inclusÃo a partir da prÁtica equoterÁpica: a

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – CAMPUS CUIABÁ DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO VALÉRIA BERGAMINI LEITE INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA Cuiabá - MT Outubro 2009

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Page 1: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – CAMPUS CUIABÁ

DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

VALÉRIA BERGAMINI LEITE

INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:

A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 2: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – CAMPUS CUIABÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E

TECNOLÓGICA INCLUSIVA

VALÉRIA BERGAMINI LEITE

INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:

A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA

Cuiabá - MT

Outubro 2009

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Ficha Catalográfica LEITE, Valéria Bergamini INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A EXPERIENCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA Cuiabá -MT, 2009 Total de folhas: 64 páginas BORGES, Eduardo Sales Machado Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá Trabalho de Conclusão Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva

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VALÉRIA BERGAMINI LEITE

INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:

A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização em Educação Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá, como exigência para a obtenção do título de Especialista.

Orientador(a): Prof. Dr. Eduardo Sales Machado Borges

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 5: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

VALÉRIA BERGAMINI LEITE

INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:

A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Profissional e

Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: ____________________

______________________________________________

Prof. Dr. Eduardo Sales Machado Borges (Orientador)

_____________________________________________

Prof. Dr. Michel Cardoso de Angelis Pereira (Co-orientador e Membro da Banca)

_____________________________________________

Prof. Jorge Luiz Baumgratz (Membro da Banca)

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 6: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

DEDICATÓRIA

Dedico a Deus, aos meus familiares, em

especial a minha mãe (in memorian), aos

meus amigos, aos praticantes e a equipe

do Centro Equoterápico do IFSEMG

Campus Barbacena e, principalmente a

todos que contribuíram para a conclusão

deste trabalho.

Page 7: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

AGRADECIMENTOS

Ao orientador, Prof. Dr. Eduardo Sales Machado Borges e, ao co-

orientador, Prof. Dr. Michel Cardoso de Angelis Pereira, pela ajuda, dedicação e,

sobretudo, pelo incentivo.

À minha mãe Maria Luiza Grissi Bergamini (in memorian), que me

ensinou que as pessoas simples são as mais importantes.

Aos meus familiares e amigos pelo carinho e apoio.

Ao Diretor do IFSEMG- Campus Barbacena, José Roberto Ribeiro

Lima, que me incumbiu desta função.

Ao Gestor do Programa TECNEP/MEC, Prof. Franclin da Costa

Nascimento, que incentiva o processo de Inclusão no Brasil, promovendo

investimentos e divulgando projetos como este.

Aos praticantes de equoterapia e seus familiares, por toda alegria

que nos tem proporcionado, contribuindo, a cada dia, para a consecução deste

sonho.

À equipe multidisciplinar, em especial, ao idealizador e coordenador

do Projeto de Equoterapia o IFSEMG- Campus Barbacena, Professor Jorge Luiz

Baumgratz, pela dedicação e profissionalismo.

Ao progenitor da Equoterapia no Brasil, Coronel Lélio de Castro

Cirilo, presidente da ANDE/BRASIL.

Ao Professor Fábio Ferreira da Silva e aos estagiários do Núcleo de

Informática Ronie Miranda Martins e Augusto Henrique Teixeira, que contribuíram

imensamente para a apresentação e divulgação deste.

Aos integrantes e voluntários que compõe o NAPNE.

Aos professores da banca, pela disponibilidade e paciência.

Aos coordenadores do Curso de Especialização, pela oportunidade.

A todos que indiretamente contribuíram para a conclusão desta

pesquisa.

Page 8: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

É preciso que as escolas ensinem as crianças a tomar consciência dos seus

sonhos! A segunda tarefa da educação é ensinar a conviver. A vida é

convivência com uma fantástica variedade de seres, seres humanos, velhos,

adultos, crianças, das mais variadas raças, das mais variadas culturas, das

mais variadas línguas, animais, plantas, estrelas... Conviver é viver bem em

meio a essa diversidade. E parte dessa diversidade são as pessoas

portadoras de alguma deficiência ou diferença. Elas fazem parte do nosso

mundo. Elas têm o direito de estar aqui. Elas têm direito à felicidade. (Rubem

Alves)

Page 9: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

RESUMO

A nova concepção de políticas públicas direcionadas pelo Governo Federal, que enfatiza a inclusão de todos no contexto educacional, tem promovido meios que contribuem para este fim. No entanto, a quantidade de matrículas na Rede Regular de Ensino ainda é relativamente baixa. Assim, referendando a necessidade de implementar estratégias que revertam este quadro, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena (IFSEMG- Campus Barbacena), com o apoio do MEC/SETEC/TECNEP, implantou o Núcleo de Equoterápia. Neste contexto esta pesquisa, tem o objetivo de analisar a Equoterapia como uma prática que fomenta a inclusão social de pessoas com necessidades especiais, considerando que este método educacional, em que se utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, busca o desenvolvimento biológico, psicológico e social do praticante. Neste sentido, realiza-se uma discussão teórica sobre a vinculação entre a Equoterapia e o processo de socialização, com base nos dados coletados entre os praticantes. Assim, o presente trabalho referenda, inicialmente, a inclusão social, como referencial histórico ao contexto educacional inclusivo. Posteriormente, relata-se a experiência do IFSEMG- Campus Barbacena, no que diz respeito à extensão educacional refletida no Projeto de Equoterapia. Por fim, com base nos estudos realizados, a partir de levantamentos bibliográficos, acrescido dos dados coletados, menciona-se as considerações sobre a Equoterapia como uma prática que efetivamente contribui para o processo de inclusão em seu aspecto geral. Constitui, assim, de uma técnica extra-curricular coadjuvante, que colabora para o aperfeiçoamento do processo pedagógico inclusivo, oportunizando o acesso ao contexto social.

Palavras-chaves: Equoterapia, inclusão, educação

Page 10: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

ABSTRACT The new concept of public politics directed by the Federal Government emphasises the inclusion of all people in the educational context and it has promote means to this end. Notwithstanding the amount of enrolment in the Rede Regular de Ensino is still relatively very low. Thus, the Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena (IFSEMG- Campus Barbacena) has strategies to improve this situation. This institute along with the MEC/SETEC/TECNEP implanted the Therapeutic Riding nucleus.In this context the research has the main goal of analyze the Therapeutic Riding as a practice that promote the social inclusion of handicaped people, regarding this method with horses in an wellrounded aspect,and it promotes the biological,psicological and social development of the handicaped people.The goal of this research is to talk about the link between the Therapeutic Riding and the process of socialization,regarding the data gather with the practicing people of this study.In this manner this work talks about the social inclusion regarding the historical referential to the context of educational inclusion.Later, it recites the experience of IFSEMG- Campus Barbacena,regarding the educational extension pondered in this project.Eventually in keep with the data and the bibliography there is a mention to the Therapeutic Riding as a practice that effectively contributes to the inclusion process as a whole.It is constitute of an extra curriculum tecnique that helps the improvement of inclusive pedagogic process and optimizing the access to the social context.

Keywords: Therapeutic Riding /Equitherapy, inclusion, education

Page 11: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Complexo Biopsicosocial: Áreas de Aplicação da Equoterapia............................. 27 Figura 2: Análise da evolução biopsicosocial dos praticantes de Equoterapia, como fator motivacional para a Inclusão.............................................................................................

28

Figura 3: Distribuição Biopsicosocial por área de Aplicação, provenientes da prática Equoterápica....................................................................................................................

29

Figura 4: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...........................

30

Figura 5: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009. ..........................

32

Figura 6: Percentual de evolução, dos praticantes, que apresentaram limitação, frente aos aspectos sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...................................

35

Figura 7: Percentual de evoluçãodos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009....................................

37

Figura 8: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...........................

39

Figura 9: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos Pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009..........................

41

Figura 10: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...........................

43

Figura 11: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação,frente aos aspectos Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009..........................

45

Page 12: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Aplicações do Método Equoterápico por Área ....................................................... 26

Tabela 2: Avaliação dos Aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008..........................................................................................................

30

Tabela 3: Avaliação dos aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009...........................................................................................................

32

Tabela 4: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008...................................................................................................................................

34

Tabela 5: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009...................................................................................................................................

36

Tabela 6: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008............................................................................................................

38

Tabela 7: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009..........................................................................................................

40

Tabela 8: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009..........................................................................................................

43

Tabela 9: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009..........................................................................................................

44

Page 13: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO/OBJETIVO............................................................................ 14

2 REFERENCIAIS TEÓRICOS......................................................................... 15

2.1 Definições sobre Inclusão ............................................................. 15 2.2 Fundamentação histórica da Inclusão ........................................... 16 2.3 População e demanda de pessoas com necessidades especiais

nas escolas ...................................................................................................... 19

2.4 A Equoterapia como ferramenta para a Inclusão ......................... 20

3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 24

3.1 Instalações Físicas ....................................................................... 24 3.2 Atividade Equoterápica.................................................................. 24 3.3 Coleta e análise de dados.............................................................. 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 27

4.1 Aspecto Psicológico ....................................................................... 29 4.2 Aspecto Social................................................................................ 34 4.3 Aspecto Pedagógico ..................................................................... 37 4.4 Aspecto Fisioterápico .................................................................... 42 4.5 Dimensão Psicopedagógica .......................................................... 45

5 CONCLUSÃO................................................................................................. 48

7 RECOMENDAÇÕES...................................................................................... 50

6 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 51

APÊNDICE ...................................................................................................... 55

ANEXO ........................................................................................................... 58

Page 14: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

14

1 INTRODUÇÃO/OBJETIVO

O processo de inclusão social, ainda incipiente em âmbito mundial,

dissemina a igualdade de direito a todas as pessoas, independente de raça, etnia e

religião, visando propiciar a aquisição de melhor qualidade de vida ao cidadão.

Neste sentido, inúmeros movimentos tem sido implementados

almejando propagar a prática inclusiva. Sabe-se que, nesta esfera, a Rede Regular

de Ensino é considerada um ambiente democrático, que visa, sobretudo, propiciar a

promoção pessoal e o ingresso em atividades consideradas socialmente produtivas,

promovendo, assim, a acessibilidade em seu aspecto global, nos mais diferentes

meios.

Assim, ao propor-se a viabilização de métodos que favoreçam a

progressão no que tange à perspectiva da ascensão humana, com o intuito de

oferecer condições que fomentem a inclusão social, o Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena

(IFSEMG - Campus Barbacena), ciente de sua responsabilidade e conivente com a

tendência educacional centenária, como a primeira Escola Agrícola do País,

investiu, com o apoio do MEC/SETEC/TECNEP, em um método multidisciplinar,

denominado equoterapia.

A adoção deste mecanismo pretende contribuir para promover o

acesso e minimizar as dificuldades do aluno com necessidades especiais, à rede

regular de ensino e, conseqüentemente, no mercado de trabalho, consolidando

assim o compromisso de efetivamente cumprir a missão com a sociedade.

Partindo-se do principio de que a Equoterapia é um viés norteador

no processo de socialização, este projeto pretende, intrinsecamente, contribuir para

a inclusão de pessoas com necessidades especiais, no contexto social.

Nesta perspectiva, o presente trabalho objetiva analisar a atividade

equoterápica desenvolvida no Núcleo de Equideocultura do IFSEMG - Campus

Barbacena, como uma prática que fomenta a inclusão social de pessoas com

necessidades especiais, principalmente no que tange à Rede Regular de Ensino.

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15

2 REFERENCIAIS TEÓRICOS

2.1 Definições sobre Inclusão

A denominação de inclusão social adquiriu conceituação

evolucionista, onde “a dimensão histórica da palavra está relacionada a um

movimento internacional de conquistas, para alcançar um lugar em uma sociedade

extremamente eivada de mitos, preconceitos e discriminações” (AZEVEDO, s/d).

À luz da atual legislação, quanto ao conceito de Inclusão, o Parecer

do Conselho Nacional de Educação (CEB), número 17, regulamentado em 3 de

julho de 2001, exprime bem:

Entende-se por inclusão, a garantia a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida (BRASIL, 2001, grifo nosso).

Enfatiza-se, anteriormente, a palavra todos, considerando que o

referido Parecer faz alusão ao Principio Constitucional da Igualdade, conforme

prescreve o caput do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988: "Todos são iguais

perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e

aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a igualdade, a

segurança e a propriedade" (BRASIL, 1988).

Assim, a concepção de Inclusão referenda a todos os segmentos

sociais, e não somente às pessoas com deficiência. Ou seja, não faz acepção de

pessoas, considerando origens étnicas, sociais e/ou religiosas, dentre outras.

Em outras palavras, segundo Gallie e Paugam (2002), inclusão é o

processo que viabiliza o acesso às oportunidades e “à participação plena na vida

econômica, social e cultural, permitindo usufruir de um nível social considerado

aceitável”.

Page 16: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

16

2.2 Fundamentação histórica da Inclusão

A organização da sociedade humana é sinalizada por um processo

contínuo de evolução, considerando fatores econômicos e, principalmente, sócio-

culturais. Nesta esfera, a Inclusão Social, se estruturou, simultaneamente, contra

práticas de segregação, exclusão e diversidade.

Baseado na perspectiva mencionada, a inclusão enuncia diversas

correntes de pensamentos e idéias, sendo o hegemônico considerado como seu

marco referencial. Progressivamente, de acordo com Mendes (2004) apud Santos

(2009):

Os movimentos sociais pelos direitos humanos se intensificaram e, basicamente, na década de 1960, conscientizaram e sensibilizaram a sociedade sobre os prejuízos da segregação e da marginalização de indivíduos de grupos com status minoritários.

Desta forma, a sociedade inclusiva nasce do somatório de

pequenas, porém inúmeras, práticas sociais de inclusão, em uma gigantesca rede

que se expande em âmbito mundial, onde fatores culturais colaboram para o

emergir de uma nova consciência social (PUC, 2001).

A partir da referendada sensibilização, a sociedade evoca a

dimensão estrutural desta prática como uma necessidade emergencial, numa

tentativa de garantir a qualidade de vida a todos os cidadãos.

Fundamentalmente, a Declaração Universal Dos Direitos Humanos,

adotada e proclamada pela resolução 217A(III), da Assembléia Geral das Nações

Unidas, em 10 de dezembro de 1948, em seu Artigo 2º rege:

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição (ONU, 1948).

Em síntese, a Declaração determina que todos têm direito a vida,

liberdade, educação, alimentação, saúde, habitação, propriedade, participação

política e lazer.

Page 17: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

17

Nesta perspectiva, a inclusão social trouxe um novo paradigma para a sociedade, capaz de impulsionar este processo crescente de conquistas dos direitos fundamentais por aqueles que sofreram alguma forma ou algum nível de exclusão, criando assim indivíduos e/ou comunidades vítimas de marginalização, alienação ou inacessibilidade aos bens comuns da sociedade (DIST, s/d).

Desta forma, grupos vulneráveis, como pequenas etnias, pessoas

com algum tipo de deficiência, pobres, analfabetos, idosos, comunidades rurais e

indígenas, passaram a ser alvo de políticas públicas, numa tentativa de minimizar

as drásticas conseqüências da exclusão.

Para difundir estes movimentos em prol da inclusão, foram

impulsionados, com a promulgação da Declaração de Salamanca (1994), resultante

da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, que referenda

escolas regulares como “os meios mais eficazes de combater atitudes

discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade

inclusiva e alcançando educação para todos.” (UNESCO, 1994).

Ações como esta emergiram na década de 90, a partir de um

movimento denominado Inclusion International, compreendido como uma

organização cujo regimento se fundamenta nos aspectos humanitários, baseado em

valores comuns de respeito à diversidade humana, compreendendo o tripé: direito,

solidariedade e inclusão.

Complementando, como referenda o portal Educación inclusiva

(2009), proveniente dos países da América Latina e Caribe, a educação inclusiva

tem sido reconhecida internacionalmente como a melhor maneira de oferecer

educação aos filhos de um país, e conseguir educação para todos, porém juntos.

Alavanca-se, então, uma das dimensões do processo de inclusão

social, que é o processo de Educação sob uma perspectiva Inclusiva. Neste

contexto, conforme mencionado, sabe-se que a escola é uma das Instituições mais

democráticas, onde se difunde meios para o individuo vincular-se à sociedade.

Nesta esfera, Brito (2009) salienta que a escola regular, dentro de uma visão inclusiva, ainda incipiente no país, proporciona à pessoa especial o meio de desenvolver-se na diversidade:

o princípio da inclusão passa então a ser defendido como uma proposta da aplicação prática ao campo da educação de um movimento mundial, denominado inclusão social, que implicaria a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos (MENDES, 2006).

Page 18: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

18

Em síntese “o movimento mundial pela educação inclusiva é uma

ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de

todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de

discriminação” (MEC/SEESP, 2008).

Nesta perspectiva, o Governo Brasileiro tem adotado programas

para fomentar a inclusão social, a partir dos direitos básicos da população, como o

acesso à alimentação, educação, saúde, habitação e cultura. Além disso, conforme

o Ministério da Ciência e Tecnologia, tem incentivado e deliberado recursos para

fomento e apoio à pesquisa, à inovação e à extensão tecnológica para o

desenvolvimento social (MCT, s/d).

No que diz respeito às pessoas com necessidades especiais, a

Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, no artigo 2º, determina que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (MEC, 2001).

No entanto, para se garantir a qualidade exigida, conforme rege a

legislação vigente, é necessário adequar o contexto educacional, com o intuito de

proporcionar o atendimento à diversidade humana, como reporta a Organização

Internacional sobre Inclusão:

Todas as crianças e jovens do mundo, com suas potencialidades e limitações, com suas esperanças e expectativas, tem direito a educação. Não são os sistemas educativos que tem direito a certo tipo de alunos. É por isso que o sistema educacional de um pais deve-se ajustar para satisfazer as necessidades de todos (LINDQVIST,1994, tradução nossa).

Em conformidade com estas considerações, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os

sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e

organização específicos para atender às suas necessidades (MEC/SEESP, 2008).

Neste sentido, o MEC/SEESP (2008) caracteriza a educação

inclusiva como “um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos

humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis”.

Especificamente, o Governo brasileiro tem promovido programas de

inclusão social, no que diz respeito ao acesso à Modalidade de Ensino

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19

profissionalizante, proporcionando, assim, a qualificação para o mercado de

trabalho, baseando-se na seguinte prerrogativa:

Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser auxiliados no sentido de realizarem uma transição efetiva da escola para o trabalho. Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente ativos e provê-los com as habilidades necessárias ao cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades que correspondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias adequadas de treinamento, incluindo experiências diretas em situações da vida real (UNESCO, 1994).

Nesta esfera, cabe mencionar o Programa “Educação, Tecnologia e

Profissionalização para Alunos com Necessidades Educacionais Especificas”

(TECNEP), fomentador do presente objeto de pesquisa, que, segundo sua

denominação, consiste em:

(Um) programa que visa à inserção das Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas nos cursos de formação inicial e continuada, de nível técnico e tecnológico nas Instituições Federais de Educação Tecnológica, em parceria com os sistemas estaduais e municipais, bem como o segmento comunitário (MEC, s/d).

2.3 População e demanda de pessoas com necessidades especiais nas escolas

Entretanto, O Censo Escolar 2006 (MEC/INEP, 2007) relata que, de

cada 100 matriculas na Modalidade de Ensino Profissionalizante nível básico,

oferecido pela Rede Regular de Ensino, aquelas relacionadas a Pessoas com

Necessidades Especiais não ultrapassa 1%, enquanto que, para o mesmo público,

na Modalidade de Ensino Especial, este percentual é, portanto, superior a 99%.

Mendes, E., (2006), em conformidade com o Censo Escolar 2006,

reitera que a demanda pela Rede Regular de Ensino ainda é insuficiente:

A grande maioria dos alunos com necessidades educacionais especiais encontra-se hoje fora de qualquer tipo de escola, o que configura muito mais uma exclusão generalizada da escola, a despeito da anterior retórica da integração e/ou da recente proposta de inclusão escolar (MENDES, 2006).

Referendando a necessidade de implementar estratégias que

revertam este quadro, no que tange principalmente à agregação da Rede Regular

Page 20: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

20

de Ensino, o TECNEP deliberou recursos e implementou, nos Institutos Federais de

Educação, Ciência e Tecnologia (IFET’s), o Núcleo de Atendimento a Portadores de

Necessidades Especiais (NAPNE), cujo objetivo visa “disseminar na instituição a

cultura da "educação para a convivência", aceitação da diversidade, e

principalmente, buscar a quebra às barreiras arquitetônica, educacionais e

atitudinais” (MEC, s/d).

Considerando que ainda não há demanda de Pessoas com

Necessidades Especiais (PNE) para os Cursos Profissionalizantes, como viés

norteador à inclusão social, o NAPNE, contando com o apoio do TECNEP, tem

investido em projetos de extensão como, Capacitação de Servidores, Natação

Inclusiva, Basquete sobre Rodas, Inclusão Digital para os discentes do Programa

Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na

Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e a Equoterapia

Os referidos projetos foram fundamentados nos princípios básicos

do Método SIVUS (siglas de palavras suecas, que significam “indivíduo social

desenvolvido da cooperação mútua”), que prega o desenvolvimento de padrões de

convivência por meio de estratégias graduais de inclusão das pessoas com

deficiência, em espaços de uso geral, baseado em interesses comuns (WALUJO,

1993).

2.4 A Equoterapia como ferramenta para a Inclusão

No que tange à prática inclusiva, a Equoterapia é considerada como

um recurso que promove a socialização, o lazer e a interação, estimulando, assim, a

inclusão no contexto escolar. Esta proposição está em conformidade com os

objetivos da prática Equoterápica, definida pela Associação Nacional de Equoterapia

(ANDE):

Um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. (ANDE, s/d)

Ampliando este conceito, Franco (2003) apud Medeiros e Dias

(2002) complementa que a Equoterapia é indicada para casos de “dependência

química, stress, bem como a todos que procuram novas oportunidades de

Page 21: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

21

crescimento, melhoria na qualidade de vida e ainda um melhor equilíbrio, tanto físico

como mental”.

A referida definição permite vislumbrar o alcance pedagógico que a

prática proporciona, uma vez que esta ultrapassa os limites filosóficos para, então,

suplementar uma desenvoltura interdisciplinar. Em outras palavras, explica Haddad

et al (s/d) que, em âmbito educacional, “o uso do cavalo admite diferentes

gradações e metodologias, abrangendo desde a mais simples equitação, como

esporte e entretenimento, até o trabalho de déficits nas habilidades sociais dos

jovens com dificuldades escolares e em situação de risco”.

Neste sentido, a possibilidade de interagir com os cavalos permite

aos praticantes se sentirem úteis e mais confiantes. “A interação com o cavalo,

incluindo os primeiros contatos, o ato de montar e o manuseio final, desenvolve

novas formas de socialização, autoconfiança e auto-estima (ANDE, 1998).

Nesta esfera, quando o praticante é capaz de conduzir o cavalo de

forma autônoma, conforme explica Ramos (2007), o cavalo desafia o cavaleiro a ser

seu líder, o que só é possível através de atitudes firmes e centradas na realidade,

considerando que, obviamente, o cavalo não pode ser controlado somente através

da imaginação.

Sabe-se que estas condições são adquiridas graças à junção de

fatores que a prática da Equoterapia permite. São eles o ambiente natural, a

proposta pedagógica interdisciplinar e a interação entre equipe, familiares e,

principalmente, com o cavalo.

Intrinsecamente, pode-se experimentar no contexto equoterápico, a

contribuição contínua do praticante, orientando a equipe, mesmo que indiretamente,

para a condução do trabalho. Esta estratégia compõe a tendência pedagógica

construtivista, uma vez que o discente atua como parceiro no processo de ensino-

aprendizagem, redefinindo, assim, caminhos concretos a partir de suas

peculiaridades.

Sabe-se que são diversas as dificuldades enfrentadas pelas

pessoas com Necessidades Especiais (PNE) e seus familiares, de se relacionarem

socialmente, pois além das barreiras físicas (tais como rampas de acesso), as

barreiras do preconceito (ditas atitudinais), dentre outros, dificultam sua integração

em sociedade.

Page 22: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

22

Assim, a metodologia empregada na prática equoterápica é

significativa para a superação da dicotomia educação x saúde, pois desenvolve

estratégias para uma proposta pedagógica que considera o sujeito na sua

complexidade.

Neste sentido, conforme o Centro de Equoterapia Canadense -ACEI

(s/d), o método oferece, além da reabilitação, oportunidades de emprego e

competências pragmáticas a respeito da vida para as pessoas com necessidades

especiais.

Em conformidade com este princípio e com as determinações da

ANDE, definiu-se os objetivos da prática Equoterápica, considerando sua aplicação

nas áreas da saúde, educação e sociedade:

• Proporcionar a pessoas com necessidades especiais o

desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando seus limites.

• Em âmbito sócio-educacional, reintegrar o praticante à

sociedade, quando usuário de drogas e violência, contribuindo para

construir os alicerces de cidadania.

• Incentivar a pesquisa, promovendo a divulgação de novas

técnicas em ação interdisciplinar com diferentes profissões.

Além destas finalidades, a intenção também é oportunizar uma

transição amena da sociedade para a escola, vislumbrando o conseqüente ingresso

no mercado de trabalho. Nesta esfera, é importante salientar que a Equoterapia

reúne quatro diferentes modalidades estruturais, denominadas:

• Hipoterapia - Programa essencialmente da área de saúde, onde

o praticante depende de um condutor .

• Educação/Reeducação - Programa que utiliza o cavalo como

instrumento pedagógico, considerando que o praticante tem

condições de conduzi-lo.

• Pré-esportivo - Programa que utiliza o cavalo como instrumento

de inserção social, desenvolvendo atividades de hipismo.

Page 23: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

23

• Prática Esportiva Paraeqüestre – Programa que fomenta

competições paraeqüestres tais como nas paraolimpíadas.

Page 24: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

24

3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Instalações Físicas

Investindo neste método, o IFSEMG - Campus Barbacena,

implantou, nas dependências do Núcleo de Equideocultura, as instalações do

projeto, compostas por uma unidade contendo recepção, sala de fisioterapia e

reabilitação, sala destinada ao atendimento Psicológico e Coordenadoria, e,

principalmente, por duas pistas destinadas ao volteio, sendo uma coberta e dotada

com rampa de acesso e equipamentos lúdicos. O núcleo possui, ainda, dez cavalos,

arreios especiais, equipamentos próprios à equitação e depósito de ração e feno.

O ambiente supracitado localiza-se em uma área extremamente

agradável, florida e esverdeada, onde, além do cavalo, conta-se com a presença de

outros animais, tais como cachorros, coelhos, pássaros, entre outros, o que

contribui, incontestavelmente, para a socialização do praticante, uma vez que

contrasta com os tradicionais centros terapêuticos e hospitais.

3.2 Atividade Equoterápica

Ainda incipiente no IFSEMG - Campus Barbacena, atualmente tem-

se desenvolvido o Programa de Educação/Reeducação, com vistas a ampliá-lo para

a área esportiva. De acordo com Gavarini (1995) apud Freire (1999), este programa

favorece a integração social, pois estimula o contato com outros praticantes, com

seus familiares, com a equipe e com o animal, aproximando-os da sociedade a qual

fazem parte.

Em caráter experimental, as atividades equoterápicas tiveram seu

início, no IFSEMG - Campus Barbacena, em meados de novembro de 2008, sendo

que as sessões ocorrem três vezes por semana, no período matutino, com duração

de cinqüenta minutos, incluindo o tempo de aproximação, monta e encerramento.

Cada aluno, denominado praticante, comparece às sessões após um intervalo de

sete dias entre cada uma destas sessões.

Para o desenvolvimento das atividades, foram firmadas parcerias

com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Barbacena (APAE –

Page 25: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

25

Barbacena) e com o Instituto Maria do Rosário, que cederam alguns profissionais

para integrar a equipe multidisciplinar, composta por médicos, fisioterapeutas,

psicólogos, pedagogos e equitadores, conforme as normas estabelecidas pela

ANDE.

Estes profissionais atuam de forma interdisciplinar, permitindo que

os jovens vivenciem experiências em equipe, proporcionando situações em que se

trabalhe o respeito pelas diferenças, espírito colaborativo e planejamento de

estratégias para resolução de problemas (HADDAD, 2003).

O Projeto Equoterápico ainda oferece oportunidades de monitoria e

estágio para os discentes do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino

Médio e do Curso Técnico em Enfermagem, entre outros, oferecidos pelo IFSEMG -

Campus Barbacena. Conta, ainda, com voluntários, entre estes, funcionários e

alunos, especialmente provenientes do PROEJA, que se dedicam prazerosamente

ao Projeto.

Este processo tem início quando o praticante é introduzido na

atividade equoterápica por meio do “Volteio Terapêutico”, conforme descreve

Haddad et al (s/d): “Durante a sessão, o praticante segue em processo de

aproximação dos recursos e espaços que estará utilizando, até o contato com o

animal, por meio de observação, toque, associações e manejo”.

3.3 Coleta e análise de dados

Este estudo considerou o caráter recreativo educacional das

sessões equoterápicas, onde são inseridas atividades que geram diversidade de

movimentos, tais como relaxamento das mãos, flexão e extensão de punhos, que

contribuem para o aperfeiçoamento motor, influindo, conseqüentemente, na

habilidade da escrita (GRAUP et al, 2006).

Introduziram-se, ainda, materiais no ambiente equoterápico, com o

propósito de desenvolver noções de espaço, tempo e lateralidade. Foram

acrescidos à terapia reforços pedagógicos, por meio da utilização de objetos que

contém letras, números, cores e formas geométricas.

É importante salientar que a evolução proveniente da prática

equoterápica pode contribuir indiretamente para a inclusão social, considerando que

Page 26: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

26

são trabalhadas técnicas que incentivam a elevação da estima, independência,

confiabilidade, fatores estes fundamentais para que o praticante deseje ser incluído.

Tais considerações subsidiaram a elaboração de um instrumento de

acompanhamento e avaliação (Apêndice 1) , tendo como base o “Questionário com

Dados do Praticante”, proposto pela ANDE (Anexo 1), englobando aspectos

biopsicosociais, referindo-se às seguintes áreas e as respectivas aplicações:

Pedagógico aprendizado, leitura, escrita, compreensão;

Social relacionamento educacional, familiar e comunitário;

Psicológico superação de medos e fobias, condições do sono, repertório comportamental, auto-

estima;

Fisioterápico funções sensoriais, equilíbrio, funções motoras, atividades rotineiras

Tabela 1: Aplicações do Método Equoterápico por Área

O referido instrumento foi direcionado aos praticantes ou seus

responsáveis, e aplicado após 20 sessões de Equoterapia para aqueles que

iniciaram as atividades em 2008, e 05 sessões, aproximadamente, para os que

iniciaram as atividades em 2009.

Os dados coletados por meio dos questionários, foram transcritos

em planilhas, tabelados e, após processamento, revertidos em gráficos.

Page 27: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O instrumento de acompanhamento e avaliação (questionário) foi

submetido aos responsáveis e/ou praticantes da Equoterapia, sendo que estes

apresentam idade biológica entre 4 e 30 anos, e necessidades especiais

moderadas, sejam físicas ou mentais.

Dos questionários distribuídos, 19 foram respondidos, sendo 13

entre 20 praticantes que ingressaram em 2009, e 07 entre os 12 que ingressaram

em 2008.

Procurou-se, assim, apurar os dados relativos à inclusão no que

tange ao aspecto biopsicosocial em sua totalidade, considerando que esta é uma

junção das áreas de saúde, educação e social, conforme complexo representado na

figura 1 a seguir:

Figura 1: Complexo Biopsicosocial: Áreas de Aplicação da Equoterapia

Considerando-se este agrupamento torrencial, a partir de uma visão

holística, como fator preponderante para a aplicabilidade inclusiva, os dados

coletados foram concentrados, respectivamente, em duas dimensões: a

psicopedagógica e fisioterápica, onde obtiveram-se os seguintes resultados,

demonstrados na figura 2:

Page 28: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

28

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

EvoluçãoPsicopedagógica

EvoluçãoFisioterápica

2009

2008

Figura 2: Análise da evolução biopsicosocial dos praticantes de Equoterapia, como fator motivacional

para a Inclusão

Os dados apresentados possibilitam a verificação de que 80%,

aproximadamente, dos praticantes entrevistados que ingressaram em 2008, e 40%

dos que ingressaram em 2009, apresentam evolução em pelo menos um dos

aspectos que compõem a dimensão psicopedagógica. Seguindo este raciocínio,

quanto à dimensão fisioterápica, percebe-se a evolução, em pelo menos um dos

aspectos que a compõe, de 60 e 40%, aproximadamente, para os que ingressaram

em 2008 e 2009, respectivamente.

Considerando que as informações proponentes na figura 2 referem-

se aos ingressantes nos anos de 2008 e 2009, percebe-se uma evolução em menor

grau entre os alunos com entrada em 2009, pois, obviamente, o número de sessões

que o praticante se submeteu é inferior ao daqueles que iniciaram em 2008, quando

estes, então, somam 20 sessões, índice superior às 5 sessões, correspondente aos

ingressantes em 2008.

Nestas condições, quanto à análise referente à correspondência

entre a reabilitação e socialização, percebe-se, segundo os dados de 2009, que a

evolução psicopedagógica ocorre mais rapidamente do que a fisioterápica. A partir

desta consideração, subentende-se que os resultados pertinentes à inclusão social

têm efeito praticamente imediato após o ingresso no meio equoterápico.

É importante salientar, ainda, que a análise dos resultados procurou

correlacionar as variáveis quantificáveis, considerando o desenvolvimento social do

Page 29: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

29

praticante, pré e pós o início das atividades equoterápicas, levando-se em conta

todo o processo em sua amplitude interdisciplinar.

Conforme mencionado, a representação biopsicosocial foi obtida a

partir da junção da dimensão psicológica e pedagógica, adicionada à fisioterápica,

representadas, na figura 3, disposta a seguir:

Figura 3: Distribuição Biopsicosocial por área de Aplicação, provenientes da prática Equoterápica

Com o intuito de disponibilizar uma demonstração mais detalhada,

os aspectos psicológicos, pedagógicos, sociais e fisioterápicos foram analisados

separadamente, onde os dados provenientes desta análise foram revertidos em

tabelas e gráficos, que serão apresentados neste capítulo.

4.1 Aspecto Psicológico

O primeiro estudo diz respeito ao aspecto psicológico, referente aos

praticantes que iniciaram as atividades equoterápicas em 2008, conforme

disposição na tabela 2 e na figura 4,disponibilizados a seguir:

Page 30: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

30

Tabela 2: Avaliação dos Aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em

2008

Aspecto Psicológico (ingressantes 2008)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Superação de Medos e fobias P1 7 3 4 0 4 1 3 75

Melhoria das condições de sono P2 7 3 4 1 3 1 2 67

Sintomas clínicos P3 7 4 3 0 3 2 1 33

Repertório comportamental (choro compulsivo) P4 7 5 2 0 2 2 0 0

Repertório comportamental (concentração) P5 7 6 1 0 1 0 1 100

Comportamento de independência P6 7 4 3 2 1 0 1 100

Auto-estima P7 7 3 4 3 1 0 1 100

Os percentuais totais obtidos, a partir dos dados demonstrados na

Tabela 2, foram processados e convertidos em resultados gráficos, com o intuito de

permitir uma melhor visualização, como demonstrado a seguir.

P1 Superação de Medos e fobias P2 Melhoria das condições de sono P3 Sintomas clínicos P4 Repertório comportamental (choro compulsivo) P5 Repertório comportamental (concentração) P6 Comportamento de independência P7 Estima

Figura 4: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos

psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7

Aspectos Psicológicos

Page 31: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

31

Com base nas representações disponibilizadas, a respeito dos

praticantes que ingressaram em 2008, pode-se fazer as seguintes considerações:

• Dos 4 praticantes que apresentavam sintomas de medo e/ou

fobia, 3 apresentaram evolução positiva do quadro, ou seja

diminuíram ou não apresentam mais os sintomas, totalizando,

assim, 75% de evolução quanto a este aspecto.

• Dos 3 praticantes que tinham dificuldades considerando as

condições de sono, 2 obtiveram melhora, perfazendo, assim, 67%

de evolução quanto à este aspecto.

• Quanto aos sintomas clínicos, considerando que 2 não

responderam a questão, 1 entrevistado apresentou melhora quanto

à diminuição das dores rotineiras, após iniciar as atividades

equoterápicas.

• Nenhum praticante apresentou progresso quanto ao repertório

comportamental, em se tratando de choro compulsivo.

• 100% dos praticantes respondentes obtiveram progresso quanto

à atenção/concentração, comportamento de independência e

elevação da estima.

Todo o vínculo cavalo-cavaleiro, estabelecido desde as primeiras sessões desenvolve a afetividade, com isso obtendo-se um ganho geral de auto-confiança e auto-estima, sendo assim há um melhoramento nos outros aspectos como o senso de limite e responsabilidade, o relacionamento interpessoal e casos de timidez, retração, hiperatividade, doenças de humor e depressão, entre outras deficiências apresentam sensível progresso (BRENTEGANI,s/d).

Especificamente, o gráfico permite melhor percepção quanto à

evolução de fatores psicológicos adversos, coadjuvantes no processo de

socialização, que apresentaram avanço no que diz respeito à superação de medos e

fobias (entre estes, de animais, pessoas, lugares fechados e movimentados),

melhoria das condições do sono, do controle do repertório comportamental (déficit

de atenção) e ascensão da estima;

A seguir, a tabela 3 e a figura 4, apresentam uma análise

semelhante à realizada anteriormente, ou seja, referente ao aspecto psicológico,

porém relativo aos praticantes que iniciaram as atividades equoterápicas em 2009.

Page 32: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

32

Tabela 3: Avaliação dos aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em

2009

Aspecto Psicológico (ingressantes 2009)

Código

Total de

Entrevistados

Não Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Superação de medos e fobias P1 13 6 7 0 7 4 3 43

Melhoria das condições de sono P2 13 1 12 6 6 6 0 0

Sintomas clínicos P3 13 8 5 1 4 4 0 0

Repertório comportamental (choro compulsivo) P4 13 4 9 6 3 2 1 33

Repertório comportamental (concentração) P5 13 5 8 5 3 3 0 0

Comportamento de independência P6 13 5 8 4 4 3 1 25

Auto-estima P7 13 4 9 8 1 1 0 0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7

Aspectos Psicológicos

P1 Superação de Medos e fobias P2 Melhoria das condições de sono P3 Sintomas clínicos P4 Repertório comportamental (choro compulsivo) P5 Repertório comportamental (concentração) P6 Comportamento de independência P7 Estima

Figura 5: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos

psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009

Com base nas representações disponibilizadas, a respeito dos

praticantes que ingressaram em 2009, pode-se fazer as seguintes considerações:

• Dos 7 praticantes que apresentaram sintomas de medo e/ou

fobia, 3 apresentaram evolução positiva do quadro, ou seja

diminuíram ou não apresentam mais os sintomas, totalizando,

assim, 43% de evolução quanto a este aspecto.

Page 33: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

33

• Um dos praticantes que choravam compulsivamente apresentou

progresso quanto a este fator, totalizando, assim, 33% daqueles que

apresentaram dificuldade com relação a este comportamento.

• Um dos praticantes que apresentava limitação quanto ao

comportamento de independência, apresentou progresso neste

sentido.

Os resultados apresentam conformidade com Freire (1999),quando

relata que dentre os vários benefícios do tratamento equoterápico, está a diminuição

de ansiedade e fobias de modo geral. Este progresso ocorre, segundo Dotti (2005),

através do auxílio dos animais, que possibilitam dilapidar emoções com teor nocivo

às pessoas.

O último item, a despeito do comportamento de independência,

remete a uma técnica denominada como “ritual da separação”, quando então o

praticante finaliza a sessão, separando-se do cavalo. Esta técnica é considerada de

vital importância para o processo terapêutico, conforme relata Nascimento (s/d),

uma vez que trabalha a desvinculação.

A partir da comparação das figuras 4 e 5, subentende-se que o

número de sessões a que o praticante se submeteu, influencia na progressão do

aspecto psicológico, considerando que o percentual de evolução de 2009 é inferior a

de 2008. Ou seja, os resultados indicam para os ingressantes em 2009, que

quantidade de sessões parece ainda insuficiente. No entanto, mesmo assim,

apresentam-se evoluções nos fatores que obtiveram ascensão em 2008

(medo/fobia, elevação da estima), com exceção do aspecto comportamental (choro

compulsivo).

Os resultados apresentados, no que tange ao aspecto psicológico

dos praticantes de equoterapia, reforçam a concepção de Ribeiro (2002):

Nossa experiência registra inúmeras ocorrências de “insights” 1 de extraordinário poder terapêutico, proporcionadas pela riqueza de estímulos ambientais capazes de mobilizar emoções e elementos no psiquismo do praticante.

1 “Compreensão repentina, em geral intuitiva, de suas próprias atitudes e comportamentos, de um problema, de uma situação” (Novo Aurélio Século XXI).

Page 34: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

34

Estes estímulos referem-se à influência do ambiente equoterápico

na psique dos envolvidos, considerando que este contexto oferece condições

propícias para o desenvolvimento pessoal, adquirindo confiança e elevação da

estima, conforme relata Cathlen Cudo, praticante de equoterapia da ANDE (s/d):

“a equoterapia é a terapia da alma, porque ela mexe não só com a parte física do ser humano, como também trabalha o lado psicológico, que é a própria alma.O praticante de equoterapia começa a ter uma visão diferente do mundo. Passa a perceber que tem potencial para contribuir com alguma coisa para a sociedade, pois passa a ter mais confiança em si próprio”.

4.2 Aspecto Social

Este aspecto refere-se, especialmente, ao tipo de relacionamento

que o praticante desencadeia com outras pessoas. Engloba, também, fatores

adversos, inibindo a interação perante a sociedade, considerando-se, assim, a

diminuição da ansiedade e/ou agressividade quando em locais públicos.

Neste sentido, Muriel Opa Nascimento , praticante de equoterapia

da ANDE (s/d), relata que “A Equoterapia ajuda as pessoas em todos os sentidos,

principalmente quanto à interação com outras pessoas”.

Assim, adotando a mesma metodologia aplicada para análise do

Aspecto Psicológico, foram coletados os dados referentes ao Aspecto Social, e

disponibilizados na tabela 4 e na figura 6 a seguir:

Tabela 4: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008

Aspecto Social (ingressantes 2008)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Ampliação do circulo de amizade S1 7 3 4 0 4 1 3 75 Relacionamento Familiar S2 7 3 4 1 3 1 2 67 Relacionamento com amigos S3 7 4 3 0 3 2 1 33 Trabalha/Brinca em Grupo S4 7 5 2 0 2 2 0 0 Cumprimenta S5 7 6 1 0 1 0 1 100 Obedece ordens simples S6 7 4 3 2 1 0 1 100 Obedece ordens complexas S7 7 3 4 3 1 0 1 100 Relacionamento em Locais públicos S8 7 3 4 0 4 1 3 75 Relacionamento em Casa de parentes S9 7 3 4 1 3 1 2 67

Page 35: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

35

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9

Aspecto Social

S1 Ampliação do circulo de amizade S2 Relacionamento Familiar S3 Relacionamento com amigos S4 Trabalha/Brinca em Grupo S5 Cumprimenta S6 Obedece ordens simples S7 Obedece ordens complexas S8 Relacionamento em Locais públicos S9 Relacionamento em Casa de parentes

Figura 6: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos

sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008

Com base nos resultados disponibilizadas, a respeito dos

praticantes que ingressaram em 2008, pode-se fazer as seguintes considerações:

• Houve uma expressiva evolução no que diz respeito ao

relacionamento em locais públicos e/ou casa de parentes,

considerando que, respectivamente, 3 entre 4 praticantes e 2 entre 3

que apresentaram limitação quanto a este tipo de relacionamento,

apresentaram evolução.

• 100% dos praticantes que apresentavam limitação quanto a

execução de ordens, apresentaram progresso.

• Embora nenhum praticante tenha apresentado evolução quanto

à interação pessoal considerando trabalho ou brincadeira em grupo,

os percentuais referentes à ampliação do circulo de amizade e

relacionamento com os amigos, apresentam progresso

significativos, o que, de certa forma, contribui, em primeira instância

para este fator.

Referente aos últimos resultados apresentados, a despeito do

aspecto social, cabe mencionar:

O praticante é encorajado também ao trabalho em grupo. Essa iniciativa tem como objetivo favorecer ainda mais a ampliação de vínculos e a socialização propriamente dita; facilitando o desenvolvimento e/ou elaboração de novos comportamentos em relação ao auto-controle, descoberta do outro e aceitação de regras e limites (NASCIMENTO, s/d).

Page 36: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

36

A partir dos dados coletados, quanto aos respondentes,

ingressantes em 2008, é possível constatar uma evolução acima de 60% em todos

os fatores que caracterizam o aspecto social, exceto os itens S3 e S4, que dizem

respeito, respectivamente, ao relacionamento com os amigos e o envolvimento com

os mesmos.

Como fatores externos, pode-se considerar que os ingressantes em

2008 praticavam a equoterapia, inicialmente, em horários distintos aos demais, não

sendo possível, assim, maior interação com outros praticantes. Em contrapartida,

com a agregação de outros doze praticantes em 2009, percebe-se um diferencial

para os novos ingressantes, conforme demonstrado a seguir:

Tabela 5: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009

Aspecto Social (ingressantes 2009)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Ampliação do circulo de amizade S1 13 1 12 10 2 1 1 50 Relacionamento Familiar S2 13 3 10 8 2 2 0 0 Relacionamento com amigos S3 13 3 10 8 2 1 1 50 Trabalha/Brinca em Grupo S4 13 4 9 8 1 1 0 0 Cumprimenta S5 13 3 10 9 1 1 0 0 Obedece ordens simples S6 13 2 11 11 0 0 0 - Obedece ordens complexas S7 13 6 7 4 3 3 0 0 Relacionamento em Locais públicos S8 13 2 11 7 4 4 0 0 Relacionamento em Casa de parentes S9 13 3 10 7 3 3 0 0

Os dados apurados na tabela 5 demonstram que houve progresso,

especialmente com relação ao aspecto em que se envolve o relacionamento

intrapessoal fora do ambiente familiar, conforme predisposto na figura a seguir:

Page 37: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

37

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9

Aspecto Social

S1 Ampliação do circulo de amizade S2 Relacionamento Familiar S3 Relacionamento com amigos S4 Trabalha/Brinca em Grupo S5 Cumprimenta S6 Obedece ordens simples S7 Obedece ordens complexas S8 Relacionamento em Locais públicos S9 Relacionamento em Casa de parentes

Figura 7: Percentual de evoluçãodos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos

sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009

Atribui-se os baixos percentuais de evolução, à quantidade reduzida

de sessões, uma vez que considera-se insuficiente o tempo em que os ingressantes

de 2009 estiveram expostos. Ainda sim, pode-se contabilizar melhoria no

relacionamento comunitário, onde cabe mencionar a ampliação do circulo de

amizade.

Neste sentindo, em comparação com a figura 6, considerando os

ingressantes de 2008, conforme relatado anteriormente, atribui-se esta evolução

considerando a proximidade com os demais praticantes.

É importante salientar que o aspecto social está intimamente

relacionado à dimensão psicológica, portanto a dissociação entre ambos pode

influenciar nos resultados.

4.3 Aspecto Pedagógico

Quanto ao aspecto Pedagógico, é importante relatar que a maioria

dos praticantes são provenientes da rede de Ensino Especial. Neste sentido,

somente dois dos entrevistados respondentes freqüentam Escolas Regulares, sendo

que um deles está matriculado em ambos. A despeito, cabe mencionar que, embora

não questionado diretamente, duas responsáveis pretendem matricular os filhos na

Rede de Ensino Regular.

Page 38: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

38

Na área educacional, cavalgar auxilia na aquisição e desenvolvimento das funções psicomotoras, o que vai proporcionar a aprendizagem e o desenvolvimento de cognições de ordem superior, que se referem a sofisticadas habilidades: formação de conceitos, solução de problemas, pensamento crítico e criatividade. Enquanto anda a cavalo, a criança necessita desenvolver habilidades e atitudes conceituais diversas. Ajuda a manter um comportamento social adequado, enquanto em atividade de grupos na equitação. Estas aquisições são conhecidas como cognição social (BRAGAMONTE & SANTO, 2007).

Considera-se, também, que a idade biológica e cronológica, bem

como a severidade das necessidades especiais dos praticantes, apresentam

relevância neste aspecto, uma vez que são inúmeros os fatores que interferem no

processo ensino-aprendizagem.

Neste sentido, enquanto análise pedagógica, considerou-se

essencial o levantamento de dados pertinentes à educação no seu aspecto

primordial, enfatizando, assim, a necessidade da verificação quanto aos fatores

básicos, como leitura e escrita, uma vez que estes aspectos contribuem para a

comunicação e expressão no ambiente escolar.

Tabela 6: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em

2008

Aspecto Pedagógico (ingressantes 2008)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Nível evolutivo ensino-aprendizagem E1 7 1 6 3 3 1 2 67

Melhoria no relacionamento escolar E2 7 1 6 4 2 0 2 100

Lê E3 7 0 7 2 5 5 0 0

Escreve E4 7 0 7 2 5 4 1 20

Reconhece letras E5 7 1 6 2 4 4 0 0

Manuseia lápis E6 7 1 6 3 3 2 1 33

Reconhece cores E7 7 0 7 4 3 2 1 33

Reconhece formas geométricas E8 7 1 6 4 2 1 1 50

Raciocínio lógico matemático E9 7 3 4 1 3 2 1 33

Diferencia: Igual e diferente E10 7 0 7 3 4 3 1 25

Diferencia: Pequeno e grande E11 7 0 7 5 2 1 1 50

Diferencia: Esquerda e direita E12 7 1 6 2 4 4 0 0

Diferencia: Em cima e em baixo E13 7 2 5 4 1 1 0 0

Diferencia: Atrás e frente E14 7 1 6 4 2 1 1 50

Diferencia: Perto e longe E15 7 0 7 3 4 3 1 25

Diferencia: Sons fortes e fracos E16 7 0 7 6 1 1 0 0

Nomeia as partes do corpo E17 7 0 7 4 3 3 0 0

Page 39: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

39

Evidencia-se, aqui, fatores provenientes do ambiente escolar, cujo

teor contribui para a interação social, uma vez que a comunicação e expressão

tende a facilitar o convívio. Neste sentido, os itens de E1 a E9, foram trabalhados e

convertidos em dados gráficos, conforme a figura seguinte:

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9

Aspectos Pedagógicos

E1 Nível evolutivo ensino-aprendizagem E2 Melhoria no relacionamento escolar E3 Lê E4 Escreve E5 Reconhece letras E6 Manuseia lápis E7 Reconhece cores E8 Reconhece formas geométricas E9 Raciocínio lógico matemático

Figura 8: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos

pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008

Com base nas representações disponibilizadas, a respeito dos

praticantes que ingressaram em 2008, no que tange a fatores que influenciam na

inclusão, pode-se constatar que:

• A maioria apresentou evolução quanto ao processo de ensino-

aprendizagem, apresentando o percentual significativo de

aproximadamente 60%, bem como melhoria no relacionamento

escolar,verificando-se um progresso de 100% neste sentido. A

despeito, cabe mencionar a experiência do Centro Equoterápico nas

dependências da Universidade Federal de Lavras (UFLA):

O aspecto pedagógico, através da psicomotricidade, utilizando o cavalo como instrumento, trabalhou com sentido, espaço, tempo, duração, seqüência e ritmo. Os praticantes aprenderam que o trabalho lúdico realizado em ambientes propícios, fora das salas de aula, desenvolve habilidades e estímulos visuais, o que propiciou condições para um melhor aprendizado (BARBOSA,2009).

Page 40: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

40

• Considera-se aqui uma margem de erro quanto aos fatores E4 e

E5, uma vez que são interdependentes, ora porque a função de

escrever evidencia a necessidade de se reconhecer letras.

• Os demais itens não apresentaram progresso expressivo,

sendo, então, conveniente, recomendar uma pesquisa mais

detalhada a respeito, uma vez que o ambiente dispõe de recursos

didáticos, como garrafas coloridas, formas geométricas e numéricas,

indicados para este tipo de trabalho pedagógico.

A seguir os dados apresentados dos ingressantes em 2009:

Tabela 7: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em

2009

Aspecto Pedagógico (ingressantes 2009)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Nível evolutivo ensino-aprendizagem E1 13 8 5 2 3 2 1 33 Relacionamento escolar E2 13 4 9 9 0 0 0 - Lê E3 13 3 10 3 7 6 1 14 Escreve E4 13 3 10 4 6 6 0 0 Reconhece letras E5 13 2 11 8 3 3 0 0 Manuseia lápis E6 13 3 10 7 3 3 0 0 Reconhece cores E7 13 1 12 10 2 1 1 50 Reconhece formas geométricas E8 13 4 9 3 6 6 0 0 Raciocínio lógico matemático E9 13 6 7 1 6 6 0 0 Diferencia: Igual e diferente E10 13 3 10 7 3 3 0 0 Diferencia: Pequeno e grande E11 13 6 7 5 2 2 0 0 Diferencia: Esquerda e direita E12 13 5 8 4 4 4 0 0 Diferencia: Em cima e em baixo E13 13 4 9 7 2 2 0 0 Diferencia: Atrás e frente E14 13 4 9 7 2 2 0 0 Diferencia: Perto e longe E15 13 5 8 6 2 2 0 0 Diferencia: Sons fortes e fracos E16 13 5 8 7 1 1 0 0 Nomeia as partes do corpo E17 13 4 9 6 3 3 0 0

Page 41: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

41

Os dados apresentados quanto aos itens E1 a E9 também foram

convertidos e disponibilizados em dados gráficos, conforme figura a seguir.

0%

20%

40%

60%

80%

100%Percentual de Evolução

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9

Aspectos Pedagógicos

E1 Nível evolutivo ensino-aprendizagem E2 Melhoria no relacionamento escolar E3 Lê E4 Escreve E5 Reconhece letras E6 Manuseia lápis E7 Reconhece cores E8 Reconhece formas geométricas E9 Raciocínio lógico matemático

Figura 9: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação frente aos aspectos

Pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009.

Aqui o número de praticantes que apresentaram limitação aproxima-

se da quantidade discutida para aqueles que ingressaram em 2008. Neste sentido

verifica-se que:

• Não houve alteração quanto ao relacionamento escolar, uma

vez que nenhum praticante apresentou limitação neste sentido.

• Considera-se aqui a margem de erro quanto aos fatores E3 e

E5, uma vez que são interdependentes, ora porque evidentemente

que lê, obviamente, reconhece letras. Neste quesito, recomenda-se

a verificação posterior deste equívoco.

• 50% dos praticantes desenvolveram habilidades para

reconhecer cores.

• Os demais itens apresentam estagnação.

Julga-se relevante, também, considerar a quantidade de sessões

aplicadas como metodologia temporal necessária para o desenvolvimento

pedagógico significativo. Assim, a comparação entre os resultados dos

ingressantes de 2008 e 2009, evidencia uma progressão diferencial, estando mais

elevada na correspondente aos praticantes de 2008, que realizaram

aproximadamente 20 sessões, enquanto os de 2009 se submeteram a

aproximadamente 5 sessões, conforme já mencionado.

Page 42: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

42

4.4 Aspecto Fisioterápico

Embora o aspecto fisioterápico não pareça relevante quando se

trata de inclusão, é importante esclarecer que alguns aspectos contribuem para o

aumento da estima e confiabilidade, o que, indiretamente, motiva o praticante a

experimentar evoluções em todos os outros aspectos.

Neste sentido, um dos fatores que se sobressai relaciona-se à

postura do praticante perante o cavalo, no sentido do domínio da situação. Assim,

sob o ponto de vista psicológico, adquire-se certo teor de independência, de lidar

com o desconhecido, ultrapassando os limites impostos, sendo esta uma técnica

que propicia o desejo de inclusão por parte do praticante, de forma que permite uma

maior aproximação das pessoas.

Quanto à aplicação pedagógica, percebe-se a contribuição ao

aspecto fisioterápico, como melhora na coordenação motora e alinhamento postural,

que beneficiou dicotomias fomentadoras da leitura e escrita, a partir do manuseio

de lápis, reconhecimento de letras, cores e formas geométricas, advindo de técnicas

de concentração, estimulação sensório-motora, noção espacial e esquema corporal,

conforme demonstrado anteriormente.

Esta terapia auxilia o praticante a se organizar em relação ao seu espaço, a desenvolver a seqüência de seus atos até montar e comandar o cavalo, a aprimorar percepções auditivas, visuais, táteis, proprioceptivas, a desenvolver o equilíbrio, a postura, as motricidades amplas e finas, o esquema corporal e conscientização corporal e contribui, inclusive, para o enriquecimento do vocabulário (CETEN, s/d).

A partir destas considerações, apresentam-se, na tabela 8, os

seguintes resultados, também expressos em dados gráficos, na figura 10,

disponibilizadas a seguir:

Page 43: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

43

Tabela 8: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em

2009

Aspecto Fisioterápico (ingressantes 2008)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Funções Sensoriais:Visão F1 7 1 6 3 3 2 1 33

Funções Sensoriais:Olfato F2 7 1 6 5 1 0 1 100

Funções Sensoriais:Paladar F3 7 1 6 5 1 0 1 100

Funções Sensoriais:Tato F4 7 1 6 4 2 0 2 100

Funções Sensoriais:Fala F5 7 1 6 2 4 1 3 75

Equilíbrio:Mantém a cabeça erguida F6 7 0 7 4 3 1 2 67

Equilíbrio:Caminha sem arrastar os pés F7 7 2 5 2 3 1 2 67

Equilíbrio:Anda em linha reta F8 7 0 7 4 3 3 0 0

Cotidiano: Lava as mãos sozinho F9 7 1 6 4 2 2 0 0 Cotidiano: Usa corretamente o vaso sanitário

F10 7 0 7 2 5 4 1 20

Cotidiano: Escova os dentes adequadamente

F11 7 1 6 3 3 3 0 0

Cotidiano: Usa talher F12 7 0 7 5 2 2 0 0

Cotidiano: Despe-se e veste-se sozinho F13 7 1 6 1 5 5 0 0

Cotidiano: Amarra o sapato F14 7 1 6 1 5 5 0 0

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8

Aspectos Fisioterápicos

F1 Funções Sensoriais: Visão F2 Funções Sensoriais: Olfato F3 Funções Sensoriais: Paladar F4 Funções Sensoriais: Tato F5 Funções Sensoriais: Fala F6 Equilíbrio: Mantém a cabeça erguida F7 Equilíbrio: Caminha sem arrastar os pés F8 Equilíbrio: Anda em linha reta

Figura 10: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação frente aos aspectos

Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008.

Page 44: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

44

Procurou-se identificar, aqui, se houve evolução nos aspectos

fisioterápicos, uma vez que estes podem influir em todas as outras dimensões.

Assim, pode-se constatar que:

• Demonstra uma evolução notória quanto a melhoria das funções

sensoriais, especialmente o olfato, paladar e tato, atingindo 100%

de progresso. Santos (2000), explica como ocorre este processo:

As estimulações sensitivas, sensoriais, visuais e acústicas, que são captadas pelos movimentos executados, contribuem para a melhor percepção espacial; Estas aferências combinam-se segundo o esquema dos sinais de solicitação cinética organizada pela postura do praticante e os movimentos do cavalo.

• Dois, entre os três praticantes que apresentavam dificuldade em

manter a cabeça erguida e caminhar sem arrastar os pés,

apresentaram evolução.

Tabela 9: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em

2009

Aspecto Fisioterápico (ingressantes 2009)

Código

Total de

Entrevistados

Não

Respondentes

Respondentes

Não Apresentam

Limitação

Apresentam

Limitação

Não houve

evolução

Houve Evolução

Percentual de

evolução (%)

Funções Sensoriais:Visão F1 13 4 9 7 2 1 1 50

Funções Sensoriais:Olfato F2 13 4 9 9 0 0 0 -

Funções Sensoriais:Paladar F3 13 4 9 9 0 0 0 -

Funções Sensoriais:Tato F4 13 4 9 6 3 3 0 0

Funções Sensoriais:Fala F5 13 3 10 3 7 5 2 29

Equilíbrio:Mantém a cabeça erguida F6 13 2 11 10 1 0 1 100

Equilíbrio:Caminha sem arrastar os pés F7 13 4 9 7 2 2 0 0

Equilíbrio:Anda em linha reta F8 13 7 6 4 2 1 1 50

Cotidiano: Lava as mãos sozinho F9 13 2 11 7 4 3 1 25

Cotidiano: Usa corretamente o vaso sanitário

F10 13 3 10 7 3 3 0 0

Cotidiano: Escova os dentes adequadamente

F11 13 3 10 4 6 5 1 17

Cotidiano: Usa talher F12 13 4 9 6 3 2 1 33

Cotidiano: Despe-se e veste-se sozinho F13 13 2 11 4 7 5 2 29

Cotidiano: Amarra o sapato F14 13 2 11 3 8 7 1 13

Page 45: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

45

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Percentual de Evolução

F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8

Aspecto Fisioterápico

F1 Funções Sensoriais: Visão F2 Funções Sensoriais: Olfato F3 Funções Sensoriais: Paladar F4 Funções Sensoriais: Tato F5 Funções Sensoriais: Fala F6 Equilíbrio: Mantém a cabeça erguida F7 Equilíbrio: Caminha sem arrastar os pés F8 Equilíbrio: Anda em linha reta

Figura 11: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação,frente aos aspectos

Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009.

O resultado mais significativo apresentado para os ingressantes de

2009, diz respeito à propriedade de manter a cabeça erguida. Esta postura remete

ao praticante o desenvolvimento de estima, enquanto aspecto contribuinte para a

inclusão, além do aspecto fisioterápico em si.

Neste sentido, sabe-se que fatores psicológicos podem influenciar

no equilíbrio. A despeito, Le Boulch (1988) apud Brilinger (2005) afirma que “todo

medo ocasiona reações de enrijecimento que comprometem as reações de

equilibração”. Assim, o praticante adquire confiança, pois quando monta no cavalo

existe uma mudança no seu ponto de observação habitual: percebe o mundo

olhando por cima ou no mesmo nível das pessoas que estão lateralmente (Gouvêa,

2004 apud Brilinger, 2005).

4.5 Dimensão Psicopedagógica

Destrinchando a dimensão psicopedagógica, a partir dos

instrumentos aplicados, pode-se registrar a evolução de alguns praticantes no

quesito comunicação. Notoriamente, dois deles, durante a prática da Equoterapia,

desenvolveram e aperfeiçoaram formas de expressão, contribuindo para o

relacionamento interpessoal.

Page 46: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

46

Para Shkedi e Engel (1997) apud Brilinger (2005), o cavalgar

promove respirações mais profundas, aumentando o volume de ar que passa pelas

cordas vocais; e, pelo cavalgar ser considerado uma recreação, há o encorajamento

para a fala.

A partir desta consideração, é plausível mencionar o objeto de

estudos de Santos (2000):

As interações vão sendo gravadas e tornando mais complexo o comportamento conceitual. Soma-se a isto, a liberdade de expressão, o aumento da auto-estima e da auto-afirmação e teremos atitudes visíveis, que vêm com o deambular do animal, como a expressão de sentimentos.

Concentrando-se no objetivo da pesquisa, comprova-se que a

Equoterapia contribui para a inclusão social, tanto direta como indiretamente, uma

vez que ao ingressar no ambiente equoterápico, o praticante é imediatamente

inserido em um meio comum, cuja atividade eqüestre desenvolve-se

estrategicamente como outra qualquer. Indiretamente, dentro de um contexto

educacional, percebe-se que as conquistas advindas da prática equoterápica

incentiva a comunicação espontânea, o que relativamente permite subentender que

a inclusão é quista também pelo praticante.

Subitamente, constata-se, através da análise das considerações

emitidas pela equipe envolvida, que a inclusão parte de um princípio norteador como

estratégia para a homogeneidade social. Neste sentido, cabe mencionar que a

equipe foi unânime, considerando que projetos como a Equoterapia propiciam a

Inclusão no contexto escolar.

Adicionalmente, percebe-se a afinidade que a prática equoterápica

tem com a inclusão em cursos profissionalizantes de diferentes áreas, bem como a

ocorrência da inclusão social dentro do recinto. Nesta instância, averiguou-se que as

contribuições dos estagiários, advindos de Cursos Técnicos de diferentes áreas,

contribuem para esta pluralidade social.

Nesta perspectiva, Brito (2006) complementa:

As contribuições da equoterapia na educação inclusiva, promovem a motivação para os outros alunos, uma vez que a experimentação em estar no dorso de um cavalo, onde o objeto de desejo com fins psicoterapêuticos desperta a utilização do mesmo com fins esportivos.

Page 47: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

47

Nota-se, com base nessas considerações, que as possibilidades de

inclusão social acontecem naturalmente no ambiente equoterápico, percebendo-se

que o praticante recebe estímulos e sente-se à vontade no ambiente educacional.

Assim, conforme relatado pela mãe de um dos praticantes, o qual

geralmente apresenta quadro agressivo quando inserido em grupos sociais, o

praticante pôde progredir quanto ao domínio de emoções. A concepção de

Marcelino e Melo (2006) explica esta ocorrência:

Por meio da relação com o cavalo, enfrentando o desafio de montá-lo, sentada numa posição superior, a criança pode aprender a controlar suas emoções iniciais, como o medo. Cavalgar um animal dócil, porém de porte avantajado, leva o praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência, autoconfiança, realização e auto-estima.

Quanto à influência familiar perante as pessoas com necessidades

especiais (PNE), Freire (1999) apud Zamo (2006), ressalta que a família reage de

duas maneiras distintas; ou ela superprotege a criança, ou ela a desqualifica.

Assim, na equoterapia, ao introduzir o cavalo, este forma uma triangulação

(praticante- cavalo-pais) que permite à família visualizar o deficiente como separado

dela, e assim descobre-se capacidades não percebidas neste indivíduo.

A partir das análises realizadas, julga-se importante mencionar que

os dados referendados não podem ser considerados como absolutos, uma vez que

“não se comparam seres humanos. Cada um pertence a uma realidade única e

pessoal, com toda a sua história a ser compreendida e respeitada” (RAIÇA &

OLIVEIRA, 1990, apud ZAMO, 2006).

Assim, é importante considerar que as pessoas com necessidades

especiais, como quaisquer outras pessoas, devem ter respeitados o próprio ritmo de

aprendizagem, bem como a maneira como este processo se desenvolve.

Neste sentido, para todos os envolvidos no processo, o espaço do

núcleo de Equoterapia, de maneira holística, é um local de aprendizado para a vida,

não só para o praticante que se prepara para a inserção em outros espaços sociais

e de desenvolvimento. Ademais, a interação entre familiares e equipe, oportuniza a

troca de experiência, contribuindo para a otimização da dinâmica interdisciplinar.

Page 48: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

48

5 CONCLUSÕES

A diversidade de ações proporcionadas pela Equoterapia,

englobando a equipe interdisciplinar bem como o contato imediato com os animais e

com ambiente próprio do meio rural, oferecem ao praticante a oportunidade de

experimentar um contexto diferente do habitual.

Desta forma, a superação de limites, atrelada à segurança

emocional que o praticante adquire no decorrer das sessões, permite a aplicação

destas iniciativas em outros ambientes de convívio social.

Assim, embora recentemente implantado na Instituição, o projeto

possibilitou uma atitude comportamental significativa em alguns praticantes,

especialmente no que tange à dimensão biopsicosocial.

Neste sentido, os praticantes têm experimentado a inclusão no

contexto educacional, uma vez que a convivência com profissionais e discentes do

Campus, proporciona a interação social, advinda do relacionamento interpessoal,

reforçando que não há práticas segregativas no referido meio.

Cabe mencionar, ainda, que tem-se atingido um dos propósitos da

educação contemporânea, uma vez que esta vislumbra o ensino em caráter

cooperativo, método este similar à estrutura organizacional da equoterapia. A

logística do sistema, releva a importância de se trabalhar o indivíduo a partir de uma

visão holística acerca da referência biopsicosocial do mesmo.

Visto isso, o paradigma pedagógico proposto pelo Governo Federal

acerca da implementação de um sistema que fomenta práticas inclusivas, compõe

metodologias que promovem a acessibilidade dos mais diferentes grupos sociais na

Rede Regular de Ensino.

Com base neste referencial, enfatiza-se a versatilidade curricular,

suplementando uma proposta pedagógica capaz de proporcionar ao aluno um

ambiente acolhedor e significativo para o seu desenvolvimento pleno.

Page 49: INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A

49

6 RECOMENDAÇÕES

Para fins de continuidade desta pesquisa, considera-se pertinente

citar as seguintes recomendações, com o intuito de melhor fundamentação, no que

tange à variação quantificável de dados.

Assim, considerando que alguns resultados ficaram prejudicados em

função do curto período de tempo, em se tratando dos praticantes de equoterapia

que ingressaram em 2009, devido ao reduzido número de sessões a que estes se

submeteram, é altamente recomendável que seja aplicada uma nova pesquisa

quando, então, for decorrido o número de sessões equivalentes à quantidade

expressiva que se submeteram os de 2008.

Neste mesmo patamar, recomenda-se a avvaalliiaaççããoo ppeerriióóddiiccaa ddee

ttooddooss ooss pprraattiiccaanntteess,, iinncclluussiivvee aanntteess ddee iinniicciiaarreemm aass aattiivviiddaaddeess eeqquuootteerrááppiiccaass.. PPaarraa

ttaannttoo ssuuggeerree--ssee ssuubbddiivviissããoo ddoo iinnssttrruummeennttoo ddee ppeessqquuiissaa ccoonnssiiddeerraannddoo qquuee eessttee eessttáá

eexxtteennssoo,, aabboorrddaannddoo mmuuiittaass qquueessttõõeess ccoonnssttaanntteess eemm uumm úúnniiccoo mmooddeelloo..

RReeccoommeennddaa--ssee,, aaiinnddaa,, qquuee aass ppeessqquuiissaa sseejjaa eexxtteennddiiddaa aaooss

pprrooffiissssiioonnaaiiss ddoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr,, ccoomm oo iinnttuuiittoo ddee ssee vveerriiffiiccaarr oo ddeesseennvvoollvviimmeennttoo ddaa

ddiimmeennssããoo bbiiooppssiiccoossoocciiaaiiss,, eessppeecciiaallmmeennttee nnoo qquuee ttaannggee aaoo aassppeeccttoo ppeeddaaggóóggiiccoo,,

ccoonnssiiddeerraannddoo uumm tteeoorr mmaaiiss ttééccnniiccoo.. NNeessttee sseennttiiddoo,, ppeennssaa--ssee qquuee aa aapplliiccaaççããoo ddee uumm

qquueessttiioonnáárriioo ppaarraa aa eeqquuiippee mmuullttiipprrooffiissssiioonnaall ttaammbbéémm sseejjaa rreelleevvaannttee,, ccoonnssiiddeerraannddoo

aassssiimm,, ccoonnttrriibbuuiiççõõeess ppaarraa oouuttrraass áárreeaass..

FFiinnaalliizzaa--ssee,, eennttããoo,, eessttaa qquueessttããoo,, ssuuggeerriinnddoo--ssee qquuee eessttee tteemmaa sseejjaa

rreettoommaaddoo nnoovvaammeennttee,, eemm ooccaassiiããoo qquuee ppeerrmmiittaa ccoonnttaabbiilliizzaarr mmaaiioorr nnúúmmeerroo ddee sseessssõõeess

ppaarraa ooss mmeessmmooss pprraattiiccaanntteess..

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50

7 BIBLIOGRAFIA ACET. l'Association Canadienne d’équitation Thérapeutique. Disponível em: http://www.cantra.ca/aboutCantraFR.shtml. Acessado em 12 de outubro de 2008. ANDE BRASIL. Associação Nacional de Equoterapia. Fundamentos básicos sobre Equoterapia, Brasília: 1998. ANDE BRASIL. Bases e Fundamentos Doutrinários da Equoterapia no Brasil. Disponível em: http://www.equoterapia.org.br/doutrina.pdf. Acessado em 18 de dezembro de 2007. AZEVEDO, Gustavo Mauricio Estevão. Incluir é sinônimo de dignidade humana. Disponível em <http://www.gmea13.com/arquivos/IcluirSinOnimoDigHumana.pdf>. Acessado em: 2 de fevereiro de 2009. BARBOSA, Jackson Antônio.,et al. Equoterapia Como Instrumento Pedagógico. Universidade Federal de Lavras UFLA:2009 Disponível em: http://www.proex.ufla.br/conex/ivconex/arquivos/trabalhos/a59.pdf Acessado em 3 de julho de 2009. BRAGAMONTE, Moises Correa ;SANTO Silvia M Barreto. A atuação do pedagogo na equoterapia Cahoreira do Sul: 2007. Disponível em http://www.sieduca.com.br/2007/admin/upload/73.doc. Acessado em 5 de fevereiro de 2009. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer número 17, de 03 de julho de 2001. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB017_2001.pdf>. Acessado em: 3 de maio de 2008. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 40 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. BRENTEGANI, Thaís Rocha. A Equoterapia no ponto de vista psicológico. Disponível em: http://www.profala.com/artet11.htm. Acessado em: 20 de março de 2009. BRILINGER, Caroline Orlandi. A influência da equoterapia no desenvolvimento motor do portador de síndrome de down: estudo de um caso.Tubarão: 2005. Disponivel em:http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/CarolinaOrlandi/tcc.pdf Acessado em:5 de julho de 2009. BRITO, Maria Cristina Guimarães. Minha Caminhada II – Equoterapia: cavalgar é preciso. 2ª- ed. Salvador: SMGráfica, 2006. BRITO, Maria Cristina Guimarães. As Contribuições Da Equoterapia Na Educação Inclusiva. Salvador: ANDE, 2006, 14 p. il. Disponível em

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MENDES, Enicéia Gonçalves. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação vol11.Rio de Janeiro:2006.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141324782006000300002&script=sci_arttext Acessado em 7 de janeiro de 2009.

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APÊNDICE

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Memorando de apresentação

INSTITUTO FEDERAL DE CIENCIA EDUCACAO E TECNOLOGIA

REGIAO SUDESTE MINAS GERAIS CAMPUS BARBACENA

NAPNE NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM NECESSIDADE ESPECIAL

Barbacena, 19 de junho de 2009.

Prezado Praticante ou Responsável,

Esse questionário,baseado no aplicado pela Associação Nacional de Equoterapia ANDE-BRASIL

ANDE, é confidencial. Você deve entregá-lo somente ao profissional que lhe está atendendo;

O objetivo deste instrumento é reconhecer melhor nosso praticante com vistas ao planejamento

individual desse atendimento e verificar a contribuição da equoterapia para a inclusão social. Será

objeto de pesquisa cientifica, junto ao MEC/SETEC.

Contando com sua colaboração,

Agradeço,

Valéria Bergamini Leite Coordenadora do NAPNE

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Instrumento de avaliação submetido aos praticantes de Equoterapia

INSTITUTO FEDERAL DE CIENCIA EDUCACAO E TECNOLOGIA

REGIAO SUDESTE MINAS GERAIS CAMPUS BARBACENA

NAPNE NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM NECESSIDADE ESPECIAL

Praticante:_______________________________________________Idade:_____ Possui necessidade especial? ( )Sim ( )Não - Qual?_________________________________ Quando iniciou as atividades equoterápicas?____/_____/____

FUNÇÕES SENSORIAIS ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Visão Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Olfato Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Paladar Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Tato Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Fala Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Equilíbrio: ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Mantém a cabeça erguida? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Caminha sem arrastar os pés? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Anda em linha reta? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )

Atividades da Vida Diária ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Lava as mãos sozinho Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Usa corretamente o vaso sanitário Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Escova os dentes adequadamente Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Usa talher Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Despe-se e Veste-se sozinho Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Amarra o sapato Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) ASPECTO PEDAGOGICO ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Qual Modalidade de Ensino Freqüenta? Por quê?

( )regular ( )especial ( ) ambas

( )regular ( )especial ( ) ambas

Qual o nível evolutivo com relação ao ensino aprendizagem

( )Estagnado ( )avançado ( )Estagnado ( )avançado

Relacionamento Escolar ( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório

( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório

Lê: Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Escreve: Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Reconhece letras: Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Manuseia lápis Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Reconhece cores Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Reconhece Formas Geométricas Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Raciocínio Lógico Matemático ( ) Satisfatorio ( ) Insatisfatorio ( ) Satisfatorio ( ) Insatisfatorio • Discrimina: Igual e diferente? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Pequeno e grande? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Esquerda e direita? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Em cima e em baixo? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Atrás e frente? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Perto e longe? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Sons fortes e fracos? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Nomeia as partes do corpo? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )

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INSTITUTO FEDERAL DE CIENCIA EDUCACAO E TECNOLOGIA

REGIAO SUDESTE MINAS GERAIS CAMPUS BARBACENA

NAPNE NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM NECESSIDADE ESPECIAL

ASPECTO SOCIAL ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA ampliação do circulo de amizade

( ) dificuldade ( ) facilidade

( ) dificuldade ( ) facilidade

Relacionamento Familiar ( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório

( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório

Relacionamento com amigos ( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório

( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório

Trabalha/Brinca em Grupo Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Cumprimenta Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Obedece ordens simples Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Obedece ordens complexas Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Freqüenta locais públicos como Igreja, cinema, restaurantes? Se a resposta for positiva,como se comporta?

( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente

( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente

Freqüenta casa de parentes, festa de amigos . Se a resposta for positiva,como se comporta?

( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente

( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente

Participa de outras atividades? ASPECTO PSCIOLOGICO ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA medos e fobias:

Lugares Fechados( ) Andar na rua( ) Viagens( ) Animais( ) Quais?__________ Lugares Movimentados( ) Altura( ) Outros( ) Especifique _______

Lugares Fechados( ) Andar na rua( ) Viagens( ) Animais( ) Quais?__________ Lugares Movimentados( ) Altura( ) Outros( ) Especifique _______

saúde do praticante: condições de sono:

Tranqüilo( ) Inquieto( ) Pavor Noturno( ) Pesadelos( ) Insônia( ) Sonambulismo( ) Excessivo( ) Fala quando dorme( )

Tranqüilo( ) Inquieto( ) Pavor Noturno( ) Pesadelos( ) Insônia( ) Sonambulismo( ) Excessivo( ) Fala quando dorme( )

sintomas clínicos atuais ou frequentes:

Angustia( ) Problemas digestivos( ) Excesso de apetite( ) Falta de apetite( ) Tremores( ) Vertigens( ) Dores( )

Angustia( ) Problemas digestivos( ) Excesso de apetite( ) Falta de apetite( ) Tremores( ) Vertigens( ) Dores( )

Repertório comportamental birra, choro compulsivo

( ) Inadequado ( ) adequado

( ) Inadequado ( ) adequado

Repertório comportamental falta de atenção e concentração

( ) Inadequado ( ) adequado

( ) Inadequado ( ) adequado

Comportamento de independência

( ) Ausência ( ) Presença ( ) Notável

( ) Ausência ( ) Presença ( ) Notável

Auto-estima

( )Ausência ( )Latente ( )Notável

( )Ausência ( )Latente ( )Notável

Responsável pelo preenchimento das informações: ( ) praticante ( ) responsável _____________________________ Assinatura RECEBIDO EM:____/____/_____.

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ANEXO

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ASSOCIAÇÃO ACIOAL DE EQUOTERAPIA

ADE-BRASIL CETRO BÁSICO DE EQUOTERAPIA “GE. CARRACHO”

CBEGC-DF

QUESTIONÁRIO Prezado Pais ou Responsável, Esse questionário é confidencial. Você deve entregá-lo somente ao profissional que lhe está atendendo; a ele terá acesso somente os profissionais que trabalham nesta unidade. O objetivo deste questionário é reconhecer melhor nosso praticante com vistas ao planejamento individual desse atendimento. Contando com sua colaboração. Agradecemos,

____________________________________________________ CENTRO BÁSICO DE EQUOTERAPIA “GENERAL CARRACHO”

CBEGC-DF

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QUESTIONÁRIO AUTOBIOGRÁFICO 1) IDENTIFICAÇÃO:

Nome:_______________________________________________________________ Escola:__________________________________________Grau:________________ Endereço/Escola :______________________________________________________ Telefone/Escola:___________________________

2) DADOS DA FAMÍLIA: Nome Vivo/Faleci

do Idade Estado Civil Escola Profissão Mora c/

Você Estado de

Saúde

Pai: Mãe: Filhos:1º 2º 3º 4º 5º 6º

3) AMBIENTE SOCIAL DO PRATICANTE: Relacionamentos: Na Família:

Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Não Satisfatório ( )

Com os amigos:

Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Não Satisfatório ( ) OBS:______________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________________________________ Na Escola:

Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Não Satisfatório ( )

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Brinca em grupo: Sim( ) Não ( ) Cumprimenta: Sim( ) Não ( ) Senta-se adequadamente à mesa: Sim ( ) Não ( )

4) SAÚDE DA FAMÍLIA: Casos de doença na família: Distúrbios mentais: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:________________________________

Alcoolismo: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:________________________________ Suicídio: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________

Convulsão: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________

Câncer: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________

Diabetes: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________

Outras (descreva):____________________________________________________ 5) DESENVOLVIMENTO DO PRATICANTE: • Condições da Gestação: Normal( )

Complicações( ) Quais? ______________________________________________________________ Abordos Anteriores: Sim( ) Não( )

• Condições do parto: Normal( ) Cesariana( ) Prematuro( ) Fórceps( ) Com traumas( ) Quais?_____________________________________________________

• Com que idade: Engatinhou?__________ Andou?______________ Falou?_______________ • Equilíbrio: Mantém a cabeça erguida? ( )Sim ( )Não Caminha sem arrastar os pés? ( )Sim ( )Não Anda em linha reta? ( )Sim ( )Não Imita movimentos simples de braços, pernas e tronco?( )Sim( )Não Nomeia as partes do corpo? ( )Sim ( )Não

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• Funções Sensoriais: Visão: Boa( ) Moderada( ) Ausente( )

Audição: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Olfato: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Paladar: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Tato: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Fala: Boa( ) Moderada( ) Ausente( )

• Funções Intelectuais: Reconhece cores? Sim( ) Não( ) Quais?_____________________________________________________ Formas Geométricas: Sim( ) Não( ) Quais?_____________________________________________________ • Discrimina: Igual e diferente? Sim( ) Não( )

Pequeno e grande? Sim( ) Não( ) Esquerda e direita? Sim( ) Não( ) Em cima e em baixo? Sim( ) Não( ) Atrás e frente? Sim( ) Não( ) Perto e longe? Sim( ) Não( ) Sons fortes e fracos? Sim( ) Não( ) Manuseia lápis? Sim( ) Não( )

• Obedece: Ordens simples: Sim( ) Não( ) Ordens complexas: Sim( ) Não( ) • Lê: Sim( ) Não( ) • Escreve: Sim( ) Não( ) • Reconhece letras: Sim( ) Não( ) Obs:_______________________________________________________ 6) SAÚDE DO PRATICANTE: • Condições de Sono: Tranqüilo( ) Inquieto( ) Pavor Noturno( )

Pesadelos( ) Insônia( ) Sonambulismo( ) Excessivo( ) Fala quando dorme( )

• Sublinhe as doenças que o praticante teve: Bronquite Asma Diabete Encefalite Meningite Doenças Cardíacas Paralisia Infantil Outro tipo de paralisia Deficiência Física Gagueira Febre Reumática Nevralgias(dores) Alergias Doenças dos Rins Desmaios Convulsões Traumatismo Crânio-Encefálico Astenia(cansaço físico) Mãos Frias Tiques Dificuldade de Respiração Outras:____________________________________________________________

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Quais permanecem hoje?________________________________________________________________________________________________________________________________

7) SINTOMAS CLÍNICOS ATUAIS OU FREQUENTES: Problemas digestivos( ) Angustia( ) Excesso de apetite( ) Falta de apetite( ) Tremores( ) Vertigens( ) Dores( ) Especifique:________________________________________________________

8) MEDOS E FOBIAS: Lugares Fechados( ) Andar na rua( ) Viagens( ) Animais( ) Quais?_____________________________________________________ Lugares Movimentados( ) Altura( ) Outros( ) Especifique?_________________________________________________

9) ASPECTO SEXUAL: Masturbação:

Na infância( ) Na adolescência( ) Atualmente( )

Obs:______________________________________________________________ 10) TRATAMENTO COM OU SEM INTERNAÇÃO: • Com Internação: Sim( ) Não( )

Qual especialidade:___________________________________________________ Motivo:____________________________________________________________ Medicamentos recebidos:______________________________________________

• Sem Internação: Sim( ) Não( ) Qual especialidade:_____________________________________________________ Duração e forma de tratamento:__________________________________________ Freqüência das sessões:________________________________________________ Atualmente toma medicamentos? Sim( ) Não( ) Quais?_______________________________________________________________ Obs:__________________________________________________________________

______________________________________________________________________ 11) ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA:

Lava as mãos sozinho Sim( ) Não( ) Usa corretamente o vaso sanitário Sim( ) Não( ) Escova os dentes adequadamente Sim( ) Não( ) Usa talher Sim( ) Não( ) Despe-se e Veste-se sozinho Sim( ) Não( ) Amarra o sapato Sim( ) Não( ) Atende quando chamado p/nome Sim( ) Não( )

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Come sozinho Sim( ) Não( ) Outras:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12) O QUE O PRATICANTE MAIS GOSTA DE FAZER? 13) O QUE NÃO GOSTA? 14) QUAIS AS ATIVIDADES QUE PARTICIPA ALÉM DA EQUOTERAPIA? 15) QUAIS AS MELHORAS OBSERVADAS APÓS AS ATIVIDADES EQUOTERÁPICAS? 16) OUTRAS OBSERVAÇÕES QUE JULGAR NECESSÁRIAS: Sugestões:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ RESPONDIDO POR:_________________________________________________________________ RECEBIDO EM:____/____/_____. CBGC-DF/05

Fonte:

http://www.equoterapia.org.br/arquivo/anexo_h.pdf