feira são martinho - golegã

4

Upload: jornal-o-mirante

Post on 09-Mar-2016

230 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Certame realiza-se de 5 a 14 de Novembro O cavalo volta a ser rei na Golegã na Feira Nacional do Cavalo que decorre en- tre 5 e 14 de Novembro. Destaque para a assinatura do contrato de financiamento do Centro de Alto Rendimento da Golegã – Desportos Equestres, no dia 13 de No- vembro, pelas 18h30. A cerimónia que se realiza no salão nobre dos paços do con- celho, conta com a presença do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias. foto arquivo O MIRANTE

TRANSCRIPT

Page 1: Feira São Martinho - Golegã
Page 2: Feira São Martinho - Golegã

04 Novembro 2010 | O MIRANTEII | FEIRA DE SÃO MARTINHO - GOLEGÃ

foto arquivo O MIRANTE

O cavalo volta a ser rei na Golegã na Feira Nacional do Cavalo que decorre en-tre 5 e 14 de Novembro. Destaque para a assinatura do contrato de financiamento do Centro de Alto Rendimento da Golegã – Desportos Equestres, no dia 13 de No-vembro, pelas 18h30. A cerimónia que se realiza no salão nobre dos paços do con-celho, conta com a presença do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias.

Cavalo volta a ser rei na Feira Nacional do Cavalo na GolegãCertame realiza-se de 5 a 14 de Novembro

O dia 11 de Novembro, dia de São Mar-tinho, é o mais movimentado em activi-dades diversificadas. Além dos concursos de Dressage Nacional e a Prova de Equita-ção à Portuguesa, realiza-se a assinatura do protocolo de cooperação celebrado entre a Fundação Alter Real, a Associação Portuguesa de Criadores do Puro Sangue Lusitano e a Associação Brasileira de Cri-adores do Puro Sangue Lusitano. A cer-imónia que se realiza no Equuspolis, pelas

16h00, conta com a presença do ministro da Agricultura, António Serrano, que ho-mologará o protocolo. Às 22h00 está pre-vista a chegada ao Largo do Arneiro do Cortejo dos Romeiros de São Martinho e da Confraria do Cavalo.

A Feira abre oficialmente na sexta-feira, dia 5, pelas 18h30, com a inauguração da exposição de pintura de Álvaro Mendes intitulado “Golegã – História, Quintas e Cavalos. Pelas 21h00, arranca o segundo Campeonato de Portugal de Saltos em Liberdade. No dia 6, destaque para a aber-

tura da exposição de fotografia “Momen-tos Lusitanos no Oeste”, na Casa-Estúdio Carlos Relvas.

“Arte, Cultura e Património no Rib-atejo, nos séculos XIX e XX” é o nome do colóquio que decorre no Equuspolis nos dias 9 e 10 de Novembro, pelas 10h00. No dia 10, pelas 17h00, é a vez da apresentação do livro “Portugal nos séculos XIII, XIV e XV – Reflexões Históricas” de autoria de José Ferreira Coelho. No mesmo dia, no Largo do Arneiro, começa pelas 10h00 o 51º Concurso Nacional de Apresentação do Cavalo de Sela e o 12º Concurso Nacional de Apresentação do Cavalo de Sela da Feira Internacional do Cavalo Lusitano.

No dia 13 destaque ainda para o Cross por Equipas que se realiza na Quinta da Labruja, pelas 14h00. Às 11h00 decorre a final do Campeonato Nacional de Derbys e às 21h30 a final de Horse Ball. Pelas 22h15 são entregues os prémios Golegã – distin-ção à Excelência Equestre. Às 23h00 segue-se o espectáculo de cavalhadas.

No último dia da Feira Nacional da Golegã realiza-se a Taça de Portugal de Equitação de Trabalho (11h00) e a final do Campeonato de Maneabilidade dos Cen-tros Hípicos (17h30). O certame despede-se com a apresentação do livro “O Castelo de São Jorge” da autoria de Marília Abel e Carlos Consiglieri (18h30).

Page 3: Feira São Martinho - Golegã

O MIRANTE | 04 Novembro 2010 FEIRA DE SÃO MARTINHO - GOLEGÃ | III

actividades. Nuno Roque é o monitor que dá aulas aos alunos do primeiro ciclo foto O MiRaNte

A "Danny" e o "W.Bush" estão duas vezes por semana à disposição dos alunos do ensino básico que se inscreveram nas actividades extra-curriculares. São meia centena, segundo o monitor, mas alguns preferem ficar a ver.

O “Aprender a andar a cavalo na Golegã”, uma iniciativa criada há cerca de sete anos pela Câmara Municipal lo-cal em conjunto com a Associação Nacio-nal de Turismo Equestre (ANTE), passou a integrar as Actividades Extra Curricula-res (AEC) dos alunos do primeiro ciclo no âmbito do Desporto Escolar.

Os alunos das turmas das escolas do primeiro ciclo de Azinhaga e Golegã, se-leccionadas para integrarem o desporto escolar, têm aulas de equitação duas ve-zes por semana no picadeiro municipal. O ano passado os alunos do segundo ciclo também tinham esta AEC, mas devido à maior carga horária das aulas destes alu-nos, este ano optou-se apenas por dispo-nibilizar esta actividade extra curricular aos mais novos.

Todos os alunos podem aprender a montar a cavalo sem custos acrescidos. A ‘Danny’ e o ‘W.Bush’ são os cavalos dis-ponibilizados para as aulas. Um pertence à ANTE e o outro é cedido por um parti-

cular que não cobra valores pela cedên-cia. Todas as despesas ficam a cargo do município.

Nuno Duque é o responsável técnico da ANTE e monitor técnico que ensina aos alunos as técnicas de bem montar a cavalo. O “Aprender a andar a cavalo na Golegã” ensina cerca de meia centena de alunos. Participa apenas quem quer. “Os alunos vêm todos para aqui nos dias de aulas, mas quem tem medo ou não quer fazer, fica apenas a ver. Geralmente, a meio do ano lectivo perdem o medo e ex-perimentam montar a cavalo e acabam por gostar”.

O monitor técnico que conta com o au-xílio de um ajudante de monitor diz que devido à tenra idade, as crianças apren-dem o básico. “Como são muito pequenos aprendem a fazer o volteio - modalidade equestre definida como ginástica sobre um cavalo em movimento”, explica Nu-no Duque.

As aulas práticas são alternadas como aulas teóricas sobre o cavalo e também

Dois cavalos para meia centena de alunos do primeiro ciclo“Aprender a andar a cavalo na Golegã” é actividade extra curricular

com ensinamentos sobre profissões rela-cionadas com o equídeo. “Quando as au-las são sobre a ferragem do cavalo, peço a um ferrador para ensinar como se pro-cessa toda a ferragem do cavalo. Dá-lhes outra perspectiva do que está por detrás do cavalo e de como se monta”, realça o monitor técnico.

Para Nuno Duque colocar esta activi-dade como uma AEC é uma “mais valia”

para os alunos. “Para muitas crianças, se não fosse esta Actividade Extra Curricular, dificilmente teriam um contacto tão pró-ximo com estes animais. É uma actividade importante para os mais novos porque o ambiente com os cavalos é muito saudável. Motiva-lhes a auto-estima e muitos domi-nam melhor os medos que podem ter de outros animais”, conclui.

Page 4: Feira São Martinho - Golegã

04 Novembro 2010 | O MIRANTEIV | FEIRA DE SÃO MARTINHO - GOLEGÃ

Miguel Martins, 40 anos, empresário, Tomar

"O pórtico é lindo mas faltam empregos "

Nascido e criado em Tomar, Miguel Martins vive e trabalha na Golegã há 19 anos. Foi na capi-tal do cavalo que experimentou montar na égua de um amigo. Gostou da experiência mas não tornou a repetir. “Não é das coi-sas que mais me seduz”, confessa. O empresário tem uma “ideia” de como se faz água-pé mas não arrisca um palpite. “Não é a mi-nha área”, diz a rir, acrescentan-do que “prefere” outras bebidas nomeadamente vinho.

Miguel Martins aproveita os tempos livres durante a semana em que se realiza a Feira do Ca-valo para ver as novidades. Apre-cia os cavaleiros e as amazonas, trajados a preceito, montados nos cavalos, que nesta altura do ano, estão mais aprumados. “A feira da Golegã mostra o que o concelho tem de melhor e a van-tagem é que traz muitos turis-tas portugueses e estrangeiros. É muito bom para o comércio local”, afirma.

Frequentador assíduo do Equuspolis gosta de visitar as exposições. Miguel Martins diz que o pórtico da entrada na vila é considerado o ex-libris da vila, “a chave de entrada” da Gole-gã. Mas, na sua opinião, existem outras prioridades no concelho. “Falta postos de empregos para os jovens se fixarem. A autarquia também devia apostar na requa-lificação das habitações mais an-tigas e degradadas”, sublinha, acrescentando que a Golegã não pode ser “só uma semana”. “Este concelho é muito mais do que o São Martinho”.

Andar a cavalo não é para todosA Feira é de S. Martinho e do Cavalo. Mas na Golegã, que se auto-intitula capital do cavalo,

são poucos os que já montaram. E até há quem não aprecie muito o nobre animal. Em ma-téria de preferências a água-pé ganha larga vantagem. Afinal não são precisos grandes dotes artísticos para beber um copito com os amigos. E mesmo que em dia de excessos se registe alguma queda a altura nunca é muita. A obra que enche o olho aos goleganenses é o pórtico da entrada da vila. E curiosamente todos os entrevistados confessaram gostar muito de ir ver exposições ao centro cultural equuspolis.

Luís José, 48 anos, Gestor Comer-cial, Golegã “Gosto da Feira e da água-pé mas não aprecio cavalos”

Apesar de ser natural da Go-legã, Luís José nunca andou a cavalo e confessa não ser gran-de apreciador de cavalos. “ Gos-to de ver, mas não sou apaixona-do”, explica. O gestor comercial também não sabe como é feita a água-pé que normalmente é servida pelo São Martinho. Mas conhece pessoas que a sabem

Lurdes Reis, 38 anos, caixa de loja, Azinhaga

“Aqui temos qualidade de vida e isso vale muito”

Lurdes Reis confessa que não sabe a receita da água-pé que, como manda a tradição, se deve provar no São Mar-tinho. Mas sempre que vai à feira da Golegã, que se realiza este ano entre 5 e 14 de No-vembro, não resiste a provar. Natural de Azinhaga, confes-sa que nunca andou a cavalo.

José Tó, 58 anos, fotógrafo, Golegã

“Quando era menino andei de burro mas cavalos só para fotografar”

José Tó nunca andou a cava-lo, mas sabe o que é cavalgar. “Em criança lembro-me de ter

Maria da Conceição Trancas, 60 anos, Doméstica, Golegã

“Turistas ficam a conhecer o que de melhor temos”

Maria da Conceição Trancas nasceu na Golegã há 60 anos e, apesar de adorar cavalos, tem pavor só de pensar na ideia de montar a cavalo. “Adoro ver cavalos, mas tenho um medo inexplicável. Nunca tive uma má experiência, mas tenho re-ceio. Prefiro ficar a vê-los pas-sar”, confessa. A doméstica não sabe fazer água-pé, mas recor-da de ver o pai fazer quando era menina. Aproveita, no en-tanto, o São Martinho, para provar a água-pé que se produz nesta altura do ano. Conceição Trancas gosta de visitar a Feira do Cavalo e reconhece a impor-tância do evento. “Traz muitos turistas que ficam a conhecer o que de melhor temos no nosso concelho. É o certame mais im-portante da nossa terra”, diz”. Acrescenta que, apesar das vantagens da Feira gosta mui-to mais da “sua” Golegã “sos-segadinha, sem as confusões habituais destes dias”.

Sempre que pode vai ao Equuspolis ver cinema e ex-posições. É admiradora con-fessa do actual presidente da câmara da Golegã, José Veiga Maltez, referindo que o autar-ca tem feito uma “bela obra”. “Adorei o pórtico que coloca-ram à entrada da vila. Acho que todas as entradas da Go-legã deveriam ter um pórtico igual”, refere. Para Conceição Trancas, a Golegã tem tudo o que é necessário para a popu-lação viver de forma feliz e harmoniosa.

Silvino Sousa, 57 anos, empresário ramo restauração, Golegã

“É uma festa muito bonita”

Mistura-se o sumo da uva com água e faz-se um vinho menos forte. É esta a receita da

tradicional água-pé fornecida por Silvino Sousa, proprietário de um restaurante na Golegã. Receita que o empresário gosta sempre de fazer nesta altura do ano. “É tradição beber-se água-pé quando se comemora o São Martinho”, explica.

Natural de Trás-os-Montes mas a viver na Golegã há cerca de três décadas, Silvino Sousa nunca andou a cavalo. Só de bur-ro quando era mais novo. “Na minha terra não havia cavalos”, diz. “Vivo na capital do cavalo mas montar a cavalo nunca me despertou interesse”. Gosta de ir à Feira Nacional do Cavalo para ver as novidades. “A festa

está cada vez mais para os turis-tas. Há uns anos, a Feira estava mais ligada às pessoas, agora es-tá muito focada no cavalo. Mas continua a ser uma festa boni-ta”, refere.

Silvino Sousa confessa que nunca visitou o Equuspolis. Apenas o parque de lazer que se encontra no exterior. O em-presário aponta a restauração do museu de fotografia Carlos Rel-vas, o pórtico de entrada na vila e a biblioteca como obras “im-portantes” no concelho. Na sua opinião falta arranjar algumas estradas, dando como exemplo a sua, embora considere que o “principal” está feito.

andado numa burra. Depois dis-so nunca mais tive outra experi-ência semelhante”, diz a sorrir. Apesar de ter amigos que criam cavalos e os trazem para a Fei-ra Nacional do Cavalo, na Go-legã nunca mais quis meter-se em aventuras equestres. “Gos-to mais de ficar com os pés no chão a fotografar os cavaleiros e as amazonas, bem trajados. O cavalo proporciona fotografias muito bonitas”, afirma. O fotó-grafo conta a O MIRANTE que sabe a receita da água-pé e gosta de beber um copito, sobretudo, durante o São Martinho. “O vi-nho maduro faz parte dos hábi-tos alimentares dos portugueses e, quando consumido com mo-

deração, faz bem”, diz. Conside-ra-se um apaixonado pela Feira do Cavalo e confessa que chega a emocionar-se quando vê os cavalos no recinto da feira ou a irem embora. “É uma feira tradi-cional, muito nossa, dos golega-nenses. Ajuda imenso a divulgar o concelho e as coisas boas que aqui se fazem”, realça.

É frequentador assíduo do edifício Equuspolis. Considera que a obra mais importante re-alizada nos últimos tempos foi o “alindar” do arneiro com a co-locação de uma cobertura no pi-cadeiro. Para o fotógrafo falta a construção de um centro hípico e o arranjo do dique dos 20.

fazer com qualidade. “Compro água-pé a um amigo e ela nor-malmente aguenta-se até mea-dos de Março, como aconteceu este ano. Quando acabou com-prei no supermercado e a diferen-ça era enorme. A água-pé caseira não tem tratamentos e o sabor é muito melhor”, defende. Luís José gosta de ver as novidades da Feira de São Martinho e conside-ra o evento importante para o desenvolvimento do concelho, embora, na sua opinião, tenha alguns inconvenientes, como a confusão.

É frequentador assíduo do complexo municipal Equuspolis e recorda que a primeira vez que lá esteve foi assistir à apresenta-ção de um livro. Considera que têm sido feitas obras “interessan-tes” no concelho e destaca o pór-tico à entrada da vila. Mas refere que falta emprego no concelho e incentivos comerciais que aju-dem as empresas a fixarem.

“Já tive curiosidade quando era mais nova, mas nunca se proporcionou e agora já não ligo tanto. Prefiro observar os cavalos a andarem na rua ou a galoparem no picadei-ro”, diz.

Conta a O MIRANTE que já visitou o Equuspolis e que normalmente vai acompanha-da da filha, normalmente pa-ra ver exposições. O parque exterior do edifício também é muitas vezes escolhido pa-

ra brincadeiras, quando está bom tempo.

Lurdes Reis elogia o traba-lho do executivo municipal ao referir que têm sido feitas obras “importantes” no con-celho, não encontrando aspec-tos negativos. “O concelho da Golegã tem praticamente tu-do. Os seus habitantes não se podem queixar, temos quali-dade de vida, o que já vai sen-do raro encontrar nos dias de hoje”, refere.