zona da mata norte - pb
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RESUMO EXECUTIVO
2010 – 2020
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – PTDRS
TERRITÓRIO DA ZONA DA MATA NORTE - PB
______________________
Paraíba - 2010
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3
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Luís Inácio Lula da Silva
MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
Guilherme Cassel
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Humberto Oliveira
DELEGADO FEDERAL DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO NA
PARAÍBA
Ranyfábio Cavalcante Macêdo
COOPERATIVA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO EM DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL - VÍNCULUS
Severino Ramo do Nascimento
INSTITUTO DE ASSESSORIA À CIDADANIA E AO DESENVOLVIMENTO LOCAL
SUSTENTÁVEL – IDS
Valter de Carvalho
EQUIPE TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL
Carleuza Andrade da Silva
Carlos Humberto Osório Castro
Nalfra Maria Sátiro Queiroz Batista
Antônio Junio da Silva
CONSULTORIA TÉCNICA ESTADUAL
Oneide Nery da Câmara
REVISÃO TÉCNICA ESTADUAL
Carlos Gonçalo de Oliveira
Simone Ana Olimpio
ASSESSOR TERRITORIAL
Luciana Souza
CONSULTOR
Maria de Fátima Elias Teixeira
COLABORAÇÃO
Sandra Magda Araújo de Almeida Xavier
GEOPROCESSAMENTO
Vívian Julyanna de Meireles Monteiro
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APRESENTAÇÃO 7
I. Caracterização Geral 10
1.1 Aspectos Físicos, Geográficos e Ambientais 10
1.2 Aspectos Demográficos e Indicadores Socioeconômicos 17
II. Enfoque Dimensional 22
2.1 Dimensão Sociocultural Educacional 23
2.2 Dimensão Ambiental 31
2.3 Dimensão Socioeconômica 39
2.4 Dimensão Político – Institucional 52
III. Visão de Futuro 59
IV. Eixos de Desenvolvimento 61
V. Projetos Estratégicos 69
VI. Gestão 71
VII. Referências Bibliográficas 73
Sumário
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7
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável da Zona da Mata Norte-PB (PTDRS) foi construído no período de 2004 a
2006, com a participação das representações das instituições do poder público e das entidades da sociedade civil no Colegiado e
configura-se um instrumento para a implementação da política de desenvolvimento territorial do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, por ser um documento que reúne informações sobre a realidade do Território que possibilitará a articulação de políticas públicas, como
também investimentos particulares que irão favorecer o processo de desenvolvimento. Por ocasião do desmembramento do Território da Zona da
Mata, sendo criados os Territórios da Zona da Mata Norte e Zona da Mata Sul, houve a necessidade de se proceder uma análise e,
consequentemente, o desmembramento, também do documento o que aconteceu em 2007. Esse processo envolveu a coordenação territorial que
participou de várias reuniões de trabalho para a análise do documento e contou com o apoio da consultora Ana Marcela Gomes de Morais.
Depois de concluído o trabalho observou-se que seria preciso atualizar os dados e organizar o documento para a impressão e lançamento, então
firmou-se o compromisso de que a Plenária do Colegiado ficaria responsável por esse processo.
Para a qualificação do PTDRS foi contratada a consultora Maria de Fátima Elias Teixeira que, por sua vez, convidou a professora universitária
Sandra Magda Araújo de Almeida Xavier para contribuir com o processo e, após várias reuniões e oficinas e muitas pesquisas a livros e
documentos, tem-se como resultado um documento que contém dados históricos, culturais, geográficos, ambientais, econômicos e sociais
exemplificados por gráficos, mapas e tabelas, bem como o auto-diagnóstico contendo a análise do ambiente interno e externo, com o enfoque nas
potencialidades e entraves e oportunidades e ameaças, e a planificação contendo a indicação de eixos primordiais para o fortalecimento do
processo de crescimento, além dos programas, projetos e ações propostas pelo Colegiado de Desenvolvimento Territorial para viabilizar o
desenvolvimento do Território.
O
Apresentação
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9
10
1.1 ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS
O Território da Zona da Mata Norte – PB, abrange uma área de
3.647,30 Km², correspondendo a 7,0% do território estadual. Está
localizado na porção leste do Estado, limitando-se ao Norte com o
Estado do Rio Grande do Norte, ao Sul com o Território da Zona da
Sul Paraibana, a Leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com a
Mesorregião do Agreste Paraibano.
O Território da Zona da Mata Norte está inserido na Mesorregião da
Mata Paraibana. Seus principais centros urbanos são os municípios
de Cabedelo e Santa Rita, localizados na região Metropolitana de
João Pessoa e os municípios de Mamanguape e Rio Tinto
localizados na Microrregião do Litoral Norte.
I. Caracterização Geral
Quadro 1: Localização dos municípios. Zona da Mata Norte – PB.
Município Área (km
2)
Distância Capital
(km)
Microrregião
Baía da Traição 94,9 77,0 Litoral Norte
Cabedelo 31,4 20,3 João Pessoa
Capim 100,3 72,0 Litoral Norte
Cuité de Mamanguape 109,8 81,4 Litoral Norte
Curral de Cima 85,0 76,0 Litoral Norte
Cruz do Espírito Santo 190,1 23,0 Sapé
Itapororoca 144,0 62,0 Litoral Norte
Jacaraú 257,1 84,0 Litoral Norte
Lucena 92,4 42,0 João Pessoa
Mamanguape 337,7 48,0 Litoral Norte
Marcação 95,1 62,0 Litoral Norte
Mari 155,0 50,7 Sapé
Mataraca 174,1 92,7 Litoral Norte
Pedro Régis 73,3 91,0 Litoral Norte
Riachão do Poço 64,2 65,4 Sapé
Rio Tinto 506,5 53,0 Litoral Norte
Santa Rita 765,6 11,0 João Pessoa
Sapé 330,6 55,4 Sapé
Sobrado 43,5 61,4 Sapé Fonte: IDEME – Anuário Estatístico da Paraíba – 2000.
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Hidrografia
O Território Zona da Mata Norte - PB, ocupa uma extensa área
distribuída pelas bacias hidrográficas do rio Mamanguape e do baixo
rio Paraíba, totalizando 2.673,4 km². Essas bacias hidrográficas
abrangem ainda no seu conjunto, áreas dos rios Camaratuba, Miriri e
outros rios menores, abrigando dois ecossistemas naturais da Zona
da Mata: Planícies Litorâneas e Florestas.
Características Climáticas e Vegetação
o Clima
O Território Zona da Mata Norte, por sua posição privilegiada,
apresenta condições climáticas favoráveis às explorações
agropecuárias. Segundo a classificação climática de Koppen, seu
tipo climático é AS quente e úmido com chuvas de outono/inverno
que ocorrem desde o Litoral até a grande porção do Agreste.
Tabela 1 – Localização dos municípios segundo as Bacias
Hidrográficas. Zona da Mata Norte - PB
Bacias Hidrográficas Municípios Área (km²)
Sub-bacia do Baixo Rio Paraíba
Cabedelo 31,4
Cruz do Espírito Santo 190,1
Mari 157,5
Riachão do Poço 64,2
Santa Rita 765,6
Sapé 330,6
Sobrado 43,5
Subtotal 1.582,9
Bacia do Rio Mamanguape
Capim 100,3
Itapororoca 146,0
Mamanguape 337,7
Rio Tinto 506,5
Sub-total 1.090,5
Total Área de Bacias 2.673,4
Fonte: SUDEMA e AESA-PB
Foto 1: Clima
12
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As precipitações médias anuais situam-se na faixa de 2.000 a 2.200
mm/ano, de 1.800 a 2.000 mm/ano e, por fim, outra de 1.600 a 1.800
mm/ano, decrescendo para o interior, cujo período chuvoso inicia-se
em fevereiro e prolonga-se até agosto. O período de estiagem vai de
5 a 6 meses, a temperatura média anual está entre 22° C e 26° C e a
umidade relativa do ar média é de 80%.
o Vegetação
No Território Zona da Mata Norte-PB pode-se constatar a presença
dos seguintes tipos de vegetação: PIONEIRA, CAMPOS E MATAS
DE RESTINGA, MANGUEZAIS, MATA ÚMIDA E CERRADO.
A PIONEIRA corresponde a uma faixa contígua aos limites das
preamares. É constituída de uma vegetação predominantemente
herbácea, adaptada às condições de elevada salinidade. A CAMPOS
e MATAS DE RESTINGA ocorre em seguida à PIONEIRA. O solo
é arenoso e profundo. A VEGETAÇÃO DOS CAMPOS é do tipo
arbustivo, de densidade variável. Em áreas mais abertas, aparecem
algumas espécies típicas do cerrado.
A MATA DE RESTINGA é subcaducifólia,com árvores de porte
médio. O cajueiro é uma das espécies que mais caracterizam a
vegetação desse tipo. No trecho da BR – 230 que liga João Pessoa à
Cabedelo encontra-se uma das raras matas de restinga existentes na
Paraíba.
OS MANGUEZAIS estão localizados nos estuários e expandem-se
para o interior da planície até onde se façam presentes as influências
marinhas pelo fluxo e refluxo das marés. Constituem-se numa
Formação Florestal Perenifólia,com espécies altamente adaptadas ao
tipo de ambiente flúvio-marinho, de salinidade elevada e solos
estáveis, pantanosos com alto teor de matéria orgânica em
decomposição.
A MATA ÚMIDA compreende a Mata Atlântica e Mata do Brejo. A
Mata Atlântica corresponde às florestas costeiras brasileiras ou
matas de encosta. Encontram-se amplamente descaracterizadas em
função da multi secular utilização, como fonte, a princípio, de
essências nobres, e posteriormente como estoque de madeira inferior
para os mais variados fins. Até hoje se agrava a sua destruição pela
ocupação, em grande escala, da cultura da cana-de-açúcar em seu
habitat natural.
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Solos
Os principais solos encontrados no Território da Zona da Mata
Norte-PB,são:ALISSOLOS, NEOSSOLOS FLÚVICOS,
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS e LATOSSOLOS.
ALISSOLOS E LATOSSOLOS - são solos ácidos com baixa
camada textural, argila de atividade baixa, ácidos com saturação de
bases baixa e perfis bem diferenciados, profundos ou muito
profundos moderadamente drenados, friáveis, extremamente
intemperizados, com predomínio de sesquióxidos de argilas do
grupo (notadamente caulinita na fração coloidal), desenvolvidos a
partir de sedimentos argilo-arenosos do grupo Barreiras, sobre platôs
costeiros da faixa úmida. Quanto ao uso agrícola estes solos podem
ser explorados com fruticultura de modo geral, (o abacaxi e o coco
se destacam em área plantada) e culturas alimentares como inhame e
mandioca. A principal limitação ao uso agrícola destes solos decorre
da baixa fertilidade natural, necessitando, portanto de correção de
acidez e adubação para utilização agrícola intensa.
Os NEOSSOLOS FLÚVICOS - são solos profundos de baixa
fertilidade natural, bem drenados, podendo apresentar saturação de
bases (v%) que pode variar de baixa e alta situando-se em terrenos
da Baixada Litorânea. Podem ser intensamente cultivados desde que
se façam práticas de calagem e adubação.
Foto 2: Vegetação
15
Quanto aos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS – são solos de
textura predominantemente arenosa, drenagem excessiva e
baixíssima fertilidade. Para seu aproveitamento agrícola, necessita
de práticas de adubação, principalmente a incorporação de matéria
orgânica para melhorar sua estruturação e a retenção de umidade.
A área de abrangência do Território Zona da Mata Norte – PB,
dispõe de importantes recursos minerais, como: ilmenita ou titânio,
rutilo, zircônio, mármore, calcário, caulin, fosfato, diatomita, argila e
turfa.
A existência dos minerais ilmenita e titânio, rutilo e zircômio ocorre
apenas no município de Mataraca. Nele, o grupo Millenium
Inorganic Chemicalis do Brasil S/A vem explorando esses minerais,
atendendo às exigências das normas ambientais. É importante
destacar que os minerais rutilo e ilmenita são portadores de titânio,
mineral com ampla utilização tecnológica destinado principalmente
às indústrias de fabricação de plástico, borracha, tintas, tecidos,
couro, cosméticos e papéis, entre outros.
Outro importante produto encontrado e explorado no Território é
uma fonte de água mineral no município de Santa Rita.
Foto 3: Vegetação
Foto 4: Solo
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1.2 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E INDICADORES
SOCIOECONÔMICOS
População
A população do Território Zona da Mata Norte, segundo Contagem
da População realizada pelo IBGE no ano de 2007, observa-se um
contigente populacional no Território composto por 414.524
habitantes. Dentre estes, destacam-se uma maior representatividade
de habitantes na faixa etária dos 5 aos 19 anos, conforme o Gráfico
1.
A população territorial com 60 anos ou mais está representada em
37.753. Este número identifica uma baixa expectativa de vida, e a
necessidade de se pensar ações que contemplem melhor a qualidade
de vida deste segmento.
Com relação à densidade demográfica, configurando uma área de
5.530,6 km,² o Território Zona da Mata Norte apresentou no ano de
2000 uma densidade demográfica de 222 habitantes/km²,
considerada muito elevada em comparação a do Estado, que, no
mesmo período, era de 61 habitantes/km². Essa densidade altíssima
está associada em parte, ao fato dos municípios de João Pessoa e os
de seu entorno, Bayeux, Conde, Cabedelo, Lucena e Santa Rita,
responderem juntos por 70,9% da população do Território Zona da
Mata Norte- PB.
Dentre as especificidades populacionais do Território, identifica-se
ainda 50.008 agricultores familiares cadastrados em sindicatos de
trabalhadores rurais e um total de 5.042 pescadores e aquicultores
cadastrados no Ministério da Pesca e Aquicultura-MPA e na
Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba -
SUDEMA.
Gráfico 1: População por anos de vida. Zona da Mata Norte – PB.
Fonte: IBGE (2007)
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Segundo informações do Censo Demográfico 2000, verificou-se que,
do total de 737 mil pessoas que se autodeclararam indígenas no
Brasil, pelo menos 14,6 mil viviam na Paraíba, cuja etnia classifica-
se como Potiguaras, sendo 49,8% homens e 50,2% mulheres.
Segundo dados da Fundação Nacional de Saúde - FUNASA (2009),
o número de indígenas no Território é de 12.563 (Tabela 5) o que
corresponde a cerca de 3% do total de habitantes do Território Zona
da Mata Norte do Estado, distribuídos em 30 aldeias nos municípios
de Baia da Traição, Marcação e Rio Tinto.
Indicadores Socioeconômicos
o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)
O conceito do Desenvolvimento Humano surgiu em 1990, quando o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
sugeriu substituir a visão tradicional de desenvolvimento, que o
identifica ao crescimento da renda e da produtividade de um país,
por um enfoque mais amplo e abrangente.
Para medir o IDH são analisados basicamente três componentes: a
longevidade média da população, o nível educacional e o acesso a
recursos econômicos (PIB per capita). Isso também se repete quando
se fala do PIB, onde 70 dos 5.560 municípios brasileiros, ou seja
1,3% do total detém sozinhos 50% (metade) do PIB do País,
distorções essas que só podem ser resolvidas com políticas públicas
sérias e includentes.
No Território Zona da Mata Norte-PB, o Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal (IDH-M) 2000, como em quase todo o Nordeste
é baixo. O menor IDH é o do município de Capim, com 0,518, e o
maior é o de Cabedelo, com 0,76, seguido dos mapas que ilustram o
Gráfico 2: Especificidades Populacionais. Zona da Mata Norte
Fonte: SIT (2009)
19
Indice de Desenvolvimento Humano e o Indice de Gini que mede o
grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo
a renda domiciliar per capita.
o Produto Interno Bruto
No que diz respeito ao Produto Interno Bruto – PIB do Território da
Zona da Mata Norte, no ano de 2007, este indicador econômico
alcançou o nível de R$ 2.963 bilhões e Novecentos e Sessenta e Três
Milhões de Reais que em termos percentuais correspondeu a 4,01%
do PIB Estadual.
Em termos de PIB Per Capita total, indicador que mede a produção
gerada durante o ano e dividida pela população total do município,
em 2007 foi de R$ 92.199.
Gráfico 3: Índice de Desenvolvimento Humano - IDH
Fonte: PNUD, 2000 Gráfico 5: Produto Interno Bruto Per Capita
Fonte: IBGE, 2007
Gráfico 4: Produto Interno Bruto – PIB, 2007
Fonte: IBGE, 2007
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21
22
situação enfrentada pela população do Território Zona da Mata Norte- PB, na Dimensão Sociocultural Educacional, Ambiental,
Socioeconômica e Político-Institucional não difere daquela vivenciada em grande parte do País. Há grandes limitações nos serviços ofertados
à população.
É notório que na última década, as políticas públicas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de amenizar os problemas enfrentados pelas populações mais
carentes especialmente o dramático desafio de combater à pobreza, a fome e a miséria. No entanto, observa-se a necessidade de medidas decisivas em
educação, como por exemplo, reduzir os gargalos localizados de infraestrutura de saúde pública na forma de vulnerabilidade social, educação, geração de
emprego renda, além dos precários serviços de segurança pública, notadamente na zona rural e bases periféricas das cidades.
Vale ressaltar a necessidade da valorização do potencial ecológico, preservação das fontes de água e saneamento ambiental. Reduzida oferta de serviços de
assistência técnica aos pequenos produtores. No que se refere à estrutura de comercialização desfavorável aos produtores no plantio, com escassez de recursos,
aquisição de insumos, numa luta para obtenção do melhor preço. Dificuldade de acesso ao crédito por parte dos produtores de menor poder aquisitivo.
Finalmente, a omissão das instituições do Colegiado trava o processo de desenvolvimento sustentável do Território.
A
II.Enfoque Dimensional
23
2.1DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL
Situação da Educação
o Ensino Fundamental
Os níveis educacionais do País ainda constituem um desafio social,
político e econômico. Os indicadores revelam sempre o retrato da
desigualdade. Dentre o quadro nacional, segundo o Prof. Dimas
(2010, p.1), “nosso Estado destaca-se negativamente e ainda vê-se
diante de grandes batalhas, entre elas: vencer o analfabetismo,
manter o aluno na escola (idealmente na Escola de Tempo Integral),
desenvolver o ensino profissionalizante, abraçar a Educação de
Jovens e Adultos e, sobretudo, melhorar a qualidade do ensino.”
Segundo informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP), no Território da Zona da Mata Norte-PB, o
maior índice de matriculas se dá no Ensino Fundamental, apenas 4
municípios oferecem serviços de creche e nenhum município
apresenta matriculas no ensino profissionalizante.
Estes dados quando analisados em conjunto com o número de
escolas e de docentes remete à fragilidade educacional, sobretudo
para garantia de serviços educacionais que visem a inserção no
mercado de trabalho e a geração de renda, o que indica, como
conseqüência, que os jovens busquem por qualificação em outras
cidades ou centros urbanos.
Gráfico 6: Número de matrículas por modalidades de ensino.
Zona da Mata Norte – PB.
Fonte: INEP (2009)
24
Analfabetismo
No Nordeste, mais de 40% da população de 50 anos e mais é
analfabeta de acordo com o IBGE-2007. O Mapa da Taxa de
Analfabetismo de Adultos, demonstra o analfabetismo de adultos no
Território da Zona da Mata Norte -PB apontando para as maiores
taxas de alfabetização nos municípios maiores e mais próximos à
capital.
Programa Brasil Alfabetizado
O MEC realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado,
voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. Esse
Programa é desenvolvido em todo o território nacional, com o
atendimento prioritário a 1.928 municípios, que apresentam taxa de
analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localizam-
se na região Nordeste. Esses municípios recebem apoio técnico
desse Programa, visando garantir a continuidade dos estudos aos
alfabetizados.
Gráfico 7: Numero de docentes e escolas por modalidades de
ensino. Zona da Mata Norte – PB
Fonte: MEC/INEP - Censo Educacional 2008
Foto 5: Educação
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26
Situação da Saúde
No Território Zona da Mata Norte-PB, há registros de 209
estabelecimentos de saúde, sendo 170 públicos e 39 privados. No
Território existe uma média de 02 médicos e de 1,4 leitos
hospitalares para cada mil habitantes, onde se pode avaliar o baixo
índice de atendimento no que se refere à saúde no Território.
Tabela 2– Número de Estabelecimentos de Saúde por Município
Município
Número de Estabelecimentos de Saúde
Público
Privado
Total
Baía da Traição 3 0 3
Cabedelo 24 6 30
Capim 2 0 2
Cruz do Espírito Santo 6 0 6
Cuité de Mamanguape 8 0 8
Curral de Cima 9 0 9
Itapororoca 6 0 6
Jacaraú 8 2 10
Lucena 8 1 9
Mamanguape 18 9 27
Marcação 6 0 6
Mari 10 3 13
Mataraca 5 0 5
Pedro Régis 3 0 3
Riachão do Poço 1 0 1
Rio Tinto 9 4 13
Santa Rita 36 14 50
Sapé 5 0 5
Sobrado 3 0 3
Total Território 170 39 209
Fonte: DATASUS (2002 e 2005)
Gráfico 8: Número de Estabelecimentos de Saúde
Fonte: DATASUS (2002 e 2005)
27
As doenças mais freqüentes registradas no Território são a
esquistossomose, leishmaniose e dengue. Estas afetam todos os
municípios, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde.
As doenças de notificação compulsória aí observadas totalizaram
7.773 casos, sendo 73,98% de esquistossomose, 7,54% de
tuberculose, 6,57% de dengue e 4,49% de hanseníase.
Nas terras indígenas de Baía da Traição e Marcação a Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA) vem desenvolvendo ações com o
objetivo de melhorar a saúde da população indígena. Segundo
informações desse órgão, atuam nos PSF’s equipes
multidisciplinares compostas por: fonoaudiólogos, dentistas,
ortopedistas, nutricionaistas, médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem, psicólogos, agentes indígenas de saúde e de
saneamento.
Mortalidade
A mortalidade infantil nas áreas indígenas alcançou o número de 35
mortes por 1000 nascidos vivos no ano de 2002 caiu para 29,4 em
2003; 15,4 em 2004 e finalmente para 9,7 no ano de 2005. Esses
números revelam que as ações de saúde desenvolvidas nesses
municípios vêm atingindo os objetivos almejados. É importante
destacar ainda que está em construção sete postos de saúde, sendo
quatro nas aldeias de Galego, Tracoeira, Silva e Vila Miguel em
Baía da Traição e três nas aldeias de Jacaré de César, Grupiuna e
Brejinho no município de Marcação. Também nesse Município
funcionará um pólo-base na aldeia Caieira que atenderá onze aldeias
onde residem aproximadamente 4.800 pessoas, segundo informações
fornecidas pela FUNASA no Boletim Informativo da Coordenação
Regional da Paraíba.
A implantação, de uma forma geral, do Programa de Saúde da
Família (PSF) nos municípios foi uma das alternativas encontradas
no sentido de oferecer às camadas mais humildes da população um
melhor acesso aos serviços de saúde.
Embora a análise dos dados tenha sido feita com base nas principais
doenças também foram detectadas outras doenças de menor
expressão, como a sífilis congênita e a hepatite vírus A.
28
Outra informação deste setor se refere ao número de internações
pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No ano de 2005 foram
realizadas 52.738 internações no Território. Desse total, 23,44%
corresponderam às internações com as doenças do aparelho
respiratório, 19,37% às infecciosas e parasitárias e 13,62% às do
aparelho circulatório.
Cultura
Assim como na economia e nos recursos naturais, há uma grande
variedade de formas de cultura no Território da Zona da Mata Norte
-PB. Pode-se destacar: movimentos teatrais, folguedos, danças
populares, músicas populares e eruditas e festas populares, além do
artesanato. Por sua vez, as festas religiosas, não só mostram o lado
cultural como também o profano da cultura local, onde a
religiosidade do povo e as festas de música, vaquejadas e danças se
confundem. É o caso das festas de padroeiras e das festas juninas,
que estão fortemente identificadas entre si.
É válido ressaltar que nas comunidades pesqueiras predomina a
ciranda e o coco de roda. Já em Cabedelo, a tradicional nau
catarineta.
O mais importante local de expressão dos valores culturais e de lazer
do Território são as feiras livres, uma vez que é nesse evento que a
sociedade local pode conhecer melhor a sua identidade cultural. Nas
feiras livres podemos encontrar formas variadas da cultura e de lazer Foto 6: Odontologia
29
locais, como comidas típicas, artesanato, literatura de cordel e
música (forró, violeiros e emboladores de coco).
A presença do Povo Potiguara fortalece a cultura do Território
devido a inúmeras expressões artísticas existentes na etnia. Sua
cultura material abriga fortes signos de identidade cultural indígena,
com tradições seculares ainda vivas.
O Toré é um ritual dançado em momentos de festejo, de tristeza ou
de revolta, onde se dança em forma de roda, batendo com um pé só,
ao som da gaita, do bombo e do maracá; as letras das músicas
misturam temas da natureza e dos costumes étnicos, algumas já
utilizando o tupi, reconstruindo a língua dos antigos; com homens,
mulheres e crianças usando em sua indumentária saias de fibra de
embira, cocares diversos, adornos corporais (colares, brincos,
pulseiras, braceletes, tornozeleiras, prendedores de cabelo e anéis) de
sementes, ossos, entrecasca de coco, além de pintura corporal feita
com jenipapo e urucum estampando grafismos tupi.
Foto: Danças Tradicionais Indígenas – Tribo Potiguara
Foto: Artesanato Tradicional Indígena - Tribo Potiguara
30
31
2.2 DIMENSÃO AMBIENTAL
Características Geoambientais
No Território da Zona da Mata Norte existe a maior concentração de
indígenas do Estado. Identifica-se 30 aldeias distribuídas em 3
municípios onde destaca-se a demarcação de 3 terras indígenas,
totalizando uma área de 33.757ha, ver Quadro 2.
Quadro 2: Terras indígenas. Território da Zona da Mata Norte - PB
Terras Indígenas Área
(ha) Localização
Jacaré de São Domingos 5.032 Marcação
Potiguara Monte-Mor 7.487 Rio Tinto
Potiguara 21.238 Baía da Traição, Marcação e
Rio Tinto
TOTAL 33.757 -
Fonte: FUNAI/PB
Terra Indígena Potiguara é constituída de 5.072 habitantes, dos
quais 3.093 residem no município de Baía da Traição, distribuídas
pelas povoações, Acajutibiró, Cumaru, Forte, Galego, Santa Rita,
Laranjeiras, Silva, Bento, Tracoeira, Vila São Francisco e na cidade
da Baia da Traição. No município de Rio Tinto, nas povoações
Caieira, Lagoa Grande, Camurupim, Tramataia e Jacaré, habitam
1.979 índios, no município de Marcação.
O município de Marcação possui 11 aldeias indígenas: Brejinho,
Tramataia, Jacaré de Cezar, Jacaré de São Domingos, Estiva Velha,
Caieira, Lagoa Grande, Ybykûara (antiga Aldeia Brasília), Boa
Esperança, Carneira, Camurupim, Grupiuna e Três Rios.
Principais Biomas
Segundo o IBGE (2004), Bioma é conceituado como “um conjunto
de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de
vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com
condições geoclimáticas similares e história compartilhada de
mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria”.
32
Quadro 3: Biomas por municípios. Zona da Mata Norte – PB.
Municípios Biomas
Pedro Régis Caatinga
Cabedelo
Caatinga e Mata Atlântica
Cuité de Mamanguape
Curral de Cima
Itapororoca
Jacaraú
Mamanguape
Mari
Riachão do Poço
Sapé
Sobrado
Baía da Traição
Mata Atlântica
Capim
Cruz do Espírito Santo
Lucena
Marcação
Mataraca
Rio Tinto
Santa Rita
Fonte:IBGE
Conforme quadro acima, 52,6% dos municípios do território fazem
parte dos biomas identificados como Caatinga e Mata Atlântica.
A Mata Atlântica está presente em 53% do território nacional. Este
bioma apresenta uma variedade de formações, engloba um
diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estrutura e
composições florísticas bastante diferenciadas, acompanhando as
características climáticas da região onde ocorre.
A Caatinga, por sua vez, é um bioma que se concentra na região
Nordeste do Brasil. Ocupando cerca de 12% do território nacional.
Nas regiões de caatinga, o clima é quente com prolongadas estações
secas e o regime de chuvas influencia na vida de animais e vegetais.
Áreas prioritárias para a conservação
No território da Mata Paraibana está concentrado o maior número de
unidades de conservação do Estado, conforme abaixo discriminadas.
33
Reserva Ecológica Estadual Mata do Rio Vermelho: Com uma
área de 1.500 hectares, está localizada no município de Rio Tinto.
Caracteriza-se pela ocorrência de uma formação florestal típica de
Mata Atlântica. Pela exuberância de sua vegetação e ocorrência de
uma queda d’água em seu interior, esta área apresenta uma beleza
cênica e natural privilegiada.
Estação ecológica Mata do Pau Brasil: De grande importância
para o Estado da Paraíba, essa estação possui uma área de 82
hectares, abundante em seu interior de espécies de árvores do tipo
pau-brasil (Cesalpinia Echimata), símbolo do Brasil e, por força da
Lei Federal nº 6.607, de 7 de dezembro de 1978, declarada árvore
nacional. Toda essa riqueza está situada no município de
Mamanguape.
Parque Estadual Marinho Areia Vermelha: Localiza-se no
município de Cabedelo, consiste de uma área formada por um banco
de areia que aflora durante os períodos de maré baixa. É um local
que abriga uma grande quantidade de recifes de corais, constituindo-
se assim nos únicos ecossistemas recifais do Atlântico Sul. O Parque
Estadual Marinho Areia Vermelha possui uma área de 231 hectares e
abriga uma grande biodiversidade marinha.
Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape
(APA Barra do Mamanguape): Com paisagens de relevante valor
ecológico, como os manguezais, a Mata Atlântica, superficiais
dunares de médio porte, lagoas e recifes de corais, essa área está
localizada nos municípios de Rio Tinto, Mamanguape, Lucena,
Marcação e Baia da Traição compreendendo uma área de 14.640
hectares. Nela funciona um importante centro de pesquisa e
manejo do peixe-boi marinho (Trichechus manotus), espécie
considerada em extinção. Essa área, objeto do Decreto Federal 924,
de 10 de setembro de 1993, possui importantes ecossistemas
costeiros, tais como: manguezais, cordões de dunas, arrecifes,
falésias e Mata Atlântica. A administração dessa área está sob a
responsabilidade do IBAMA.
34
Rerserva biológica do Guaribas (Rebio Guaribas): Também
localizada nos municípios de Mamanguape e Rio Tinto e parte
também em Sapé, apresenta paisagens de relevante valor ecológico,
como a Mata Atlântica, numa área de 4.321 hectares, e funciona
como uma das poucas áreas de preservação do macaco da espécie
Guariba no Brasil.
Reserva Indígena Jacaré de São Domingos: Localizada nos
municípios de Marcação e Rio Tinto, apresenta também paisagens
de relevante valor ecológico.
Reserva Indígena Potiguara: Com uma área de 21.238 hectares,
nos municípios de Rio Tinto, Marcação e Baia da Traição possui
paisagens de relevante valor ecológico, como a Mata Atlântica, e
abriga populações nativas remanescentes dos índios Potiguaras.
Sob a jurisdição municipal, existem as seguintes Unidades de
Conservação: Parque Ecológico Municipal da Barra do Rio
Camaratuba: Localizado no município de Mataraca, é uma área de
importante valor ecológico e possui reservas da Mata Atlântica,
sendo uma área protegida por lei.
Foto 7: Base da Barra de Mamanguape
Foto 8: Peixe- Boi -Marinho
35
36
Parque Municipal de Cabedelo: Com uma área de 50 hectares, está
localizado no município de Cabedelo e vem demonstrando paisagens
de grande valor ecológico no ecossistema associado à Mata Atlântica
denominado de Cerrado.
Na área do Território Zona da Mata Norte registram-se problemas
relativos ao assoreamento de alguns rios, como o Camaratuba e de
provável contaminação dos solos causada em parte pelo uso de
agrotóxicos. As atividades desenvolvidas pela indústria
sucroalcooleira da região vêm sendo responsabilizadas por esses
problemas.
Características antrópicas
Os impactos ambientais sobre os dois ecossistemas naturais
(Caatinga e Mata Atlântica) têm provocado alterações de porte, em
particular sobre os recursos de solo e água, a flora e a fauna. Os
principais problemas ambientais destacados para a região, são: a)
ameaça de extinção de várias espécies que têm seu habitat no
Território Zona da Mata Norte. Na maioria dos casos, resultante da
devastação da cobertura vegetal natural; b) recursos hídricos
superficiais (Rio Mamanguape) fortemente comprometidos pelo
lançamento de efluentes de esgotos domésticos e/ou industriais e
agroindustriais e pela contaminação decorrente do uso
indiscriminado de defensivos agrícolas e corretivos químicos usados
na plantação de cana-de-açúcar e c) comprometimento da atividade
pesqueira explorada nos estuários dos rios.
Os recursos hídricos subterrâneos também têm sofrido reflexos do
uso irracional devido à sua contaminação. Além disso, a perfuração
Foto 9: Espécie em extinção – Euphractus
Sexcinctus
37
indiscriminada de poços por pessoas inaptas tem resultado em
captações mal construídas situadas em locais inadequados.
No Território Zona da Mata Norte, a área de ocorrência da Mata
Atlântica encontra-se praticamente devastada, contando apenas 3,2
% dessa cobertura florestal. Essa devastação, prende-se à expansão
da agricultura canavieira na década de 70, bem como a especulação
imobiliária nos dias atuais, associada à utilização de matéria-prima
(lenha e madeira), para suprir o mercado consumidor de produtos
florestais. Um projeto de lei que pode reverter esse processo de
devastação da Mata Atlântica foi aprovado neste ano de 2006. Trata-
se do projeto destinado a proteger o seu bioma – conjunto de seres
vivos e a vegetação nativa. Calcula-se que restem apenas 7,3% dos
1,3 milhão de quilômetros quadrados originais da Mata Atlântica.
Características Socioambientais
No que se refere ao saneamento, o número de domicílios que tinham
banheiro ou sanitário no Território, segundo o IBGE era de 271.727,
correspondendo a 93,16% do total de domicílios e os que não
contavam com esse tipo de saneamento representavam 6,84%.
Entretanto, essas informações, quando avaliadas por tipo de
esgotamento sanitário mostraram que apenas 27,10% dos domicílios
da Zona da Mata Norte estavam ligados à rede geral de esgoto ou
pluvial demonstrando assim a carência desse importante serviço para
a população daquele Território. Os municípios de Marcação,
Riachão do Poço e Sobrado não tinham domicílios com esse tipo de
esgotamento. O município de Cabedelo é o que possui o maior
número de domicílios ligados à rede geral de água com 97,12%.
Dos 22.433 domicílios abastecidos por poço ou nascente na
propriedade, cerca de 60% deles não contavam com água canalizada.
No caso de outras formas de abastecimento a situação é ainda mais
gritante, pois dos 20.372 domicílios do Território com essa
modalidade aproximadamente 86% não podem contar com a água na
torneira. Pelo quadro delineado, pode-se ter uma ideia do
comprometimento da qualidade de vida das pessoas expostas a esse
tipo de abastecimento de água, já que grande parte das doenças que
afetam o ser humano é causada pela veiculação hídrica. Mesmo com
números não muito animadores nesse importante indicador social
vale ressaltar que o Território Zona da Mata Norte responde por
42,6% do total de domicílios do Estado com rede geral de
38
abastecimento, 25,04% dos com poço ou nascente na propriedade e
11,6% dos com outras formas de abastecimento.
Os tipos mais utilizados de saneamento pelos municípios do
Território são os de fossas rudimentares com 48,24% e sépticas com
19,23%. O número de domicílios com essas duas modalidades de
esgotamento representa 67,48% do total de domicílios com banheiro
ou sanitário. Cerca de 3,56% desses domicílios utilizavam a forma
de jogar os seus dejetos em rios, lagos ou mar no ano de 2000. É
válido destacar que a maioria dos municípios do Território lança os
seus esgotos em rios, lagos ou diretamente mar.
Com relação às formas de abastecimento de água, 85,32% do total
de domicílios do Território tem água da rede geral, com a água
canalizada em pelo menos um cômodo ou na propriedade ou terreno.
Cerca de 7,7% são abastecidos por poço ou nascente na propriedade
e 6,98% na modalidade outros. É importante notar que dos 20.372
domicílios com essa forma de abastecimento cerca de 86% não
dispõem de água canalizada.
Foto 10: Poço Tubular
39
2.3 DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA
Estrutura Fundiária
A estrutura fundiária do Território Zona da Mata Norte, segundo o
Censo Agropecuário, IBGE-2006, apresentava 11.971
estabelecimentos rurais, ocupando uma área total de 118.840 de
hectares. Esses dados, quando analisados por município,
demonstram que Itapororoca e Sapé apresentaram o maior número
de estabelecimentos. Já o menor número foi registrado no município
de Cabedelo. Esse resultado está associado em parte ao fato de que
Cabedelo, em função de integrar a Região Metropolitana de João
Pessoa, abriga um grande número de indústrias, além da atividade
portuária.
A organização inicial do espaço geográfico do Território Zona da
Mata Norte foi baseada na produção açucareira destinada ao
mercado externo e no trabalho escravo, com a divisão das terras em
grandes unidades produtivas conhecidas por engenhos. A criação do
PROALCOOL gerou ocupação, visto que reforçou a concentração
da propriedade da terra. Assim, a cultura da cana - de - açúcar
avançou pelas terras do litoral, ocupando áreas sem limites, mesmo
aquelas destinadas tradicionalmente às culturas de subsistência.
O número de estabelecimentos agropecuários, por condição do
produtor em relação às terras e agricultura familiar aponta para o
maior número de proprietários, 11.528..
Gráfico 9: Número de estabelecimentos agropecuários, por condição
do produtor em relação às terras e agricultura familiar.
Fonte: IBGE, 2006
40
Assentamentos
Dentre os Projetos de Assentamentos no Território Zona da Mata
Norte destacam-se os municípios de Cruz do Espírito Santo (9), Sapé
(6) e Jacaraú (3). Os municípios de Cruz do Espírito Santo e Sapé
registram o maior número de famílias assentadas, com um total de
830 e 562 famílias respectivamente.
A força de trabalho e a terra são os meios de produção mais
importantes. A renda familiar rural está diretamente relacionada com
a sua disponibilidade. Famílias que dispõem de áreas suficientes
para a sua própria produção, além de manter melhor qualidade de
vida, podem dispensar o assalariamento ou outras formas de geração
e/ou complementação da renda, ao contrário daquelas outras que não
possuem terra ou possuem em quantidades insuficientes e precisam
recorrer a outros meios para produzir a subsistência. Assim, a
concentração das terras é a expressão maior das desigualdades
sociais, sendo inclusive a principal responsável pelos índices de
pobreza e de exclusão social de grande parte da população rural.
Gráfico 10: Projetos de Assentamentos. Zona da Mata Norte - PB
Fonte: INCRA, 2008
41
42
Principais Atividades Produtivas
Agricultura
No que se refere à utilização das áreas dos estabelecimentos
agropecuários, o que se pode observar é que, no ano de 2006, as
terras utilizadas com lavouras permanentes e temporárias ocupavam
47,4% da área total do Território, enquanto as áreas de pastagem
ocupavam 32,7%. Os municípios de Santa Rita, Mamanguape e Sapé
foram os que apresentaram as maiores áreas ocupadas com estas
lavouras.
As principais culturas plantadas no Território segundo o Censo de
2006, foram a cana-de-açúcar, abacaxi, mamão, mandioca, coco-da-
baía, batata-doce, banana, manga, maracujá e feijão. É válido
destacar que as áreas plantadas com as culturas do abacaxi, da
mandioca e do feijão por serem lavouras temporárias, são sensíveis
às oscilações de mercado, podendo retrair ou expandir sua produção
com certa elasticidade. Os dados da produção agrícola municipal de
2008 (IBGE) apontam como principais elementos da lavoura
temporária: abacaxi, batata-doce, fava, feijão, mandioca e milho
(tabela 17).
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário 2006
Gráfico 11: Utilização das terras dos
estabelecimentos agropecuários
43
Pecuária
Essa atividade no Território vem ao longo dos anos reduzindo a sua
participação no tocante ao efetivo dos bovinos. No ano de 2000 seu
número era de 73.870 cabeças, ficando no ano seguinte reduzido a
69.971, representando uma queda de 5%. A partir de 2002, esse
efetivo começa a se recuperar atingindo no ano de 2004 um número
superior em 2,4% ao apresentado no ano de 2000.
No que se refere ao efetivo da pecuária nos estabelecimentos rurais,
o número de bovinos representavam, respectivamente, 5,3% do
efetivo total do Estado, e 16,1% do efetivo do Território da Zona da
Mata Norte em 2006.
No que se refere à produção de leite bovino observa-se na tabela 19,
uma queda na participação relativa do Território, no âmbito da
produção estadual em 8,64%, entre os anos de 2000 e 2004. Isso
ocorreu, entre outros fatores, devido a redução do número de vacas
ordenhadas, como também a queda na produtividade, que variou de
624,47 l/ cabeça para 580,72 l/ cabeça entre aqueles anos.
No que diz respeito ao volume de produtos de origem animal, o leite
pasteurizado e os ovos de galinha chegaram a representar
respectivamente, 1,2 % e 0,2 % da produção do Estado, e 97,4% e
2,0% da produção do Território, no ano de 2006, como indica a
tabela 30. Os municípios de Sapé e Santa Rita somaram juntos
60,9% do leite de vaca oriundo do território da Zona da Mata Norte -
PB, com uma produção de 1.159 e 560 mil litros de leite em 2006,
respectivamente.
Foto 11: Pecuária
44
Os efetivos de galinhas, galos, frangas, frangos e pintos revelaram
uma forte participação no efetivo do Estado, tendo representado no
ano de 2000 cerca de 53% do total da Paraíba. Esse comportamento
reflete, de um modo geral, o desenvolvimento da moderna avicultura
em todo o território paraibano, fazendo com que essa atividade antes
concentrada no litoral passasse a se desenvolver nas regiões de
transição e no sertão paraibano.
Os municípios de Mari e Sapé concentravam 67,6% do efetivo de
aves do Território, somando 236.956 cabeças em 2006, enquanto
Mari, Itapororoca, Cuité de Mamanguape, Curral de Cima,
Mamanguape e Sapé estavam entre os municípios de maior destaque
quanto ao número de cabeças bovinas do período e que agregados,
correspondiam a 62,8% do total do território, apresentando uma
distribuição mais equitativa do efetivo de bovinos entre os
municípios citados.
Pesca
A produção total de pescado do Estado da Paraíba foi de 4.079,5
toneladas. Os peixes coresponderam a aproximadamente 49% do
volume total produzido. Os crustáceos e moluscos representaram
16% e 35% de toda a produção.
Gráfico 12: Efetivo dos rebanhos - Zona da Mata
Norte
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal - 2008
45
Numa análise da produção de pescado por município pesqueiro da
Zona da Mata, segundo a espécie, o que se pode observar é que os
municípios com maior representatividade no volume produzido são:
Pitimbú, Cabedelo, Caaporã, Lucena e Santa Rita. O volume da
produção industrial de peixes por espécie evidencia como os maiores
volumes pescados as seguintes espécies: albacora bandolim (768,7
t), espadarte (636 t), caranguejo de profundidade (217,2 t) e o cação
(216,2 t)
Com relação à Piscicultura esta tem apresentado em alguns
municípios como uma alternativa às atividades econômicas
tradicionais, inclusive à cana-de-açúcar, uma vez que alguns
proprietários têm trocado o seu cultivo e a pecuária bovina pelo
cultivo de peixe.
É o caso do município de Sapé, que possui a maior produção de
peixe cultivado do Território, tendo produzido em 2005 cerca de 330
toneladas, ou seja, 52,7% da produção total, vindo em seguida
Mamanguape, com 20,1% e Santa Rita, com 12,1%.
Todavia, trata-se de uma atividade ainda inexpressiva, pois alcançou
naquele ano menos de 1.000 toneladas. Além do mais, o cultivo de
peixe é uma atividade muito concentrada, uma vez que, no
município de Sapé, do total da produção apresentado, quase 91% foi
produzido pela Fazenda Japungu, ficando o restante dividido por
alguns pequenos produtores.
Foto 12: Pesca
46
Apicultura
A produção de mel de abelha no Território Zona da Mata Norte vem
registrando, aumento consecutivo no período 2000-2004. Os
municípios de maior destaque são: Jacaraú, Rio Tinto e
Mamanguape. A participação do Território na produção estadual
evoluiu de 11,5% no ano de 2000, para 21,2% em 2004. Neste
último ano, os maiores produtores de mel do Território, foram os
municípios de Jacaraú e Rio Tinto, com 28,5% e 26,3 %
respectivamente, de acordo com IBGE,2006.
Cajucultura
A produção de caju no Território correspondeu em 2004 por
aproximadamente 84% da produção do Estado. O município de
Jacaraú produziu 113 das 191 toneladas produzidas no Território,
contribuindo com 59,16% da sua produção. A produção de Rio Tinto
também tem-se revelado crescente, contribuindo com 44 toneladas, o
que corresponde a 23% da produção do Território. Os dois
municípios juntos foram responsáveis por 82,19% da produção de
castanha de caju.
Agroindústria Familiar
O beneficiamento mais tradicional da produção da agricultura
familiar do Território tem sido o da mandioca. Embora não haja
informações precisas sobre a quantidade de casas de farinha, sabe-se
que há um número elevado embora o processo produtivo, na maioria
das vezes, segue padrões tecnológicos inadequados. Os principais
produtos extraídos da mandioca são: a farinha, a goma e o bejú, este
ultimo produzido de forma especializada em algumas localidades, a
exemplos de assentamento do município de Lucena onde existe uma Foto 13: Apicultura
47
produção em escala para comercialização na feira de Santa Rita. A
farinha e a goma seguem o mesmo ritual de outros produtos sendo
vendidas em grosso (sacas de 50g) a atravessadores que, por sua vez,
selecionam, embalam em sacos de 1kg e vendem aos distribuidores.
Aos/as trabalhadores/as falta orientação, organização e acesso à
informação para esse processo.
As usinas de álcool e açúcar, bem como os engenhos de cachaça,
exercem ainda forte influência sobre as iniciativas de produção da
agricultura familiar. Trata-se de uma indústria de grande porte e de
longa formação histórica. O número de usinas caiu
significativamente nos últimos anos e as que permaneceram,
passaram ou passam por um intenso processo de modernização.
Vale ressaltar outras iniciativas fragmentadas de beneficiamento de
alguns produtos, a exemplo do leite para a produção de queijos. As
queijarias caseiras nos sítios ou nas cidades-sede dos municípios,
estas, já mais sofisticadas e atendendo a algumas exigências
sanitárias, forçadas pela atuação e orientação da Vigilância Sanitária
Estadual. Contudo, essa atividade é muito pouco explorada pela
agricultura familiar. Os maiores laticínios se encontram nos
municípios de Pilar e Santa Rita, que absorvem a produção de leite
não só do Território como também de outros municípios do entorno.
Ainda com relação à agroindústria no Território, existe uma
variedade de atividades e produtos dentro da agricultura familiar,
como a produção de licores caseiros, a venda de camarão de água
doce conservado ao sal, o amendoim cozido e assado e os doces
caseiros de coco e batata-doce. Ressalta-se a necessidade de maior
dinamização deste setor. Não há como fortalecer a agricultura
Foto: Casa de Farinha
48
familiar apenas como produtora de matéria-prima. A industrialização
da produção pode funcionar como um processo de inclusão
econômica com ganhos sociais. Algumas experiências de
agroindústria familiar traduzem-se em formas de geração de renda
alternativa, que para tanto devem ser discutidas e planejadas de
forma organizada pelos diversos atores e organizações de apoio à
agricultura familiar.
Assistência Técnica e Extensão Rural
A principal instituição que presta serviços de assistência técnica e
extensão rural no Território Zona da Mata Norte é a Emater –
Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural da
Paraíba. Esta conta com cerca de 593 profissionais em todo o
Estado, sendo 193 técnicos de nível médio, 172 técnicos de nível
superior e 228 funcionários do setor administrativo. Dentre os
principais critérios de distribuição espacial dos extensionistas pelo
território paraibano está o número de produtores e comunidades a
serem atendidos.
A Emater atua em 223 municípios a partir de 198 escritórios locais e
15 regionais, estando estes últimos encarregados de planejar e
supervisionar as ações dos escritórios locais próximos à sua área de
atuação. Todo o Território da Mata Paraibana conta com os serviços
por ela prestados.Dos municípios, oito possuem escritório local e os
demais são atendidos pelo escritório do município mais próximo.
Além disso, há no Território três escritórios regionais: o de João
Pessoa, o de Sapé e o de Guarabira.
Apesar de haver atuação da Emater em todos os municípios do
Estado, e conseqüentemente no Território Zona da Mata Norte, os/as
extensionistas vivenciam uma série de limitações que fazem com
que os seus serviços tenham uma ação muito limitada no âmbito do
desenvolvimento da agropecuária. Essas limitações, via de regra,
decorrem da baixa remuneração dos seus profissionais; do número
reduzido de pessoal tanto na área técnica como na administrativa
(em média 2 profissionais por escritório local); da falta de infra
estrutura de funcionamento dos escritórios locais e de logística
necessários ao bom desempenho daquela empresa.
49
Esses problemas resultam em um número reduzido de comunidades
atendidas pela Emater, contribuindo, assim para a baixa
produtividade da agricultura familiar devido a falta de serviços
adequados nas áreas de capacitação técnica, transferência de
tecnologias e orientação técnica na condução dos plantios e no
manejo da pecuária.
Turismo
Os municípios de Santa Rita, Lucena, Mamanguape, Rio Tinto, Baía
da Traição, Mataraca e Cruz do Espírito Santo são os que
apresentam maiores recursos em beleza e variedade de paisagens
naturais, especialmente quando se trata das belas praias que se
estendem por muitos desses municípios. Assim, se bem explorados,
estes podem fazer do turismo rural uma importante fonte de renda e
ocupação para a economia local
Artesanato
No Território Zona da Mata Norte, o artesanato vem se revelando
como uma das atividades que mais oferecem oportunidade de
geração de renda. Em muitos municípios existem, segundo atestado
da curadoria do artesão, associações e cooperativas de artesãos,
Foto 14: Barra de Camaratuba - PB
50
refletindo um número crescente de pessoas desenvolvendo essa
atividade.
Os artesãos vêm conquistando cada vez mais mercados, uma vez que
suas vendas para outros estados do Nordeste e do Brasil têm crescido
bastante nos últimos anos. Nos municípios de Baía da Traição,
Marcação e Rio Tinto ocorre a produção do artesanato de origem
indígena, onde se destacam as armas (arcos e flechas) e bijouterias.
O que se observa nessa atividade é o alto grau de informalidade e de
isolamento dos produtores/as, ainda assim, é muito grande o número
desses produtores/as que trabalham a sua arte utilizando barro,
madeiras, diversos tipos de fibras e ossos.
No município de Rio Tinto, na Barra de Mamanguape, encontra-se
localizado na Colônia de Pescadores um grupo de artesãos
denominado Arte do Coco com 15 artesãos produzindo botões,
copos, cortinas e bijouterias em fibra de coco.
A variedade e a beleza do artesanato paraibano, atestados não só
pela população local como também pelos que visitam a Paraíba
levou o Governo Estadual a implementar ações no sentido de
valorizar o trabalho artesanal através da promoção dos seus produtos
e também pela elevação da autoestima dos artesãos, como o
programa “A Paraíba em Suas Mãos”, que agrega mais de 2.000
artesãos e artesãs em todo o Estado.
Foto 15: Artesanato
51
Infraestrutura Produtiva
Duas importantes rodovias federais (BR’s 101 e 230) e inúmeras
estaduais compõem a malha viária do Território da Zona da Mata
Norte-PB. A Rodovia Federal BR 101, liga os municípios do Litoral
Norte com o vizinho Estado do Rio Grande do Norte e ao sul com o
Estado de Pernambuco. Já a rodovia BR 230 (Federal), liga os
municípios do litoral no sentido leste-oeste aos principais pólos
regionais: Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras até o limite
com o Estado do Ceará.
A Rodovia Estadual PB 025, liga João Pessoa ao município de
Lucena e este à BR 101. Existe também outra opção de acesso deste
município para João Pessoa que é feito através do ferry-boat que
transporta pessoas e automóveis atravessando o estuário do Rio
Paraíba até a cidade de Cabedelo que liga-se à Capital através da BR
230.
A PB 004 liga o município de João Pessoa aos de Bayeux, Santa
Rita, Cruz do Espírito Santo até Sapé, enquanto a PB 041 liga Sapé
ao município de Capim e este à BR 101 que dá acesso aos
municípios de Mamanguape, RioTinto, Marcação e Baía da Traição.
A PB 065 liga Mataraca à BR 101 e a PB 073 integra a BR 230 aos
municípios de Sobrado e Sapé, chegando até Guarabira.
Energia elétrica
A população residente na zona rural do Território da Zona da Mata
Norte-PB tem contado nos últimos anos com uma melhora
substancial no acesso aos serviços de fornecimento de energia
elétrica, seja através das ações do Governo do Estado, desenvolvidas
pelo Projeto Cooperar no Programa de Combate à Pobreza Rural –
PCPR, seja através do programa “Luz para Todos”, sendo este uma
parceria entre os governos Estadual e Federal e a iniciativa privada.
De acordo com o Anuário Estatístico da Paraíba, o número de
consumidores da zona rural no Território passou de 2.965 no ano de
2000 para 4.527 em 2005, observando-se um aumento em torno de
53% nesse período.
Os municípios que apresentaram os maiores aumentos foram
Sobrado, Jacaraú e Marcação. Os únicos municípios a reduzirem o
número de consumidores quando relacionados os anos 2005/2000,
foi Baía da Traição com 120%.
52
2.4 DIMENSÃO POLÍTICO - INSTITUCIONAL
Resgatar elementos que antecederam à implantação das políticas
públicas promotoras do desenvolvimento sustentável no Território,
como os processos de organização social e autogestão vivenciados
pelos atores sociais locais, é de fundamental importância para a
afirmação e valorização dos referenciais históricos e políticos do
Território, enquanto espaço privilegiado de disputas, articulações e
concertação de interesses e conflitos de múltiplos setores da
sociedade civil e instâncias governamentais.
Entre essas experiências referenciais, ressalta-se a proposta de
articulação municipal do Pacto da Zona da Mata realizado pelo
SEBRAE, em 21 municípios; o Consórcio de Segurança Alimentar e
Desenvolvimento Local do Litoral Norte (CONSAD-LN), que em
2004, apoiou uma iniciativa dos municípios em torno de uma
proposta de articulação territorial envolvendo 14 municípios, a partir
da atuação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) em
parceria com a Cooperativa Vínculus, que também apoia as ações da
SDT/MDA nos territórios rurais do Estado da Paraíba.
Como estratégia de fortalecimento da gestão social das políticas
públicas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), foi
pensado então o Programa Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Territórios Rurais (PRONAT) com um formato
diferente de gerir as políticas, bem como discutir e aplicar os
recursos oriundos do PRONAF Infraestrutura Territorial (PROINF).
O PRONAT incorpora então o PROINF, como instrumento
animador, mas não único. É importante frisar, o desenvolvimento
dos territórios rurais, a partir de investimentos em projetos de
infraestrutura e adoção de uma nova estratégia de aplicação dos
recursos e de gestão social da política.
A abordagem territorial surge como um dos possíveis elos
facilitadores do diálogo entre o poder público e os
atores/movimentos sociais. Há, nesse sentido, uma mudança de
postura, especialmente por parte do governo, tanto no âmbito federal
quanto no estadual, abrindo espaços e instâncias que permitem a
prática desse diálogo. Uma das iniciativas recentes, na área rural em
especial, foi a criação dos chamados territórios de identidade no
âmbito do Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios
Rurais (PDSTR). Uma vez que trata da construção de territórios de
53
identidades, deve-se ter em mente, que essas identidades não são
“cristalizadas”. Não existe, portanto, uma única identidade
territorial, sendo as várias dimensões dessas identidades acionadas
de acordo com os objetivos e com as próprias políticas que são
postas em prática no momento. A própria política territorial, no
limite, é formadora de uma identidade específica, relativa ao
conjunto de instrumentos operados pelos programas pautados pela
abordagem territorial. (LEITE, 2007, p.2).
A Rede Nacional de Colegiados Territoriais foi constituída em
março de 2010, durante o IV Encontro Nacional de Colegiados
Territoriais. É uma rede de governança, composta por representantes
do poder público e da sociedade civil de todos os Colegiados
Territoriais do Brasil. É apoiada pela Secretaria de Desenvolvimento
Territorial - SDT/MDA e constitui uma estratégia de articulação e
fortalecimento do controle social de políticas públicas dos territórios.
A Rede tem em sua estrutura 3 instâncias: i) Plenário, composto
pelos Plenários de todos os Colegiados Territoriais; ii) Coordenação
Política, composta por dois representantes de cada Rede Estadual de
Colegiados Territoriais, e iii) Secretaria Executiva, composta por 7
membros da Coordenação Política (1 representante do Sul, 1 do
Sudeste, 1 do Centro-Oeste, 2 do Nordeste e 2 do Norte).
A construção social do Território da Zona da Mata Norte é fruto
deste novo processo de desenvolvimento local em bases territoriais,
implementado a partir de 2003, pela Secretaria de Desenvolvimento
Territorial (SDT/MDA), no Estado da Paraíba. Este processo está
centrado nos princípios da gestão social e tem como interlocutores as
institucionalidades territoriais, que se constituem em espaços de
planejamento e gestão do desenvolvimento rural sustentável.
De acordo com a estratégia de execução da Política de
Desenvolvimento Territorial, Pesquisa de Mercado, o Estudo
Propositivo de Dinamização Econômica (EP), o Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS) e o Plano Safra
Territorial (PST), se constituem em instrumentos norteadores da
nova proposta.
Assim sendo, apresenta-se um breve resgate do processo de
organização social e política do Território, bem como de elaboração
54
dos instrumentos de apoio, como forma de contextualizar o processo
político-pedagógico vivido.
O processo de implantação da Estratégia de Desenvolvimento
Territorial foi iniciado em setembro de 2003, no Território da Zona
da Mata Norte-PB. De início foi constituída a estrutura funcional da
CIAT (Comissão de Instalação de Ações Territoriais), ainda em
caráter provisório, composta por três representações municipais:
governo, sindicato e CMDRS dos 27 municípios e organizações de
apoio às ações de desenvolvimento no Território.
A estrutura organizacional da CIAT foi composta inicialmente por
um núcleo diretivo e um núcleo técnico, que buscou avançar no
sentido de ampliar a participação popular para tornar-se um fórum
representativo da sociedade civil e do governo, com função
deliberativa – Plenária. Desse modo, a CIAT dá um passo adiante
em direção à sua institucionalização.
Com o processo de amadurecimento, o Território provoca uma série
de discussões, ajustes e redefinições, e a CIAT decide então,
institucionalizar-se, tornando-se um Colegiado de Desenvolvimento
Territorial da Zona da Mata Norte - PB (CODETER ZM), buscando
observar as recomendações da Resolução nº 52 do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (CONDRAF). O
Colegiado foi composto na época por 103 instituições
representativas dos segmentos governamentais e não-
governamentais, representações dos movimentos sociais e dos
agricultores familiares, sindicatos dos trabalhadores rurais,
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável
(CMDRS), cooperativas e associações rurais. Por sua vez, a
cooperativa Vínculus viabiliza a contratação de um técnico, para a
articulação territorial do Colegiado.
Ainda para a composição do Colegiado, foram consideradas como
referências básicas os princípios da pluralidade, da
representatividade, das interrelações entre distintos agentes de um
sistema e da interdependência entre as instâncias territoriais.
A partir deste processo inicial de organização institucional do
Colegiado, e mediante a articulação com os processos de
implantação de políticas já existentes no Território, é que em
2005/2006, a Instância Territorial conseguiu avanços significativos
55
no que diz respeito à melhor compreensão do seu papel. Neste
sentido, foi trabalhada a construção da versão preliminar PTDRS,
delineando-se os objetivos, princípios, eixos aglutinadores e
norteadores da implementação da política, e de outros instrumentos
de apoio ao Território, como a elaboração do Regimento Interno do
CODETER.
Por outro lado, devemos suscitar alguns aspectos determinantes,
rumo ao desenvolvimento, que definiram e marcaram a história
geopolítica e socioeconômica do Território. Considerando as
especificidades e as características diversas dos 32 municípios da
Zona da Mata Paraibana onde 2 (dois) municípios são do Agreste e
5 (cinco) são novos na Mata Norte, cuja área de abrangência
configura-se em duas sub-zonas, o CODETER amadurece a ideia e
decide, estrategicamente, por um desmembramento ou reorganização
do grande território da ZONA da MATA Paraibana, o qual
integrava-se, originalmente, 27 (vinte e sete) municípios.
Após exaustivas discussões e acertos, este pleito se efetiva somente
no ano de 2007, mediante a homologação oficial dos novos
territórios e a realização das assembléias de constituição dos novos
Colegiados Territoriais da Zona da Mata – CODETER-ZM Sul e
CODETER-ZM Norte.
No que concerne à estrutura de gestão do órgão colegiado, o
CODETER da Zona da Mata Norte foi subdividido em instâncias,
definidas da seguinte forma:
a) Plenária Geral (composta por 84 instituições)
b) Coordenação Territorial (composta por 9 membros)
c) Coordenação Executiva (composta por 5 membros)
d) Núcleo Técnico (composto por 11 instituições),
Atualmente, o Colegiado do Território da Zona da Mata Norte – PB,
é representado conforme as instâncias apresentada no Quadro a
seguir:
56
RE
PR
ES
EN
TA
ÇÃ
O
INSTANCIAS DO COLEGIADO G
OV
ERN
O
COORDENAÇÃO TERRITORIAL COORDENAÇÃO EXECUTIVA NÚCLEO TÉCNICO COMISSÕES /CÂMARAS TÉCNICAS
P. M de Jacaraú, Capim e Sapé
SEBRAE
MPA- Ministério da Pesca e Aqüicultura
EMATER e COOPERAR
BNB- Banco do Nordeste
Pref.Capim
BNB
EMATER
SEBRAE
BNB
CONAB
UFPB
P. M. CABEDELO
IDEME
CEF
- ATER / ATES
- Organização sustentável da produção/ Comercialização;
- Educação do campo –Educação e Cultura;
- Comunicação – Gestão territorial;
- Infraestrutura;
- Aquicultura e Pesca;
- Mulheres;
- Juventude;
- Etnia Indígena;
- Saúde e Previdência e Assistência Social.
SOC
IEDA
DE C
IVIL
CONSAD
SRT’s Mamanguape e Riachão do Poço
CMDRS Mamanguape
FETAG e SINTRAF
AGENTE
OJIP- PB
CINDEAS
STR – Riachão do Poço e
Mamanguape
AGEMTE
FETAG
CMDRS – MAMANGUAPE
OJIP-PB
SINTRAF
VÍNCULUS
FETAG
AGEMTE
SINTRAF
BSC
Articulador (a) territorial
Articulador (a) Aquicultura e
Pesca
Papel da Coordenação Territorial
- Coordenar ações do Colegiado e do Núcleo Técnico;
- Articular atores, atrizes e instituições no processo de Desenvolvimento Territorial;
- Realizar e/ou articular ações e estratégias para implementação do PTDRS e decisões do Colegiado;
- Elaborar proposta de Regimento Interno a ser apresentada, discutida, analisada e aprovada pelo Colegiado.
57
O Colegiado de Desenvolvimento do Território da Zona da Mata Norte – através do Programa Território da Cidadania, é constituído pelas
seguintes instituições:
GOVERNO (50) SOCIEDADE CIVIL (52)
Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba- AESA
Agência Nacional das Águas- ANA
Assembléia Legislativa da Paraíba
Banco do Brasil
Banco do Nordeste
Caixa Econômica Federal
Câmara Municipal de Vereadores
Companhia Hidroelétrica do Vale do São Francisco - CHESF
Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB
Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário – DFDA
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (EMATER)
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)
Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba - IDEME
Instituto Chico Mendes (ICMbio)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS
Instituto de Terras e Planejamento Agrícola do Estado da Paraíba- INTERPA
Marinha do Brasil
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
Ministério da Aqüicultura e Pesca- MPA
Prefeitura Municipal de Baía da Traição – PB
Prefeitura Municipal de Cabedelo - PB
Prefeitura Municipal de Capim – PB
Prefeitura Municipal de Cruz do Espírito Santo – PB
Prefeitura Municipal de Cuité de Mamanguape – PB
Prefeitura Municipal de Curral de Cima – PB
Prefeitura Municipal de Itapororoca – PB
Assessoria de Grupo Especializado Multidisciplinar em Tecnologia e Extensão - AGEMTE
Assoc. dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicas do Vale da Paraíba – ECOVARZEA
Assoc. dos Pais e Amigos dos Excepcionais da Paraíba – APAE Mamanguape – PB
Associação Centro Rural de Formação- ACRF
Associação Comunitária Indígena – AWAKUZA
Associação das Marisqueiras Renascença
Associação das mulheres assentadas do litoral norte
Associação das mulheres índias guerreiras potiguaras
Associação do Assentamento Uruba
Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Boa Esperança
Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Nova Vivência
Associação Rádio Comunitária Araçá FM
Associação rural apícola de Jatobá
Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente – CENDAC
Centro de Desenvolvimento Social e Cultural - CEDESC
CINDEAS – Cooperativa de Produção e Industrialização dos Aquicultores e Piscicultores da
Paraíba
Colônia de Pescadores de Marcação
Colônia de Pescadores de Rio Tinto
Comissão Pastoral da Terra – CPT - PB
CONSEA- Conselho Estadual de Segurança Alimentar
Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável – CEDRS
Conselho Municipal de Assistência Social Cabedelo
Conselho Municipal de Assistência Social de Cuité de Mamanguape
Conselho Municipal de Assistência Social Mari
Conselho Municipal de Educação de Capim
Conselho Municipal de Educação de Cruz do Espírito Santo
58
Prefeitura Municipal de Jacaraú – PB
Prefeitura Municipal de Lucena – PB
Prefeitura Municipal de Mamanguape – PB
Prefeitura Municipal de Marcação – PB
Prefeitura Municipal de Mari – PB
Prefeitura Municipal de Mataraca – PB
Prefeitura Municipal de Pedro Régis – PB
Prefeitura Municipal de Riachão do Poço – PB
Prefeitura Municipal de Rio Tinto – PB
Prefeitura Municipal de Santa Rita – PB
Prefeitura Municipal de Sapé – PB
Prefeitura Municipal de Sobrados – PB
Projeto COOPERAR
Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado – SEPLAN
Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agropecuário- SEDAP
Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Lucena
Secretaria Municipal de Assistência Social de Curral de Cima
Secretaria Municipal de Educação de Mari
Secretaria Municipal de Saúde de Mamanguape
Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano - SEDH
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural- SENAR
Serviço de Apoio a micro e Pequena Empresa – SEBRAE
Universidade Aberta do Brasil - UAB
Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Conselho Municipal de Educação de Mataraca
Conselho Municipal de Saúde de Mamanguape
Conselho Municipal de Saúde Lucena
Conselho Municipal de Saúde Riachão do Poço
Conselho Municipal Desenvolvimento Rural Sustentável de Jacaraú
Conselho Municipal Desenvolvimento Rural Sustentável de Rio Tinto
Conselho Municipal Desenvolvimento Rural Sustentável Sobrado
Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local do Território Litoral Norte
Paraibano – CONSAD
Coop. de Profissionais e Desenvol. Humano e Serviço Técnico LTDA – HOLOS
Cooperativa de Apoio as Organizações de Gestão e Produção – COAGEP
Cooperativa de Crédito dos Agricultores Familiares do Baixo Paraíba – COOPACRED
Cooperativa de Prestação de Serviços em Desenvolvimento Sustentável – VÍNCULUS
Cooperativa de Produção Agropecuária Campo Verde – COOPAVE
Federação das Associações Comunitárias dos Produtores Rurais do Vale de Mamanguape –
FAPEMA
Federação dos Pescadores e Aqüicultores da Paraíba – FEPESCA - PB
Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba - FETAG/ PB
Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar – FETRAF - PB
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST - PB
OJIP - PB – Organização dos Jovens Indígenas Potiguaras
Organização Indígena dos Potiguaras da Paraíba – OIP/PB
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Curral de Cima
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lucena
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mamanguape
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Mari
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Tinto
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sapé
59
agricultor e a agricultora familiar, o pescador e a
pescadora, o aquicultor e a aquicultora, o índio e a índia
têm acesso as tecnologias apropriadas e sustentáveis,
adaptáveis à realidade local. O território desenvolve
sistemas integrados sustentáveis de produção vegetal e animal, rica e
diversa, correspondendo satisfatoriamente, em termos de quantidade
e qualidade, à demanda por alimentos da população local. Os
resultados obtidos com o processamento de produtos agropecuários
atendem aos padrões de consumo e legislação vigente. A adoção de
práticas de preservação do meio ambiente está recuperando áreas
degradadas e protegendo margens de rios e nascentes, utilizando
plantas nativas e frutíferas para o florestamento e reflorestamento do
território.
As famílias ribeirinhas e pesqueiras estão trabalhando de forma
organizada em cooperativas, associações e colônias de pescadores,
utilizando-se de embarcações munidas de equipamentos de pesca,
que respeitem o meio ambiente, atendem os padrões de consumo e
da legislação vigente.
No Território da Zona da Mata Norte, estão sendo desenvolvidas
várias estratégias que visam garantir a soberania alimentar:
aperfeiçoamento dos viveiros de mudas; educação alimentar e
nutricional; realização de pesquisas e desenvolvimento de
tecnologias alternativas nas áreas da agropecuária e das ciências
sociais; e apoio às atividades não agrícolas. As atividades produtivas
estão diversificadas como o turismo, artesanato e agroindústria. As
nossas estradas são bem conversadas propiciando o trânsito das
pessoas e da produção.
Não existe mais analfabetismo, os filhos e filhas dos trabalhadores e
trabalhadoras rurais, dos agricultores e agricultoras familiares, índios
e índias, ribeirinhos e ribeirinhas, assentados e assentadas da reforma
agrária estão na escola e a exploração do trabalho infantil foi extinta.
As famílias rurais têm uma renda justa, saúde e ensino de qualidade
O
III. Visão de Futuro
60
– do básico até a universidade, além de moradia digna com
saneamento básico e eletrificação.
As associações, cooperativas, conselhos de gestão, sindicatos,
colônias de pescadores e ONGs estão articulados e informatizados;
trabalhando em rede, uma vez que as famílias estão capacitadas, para
gestão da informação e acesso à internet.
Tendo em vista o alto nível organizacional da população, a gestão
pública é executada por representantes das organizações da
sociedade civil que atuam no território e se dá de forma
compartilhada e com alto grau de transparência. Todas as esferas de
goverbno estão atuando em parceria, visando garantir o
desenvolvimento integrado sustentável do território.
São valorizadas e respeitadas todas as diferenças sejam elas de
classe social, credo, gênero, geração, raça ou etnia. As famílias do
território estão mais tolerantes e humanizadas. Não há mais qualquer
fato de violência registrado e o êxodo rural está contido.
Foto 16: Reunião do Colegiado
Foto 17: Reunião das Câmaras Temáticas
61
IV. Eixos de Desenvolvimento
DIMENSÃO
POLÍTICO-INSTITUCIONAL
E EIXOS AGLUTINADORES
DIMENSÃO
AMBIENTAL E EIXOS
AGLUTINADORES
DIMENSÃO
SOCIOCULTURAL
EDUCACIONAL E EIXOS
AGLUTINADORES
DIMENSÃO
SOCIOECONÔMICO E
EIXOS AGLUTINADORES
TERRITÓRIO
DA ZONA DA
MATA NORTE
62
DIMENSÃO SOCIOCULTURAL EDUCACIONAL
EIXO
AGLUTINADOR
PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
INFRA-ESTRUTURA
E SERVIÇOS
BÁSICOS
AMPLIAÇÃO DA
MORADIA NO CAMPO
Construção de habitações
no campo pelo PNHR
Realizar reuniões territoriais e municipais para a divulgação do PNHR;
Elencar potenciais entidades organizativas para gerir os projetos;
Formar um grupo específico para acompanhar as ações do PNHR;
Identificar e qualificar a demanda;
Formar grupos de interesse;
Elaborar os projetos técnicos e sociais necessários a execução do programa;
EDUCAÇÃO
CONTEXTUALIZADA
EDUCAÇÃO
CONTEXTUALIZADA
CIDADÃ E INCLUSÃO
SOCIAL E DIGITAL
NAS ESCOLAS DO
CAMPO
ENSINO SUPERIOR E
PROFISSIONALIZANTE
NO CAMPO
Reestruturação das escolas
do campo e acesso a
inclusão digital
Implantação do Centro
Universitário popular.
Extensão da Universidade
Aberta do Brasil.
Capacitar permanentemente e continuamente profissionais da educação para a
atualização das metodologias;
Adequar da grade curricular à realidade local;
Envolver a s famílias e a comunidade no processo de educação;
Implantar unidades demonstrativas pedagógicas;
Construir e Implantar de centros de inclusão digital nas comunidades rurais;
Construção do Centro Universitário Popular;
Implantação dos cursos de Desenvolvimento Sustentável, associativismo,
cooperativismo, gestão social e resgate das tradições culturais;
Implantar uma escola técnica profissionalizante no território.
Implantar novos centros da UAB no território.
SISTEMA DE SAÚDE
AMPLIAÇÃO DAS
AÇÕES DE SAÚDE NO
TERRITÓRIO
Implantação do hospital
regional do vale de
Mamanguape
Implantação de farmácias
vivas.
Criar comissão de acompanhamento do processo de implantação do Hospital
Regional do Vale do Mamanguape.
Identificar nas comunidades pessoas que conhecem as plantas medicinais e seus
efeitos.
Realizar reuniões de incentivo ao cultivo de plantas medicinais nas comunidades.
Firmar parceria com as IES para acompanhar o processo de produção de remédios
caseiros.
CULTURA CULTURA, LAZER E
ESPORTES NO CAMPO
63
DIMENSÃO AMBIENTAL
EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
RECURSOS HÍDRICOS UTILIZAÇÃO RACIONAL E
SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS
HIDRÍCOS
Implantação de um plano de
gestão dos recursos hídricos para
o território
Articular os entes políticos e usuários dos recursos hídricos a revitalização do
comitê de bacias da região.
Contratar consultoria para a elaboração do plano de gestão dos recursos
hídricos.
Realizar estudo sobre a situação dos rios e mananciais do território (destruição
da mata ciliar, contaminação por agrotóxicos e resíduos industriais, etc.).
Criar, na estrutura de gestão do colegiado, grupo permanente de
monitoramento do manancial do território.
Realizar campanhas educativas sobre a importância e manutenção dos corpos
d’água nas escolas e comunidades.
Incentivar a utilização de tecnologias alternativas e controle biológico de
pragas dentro da perspectiva agroecológica.
Recuperação da mata ciliar do
território
Identificar áreas críticas de desmatamento nas margens dos rios do território.
Criar área de preservação permanente de mata ciliar.
Implantar viveiro de mudas nativas para a recuperação da mata ciliar do
território.
RECURSOS FAUNÍSTICOS PROTEÇÃO DA FAUNA NO
TERRITÓRIO DA ZONA DA
MATA NORTE
Combate à caça e
comercialização de animais
silvestres.
Intensificar a fiscalização das atividades de caça e comércio ilegal de animais
silvestre.
Realizar palestras, cursos e oficinas sobre a importância da preservação da
fauna como garantia da sustentabilidade da biodiversidade do território.
Revitalizar as áreas de preservação de espécies nativas.
ESTRATÉGIAS:
64
EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
RECURSOS FLORESTAIS PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO
DA VEGETAÇÃO NATIVA DO
TERRITÓRIO
Combate ao uso irregular dos
recursos florestais
Realizar palestras, cursos e oficinas sobre a importância da reserva
legal nas áreas de assentamento da reforma agrária;
Intensificar a fiscalização sobre o uso irregular de recursos florestais
no território;
Encaminhar informações sobre o comércio ilegal de madeiras aos
órgãos competentes para as devidas providências;
Recuperação da mata atlântica em
áreas de desmatamento irregular
Sensibilizar/mobilizar gestores (as) públicos (as) e a sociedade sobre
a necessidade da recuperação da vegetação nativa como forma de
preservar o bioma local;
Implantar viveiro de mudas com espécies nativas;
Distribuir mudas de plantas nativas nas escolas e comunidades.
DESENVOLVIMENTO DO
ECOTURISMO COMUNITÁRIO
Implantação de um plano de
desenvolvimento do ecoturismo
comunitário
Elaborar plano de desenvolvimento do ecoturismo comunitário;
Capacitar as comunidades para o desenvolvimento responsável do
ecoturismo comunitário;
Buscar linhas de financiamento para o desenvolvimento do plano;
DIVULGAÇÃO E
FORTALECIMENTO DAS
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
DA REGIÃO
Divulgação das unidades de
conservação da região
Realizar eventos para a divulgação das unidades de conservação;
Incentivar a criação de reservas particulares do patrimônio natural
(RPPN).
ESTRATÉGIAS:
1. Reivindicação de fiscalização mais consistente e intensa por parte dos órgãos responsáveis;
2. Capacitação da equipe de gestão do colegiado e dos agricultores familiares em legislação ambiental;
3. Integração das escolas do campo com entidades representativas da agricultura familiar e instituições de pesquisa e de ATER/ATES para a implantação e uso didático de
hortas e pomares nas escolas.
65
EIXO
AGLUTINADOR
PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
QUESTÃO
AMBIENTAL
EDUCAÇÃO E GESTÃO
AMBIENTAL
Implementação de ações de
educação ambiental e combate ao
uso abusivo de agrotóxicos
Elaborar projeto de educação ambiental.
Criar, nas comunidades, grupo de apoio e acompanhamento das ações.
Capacitar educadores (as) e os grupos de apoio sobre a questão ambiental.
Realizar palestras, cursos e oficinas sobre a ameaça dos agrotóxicos para a
biodiversidade do território.
Realizar estudos e pesquisas para subsidiar a recuperação das áreas degradadas pelo
desmatamento, pelo uso de agrotóxicos, pela forma de utilização do solo, etc.
Implantação de coleta seletiva de
resíduos sólidos
Estruturar e capacitar instituições governamentais e não governamentais para a
realização da coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos.
Realizar campanhas de divulgação/conscientização das comunidades rurais e
urbanas sobre a importância da seleção e destino dos resíduos sólidos.
Criar grupo permanente de monitoramento das ações de coleta seletiva de resíduos
sólidos.
Levantamento da situação da
destinação de resíduos líquidos
domiciliares e agroindustriais
Realizar pesquisa sobre a situação das fossas sépticas domiciliares e locais de
despejo de resíduos agroindustriais.
Realizar campanhas de esclarecimento sobre a localização de depósitos de resíduos
líquidos domiciliares e agroindustriais.
Capacitar lideranças e técnicos (as) sobre o tratamento de resíduos da agroindústria.
Reconhecimento das comunidades
ribeirinhas como povos tradicionais
Mapear as comunidades caracterizadas ribeirinhas do território.
Realizar estudos antropológicos para o reconhecimento das comunidades ribeirinhas.
Encaminhar documento aos setores responsáveis para reconhecimento das
comunidades ribeirinhas como tradicionais.
ESTRATÉGIAS:
1. Estabelecer parcerias com universidades locais (campus I e IV da UFPB) para realização de estudo antropológico das comunidades ribeirinhas;
2. Adoção do modelo de consórcios intermunicipais para implementação de ações e obras e projetos que beneficiem um conjunto de municípios.
66
DIMENSÃO SOCIO ECONÔMICA
EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
FORTALECIMENTO DA
AGRICULTURA
FAMILIAR E SEUS
SISTEMAS
PRODUTIVOS
IMPLANTAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE
SISTEMAS INTEGRADOS
DE PRODUÇÃO
SUSTENTÁVEL
APOIO AO
DESENVOLVIMENTO DE
ATIVIDADES NÃO-
AGRÍCOLAS E DE
AGREGAÇÃO DE VALOR
Incentivo a prática da Agricultura
Orgânica
Realizar reuniões de sensibilização/mobilização nas comunidades
sobre a importância da produção orgânica;
Implantar bancos de sementes nativas;
Realizar acordo de cooperação técnica com a UFPB para a realização
de análise do solo visando a recuperação da capacidade produtiva
quando necessária;
Desenvolver pesquisas agropecuárias no campo da fitossanidade.
Fortalecimento da Organização
Social, da produção e
comercialização da agricultura
familiar.
Mapear a produção da agricultura familiar do território;
Selecionar e capacitar os (as) produtores (as) interessados (as) para a
organização e comercialização da produção;
Incentivar a Formação de estoque da produção agrícola;
Acompanhar a gestão e o monitoramento dos CIAF’s;
Organização e agregação de valor
da Cadeia Produtiva do mel
Implantar viveiros de mudas de vegetação nativa no território;
Fazer reflorestamento com plantas nativas para favorecer a
produção de mel;
Implantar unidades de beneficiamentos e entrepostos de
comercialização do mel.
Fazer levantamento sobre a diversidade de produtos derivados da
apicultura;
Capacitar os apicultores para a organização da produção e
comercialização.
67
EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
INFRA-ESTRUTURA E
SERVIÇOS DE APOIO À
PRODUÇÃO E A
REFORMA AGRÁRIA
QUALIFICAÇÃO E
AMPLIAÇÃO DOS SERVIÇOS
DE ATER-ATES E DE
CRÉDITO RURAL
Qualificação e ampliação da
assessoria de ATER e ATES e dos
serviços oficiais e alternativos de
crédito rural
Realizar cursos, oficinas , dias de campo e intercâmbios com as
temáticas da agroecologia, Gênero, Geração e Etnia, Economia
Solidária, etc.;
Formar comissão territorial e realizar capacitação para elaboração
e acompanhamento de projetos;
Formar Agentes de Desenvolvimento Local;
Solicitar aos órgãos competentes, a contratação de técnicos (as)
para atender a demanda;
Implantar unidades integradas demonstrativas (dessalinização,
tilápia e erva sal);
Desburocratizar as linhas de crédito para a Agricultura Familiar
sem comprometer o acesso.
FORTALECIMENTO DA
POLÍTICA NACIONAL DE
REFORMA AGRÁRIA
Ampliação do cesso a terra e
recuperação de assentamentos
rurais
Identificar áreas passíveis de desapropriação e/ou compra pelo
Programa Nacional de Crédito Fundiário - PNCF.
Solicitar ampliação dos recursos do Programa Nacional de Crédito
Fundiário - PNCF.
Mobilizar técnicos, lideranças e assentados para diagnostico e
construção de perfis dos Projetos de Assentamento;
Agilizar processo de elaboração dos Planos de desenvolvimento
dos Assentamentos - PDA’s e de titularidade da Terra.
Intensificar as vistoria nas áreas passiveis de reforma agrária,
priorizando áreas em conflito.
Ofertar cursos de capacitação para elaboração de projetos nos
diferentes níveis.
ELETRIFICAÇÃO RURAL Implantação de energia trifásica
no meio rural
ESTRADAS E LOGÍSTICA
68
EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
COMERCIALIZAÇÃO
DOS PRODUTOS DA
AGRICULTURA FAMILIAR
ACESSO E PERMANÊNCIA NO
MERCADO EM CONDIÇÕES
JUSTAS E SOLIDÁRIAS
Capacitação dos Agricultores Familiar
em Gestão e comercialização da
produção
Realizar capacitação em gestão de grupos produtivos;
Realizar reuniões, Visitas, Palestras, Dias de Campo e
Intercâmbios de experiências exitosas;
Divulgar os Programas PAA, PNAE e PPA + Alimentos
APOIO À ESTRUTURAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE
BASES DE
COMERCIALIZAÇÃO (FEIRAS,
CENTRAIS)
Ampliação das feiras agroecologicas Elaborar projeto para a ampliação das feiras;
Formar grupos produtivos para a Feira Agroecológica em todos os
municípios do território;
Gestão das estruturas de apoio a
comercialização da agricultura familiar
Criar comissão territorial de gestão e monitoramento dos CIAFs;
Criar comissão inter territorial para realizar a gestão e o
acompanhamento sistemático da central de comercialização;
Garantir o acesso dos agricultores familiares à comercialização da
sua produção na Central de Comercialização
DIMENSÃO SOCIO POLÍTICO INSTITUCIONAL
EIXO AGLUTINADOR PROGRAMAS PROJETOS ATIVIDADES
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
E INSTITUCIONAL
FORMAÇÃO CONTINUADA
PARA INTERVENÇÃO
QUALIFICADA NOS ESPAÇOS
PLURAIS DE PARTICIPAÇÃO E
GESTÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS.
Incentivo e apoio ao
desenvolvimento do
Associativismo e Cooperativismo
Realizar eventos para divulgar a Política de Desenvolvimento
Territorial nos Municípios;
Capacitar lideranças comunitárias em gestão de organizações
sociais;
Realizar eventos para a divulgação da rede nacional e estadual de
colegiados
FORTALECIMENTO DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS
SINGELOS
Incentivar a formação de novas organizações associativas;
69
EIXO AGLUTINADOR PROJETOS
RECURSOS HÍDRICOS implantação de um plano de gestão dos recursos hídricos para o território
recuperação da mata ciliar do território
RECURSOS FLORESTAIS combate ao uso irregular dos recursos florestais
recuperação da mata atlântica em áreas de desmatamento irregular
implantação de um plano de desenvolvimento do ecoturismo comunitário
QUESTÃO AMBIENTAL implementação de ações de educação ambiental e combate ao uso abusivo de agrotóxicos
implantação de coleta seletiva de resíduos sólidos
reconhecimento das comunidades ribeirinhas como povos tradicionais
FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA
FAMILIAR E SEUS SISTEMAS PRODUTIVOS
incentivo a prática da agricultura orgânica
fortalecimento da organização social, da produção e comercialização da agricultura familiar.
organização e agregação de valor da cadeia produtiva do mel
V. Projetos Estratégicos
70
INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS DE APOIO À
PRODUÇÃO E A REFORMA AGRÁRIA
qualificação e ampliação da assessoria de ater e ates e dos serviços oficiais e alternativos de crédito rural
ampliação do cesso a terra e recuperação de assentamentos rurais
implantação de energia trifásica no meio rural
construção e restauração da malha viária e das estradas vicinais
COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA
AGRICULTURA FAMILIAR
capacitação dos agricultores familiar em gestão e comercialização da produção
INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS construção de habitações no campo pelo pnhr
EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA reestruturação das escolas do campo e acesso a inclusão digital
implantação do centro universitário popular
SISTEMA DE SAÚDE implantação de farmácias vivas.
CULTURA resgate da cultura local e indígena
ORGANIZAÇÃO SOCIAL E INSTITUCIONAL
formação continuada para organizações sociais
incentivo e apoio ao desenvolvimento do associativismo e cooperativismo
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modelo de gestão do PTDRS do Território da Zona da Mata Norte foi construído por uma equipe formada por representantes das
instituições e entidades da sociedade civil organizada, componentes da Coordenação Territorial, no dia 20 de agosto de 2010 e, de
acordo com a realidade do Território, foi definida a seguinte estratégia.
Considerando a formação geográfica do Território, dividiu-se o mesmo em três regionais de acordo com as características específicas dos
Municípios, como segue: Baixo Paraíba (Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, Riachão do Poço, Sobrado, Sapé, Mari), Vale do Mamanguape
(Mamanguape, Cuité de Mamanguape, Capim, Curral de Cima, Itapororoca, Jacaraú, Pedro Régis) e Litoral (Cabedelo, Lucena, Rio Tinto, Baía
da Traição, Marcação e Mataraca). A partir dessa divisão e de acordo com a estrutura do Colegiado, foi formada uma comissão saída da
coordenação territorial, com seis pessoas que se dividirão em três micro coordenações de gestão, sendo cada uma responsável por uma regional.
Considerar-se-á, na formação da comissão, a paridade entre Sociedade Civil e Poder Público, bem como nas micro coordenações, que deverão
visitar os respectivos municípios 1 vez por mês para acompanhamento das ações.
Paralelamente, para dar suporte à comissão de gestão, serão criados nos Municípios uma equipe formado por três pessoas, sendo uma da
sociedade civil, uma do poder público e um(a) técnico(a) que acompanharão cotidianamente as ações do PTDRS e alimentarão a comissão de
gestão que deverá emitir relatório direcionado à coordenação Territorial que, por sua vez, avaliará as informações e apresentará à plenária para
conhecimento e deliberações.
O
VI. Gestão
72
O financiamento das ações da gestão deverá estar contido nas programações de custeio das entidades parceiras e receberão, também, o apoio
logístico dos municípios e instituições públicas para garantir a continuidade das ações.
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