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TERRA LIVRE PARA A CRIAÇÃO DE UM COLECTIVO AÇORIANO DE ECOLOGIA SOCIAL BOLETIM Nº 46 JUNHO DE 2012 DA autossuficiência familiar à autonomia alimentar Rio+20 e a economia verde: à procura do rio dos 99% Manifesto eco político: por um futuro que não seja o mesmo Pelo fim do financiamento público à tauromaquia

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Boletim do CAES

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TERRA LIVRE PARA A CRIAÇÃO DE UM COLECTIVO AÇORIANO DE ECOLOGIA SOCIAL

BOLETIM Nº 46 JUNHO DE 2012

DA autossuficiência familiar à autonomia alimentar

Rio+20 e a economia verde: à procura do rio dos 99%

Manifesto eco político: por um futuro que não seja o mesmo

Pelo fim do financiamento público à tauromaquia

Lagoa (eutrofizada) das Furnas, Agosto de 2011

2

Muito recentemente a associação de defesa

do Ambiente “Gê Questa” defendeu que as

escolas e os hospitais dos Açores deveriam

adquirir produtos de origem biológica de

modo a que os mais frágeis, crianças e

doentes, consumissem produtos agrícolas

isentos de resíduos químicos.

A sugestão da Gê-Questa, embora não seja

ambiciosa no que respeita às metas atingir,

pois começa por sugerir que a percentagem

de produtos biológicos seja de apenas 1%

nos primeiros anos e aventar que o aumento

desta percentagem seja de acordo com a

oferta disponível, parece-nos realista, pois

tanto quanto é do nosso conhecimento a

agricultura biológica nos Açores encontra-

se numa fase ainda muito incipiente.

Louvável é também o objetivo da proposta,

isto é dar preferência aos produtos locais e

assim contribuir para “aumentar a saúde

económica, social e ambiental da região".

Como já afirmei, a proposta é interessante e

deveria merecer, no mínimo, uma reflexão

por parte de quem tem o poder de criar

legislação e de quem pode zelar pela sua

execução. Contudo, como tenho pouca ou

nenhuma esperança que a mudança de

atitudes e de comportamentos se faça por

decreto-legislativo ou por portaria,

considero que se deve aproveitar a situação

atual (de crise) para, em conjunto,

produtores e consumidores, impor

alterações à nossa agricultura,

nomeadamente à ligada ao fornecimento de

produtos hortícolas e de frutas, de modo a

que a região seja o mais autónoma possível

e no limite autossuficiente.

Mas, tal como uma casa começa a ser

construída pelos alicerces, o primeiro passo

a dar é no seio das famílias. Assim, por que

não aproveitar todos os espaços livres dos

quintais para o cultivo, ainda que em

pequenas quantidades, de produtos usados

no dia-a-dia, como salsa, plantas

aromáticas, alfaces, couves, espinafres,

nabos, cebolas, etc. Este primeiro passo terá

maior sucesso se houver uma colaboração,

entre familiares, vizinhos ou amigos, na

troca dos produtos que tiverem em excesso

e de sementes e plantios. Quem tiver mais

espaço pode aventurar-se no cultivo de

maiores quantidades ou aproveitar o terreno

para a plantação de fruteiras,

nomeadamente de espécies regionais, como

por exemplo as nossas maçãs das Furnas.

Da autossuficiência familiar à autonomia alimentar

2

Tal como acontece noutras paragens, quem

não tem a possibilidade de cultivar nada ou

tem uma área disponível muito pequena

poderá associar-se em grupos ou redes de

consumo que deverão ter, entre outros

objetivos, o uso de alimentos de qualidade,

de preferência produzidos em modo de

produção biológico, o estabelecimento de

relações diretas com os produtores, de

forma a evitar os intermediários e combater

as práticas da grande distribuição,

reduzindo, assim, os custos energéticos e

ambientais dos transportes e, por último, o

pagamento de um preço justo que valorize o

trabalho necessário à produção dos

alimentos e fomente a agricultura local.

Embora já existam algumas experiências de

grupos de consumidores ecológicos, em

Portugal, os exemplos que mais conheço

são os da vizinha Espanha, onde há uma

socióloga, Esther Vivas, autora de livros e

textos em diversas revistas sobre o assunto,

de que destacamos os seguintes: “Consumo

agroecológico, uma opção política”; “Do

campo ao prato” e Supermercados, não

obrigado”.

Tenho acompanhado a vida de alguns

destes grupos e o exemplo de um existente

em Madrid revela-nos que a opção das

pessoas envolvidas não se limita ao

consumo de produtos mais saudáveis, mas

é, também, uma forma de intervenção

politica e social, procurando estabelecer

pontes entre produtores e consumidores e

entre o mundo urbano e o rural.

Aqui, em São Miguel, tenho assistido a

todas as sessões de formação sobre tudo o

que está relacionado com a agricultura,

tenho visitado quintas em modo de

produção biológico e tenho trocado

experiências com pessoas que estão a

cultivar as suas hortas e partilhado toda a

informação recebida.

Mas, como não sou seguidor do adágio

popular "Bem prega Frei Tomás, faz o que

ele diz, não faças o que ele faz”, já há

alguns anos meti mãos à obra e estou a

cultivar, com apoio de colaboradores, uma

pequena horta e cerca de dois alqueires de

terra com bananeiras e árvores de fruto,

como laranjeiras, nespereiras, anoneiras,

goiabeiras, entre outras.

Teófilo Braga

3

Nos próximos dias 20, 21 e 22 de Junho a

Assembleia Geral das Nações Unidas vai

realizar uma cimeira no Rio de Janeiro para

assinalar o vigésimo aniversário da primeira

Cimeira da Terra, a Conferência das Nações

Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento

(UNCED), que decorreu na mesma cidade em

1992.

Nesta cimeira foi estabelecida a primeira

agenda global para o desenvolvimento

sustentável, com a adopção da Convenção sobre

a Diversidade Biológica (CDB), a Convenção

das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

(UNFCC) e a Convenção de Combate à

Desertificação. Foi também estabelecida a

Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável

(CSD) para assegurar o efectivo

acompanhamento da UNCED "Cimeira da

Terra".

Vinte anos depois, a vida tornou-se mais difícil

para a maioria dos habitantes do planeta. O

número de pessoas famintas aumentou para

quase um bilião, sendo as mulheres e os

pequenos agricultores os mais afectados.

Enquanto isso, o ambiente está a esgotar-se

rapidamente, a biodiversidade está a ser

destruída, os recursos hídricos estão a escassear

e o clima está em crise. O nosso futuro na Terra

está seriamente prejudicado e comprometido,

enquanto a pobreza e as desigualdades

continuam a aumentar.

A ideia de desenvolvimento sustentável

apresentada em 1992, que fundiu as

preocupações relacionadas com

desenvolvimento e ambiente, não resolveu o

problema porque não travou o sistema

capitalista na sua corrida pelo lucro à custa dos

recursos humanos e naturais. O sistema

alimentar está cada vez mais nas mãos de

grandes corporações que procuram apenas

maximizar o seu lucro.

As Nações Unidas consideram que os últimos

vinte anos foram de progresso e mudança,

apesar dos contratempos da crise financeira e

económica, aliadas à flutuação dos preços nos

alimentos e na energia. A insegurança

alimentar, as alterações climáticas e a perda da

biodiversidade, prejudicaram os possíveis

ganhos no desenvolvimento. Segundo a UNEP,

o programa ambiental das Nações Unidas, a

Rio+20 e a economia verde: à procura do Rio dos 99%

4

situação paradoxal em que nos encontramos

deve-se principalmente à má alocação de

capital. Durante as últimas décadas investiu-se

em combustíveis fósseis, propriedade e activos

financeiros em detrimento da energia renovável,

eficiência energética, transporte público,

agricultura sustentável, protecção da

biodiversidade e conservação dos recursos

hídricos. Mas no seu relatório “Towards a green

economy”, a agência coíbe-se de fazer a ligação

entre o modelo global de comércio e o

agravamento das condições ecológicas e

sociais.

A Global Alliance for Rights of Nature, admite

que a comunidade internacional tem tentado nas

últimas décadas parar e reverter as alterações

prejudiciais para o ambiente, particularmente

desde a Cimeira da Terra. Durante este período,

um volume sem precedentes de tratados e leis

ambientais foram aprovados e implementados a

nível nacional e internacional. No entanto, estes

têm sido quase universalmente ineficazes na

prevenção da degradação dos sistemas

ecológicos de que os seres humanos e outras

espécies dependem. Na realidade muitas

tendências negativas continuam a aumentar,

apesar dos esforços dos governos e ONGs em

todos os países, o desenvolvimento sustentável

continua a ser um objectivo distante e

permanecem as principais barreiras e falhas

sistémicas na implementação dos compromissos

acordados internacionalmente.

Actualmente, novas evidências apontam para a

gravidade das ameaças que enfrentamos. Para

além dos novos desafios, a intensificação dos

problemas anteriores exige respostas mais

urgentes. As Nações Unidas dizem-se

profundamente preocupadas com os cerca de

1,4 biliões de pessoas que ainda vivem na

pobreza extrema e o sexto da população

mundial subnutrida, à mercê da ameaça das

epidemias e pandemias.

Segundo dados da UNEP, a crescente escassez

ecológica é uma indicação de que estamos a

esgotar os ecossistemas muito rapidamente e

irreparavelmente, com consequências para o

bem-estar actual e futuro. Um indicador

importante do aumento mundial de escassez

ecológica foi fornecido pelo Millennium

Ecosystem Assessment (MEA), em 2005, que

constatou que mais de 60 por cento dos bens e

serviços dos principais ecossistemas mundiais

foram degradados ou utilizados de forma

insustentável.

Uma das razões pelas quais os sistemas legais e

de governança contemporâneos fracassaram é

porque foram projectados para facilitar e

legitimar a exploração insustentável da

natureza. A visão da natureza como propriedade

tem vindo a fortalecer as relações de exploração

5

entre os seres humanos e a natureza. Em vez

disso, os governos devem reconhecer que a

pressão humana sobre a capacidade da Terra já

está acima dos níveis sustentáveis, afectando

principalmente as populações pobres e

vulneráveis e pondo em perigo o bem-estar de

todas as formas de vida.

A UNEP define a economia verde como aquela

que resulta em "melhoria do bem-estar humano

e da igualdade social, que simultaneamente

reduz os riscos ambientais e a escassez

ecológica "(UNEP 2011). Na sua expressão

mais simples, uma economia verde tem

reduzidas emissões de carbono, é eficiente na

utilização dos recursos e é socialmente

inclusiva.

No entanto, um dos primeiros estudos

económicos a investigar esta abordagem

capitalista do desenvolvimento sustentável

concluiu que, uma vez que as economias actuais

estão continuamente a esgotar o capital natural

para garantir o seu crescimento, o

desenvolvimento sustentável é inatingível

(Pearce et al., 1989).

A economia capitalista, baseada na sobre-

exploração dos recursos naturais e dos seres

humanos, nunca poderá ser "verde" porque se

baseia no crescimento ilimitado num planeta

que atingiu os seus limites e na mercantilização

dos recursos naturais remanescentes que até

agora se mantiveram sem valor nos mercados e

controlados pelo sector público.

Não basta “pintar” o sistema actual de verde, é

necessária uma verdadeira mudança de

paradigma. O “greening” da economia baseia-

se na mesma lógica e mecanismos que estão a

destruir o planeta. Por exemplo, procura

incorporar os aspectos da falhada "revolução

verde" duma forma mais ampla, a fim de

garantir as necessidades dos sectores industriais

de produção, tais como promover as patentes

sobre plantas e animais e os organismos

geneticamente modificados.

Neste período de crise financeira, o capitalismo

global procura novas formas de acumulação, a

“economia verde” não é mais do que a sua

máscara enquanto procura novos mercados

baseados no “capital natural”, para se apropriar

dos recursos naturais do mundo como matéria-

prima para a produção industrial, como

sumidouro de carbono ou mesmo para

especulação. Esta tendência é visível através do

aumento do land grabbing por todo o mundo,

6

para a produção de culturas para exportação e

agro-combustíveis. Novas propostas como a

"intensificação sustentável" da agricultura,

também cumprem o objectivo das corporações e

do agro-negócio de sobre-explorar a Terra,

colocando o rótulo de "verde" e forçando os

camponeses a depender de sementes e insumos

de alto custo.

A economia verde procura garantir que os

sistemas biológicos e ecológicos do nosso

planeta permaneçam ao serviço do capitalismo,

pela intensa utilização de várias formas

proprietárias de geo-engenharia, tecnologias

sintéticas e biotecnologias, como a engenharia

genética, peças-chave da agricultura industrial

promovidas no âmbito da "economia verde".

São necessárias políticas de base para atender

às necessidades da humanidade. Precisamos de

iniciativas políticas práticas que fortaleçam a

soberania alimentar, reduzam os danos

ambientais e apoiem o trabalho inovador de

pequenos agricultores e camponeses. Os

movimentos sociais de base ecológica e

camponesa exigem que o mundo dê três passos

cruciais na Cimeira RIO+20:

1. estabelecer um mecanismo participado de

avaliação das tecnologias;

2. proibir tecnologias que não oferecem garantias

de segurança nem equidade como a geo-

engenharia e a engenharia genética;

3. apostar na via da pequena agricultura camponesa

para alimentar o mundo.

A governança dos nossos recursos naturais deve

ser invertida de “top-down” para “bottom-up”,

assegurando a autonomia dos povos e

comunidades em determinar as suas próprias

políticas de produção alimentar, cultivando para

além de comida e outros bens essenciais, um

profundo respeito pela diversidade da Natureza

e da Cultura.

Notas

site da Cimeira RIO+20:

http://www.uncsd2012.org/rio20/

Referências

ETC Group (2011). Who will control the

Green Economy? www.etcgroup.org. URL

http://www.etcgroup.org/en/node/5296

Global Alliance for the Rights of Nature:

Declaração para RIO+20

La Via Campesina: Declaração para RIO+20

MEA (2005). Millennium Ecosystem

Assessment. Our human planet: Summary for

decision-makers. Island Press.

Pearce, D.W., Markandya A. and Barbier, E.B.

(1989). Blueprint for a Green Economy.

Earthscan, London.

United Nations Environment Programme

(UNEP) (2011). Towards a Green Economy -

Pathways to Sustainable Development and

Poverty Eradication. URL

www.unep.org/greeneconomy

Fonte: http://www.gaia.org.pt/node/16307

7

Ambiente, ambiental, sustentável, ecologia,

economia ecológica, economia verde,

governança ambiental. Com a aproximação

da Rio+20, esses conceitos circulam

vertiginosamente no polissêmico

vocabulário ambiental. Neste idioma

complexo, cabe afirmar a sustentabilidade e

o futuro que queremos.

Um futuro que desde hoje se paute pela

coexistência criativa no plano social e

ambiental e que constitua um mundo onde

valha a pena habitar.

Neste sentido, afirmamos as seguintes

posições:

1. A pauta da Rio+20 aposta energias num

futuro que não é mais do que o presente

projetado para frente, ou seja, mais do

mesmo, uma repetição infinita de versões

verdes de um capitalismo renovado em seu

discurso social e ambiental, sem efetiva

condição de enfrentar a desigualdade do

mundo global. Um globo que se expande

para as grandes corporações enquanto as

pessoas que são crescentemente excluídas

de acesso às grandes vias de comunicação,

de conhecimento e de riqueza que levam

para o futuro apenas as “primeiras classes”

do mundo global.

2. Abandeira da ”economia verde”

sinalizada pela Rio+20 não representa

nossos anseios. Defendemos uma economia

a serviço da justiça ambiental, da

distribuição equitativa do acesso aos bens

ambientais entre as gerações presentes e

futuras e da viabilização de formas

sustentáveis de viver.

Queremos uma economia que qualifique o

consumo como ato responsável e solidário.

Uma economia baseada no livre acesso ao

conhecimento, no livre-trânsito das pessoas

pelos territórios, e na promoção do

equilíbrio entre necessidades dos grupos

humanos de todas as classes sociais e os

limites ambientais.

3. Acreditamos que outro modo de relação

entre natureza e cultura seja condição para

uma política ambiental criativa e capaz de

avançar na inclusão de outros sujeitos e

seres que habitam o mundo. Ao deixar de

ver os não-humanos (comumente chamados

de “natureza”) como mero recurso passivo

para crescimento dos negócios humanos, é

possível tomá-los como agentes com quem

habitamos o mundo e com quem devemos

nos relacionar de forma mais simétrica.

4. O atual ambiente de guerras, o

surgimento de novos movimentos sociais

globais, das ações dos coletivos e

acampamentos de ocupação contra as

grandes corporações, de insurgências contra

regimes autoritários na chamada primavera

árabe, demonstram a necessidade de um

novo ambientalismo, ancorado em

estratégias e estilos de intervenção

sintonizados com as lutas por uma

democracia cosmopolítica.

5. Em relação à situação brasileira,

expressamos nossa preocupação com a

“flexibilização” da legislação ambiental

decorrente da aprovação do novo Código

Florestal pelo Congresso Nacional às

vésperas da Rio+20. Assim, apoiamos a

campanha pelo veto presidencial aos itens

do código que representam retrocessos e

concessões aos setores ruralistas e

desenvolvimentistas.

sobrenaturezas - puc rs

Fonte:

http://www.sobrenaturezas.blog.br/2012/05/

28/debate-sobre-rio20-e-economia-

sustentavel-na-pucrs/

Manifesto Eco Político: Por um futuro que não seja o mesmo

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No passado dia 29 de Maio, alguns subscritores

da petição que pede o Fim do Financiamento

Público à tauromaquia nos Açores estiveram

presentes na sessão de Comissão de Assuntos

Sociais da Assembleia Regional.

A petição, que conta neste momento com o

apoio de 2.306 assinaturas, sendo uma das

maiores alguma vez entregues nos Açores, vai

ser assim discutida proximamente em plenário

da Assembleia Regional.

A iniciativa tem como objectivo conseguir o

fim dos subsídios públicos dados a práticas

tauromáquicas na Região, entendo que no

actual contexto sócio-económico, com tantas

dificuldades para a vida das pessoas e mesmo

para assegurar os serviços públicos mais

essenciais, não faz sentido haver milhões de

euros do erário público cedidos à tauromaquia

nos últimos anos nos Açores.

Os cidadãos que subscrevem a petição

assumem, ainda, a tauromaquia como uma

expressão cruel, de insensibilidade e de

violência contra os animais que deseduca e em

nada dignifica a humanidade. Tendo em conta a

realidade da ilha Terceira, onde estas práticas

podem ser consideradas uma tradição, os

peticionários afirmam que as tradições não são

inamovíveis e que estas não podem ser

defendidas quando implicam o sofrimento e a

tortura.

Os Peticionários chamaram também a atenção

dos deputados para a crescente

consciencialização social sobre os direitos dos

animais e ambiente o que tem levado a um

grande número de países, regiões e municípios

por todo o mundo a proibir a prática da

tauromaquia e outros espectáculos violentos

com animais, apelando para que os Açores não

fiquem atrás neste caminho civilizacional, para

que a imagem da Região fique associada ao

respeito pelos valores naturais e pelo bem-estar

animal, aspecto de especial importância para

fomentar um sector estratégico para a Região

como é o turismo de natureza.

Durante a audição pareceu haver consenso entre

os deputados no que diz respeito ao excesso de

subsídios num momento de grandes

dificuldades económicas.

(extrato de um texto do Movimento Cívico

Abolicionista da Tauromaquia nos Açores)

A petição pode ser acompanhada em:

http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt

Fim do financiamento público à tauromaquia