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Território Zona da Mata Sul RESUMO EXECUTIVO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS TERRITÓRIO DA ZONA DA MATA SUL-PB 2010

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Território Zona da Mata Sul

RESUMO EXECUTIVO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS

TERRITÓRIO DA ZONA DA MATA SUL-PB 2010

1

2

RESUMO EXECUTIVO

2010 – 2020

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS

TERRITÓRIO DA ZONA DA MATA SUL - PB

______________________

Paraíba - 2010

3

4

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Luís Inácio Lula da Silva

MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Guilherme Cassel

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

Humberto Oliveira

DELEGADO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

NA PARAÍBA

Ranyfábio Cavalcante Macêdo

COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL - VÍNCULUS

Severino Ramo do Nascimento

INSTITUTO DE ASSESSORIA A CIDADANIA E AO DESENVOLVIMENTO

LOCAL SUSTENTÁVEL – IDS

Valter de Carvalho

EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL

Carleuza Andrade da Silva

Carlos Humberto Osório Castro

Nalfra Maria Sátiro Queiroz Batista

Antônio Junio da Silva

CONSULTORIA TÉCNICA

ESTADUAL

Oneide Nery da Câmara

REVISÃO TÉCNICA ESTADUAL

Carlos Gonçalo de Oliveira

Simone Ana Olimpio

ELABORAÇÃO/CONSULTORIA

PTDRS

José Anchieta de Assis

Rondinelly Gomes Medeiros

ASSESSORIA TERRITORIAL

Valdefran Maia Diniz

COLABORAÇÃO

Antônio Carlos da Silva Souto

Maria do Socorro Figueredo Araújo

GEOPROCESSAMENTO

Vívian Julyanna de Meireles Monteiro

5

6

APRESENTAÇÃO 8

BASES METODOLÓGICAS 10

I. Caracterização Geral 13

1.1 Aspectos Físicos e Geográficos 13

1.2 Aspectos Demográficos e Indicadores Socioeconômicos 21

II. Enfoque Dimensional 27

2.1 Dimensão Sociocultural Educacional 28

2.2 Dimensão Ambiental 37

2.3 Dimensão Socioeconômica 41

2.4 Dimensão Político – Institucional 52

III. Visão de Futuro 53

IV. Programas e Projetos 55

V. Gestão 65

VI. Estrutura Colegiada 67

VII. Bibliografia Consultada 71

Sumário

7

8

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável - PTDRS da Zona da Mata Sul do Estado da Paraíba foi idealizado a partir

do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais - PRONAT, instituído pela Secretaria de

Desenvolvimento Territorial-SDT/Ministério de Desenvolvimento Agrário-MDA, como estratégia de fortalecimento da gestão

social das políticas públicas, como uma nova estratégia participativa de aplicação dos recursos públicos.

O Território da Zona da Mata Sul é integrado por 13 (treze) municípios situados na Mesorregião da Mata Paraibana, situada no Nordeste

Brasileiro. Essa região traz consigo uma história de organização e lutas de movimentos sociais e sindicais motivadas de direitos civis, com o

processo da reforma agrária, promovendo a justiça social com o desenvolvimento humano que viabiliza a inclusão de categorias exploradas e

invisíveis para as políticas públicas até então, a exemplo da agricultura familiar e dos assentamentos de reforma agrária.

Em decorrência desta significativa participação da agricultura familiar e dos assentamentos, na conjuntura econômica, política e social da região

que em meados de 2003, dá-se início ao processo de articulação institucional e a criação de uma ambiência política mais favorável ao debate,

ordenamento e encaminhamento das demandas sociais, com objetivo de ampliar algumas ações referenciais e a interlocução com os gestores

públicos, na época pouco presente na definição de estratégias e ações integradoras de desenvolvimento sustentável para o Território.

O

Apresentação

9

10

ste documento considerado RESUMO EXECUTIVO tem como finalidade sintetizar o PTDRS, destacando as principais ações

estratégicas que nortearão o desenvolvimento sustentável nos territórios do Estado da Paraíba.

A requalificação do PTDRS, no Território da Zona da Mata Sul – PB, deu-se em processo participativo, com a contribuição direta dos agentes do

Território, refletindo sobre a realidade do mesmo. Através de oficinas, executadas conjuntamente pela SDT, Cooperativa Vínculus e o Colegiado

da Zona da Mata Sul. Todo o processo foi trabalhado levando-se em consideração as diretrizes definidas pela SDT, de percepção integral de

Território, construção de parcerias, descentralização, participação e potencialização das capacidades dos atores e atrizes locais.

O processo deu-se em três etapas: na primeira foi realizada uma Oficina Estadual, onde foi discutida a proposta de requalificação dos PTDRS do

Estado da Paraíba. Em seguida ocorreram as Oficinas temáticas onde foi feito o levantamento de dados secundários através de estudo da

realidade em órgãos oficiais; levantamento de dados primários junto aos agentes sociais dentro do Comitê Gestor do Território, denominado

Auto-Diagnóstico; Visão de Futuro, Princípios e Diretrizes, Objetivos e definição de Estratégias, Programas, Projetos e Atividades para o

Território. A terceira fase foi trabalhada através de oficinas de Gestão e homologação dos PTDRS pelas plenárias territoriais. Todo processo de

construção do PTDRS foi executado pela Cooperativa Vínculus com o apoio da SDT e do Colegiado Territorial. Em todas as fases, as dimensões

do desenvolvimento sustentável, seus eixos, programas e projetos definidos pelos colegiados e pela SDT, foram de suma importância para

nortear as ações e facilitar a percepção da realidade do Território.

E

Bases Metodológicas

11

12

13

1.1 ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS

Território da Zona da Mata Sul – PB abrange uma área 1.877,9 Km2, constituído por 13 municípios: Alhandra, Bayeux, Caaporã,

Caldas Brandão, Conde, Itabaiana, João Pessoa, Juripiranga, Pedras de Fogo, Pilar, Pitimbu, São José dos Ramos e São José de

Itaipu.

O Território ocupa uma importante área do Estado, encontrando-se inserido no contexto da Mesorregião da Mata Paraibana que compreende três

Microrregiões: João Pessoa, Litoral Sul e Sapé, além dos municípios de Caldas Brandão e Itabaiana que estão inseridos na Microrregião de

Itabaiana.

Os principais centros urbanos do Território são: João Pessoa, capital do Estado que polariza toda a Região, além das cidades de Bayeux e de

Conde. Os municípios integrantes da Microrregião Litoral Sul (Alhandra, Caaporã, Pedras de Fogo e Pitimbu), além de intensas relações

estabelecidas com a capital do Estado, recebem também influência do vizinho Estado de Pernambuco, considerando a proximidade desses

municípios com aquele Estado.

O

I. Caracterização Geral

Hidrografia

A bacia hidrográfica do Rio Abiaí localiza-se no Litoral Sul do

Estado da Paraíba, na fronteira com o Estado de Pernambuco, entre

as latitudes 7º10’ e 7º30’ Sul e entre as longitudes 34º48’ e 35º06’

Oeste, tendo uma área de 449,5 km² e um perímetro de 110,5 km.

Com extensão de 28,2 km, apresenta como seus principais afluentes

os Rios Taperubus e Cupissura e o Riacho Pitanga. Possui uma área

de drenagem de 450 km². Identifica-se uma série de conflitos a

respeito da degradação da própria bacia, irrigação, entre outros.

Além disto, esta Bacia tem sido estudada como uma das alternativas

para a complementação do sistema de abastecimento d’água da

Grande João Pessoa.

A área das duas Bacias totaliza 1038,6 km². Os municípios inseridos

na área de atuação do Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral

Sul, total e parcialmente são: Alhandra, Caaporã, Conde, Cruz do

Espírito Santo, João Pessoa, Pedras de Fogo, Pitimbu, Santa Rita e

São Miguel de Taipu. Neste sentido, faz-se mister a criação do

Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral Sul, já aprovado pelo

Conselho Estadual de Recursos Hídricos, como um órgão colegiado,

de caráter consultivo e deliberativo que compõe o Sistema Integrado

de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, com

atuação nas Bacias Hidrográficas dos Rios Gramame e Abiaí e será

regido por seu Regimento Interno e disposições pertinentes.

A Bacia Hidrográfica do rio Paraíba, com uma área de 20.071,83

km2, compreendida entre as latitudes 6º51'31" e 8º26'21" Sul e as

Quadro 01: Localização dos municípios segundo as Bacias

Hidrográficas Território Zona da Mata Sul – PB

Bacias Hidrográficas Municípios Área

(km²)

Rio Gramame

Alhandra 225,4

Caapora 144,1

Conde 164,8

Pedras de Fogo 349,5

Pitimbu 142,1

Subtotal 1.025,9

Sub-bacia do Baixo

Rio Paraíba

Bayeux 27,5

Caldas Brandão 67

Itabaiana 204,7

João Pessoa 210,8

Juripiranga 95,8

Pilar 101,6

São José dos Ramos 80,7

São Miguel de Taipu 63,9

Subtotal 852,0

Total Área de Bacias 1.877,9

Fonte: Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, 2009

15

longitudes 34º48'35"; e 37º2'15"; Oeste de Greenwich, é a segunda

maior do Estado da Paraíba, pois abrange 38% do seu território,

abrigando 1.828.178 habitantes que correspondem a 52% da sua

população total. Considerada uma das mais importantes do

semiárido nordestino, ela é composta pela sub-bacia do Rio Taperoá

e Regiões do Alto Curso do rio Paraíba, Médio Curso do rio Paraíba

e Baixo Curso do rio Paraíba. Além da grande densidade

demográfica, na bacia estão incluídas as cidades de João Pessoa,

capital do Estado, e Campina Grande, seu segundo maior centro

urbano.

Através do Governo Federal e Estadual, foram construídos na área

da Bacia vários açudes públicos, que são utilizados no abastecimento

das populações e rebanhos, irrigação, pesca e em algumas iniciativas

de lazer e turismo regional. Esses reservatórios são as principais

fontes de água da região e nas ocorrências de estiagens muitos deles

entram em colapso, ocasionando conflitos pelo uso dos recursos

hídricos e graves problemas de ordem social e econômica.

Com relação às Águas Subterrâneas, de acordo com o Serviço

Geológico do Brasil, CPRM-2005, foram registrados no Território

Zona da Mata Sul, 344 pontos d’água, sendo 329 poços tubulares, 11

escavados, 1 fonte natural e 3 indefinidos. A qualidade da água do

Território está em média 66%, que corresponde à água doce.

Observa-se que os municípios de Caaporã, João Pessoa e Bayeux

têm uma qualidade de 100% de água doce. A água salobra tem uma

média de 46% e a água salina, registrada apenas no município de

Caldas Brandão, com cerca de 83%.

Gráfico 01: Número de Pontos d’Água – Território Zona da Mata Sul

Fonte: Serviço Geológico do Brasil - CPRM, 2005

16

Características Climáticas e Vegetação

o Clima

O Território da Mata Sul, por sua posição privilegiada, apresenta

condições climáticas favoráveis às explorações agropecuárias.

Segundo a classificação climática de Koppen, seu tipo climático é

AS Quente e Úmido com chuvas de outono/inverno que ocorrem

desde o Litoral até a grande porção do Agreste.

As precipitações médias anuais situam-se na faixa de 2.000 a 2.200

mm/ano nos municípios: (Alhandra, Caaporã, João Pessoa, Pitimbu,

Bayeux e Conde); de 1.800 a 2.000 mm/ano (Pedras de Fogo, São

Miguel de Taipú e, por fim, de 1.600 a 1.800 mm/ano (Itabaiana,

Juripiranga, Pilar, São José dos Ramos e Caldas Brandão), cujo

período chuvoso inicia-se de fevereiro a março e prolonga-se até

agosto. O período de estiagem é de 5 a 6 meses, a temperatura média

anual está entre 22° C e 30° C e a umidade relativa do ar média é de

70%.

o Vegetação

O Território Zona da Mata Sul registra os seguintes tipos de

vegetação: PIONEIRA, CAMPOS e MATAS DE RESTINGA,

MANGUEZAIS, MATA ÚMIDA e CERRADO. A PIONEIRA

corresponde à faixa contígua aos limites das preamares. É

constituída de uma vegetação herbácea, adaptada às condições de

elevada salinidade. As vegetações CAMPOS e MATAS de

RESTINGA ocorrem em seguida à PIONEIRA. O solo é arenoso e

profundo.

Gráfico 02: Qualidade das Águas Subterrâneas do Território Zona da

Mata Sul

Fonte: Serviço Geológico do Brasil - CPRM, 2005

17

18

A VEGETAÇÃO CAMPOS é do tipo arbustivo, de densidade

variável. Em áreas mais abertas, aparecem algumas espécies típicas

do cerrado.

A MATA de RESTINGA é subcaducifólia, com árvores de porte

médio. O cajueiro é uma das espécies que mais caracterizam a

vegetação desse tipo.

Os MANGUEZAIS estão localizados nos estuários e se para o

interior da planície até onde se façam presentes as influências

marinhas pelo fluxo e refluxo das marés. Constituem-se numa

Formação Florestal Perenifólia, com espécies altamente adaptadas

ao tipo de ambiente flúvio-marinho, de salinidade elevada e solos

estáveis, pantanosos com alto teor de matéria orgânica em

decomposição.

A MATA ÚMIDA compreende a Mata Atlântica e Mata do Brejo.

A Mata Atlântica corresponde às florestas costeiras brasileiras ou

matas de encosta. Encontram-se amplamente descaracterizadas em

função da multissecular utilização, como fonte, a princípio, de

essências nobres, e posteriormente como estoque de madeira inferior

para os mais variados fins. Até hoje se agrava a sua destruição pela

ocupação, em grande escala, da cultura da cana-de-açúcar em seu

habitat natural.

o

Foto 01: Mata Atlântica

19

o Solos

Os principais solos encontrados no Território Zona da Mata Sul são:

ALISSOLOS, NEOSSOLOS FLÚVICOS, NEOSSOLOS

QUARTZARÊNICOS e LATOSSOLOS. ALISSOLOS e

LATOSSOLOS são solos ácidos com baixa camada textural, argila

de atividade baixa, ácidos com saturação de bases baixa e perfis bem

diferenciados, profundos ou muito profundos moderadamente

drenados, friáveis, extremamente intemperizados, com predomínio

de sesquióxidos de argilas do grupo Barreiras, sobre platôs costeiros

da faixa úmida. Quanto ao uso agrícola, estes solos podem ser

explorados com fruticultura de modo geral (o abacaxi e o coco se

destacam em área plantada) e culturas alimentares como inhame e

mandioca. A principal limitação ao uso agrícola destes solos decorre

da baixa fertilidade natural, necessitando, portanto de correção de

acidez e adubação para utilização agrícola intensa.

Os NEOSSOLOS FLÚVICOS são solos profundos de baixa

fertilidade natural, bem drenados. Podem variar de baixa a alta,

situando-se em terrenos da baixada litorânea. Podem ser

intensamente cultivados desde que se façam práticas de calagem e

adubação. Quanto aos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS, são

solos de textura predominantemente arenosa, drenagem excessiva e

baixíssima fertilidade. Para seu aproveitamento agrícola, necessita

de práticas de adubação, principalmente a incorporação de matéria

orgânica para melhorar sua estruturação e a retenção de umidade.

Foto 02:Solos Latossolos

20

21

1.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E INDICADORES

SOCIOECONÔMICOS

População

A população do Território Zona da Mata Sul, segundo o Censo

Demográfico de IBGE – 2000, era de 837.320 habitantes. No meio

urbano residiam 780.742 habitantes e, no rural, 56.578 habitantes,

observando-se que apenas 6,75 % do contingente populacional desse

território mantinha-se na área rural. Em 2007, de 931.274 habitantes,

876.063 habitantes residiam na zona urbana e 55.211 habitantes na

zona rural, correspondendo, respectivamente aos percentuais de 94

% e 6 %.

Em termos de Densidade Demográfica, o referido Território

apresentava, em 2007, uma distribuição de 482,28 hab/km2. Sendo a

maior densidade demográfica registrada no município de João

Pessoa com 3.213,15hab/km2 e a menor no município de São José

dos Ramos com 55,94hab/ km2.

A dinâmica populacional destaca três distintos grupos etários, o

segmento populacional de 0-14 anos formado por 229.449 pessoas.

Essa faixa de idade faz pressão para garantir a universalização de

atendimento do ensino fundamental e do ensino médio. No que se

refere à população em idade produtiva, ou seja, 15-59 anos de idade,

registrava uma população de 532.393 habitantes. Ter uma parcela

em plena atividade superando a parcela da população é importante

para o desenvolvimento de uma região, entretanto faz-se necessário

Quadro 02: Características Demográficas (2007)

População( Hab.)

Total 931.274

Urbana 876.063

Rural 55.211

População por Sexo (Hab.) Feminino 499.390

Masculino 43.1884

População por Idade (Hab.)

0-14 229.449

15-59 532.393

60 e mais 169.432

Área (Km2) Território 1.931

Densidade

Demográfica(Hab./Km2)

Território 482,28

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2007 e Anuário Estatístico do

Estado da Paraíba, 2008

22

forte investimento em educação e garantia de qualificação adequada

para essa mão-de-obra disponível, assim como um mercado de

trabalho com oferta de vagas capaz de absorvê-los.

A otimização do aproveitamento desta dinâmica demográfica, no

sentido de proporcionar o crescimento econômico e

desenvolvimento humano, dependerá da possibilidade deste

contingente populacional ser adequadamente educado, qualificado e

capacitado para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

No que se refere uma faixa de idade acima de 60 anos, no Território

da Zona da Mata Sul, essa população é formada por 169.432 pessoas

com 60 anos e mais a parcela de idosos que já deixaram ou estão

deixando o mercado de trabalho.

Esta população de idosos em processo contínuo de crescimento,

certamente gerará atenção do poder público no sentido de criar

políticas voltadas para esta faixa etária da população, nas áreas de

saúde, habitação e lazer oportunizando uma melhor qualidade de

vida.

No Território da Zona da Mata Sul, percebemos a concentração de

mulheres jovens nas cidades com população urbana superior, esse

grupo de pessoas, tem um maior nível de escolaridade por passarem

mais tempo na escola, a desistência é maior por parte dos jovens de

sexo masculino.

Porém não existe uma política de governo voltada para esse grupo de

mulheres jovens, o mercado de trabalho ainda é preconceituoso com

Fonte : IBGE, 2007

Gráfico 03 : População por situação de domicílio

23

relação à contratação e remuneração das mulheres, apesar da visível

inserção da mulher jovem no mercado de trabalho, ainda não é

suficiente para o crescente número de mulheres. O Território tem

que rever suas políticas de priorização dos projetos para atender a

essa demanda crescente da população.

Indicadores Socioeconômicos

o Índice de Desenvolvimento Humano

O conceito do Desenvolvimento Humano surgiu em 1990, quando o

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

sugeriu substituir a visão tradicional de desenvolvimento, que inclui

o crescimento da renda e da produtividade de um país, por um

enfoque mais amplo e abrangente que é o IDH. Este indicador

envolve três variáveis: longevidade média da população, nível

educacional e o acesso aos recursos econômicos (PIB per capita).

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano - PNUD

Figura 01: Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (2.000) do

Território da Zona da Mata Sul

24

No Território da Mata Sul Paraibana, o Índice de Desenvolvimento

Humano Municipal (IDH-M), em 2000, como em quase todo o

Nordeste, é baixo. O menor IDH é o do município de São Miguel de

Taipu, com 0,524 e o maior é o de João Pessoa, com 0,783,

ocupando a 1ª posição no Estado, como mostra a Figura 01.

o Índice de Gini

Outro indicador considerado na análise é o índice de Gini, que mede

o nível de concentração de renda, cujo valor varia entre 0 e 1.

Quanto mais próximo de 1, maior o nível de concentração. Dentre os

municípios do Território da Mata da Mata Sul - PB, o município que

apresentava maior índice de Gini era Bayeux, num nível de 0,48 e o

município com o índice mais elevado era João Pessoa, atingindo um

nível de 0,63, configurando o maior nível de concentração de renda

do Território.

o Produto Interno Bruto

O produto interno bruto – PIB do Território, a preços correntes, foi

de R3,383 bilhões, respondendo no ano de 2000 por 36,6% do PIB

estadual. Essa participação vem evoluindo positivamente a cada ano,

chegando a aproximadamente 38,4% no ano de 2003.

Fonte: IBGE/IDEME-PB, 2008

2000 Gráfico 02: Qualidade das Águas Subterrâneas do Território Zona da

fico 02: Qualidade das Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata

02: Qualidade das Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

Qualidade das Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

lidade das Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

de das Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

das Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

Águas Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

as Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

Subterrâneas do Território Zona da Mata Sul

Gráfico 05 : Produto Interno Bruto (B)

Fonte: IBGE/IDEME-PB, 2008

2000 2007

Gráfico 04 : Produto Interno Bruto Per Capita (A)

25

Em uma análise do PIB para o ano de 2007, observa-se que no

Território da Zona da Mata Sul do Estado da Paraíba, no ano de

2007, esse indicador econômico alcançou o nível de 8,409 Bilhões

de Reais, que em termos percentuais correspondeu a 37,9% do PIB

Estadual.

Em termos de PIB Per Capita, indicador que mede a produção

gerada durante o ano e dividida pela população total do município,

comparando-se os valores entre os anos de 2000 e 2007, constata-se

que ocorreram aumentos em todos os municípios que compõem o

Território, sendo os valores mais expressivos nos municípios de

Alhandra, Conde e João Pessoa.

Vale salientar que dos 13 municípios que compõem o Território,

quatro deles (Bayeux, Caaporã, João Pessoa e Pedras de Fogo),

responderam por 87,8 % da formação do PIB territorial e os 9

restantes por apenas 13,2%, como mostra o Quadro 03.

Quadro 03: Produto Interno Bruto – Território Zona da Mata Sul

Municípios

PIB - 2000 PIB - 2007

A preços Per A preços Per

correntes capita correntes capita

(R$ mil) (R$) (R$ mil) (R$)

Alhandra 64.999 4.041 191.729 10.544

Bayeux 242.132 2.745 498.836 5.370

Caaporã 273.899 14.676 248.724 12.829

Caldas Brandão 9.721 1.880 22.403 4.177

Conde 69.604 4.142 220.451 11.064

Itabaiana 46.022 1.832 90.856 3.671

João Pessoa 2.462.802 4.075 6.760.023 10.010

Juripiranga 13.127 1.358 36.594 3.574

Pedras de Fogo 135.419 5.232 194.109 7.386

Pilar 17.104 1.657 38.403 3.398

Pitimbu 27.707 1.949 70.384 4.361

São José dos Ramos 7.901 1.609 17.367 3.168

São Miguel de Taipu 13.270 2.162 19.171 2.919

Território 3.383.707 4.041 8.409.050 82.471

Paraíba 9. 237. 737 2 .670 22.201.750 861.749

Fonte: IBGE/IDEME-PB, 2008

26

27

situação enfrentada pela população do Território da Zona da Mata Sul, na Dimensão Sociocultural Educacional, Ambiental,

Socioeconômica e Político-Institucional, não difere daquela vivenciada em grande parte do País. Há grandes limitações nos

serviços ofertados à população.

É notório que na última década, as políticas públicas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de amenizar os problemas enfrentados pelas

populações mais carentes especialmente o dramático desafio de combater a pobreza, a fome e a miséria. No entanto, observa-se a necessidade de

medidas decisivas em educação, como por exemplo, reduzir os gargalos localizados de infraestrutura de saúde pública na forma de

vulnerabilidade social, educação, geração de emprego e renda, além dos precários serviços de segurança pública, notadamente na zona rural e

bases periféricas das cidades.

Vale ressaltar a necessidade da valorização do potencial ecológico, preservação das fontes de água e saneamento ambiental. Reduzida oferta de

serviços de assistência técnica aos pequenos produtores. No que se refere à estrutura de comercialização desfavorável aos produtores no plantio,

com escassez de recursos, aquisição de insumos, numa luta para obtenção do melhor preço. Dificuldade de acesso ao credito por parte dos

produtores de menor poder aquisitivo. Finalmente, a omissão das instituições do Colegiado trava o processo de desenvolvimento sustentável do

Território.

A

II. Enfoque Dimensional

28

2.1 DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL

Situação da Educação

o Ensino Fundamental

O número de estabelecimentos de Ensino Fundamental, no Território

da Zona da Mata Sul, no ano 2007, registrou um total de 646

estabelecimentos, sendo 492 (76%) localizados na zona urbana e 154

(24%) na zona rural.

De uma maneira geral, as questões que se colocam sobre a rede de

ensino do meio rural, referem-se, via de regra, à precariedade das

instalações físicas de grande parte dos estabelecimentos e

deficiências na aprendizagem culminando com elevados níveis de

repetência e evasão escolar.

No que se refere ao número de matrículas do Ensino Fundamental

constata-se uma grande predominância da zona urbana, visto que, no

ano de 2007, segundo dados do Instituto de Desenvolvimento

Municipal e Estadual – IDEME, foram registradas 236.687

matrículas na zona urbana contra 16.598 observadas na zona rural.

Esse fato pode ser explicado pela grande densidade demográfica de

alguns municípios que compõem o Território, notadamente pela

capital do Estado, João Pessoa e pelo município de Bayeux, que são

constituídos exclusivamente por zona urbana.

Figura 02: Número de Alunos Matriculados – Ensino Fundamental

ENSINO FUNDAMENTAL

Total de 16.598 alunos matriculados na zona rural

Total de 236.687 alunos matriculados na zona urbana

Fonte: Anuário Estatístico do Estado da Paraíba, 2008/IDEME-PB

29

30

o Ensino Médio

O Ensino Médio regular é ofertado em todos os municípios que

compõem o Território da Zona da Mata Sul, tendo registrado no ano

de 2007 um total de 40.423 matrículas, todas na zona urbana. A

modalidade Educação para Jovens e Adultos - EJA é oferecida

também em todos os municípios, embora esse Programa esteja

concentrado na zona urbana, contemplando também jovens

residentes na zona rural e voltando-se prioritariamente para

trabalhadores e estudantes que se apresentam com idades fora da

faixa etária exigida pelo sistema regular de ensino.

A distorção idade-série no ensino médio deve merecer especial

atenção do poder público, pelas potenciais conseqüências negativas

que pode gerar.

É nesta faixa etária que os jovens, em grande medida, definem seus

projetos de vida. O atraso escolar dos jovens do meio rural, a

impossibilidade de continuarem sua escolarização pela falta de

oferta educacional ou pelas longas distâncias que precisam enfrentar

para suprir esta ausência, aliado ao alto custo que isto representa

para suas famílias, faz com que parte relevante destes jovens não

ascenda a este nível de ensino.

Gráfico 06: Número de matrículas nos estabelecimentos de

ensino - Zona Rural

Fonte: Censo Escolar - 2006.

31

Essa privação desencadeia diferentes prejuízos, não só para seu

desenvolvimento integral, como para as possíveis contribuições que

poderiam trazer às suas famílias e comunidades.

Outro ponto a se destacar na Educação é o de que a melhoria na

qualidade do ensino ainda é um desafio, particularmente na zona

rural, onde se enfrentam dificuldades na interação entre educadores e

comunidades e onde é mais urgente a construção de um projeto

político-pedagógico que valorize o saber do campo, de modo a

possibilitar que os conteúdos programáticos atendam às necessidades

locais, numa dimensão que permita integrar o aluno num contexto

global.

Durante o processo de discussão e atendimento, as lideranças locais

identificaram como principal desafio, notadamente para os

moradores da zona rural, a implementação de políticas educacionais,

nas quais se destacam a infraestrutura inadequada, precárias

condições de transporte e instalações escolares inadequadas,

incluindo a deficiência em equipamentos modernos ou no seu

manuseio além da má qualidade do ensino, devido a fatores diversos

que vão desde a formação e a postura dos docentes até as situações

sociais em que se encontram os educandos de um modo geral.

o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica – IDEB

O Ministério da Educação - MEC través do Instituto de Pesquisas

Educacionais - INEP anualmente elabora e acompanha o IDEB,

indicador que mede o rendimento escolar dos alunos da rede

municipal e estadual de cada município. Nesse sentido cinco

municípios registraram índice expressivos de rendimento: Caldas

Figura 03: Número de Alunos Matriculados – Ensino Médio

ENSINO MÉDIO REGULAR

Total de 40.423 alunos matriculados na zona urbana

Total de 40.423 alunos matriculados na zona urbana

Fonte: Anuário Estatístico do Estado da Paraíba, 2008/IDEME-PB

32

Brandão (0,88), Alhandra (0,78), Pilar (0,74), João Pessoa (0,69) e

São Miguel de Taipú (0,69). Chama atenção o fato de que alguns

municípios de pequeno porte, como é o caso de Caldas Brandão,

apresentarem um IDEB num patamar bastante superior ao verificado

para a capital do Estado.

o Taxa de Analfabetismo

No que diz respeito à taxa de analfabetismo, em 2008, dos 13

municípios que compõem o Território Zona da Mata Sul-PB, 12

(92,3%) registraram taxa de analfabetismo, no segmento

populacional até 15 anos de idade, que variaram num patamar cujas

taxas estão compreendidas entre 10% e 20%, sendo que nos valores

extremos encontravam-se dois municípios - São José dos Ramos

com uma taxa de analfabetismo de 24,92% e João Pessoa com uma

taxa da ordem de 3,36%.

o Programa Brasil Alfabetizado

O MEC realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado,

voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. Esse

Programa é desenvolvido em todo o território nacional, com o

atendimento prioritário a 1.928 municípios que apresentam taxa de

analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localizam-

se na região Nordeste. Todos os Municípios que compõem o

Território Zona da Mata Sul são beneficiados com esse Programa de

inclusão social, com atendimento aos segmentos populacionais

beneficiados, que residem nas zonas rural e urbana.

o Ensino Técnico Profissionalizante

No Território Zona da Mata Sul do Estado da Paraíba, os cursos

técnicos e profissionalizantes estão concentrados nos municípios de

João Pessoa e Bayeux, onde é oferecido o maior número de cursos e

vagas. Vale destacar o papel exercido, nessa modalidade de ensino,

pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia-IFPB que

oferece 12 cursos, sendo 6 técnicos integrados e 6 técnicos

subseqüentes, atuando nas áreas Ambiental, Construção Civil,

Tecnologia e Eventos, além de Equipamentos Biomédicos e

instrumentação musical, com oferta de 30 vagas em média para cada

curso.

Ainda na modalidade de ensino técnico-profissionalizante, merece

destaque o papel exercido pelas instituições particulares existentes

33

predominantemente na capital do Estado e que atuam nas áreas de

Comércio, Serviços, Informática e Gestão de Negócios.

O Sistema SESI/SENAI com atuação nas cidades de João Pessoa e

Bayeux capacita mão-de-obra nas áreas de Eletricidade, Construção

Civil, Gráfica Editorial, Metal Mecânica e Têxtil e Vestuário, além

de Automação Industrial, Segurança e Saúde do Trabalho.

O SENAC, por sua vez desenvolve programas específicos de

capacitação da mão-de-obra voltados para áreas de atividades

desenvolvidas pelo Comércio, Informática, além de cursos

orientados para Qualidade e Gestão Empresarial.

o Ensino Superior

Nos últimos anos, a política nacional de incentivo à Educação

Superior tem despertado interesse renovado na população e isso

reflete também no crescimento da oferta e da procura de cursos de

Nível Superior nas diversas áreas do conhecimento com destaque

para os cursos de Tecnologia, Saúde, Ciências Jurídicas,

Administração, além de Gestão Ambiental.

Nesse contexto, no Território da Zona da Mata Sul, deve-se destacar

o papel exercido por importantes programas que estimulam o

desenvolvimento do Ensino de Nível Superior, a exemplo do ProUni

e o FIES que têm contribuído decisivamente, facilitando o acesso à

essa modalidade de ensino.

Figura 04: Número de Alunos Matriculados – Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial - SENAC

ENSINO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE

IFPB – JOÃO PESSOA

Total de 360 vagas

Fonte: Anuário Estatístico do Estado da Paraíba, 2008/IDEME-PB,

34

No Território Zona da Mata Sul, o Ensino Superior é desenvolvido

através da Universidade Federal da Paraíba – UFPB /Campus I, da

Universidade Estadual da Paraíba – UEPB/Campus de João Pessoa,

e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFPB,

que na condição e de instituições públicas oferecem o maior número

de cursos e de vagas, contemplando as mais diversas áreas do

conhecimento humano, abrangendo as Ciências Humanas, Sociais,

Ciências da Saúde e Tecnologia, tendo no ano de 2007, sido

oferecidas um total de 3.710 vagas, apenas pela UFPB.

Dentre as instituições particulares de Educação Superior que atuam

no Território, o Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ exerce

papel relevante, não apenas pelos seus mais de 30 anos de fundação,

mas por apresentar uma variedade de cursos e uma expressiva

quantidade de vagas ofertadas, tendo registrado no ano de 2007 a

oferta de 3.230 vagas.

Situação da Saúde

De acordo com o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde

do Brasil - CNES, o Território Zona da Mata Sul do Estado da

Paraíba contava em outubro de 2010 com 1.447 estabelecimentos de

saúde dos quais 416 eram públicos e 1.031 particulares, destacando-

se os municípios de João Pessoa com 1.265 unidades, Bayeux com

48 unidades, Itabaiana e Pedras de Fogo com 25 unidades.

No que diz respeito ao atendimento na área de saúde, o Território

contava em Outubro de 2010 com 3.750 leitos hospitalares, sendo

em sua maioria localizados na capital do Estado, João Pessoa, com

3.460 leitos correspondendo a 92% do total da oferta de leitos

hospitalares do Território, o que revela uma grande concentração dos

Figura 05: Principais Instituições de Ensino Superior

ENSINO SUPERIOR

UFPB - Total de 3.710 vagas

UNIPÊ - Total de 3.230 vagas

IEFPB UNIPÊ

Fonte: Instituições de Ensino Superior, 2008

35

serviços de saúde, sobrecarregado por um intenso processo de

demanda que se orienta para a capital do Estado.

De acordo com o padrão estabelecido pela Organização Mundial de

Saúde - OMS (relação: 2 leitos para cada 1.000 habitantes), o

Território da Zona da Mata Sul deveria contar com 1.863 leitos. Vale

ressaltar que o Território dispõe de 3.750 leitos hospitalares

apresentando um superávit de 1.887 leitos.

Embora esse número esteja acima dos padrões estabelecidos pela

OMS, verifica-se uma concentração desse equipamento no

município de João Pessoa que atende demandas oriundas de todo o

Estado da Paraíba e até mesmo de municípios de Estados vizinhos,

fazendo com que se verifique pontos de estrangulamento causados

por uma intensa demanda ao setor de saúde do Território.

Nesse mesmo ano, foi observada a existência de 14.086 profissionais

das diversas áreas de saúde, com destaque para o município de João

Pessoa, que concentra 84 % do total desses profissionais.

Os principais serviços de saúde do Território da Zona da Mata Sul

são prestados por instituições de governo (municipal e estadual) com

alternativas de atendimento de hospitais e clínicas particulares. A

maioria da população, principalmente a oriunda da zona rural, tem o

atendimento médico prestado por Unidades Básicas da Família, com

equipes do PSF. O principal problema dessa modalidade de

atendimento consiste no fato de que a maioria dos profissionais de

saúde não tem compromisso com os municípios, nem com as

comunidades rurais, em muitos casos, não cumprindo a carga horária

exigida em contrato, o que tem causado muitos problemas para a

comunidade, principalmente para os segmentos populacionais mais

carentes.

Quadro 04: Situação da Saúde – Território Zona da Mata Sul

Equipamentos de Saúde 1.447

- Particulares 1.031

- Públicos 416

- Leitos 3.750

Profissionais de Saúde 14.086

Taxa de Mortalidade Infantil 21 para cada grupo de 1.000

nascidos vivos (*) Fonte: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES, 2010 e Anuário

Estatístico da Paraíba/IDEME - 2008 (*)

Gráfico___Número de Estabelecimentos de Saúde – Território

Zona da Mata Sul

Fonte: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde, 2010

36

o Mortalidade

A taxa de mortalidade infantil no Território da Zona da Mata Sul, em

2006, correspondeu aproximadamente em termos médios, um

patamar de 21 óbitos de crianças de 0 a 1 ano de idade para cada

grupo de 1.000 nascidos vivos. O maior índice de mortalidade

infantil foi registrado no município de Alhandra com 32 óbitos para

cada grupo de 1.000 nascidos vivos.

Cultura

O Território da Zona da Mata Sul possui uma grande diversidade

cultural como tradições folclóricas e eventos: Festa da Lagosta,

Quadrilhas Juninas, Grupo de Capoeira, Procissão de São Pedro,

Procissão do Senhor do Bonfim, Festa de Iemanjá, JampaIndor,

Samba Jampa, Festa dos Pescadores, Corrida de Barcos, Festa do

Caranguejo, Coco de Roda, Ciranda, pescarias, prendas, corrida de

canoa, Festa das (os) Padroeiras (os) das Cidades, Grupo Cultural de

quadrilha Nação Brasileira, Grupo de Jovens Renascer de Gurugí.

O mais importante local de expressão dos valores culturais e de lazer

do Território são as feiras livres, uma vez que é aí que a sociedade

local pode conhecer melhor a sua identidade cultural. Nas feiras

livres podemos encontrar formas variadas da cultura e do lazer

locais, como comidas típicas, artesanato, literatura de cordel e

música (forró, violeiros e emboladores de coco).

Foto 03: Centro Histórico – João Pessoa/PB

37

2.2 DIMENSÃO AMBIENTAL

Características Geoambientais

O Território apresenta potencial para o desenvolvimento de sistemas

agroflorestais, bem como de manejo de microbacias, pela riqueza de

sua rede hidrográfica. A implantação desses sistemas representa

importante alternativa de preservação ambiental, técnica e

econômica para as propriedades rurais, possibilitando a introdução

da atividade florestal, sua preservação e a dos recursos hídricos, em

bases socioeconômicas e agroecológicas.

No Território da Zona da Mata Sul está concentrado grande número

de Unidades de Preservação e Conservação do Estado, como sendo:

Patrimônio Ambiental

o Área de Proteção Ambiental Tambaba (APA)

Localizada na Microrregião do Litoral Sul, no município de Conde,

esta área apresenta expressiva quantidade de falésias, rochedos e

piscinas naturais de águas claras e mornas. Com uma área de 3.270

hectares, a Área de Proteção Ambiental Tambaba abrange, no

sentido Norte – Sul, as localidades de: Lagoa Preta, Praia de

Tabatinga, Fazenda Bucatu, Praia de Coqueirinho e Tambaba.

o Parque Estadual Mata do Xém-Xém

Localizada na Microrregião de João Pessoa, situa-se próximo ao

Aeroporto Castro Pinto, no município de Bayeux. Possui uma área

de 182 hectares.

Foto 04: Área de Proteção Ambiental

Tambaba

38

39

o Parque Estadual do Aratu

Localizado no município de João Pessoa, este parque abrange uma

área de 341 hectares. É um ecossistema associado à Mata Atlântica.

A formação florestal é constituída predominantemente por mangues.

Por ser área de estuário, possui uma rica fauna.

o Parque Estadual do Jacarapé (APP)

Com uma área de 380 hectares, este parque está caracterizado pela

ocorrência de floresta de mangue, ecossistema associado à Mata

Atlântica. Está localizado no município de João Pessoa.

o Área de Preservação Permanente Mata do Buraquinho (APP)

Sob jurisdição Federal, esta área de preservação encontra-se em

João Pessoa, conta com uma área de 515 hectares e se constitui na

maior reserva de Mata Atlântica urbana do Brasil. O Jardim

Botânico Benjamim Maranhão faz parte dessa área de preservação.

Características Antrópicas

A Mesorregião da Mata Paraibana, área de ocorrência da Mata

Atlântica encontra-se praticamente devastada, restando apenas 3,2 %

dessa cobertura florestal. Essa devastação, prende-se à expansão da

agricultura canavieira na década de 70, bem como a especulação

imobiliária nos dias atuais, associada à utilização de matéria-prima

(lenha e madeira), para suprir o mercado consumidor de produtos

florestais. Um projeto de lei que pode reverter esse processso de

devastação da Mata Atlântica foi aprovado no ano de 2006. Trata-se

do projeto destinado a proteger o seu bioma – conjunto de seres

vivos e a vegetação nativa. Calcula-se que restem apenas 7,3 % dos

1,3 milhão de quilômetros quadrados originais da Mata Atlântica.

Foto 05: Área Antropizada do Parque Jacarapé

40

Características Socioambientais

o Abastecimento e Saneamento Básico

Quanto aos tipos de tratamento adotados pelos sistemas de

abastecimento d’água no Território Zona da Mata Sul, verifica-se

que o convencional é o mais aplicado. Cerca de 08 municípios que

correspondem a 30,2% dos municípios do Território são abastecidos

através da bacia do Rio Paraíba. Foram registrados também um

percentual de 17,0% de municípios que utilizam o processo de

filtração lenta/desinfecção. Esse tratamento denominado “filtro

russo” é utilizado por 15,1% dos municípios do Território.

Segundo dados da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba -

CAGEPA, na Bacia do rio Paraíba, os sistemas de esgotamento

sanitário existentes atendem apenas os municípios da Grande João

Pessoa, onde cerca de 40% do efluente coletado passa pelo processo

de tratamento, e o município de Bayeux, que apesar de contar com

rede coletora, não conta com esse processo, sendo os dejetos

lançados in natura no corpo receptor.

o Saneamento Ambiental

No que se refere à destinação de resíduos sólidos, o Território

apresenta índices de cobertura significativa apenas em 2 municípios,

concentrados em João Pessoa-Capital (62.667) e Bayeux (1.963),

ligações ativas de esgotamento sanitário à CAGEPA. Nos outros 11

municípios que compõem o Território é inexpressiva ou até mesmo

inexistente a disponibilidade desse serviço, ficando grande parte da

população coberta apenas pelo sistema de fossas ou por condições

ainda mais precárias.

Gráfico 07: Número de Domicílios com Ligações

Fonte: CAGEPA, 2009

41

2.3 DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA

Estrutura Fundiária

A Estrutura Fundiária do Território da Zona da Mata Sul apresentava

no ano de 2006, segundo o Censo Agropecuário do IBGE, 6.870

estabelecimentos agropecuários no estrato de até 10 (dez) hectares o

que correspondia a 2% do número total de estabelecimentos do

Estado. A área ocupada nesse estrato era de 19.412 hectares que

correspondia a 0,27% da área ocupada em relação ao Estado.

o Assentamentos

O Território da Zona da Mata Sul registra um expressivo aumento de

projetos de assentamento, fato que se verifica nos últimos dez anos,

devido às desapropriações provocadas, sobretudo, pela organização

dos movimentos sociais. Entre os municípios do Território

destacam-se os municípios de Pitimbu, São Miguel de Taipu,

Alhandra e Conde, ocupados por assentamentos, o que influencia

diretamente a organização social, política e econômica das

comunidades locais.

Gráfico 08: Número de Pessoal Ocupado e Estabelecimentos

Agropecuários no Território Zona da Mata Sul

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006.

Foto 06: Horticultura

42

No ano de 2006 existiam 56 (cinqüenta e seis) projetos de

assentamento rural no Território Zona da Mata Sul Paraibana, sendo

42 (quarenta e dois), cobrindo uma área de 10.370 ha, beneficiando

2.671 famílias viabilizados pelo Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária – INCRA.

Além disso, observa-se também 10 (dez) assentamentos apoiados

através do Programa Nacional de Crédito Fundiário – PNCF, sob a

gestão do Instituto de Terras do Estado da Paraíba – INTERPA, além

de mais 4 (quatro) outros assentamentos estaduais.

Assistência Técnica e Extensão Rural

A atividade de assistência técnica nos municípios que compõem o

Território da Zona da Mata Sul é prestada às comunidades através da

EMATER, dentro do Programa Nacional de Assistência Técnica e

Extensão Rural. O Território Zona da Mata Sul, conta com

escritórios locais nos 13 municípios.

É importante destacar o apoio institucional que é oferecido às

famílias beneficiadas através do Programa de Assessoria Técnica

Social e Ambiental – ATES. Subsidiado pelo Governo Federal, tem

como objetivo melhorar a qualidade de vida dos assentados através

de projetos voltados para a obtenção de crédito rural, serviços sociais

que viabilizem a composição de infraestrutura produtiva, básica e

agroindustrialização.

A ATES tem como diretrizes básicas a proteção ao meio ambiente e

ao desenvolvimento de atividades nos assentamentos que sejam

calcadas na sustentabilidade.

Fonte: INCRA, GERA-PB (consulta OUT/2006)

Gráfico 09

43

44

Principais Atividades Produtivas

No que se refere à utilização das áreas dos estabelecimentos

agropecuários, verifica-se que no ano de 2006 as terras utilizadas

com lavouras permanentes e temporárias ocupavam 97,7% da área

agricultável do Território, enquanto as áreas de pastagem ocupavam

33,7%. Os municípios de Pedras de Fogo, Alhandra e Caaporã são

os que apresentavam as maiores áreas ocupadas com estas lavouras.

Neste sntido, deve-se destacar que no Território as culturas

temporárias ocupavam uma área de 33.133 hectares e as culturas

permanentes 5.208 hectares.

Dentre as culturas temporárias, a cana de açúcar destaca-se por

ocupar 71% da área plantada do Território, enquanto milho, feijão e

mandioca, juntas, correspondiam uma área de 22%.

Gráfico 10: Área com culturas temporárias e permanentes

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário, 2006.

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006.

Pitimbu

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006.

Foto 7: Agroindústria

45

O urucum e o açafrão também estão presentes na economia do

Território. A exploração se dá de forma pouco tecnificada, que tem

como finalidade a produção de coloríficos naturais, o tradicional

colorau, o que é normalmente feito para o consumo doméstico e para

a venda in natura nas unidades familiares. Já o urucum vem sendo

difundido e explorado através de incentivos governamentais e da

indústria de corantes naturais produzidos a partir da extração da

bixina, com o apoio da Empresa Paraibana de Pesquisa

Agropecuária – Emepa.

o Fruticultura

A produção de frutas no Território é bastante diversificada: abacaxi,

mamão, melancia, maracujá, manga e castanha de caju; sendo que o

principal produto da fruticultura é o coco da baía, que em 2007

ocupava uma área de 12% da área total cultivada. Esta atividade

caracteriza-se pela produção que abastece a agroindústria e por

expressiva parcela que se destina ao consumo in natura,

comercializada em feiras e mercados dos principais centros urbanos

do Território.

A cultura do caju, em especial, tem contribuído para a economia da

região, pela produção de castanha. Esta atividade apresenta boa

perspectiva de expansão, com área que pode ser ocupada

racionalmente, além do beneficiamento e da comercialização que

pode se intensificar com um maior nível de participação dos

produtores.

Além da fruticultura cultivada, destaca-se também no Território

Zona da Mata Sul – PB, a produção da mangaba, fruto facilmente

encontrado nos tabuleiros costeiros e que é obtido através de práticas

extrativistas. Essa cultura vem se tornando um produto com

crescente demanda na agroindústria alimentar notadamente na

produção de polpas e sucos dentre outros.

Foto 08: Coco-da-baía

46

o Pecuária

A pecuária é uma atividade econômica importante no Território

Zona da Mata Sul que apresentava em 2000, de acordo com o Censo

Agropecuário, um rebanho bovino da ordem de 73.870 cabeças. No

ano de 2008, o efetivo evoluiu para 108.108 cabeças.

No Território, é valido destacar que o município de Itabaiana tem

uma tradição na criação de bovino, com um rebanho de cerca de

65,7% em 2008.

Com relação à caprinocultura, os dados apresentados no Gráfico 11

registram um rebanho de 16.174, cabeças em 2008. Ainda o

município de Itabaiana teve participação significativa com 63,7%

No que se refere à produção de leite bovino em 2008 o Território

obteve uma produção de Dois Milhões e Cinquenta e Três Mil litros

de leite.

o Apicultura

A produção de mel de abelha na Zona da Mata Sul vem aumentando

continuamente, revelando um crescimento em torno de 350% se

comparados os anos 2004/2000, embora se concentre num pequeno

número de municípios (Itabaiana e Conde). Destaque para o

município de Itabaiana, com 100% da produção do Território em

2000 e 17,73% no ano de 2004. Neste ano, o maior produtor foi o

município de Conde, com 22,3%, em seguida de Itabaiana com

17,7%%. Em 2008, o Território registrou uma produção de 19.620

Kg de mel. O município de Conde liderou a produção com cerca de

32%.

Gráfico 11: Efetivo do Rebanho Bovino e Caprino

Fonte: IBGE, 2008

47

o Aquicultura e Pesca Artesanal

A aquicultura continental no território é uma atividade realizada por

produtores não cadastrados em Colônias ou Associações de

pescadores artesanais ou aquicultores, porém essa atividade tende a

ser expandida, visto que foram priorizados projetos de implantação

de aquicultura em Assentamentos da Reforma Agrária, comunidades

remanescentes de Quilombolas e Indígena, durante o processo de

construção do Programa Territorial do Ministério da Pesca e

Aquicultura - MPA.

Segundo o Censo Agropecuário de 2006, o município de Itabaiana

registra um total de 27 estabelecimentos. Analisando-se os dados

relativos à pesca artesanal nos municípios da Zona da Mata Sul, os

mais representativos são: Pitimbú, Cabedelo e João Pessoa.

Quadro 05: Produção de Mel de Abelha 2000,2004, 2008 (em Kg)

Municípios 2000 2004 2008

Alhandra - - 1.800

Conde - 3.460 6.300

João Pessoa - - 5.320

Itabaiana 3.450 2.750 4.200

Pitimbu - - 2.000

Total do Território 3.450 6.210 19.620

Fonte:: IBGE – Produção Agrícola Municipal

Censo Agropecuário, 2008

Foto 09: Pesca Artesanal

48

o Agroindústria Familiar

O beneficiamento mais tradicional da produção da agricultura

familiar do Território é o da mandioca. O processo produtivo, em

sua maioria, segue padrões tecnológicos inadequados. Podem-se

listar três produtos desse beneficiamento: a farinha, a goma, que nem

sempre é explorada e o bejú, este último produzido de forma

especializada em algumas localidades. A farinha e a goma são

vendidas no atacado em sacos de 50Kg a atravessadores, que

vendem aos distribuidores.

As usinas de álcool e açúcar, assim como, os engenhos de cachaça,

exercem forte influência no Território, pois tratam-se de uma

indústria de grande porte e de tradição.

Existem ainda outras iniciativas de beneficiamento de produtos

como o leite para a produção de queijos, as chamadas queijarias

caseiras, nos sítios ou nas cidades-sede dos municípios. As mais

sofisticadas atendem a algumas exigências sanitárias, forçadas pela

atuação e orientação da Vigilância Sanitária Estadual. Esse controle

fitossanitário começa aos poucos a ser implantado pela agricultura

familiar, tendo em vista que os agricultores do Território já estão em

processo de capacitação.

Vale destacar os maiores laticínios do Território com destaque para

Pilar e Conde, que absorvem a produção de leite não só do Território

como também de outros municípios do entorno, com uma grande

diversidade de produtos, como iogurte, queijos, doces e

achocolatados.

Ainda sobre a agroindústria, existe uma enorme variedade de

atividades e produtos dentro da agricultura familiar, como a

produção de licores caseiros, o camarão de água doce conservado ao

sal, o amendoim cozido e assado e os doces caseiros de coco e

batata-doce.

o Infraestrutura Produtiva

Duas importantes rodovias federais (BR’s 101 e 230) e inúmeras

estaduais compõem a malha viária do Território da Mata Sul. Ao

norte, a BR 101 liga os municípios do litoral norte com o vizinho

Estado do Rio Grande do Norte e ao sul com o Estado de

Pernambuco. Já a BR 230 liga os municípios do litoral no sentido

49

leste-oeste aos principais pólos regionais: Campina Grande, Patos,

Sousa e Cajazeiras até o limite com o Estado do Ceará.

A rodovia estadual PB 008 liga a cidade de João Pessoa às praias do

litoral sul até o município de Pitimbu, enquanto a PB 044 liga

Pitimbu ao município de Caaporã até integrar-se à BR 101. A PB

025 liga João Pessoa ao município de Lucena e este à BR 101.

Existe também outra opção de acesso deste município para João

Pessoa que é feito através de ferry-boat até a cidade de Cabedelo

atravessando-se o estuário do Rio Paraíba e deste através da BR 230

chega-se a João Pessoa.

A PB 018 liga o distrito de Jacumã à sede do município de Conde

até a BR 101. Já a PB 032 liga o município de Pedras de Fogo à BR

101. A PB 004 liga o município de João Pessoa aos de Bayeux,

Santa Rita, Cruz do Espírito Santo até Sapé, enquanto a PB 041 liga

Sapé ao município de Capim e este à BR 101 que dá acesso aos

municípios de Mamanguape, RioTinto e Marcação até Baía da

Traição. A PB 065 liga Mataraca à BR 101 e a PB 073 integra a BR

230 aos municípios de Sobrado e Sapé, chegando até Guarabira. A

PB 048 liga o município de São Miguel de Taipu a Pilar até a BR

230.

A BR 230 no sentido João Pessoa – Campina Grande e vice-versa dá

acesso ao município de Itabaiana através da PB 082 e ao município

de São José dos Ramos através da PB 054.

Assim, pelo acima exposto, percebe-se que todos os municípios do

Território Zona da Mata Sul, sem excessão, dispõem de ligações

rodoviárias que dão acesso entre si e aos médios e grandes centros

urbanos da Paraíba e de outros Estados.

o Energia elétrica

A população residente na zona rural do Território Zona da Mata Sul

tem contado nos últimos anos com uma melhora substancial no

acesso aos serviços de fornecimento de energia elétrica. Seja através

das ações do governo do Estado, desenvolvido pelo Projeto

Cooperar no Programa de Combate à Pobreza Rural – PCPR seja

através do programa Luz para Todos, sendo este uma parceria entre

os governos estadual e federal e a iniciativa privada.

50

o Turismo

No Território Zona da Mata Sul, os municípios de Conde e Pitimbu

são os que apresentam maiores recursos em beleza e variedade de

paisagens naturais, especialmente quando se trata das belas praias

que se estendem por muitos desses municípios. Assim, se bem

explorados, estes podem fazer do turismo rural uma importante fonte

de renda e ocupação para a economia local. Mesmo aqueles

municípios que não possuem praias certamente apresentam potencial

elevado para este fim, mas precisam ser melhor estudados e

pesquisados para que essa alternativa de ocupação e renda venha a se

desenvolver.

O município de Pitimbu integra o Programa Nacional de

Municipalização do Turismo – PNMT, sendo detentor do Selo

Turístico, uma espécie de selo de garantia de qualidade dos

municípios que investem em atividades turísticas. O referido selo é

outorgado pala EMBRATUR – Empresa Brasileira de

Desenvolvimento do Turismo - aos municípios que participam do

PNMT, programa considerado modelo de referência mundial pela

Organização Mundial do Trabalho – OMT.

o Artesanato

No Território da Zona da Mata Sul, o artesanato se revela como uma

das atividades que mais oferecem oportunidade de geração de renda.

Em muitos municípios existem associações e cooperativas de

artesãos com um número crescente de pessoas desenvolvendo essa

atividade.

No município de Pitimbu existem dois grupos de artesãos, sendo

uma associação, localizada na zona urbana e um grupo informal de

Foto 10: Praia de Abiaí – Município de Pitimbu

51

produção formado por trabalhadores do assentamento Apasa do

Abiaí. Ambos trabalham com fibras extraídas do coqueiro. Segundo

dados fornecidos pelo “Programa Paraíba em Suas Mãos”, cerca de

122 mulheres participam daquela associação e 17 no grupo de

produção. A riqueza cultural e a beleza dessa arte têm proporcionado

para essas mulheres uma fonte de renda extra, proporcionando um

aumento da renda familiar entre os artesãos, uma vez que as peças

por eles produzidas são vendidas com certa facilidade em feiras

livres, exposições e outros eventos de divulgação do artesanato

paraibano.

Os artesãos vêm conquistando cada vez mais mercados, visto que

suas vendas para outros estados do Nordeste e do Brasil têm crescido

bastante nos últimos anos.

O que se observa nessa atividade é o alto grau de informalidade e de

isolamento dos produtores/as e artesãos/ãs, que utilizam barro,

madeiras, diversos tipos de fibras e ossos.

A variedade e a beleza do artesanato paraibano, atestados não só

pela população local, como também pelos que visitam a Paraíba

levou o Governo Estadual a implementar ações no sentido de

valorizar o trabalho artesanal através da promoção dos seus produtos

e também pela elevação da autoestima dos artesãos que participam

do programa “Paraíba em Suas Mãos”, que já somam mais de 2.000

produtores dessa arte em todo o Estado.

Foto 11: Artesanto Paraibano

52

2.4 DIMENSÃO POLÍTICO INSTITUCIONAL

O novo modo de planejar as políticas públicas, nos territórios de

identidades rurais, segue uma linha diferente do modelo

desenvolvimentista utilizado até o presente momento. Estamos

vivendo um novo momento histórico, que requer uma visão de

desenvolvimento multidimensional. Para alcançar essa finalidade

teremos que vencer grandes desafios, dentre esses: reorganizar as

bases dos colegiados territoriais - a reorganização das coordenações

territoriais e estruturas de apoio como as redes e dinâmicas

existentes no te rritório, para articular de forma democrática e

transparente comos gestores públicos, o crescimento do

desenvolvimento territorial; outro diz respeito à implantação das

novas institucionalidades, entender o processo político em cada

território faz parte do desenvolvimento territorial, não

conseguiremos avançar com programas como “Território da

Cidadania”, sem uma visão ampla de todo o processo.

Equilibrar os conflitos de forças antagônicas dentro dos territórios

em torno de um projeto amplo de desenvolvimento rural sustentável

para agricultura familiar requer um trabalho enorme de articulação

dos protagonistas sociais e reformulação das estratégias de

desenvolvimento. Para isso, estamos realizando o trabalho de

requalificação do PTDRS do Território da Zona da Mata Sul, onde

foi amplamente discutida com o colegiado territorial. Essa nova

forma de governança do espaço territorial, utilizando ferramentas de

diagnóstico participativo, almeja chegar ao indicativo de estratégias

de planejamento para o território de identidade.

Foto 12: Oficinas Temáticas

53

agricultura familiar e a pesca têm acesso às

tecnologias apropriadas e sustentáveis, adaptáveis à

realidade local. O Território desenvolve sistemas

integrados sustentáveis de produção vegetal e animal, rica e diversa,

correspondendo satisfatoriamente, em termos de quantidade e

qualidade, à demanda por alimentos da população local. Os

resultados obtidos com o processamento de produtos agropecuários

atendem aos padrões de consumo e legislação vigente. A adoção de

práticas de preservação do meio ambiente, fauna e flora, está

recuperando áreas degradadas e protegendo margens de rios e

nascentes, utilizando plantas nativas e frutíferas para o florestamento

e reflorestamento do território.

As famílias ribeirinhas e pesqueiras estão trabalhando de forma

organizada em cooperativas, associações e colônias de pescadores,

utilizando-se de embarcações munidas de equipamentos de pesca,

que respeitem o meio ambiente, atendem os padrões de consumo e

da legislação vigente.

No Território da Zona da Mata Sul, são desenvolvidas várias

estratégias, que visam garantir a segurança alimentar:

aperfeiçoamento dos viveiros de mudas; educação alimentar e

nutricional; realização de pesquisas e desenvolvimento de

tecnologias alternativas nas áreas da agropecuária e das ciências

sociais; e apoio às atividades não agrícolas. As atividades produtivas

estão diversificadas, como o turismo, artesanato e agroindústria. As

nossas estradas são bem conversadas propiciando o trânsito das

pessoas e da produção.

Não existe mais analfabetismo, os filhos e filhas dos

trabalhadores/as rurais e agricultores/as familiares estão todos na

escola e a exploração do trabalho infantil foi extinta. As famílias dos

agricultores/as familiares têm uma renda justa, saúde e ensino de

qualidade – do básico até a Universidade. Todas as famílias rurais

têm moradia digna com saneamento básico e eletrificação.

As associações, cooperativas, conselhos de gestão, sindicatos,

colônias de pescadores e ONGs estão articulados e informatizados,

A

III. Visão de Futuro

54

trabalhando em rede, uma vez que as famílias estão capacitadas, para

gestão da informação e acesso à internet.

Tendo em vista o nível organizacional da população, os dirigentes e

os gestores públicos são constituídos pelos representantes das

organizações da sociedade civil que atuam no Território. Nele, a

gestão pública se dá de forma compartilhada e com alto grau de

transparência. Todas as esferas de governo estão atuando em

parceria, visando garantir o desenvolvimento integrado sustentável

do Território.

São valorizadas e respeitadas todas as diferenças, sejam elas de

classe, credo, gênero, geração, raça ou etnia (indígenas e

quilombolas). As famílias do Território estão mais tolerantes e

humanizadas. Não há mais qualquer fato de violência registrado e o

êxodo rural está contido.

Foto 13 : Reunião do Colegiado Territorial

55

a apresentação dos grupos durante as Oficinas e principalmente nas falas durante as discussões, os participantes já apontam

alguns caminhos e de que forma pensam o desenvolvimento do setor. É valido ressaltar que as diretrizes apontadas se integram

diretamente às diretrizes do Programa de Política de Desenvolvimento do Brasil Rural.

* Desenvolvimento sustentável - Assegurar a utilização plena e sustentável dos recursos naturais: agrícolas, aquícolas e pesqueiros;

* Inclusão Social - Modelo de desenvolvimento centrado na produção familiar e democratização do acesso a água como meio de produção;

* Fortalecimento sócio cultural - Modelo de desenvolvimento centrado na produção familiar e democratização do acesso a água como meio

de produção;

* Fortalecimento organizacional da cadeia produtiva - integração competitiva dos pescadores artesanais e Aquicultores familiares na cadeia

produtiva, assegurando o abastecimento do mercado interno e contribuindo com a segurança alimentar;

* Fortalecimento dos arranjos Organizacionais - Fortalecimento do associativismo e cooperativismo junto aos segmentos marginalizados do

setor, com foco na produção, beneficiamento, comercialização e crédito;

* Articulação interinstitucional - ações articuladas entre as diversas esferas de governo e entre Ministérios com atividades que impactam a

demanda social do território;

N

IV. Eixos Estratégicos, Programas e Projetos

56

* Abordagem Territorial - Adota a abordagem territorial como estratégia de construção participativa das demandas sociais do território e sua

adequação a diversidade social, cultural e ambiental da Paraíba. Adota os territórios de identidade como unidade de articulação das ações do

território e das demais políticas públicas.

Quadro 06: Distribuição de Eixos, Programas e Projetos por Dimensão

DIMENSÃO EIXOS PROGRAMAS PROJETOS

Sócio Cultural Educacional 5 8 22

Ambiental 7 9 13

Socioeconômica 4 5 15

Político Institucional 2 2 6

Total 18 24 56

57

DIMENSÃO

POLÍTICO-

INSTITUCIONAL

EIXO ESTRATÉGICO

DIMENSÃO

AMBIENTAL E EIXOS

AGLUTINADORES

DIMENSÃO

SÓCIOCULTURAL

EDUCACIONAL E EIXOS

AGLUTINADORES

DIMENSÃO

SOCIOECONÔMICO E

EIXOS

AGLUTINADORES

TERRITÓRIO

DA ZONA DA

MATA SUL

58

DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL

EIXO AGLUTINADOR: EDUCAÇÃO DO CAMPO

PROGRAMAS PROJETOS

EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA E CIDADÃ NAS ESCOLAS

DO CAMPO

-Projeto demonstrativo de Educação em Agroecologia;

Projeto demonstrativo de Educação Ambiental

-Projeto de Resgate das culturas tradicionais locais;

-Projeto de Combate ao analfabetismo em comunidades rurais, aquícolas e pesqueiras;

-Projeto de Ampliação do acesso às Políticas de combate ao analfabetismo;

IMPLANTAÇÃO E AMPLIAÇÃO DE CENTROS DE INCLUSÃO

DIGITAL

-Projeto de Democratização do acesso e contextualização da inclusão Digital no Território;

- Projeto para Ampliar e melhorar as salas digitais e telecentros;

- Projeto para implantação de novas salas digitais.

EIXO AGLUTINADOR: PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL

PROGRAMAS PROJETOS

RESGATE DA MEMÓRIA POPULAR E PROMOÇÃO DO

TURISMO HISTÓRICO-CULTURAL

-Projeto de Resgate histórico e valorização das comunidades tradicionais;

-Projeto de Mapeamento cultural das tradições locais;

-Projeto de Valorização e manutenção da identidade cultural dos grupos tradicionais;

EIXO AGLUTINADOR: SAÚDE

PROGRAMAS PROJETOS

AMPLIAÇÃO E FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE SAÚDE

PREVENTIVA E ATENÇÃO INTEGRAL À FAMÍLIA

- Fortalecimento da rede de atenção integral à saúde da família no Campo;

-Fortalecimento da rede de atenção integral à família;

-Manutenção das Equipes de Saúde permanentes nas comunidades.

59

EIXO AGLUTINADOR CULTURA, LAZER E ARTESANATO

PROGRAMAS PROJETOS

VALORIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES CULTURAIS LOCAIS E

PROMOÇÃO DO ESPORTE

-Diagnóstico, resgate e divulgação das expressões culturais locais;

-Incentivo à prática esportiva;

-Incentivo à iniciação artística juvenil.

EIXO AGLUTINADOR: GÊNERO,GERAÇÃO, ETNIA

PROGRAMAS PROJETOS

GÊNERO -Incentivo a formação de novos grupos de mulheres e apoio aos grupos existentes;

-Implantação de programas de combate a violência contra a mulher;

GERAÇÃO -Implantação de programas de inserção de mulheres no mercado de Trabalho;

ETNIA

-Incentivo a formação de grupos de jovens e idosos, nas comunidades rurais, e apoio aos grupos

existentes;

-Incentivo a formação de grupos tradicionais de indígenas, quilombolas, nas comunidades rurais e

apoio aos grupos existentes.

DIMENSÃO AMBIENTAL

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS

RECURSOS FAUNÍSTICOS

Programa de incentivo a criação e

Manutenção das RPPN

Conscientização e implantação de novas RPPNs

Programa de Pesquisa e reprodução de espécies nativas ameaçadas

de extinção.

PRESERVAÇÃO DAS ESPÉCIES FAUNÍSTICAS EM

SITUAÇÃO DE RISCO, COM ENFOQUE NO

FORTALECIMENTO DA FAUNA AQUÁTICA. Programa de preservação da fauna aquática

RECURSOS FLORESTAIS MANEJO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS

FLORESTAIS DA ZONA DA MATA Criação de viveiro de mudas de espécies nativas e frutíferas

60

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMA PROJETOS

RECURSOS MINERAIS

APROPRIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE

RECURSOS MINERAIS NO TERRITÓRIO, COM

ENFOQUE NOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

DA EXPLORAÇÃO

Sistematização e divulgação das informações

preliminares sobre o potencial mineral da região, a

situação da exploração e a legislação vigente

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMA PROJETOS

EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

PROGRAMA DE DIVULGAÇÃO E MOBILIZAÇÃO

EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Sistematização e divulgação das informações sobre

Educação Ambiental na região, através dos espaços

midiáticos existentes no território

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMA PROJETOS

GESTÃO

AMBIENTAL

MAPEAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS

EXISTENTES

Sistematização e divulgação das informações

preliminares sobre o potencial ambiental da região, a

situação da exploração e a legislação vigente

Apoio a formação de consócios intermunicipais para

projetos ambientais

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS

RECURSOS HÍDRICOS

FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DA REDE

GOVERNAMENTAL DE FISCALIZAÇÃO

AMBIENTAL

Instalação de um escritório do IBAMA no Território.

PREVENÇÃO E COMBATE À POLUIÇÃO E

MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS.

Melhoria na gestão pública dos recursos hídricos do

território

Combate ao uso de agrotóxicos nas margens dos

mananciais e cursos d’água.

61

DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA

DIVERSIDADE DAS CADEIAS PRODUTIVAS

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS

ESTRUTURA FUNDIÁRIA E REFORMA AGRÁRIA APOIO ÀS FAMÍLIAS ASSENTADAS E

FORTALECIMENTO DA MOBILIZAÇÃO

POPULAR PELA REFORMA AGRÁRIA

Criação do banco de dados das terras desapropriáveis

no território da Zona da Mata Sul

Regularização fundiária de propriedades da

agricultura familiar e das comunidades

tradicionais(indígenas e quilombolas)

Fortalecimento da mobilização social em favor da

reforma agrária

Regularização fundiária de propriedades da agricultura

familiar e das comunidades tradicionais (indígenas e

quilombolas)

Fortalecimento da mobilização social em favor da reforma

agrária

RECURSOS HÍDRICOS PREVENÇÃO E COMBATE À POLUIÇÃO E

MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS.

Monitoramento da ocupação indiscriminada das

margens dos mananciais.

Tratamento do esgotamento urbano, de resíduos

sólidos.

Construção de aterros sanitários

62

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS

POLÍTICAS DE CRÉDITO E INICIATIVAS DA

ECONOMIA SOLIDÁRIA

FORTALECIMENTO DAS EXPERIÊNCIAS

DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Apoio e estímulo aos Fundos Rotativos Solidários

Fortalecimento das redes de iniciativas da economia

popular solidária

PROMOÇÃO DA AUTONOMIA NA GESTÃO

DOS RECURSOS DO CRÉDITO

Capacitação dos/as agricultores/as familiares para o

acesso às linhas de crédito e gestão dos recursos

acessados

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

DEMOCRATIZAÇÃO E

FORTALECIMENTO DA REDE DE

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Constituir turma especial de Medicina Veterinária

para assentados rurais, em convênio com o

PRONERA/INCRA

Ampliação da rede governamental de Assistência

Técnica.

Formação Continuada de técnicos nas Ciências

Agrárias em Aqüicultura, Pesca, Agroecologia e

Economia Solidária.

COMERCIALIZAÇÃO E PROMOÇÃO DA

ECONOMIA SOLIDÁRIA ESTRUTURAÇÃO DE ESPAÇOS DE BASES

DE COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA

Ampliação e fortalecimento da base de

comercialização Territorial da Agricultura Familiar

Instalação de feiras da agricultura familiar em outras

localidades e apoio à base de serviço e

comercialização – BSC

Viabilização do acesso a espaços referenciais de

comercialização dos produtos da agricultura familiar

e da economia popular solidária

Instalação e promoção de consumo ético, justo e

solidário

63

DIMENSÃO POLÍTICO-INSTITUCIONAL

EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS

BASE INSTITUCIONAL

FORTALECIMENTO DAS INTERAÇÕES

ENTRE OS ATORES SOCIAIS DO

TERRITÓRIO

Fortalecimento e Apoio a Rede Estadual de

Colegiados

Intercâmbios entre os Territórios

Formação continuada para gestores públicos

e atores da sociedade civil sobre controle

social, educação fiscal e interações

municipais na realização de projetos

BASE ORGANIZATIVA

FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL DAS

ENTIDADES DE BASE (ASSOCIAÇÕES E

COOPERATIVAS)

Articulação e formação continuada das

Entidades da Agricultura Familiar

Articulação e formalização dos grupos de

produtores/as artesãos/ãs

Apoio a Constituição de cooperativas no

Território

64

LINHAS ESTRATÉGICAS

EDUCAÇÃO DO CAMPO

Educação contextualizada e cidadã nas escolas do campo

Educação para a diversidade e inclusão social

Ensino superior e profissionalizante no campo

Implantação de centros de inclusão digital

INFRA ESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS

Moradia no campo

Saúde no campo

Cultura, leitura, lazer e esportes no campo

APOIO E RESGATE CULTURAL DO TERRITÓRIO

Implantação do Centro de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência

Incentivo à iniciação artística juvenil

Resgate histórico/ cultural das comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas

AGROECOLOGIA

Combate ao uso de agrotóxicos nas margens dos mananciais e cursos d’água.

Recomposição florestal e recuperação de solos das matas ciliares e de áreas degradadas

Melhoramento genético e manejo adequado dos rebanhos locais

Estruturação de unidades familiares e comunitárias de beneficiamento da diversidade da

produção animal

Fortalecimento da rede de Bancos Comunitários de Sementes

Dinamização da produção da apicultura e da meliponicultura

Formação Continuada de técnicos nas Ciências Agrárias em aqüicultura, Pesca ,

Agroecologia e Economia Solidária.

ACESSO AO MERCADO E ECONOMIA SOLIDÁRIA

Inserção das mulheres nas dinâmicas de produção e comercialização, a partir das práticas de

economia solidária

Fortalecimento das redes de iniciativas da economia popular solidária

Ampliação e fortalecimento das Feiras da Agricultura Familiar

Viabilização do acesso a espaços referenciais de comercialização dos produtos da agricultura

familiar e da economia popular solidária(CECAF, CIAF)

APOIO AO MEIO AMBIENTE

Construção de aterros sanitários.

Fortalecimento da rede de organizações de piscicultores/as e pescadores/as artesanais

Intercâmbios entre os Territórios

Apoio a Educação Ambiental e gestão ambiental

65

odo o processo de dinamização da agricultura de base familiar na Zona da Mata Sul depende da configuração de um ambiente

institucional, que permita aos diversos atores envolvidos participar da gestão deste plano. Neste sentido, sua concretização se

configura como um marco referencial para o início destas atividades.

Para garantir que as ações propostas tenham coerência com o referencial acima exposto, é necessário animar e coordenar uma rede ampla, plural

e interdisciplinar de apoio à agricultura familiar no Território, cuja ação se concretize nos municípios. Sua prioridade estratégica deve ser

articular parcerias, tanto com outros setores do setor público em seus distintos níveis, quanto com atores privados interessados e em condições de

contribuir para o fortalecimento das cadeias produtivas agrícolas e não agrícolas, que sejam estruturantes de processos de dinamização da

agricultura em regime de economia familiar no território da Zona da Mata Sul.

A gestão do PTDRS será feita pela Secretaria Executiva do PTDRS, sendo um representante da Coordenação executiva territorial, e um

representante do núcleo técnico por dimensão (BNB, SEBRAE, EMATER, ONG), totalizando 5 membros.

A Secretaria Executiva do PTDRS será responsável pelo acompanhamento e monitoramento das ações realizadas pelos órgãos/instituições

responsável pelos projetos territoriais, realizando visitas periódicas e relatórios mensais de acompanhamento dos projetos e ações.

T

V. Gestão

66

Toda última quinta feira de cada mês, na reunião da Coordenação

Territorial, será apresentado o relatório dos projetos e ações pela

Secretaria Executiva do PTDRS.

A Coordenação territorial realiza reuniões mensais para avaliação e

uma Reunião Trimestral com a Plenária Territorial para socialização

dos projetos. A Secretaria Executiva deve: observar, monitorar os

andamentos dos projetos nos núcleos técnicos; a Coordenação

Territorial, junto a Secretaria executiva do PTDRS, deve articular

transporte, alimentação e locais para reuniões itinerantes no

território.

É papel da Secretaria Executiva do PTDRS divulgar na mídia as

ações do território, seja na internet, rádios comunitárias e públicas,

jornais e impressos. Fazer visitas periódicas aos municípios,

reuniões públicas, identificar as redes e ações territoriais existentes,

fazer um projeto de custeio para gestão logística e operacional para

gestão do PTDRS, instalação da sede do colegiado territorial,

transporte, recursos para passagens e alimentação dos participantes.

67

organização do Colegiado de desenvolvimento territorial Zona da Mata Sul propõe uma nova maneira de conceber a gestão das

políticas na área agrária. Neste sentido, seu modelo de representação pensa tais políticas de forma horizontal, onde os sujeitos

beneficiados são ao mesmo tempo propositores, fiscalizadores e executores dessas políticas. No entanto, apesar dos avanços com a política de

desenvolvimento territorial, vários são os vícios que persistem em manter as tradições de governabilidade centralizadas neste meio. Esse fato

ocasiona muitas vezes decisões em favor de grupos que não representam a coletividade, havendo em alguns momentos a execução de projetos

que não condiz com a prioridade territorial.

Apesar das adversidades, sabemos que estamos no caminho certo e que a política de desenvolvimento territorial, proporcionará para o território

oportunidades de verdadeiro crescimento econômico, político e social, respeitando as potencialidades locais em seus aspectos ambientais e

culturais. Assim, verdadeiramente acreditamos que com o processo de conscientização e formação cidadã nosso povo poderá de forma efetiva,

tomar as decisões que melhorem a sua qualidade de vida, dentro das políticas ofertadas por esse modelo de desenvolvimento.

A

VI. Estrutura Colegiada

68

69

IN

STIT

UIÇ

ÕES

BLI

CA

S ES

TATA

IS

- SEPLAG - EMATER - SEDAP - UFPB - INCRA - DFDA - MPA - SEBRAE - LUZ PARA TODOS - Banco do Brasil - BNB - CEF - SRT -INSS - FUNASA - SUDEMA - CAGEPA - MAPA - CONAB - IBAMA - COOPERAR - INST.CHICO M. -ASSEMBLÉIA L. - IDEME - AESA - CAPT. PORTOS - INTERPA - EMEPA - FUNAI - SEDH

OR

GA

NIZ

ÕES

SO

CIA

IS

- CPT - FETAG - FETRAF - SINTRAF - MLT - MST - STR - PASTORAL DOS MIGRANTES - Fórum do Semi–Árido - Fórum dos Assentados - Associações Comunitárias:

INDIGENA, QUILOMBOLA,MULHERES,

- Cooperativas de Produção e Crédito - PROHORT - UNIFRUTA - ECOSUL - ECOVAZEA

INST

ÂN

CIA

S D

E C

ON

CER

TAÇ

ÃO

- Colegiado Territorial - CMDRS; - Conselhos Setoriais; -Comitê de Bacias

Hidrográficas - CONSEA -Câmara temática da pesca

ON

GS

- CENDAC - VINCULUS - CECNEC - HOLOS

ESTRUTURA INSTITUCIONAL, GOVERNABILIDADE E GESTÃO SOCIAL NO TERRITÓRIO

70

COORDENAÇÃO TERRITORIIAL

RE

PR

ES

EN

TA

NT

ES

DE

GO

VE

RN

O

Prefeitura Municipal de Alhandra

SO

CIE

DA

DE

CIV

IL

Comissão Pastoral da Terra – CPT

Prefeitura Municipal de João Pessoa COOPACRED

Prefeitura Municipal de Juripiranga CECNEQ

Prefeitura Municipal de Pedras de Fogo FETAG

Prefeitura Municipal de Pitimbu FETRAF

Prefeitura Municipal de São José Dos Ramos STR de Pedras de Fogo

EMATER STR de São Miguel de Taipu

BANCO DO NORDESTE Grupo de Jovens Renascer de Gurugi

SEBRAE Associação de Maricultoras (Mulheres)

COORDENAÇÃO EXECUTIVA NUCLEO TÉCNICO

GO

VE

RN

O Prefeitura Municipal de São José dos Ramos

SO

CIE

DA

DE

CIV

IL

CPT

Prefeitura de Pitimbu FETRAF/FETAG

BANCO DO NORDESTE Grupo de Jovens Renascer de Gurugi

SEBRAE Associação de Maricultoras (Mulheres)

71

CANTALICE,Felipe Agenor de Oliveira - COTIDIANO QUILOMBOLA EM MITUAÇU–TC da Universidade Estadual da Paraíba/CH.

COEP – Programa Comunidades Semiárido: Construindo caminhos para cidadania no Nordeste do Brasil, COEP, Rio de Janeiro 2009.

KatiannyIrlly(²), Erika Magalhães(¹), Amanda Soares(²), Carla Miranda(²),Heloísa Marinho(²),Hugo Belarmino(²)Larissa Lins(²), Maria Luiza

Alencar(³), Pablo Honorato(²) ,Victor Evangelista(²)Centro de Ciências Jurídicas/ Departamento de Direito Privado/ PROBEX -

SISTEMATIZAÇÃO DE UMA EXTENSÃO POPULAR EM DIREITO: O TRABALHO DO NEP FLOR DE MANDACARU COM A

COMUNIDADE QUILOMBOLA DE PARATIBE. UFPB/ PRAC.

LLORENS, Francisco Albuquerque – Desenvolvimento Econômico Local: caminhos e desafios para construção de uma nova agenda política,

Rio de Janeiro, BNDS, 1999.

MARIANO NETO, Belarmino -Ecologia e Imaginário: Memória cultural, natureza e submundialização, João Pessoa: CT/Editora

Universitária/UFPB, 2001.

MONTEIRO, Karoline dos Santos - PROPRIEDADE DA TERRA E TERRITÓRIO QUILOMBOLA: umareflexão a partir comunidade negra de

Gurugi, Paraíba.Curso de Geografia/UFPB.

VII. Bibliografia Consultada

72

NABER, Gregg – Entre a cruz e a espada: violência e misticismo no Brasil rural, 1ª Edição, São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2003.

PERICO, Rafael Echeverry – Identidade e território no Brasil, Brasília, Instituto Internacional de Cooperação para Agricultura, 2009.

PETRAS, James – Império e políticas revolucionárias na América Latina, São Paulo: Xamã, 2002.

MDA, - COLEÇÃO TALENTOS DO BRASIL, programa Talentos do Brasil, 2009.

SDT/ MDA, Catálogo de Boas Práticas Territoriais, Brasília 2010.

Sites Consultados

Comunidades negras da Paraíba:

http://www.palmares.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=81

Comunidades negras do Paratibe:

http://www.auniao.pb.gov.br/v2/index.php?option=com_content&task=view&id=20152&Itemid=44

73

74

Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA

Secretaria de Desenvolvimento Territorial - SDT

VÍVINCULUS - Cooperativa de Prestação de Serviços em Desenvolvimento Sustentável

APOIO:

Coordenação:

Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Zona da Mata Sul - PB