teoria e atividade

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CESED/FACISA Curso de Direito Disciplina: Linguagem e Argumentação Jurídica I Professora: Euda de Araújo Cordeiro Aluno: ____________________________________________________ Semestre: 2011.2 TEORIA DA COMUNICAÇÃO JURÍDICA 1. Introdução Muitos operadores do Direito ficam apavorados quando precisam redigir suas peças processuais, visto que são textos jurídicos. Basta a leitura de algumas petições iniciais, contestações, denúncias, sentenças etc., para se encontrar um verdadeiro festival de textos mal elaborados, desconexos, incoerentes, cujos defeitos causam obscuridade e ambiguidade, impedindo a compreensão da mensagem veiculada nas diversas peças processuais. A professora Célia Passoni 1 afirma que duas coisas são fundamentais para a iniciação ou o aperfeiçoamento do ato de redigir: A mais importante é saber que escrever é uma técnica e, como tal, pode ser aprendida. A segunda é reconhecer que não se é o único ─todos passam por dificuldades semelhantes, tudo é questão de superá-las, ou melhor, de enfrentar o problema e dizer “eu vou conseguir”. Não há dúvida de que o Advogado, o Juiz de Direito, o Promotor de Justiça, o Procurador do Estado, o Delegado de Polícia, o Defensor Público e outros operadores do Direito redigem diariamente peças processuais, tais como petições iniciais, contestações, recursos, portarias para instauração de inquéritos policiais, denúncias, sentenças etc., já que o ato de escrever é inerente ao desenvolvimento das atividades desses profissionais. Por exemplo, ninguém pode conceber a ideia de que um advogado não saiba redigir um texto jurídico, pois a imagem que todas as pessoas têm do advogado é que ele possui o dom da palavra. Embora muitos profissionais do Direito tenham dificuldades de redigir um texto jurídico claro e objetivo, pode-se perfeitamente aprender e dominar as técnicas da redação forense, pois são eficazes para a elaboração de um texto bem articulado. Por outro lado, deve-se entender que não existem técnicas redacionais para ensinar como se produz um texto jurídico com conteúdo substancial. A posição defendida aqui é a seguinte: quem lê muito possui um vasto conhecimento e redige uma peça processual com conteúdo; quem escreve muito, escreve bem. A leitura é necessária para adquirir conhecimento e a prática redacional é necessária para desenvolver o ato de se escrever bem. A elaboração das peças processuais obedece a esse mesmo critério, isto é, o nível de conhecimento jurídico que o profissional do Direito possui sobre o assunto que vai desenvolver depende do conhecimento adquirido pela leitura e experiência de mundo. Isso quer dizer que quanto mais leitura, mais conteúdo terá a peça processual. Trata-se do binômio leitura/redação. 2. Aspectos gerais da comunicação Desde os primórdios, o homem sempre quis se comunicar, a fim de compartilhar seus pensamentos, ideias e experiências de mundo. A aquisição da capacidade de transmitir uma determinada mensagem e ser compreendido pelo seu interlocutor tornou-se uma espécie de busca incansável do indivíduo através dos tempos, e, por esse motivo, o homem está sempre desenvolvendo novas formas de comunicação. Há vários meios eficazes para a veiculação de uma mensagem, no entanto, sem dúvida alguma, a linguagem humana se sobrepõe a qualquer outro meio de comunicação. Entende-se por comunicação o ato de tornar algum acontecimento comum a outras pessoas. Comunicação pressupõe comunidade. A comunidade é composta por indivíduos que se comunicam entre si, usando o mesmo código, isto é, o mesmo sistema convencional de palavras. Não haverá comunidade, se não houver comunicação ou entendimento entre as pessoas que compõem aquela mesma comunidade. Se não houver comunicação entre os integrantes de uma mesma comunidade, existirá apenas um grupo de pessoas reunidas, 1 Redação: teoria e prática. 2. Ed., São Paulo: Núcleo, 1993, p. 9

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Page 1: Teoria e Atividade

CESED/FACISA Curso de Direito

Disciplina: Linguagem e Argumentação Jurídica I Professora: Euda de Araújo Cordeiro

Aluno: ____________________________________________________ Semestre: 2011.2

TEORIA DA COMUNICAÇÃO JURÍDICA

1. Introdução

Muitos operadores do Direito ficam apavorados quando precisam redigir suas peças processuais, visto

que são textos jurídicos. Basta a leitura de algumas petições iniciais, contestações, denúncias, sentenças etc.,

para se encontrar um verdadeiro festival de textos mal elaborados, desconexos, incoerentes, cujos defeitos causam obscuridade e ambiguidade, impedindo a compreensão da mensagem veiculada nas diversas peças

processuais.

A professora Célia Passoni1 afirma que duas coisas são fundamentais para a iniciação ou o

aperfeiçoamento do ato de redigir:

A mais importante é saber que escrever é uma técnica e, como tal, pode ser aprendida. A

segunda é reconhecer que não se é o único ─todos passam por dificuldades semelhantes, tudo é

questão de superá-las, ou melhor, de enfrentar o problema e dizer “eu vou conseguir”.

Não há dúvida de que o Advogado, o Juiz de Direito, o Promotor de Justiça, o Procurador do Estado, o

Delegado de Polícia, o Defensor Público e outros operadores do Direito redigem diariamente peças processuais,

tais como petições iniciais, contestações, recursos, portarias para instauração de inquéritos policiais, denúncias,

sentenças etc., já que o ato de escrever é inerente ao desenvolvimento das atividades desses profissionais. Por exemplo, ninguém pode conceber a ideia de que um advogado não saiba redigir um texto jurídico, pois a imagem

que todas as pessoas têm do advogado é que ele possui o dom da palavra.

Embora muitos profissionais do Direito tenham dificuldades de redigir um texto jurídico claro e objetivo, pode-se perfeitamente aprender e dominar as técnicas da redação forense, pois são eficazes para a

elaboração de um texto bem articulado. Por outro lado, deve-se entender que não existem técnicas redacionais

para ensinar como se produz um texto jurídico com conteúdo substancial. A posição defendida aqui é a seguinte: quem lê muito possui um vasto conhecimento e redige uma peça processual com conteúdo; quem escreve muito,

escreve bem. A leitura é necessária para adquirir conhecimento e a prática redacional é necessária para

desenvolver o ato de se escrever bem.

A elaboração das peças processuais obedece a esse mesmo critério, isto é, o nível de conhecimento jurídico que o profissional do Direito possui sobre o assunto que vai desenvolver depende do conhecimento

adquirido pela leitura e experiência de mundo. Isso quer dizer que quanto mais leitura, mais conteúdo terá a peça

processual. Trata-se do binômio leitura/redação.

2. Aspectos gerais da comunicação

Desde os primórdios, o homem sempre quis se comunicar, a fim de compartilhar seus pensamentos,

ideias e experiências de mundo. A aquisição da capacidade de transmitir uma determinada mensagem e ser

compreendido pelo seu interlocutor tornou-se uma espécie de busca incansável do indivíduo através dos tempos,

e, por esse motivo, o homem está sempre desenvolvendo novas formas de comunicação. Há vários meios eficazes para a veiculação de uma mensagem, no entanto, sem dúvida alguma, a

linguagem humana se sobrepõe a qualquer outro meio de comunicação. Entende-se por comunicação o ato de

tornar algum acontecimento comum a outras pessoas. Comunicação pressupõe comunidade. A comunidade é composta por indivíduos que se comunicam entre

si, usando o mesmo código, isto é, o mesmo sistema convencional de palavras. Não haverá comunidade, se não

houver comunicação ou entendimento entre as pessoas que compõem aquela mesma comunidade. Se não houver

comunicação entre os integrantes de uma mesma comunidade, existirá apenas um grupo de pessoas reunidas,

1 Redação: teoria e prática. 2. Ed., São Paulo: Núcleo, 1993, p. 9

Page 2: Teoria e Atividade

uma vez que elas não se entendem. Não se pode afirmar que existe interação social entre essas pessoas,

exatamente, porque elas não se entendem.

A comunicação é considerada um ato praticado entre os indivíduos que usam os mesmos signos linguísticos, ou seja, as mesmas palavras, cuja finalidade é transmitir uma determinada mensagem. Quem se

comunica, age.

3. Elementos da comunicação jurídica

O conhecimento da teoria da comunicação tem em mira, entre outras vantagens, oferecer instrumentos

capazes de eliminar qualquer problema redacional. Assim, quem se dispuser a redigir um texto, poderá fazê-lo de forma primorosa, aplicando-o na produção das peças processuais. Sem este conhecimento prévio, o

profissional do Direito não estará apto a se comunicar adequadamente com seu interlocutor quer por meio da

fala, quer por meio da escrita. Qualquer comunicação tem por escopo a transmissão de uma determinada mensagem. Assim, todo ato

comunicativo pressupõe uma mensagem e, nessa relação comunicativa, estabelece-se uma interação entre os

interlocutores, porquanto, após o recebimento da mensagem, o receptor transforma-se no emissor e o emissor no receptor, operando-se o ato comunicativo.

No Direito, a comunicação é a transmissão de uma mensagem no universo jurídico, que também recebe

o nome científico de discurso jurídico. Sendo assim, os elementos da teoria da comunicação jurídica estão

presentes no discurso jurídico. O profissional do Direito que domina os elementos da teoria da comunicação jurídica tem a seu favor

uma arma poderosíssima que o capacita a produzir peças processuais bem articuladas. O texto jurídico é a

ferramenta de trabalho do operador do Direito. Espera-se, por exemplo, que um advogado redija suas petições iniciais com uma linguagem forense escorreita, clara e objetiva. Fundamentado nesse raciocínio, São Thomaz de

Aquino disse que a linguagem forense exige “a arte de pensar em ordem e sem erros”.

No mundo do Direito, a comunicação exerce papel fundamental, por isso ela não pode apresentar

nenhum tipo de imperfeição, pois, nesse caso, se a mensagem for mal interpretada, o direito do cidadão será lesado. Em outras palavras, o advogado prejudicará seu cliente, já que não soube redigir diligentemente a petição

inicial.

O profissional do Direito que não dominar a linguagem forense não estará apto a desenvolver suas atividades jurídicas porque nem compreenderá os princípios básicos do Direito, nem se fará entender claramente.

Existem seis elementos formadores do processo comunicativo, a saber: o emissor, o receptor, a

mensagem, o código, o canal e o referente. Analisar-se-á cada um deles para melhor compreensão dessa teoria. O emissor ou remetente é responsável pela emissão da mensagem. Pode ser uma pessoa ou um grupo

de pessoas. Ao longo do dia, a pessoa transforma-se em diversos emissores, já que representa vários papéis na

comunicação humana.

O receptor ou destinatário recebe a mensagem enviada pelo emissor. O receptor somente poderá entender a mensagem se as palavras utilizadas na construção dessa mesma mensagem pertencerem a seu

vocabulário. Caso contrário, não haverá comunicação. Portanto, a seleção vocabular para a produção do discurso

jurídico deve ter em mira o receptor. O resultado eficaz da comunicação relaciona-se com a escolha vocabular do emissor em função do receptor.

O canal de comunicação ou contato é o meio utilizado pelo emissor para transmitir a mensagem ao

receptor. A escolha do canal depende da situação em que se opera a comunicação, visto que pode ser o telefone, a carta comercial, o requerimento, a petição inicial, a contestação etc. O canal tem por objetivo manter a

comunicação ativa entre os interlocutores.

A mensagem é aquilo que se pretende transmitir ao receptor; é o objeto da comunicação que se

concretiza no instante em que o receptor recebe e decodifica a mensagem enviada pelo emissor. O código é o conjunto de signos combinados entre si para transmitir a mensagem recebida. Para que o

receptor consiga decodificar a mensagem enviada pelo emissor, os interlocutores devem dominar o mesmo

código. No caso da linguagem forense, o código é o Português Jurídico. O referente é a situação contextual a que se refere a mensagem. Trata-se do contexto em que a

mensagem foi produzida.

Page 3: Teoria e Atividade

Há de se observar que diversos fatores impedem a comunicação entre emissor e receptor. Todo elemento

que interfere na comunicação dos interlocutores recebe o nome de ruído, ou seja, ruído é qualquer obstáculo que

impede a comunicação, a compreensão da mensagem transmitida. Após essas considerações, é importante para o operador do Direito entender como funciona a teoria da

comunicação na redação forense. Para aplicação dessa teoria na produção da peça processual, tome-se, como

exemplo, a petição inicial que tem por função dar início à ação judicial. O art. 282 do CPC esclarece que os principais requisitos da petição inicial são: o juiz ou tribunal a que é

dirigida a petição inicial; os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; o

fato e os fundamentos jurídicos do pedido; o pedido com suas especificações; o valor da causa; as provas com

que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados e, por último, o requerimento para a citação do réu. Interessa à teoria da comunicação jurídica apenas estes requisitos: o juiz ou o tribunal, o autor, o réu, o fato

e os fundamentos jurídicos do pedido e o pedido.

O juiz (primeira instância) ou tribunal (segunda instância) são os primeiros receptores da petição inicial. O Juiz de Direito recebe a petição inicial e toma conhecimento de seu conteúdo. Depois determina a citação do

réu para que ele também saiba o teor da petição inicial. Assim, o réu defender-se-á das acusações que lhe pesam.

Quando o réu for citado, ele passará a ser o receptor da mensagem jurídica. O fato e os fundamentos jurídicos do pedido constituem a mensagem veiculada pelo emissor ao receptor.

Trata-se de uma mensagem jurídica redigida em linguagem forense, inteiramente técnica. Por isso, o código

utilizado para transmitir a comunicação jurídica recebe o nome de Português Jurídico.

Saliente-se que na comunicação jurídica o fato e os fundamentos jurídicos resultam no pedido formulado pelo autor na petição inicial. Ele deve ter em mira a proteção jurisdicional e, para tanto, formula sua pretensão,

submetendo-a ao crivo do Poder Judiciário, representado na pessoa do Juiz de Direito, a fim de que o pedido seja

julgado procedente. Conclui-se deste raciocínio que o referente não só contextualiza os acontecimentos ocorridos no mundo jurídico que justificam a elaboração da petição inicial, como fundamenta o pedido formulado pelo

autor.

Os elementos da teoria da comunicação presentes na petição inicial podem ser , assim, classificados:

a) emissor: é autor da petição inicial; b) receptor: em um primeiro momento, é o Juiz de Direito, depois, o réu;

c) mensagem: é a veiculação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido;

d) canal: é a folha de papel onde se redige a petição inicial e) código: é o Português Jurídico ou a linguagem forense utilizada na produção do texto jurídico da

petição inicial;

f) referente: é o contexto que justifica a elaboração da petição inicial e fundamenta o pedido que deve ser claro e objetivo.

Os elementos da teoria da comunicação jurídica têm como função identificar os requisitos essenciais da

petição inicial. A ausência de um deles implica o indeferimento da petição inicial. O profissional do Direito deve ser cuidadoso ao redigir a peça processual, sobretudo ao expor o fato e os fundamentos

jurídicos do pedido. Se o texto estiver mal redigido, poderá provocar a incompreensão da mensagem

jurídica veiculada na petição inicial, e o Juiz de Direito irá indeferi-la, porque será considerada inepta, segundo o art. 295, inciso I, parágrafo único, incisos I e II, do CPC, a seguir:

Art. 295. A petição inicial será indeferida:

I-quando for inepta;

II- quando a parte for manifestamente ilegítima;

III- quando o autor carecer de interesse processual;

IV- quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5º)

V- quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da

causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

VI- quando não atendidas as prescrições dos artigos 39, parágrafo único, primeira parte,

e 284.

Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:

I- lhe faltar pedido ou causa de pedir;

Page 4: Teoria e Atividade

II- da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

III- o pedido for juridicamente impossível;

IV- contiver pedidos incompatíveis entre si.

O réu não poderá se defender se não compreender qual o tipo de acusação que lhe está sendo imputada.

A petição mal elaborada, mal redigida afronta o art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal do País. O acusado tem o direito constitucional de se opor às acusações que lhe são atribuídas, bem como o direito de exercer a

ampla defesa nos processos judiciais.

Dessa forma, o artigo constitucional exige do profissional do Direito o domínio da linguagem forense, pois se trata de um requisito inerente e indispensável ao exercício da profissão.

A petição inicial deve apresentar um eixo redacional lógico e progressivo. A narração dos fatos deve

manter sempre uma sequência cronológica com uma conclusão harmônica em relação ao todo narrado.

VIANA, Joseval Martins. Manual de redação forense e prática jurídica. 3. ed., 2ª tiragem, São Paulo: Editora Juarez de

Oliveira, 2007, p. 1-12 (adaptado)

Page 5: Teoria e Atividade

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPINA GRANDE –

PB:

CARLOS DIAS DA SILVA, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/PB sob o nº ..........................., com escritório na Rua ..............., nº ......, Centro, nesta cidade, vem, perante este Juízo, impetrar

ORDEM DE HABEAS CORPUS

em favor de MARCOS LIMA FILHO, brasileiro, solteiro, comerciário, residente na Av. Aprígio Veloso, nº....,

Bodocongó, nesta cidade, pelos motivos que passa a expor:

No dia 10 de setembro do corrente ano, por volta das 23 horas, o paciente dirigia-se a seu lar, vindo da

escola, sem portar carteira de identidade mas munido de seus livros.

Ao passar nas proximidades da Universidade Federal de Campina Grande, foi preso e levado à .... Delegacia de Polícia, para averiguação de um furto ocorrido nas imediações.

Estando detido há mais de 2 (dois) dias, sem que lhe tenha sido fornecida nota de culpa, demonstrada

está a coação exercida pelo Delegado de Polícia da ....Delegacia de Polícia.

Além da absoluta inocência do paciente, bom moço, estudante e trabalhador, como demonstram os documentos inclusos, manifestamente injusta é a prisão porque não houve flagrante e não há contra o paciente

mandado de prisão expedido por um juiz de direito.

Face ao exposto, com fundamento no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal de 1988 e arts. 647 e s. do Código de Processo Penal, requer o impetrante seja concedida a ordem de habeas corpus, com expedição de

alvará de soltura e demais providências.

Termos em que

Pede deferimento.

Campina Grande, 13de setembro de 2008.

_____________________________________

Carlos Dias da Silva OAB/PB ............. (Adaptado de DAMIÃO, Regina Toledo e HENRIQUES, Antônio. Curso de português jurídico, p. 17 a 22.)

Exercício

1. Identifique, no habeas corpus acima, os seis elementos do ato comunicativo jurídico.

a) emissor _____________________ b) receptor ___________________

c) mensagem___________________ c) referente ____________________ d) código ____________________ e) canal ________________________

2. Ainda no mesmo habeas corpus, identifique o fato, o direito e o pedido.

Fato _______________________________________________________________________ Direito _____________________________________________________________________

Pedido _____________________________________________________________________CESED/FACISA

Page 6: Teoria e Atividade

CESED/FACISA Curso de Direito

Disciplina: Linguagem e Argumentação Jurídica I Professora: Euda de Araújo Cordeiro

Aluno: ____________________________________________________ Semestre: 2011.2

Funções da linguagem

Para realizar um ato de comunicação verbal, o indivíduo escolhe, seleciona as palavras, depois passa a organizá-las e combiná-las conforme a sua vontade. E todo este trabalho de seleção e combinação não é

aleatório, não é realizado por acaso, mas está intimamente ligado à intenção do emissor. Assim sendo, a

linguagem passa a ter funções, cuja importância é saber utilizar a linguagem adequada no momento adequado. O esquema proposto por Roman Jakobson compreende um remetente que envia uma mensagem a um

destinatário; para ser eficaz a comunicação, são necessários um contexto a que se refere, um código, parcial ou

totalmente comum a remetente e destinatário, e um canal físico. O código compreende um estoque estruturado de elementos que se apresentam como alternativas de

seleção para a produção de mensagens. Os subcódigos introduzem a questão da variação linguística. Assim,

códigos diferentes não permitem a comunicação. Uma petição escrita numa variante linguística não aceita nos

meios forenses pode impedir a consecução do objetivo do profissional do direito na defesa dos interesses de um cliente seu. Nunca podemos esquecer que há variantes linguísticas que gozam de prestígio entre os usuários e há

outras que são estigmatizadas.

Para Jakobson, a linguagem deveria ser examinada não em relação à função informativa (denotativa, referencial), que foi considerada pelos teóricos da informação a única e a mais importante.

As funções estariam, para Jakobson, focadas em um dos elementos do processo de comunicação; a

função emotiva estaria centrada no remetente; a referencial, no contexto ou referente; a poética, na mensagem; a fática, no contato; a metalinguística, no código; a conativa, no destinatário.

a) Referencial – é a mais comum das funções da linguagem e centra-se na informação. A intenção do emissor é

transmitir ao interlocutor dados da realidade de uma forma direta e objetiva, sem ambiguidades, com palavras empregadas em seu sentido denotativo. Portanto, essa é a função da linguagem que predomina em textos

dissertativos, técnicos, instrucionais, jornalísticos ─ informativos por excelência. Como está centrado no

referente, ou seja, naquilo de que se fala, prevalece o texto escrito em 3ª pessoa, com frases estruturadas na ordem direta.

A informação jurídica é precisa, objetiva, denotativa; fala-se, então, de função referencial. Nada impede,

porém, que o texto jurídico se preocupe, por exemplo, com a sonoridade e ritmo das palavras, valorizando a

forma da comunicação; tem-se, assim, a função poética. Os textos em que predomina a função referencial apresentam qualidades objetivas ou concretas, uso de

nomes próprios, estratégias argumentativas lógicas, como provas e demonstrações. Em geral, evitam o uso de

adjetivação imprecisa, como belo, feio, grande, pequeno etc., bem como de expressões subjetivas como eu acho, eu quero. Esses procedimentos visam criar o efeito de distanciamento do sujeito e de verdade dos fatos. O uso da

função referencial tem em vista a transmissão objetiva de informação sobre o contexto, sobre os fenômenos

extralinguísticos.

b) Emotiva ou expressiva - Quando a intenção do produtor do texto é posicionar-se em relação ao tema que está

abordando, é expressar seus sentimentos e emoções, o texto resultante é subjetivo, um espelho do ânimo, das

emoções, do temperamento do emissor. Nesse caso temos a função emotiva da linguagem (também chamada expressiva). A interjeição, o uso de pronomes e verbos na 1ª pessoa do singular, os adjetivos valorativos e alguns

sinais de pontuação, como as reticências e os pontos de exclamação são algumas marcas da função emotiva

utilizada para comover o receptor. Exemplo: linguagem do réu (que valoriza a primeira pessoa do singular); linguagem do advogado de defesa quando, no Júri, apela para o fato de que a condenação vai ultrapassar a

pessoa do condenado e atingir outras pessoas inocentes.

c) Apelativa ou conativa – observe que conativo significa “relativo ao processo da ação intencional sobre outra

pessoa”: promover, suscitar, provocar estímulos, persuadir. A função apelativa ou conativa é, portanto, aquela

em que há intenção do emissor de influenciar o destinatário. A mensagem se organiza em forma de ordem,

Page 7: Teoria e Atividade

chamamento, apelo ou súplica e está centrada no receptor. Para tentar persuadir o destinatário é preciso, antes de

mais nada, falar a língua dele, apelar para exemplos e argumentos significativos em relação a sua classe social, a

sua formação cultural, a seus sonhos e desejos. Cada leitor deve ter a sensação de que o texto foi escrito especialmente para ele, como se fosse uma conversa a dois. É o que os publicitários, por exemplo, fazem muito

bem. Um produto sofisticado exige um anúncio também sofisticado, para atingir seu público-alvo. Por outro

lado, um produto “popular” exige um anúncio objetivo, em linguagem clara e direta, explorando argumentos que fazem parte do repertório do consumidor-alvo. Marcam a função apelativa os verbos no imperativo, uso do

vocativo e tratamento em 2ª pessoa (tu, vós, você, vocês).

Sabe-se que o texto jurídico é, eminentemente, persuasório; dirige-se, especificamente, ao receptor; dele

se aproxima para convencê-lo a mudar de comportamento, para alterar condutas já estabelecidas, suscitando estímulos, impulsos para provocar reações no receptor.

O discurso persuasório apresenta duas vertentes: a vertente autoritária e a vertente exortativa. A vertente

autoritária é típica do discurso jurídico; basta atentar-se para o Código Penal e para expressões como: “intime-se, “afixe-se e cumpra-se”, “revoguem-se as disposições em contrário”, “arquive-se”, conduzir “sob vara” ou manu

militari, “justiça imperante” e muitas outras. Monteiro (1967:14) é taxativo: “Além de comum a lei é, por igual,

„obrigatória‟. Ela ordena e não exorta (jubeat non suadeat); também não teoriza. Ninguém se subtrai ao seu tom imperativo e ao seu campo de ação.” Já a vertente exortativa é utilizada mais pelos textos publicitários que, para

maior efeito, apelam para a linguagem poética. O discurso persuasório coercitivo, autoritário, já caracterizou a

igreja católica que hoje usa mais o discurso exortativo.

d) Fática – tem como propósito prender a atenção do destinatário visando prolongar a comunicação, testando o

canal com frases do tipo “veja bem”, “entendeu?”,”certo?” “olha aqui”, etc. O principal exemplo é o diálogo.

e) Poética - Quando a intenção do produtor do texto está voltada para a própria mensagem, para uma especial

arrumação das palavras, quer na escolha, quer na combinação delas, quer na organização sintática da frase,

temos a função poética da linguagem. É a função em que a mensagem é centrada na poesia, ou melhor, na

linguagem poética, em que aparecem elementos como o ritmo, a sonoridade, o belo e inusitado das imagens. E importante lembrar que a função poética não é exclusiva da poesia é também encontrada em textos de prosa, em

anúncios publicitários ou na linguagem cotidiana. Nestes casos, ela não será a função dominante.

f) Metalinguística - É a linguagem falando da linguagem. É a metalinguagem. Nas avaliações, nos trabalhos

escolares estamos sempre elaborando definições, estamos “explicando com as nossas palavras” alguma coisa. A

análise de um texto, por exemplo, é um exercício de metalinguagem. A preocupação do emissor está voltada para o próprio código, isto é, o tema da mensagem é o próprio código. A mensagem é utilizada para explicar o

código. Ocorre metalinguagem quando se dá uma definição, um conceito, quando se explica ou se pede

explicação sobre o conteúdo da mensagem, ou seja, o código explica o código. E como se um filme falasse do

filme, a peça de teatro falasse do teatro, a poesia falasse do ato de escrever. É a linguagem do dicionário, do vocabulário, no nosso caso, jurídico, centrada em códigos. A função metalinguística da linguagem, em que o

código retorna ao próprio código, está presente em nosso dia-a-dia e desempenha um papel importante em

nossos textos e conversas. Vejamos um exemplo de mandado de segurança, transcrito de Martins (2003c, p. 467)

Page 8: Teoria e Atividade

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2A

REGIÃO

O. N., brasileiro, casado, bancário, residente na Rua Espírito Santo, n. 122, por seu advogado que esta subscreve, vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa, impetrar Mandado de Segurança contra o MM.

Juiz da 33a Vara do Trabalho de São Paulo, com fundamento no inciso LXIX do art. 5

o da Constituição c/c as

disposições da Lei n. 1.533, de acordo com as razoes abaixo elencadas.

O impetrante ajuizou reclamação trabalhista em face do Banco P.S.A., postulando horas extras e

integrações (doc..2).

Ocorre que o MM Juiz da 33a Vara do Trabalho alterou arbitrariamente o valor da causa na sentença para

o valor de R$ 1.000.000,00, não lhe possibilitando o direito de recurso, e ainda indeferiu o seu pedido de isenção das custas (doc.3).

O direito de acesso ao segundo grau é determinado pelo principio do duplo grau de jurisdição que está

assegurado no art. 5o , LV, quando fala da ampla defesa. Ora, o impetrante não tem ampla defesa, pois não pode

recorrer, apesar de ter apresentado recurso a que foi denegado seguimento pelo não-pagamento das custas.

Entende que tem direito líquido e certo a isenção de custas, pois, além de perceber menos de 2 salários mínimos, estava assistido pelo sindicato, firmando declaração de ser pobre na acepção jurídica do termo e sob as

penas da lei (doc.4).

Assim, entende que o ato cometido pelo Sr. Juiz da 33a Vara do Trabalho de São Paulo é arbitrário, não

lhe possibilitando o direito constitucional de recorrer, em razão de não ter sido concedida a isenção das custas,

que é direito líquido e certo do impetrante, por atender ao art. 14 e parágrafos da Lei n. 5.584, e à Lei n. 1060/50.

Espera seja concedido o presente mandado de segurança para cassar a ordem arbitrária do Exmo. Sr. Dr.

Juiz da 33a Vara do Trabalho de São Paulo, prosseguindo-se no processamento do recurso como de direito, pela

concessão da Justiça gratuita ao impetrante.

As provas dos fatos alegados encontram-se anexadas, devendo a autoridade coatora ser intimada para prestar informações em 10 dias, como de direito.

Dá à causa o valor de R$ 1.000,00.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Data e assinatura

A linguagem técnica é produzida sobretudo com a função referencial da linguagem, centrada no contexto

ou no referente. Na linguagem jurídica, as afirmações reivindicativas de direitos devem vir acompanhadas

sempre das causas que lhes deram origem. Não é adequado, pois, reclamar, por exemplo, por uma indenização se o autor da ação não indica os fatos que deram origem a um suposto prejuízo. A correção gramatical, no caso das

peças forenses, não é suficiente: conhecer a lei que foi infringida, bem como as variadas modalidades de

documentos que permitem o acesso à Justiça, são outros requisitos relevantes.

Fundamental é lembrar que toda e qualquer forma de comunicação se apoia no binômio emissor-receptor; não há comunicação unilateral. A comunicação é, basicamente, um ato de partilha, o que implica, no

mínimo, bilateralidade.

Page 9: Teoria e Atividade

Estabelecido que a comunicação não é ato de um só, mas de todos os elementos dela participantes,

verifica-se que a realização do ato comunicatório apenas se efetivará em sua plenitude quando todos os seus

componentes funcionarem adequadamente. Qualquer falha no sistema de comunicação impedirá a perfeita captação da mensagem. Ao obstáculo que

fecha o circuito de comunicação costuma-se dar o nome de ruído. As principais fontes de ruídos são: barulho,

desatenção, desinteresse, problemas do código e do subcódigo, falta de conhecimento ou de crenças comuns. Este ruído poderá ser provocado pelo emissor, pelo receptor, pelo canal. (adaptado de DAMIÃO, Regina Toledo e HENRIQUES, Antônio. Curso de português jurídico, Atlas: São Paulo, 2000, p.

24-31.

MEDEIROS, João Bosco e TOMASI, Carolina. Português forense: língua portuguesa para curso de Direito. 2. ed., Atlas:

São Paulo, 2005, p. 268-273).

Exercício

Especifique os tipos de funções da linguagem ( referencial, emotiva, conativa, metalinguística, fática e poética)

nos diversos tipos de textos abaixo. Justifique suas respostas, indicando em qual elemento da comunicação está a ênfase (emissor, receptor, código, canal, mensagem referente)

a) “A ação de alimentos é de rito especial, independe de prévia distribuição e de anterior concessão do benefício da gratuidade”.

Função ____________________, ênfase no _____________________

b) “Esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva do empregador, que não ofereceu condições mínimas de

segurança e este reclamante.” Função ____________________, ênfase no ____________________

c) “Portanto, com fundamento no que dispõe o artigo 22, III, da Lei 8.245/91 e demais ordenamentos legais,

requer a V. Exa. que determine a citação do réu para, se quiser, contestar a ação sob pena de revelia e confissão quanto à matéria fática, devendo, ao seu final, ser julgado procedente o pedido, decretando-se o despejo, com a

condenação em custas e honorários advocatícios.”

Função ____________________, ênfase no _____________________ d) Se a peça jurídica, ao comentar o crime de violação de domicílio, exigir a definição da palavra “casa”,

teremos:

Art.150 do Código Penal

............................................

§ 4º. A expressão “casa” compreende:

I-qualquer compartimento habitado; II- aposento ocupado de habitação coletiva;

III-compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade

§ 5º. Não se compreendem na expressão “casa”: I-hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta , salvo a restrição do nº II do

parágrafo anterior; II-taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

Função ______________________, ênfase no _____________________

e) Amor, então,

Também acaba? Não que eu saiba

O que sei

É que se transforma Numa matéria-prima

Que a vida se encarrega

De transformar em raiva

Ou em rima (Paulo Leminski)

Page 10: Teoria e Atividade

Função ____________________________, ênfase _____________________________

f) O locatário, ora réu, vem utilizando indevidamente o imóvel, sublocando-o para pessoas de reputação

duvidosa, em flagrante infração contratual. Função ____________________________, ênfase _____________________________

g) J.A.S., domiciliado em Cuiabá, era credor de M.C.S, domiciliado em São Paulo (Capital); o crédito estava

representado por uma nota promissória, pagável em Cuiabá, vencida no dia 26/6/2005, no valor de 5 mil reais. Como o devedor não pagou o título no dia do vencimento, o credor propôs uma ação de execução forçada, conta

ele, no dia 5/8/2005, requerendo a citação do executado por carta precatória. A petição inicial foi despachada no

dia 6/82005 e, extraída a carta precatória citatória, ela foi entregue ao advogado do exequente, no dia 9/8/2005, o

devedor, sem saber ainda que estava sendo executado, enviou ao credor uma ordem de pagamento bancária de São Paulo para Cuiabá, no valor de 5 mil reais, para pagamento de seu débito e com recomendação para ser

creditada na conta corrente bancária do credor.

Função ____________________________, ênfase _____________________________ h) (Fragmento de uma peça jurídica)

A respeito do tema, Rodrigues (1978, p. 81) explica que:

A primeira das causas genéricas, constantes do inciso em comentário, é a conduta desonrosa do outro cônjuge, expressão de considerável abrangência, onde cabe o alcoolismo, a prática de crime, a recusa em pagar débitos da

família, o uso de tóxicos, o namoro do cônjuge com estranhos, enfim muitas daquelas hipóteses que antes eram

compendiadas na rubrica de injúria grave pela jurisprudência brasileira.

Função ____________________________, ênfase _____________________________ i) João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não

amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre. Maria

ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. (“Quadrilha” DRUMMOND. In Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1988, p. 20)

Função ____________________________, ênfase _____________________________

j)“Deus ajuda a quem madruga.”

Função ____________________________, ênfase _____________________________ l)“Agora posso dizer o que quiser; dizer que amo, dizer que odeio. Não preciso ser politicamente correto, no

sentido da ética pública”. (Gilberto Gil, cantor e compositor, livre do peso do Ministério da Cultura. Revista

Veja, 13 de agosto de 2008, p.55) Função ____________________________, ênfase _____________________________

m) “Petição de princípios consiste em argumentar como se o auditório admitisse a tese que está sendo levantada,

ou seja, parte-se do pressuposto de que é verdade justamente aquilo que se quer provar. Segundo Perelman (2000), a petição de princípios não seria um argumento, mas um erro de argumentação, um sofisma, isto é, um

raciocínio errôneo que tem aparência de verdade. A petição de princípios é a argumentação que, por algum

defeito lógico, sob a aparência de verdade, conduz a uma falsa conclusão.” Função

____________________________, ênfase _____________________ n) Ao economista americano James Heckman, 65 anos, deve-se a criação de uma série de métodos precisos para

Nessa data, Heckman estava no Rio de Janeiro, numa das dezenas de visitas que já fez ao Brasil. Achou que fosse trote quando lhe disseram da premiação.” __________________

o) Reza o art. 18, inciso I, do CP: “Diz-se o crime: doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco

de produzi-lo.” Como resultado deve-se entender a lesão ou perigo de lesão de um bem jurídico. Na primeira parte do dispositivo a lei refere-se ao agente que quer o resultado. É o que se denomina dolo direto; o agente

realiza a conduta com o fim de obter o resultado. Assim, quer matar (art. 121), quer causar lesão corporal (art.

129), quer subtrair (art. 155) etc. ______________________

p) “O Mc. Donald´s não pensa só no que seus filhos querem. Pensa no que você quer para os seus filhos.” _____________________________________

q) Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou o segundo mandato, sua primeira providência foi

anunciar a criação do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, cuja meta era sanar as deficiências históricas da infraestrutura brasileira e, ao mesmo tempo, movimentar a economia do país por meio de

investimentos pesados em projetos de grande envergadura.” Função _____________________________

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