terra livre nº 2.doc

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  • 8/14/2019 Terra Livre n 2.Doc

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    TERRTERRTERRTERRAAAA LI RE LI RE LI RE LI RE BOLETIM N2 NOVEMBRO DE 2008

    WWW.TERRALIVREACORES.BLOGSPOT.COM

    PARA A CRIAO DE UM COLECTIVO AORIANO DE ECOLOGIA SOCIAL

    Sopram bons ventos

    O interesse de vrios activistas da causa ambiental em aderir ao CAES- Colectivo Aorianode Ecologia Social quando este vier a ser constitudo sinal de que as pessoas esto despertaspara participarem em algo de novo, sem estarem h espera de quaisquer benefcios pessoais,a no ser a satisfao de estar a colaborar na construo de um mundo melhor.

    De salientar, ainda, o facto das pessoas em causa residirem em vrias ilhas dos Aores, amaioria pertencer a diversas OGAS j existentes, onde, com toda a certeza, iro manter-se

    e ajudar a implementar projectos de sensibilizao e consciencializao ambientais.

    A recente denncia feita por um animador do blogue Terra Livre relativa plantao deespcies invasoras nas Portas do Mar, em Ponta Delgada, para alm do eco que teve nacomunicao social aoriana, foi um autntico ovo de Colombo. Com efeito, toda a gentesabia que aquelas plantas ali estavam, mas ningum tomava a iniciativa de agir, esperando-se que a prometida remoo se faa em breve. Alm disso, tambm, surgiram em vrias ilhaspessoas interessadas em denunciar situaes anlogas e sobretudo em voluntariar-se paraparticiparem em campanhas de remoo de invasoras.

    De entre as intenes manifestadas, uma j se concretizou: a criao, no passado dia 29 deOutubro, da Liga de Amigos da Lagoa do Fogo que tem como propsito a salvaguarda darespectiva Reserva atural e que tem como primeiros aderentes membros das mais diversasassociaes de So Miguel, embora a ttulo individual.

    Por ltimo, com grande satisfao que se regista a crescente motivao do chamadocidado comum para colaborar com a campanha SOS Cagarro.

    APRESETAO DA TEORIA

    DO DECRESCIMETO

    O decrescimento um slogan. tambm umconceito que nos obriga a todos a tomarconscincia dos limites fsicos do planeta aos quaisns nos confrontamos. Ele obriga-nos a pr emcausa a nossa noo de conforto, de necessidade.

    O decrescimento no uma ideologia, umanecessidade absoluta: depois de dois sculos, ocolonialismo, a revoluo industrial, o urbanismo,o recurso s energias fosseis, o desenvolvimentofrentico e a utilizao da qumica, da fsica e da biologia, aceleraram consideravelmente os danoscometidos ao meio natural. Mas foi sobretudodepois da segunda guerra mundial que osproblemas de ordem ecolgica tomam uma escala planetria. A ajuda ao desenvolvimento dos pases pobres vem justificar um crescimentoeconmico cada vez mais forte e faz nascer asociedade de consumo.

    Todo o acto de consumo um acto de destruio: a

    extraco de energia e de matrias-primas, partida; acumulao de lixo, chegada. As contasfeitas ecologia so catastrficas: mudanasclimticas, desflorestao, desaparecimento dasguas doces, degradao dos solos, perda da biodiversidade, poluio qumica, nuclear,acumulao de resduos, esgotamento dos recursosno renovveis. O crescimento, indispensvel sobrevivncia do capitalismo, conduz-nos a umimpasse. S o decrescimento, ou seja a adopo demodos de vida, de habitao, de transporte, deconsumo muito mais econmicos em recursosnaturais, podem abrir novas perspectivas.

    Mas o decrescimento no se limita aos aspectos

    ecolgicos. igualmente uma reflexo sobre oaspecto econmico e social da produo, doconsumo e da distribuio das riquezas, tal comouma crtica da ideologia do progresso, daindustrializao das tcnicas e do cientismo.

    O decrescimento no ser o retorno luz davela, esse bicho papo que alguns proclamampara salvaguardar o lucro capitalista. Ele ser, pelocontrrio, a ocasio de tomar conscincia que afelicidade no se mede por volume e produo, que a mudana dos valores humanos essenciais(respeito, tolerncia, solidariedade), a perda dosentido (quer no trabalho quer na vida em geral)que nos leva bulimia do consumo de bensmateriais. Ele pode ser, para o homem, aoportunidade a no perder de construir uma outrasociedade, de desenvolver prticas e experincias baseadas na autonomia, na criatividade, nasolidariedade e na convivialidade.Contacto: [email protected]

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    Cont. na pag. 2

    APRESETAO DA TEORIA

    DO DECRESCIMETO

    Cont. da pag.1

    O decrescimento tambm ir contra, desde hoje,ao sistema capitalista, industrial e espectacular. um gro de areia na engrenagem da mega-mquina. Um gro de areia entre tantos outros, deforma a dar cabo deste sistema, minimizando aviolncia. O decrescimento, no apenas umconceito, tambm e sobretudo prticas a adoptar,aqui e agora: viver de outra forma (squats,ecoaldeias...), produzir de outra forma, consumirde outra maneira, etc. O mximo de vias quepodemos seguir concretamente hoje sem chegar auma hipottica greve geral. Mas ateno, emseparado, cada uma dessas prticas isoladas podemser recuperadas pelo sistema, tanto como oisolamento destas experincias e alternativaspodem levar s rasteiras das comunidades sectriase utpicas. Para evitar esses perigos a crtica anti-

    capitalista, anti-industrial e anti-autoritria comodo feudalismo necessria.

    Como o decrescimento uma necessidade cada vezmais urgente, a escolha no entre odecrescimento ou o crescimento, mas entre umasociedade libertria onde a populao pratica emharmonia o decrescimento ou uma sociedade ondemedidas draconianas sero impostas por governosautoritrios!

    Construamos um outro presente!Grupo Mare Noire

    Texto extrado do Blog: http://aguaslimpas.blogspot.com/

    MEMRIA ECOLGICA

    A utopia no consiste, hoje em dia, em preconizar o bem-estar mediante a reduo e asubverso do actual modo de vida, a utopia consiste em crer que o crescimento da

    produo social possa ainda trazer o bem-estar e ser materialmente possvel

    (Michel Bosquet)

    Autocolante, com mais de 20 anos, daautoria de Gerald Le Grand. Ele eDuarte Furtado foram os principaisanimadores da Delegao dos Aoresdo Ncleo Portugus de Estudo eProteco da Vida Selvagem queesteve em funcionamento entre 1982 e1984.

    UMA BELA EXTICA PODE ESCODER UM MOSTRO

    O Penacho (Cordaderia selloana), erva vivaz de grande porte e grandes plumas branco-

    prateadas, uma espcie oriunda da parte Sul da Amrica, Chile e Argentina que tem sido

    introduzida noutras regies com fins ornamentais.

    O penacho, que considerado como uma espcie invasora em vrias zonas do mundo,

    tendo j sido banido de outras, plantado ao longo das estradas da ilha de So Miguel

    pelos Servios da Secretaria Regional da Habitao e Obras Pblicas.

    Tal como j ocorreu no passado, viro uns senhores sabiches com as suas manobras dediverso dizer que tudo est controlado, esquecendo-se que o que est a ser feito o

    melhor modo de facilitar a disperso, ao longo de corredores, e que erramos ao no falar

    noutras espcies, e que h outros problemas ambientais mais graves

    S que nunca denunciam o que mais grave e nunca esto dispostos a dar o seu contributo,

    a no ser tecer loas aos prevaricadores.

    TB