

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ou coletivas de trabalho, celebrar acordos coletivos e contrato coletivo de trabalho e, ainda, ajuizar dissídio coletivo;

17. XIII - Defender o meio-ambiente saudável enquanto espaço de vida digna, lutando por cidades limpas e com esgotamento sa-nitário adequado, água tratada para todos, transportes coletivos decentes, educação e saúde públicas de boa qualidade com acesso universal, proteção e distribuição justa e adequada dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações.

tÍtULo ii18. DAs eNTIDADes FILIADAs, DA

ADMIssÃO, DOs DIReITOs e DeVeRes

19. Art. 3o - O número de Entidades filia-das é ilimitado.

20. Art. 4o - Poderão ser filiados a COND-SEF todas as entidades sindicais repre-sentantes de trabalhadores no Serviço Público Federal, integrantes do Quadro de Pessoal da Administração Direta, in-direta, fundacional e autárquica dos Po-deres da União e das Empresas Públicas, sejam regidos pelo RJU e pela CLT, inclu-sive aqueles provenientes de Convênios que têm o objetivo de implementar ações da Administração e Serviço Público, em qualquer nível e grau, que, por decisão de seus órgãos, aprovem a filiação e acatem as normas deste Estatuto.

21. Art. 5o - Observadas as disposições estatutárias da CONDSEF, são direitos das Entidades filiadas:

22. I - Participar de todas as atividades da CONDSEF;

23. II - Apresentar ao Congresso Nacional da Confederação - CNC, à Plenária Na-cional da CONDSEF – PN, Conselho Deliberativo de Entidades, Diretoria Nacional e à Executiva da Diretoria Na-cional da CONDSEF propostas, teses, sugestões, projetos, encaminhamentos ou representações de qualquer natureza, que demandem providências daqueles órgãos deliberativos;

24. III - O amplo direito de defesa, podendo recorrer das decisões da Diretoria Nacio-nal à Plenária e/ou ao Congresso Nacio-nal da CONDSEF, solicitando qualquer medida que entenda apropriada, tanto em relação à conduta e à postura dos dirigentes nacionais da Confederação quanto em relação às próprias atividades desenvolvidas pela entidade;

25. IV - Requerer aos órgãos de direção da CONDSEF a convocação extraordiná-ria de Congressos ou Plenária Nacional, desde que haja a manifestação favorável, por escrito, de 1/3 (um terço) das enti-dades filiadas;

26. V - Ter um representante no Conselho Deliberativo, ou, no caso de ausência ou impedimento, lhe é garantido seu suplente;

27. VI - Requerer todos os benefícios e di-reitos gerados por este Estatuto.

28. Parágrafo único - Na hipótese dos órgãos de direção da CONDSEF não en-

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caminharem a convocação extraordiná-ria do Congresso ou Plenária Nacional requerida nos termos do inciso IV des-te artigo, as entidades filiadas poderão fazê-lo diretamente desde que a convo-cação seja aprovada e assinada por 1/3 (um terço) do total das entidades filiadas.

29. Art. 6o - São deveres das entidades filiadas:

30. I - Cumprir e fazer cumprir este Estatuto;

31. II - Estar sempre quites com suas obri-gações financeiras com a CONDSEF;

32. III - Atualizar no mês de julho de cada ano, o cadastro junto à CONDSEF in-formando o número de filiados quites, receita financeira mensal, mediante apresentação de extrato ou resumo com número de filiados e/ou informações do SIAPE, e balancete financeiro;

33. IV - As informações elencadas no inciso anterior serão utilizadas para definição do número de Delegados nas instâncias da CONDSEF e para contribuição finan-ceira das Entidades filiadas.

34. Art. 7o - Poderão ser excluídos ou des-ligados da CONDSEF:

35. I - As entidades filiadas, quites com suas obrigações financeiras, que solicitarem por escrito sua desfiliação, por decisão de sua instância máxima de deliberação;

36. II - A Entidade filiada com mais de 06 (seis) meses de atraso com a contribui-ção financeira prevista neste Estatuto,

devendo a mesma quitar suas obrigações financeiras enquanto perdurar a discus-são que deliberará sobre a sua exclusão.

37. § 1o - Para as entidades que descumpri-rem o inciso II por motivo de ocorrências extraordinárias de ordem financeira e política, a decisão de exclusão ou não, inclusive renegociando débitos, será submetida ao Conselho Deliberativo de Entidades, nos termos deste Estatuto, cabendo desta decisão recurso à Instân-cia Superior.

38. § 2o - A Entidade com mais de seis me-ses de atraso que quitar integralmente os débitos terá automaticamente retificada a sua exclusão.

39. § 3o - A Entidade que não estiver em dia com suas obrigações financeiras não poderá participar dos fóruns da COND-SEF como o Congresso, Plenárias, CDE, Encontros Setoriais e Seminários.

40. Art. 8o - São direitos dos integrantes do Quadro Social de cada uma das en-tidades filiadas:

41. I - Votar e ser votado para as instâncias dirigentes da CONDSEF, respeitadas as disposições estatutárias;

42. II - Participar de todas as atividades promovidas pela CONDSEF desde que observado o Estatuto e as resoluções internas das Entidades Filiadas;

43. III - Apresentar à Diretoria Nacional, à Plenária Nacional ou ao Congresso Na-cional da CONDSEF propostas, sugestões,

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projetos ou representação de qualquer natureza, que demandem providências daqueles órgãos deliberativos.

44. Art. 9o - Os dirigentes da CONDSEF, in-tegrantes de qualquer de suas instâncias, que cometerem desrespeito ao Estatuto da Confederação ou que adotarem condu-ta que venha a comprometer a imagem da CONDSEF ou, ainda, manifestadamente, adotarem condutas contrárias às delibe-rações das instâncias da Confederação, estão sujeitos às seguintes penalidades:

45. a) Advertência escrita;

46. b) suspensão do mandato;

47. c) Perda do Mandato.

48. § 1o - A denúncia de infração baseada no art. 9° será encaminhada à Diretoria Nacional, que constituirá Comissão para apuração da denúncia, num prazo de 30 (trinta) dias, podendo tal prazo ser pror-rogado por igual período, garantido ao Requerido o direito a ampla defesa e o direito ao contraditório.

49. § 2o - A Diretoria Nacional, com base no relatório da Comissão previsto no § 1°, deliberará sobre a aplicação ou não de qualquer penalidade.

50. § 3o - A decisão da Diretoria Nacional que impuser qualquer penalidade será submetida à deliberação da Plenária Nacional.

51. § 4o - A Diretoria Nacional notificará ao Diretor da penalidade imposta, tendo

este o prazo improrrogável de 15 (quin-ze) dias, a partir do recebimento da no-tificação, para recorrer da decisão junto à Plenária Nacional.

tÍtULo iii52. DOs ÓRGÃOs DA CONFeDeRAÇÃO

53. Art. 10o - São órgãos da Confederação:

54. I - Congresso Nacional;

55. II - Plenária Nacional;

56. III - Conselho Deliberativo de Entidades;

57. IV - Diretoria Nacional;

58. V - Executiva da Diretoria Nacional;

59. VI – Conselho Fiscal

60. VII – Departamentos setoriais.

CaPÍtULo i 61. DO CONGRessO NACIONAL

62. Art. 11o - O Congresso Nacional é o fórum máximo de deliberação da CON-DSEF e será realizado ordinariamente de 03 em 03 anos e, extraordinariamente a qualquer tempo, convocado pela Plenária Nacional, ou quando na forma prevista no inciso IV e Parágrafo Único do artigo 5º deste Estatuto.

63. § 1o - Os delegados de base de cada en-tidade filiada à CONDSEF serão eleitos na proporção de 01 (um) para cada 100

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(cem) trabalhadores sindicalizados e fração majoritária de 50 do Órgão ao qual pertence.

64. § 2o - Os delegados poderão ser eleitos em Assembléia Geral, setorial, regional ou por local de trabalho da categoria representada. O quorum mínimo para eleição de delegados é de 10 (dez) pre-sentes na Assembléia. Será eleito, por assembléia, 01 (um) delegado para cada 10 (dez) presentes, ou fração igual ou maior a 5 (cinco), respeitados os limites estabelecidos no § 1º, sendo proibida a duplicidade de candidatura e de voto, quando convocada mais de uma instância para eleição de delegados, resguardando o direito de recurso.

65. § 3o - As assembleias das Entidades filiadas para eleição de delegados(as) para o Congresso serão acompanhadas por diretor da Confederação e/ou re-presentante indicado pela sua direção, sendo obrigatória a sua assinatura na respectiva Ata;

66. § 4o - O diretor da CONDSEF e/ou re-presentante indicado deverá encaminhar relatório da Assembleia da Entidade fi-liada para a Confederação;

67. § 5o - As Entidades filiadas deverão informar o calendário de assembleias para eleição de delegados ao Congresso até 10 (dez) dias antes da realização da mesma, o que deverá ser divulgado no site da CONDSEF.

68. § 6o - Fica expressamente proibido ou-tras formas de eleição de delegados que

não estejam contidas no § 2º, os quais para serem eleitos deverão estar pre-sentes na Assembleia, seja ela regional, setorial ou geral.

69. § 7o - No local de trabalho, os casos, que comprovadamente contrariarem este artigo, serão automaticamente anulados pela Comissão de avaliação das atas de eleições.

70. § 8o - Os observadores serão eleitos no percentual de até 30% (trinta por cento) do número de delegados eleitos na res-pectiva Assembléia Geral.

71. § 9o - Quando a eleição for por chapa, os delegados serão eleitos proporcio-nalmente ao número de votos válidos obtidos por cada chapa em relação ao total de votos válidos, observando-se a proporcionalidade direta e qualificada.

72. § 10o - Cada Diretoria de Entidade filia-da terá direito a eleger 01 (um) delegado, condicionado ao referendo de assembleia para tal fim.

73. § 11o - Todos os membros efetivos da Diretoria Nacional, do Conselho Fiscal e respectivos suplentes, enquanto no exercício do cargo, são delegados natos.

74. § 12o - Qualquer delegado do Congres-so Nacional da CONDSEF poderá ser eleito para qualquer cargo da Diretoria Nacional, do Conselho Fiscal ou Depar-tamento Setorial.

75. § 13o - Tratando-se de Congresso Na-cional onde devam ocorrer eleições, ou

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apreciadas propostas de modificações do Estatuto, tais itens deverão constar expressamente da convocação.

76. Art. 12o - Compete ao Congresso Na-cional da CONDSEF:

77. I - Deliberar sobre todo e qualquer as-sunto constante da pauta aprovada no início de seus trabalhos;

78. II - Avaliar a realidade da categoria e a situação política, econômica e social do país, definir a linha de ação da COND-SEF, suas relações intersindicais e fixar o plano de lutas;

79. III - Alterar, no todo ou em parte, o presente Estatuto, desde que convocado para tal fim;

80. IV - Examinar e aprovar em última ins-tância, em caso de recurso, os relatórios financeiros e prestações de contas apre-sentadas pela Diretoria e rejeitadas pelo Conselho Fiscal;

81. V - Eleger os membros efetivos e suplen-tes, da Diretoria Nacional, do Conselho Fiscal e dos Departamentos Setoriais;

82. Parágrafo único - A posse dos eleitos para Diretoria Nacional, Conselho Fiscal e Departamentos Setoriais, efetivos e suplentes, ocorrerá, no máximo, até 30 (trinta) dias após o prazo do Mandato da Diretoria anterior.

83. Art. 13o - As deliberações do Con-gresso Nacional da CONDSEF serão adotadas por maioria simples dos vo-

tos dos delegados presentes em cada sessão plenária.

84. Parágrafo único - As deliberações referentes à destituição dos membros da Diretoria Nacional e Dissolução da CONDSEF exigirão a aprovação de pelo menos 2/3 (dois terços) dos votos dos delegados presentes à sessão plenária.

CaPÍtULo ii 85. DA PLeNÁRIA NACIONAL

86. Art. 14o - A Plenária Nacional é o ór-gão de deliberação inferior ao Congresso Nacional e Superior ao Conselho Delibe-rativo, Diretoria Nacional e Executiva da Direção Nacional.

87. Art. 15o - São atribuições da Plenária Nacional:

88. I - Deliberar sobre quaisquer matérias que por determinação do Congresso Nacional lhes forem atribuídas, nos rí-gidos limites desta atribuição, sob pena de nulidade das deliberações adotadas;

89. II - Implementar as deliberações do Con-gresso Nacional da Categoria representada;

90. III - Regulamentar, quando necessário, as deliberações do Congresso Nacional da CONDSEF;

91. IV - Examinar e apresentar parecer ao Congresso Nacional da CONDSEF dos re-latórios financeiros, prestações de contas e previsões orçamentárias apresentados pela Diretoria Nacional da CONDSEF;

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92. V - Decidir sobre os recursos interpostos contra decisões prolatadas por instâncias inferiores da CONDSEF;

93. VI - Convocar extraordinariamente o Congresso Nacional da CONDSEF.

94. Art. 16o - A Plenária Nacional é cons-tituída por:

95. I - Todos os membros efetivos da Dire-toria Nacional;

96. II - 1 (um) delegado por entidade filiada que detenha base nacional;

97. III - 1 (um) delegado eleito pela Direto-ria de cada Entidade filiada, desde que referendado em Assembléia realizada pela própria Entidade;

98. IV - Delegados de base serão eleitos em Assembléias das Entidades filiadas, sendo proibida a duplicidade de candidatura e voto quando for convocada mais de uma instância para a eleição em número que varia de acordo com o seguinte critério:

99. a) 1 (um) delegado para cada 500 (quinhentos) sindicalizados na base das entidades filiadas.

100. b) Para o credenciamento dos delegados à Plenária Nacional é obrigatória a apresentação da Ata da Assembléia que os elegeram, a lista dos trabalhadores presentes à Assembleia de eleição e cópia do documento que a convocou.

101. c) Os delegados poderão ser

eleitos em assembleias gerais, setoriais, regionais ou por lo-cal de trabalho da categoria re-presentada. O quorum mínimo para eleição de delegados é de 10 (dez) presentes na Assembleia. serão eleitos por Assembleia 1 (um) delegado para cada 10 (dez) presentes, respeitados os limites estabelecidos na alínea “a” do presente artigo.

102. Art. 17o - A Plenária Nacional reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por semestre e, extraordinariamente, quando convoca-da pela Executiva da Diretoria Nacional da CONDSEF, pelo Conselho Deliberativo de Entidades ou por ela própria.

103. Parágrafo único - Compete à Exe-cutiva da Diretoria Nacional fixar local e data das Plenárias Nacionais por ela convocada.

104. Art. 18o - A Plenária Nacional deve-rá ser convocada com, no mínimo, 30 (trinta) dias de antecedência, quando ordinária, e 10 (dez) dias de antecedên-cia se extraordinária, devendo no ato de convocação constar a pauta.

105. Parágrafo único - A Plenária Na-cional deliberará sobre todo e qual-quer assunto constante da pauta no início dos trabalhos, observada a sua competência.

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Seção I 107. Natureza, Finalidade e Objetivos

108. Art. 19o - O Conselho Deliberativo de Entidades é formado pela Executiva da Direção da CONDSEF, por 1 (um) repre-sentante de cada entidade filiada e por 1 (um) representante da Coordenação de cada Departamento Setorial Nacional, sendo um órgão de decisão imediatamen-te superior à Diretoria da Confederação e inferior à Plenária Nacional e ao Con-gresso Nacional da CONDSEF.

109. Parágrafo único - O Conselho de En-tidades deverá aprovar o seu regimento interno.

110. Art. 20o - O Conselho Deliberativo de Entidades tem por finalidade:

111. I - Estabelecer diálogo permanente entre as Entidades filiadas, visando o desen-volvimento e implementação da política da entidade;

112. II - Possibilitar e garantir a expressão e participação de cada uma das Entidades filiadas no processo de discussão e con-dução da política da CONDSEF;

113. III - Discutir e formular estratégia para a implementação das diretrizes políticas definidas pelas instâncias da Confede-ração, tanto nas questões gerais quanto específicas de interesse e em defesa da categoria;

114. IV - Ser instrumento aglutinador, visan-do a construção da unidade dos traba-lhadores públicos federais, seja na con-

dução das lutas, seja na sua organização, em consonância com as lutas gerais dos trabalhadores;

115. V - Ser fórum de proposição de formu-lação de políticas, para discussão nas instâncias superiores, tendo em vista a sua composição e representatividade;

116. VI - Captar as demandas, orientações e sugestões emanadas das Entidades fi-liadas, caracterizando-se como um canal permanente aberto entre estas e a Dire-ção da CONDSEF;

117. VII - Ser fórum de discussão perma-nente das questões gerais das lutas dos trabalhadores;

118. VIII - Caracterizar-se como espaço privilegiado para troca de experiência de atividades administrativas, de orga-nização da base e de formação sindical desenvolvidas pelas Entidades filiadas, contribuindo, assim para o fortalecimen-to e unificação da luta dos trabalhadores no serviço público federal;

119. IX - Caracterizar-se como fórum de discussão e de propostas de encami-nhamentos das avaliações referentes a ações emanadas por Entidades filia-das cunhadas por orientações diferen-tes e divergentes, visando assegurar a funcionalidade da Confederação, bem como a construção e condução do mo-vimento.

Seção II

120. Das Competências

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121. Art. 21o - Cabe ao Conselho Delibe-rativo:

122. I - Formular propostas de diretrizes po-líticas, textos, teses e outros materiais para Plenárias e Congressos Nacionais da CONDSEF.

123. II - Organizar e apresentar às Secretarias e Departamentos da CONDSEF, a demanda indicada pelas entidades filiadas, cobran-do da Diretoria seus encaminhamentos e correspondente retorno de resultados e/ou reorientações consequenciais, exercendo, inclusive, gestões junto à Diretoria com o objetivo de viabilizar os meios competen-tes para solução dessas demandas.

124. III - Acompanhar o funcionamento das diversas Secretarias e Departamentos da estrutura organizacional da CONDSEF.

125. IV - Discutir, propor e definir a promoção de reuniões e debates sobre a organização sindical da Categoria representada, bem como Encontros e Plenárias Setoriais dos Departamentos.

126. V - Discutir, formular e definir estratégia e campanhas nacionais em defesa dos serviços, do patrimônio e dos trabalha-dores do serviço público.

127. VI - Articular e acompanhar a imple-mentação e funcionamento das instân-cias da CONDSEF, bem como propor a construção de grupos de trabalho e co-missões específicas.

128. VII - Construir na discussão da par-ticipação em eventos nacionais e in-

ternacionais de interesse da classe trabalhadora.

129. VIII - Discutir, propor e definir a rea-lização de cursos, seminários e treina-mentos, visando ao aprimoramento e à qualificação da Categoria representada, bem como à melhoria dos serviços pú-blicos, diligenciando meios para a sua realização através das instâncias com-petentes da Confederação.

130. IX - Acompanhar a participação das En-tidades filiadas, inclusive financeira, nas atividades da CONDSEF, através de rela-tórios, documentos e mapas, propondo subsídios e encaminhamentos.

131. Art. 22o - O Conselho Deliberativo reunir-se-á ordinariamente, a cada três meses, conforme cronograma estabele-cido anualmente.

132. Parágrafo único - Sempre que neces-sário, reunir-se-á extraordinariamente, mediante convocação de 20% (vinte por cento) dos membros ou pela Diretoria Executiva da CONDSEF.

Seção III

133. Da Composição

134. Art. 23o - O Conselho Deliberativo será composto da seguinte forma:

135. I - Pela Diretoria Executiva da CONDSEF.

136. II - Por representantes fixos, titular e suplente, de cada entidade filiada, elei-tos dentre os membros de sua Diretoria.

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137. III - Por 1 (um) membro de cada Depar-tamento Setorial.

138. § 1o - Os representantes eleitos deverão ser referendados em Assembléias, Plená-rias ou Congresso das Entidades Filiadas e Encontros Nacionais dos Setores.

139. § 2o - Compete às Entidades filiadas a apresentação das atas e/ou documentos comprobatórios das eleições e referendum dos membros eleitos para o Conselho, titulares e suplentes.

140. Art. 24o - Terá direito à voz e voto ape-nas um representante de cada uma das entidades filiadas presentes às reuniões do Conselho.

141. Parágrafo único - No caso da presen-ça do titular e do suplente às reuniões, ambos terão direito a voz, mas somente o titular terá direito a voto.

142. Art. 25o - Sempre que houver eleições nas Entidades filiadas e Departamentos, deverá haver nova eleição dos membros representantes neste Conselho.

143. Art. 26o - Terão assento neste Conse-lho todas as entidades filiadas e em dia com a CONDSEF.

CaPÍtULo iv144. DA DIReTORIA NACIONAL

145. Art. 27o - À Diretoria Nacional compete:

146. I - Cumprir e fazer cumprir este Estatu-to, os regulamentos e as normas admi-

nistrativas da CONDSEF, bem como as resoluções e determinações emanadas das Plenárias e Congressos Nacionais.

147. II - Convocar Plenária Nacional nos termos do Art. 18 deste Estatuto, bem como participar das mesmas.

148. III - Representar os trabalhadores pú-blicos federais da Administração Pública Federal, seus direitos e interesses perante os Poderes Públicos.

149. IV - Realizar seminários, encontros, simpósios e atividades sobre assuntos de interesse da categoria representada.

150. V - Manter intercâmbio com outras en-tidades sindicais representativas de tra-balhadores públicos de todas as esferas de governo, bem como as Centrais de Trabalhadores(as).

151. Art. 28o - A Diretoria Nacional reu-nir-se-á ordinariamente a cada 3 (três) meses e extraordinariamente, quando convocada pelo Secretário Geral ou pela maioria de seus membros.

152. § 1o - Compete a cada reunião ordinária fixar a data e local da próxima reunião ordinária.

153. § 2o - Compete à Secretaria Geral ou à Executiva fixar a data e local da reunião extraordinária.

154. Art. 29o - A Diretoria Nacional será composta de 33 (trinta e três) membros efetivos e 11 (onze) suplentes e terá uma estrutura de 11 (onze) secretarias, cada

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uma com um coordenador, denominado secretário e dois adjuntos.

155. § 1o - As deliberações das reuniões da Diretoria serão adotadas por maioria simples dos votos, exigindo-se a presença de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) mais 1 (um) de seus diretores.

156. § 2o - A CONDSEF é representada judi-cialmente por sua Diretoria Colegiada, cabendo às Secretarias Geral, de Admi-nistração e Jurídica a assinatura de atos que importem em conseqüência jurídica.

157. § 3o - Compete à Diretoria da CONDSEF, por sua Secretaria de Finanças e Secreta-ria de Administração e Secretaria Geral, a abertura e fechamento de contas ban-cárias, assinatura de cheques e outras or-dens de crédito, ordenamento de despe-sas e outras providências com relação às despesas e receitas da CONDSEF, sempre conforme deliberação das resoluções da Diretoria e da Executiva da CONDSEF.

158. § 4o - O mandato da Diretoria é de 3 (três) anos, a partir de sua posse.

159. Art. 30o - A Executiva da Diretoria Nacional será composta pelas seguintes Secretarias:

160. a) secretaria Geral;

161. b) secretaria de Administração;

162. c) secretaria de Finanças;

163. d) secretaria de Política sindical e Formação;

164. e) secretaria de Imprensa e Di-vulgação;

165. f) secretaria de Relações Inter-nacionais;

166. g) secretaria de Assuntos Jurídi-cos, Parlamentares e de Classe;

167. h) secretaria de Políticas Públicas e empresas Públicas;

168. i) secretaria de Aposentados e Pensionistas;

169. j) secretaria de Movimentos so-ciais;

170. l) secretaria de Gênero, Raça, et-nias e Orientação sexual.

171. Parágrafo único - A Executiva da Diretoria Nacional será composta de 11 (onze) Secretários Titulares.

172. Art. 31o - À Executiva da Diretoria Na-cional da CONDSEF, compete:

173. I - Cumprir e fazer cumprir este Estatu-to, as deliberações, os regulamentos e as normas administrativas da CONDSEF, bem como das Plenárias e dos Congres-sos Nacionais;

174. II - Aplicar sanções determinadas pelas instâncias superiores;

175. III - Dar posse à Direção Nacional, ao Conselho Fiscal e Departamentos Setoriais eleitos para o mandato con-secutivo;

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176. IV - Convocar reuniões extraordinárias do Conselho de Entidades, Plenárias Na-cionais e Reuniões de Direção;

177. V - Constituir comissão de trabalho per-manente ou temporária, sobre quaisquer assuntos, dentro dos objetivos traçados para o plano de trabalho;

178. VI - Elaborar proposta de pauta dos Con-gressos, Plenárias, Reuniões, ou quais-quer eventos promovidos pela Entidade;

179. VII - Divulgar as Atas junto à Diretoria Executiva e Entidades filiadas;

180. VIII - Representar os trabalhadores da Administração direta, indireta, fundacio-nal e autárquica dos Poderes da União e das empresas públicas federais, regidos pelo RJU e pela CLT, inclusive aqueles provenientes de Convênios que têm o objetivo de implementar ações da admi-nistração e serviços públicos, perante os poderes públicos;

181. IX - Acompanhar as negociações e acor-dos das empresas públicas em conjunto com um Diretor da Pasta.

182. Art. 32o - A Diretoria Executiva da CONDSEF reunir-se-á:

183. I - Ordinariamente a cada mês;

184. II - Extraordinariamente, quando con-vocada pelo Secretário-Geral ou pela maioria de seus membros.

185. § 1o - A cada reunião ordinária será, pela Secretaria-Geral ou pela Executiva,

fixada a data e local da próxima reunião ordinária.

186. § 2o - As reuniões da Executiva ocorre-rão mensalmente, em caráter ordinário ou atendendo a convocação da Secre-taria-Geral, ou pela maioria dos seus membros, quando, então, terá o caráter extraordinário.

187. Art. 33o - Qualquer membro da Direto-ria ou a Diretoria Coletivamente poderá ser destituída no Congresso Nacional da CONDSEF, observado o disposto no pa-rágrafo único do Art. 13 deste Estatuto.

188. Parágrafo único - No caso de desti-tuição de mandato, o mesmo Congres-so que promoveu a destituição elegerá substituto para todos os cargos vagos, obedecendo aos critérios de eleição pre-vistos neste Estatuto.

Seção I

189. Das Atribuições

190. Art. 34o - À Secretaria Geral compete:

191. I - Garantir o exercício de direitos e cum-primento dos deveres, bem como zelar pela correta aplicação da sanção imposta às Entidades filiadas e aos dirigentes da CONDSEF;

192. II - Encaminhar as resoluções das ins-tâncias da CONDSEF, organizar as ati-vidades deliberadas e encaminhar sua execução;

193. III - Elaborar relatórios e análises so-

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bre o desenvolvimento das atividades da Direção;

194. IV - Encaminhar as resoluções das ins-tâncias para as secretarias, às quais com-pete os encaminhamentos, acompanha-mento e o seu desdobramento;

195. V - Assinar as Atas e outros documentos que dependam de sua assinatura ou que lhe forem designados pelas instâncias da CONDSEF; rubricar os livros contábeis e burocráticos;

196. VI - Elaborar o balanço anual de ação sindical, a ser submetido, pela Diretoria Executiva, às instâncias da Confederação;

197. VII - Coordenar a ação das instâncias e secretarias, integrando-as sob a linha definida;

198. VIII - Convocar e coordenar as reuniões de Direção;

199. IX - Convocar e participar das reuniões de qualquer instância da Confederação, salvo do Conselho Fiscal, se para tanto não for convocada;

200. X - Assinar cheques e outros títulos, jun-tamente com o Secretário de Finanças ou o Secretário de Administração;

201. XI - Ordenar despesas da Confederação no âmbito administrativo, jurídico, de pessoal, patrimonial e classista.

202. XII - Organizar a participação e o fun-cionamento dos Departamentos Seto-riais, assim como encaminhar todo e

qualquer assunto deles oriundos junto às demais Secretárias e instâncias da CONDSEF;

203. XIII - Cuidar da participação da Con-federação no movimento dos setores específicos;

204. XIV - Estimular e apoiar formas de or-ganização dos setores afins, na base das entidades filiadas, desde que em acordo com seus estatutos e o da CONDSEF;

205. XV - Estruturar, junto com as Entidades filiadas, ações e eventos que atendam aos interesses dos diversos setores;

206. XVI - Coordenar, em articulação com as Entidades filiadas, o levantamento do total de participantes de cada setor específico na base da CONDSEF identifi-cando, encaminhando e acompanhando as respectivas demandas;

207. Art. 35o - À Secretaria de Administra-ção compete:

208. I - Organizar a Administração da CON-DSEF;

209. II - Zelar pelo patrimônio e pelo funcio-namento da CONDSEF;

210. III - Ter sob seu comando e responsabi-lidade os setores de patrimônio, recursos humanos e informática da entidade;

211. IV - Correlacionar sua secretaria à de Finanças e juntamente com a mesma adotar procedimentos contábeis e de tesouraria estabelecidos pela mesma;

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212. V - Propor e coordenar a elaboração do balanço patrimonial a ser aprovado pela Direção e Conselho Deliberativo;

213. VI - Coordenar e controlar a utilização de prédios, veículos e outros bens e ins-talações da CONDSEF;

214. VII - Ordenar despesas, deliberadas pelas instâncias da Confederação, no âmbito administrativo, jurídico, de pessoal, pa-trimonial e classista;

215. VIII - Coordenar e executar a política de pessoal definida pela Diretoria Nacional sobre o funcionamento e organização da entidade;

216. IX - Apresentar para deliberação da Di-retoria Executiva as demissões e admis-sões de funcionários;

217. X - Apresentar relatórios à Diretoria Executiva sobre o funcionamento da ad-ministração e organização da entidade;

218. XI - Assinar cheques e outros títulos, juntamente com o Secretário Geral ou o de Finanças.

219. Art. 36o - À Secretaria de Finanças compete:

220. I - Zelar pelas finanças da CONDSEF;

221. II - Ter sob seu comando e responsabi-lidade os setores de tesouraria e conta-bilidade da CONDSEF;

222. III - Propor e coordenar a elaboração e a execução do plano orçamentário anual,

bem como as alterações a serem, aprova-das pela Diretoria Nacional da CONDSEF;

223. IV - Elaborar relatórios e análises sobre a situação financeira da CONDSEF;

224. V - Elaborar o balanço financeiro anual que será submetido à aprovação da Di-retoria Nacional e do Conselho Fiscal;

225. VI - Assinar com o Secretário Geral ou o Secretário de Administração os cheques e demais títulos de créditos;

226. VII - Ter, sob sua responsabilidade, a guarda e fiscalização de valores e nume-rários da CONDSEF; a guarda e fiscaliza-ção dos documentos, contratos e convê-nios atinentes a sua pasta; a adoção de providências necessárias para impedir a corrosão inflacionária e a deterioração financeira da CONDSEF; a arrecadação e o recebimento de numerário e de contri-buições de qualquer natureza, inclusive doações e legados;

227. VIII - Elaborar e apresentar para a Di-retoria Executiva e Nacional, bem como às suas filiadas, balancetes trimestrais da CONDSEF.

228. Art. 37o - À Secretaria de Política Sin-dical e Formação compete:

229. I - Implementar a política sindical em articulação com as entidades filiadas;

230. II - Proceder ao assessoramento à Di-retoria na discussão de linhas de traba-lho e desenvolver as áreas de atuação da Secretaria;

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231. III - Planejar, executar e avaliar as ati-vidades estruturadas de educação sindi-cal, como cursos, seminários, encontros;

232. IV - Ter um quadro atualizado de enti-dades filiadas à CONDSEF, observar as dificuldades das mesmas e auxiliá-las, no que concerne a sua área de atuação;

233. V - Preparar e acompanhar as negocia-ções e acordos coletivos firmados entre trabalhadores e empresas;

234. VI - Promover a política sindical em ar-ticulação com as entidades filiadas, bem como organizar e implementar plano de formação sindical em articulação com a Central Única dos Trabalhadores - CUT;

235. VII - Estabelecer relações e discussão com associações dos diversos setores da nossa categoria para aumentar nosso grau de organização e coesão;

236. VIII - Promover a reunião e o encontro de grupos e comissões setoriais para au-xiliar a construção dos departamentos e da organização da Confederação;

237. IX - Diligenciar pela sindicalização e participação das entidades;

238. X - Promover a troca de experiências entre as Entidades e a categoria repre-sentada;

239. XI - Estabelecer contato com as Entida-des de outras categorias e de movimento popular;

240. XII - Realizar estudos, análises e divul-

gar documentos e textos de interesse da categoria.

241. Art. 38o - À Secretaria de Imprensa compete:

242. I - Implementar a Secretaria de Impren-sa da Entidade;

243. II - Zelar pela busca e divulgação de in-formações entre sindicatos, categoria e o conjunto da sociedade;

244. III - Manter a publicação e a distribui-ção do jornal;

245. IV - Procurar a divulgação das ativida-des de sindicatos que integram sua base na imprensa diária.

246. Art. 39o - À Secretaria de Assuntos Internacionais compete:

247. I - Proceder ao assessoramento à Dire-toria na discussão de linha de trabalho a ser desenvolvido nas áreas de atuação sócio-cultural-política;

248. II - Estudar e propor à Direção a cria-ção de laços, relações, convênios, cursos, intercâmbios e filiações com entidades internacionais.

249. Art. 40o - À Secretaria de Assuntos Jurídicos, Parlamentares e de Classe compete:

250. I - Ter sob seu comando os setores a ela designados;

251. II - Defender e representar os interesses

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da Entidade perante os órgãos públicos, empresas públicas e em juízo, através de seu Secretário;

252. III - Coordenar a assessoria jurídica;

253. IV - Encaminhar as questões jurídicas;

254. V - Divulgar os assuntos jurídicos em comum acordo com a Secretaria de Im-prensa;

255. VI - Manter quadro atualizado de todas as ações impetradas por esta Entidade, das ações jurídicas de suas filiadas, bem como os contratos cole-tivos de trabalho;

256. VII - Coordenar as atividades de acom-panhamento de atos legislativos de in-teresse da categoria;

257. VIII - Coordenar as atividades de pres-são parlamentar, em conjunto com outras atividades de mobilização da categoria.

258. Art. 41o - À Secretaria de Políticas e Empresas Públicas compete:

259. I -Acompanhar as políticas públicas, analisando seus impactos sobre o serviço público e sobre as condições de vida, saú-de, trabalho e seguridade da categoria;

260. II - Coordenar a realização de diagnósti-cos e análises sobre os serviços públicos;

261. III - Promover o intercâmbio da socie-dade com os órgãos públicos;

262. IV - Garantir a articulação dos trabalha-

dores das empresas públicas, integrando--os nas atividades gerais da CONDSEF;

263. V - Participar e coordenar todas as ati-vidades inerentes ao relacionamento en-tre a CONDSEF e os trabalhadores das empresas públicas;

264. VI - Acompanhar e participar de ques-tões de valorização dos trabalhadores no serviço público, bem como a melhoria do serviço público oferecido pelo Estado;

265. VII - Promover a realização e divulgação de eventos, estudos e pesquisas sobre saúde do trabalhador, doenças ocupa-cionais, condições de trabalho, riscos relativos aos trabalhos efetuados pela categoria durante a jornada de trabalho;

266. VIII - Estabelecer intercâmbio com enti-dades sindicais, instituições acadêmicas e organismos especializados sobre segu-ridade e saúde do trabalhador, políticas públicas, políticas sociais;

267. IX - Estimular as entidades filiadas à Confederação para promoverem mape-amento de risco nos locais de trabalho e criarem comissões de saúde do traba-lhador;

268. X - Manter banco de dados sobre con-dições de trabalho, seguridade e saúde do trabalhador;

269. XI - Manter assinatura de publicações especializadas.

270. Art. 42o - À Secretaria de Assuntos de Aposentadoria e Pensão compete:

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271. I - Organizar a participação dos aposen-tados e pensionistas, assim como cuidar do encaminhamento dos assuntos de seu interesse, em conjunto com os demais membros da direção;

272. II - Cuidar da intervenção e participa-ção da CONDSEF no movimento dos aposentados e pensionistas;

273. III - Organizar e orientar as comissões dos aposentados e pensionistas;

274. IV - Articular e apoiar a criação de se-cretarias e/ou outras formas de organi-zação dos aposentados e pensionistas na base das entidades filiadas da CONDSEF;

275. V - Estruturar com as entidades filiadas, campanhas, seminários e fóruns que atendam aos interesses dos aposentados e pensionistas;

276. VI - Cadastrar as entidades nacionais e/ou internacionais que desenvolvam atividades de atendimento nas áreas sociais, culturais e econômica, poden-do estabelecer articulações e troca de informações;

277. VII - Articular com as entidades filiadas o levantamento do total de aposentados e pensionistas da base da CONDSEF, identificando as demandas;

278. VIII - Estimular a efetiva participação dos aposentados e pensionistas nas lutas da categoria a qual pertencem, destacan-do a seguridade social;

279. IX - Manter efetiva articulação com as

Secretarias de Políticas e Empresas Pú-blicas e Formação Sindical, bem como as demais que integram a estrutura da CONDSEF;

280. X - Promover e incentivar a realização de atividades que contribuam para a preparação da categoria rumo à apo-sentadoria.

281. Art. 43o - À Secretaria de Movimentos Sociais compete:

282. I - Coordenar a relação com as organi-zações e entidades dentro dos princípios definidos neste Estatuto e fóruns deli-berativos da Entidade;

283. II - Orientar e assistir a Diretoria Na-cional nos assuntos relacionados com os Movimentos Sociais;

284. III - Cuidar da inserção e participação da CONDSEF nos Movimentos Sociais;

285. IV - Realizar debates e atividades que promovam a formação política e cultural.

286. Art. 44o - À Secretaria de Gênero, Raça, Etnias e Orientação Sexual compete:

287. I - Organizar os coletivos de mulheres e negros já existentes e promover a cria-ção de outros coletivos de interesse da categoria;

288. II - Promover atividades inerentes a gênero, raça, etnias e orientação sexual (LGBT) que visem a formação política e cultural;

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289. III - Promover atividades de integração;

290. IV - Cuidar da inserção e participação em assuntos de interesse das mulheres, negros, etnias, orientação sexual (LGBT) e outros;

291. V - Organizar e orientar a participa-ção da CONDSEF em atividades que promovam a igualdade de oportuni-dades no serviço público, envolvendo aspectos de gênero, raça, geração e orientação sexual;

292. VI - Organizar e orientar a participação da CONDSEF em atividades com outras entidades.

CaPÍtULo v293. DO CONseLHO FIsCAL

294. Art. 45o - O Conselho Fiscal da COND-SEF será constituído por 3 (três) titulares e 3 (três) suplentes eleitos no Congresso Nacional da Confederação e cuja fun-ção será analisar as contas e balancetes encaminhados pela Tesouraria emitin-do parecer a ser aprovado na Plenária seguinte. Os integrantes do Conselho Fiscal não poderão ser membros efeti-vos ou suplentes da Diretoria Nacional da Confederação.

295. Parágrafo único - Os Candidatos ao Conselho Fiscal deverão concorrer em chapas distintas dos candidatos que participam das eleições para Diretoria Nacional.

296. Art. 46o - Constituem atribuições e direitos dos conselheiros fiscais, dentre

outros interesses ao exercício de suas atividades:

297. I - Ter acesso a todas as informações possíveis de que necessite para o desem-penho de suas funções;

298. II - Ter, a seu dispor, todos os documen-tos possíveis e necessários para o desem-penho de suas funções;

299. III - Ter garantido o direito e a obrigação de reunir-se com os dirigentes responsá-veis por assuntos financeiros e patrimo-niais e seus respectivos assessores;

300. IV - Formular pareceres sobre prestações de contas e previsões orçamentárias da respectiva instância organizativa (Secre-taria de Finanças);

301. V - O Conselho Fiscal reunir-se-á ordi-nariamente de 6 (seis) em 6 (seis) meses e, extraordinariamente, sempre que se fizer necessário desde que sejam segui-das as normas estatutárias;

302. VI - Analisar as contas e balancetes en-caminhados pela Tesouraria e aprová--los ou não.

303. Parágrafo único - Em caso de não aprovação das contas ou balancetes por parte do Conselho Fiscal, o mesmo expe-dirá parecer fundamentado apontando as irregularidades encontradas ou, ain-da, solicitará à Secretaria de Finanças que esclareça as dúvidas e/ou apresente os documentos que julgar necessários, quando então procederá nova análise, com emissão de novo Parecer.

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CaPÍtULo vi

304. DOs DePARTAMeNTOs

305. Art. 47o - Os Departamentos da CON-DSEF deverão organizar os setores e tra-balhadores públicos federais de órgãos afins, sendo composta a sua coordena-ção por 05 (cinco) membros titulares e 03 (três) suplentes.

306. § 1o - Os Departamentos são instâncias organizativas da Confederação, devendo suas decisões ser submetidas à Diretoria Executiva, cabendo recurso às instâncias superiores.

307. § 2o - Os Departamentos terão Regi-mento próprio não podendo o mesmo se contrapor ao presente Estatuto.

308. § 3o - A Direção Executiva da CON-DSEF, em sua reunião, designará 01 (um) Diretor para acompanhar, junto à Coordenação, as demandas de cada Departamento.

309. § 4o - O mandato dos membros dos De-partamentos será de 03 (três) anos, com inicio e término coincidente com o man-dato da Direção Nacional da CONDSEF.

310. § 5o - O suplente só assumirá a vaga em caso de vacância ou afastamento do titular.

311. § 6o - O Encontro dos Departamentos realizar-se-á ordinariamente uma vez por ano e extraordinariamente quando convocado pela Executiva da Diretoria Nacional da CONDSEF.

312. § 7o - O Encontro é constituído por to-dos os coordenadores efetivos e suplen-tes do departamento e pelos delegados de base eleitos em assembleias das En-tidades filiadas.

313. § 8o - Os delegados serão eleitos em assembleias gerais e/ou setoriais obe-decendo os seguintes critérios:

314. a) 01 (um) delegado para cada 100 (cem) sindicalizados na base das entidades filiadas, ou fração aci-ma de 50 (cinquenta);

315. b) Para o credenciamento dos de-legados ao encontro Nacional é obrigatória a apresentação da Ata da Assembléia que os elegeu, a lis-ta dos trabalhadores presentes à Assembleia de eleição e cópia do documento que a convocou;

316. c) Os delegados poderão ser eleitos em assembleias gerais e/ou seto-riais, da categoria representada. O quorum mínimo para eleição de delegados é de 10 (dez) presentes na assembleia.

317. § 9o - As Entidades filiadas deverão ele-ger 01 (um) representante estadual até 60 (sessenta) dias após a realização do Congresso Nacional da CONDSEF.

tÍtULo iv318. DO PATRIMÔNIO

319. Art. 48o - O Patrimônio da CONDSEF é constituído de:

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320. I - Bens imóveis;

321. II - Móveis e utensílios;

322. III - Doações e legados recebidos com especificação para o patrimônio.

323. Art. 49o - A aquisição, alienação ou doação de bens imóveis, títulos e valo-res mobiliários, classificados como in-vestimentos de caráter permanente da CONDSEF, obedecerá ao disposto no Regimento Interno a ser aprovado pela Plenária Nacional.

tÍtULo v324. DA ReCeITA e DA DesPesA

325. Art. 50o - A receita da CONDSEF é clas-sificada em ordinária e extraordinária.

326. § 1o - Constituem a Receita ordinária:

327. I - O produto das contribuições finan-ceiras das Entidades filiadas;

328. II - Os juros provenientes de depósitos bancários realizados pela CONDSEF, bem como títulos incorporados ao patrimônio;

329. III - Os recursos oriundos da renda dos imóveis de propriedade da CONDSEF;

330. IV - A taxa assistencial aprovada por ocasião dos acordos coletivos da categoria;

331. V - Doações feitas à CONDSEF.

332. § 2o - Constituem a receita extraor-dinária:

333. I - As subvenções;

334. II - As receitas eventuais.

tÍtULo vi335. DO PROCessO eLeITORAL

CaPÍtULo i336. DAs eLeIÇÕes

337. Art. 51o - As eleições para renovação da Diretoria da CONDSEF serão realizadas trienalmente por ocasião do Congresso.

338. Parágrafo único - Os membros do Con-selho Fiscal serão eleitos juntamente com a Diretoria Nacional, em chapas distintas.

339. Art. 52o - O membro do Conselho De-liberativo e seu suplente, serão eleitos entre os membros das Entidades filia-das, conforme regimento interno, sendo que o término de seu mandato na Con-federação coincidirá com o término do mandato da Direção da Entidade filiada a qual pertence.

340. Art. 53o - As eleições de todos os diri-gentes da CONDSEF cumprirão rigoro-samente os seguintes critérios:

341. I - Cada chapa apresentará à mesa, por escrito, os nomes dos componentes da respectiva chapa, contendo, no mínimo, cinquenta por cento do número total de membros exigidos para compor a direção das diversas instâncias;

342. II - Só serão aceitos os nomes de de-

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legados inscritos para o respectivo Congresso;

343. III - Não poderá ocorrer repetição de nomes nas diversas chapas apresentadas;

344. IV - Quando houver repetição de nome, cabe ao indicado, e só a ele, optar pela inscrição em uma única chapa;

345. V - Quando houver duas chapas con-correntes e o número de votos de cada uma for rigorosamente igual ao da outra, configurando um empate, proceder-se-á, imediatamente, à nova votação e, caso persista o empate, a decisão será feita por sorteio. Havendo mais de duas cha-pas em disputa e ocorrendo o empate, proceder-se-á, imediatamente, à decisão por sorteio.

346. Art. 54o - A Direção, sua Executiva e o Conselho Fiscal da CONDSEF, assim como os departamentos, serão constitu-ídos, proporcionalmente ao número de votos obtidos por cada chapa no respec-tivo congresso, seguindo rigorosamente os seguintes critérios:

347. I - Para as eleições, será aplicada a pro-porcionalidade direta e qualificada;

348. II - Os cargos para a Direção Executiva, Direção Nacional, Suplentes da Direção Nacional, Conselho Fiscal, Suplentes do Conselho Fiscal, Departamentos Seto-riais e Suplentes dos Departamentos Setoriais serão distribuídos proporcio-nalmente ao número de votos obtidos, observando-se os critérios do inciso I deste Artigo;

349. III - As chapas escolherão os cargos a que têm direito na Direção Executiva, na Direção Nacional, na ordem da suplên-cia, assim como no Conselho Fiscal e nos Departamentos Setoriais, inclusive em sua ordem de suplência, de forma a as-segurar a proporcionalidade qualificada;

350. a) A chapa mais votada poderá ini-ciar a escolha e o preenchimento dos cargos a que tem direito, sen-do que, para cada indicação, será subtraído do seu percentual obti-do na eleição o percentual corres-pondente a um cargo. Continuará indicando até que o seu percentual fique menor do que a 2ª (segunda) colocada, e assim sucessivamente;

351. b) A segunda mais votada poderá, igualmente, escolher e preencher os cargos, e assim sucessivamente.

352. IV - As chapas poderão preencher os cargos, conforme inciso anterior deste artigo, com os nomes indicados pela cha-pa, independente da ordem de inscrição das mesmas.

CaPÍtULo ii353. DA CONVOCAÇÃO DAs eLeIÇÕes

354. Art. 55o - As eleições serão convocadas no Edital de Convocação do Congresso Ordinário, conforme artigo 12, inciso V, do presente Estatuto.

CaPÍtULo iii355. DA COMIssÃO ORGANIZADORA

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356. Art. 56o - Na abertura do Congresso será eleita uma Comissão Organizadora da Eleição, composta por cinco membros, que terá como finalidade fazer cumprir o Estatuto e dirigir a mesa que conduzirá o processo eleitoral.

357. Art. 57o - O prazo para entrega de chapas e de outras informações que se julgarem necessárias deverão constar do Regimento Interno do Congresso, que será aprovado no início do mesmo.

CaPÍtULo iv358. DOs CANDIDATOs

359. Art. 58o - Todos os delegados eleitos na sua base podem participar do Congresso Nacional da CONDSEF.

360. Parágrafo único - Todos os traba-lhadores públicos federais da Adminis-tração direta, indireta ou fundacional e autárquica dos poderes da União e das empresas públicas federais, independente de suas convicções políticas, partidárias ou religiosas, e que sejam sindicalizados a sua Entidade de Classe e esta seja filia-da à CONDSEF, poderão candidatar-se a cargo eletivo na Confederação.

tÍtULo vii361. DIsPOsIÇÕes GeRAIs e TRAN-

sITÓRIAs

362. Art. 59o - Os membros da Diretoria da CONDSEF, que representarem a entidade em transações que envolvam responsabilidades primárias, não são

individualmente responsáveis pelos compromissos assumidos em razão de suas funções.

363. Art. 60o - Os membros da Diretoria não recebem remuneração pelas ativi-dades que desempenham na CONDSEF.

364. Parágrafo único - Os dirigentes libe-rados para mandato classista, nos ter-mos da Lei nº 8.112, de 1990, receberão o ressarcimento dos seus salários pela CONDSEF.

365. Art. 61o - A CONDSEF poderá ser vo-luntariamente dissolvida em Congres-so Nacional especialmente convocado para este fim, de acordo com o disposto no Parágrafo único, do Art. 13 deste Estatuto.

366. Parágrafo único - No caso de disso-lução prevista neste artigo, os bens da CONDSEF, pagas as dívidas existentes, serão distribuídos às Entidades filiadas, na proporção do número de seus asso-ciados.

367. Art. 62o - As Entidades filiadas e seus associados não respondem subsidiaria-mente pelas obrigações da CONDSEF.

368. Art. 63o - Em caso de vacância de toda a Diretoria, a Plenária Nacional convo-cará, num prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data da vacância, um Congresso Nacional Extraordinário para eleição de uma nova Diretoria provisória que completará o mandato.

369. Parágrafo único - Em caso de vacância

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de Diretores, a pedido, a Direção Plena da CONDSEF indicará o seu substituto.

370. Art. 64o - A CONDSEF, em consonân-cia com os princípios defendidos neste Estatuto, filiar-se-á à Central Única dos Trabalhadores - CUT, assumindo os prin-cípios, programa e estatuto da referida Central e à Internacional dos Serviços Públicos - ISP.

371. Art. 65o - As Entidades filiadas con-tribuirão para a CONDSEF da seguinte forma:

372. I - Com 8,5% (oito vírgula cinco por cen-to) da receita bruta da sua consignação mensal;

373. II - Com o rateio solidário, desde que discutido politicamente no Conselho De-liberativo de Entidades o respectivo valor e as atividades que poderão ser Congres-so, marchas e atos nacionais, encontros setoriais, plantão dos departamentos, audiências em Brasília que envolvam representações estaduais, subseção do DIEESE, anistiados, demitidos e pdvistas;

374. III - com a taxa confederativa oriunda do repasse das consignações feitas à CUT, pelas Entidades filiadas à CONDSEF.

375. Parágrafo único - Para fins de compro-vação e quitação do inciso I deste artigo, as Entidades que efetuarem contribuição de forma indireta será descontada do percentual previsto, desde que devida-mente comprovado o repasse.

376. Art. 66o - O presente Estatuto entrará

em vigor imediatamente após registro em cartório, revogando-se as disposições em contrário.

377. VII Plenária Nacional estatutária da CONDseF

378. Caldas Novas/GO 12, 13, 14 e 15 de abril de 2012.

Josemilton Maurício da Costa

Secretário Geral da CONDSEF

Valmir Floriano Vieira de Andrade

OAB/DF 26.778

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