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Newsletter do Centro de Estudos Politécnicos da Golegã // setembro 2012 agosto 2012 // 01 O mapeamento turístico dos terri- tórios tem sido, desde sempre, uma preocupação dos decisores políticos e dos promotores e operadores turís- ticos, ao longo dos tempos. Razões de eficácia económica ditam, sempre, as compilações de atrativos que se podem visitar numa determinada região. As empresas do setor usam esses atrativos como pontos de visi- tação e sabem que alguns deles são de valor excecional e, comunicando-os aos mercados, conseguem atrair muita gente. Muita gente reunida num ponto de atração turística significa, geralmente, negócio rentável. Nesta ideia, poderemos considerar que o espaço definido pelas autoridades públicas como bacia hidrográfica do rio Tejo reúne, na sua conjugação entre atrativos naturais e atrativos culturais, condições atuais, e potencial, para vir a ser um destino turístico mundial de excelência. O conjunto de atrativos que se podem cruzar neste território tornado comum pela influência do grande rio Tejo, pode ser entendido como a organização estruturada de componentes do Roteiro do Tejo. Nessa lógica, pode- remos dispor deste “roteiro” como se fora um centro de informações onde variadíssimos documentos escritos e visuais sobre as realidades naturais e culturais do território patente na divisão administrativa que dá origem ao mapa desta bacia, estão depositados e indexados, ser- vindo os interesses legítimos, tanto de instituições públicas quanto de empresas e iniciativas privadas que ocupam esta geografia específica, na prossecução das suas missões organizacionais. Desde bibliografias básicas, cartografias e estatísticas, até bancos de dissertações e teses, relatórios técnicos e imagens, tudo será importante que seja reunido com o objetivo prioritário: conhecer, para explorar melhor. No entendimento sobre o papel do CESPOGA nesta e em outras matérias associadas ao processo de extensão das competên- cias do Instituto Politécnico de Tomar, afirmamos que o conceito “Roteiro do Tejo” nos merece atenção, estudo, trabalho de projeto e de divulgação e, acima de tudo, a convicção de que só com mapeamento prévio de recursos e visão sobre as necessidades e, bem assim, sobre as possibilidades e limites que eles intrinsecamente possuem, quer quando tomados como elementos isolados, quer quando considerados num conjunto articulável, é possível planear bem o destino de cada território. Esta nossa proposta é clara. Planear bem significa, no caso, desenvolver atividades turístico-culturais, tirando partido do conhecimento disponível que, quando bem disseminado, pode acrescentar valor complementar aos atrativos tradicionalmente visitados, através de modos de apresentação- -interpretação inovadores e usando conteúdos creditados e, por isso, relevantes. Luís Mota Figueira Diretor Execuvo do CESPOGA Territórios e atividades turísticas o Roteiro do Tejo

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NEWSLETTER CESPOGA

Newsletter do Centro de Estudos Politécnicos da Golegã

// setembro 2012

agosto 2012 // 01

O mapeamento turístico dos terri-tórios tem sido, desde sempre, uma preocupação dos decisores políticos e dos promotores e operadores turís-ticos, ao longo dos tempos. Razões de eficácia económica ditam, sempre, as compilações de atrativos que se podem visitar numa determinada região. As empresas do setor usam esses atrativos como pontos de visi-tação e sabem que alguns deles são de valor excecional e, comunicando-os aos mercados, conseguem atrair muita gente. Muita gente reunida num ponto de atração turística significa, geralmente, negócio rentável. Nesta ideia, poderemos considerar que o espaço definido pelas autoridades públicas como bacia hidrográfica do rio Tejo reúne, na sua conjugação entre atrativos naturais e atrativos culturais, condições atuais, e potencial, para vir a ser um destino turístico mundial de excelência. O conjunto de atrativos que se podem cruzar neste território tornado comum pela influência do grande rio Tejo, pode

ser entendido como a organização estruturada de componentes do Roteiro do Tejo. Nessa lógica, pode-remos dispor deste “roteiro” como se fora um centro de informações onde variadíssimos documentos escritos e visuais sobre as realidades naturais e culturais do território patente na divisão administrativa que dá origem ao mapa desta bacia, estão depositados e indexados, ser-vindo os interesses legítimos, tanto de instituições públicas quanto de empresas e iniciativas privadas que ocupam esta geografia específica, na prossecução das suas missões organizacionais. Desde bibliografias básicas, cartografias e estatísticas, até bancos de dissertações e teses, relatórios técnicos e imagens, tudo será importante que seja reunido com o objetivo prioritário: conhecer, para explorar melhor. No entendimento sobre o papel do CESPOGA nesta e em outras matérias associadas ao processo de extensão das competên-cias do Instituto Politécnico de Tomar,

afirmamos que o conceito “Roteiro do Tejo” nos merece atenção, estudo, trabalho de projeto e de divulgação e, acima de tudo, a convicção de que só com mapeamento prévio de recursos e visão sobre as necessidades e, bem assim, sobre as possibilidades e limites que eles intrinsecamente possuem, quer quando tomados como elementos isolados, quer quando considerados num conjunto articulável, é possível planear bem o destino de cada território. Esta nossa proposta é clara. Planear bem significa, no caso, desenvolver atividades turístico-culturais, tirando partido do conhecimento disponível que, quando bem disseminado, pode acrescentar valor complementar aos atrativos tradicionalmente visitados, através de modos de apresentação--interpretação inovadores e usando conteúdos creditados e, por isso, relevantes.

Luís Mota FigueiraDiretor Executivo do CESPOGA

Territórios e atividades turísticas o Roteiro do Tejo

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No passado dia 9 de Julho de 2012, o Centro de Estudos Politécnicos da Golegã participou numa ação de educa-ção ambiental realizada na Reserva Natural do Paúl do Boquilobo. Esta ação, organizada pelo Arquiteto Paisagista Fernando Faria Pereira, acompanhado do seu colega de trabalho no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, António Vieira Figueiredo, assumiu-se como uma atividade exploratória de cariz didático e pedagógico. Esta atividade contou, igualmente, com a presença da Mestre Elsa Lourenço, Chefe da Divisão de Intervenção Social da Câmara Municipal da Golegã e da Doutora Cecília Baptista, docente do curso de Licencia-tura em Engenharia do Ambiente e Biológica, da Escola

Ação de educação ambiental na Reserva Natural do Paúl do Boquilobo

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Superior de Tecnologia de Tomar do Instituto Politécnico de Tomar.

Os participantes tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos úteis para os projetos de valorização territorial em que estão inseridos, nomeadamente no domínio da fauna e da flora, com evidência para a observação e interpreta-ção das diferentes colónias de aves existentes naquela reserva.

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No âmbito das ações e dos projetos associados ao património cultural, com destaque para a operacionalização do projeto de Turismo Militar no território do Médio Tejo, o Centro de Estudos Politécnicos da Golegã realizou, no passado dia 16 de Julho de 2012, uma visita técnica ao Castelo de Almourol, situado em Vila Nova da Barquinha.

Esta visita técnica contou com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, através do apoio do Vereador Dr. Fernando Freire e da presença operacional do Mestre Carlos Vicente, e incidiu sobre o desenvolvimento eventual de novas e diferentes formas de apresentação e interpretação turística da fortificação em questão. No final desta visita, registou-se a vontade de materializar, num futuro próximo, e com todos os

parceiros institucionais e empresa-riais, algumas questões debatidas durante a atividade e relacionadas diretamente com o formato da informação disponibilizada aos visitantes daquele monumento.

Visita Técnica ao Castelo de Almourol

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Instituto Politécnico de Tomar na Rede de Investigação e Educação em Turismo da Lusofonia

agosto 2012 // 04

Criada no passado mês de Julho de 2012, no seguimento do 1º Encon-tro das Instituições com Cursos Superiores de Turismo, realizado na Universidade de Évora, nos dias 19 e 20 de Julho, a Rede de Inves-tigação e Educação em Turismo da Lusofonia (RIETL) é uma rede inclusiva de todas as instituições do ensino superior que operam na área do Turismo que tem por

objetivo operacionalizar uma plataforma que venha a permitir uma melhor e mais eficaz gestão dos recursos humanos, financeiros e do conhecimento e da formação que são produzidos em Portugal na área do Turismo.

Este Encontro contou com a presença do Doutor Luís Mota Figueira, em representação dos

cursos de Licenciatura em Gestão Turística e Cultural e de Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo da Escola Superior de Gestão de Tomar, e do Centro de Estudos Politécnicos da Golegã, assumindo-se, assim, a integração do Instituto Politécnico de Tomar na génese da RIETL.

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Seminário “História, Património e Animação: Eventos que Alavancam Destinos” Santa Maria da Feira

agosto 2012 // 05

O Instituto Politécnico de Tomar, através do Centro de Estudos Politécnicos da Golegã e dos cursos de Licenciatura em Gestão Turística e Cultural e do Mestrado em Desenvolvimento de Produ-tos de Turismo Cultural, participou, a convite da Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte (ADIRN), no Seminário “História, Património e Animação: Eventos que Alavancam Destinos”, nos passados dias 10 e 11 de Agosto, em Santa Maria da Feira. Este Seminário, realizado no âmbito do Projeto de Cooperação Territoria Ordinum e organizado pela Associação de Desen-volvimento Rural Integrado das Terras de Santa Maria (ADRITEM), em parceria com a Associação e com a ADIRN, integrou a programação da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria.

Na programação deste Seminário f igurou a comunicação “A História como Recurso

Turíst ico: possibi lidades e limites”, apre-sentada pelo Doutor Luís Mota Figueira e pelo Mestre João Pinto Coelho, onde foram expostas diversas ações realizadas nos últimos anos pelo Instituto Politécnico de Tomar, que incidem no aproveitamento da História de Portugal, tendo em consideração os seus limites e as suas possibilidades para o desenvolvimento de produtos de turismo cultural. Destaca-se a referência, ao longo da comunicação, atri-buída às questões associadas à formação, no que concerne a este fenómeno de conceção de produto turístico, nomeadamente na neces-sidade de rigor científico e de interpretação turística validada, e à sustentabilidade, com um enfoque na importância da relação com a comunidade local e nas questões associadas à salvaguarda do património e à rentabilização empresarial.

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Apresentação de Projeto » Roteirização

O Centro de Estudos Politécnicos da Golegã, desde o ano letivo 2010/2011, tem realizado e colaborado com os cursos de Licenciatura em Gestão Turística e Cultural e o Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural, da Escola Superior de Gestão de Tomar do Instituto Politécnico de Tomar, com diversas ações e projetos associados a instituições públicas e privadas que visam a formação, conceção e otimização de Roteiros, Rotas, Itinerários e Circuitos Turísticos.

Com a produção já realizada, entendemos que o Roteiro pode ser visto como o sítio onde se guarda alguma coisa, como um depósito, como uma compila-ção ou, como um compêndio. É com esta visão global que entendemos qualquer Roteiro, pelo facto de ele se poder constituir como o lugar de referência de dados para o que lhe está subjacente, quer em termos naturais, quer em termos culturais. Por conseguinte trata-se da criação de um repositório informativo.

Para a elaboração de um Roteiro, propomos este tipo de enfoque, que segue as diretivas estratégicas do

PENT e, especificamente, as que estão associadas ao produto “Touring”.

Este processo pode significar o reforço competitivo de uma região: para isso, o investimento na sua criação e desenvolvimento, bem como a partilha de informa-ção em rede, são condição de base para o sucesso das iniciativas turísticas e comerciais e nomeadamente de produtos turísticos como, por exemplo, o anterior “Touring Cultural e Paisagístico”, substituído e renovado pelo “Touring - Turismo Cultural e Religioso”.

Contudo, assumimos igualmente que o Roteiro é, também, um produto didático, porque os seus conteúdos podem servir os sistemas de ensino e for-mação de recursos humanos. A pedagogia do turismo pode associar-se, em sede de Roteiro, à pedagogia do património. A amortização dos custos de organização, ativação e funcionamento do Roteiro dependerá, naturalmente, das frentes de utilização que ele puder satisfazer e das receitas que estas gerarem.

O Roteiro será, assim, o repositório informativo estruturado por domínios do saber e estará disponível

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Ficha Técnica

Coord. Científica Luís Mota Figueira

Coord. Técnica João Pinto Coelho

DesignGabinete de Comunicação e Imagem

agosto 2012 // 07

para fornecer as informações necessárias às atividades turístico-culturais. Servirá, portanto, como ponto de referência de conhecimento sobre a temática escolhida. Numa dimensão turístico-cultural, é o suporte ideal para a estruturação de Rotas temáticas. As Rotas, estruturadas com Itinerários de vocação regional que, devidamente desenhados, ligam e articulam Circuitos Locais entre si, criam uma rede racional

de percursos, que contribuem para a dinamização económica e cultural.

É com esta visão e metodologia, que o Centro de Estudos Politécnicos da Golegã tem operado e contribuído, numa perspetiva recíproca de transferência de Conhecimento, com autarquias, organizações e com o tecido empresarial das regiões envolventes.