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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA LISIANE LANGE DA SILVA ENVELHECIMENTO ACELERADO COMPARATIVO DE PAPÉIS KRAFT NEUTRO E TERMOESTABILIZADO EM ÓLEO MINERAL E ÉSTER NATURAL ISOLANTES CURITIBA 2013

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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA

MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA

LISIANE LANGE DA SILVA

ENVELHECIMENTO ACELERADO COMPARATIVO DE PAPÉIS KRAFT NEUTRO

E TERMOESTABILIZADO EM ÓLEO MINERAL E ÉSTER NATURAL ISOLANTES

CURITIBA

2013

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LISIANE LANGE DA SILVA

ENVELHECIMENTO ACELERADO COMPARATIVO DE PAPÉIS KRAFT NEUTRO

E TERMOESTABILIZADO EM ÓLEO MINERAL E ÉSTER NATURAL ISOLANTES

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia, Sistemas Energéticos Convencionais, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, em parceria com o Instituto de Engenharia do Paraná, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia. Orientador: Profa. Dra. Helena Maria Wilhelm

CURITIBA

2013

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TERMO DE APROVAÇÃO

LISIANE LANGE DA SILVA

ENVELHECIMENTO ACELERADO COMPARATIVO DE PAPÉIS

KRAFT NEUTRO E TERMOESTABILIZADO EM ÓLEO MINERAL

E ÉSTER NATURAL ISOLANTES

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito para obtenção de

grau de Mestre, no Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento de Tecnologia (PRODETEC), realização do Instituto de

Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC), em parceria com o Instituto de

Engenharia do Paraná (IEC), pela seguinte banca examinadora:

ORIENTADORA: Profa. Dra. Helena Maria Wilhelm

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia

(PRODETEC)

Prof. Dr. Vitoldo Swinka Filho

Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC)

Profa. Dra. Célia Regina Cavichiolo Franco

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Curitiba, 19 de dezembro de 2013.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, à Mãe do Perpétuo Socorro e à Mãe, Rainha e

Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, por terem colocado pessoas tão

especiais ao meu lado, sem as quais certamente não teria chegado até aqui.

Pessoas estas, que contribuíram para minha formação pessoal, agregando-me os

verdadeiros valores para a caminhada profissional, meu eterno respeito e

admiração.

Aos meus pais, especialmente à minha mãe, Eli, que me ensinou as virtudes

do ser humano: humildade, comprometimento, amor e, acima de tudo, a ter fé

sempre! Ao meu pai, Valdelirio, que mesmo com a distância existente, contribuiu

para que eu alcançasse essa vitória.

Às minhas irmãs e amigas Viviane e Josiane, pela paciência e compreensão

em muitos momentos da minha ausência, sempre me incentivando e encorajando

com serenidade, sapiência e muito amor.

À minha amada sobrinha e afilhada Laura, que me proporciou a energia

necessária com um simples sorriso ou com uma pequena frase “dindinha eu te

amo”!

Ao meu cunhado e irmão, Manacesar, pelas palavras sábias em todos os

momentos da minha vida.

À professora Dra. Helena Maria Wilhelm, minha orientadora, por acreditar

que eu era capaz e pela sabedoria que me proporcionou. Mesmo chegando sem me

conhecer direito, ela abriu as portas, como uma mãe que abre os braços para

receber um filho. Agradeço a disponibilidade, as críticas e a oportunidade de ter

trabalhado com esse tema. Agradeço a amizade construída ao longo dessa etapa e

a confiança e orgulho-me em dizer que um dia fui sua orientanda.

À minha querida amiga Vera Lucia Pereira dos Santos e meu querido amigo

Paulo Roberto Pereira dos Santos, pela paciência e ombro amigo em que muitas

vezes as lágrimas tomavam conta e que carinhosamente ajudavam-me a secá-las.

Verinha e Paulinho, minha “mãezona” e meu “paizão”, minha eterna gratidão.

Ao meu querido e eterno amigo Mauro Silveira, pelo apoio incondicional na

execução dos gráficos, das tabelas e todos os quesitos que dizem respeito a

programas complexos da informática. Obrigada pela disponibilidade, pelo

companheirismo e também por acreditar em mim.

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Às minhas grandes amigas Izabelle Rodrigues e Ivana Garcia, as quais fui

agraciada em conhecê-las no nosso local de trabalho. Vocês viveram comigo esse

trabalho! Obrigada pelo conforto e carinho em todos os dias, e principalmente por

serem minhas amigas verdadeiras.

Ao professor Rodrigo Berté, meu gestor e amigo. Obrigada pela

compreensão e pelo incentivo na execução desse trabalho.

À professora Célia Regina Cavichiolo Franco e à sua família, minha eterna

gratidão! Agradeço a paciência em ensinar-me a microscopia eletrônica nos feriados

e finais de semana, abdicando de suas tarefas. Ela me fez crescer muito

intelectualmente e mostrou-me um estudo ainda desconhecido de minha parte.

Aos meus queridos amigos João Luiz Coelho Ribas, Lucia Ribas e Melissa

Ribas, obrigada pelo incentivo e “dicas” em todos os momentos de execução desse

trabalho.

Às minhas amigas Adriana Christoff, Jeanine Marie Nardim, Lisangela de

Oliveira e Maria Regina Tizzot, obrigada por sempre estarem ao meu lado.

Ao meu amigo Ricardo Wagner, pelo apoio na busca dos artigos e o

incentivo em cada momento.

À amiga Sonia Ganho, pelas energias transmitidas por meio da acupuntura e

pelas palavras doces sempre.

Ao professor Juarez Gabardo, do Departamento de Genética da UFPR, que

me ensinou quão importante é a estatística e, mais que isso, me mostrou a

verdadeira essência de ser professor.

Agradeço a ELEKTRO pelo apoio financeiro a partir de recursos destinados

à execução do projeto de P&D “Avaliação da depleção do aditivo antioxidante no

OVI, como ferramenta de manutenção preditiva em equipamentos elétricos e

avaliação da migração da umidade no sistema papel kraft/OVI” (Código ANEEL:

PD-0385-0009/2010), do qual essa dissertação é um dos produtos de pesquisa.

Ao laboratório Diagno e a todos os colaboradores: Dieli, Fátima, Carlos,

Alice, Natália, Leandro e Neffer, obrigada pelo apoio e colaboração na execução dos

experimentos, disponibilidade, alegria e sorriso nos momentos em que estive com

vocês.

Ao Centro de Microscopia Eletrônica da UFPR, pelo acesso à utilização dos

equipamentos e, em especial, ao Deonir e Vera Regina, pela colaboração e boa

vontade.

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Ao Departamento de Química, laboratório de Infravermelho, Grazielli, Tiago

e professora Iara, pelo acesso à utilização dos equipamentos e colaboração.

Ao Departamento de Tecnologia em Materiais (DPTM) do Lactec, pelos

ensaios realizados, em especial a Camila e ao Bruno.

Ao Alexandre Aoki e Ricardo Salton, pela colaboração ao longo do Programa

de Mestrado.

A toda turma do Prodetec 5, que sabe quão árduo foi chegar até aqui.

Agradeço, em especial, a Katia e ao Marcos, pela amizade construída e confiança

adquirida.

Isaac Newton disse: “se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros

de gigantes”. Ninguém vence sozinho... Obrigada a todos!

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“Tu te tornas eternamente responsável

por aquilo que cativas.”

(SAINT-EXUPÉRY, Antoine de)

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RESUMO

Há mais de uma década os ésteres naturais, obtidos a partir de óleos vegetais extraídos de sementes, vêm sendo usados como alternativa aos óleos minerais em transformadores. Os ésteres naturais isolantes (ENIs) entraram no mercado nacional principalmente pela ausência de enxofre corrosivo na sua composição química, rápida biodegradabilidade e por possuírem maior resistência ao incêndio, devido seu alto ponto de combustão. Por apresentar propriedades favoráveis em relação ao óleo isolante de base mineral, faz-se necessário conhecer as interações do éster natural isolante (ENI) com a isolação sólida, o papel isolante, que é o principal componente do transformador. Além disso, torna-se importante determinar valores limites para parâmetros indicadores do estado de envelhecimento do sistema isolante para as práticas de manutenção preventiva e preditiva de transformadores isolados com esse tipo de fluido. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar a interação do éster natural isolante (ENI) com papel kraft neutro e termoestabilizado, a partir de ensaios de envelhecimento acelerado em laboratório, realizados a 100 °C, por 13 meses. Para caracterização das isolações sólidas envelhecidas nos diferentes óleos isolantes, ENI e óleo mineral isolante (OMI), utilizou-se a microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foram realizados ainda nos papéis novos e envelhecidos ensaios de determinação do grau de polimerização (GP), de resistência à tração e análises por espectroscopia na região do infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR). Os resultados obtidos mostraram que transformadores isolados com ENI e papel kraft termoestabilizado devem apresentar maior vida útil em comparação ao sistema OMI e papel kraft termoestabilizado, em condições operacionais semelhantes e em comparação ao sistema composto por papel kraft neutro.

Palavras-chave: Éster Natural Isolante. Óleo vegetal isolante. Papel isolante. Envelhecimento Acelerado. Transformador. Celulose.

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ABSTRACT

For more than ten years the natural esters derived from vegetable oils extracted from oil seeds have been used as a feasible alternative to mineral oils in electrical power transformers. The natural insulating esters appeared commercially in the domestic marketplace mainly due to absence of corrosive sulfur in their chemical composition, rapid biodegradability and by greater resistance to fire, due to its fire point. Because of its valuable properties compared to insulate based on mineral oils (MIO), is important to investigate the interactions of natural ester insulating (NEI) with solid insulation mainly formed by insulating kraft paper, the main component of power transformers. Furthermore, it is important to determine parameters that can indicate the lifetime of insulation system to development practices of preventive and predictive maintenance for power electricity transformers insulated with this type of fluid. The main objective of this study was to evaluate the interaction of NEI with paper Kraft neutral and thermally upgraded Kraft paper from accelerated aging tests in the laboratory at 100 °C during 13 months. To depict the solid degradation in different aged insulating oils (NEI and MIO) was used scanning electron microscopy (SEM). Were also performed polymerization degree analyses (DP), tensile strength measurents and analysis by infrared spectroscopy with Fourier transform (FTIR) on aged and new papers. The results shown that electrical power transformers using NEI as liquid insulation and thermally upgraded kraft paper shall have longer lifetime in comparison with MIO and under similar operating conditions.

Key-words: Ester Natural Insulatoing. Vegetable insulating oil. Accelerated Ageing.

Transformer. Insulating paper. Cellulose.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – FORMAÇÃO DE TRIACILGLICEROL, NO QUAL R1, R2 E R3

SÃO AS CADEIAS HIDROCARBÔNICAS 1, 2 E 3,

RESPECTIVAMENTE ............................................................... 24

FIGURA 2 – REAÇÃO DE HIDRÓLISE DE TRIACILGLICEROL R1, R2 E R3:

CADEIAS HIDROCARBÔNICAS 1, 2 E 3, RESPECTIVAMENTE

................................................................................................... 28

FIGURA 3 – CONSTITUINTES DE TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA

IMERSO .................................................................................... 30

TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS DOS ENI’s NOVOS ................................. 33

FIGURA 4 – TRANSFORMADOR DE 88 kVA DE ÉSTER NATURAL EM

PRODUÇÃO NO BRASIL: VISTA EXTERNA (A) E INTERNA (B)

................................................................................................... 34

TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DO BIVOLT® A ....................................... 35

FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA ESTRUTURA

QUÍMICA DA CELULOSE ......................................................... 37

FIGURA 6 – DETALHE DO NÚCLEO DE UM TRANSFORMADOR DE

POTÊNCIA ................................................................................ 40

TABELA 3 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA DOS ENI’S EM USO EM

TRANSFORMADORES ............................................................. 44

FIGURA 7 – TAXA DE ENVELHECIMENTO RELATIVO DE PAPEL

TERMOESTABILIZADO EM OMI E EM A ÁREA SOMBREADA

REPRESENTA A CAPACIDADE TÉRMICA ADICIONAL DO

SISTEMA CONTENDO ENI ...................................................... 49

FIGURA 8 – ENSAIOS DE ENVELHECIMENTO ACELERADO EM

LABORATÓRIO A 100 ºC POR UM PERÍODO DE

13 MESES ................................................................................. 53

FIGURA 9 – AMOSTRAS DE PAPEL ENVELHECIDO, APÓS A REMOÇÃO

DO ÓLEO RESIDUAL POR MEIO DE EXTRAÇÃO: PAPEL

KRAFT NEUTRO ENVELHECIDO EM (A) OMI E (B) BIOVOLT

A®; PAPEL KRAFT TERMOESTABILIZADO ENVELHECIDO

EM (C) OMI E EM (D) BIOVOLT A® ......................................... 53

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FIGURA 10 – EQUIPAMENTO PARA EXTRAÇÃO DO ÓLEO RESIDUAL DAS

AMOSTRAS DE PAPEL ............................................................ 54

FIGURA 11 – EQUIPAMENTO PARA METALIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE

PAPEL (A) E SUPORTE COM AS AMOSTRAS METALIZADAS

PARA ANÁLISE DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE

VARREDURA MODELO JEOL JSM6360LV ............................. 55

FIGURA 12 – EQUIPAMENTO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE

VARREDURA MODELO JEOL JSM6360LV ............................. 56

FIGURA 13 – EQUIPAMENTO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE

VARREDURA MODELO TESCAN VEGA3 ............................... 56

FIGURA 14 – SUPORTE COM AS AMOSTRAS METALIZADAS PARA

ANALISE DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

MODELO TESCAN VEGA3 ....................................................... 57

FIGURA 15 – EQUIPAMENTO PARA DETERMINAÇÃO DO GRAU DE

POLIMERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE PAPEL ..................... 57

FIGURA 16 – EQUIPAMENTO DE ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL NA

REGIÃO DO INFRAVERMELHO COM TRANSFORMADA DE

FOURIER (FTIR) ....................................................................... 58

FIGURA 17 – EQUIPAMENTO DE ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL NA

REGIÃO DO INFRAVERMELHO COM TRANSFORMADA DE

FOURIER (FTIR) SUPORTE PARA AMOSTRA ........................ 58

FIGURA 18 – EQUIPAMENTO DE TRAÇÃO MECÂNICA .............................. 59

FIGURA 19 – MENSURAÇÕES DAS FIBRAS LARGAS E FINAS DA

CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE E ENVELHECIDO NA

PRESENÇA DE OMI E ENI POR 7 MESES. ............................. 62

FIGURA 20 – MENSURAÇÕES DAS FIBRAS INTERMEDIÁRIAS DA

CELILOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE E ENVELHECIDO NA

PRESENÇA DE OMI E ENI POR 7 MESES. ............................. 63

FIGURA 21 – ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MEV DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO NOVO (CONTROLE, CTR) E

ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 7 MESES: PAPEL

CONTROLE (1A, 1B E 1C), PAPEL ENVELHECIDO EM ENI

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(2A, 2B E 2C), PAPEL ENVELHECIDO EM OMI (3A, 3B E 3C),

ANALISADAS NO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE

VARREDURA JEOL; E DO PAPEL CONTROLE E DOS PAPEIS

ENVELHECIDOS EM ENI E OMI (4A, 4B E 4C) ANALISADAS

NO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA TESCAN

................................................................................................... 65

FIGURA 22 – MENSURAÇÕES DA ESPESSURA DAS FIBRAS DA

CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE E ENVELHECIDO NA

PRESENÇA DE OMI E ENI POR POR 7 MESES. .................... 67

FIGURA 23 – ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MEV DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO NOVO (CONTROLE, CTR) E

ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 7 MESES. AS IMAGENS

A, B E C REPRESENTAM A ESPESSURA DO PAPEL

CONTROLE TRATADAS COM ENI E OMI NO MICROSCÓPIO

ELETRÔNICO DE VARREDURA TESCAN .............................. 67

FIGURA 24 – MENSURAÇÕES DAS FIBRAS LARGAS, INTERMEDIÁRIAS E

FINAS DA CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT NEUTRO

CONTROLE E ENVELHECIDO NA PRESENÇA DE OMI E ENI

POR 7 MESES. ......................................................................... 69

FIGURA 25 – ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MEV DO PAPEL KRAFT

NEUTRO NOVO (CONTROLE, CTR) E ENVELHECIDO EM ENI

E OMI POR 7 MESES: PAPEL CONTROLE (1A, 1B E 1C),

PAPEL ENVELHECIDO EM ENI (2A, 2B E 2C), PAPEL

ENVELHECIDO EM OMI (3A, 3B E 3C), ANALISADAS NO

MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA JEOL; E DO

PAPEL CONTROLE E DOS PAPEIS ENVELHECIDOS EM ENI

E OMI (4A, 4B E 4C) ANALISADAS NO MICROSCÓPIO

ELETRÔNICO DE VARREDURA TESCAN .............................. 71

FIGURA 26 – MENSURAÇÕES DA ESPESSURA DAS FIBRAS DA

CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT NEUTRO

CONTROLE E ENVELHECIDO NA PRESENÇA DE OMI E ENI

POR 7 MESES. ......................................................................... 73

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FIGURA 27 – ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MEV DO PAPEL KRAFT

NEUTRO NOVO (CONTROLE, CTR) E ENVELHECIDO EM ENI

E OMI POR 7 MESES. AS IMAGENS A, B E C REPRESENTAM

A ESPESSURA DO PAPEL CONTROLE TRATADAS COM ENI

E OMI NO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA

TESCAN .................................................................................... 73

FIGURA 28 – MENSURAÇÕES DAS FIBRAS LARGAS, INTERMEDIÁRIAS E

FINAS DA CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO CONTROLE E

ENVELHECIDO NA PRESENÇA DE OMI E ENI POR 10

MESES. ..................................................................................... 75

FIGURA 29 – MENSURAÇÕES DAS FIBRAS LARGAS, INTERMEDIÁRIAS E

FINAS DA CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO CONTROLE E

ENVELHECIDO NA PRESENÇA DE OMI E ENI POR 13

MESES. ..................................................................................... 77

FIGURA 30 – ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MEV DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO NOVO (CONTROLE, CTR)

E ENVELHECIDOS EM ENI E OMI POR 10 E 13 MESES:

PAPEL CONTROLE (1A, 1B E 1C), PAPEL ENVELHECIDO EM

ENI (2A, 2B E 2C), PAPEL ENVELHECIDO EM OMI (3A, 3B E

3C), ANALISADAS NO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE

VARREDURA JEOL; E DO PAPEL CONTROLE E DOS PAPEIS

ENVELHECIDOS EM ENI E OMI (4A, 4B E 4C) ANALISADAS

NO MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA

TESCAN .................................................................................... 78

FIGURA 31 – MENSURAÇÃO DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE, EM MEV, DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO CONTROLE E

ENVELHECIDO NA PRESENÇA DE OMI E ENI POR 10 E 13

MESES ...................................................................................... 80

FIGURA 32 – ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MEV DO PAPEL

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO NOVO (CONTROLE, CTR)

E ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 10 E 13 MESES .......... 81

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FIGURA 33 – VARIAÇÃO DO GP DO PAPEL KRAFT TERMOESTABILIZADO

E NEUTRO DURANTE O ENVELHECIMENTO A 100 °C NA

PRESENÇA DE OMI E ENI ....................................................... 85

FIGURA 34 – ESPECTROS DE INFRAVERMELHO PARA O PAPEL KRAFT

NEUTRO ENVELHECIDO EM ÓLEO MINERAL (MK) E ÉSTER

NATURAL (EK) APÓS 175 DIAS DE ENVELHECIMENTO A 110

° C. FONTE: EURO.TRANS. ELÉTRICA. ENERGIA 2010;

20:518-533 ................................................................................ 87

FIGURA 35 – ESPECTROS DE FTIR DOS PAPÉIS KRAFT NEUTRO E

TERMOESTABILIZADOS NOVOS, DESTACANDO-SE AS

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ESPECTRAIS ENTRE OS DOIS

TIPOS DE PAPÉIS .................................................................... 88

TABELA 4 – ATRIBUIÇÕES NAS REGIÕES DE INFRAVERMELHO PARA

AS FIBRAS CELULÓSICAS ...................................................... 89

FIGURA 36 – ESPECTROS DE FTIR DOS PAPÉIS KRAFT

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO NOVOS E

ENVELHECIDOS EM OMI E ENI, A 100 0C POR 7, 10 E 13

MESES ...................................................................................... 90

FIGURA 37 – ESPECTROS DE FTIR DOS PAPÉIS KRAFT NEUTRO E

TERMOESTABILIZADO NOVOS E ENVELHECIDOS EM OMI E

ENI A 100 0C POR 7, 10 E 13 MESES ..................................... 92

TABELA 5 – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA

À TRAÇÃO PARA OS PAPÉIS NOVOS E ENVELHECIDOS ... 93

FIGURA 38 – DEFORMAÇÃO NA TENSÃO MÁXIMA DAS AMOSTRAS DE

PAPÉIS KRAFT NEUTRO E TERMOESTABILIZADO NOVOS E

ENVELHECIDOS EM OMI E ENI A 100 0C POR 7, 10 E 13

MESES ...................................................................................... 94

TABELA 6 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA

MECÂNICA À TRAÇÃO PARA OS PAPÉIS NOVOS E

ENVELHECIDOS ....................................................................... 95

TABELA 6.1 – MÉDIAS E MEDIDAS A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA

DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO

PARA OS PAPÉIS NOVOS E ENVELHECIDOS....................... 95

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TABELA 7 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA

MECÂNICA À TRAÇÃO COMPARANDO OS ÓLEOS

ISOLANTES............................................................................... 96

TABELA 7.1 – MÉDIAS E MEDIDAS A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA

DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO

COMPARANDO OS ÓLEOS ISOLANTES ................................ 96

TABELA 8 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA

MECÂNICA À TRAÇÃO COMPARANDO OS TEMPOS DE

TRATAMENTO .......................................................................... 96

TABELA 8.1 – MÉDIAS E MEDIDAS A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA

DOS ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO

COMPARANDO OS TEMPOS DE TRATAMENTO ................... 94

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANP – Agência Nacional de Petróleo

ASTM – American Society for Testing and Materials

cSt – Centi Stokes

ENI – Ester Natural Isolante

ENI’s – Ésteres Naturais Isolantes

FTIR – Espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada

de Fourier

GP – Grau de polimerização

IEC – International Electrotechnical Commission

IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers

NBR – Norma Brasileira

MEV – Microscopia eletrônica de varredura

OMI – Óleo Mineral Isolante

OMI’s – Óleos Minerais Isolantes

2-FAL – 2-furfuraldeído

C – Carbono

g – Grama

μm – Micrograma

mg – Miligrama

ºC – Grau Celsius

FV – Causas de Variação

GL – Grau de Liberdade

SQ – Soma dos Quadrados

QM – Quadrado das Médias

F – F Calculado

nr – número de repetições de tratamento

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 20

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 21

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 21

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 23

2.1 ÓLEOS VEGETAIS ............................................................................................. 23

2.1.1 Obtenção ......................................................................................................... 25

2.1.2 Propriedades fiísico-químicas e estabilidade .............................................. 26

2.1.3 Aplicações ...................................................................................................... 29

2.1.3.1 Ésteres Naturais Isolantes (ENI) e transformadores ..................................... 29

2.2 PAPÉIS ISOLANTES .......................................................................................... 36

2.2.1 Papel kraft ....................................................................................................... 36

2.2.1.1 Obtenção do papel ........................................................................................ 37

2.3 ENVELHECIMENTO DE TRANSFORMADORES .............................................. 41

2.3.1 Envelhecimento de óleos isolantes .............................................................. 42

2.3.2 Envelhecimento do papel isolante ................................................................ 45

2.4 DEGRADAÇÃO DE PAPEL KRAFT EM ENI ...................................................... 50

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................................... 52

3.1 DESCRIÇÕES DOS MATERIAIS UTILIZADOS ................................................. 52

3.2 MÉTODO ............................................................................................................ 52

3.2.1 Ensaios de envelhecimento acelerado, em escala laboratorial, com os

diferentes papéis e óleos utilizados .............................................................. 52

3.3 EXTRAÇÃO DO ÓLEO ISOLANTE NO PAPEL KRAFT NEUTRO E

TERMOESTABILIZADO ENVELHECIDOS ........................................................ 54

3.4 CARACTERIZAÇÃO POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

(MEV) .................................................................................................................. 55

3.5 GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (GP) ..................................................................... 57

3.6 ENSAIOS DE ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL NA REGIÃO DO

INFRAVERMELHO COM TRANSFORMADA DE FOURIER (FTIR) .................. 58

3.7 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO ...................................... 59

3.8 TRATAMENTOS ESTATÍSTICOS ...................................................................... 59

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 61

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4.1 ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE

VARREDURA (MEV) ........................................................................................ 61

4.1.1 A Análise do papel kraft termoestabilizado submetido ao envelhecimento

acelerado em ENI e OMI ................................................................................. 61

4.1.1.1 Papel kraft termoestabilizado novo (controle – CTR) e envelhecido por 7

meses ............................................................................................................ 61

4.1.2 Análise ultraestrutural da espessura do papel kraft termoestabilizado

novo (controle – CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7 meses .............. 66

4.1.3 Análise do papel kraft neutro submetido ao envelhecimento acelerado em

ENI E OMI ......................................................................................................... 68

4.1.3.1 Papel kraft neutro novo (controle – CTR) e envelhecido por 7 meses .......... 68

4.1.3.2 Análise ultraestrutural da espessura do papel kraft neutro novo (controle

CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7 meses ........................................... 72

4.1.4 Papel kraft termoestabilizado e neutro submetidos ao envelhecimento

acelerado em eni e omi por 10 E 13 meses .................................................. 74

4.1.4.1 Papel kraft termoestabilizado e neutro envelhecidos em ENI e OMI por 10

meses ............................................................................................................ 74

4.1.4.2 Papel kraft termoestabilizado e neutro envelhecidos em ENI e OMI por 13

meses ............................................................................................................ 75

4.1.4.3 Análise ultraestrutural da espessura do papel kraft termoestabilizado e neutro

envelhecidos em ENI e OMI por 10 e 13 meses ............................................ 79

4.2 ANÁLISE DE GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (GP) E ENSAIOS DE

ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO COM

TRANSFORMADA DE FOURIER (FTIR) ............................................................ 84

4.3 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO ...................................... 92

5 CONCLUSÃO.... .................................................................................................... 98

6 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 100

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101

APÊNDICE 1 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE (CTR) ............................ 112

APÊNDICE 2 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI – 7 MESES ............................. 114

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APÊNDICE 3 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM OMI – 7 MESES ............................ 115

APÊNDICE 4 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO

CONTROLE (CTR) ...................................................................... 117

APÊNDICE 5 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM

ENI – 7 MESES ........................................................................... 119

APÊNDICE 6 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM

OMI – 7 MESES ........................................................................... 121

APÊNDICE 7 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM OMI – 10 E 13 MESES .................. 123

APÊNDICE 8 – ANÁLISES ESTATÍSTICAS DA ESPESSURA DAS FIBRAS DE

CELULOSE E POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM

ENI E OMI – 10 E 13 MESES ...................................................... 125

APÊNDICE 9 – ESPECTROS EDS PARA AMOSTRAS DE PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO E NEUTRO CONTROLE E PAPEL

TERMOESTABILIZADO EM OMI ........................................... 128

APÊNDICE 10 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – PAPEL

KRAFT TERMOESTABILIZADO NOVO (CONTROLE – CTR) E

ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 7 MESES .................... 130

APÊNDICE 11 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – PAPEL

KRAFT TERMOESTABILIZADO NOVO (CONTROLE – CTR) E

ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 7 MESES .................... 133

APÊNDICE 12 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – PAPEL

KRAFT NEUTRO NOVO (CONTROLE – CTR) E

ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 7 MESES ................... 134

APÊNDICE 13 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – PAPEL

KRAFT NEUTRO NOVO (CONTROLE – CTR) E

ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 7 MESES .................... 137

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APÊNDICE 14 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – PAPEL

KRAFT TERMOESTABILIZADO E NEUTRO ENVELHECIDOS

EM 10 MESES ........................................................................ 138

APÊNDICE 15 – MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA – PAPEL

KRAFT TERMOESTABILIZADO E NEUTRO NOVO

(CONTROLE – CTR) E ENVELHECIDO EM ENI E OMI POR 13

MESES ................................................................................... 141

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20

1 INTRODUÇÃO

Os grandes avanços da sociedade moderna estão diretamente relacionados

aos progressos industrial, tecnológico e científico, que dependem fundamentalmente

da disponibilidade de energia em suas mais diversas formas.

A energia elétrica é uma dessas formas e desempenha cada vez mais um

papel fundamental na vida das pessoas. Para que possa chegar até cada pessoa ou

local, diferentes equipamentos estão presentes no sistema elétrico, incluindo os

transformadores de potência. Estes são essenciais na geração, transmissão e

distribuição de energia elétrica, sendo sua principal função converter diferentes

níveis de tensões elétricas para manter a potência do circuito.

Um transformador de potência é um equipamento estático de alto custo, que

necessita de isolamento e de refrigeração quando em uso, podendo custar na ordem

de milhões de reais, dependendo de suas especificações técnicas, tais como

potência, tensão, número de enrolamentos e nível básico de isolamento, entre

outras.

Portanto, para evitar prejuízos, o sistema elétrico necessita de equipamentos

cujos materiais ofereçam uma resistência elevada à passagem de corrente elétrica e

que permitam durabilidade adequada, sem gastos exagerados com manutenção.

São os materiais isolantes que constituem a principal parte de um

transformador de potência. Seu sistema isolante é composto, basicamente, por um

líquido isolante, como um óleo mineral ou um éster natural (também denominado

vegetal isolante), e um material sólido, como o papel kraft isolante (MYERS, 1982).

O uso de óleos minerais isolantes (OMI’s) nos transformadores é mais comum e

estes apresentam vantagens principalmente em relação ao custo, mas, em

contrapartida, são pouco biodegradáveis e obtidos de fontes não renováveis.

Uma alternativa às desvantagens do OMI é o emprego de ésteres naturais

isolantes (ENI’s), obtidos e formulados a partir de óleo de sementes, como possíveis

substitutos a esse fluido. Além de serem mais seguros ao ambiente e à saúde e

apresentarem equivalência nas propriedades dielétricas, os ENI’s são relatados

como tendo capacidade de aumentar a vida útil do papel isolante, componente não

regenerativo do sistema isolante, sendo o principal elemento responsável por definir

a vida útil do transformador (TULIO, 2008). Dessa forma, o uso de ENI’s pode

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21

aumentar a potência de um transformador, melhorar sua capacidade de sobrecarga

e/ou estender a expectativa de vida útil de um equipamento em operação

(CONSTANTINO; MARTINS, 2011).

A literatura sobre os mecanismos de interação e de degradação do papel

isolante na presença de ENI’s mostra que o processo químico que envolve o

envelhecimento do isolante sólido impregnado com ENI ainda não está bem

elucidado.

Neste trabalho foram efetuados ensaios de envelhecimento acelerado

utilizando como materiais papéis kraft neutro e termoestabilizado na presença de

ENI, tipo Biovolt A®, por um período de 13 meses a 100 ºC, para avaliar as

interações entre esses papéis e o éster natural em estudo. Uma vez que essas

interações entre os componentes dos sistemas isolantes estão envolvidas

diretamente na elaboração de projetos de transformadores de potência, que visam

alcançar uma maior durabilidade do equipamento, as informações apresentadas

neste trabalho são úteis para todas às concessionárias do setor elétrico.

1.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a interação do éster natural isolante (ENI) com papel kraft neutro e

termoestabilizado.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a morfologia ultraestrutural dos papéis novos e envelhecidos nos

diferentes óleos por microscopia eletrônica de varredura (MEV).

Avaliar a degradação dos papéis novos e envelhecidos nos dois diferentes

fluidos pela determinação do grau de polimerização (GP).

Avaliar o efeito dos papéis novos envelhecidos nos diferentes óleos isolantes

pela determinação da resistência à tração.

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Avaliar a ocorrência da reação de esterificação da celulose (isolante sólido)

em ENI por espectroscopia na região do infravermelho com transformada de

Fourier (FTIR).

Avaliar os resultados obtidos e correlacioná-los às vantagens técnicas

reportadas na literatura, como a extensão da vida útil do transformador

quando isolado com ENI.

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23

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ÓLEOS VEGETAIS

Óleos vegetais são lipídios líquidos à temperatura de 25 ºC, contendo

cadeias hidrocarbônicas longas, e são, portanto, pouco solúveis em água. São

obtidos a partir de sementes de plantas oleaginosas, a exemplo do milho, da soja e

do girassol, ou de seus frutos, como é o caso da palma, do babaçu, da azeitona e do

coco. Na sua forma natural, os óleos vegetais contêm majoritariamente

triacilglicerois, oriundos da esterificação completa do glicerol com ácidos graxos

(BELTRÃO; OLIVEIRA, 2007; GIOIELLI, 1996; MISHRA, 2008). Assim, são ésteres

naturais de ácidos graxos.

Em geral, os óleos vegetais são constituídos por aproximadamente 95-97%

de triacilgliceróis (ou triglicerídeos) e menores quantidades de mono e diacilgliceróis,

podendo apresentar pequenas quantidades de fosfolipídios, ácidos graxos livres,

constituintes insaponificáveis e outros compostos. Quando refinados, estes óleos

podem conter mais de 99% de triacilgliceróis (BELTRÃO; OLIVEIRA, 2007;

GIOIELLI, 1996).

Os triacilgliceróis são ésteres provenientes da reação de condensação entre

as três hidroxilas do glicerol com ácidos graxos, com liberação de três moléculas de

água, conforme ilustrado na Figura 1. São compostos muito hidrofóbicos, solúveis

em solventes orgânicos, como benzeno, éter e clorofórmio (MERÇON, 2010;

MISHRA, 2008; RAMALHO; SUAREZ, 2013).

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24

Figura 1 – Formação de triacilglicerol, no qual R1, R2 e R3 são as cadeias hidrocarbônicas 1, 2 e 3,

respectivamente

FONTE: MERÇON, 2010.

Dependendo dos ácidos graxos dos quais são provenientes, as cadeias

hidrocarbônicas presentes em um triacilglicerol podem ser iguais (triacilglicerol

simples) ou diferentes (triacilglicerol misto) entre si, e podem ou não conter

insaturações (ligações duplas), sendo denominadas, respectivamente, de

insaturadas ou saturadas (MERÇON, 2010; MISHRA, 2008; RAMALHO; SUAREZ,

2013).

Normalmente, as cadeias hidrocarbônicas apresentam pelo menos 12

átomos de carbono, mas esse número é variável. Podem ser oriundas de ácidos

graxos saturados ou insaturados, com diferença no número, orientação e posição

das ligações duplas. As cadeias frequentemente apresentam uma insaturação

(monoinsaturadas) ou mais (poli-insaturadas), com predomínio de duas e três

insaturações (OOMMEN, 2002).

A composição química para cada tipo de óleo depende do percentual de

cada cadeia hidrocarbônica, sendo que os óleos vegetais são classificados com

base em sua composição em ácidos graxos. Uma fonte oleaginosa costuma ter mais

de 10 ácidos graxos distintos, os quais se encontram aleatoriamente esterificados ao

glicerol (GIOIELLI, 1996; MERÇON, 2010; RAMALHO; SUAREZ, 2013).

Por exemplo, nos óleos de milho, soja e girassol há o predomínio do ácido

linoleico, com 18 átomos de carbono e duas insaturações. Já nos óleos de oliva,

canola e amendoim, o principal ácido graxo é o ácido oleico, com 18 átomos de

carbono e uma insaturação. Nos óleos de coco e babaçu, destaca-se o ácido láurico,

ácido graxo saturado de 12 átomos de carbono, enquanto que no óleo obtido da

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polpa de palma prevalece o ácido palmítico, ácido graxo saturado de 16 átomos de

carbono (GIOIELLI, 1996; MERÇON, 2010).

2.1.1 Obtenção

Vários processos estão envolvidos na obtenção dos ésteres naturais dos

frutos ou sementes de plantas oleaginosas visando a maximização da produção e a

obtenção de um óleo bruto de boa qualidade, com o mínimo de compostos

indesejáveis (CARVALHO, 2011).

Inicialmente o material vegetal passa por uma preparação para então ser

extraído seu óleo bruto, que depois pode passar por um processo de purificação

(refinação) e modificação, de acordo com a finalidade de uso. Não há apenas um

processo de extração e purificação de óleos, pois ele depende das características da

fonte oleaginosa (GIOIELLI, 1996; RAMALHO; SUAREZ, 2013).

As etapas preliminares à extração do óleo de grãos em geral envolvem:

limpeza (para eliminação de impurezas); descorticação (retirada da fibra em torno

das sementes); descascamento; trituração e laminação (para redução do tamanho

dos grãos e aumento da superfície de contato); e cozimento (para redução da

viscosidade) (MORETTO; FETT, 1998).

O processo de extração normalmente é feito por prensagem mecânica (sob

pressão e temperatura específicas para cada oleaginosa) seguida de filtração; ou

por solventes orgânicos (como o n-hexano) seguida de evaporação do solvente; ou

pela combinação de ambos. Ao final destes processos, obtém-se o óleo bruto, que

muitas vezes contém impurezas, a exemplo de ácidos graxos livres e outros

componentes, como glicolipídios, fosfatídeos (lecitinas, cefalinas, fosfatidil inositol);

esteróis (estigmasterol), ceras (palmitato de cetila); metais pesados, hidrocarbonetos

(esqualeno), carotenóides, clorofila, tocoferóis (vitamina E), lactonas, metilcetonas,

fragmentos de proteínas, resinas e mucilagens (CARVALHO, 2011; MORETTO,

FETT, 1998; RAMALHO, SUAREZ, 2013; REDA; CARNEIRO, 2007).

Nesse caso, o óleo passa por purificação ou refinamento, incluindo os

processos de degomagem (retirada de gomas – fosfatídeos hidratáveis, proteínas e

outras substâncias coloidais), neutralização (remoção de ácidos graxos livres com

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26

NaOH – saponificação e de fosfatídeos não-hidratáveis), desodorização e

clarificação ou branqueamento (remoção de odores e corantes, respectivamente),

obtendo-se o óleo refinado. Este pode na sequência ser submetido a modificações

químicas para ajustar suas propriedades e atender às diversas aplicações

industriais. Se permanecerem traços de componentes indesejados, com forte odor,

ou sabor acentuado, ou com coloração intensa, ocorre prejuízo à qualidade e

estabilidade do óleo refinado obtido (MORETTO, FETT, 1998; RAMALHO; SUAREZ,

2013; REDA; CARNEIRO, 2007).

2.1.2 Propriedades físico-químicas e estabilidade

As propriedades de um óleo vegetal dependem de sua composição química.

Além de triacilgliceróis, os óleos contêm outros componentes em menor proporção,

como comentado anteriormente.

Devido ao predomínio de triacilgliceróis nos óleos vegetais, muitas

propriedades físico-químicas e características de estabilidade dependerão em

grande parte de sua estrutura química, como a presença de diferentes tipos de

ácidos graxos, variação no comprimento da cadeia e grau de insaturação.

Quando há majoritariamente a presença de ácidos graxos poliinsaturados

(menor ponto de fusão), os óleos geralmente são líquidos a 25 ºC, enquanto que os

que apresentam ácidos graxos saturados (maior ponto de fusão) são normalmente

sólidos ou pastosos nessa temperatura. Quando estão sob forma sólida são

chamados gorduras e quando estão sob forma líquida são denominados óleos.

Óleos mais saturados são mais viscosos e os mais insaturados menos viscosos.

(RAMALHO, SUAREZ, 2013; REDA; CARNEIRO, 2007).

Além disso, ácidos graxos saturados possuem pouca reatividade química em

decorrência da presença de apenas ligações simples entre os carbonos,

diferentemente dos ácidos graxos insaturados, que contêm uma ou mais ligações

duplas na cadeia hidrocarbônica sendo mais reativos e mais susceptíveis à

degradação, favorecida por aquecimento e na presença de luz, oxigênio e água

(CARVALHO, 2011; REDA; CARNEIRO, 2007; SCHAICH et al., 2013).

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Os principais tipos de degradação que podem ocorrer são a oxidação, a

polimerização e a hidrólise de triacilgliceróis.

Na oxidação, a reação do oxigênio com ácidos graxos insaturados forma

peróxidos, óxidos, epóxidos, radicais livres e outros produtos secundários. É uma

reação autocatalítica que quando iniciada se acelera e se propaga, levando à

rancidez. A presença de ácidos graxos com três insaturações predispõe o óleo à

uma rápida oxidação, a exemplo do ácido linolênico em óleos vegetais. A oxidação é

favorecida na presença de calor, luz e água e pode ser minimizada com a adição de

agentes antioxidantes (SCHAICH et al., 2013).

A condensação de ácidos graxos poliinsaturados a temperaturas superiores

a 200 C por períodos prolongados e a hidrólise dos triacilgliceróis resulta na

liberação de ácidos graxos livres, glicerol, mono e diacilgliceróis, em reações

contrárias àquelas de formação de triacilgliceróis, conforme mostrado na Figura 2

(REDA; CARNEIRO, 2007).

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Figura 2 – Reação de hidrólise de triacilglicerol R1, R2 e R3: cadeias hidrocarbônicas 1, 2 e 3,

respectivamente

FONTE: Adaptado de MERÇON, 2010.

Os processos acima citados modificam as propriedades físico-químicas dos

óleos vegetais. Quando ocorre degradação deste geralmente há alteração no pH

(concentração de íons hidrogênio do meio), pois na maioria dos casos leva à

liberação de ácidos graxos. Estes são expressos em termos do índice de acidez, ou

seja, quantidade de base (mg KOH ou NaOH) necessária para neutralização dos

ácidos graxos livres presentes em 1 g do óleo, apresentando valor diretamente

relacionado à qualidade do óleo vegetal (CARVALHO, 2011). Outros aspectos como

cor, odor, densidade, viscosidade, teor de água, entre outros, também sofrem

mudanças em relação ao óleo novo.

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2.1.3 Aplicações

Os óleos vegetais encontram aplicabilidade enorme nos setores alimentício,

farmacêutico, químico e de perfumaria. São utilizados para produção de ração

animal, sabão, detergentes, explosivos, polímeros, óleos para freio, fluidos de

hidramático, fabricação de tintas, adesivos e produção de biodiesel. Alguns óleos

necessitam tratamento prévio para consumo humano, a exemplo do óleo de

colza, de algodão ou de rícino (ALUYOR et al., 2009; PINHO; SUAREZ, 2013;

RAMADHAS et al., 2004; REDA; CARNEIRO, 2007; RUSSO et al., 2012). Há mais

de uma década, os óleos vegetais vêm sendo usados no setor elétrico, como

alternativa aos óleos minerais em transformadores elétricos (BINGENHEIMER et al.,

2011), sendo então denominados de ésteres naturais isolantes (ENI), objeto de

estudo do presente trabalho.

2.1.3.1 Ésteres Naturais Isolantes (ENI’s) e transformadores

Os ésteres naturais isolantes (ENI’s) são óleos vegetais contendo

tipicamente triacilgliceróis (ligação éster). Sua base é um óleo vegetal obtido a partir

de sementes/grãos de oleaginosas, acrescido de aditivos para melhoria de

desempenho. Apresentam-se como fluidos dielétricos com elevada resistência ao

fogo (alto ponto de fulgor) e ponto de combustão superior a 300 C. São produtos

renováveis, facilmente biodegradáveis, não bioacumulativos e são empregados

como componentes líquidos do sistema de isolamento em transformadores do

sistema elétrico (ABNT NBR 15422, 2006; WILHELM et al., 2009a).

A Figura 3 ilustra as partes de um transformador de potência, envolvido na

geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, apresentando função de

converter diferentes níveis de tensões elétricas para manter a potência do circuito

(SILVA et al., 2012).

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Figura 3 – Constituintes de transformador de potência imerso

FONTE: adaptado de BECHARA (2010).

O sistema isolante de um transformador é formado por um componente

sólido, geralmente o papel kraft, que será discutido mais adiante, e em linhas gerais

envolve os enrolamentos formados por bobinas de condutores de cobre; e um

componente dielétrico líquido, colocado no tanque principal em contato direto com a

porção ativa do transformador (núcleo e bobinas estão imersos no líquido isolante)

(BECHARA, 2010; OLIVEIRA, 2005; PORTELLA et al., 2011b).

O dielétrico líquido mundialmente mais utilizado é o óleo mineral isolante

(OMI), mas em alguns caso vem sendo substituído por ENI, com funções essenciais

em termos de isolamento e refrigeração dos circuitos elétricos e magnéticos (SILVA

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et al., 2012). O óleo isolante precisa ser absorvido pelo papel isolante de modo a

conferir as características dielétricas essenciais ao sistema isolante do

transformador e circular pelos enrolamentos e núcleo pelos canais feitos

especialmente para esse fim, de maneira que permita a remoção do calor gerado

durante o funcionamento do transformador, dissipando assim as perdas no núcleo e

enrolamentos (BECHARA, 2010; OLIVEIRA, 2005).

O dimensionamento dos isolamentos é efetuado considerando a potência

(kW ou kVA), a tensão (kV) e as condições de funcionamento do transformador,

como faixa de temperatura de trabalho, máxima tensão de operação, máxima tensão

de impulso atmosférico suportável e ciclo de trabalho estimado (ASSIS FILHO,

2008).

Os transformadores de potência tradicionalmente utilizam óleos de tipo

mineral (OMI’s), apolares, obtidos por destilação do petróleo (fração entre 300 e

400 ºC) e constituídos por moléculas de hidrocarbonetos em diferentes estruturas.

Este uso se deve ao seu baixo custo, características físico-químicas adequadas e

suas excelentes propriedades dielétricas. Porém, o OMI tem desvantagens como um

baixo ponto de combustão (~150 ºC), lenta biodegradabilidade (25,2 % em 21 dias,

levando 15 anos para ser totalmente degradado, sendo considerado poluente

ambiental - contamina o solo e lençóis freáticos quando ocorrem vazamentos ou

explosões) e o fato de ser obtido de fontes não - renováveis (petróleo) (FARIA, 2013;

OLIVEIRA, 2005; SILVA et al., 2012; WILHELM et al., 2009a).

A frequente variação de disponibilidade de produtos derivados de petróleo,

devido aos riscos de esgotamento das suas reservas mundiais, em conjunto com a

crescente preocupação da comunidade mundial em relação à preservação

ambiental, especialmente depois do final da década de 90, aliadas à aplicação de

severas multas por órgãos ambientais, no caso de destruição e/ou contaminação de

ecossistemas, despertou o interesse de empresas de diferentes setores, incluindo as

do setor elétrico, pela utilização de fontes alternativas biodegradáveis e renováveis.

Foi assim que surgiu o ENI como meio dielétrico e de refrigeração em equipamentos

elétricos como possível substituto ao OMI (FARIA, 2013; WILHELM et al., 2006;

2007; 2009).

Estudos laboratoriais e de campos práticos com ENI vêm sendo realizados

em virtude de suas inúmeras vantagens, especialmente relacionadas com a

propriedade de serem fluidos biodegradáveis (97% de biodegradabilidade em 21

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dias), e resistentes ao incêndio. São provenientes de cultura agrícola renovável,

contribuindo para a sustentabilidade econômica do país. Uma desvantagem em

relação ao OMI seria sua susceptibilidade à oxidação (ALUYOR et al., 2009;

BINGENHEIMER et al., 2011; SILVA et al., 2012; WILHELM; STOCCO; TULIO,

2010).

Para a utilização do ENI em transformadores há a necessidade de

adequações e intervenções na produção dos ésteres vegetais, tornando-os aptos

para uso como material dielétrico. Assim os fornecedores acrescentam adjuvantes,

como por exemplo, aditivos antioxidantes e depressores de ponto de fluidez para a

estabilização do ENI, além de sementes previamente selecionadas para a produção,

de modo a atender as especificações técnicas para ENI novo conforme mostra a

Tabela 1 (ABNT NBR 15422, 2006; FARIA, 2013).

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TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS DOS ENI’s NOVOS

CARACTERÍSTICAS UNIDADE MÉTODO DE

ENSAIO (ABNT NBR)

VALORES LIMITES

Aspecto visual - Visual Óleo deve ser claro, límpido e isento de materiais em suspensão.

Cor 14483 1,0 máx.

Densidade relativa a 20/4 °C - 7148 0,96 máx.

Viscosidade cinemática1:

20 °C 40 °C

100 °C

cSt cSt cSt

10441

150 máx. 50 máx. 15 máx.

Teor de água ppm (m/m) 5758 200 máx.

Ponto de fulgor °C 11341 275 mín.

Ponto de combustão °C 11341 300 mín.

Ponto de fluidez °C 11349 -10 máx.

Rigidez dielétrica2 kV 6869 e 60156 30 mín.

Fator de perdas dielétricas3:

25 °C 90 °C 100 °C

% % %

12133

0,2% máx. 3,6% máx. 4,0% máx.

Índice de neutralização mg KOH/g

óleo 14248 0,06 máx.

Teor de bifenilas policloradas (PCB)

4

mg/Kg 13822 Não detectável

FONTE: ABNT NBR 15422, 2006.

Ensaios dielétricos demonstraram que ENI’s são dieletricamente

equivalentes ao OMI em aplicações de alta tensão (RAPP et al., 2009) e

proporcionam uma ampliação na vida útil do transformador. Por conta disso, o uso

de ENI também permite ampliar a potência do transformador, que passa a comportar

mais kVA por quilo, contribuindo para minimização de falhas técnicas. Mais de

350.000 transformadores com éster natural, com tensão até 250 kV e potência de

240 MVA, considerando novos e reenchidos (substituição de óleo mineral por éster

natural em transformadores em operação), estão energizados ao redor do mundo

(BINGENHEIMER et al., 2011; SILVA et al., 2012).

Na Figura 4 é apresentado um transformador de distribuição de 88 kVA,

preenchido com ENI (11,4 ou 13,8 kV – 127/220 V) atualmente em produção no

1) O ensaio de viscosidade deve ser realizado em duas temperaturas entre as três citadas. 2) Esta especificação requer que o produto seja aprovado em um ou outro ensaio e não nos dois. Em caso de dúvida, esta deve ser dirimida através do ensaio de eletrodo de disco. 3) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limite de fator de perdas dielétricas a 90°C ou 100°C. Esta especificação não exige que o óleo isolante atenda aos limites medidos nestas duas temperaturas. Em caso de dúvida, esta deve ser dirimida através do ensaio de fator de perdas dielétricas a 100°C. 4) Técnica de pré-tratamento adaptada para óleo vegetal.

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Brasil. Em geral, os transformadores “verdes” apresentam maior capacidade, são

menores e utilizam menos óleo isolante, resultando num menor custo total

(materiais, instalação, manutenção), peso e volume (BINGENHEIMER et al., 2011;

VASCONCELLOS et al., 2008).

Figura 4 – Transformador de 88 kVA de éster natural em produção no Brasil: vista externa (a) e

interna (b)

FONTE: BINGENHEIMER et al., 2011.

Atualmente, os principais ENI’s utilizados no Brasil são Envirotemp® FR3™,

Biotemp®, Biovolt® A e Biovolt® B. O Envirotemp® FR3™ é comercializado e

produzido pela empresa Cargil e é obtido a partir do óleo de soja, o Biotemp® é

comercializado e produzido pela empresa ABB, sendo utilizado um fluido base de

óleo de girassol obtido a partir de sementes geneticamente selecionadas e o

Biovolt® A e Biovolt® B, sendo o primeiro formulado a partir do óleo de milho e o

segundo de soja, são comercializados pela empresa Mineraltec, empresa

paranaense (OOMMEN, 2002 apud TULIO, 2008, TULIO, 2008 apud WILHELM,

2008).

As literaturas reportam estudos envolvendo o Envirotemp® FR3™

(MUHAMAD et al., 2012; McShane et al., 2002; TULIO, 2008; WILHELM et al., 2007)

e Biotemp® (LIAO et al., 2010; MARTINS, 2008, 2010; WILHELM et al., 2007;

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TULIO, 2008; YANG et al., 2010). Novos estudos estão sendo realizados enquanto

que outros já foram concluídos com o Biovolt® A (WILHELM et al., 2012).

Neste trabalho, utilizou-se o óleo de milho Biovolt A®, que é caracterizado

pela presença de triacilgliceróis com cadeias hidrocarbônicas provenientes dos

ácidos linoléico (48,0%), oléico (44,0%), palmítico (6,0%) e esteárico (2,0%)

(ALSBERG; TAYLOR, 1928) acrescidos de aditivos necessários para uso como

fluido isolante em transformadores.

Suas características estão apresentadas na Tabela 2.

TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS DO BIOVOLT® A

CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE ENSAIO BIOVOLT® A

Aspecto visual Visual Claro, límpido e isento de materiais em suspensão.

Cor ABNT NBR 14483 0,5

Densidade relativa a 20/4 °C ABNT NBR 7148 0,919

Teor de água ABNT NBR 5758 100 ppm (m/m)

Ponto de fulgor ABNT NBR 11341 314 °C

Ponto de combustão ABNT NBR 11341 344 °C

Rigidez dielétrica ABNT NBR 6869 e 60156 40 e 46 kV

Fator de perdas dielétricas: 25 °C 90 °C 100 °C

ABNT NBR 12133

0,09% 1,8% 2,2%

Índice de neutralização ABNT NBR 14248 0,01 mg KOH/g óleo

Teor de bifenilas policloradas (PCB)

ABNT NBR 13822 Não detectável (< 2,0 mg/kg)

Enxofre corrosivo ABNT NBR 10505 Não corrosivo

Resistência à oxidação Pr EN 14112:2000 12 h

Constante dielétrica a 25 °C ASTM D924 3,0

Coeficiente de expansão a 25 °C ASTM D1903 7.10-4

/ C

Calor específico a 25 °C ASTM D2766 0,46 cal/mg/ C

FONTE: BIOVOLT, 2013

Independentemente do tipo de ENI as especificações técnicas do óleo novo

devem ser seguidas conforme a ASTM D6871 de 2008 (“Standard Specification for

Natural - Vegetable Oil - Ester Fluids Used in Electrical Apparatus”) e a norma da

ABNT NBR 15422 de 2006 (“Óleo Vegetal Isolante para Equipamentos Elétricos”).

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2.2 PAPÉIS ISOLANTES

A maioria dos materiais sólidos empregados em transformadores como

isolantes térmicos é produzida a partir da celulose, sob a forma de papel ou papelão.

Nos enrolamentos de um transformador, a sobreposição de várias tiras de papel

isola eletricamente os fios condutores que fazem parte do circuito interno. O

emprego do papel apresenta vantagens como custo viável, ampla gama de

características físicas, propriedades elétricas e mecânicas adequadas (imerso ou

não em óleo), estabilidade térmica até aproximadamente 105 C e fácil obtenção,

podendo ser produzido em variadas espessuras e utilizado em peças pequenas e

com ângulos pequenos (ASSIS FILHO, 2008).

O papel kraft é um dos papéis mais empregados como isolante sólido em

transformadores. Para que possa ser utilizado para fins elétricos e dielétricos, o

papel deve seguir especificações constantes atendimento às normas técnicas.

Devido à sua higroscopia, seu uso no setor elétrico está condicionado à

impregnação adequada por óleos. Atualmente a maioria das grandes empresas

fabricantes de transformadores no Brasil importa os papéis isolantes, normalmente

produzidos por grandes empresas multinacionais de acordo com normas

internacionais (International Electrotechnical Commission – IEC), como a IEC 60554

(ABCTP, 2013).

Além de qualidade, é fundamental que o papel utilizado no equipamento

elétrico possua e mantenha ótima resistência mecânica, pois um transformador é

submetido a diferentes tipos de esforços mecânicos e elétricos quando está em

operação (curtos-circuitos na rede elétrica, expansão e contração normal dos

componentes, etc). Se o papel não for suficientemente resistente, pode se romper e

ocasionar falhas elétricas no equipamento (ASSIS FILHO, 2008).

2.2.1 Papel kraft

Como outros papéis, o papel kraft é obtido a partir da madeira, material

lignocelulósico mais utilizado na obtenção de fibras para fabricação de papel. O

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componente principal destas fibras é a celulose, polímero linear de unidades de D-

glucose unidas por ligações glicosídicas β-(14), com elevada massa molar

(MEYER, 1960), insolúvel em água, solventes orgânicos e soluções alcalinas. Sua

estrutura química está representada na Figura 5.

Figura 5 – Representação esquemática da estrutura química da celulose

FONTE: GRANATO; LEVY; TULIO, 2001.

Na madeira, a celulose é encontrada em associação com hemiceluloses, um

grupo de polissacarídeos com diferentes tipos de monossacarídeos e ligações

glicosídicas, e lignina, um polímero de unidades aromáticas de fenil-propanóide que

mantém as fibras celulósicas unidas, sendo responsável pela resistência mecânica

da madeira, além de outros componentes de menor massa molecular (CARPITA;

McCANN, 2000; BIERMANN, 1989).

2.2.1.1 Obtenção do papel

O papel é produzido a partir de fibras de celulose oriundas da madeira e

dispersas em água, formando uma pasta celulósica, que é drenada e seca para

gerar uma folha de papel. A coesão entre as fibras celulósicas depende do material

de origem.

A madeira pode ser de várias espécies de árvores e passa por diferentes

tratamentos até a obtenção do papel. Tipicamente são utilizados pinus e araucárias,

ou outras variedades que tenham sua massa corpórea constituída por fibras macias.

Durante a fabricação do papel, a polpa é preparada para liberar a celulose na forma

de fibras, que são quimicamente tratadas para reduzir a quantidade de ligninas e

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hemiceluloses presentes. Os processos envolvidos na preparação da pasta

celulósica estão relacionados com a finalidade de uso do papel (ASSIS FILHO,

2008; BRACELPA, 2013a, b).

O processo “kraft” ou sulfato é utilizado para a obtenção dos papéis

isolantes. Neste caso, a madeira, na forma de cavacos, é tratada (cozida) em

digestor com uma solução de hidróxido de sódio e sulfeto de sódio (alcalina), que

dissolve a lignina, que é posteriormente neutralizada com sulfato de sódio. A polpa é

então lavada. Depois do tratamento, a resistência das fibras celulósicas é

preservada e a composição química do papel é de cerca de 89% de celulose, 7 a

8% de hemiceluloses e 3 a 4% de ligninas (ASSIS FILHO, 2008; BRACELPA,

2013a,b; PABLO; PAHLAVANPOUR, 1997; THE PAPERTASK FORCE, 1995).

A polpa celulósica obtida apresenta coloração escura e passa por algumas

fases antes da obtenção do papel. A primeira delas é a desagregação, um processo

mecânico para formar uma suspensão das fibras de celulose na água com

consistência adequada. A segunda é a refinação, onde as fibras são submetidas a

uma ação mecânica para homogeneização e distribuição mais uniforme, com grande

contato fibra-fibra, levando a um aumento na flexibilidade, impedimento de formação

de aglomerados e melhorando as propriedades de ruptura e tração. Na sequência,

após o preparo da massa, as fibras celulósicas são moldadas sobre uma tela

formadora e então secas. À medida que ocorre a desidratação, ligações químicas se

formam entre as fibras, criando a folha de papel (SAMISTRARO, 2008; THE

PAPERTASK FORCE, 1995).

Para a função de isolante, o papel kraft deve ser produzido com celulose

isenta de metais e de outros materiais condutores de eletricidade, e a água utilizada

para formar a pasta celulósica deve ser livre de sais minerais. Além disso, o papel

não é submetido ao processo de branqueamento, e o produto final obtido apresenta

elevada resistência mecânica e elétrica (ASSIS FILHO, 2008; PIHARY, 1986).

As fibras de celulose são formadas por moléculas de comprimentos

variados, unidas por ligações de hidrogênio entre os grupamentos hidroxila. O

comprimento médio das moléculas de celulose pode ser expresso como grau de

polimerização (GP), que diz respeito ao número médio de unidades de glucose por

cadeia de celulose. Para o papel isolante elétrico tipo kraft novo o GP está entre

1000 e 1400 (PIHARY, 1986; VÁZQUEZ, 1977; SHROFF & STANNET, 1985; SÁ;

NEPOMUCENO, 1997).

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Para o controle do processo produtivo e qualidade do papel, testes de

natureza mecânica, óptica, química, elétrica, entre outros, podem ser efetuados com

o papel obtido. Entre eles destacam-se a gramatura (g/m2), diretamente relacionada

às propriedades mecânicas do papel; lisura (presença de irregularidades na

superfície); umidade; resistência à tração (força de tensão necessária para

arrebentar o papel: pode ser expressa pelo comprimento de auto-ruptura, ou seja, o

comprimento necessário para o rompimento de uma fita de papel em decorrência de

seu próprio peso quando suspensa por uma de suas extremidades); resistência ao

arrebentamento (depende do grau de refinação, gramatura e espessura); resistência

ao rasgo (trabalho total necessário para o rasgamento completo do papel, a uma

distância fixada depois de um rasgo ter sido principiado, e depende do comprimento

das fibras e ligação entre elas); resistência a passagem do ar (tempo para a

passagem de um volume de ar através de uma superfície do papel); rigidez dielétrica

e condutividade (SAMISTRARO, 2008).

Trabalhos têm mostrado que análises de espectroscopia na região do

infravermelho podem ser valiosas para verificação da qualidade/caracterização do

papel. É uma técnica rápida, não-destrutiva, de baixo custo e aplicável à verificação

de diferentes grupamentos químicos (PORTELLA et al., 2011b; SAMISTRARO et al.,

2009).

O papel kraft novo, em geral, apresenta custo razoável, fácil obtenção em

diferentes espessuras, flexibilidade, estabilidade térmica em torno de 100 C e

elevada resistência mecânica. Além disso, quando usado nos transformadores em

associação com o isolante líquido mostra bom desempenho e continua a ser o

isolamento de escolha em praticamente todos os transformadores (LIAO et al., 2012;

MILASH, 1984). Num transformador, o papel kraft pode ser empregado na forma de

finas camadas envolvendo os enrolamentos, ou como espaçadores, ou tubos de alta

densidade, conforme mostrado na Figura 6, de modo a promover o isolamento entre

níveis de tensão e fases (MILASH, 1984).

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Figura 6 – Detalhe do núcleo de um transformador de potência

FONTE: ADAPTADO DE MYERS et al., 1982.

O papel isolante mais utilizado é o papel kraft neutro, produzido da forma

convencional, que suporta um limite de elevação de temperatura do enrolamento

(temperatura ambiente + temperatura do enrolamento) de 55 C. Quando o

transformador opera a temperaturas mais altas, até 65 C, é utilizado o papel kraft

termoestabilizado. Nesse último, a celulose passa por tratamento especial para

aumentar a resistência do papel à degradação frente ao envelhecimento térmico e

prolongar a vida útil do equipamento que o contém, além de que seu uso permite ao

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fabricante aumentar a carga do transformador em cerca de 12% (ASSIS FILHO,

2008; LIAO et al., 2012; MARTINS, 2007b).

O papel kraft termoestabilizado pode ser produzido a partir de reações de

cianoetilação ou de acetilação da celulose, onde grupos hidroxila menos estáveis

são substituídos por radicais mais estáveis para reduzir a formação de água durante

o envelhecimento; ou pela adição de agentes estabilizantes (bases orgânicas fracas)

no processo de fabricação do papel, tais como uréia, poliacrilamida, melamina e

dicianodiamida, que neutralizam os ácidos formados por oxidação do óleo e do

papel e assim protegem o papel da reação com produtos de envelhecimento. Ambos

os processos reduzem a taxa de degradação do papel (LIAO et al., 2012; MARTINS,

2007b; PREVOST et al., 2005; QUADROS, 2006).

De acordo com a ANSI/IEEE C57.100, um papel isolante é considerado

termoestabilizado se retém 50% da resistência mecânica após envelhecimento

acelerado por 65.000 horas em tubo fechado a 110 C ou qualquer outra

combinação de tempo e temperatura dados pela Equação 01 (PREVOST et al.,

2005).

Tempo (h) = e [15.000/(T + 273)-28,082] EQUAÇÃO 01

Onde: T = temperatura em C

O teor de nitrogênio, adicionado durante o processo de fabricação do papel

termoestabilizado (não está presente naturalmente no papel kraft), deve estar

compreendido entre 1 e 4% de acordo com a ASTM D-982 (PREVOST et al., 2005).

Comprovadamente, em ensaios de envelhecimento acelerado na presença

de OMI, a degradação do papel kraft termoestabilizado ocorreu de forma mais lenta

e gradual do que do papel kraft neutro (MARTINS, 2007b; PORTELLA et al., 2011b).

2.3 ENVELHECIMENTO DE TRANSFORMADORES

O envelhecimento natural dos transformadores ocorre durante sua operação

devido ao tempo de trabalho e sobrecargas elétricas/mecânicas a que são

submetidos que podem até levar a falhas operacionais. A vida útil de um

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transformador geralmente está compreendida entre 40 e 50 anos, mas isso depende

do envelhecimento dos seus materiais isolantes, na condição de trabalho que pode

ser acelerado por fatores como qualidade dos materiais utilizados e presença de

umidade, oxigênio e elevadas temperaturas (ASSIS FILHO, 2008; CONSTANTINO;

MARTINS, 2011; MARTINS 2010; SÁ; NEPOMUCENO, 1997).

Ambos óleo e papel sofrem degradação, mas é o papel o principal

responsável pelo fim da vida útil de um transformador, pois é o isolante primário e de

difícil substituição. Sua degradação é irreversível e compromete o funcionamento do

transformador (ASSIS FILHO, 2008).

2.3.1 Envelhecimento de óleos isolantes

O óleo isolante dos transformadores sofre processo de envelhecimento com

o uso e o passar do tempo. É necessário que ele seja mantido em boas condições

para funcionamento adequado do equipamento e prolongamento de sua vida útil,

visto que a função do óleo é proteger o papel isolante, que se degrada mais

rapidamente pelo contato com óleo deteriorado (MARTINS, 2007c).

A reação de oxidação é o principal exemplo de degradação do OMI, e é

acelerada pela temperatura elevada e presença de catalisadores como o cobre

oriundo da parte elétrica do equipamento. Neste caso, o óleo isolante pode conter

produtos líquidos e sólidos de composição química variada. Além de água, radicais

livres e peróxidos, podem haver ácidos, compostos furânicos, aldeídos, cetonas e

outros produtos polares, que levam a um decréscimo da tensão interfacial, um

aumento do índice de acidez e da viscosidade do óleo, e alteração da cor. As

propriedades físicas, químicas e elétricas do OMI se alteram, reduzindo sua

capacidade de isolamento. A água formada pode migrar para o papel isolante devido

a sua maior higroscopicidade, sendo de difícil retirada e contribuindo para um

envelhecimento precoce da isolação sólida (FARIA, 2013; GRANATO; LEVY; TULIO,

2001; MARTINS, 2007c).

Os ENI’s são mais susceptíveis à degradação oxidativa que o OMI. Segundo

WILHELM et al. (2010), a estabilidade oxidativa do ENI dependerá do tipo e do teor

de ácidos graxos presentes, bem como de sua formulação final e de seu processo

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de produção. Por exemplo, o Envirotemp® é mais susceptível à oxidação que o

Biotemp® devido à presença majoritária dos ácidos linoléico e linolênico, com duas e

três ligações duplas, respectivamente, que podem reagir mais facilmente com o

oxigênio (WILHELM et al., 2007).

A presença de metais, umidade, oxigênio e temperatura favorecem a

degradação dos ENI’s por meio de dois mecanismos principais: oxidação e hidrólise,

enquanto que nos OMI’s há o predomínio da peroxidação (TULIO, 2008; WILHELM

et al., 2007). ENI’s oxidados tendem a formar longas cadeias de ácidos graxos

enquanto que OMI’s tendem a formar ácidos orgânicos de cadeia curta, que são

muito mais agressivos (WILHELM et al., 2006). Os produtos de oxidação do ENI não

prejudicam o papel kraft isolante e podem até evitar sua degradação precoce (RAPP

et al, 2005). Se a degradação do OMI estiver bastante avançada, os produtos de

oxidação podem se polimerizar formando a borra, que pode se depositar na parte

ativa ou nos trocadores de calor do transformador, dificultando a transferência de

calor para o meio ambiente. Em contrapartida, se os produtos oxidados do ENI se

polimerizarem não há formação de borra e sim um aumento de viscosidade

(WILHELM et al., 2009b).

Vasconcellos et al. (2008) relatam que em ensaios de envelhecimento

acelerado com temperaturas e tempos mais elevados, quando se empregou papel

termoestabilizado como sólido isolante, houve acúmulo de borra e depósitos de

partículas carbonizadas apenas quando se utilizou OMI, diferentemente do

observado para o ENI. Porém com o uso e envelhecimento do ENI, sua viscosidade

tende a aumentar (FARIA, 2013).

Gases também são formados durante a degradação dos óleos isolantes.

Entre eles, dióxido de carbono, monóxido de carbono, metano, etileno, etano e

hidrogênio. A quantidade produzida está relacionada ao óleo utilizado e à

temperatura. Abaixo de 70 C, quantidades próximas foram encontradas entre ENI e

OMI, porém, acima desta temperatura, etano e hidrogênio predominaram nos ENI’s

(MARTINS; GOMES, 2012). Adicionalmente, os gases produzidos pelo

envelhecimento dos ENI’s não contêm muitos dos hidrocarbonetos poliaromáticos

associados aos líquidos derivados de petróleo (GRIS, 2013).

Outro fator importante no envelhecimento é a presença de umidade nos

líquidos isolantes. Além de atuar como catalisador da degradação da celulose no

papel isolante, discutida adiante, a água está envolvida na redução da rigidez

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dielétrica, fato este que ocorre quando sua saturação relativa no óleo atinge aproxi-

madamente 50%. A quantidade de água exigida para saturar o ENI à temperatura

ambiente é aproximadamente 20 vezes a do OMI e por isso o uso de ENI contribui

para o aumento da vida útil da isolação sólida (WILHELM et al., 2009b).

Para manutenção preventiva dos transformadores elétricos, portanto, é

necessário um acompanhamento da qualidade do óleo isolante em uso, que pode

ser facilmente realizado. Os parâmetros monitorados para controlar a condição do

OMI em uso são a tensão interfacial (dina/cm), o teor de água (ppm), o fator de

potência (% - intensidade da corrente que flui pelo óleo), o índice de neutralização

(mg KOH/g) e a rigidez dielétrica (kV) (BEZERRA, 2009). Algumas análises físico-

químicas que podem ser empregadas para avaliar as condições de envelhecimento

do ENI em uso são: teor de água (umidade); viscosidade (ABNT NBR 10 441); fator

de perdas dielétricas (ABNT NBR 12 133 - medida das perdas elétricas quando o

líquido isolante é submetido a uma tensão alternada e relacionadas com a

quantidade de energia dissipada pelo material na forma de calor); e índice de

neutralização ou de acidez (ABNT NBR 14 248 - presença de contaminantes ácidos

oriundos da degradação) (WILHELM et al., 2009a; GRANATO et al., 2001).

Em 2007 iniciou-se a elaboração do projeto de norma “Óleo vegetal isolante

de equipamentos elétricos - diretrizes para supervisão e manutenção” que está

programado para publicação nesse ano de 2013. Atualmente para a manutenção

preventiva dos ésteres isolantes naturais em uso, utiliza-se o “Guide for acceptance

and maintenance of natural ester fluids in transformers” da IEEE STD C57.147™ de

2008, conforme indicado na Tabela 3.

TABELA 3 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA DOS ENI’s EM USO EM TRANSFORMADORES

Parâmetro Potência ≤ 69 kV Potência > 69 kV < 230 kV

Viscosidade a 40 C Aumento ≥ 10 % Aumento ≥ 10 %

Índice de neutralização ≥ 0,3 mg KOH/g ≥ 0,3 mg KOH/g

Teor de água ≥ 400 ≥ 200

Fator de perdas dielétricas a 25 C ≥ 3% ≥ 3%

FONTE: IEEE STD C57.147™, 2008

Mesmo após utilização e com características de degradação, o OMI pode

ser regenerado. Segundo as definições da Comissão Eletrotécnica Internacional

(CEI) é um processo que “elimina os contaminantes polares, solúveis e insolúveis,

presentes no óleo, por meios químicos e físicos” (MARTINS, 2007c).

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Ao retomar as características de um óleo novo, o OMI pode ser reutilizado

(FARIA, 2013; MARTINS, 2007c). Na ausência de recomendações específicas para

regeneração de ENI, STOCCO et al. (2008) relatam esta possibilidade dentro de

certos limites, por testes em escala laboratorial. Não havendo possibilidade de

regeneração do ENI, como ocorre quando a viscosidade atinge o limite da norma

para óleo em uso (10% acima do valor original), o ENI envelhecido deve ser

substituído e pode ser filtrado, reciclado e reutilizado em outras aplicações (ARAUJO

et al., 2006; FARIA, 2013).

2.3.2 Envelhecimento do papel isolante

O papel isolante pode envelhecer durante a produção, armazenamento e

operação do equipamento, levando à degradação da celulose. Ocorre rompimento

de ligações glicosídicas entre duas unidades de glucose da cadeia polimérica

formando moléculas de celulose com menor grau de polimerização (mais curtas) e,

portanto, menos resistentes mecanicamente (SÁ; NEPOMUCENO, 1997).

O papel é altamente higroscópico, podendo reter água entre as fibras de

celulose, que favorece o processo de envelhecimento (ASSIS FILHO, 2008). A

umidade, juntamente com a temperatura, são os principais fatores envolvidos no

envelhecimento do papel isolante, enquanto que o oxigênio responde por 1/3 do

mesmo (EMSLEY et al., 2000).

A degradação que ocorre na celulose pode ser hidrolítica, oxidativa e

térmica.

A degradação hidrolítica acontece quando há água ou ácidos presentes

levando à hidrólise (quebra) de ligações glicosídicas entre unidades de glucose,

liberando glucose, água e moléculas de celulose menores e menos resistentes, além

de compostos furânicos, especialmente 2-furfuraldeído ou 2-FAL e 5-

hidroximetilfurfural ou 5-HMF (ASSIS FILHO, 2008; BEZERRA, 2009; MARTINS,

2007a; STOCCO, 2009).

A celulose é também susceptível à oxidação na presença de agentes

oxidantes, como o oxigênio, peróxidos e ácidos. Os grupos hidroxila são oxidados a

grupos carbonila e carboxila, que levam ao enfraquecimento das ligações

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glicosídicas e ocorrência de reações secundárias que promovem a quebra da cadeia

celulósica com liberação de água, CO e CO2, que contribuem para a degradação

hidrolítica (ASSIS FILHO, 2008; BEZERRA, 2009; MARTINS, 2007a; STOCCO,

2009).

Já a degradação térmica se dá em virtude de altas temperaturas de

funcionamento dos equipamentos. Mesmo na ausência de água e agentes

oxidantes, ocorre rompimento das ligações glicosídicas da celulose e abertura dos

anéis de glucose, levando à formação de produtos como água, óxidos de carbono

(CO e CO2), H2, compostos furânicos (2-FAL e 5-HMF) e ácidos orgânicos (ASSIS

FILHO, 2008; BEZERRA, 2009; MARTINS, 2007a; STOCCO, 2009). Acima de 110

C a despolimerização da celulose produz compostos furânicos. Em temperaturas

superiores a 130 C, a degradação térmica do papel em ENI é comprovadamente

menor do que em OMI (MARTINS; GOMES, 2012).

O envelhecimento do papel isolante pode ser evidenciado por alguns

aspectos, tais como escurecimento do papel, perda da resistência elétrica e

mecânica, encurtamento das cadeias celulósicas, o papel se torna ácido e úmido e

subprodutos de degradação contaminam o óleo isolante (PREVOST et al., 2005).

Entre os produtos formados durante o envelhecimento do papel kraft em

OMI e ENI estão os gases, com destaque para o monóxido e o dióxido de carbono

que se juntam ao óleo isolante, aparecendo em quantidades inferiores em ENI

(LEOPOLDINO, 2011; MARTINS, GOMES, 2012). A razão CO/CO2 dentro da faixa

de valores 0,07 < CO/CO2 < 0,30 está relacionada a uma condição normal de

envelhecimento (IEC, 1999).

Todos os tipos de degradação podem ocorrer simultaneamente, levando à

liberação de água e subprodutos da glucose no óleo isolante, além de gerar

moléculas menores de celulose, de menor grau de polimerização (GP), prejudicando

a resistência mecânica do papel e tornando-o mais vulnerável ao rompimento e à

ocorrência de falhas elétricas (SÁ; NEPOMUCENO, 1997). Vários trabalhos

mostram a determinação do GP viscosimétrico médio da celulose como um

parâmetro para avaliar as condições de envelhecimento do papel isolante (ALVES et

al., 2008; BASSETO; MAK, 1991; BOZZINI, 1968; CONSTANTINO; MARTINS,

2011; EMSLEY et al., 2000; LIAO et al. 2010; MARTINS, 2008, 2010, 2011, 2012;

OOMMEN; ARNOLD, 1981; PAHLAVANPOUR et al., 2002; PORTELLA et al.,

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2011b; SÁ; NEPOMUCENO, 1997; TULIO, 2008; VASCONCELLOS et al., 2008;

WILHELM et al., 2007).

Análises da relação entre o GP das moléculas de celulose e a resistência

mecânica do papel kraft evidenciaram que para um GP de aproximadamente 250, a

resistência do papel já está com um valor inferior à metade daquele do papel novo.

Quando a resistência mecânica à tração alcança a metade do valor do papel novo, o

transformador está no fim de sua vida útil (SÁ; NEPOMUCENO, 1997).

Outros trabalhos avaliam o envelhecimento do transformador por meio da

resistência do papel isolante à tração (CONSTANTINO; MARTINS, 2011; OOMMEN;

CLAIRBONE, 1998; VASCONCELLOS et al., 2008) ou pelo teor de umidade e de

gases (metano, etano, hidrogênio, monóxido e dióxido de carbono, oxigênio e

etileno) dissolvidos no óleo e/ou concentração de produtos furânicos (2-FAL, 5-HMF,

e outros derivados) dissolvidos no óleo e adsorvidos no papel (BATISTA, 2005; LIAO

et al., 2010; BLUE et al., 1998; MARTINS, 2007a, 2008, 2010, 2012; MORAIS et al.,

1999; MUHAMAD et al., 2012; PAHLAVANPOUR et al., 2002, 2005; PORTELLA et

al., 2011a,b; QUADROS, 2006; YANG et al., 2010). Todos esses compostos estão

relacionados à degradação do sistema isolante do transformador.

Para papéis kraft termoestabilizados relata-se que o 2-FAL dissolvido no

óleo não é um indicador tão sensível para verificação da degradação do papel como

é para o papel kraft neutro, visto que só aparece em condições de degradação mais

avançada. O contrário acontece com o álcool furfurílico (2-FOL), que pode ser

detectado em estágios bem iniciais de degradação do papel termoestabilizado

(MARTINS, 2007b; PORTELLA et al., 2011b).

Análises por espectroscopia na região do infravermelho com Transformada

de Fourier (FTIR) e/ou microscopia eletrônica de varredura (MEV) vêm sendo

empregadas em estudos de caracterização de papéis isolantes novos e

envelhecidos (PORTELLA et al., 2011b; SAMISTRARO et al., 2009; SAMISTRARO,

2008; QUADROS, 2006). A espectroscopia no infravermelho permite verificar as

mudanças em grupamentos químicos da celulose. Para papéis envelhecidos, uma

banda carbonila/carboxila oriunda da degradação por oxidação aparece em

aproximadamente 1710 cm-1 (ALI et al., 2001; BOUCHARD et al., 1989).

De acordo com a norma brasileira ABNT NBR 5416 (1997), o

envelhecimento da isolação sólida de transformadores contendo óleo como isolante

líquido, sendo os contaminantes do óleo mantidos sob controle, está baseado na

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equação de Arrhenius, que estabelece que o logaritmo da vida da isolação é função

do inverso da temperatura absoluta de operação ao longo do tempo de vida

esperada para o transformador (Equação 2).

Log Vida (horas) = A + B/T EQUAÇÃO 02

onde:

T = temperatura absoluta em Kelvin (θe + 273 C)

θe = temperatura do ponto mais quente dos enrolamentos, em C

A e B = constantes da curva de expectativa de vida.

A curva de expectativa de vida (ou envelhecimento) relaciona taxa de

envelhecimento relativo com a temperatura do ponto mais quente do enrolamento

(CONSTANTINO; MARTINS, 2011). Calcula-se a perda de vida (PV - %) ao longo de

um período de tempo (t em horas) em que a temperatura do ponto mais quente dos

enrolamentos em C (θe) permanece constante pela Equação 3 (ABNT NBR 5416,

1997).

EQUAÇÃO 03

Para um transformador que opera com temperatura de enrolamento igual a

55 C, A = -14,133 e B = 6972,15 (ABNT NBR 5416, 1997).

O valor obtido representa a taxa de envelhecimento global a que o sólido

isolante está submetido no intervalo de tempo t. Convém lembrar que é uma

avaliação da velocidade de envelhecimento adicional a que está sendo exposto o

equipamento, comparando a perda de vida com uma taxa de perda de vida média de

referência (ABNT NBR 5416, 1997).

Visto que a taxa de envelhecimento do papel isolante difere entre OMI e ENI,

sendo mais lenta em ENI (ALVES et al., 2008; ARAUJO et al., 2006; CLAIBORNE;

CHERRY, 2006; CONSTANTINO; MARTINS, 2011; LIAO et al., 2010; MARTINS,

2007a; McSHANE et al., 2002; VASCONCELLOS et al., 2008;), CONSTANTINO e

MARTINS (2011) estudaram e testaram os fatores “A” e “B” da “Lei de Arrhenius”

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para ambos, empregando o guia de carga de transformadores. Após obtenção da

curva de envelhecimento para ambos e reescrevendo a equação, obtiveram os

resultados descritos na Equação 04.

EQUAÇÃO 04

Para OMI, A = 9,80.10-18 e B = 15000, enquanto para ENI, A = 7,82.10-17 e

B = 15000.

A interpretação desses resultados pode ser visualizada na Figura 7, onde os

ENI’s conferem uma maior vida útil ao sistema isolante em relação aos OMI’s, ou

tempo de vida semelhante operando a temperaturas mais elevadas. Segundo os

autores, se aplicado a projetos de transformadores, estes podem ser mais

compactos, menos custosos e mais seguros devido à capacidade de trabalhar em

temperaturas mais altas (CONSTANTINO; MARTINS, 2011).

Figura 7 – Taxa de envelhecimento relativo de papel termoestabilizado em OMI e ENI. A área

sombreada representa a capacidade térmica adicional do sistema contendo ENI

FONTE: CONSTANTINO e MARTINS (2011), com adaptações.

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2.4 DEGRADAÇÃO DE PAPEL KRAFT EM ENI

A degradação de papel kraft na presença de ENI é mais lenta que na

presença de OMI, retardando o envelhecimento do mesmo e, portanto, do

equipamento que o contém (ALVES et al., 2008; ARAUJO et al., 2006; BIÇEN et al.,

2012; CLAIBORNE; CHERRY, 2006; CONSTANTINO; MARTINS, 2011; HAN et al.,

2011; LIAO et al., 2010; MARTINS, 2007a, 2008; McSHANE et al., 2002;

VASCONCELLOS et al., 2008; WILHELM et al., 2010; YANG et al., 2010). Isto pode

estar relacionado a dois processos principais que não ocorrem quando se utiliza

OMI.

O primeiro seria a proteção do papel isolante por parte do ENI por meio de

“captura” de água, ou seja, em elevada temperatura os triacilgliceróis do ENI sofrem

hidrólise, liberando ácidos graxos, consumindo a água disponível e deslocando mais

moléculas de água da celulose para o líquido isolante para promover o equilíbrio

químico (CONSTANTINO; MARTINS, 2011; RAPP et al., 2001; RAPP et al., 2002;

RAPP et al., 2005; VASCONCELLOS et al., 2008). Além disso, os ENI’s, pela sua

natureza química, apresentam 10 vezes mais afinidade pela água do que os OMI’s,

devido à higroscopicidade dos ésteres, uma vez que os grupamentos éster dos

triacilgliceróis podem interagir com a água por meio de ligações de hidrogênio, o que

poderia lhes conferir a propriedade de "secar" a celulose que compõe o papel

isolante (CONSTANTINO; MARTINS, 2011; WILHELM et al., 2011).

O segundo mecanismo seria o favorecimento de reações de esterificação na

superfície da celulose possibilitada pelas condições de temperatura quando na

presença de ENI, onde grupos OH presentes nas unidades de glucose das

moléculas de celulose recebem grupos ácidos oriundos da hidrólise dos ENI’s,

gerando assim um grupo esterificado, que protege esses sítios reativos da celulose,

impedindo sua degradação (despolimerização) (CONSTANTINO; MARTINS, 2011;

LIAO et al., 2010; MARTINS, 2008; RAPP et al., 2005; VASCONCELLOS et al.,

2008).Esta reação seria responsável pela extensão da vida útil do transformador

isolado com ENI de 2 a 10 vezes a mais em comparação ao equipamento isolado

com OMI (CLAIBORNE; CHERRY, 2006; WILHELM et al., 2009; RAPP et al., 2005).

Outra vantagem da reação de esterificação da celulose citada é a possibilidade de

operação do transformador a uma temperatura 20 °C maior que a do papel kraft

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impregnado com OMI (ALVES et al., 2008; ARAUJO et al., 2006; CONSTANTINO;

MARTINS, 2011; FARIA, 2013).

Inclusive, segundo Faria (2013), devido às comprovadas propriedades

térmicas do ENI e ao vigor da nova norma IEEE (C57.154™), transformadores novos

e existentes, imersos neste tipo de isolante líquido, podem operar em temperaturas

mais altas que os convencionais, permitindo ganhos na potência, custo e dimensão,

ou ainda, prolongamento da vida útil do transformador.

Entretanto, a comprovação desta reação de esterificação na literatura se deu

em condições distintas de operação de um transformador. Tanto em ensaios de

envelhecimento acelerado usando papel kraft neutro e termoestabilizado a 140 C

por 360 h na presença de Biovolt A quanto em corpos de prova imersos em um

transformador em operação, Wilhelm et al. (2011) puderam constatar apenas o

primeiro processo, observando uma diminuição do teor de água nos papéis kraft

termoestabilizados e um aumento na quantidade de água no Biovolt A.

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3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.1 DESCRIÇÕES DOS MATERIAIS UTILIZADOS

Neste trabalho foi utilizado o éster natural isolante (ENI) Biovolt A®, em

conformidade com a norma ABNT NBR 15422, adquirido da empresa Mineraltec®.

Foi utilizado o óleo mineral isolante (OMI) tipo AV-60 IN fornecido pela

empresa MGTRAFOS, em conformidade com a resolução ANP 36 de 05/12/2008.

O papel kraft termoestabilizado isolante, bem como o cobre, foram cedidos

pela WEG TRANSFORMADORES.

O papel kraft neutro foi fornecido pela empresa WEIDMANN.

Todos os demais reagentes, solventes e gases utilizados na caracterização

dos papéis foram fornecidos pelo Laboratório DIAGNO.

Os óleos isolantes foram utilizados da forma como foram recebidos.

3.2 MÉTODO

3.2.1 Ensaios de envelhecimento acelerado, em escala laboratorial, com os

diferentes papéis e óleos utilizados

As amostras de papel kraft neutro e termoestabilizado foram previamente

secas em estufa a 100 °C por 4 horas, e então inseridas em frascos de vidro âmbar,

sendo utilizado 16,35 g de papel seco (kraft neutro ou termoestabilizado), 0,085 cm

de cobre (fio) e 150 mL de Biovolt A®, com posterior borbulhamento de gás

nitrogênio (White Martins, 6.0) por dois minutos, de acordo com o guia da IEEE ANSI

C57.100. Esses frascos foram colocados na estufa, previamente aquecida a 100 0C.

Também foram colocados na estufa dois frascos contendo OMI, sendo num deles

inserido o papel kraft neutro e no outro o termoestabilizado, utilizando-se as mesmas

condições e proporções de materiais e óleo utilizadas para o Biovolt A®.

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Em intervalos regulares de tempo (7, 10 e 13 meses) do início do

envelhecimento (novembro de 2011) foram coletadas amostras de papel de cada um

dos frascos na estufa (Figuras 8 e 9). Após cada uma dessas coletas o óleo foi

trocado por óleo novo e o frasco, contendo o restante do papel envelhecido,

novamente inserido na estufa até a próxima coleta, e assim sucessivamente. A troca

do óleo isolante foi feita dessa forma simulando-se o processo de regeneração.

Figura 8 - Ensaios de envelhecimento acelerado em laboratório a 100 °C por um período de 13

meses

FONTE: A autora (2013).

Figura 9 - Amostras de papel envelhecido, após a remoção do óleo residual por meio de extração:

papel kraft neutro envelhecido em (A) OMI e (B) Biovolt A®; papel kraft termoestabilizado envelhecido

em (C) OMI e em (D) Biovolt A®

FONTE: A autora (2013).

(A) (B) (D) (C)

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3.3 EXTRAÇÃO DO ÓLEO ISOLANTE NO PAPEL KRAFT NEUTRO E

TERMOESTABILIZADO ENVELHECIDOS

Após coleta das amostras de papel envelhecido foi realizada a remoção do

óleo residual por meio de extração com solvente (hexano - Vetec – UV/HPLC 99%)

em um extrator tipo Sohxlet, por um período de 6 horas (Figura 10). Após a

extração, ensaios de caracterização foram realizados nas amostras de papel

envelhecidas, a saber, microscopia eletrônica de varredura (MEV), grau de

polimerização (GP), espectroscopia na região do infravermelho com transformada de

Fourier (FTIR) e ensaios mecânicos de tração.

Figura 10 – Equipamento para extração do óleo residual das amostras de papel

FONTE: A autora (2013).

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3.4 CARACTERIZAÇÃO POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

(MEV)

Para o ensaio de caracterização por microscopia eletrônica de varredura

(MEV), após a montagem em suporte metálico específico para o equipamento

(0,5 cm de amostra), estas foram submetidas à metalização (Figura 11 A e B) em

aparelho Balzers SCD030. As análises morfológicas ultraestruturais foram realizadas

em microscópio eletrônico de varredura Jeol JSM6360LV, com detector de elétrons

secundários, faixa operante de 0,5 - 30 kV, filamento de tungstênio, utilizando

software JSM6360LV para obtenção das imagens (Figura 12). As imagens obtidas

foram da parte intermediária da amostra, uma vez que, não houve diferença

estrutural na parte inicial, intermediária e final. Para cada amostra obteve-se uma

única análise.

Figura 11 – Equipamento para metalização das amostras de papel (A) e suporte com as amostras

metalizadas para analise de microscopia eletrônica de varredura modelo Jeol JSM6360LV

FONTE: A autora (2013).

(A) (B)

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Figura 12 – Equipamento de microscopia eletrônica de varredura modelo Jeol JSM6360LV

FONTE: A autora (2013).

Para análise estatística morfométrica utilizou – se o microscópio eletrônico

de varredura Tescan VEGA3 (Figura 13), com detector de elétrons

secundários, faixa operante de 0,5 - 30 kv, filamento de tungstênio, utilizando

software VEGA TC para mensurações ultraestruturais. Após a montagem em

suporte metálico específico para o equipamento (0,5 cm de amostra), estas foram

submetidas à metalização (Figura 11 A e 14) em aparelho Balzers SCD030. As

análises foram realizadas no Centro de Microscopia Eletrônica da Universidade

Federal do Paraná (UFPR).

Figura 13 – Equipamento de microscopia eletrônica de varredura modelo Tescan VEGA3

FONTE: A autora (2013).

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Figura 14 – Suporte com as amostras metalizadas para análise de microscopia eletrônica de

varredura modelo Tescan VEGA3

FONTE: A autora (2013).

3.5 GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (GP)

O grau de polimerização (GP) dos papéis (kraft neutro e termoestabilizado)

foi determinado conforme metodologia descrita na norma IEC 60450 no laboratório

DIAGNO, utilizando-se um viscosímetro capilar de 100 mL imerso em um banho de

água termoestabilizado em 19,5 °C ± 0,1 ºC e solução de etilenodiamina cúprica

(concentração de etilenodiamina = 1 mol/L, concentração de cobre = 1 mol/L, Sigma

Aldrich) como solvente (Figura 15). Para os papéis impregnados com óleo foi feita a

desimpregnação com hexano, em Sohxlet, por um período de 6 horas.

Figura 15 – Equipamento para determinação do grau de polimerização das amostras de papel

FONTE: A autora (2013).

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3.6 ENSAIOS DE ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL NA REGIÃO DO

INFRAVERMELHO COM TRANSFORMADA DE FOURIER (FTIR)

O ensaio de espectroscopia vibracional na região do infravermelho com

transformada de Fourier (FTIR) foi realizado em um equipamento Marca Bruker -

Modelo Vertex 70, operando no modo reflectância total atenuada – ATR, resolução 4

cm-1, varredura de 16 scans a temperatura de 20 °C, com cristal de ZnSe (Figura

16). As análises foram realizadas no Departamento de Química da Universidade

Federal do Paraná (UFPR).

Figura 16 – Equipamento de espectroscopia vibracional na região do infravermelho por transformada

de Fourier (FTIR)

FONTE: A autora (2013).

Figura 17 – Equipamento de espectroscopia vibracional na região do infravermelho por transformada

de Fourier (FTIR) suporte para amostra

FONTE: A autora (2013).

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3.7 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO

As resistências mecânicas à tração de amostras de papel novo e

envelhecidas em OMI e ENI foram determinadas conforme metodologia descrita na

norma ABNT NBR NM ISO 1924-2, em parceria com o Instituto de Tecnologia para o

Desenvolvimento (LACTEC), em um equipamento marca INSTRON, modelo 4467,

célula de carga 100 kgf (Figura 18), a temperatura de 21 °C e umidade 50%.

Figura 18 – Equipamento de tração mecânica

FONTE: A autora (2013).

3.8 TRATAMENTOS ESTATÍSTICOS

Os dados referentes às medidas de morfometria, em microscopia eletrônica

de varredura (MEV) e ensaios de resistência mecânica à tração do papel foram

submetidos à análise de variância (ANOVA) para verificar a diferença entre a média

dos tratamentos. Posteriormente foi utilizado o teste de Tukey com o objetivo de

verificar em quais tratamentos existe diferença significativa, a 5% de probabilidade,

para comparação entre as médias de tratamento. O programa utilizado foi o

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ASSISTAT, versão 7.6 beta 2013, no departamento de Ciências Biológicas da

UFPR.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE

VARREDURA (MEV)

Tendo em vista que um papel kraft envelhecido pode apresentar

modificações ultraestruturais em relação ao papel não envelhecido, no presente

trabalho utilizou-se a técnica de MEV para tentar elucidar esses aspectos, cujos

resultados são apresentados na sequência.

4.1.1 Análise do papel kraft termoestabilizado submetido ao envelhecimento

acelerado em ENI e OMI

4.1.1.1 Papel kraft termoestabilizado novo (controle - CTR) e envelhecido por 7

meses

Análise ultraestrutural evidencia em menor magnitude, na Figura 21, nas

imagens 1A, 2A e 3A (ver Apêndices 10.1, 10.2 e 10.3) o padrão de organização das

fibras que constituem o papel kraft termoestabilizado. Para o papel controle (papel

novo) os aspectos dessas fibras são regulares, sendo constituído por fibras

semelhantes que se intercruzam. Observa-se na Figura 21, nas imagens 1B e 1C,

fibras mais largas com espessura de 35,4 µm e fibras finas com 4,7 µm (ver

Apêndices Tabela 1.1) e na Figura 19.

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62

Figura 19 – Mensurações das fibras largas e finas da celulose, em MEV,

do papel kraft termoestabilizado controle e envelhecido na presença de OMI

e ENI por 7 meses

FONTE: A autora (2013).

O aspecto do papel controle é de malha fechada. O papel controle apresenta

poucas porosidades de diferentes diâmetros como mostra a Figura 21, nas imagens

1B e 1D. As porosidades menores possuindo 5,9 µm de largura e comprimento de

4,1 µm e as de maior tamanho com comprimento de 34,6 µm e largura de 25,79 µm.

Compondo a estrutura do papel, observa-se ainda porosidades intermediárias com

comprimento de 13,6 µm e 11,3 µm de largura. Dados estatísticos estão

representados na Figura 21 (ver Apêndices 11), na imagem 4A e nas Tabelas 1.2 e

1.3 dos Apêndices.

Na análise ultraestrutural do papel kraft termoestabilizado envelhecido em

ENI por 7 meses, na Figura 21, nas imagens 2A, 2B, 2C e 4B, observa-se

semelhança ultraestrutural quando comparado com o papel controle. As fibras largas

desse papel apresentam 32,0 µm de espessura, valor próximo ao do controle

(imagens 1D e 4A das Figuras 21 e 19 e Tabela 2.1 dos Apêndices). As perfurações

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63

maiores apresentam comprimento de 26,5 µm e de largura 21,8 µm e as perfurações

intermediárias de 11,61 µm de comprimento e largura de 13,0 µm podendo ser

observadas na Figura 21, nas imagens 2D e 4B. Pode-se observar nessas imagens

e nas estatísticas das Tabelas 2.2 e 2.3 dos Apêndices, que somente o tamanho das

porosidades para esse papel envelhecido sofreu alterações quando comparado com

o controle. A quantidade de material particulado por sobre a malha de ambos os

papéis controle e envelhecido em ENI são semelhantes (Figura 21, imagens 1B e

2B).

A análise ultraestrutural do papel kraft termoestabilizado envelhecido em

OMI por 7 meses demonstrou que as fibras mantém o aspecto tridimensional

quando comparadas as do papel controle como mostra a Figura 21, nas imagens

3A, 3B e 3D.

Observa-se que as fibras largas passam a ter uma espessura de 33,75 µm;

as fibras médias de 15,0 µm e as fibras finas, 7,4 µm de espessura, visto na Figura

21, nas imagens 3B, 3D e 4C (ver Apêndices Tabela 3.1) e Figuras 19 e 20.

Figura 20 – Mensurações das fibras intermediárias da celulose, em MEV,

do papel kraft termoestabilizado controle e envelhecido na presença de OMI

e ENI por 7 meses

FONTE: A autora (2013).

Observa-se uma malha composta por maior número de perfurações de

diâmetros maiores do que as perfurações do papel controle e do papel envelhecido

em ENI. Observa-se perfurações maiores com comprimento de 35,12 µm de

diâmetro e 28,11 µm de largura e perfurações médias de 14,6 µm de comprimento

de diâmetro e 13,8 µm de largura, conforme Figura 21, nas imagens 3B e 3D (ver

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64

Apêndices Tabelas 3.2 e 3.3). São perfurações mais próximas. Observa-se ainda de

forma nítida que após esse tratamento aparece maior quantidade de material

agregado por sobre a superfície do papel. No inset da Figura 21, na imagem 3B,

pode-se observar em maior magnitude esse material particulado, o qual pelo EDS

(ver Apêndices Figura 9.1.2) detectou maior concentração de cálcio. É uma

deposição formada por agregados particulados de diferentes diâmetros de aspecto

regular.

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65

CTR

ENI

OMI

CTR ENI OMI

A B

A

C

A

D

1

A B

A

C

A

D

2

A B

A

C

D

3

A B C

4

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66

Figura 21 – continuação

Figura 21 – Análise ultraestrutural em MEV do papel kraft termoestabilizado novo (controle, CTR) e

envelhecido em ENI e OMI por 7 meses: papel controle (1A, 1B e 1C), papel envelhecido em ENI

(2A, 2B e 2C), papel envelhecido em OMI (3A, 3B e 3C), analisadas no microscópio eletrônico de

varredura Jeol; e do papel controle e dos papeis envelhecidos em ENI e OMI (4A, 4B e 4C)

analisadas no microscópio eletrônico de varredura Tescan

Legenda:

Esta cabeça de seta identifica morfologia padrão das fibras de celulose que compõem

o papel kraft termoestabilizado;

Esta seta identifica as fibras largas;

Esta seta identifica fibras intermediárias;

Esta seta identifica fibras finas;

Esta cabeça de seta vazada identifica porosidade de maior diâmetro;

Esta cabeça de seta vazada identifica porosidade de diâmetro intermediário;

Este losango identifica porosidade de menor diâmetro;

Esta seta curva identifica material particulado depositado por sobre a malha do papel.

4.1.2 Análise ultraestrutural da espessura do papel kraft termoestabilizado

novo (controle - CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7 meses

As análises ultraestruturais da espessura do papel controle evidenciam uma

malha de aspecto denso e regular por toda a extensão do papel, como visto na

Figura 23, nas imagens A e C. Na Figura 2B, pode-se observar nítida alteração na

compactação desse papel após envelhecimento em ENI, assumindo um aspecto

alargado. A imagem 2 C evidencia um aspecto semelhante na espessura do papel

em relação ao controle após envelhecimento em OMI. As análises estatísticas (ver

Apêndices Tabela 3.4 e figura 22) não evidenciaram diferença significativa entre as

espessuras do papel novo e em relação aos diferentes envelhecimentos.

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67

Figura 22 – Mensurações da espessura das fibras da celulose,

em MEV, do papel kraft termoestabilizado controle e envelhecido

na presença de OMI e ENI por 7 meses

FONTE: A autora (2013).

CTR ENI OMI

Figura 23 – Análise ultraestrutural em MEV do papel kraft termoestabilizado novo (controle,

CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7 meses. As imagens A, B e C representam a

espessura do papel controle tratadas com ENI e OMI no microscópio eletrônico de varredura

Tescan.

Legenda:

Esta seta identifica aspecto denso;

Esta seta identifica aspecto de intumescimento.

A B C

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68

4.1.3 Análise do papel kraft neutro submetido ao envelhecimento acelerado em

ENI e OMI

4.1.3.1 Papel kraft neutro novo (controle - CTR) e envelhecido por 7 meses

Análise ultraestrutural do papel kraft neutro novo (controle, CTR) em MEV

evidencia em menor magnitude, na Figura 25, nas imagens 1A, 2A e 3A (ver

Apêndices 12.1, 12.2 e 12.3), padrão morfológico das fibras de celulose distinto

quando comparado com o papel kraft termoestabilizado novo (Figura 21, imagens

1A e 1B). As fibras do papel kraft neutro apresentam uma forma intercruzada das

fibras que o compõem, como mostra a Figura 25, nas imagens 1A e 1B.

Em maior magnitude observam-se fibras de diferentes diâmetros, na Figura

25, imagem 2B. Observam-se longas fibras eletro-densas que intercruzam a malha

do papel em um plano mais superficial e abaixo dessas nota-se a presença de fibras

de menor elétron-densidade e de menores espessuras organizadas de forma mais

compacta, menos fibrilar, de aspecto de fibras colapsadas. As fibras largas tem

espessura média de 42,4 µm, fibras médias têm 15,0 µm e fibras finas de 7,04 µm.

Essas podem ser observadas na Figura 25, imagens 1A e 1B e Tabela 4.1 dos

Apêndices e Figura 24.

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69

Figura 24 – Mensurações das fibras largas, intermediárias e

finas da celulose, em MEV, do papel kraft neutro controle

e envelhecido na presença de OMI e ENI por 7 meses

FONTE: A autora (2013).

Em maior magnitude, na Figura 25, nas imagens 1B e 1C observam-se

poros intermediários de 13,97 µm de comprimento e de 12,34 µm de largura, e poros

pequenos de 7,6 µm de comprimento e 6,0 µm de largura e quase que ausência de

material particulado (ver Apêndices Tabelas 4.2 e 4.3).

Na análise ultraestrutural do papel kraft neutro envelhecido em ENI por 7

meses, na Figura 25, nas imagens 2A, 2B, 2C e 2D, observa-se as mesmas

características ultraestruturais apresentadas pelo papel kraft controle. Somente

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70

observa-se na Figura 25, imagem 2B, que o tratamento com ENI parece ter induzido

uma perda do aspecto tridimensional do entrelaçamento fibrilar. As fibras que

compõem esse papel parecem estar mais colapsadas.

Esses dados ultraestruturais foram corroborados com as medidas realizadas

por MEV TESCAN (ver Apêndices Tabela 5.1 e Apêndices 13). Não foi observada

nenhuma alteração aos parâmetros analisados, espessura e porosidades, das fibras

entre o papel controle e os papeis envelhecidos nos dois óleos isolantes (ver

Apêndices Tabelas 5.2, 5.3, 6.1, 6.2 e 6.3).

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71

Figura 25 – Análise ultraestrutural em MEV do papel kraft neutro novo (controle, CTR) e

envelhecido em ENI e OMI por 7 meses: papel controle (1A, 1B e 1C), papel envelhecido em

ENI (2A, 2B e 2C), papel envelhecido em OMI (3A, 3B e 3C), analisadas no microscópio

eletrônico de varredura Jeol; e do papel controle e dos papeis envelhecidos em ENI e OMI

(4A, 4B e 4C) analisadas no microscópio eletrônico de varredura Tescan

B

A

C

A

D A

B

A

C

D

1

2 A

B

A

C

D

C

D

3 A

B C

4

A

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72

Figura 25 – continuação

Legenda:

Esta cabeça de seta identifica morfologia padrão das fibras de celulose que

compõem o papel kraft neutro;

Esta seta identifica as fibras largas;

Esta seta identifica fibras intermediárias;

Esta seta identifica fibras finas;

Esta cabeça de seta vazada identifica porosidade de maior diâmetro;

Esta cabeça de seta vazada identifica porosidade de intermediário diâmetro;

Este losango identifica porosidade de menor diâmetro;

Esta seta curva identifica material particulado depositado por sobre a malha do

papel;

Esta seta identifica fibras que se intercruzam;

Esta seta dobrada identifica fibras colapsadas.

4.1.3.2 Análise ultraestrutural da espessura do papel kraft neutro novo (controle -

CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7 meses

As análises ultraestruturais da espessura do papel neutro controle (Figura 27

A) e dos papeis envelhecidos em ENI (B) e OMI (C) demonstram o mesmo padrão

organizacional e de espessuras. Observa-se que o papel controle e os papeis

envelhecidos apresentam estrutura pouco compactada quando comparada com o

papel termoestabilizado controle (ver Apêndices Tabela 6.4) e Figura 26.

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73

Figura 26 – Mensurações da espessura das fibras da celulose,

em MEV, do papel kraft neutro controle e envelhecido na

presença de OMI e ENI por 7 meses

FONTE: A autora (2013).

CTR ENI OMI

Figura 27 – Análise ultraestrutural em MEV do papel kraft neutro novo (controle, CTR) e

envelhecido em ENI e OMI por 7 meses. As imagens A, B e C representam a espessura do

papel controle tratadas com ENI e OMI no microscópio eletrônico de varredura Tescan

Legenda:

Esta seta identifica aspecto denso;

Esta seta identifica aspecto de intumescimento.

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74

4.1.4 Papel kraft termoestabilizado e neutro submetidos ao envelhecimento

acelerado em ENI e OMI por 10 e 13 meses

4.1.4.1 Papel kraft termoestabilizado e neutro envelhecidos em ENI e OMI por 10

meses

O papel kraft termoestabilizado envelhecido por 10 meses tanto em ENI

quanto em OMI não apresentou nenhuma alteração ultraestrutural na organização

das fibras, porosidade ou em relação à deposição de material particulado. As

imagens da Figura 30 (1A, 1B e 1C) (ver Apêndices 14.1, 14.2 e 14.3) evidenciam

semelhante organização para esse papel após envelhecimento por 10 meses (ver

Apêndices Tabelas 7.1, 7.2 e 7.3). Já para o papel kraft neutro, de forma evidente o

envelhecimento por 10 meses gerou nítidas alterações quando comparado com o

papel controle, como mostra a Figura 30, imagem 2A. Pode-se observar na Figura

30, imagem 2B, que o tratamento com o ENI, de forma evidente, induz

colapsamento das fibras, alterações no aspecto tridimensional e com maior

deposição de material particulado (ver Apêndice 14.4 e 14.5).

O envelhecimento em OMI (Figura 30, imagem 2C) para esse papel também

induziu uma diminuição da malha tridimensional quando comparado ao controle

(Figura 30, imagem 2A) mas não de forma tão evidente quanto ao envelhecimento

em ENI (Figura 30, imagem 2B). No envelhecimento com OMI para o tempo de 10

meses observa-se uma intensa deposição de material particulado (ver Apêndices

14.4 e 14.5).

O papel kraft neutro envelhecido em ENI apresentou fibras largas com 37,9

µm de espessura e fibras médias com 18,86 µm, semelhante ao papel controle

(Figura 30, imagem 2B). O papel kraft neutro envelhecido em OMI apresentou fibras

largas com espessura de 32,2 µm, não diferentes das observadas para o papel

controle (Figura 30, imagem 2C) (ver Apêndices Tabela 8.1) (Figura 28). A partir do

envelhecimento por um período de tempo de 10 meses tanto para o ENI quanto para

o OMI há o desaparecimento de poros (ver Apêndices Tabelas 8.2 e 8.3).

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75

Figura 28 – Mensurações das fibras largas, intermediárias e finas

da celulose, em MEV, do papel kraft termoestabilizado e neutro

controle e envelhecido na presença de OMI e ENI por 10 meses

FONTE: A autora (2013).

4.1.4.2 Papel kraft termoestabilizado e neutro envelhecidos em ENI e OMI por 13

meses

O maior tempo de exposição ao ENI e ao OMI evidencia a partir de 13

meses de envelhecimento que todos os papéis apresentaram uma perda do aspecto

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76

fibrilar tridimensional das fibras que os compõem, como mostra a Figura 30, nas

imagens 3A, 3B e 3C (ver Apêndices 15.1, 15.2 e 15.3). O tratamento com OMI

(Figura 30, imagem 3C) intensifica essa característica de colapsamento e perda de

aspecto fibrilar quando comparado com o ENI (Figura 30, imagem 3B).

As imagens da Figura 30 (imagens 4A, 4B, 4C e 4D), (ver Apêndices 15.4 e

15.5), de forma evidente, mostram uma organização muito comprometida quando

comparado com o papel controle. Observam-se fibras totalmente fusionadas, perda

total do aspecto tridimensional e entrelaçamento das fibras; uma deposição intensa

de partículas de diferentes formas e diâmetros recobrindo toda a superfície do papel.

Pode-se ainda observar que essas partículas, formam agregados que adentram a

estrutura e permeiam as fibras e que essa evidencia um aspecto de fibras rasgadas,

como mostra a Figura 30, imagens 4C e 4 D.

O papel kraft neutro envelhecido em OMI por 13 meses apresentou intensa

fragilidade de forma a se decompor não sendo possível obter amostras para serem

analisadas com a técnica de MEV.

As análises estatísticas realizadas sobre as alterações ultraestruturais

observadas em MEV evidenciam que: ocorreram alterações significativas e

estatísticas entre as malhas que compõem os papéis kraft termoestabilizado e

neutro. Não houve dados estatísticos suficientes para se concluir se os diferentes

tipos de óleo e tempos de envelhecimento analisados induziram alterações

significativas sobre as análises ultraestruturais observadas. Há necessidade de

aumentar o N amostral para obter-se uma análise de forma mais relevante (Figura

29).

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Figura 29 – Mensurações das fibras largas, intermediárias e finas

da celulose, em MEV, do papel kraft termoestabilizado e neutro

controle e envelhecido na presença de OMI e ENI por 13 meses

FONTE: A autora (2013).

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Figura 30 – Análise ultraestrutural em MEV do papel kraft termoestabilizado e neutro novo

(controle, CTR) e envelhecidos em ENI e OMI por 10 e 13 meses: papel controle (1A, 1B e

1C), papel envelhecido em ENI (2A, 2B e 2C), papel envelhecido em OMI (3A, 3B e 3C),

analisadas no microscópio eletrônico de varredura Jeol; e do papel controle e dos papeis

envelhecidos em ENI e OMI (4A, 4B e 4C) analisadas no microscópio eletrônico de varredura

Tescan

A B

A

C

A B

A

C

A

1

2

A C

D

3

A

B

B

C

4 D

C

C

C

B

C

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Figura 30 – continuação

Legenda:

Esta cabeça de seta identifica morfologia padrão das fibras de celulose que

compõem o papel Kraft termoestabilizado;

Esta seta identifica as fibras largas;

Esta seta identifica fibras intermediárias;

Esta seta identifica fibras finas;

Esta cabeça de seta vazada identifica porosidade de maior diâmetro;

Esta cabeça de seta vazada identifica porosidade de diâmetro intermediário;

Este losango identifica porosidade de menor diâmetro;

Esta seta curva identifica material particulado depositado por sobre a malha do

papel;

Esta seta dobrada identifica fibras colapsadas;

Esta seta dobrada identifica fibras intumescidas.

4.1.4.3 Análise ultraestrutural da espessura do papel kraft termoestabilizado e neutro

envelhecidos em ENI e OMI por 10 e 13 meses

As análises ultraestruturais da espessura dos papeis envelhecidos por 10

meses, evidenciam uma malha de aspecto denso e regular por toda a extensão do

papel, como visto na Figura 32, imagens 1A e 2A. Nota-se que a espessura do papel

neutro é 300% maior que a do papel termoestabilizado (ver Apêndices Tabela 8.4).

Pode-se observar nítida alteração na compactação do papel

termoestabilizado após envelhecimento em ENI e OMI apresentando aspecto denso

e intumescido, como mostra a Figura 32, nas imagens 1B e 1C. Nota-se na Figura

32, nas imagens 2 B e 2C, que após envelhecimento em ENI e OMI ocorreu um

intumescimento na amostra quando comparado ao papel controle.

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Após 13 meses, o papel termoestabilizado envelhecido em ENI e OMI

mostra aspecto denso e com sutil intumescimento, como mostra a Figura 32,

imagens 3B e 3C, quando comparado ao papel controle (imagem 3A).

A Figura 32, na imagem 4B, mostra que o papel neutro envelhecido em ENI

também apresentou aspecto denso e com sutil intumescimento, comparado ao

controle, na imagem 4A. Não foi possível a obtenção da imagem do papel neutro

envelhecido em OMI, pois a amostra tornou-se friável no tempo de 13 meses (ver

Apêndices Tabela 8.5) e Figura 31.

Figura 31 – Mensurações da espessura das fibras da celulose,

em MEV, do papel kraft termoestabilizado e neutro controle e

envelhecido na presença de OMI e ENI por 10 e 13 meses

FONTE: A autora (2013).

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A

A

B

A

B C

A B C

C

A B

1

4

3

2

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Figura 32 – continuação

Figura 32 – Análise ultraestrutural em MEV do papel kraft termoestabilizado e neutro

novo (controle, CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 10 e 13 meses. As imagens A,

B e C representam a espessura do papel controle tratadas com ENI e OMI no

microscópio eletrônico de varredura Tescan

Legenda:

Esta seta identifica aspecto denso;

Esta seta identifica aspecto de intumescimento.

A celulose é uma molécula linear com a tendência de formar ligações de

hidrogênio inter e intramoleculares, unidas por ligações de hidrogênio entre os

grupamentos hidroxila. Um conjunto de moléculas de celulose formam as miofibrilas,

e uma conjunto de miofibrilas formam as macrofibrilas (FENGEL e WEGENER,

1984; HON, 1994; KRASSING, 1993).

As hemiceluloses são polímeros heterogêneos que apresentam uma

estrutura aparentemente amorfa e são constituídas de cadeias mais curtas e

ramificadas quando comparadas com as da celulose. Sua função é essencialmente

de suporte (SJOSTROM, 1981).

Segundo Portella et al. (2008), empregando a análise em MEV, observou-se

que a superfície do papel kraft neturo e termoestabilizado é formada por fibras. Os

resultados encontrados no presente trabalho, mostrados nas Figuras 21, 25 e 30

corroboram com os achados científicos descritos por Portella et al. (2008). Esse

autor descreve que o papel contém uma fase densa intercalada com um

emaranhado de fibras de diferentes dimensões e ordens de grandezas.

Os resultados encontrados nas análises ultraestruturais do papel kraft

termoestabilizado e neutro, mostrados na Figura 21 (imagens 4A, B e C) e Figura 25

(imagens 4A, B e C), obtidos a partir das análises estatísticas empregando-se MEV,

mostram a existência de fibras de diferentes dimensões em ambos ao papeis, as

quais não são significativamente alteradas ao longo do envelhecimento em OMI e

OVI nos tempos analisados (7, 10 e 13 meses) quanto a espessura das fibras

largas, intermediárias e finas que compõem os referidos papeis.

Potulski (2012) descreve fibras de celulose com aproximadamente 14,7 μm

de largura enquanto que Farmim e Pedro (2002) descrevem que as fibras de

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celulose tem uma espessura que varia de 3 a 15 μm dependendo da espécie de

madeira empregada.

Demais autores descrevem maior fragilidade do papel kraft neutro ao papel

termoestabilizado devido à presença de estrias quando analisados em MEV

(ANEEL, 2008). Não foi observado nos resultados apresentados nas Figuras 21, 25

e 30 estrias interligando as análises ultraestruturais de ambos os papeis novos e

envelhecidos nos tempos analisados. Observou-se nessas imagens a presença de

porosidades de diferentes tamanhos, conforme Figuras 21 e 25 (imagens 1, 2 e 3 B

e D) e Figura 30 (imagens 1, 2 e 3 A, B e C). A literatura existente não reporta

informações sobre tais porosidades.

Resultados de comprometimento na arquitetura nos padrões ultraestruturais

apresentados pelo papel controle foram observados no tempo de envelhecimento de

10 meses para o papel neutro de forma mais intensa do que para o papel

termoestabilizado. Observou-se colapsamento das fibras do papel neutro com perda

do aspecto tridimensional, ou volumétrico das fibras (Figura 30, imagens 1B e 2B).

Semelhante resultado foi observado para o papel termoestabilizado somente no

tempo de envelhecimento de 13 meses conforme mostrado na Figura 30, imagens

3B e C.

Iversen e Hult (2001) relatam em seu trabalho a formação de agregados de

fibrilas. Os autores descrevem que a formação dos agregados ocorre quando há

baixo teor de hemicelulose e essas são submetidas a um processo de secagem.

Supõe-se que a camada de proteção formada pela água e as hemiceluloses diminua

ou desapareça proporcionando assim a possibilidade de uma aproximação das

fibras formando agregados de fibras. Segundo esses autores, o processo de

agregação das fibras pode ocorrer pela remoção da hemicelulose da superfície da

fibra ou pela eliminação da água presente no sistema.

Segundo Seht (2001), as hemiceluloses são compostos amorfos e que na

sua estrutura o grupo hidroxila é quem facilita a interação com a água. Segundo

Molin e Tender (2002), a razão celulose/hemicelulose tem função muito importante

no comportamento das fibras com relação ao acesso e a facilidade de ligação com a

água.

Segundo Ferreira (2000), quando há uma redução na ligação entre as fibras,

essas ficam muito danificadas dando origem a papeis mecanicamente mais fracos.

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De forma evidente observou-se um aumento de material particulado e

agregado (identificado como cálcio pela técnica de EDS) que se depositou por toda

a superfície dos papeis, especialmente no papel neutro envelhecido por 10 meses

como mostrado na Figura 30 (imagens 2B e C). Total fragilidade estrutural do papel

neutro envelhecido em OMI foi detectada no tempo de envelhecimento de 13 meses.

4.2 ANÁLISE DO GRAU DE POLIMERIZAÇÃO (GP) E ENSAIOS DE

ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO COM

TRANSFORMADA DE FOURIER (FTIR)

O envelhecimento do papel kraft isolante causa degradação da celulose,

com rompimento de ligações entre as unidades de glucose e formação de unidades

de celulose com menor grau de polimerização (GP), ou seja, cadeias poliméricas

mais curtas (SÁ; NEPOMUCENO, 1997). Desta forma foram realizados ensaios para

determinar o GP destes papéis. Esse método é uma das bases da IEEE, como guia

de referência ao envelhecimento da isolação sólida de transformadores. Para tanto,

foi determinado neste trabalho o GP dos papeis isolantes novos (não envelhecidos)

comparativamente ao dos envelhecidos em ENI e OMI. Os resultados obtidos são

mostrados na Figura 33, que apresenta o gráfico do GP em função do tempo de

envelhecimento.

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85

Figura 33 – Variação do GP do papel kraft termoestabilizado e neutro durante o envelhecimento

a 100 °C na presença de OMI e ENI

FONTE: A autora (2013).

O papel isolante tipo kraft em geral tem um GP de cerca de 1200 quando

novo e após processo de secagem, durante a sua fabricação, o GP diminui para ~

1000 (LIAO et al., 2010). Neste trabalho, os valores de GP encontrados para os

papéis novos foram ~ 1000 para o papel kraft neutro e em torno de ~1050 para o

papel kraft termoestabilizado (Figura 25, tempo 0), em conformidade com os dados

encontrados na literatura.

Observando-se a Figura 33, percebe-se que o valor do GP do papel kraft

neutro diminui rapidamente após 7 meses de envelhecimento para os dois tipos de

óleo isolante. Em relação à taxa de envelhecimento (Figura 33), pode-se observar

que não houve diferença na presença de ambos os óleos, OMI e ENI, para o papel

kraft neutro (havendo sobreposição dos resultados no tempo de 10 meses, conforme

Figura 33), diferentemente do papel termoestabilizado, onde o papel envelhecido em

ENI degradou mais lentamente do que em OMI, atingindo um GP de ~ 700 para o

ENI e de ~ 400 para o OMI, conforme visualizado na Figura 33, ao final do tempo de

envelhecimento (13 meses). Ou seja, o GP do papel termoestabilizado envelhecido

em ENI foi 1,75 vezes superior ao do papel termoestabilizado envelhecido em OMI,

ao final do envelhecimento.

Resultados semelhantes foram descritos previamente por outros

pesquisadores. McShane e colaboradores (2010) mostraram que o papel

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envelhecido em OMI degrada em uma taxa significativamente mais rápida do que no

ENI. Estudos de Liao e colaboradores (2010), em condições de temperatura

diferentes e tempo de envelhecimento superiores aos utilizados neste trabalho,

também demonstraram que o papel kraft termoestabilizado possui menor

degradação em ENI do que em OMI. Essa consideração quanto ao envelhecimento

diferenciado do papel em ENI e OMI pode ser melhor avaliada com base na

prosposta de Emsley e Stevens (1994). Estes autores concluíram que a maioria dos

dados de envelhecimento acelerado obtidos para o papel isolante pode ser

analisada pela relação de Ekenstam (Equação 5).

EQUAÇÃO 5

onde:

GPt = valor do grau de polimerização no envelhecimento no tempo t

GP0 = valor inicial do grau de polimerização

k = constante de velocidade

t = tempo

A partir dessa relação é possivel determinar a velocidade da reação de

degradação do papel em diferentes condições experimentais como tipo de óleo,

temperatura e diferentes intervalos de tempo (LIAO et al., 2010).

Constantino e Martins (2011) realizaram estudos de envelhecimento

acelerado a 170 ºC utilizando papel kraft termoestabilizado em ENI e OMI por

4000 h. Em 4000 h foi atingido um GP de ~ 200 para o ENI, enquanto que para o

OMI esse GP foi atingido em 600 h. Ou seja, o tempo para atingir o mesmo GP de

200 nos dois tipos de óleo foi cerca de 6,7 vezes superior quando o papel foi

envelhecido em ENI em comparação ao OMI. Novamente percebe-se que o ENI

degrada mais lentamente o papel que o OMI. Os autores justificaram esse declínio

diferenciado para o ENI devido à reação de esterificação que pode ocorrer entre os

ácidos graxos livres de cadeia longa, provenientes da hidrólise do ENI e as

hidroxilas da celulose.

A ocorrência da reação de esterificação entre o ENI e a celulose pode ser

avaliada por espectroscopia na região do infravermelho com transformada de

Fourier (FTIR). Em estudos de envelhecimento acelerado do papel kraft neutro em

ENI por 175 dias (~ 5,8 meses) a 110 ºC foi observada uma banda destacada na

(1/GPt - 1/GP0) = kt

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região de 1746 cm-1 para o papel envelhecido em ENI (Figura 34), evidenciando a

formação de um grupamento carbonílico, proveniente, segundo os autores desse

estudo, da reação de esterificação entre o ácido graxo do ENI e a celulose (Liao et

al, 2010). Os autores comentaram que a vida útil da isolação sólida de um

transformador isolado pode ser extendida na presença de ENI, comparativamente ao

OMI justificado pela ocorrência dessa reação de esterificação.

Figura 34 – Espectros de infravermelho para o papel Kraft neutro

envelhecido em óleo mineral (MK) e éster natural (EK) após

175 dias de envelhecimento a 110 ° C. Fonte: Euro.Trans. Elétrica.

Energia 2010; 20:518-533

FONTE: LIAO et al., 2010.

No presente trabalho, buscou-se evidências dessa reação de esterificação

nas amostras de papel kraft neutro e termoestabilizado envelhecidas nos dois tipos

de óleo, OMI e ENI, empregando-se o método de FTIR. A Figura 35 apresenta os

espectros de FITR dos papeis isolantes novos, kraft neutro e termoestabilizado.

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4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

Ab

so

rbâ

ncia

(u

.a)

Numero de onda (cm-1)

papel kraft neutro novo

papel kraft termoestabilizado novo

2200

1600

3400

2900

1050

Figura 35 – Espectros de FTIR dos papéis kraft neutro e

termoestabilizados novos, destacando-se as principais diferenças

espectrais entre os dois tipos de papéis

FONTE: A autora (2013).

As principais diferenças espectrais entre os dois tipos de papel, kraft neutro

e termoestabilizado, estão localizadas nas regiões de 2200 e 1600 cm-1, regiões de

absorção de compostos à base de nitrogênio. Essas bandas podem ser atribuídas

ao aditivo que é adicionado ao papel termoestabilizado para lhe conferir maior

estabilidade térmica, como por exemplo, aditivos químicos estabilizantes como ureia,

melamina, dicianodiamida e poliacrilamida (BEAVERS; RAAB; LESLIE, 1960).

As principais bandas observadas nos espectros correspondem ao

grupamento OH na região de ~ 3400 cm-1, bandas de estiramento da ligação C – H

na região de ~ 2900 cm-1 e a banda correspondente a ligação éter na região de ~

1150 a 1085 cm-1, sendo essas as principais bandas de absorção da molécula de

celulose (GARSIDE; WYETH, 2003). A atribuição dessas e das demais bandas de

absorção da celulose estão listadas na Tabela 4 (GARSIDE; WYETH, 2003).

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TABELA 4 – ATRIBUIÇÕES NAS REGIÕES DE INFRAVERMELHO PARA AS FIBRAS

CELULÓSICAS

Posição (cm-1

) Atribuição

~ 3335 ν(OH) livre

~ 2900 ν(C-H)

~ 2850 ν(CH2) estiramento simétrico

~ 1735 ν(C=O) éster

~ 1635 Água adsorvida

~ 1595 ν(C=C) aromático no plano

~ 1505 ν(C=C) aromático no plano

~ 1475 δ(CH2)

~ 1455 δ(C-H); δ(C-OH) 1° & 2° álcool

~ 1420 δ(C-H)

~ 1365 δ(C-H)

~ 1335 δ(CH2)

~ 1315 δ(C-H)

~ 1280 δ(CH2)

~ 1235 δ(C-OH) fora do plano

~ 1200 δ(C-OH); δ(C-CH)

~ 1155 ν(C-C) anel e assimétrico

~ 1155 ν(C-O-C)

~ 1050 ν(C-OH) álcool 2º

~ 1025 ν(C-OH) álcool 1º

~ 1005 ρ(-CH-)

~ 985 ρ(-CH-)

~ 895 ν(C-O-C) no plano, simétrico.

FONTE: GARSIDE; WYETH, 2003.

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90

A Figura 36 mostra os espectros de FTIR dos papéis kraft termoestabilizado

e neutro novos e envelhecidos em OMI e ENI para efeito comparativo. Não houve

alteração espectral significativa e não houve formação de novas bandas.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

Ab

so

rbâ

ncia

(u

.a.)

Numero de onda (cm-1)

Papel kraft termoestabilizado novo

Papel kraft termoestabilizado em ENI - 7 meses

Papel kraft termoestabilizado em OMI - 7 meses

Papel kraft termoestabilizado em ENI - 10 meses

Papel kraft termoestabilizado em OMI - 10 meses

Papel kraft termoestabilizado em ENI - 13 meses

Papel kraft termoestabilizado em OMI - 13 meses

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

Ab

so

rbâ

ncia

(u

.a.)

Numero de onda (cm-1)

Papel krat neutro novo

Papel kraft neutro em ENI - 7 meses

Papel kraft neutro em OMI - 7 meses

Papel kraft neutro em ENI - 10 meses

Papel kraft neutro em OMI - 10 meses

Papel kraft neutro em ENI - 13 meses

Figura 36 – Espectros de FTIR dos papéis kraft termoestabilizado e

neutro novos e envelhecidos em OMI e ENI, a 100 0C por 7, 10 e

13 meses

FONTE: A autora (2013).

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Diferentemente do observado por Liao e colaboradores (2010), não foi

possível visualizar a presença da banda característica de grupamentos esterificados

na região de 1730-1750 cm-1 devido ao estiramento da ligação C=O (ν(C=O)), em

nenhuma das amostras de papel envelhecidas analisadas (Figura 36).

Essa banda seria observada caso ocorresse a reação de esterificação da

celulose com os ácidos graxos livres do triacilglicerol (molécula do óleo vegetal).

Assim, pode-se concluir que a reação de esterificação da celulose em ENI não

ocorre facilmente. Estudos realizados por Wilhelm e colaboradores (2011) onde foi

avaliada a ocorrência da reação de esterificação do papel kraft neutro e

termoestabilizado em ENI por meio da análise de corpos de prova de papel imersos

em um transformador de 34,5 kV, corroboram com os resultados obtidos nesse

trabalho, uma vez que a reação de esterificação no papel isolante também não foi

visualizada por esses autores.

Além das mesmas alterações observadas nos espectros dos papeis kraft

neutro envelhecidos, observou-se para o papel kraft termoestabilizado, já na

primeira amostra coletada (7 meses), o desaparecimento das principais bandas

atribuídas ao aditivo termoestabilizante, localizadas em 2200 e 1600 cm-1 no papel

novo, evidenciando o consumo desse aditivo nas condições experimentais utilizadas

(Figura 37). Com o desaparecimento dessas bandas, o espectro do papel kraft

termoestabilizado envelhecido ficou semelhante ao do papel kraft neutro.

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2000 1900 1800 1700 1600 1500

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

Ab

so

rbâ

ncia

(u

.a.)

Numero de onda (cm-1)

Papel krat neutro novo

Papel kraft neutro em ENI - 7 meses

Papel kraft neutro em OMI - 7 meses

Papel kraft neutro em ENI - 10 meses

Papel kraft neutro em OMI - 10 meses

Papel kraft neutro em ENI - 13 meses

2000 1900 1800 1700 1600 1500

-0,10

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

Ab

so

rbâ

ncia

(u

.a.)

Numero de onda (cm-1)

Papel termoestabilizado novo

Papel termoestabilizado em ENI - 7 meses

Papel termoestabilizado em OMI - 7 meses

Papel termoestabilizado em ENI - 10 meses

Papel termoestabilizado em OMI - 10 meses

Papel termoestabilizado em ENI - 13 meses

Papel termoestabilizado em OMI - 13 meses

Figura 37 – Espectros de FTIR dos papéis kraft neutro e termoestabilizado

novos e envelhecidos em OMI e ENI a 100 °C por 7, 10 e 13 meses

FONTE: A autora (2013).

4.3 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA MECÂNICA À TRAÇÃO

Neste trabalho realizaram-se ensaios para avaliar a resistência mecânica à

tração das amostras de papéis kraft neutro e termoestabilizado novas e

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envelhecidas na presença de OMI e ENI. Os resultados obtidos para a deformação

das amostras de papel na tensão máxima são apresentados na Tabela 5 e no

gráfico da Figura 38, considerando o desvio padrão de cada resultado obtido.

TABELA 5 – RESULTADOS DA DEFORMAÇÃO NA TENSÃO MÁXIMA PARA OS PAPÉIS NOVOS

E ENVELHECIDOS

Tempo de

envelhecimento

(meses)

Deformação na tensão máxima (%) medida em amostras de papel kraft:

Neutro, em: Termoestabilizado, em:

ENI OMI ENI OMI

0 15,2 ± 1,70 15,2 ± 1,70 18,6 ± 1,80 18,62 ± 1,80

7 8,0 ± 0,63 10,9 ± 1,67 20,4 ± 1,84 **

10 7,8 ± 0,40 9,7 ± 0,93 21,5 ± 1,48 18,3 ± 1,56

13 8,8 ± 1,08 * 18,8 ± 3,14 18,8 ± 1,20

* *Não foi coletada amostra suficiente para realização desse ensaio.

* Não realizado papel friável

FONTE: A autora (2013).

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Figura 38 – Deformação na tensão máxima das amostras de

papéis kraft neutro e termoestabilizado novos e envelhecidos

em OMI e ENI a 100 °C por 7, 10 e 13 meses

FONTE: A autora (2013).

Os papéis kraft termoestabilizados, novo e envelhecidos, apresentaram

menor variação na deformação em comparação aos papéis kraft neutros. A

deformação do papel kraft termoestabilizado não foi afetada pelo envelhecimento,

enquanto que a do papel kraft neutro diminuiu em torno de 53% já na primeira

amostragem (7 meses). Esses dados estão de acordo com o esperado, visto que no

papel termoestabilizado a celulose passa por tratamento especial para aumentar a

resistência do papel à degradação frente ao envelhecimento térmico (ASSIS FILHO,

2008; LIAO et al., 2012; MARTINS, 2007b).

Tratamentos estatísticos foram realizados para complementar e avaliar

significativamente as diferenças observadas com relação à deformação entre o

papel kraft neutro e termoestabilizado envelhecidos, os dois tipos de óleo isolante e

os diferentes tempos de tratamento.

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95

Os dados referentes aos distintos papéis, não considerando os tempos de

envelhecimento e nem os tipos de óleos isolantes, foram significativamente

diferentes conforme mostrado nas Tabelas 6 e 6.1.

TABELA 6 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA DEFORMAÇÃO NA TENSÃO MÁXIMA PARA OS PAPÉIS

NOVOS E ENVELHECIDOS

Análise de variância

FV GL SQ QM F (%)1

Tratamentos 1 822, 58393 822, 58393 103, 9947**

Resíduos 52 411, 31310 7, 90987 Total 53 1233, 89704

** Significativo ao nível de 1% e 5% de probabilidade

FONTE: A autora (2013).

TABELA 6.1 – MÉDIAS E MEDIDAS, A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA, DA DEFORMAÇÃO

NA TENSÃO MÁXIMA PARA OS PAPÉIS NOVOS E ENVELHECIDOS

Médias e medidas

Papel kraft nr2 Médias de tratamento (%)

Neutro 26 8, 24231 b*

Termoestabilizado 28 16, 05357 a*

CV (%) 22,88%

*Na coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5% de probabilidade.

FONTE: A autora (2013).

Comparando os óleos isolantes, não houve diferença significativa para os

óleos envolvidos, conforme mostrado nas Tabelas 7 e 7.1. Também não foram

considerados os tempos de envelhecimento e os tipos de papéis.

1 As siglas apresentadas nas tabelas 3, 4 e 5 significam, respectivamente:

Causas de Variação (FV); Grau de Liberdade (GL); Soma dos Quadrados (SQ); Quadrado das Médias (QM) e F Calculado (F). 2 A sigla apresentada nas tabelas 4.1 e 5.1 significa: número de repetições de tratamento (nr).

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TABELA 7 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA DEFORMAÇÃO NA TENSÃO MÁXIMA COMPARANDO

OS ÓLEOS ISOLANTES

Análise de variância

FV GL SQ QM F (%)

Tratamentos 1 14, 57070 14, 57070 0,6214 ns*

Resíduos 52 1219, 32634 23, 44858 Total 53 1233, 89704

*Não significativo

FONTE: A autora (2013).

TABELA 7.1 – MÉDIAS E MEDIDAS, A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA, DA DEFORMAÇÃO

NA TENSÃO MÁXIMA COMPARANDO OS ÓLEOS ISOLANTES

Médias e medidas

Óleos nr Médias de tratamento (%)

Mineral isolante (OMI) 23 12, 89565 a*

Éster natural isolante (ENI) 31 11,84516 a*

CV (%) 39,39

*Na coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste

de Tukey a 5% de probabilidade

FONTE: A autora (2013).

Relacionando o tempo de envelhecimento envolvido (7, 10 e 13 meses),

porém sem contemplar os papéis e os tipos de óleos isolantes, houve diferença

significativa entre o tempo de 7 meses comparativamente com os demais tempos

(10 e 13 meses). Porém não houve diferença significativa entre os tempos de 10 e

13 meses (Tabelas 8 e 8.1).

TABELA 8 – ANÁLISE DE VARIÂNCIA DA DEFORMAÇÃO NA TENSÃO MÁXIMA COMPARANDO

OS TEMPOS DE TRATAMENTO

Análise de variância

FV GL SQ QM F (%)

Tratamentos 2 220, 35388 110, 17694 5, 5439**

Resíduos 51 1013, 54315 19, 87340 Total 53 1233, 89704

** Significativo ao nível de 1 % e 5 % de probabilidade

FONTE: A autora (2013).

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TABELA 8.1 – MÉDIAS E MEDIDAS, A PARTIR DA ANÁLISE DE VARIÂNCIA, DA DEFORMAÇÃO

NA TENSÃO MÁXIMA COMPARANDO OS TEMPOS DE TRATAMENTO

Médias e medidas

Tempos de tratamento (meses) nr Médias de tratamento (%)

7 16 9, 22500 b*

10 24 13, 27083 a*

13 14 14, 12143 a*

CV (%) 36,27

*Na coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5% de probabilidade

FONTE: A autora (2013).

Constantino e Martins (2011) verificaram uma diminuição de 25% na

resistência do papel termoestabilizado envelhecido em ENI e de 100% para o papel

envelhecido em OMI, após 4000 horas (~ 5,5 meses) de envelhecimento a 170 ºC.

Constantino e Martins não realizaram o estudo para o papel kraft neutro. Liao e

colaboradores (2011) afirmam que o final da vida útil do papel isolante é

determinado quando ocorre redução de 50% na sua resistência à tração, que

corresponde a um GP de ~ 200. Com o envelhecimento térmico dos papéis kraft

isolantes há um enfraquecimento das fibras do material, consequentemente ocorre a

perda de massa molar da celulose, possível de ser detectada pelo ensaio de GP.

Com isso, o isolamento sólido se torna mais friável e frágil perdendo suas

propriedades mecânicas. Nesse trabalho foi observada essa relação de 50% de

perda da deformação na tensão máxima para o papel que apresentou GP próximo

de 200, considerando as condições experimentais utilizadas neste estudo.

A perda da resistência mecânica é apenas um dos aspectos que evidenciam

o envelhecimento do papel isolante. Outros ensaios realizados como o GP e a

análise estrutural e ultraestrutural forneceram informações adicionais para esse

trabalho.

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98

5 CONCLUSÃO

Os dados de MEV, obtidos a partir da análise dos papéis em estudo,

sugerem que o envelhecimento ocorreu predominantemente para o papel kraft

neutro em relação ao papel termoestabilizado, independente do tipo de óleo

utilizado. Quando comparados os dois óleos isolantes, o papel kraft neutro degradou

de forma semelhante na presença do ENI e do OMI enquanto que o papel kraft

termoestabilizado degradou mais em OMI em comparação ao ENI, nas condições

experimentais utilizadas neste estudo.

Até o tempo de 7 meses de envelhecimento não houve alteração no

padrão tridimensional, entrelaçamento e espessura das fibras celulósicas,

porém houve alteração na porosidade para ambos os papéis.

Para o tempo de 10 meses de envelhecimento observou-se nítido

colapsamento entre as fibras, alteração no aspecto tridimensional

característico do papel neutro, especialmente na presença de ENI.

O papel kraft termoestabilizado no tempo de 13 meses de envelhecimento

em ENI passou a assumir as mesmas características estruturais

apresentadas pelo papel kraft neutro no tempo de envelhecimento de 10

meses, nesse mesmo óleo.

No tempo de 13 meses o papel kraft neutro envelhecido em OMI perdeu

sua integridade não sendo mais possível ter amostras para análise,

tornando-se o papel friável nessas condições.

Os resultados de GP mostraram que o papel kraft neutro degradou de forma

semelhante em ambos os óleos isolantes, entretanto o papel kraft termoestabilizado

degradou mais lentamente em ENI em comparação ao OMI. Ao final do

envelhecimento (13 meses), o GP do papel kraft termoestabilizado envelhecido em

ENI foi aproximadamente 1,75 vezes superior em comparação ao obtido em OMI.

Esse degradação mais lenta do papel kraft termoestabilizado em ENI não pode ser

atribuída a ocorrência de uma reação de esterificação entre os ácidos graxos livres

do ENI e as hidroxilas da celulose, uma vez que neste trabalho grupos funcionais

esterificados não foram observados por FTIR nem no papel kraft termoestabilizado

envelhecido nem no neutro.

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As análises estatísticas realizadas mostraram que houve alteração

significativa na resistência mecânica à tração dos papéis até 7 meses de

envelhecimento, principalmente para o papel kraft neutro, que apresentou redução

em torno de 53% para um GP de aproximadamente 500. Porém não houve

diferenças significativas nas propriedades mecânicas dos papeis isolantes entre os

tempos de envelhecimento de 10 e 13 meses.

Transformadores isolados com ENI e papel kraft termoestabilizado devem

apresentar maior vida útil em comparação ao sistema OMI e papel kraft

termoestabilizado, e em relação ao papel kraft neutro, em condições operacionais

similares1.

1 Foram realizadas outras pesquisas a partir da presente Dissertação de Mestrado. Parte dos

resultados dessa pesquisa foi divulgada e apresentada oralmente nos seguintes eventos e revistas: a) ENCONTRO IBERO-AMERICANO DO CIGRÉ – ERIAC, 15, maio 2013, Foz do Iguaçu. Título do trabalho: Avaliação do efeito materiais internos do transformador sobre as propriedades do óleo vegetal isolante BIOVOLT A; b) SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, XXII, 13 a 16 de outubro de 2013, Brasília. Título do trabalho: Envelhecimento acelerado comparativo de papéis kraft neutro e termoestabilizado em óleo mineral e éster natural isolantes; c) Aceite de artigo técnico intitulado “Esterification reaction and moisture migration between insulation paper and the natural ester biovolt A”, na 45ª Bienal do CIGRÉ, em Paris, em 2014; d) E como perspectivas, os seguintes trabalhos: submissão de dois artigos para revistas da área com impacto relevante envolvendo os temas de MEV, GP e espectroscopia de FTIR.

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6 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Estudo do efeito do tempo de envelhecimento na morfologia das fibras de

celulose em óleos isolantes.

Estudo do efeito da temperatura de envelhecimento na morfologia das

fibras de celulose em óleos isolantes.

Determinação de compostos furânicos nos óleos isolantes provenientes

da degradação do papel isolante.

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WILHELM, H. M. et al. Aspectos Relacionados com a utilização de OVI no Brasil. In: WORKSPOT – INTERNATIONAL WORKSHOP ON POWER TRANSFORMERS, 4., Recife, 2006. WILHELM, H. M. et al. Desempenho de óleo vegetal isolante frente ao envelhecimento acelerado. In: SNPTEE – SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, 19., Rio de Janeiro, 2007. WILHELM, H. M. et al. Investigação de óleos vegetais como potenciais fluidos de segurança. EM, p. 140-146, 2009a. Disponível em: <www.brasilengenharia.com.br/e d/592/Art_Eng_Eletrica 2.pdf >. Acesso em: 03/09/2013. WILHELM, H. M. et al. Produção e uso de óleos vegetais isolantes no setor elétrico. Engenharia, Ed 592, p. 120-124, 2009b. Disponível em: <www.brasilengenharia.co m.br/ed/592/Art_Eng_Eletrica_2.pdf >. Acesso em: 31/08/2013. WILHELM, H. M. et al. Aspectos relacionados com a estabilidade a oxidação e o tratamento de Óleo Vegetal Isolante (OVI) em uso. In: WORKSPOT – INTERNATIONAL WORKSHOP ON POWER TRANSFORMERS, Foz do Iguaçu, 2010. WILHELM, H. M. et al. Avaliação da extensão da vida útil do papel kraft isolante em ésteres naturais (óleo vegetal isolante). In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA, 21., 9p., Florianópolis, 2011. WILHELM, H. M. et al. Degradação do papel isolante em óleo vegetal isolante. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIA DOS MATERIAIS (CBECIMAT), 20., Joinville, 2012. Disponível em: <cbecimat.com.br/resumos/trabal hos_completos/405-067.doc>. Acesso em: 26/07/2013. YANG, L. et al. Influence of natural ester on thermal aging characteristics of oil-paper in power transformers. European Transactions on Electrical Power, v. 20, p. 1223-1236, 2010.

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112

APÊNDICE 1 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft termoestabilizado controle (CTR)

TABELA 1.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE (CTR)

Papel kraft termoestabilizado controle (CTR) – espessura das fibras (μm)

Largas Finas

34,21 3,46

24,76 4,98

47,48 2,70

39,76 4,90

30,82 6,60

5,64

Média: 35,40 Média: 4,70

Desvio padrão: 8,67 Desvio padrão: 1,42

FONTE: A autora (2013).

TABELA 1.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE (CTR)

Papel kraft termoestabilizado controle (CTR)

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

25,45 12,67 3,29

24,23 16,44 5,41

35,90 11,89 3,46

29,58 3,90

57,85

Média: 34,60 Média: 13,60 Média: 4,01

Desvio padrão: 13,77 Desvio padrão: 2,43 Desvio padrão: 0,96

FONTE: A autora (2013).

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113

TABELA 1.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO CONTROLE (CTR)

Papel kraft termoestabilizado controle (CTR)

Largura em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

24,66 11,29 3,29

23,94 - 5,41

36,17 - 3,46

22,23 - 3,90

21,95 - 9,46

- - 9,97

Média: 25,79 11,29 Média: 5,90

Desvio padrão: 5,91 0 Desvio padrão: 3,04

FONTE: A autora (2013).

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114

APÊNDICE 2 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft termoestabilizado em ENI – 7 meses

TABELA 2.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS, MÉDIAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI – 7 MESES

Papel kraft termoestabilizado em ENI – 7 meses

espessura das fibras (μm)

Largas Intermediária Finas

30,47 10,29 4,65

38,24 10,29 6,30

35,6 11,86 3,46

26,75 11,35 -

29,06 15,23 -

Média: 32 Média: 11,86 Média: 4,80

Desvio padrão: 4,76 Desvio padrão: 2,03 Desvio padrão: 1,43

FONTE: A autora (2013).

TABELA 2.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI – 7 MESES

Papel kraft termoestabilizado em ENI – 7 meses

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

26,75 11,61 0

29,32 - -

28,73 - -

21,06 - -

Média: 26,50 11,61 0

Desvio padrão: 3,76 0 0

FONTE: A autora (2013).

TABELA 2.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI – 7 MESES

Papel kraft termoestabilizado em ENI – 7 meses

largura em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

20,35 14,19 7,05

23,25 11,61 -

Média: 21,80 Média: 13,00 7,05

Desvio padrão: 2,05 Desvio padrão: 1,82 0

FONTE: A autora (2013).

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115

APÊNDICE 3 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft termoestabilizado em OMI – 7 meses

TABELA 3.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS, MÉDIAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM OMI – 7 MESES

Papel termoestabilizado em OMI – 7 meses

Espessura das fibras (μm)

Largas Intermediárias Finas

40,96 11,47 5,51

22,27 14,77 9,06

47,54 19,59 8,23

28,70 14,15 6,69

40,07 - -

34,5 - -

22,23 - -

Média: 33,75 Média: 15,00 Média: 7,40

Desvio padrão: 9,77

Desvio padrão: 3,38

Desvio padrão: 1,58

FONTE: A autora (2013).

TABELA 3.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM OMI – 7 MESES

Papel kraft termoestabilizado em OMI – 7 meses

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

47,43 14,56 8,67

22,81 - 9,06

Média: 35,12 14,56 Média: 8,80

Desvio padrão: 17,40 0 Desvio padrão: 0,27

FONTE: A autora (2013).

TABELA 3.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM OMI – 7 MESES

Papel kraft termoestabilizado em OMI – 7 meses

Largura em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

28,11 13,82 9,06

- - 8,25

28,11 13,82 Média: 8,65

0 0 Desvio padrão: 0,57

FONTE: A autora (2013).

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116

TABELA 3.4 – ESPESSURAS DAS FIBRAS DO PAPEL KRAFT TERMOESTABILIZADO CONTROLE

E EM ENI E OMI – 7 MESES

Papel kraft termoestabilizado controle (CTR) e em ENI e OMI - 7 meses

Espessura das fibras (μm)

CTR ENI OMI

48,77 66,33 30,01

25,34 67,60 43,26

27,03 71,49 49,47

Média: 33,71 Média: 68,47 Média: 40,91

Desvio padrão: 13,07

Desvio padrão: 2,69

Desvio padrão: 9,94

FONTE: A autora (2013).

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117

APÊNDICE 4 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft neutro controle (CTR)

TABELA 4.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT NEUTRO

CONTROLE (CTR)

Papel kraft neutro controle (CTR)

Espessura das fibras (μm)

Largas Intermediária Finas

43,25 20,24 7,57

48,12 13,76 5,97

52,47 10,95 7,59

44,34 - -

46,16 - -

35,47 - -

27,02 - -

Média: 42,40 Média: 15,00 Média: 7,04

Desvio padrão: 8,54

Desvio padrão: 4,76

Desvio padrão: 0,93

FONTE: A autora (2013).

TABELA 4.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO

CONTROLE (CTR)

Papel kraft neutro controle (CTR)

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

0 16,79 8,65

11,15 7,59

- 6,04

- 8,18

0 Média:13,97 Média: 7,60

0 Desvio padrão:

3,98 Desvio padrão:

1,13

FONTE: A autora (2013).

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118

TABELA 4.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO

CONTROLE (CTR)

Papel kraft neutro controle (CTR)

Largura em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

0 13,53 5,41

11,15 6,51

- 5,43

- 6,58

0 Média:12,30 Média: 6,00

0 Desvio padrão:

1,68 Desvio padrão:

0,65

FONTE: A autora (2013).

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119

APÊNDICE 5 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft neutro em ENI – 7 meses

TABELA 5.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS, MÉDIAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT

NEUTRO EM ENI – 7 MESES

Papel kraft neutro em ENI – 7 meses

Espessura das fibras (μm)

Largas Intermediária Finas

26,71 19,5 0

43,76 17,85 -

25,63 - -

37,65 - -

29,06 - -

20,26 - -

24,66 - -

52,53 - -

51,04 - -

Média: 34,60 Média:18,67 0

Desvio padrão: 12,06 Desvio padrão: 1,17 0

FONTE: A autora (2013).

TABELA 5.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO

EM ENI – 7 MESES

Papel kraft neutro em ENI - 7 meses

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

31,83 15,74 0

21,09 18,67 -

55,65 - -

Média: 36,19 Média: 17,20 0

Desvio padrão: 17,68 Desvio padrão: 2,07 0

FONTE: A autora (2013).

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TABELA 5.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM

ENI – 7 MESES

Largura em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

0 13,37 0

- 11,70 -

- 11,46 -

- 11,09 -

- 16,13 -

0 Média:12,75 0

0 Desvio padrão: 2,08 0

FONTE: A autora (2013).

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121

APÊNDICE 6 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft neutro em OMI – 7 meses

TABELA 6.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS, MÉDIAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT

NEUTRO EM OMI – 7 MESES

Papel kraft neutro em OMI - 7 meses

Espessura das fibras (μm)

Largas Intermediária Finas

33,61 17,95 8,72

32,55 14,76 -

20,99 - -

39,38 - -

43,28 - média: 34,00 média: 16,35 8,70

Desvio padrão: 8,46 Desvio padrão: 2,26 0

FONTE: A autora (2013).

TABELA 6.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO

EM OMI – 7 MESES

Papel kraft neutro em OMI - 7 meses

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

0 13,55 0

FONTE: A autora (2013).

TABELA 6.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM

OMI – 7 MESES

Papel kraft neutro em OMI - 7 meses

Comprimento em diâmetro das porosidades (μm)

Maior Intermediária Menor

0 0 6,04

FONTE: A autora (2013).

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122

TABELA 6.4 – ESPESSURAS DAS FIBRAS DO PAPEL KRAFT NEUTRO CONTROLE E EM ENI E

OMI – 7 MESES

Espessuras das fibras do papel kraft neutro controle (CTR) e em ENI e OMI - 7 meses

Espessura das fibras (μm)

CTR ENI OMI

127,61 150,47 194,78

118,02 136,85 191,83

155,93 165,13 177,54

Média: 133,85 Média: 150,81 Média: 188,05

Desvio padrão: 19,71

Desvio padrão: 14,14

Desvio padrão: 9,22

FONTE: A autora (2013).

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123

APÊNDICE 7 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft termoestabilizado em ENI e OMI – 10 e 13 meses

TABELA 7.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS, MÉDIAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI E OMI – 10 E 13 MESES

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI – 10 meses

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI – 13 meses

Espessura das fibras (μm) Espessura das fibras (μm)

Largas Intermediárias Finas Largas Intermediárias Finas

ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI

31,68 22,71 13,69 20,55 5,41 7,11 46,47 28,65 18,17 10,33 0 9,79

24,54 30,93 - - - 8,87 36,06 26,50 15,59 15,14 - 3,78

39,46 43,25 - - - - 22,73 34,06 14,06 18,51 - 4,90

36,45 29,37 - - - - 31,24 24,11 13,02 - - 7,74

24,99 - - - - - 31,32 33,31 16,69 - - 7,35

23,02 - - - - - 37,77 22,73 - - - 6,53

28,12

- - - - - 22,19 - - - -

27,83 - - - - - - 35,69 - - - -

25,96 - - - - - - - - - - -

Média: 29,11

Média: 31,50 13,69 20,55 5,41

Média: 8,00

Média: 34,26

Média: 28,40

Média: 15,50

Média: 14,60 0

Média: 6,70

Desvio padrão:

5,65

Desvio padrão:

8,57 0 0 0

Desvio padrão:

1,24

Desvio padrão:

7,94

Desvio padrão:

5,37

Desvio padrão:

2,05

Desvio padrão:

4,11 0

Desvio padrão:

2,14

FONTE: A autora (2013).

TABELA 7.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI E OMI – 10 E 13 MESES

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI – 10 meses (μm)

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI – 13 meses (μm)

Diâmetro comprimento Diâmetro comprimento

Maior Intermediária Menor Maior Intermediária Menor

ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI

48,99 38,49 11,57 10,62 0 0 54,31 21,71 19,89 19,18 0 0

28,30 35,29 14,85 16,79 - - 26,22 38,99 - - - -

27,58 34,57 - - - - 42,29 40,64 - - - -

- - - - - - 35,54 20,01 - - - -

- - - - - - 42,65 - - - - -

Média: 35,00

Média: 36,11

Média: 13,21

Média: 13,70 0 0

Média: 40,20

Média: 30,33

Média: 19,89

Média: 19,18 0 0

Desvio padrão: 12,15

Desvio padrão:

2,08

Desvio padrão:

2,31

Desvio padrão:

4,36 0 0

Desvio padrão: 10,32

Desvio padrão: 10,98 0 0 0 0

FONTE: A autora (2013).

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TABELA 7.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT

TERMOESTABILIZADO EM ENI E OMI – 10 E 13 MESES

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI – 10 meses

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI – 13 meses

Diâmetro largura (μm) Diâmetro largura (μm)

Maior Intermediária Menor Maior Intermediária Menor

ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI

30,95 26,89 14,10 16,84 7,80 8,23 25,34 20,72 15,73 12,66 0 0

- 20,07 15,74 15,29 9,56 - 41,21 21,91 17,68 16,48 - -

- - - - - - 20,19 - - 14,15 - -

- - - - - - 22,73 - - - - -

Média: 30,95

Média: 23,48

Média: 15

Média: 16,06

Média: 8,70 8,23

Média: 27,4

Média: 21,32

Média: 16,7

Média: 14,15 0 0

0

Desvio padrão:

4,82

Desvio padrão:

1,15

Desvio padrão:

1,09

Desvio padrão:

1,24 0

Desvio padrão:

9,46

Desvio padrão:

0,84

Desvio padrão:

1,37

Desvio padrão:

1,92 0 0

FONTE: A autora (2013).

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APÊNDICE 8 – Análises estatísticas da espessura das fibras de celulose e

porosidades do papel kraft neutro em ENI e OMI – 10 e 13 meses

TABELA 8.1 – ESPESSURAS DAS FIBRAS (LARGAS, MÉDIAS E FINAS) DO PAPEL KRAFT NEUTRO

EM ENI E OMI – 10 E 13 MESES

Papel kraft neutro com ENI e OMI - 10 meses Papel kraft neutro com ENI e OMI - 13 meses

Espessura das fibras (μm) Espessura das fibras (μm)

Largas Intermediárias Finas Largas Intermediárias Finas

ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI

40,78 32,32 18,86 0 0 6,51 34,71 * 14,07 * 1,21 *

35,24 29,09 - -

6,88 21,79

18,39

2,29 56,25 29,09 - - - - 34,09

13,35

3,15

31,68 41,00 - - - - 27,03

18,29

4,87 28,98 28,73 - - - - 27,91

1,95

27,93 38,70 - - - - 31,83

3,42 38,69 24,45 - - - - 37,24

1,08

38,63 37,19 - - - - 24,33 33,14 30,47 - - - - - 47,64 31,66 - - - - - Média:

37,90 Média: 32,20 18,86 0 0

Média: 6,7

Média: 29,90 *

Média: 16,00 *

Média: 2,56 *

Desvio padrão:

8,75

Desvio padrão:

5,16 0 0 0

Desvio padrão:

0,26

Desvio padrão:

5,44 *

Desvio padrão:

2,69 *

Desvio padrão:

1,35 *

* não realizado papel friável

FONTE: A autora (2013).

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TABELA 8.2 – COMPRIMENTO EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM

ENI E OMI – 10 E 13 MESES

Papel kraft neutro com ENI e OMI - 10 meses Papel kraft neutro com ENI e OMI - 13 meses

Diâmetro comprimento (μm) Diâmetro comprimento (μm)

Maior Intermediária Menor Maior Intermediária Menor

ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI

73,31 0 0 0 6,49 6,77 25,20 * 11,49 * 8,80 *

66,58 - - - 9,46 5,13 37,83

-

7,05 55,12 - - - 3,78 3,90 -

-

4,22

- - - - - 5,32 -

-

3,46 - - - - - 7,11 -

-

4,98

Média: 65,00 0 0 0

Média: 6,60

Média: 5,60

Média: 31,50 * 11,49 *

Média: 5,70 *

Desvio padrão:

9,19 0 0 0

Desvio padrão:

2,84

Desvio padrão:

1,30

Desvio padrão:

8,93 * 0 *

Desvio padrão:

2,18 *

* não realizado papel friável FONTE: A autora (2013).

TABELA 8.3 – LARGURA EM DIÂMETRO DAS POROSIDADES DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM ENI E

OMI – 10 E 13 MESES

Papel kraft neutro com ENI e OMI - 10 meses Papel kraft neutro com ENI e OMI - 13 meses

Diâmetro largura (μm) Diâmetro largura (μm)

Maior Intermediária Menor Maior Intermediária Menor

ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI ENI OMI

31,73 0 17,41 0 6,49 0 0 * 18,35 * 8,80 *

24,87

5,32

19,20

4,22

3,78

3,46

4,98

Média: 28,30 0

Média: 17,41 0

Média: 5,20 0 0 *

Média: 18,80 *

Média: 5,40 *

Desvio padrão:

4,85 0 0 0

Desvio padrão:

1,35 0 0 *

Desvio padrão:

0,60 *

Desvio padrão:

2,37 *

* não realizado papel friável

FONTE: A autora (2013).

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TABELA 8.4 – ESPESSURAS DAS FIBRAS DO PAPEL KRAFT TERMOESTABILIZADO EM ENI E OMI

– 10 E 13 MESES

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI 10 meses

Papel kraft termoestabilizado com ENI e OMI 13 meses

Espessura (μm) Espessura (μm)

ENI OMI ENI OMI

71,19 68,06 55,42 43,15

71,66 56,35 34,94 38,03

97,64 53,47 53,29 43,29

Média: 80,16 Média: 59,29 Média: 47,88 Média: 41,49

Desvio padrão: 15,14

Desvio padrão: 7,73

Desvio padrão: 11,26

Desvio padrão: 3,00

FONTE: A autora (2013).

TABELA 8.5 – ESPESSURAS DAS FIBRAS DO PAPEL KRAFT NEUTRO EM ENI E OMI – 10 E 13

MESES

Papel kraft neutro com ENI e OMI - 10 meses

Papel kraft neutro com ENI e OMI – 13 meses

Espessura (μm) Espessura (μm)

ENI OMI ENI OMI

146,00 113,13 149,24 *

156,30 150,04 142,75 157,08 146,95 141,49 Média: 153,12 Média: 136,70 Média: 144,49 *

Desvio padrão: 6,18

Desvio padrão: 20,48

Desvio padrão: 4,16 *

* não realizado papel friável

FONTE: A autora (2013).

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APÊNDICE 9 – Espectros EDS para amostras de papel kraft termoestabilizado e

neutro controle e papel termoestabilizado em OMI

Figura 9.1 – Espectro EDS para amostras de papel kraft termoestabilizado controle

FONTE: A autora (2013).

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Figura 9.1.1 – Espectro EDS para amostras de papel kraft neutro controle

FONTE: A autora (2013).

Figura 9.1.2 – Espectro EDS para amostras de papel kraft termoestabilizado com OMI

FONTE: A autora (2013).

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APÊNDICE 10 – Microscopia Eletrônica de Varredura – Papel Kraft

Termoestabilizado novo (controle – CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7

meses

Figura 10.1 – Papel kraft novo termoestabilizado (CTR) FONTE: A autora (2013).

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Figura 10.2 – Papel kraft termoestabilizado em ENI por 7 meses FONTE: A autora (2013).

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Figura 10.3 – Papel kraft termoestabilizado em OMI por 7 meses FONTE: A autora (2013).

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APÊNDICE 11 – Microscopia Eletrônica de Varredura – Papel Kraft Termoestabilizado novo (controle – CTR) e envelhecido

em ENI e OMI por 7 meses

CTR ENI OMI

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APÊNDICE 12 – Microscopia Eletrônica de Varredura – Papel Kraft Neutro novo

(controle – CTR) e envelhecido em ENI e OMI por 7 meses

Figura 12.1 – Papel kraft neutro controle FONTE: A autora (2013).

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Figura 12.2 – Papel kraft neutro em ENI por 7 meses FONTE: A autora (2013).

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Figura 12.3 – Papel kraft termoestabilizado em OMI por 7 meses FONTE: A autora (2013).

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APÊNDICE 13 – Microscopia Eletrônica de Varredura – Papel Kraft neutro novo (controle – CTR) e envelhecido em ENI e

OMI por 7 meses

CTR ENI OMI

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APENDICE 14 – Microscopia Eletrônica de Varredura – Papel Kraft Termoestabilizado e Neutro Envelhecidos em 10 meses

Figura 14.1 – Papel kraft novo termoestabilizado (CTR) FONTE: A autora (2013).

Figura 14.2 – Papel kraft termoestabilizado em ENI por 10 meses FONTE: A autora (2013).

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Figura 14.3 – Papel kraft termoestabilizado em OMI por 10 meses FONTE: A autora (2013).

Figura 14.4 – Papel kraft neutro novo (CTR) FONTE: A autora (2013).

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Figura 14.5 – Papel kraft neutro em ENI por 10 meses FONTE: A autora (2013).

Figura 14.6 – Papel kraft neutro em OMI por 10 meses FONTE: A autora (2013).

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APÊNDICE 15 – Microscopia Eletrônica de Varredura – Papel Kraft

Termoestabilizado e Neutro novo (controle – CTR) e envelhecido

em ENI e OMI por 13 meses

Figura 15.1 – Papel kraft termoestabilizado controle FONTE: A autora (2013).

Figura 15.2 – Papel kraft termoestabilizado em ENI por 13 meses FONTE: A autora (2013).

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Figura 15.3 – Papel kraft termoestabilizado em OMI por 13 meses FONTE: A autora (2013).

Figura 15.4 – Papel kraft neutro controle FONTE: A autora (2013).

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Figura 15.5 – Papel kraft neutro em ENI por 13 meses FONTE: A autora (2013).