teoria geral do delito - fato tipico

18
1

Upload: miguel-ruscigno

Post on 28-Dec-2015

16 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

1

Page 2: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� O Direito Penal somente se preocupa com fatos (direito penal do fato

contrário ao direito penal do autor). Os referidos fatos humanos podem

ser desejados, sociais ou indesejados e antissociais. Sendo o direito penal

orientadoorientadoorientadoorientado pelopelopelopelo princípioprincípioprincípioprincípio dadadada intervençãointervençãointervençãointervenção mínimamínimamínimamínima somente os fatos

humanos antissociais consistentes em uma conduta que produz um

resultado ajustadoajustadoajustadoajustado a um tipo penal. Este último – fato- pode ser

conceituado como fato típico (primeiro substrato do crime).

� Certo é que o crime nãonãonãonão existeexisteexisteexiste apenasapenasapenasapenas comcomcomcom oooo fatofatofatofato típicotípicotípicotípico, pois ele precisa

ainda da ilicitude e da culpabilidade (teoria tripartite). Nascendo o crime

nasce surge a consequência que é a punibilidapunibilidapunibilidapunibilidadededede.

2

Page 3: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� ConceitoConceitoConceitoConceito

� É o fato humano indesejado e antissocial,

consistente em uma conduta humana

provocadora de um resultado ajustado formal

e materialmente a um tipo penal.

� É o primeiroprimeiroprimeiroprimeiro substratosubstratosubstratosubstrato dodododo crimecrimecrimecrime.

3

Page 4: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� ElementosElementosElementosElementos

1. Conduta2. Resultado

Nexo (entre a conduta e o resultado)3. Nexo (entre a conduta e o resultado)4. Tipicidade

4

Page 5: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Ela vai variar conforme a teoria adotadaconforme a teoria adotadaconforme a teoria adotadaconforme a teoria adotada. � Teoria Causalista (Von Liszt/BelingVon Liszt/BelingVon Liszt/BelingVon Liszt/Beling)

FatoFatoFatoFato típicotípicotípicotípico IlícitoIlícitoIlícitoIlícito Culpável (culpabilidade)Culpável (culpabilidade)Culpável (culpabilidade)Culpável (culpabilidade)

Conduta: açãoaçãoaçãoação humanavoluntaria causadora demodificação no mundoexterior.

-Imputabilidade-Dolo-Culpa-Atenção: os dolo e aculpa dededede culpabilidadeculpabilidadeculpabilidadeculpabilidade enão modalidade.

5

Page 6: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� É tripartite� Rickert, Lask

Fato TípicoFato TípicoFato TípicoFato Típico IlícitoIlícitoIlícitoIlícito CulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidade

Conduta: comportamentocomportamentocomportamentocomportamentohumano voluntário causador

ImputabilidadeExigibilidade de Condutahumano voluntário causador

de modificação no mundoexterior.

Exigibilidade de CondutaDiversaDoloDoloDoloDolo eeee CulpaCulpaCulpaCulpa – agora comoelementoselementoselementoselementos e não mais comoespécies.

6

Page 7: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� É tripartite� Hans WelzelFatoFatoFatoFato TípicoTípicoTípicoTípico IlícitoIlícitoIlícitoIlícito CulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidade

- Conduta: comportamentocomportamentocomportamentocomportamento humanovoluntário, psiquicamente dirigido aum fim.

-Imputabilidade-Potencial consciênciada ilicitudeum fim.

-Atenção: o dolo e a culpa migram daculpabilidade para o fato típico

da ilicitude-Exigibilidade daconduta diversa

7

Page 8: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� No Brasil nasceu a teoria finalista dissidente.

◦ Para esta teoria o crimecrimecrimecrime éééé fatofatofatofato típicotípicotípicotípico eeee ilícitoilícitoilícitoilícito (RenéRenéRenéRené

ArielArielArielAriel DottiDottiDottiDotti). AAAA culpabilidadeculpabilidadeculpabilidadeculpabilidade nãonãonãonão integraintegraintegraintegra oooo crimecrimecrimecrime éééé

umumumum juízojuízojuízojuízo dededede censuracensuracensuracensura eeee meromeromeromero pressupostopressupostopressupostopressuposto dedededeumumumum juízojuízojuízojuízo dededede censuracensuracensuracensura eeee meromeromeromero pressupostopressupostopressupostopressuposto dededede

aplicaçãoaplicaçãoaplicaçãoaplicação dadadada penapenapenapena ....

8

Page 9: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Retirando a culpabilidade do crime admiteadmiteadmiteadmite----sesesese

crimecrimecrimecrime semsemsemsem censuracensuracensuracensura.... Isso ocorre quando

ausente a culpabilidade no caso concreto.

Pois temos crime apenas com o fato típico e

com a ilicitude.

9

Page 10: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Tripartite� Wessels

Fato típicoFato típicoFato típicoFato típico IlicitudeIlicitudeIlicitudeIlicitude CulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidade

Conduta: comportamento ImputabilidadeConduta: comportamentohumano voluntário,psiquicamente dirigido a umfim, socialmentesocialmentesocialmentesocialmente relevanterelevanterelevanterelevante.

ImputabilidadePotencialConsciência daIlicitudeExigibilidade de conduta diversa

10

Page 11: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Na Alemanha em 1970 como forma de

submeter a dogmáticadogmáticadogmáticadogmática penal aos fins

específicos do Direito Penal.

◦ OOOO quequequeque éééé condutacondutacondutaconduta? Me diga primeiro quais os fins do

direito penal que te digo o que é conduta.

11

Page 12: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

Teoria CausalistaTeoria NeokantistaTeoria FinalistaTeoria Social da Ação

Antes de 1970 Em 1970 nasce na Alemanha asteoria das funcionalistas. Taisteoria das funcionalistas. Taisteorias não analisam o crime combase em estruturas jurídicas, massim com bases nas teoriassociológicas

12

Page 13: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� RoxinRoxinRoxinRoxin

� Para eles o fato será crime quando o fato é típico, ilícito e reprovávelreprovávelreprovávelreprovável, mas quando não

for necessária a aplicação de pena ele deixa de ser crime.

FatFatFatFato Típicoo Típicoo Típicoo Típico IlicitudeIlicitudeIlicitudeIlicitude ReprovabilidadeReprovabilidadeReprovabilidadeReprovabilidade

Conduta (vai estar atrelada a missão do direito penal)

-Imputabilidade-Potencial consciência da Ilicitude-Exigibilidade de Conduta Diversa- NECESSIDADE DA PENA

13

Page 14: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Antes de conceituar conduta temos que ter

presente que a missão do direito penal é

protegerprotegerprotegerproteger bensbensbensbens jurídicosjurídicosjurídicosjurídicos indispensáveisindispensáveisindispensáveisindispensáveis aoaoaoao

HomemHomemHomemHomem....HomemHomemHomemHomem....

� CondutaCondutaCondutaConduta paraparaparapara RoxinRoxinRoxinRoxin é: comportamentocomportamentocomportamentocomportamento humanohumanohumanohumano

voluntáriovoluntáriovoluntáriovoluntário causadorcausadorcausadorcausador dededede relevanterelevanterelevanterelevante eeee intolerávelintolerávelintolerávelintolerável

lesãolesãolesãolesão ouououou perigoperigoperigoperigo dededede lesãolesãolesãolesão aoaoaoao bembembembem jurídicojurídicojurídicojurídico

tuteladotuteladotuteladotutelado....

14

Page 15: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� TripartiteTripartiteTripartiteTripartite

� Retirou a reprovabilidade e trouxe novamente a culpabilidade

� JaKobsJaKobsJaKobsJaKobs

� Qual a missão para Jakobs: resguardar o sistema (sistêmica). resguardar o sistema (sistêmica). resguardar o sistema (sistêmica). resguardar o sistema (sistêmica). Qual a missão para Jakobs: resguardar o sistema (sistêmica). resguardar o sistema (sistêmica). resguardar o sistema (sistêmica). resguardar o sistema (sistêmica).

O império da norma.O império da norma.O império da norma.O império da norma.

Fato TípicoFato TípicoFato TípicoFato Típico IlicitudeIlicitudeIlicitudeIlicitude CulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidadeCulpabilidade

CondutaCondutaCondutaConduta: comportamento humanovoluntário violador do sistemafrustrando as expectativasnormativas.

-Imputabilidade-PotencialConsciência da Ilicitude-Exigibilidade de Conduta Diversa

15

Page 16: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

1.1.1.1. Antecipação da Punibilidade com a tipificação de atos preparatórios.Antecipação da Punibilidade com a tipificação de atos preparatórios.Antecipação da Punibilidade com a tipificação de atos preparatórios.Antecipação da Punibilidade com a tipificação de atos preparatórios.

� Impaciência do legislador que não aguarda o início da execução para punir – Art. 288 do CP

2.2.2.2. Criação de tipo de mera condutaCriação de tipo de mera condutaCriação de tipo de mera condutaCriação de tipo de mera conduta

� Temos tipos penais de mera conduta (violação de domicílio)

3.3.3.3. Criação de tipo de perigo abstrato (o Brasil aceita Criação de tipo de perigo abstrato (o Brasil aceita Criação de tipo de perigo abstrato (o Brasil aceita Criação de tipo de perigo abstrato (o Brasil aceita –––– lei de drogas é quase que uma lei de drogas é quase que uma lei de drogas é quase que uma lei de drogas é quase que uma

lei de perigo abstrato)lei de perigo abstrato)lei de perigo abstrato)lei de perigo abstrato)

4.4.4.4. Flexibilização do princípio da legalidade Flexibilização do princípio da legalidade Flexibilização do princípio da legalidade Flexibilização do princípio da legalidade

� Descrição vaga dos crimes e das penas – quanto mais vago mais condutas são abrangidas – isso é � Descrição vaga dos crimes e das penas – quanto mais vago mais condutas são abrangidas – isso é

perigos

5.5.5.5. Inobservância do princípio da ofensividadeInobservância do princípio da ofensividadeInobservância do princípio da ofensividadeInobservância do princípio da ofensividade

� Usa e abusa de tipos abstratos

6.6.6.6. Inobservância do princípio da exteriorização do fatoInobservância do princípio da exteriorização do fatoInobservância do princípio da exteriorização do fatoInobservância do princípio da exteriorização do fato

7.7.7.7. Predomínio do direito penal do autorPredomínio do direito penal do autorPredomínio do direito penal do autorPredomínio do direito penal do autor

8.8.8.8. Desproporcionalidade das penasDesproporcionalidade das penasDesproporcionalidade das penasDesproporcionalidade das penas

9.9.9.9. Surgimentos das chamadas das lei de luta e de combate Surgimentos das chamadas das lei de luta e de combate Surgimentos das chamadas das lei de luta e de combate Surgimentos das chamadas das lei de luta e de combate –––– LCH exemplo

10.10.10.10. Endurecimento da Execução Penal Endurecimento da Execução Penal Endurecimento da Execução Penal Endurecimento da Execução Penal –––– RDDRDDRDDRDD

11.11.11.11. Restrição de garantias penas e processuaisRestrição de garantias penas e processuaisRestrição de garantias penas e processuaisRestrição de garantias penas e processuais

16

Page 17: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Do causalismo até o funcionalismo a conduta

possui um denominador comum: movimento movimento movimento movimento

humano voluntáriohumano voluntáriohumano voluntáriohumano voluntário

� Voluntário: dominável pela vontade.

� Assim se o movimento humano não for

dominável pela vontade não temos conduta.

17

Page 18: Teoria Geral Do Delito - Fato Tipico

� Assim não temos conduta:

� 1) casocasocasocaso fortuitofortuitofortuitofortuito (natureza)(natureza)(natureza)(natureza) eeee forçaforçaforçaforça maiormaiormaiormaior (Humano(Humano(Humano(Humano)

� 2) CoaçãoCoaçãoCoaçãoCoação físicafísicafísicafísica irresistívelirresistívelirresistívelirresistível

� A coação moral exclui a culpabilidade e não a ilicitude.� A coação moral exclui a culpabilidade e não a ilicitude.

� 3) MovimentosMovimentosMovimentosMovimentos reflexosreflexosreflexosreflexos

� Atenção: movimentos reflexos previsíveis estes não exclui

condutas. Ex.: ao limpar uma arma em dia de chuva é pressível

que vc se assuste e a arma dispare;

� 4) EstadoEstadoEstadoEstado dededede inconsciênciainconsciênciainconsciênciainconsciência –––– ExExExEx.:.:.:.: sonambulismosonambulismosonambulismosonambulismo....

18