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TEORIA E PRÁTICA A CAMINHO DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Francine Rodrigues Soares 1 Cleusa Medina C. Alves (O) 2 Resumo: A Educação Física Escolar (EFE) nos permite investigar diferentes aspectos de nossa prática profissional e esta tem o papel de integrar, de introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzir e transformar um instrumento para usufruir na sua vida em melhoria da qualidade de vida e assim integrando ele não só, com seu corpo, mas ele junto aos outros, respeitando seus limites, interesses e diferenças. Tais conhecimentos os levem a ser cidadãos mais flexíveis e não instrumentos de exclusão e discriminações (DARIDO,2006). A Educação Física Adaptada (EFA) é uma das vertentes que permite trabalhar com os conceitos de desenvolvimento global do ser, possibilitando as pessoas que tem acesso e oportunidade escassa de realizarem aulas de EF. Desse modo, nossa intenção, após demonstrar a investigação realizada, o aprofundamento do tema, apresentando uma síntese dos pontos principais que os profissionais de Educação Física precisam conhecer como: Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Algumas mudanças da Educação Física Escolar; A Educação Física como Componente Curricular; Realidade x Prática; Integração x Inclusão. Assim entendemos necessário o conhecimento das matérias atinentes aos profissionais. Neste contexto, como parte atuante nas aulas de EFE e em virtude das dificuldades por mim encontrada, na utilização e aplicação dos conceitos teóricos em minha prática profissional, decidi analisar o cotidiano nas escolas. O objetivo dessa pesquisa foi verificar o cotidiano das aulas de EFE no Ensino Fundamental, procurando identificar e encontrar respostas sobre a atuação dos professores sobre a prática inclusiva. Participaram da pesquisa 10 professores atuantes em Escolas Estaduais e Particulares (7° e 8° anos) que ministram aulas nas cidades de Bauru e São Carlos em diferentes escolas sendo cinco professores da rede Estadual da cidade de São Carlos e cinco da rede Particular da cidade de Bauru, o local da coleta foi escolha do entrevistado que escolheram como a escola e residência. Utilizamos uso de revisão bibliográfica (Lakatos e Marconi, 2001) e entrevistas semi-estruturadas (Negrine, 1999). Com a finalidade de analisar a vivência dos professores foram coletados depoimentos por intermédio de entrevista semi- estruturada dos envolvidos (Anexo). Nos aproximamos de algumas considerações que passamos a relatar: nos depoimentos constatou que a prática vem sendo desenvolvida diferente do que a teoria, evidenciando um despreparo dos professores para lidar com a diferença. As trajetórias identificadas revelam que o nível de conhecimento específico os professores são limitados, diante dos resultados a totalidade dos professores, afirmam que possuem alunos com necessidades educacionais, mas (90%) buscam estratégias e subsídios para melhorar sua atuação reconhecendo a necessidade de um trabalho diferente que consiga englobar a todos, para tentar este feito 90% dos entrevistados. Pensando na melhora da qualidade de ensino sugerimos uma reestruturação 1 Professora de Educação Física da Rede Particular de Ensino na cidade de Bauru/SP, e aluna da II Turma do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (lato sensu) do DEFMH/UFSCar. 2 Professora Assistente do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da UNESP,Campus Bauru..

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TEORIA E PRÁTICA A CAMINHO DA INCLUSÃO

NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Francine Rodrigues Soares1

Cleusa Medina C. Alves (O)2

Resumo:A Educação Física Escolar (EFE) nos permite investigar diferentes aspectos de nossa prática profissional e esta tem o papel de integrar, de introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzir e transformar um instrumento para usufruir na sua vida em melhoria da qualidade de vida e assim integrando ele não só, com seu corpo, mas ele junto aos outros, respeitando seus limites, interesses e diferenças. Tais conhecimentos os levem a ser cidadãos mais flexíveis e não instrumentos de exclusão e discriminações (DARIDO,2006). A Educação Física Adaptada (EFA) é uma das vertentes que permite trabalhar com os conceitos de desenvolvimento global do ser, possibilitando as pessoas que tem acesso e oportunidade escassa de realizarem aulas de EF. Desse modo, nossa intenção, após demonstrar a investigação realizada, o aprofundamento do tema, apresentando uma síntese dos pontos principais que os profissionais de Educação Física precisam conhecer como: Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Algumas mudanças da Educação Física Escolar; A Educação Física como Componente Curricular; Realidade x Prática; Integração x Inclusão. Assim entendemos necessário o conhecimento das matérias atinentes aos profissionais. Neste contexto, como parte atuante nas aulas de EFE e em virtude das dificuldades por mim encontrada, na utilização e aplicação dos conceitos teóricos em minha prática profissional, decidi analisar o cotidiano nas escolas. O objetivo dessa pesquisa foi verificar o cotidiano das aulas de EFE no Ensino Fundamental, procurando identificar e encontrar respostas sobre a atuação dos professores sobre a prática inclusiva. Participaram da pesquisa 10 professores atuantes em Escolas Estaduais e Particulares (7° e 8° anos) que ministram aulas nas cidades de Bauru e São Carlos em diferentes escolas sendo cinco professores da rede Estadual da cidade de São Carlos e cinco da rede Particular da cidade de Bauru, o local da coleta foi escolha do entrevistado que escolheram como a escola e residência. Utilizamos uso de revisão bibliográfica (Lakatos e Marconi, 2001) e entrevistas semi-estruturadas (Negrine, 1999). Com a finalidade de analisar a vivência dos professores foram coletados depoimentos por intermédio de entrevista semi-estruturada dos envolvidos (Anexo). Nos aproximamos de algumas considerações que passamos a relatar: nos depoimentos constatou que a prática vem sendo desenvolvida diferente do que a teoria, evidenciando um despreparo dos professores para lidar com a diferença. As trajetórias identificadas revelam que o nível de conhecimento específico os professores são limitados, diante dos resultados a totalidade dos professores, afirmam que possuem alunos com necessidades educacionais, mas (90%) buscam estratégias e subsídios para melhorar sua atuação reconhecendo a necessidade de um trabalho diferente que consiga englobar a todos, para tentar este feito 90% dos entrevistados. Pensando na melhora da qualidade de ensino sugerimos uma reestruturação

1 Professora de Educação Física da Rede Particular de Ensino na cidade de Bauru/SP, e aluna da II Turma do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (lato sensu) do DEFMH/UFSCar.2 Professora Assistente do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da UNESP,Campus Bauru..

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dos programas de formação e uma capacitação para os profissionais que já atuam no Ensino Fundamental.

Palavras Chaves: Educação Física Escolar, Inclusão, Atuação Profissional; Educação Física Adaptada

INTRODUÇÃO

As afirmações que vêm de trás de cada aceitação ou rejeição das diferenças carrega uma

concepção de mundo, de sociedade, homem e mulher de cada momento de sua história. Nas suas

palavras Marques, (2001, p.68) “ser diferente não significa ser o oposto do normal, mas apenas

ser diferente”. O que deveria ser na prática o respeito pelo outro e não julgar pela diferença e sim

aprender com ela.

Quando pensamos em educação lembramos da famosa frase: “Educação direito de todos”.

A declaração do Direito à Educação é particularmente detalhada na Constituição Federal da

República Federativa do Brasil, de 1988, que afirma no artigo 205: “A Educação, direito de

todos e dever do Estado e família” (BRASIL 1998).

Educação para todos é sinônimo de educação inclusiva. Reforçando esta afirmação

Mantoan (1998, p.44) diz que:

“O princípio democrático da educação para todos só se evidência nos sistemas

educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles (...)”.

No ambiente escolar o termo vem ganhando força e espaço. Um modelo sonhado de

chegar ao ideal com igualdade de oportunidade, o convívio com as diversidades, a aproximação

das diferenças, uma pedagogia centrada no educando, na sua individualidade, com suas

capacidades e potencialidades, em detrimento de suas limitações. (JUNIOR e ARAUJO, 2006).

Encontramos em Darido (2006) que a Educação Física Escolar tem o papel de integrar,

de introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, formando um cidadão que vai produzir e

transformar um instrumento para usufruir na sua vida em melhoria da qualidade de vida e assim

integrando ele não só, com seu corpo, mas ele junto aos outros, respeitando seus limites,

interesses e diferenças. E tais conhecimentos os levem a ser cidadãos mais flexíveis e não

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instrumentos de exclusão e discriminações. Assim promovendo a inclusão de todos os alunos,

adotando estratégias adequadas.

Ao investigar a história da Educação Física Escolar, encontramos em que Soares et al

(1992) na década de 1970 sua prática era voltada ao rendimento e performance, tendo o modelo

militarista em seus conteúdos, sendo os objetivos da Educação Física na Escola vinculado em

formar indivíduos capazes de suportar a guerra, por isso a importância de selecionar indivíduos

“perfeitos”. Dificuldades surgiram para romper com o modelo descrito. Constata-se que a

população já chega com preferências familiarizadas quanto às habilidades esportivas. Os

conteúdos permaneceram privilegiando um número reduzido de modalidades que pode levar uma

prática esportivizada (PAES, 1996). Essas atitudes levam os menos expressivos e menos

habilidosos deixarem a aula por falta de oportunidade.

Para Pedrinelli (2002) o aluno se fazia presente nas aulas de Educação Física, porém sem

participação efetiva nas atividades desenvolvidas. Demonstrando relação direta desta não

participação com ação pedagógica do professor, ou seja, quanto menor a ação do professor menor

o envolvimento do aluno. A intervenção do professor deve favorecer, estimular e orientar para o

desenvolvimento do aluno e não ser responsável ao distanciamento de alunos em determinadas

atividades.

Nas palavras de Santin:

Vale ressaltar que a Educação Física é a única que conseguiu criar leis para que

certos alunos fossem dispensados alegando razões que olhadas com atenção,

mostra exatamente que estes dispensados são os que mais necessitam de atenção

do educador (SANTIN, 1998, p.110).

Nesse sentido preconiza a Lei N° 9.394/1996 “Art.26- A educação física, integrada à

proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo

sua prática facultativa ao aluno” (BRASIL,1996).

- que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;

– maior de trinta anos de idade;

– que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à

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prática da Educação Física;

– amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969;

– (VETADO)

– que tenha prole.

Nesse contexto procuramos dar ênfase para o componente curricular da Educação Física,

tendo teorias bem formuladas e uma prática a se investigar.

Utilizaremos destes pontos citados anteriormente para verificar o cotidiano das aulas de

Educação Física no ensino fundamental, 7ª e 8ª séries do 4ª ciclo (PCNs) (BRASIL, 1998).

Nesse sentido o objetivo dessa pesquisa foi verificar o cotidiano das aulas de EFE no

Ensino Fundamental, procurando identificar e encontrar respostas sobre a atuação dos professores

sobre a prática inclusiva.

Certamente existe a necessidade de questionarmos a prática destas aulas na escola, assim

poderemos realmente verificar se estão sendo atingidos os objetivos propostos na teoria e

desenvolvidos com qualidade, pois muitas das vezes as crianças são tratadas como adultos em

miniatura esquecendo do elemento significativo do processo ensino aprendizagem

(PERRENOUD 1995).

Nos escritos do autor:

(...) se o professor não consegue sempre mobilizar atenção e as energias, se as

atividades que propõe não são sempre tão significativas como desejaria, não é

porque as crianças e adolescentes sejam apáticos e não se interessam por nada.

É porque eles têm outros desafios, outros projetos, que os mobilizam muito mais

e que lhes parecem bem mais significativos que a ficha de matemática ou a

composição que lhes é proposta. (PERRENOUD, 1995, p.30).

Assim, procuramos identificar e estabelecer respostas sobre a prática inclusiva,

acreditamos ser possível à otimização dos conteúdos vistos em aula, podendo assim resultar em

adaptações ou mudanças.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

O Ministério da Educação e do Desporto, através da Secretária de Ensino Fundamental

tendo como exemplo o modelo educacional Espanhol mobilizou professores e pesquisadores para

formularem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Incluindo um documento específico

para área de Educação Física (BRASIL, 1998).

Os PCNS:

Vem com a proposta de eleger a cidadania como eixo norteador que significa

entender que a Educação Física na escola é responsável pela formação de alunos

que sejam capazes de: a) participar de atividades corporais adotando atitudes de

respeito mutuo, dignidade e solidariedade. b) conhecer, valorizar, respeitar e

desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal; c) reconhecer-ser

como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis

relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhora da saúde

coletiva, d) conhecer a diversidade de padrões de saúde e beleza e desempenho

que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro

da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões

divulgados pela mídia; e) reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma

autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades

corporais de lazer (BRASIL, 1998).

Os objetivos expostos para Educação Física deixam a certeza e a amplitude dos conteúdos

a serem abordados, pois incluem a dimensão da crítica (aos padrões de beleza, por exemplo) e ao

mesmo tempo a busca pelos benefícios da qualidade de vida (saúde).

Cabe destacar três aspectos da proposta dos PCNs: O princípio da inclusão, as dimensões

dos conteúdos (atitudinais, conceituais e procedimentais) e os temas transversais. A primeira

consideração (princípio da inclusão) sendo uma Educação Física dirigida a todos os alunos sem

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discriminação e a importância da articulação entre aprender a fazer, a saber, por que está fazendo

e como se relacionar neste fazer, explicitando as dimensões do conteúdo, procedimental,

conceitual e atitudinal.

A dimensão procedimental diz respeito ao saber fazer, a capacidade de mover-se

numa variedade de atividades motoras crescentemente complexas de forma

efetiva e graciosa. É importante ressaltar que, nessa concepção, aprender a

mover-se envolve atividades como tentar, praticar, pensar, tomar decisões e

avaliar, significando portanto, muito mais do que respostas motoras

estereotipadas (FERRAZ, 1996, p.17-18).

Para Coll (1997), na categoria de conhecimento de natureza conceitual são englobados

conceitos, fatos e princípios, sintetizando aquilo que o aluno, ao passar pelo processo de

escolarização, deve “saber sobre”. Os conceitos que devem ser aprendidos na escola, nas aulas de

Educação Física, devem fundamentar a realização dos movimentos necessários ao ser humano, na

escola ou fora dela.

A dimensão atitudinal está se referindo a uma aprendizagem que implica na

utilização do movimento como um meio para alcançar um fim (...) não

necessariamente se relaciona a uma melhora na capacidade de se mover

efetivamente (...) o movimento é um meio para o aluno aprender sobre seu

potencial e suas limitações (...) construindo seu auto conceito e a compreensão

da realidade (FERRAZ, 1996, p.17-18).

Possibilita ainda, usar os problemas sociais brasileiros como tema transversal

relacionando-os a prática da Educação Física assim contribuindo para aprendizagem, reflexão e

formação do cidadão crítico.

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Para Palma (1998) “A Educação formal norteada pela cidadania pode contribuir para a

formação de cidadãos críticos, muito embora ela seja condição necessária, mas não suficiente

para esta formação”.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), tem como função principal

disciplinar à educação escolar, ou seja, tem como foco organizar o sistema escolar brasileiro

(BRASIL, 1996).

O Brasil teve durante seu desenvolvimento três Leis de Diretrizes e Bases: a de 1961 (lei

n. ° 4.024, de 20 de dezembro de 1961), a que reformulou esta em 1971 (lei n.° 5.692, de 11 de

agosto de 1971) e atual, promulgada em 1996 (lei n.° 9.394/96). Tinham como cerne disciplinar e

organizar mudanças importantes como: a mudança da estrutura didática, a autonomia dada às

escolas e aos sistemas de ensino federal, estaduais, municipais e privados, e o enfoque dado a

formação do cidadão.

Cabe destacar que não havia menção em relação à obrigatoriedade da Educação Física

(CASTELLANI FILHO1998). Com algumas mudanças e reformulações a Educação Física

passou a ser componente curricular obrigatório na segunda metade da década de 1970. “A

Educação Física, integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da

Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições da população escolar, sendo

facultativo nos cursos noturnos” (BRASIL, 1996).

Segundo Castellani Filho (1998): a reforma educacional ocorrida em 1971, houve alguma

mudanças em relação ao papel (função) da Educação Física. A principal mudança foi em relação

à ampliação da obrigatoriedade da Educação Física a todos os ramos de escolarização. Sendo que

a participação nessas aulas era facultada aos alunos que estivessem em uma das seguintes

situações:

estudar em período noturno e trabalhar mais de seis horas diárias;

ter mais de 30 anos de idade;

estar prestando serviço militar;

estar fisicamente incapacitado.

A Educação Física era considerada uma mera atividade extracurricular, principalmente

após a década de 1980, como um elemento sem nenhum comprometimento formativo

educacional (SILVA e VENANCIO, 2005).

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A partir da promulgação da Lei n° 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional) a Educação Física passou a ser considerada componente curricular. A referida

legislação reza, em seu art. 26:

“A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular

da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo

facultativa nos cursos noturnos” (BRASIL, 1996).

Essa alteração, aprovada em 2001, ainda não garantia a presença da Educação Física na

Educação Básica, principalmente nas séries iniciais as aulas eram ministradas por outros

professores formados em curso de magistério.

No entanto, podemos ressaltar que a LDB atual trouxe um grande desenvolvimento, pois

tornou a Educação Física Escolar como componente curricular e o mais importante ainda ligar

com projeto pedagógico da escola e assim se integrando ao cotidiano escolar e demonstre sua

importância.

Em primeiro de dezembro de 2003, a facultabilidade foi alterada através da Lei n° 10.793,

que determinou que as aulas de Educação Física passassem a ser facultativas não mais a todas as

pessoas que estudassem em período noturno, mas sim àquelas que, independentemente do

período de estudo, se enquadrarem nas seguintes condições: mulheres com prole, trabalhadores,

militares e pessoas com mais de trinta anos (BRASIL, 2003).

2.2 Algumas das mudanças da Educação Física Escolar

A Educação Física na escola brasileira tem uma história que se constitui de diversas

tendências como a médica, militar e esportivista (FERREIRA, 2003). Nas escolas essa tendência

era voltada para o rendimento esportivo e de performance sendo que grande parte dos alunos não

participava das aulas ocorrendo um grande numero de exclusão na prática da educação física

escolar.Vinculam a formação de uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na

guerra, por isso era importante selecionar os indivíduos “perfeitos” fisicamente excluir os

incapacitados, contribuindo para uma maximização da força e do poderio da população

(SOARES et al,1992).

Nos anos de 1930, por causa do processo de industrialização e urbanização e o

estabelecimento do Estado Novo, a Educação Física passou a ser usada como forma de fortalecer

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e melhorar a capacidade de produção. No final da década de 1940 ao inicio da década de 1960

houve esforço de tornar a Educação Física disciplina comum aos currículos escolares

(GUIMARÃES et al, 2001).

Diante disso:

A educação física pedagogicista é, pois a concepção que vai reclamar da

sociedade a necessidade de encarar a educação física não somente como uma

prática capaz de promover saúde ou de disciplinar a juventude, mas de encarar a

educação física como uma prática eminentemente educativa (GHIRALDELLI,

1991, p.19).

Após 1964, a Educação Física foi considerada atividade prática que visava o desempenho

físico e técnico do aluno.

Cabe mencionar o que diz o autor:

“A educação física é sinônimo de desporto e este, sinônimo de verificação de

performance” (GUIMARÃES et al, 2001).

A Educação Física deixou de ser tratada e definida enquanto “atividade” (LDB 5.692/71)

e passou a ser considerada componente curricular obrigatório, integrado a proposta pedagógica da

escola (LDB 9.394/96). Quando a Educação Física era tratada por atividade entendia-se como um

saber próprio, sem conhecimento oferecido para o aluno: um fazer por fazer. Mesmo tendo o

reconhecimento legal é necessário ainda mudar o foco e voltar-se ao ensino aprendizado.

A partir da Resolução n.03/87, do Conselho Federal de Educação, observamos no início

da década de 1990 a inserção da disciplina Educação Física Adaptada nos cursos de Educação

Física. Aproximadamente quinze anos depois, há instituições de ensino superior que

desenvolvem disciplinas somando 400 horas –aula (BRASIL, 1987).

Grandes mudanças ocorreram até os dias de hoje para educação física e para os alunos que

são o alvo de tanta preocupação, que mobilizou em 1994 pesquisadores e professores para

elaborar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em 1998 os relativos aos 3° e 4° ciclos (5ª

a 8ª série) incluindo um documento específico para área de Educação Física (DARIDO et al,

2001).

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2.3 A Educação Física como Componente Curricular

A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino aprendizagem e avaliação

têm como meta à inclusão do aluno na cultura corporal de movimentos, por meio da participação

e reflexão concretas e efetivas.

Busca-se reverter o quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as

práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência (BRASIL,

1996).

A definição de inclusão que tem sido perspectivada e propagada nos Documentos Oficiais

(Leis, Decretos e Resoluções) é aquela que compreende convidar a que se aproximem aqueles

que estiveram historicamente excluídos ou deixados de lado (OLIVEIRA, 2004).

O principio da inclusão é o principio da não exclusão (BETTI, 1991). A exclusão tem

ocorrido através de preconceitos raciais e entre tantos que ainda é um grande problema.

Quando o professor pode diretamente ter uma função inclusiva?

Para Darido (2001) é quando o professor apóia, estimula, incentiva, valoriza, promove o

estudante. Valorizar todos os alunos, estudantes, independentemente da etnia, sexo, língua falada,

classe social, religião, opinião política ou social, deve ser a primeira estratégia do professor.

Além desta atitude, o professor deve favorecer discussões entre os alunos sobre o significado do

preconceito, da discriminação e da exclusão. O processo do ensino e aprendizagem deve ser

baseado na compreensão, esclarecimentos e entendimento das diferenças. As estratégias

escolhidas devem não apenas favorecer a inclusão, como também discuti-la e torná-la clara para

os alunos.

A Educação Física tem como função formar, introduzir e integrar o aluno aos movimentos

corporais formando um cidadão que vai utilizar o que aprendeu em beneficio da qualidade de

vida. A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal do movimento há de ser plena

e afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer é a integração de sua personalidade (BETTI,

1992,1994).

Portanto existem fases que vai ao encontro do objetivo que respeita sua individualidade e

interesses dos alunos. Na primeira fase do Ensino Fundamental (1º a 3º/4º anos)

desenvolvimentos das habilidades motoras básicas, jogos e brincadeiras de variados tipos e

atividades de autotestagem. A partir do 4º/5º anos do Ensino Fundamental a iniciação nas formas

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culturais do esporte, das atividades rítmicas/dança e das ginásticas em questão do ensino

fundamental 7ª e 8ª anos que buscam o aperfeiçoamento em habilidades especificas e

aprendizagem de habilidades mais complexas (BETTI e ZULIANI, 2002).

O tema da inclusão educacional no Brasil é sempre desafiador. Desafiador porque nossa

historia na educação escolar é um continuo de grandes exclusões (SANFELICE, 2006).

A inclusão educacional como conceito, como direito, é uma preocupação e também uma

necessidade objetiva das sociedades modernas e contemporâneas.

2.4 Realidade x Prática

O que vimos até agora formam teorias bem formuladas e discutidas, sendo o modelo ideal

para nossos alunos, mas quando vamos a prática verificamos as dificuldades encontradas na

atuação da área.

A Educação Física assim concebida revela toda a sua tradição cultural carrega todos os

signos tatuados em sua trajetória histórica, estando com seu corpo atravessado por marcas, por

estigmas que deveriam ser removidos na transcendência epistemológica de nos olhares dos

conhecimentos (MOREIRA.1995).

Reflexos de uma história marcada pelo negativismo e comodismo de mudança de atitude

em tentar de novo o novo. Cabe ao professor começar a mostrar seu potencial e começar a apagar

estas marcas.

No processo de inclusão aqui enfocado também é importante que professor e alunos criem

laços afetivos na busca de conhecimento, educação e sociedade (FISCHER e HORT, 2006).

Um dos principais agentes de transformação para mudar esta realidade é do professor,

sendo necessário uma tomada de atitude. “Aprender a viver com os outros será, sem duvida um

dos maiores desafios da Educação do Século XXI” (DELOURS, 1997).

Como um destes desafios é a dificuldade dos professores de lidar com o novo e com as

diferenças, profissionais e pesquisadores preocupados estruturaram alguns cursos de capacitação

profissional para dar inicio a disseminação de conhecimentos e promover a inserção da disciplina

Educação Física Adaptada no ensino Superior. A partir da Resolução n.03/87, do Conselho

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Federal de Educação, observamos no inicio da década de 1990 a inserção da disciplina ate 400

horas-aula (BRASIL, 1987).

Assim cabe aos docentes universitários pelas disciplinas de graduação a difícil tarefa de

selecionar as unidades temáticas e os respectivos conteúdos e estratégias para atingir os objetivos

de cada disciplina e também aos professores das escolas o desafio de lidar com o abundante

potencial presente nas pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática

das atividades físicas em usar estratégias, adaptações e procedimentos (GORGATTI e COSTA,

2005).

As mudanças na postura dos educadores se fazem necessárias, por exemplo, quando há

necessidade de adaptações, cujas formações estão pautadas em paradigmas de racionalidade

técnica, devem buscar a consciência da intencionalidade de seu fazer docente e estimular seu

trabalho integrado pela reflexão conjunta (SILVA e VENANCIO, 2005).

Com as necessidades e qualificações surgindo foram também várias nomenclaturas

contextualizando a Educação Física Adaptada assumindo identidade essencialmente

educativa/pedagógica. Nesta contextualidade também surge no vocabulário as necessidades

educacionais umas das diferenças e peculiaridade da escola, alunos com distúrbios emocionais

(depressão, distúrbio de comportamento etc...), doenças crônicas (diabetes, obesidade, anemia,

distúrbios cardiovasculares e pulmonares etc...), distúrbios de aprendizagem e múltiplas

deficiências.

Juntamente com estas mudanças existe a necessidade de uma proposta político-

pedagógica. Para Kramer (1998), colocar em prática uma nova proposta pedagógica, estabelecer

um novo currículo, é um convite, um desafio, uma aposta que deve ser encarada por todos

aqueles envolvidos na prática educativa. A autora acredita que:

(...) não se pode trazer respostas prontas apenas para serem implementadas, se

tem em mira contribuir para a construção de uma sociedade democrática, onde a

justiça seja de fato um bem distribuído igualitariamente a toda coletividade.

(KRAMER, 1998, p.21).

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O projeto político-pedagógico faz parte do planejamento e da gestão escolar e sua

importância reside no fato de que ele passa a ser uma direção, um rumo para ações da escola.Um

trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores,

equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo.

Quando dividimos o projeto em dois: político e pedagógico entendemos que: o político

reflete sobre a formação do cidadão como membro ativo e transformador da sociedade em que

vive, a pedagógica expressam as atividades pedagógicas ajudando a escola alcançar seus

objetivos educacionais (AVILA, 2006)

O autor Veiga (1995) diz que: (...) “Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da

efetivação da intencionalidade da escola, que é formação do cidadão participativo, responsável,

compromissado e critico. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as

características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade”.

2.5 Integração x Inclusão

Muito se tem escrito sobre as diferenças entre os termos “integração” e “inclusão”

(CORREIA, 2001, RODRIGUES, 2001).

A integração poderia chamá-la de “participação tutelada” numa estrutura com valores

próprios os quais o aluno integrado tem que se adaptar ao seu meio e não necessariamente o meio

é que deve criar condições para evitar a exclusão.A integração é, portanto, a contraposição do

atual movimento mundial de inclusão.

Um dos conceitos de inclusão e integração compartilhada por Mantoan (1997), quando

afirma que na integração escolar toda a estrutura da escola se mantém não havendo mudança

naquilo que já está instituído. Cabe ao aluno adequar-se a ela. Já a inclusão é uma opção mais

radical no sentido que é o sistema que precisa ser revisto, adequando-se às demandas do aluno.

Para tanto, recursos físicos e meios materiais necessitam ser priorizados juntamente com a

informação ao professor sobre o aluno com necessidades educacionais especiais esclarecendo

esta condição, desenvolvendo novas atitudes e formas de interação que repercutam nos processos

de aprendizagem de todos os alunos.

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235

A partir de definições com outros autores juntamente com sua pesquisa

deixa sua própria definição sobre integração:

A integração é um processo dinâmico e paulatino que se inicia na/pela família.

Constitui-se pela internalização de valores sócio-culturais mediados pelos

indivíduos. Valores esses condicionantes para a participação das pessoas em

maior ou menor grau nos diferentes níveis sociais (família, escola, trabalho,

comunidade, etc) de forma a usufruir dos mesmos direitos e deveres de cidadão.

(CHACON, 1995, p. 118)

Quando nos deparamos com os termos inclusão e integração devemos atentar que por

terem significados semelhantes podem apresentar situações e resultados diferentes. Estar

integrado, muitas vezes, não significa estar incluído ou participar ativamente (JUNIOR LUIZ, et

al 2004).

A Inclusão não é uma evolução da Integração. Isto por três razões principais:

- a integração deixou intocáveis os valores menos inclusivos da escola

- a escola integrativa separava os alunos em dois tipos: os “normais” e os “deficientes”.

- o papel do aluno “deficiente” na escola integrativo foi sempre condicionado.

Um novo paradigma social e educacional que assume a inclusão é o resgate original do

termo integração.Uma sociedade democrática e justa é o que defende, sua marca negativa na

história da humanidade são: as práticas discriminativas e segregacionistas.

Na atualidade, Marques (2001), pressupõe que todas as pessoas são iguais no que se

refere ao valor máximo da existência: a humanidade do homem. A diferença não deve, pois, se

constituir num critério de hierarquização da qualidade humana. Independente da condição

existencial de cada um, todos são igualmente homens e mulheres, com o mesmo valor existencial.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para realização desta investigação utilizamos as técnicas de revisão bibliográficas e

entrevistas semi- estruturada, visando obter informações sobre a atuação do professor de

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236

Educação Física durante suas aulas as dificuldades que enfrenta com as diferenças e estratégias

usadas.

Para Lakatos e Marconi, (2001), pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia já

tomada publica em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,

revistas, livros, pesquisas, meios de comunicação, etc. Objetivando colocar o pesquisador em

contato com tudo o que já foi documentado possibilitando novos enfoques e novas conclusões.

Já, Pesquisa de Levantamento, conforme definido por Kerlinger (1980) é um termo

amplo, referente a um conjunto de formas relacionadas de investigação não experimental

dirigidas para estudos das relações entre “Variáveis Sociais”. Essas “variáveis sociais” são

atributos de indivíduos (ou grupos) que tem a características comuns de serem membros de

grupos sociais grandes e pequenos, e assim de serem compartilhados por muitos ou pela maioria

dos indivíduos.

O que diz o autor sobre a pesquisa semi-estruturada:

É “semi-estruturada” quando o instrumento de coleta está pensado para obter

informações de questões concretas, previamente definidas pelo pesquisador, e,

ao mesmo tempo, permite que se realize explorações não previstas, oferecendo

liberdade ao entrevistado para dissertar sobre o tema ou abordar aspectos que

sejam relevantes sobre o que pensa (NEGRINE, 1999 ,p. 74).

Participaram desta pesquisa dez professores de Educação Física que ministram aulas nas

cidades de Bauru e São Carlos em diferentes escolas sendo cinco professores da rede estadual da

cidade de São Carlos e cinco professores da rede particular da cidade de Bauru que atuam no

ensino fundamental especificamente 7ª e 8ª anos. As entrevistas foram realizadas entre os meses

de novembro e dezembro de 2007. O local da coleta foi escolha do entrevistado que escolheram

como a escola e sua residência.

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237

4 ANÁLISE DOS DADOS

Com a finalidade de analisar a vivência dos professores foram coletados depoimentos, por

intermédio de entrevista semi- estruturada dos envolvidos, e foram unânimes em autorizar a

análise e publicação dos depoimentos (Anexos 1 e 2).

Com objetivo de identificar e estabelecer respostas sobre a prática inclusiva, foram

entrevistados dez professores de Educação Física que atuam na Educação Física Escolar com

alunos de 7° e 8° anos da rede estadual e particular

Diante dos dados, procuramos caracterizar, em porcentagem, os índices de acordo com

tempo de formação, tempo de atuação, substituto eventual, rede estadual e rede particular e

passamos a apresentar na Tabela 1.

Tabela 1. Distribuição em porcentagem de formação e atuação.

Formação Título Tempo de

formação

Tempo de

atuação

Substituto

eventual

Escolas que

atuam

100%

Educação

Física

50%

Bacharel e

licenciatura

50% 1 a 2 anos 20% - 1 ano 20%

Substituto

eventual

50% Rede

estadual

40%

Bacharel

30% 3 a 4 anos 60% 1 a 2 anos 50% Rede

particular

10%

Licenciatura

20% + 5 anos 20% + 5 anos

Dos professores entrevistados encontramos que 80% tiveram a Disciplina Educação

Física Adaptada e 20% não tiveram, 60% considera satisfatório, 40% não considera, 10%

considera que em nível educacional a inclusão esta acontecendo satisfatoriamente, 90% afirma

que ainda falta alguma coisa para que a inclusão aconteça satisfatoriamente, 70% dos professores

já leram os PCNs, 30% não leu e 50% utilizam os PCNs em seu planejamento, 50% não usam.

Conforme demonstra na Tabela 2.

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238

Tabela 2. Distribuição em porcentagem dos desafios da prática inclusiva.

Educação Física

Adaptada

Satisfatório Inclusão

satisfatória ou

falta alguma

coisa

Leu PCNs Utiliza PCNs

80% sim 60% sim 10% Satisfatória 70% sim 50% sim

20% não 40% não 90% Falta alguma

coisa

30% não 50% não

É demonstrado na Tabela 3 que: 100% dos professores já tiveram ou tem alunos com

Necessidades Educacionais, 90% utilizam estratégias para incluí-los no contexto da aula e 10%

não utilizam, 60% diz que as estratégias nem sempre favorecem a todos, 20% não favorecem,

20% sim favorece, 50% dos alunos às vezes colaboram com a inclusão dos alunos com

Necessidades Educacionais, 30% não colaboram, 20% sim colaboram e 90% dos professores

concordam que um dos agentes de transformação é o professor e 10% não concordam. Conforme

Tabela 3.

Tabela 3. Distribuição em porcentagem das Necessidades Educacionais e estratégias

desenvolvidas.

Alunos

necessidades

educacionais.

Utiliza

estratégias.

Estratégias

favorecem a

todos.

Alunos

colaboram com a

inclusão.

Professor agente

de

transformação.

100% sim 90% sim 20% sim 20% sim 90% sim

10% às vezes 20% não 30% não 10% não

60% nem sempre 50% as vezes

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239

5 DISCUSSÃO DOS DADOS

Dentre os sujeitos que participaram da pesquisa encontramos que todos têm formação

superior em Educação Física e 50% possuem o titulo de Licenciatura e Bacharel, 40% Bacharéis

e 10% Licenciados.

Quanto ao tempo de formação, verificamos que 50% são formados entre um e dois anos,

30% entre três a quatro anos e 20% mais de cinco anos. Nota-se que a maioria dos professores

entrevistados apresentam um tempo de formação e atuação profissional muito recente.

A literatura empírica conduz-nos a uma conclusão perturbadora acerca da experiência de

aprender a ensinar. Tornar-se professor é uma experiência complexa, recheada de stress, pessoal,

e largamente encoberta, mas no cumprimento desta difícil tarefa, os professores não se sentem

ajudados pela formação educacional. (FULLER ; BOWN, 1975, p. 25).

Em relação ao tempo de atuação 60% dos entrevistados atuam de um a dois anos, 20%

menos de um ano sendo que estes são substitutos eventuais, 20% mais de cinco anos. Com isso

percebemos que a média de atuação é maior daqueles que são formados de um a dois anos. Sendo

recém formados ou no último ano de faculdade prestaram o concurso para provimento de cargos

Professores Educação Básica-PEB II, (Educação Física) em 2005.

Quanto questionados sobre o local de atuação encontramos que 50% deles atuam na Rede

Estadual e 50% na Rede Particular.

No que se refere aos conteúdos específicos adquiridos durante a formação dos mesmos,

constatamos que 80% dos professores tiveram a disciplina Educação Física Adaptada inserida na

grade curricular dos seus cursos. Cabe aqui ressaltar, que nos relatos (60%) informam que a

disciplina não foi satisfatória para sua atuação deixando a desejar sendo bem simples não

aprofundando os conteúdos e dizem mais que: “são formulas bem resolvidas, mas que não se

encaixam com a nossa pratica”, e os outros 40% relatam que a disciplina foi satisfatória para sua

atuação.

A outra parcela de 20% não tiveram a disciplina Educação Física Adaptada inserida nos

seus currículos da graduação. Vale registrar que, para esses professores (formados a mais de

cinco anos) a Disciplina Educação Física Adaptada não era parte obrigatória integrantes das

grades curriculares dos cursos de Graduação em Educação Física.

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240

Buscando em autos confirmar que, a partir da Resolução n.03/87, do Conselho Federal de

Educação, observamos no início da década de 1990 a inserção da disciplina Educação Física

Adaptada nos cursos de Educação Física. Aproximadamente quinze anos depois, há instituições

de ensino superior que desenvolvem disciplinas somando 400 horas –aula (BRASIL, 1987).

Quando questionados sobre a inclusão a nível educacional, se esta acontecendo

satisfatoriamente, encontramos em 90% dos entrevistados, que ainda falta algo, consideram que

já melhorou muito e que estamos a caminho de chegar. Relembrando Sanfelice (2006) . O tema

da inclusão educacional no Brasil é sempre desafiador. Desafiador porque nossa história na

educação escolar é continuo de grandes exclusões.

Esta porcentagem mínima de 10% que dizem que esta acontecendo satisfatoriamente à

inclusão são professores da Rede Particular que trabalhar com uma estrutura física invejável para

qualquer professor, com diversos materiais em condições perfeitas de uso, numero de alunos

adequados e outros professores dispostos ou obrigados pela direção a ajudar. Relato do professor

sete que diz: “Bom pelo menos aqui no colégio esta acontecendo”; ele considera que “onde”

trabalha esta acontecendo.

Quando são questionados se já leram os PCNs, 70% disseram que sim e 30% não.

Verificamos que este que não leram são profissionais titulados Bacharéis que em sua formação

não teve foco nestes parâmetros, pois faltam no seu currículo as disciplinas voltadas à formação

pedagógica.

A importância do conhecimento dos PCNs: “vem com a proposta de eleger a cidadania

como eixo norteador que significa entender que a Educação Física na escola é responsável pela

formação de alunos que sejam capazes de: a) participar de atividades corporais adotando atitudes

de respeito mutuo, dignidade e solidariedade”. b) conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da

pluralidade de manifestações da cultura corporal; c) reconhecer-ser como elemento integrante do

ambiente, adotando hábitos saudáveis relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de

melhora da saúde coletiva, d) conhecer a diversidade de padrões de saúde e beleza e desempenho

que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que

são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia; e) reivindicar,

organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para

promover atividades corporais de lazer (BRASIL,1998).

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241

Mesmo sendo maior a porcentagem dos que leram os PCNs percebemos que apenas 50%

utilizam-no como proposta pedagógica e a outra metade não utiliza. BRASIL (1998) só vem a

confirmar que a proposta dos PCNs, busca a qualidade das aulas.

Diante dos resultados a totalidade dos professores sendo 100% deles, afirmam que

possuem alunos com necessidades educacionais, Delours (1996) não apenas os portadores de

deficiência apresentam necessidades referentes a aprender a prender, a aprender a fazer, aprender

a ser e aprender a estar junto. Nota-se que é comum estarmos envolvidos pela diferença, essa

entre pessoas e das desigualdades que resultam em características individuais.

Podemos observar que hoje os professores se preocupam em atender a todos e assim estão

usando estratégias para tentar este feito, 90% dos entrevistados vem a confirmar este relato, coisa

que anos atrás não víamos, quando os professores de Educação Física deixaram uma marca na

historia com suas atitudes negativista e 10% diz não usar estratégias são estes os professores que

continuam a marcar o corpo da Educação Física, o autor Moreira (1995) vem a confirmar que: A

Educação Física assim concebida revela toda a sua tradição cultural carrega todos os signos

tatuados em sua trajetória historia, estando, portanto, com seu corpo atravessado por marcas, por

estigmas que deveriam ser removidos na transcendência epistemológica de nos olhares-

conhecimentos.

Assim podemos verificar que os professores estão preocupados em mudar suas estratégias

quando necessário para atender seus alunos, mas 60% informam que nem sempre conseguem

favorecer a todos, 20% diz que não e 20% sim; conseguem favorecer a todos, No discurso dos

professores encontramos que estes sentem muita dificuldade, que aquilo que pensava que ia dar

certo acaba não dando, este é um dos grandes desafios dos professores, relato do professor dez

“na verdade descobri que nunca vou conseguir agradar a todos...”. Buscando em Carvalho

(2000), o crescente número de profissionais que tem questionado sua própria pratica, insatisfeito

com o desempenho do sistema escolar.

Na tentativa de verificar a participação dos alunos no processo de inclusão, verificamos

que apenas 20% colaboram com a inclusão enquanto 30% não colaboram e 50% às vezes

colaboram. Estes dados nos dão indícios de que o comportamento encontrado decorre das

características de transição e adaptação desta fase da vida em particular que envolve alterações

profundas e radicais que são elas: alterações físicas, cognitivas, sociais e emocionais. Da mesma

opinião Piaget, (1972), e Betti e Zulian (2002) vêm a confirmar que: buscam o aperfeiçoamento

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242

em habilidades especificas e aprendizagem de habilidades mais complexas sendo assim estão

preocupados em seus interesses particulares e muitas das vezes não de ajudar seus colegas.

Ao depararem com a afirmação “Um dos principais agentes de transformação para mudar

esta realidade é do professor!”, 90% dos professores consideram que sim sendo um dos agentes

de transformação, mas não o único, pois envolve toda comunidade escolar, família e

sociedade.Buscando em autos, vem confirmar o que diz os professores que apurado nas

entrevistas, Carvalho (2000) diz: A participação da família é da maior relevância não só como

fonte de informações e esclarecimentos, como para o processo decisório quanto ao atendimento

educacional escolar recomendado e a qualidade da comunidade escolar inclui, além dos

professores, a direção da escola e todos os que nela trabalham na infra-estrutura.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término desta pesquisa nos aproximamos de algumas considerações que passamos a

relatar:

Nos depoimentos obtidos neste trabalho permitiram obter algumas respostas. Assim

constatou-se que a prática vem sendo desenvolvida bem diferente do que a teoria, evidenciando

um despreparo dos professores para lidar com a diferença, não apresentando um grau de

desenvolvimento suficiente para que possam desempenhar um papel tão fundamental com base

na sua formação que está em muitos pontos ficou a desejar. A disciplina Educação Física

Adaptada foi considerada falha no momento de seu aprendizado, sendo que 20% destes

entrevistados em sua formação não cursaram a referida disciplina, informando a necessidade de

capacitação para estes profissionais. As trajetórias identificadas revelaram que os professores são

limitados, a nível de conhecimento específico, mas buscam estratégias para melhorar a sua

atuação, mesmo com essa visão de tomada de atitude e sente despreparados para lidar com as

diferenças.

Com estes problemas encontrados cotidianamente na sua prática verificamos que ainda

existe motivação por parte dos professores para tentar cada dia mais achar uma estratégia nova

que seja conveniente com sua realidade ampla de diferença dentro de sua turma, ficando claro

que hoje em dia o professor conhece e reconhece nas diferenças a necessidade de um trabalho

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243

diferente que consiga englobar a todos. Sendo assim o professor já apresenta mudança de

comportamento, mas ainda busca subsídios para que essa pratica fique completa, ressaltasse a

necessidade de colaboração mútua de toda comunidade escolar, família e sociedade para que

consigam chegar em um final adequado.

Pensando na melhoria da qualidade de ensino sugere-se uma reestruturação dos programas

de formação e uma capacitação para os profissionais que atuam no Ensino Fundamental, a partir

das preocupações, problemas ou dificuldades demonstradas pelos professores. Nesse sentido a

reestruturação nas disciplinas acadêmicas e capacitação dos professores estará contribuindo para

que estes prossigam com seus alunos com um melhor aproveitamento educacional, satisfação

pessoal e profissional.

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247

ANEXO 1

Roteiro da entrevista

1- Qual sua formação? Licenciatura ou Bacharel? Há quantos anos é formado e há quantos anos

atua com Educação Física Escolar?

2-Na sua graduação você teve a disciplina Educação Física Adaptada? Foi satisfatório o

conteúdo para sua atuação?

3- A nível educacional, você considera que a inclusão esta acontecendo satisfatoriamente ou

ainda falta alguma coisa?

4-Você já leu os PCNs? Utiliza-o como proposta pedagógica em seu planejamento escolar?

5-Em suas aulas tem ou já teve alunos com necessidades educacionais? Você utiliza estratégias

para inclui-lo no contexto da aula?

6-As estratégias escolhidas em suas aulas favorecem a todos?

7-Durante as aula os seus alunos colaboram com a inclusão dos alunos com necessidades

educacionais? De que forma? Comente?

8- “Um dos Agentes de transformação para lidar com as diferenças depende primeiramente do

professor!”.Concorda? Comente?

ANEXO 2: transcrição da entrevista

Professor 1:

1- Eu sou formado hein é Educação Física Licenciatura é Educação Física na universidade

de São Carlos, 2 anos em licenciatura e 1 ano em bacharelado, completou o segundo que

sou formado e dois anos também que tou dano aula.

2- Tive.Ajudou bastante acho que foi satisfatório.

3- Há sempre falta né mas mais satisfatoriamente ta acontecendo.

4- Já. Eu utilizo no meu planejamento sim utilizo nas minhas aulas algumas coisas.

5- Eu acredito que todos tem uma necessidade educacional uns mais outros menos.Eu

procuro diversificar os conteúdos pra abranger todos os interesses, dificuldades e tentar

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trabalhar com aluno i i tentar assumir a dificuldade naquele conteúdo com humildade e ter

o interesse pra atender aquilo.

6- Favorecem mas nunca todos conseguem participar igual a todos eu tento trabalhar cum

cum cada um i i e eu também tento diversificar os conteúdos essas são as as estratégias.

7- Alguns não colaboram a grande maioria colabora mas sempre tem aquele aque quer

participar sozinho então dão uma zuada pra vê se ele para de jogar pra ele jogar sozinho.

8- Há com certeza é do professor, parti dele ele ta ali como mediador do conhecimento parte

do professor, mas o aluno tem que ajudar porque só o professor com aquela turma fica

difícil então ele tem que ganhar o respeito para que ganhe autonomia com os outros.

Professor 2:

1-Eu sou graduado em Educação Física, quando eu fiz era juntos,eu não entendia muito bem a

diferença entre bacharel e licenciatura foi tudo junto não tinha uma divisão, me formei em 91,

9,16 anos isso né? Estou atuando há cinco anos apenas cinco anos.

2-Não. Com esse nome não tinha didática de ensino, alguns comentários como poderia dar aula

mas com esse nome não. A minha formação na na faculdade foi muito pratica nesse sentido sim

não tive muita teoria na faculdade.

3- Eu dou aula no estado, a nível de estado é é falta tudo tudo a nível de estrutura física, material

adequado, profissionais qualificados e o números de alunos essas são as dificuldades encontradas

quando você pensa em montar uma aula pra incluir.

4- Eu li trechos dos PCNs, principalmente quando agente vai se preparar prum concurso, mas na

verdade com a intenção de preparar a aula nesse sentido não. Agente utiliza pra ficar bunitinho no

papel isso a gente faz é quando eu to ministrando a aula eu não penso que aquilo veio no PCN,

mas pra elaborar o projetinho que vai pra direção sim.

5-Agente tem vários alunos acima do peso eu considero isso uma necessidade educacional isso é

difícil de ser trabalhado por causa do preconceito. Eu considero que sim tento fazer algumas

atividades é muito difícil pelo numero de alunos mas acho que tenho conseguido.

6-Normalmente sim pelo menos a proposta sim nem sempre é possível pois cada um é cada um,

são individualista e a proposta é de incluir a todos.

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7-Em uma situação normal não são bem individualista é mas quando a gente induz a eles uma

colaboração acontece mas não é uma coisa normal.

8-Concordo sim é uma ação de atitude quando você pretende que as pessoas se respeitem você

mesmo precisa respeitar entender essas pessoas a partir deste momento você poderia talvez

inclui-lo de alguma forma agora se você já tem esse preconceito fica difícil.

Professor 3:

1- Formado em Educação Física, Bacharel e Licenciatura, formado a 5 anos atuo a 7 anos.

2- Tive. Não muito

3- Falta muita coisa porque não é todos os cursos que essa disciplina é oferecida nos cursos

falta muita coisa ate chegar em um nível satisfatório.

4- Não. Não.

5- Sim. Às vezes

6- Quase sempre.

7- As vezes os alunos ajudam os outros que estão tendo dificuldade mas não é sempre não

pois dão risadas fazem chacota e acabam ate complicando mais que o normal.

8- Há sem duvida nenhuma o professor esta embasado teoricamente ate mesmo na pratica e

já tem uma vivencia ele vai intermediar o que ele vai encontrar em seu dia a dia

intervindo no seu grupo.

Professor 4:

1- Sou profissional de Educação Física Bacharel e Licenciatura sou formado há 3 anos, atuo

há 2 anos.

2- Sim. Foi

3- Ainda falta alguma coisa.

4- Não. Não

5- Sim. Sim

6- Sim

7- Nem sempre, às vezes colaboram outras não eee tiram saro do aluno deixando os outros

ser escolhidos por ultimo.

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8- Concordo.Porque é a partir do professor que ocorre às mudanças com os outros alunos.

Professor 5:

1- Licenciatura em Educação Física, formado há 2 anos atuo 2 anos também.

2- Não.Essa disciplina tive um pouco na matéria Educação Física escolar, mas nada

especifico, no geral acaba favorecendo alguma coisa as adaptações que utilizamos com

alguns alunos e outras coisas que vamos buscando mas deixou a desejar.

3- Primeiro a gente tem que entender o que quer dizer com a inclusão se quer enfocar o

aluno na escola se temos alunos com necessidades educacionais isso acontece diferentes

series, idades estão eles lá, mas se estão incluídos isso ninguém sabe.

4- O de Educação Física já. Pouco o planejamento é influenciado nos PCNs, porque tem

leituras, trabalhos sobre isso ai mas não tenho base só sobre isso ai.

5- Tem diversos alunos deficientes físicos e tem também aqueles que não são tão excluídos

que participam das atividades dentro das possibilidades deles e possuem aqueles obesos

menos habilidosos que são mais excluídos do que os deficientes. Todos os alunos eu tento

inclui-lo no momento da aula, muitos ficam de fora nem sempre você tem a garantia da

inclusão da participação da aula. A maior dificuldade minha é com os menos habilidosos.

6- Não. Eu tento incluir a todos mas eu particularmente sinto esta dificuldade, uns não

querem fazer porque não tem habilidade outro porque não gosta, outro porque ficam

zoando, tento usar algumas estratégias.

7- Eles ajudam bastante para inclusão dos deficientes, aceitando as mudanças de regras,

possibilitam na hora de jogar sempre que é necessário, eu percebo que não lidam

igualmente com os menos habilidosos não tem a mesma sensibilidade que tem com os

deficientes físicos.

8- Depende muito do professor, mas primeiramente a principio da escola que tem que ter

uma filosofia e um grupo trabalhar coletivamente a conseguir o Maximo de inclusão

porque o professor de Educação Física sozinho não vai conseguir mudar, a cooperação,

ajuda tem que ser de um todo da diretora, faxineira, merendeira etc...

Professor 6:

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1- Eu sou Bacharel em Educação Física me formei em 2003 há 4 anos e atuo faz 2 anos.

2- Tive. Não

3- Na minha opinião falta muita coisa pra ela começar.

4- Li por conta própria não foi porque pediram na faculdade.Eu procuro utilizar.

5- Se agente for pensar que necessidades educacionais são crianças acima do peso com

dificuldades motoras sim nos temos muitos. Sim na medida do possível eu tento fazer que

elas não se sintam excluídas pelas dificuldades que tem, tendo inclui-las de uma forma

natural pra que elas não percebam que estão sendo feitas.

6- Eu tento fazer que favoreçam, mas claro que as vezes aquilo que a gente pensou que ia

dar certo acaba não dando.

7- Eu percebo que hoje a ajuda desses para os que tem necessidades é bem melhor de anos

pra cá, tentamos trabalhar de uma forma que essas diferenças sejam minimizadas hoje

agente percebe aqui no colégio que aqueles que apresentam menos dificuldades

favorecem aqueles que possuem mais dificuldades.

8- Primeiramente do professor? Um... sim mas não unicamente do professor porque se

agente for ver a inclusão vai acontecer quando toda escola estiver voltada para inclusão,

toda comunidade estiver voltada para isso. Porque? Por que se a agente for pensar ao

bairro, uma escola de um bairro periférico em fim a criança precisa de transporte mas se a

prefeitura não oferece então a criança não vai a escola, então ao meu ver a inclusão

começa muito antes do professor.

Professor 7:

1- Formado em Educação Física Bacharel há um ano, estou atuando com Educação Física

Escola há um ano também.

2- Tive. Foi bem satisfatório deu muitos caminhos.

3- Bom pelo menos aqui no colégio esta acontecendo.

4- Já. Mais ou menos.

5- Tem. Utilizo sim.

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6- Sim.Favorecem tanto aqueles que não possuem ou aqueles que te mais, no começo todos

trabalham juntos depois da uma dividida pra quem sabe mais aperfeiçoar e quem sabe

menos melhorar.

7- Colaboram sim. Apóiam os amigos dão uma força verbal, moral eee apóiam uns aos

outros.

8- Concordo plenamente porque o professor tem que ter bastante sensibilidade ele consegue

levar a turma conscientiza indiretamente e tira um rendimento legal de todos.

Professor 8:

1- Licenciatura Plena em Educação Física. Há 1 ano me formei, eu atuo com Educação

Física Escolar a 3 meses como substituta eventual.

2- Sim. O conteúdo serviu como um guia teórico e pratico para ação pedagógica, abordando

métodos, meios e formas di di trabalhar para o processo de ensino- aprendizagem da

Educação Física na na escola.

3- Falta muita coisa. A Educação Física precisa desenvolver programas educacionais que

estimulem as crianças dentro de um processo organizado e sistematizado. Com a inclusão

elas poderão adquirir conhecimentos fundamentais para seu adequado conhecimento.

4- Sim.Não utilizo.

5- Sempre tem. Sim, utilizo estratégias quanto a mudança de regras dos jogos, adaptações

das atividades, contribuindo para que todos possam participar sim sem serem excluídos.

6- Nem sempre, pois tento utilizar estratégias que diversifiquem as aulas, como por exemplo,

atividades recreativas, e e cooperativas, tentando desenvolver todas as potencialidades dos

alunos.

7- Eu tento proporcionar atividades que estimulem a inclusão de todos, por exemplo,

escolher formas diferentes na hora de escolher times 1,2,1,2, por cores: time azul e

amarelo. Por que se deixar para os alunos escolherem, alguns acabam excluídos os menos

habilidosos, mais gordinhos.

8- Concordo.Apesar das propostas educacionais das escolas, o professor é sim o primeiro

agente na transformação das diferenças, preparando o individuo para a escola e para a

vida. E é através desse educador que a Educação Física tem um papel tão importante neste

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desenvolvimento, contribuindo no fortalecimento do corpo, melhorando a saúde,

proporcionado o desenvolvimento de habilidades úteis para a vida diária e influenciando

na formação de qualidades morais e sociais da personalidade.

Professor 9:

1- Bacharel em Educação Física sou formada há 3 anos e atuo com educação Física Escolar

a seis meses como professora substituta eventual.

2- Sim. Posso dizer que na teoria foi satisfatório, mas quando vamos a pratica percebemos

que são formulas bem resolvidas, mas que não se encaixam na pratica.

3- Ela esta caminhando, mas falta muita coisa principalmente dos profissionais da educação.

4- Não. Posso ate utilizar sem saber o que é, na minha formação posso se falava sobre os

PCNs.

5- Sim. Tento utilizar e tentar que realizem a proposta, mas as vezes é como dar um tiro no

escuro são classes muito heterogêneas.

6- Não. Ainda não descobri uma estratégia pra que isso aconteça sempre tem um grupo que é

mais favorecido que o outro, este é um dos grandes desafios de todos os professores que

converso.

7- Depende às vezes sim outras não. Se gostarem da aula daí esquecem os menos habilidosos

os gordinhos não querem nem saber, mas quando a atividade é chata dai sim ajudam.

8- Sim. Somos um dos agentes de transformação, mas não depende apenas de nos e sim de

toda escola, comunidade, família, cidade. É um trabalho de formiguinha, de tartaruga.

Professor 10:

1- Bacharel em Educação Física me formei há 2 anos, há um ano e meio.

2- Sim, foi bem simples, deu a base para deficientes visuais, físicos, auditivos não se

aprofundou muito.

3- Falta muito, os professores e a estrutura física tem muito há melhorar, mas acredito que

estamos no caminho.

4- Não todo, alguma coisa, procuro tirar algo também dos mesmos.

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5- Sim, hoje em dia isso é muito comum, temos que adaptar nossa aula para torna-la mais

criativa e prazerosa.

6- Acredito que sim, na verdade descobrir que nunca vou conseguir agradar a todos, mas na

maioria das aulas a maioria dos alunos gostam das estrategias da aula.

7- Na maioria das vezes sim, auxiliando os colegas na dificuldade, ajudando a fazer, realizar

o trabalho.

8- Sim, mas não primeiramente o professor, é um conjunto de fatores, e o professor é incluso

neste trabalho.Os alunos, a escola, a direção e os pais também colaboram com isso.