inclusÃo a partir da prÁtica equoterÁpica: a
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – CAMPUS CUIABÁ
DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
VALÉRIA BERGAMINI LEITE
INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:
A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA
Cuiabá - MT
Outubro 2009
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO – CAMPUS CUIABÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E
TECNOLÓGICA INCLUSIVA
VALÉRIA BERGAMINI LEITE
INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:
A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA
Cuiabá - MT
Outubro 2009
Ficha Catalográfica LEITE, Valéria Bergamini INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA: A EXPERIENCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA Cuiabá -MT, 2009 Total de folhas: 64 páginas BORGES, Eduardo Sales Machado Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá Trabalho de Conclusão Curso de Especialização em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva
VALÉRIA BERGAMINI LEITE
INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:
A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização em Educação Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá, como exigência para a obtenção do título de Especialista.
Orientador(a): Prof. Dr. Eduardo Sales Machado Borges
Cuiabá - MT
Outubro 2009
VALÉRIA BERGAMINI LEITE
INCLUSÃO A PARTIR DA PRÁTICA EQUOTERÁPICA:
A EXPERIÊNCIA DO IFSEMG-CAMPUS BARBACENA
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Educação Profissional e
Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Especialista.
Aprovado em: ____________________
______________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Sales Machado Borges (Orientador)
_____________________________________________
Prof. Dr. Michel Cardoso de Angelis Pereira (Co-orientador e Membro da Banca)
_____________________________________________
Prof. Jorge Luiz Baumgratz (Membro da Banca)
Cuiabá - MT
Outubro 2009
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus, aos meus familiares, em
especial a minha mãe (in memorian), aos
meus amigos, aos praticantes e a equipe
do Centro Equoterápico do IFSEMG
Campus Barbacena e, principalmente a
todos que contribuíram para a conclusão
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao orientador, Prof. Dr. Eduardo Sales Machado Borges e, ao co-
orientador, Prof. Dr. Michel Cardoso de Angelis Pereira, pela ajuda, dedicação e,
sobretudo, pelo incentivo.
À minha mãe Maria Luiza Grissi Bergamini (in memorian), que me
ensinou que as pessoas simples são as mais importantes.
Aos meus familiares e amigos pelo carinho e apoio.
Ao Diretor do IFSEMG- Campus Barbacena, José Roberto Ribeiro
Lima, que me incumbiu desta função.
Ao Gestor do Programa TECNEP/MEC, Prof. Franclin da Costa
Nascimento, que incentiva o processo de Inclusão no Brasil, promovendo
investimentos e divulgando projetos como este.
Aos praticantes de equoterapia e seus familiares, por toda alegria
que nos tem proporcionado, contribuindo, a cada dia, para a consecução deste
sonho.
À equipe multidisciplinar, em especial, ao idealizador e coordenador
do Projeto de Equoterapia o IFSEMG- Campus Barbacena, Professor Jorge Luiz
Baumgratz, pela dedicação e profissionalismo.
Ao progenitor da Equoterapia no Brasil, Coronel Lélio de Castro
Cirilo, presidente da ANDE/BRASIL.
Ao Professor Fábio Ferreira da Silva e aos estagiários do Núcleo de
Informática Ronie Miranda Martins e Augusto Henrique Teixeira, que contribuíram
imensamente para a apresentação e divulgação deste.
Aos integrantes e voluntários que compõe o NAPNE.
Aos professores da banca, pela disponibilidade e paciência.
Aos coordenadores do Curso de Especialização, pela oportunidade.
A todos que indiretamente contribuíram para a conclusão desta
pesquisa.
É preciso que as escolas ensinem as crianças a tomar consciência dos seus
sonhos! A segunda tarefa da educação é ensinar a conviver. A vida é
convivência com uma fantástica variedade de seres, seres humanos, velhos,
adultos, crianças, das mais variadas raças, das mais variadas culturas, das
mais variadas línguas, animais, plantas, estrelas... Conviver é viver bem em
meio a essa diversidade. E parte dessa diversidade são as pessoas
portadoras de alguma deficiência ou diferença. Elas fazem parte do nosso
mundo. Elas têm o direito de estar aqui. Elas têm direito à felicidade. (Rubem
Alves)
RESUMO
A nova concepção de políticas públicas direcionadas pelo Governo Federal, que enfatiza a inclusão de todos no contexto educacional, tem promovido meios que contribuem para este fim. No entanto, a quantidade de matrículas na Rede Regular de Ensino ainda é relativamente baixa. Assim, referendando a necessidade de implementar estratégias que revertam este quadro, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena (IFSEMG- Campus Barbacena), com o apoio do MEC/SETEC/TECNEP, implantou o Núcleo de Equoterápia. Neste contexto esta pesquisa, tem o objetivo de analisar a Equoterapia como uma prática que fomenta a inclusão social de pessoas com necessidades especiais, considerando que este método educacional, em que se utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, busca o desenvolvimento biológico, psicológico e social do praticante. Neste sentido, realiza-se uma discussão teórica sobre a vinculação entre a Equoterapia e o processo de socialização, com base nos dados coletados entre os praticantes. Assim, o presente trabalho referenda, inicialmente, a inclusão social, como referencial histórico ao contexto educacional inclusivo. Posteriormente, relata-se a experiência do IFSEMG- Campus Barbacena, no que diz respeito à extensão educacional refletida no Projeto de Equoterapia. Por fim, com base nos estudos realizados, a partir de levantamentos bibliográficos, acrescido dos dados coletados, menciona-se as considerações sobre a Equoterapia como uma prática que efetivamente contribui para o processo de inclusão em seu aspecto geral. Constitui, assim, de uma técnica extra-curricular coadjuvante, que colabora para o aperfeiçoamento do processo pedagógico inclusivo, oportunizando o acesso ao contexto social.
Palavras-chaves: Equoterapia, inclusão, educação
ABSTRACT The new concept of public politics directed by the Federal Government emphasises the inclusion of all people in the educational context and it has promote means to this end. Notwithstanding the amount of enrolment in the Rede Regular de Ensino is still relatively very low. Thus, the Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena (IFSEMG- Campus Barbacena) has strategies to improve this situation. This institute along with the MEC/SETEC/TECNEP implanted the Therapeutic Riding nucleus.In this context the research has the main goal of analyze the Therapeutic Riding as a practice that promote the social inclusion of handicaped people, regarding this method with horses in an wellrounded aspect,and it promotes the biological,psicological and social development of the handicaped people.The goal of this research is to talk about the link between the Therapeutic Riding and the process of socialization,regarding the data gather with the practicing people of this study.In this manner this work talks about the social inclusion regarding the historical referential to the context of educational inclusion.Later, it recites the experience of IFSEMG- Campus Barbacena,regarding the educational extension pondered in this project.Eventually in keep with the data and the bibliography there is a mention to the Therapeutic Riding as a practice that effectively contributes to the inclusion process as a whole.It is constitute of an extra curriculum tecnique that helps the improvement of inclusive pedagogic process and optimizing the access to the social context.
Keywords: Therapeutic Riding /Equitherapy, inclusion, education
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Complexo Biopsicosocial: Áreas de Aplicação da Equoterapia............................. 27 Figura 2: Análise da evolução biopsicosocial dos praticantes de Equoterapia, como fator motivacional para a Inclusão.............................................................................................
28
Figura 3: Distribuição Biopsicosocial por área de Aplicação, provenientes da prática Equoterápica....................................................................................................................
29
Figura 4: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...........................
30
Figura 5: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009. ..........................
32
Figura 6: Percentual de evolução, dos praticantes, que apresentaram limitação, frente aos aspectos sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...................................
35
Figura 7: Percentual de evoluçãodos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009....................................
37
Figura 8: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...........................
39
Figura 9: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos Pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009..........................
41
Figura 10: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008...........................
43
Figura 11: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação,frente aos aspectos Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009..........................
45
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Aplicações do Método Equoterápico por Área ....................................................... 26
Tabela 2: Avaliação dos Aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008..........................................................................................................
30
Tabela 3: Avaliação dos aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009...........................................................................................................
32
Tabela 4: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008...................................................................................................................................
34
Tabela 5: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009...................................................................................................................................
36
Tabela 6: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008............................................................................................................
38
Tabela 7: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009..........................................................................................................
40
Tabela 8: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009..........................................................................................................
43
Tabela 9: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009..........................................................................................................
44
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO/OBJETIVO............................................................................ 14
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS......................................................................... 15
2.1 Definições sobre Inclusão ............................................................. 15 2.2 Fundamentação histórica da Inclusão ........................................... 16 2.3 População e demanda de pessoas com necessidades especiais
nas escolas ...................................................................................................... 19
2.4 A Equoterapia como ferramenta para a Inclusão ......................... 20
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 24
3.1 Instalações Físicas ....................................................................... 24 3.2 Atividade Equoterápica.................................................................. 24 3.3 Coleta e análise de dados.............................................................. 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 27
4.1 Aspecto Psicológico ....................................................................... 29 4.2 Aspecto Social................................................................................ 34 4.3 Aspecto Pedagógico ..................................................................... 37 4.4 Aspecto Fisioterápico .................................................................... 42 4.5 Dimensão Psicopedagógica .......................................................... 45
5 CONCLUSÃO................................................................................................. 48
7 RECOMENDAÇÕES...................................................................................... 50
6 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 51
APÊNDICE ...................................................................................................... 55
ANEXO ........................................................................................................... 58
14
1 INTRODUÇÃO/OBJETIVO
O processo de inclusão social, ainda incipiente em âmbito mundial,
dissemina a igualdade de direito a todas as pessoas, independente de raça, etnia e
religião, visando propiciar a aquisição de melhor qualidade de vida ao cidadão.
Neste sentido, inúmeros movimentos tem sido implementados
almejando propagar a prática inclusiva. Sabe-se que, nesta esfera, a Rede Regular
de Ensino é considerada um ambiente democrático, que visa, sobretudo, propiciar a
promoção pessoal e o ingresso em atividades consideradas socialmente produtivas,
promovendo, assim, a acessibilidade em seu aspecto global, nos mais diferentes
meios.
Assim, ao propor-se a viabilização de métodos que favoreçam a
progressão no que tange à perspectiva da ascensão humana, com o intuito de
oferecer condições que fomentem a inclusão social, o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena
(IFSEMG - Campus Barbacena), ciente de sua responsabilidade e conivente com a
tendência educacional centenária, como a primeira Escola Agrícola do País,
investiu, com o apoio do MEC/SETEC/TECNEP, em um método multidisciplinar,
denominado equoterapia.
A adoção deste mecanismo pretende contribuir para promover o
acesso e minimizar as dificuldades do aluno com necessidades especiais, à rede
regular de ensino e, conseqüentemente, no mercado de trabalho, consolidando
assim o compromisso de efetivamente cumprir a missão com a sociedade.
Partindo-se do principio de que a Equoterapia é um viés norteador
no processo de socialização, este projeto pretende, intrinsecamente, contribuir para
a inclusão de pessoas com necessidades especiais, no contexto social.
Nesta perspectiva, o presente trabalho objetiva analisar a atividade
equoterápica desenvolvida no Núcleo de Equideocultura do IFSEMG - Campus
Barbacena, como uma prática que fomenta a inclusão social de pessoas com
necessidades especiais, principalmente no que tange à Rede Regular de Ensino.
15
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
2.1 Definições sobre Inclusão
A denominação de inclusão social adquiriu conceituação
evolucionista, onde “a dimensão histórica da palavra está relacionada a um
movimento internacional de conquistas, para alcançar um lugar em uma sociedade
extremamente eivada de mitos, preconceitos e discriminações” (AZEVEDO, s/d).
À luz da atual legislação, quanto ao conceito de Inclusão, o Parecer
do Conselho Nacional de Educação (CEB), número 17, regulamentado em 3 de
julho de 2001, exprime bem:
Entende-se por inclusão, a garantia a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida (BRASIL, 2001, grifo nosso).
Enfatiza-se, anteriormente, a palavra todos, considerando que o
referido Parecer faz alusão ao Principio Constitucional da Igualdade, conforme
prescreve o caput do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988: "Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, a igualdade, a
segurança e a propriedade" (BRASIL, 1988).
Assim, a concepção de Inclusão referenda a todos os segmentos
sociais, e não somente às pessoas com deficiência. Ou seja, não faz acepção de
pessoas, considerando origens étnicas, sociais e/ou religiosas, dentre outras.
Em outras palavras, segundo Gallie e Paugam (2002), inclusão é o
processo que viabiliza o acesso às oportunidades e “à participação plena na vida
econômica, social e cultural, permitindo usufruir de um nível social considerado
aceitável”.
16
2.2 Fundamentação histórica da Inclusão
A organização da sociedade humana é sinalizada por um processo
contínuo de evolução, considerando fatores econômicos e, principalmente, sócio-
culturais. Nesta esfera, a Inclusão Social, se estruturou, simultaneamente, contra
práticas de segregação, exclusão e diversidade.
Baseado na perspectiva mencionada, a inclusão enuncia diversas
correntes de pensamentos e idéias, sendo o hegemônico considerado como seu
marco referencial. Progressivamente, de acordo com Mendes (2004) apud Santos
(2009):
Os movimentos sociais pelos direitos humanos se intensificaram e, basicamente, na década de 1960, conscientizaram e sensibilizaram a sociedade sobre os prejuízos da segregação e da marginalização de indivíduos de grupos com status minoritários.
Desta forma, a sociedade inclusiva nasce do somatório de
pequenas, porém inúmeras, práticas sociais de inclusão, em uma gigantesca rede
que se expande em âmbito mundial, onde fatores culturais colaboram para o
emergir de uma nova consciência social (PUC, 2001).
A partir da referendada sensibilização, a sociedade evoca a
dimensão estrutural desta prática como uma necessidade emergencial, numa
tentativa de garantir a qualidade de vida a todos os cidadãos.
Fundamentalmente, a Declaração Universal Dos Direitos Humanos,
adotada e proclamada pela resolução 217A(III), da Assembléia Geral das Nações
Unidas, em 10 de dezembro de 1948, em seu Artigo 2º rege:
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição (ONU, 1948).
Em síntese, a Declaração determina que todos têm direito a vida,
liberdade, educação, alimentação, saúde, habitação, propriedade, participação
política e lazer.
17
Nesta perspectiva, a inclusão social trouxe um novo paradigma para a sociedade, capaz de impulsionar este processo crescente de conquistas dos direitos fundamentais por aqueles que sofreram alguma forma ou algum nível de exclusão, criando assim indivíduos e/ou comunidades vítimas de marginalização, alienação ou inacessibilidade aos bens comuns da sociedade (DIST, s/d).
Desta forma, grupos vulneráveis, como pequenas etnias, pessoas
com algum tipo de deficiência, pobres, analfabetos, idosos, comunidades rurais e
indígenas, passaram a ser alvo de políticas públicas, numa tentativa de minimizar
as drásticas conseqüências da exclusão.
Para difundir estes movimentos em prol da inclusão, foram
impulsionados, com a promulgação da Declaração de Salamanca (1994), resultante
da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, que referenda
escolas regulares como “os meios mais eficazes de combater atitudes
discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade
inclusiva e alcançando educação para todos.” (UNESCO, 1994).
Ações como esta emergiram na década de 90, a partir de um
movimento denominado Inclusion International, compreendido como uma
organização cujo regimento se fundamenta nos aspectos humanitários, baseado em
valores comuns de respeito à diversidade humana, compreendendo o tripé: direito,
solidariedade e inclusão.
Complementando, como referenda o portal Educación inclusiva
(2009), proveniente dos países da América Latina e Caribe, a educação inclusiva
tem sido reconhecida internacionalmente como a melhor maneira de oferecer
educação aos filhos de um país, e conseguir educação para todos, porém juntos.
Alavanca-se, então, uma das dimensões do processo de inclusão
social, que é o processo de Educação sob uma perspectiva Inclusiva. Neste
contexto, conforme mencionado, sabe-se que a escola é uma das Instituições mais
democráticas, onde se difunde meios para o individuo vincular-se à sociedade.
Nesta esfera, Brito (2009) salienta que a escola regular, dentro de uma visão inclusiva, ainda incipiente no país, proporciona à pessoa especial o meio de desenvolver-se na diversidade:
o princípio da inclusão passa então a ser defendido como uma proposta da aplicação prática ao campo da educação de um movimento mundial, denominado inclusão social, que implicaria a construção de um processo bilateral no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos (MENDES, 2006).
18
Em síntese “o movimento mundial pela educação inclusiva é uma
ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de
todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de
discriminação” (MEC/SEESP, 2008).
Nesta perspectiva, o Governo Brasileiro tem adotado programas
para fomentar a inclusão social, a partir dos direitos básicos da população, como o
acesso à alimentação, educação, saúde, habitação e cultura. Além disso, conforme
o Ministério da Ciência e Tecnologia, tem incentivado e deliberado recursos para
fomento e apoio à pesquisa, à inovação e à extensão tecnológica para o
desenvolvimento social (MCT, s/d).
No que diz respeito às pessoas com necessidades especiais, a
Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, no artigo 2º, determina que:
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos (MEC, 2001).
No entanto, para se garantir a qualidade exigida, conforme rege a
legislação vigente, é necessário adequar o contexto educacional, com o intuito de
proporcionar o atendimento à diversidade humana, como reporta a Organização
Internacional sobre Inclusão:
Todas as crianças e jovens do mundo, com suas potencialidades e limitações, com suas esperanças e expectativas, tem direito a educação. Não são os sistemas educativos que tem direito a certo tipo de alunos. É por isso que o sistema educacional de um pais deve-se ajustar para satisfazer as necessidades de todos (LINDQVIST,1994, tradução nossa).
Em conformidade com estas considerações, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os
sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e
organização específicos para atender às suas necessidades (MEC/SEESP, 2008).
Neste sentido, o MEC/SEESP (2008) caracteriza a educação
inclusiva como “um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos
humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis”.
Especificamente, o Governo brasileiro tem promovido programas de
inclusão social, no que diz respeito ao acesso à Modalidade de Ensino
19
profissionalizante, proporcionando, assim, a qualificação para o mercado de
trabalho, baseando-se na seguinte prerrogativa:
Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser auxiliados no sentido de realizarem uma transição efetiva da escola para o trabalho. Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente ativos e provê-los com as habilidades necessárias ao cotidiano da vida, oferecendo treinamento em habilidades que correspondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias adequadas de treinamento, incluindo experiências diretas em situações da vida real (UNESCO, 1994).
Nesta esfera, cabe mencionar o Programa “Educação, Tecnologia e
Profissionalização para Alunos com Necessidades Educacionais Especificas”
(TECNEP), fomentador do presente objeto de pesquisa, que, segundo sua
denominação, consiste em:
(Um) programa que visa à inserção das Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas nos cursos de formação inicial e continuada, de nível técnico e tecnológico nas Instituições Federais de Educação Tecnológica, em parceria com os sistemas estaduais e municipais, bem como o segmento comunitário (MEC, s/d).
2.3 População e demanda de pessoas com necessidades especiais nas escolas
Entretanto, O Censo Escolar 2006 (MEC/INEP, 2007) relata que, de
cada 100 matriculas na Modalidade de Ensino Profissionalizante nível básico,
oferecido pela Rede Regular de Ensino, aquelas relacionadas a Pessoas com
Necessidades Especiais não ultrapassa 1%, enquanto que, para o mesmo público,
na Modalidade de Ensino Especial, este percentual é, portanto, superior a 99%.
Mendes, E., (2006), em conformidade com o Censo Escolar 2006,
reitera que a demanda pela Rede Regular de Ensino ainda é insuficiente:
A grande maioria dos alunos com necessidades educacionais especiais encontra-se hoje fora de qualquer tipo de escola, o que configura muito mais uma exclusão generalizada da escola, a despeito da anterior retórica da integração e/ou da recente proposta de inclusão escolar (MENDES, 2006).
Referendando a necessidade de implementar estratégias que
revertam este quadro, no que tange principalmente à agregação da Rede Regular
20
de Ensino, o TECNEP deliberou recursos e implementou, nos Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia (IFET’s), o Núcleo de Atendimento a Portadores de
Necessidades Especiais (NAPNE), cujo objetivo visa “disseminar na instituição a
cultura da "educação para a convivência", aceitação da diversidade, e
principalmente, buscar a quebra às barreiras arquitetônica, educacionais e
atitudinais” (MEC, s/d).
Considerando que ainda não há demanda de Pessoas com
Necessidades Especiais (PNE) para os Cursos Profissionalizantes, como viés
norteador à inclusão social, o NAPNE, contando com o apoio do TECNEP, tem
investido em projetos de extensão como, Capacitação de Servidores, Natação
Inclusiva, Basquete sobre Rodas, Inclusão Digital para os discentes do Programa
Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na
Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e a Equoterapia
Os referidos projetos foram fundamentados nos princípios básicos
do Método SIVUS (siglas de palavras suecas, que significam “indivíduo social
desenvolvido da cooperação mútua”), que prega o desenvolvimento de padrões de
convivência por meio de estratégias graduais de inclusão das pessoas com
deficiência, em espaços de uso geral, baseado em interesses comuns (WALUJO,
1993).
2.4 A Equoterapia como ferramenta para a Inclusão
No que tange à prática inclusiva, a Equoterapia é considerada como
um recurso que promove a socialização, o lazer e a interação, estimulando, assim, a
inclusão no contexto escolar. Esta proposição está em conformidade com os
objetivos da prática Equoterápica, definida pela Associação Nacional de Equoterapia
(ANDE):
Um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. (ANDE, s/d)
Ampliando este conceito, Franco (2003) apud Medeiros e Dias
(2002) complementa que a Equoterapia é indicada para casos de “dependência
química, stress, bem como a todos que procuram novas oportunidades de
21
crescimento, melhoria na qualidade de vida e ainda um melhor equilíbrio, tanto físico
como mental”.
A referida definição permite vislumbrar o alcance pedagógico que a
prática proporciona, uma vez que esta ultrapassa os limites filosóficos para, então,
suplementar uma desenvoltura interdisciplinar. Em outras palavras, explica Haddad
et al (s/d) que, em âmbito educacional, “o uso do cavalo admite diferentes
gradações e metodologias, abrangendo desde a mais simples equitação, como
esporte e entretenimento, até o trabalho de déficits nas habilidades sociais dos
jovens com dificuldades escolares e em situação de risco”.
Neste sentido, a possibilidade de interagir com os cavalos permite
aos praticantes se sentirem úteis e mais confiantes. “A interação com o cavalo,
incluindo os primeiros contatos, o ato de montar e o manuseio final, desenvolve
novas formas de socialização, autoconfiança e auto-estima (ANDE, 1998).
Nesta esfera, quando o praticante é capaz de conduzir o cavalo de
forma autônoma, conforme explica Ramos (2007), o cavalo desafia o cavaleiro a ser
seu líder, o que só é possível através de atitudes firmes e centradas na realidade,
considerando que, obviamente, o cavalo não pode ser controlado somente através
da imaginação.
Sabe-se que estas condições são adquiridas graças à junção de
fatores que a prática da Equoterapia permite. São eles o ambiente natural, a
proposta pedagógica interdisciplinar e a interação entre equipe, familiares e,
principalmente, com o cavalo.
Intrinsecamente, pode-se experimentar no contexto equoterápico, a
contribuição contínua do praticante, orientando a equipe, mesmo que indiretamente,
para a condução do trabalho. Esta estratégia compõe a tendência pedagógica
construtivista, uma vez que o discente atua como parceiro no processo de ensino-
aprendizagem, redefinindo, assim, caminhos concretos a partir de suas
peculiaridades.
Sabe-se que são diversas as dificuldades enfrentadas pelas
pessoas com Necessidades Especiais (PNE) e seus familiares, de se relacionarem
socialmente, pois além das barreiras físicas (tais como rampas de acesso), as
barreiras do preconceito (ditas atitudinais), dentre outros, dificultam sua integração
em sociedade.
22
Assim, a metodologia empregada na prática equoterápica é
significativa para a superação da dicotomia educação x saúde, pois desenvolve
estratégias para uma proposta pedagógica que considera o sujeito na sua
complexidade.
Neste sentido, conforme o Centro de Equoterapia Canadense -ACEI
(s/d), o método oferece, além da reabilitação, oportunidades de emprego e
competências pragmáticas a respeito da vida para as pessoas com necessidades
especiais.
Em conformidade com este princípio e com as determinações da
ANDE, definiu-se os objetivos da prática Equoterápica, considerando sua aplicação
nas áreas da saúde, educação e sociedade:
• Proporcionar a pessoas com necessidades especiais o
desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando seus limites.
• Em âmbito sócio-educacional, reintegrar o praticante à
sociedade, quando usuário de drogas e violência, contribuindo para
construir os alicerces de cidadania.
• Incentivar a pesquisa, promovendo a divulgação de novas
técnicas em ação interdisciplinar com diferentes profissões.
Além destas finalidades, a intenção também é oportunizar uma
transição amena da sociedade para a escola, vislumbrando o conseqüente ingresso
no mercado de trabalho. Nesta esfera, é importante salientar que a Equoterapia
reúne quatro diferentes modalidades estruturais, denominadas:
• Hipoterapia - Programa essencialmente da área de saúde, onde
o praticante depende de um condutor .
• Educação/Reeducação - Programa que utiliza o cavalo como
instrumento pedagógico, considerando que o praticante tem
condições de conduzi-lo.
• Pré-esportivo - Programa que utiliza o cavalo como instrumento
de inserção social, desenvolvendo atividades de hipismo.
23
• Prática Esportiva Paraeqüestre – Programa que fomenta
competições paraeqüestres tais como nas paraolimpíadas.
24
3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Instalações Físicas
Investindo neste método, o IFSEMG - Campus Barbacena,
implantou, nas dependências do Núcleo de Equideocultura, as instalações do
projeto, compostas por uma unidade contendo recepção, sala de fisioterapia e
reabilitação, sala destinada ao atendimento Psicológico e Coordenadoria, e,
principalmente, por duas pistas destinadas ao volteio, sendo uma coberta e dotada
com rampa de acesso e equipamentos lúdicos. O núcleo possui, ainda, dez cavalos,
arreios especiais, equipamentos próprios à equitação e depósito de ração e feno.
O ambiente supracitado localiza-se em uma área extremamente
agradável, florida e esverdeada, onde, além do cavalo, conta-se com a presença de
outros animais, tais como cachorros, coelhos, pássaros, entre outros, o que
contribui, incontestavelmente, para a socialização do praticante, uma vez que
contrasta com os tradicionais centros terapêuticos e hospitais.
3.2 Atividade Equoterápica
Ainda incipiente no IFSEMG - Campus Barbacena, atualmente tem-
se desenvolvido o Programa de Educação/Reeducação, com vistas a ampliá-lo para
a área esportiva. De acordo com Gavarini (1995) apud Freire (1999), este programa
favorece a integração social, pois estimula o contato com outros praticantes, com
seus familiares, com a equipe e com o animal, aproximando-os da sociedade a qual
fazem parte.
Em caráter experimental, as atividades equoterápicas tiveram seu
início, no IFSEMG - Campus Barbacena, em meados de novembro de 2008, sendo
que as sessões ocorrem três vezes por semana, no período matutino, com duração
de cinqüenta minutos, incluindo o tempo de aproximação, monta e encerramento.
Cada aluno, denominado praticante, comparece às sessões após um intervalo de
sete dias entre cada uma destas sessões.
Para o desenvolvimento das atividades, foram firmadas parcerias
com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Barbacena (APAE –
25
Barbacena) e com o Instituto Maria do Rosário, que cederam alguns profissionais
para integrar a equipe multidisciplinar, composta por médicos, fisioterapeutas,
psicólogos, pedagogos e equitadores, conforme as normas estabelecidas pela
ANDE.
Estes profissionais atuam de forma interdisciplinar, permitindo que
os jovens vivenciem experiências em equipe, proporcionando situações em que se
trabalhe o respeito pelas diferenças, espírito colaborativo e planejamento de
estratégias para resolução de problemas (HADDAD, 2003).
O Projeto Equoterápico ainda oferece oportunidades de monitoria e
estágio para os discentes do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino
Médio e do Curso Técnico em Enfermagem, entre outros, oferecidos pelo IFSEMG -
Campus Barbacena. Conta, ainda, com voluntários, entre estes, funcionários e
alunos, especialmente provenientes do PROEJA, que se dedicam prazerosamente
ao Projeto.
Este processo tem início quando o praticante é introduzido na
atividade equoterápica por meio do “Volteio Terapêutico”, conforme descreve
Haddad et al (s/d): “Durante a sessão, o praticante segue em processo de
aproximação dos recursos e espaços que estará utilizando, até o contato com o
animal, por meio de observação, toque, associações e manejo”.
3.3 Coleta e análise de dados
Este estudo considerou o caráter recreativo educacional das
sessões equoterápicas, onde são inseridas atividades que geram diversidade de
movimentos, tais como relaxamento das mãos, flexão e extensão de punhos, que
contribuem para o aperfeiçoamento motor, influindo, conseqüentemente, na
habilidade da escrita (GRAUP et al, 2006).
Introduziram-se, ainda, materiais no ambiente equoterápico, com o
propósito de desenvolver noções de espaço, tempo e lateralidade. Foram
acrescidos à terapia reforços pedagógicos, por meio da utilização de objetos que
contém letras, números, cores e formas geométricas.
É importante salientar que a evolução proveniente da prática
equoterápica pode contribuir indiretamente para a inclusão social, considerando que
26
são trabalhadas técnicas que incentivam a elevação da estima, independência,
confiabilidade, fatores estes fundamentais para que o praticante deseje ser incluído.
Tais considerações subsidiaram a elaboração de um instrumento de
acompanhamento e avaliação (Apêndice 1) , tendo como base o “Questionário com
Dados do Praticante”, proposto pela ANDE (Anexo 1), englobando aspectos
biopsicosociais, referindo-se às seguintes áreas e as respectivas aplicações:
Pedagógico aprendizado, leitura, escrita, compreensão;
Social relacionamento educacional, familiar e comunitário;
Psicológico superação de medos e fobias, condições do sono, repertório comportamental, auto-
estima;
Fisioterápico funções sensoriais, equilíbrio, funções motoras, atividades rotineiras
Tabela 1: Aplicações do Método Equoterápico por Área
O referido instrumento foi direcionado aos praticantes ou seus
responsáveis, e aplicado após 20 sessões de Equoterapia para aqueles que
iniciaram as atividades em 2008, e 05 sessões, aproximadamente, para os que
iniciaram as atividades em 2009.
Os dados coletados por meio dos questionários, foram transcritos
em planilhas, tabelados e, após processamento, revertidos em gráficos.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O instrumento de acompanhamento e avaliação (questionário) foi
submetido aos responsáveis e/ou praticantes da Equoterapia, sendo que estes
apresentam idade biológica entre 4 e 30 anos, e necessidades especiais
moderadas, sejam físicas ou mentais.
Dos questionários distribuídos, 19 foram respondidos, sendo 13
entre 20 praticantes que ingressaram em 2009, e 07 entre os 12 que ingressaram
em 2008.
Procurou-se, assim, apurar os dados relativos à inclusão no que
tange ao aspecto biopsicosocial em sua totalidade, considerando que esta é uma
junção das áreas de saúde, educação e social, conforme complexo representado na
figura 1 a seguir:
Figura 1: Complexo Biopsicosocial: Áreas de Aplicação da Equoterapia
Considerando-se este agrupamento torrencial, a partir de uma visão
holística, como fator preponderante para a aplicabilidade inclusiva, os dados
coletados foram concentrados, respectivamente, em duas dimensões: a
psicopedagógica e fisioterápica, onde obtiveram-se os seguintes resultados,
demonstrados na figura 2:
28
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
EvoluçãoPsicopedagógica
EvoluçãoFisioterápica
2009
2008
Figura 2: Análise da evolução biopsicosocial dos praticantes de Equoterapia, como fator motivacional
para a Inclusão
Os dados apresentados possibilitam a verificação de que 80%,
aproximadamente, dos praticantes entrevistados que ingressaram em 2008, e 40%
dos que ingressaram em 2009, apresentam evolução em pelo menos um dos
aspectos que compõem a dimensão psicopedagógica. Seguindo este raciocínio,
quanto à dimensão fisioterápica, percebe-se a evolução, em pelo menos um dos
aspectos que a compõe, de 60 e 40%, aproximadamente, para os que ingressaram
em 2008 e 2009, respectivamente.
Considerando que as informações proponentes na figura 2 referem-
se aos ingressantes nos anos de 2008 e 2009, percebe-se uma evolução em menor
grau entre os alunos com entrada em 2009, pois, obviamente, o número de sessões
que o praticante se submeteu é inferior ao daqueles que iniciaram em 2008, quando
estes, então, somam 20 sessões, índice superior às 5 sessões, correspondente aos
ingressantes em 2008.
Nestas condições, quanto à análise referente à correspondência
entre a reabilitação e socialização, percebe-se, segundo os dados de 2009, que a
evolução psicopedagógica ocorre mais rapidamente do que a fisioterápica. A partir
desta consideração, subentende-se que os resultados pertinentes à inclusão social
têm efeito praticamente imediato após o ingresso no meio equoterápico.
É importante salientar, ainda, que a análise dos resultados procurou
correlacionar as variáveis quantificáveis, considerando o desenvolvimento social do
29
praticante, pré e pós o início das atividades equoterápicas, levando-se em conta
todo o processo em sua amplitude interdisciplinar.
Conforme mencionado, a representação biopsicosocial foi obtida a
partir da junção da dimensão psicológica e pedagógica, adicionada à fisioterápica,
representadas, na figura 3, disposta a seguir:
Figura 3: Distribuição Biopsicosocial por área de Aplicação, provenientes da prática Equoterápica
Com o intuito de disponibilizar uma demonstração mais detalhada,
os aspectos psicológicos, pedagógicos, sociais e fisioterápicos foram analisados
separadamente, onde os dados provenientes desta análise foram revertidos em
tabelas e gráficos, que serão apresentados neste capítulo.
4.1 Aspecto Psicológico
O primeiro estudo diz respeito ao aspecto psicológico, referente aos
praticantes que iniciaram as atividades equoterápicas em 2008, conforme
disposição na tabela 2 e na figura 4,disponibilizados a seguir:
30
Tabela 2: Avaliação dos Aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em
2008
Aspecto Psicológico (ingressantes 2008)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Superação de Medos e fobias P1 7 3 4 0 4 1 3 75
Melhoria das condições de sono P2 7 3 4 1 3 1 2 67
Sintomas clínicos P3 7 4 3 0 3 2 1 33
Repertório comportamental (choro compulsivo) P4 7 5 2 0 2 2 0 0
Repertório comportamental (concentração) P5 7 6 1 0 1 0 1 100
Comportamento de independência P6 7 4 3 2 1 0 1 100
Auto-estima P7 7 3 4 3 1 0 1 100
Os percentuais totais obtidos, a partir dos dados demonstrados na
Tabela 2, foram processados e convertidos em resultados gráficos, com o intuito de
permitir uma melhor visualização, como demonstrado a seguir.
P1 Superação de Medos e fobias P2 Melhoria das condições de sono P3 Sintomas clínicos P4 Repertório comportamental (choro compulsivo) P5 Repertório comportamental (concentração) P6 Comportamento de independência P7 Estima
Figura 4: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos
psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7
Aspectos Psicológicos
31
Com base nas representações disponibilizadas, a respeito dos
praticantes que ingressaram em 2008, pode-se fazer as seguintes considerações:
• Dos 4 praticantes que apresentavam sintomas de medo e/ou
fobia, 3 apresentaram evolução positiva do quadro, ou seja
diminuíram ou não apresentam mais os sintomas, totalizando,
assim, 75% de evolução quanto a este aspecto.
• Dos 3 praticantes que tinham dificuldades considerando as
condições de sono, 2 obtiveram melhora, perfazendo, assim, 67%
de evolução quanto à este aspecto.
• Quanto aos sintomas clínicos, considerando que 2 não
responderam a questão, 1 entrevistado apresentou melhora quanto
à diminuição das dores rotineiras, após iniciar as atividades
equoterápicas.
• Nenhum praticante apresentou progresso quanto ao repertório
comportamental, em se tratando de choro compulsivo.
• 100% dos praticantes respondentes obtiveram progresso quanto
à atenção/concentração, comportamento de independência e
elevação da estima.
Todo o vínculo cavalo-cavaleiro, estabelecido desde as primeiras sessões desenvolve a afetividade, com isso obtendo-se um ganho geral de auto-confiança e auto-estima, sendo assim há um melhoramento nos outros aspectos como o senso de limite e responsabilidade, o relacionamento interpessoal e casos de timidez, retração, hiperatividade, doenças de humor e depressão, entre outras deficiências apresentam sensível progresso (BRENTEGANI,s/d).
Especificamente, o gráfico permite melhor percepção quanto à
evolução de fatores psicológicos adversos, coadjuvantes no processo de
socialização, que apresentaram avanço no que diz respeito à superação de medos e
fobias (entre estes, de animais, pessoas, lugares fechados e movimentados),
melhoria das condições do sono, do controle do repertório comportamental (déficit
de atenção) e ascensão da estima;
A seguir, a tabela 3 e a figura 4, apresentam uma análise
semelhante à realizada anteriormente, ou seja, referente ao aspecto psicológico,
porém relativo aos praticantes que iniciaram as atividades equoterápicas em 2009.
32
Tabela 3: Avaliação dos aspectos Psicológicos dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em
2009
Aspecto Psicológico (ingressantes 2009)
Código
Total de
Entrevistados
Não Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Superação de medos e fobias P1 13 6 7 0 7 4 3 43
Melhoria das condições de sono P2 13 1 12 6 6 6 0 0
Sintomas clínicos P3 13 8 5 1 4 4 0 0
Repertório comportamental (choro compulsivo) P4 13 4 9 6 3 2 1 33
Repertório comportamental (concentração) P5 13 5 8 5 3 3 0 0
Comportamento de independência P6 13 5 8 4 4 3 1 25
Auto-estima P7 13 4 9 8 1 1 0 0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7
Aspectos Psicológicos
P1 Superação de Medos e fobias P2 Melhoria das condições de sono P3 Sintomas clínicos P4 Repertório comportamental (choro compulsivo) P5 Repertório comportamental (concentração) P6 Comportamento de independência P7 Estima
Figura 5: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos
psicológicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009
Com base nas representações disponibilizadas, a respeito dos
praticantes que ingressaram em 2009, pode-se fazer as seguintes considerações:
• Dos 7 praticantes que apresentaram sintomas de medo e/ou
fobia, 3 apresentaram evolução positiva do quadro, ou seja
diminuíram ou não apresentam mais os sintomas, totalizando,
assim, 43% de evolução quanto a este aspecto.
33
• Um dos praticantes que choravam compulsivamente apresentou
progresso quanto a este fator, totalizando, assim, 33% daqueles que
apresentaram dificuldade com relação a este comportamento.
• Um dos praticantes que apresentava limitação quanto ao
comportamento de independência, apresentou progresso neste
sentido.
Os resultados apresentam conformidade com Freire (1999),quando
relata que dentre os vários benefícios do tratamento equoterápico, está a diminuição
de ansiedade e fobias de modo geral. Este progresso ocorre, segundo Dotti (2005),
através do auxílio dos animais, que possibilitam dilapidar emoções com teor nocivo
às pessoas.
O último item, a despeito do comportamento de independência,
remete a uma técnica denominada como “ritual da separação”, quando então o
praticante finaliza a sessão, separando-se do cavalo. Esta técnica é considerada de
vital importância para o processo terapêutico, conforme relata Nascimento (s/d),
uma vez que trabalha a desvinculação.
A partir da comparação das figuras 4 e 5, subentende-se que o
número de sessões a que o praticante se submeteu, influencia na progressão do
aspecto psicológico, considerando que o percentual de evolução de 2009 é inferior a
de 2008. Ou seja, os resultados indicam para os ingressantes em 2009, que
quantidade de sessões parece ainda insuficiente. No entanto, mesmo assim,
apresentam-se evoluções nos fatores que obtiveram ascensão em 2008
(medo/fobia, elevação da estima), com exceção do aspecto comportamental (choro
compulsivo).
Os resultados apresentados, no que tange ao aspecto psicológico
dos praticantes de equoterapia, reforçam a concepção de Ribeiro (2002):
Nossa experiência registra inúmeras ocorrências de “insights” 1 de extraordinário poder terapêutico, proporcionadas pela riqueza de estímulos ambientais capazes de mobilizar emoções e elementos no psiquismo do praticante.
1 “Compreensão repentina, em geral intuitiva, de suas próprias atitudes e comportamentos, de um problema, de uma situação” (Novo Aurélio Século XXI).
34
Estes estímulos referem-se à influência do ambiente equoterápico
na psique dos envolvidos, considerando que este contexto oferece condições
propícias para o desenvolvimento pessoal, adquirindo confiança e elevação da
estima, conforme relata Cathlen Cudo, praticante de equoterapia da ANDE (s/d):
“a equoterapia é a terapia da alma, porque ela mexe não só com a parte física do ser humano, como também trabalha o lado psicológico, que é a própria alma.O praticante de equoterapia começa a ter uma visão diferente do mundo. Passa a perceber que tem potencial para contribuir com alguma coisa para a sociedade, pois passa a ter mais confiança em si próprio”.
4.2 Aspecto Social
Este aspecto refere-se, especialmente, ao tipo de relacionamento
que o praticante desencadeia com outras pessoas. Engloba, também, fatores
adversos, inibindo a interação perante a sociedade, considerando-se, assim, a
diminuição da ansiedade e/ou agressividade quando em locais públicos.
Neste sentido, Muriel Opa Nascimento , praticante de equoterapia
da ANDE (s/d), relata que “A Equoterapia ajuda as pessoas em todos os sentidos,
principalmente quanto à interação com outras pessoas”.
Assim, adotando a mesma metodologia aplicada para análise do
Aspecto Psicológico, foram coletados os dados referentes ao Aspecto Social, e
disponibilizados na tabela 4 e na figura 6 a seguir:
Tabela 4: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2008
Aspecto Social (ingressantes 2008)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Ampliação do circulo de amizade S1 7 3 4 0 4 1 3 75 Relacionamento Familiar S2 7 3 4 1 3 1 2 67 Relacionamento com amigos S3 7 4 3 0 3 2 1 33 Trabalha/Brinca em Grupo S4 7 5 2 0 2 2 0 0 Cumprimenta S5 7 6 1 0 1 0 1 100 Obedece ordens simples S6 7 4 3 2 1 0 1 100 Obedece ordens complexas S7 7 3 4 3 1 0 1 100 Relacionamento em Locais públicos S8 7 3 4 0 4 1 3 75 Relacionamento em Casa de parentes S9 7 3 4 1 3 1 2 67
35
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9
Aspecto Social
S1 Ampliação do circulo de amizade S2 Relacionamento Familiar S3 Relacionamento com amigos S4 Trabalha/Brinca em Grupo S5 Cumprimenta S6 Obedece ordens simples S7 Obedece ordens complexas S8 Relacionamento em Locais públicos S9 Relacionamento em Casa de parentes
Figura 6: Percentual de evolução dos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos
sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008
Com base nos resultados disponibilizadas, a respeito dos
praticantes que ingressaram em 2008, pode-se fazer as seguintes considerações:
• Houve uma expressiva evolução no que diz respeito ao
relacionamento em locais públicos e/ou casa de parentes,
considerando que, respectivamente, 3 entre 4 praticantes e 2 entre 3
que apresentaram limitação quanto a este tipo de relacionamento,
apresentaram evolução.
• 100% dos praticantes que apresentavam limitação quanto a
execução de ordens, apresentaram progresso.
• Embora nenhum praticante tenha apresentado evolução quanto
à interação pessoal considerando trabalho ou brincadeira em grupo,
os percentuais referentes à ampliação do circulo de amizade e
relacionamento com os amigos, apresentam progresso
significativos, o que, de certa forma, contribui, em primeira instância
para este fator.
Referente aos últimos resultados apresentados, a despeito do
aspecto social, cabe mencionar:
O praticante é encorajado também ao trabalho em grupo. Essa iniciativa tem como objetivo favorecer ainda mais a ampliação de vínculos e a socialização propriamente dita; facilitando o desenvolvimento e/ou elaboração de novos comportamentos em relação ao auto-controle, descoberta do outro e aceitação de regras e limites (NASCIMENTO, s/d).
36
A partir dos dados coletados, quanto aos respondentes,
ingressantes em 2008, é possível constatar uma evolução acima de 60% em todos
os fatores que caracterizam o aspecto social, exceto os itens S3 e S4, que dizem
respeito, respectivamente, ao relacionamento com os amigos e o envolvimento com
os mesmos.
Como fatores externos, pode-se considerar que os ingressantes em
2008 praticavam a equoterapia, inicialmente, em horários distintos aos demais, não
sendo possível, assim, maior interação com outros praticantes. Em contrapartida,
com a agregação de outros doze praticantes em 2009, percebe-se um diferencial
para os novos ingressantes, conforme demonstrado a seguir:
Tabela 5: Avaliação do Aspecto Social dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em 2009
Aspecto Social (ingressantes 2009)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Ampliação do circulo de amizade S1 13 1 12 10 2 1 1 50 Relacionamento Familiar S2 13 3 10 8 2 2 0 0 Relacionamento com amigos S3 13 3 10 8 2 1 1 50 Trabalha/Brinca em Grupo S4 13 4 9 8 1 1 0 0 Cumprimenta S5 13 3 10 9 1 1 0 0 Obedece ordens simples S6 13 2 11 11 0 0 0 - Obedece ordens complexas S7 13 6 7 4 3 3 0 0 Relacionamento em Locais públicos S8 13 2 11 7 4 4 0 0 Relacionamento em Casa de parentes S9 13 3 10 7 3 3 0 0
Os dados apurados na tabela 5 demonstram que houve progresso,
especialmente com relação ao aspecto em que se envolve o relacionamento
intrapessoal fora do ambiente familiar, conforme predisposto na figura a seguir:
37
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9
Aspecto Social
S1 Ampliação do circulo de amizade S2 Relacionamento Familiar S3 Relacionamento com amigos S4 Trabalha/Brinca em Grupo S5 Cumprimenta S6 Obedece ordens simples S7 Obedece ordens complexas S8 Relacionamento em Locais públicos S9 Relacionamento em Casa de parentes
Figura 7: Percentual de evoluçãodos praticantes que apresentaram limitação, frente aos aspectos
sociais, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009
Atribui-se os baixos percentuais de evolução, à quantidade reduzida
de sessões, uma vez que considera-se insuficiente o tempo em que os ingressantes
de 2009 estiveram expostos. Ainda sim, pode-se contabilizar melhoria no
relacionamento comunitário, onde cabe mencionar a ampliação do circulo de
amizade.
Neste sentindo, em comparação com a figura 6, considerando os
ingressantes de 2008, conforme relatado anteriormente, atribui-se esta evolução
considerando a proximidade com os demais praticantes.
É importante salientar que o aspecto social está intimamente
relacionado à dimensão psicológica, portanto a dissociação entre ambos pode
influenciar nos resultados.
4.3 Aspecto Pedagógico
Quanto ao aspecto Pedagógico, é importante relatar que a maioria
dos praticantes são provenientes da rede de Ensino Especial. Neste sentido,
somente dois dos entrevistados respondentes freqüentam Escolas Regulares, sendo
que um deles está matriculado em ambos. A despeito, cabe mencionar que, embora
não questionado diretamente, duas responsáveis pretendem matricular os filhos na
Rede de Ensino Regular.
38
Na área educacional, cavalgar auxilia na aquisição e desenvolvimento das funções psicomotoras, o que vai proporcionar a aprendizagem e o desenvolvimento de cognições de ordem superior, que se referem a sofisticadas habilidades: formação de conceitos, solução de problemas, pensamento crítico e criatividade. Enquanto anda a cavalo, a criança necessita desenvolver habilidades e atitudes conceituais diversas. Ajuda a manter um comportamento social adequado, enquanto em atividade de grupos na equitação. Estas aquisições são conhecidas como cognição social (BRAGAMONTE & SANTO, 2007).
Considera-se, também, que a idade biológica e cronológica, bem
como a severidade das necessidades especiais dos praticantes, apresentam
relevância neste aspecto, uma vez que são inúmeros os fatores que interferem no
processo ensino-aprendizagem.
Neste sentido, enquanto análise pedagógica, considerou-se
essencial o levantamento de dados pertinentes à educação no seu aspecto
primordial, enfatizando, assim, a necessidade da verificação quanto aos fatores
básicos, como leitura e escrita, uma vez que estes aspectos contribuem para a
comunicação e expressão no ambiente escolar.
Tabela 6: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em
2008
Aspecto Pedagógico (ingressantes 2008)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Nível evolutivo ensino-aprendizagem E1 7 1 6 3 3 1 2 67
Melhoria no relacionamento escolar E2 7 1 6 4 2 0 2 100
Lê E3 7 0 7 2 5 5 0 0
Escreve E4 7 0 7 2 5 4 1 20
Reconhece letras E5 7 1 6 2 4 4 0 0
Manuseia lápis E6 7 1 6 3 3 2 1 33
Reconhece cores E7 7 0 7 4 3 2 1 33
Reconhece formas geométricas E8 7 1 6 4 2 1 1 50
Raciocínio lógico matemático E9 7 3 4 1 3 2 1 33
Diferencia: Igual e diferente E10 7 0 7 3 4 3 1 25
Diferencia: Pequeno e grande E11 7 0 7 5 2 1 1 50
Diferencia: Esquerda e direita E12 7 1 6 2 4 4 0 0
Diferencia: Em cima e em baixo E13 7 2 5 4 1 1 0 0
Diferencia: Atrás e frente E14 7 1 6 4 2 1 1 50
Diferencia: Perto e longe E15 7 0 7 3 4 3 1 25
Diferencia: Sons fortes e fracos E16 7 0 7 6 1 1 0 0
Nomeia as partes do corpo E17 7 0 7 4 3 3 0 0
39
Evidencia-se, aqui, fatores provenientes do ambiente escolar, cujo
teor contribui para a interação social, uma vez que a comunicação e expressão
tende a facilitar o convívio. Neste sentido, os itens de E1 a E9, foram trabalhados e
convertidos em dados gráficos, conforme a figura seguinte:
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9
Aspectos Pedagógicos
E1 Nível evolutivo ensino-aprendizagem E2 Melhoria no relacionamento escolar E3 Lê E4 Escreve E5 Reconhece letras E6 Manuseia lápis E7 Reconhece cores E8 Reconhece formas geométricas E9 Raciocínio lógico matemático
Figura 8: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação, frente aos aspectos
pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008
Com base nas representações disponibilizadas, a respeito dos
praticantes que ingressaram em 2008, no que tange a fatores que influenciam na
inclusão, pode-se constatar que:
• A maioria apresentou evolução quanto ao processo de ensino-
aprendizagem, apresentando o percentual significativo de
aproximadamente 60%, bem como melhoria no relacionamento
escolar,verificando-se um progresso de 100% neste sentido. A
despeito, cabe mencionar a experiência do Centro Equoterápico nas
dependências da Universidade Federal de Lavras (UFLA):
O aspecto pedagógico, através da psicomotricidade, utilizando o cavalo como instrumento, trabalhou com sentido, espaço, tempo, duração, seqüência e ritmo. Os praticantes aprenderam que o trabalho lúdico realizado em ambientes propícios, fora das salas de aula, desenvolve habilidades e estímulos visuais, o que propiciou condições para um melhor aprendizado (BARBOSA,2009).
40
• Considera-se aqui uma margem de erro quanto aos fatores E4 e
E5, uma vez que são interdependentes, ora porque a função de
escrever evidencia a necessidade de se reconhecer letras.
• Os demais itens não apresentaram progresso expressivo,
sendo, então, conveniente, recomendar uma pesquisa mais
detalhada a respeito, uma vez que o ambiente dispõe de recursos
didáticos, como garrafas coloridas, formas geométricas e numéricas,
indicados para este tipo de trabalho pedagógico.
A seguir os dados apresentados dos ingressantes em 2009:
Tabela 7: Avaliação do Aspecto Pedagógico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em
2009
Aspecto Pedagógico (ingressantes 2009)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Nível evolutivo ensino-aprendizagem E1 13 8 5 2 3 2 1 33 Relacionamento escolar E2 13 4 9 9 0 0 0 - Lê E3 13 3 10 3 7 6 1 14 Escreve E4 13 3 10 4 6 6 0 0 Reconhece letras E5 13 2 11 8 3 3 0 0 Manuseia lápis E6 13 3 10 7 3 3 0 0 Reconhece cores E7 13 1 12 10 2 1 1 50 Reconhece formas geométricas E8 13 4 9 3 6 6 0 0 Raciocínio lógico matemático E9 13 6 7 1 6 6 0 0 Diferencia: Igual e diferente E10 13 3 10 7 3 3 0 0 Diferencia: Pequeno e grande E11 13 6 7 5 2 2 0 0 Diferencia: Esquerda e direita E12 13 5 8 4 4 4 0 0 Diferencia: Em cima e em baixo E13 13 4 9 7 2 2 0 0 Diferencia: Atrás e frente E14 13 4 9 7 2 2 0 0 Diferencia: Perto e longe E15 13 5 8 6 2 2 0 0 Diferencia: Sons fortes e fracos E16 13 5 8 7 1 1 0 0 Nomeia as partes do corpo E17 13 4 9 6 3 3 0 0
41
Os dados apresentados quanto aos itens E1 a E9 também foram
convertidos e disponibilizados em dados gráficos, conforme figura a seguir.
0%
20%
40%
60%
80%
100%Percentual de Evolução
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9
Aspectos Pedagógicos
E1 Nível evolutivo ensino-aprendizagem E2 Melhoria no relacionamento escolar E3 Lê E4 Escreve E5 Reconhece letras E6 Manuseia lápis E7 Reconhece cores E8 Reconhece formas geométricas E9 Raciocínio lógico matemático
Figura 9: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação frente aos aspectos
Pedagógicos, e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009.
Aqui o número de praticantes que apresentaram limitação aproxima-
se da quantidade discutida para aqueles que ingressaram em 2008. Neste sentido
verifica-se que:
• Não houve alteração quanto ao relacionamento escolar, uma
vez que nenhum praticante apresentou limitação neste sentido.
• Considera-se aqui a margem de erro quanto aos fatores E3 e
E5, uma vez que são interdependentes, ora porque evidentemente
que lê, obviamente, reconhece letras. Neste quesito, recomenda-se
a verificação posterior deste equívoco.
• 50% dos praticantes desenvolveram habilidades para
reconhecer cores.
• Os demais itens apresentam estagnação.
Julga-se relevante, também, considerar a quantidade de sessões
aplicadas como metodologia temporal necessária para o desenvolvimento
pedagógico significativo. Assim, a comparação entre os resultados dos
ingressantes de 2008 e 2009, evidencia uma progressão diferencial, estando mais
elevada na correspondente aos praticantes de 2008, que realizaram
aproximadamente 20 sessões, enquanto os de 2009 se submeteram a
aproximadamente 5 sessões, conforme já mencionado.
42
4.4 Aspecto Fisioterápico
Embora o aspecto fisioterápico não pareça relevante quando se
trata de inclusão, é importante esclarecer que alguns aspectos contribuem para o
aumento da estima e confiabilidade, o que, indiretamente, motiva o praticante a
experimentar evoluções em todos os outros aspectos.
Neste sentido, um dos fatores que se sobressai relaciona-se à
postura do praticante perante o cavalo, no sentido do domínio da situação. Assim,
sob o ponto de vista psicológico, adquire-se certo teor de independência, de lidar
com o desconhecido, ultrapassando os limites impostos, sendo esta uma técnica
que propicia o desejo de inclusão por parte do praticante, de forma que permite uma
maior aproximação das pessoas.
Quanto à aplicação pedagógica, percebe-se a contribuição ao
aspecto fisioterápico, como melhora na coordenação motora e alinhamento postural,
que beneficiou dicotomias fomentadoras da leitura e escrita, a partir do manuseio
de lápis, reconhecimento de letras, cores e formas geométricas, advindo de técnicas
de concentração, estimulação sensório-motora, noção espacial e esquema corporal,
conforme demonstrado anteriormente.
Esta terapia auxilia o praticante a se organizar em relação ao seu espaço, a desenvolver a seqüência de seus atos até montar e comandar o cavalo, a aprimorar percepções auditivas, visuais, táteis, proprioceptivas, a desenvolver o equilíbrio, a postura, as motricidades amplas e finas, o esquema corporal e conscientização corporal e contribui, inclusive, para o enriquecimento do vocabulário (CETEN, s/d).
A partir destas considerações, apresentam-se, na tabela 8, os
seguintes resultados, também expressos em dados gráficos, na figura 10,
disponibilizadas a seguir:
43
Tabela 8: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em
2009
Aspecto Fisioterápico (ingressantes 2008)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Funções Sensoriais:Visão F1 7 1 6 3 3 2 1 33
Funções Sensoriais:Olfato F2 7 1 6 5 1 0 1 100
Funções Sensoriais:Paladar F3 7 1 6 5 1 0 1 100
Funções Sensoriais:Tato F4 7 1 6 4 2 0 2 100
Funções Sensoriais:Fala F5 7 1 6 2 4 1 3 75
Equilíbrio:Mantém a cabeça erguida F6 7 0 7 4 3 1 2 67
Equilíbrio:Caminha sem arrastar os pés F7 7 2 5 2 3 1 2 67
Equilíbrio:Anda em linha reta F8 7 0 7 4 3 3 0 0
Cotidiano: Lava as mãos sozinho F9 7 1 6 4 2 2 0 0 Cotidiano: Usa corretamente o vaso sanitário
F10 7 0 7 2 5 4 1 20
Cotidiano: Escova os dentes adequadamente
F11 7 1 6 3 3 3 0 0
Cotidiano: Usa talher F12 7 0 7 5 2 2 0 0
Cotidiano: Despe-se e veste-se sozinho F13 7 1 6 1 5 5 0 0
Cotidiano: Amarra o sapato F14 7 1 6 1 5 5 0 0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8
Aspectos Fisioterápicos
F1 Funções Sensoriais: Visão F2 Funções Sensoriais: Olfato F3 Funções Sensoriais: Paladar F4 Funções Sensoriais: Tato F5 Funções Sensoriais: Fala F6 Equilíbrio: Mantém a cabeça erguida F7 Equilíbrio: Caminha sem arrastar os pés F8 Equilíbrio: Anda em linha reta
Figura 10: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação frente aos aspectos
Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2008.
44
Procurou-se identificar, aqui, se houve evolução nos aspectos
fisioterápicos, uma vez que estes podem influir em todas as outras dimensões.
Assim, pode-se constatar que:
• Demonstra uma evolução notória quanto a melhoria das funções
sensoriais, especialmente o olfato, paladar e tato, atingindo 100%
de progresso. Santos (2000), explica como ocorre este processo:
As estimulações sensitivas, sensoriais, visuais e acústicas, que são captadas pelos movimentos executados, contribuem para a melhor percepção espacial; Estas aferências combinam-se segundo o esquema dos sinais de solicitação cinética organizada pela postura do praticante e os movimentos do cavalo.
• Dois, entre os três praticantes que apresentavam dificuldade em
manter a cabeça erguida e caminhar sem arrastar os pés,
apresentaram evolução.
Tabela 9: Avaliação do Aspecto Fisioterápico dos praticantes de Equoterapia que ingressaram em
2009
Aspecto Fisioterápico (ingressantes 2009)
Código
Total de
Entrevistados
Não
Respondentes
Respondentes
Não Apresentam
Limitação
Apresentam
Limitação
Não houve
evolução
Houve Evolução
Percentual de
evolução (%)
Funções Sensoriais:Visão F1 13 4 9 7 2 1 1 50
Funções Sensoriais:Olfato F2 13 4 9 9 0 0 0 -
Funções Sensoriais:Paladar F3 13 4 9 9 0 0 0 -
Funções Sensoriais:Tato F4 13 4 9 6 3 3 0 0
Funções Sensoriais:Fala F5 13 3 10 3 7 5 2 29
Equilíbrio:Mantém a cabeça erguida F6 13 2 11 10 1 0 1 100
Equilíbrio:Caminha sem arrastar os pés F7 13 4 9 7 2 2 0 0
Equilíbrio:Anda em linha reta F8 13 7 6 4 2 1 1 50
Cotidiano: Lava as mãos sozinho F9 13 2 11 7 4 3 1 25
Cotidiano: Usa corretamente o vaso sanitário
F10 13 3 10 7 3 3 0 0
Cotidiano: Escova os dentes adequadamente
F11 13 3 10 4 6 5 1 17
Cotidiano: Usa talher F12 13 4 9 6 3 2 1 33
Cotidiano: Despe-se e veste-se sozinho F13 13 2 11 4 7 5 2 29
Cotidiano: Amarra o sapato F14 13 2 11 3 8 7 1 13
45
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Percentual de Evolução
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8
Aspecto Fisioterápico
F1 Funções Sensoriais: Visão F2 Funções Sensoriais: Olfato F3 Funções Sensoriais: Paladar F4 Funções Sensoriais: Tato F5 Funções Sensoriais: Fala F6 Equilíbrio: Mantém a cabeça erguida F7 Equilíbrio: Caminha sem arrastar os pés F8 Equilíbrio: Anda em linha reta
Figura 11: Percentual de evolução dos praticantes que apresentam limitação,frente aos aspectos
Fisioterápicos e iniciaram as atividades equoterápicas em 2009.
O resultado mais significativo apresentado para os ingressantes de
2009, diz respeito à propriedade de manter a cabeça erguida. Esta postura remete
ao praticante o desenvolvimento de estima, enquanto aspecto contribuinte para a
inclusão, além do aspecto fisioterápico em si.
Neste sentido, sabe-se que fatores psicológicos podem influenciar
no equilíbrio. A despeito, Le Boulch (1988) apud Brilinger (2005) afirma que “todo
medo ocasiona reações de enrijecimento que comprometem as reações de
equilibração”. Assim, o praticante adquire confiança, pois quando monta no cavalo
existe uma mudança no seu ponto de observação habitual: percebe o mundo
olhando por cima ou no mesmo nível das pessoas que estão lateralmente (Gouvêa,
2004 apud Brilinger, 2005).
4.5 Dimensão Psicopedagógica
Destrinchando a dimensão psicopedagógica, a partir dos
instrumentos aplicados, pode-se registrar a evolução de alguns praticantes no
quesito comunicação. Notoriamente, dois deles, durante a prática da Equoterapia,
desenvolveram e aperfeiçoaram formas de expressão, contribuindo para o
relacionamento interpessoal.
46
Para Shkedi e Engel (1997) apud Brilinger (2005), o cavalgar
promove respirações mais profundas, aumentando o volume de ar que passa pelas
cordas vocais; e, pelo cavalgar ser considerado uma recreação, há o encorajamento
para a fala.
A partir desta consideração, é plausível mencionar o objeto de
estudos de Santos (2000):
As interações vão sendo gravadas e tornando mais complexo o comportamento conceitual. Soma-se a isto, a liberdade de expressão, o aumento da auto-estima e da auto-afirmação e teremos atitudes visíveis, que vêm com o deambular do animal, como a expressão de sentimentos.
Concentrando-se no objetivo da pesquisa, comprova-se que a
Equoterapia contribui para a inclusão social, tanto direta como indiretamente, uma
vez que ao ingressar no ambiente equoterápico, o praticante é imediatamente
inserido em um meio comum, cuja atividade eqüestre desenvolve-se
estrategicamente como outra qualquer. Indiretamente, dentro de um contexto
educacional, percebe-se que as conquistas advindas da prática equoterápica
incentiva a comunicação espontânea, o que relativamente permite subentender que
a inclusão é quista também pelo praticante.
Subitamente, constata-se, através da análise das considerações
emitidas pela equipe envolvida, que a inclusão parte de um princípio norteador como
estratégia para a homogeneidade social. Neste sentido, cabe mencionar que a
equipe foi unânime, considerando que projetos como a Equoterapia propiciam a
Inclusão no contexto escolar.
Adicionalmente, percebe-se a afinidade que a prática equoterápica
tem com a inclusão em cursos profissionalizantes de diferentes áreas, bem como a
ocorrência da inclusão social dentro do recinto. Nesta instância, averiguou-se que as
contribuições dos estagiários, advindos de Cursos Técnicos de diferentes áreas,
contribuem para esta pluralidade social.
Nesta perspectiva, Brito (2006) complementa:
As contribuições da equoterapia na educação inclusiva, promovem a motivação para os outros alunos, uma vez que a experimentação em estar no dorso de um cavalo, onde o objeto de desejo com fins psicoterapêuticos desperta a utilização do mesmo com fins esportivos.
47
Nota-se, com base nessas considerações, que as possibilidades de
inclusão social acontecem naturalmente no ambiente equoterápico, percebendo-se
que o praticante recebe estímulos e sente-se à vontade no ambiente educacional.
Assim, conforme relatado pela mãe de um dos praticantes, o qual
geralmente apresenta quadro agressivo quando inserido em grupos sociais, o
praticante pôde progredir quanto ao domínio de emoções. A concepção de
Marcelino e Melo (2006) explica esta ocorrência:
Por meio da relação com o cavalo, enfrentando o desafio de montá-lo, sentada numa posição superior, a criança pode aprender a controlar suas emoções iniciais, como o medo. Cavalgar um animal dócil, porém de porte avantajado, leva o praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência, autoconfiança, realização e auto-estima.
Quanto à influência familiar perante as pessoas com necessidades
especiais (PNE), Freire (1999) apud Zamo (2006), ressalta que a família reage de
duas maneiras distintas; ou ela superprotege a criança, ou ela a desqualifica.
Assim, na equoterapia, ao introduzir o cavalo, este forma uma triangulação
(praticante- cavalo-pais) que permite à família visualizar o deficiente como separado
dela, e assim descobre-se capacidades não percebidas neste indivíduo.
A partir das análises realizadas, julga-se importante mencionar que
os dados referendados não podem ser considerados como absolutos, uma vez que
“não se comparam seres humanos. Cada um pertence a uma realidade única e
pessoal, com toda a sua história a ser compreendida e respeitada” (RAIÇA &
OLIVEIRA, 1990, apud ZAMO, 2006).
Assim, é importante considerar que as pessoas com necessidades
especiais, como quaisquer outras pessoas, devem ter respeitados o próprio ritmo de
aprendizagem, bem como a maneira como este processo se desenvolve.
Neste sentido, para todos os envolvidos no processo, o espaço do
núcleo de Equoterapia, de maneira holística, é um local de aprendizado para a vida,
não só para o praticante que se prepara para a inserção em outros espaços sociais
e de desenvolvimento. Ademais, a interação entre familiares e equipe, oportuniza a
troca de experiência, contribuindo para a otimização da dinâmica interdisciplinar.
48
5 CONCLUSÕES
A diversidade de ações proporcionadas pela Equoterapia,
englobando a equipe interdisciplinar bem como o contato imediato com os animais e
com ambiente próprio do meio rural, oferecem ao praticante a oportunidade de
experimentar um contexto diferente do habitual.
Desta forma, a superação de limites, atrelada à segurança
emocional que o praticante adquire no decorrer das sessões, permite a aplicação
destas iniciativas em outros ambientes de convívio social.
Assim, embora recentemente implantado na Instituição, o projeto
possibilitou uma atitude comportamental significativa em alguns praticantes,
especialmente no que tange à dimensão biopsicosocial.
Neste sentido, os praticantes têm experimentado a inclusão no
contexto educacional, uma vez que a convivência com profissionais e discentes do
Campus, proporciona a interação social, advinda do relacionamento interpessoal,
reforçando que não há práticas segregativas no referido meio.
Cabe mencionar, ainda, que tem-se atingido um dos propósitos da
educação contemporânea, uma vez que esta vislumbra o ensino em caráter
cooperativo, método este similar à estrutura organizacional da equoterapia. A
logística do sistema, releva a importância de se trabalhar o indivíduo a partir de uma
visão holística acerca da referência biopsicosocial do mesmo.
Visto isso, o paradigma pedagógico proposto pelo Governo Federal
acerca da implementação de um sistema que fomenta práticas inclusivas, compõe
metodologias que promovem a acessibilidade dos mais diferentes grupos sociais na
Rede Regular de Ensino.
Com base neste referencial, enfatiza-se a versatilidade curricular,
suplementando uma proposta pedagógica capaz de proporcionar ao aluno um
ambiente acolhedor e significativo para o seu desenvolvimento pleno.
49
6 RECOMENDAÇÕES
Para fins de continuidade desta pesquisa, considera-se pertinente
citar as seguintes recomendações, com o intuito de melhor fundamentação, no que
tange à variação quantificável de dados.
Assim, considerando que alguns resultados ficaram prejudicados em
função do curto período de tempo, em se tratando dos praticantes de equoterapia
que ingressaram em 2009, devido ao reduzido número de sessões a que estes se
submeteram, é altamente recomendável que seja aplicada uma nova pesquisa
quando, então, for decorrido o número de sessões equivalentes à quantidade
expressiva que se submeteram os de 2008.
Neste mesmo patamar, recomenda-se a avvaalliiaaççããoo ppeerriióóddiiccaa ddee
ttooddooss ooss pprraattiiccaanntteess,, iinncclluussiivvee aanntteess ddee iinniicciiaarreemm aass aattiivviiddaaddeess eeqquuootteerrááppiiccaass.. PPaarraa
ttaannttoo ssuuggeerree--ssee ssuubbddiivviissããoo ddoo iinnssttrruummeennttoo ddee ppeessqquuiissaa ccoonnssiiddeerraannddoo qquuee eessttee eessttáá
eexxtteennssoo,, aabboorrddaannddoo mmuuiittaass qquueessttõõeess ccoonnssttaanntteess eemm uumm úúnniiccoo mmooddeelloo..
RReeccoommeennddaa--ssee,, aaiinnddaa,, qquuee aass ppeessqquuiissaa sseejjaa eexxtteennddiiddaa aaooss
pprrooffiissssiioonnaaiiss ddoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr,, ccoomm oo iinnttuuiittoo ddee ssee vveerriiffiiccaarr oo ddeesseennvvoollvviimmeennttoo ddaa
ddiimmeennssããoo bbiiooppssiiccoossoocciiaaiiss,, eessppeecciiaallmmeennttee nnoo qquuee ttaannggee aaoo aassppeeccttoo ppeeddaaggóóggiiccoo,,
ccoonnssiiddeerraannddoo uumm tteeoorr mmaaiiss ttééccnniiccoo.. NNeessttee sseennttiiddoo,, ppeennssaa--ssee qquuee aa aapplliiccaaççããoo ddee uumm
qquueessttiioonnáárriioo ppaarraa aa eeqquuiippee mmuullttiipprrooffiissssiioonnaall ttaammbbéémm sseejjaa rreelleevvaannttee,, ccoonnssiiddeerraannddoo
aassssiimm,, ccoonnttrriibbuuiiççõõeess ppaarraa oouuttrraass áárreeaass..
FFiinnaalliizzaa--ssee,, eennttããoo,, eessttaa qquueessttããoo,, ssuuggeerriinnddoo--ssee qquuee eessttee tteemmaa sseejjaa
rreettoommaaddoo nnoovvaammeennttee,, eemm ooccaassiiããoo qquuee ppeerrmmiittaa ccoonnttaabbiilliizzaarr mmaaiioorr nnúúmmeerroo ddee sseessssõõeess
ppaarraa ooss mmeessmmooss pprraattiiccaanntteess..
50
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NASCIMENTO. Muriel Opa. Depoimentos de praticantes de Equoterapia para a ANDE . Disponível em: http://www.equoterapia.org.br/depoimentos.php Acessado em 3 de abril de 2009. SANTOS, Silvandira de Oliveira. Educação Inclusiva: Representações de Professores de uma Escola Publica do Estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado. Universidade Cidade de São Paulo. Disponível em <http://www.cidadesp.edu.br/old/mestrado_educacao/dissertacoes/2009/silvandira_de_oliveira.pdf>. Acessado em 25 de julho de 2009. ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Resolução 217A(III), da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. Disponível
53
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APÊNDICE
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Memorando de apresentação
INSTITUTO FEDERAL DE CIENCIA EDUCACAO E TECNOLOGIA
REGIAO SUDESTE MINAS GERAIS CAMPUS BARBACENA
NAPNE NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM NECESSIDADE ESPECIAL
Barbacena, 19 de junho de 2009.
Prezado Praticante ou Responsável,
Esse questionário,baseado no aplicado pela Associação Nacional de Equoterapia ANDE-BRASIL
ANDE, é confidencial. Você deve entregá-lo somente ao profissional que lhe está atendendo;
O objetivo deste instrumento é reconhecer melhor nosso praticante com vistas ao planejamento
individual desse atendimento e verificar a contribuição da equoterapia para a inclusão social. Será
objeto de pesquisa cientifica, junto ao MEC/SETEC.
Contando com sua colaboração,
Agradeço,
Valéria Bergamini Leite Coordenadora do NAPNE
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Instrumento de avaliação submetido aos praticantes de Equoterapia
INSTITUTO FEDERAL DE CIENCIA EDUCACAO E TECNOLOGIA
REGIAO SUDESTE MINAS GERAIS CAMPUS BARBACENA
NAPNE NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM NECESSIDADE ESPECIAL
Praticante:_______________________________________________Idade:_____ Possui necessidade especial? ( )Sim ( )Não - Qual?_________________________________ Quando iniciou as atividades equoterápicas?____/_____/____
FUNÇÕES SENSORIAIS ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Visão Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Olfato Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Paladar Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Tato Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Fala Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Equilíbrio: ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Mantém a cabeça erguida? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Caminha sem arrastar os pés? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Anda em linha reta? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
Atividades da Vida Diária ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Lava as mãos sozinho Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Usa corretamente o vaso sanitário Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Escova os dentes adequadamente Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Usa talher Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Despe-se e Veste-se sozinho Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Amarra o sapato Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) ASPECTO PEDAGOGICO ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA Qual Modalidade de Ensino Freqüenta? Por quê?
( )regular ( )especial ( ) ambas
( )regular ( )especial ( ) ambas
Qual o nível evolutivo com relação ao ensino aprendizagem
( )Estagnado ( )avançado ( )Estagnado ( )avançado
Relacionamento Escolar ( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório
( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório
Lê: Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Escreve: Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Reconhece letras: Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Manuseia lápis Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Reconhece cores Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Reconhece Formas Geométricas Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Raciocínio Lógico Matemático ( ) Satisfatorio ( ) Insatisfatorio ( ) Satisfatorio ( ) Insatisfatorio • Discrimina: Igual e diferente? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Pequeno e grande? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Esquerda e direita? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Em cima e em baixo? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Atrás e frente? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Perto e longe? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Sons fortes e fracos? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Nomeia as partes do corpo? Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( )
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INSTITUTO FEDERAL DE CIENCIA EDUCACAO E TECNOLOGIA
REGIAO SUDESTE MINAS GERAIS CAMPUS BARBACENA
NAPNE NÚCLEO DE ASSISTÊNCIA À PESSOA COM NECESSIDADE ESPECIAL
ASPECTO SOCIAL ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA ampliação do circulo de amizade
( ) dificuldade ( ) facilidade
( ) dificuldade ( ) facilidade
Relacionamento Familiar ( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório
( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório
Relacionamento com amigos ( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório
( ) agressivo ( ) ameno ( )satisfatório
Trabalha/Brinca em Grupo Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Cumprimenta Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Obedece ordens simples Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Obedece ordens complexas Sim( ) Não( ) Sim( ) Não( ) Freqüenta locais públicos como Igreja, cinema, restaurantes? Se a resposta for positiva,como se comporta?
( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente
( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente
Freqüenta casa de parentes, festa de amigos . Se a resposta for positiva,como se comporta?
( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente
( ) Satisfatoriamente ( ) Agressivamente ( ) Ansiosamente
Participa de outras atividades? ASPECTO PSCIOLOGICO ANTES DA EQUOTERAPIA APÓS INCIAR A EQUOTERAPIA medos e fobias:
Lugares Fechados( ) Andar na rua( ) Viagens( ) Animais( ) Quais?__________ Lugares Movimentados( ) Altura( ) Outros( ) Especifique _______
Lugares Fechados( ) Andar na rua( ) Viagens( ) Animais( ) Quais?__________ Lugares Movimentados( ) Altura( ) Outros( ) Especifique _______
saúde do praticante: condições de sono:
Tranqüilo( ) Inquieto( ) Pavor Noturno( ) Pesadelos( ) Insônia( ) Sonambulismo( ) Excessivo( ) Fala quando dorme( )
Tranqüilo( ) Inquieto( ) Pavor Noturno( ) Pesadelos( ) Insônia( ) Sonambulismo( ) Excessivo( ) Fala quando dorme( )
sintomas clínicos atuais ou frequentes:
Angustia( ) Problemas digestivos( ) Excesso de apetite( ) Falta de apetite( ) Tremores( ) Vertigens( ) Dores( )
Angustia( ) Problemas digestivos( ) Excesso de apetite( ) Falta de apetite( ) Tremores( ) Vertigens( ) Dores( )
Repertório comportamental birra, choro compulsivo
( ) Inadequado ( ) adequado
( ) Inadequado ( ) adequado
Repertório comportamental falta de atenção e concentração
( ) Inadequado ( ) adequado
( ) Inadequado ( ) adequado
Comportamento de independência
( ) Ausência ( ) Presença ( ) Notável
( ) Ausência ( ) Presença ( ) Notável
Auto-estima
( )Ausência ( )Latente ( )Notável
( )Ausência ( )Latente ( )Notável
Responsável pelo preenchimento das informações: ( ) praticante ( ) responsável _____________________________ Assinatura RECEBIDO EM:____/____/_____.
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ANEXO
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ASSOCIAÇÃO ACIOAL DE EQUOTERAPIA
ADE-BRASIL CETRO BÁSICO DE EQUOTERAPIA “GE. CARRACHO”
CBEGC-DF
QUESTIONÁRIO Prezado Pais ou Responsável, Esse questionário é confidencial. Você deve entregá-lo somente ao profissional que lhe está atendendo; a ele terá acesso somente os profissionais que trabalham nesta unidade. O objetivo deste questionário é reconhecer melhor nosso praticante com vistas ao planejamento individual desse atendimento. Contando com sua colaboração. Agradecemos,
____________________________________________________ CENTRO BÁSICO DE EQUOTERAPIA “GENERAL CARRACHO”
CBEGC-DF
60
QUESTIONÁRIO AUTOBIOGRÁFICO 1) IDENTIFICAÇÃO:
Nome:_______________________________________________________________ Escola:__________________________________________Grau:________________ Endereço/Escola :______________________________________________________ Telefone/Escola:___________________________
2) DADOS DA FAMÍLIA: Nome Vivo/Faleci
do Idade Estado Civil Escola Profissão Mora c/
Você Estado de
Saúde
Pai: Mãe: Filhos:1º 2º 3º 4º 5º 6º
3) AMBIENTE SOCIAL DO PRATICANTE: Relacionamentos: Na Família:
Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Não Satisfatório ( )
Com os amigos:
Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Não Satisfatório ( ) OBS:______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________ Na Escola:
Ótimo ( ) Satisfatório ( ) Não Satisfatório ( )
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Brinca em grupo: Sim( ) Não ( ) Cumprimenta: Sim( ) Não ( ) Senta-se adequadamente à mesa: Sim ( ) Não ( )
4) SAÚDE DA FAMÍLIA: Casos de doença na família: Distúrbios mentais: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:________________________________
Alcoolismo: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:________________________________ Suicídio: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________
Convulsão: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________
Câncer: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________
Diabetes: Sim( ) Não( ) Grau de Parentesco:_______________________________
Outras (descreva):____________________________________________________ 5) DESENVOLVIMENTO DO PRATICANTE: • Condições da Gestação: Normal( )
Complicações( ) Quais? ______________________________________________________________ Abordos Anteriores: Sim( ) Não( )
• Condições do parto: Normal( ) Cesariana( ) Prematuro( ) Fórceps( ) Com traumas( ) Quais?_____________________________________________________
• Com que idade: Engatinhou?__________ Andou?______________ Falou?_______________ • Equilíbrio: Mantém a cabeça erguida? ( )Sim ( )Não Caminha sem arrastar os pés? ( )Sim ( )Não Anda em linha reta? ( )Sim ( )Não Imita movimentos simples de braços, pernas e tronco?( )Sim( )Não Nomeia as partes do corpo? ( )Sim ( )Não
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• Funções Sensoriais: Visão: Boa( ) Moderada( ) Ausente( )
Audição: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Olfato: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Paladar: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Tato: Boa( ) Moderada( ) Ausente( ) Fala: Boa( ) Moderada( ) Ausente( )
• Funções Intelectuais: Reconhece cores? Sim( ) Não( ) Quais?_____________________________________________________ Formas Geométricas: Sim( ) Não( ) Quais?_____________________________________________________ • Discrimina: Igual e diferente? Sim( ) Não( )
Pequeno e grande? Sim( ) Não( ) Esquerda e direita? Sim( ) Não( ) Em cima e em baixo? Sim( ) Não( ) Atrás e frente? Sim( ) Não( ) Perto e longe? Sim( ) Não( ) Sons fortes e fracos? Sim( ) Não( ) Manuseia lápis? Sim( ) Não( )
• Obedece: Ordens simples: Sim( ) Não( ) Ordens complexas: Sim( ) Não( ) • Lê: Sim( ) Não( ) • Escreve: Sim( ) Não( ) • Reconhece letras: Sim( ) Não( ) Obs:_______________________________________________________ 6) SAÚDE DO PRATICANTE: • Condições de Sono: Tranqüilo( ) Inquieto( ) Pavor Noturno( )
Pesadelos( ) Insônia( ) Sonambulismo( ) Excessivo( ) Fala quando dorme( )
• Sublinhe as doenças que o praticante teve: Bronquite Asma Diabete Encefalite Meningite Doenças Cardíacas Paralisia Infantil Outro tipo de paralisia Deficiência Física Gagueira Febre Reumática Nevralgias(dores) Alergias Doenças dos Rins Desmaios Convulsões Traumatismo Crânio-Encefálico Astenia(cansaço físico) Mãos Frias Tiques Dificuldade de Respiração Outras:____________________________________________________________
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Quais permanecem hoje?________________________________________________________________________________________________________________________________
7) SINTOMAS CLÍNICOS ATUAIS OU FREQUENTES: Problemas digestivos( ) Angustia( ) Excesso de apetite( ) Falta de apetite( ) Tremores( ) Vertigens( ) Dores( ) Especifique:________________________________________________________
8) MEDOS E FOBIAS: Lugares Fechados( ) Andar na rua( ) Viagens( ) Animais( ) Quais?_____________________________________________________ Lugares Movimentados( ) Altura( ) Outros( ) Especifique?_________________________________________________
9) ASPECTO SEXUAL: Masturbação:
Na infância( ) Na adolescência( ) Atualmente( )
Obs:______________________________________________________________ 10) TRATAMENTO COM OU SEM INTERNAÇÃO: • Com Internação: Sim( ) Não( )
Qual especialidade:___________________________________________________ Motivo:____________________________________________________________ Medicamentos recebidos:______________________________________________
• Sem Internação: Sim( ) Não( ) Qual especialidade:_____________________________________________________ Duração e forma de tratamento:__________________________________________ Freqüência das sessões:________________________________________________ Atualmente toma medicamentos? Sim( ) Não( ) Quais?_______________________________________________________________ Obs:__________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 11) ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA:
Lava as mãos sozinho Sim( ) Não( ) Usa corretamente o vaso sanitário Sim( ) Não( ) Escova os dentes adequadamente Sim( ) Não( ) Usa talher Sim( ) Não( ) Despe-se e Veste-se sozinho Sim( ) Não( ) Amarra o sapato Sim( ) Não( ) Atende quando chamado p/nome Sim( ) Não( )
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Come sozinho Sim( ) Não( ) Outras:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
12) O QUE O PRATICANTE MAIS GOSTA DE FAZER? 13) O QUE NÃO GOSTA? 14) QUAIS AS ATIVIDADES QUE PARTICIPA ALÉM DA EQUOTERAPIA? 15) QUAIS AS MELHORAS OBSERVADAS APÓS AS ATIVIDADES EQUOTERÁPICAS? 16) OUTRAS OBSERVAÇÕES QUE JULGAR NECESSÁRIAS: Sugestões:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ RESPONDIDO POR:_________________________________________________________________ RECEBIDO EM:____/____/_____. CBGC-DF/05
Fonte:
http://www.equoterapia.org.br/arquivo/anexo_h.pdf