teoria do estado - saber direito

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APOSTILA N 01 SABER DIREITO Prof. Bernardo Fernandes ORGANIZAO DO ESTADO FORMAS DE ORGANIZAO DO ESTADO CONCEITOS E ESPCIES CONCEITO: O que forma de Estado? a distribuio geogrfica do poderpoltico em funo de um territrio. a maneira como se d a distribuio poltica do poder dentro de um territrio, de um Estado Nacional.

QUAIS SO AS FORMAS DE ESTADO? Estado Unitrio Estado Federal Confederao: No bem uma forma de Estado. Apresenta-se como uma juno de estados.

1)

ESTADO UNITRIO:

Aquele Estado no qual no h uma distribuio geogrfica do poder poltico em funo do territrio. Existe um nico plo emissor de normas, o plo central. Diante das mudanas, tanto no que diz respeito ao aumento da populao, quanto, por conseqncia da complexidade das relaes sociais no decorrer do Sculo XX, o tipo de Estado Unitrio, puro, sem nenhum tipo de descentralizao de poder, no ir se sustentar, no conseguir se reproduzir socialmente. Com isso, apresentam-se, dentro do Estado Unitrio, as seguintes subdivises: ESTADO UNITRIO DESCONCENTRADO: So criados braos da administrao atravs de regies, departamentos, distritos, para aproximar a populao do plo central. Trata-se de uma ponte entre a populao e o poder central. Tais braos no possuem

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poder de deciso. Apenas ouvem as questes/querelas e as apresenta ao poder central. ESTADO UNITRIO DESCENTRALIZADO: O que hoje se pratica na Europa. Esses braos da administrao em regies vo ganhar personalidade jurdica prpria, poder de mando, e, portanto, autonomia para resolver os problemas/entraves apresentados pela populao. Com isso ocorre, alm da aproximao da populao do plo central, a desburocratizao. Que tipo de descentralizao seria essa, na qual vo existir regies, departamentos, distritos, com poder de mando, dotadas de personalidade jurdica: trata-se da DESCENTRALIZAO ADMINISTRATIVA. Assim, nos dias atuais, aqueles Estados que tm como forma de Estado o Estado Unitrio, so tipicamente descentralizados e essa descentralizao uma descentralizao administrativa. QUESTO: SE APARECE EM UMA PROVA: O Estado Unitrio aquele Estado no qual no h uma distribuio geogrfica do poder poltico. QUESTO CORRETA Ao mesmo tempo, essa mesma prova diz: Porm, ou em virtude disso, pode-se afirmar que no h nenhum tipo de descentralizao nesse Estado. QUESTO ERRADA1)

ESTADO FEDERAL:

Conceito clssico: Aquele no qual h uma distribuio geogrfica do poder poltico em que se tem um ente dotado de SOBERANIA e outros entes dotados de AUTONOMIA e h uma distribuio de poder entre esses entes.

2)

CONFEDERAO: a juno de Estados. H uma distribuiogeogrfica do poder poltico em que todos os entes so dotados de SOBERANIA.

DIFERENAS ENTRE ESTADO FEDERADO E CONFEDERAO

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1) O Estado Federal nasce a partir de uma CONSTITUIO. A Confederao NO POSSUI uma constituio. Ela nasce atravs de um TRATADO INTERNACIONAL. um acordo entre os entes soberanos que vo formar a Confederao. O que SOBERANIA em termos clssicos? Poder mximo INTERNAMENTE, poder de subordinao do nvel interno e um poder de igualdade externamente, ou seja, um poder de coordenao no nvel externo.

2) No Estado Federal no h direito de SECESSO/RUPTURA. AUTONOMIA Conceito limitado SOBERANIA Conceito ilimitado

Do que decorre o primeiro princpio do FEDERALISMO: - Princpio da indissolubilidade do vnculo federativo.Art. 1 CF/88 A Constituio da Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio INDISSOLVEL .... Na Confederao EXISTE O DIREITO DE SECESSO/RUPTURA do vnculo confederativo e esse direito existe porque todos os entes so dotados de soberania.

3) No Estado Federal existe um rgo de cpula do Poder Judicirio para dirimir conflitos entre os entes da federao. Art. 102, I, f / CF 88: Incumbir o STF resolver sobre conflitos entre os entes federativos. Na Confederao isso NO EXISTE. QUESTO: Como se classificam os blocos hoje existentes, como a Comunidade Europia, por exemplo? A Unio Europia est em processo de construo de uma forma de Estado.

FEDERALISMO BRASILEIROOrigem do Federalismo Brasileiro Quanto ORIGEM, o Federalismo brasileiro considerado um Federalismo CENTRFUGO.

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O Federalismo, quanto sua ORIGEM, pode ser classificado como:1)

FEDERALISMO CENTRPETO: Praticado nos Estados Unidos. Trata-se de um Federalismo que tem um movimento da PERIFERIA PARA O CENTRO. Os EUA eram uma confederao (de 1781 a 1787). As 13 colnias resolveram, durante a Conveno da Filadlfia, a se tornarem uma Federao, ou seja, elas (as 13 colnias) abriram mo de sua soberania em favor de um nico ente soberano. Com isso, tem-se um movimento CENTRPEDO, ou seja, eram entes soberanos, altamente descentralizados e passaram a ser apenas entes autnomos. MACETE PARA LEMBRAR: TUDO ESPARRAMADO (DA PERIFERIA), UNEM-SE EM UM S (PARA O CENTRO). Esse Federalismo Centrpeto (EUA) tambm chamado FEDERALISMO DE AGREGAO. Centrpeto: Que procura o centro, move-se para o centro.

2)

FEDERALISMO CENTRFUGO: (Brasil) O Brasil, originariamente, era um Estado Unitrio. Com a Proclamao da Repblica, teremos, a partir da CF1824, o surgimento do Federalismo no Brasil. O movimento do Brasil, diferentemente do americano foi DO CENTRO (j que tudo era centralizado) PARA A PERIFERIA. Ou seja, de um Estado Unitrio, altamente centralizado ir direcionar-se para a periferia e da surge o Estado Federal. O Federalismo Centrfugo tambm chamado de FEDERALISMO DE SECREGAO. Centrfugo: Que se afasta do centro.

FEDERALISMO BRASILEIRO QUANTO ORIGEM

CONSEQUNCIAS GERADAS PELA ORIGEM CENTRPEDA (EUA) E CENTRFUGO (BRASIL)

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CLASSIFICAO DO ESTADO FEDERAL QUANTO AO CENTRALIZADOR QUANTO CONCENTRAO DE PODER

ASPECTO

FEDERALISMO AMERICANO: Origem CENTRPEDA (da periferia para o centro os entes, antes soberanos, abrem mo de sua soberania em favor de um nico ente soberano): Esse federalismo vai gerar, quanto ao ASPECTO DE CONCENTRAO DE PODER: UM FEDERALISMO DE CUNHO CENTRFUGO, OU DE MAIOR DESCENTRALIZAO DE PODER, UM FEDERALISMO MAIS DESCENTRALIZADO. Como o Federalismo americano centrpeto, na hora em que os entes soberanos vo se dirigir para o centro, o questionamento : perde-se a soberania, o que se leva com isso? Assim, no federalismo de origem centrpeta, existe uma maior descentralizao das unidades federadas. Isso conseqncia da origem centrpeta, ou seja, um federalismo mais descentralizado, com maior incremento de competncias para as unidades/entes federativos, que no o ente central.

FEDERALISMO BRASILEIRO: Origem CENTRFUGA (do centro para a periferia). Esse federalismo vai gerar, QUANTO CONCENTRAO DE PODER: UM FEDERALISMO CENTRPEDO, em virtude, justamente de sua origem centrfuga. No momento em que o Estado Unitrio resolve se tornar um Estado Federal, o plo central retm alguns poderes em funo dessa descentralizao. O plo central mantm uma gama de competncias exacerbadas. Assim, o que se percebe a existncia de um paradoxo envolvendo a origem do federalismo e a concentrao de poder posterior a essa origem:

PONTOS IMPORTANTES 1 ENTES FEDERATIVOS PRESENTES NA CF ATUAL. QUEM O ENTE SOBERANO? QUAIS SO OS ENTES DOTADOS DE AUTONOMIA?a)

A UNIO NO TEM SOBERANIA. O ente SOBERANO A REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, ou para alguns autores, o ESTADO FEDERAL.

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A Unio tem AUTONOMIA, assim como os Estados, o DF e os Municpios.

Por que a confuso da UNIO com a REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL? Dentre os motivos, dois so fundamentais: 1) A Repblica Federativa do Brasil (RFB) tem literalmente o mesmo territrio que a Unio. A jurisdio da RFB a jurisdio da Unio, do Territrio Nacional.

2) Quem representa a RFB? Quem exerce as prerrogativas da RFB? (externa e internamente). Uma coisa exercer as prerrogativas, outra coisa SER! QUEM , ENTO, A PESSOA JURDICA DE DIREITO PBLICO INTERNACIONAL: A REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. A UNIO PESSOA JURDICA DE DIREITO PBLICO

INTERNO.

COM BASE NAS DIREES DO ART. 18 E DESSA RELAO EXISTENTE ENTRE A RFB, a Unio, os Estados, Municpios e DF, pergunta-se: certo que a Unio edita Leis Federais Os Estados editam Leis Estaduais Os Municpios, Leis Municipais e; O DF, Leis Distritais

E se existir um conflito entre uma Lei Federal, uma Lei Estadual, Municipal ou Distrital? O que prevalece nesse conflito? A Lei Federal abrange aspecto ATINENTE ORGANIZAO FEDERAL. Ao ente UNIO. Ela NO DE CUNHO NACIONAL. Se todos os entes tm autonomia (Unio, Estados, Municpios, DF), no h hierarquia entre a Lei Federal, Estadual, Municipal ou Distrital. Assim,

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tais conflitos sero resolvidos luz da competncia apontada pelo Ente Soberano a RFB, atravs da CF. Assim, se a competncia de uma determinada matria for municipal, qualquer outra lei ser considerada inconstitucional, pois estaria usurpando competncia municipal.

DIFERENA ENTRE A LEI FEDERAL E A LEI NACIONALA LEI NACIONAL abrange todos os entes: Unio, Estados, Municpios e DF. Todos devem subservincia a ela por ser uma lei de mbito nacional. A LEI FEDERAL diz respeito somente Unio e envolve a estrutura organizacional da Unio. Ela no abrange Estados, Municpios, DF. Assim, ela dever ser aplicada apenas no mbito Federal, da Unio. Assim como a Lei Estadual no mbito do Estado, etc. Exemplos: Lei Nacional: Cdigo Tributrio Nacional, Cdigo Penal, Cdigo Civil, Cdigo de Trnsito. Lei Federal: Lei 8.112 Estatuto do Servidor Pblico FEDERAL

A AUTONOMIA DOS ENTES O QUE AUTONOMIA? a capacidade de desenvolver atividades DENTRO DE LIMITES PREVIAMENTE CIRCUNSCRITOS PELO ENTE SOBERANO. O conceito de autonomia um conceito que indica limitao, ou seja, existir uma esfera de atuao do ente autnomo e dentro dessa esfera ele poder atuar, sempre limitado pelo ente soberano.

ANLISE DO CONCEITO PRTICO DE AUTONOMIA O que autonomia na prtica?

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Para se saber se um ente ou no autnomo, h que se observar a sua TRPLICE CAPACIDADE. Assim, no Brasil, o Ente Autnomo somente ser AUTNOMO se tiver:

AUTO-ORGANIZAO: Capacidade de elaborar suas prprias normas. Tambm chamado normatizao prpria. COMPETNCIA LEGISLATIVA 2) AUTOGOVERNO 3) AUTO-ADMINISTRAO:1)

Assim, se se consegue visualizar nos entes, a auto-organizao, o autogoverno e a auto-administrao, pode-se caracterizar a autonomia desses entes.

AUTO-ORGANIZAO: A Unio tem auto-organizao? SIM. Como que a Unio se auto-organiza? Atravs da Constituio Federal e das Leis Federais que ela edita.

Como que os Estados se auto-organizam? Atravs das Constituies Estaduais e das Leis Estaduais por eles editadas. (Art. 25/CF).

Como que os Municpios se auto-organizam? Atravs de suas respectivas Leis Orgnicas e de Leis Municipais. (Art. 29/CF).

Como que o DF se auto-organiza? Art. 32/CF: Pela sua Lei Orgnica e pelas Leis Distritais. Assim, todos os entes tm AUTO-ORGANIZAO. AUTOGOVERNO: A Unio tem autogoverno? Sim. Art. 2/CF:

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So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.

OS ESTADOS: CF/88: Tambm possuem Legislativo, Executivo e Judicirio. OS MUNICPIOS: Os municpios tero, conf. Art. 29/CF, Poder Executivo e Legislativo.

ATENO: OS MUNICPIOS NO POSSUEM PODER JUDICIRIO.

Isso, inclusive, gera uma discusso. Alguns autores vo dizer que o Municpio, apesar de ter autonomia, no seria um ente federativo, em virtude da falta do Poder Judicirio.

Realmente os municpios no possuem Poder Judicirio, entretanto, trata-se, to somente, de uma exceo autonomia do Municpio. Tal autonomia garantida pela CF. O mesmo vai existir no que tange a uma outra discusso sobre a falta do municpio de representao na Federao. Por que? Porque os Estados-Membros e o DF tero representatividade junto Federao NO SENADO (3 senadores por unidade da federao e o DF, perfazendo 81 senadores). Trata-se, aqui, novamente de uma exceo do municpio como entidade federativa autnoma, no desconfigurando o municpio, em nenhuma hiptese como ente federativo.

O DF vai ter, conf. art. 32/CF, Poder Executivo, Legislativo e Judicirio. No caso do DF ocorrero as excees que esto elencadas no art. 21, XIII e XIV/CF e art. 22, XVII.

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Tais excees dizem respeito ao poder judicirio do DF, competncia legislativa para a organizao judiciria do MP e da Defensoria Pblica e no que diz respeito polcia civil, militar e o corpo de bombeiros militar do DF. Nesses 3 casos, a competncia para legislar e/ou organizar da Unio e no do DF. Art. 21: Compete Unio: XIII Organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios; XIV Organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira.....

Art. 22: Compete privativamente Unio legislar sobre: XVII Organizao judiciria do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios, bem como organizao administrativa destes. Essas excees configuram uma ingerncia da Unio no DF nesse aspecto, o que no desconfigura o DF como ente federativo. Assim, tanto os municpios quanto o DF tm excees quanto a sua autonomia, mas essa autonomia no fica descaracterizada, em nenhuma hiptese.

Um posicionamento jurisprudencial interessante, que refora a autonomia municipal, julgada em 2008 pelo STF. Uma dessas normas declaradas inconstitucionais, tratava-se de uma Lei Estadual respectiva, que determinava que os municpios do Cear deveriam, obrigatoriamente, transportar alunos da zona rural para a zona urbana desses municpios, desde que os alunos comprovassem estado de carncia e estivessem a partir da 5 srie ginasial. O STF entendeu que por mais nobre que essa norma fosse, ela feria a autonomia dos municpios do Cear. Outra norma, tambm da constituio do Cear, declarada inconstitucional foi a norma que determinava que as Cmaras Municipais dos municpios do Cear deveriam instalar-se em logradouros pr-estabelecidos na Constituio cearense.

AUTO-ADMINISTRAO: O que auto-administrao?

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Diz respeito ao exerccio de competncias ADMINISTRATIVAS, LEGISLATIVAS e TRIBUTRIAS pelos entes federativos. Certo que auto-administrao desenvolve a auto-organizao e o autogoverno. Ora! Como que um ente pode exercer competncias administrativas? Somente se ele tiver seu prprio governo! Assim, o exerccio de competncias administrativas cotidianas pelo ente acaba por desenvolver o autogoverno. tambm a auto-administrao o exerccio de competncias legislativas. Como que um ente pode desenvolver competncias legislativas? S tendo a autoorganizao, j que pelo fato de ele criar suas prprias normas que ele pode cotidianamente exercer competncia legislativa. Ento, a competncia legislativa da auto-administrao acaba desenvolvendo a idia de auto-organizao do ente.

O QUE SO COMPETNCIAS? So faculdades juridicamente atribudas aos entes para a tomada de decises.

TCNICAS DE REPARTIO DE COMPETNCIAS Como que as competncias so repartidas/distribudas entre os entes pelo ente soberano? REPARTIO HORIZONTAL: ============ Aquela na qual h uma distribuio de competncias fechada (estanque) entre os entes. Ou seja, h uma distribuio de competncias especfica para cada ente, que ter a sua matria, o seu rol de competncias definido, de forma especfica, fechada (CADA UM NO SEU QUADRADO, NO H INTERAO ENTRE OS ENTES). Essa repartio horizontal surge nos EUA com a Constituio de 1787 e visa a desenvolver ou explicitar o chamado federalismo DUAL ou CLSSICO, tpico do ESTADO LIBERAL DE DIREITO. O Brasil adota essa tcnica desde a CF/1891 e continua adotando ainda hoje. Veja: Se observarmos a tradio americana, do federalismo dual ou clssico, tem-se competncias enumeradas para a Unio e remanescentes para os Estados. O Brasil copiou essa lgica em 1891, porm sob a gide da atual CF/88 existe uma diferena.

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Atualmente no s a Unio e os Estados que so entes federativos. Existem, ainda, os municpios e o DF. Como , ento, que ser engendrado isso na nova CF/88? Ter-se- competncias enumeradas para a Unio, remanescentes para os Estados e para os Municpios, competncias ENUMERADAS. Assim, a tradio americana no foi abandonada, o que ocorreu foi a juno, a soma dos Municpios Unio e aos Estados.

REPARTIO VERTICAL Aquela em que dois ou mais entes vo atuar conjunta ou concorrentemente para uma mesma matria/tema. H uma atuao conjunta, h uma interao entre os entes. A Repartio Vertical surge com a Constituio de Weimar Alemanha 1919, e visou a desenvolver um outro tipo de federalismo o FEDERALISMO COOPERATIVO ou de INTEGRAO ou COOPERAO, ou, ainda, FEDERALISMO NEOCLSSICO. Essa tcnica tpica do ESTADO SOCIAL DE DIREITO. O Brasil adota essa REPARTIO? SIM Esse federalismo vai passar a existir no Brasil com a CF/1934 e adotada ainda hoje. Assim, no Brasil, atualmente, temos tanto a Repartio Horizontal quanto a Vertical. A Repartio Horizontal apresenta uma DIVISO: REPARTIO VERTICAL CUMULATIVA e REPARTIO VERTICAL NOCUMULATIVA

:

REPARTIO VERTICAL CUMULATIVA: aquela na qual no existem limites previamente definidos para o exerccio da competncia concorrente. Ou seja, no h uma definio prvia do que cada ente ir fazer sobre aquela matria onde os dois (ou mais) entes iro atuar. O ente soberano ir conferir a dois ou mais entes, capacidade para atuar em relao a uma mesma matria, s que no define os limites dessa atuao.

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REPARTIO VERTICAL NO-CUMULATIVA: Aquela na qual haver limite previamente definido para o exerccio da competncia concorrente. Os entes iro atuar sobre uma mesma matria, sabendo, de antemo, o que cada um deles ir fazer. O Brasil adota a Repartio Vertical NO CUMULATIVA.

Assim, no Brasil, para uma srie de matrias, tem-se estabelecido que a Unio vai ditar normas gerais e os Estados e o DF vo suplementar as normas gerais da Unio.

OUTRO GRANDE PRINCPIO DO FEDERALISMO Princpio j estudado: PRINCPIO DA INDISSOLUBILIDADE DO VNCULO FEDERATIVO.

2 GRANDE PRINCPIO: PRINCPIO DA PREDOMINNCIA DOS INTERESSES Esse princpio preconiza que o interesse da Unio ser sempre o INTERESSE GERAL, ou nacional. Ou seja, nas competncias da Unio, prevalecer o interesse GERAL. O interesse dos ESTADOS ser REGIONAL O interesse dos MUNICPIOS ser LOCAL O interesse do DF ser R+L = REGIONAL + LOCAL Com base no Art. 32/ CF, o DF sui generis, porque tem o interesse REGIONAL + LOCAL, competindo a ele legislar como Estado e tambm como Municpio.

ANLISE DOGMTICA DA ===================

REPARTIO

HORIZONTAL

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(Cada um no seu quadrado Distribuio fechada de competncias, sem interao entre os entes). O Art. 21/CF traz ADMINISTRATIVAS. competncias ENUMERADAS para a Unio, para a Unio,

O Art. 22/CF traz competncias ENUMERADAS LEGISLATIVAS. (Compete Unio legislar sobre ...)

O Art. 25/CF traz competncias REMANESCENTES para os Estados. Os Municpios vo estar alocados no Art. 30/CF, sendo que no inciso I, apresentam-se as competncias ENUMERADAS LEGISLATIVAS e dos incisos III IX, as competncias ENUMERADAS ADMINISTRATIVAS.

No caso do DF, a base de estudo da repartio horizontal, ser o art. 32/CF, ou seja, tudo aquilo que for competncia legislativa dos Estados e dos Municpios, ser tambm do DF.

1)

Art. 21 e 22 Competncias da Unio Por que o Art. 21 competncia enumerada administrativa e o 22 competncia enumerada legislativa? Art. 22 Legislar Art. 21 Envolve competncia para a execuo de polticas pblicas para gerenciar, fomentar e desenvolver a mquina administrativa (manter, prover, cuidar, guardar, permitir, preservar, etc).

As competncias administrativas e legislativas guardam entre si, ntima conexo. Ora! Se o ente soberano conferiu ao ente autnomo a competncia para executar polticas pblicas, para gerenciar/fomentar a mquina administrativa, certo que ele deve tambm conferir a esse ente a competncia para legislar sobre essas matrias.

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Ex.: Art. 21/ VII-CF: Compete Unio: VII Emitir moeda. Pergunta-se: A quem compete legislar sobre o sistema monetrio, sobre poltica de crdito, de cmbio? Compete Unio.

Art. 21 e 22 Existe uma doutrina no Brasil que vai dizer que as normas do Art. 21/CF (competncias enumeradas administrativas da Unio), so competncias chamadas de exclusivas e as do Art. 22 (competncias enumeradas legislativas) so competncias privativas.

H diferena entre Competncias EXCLUSIVAS e Competncias PRIVATIVAS? Para resposta questo, existem correntes doutrinrias diferentes. Uma delas, entende que existem diferenas entre EXCLUSIVO e PRIVATIVO. Segundo essa corrente, competncia EXCLUSIVA aquela na qual no h possibilidade de delegao. J a competncia PRIVATIVA, segundo essa viso doutrinria, existe a possibilidade de delegao. Ex.: Art. 49 Competncia exclusiva do Congresso Nacional No traz possibilidade de delegao. Art. 84 Competncia privativa do Presidente da Repblica Traz a possibilidade de delegao. Em resumo, para essa corrente da doutrina: Competncia EXCLUSIVA INDELEGVEL Competncia PRIVATIVA DELEGVEL Existem outros autores que no vo concordar com essa perspectiva. Tais autores afirmam, categoricamente, que esta

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dicotomia PRIVATIVA EXCLUSIVA falaciosa, porque so de expresses sinnimas. Afirmam que o prprio constituinte no adotou a teoria anterior, no lhe sendo fiel. Ex.: Art. 51 Competncia Privativa da Cmara dos Deputados Esse artigo NO APRESENTA nenhuma possibilidade de delegao. Art. 52 Competncia privativa do Senado Esse artigo tambm no apresenta nenhuma possibilidade de delegao.

ARTIGO 22 CF: Competncia Privativa da Unio LEGISLAR sobre: nico: Diz que LEI COMPLEMENTAR poder autorizar os Estados a legislar sobre matria de competncia privativa da Unio. QUAIS SO OS REQUISITOS PARA QUE HAJA ESSA DELEGAO?

1 Requisito FORMAL: A delegao somente poder ocorrer por LEI COMPLEMENTAR da Unio.

2 Requisito MATERIAL: A delegao s pode ocorrer para matrias ESPECFICAS de um dos incisos do art. 22.

3 Requisito IMPLCITO DA ISONOMIA: Art. 19/III CF: vedado Unio, Estados, Municpios e DF criarem preferncias entre si. Ou seja, se a Unio delegar para um estado, ela tem que delegar para os outros tambm. (PRINCPIO DA HOMOGENEIDADE DO FEDERALISMO).

AS COMPETNCIAS DOS MUNICPIOS: Com base no Art. 30/CF O Art. 30/CF traz, no inciso I, as competncias ENUMERADAS LEGISLATIVAS para os municpios; e, nos incisos de III IX, as competncias ENUMERADAS ADMINISTRATIVAS.

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COMPETNCIAS LEGISLATIVAS DOS MUNICPIOS Compete aos municpios legislar sobre assuntos de interesse LOCAL. I O que so assuntos de interesse local? Princpio da Predominncia dos Interesses Sem dvida, quando se falar em interesse local, a interpretao que vai se focar no interesse PREDOMINANTEMENTE, preponderantemente, primariamente, LOCAL. Quando o interesse ser preponderantemente local: Assuntos nos quais os municpios tm competncia administrativa, so os assuntos que o municpio administra, executa polticas.

ANLISE JURISPRUDENCIAL Horrio de funcionamento do comrcio local: A quem compete fixar? O Estado do Maranho editou legislao que estipulava o horrio de funcionamento de bares e restaurantes que vendessem bebidas alcolicas ADIN 3691 Qual a deciso do STF quanto questo? O STF entendeu que tal legislao emanada pelo Estado era inconstitucional, porque compete aos municpios legislar sobre o horrio de funcionamento do comrcio local.

Sem dvida alguma, o zoneamento municipal, que envolve toda a perspectiva do plano diretor do municpio, de competncia municipal. ATENO: Apesar disso, tem-se uma srie de normas declaradas inconstitucionais por determinarem a proibio de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo serem criados em uma mesma rea do municpio. Ex.: O municpio de Joinvile editou regulamentao dizendo que farmcias no poderiam funcionar num raio de at 500 m, devido ao grande nmero de farmcias no municpio. Entendeu o STF que isso fere o princpio da LIVRE CONCORRNCIA Smula 646/STF:

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Ofende o princpio da livre concorrncia Lei Municipal que impede a instalao de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada rea.

COMPETNCIAS REMANESCENTES DOS ESTADOS Art. 25, 1 - Competncias remanescentes: So reservadas aos Estados as competncias que no lhe sejam vedadas por essa Constituio.

O que NO vedado aos Estados pela CF? So as competncias que NO SO ENUMERADAS PARA A UNIO E NO SO ENUMERADAS PARA OS MUNICPIOS. Ex.: ADIN 845, dentre outras decises. Princpio da Predominncia dos Interesses Quem vai organizar e fiscalizar o transporte intermunicipal? O ESTADO (remanescente). Interesse regional.

Quem vai organizar e fiscalizar o transporte local? O municpio. Quem vai organizar e fiscalizar o transporte interestadual? A Unio.

O DISTRITO FEDERAL Art. 32, 1: Ao DF so atribudas as competncias legislativas reservadas aos Estados e Municpios.

REPARTIO VERTICAL (Dois ou mais entes atuando de forma conjunta).

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A repartio vertical presente na CF brasileira desenvolvida com base em dois artigos fundamentais: 23 e 24 da Constituio Federal. O Art. 23 vai trazer as competncias COMUNS da Unio, Estados, Municpios e DF (administrativas). Essas competncias comuns no so mencionadas EXPLICITAMENTE na CF, mas sabe-se que no competncias eminentemente administrativas. Compete Unio, Municpios, Estados e DF zelar pela guarda da Constituio. Art. 24 Compete privativamente Unio, Estados, Municpios e DF, LEGISLAR, CONCORRENTEMENTE A repartio vertical brasileira NO CUMULATIVA, como j visto. Portanto, existem limites previamente definidos para o exerccio da competncia concorrente. Como que funciona a competncia vertical no cumulativa de competncias concorrentes (Unio, Estados, Municpios e DF)? Se a repartio no cumulativa, existiro limites previamente definidos para o exerccio da competncia concorrente.

UNIO: Edita normas gerais (normas dotadas de abstrao. Normas que viam uma uniformidade de condutas, de carter amplo) Visam ao interesse geral ou nacional sobre aquela matria. Os Estados e o DF: Normas suplementares, ou seja, os Estados e o DF iro suplementar as normas gerais da Unio (complementao das normas gerais). Ex.: Legislao sobre meio-ambiente (nacional, normas gerais). Existem peculiaridades regionais que justificaro a edio de normas dos Estados adequadas cada regio.

ATENO: A competncia suplementar que os Estados e o DF detm no s complementar. A competncia complementar uma espcie do gnero suplementar.

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A outra espcie suplementar que se denomina espcie SUPLEMENTAR SUPLETIVA, espcie que prev a atuao dos Estados e do DF em caso de omisso da Unio, ou seja, na ausncia da edio de normas gerais pela Unio, os Estados podero exercer competncia legislativa plena (somente nos casos previstos no art. 24, ou seja, naqueles quem est prevista a competncia concorrente entre a Unio, Estados, DF e Municpios). Nesses termos, temos, alm da competncia suplementar complementar, tambm a competncia suplementar supletiva (aquela que ocorre quando Estado e DF exercem competncia legislativa plena) porque a Unio no editou as normas gerais.

Como os Estados exercem competncia suplementar supletiva ou competncia legislativa plena? Nesse exerccio, os Estados vo editar a normas gerais e vo complementar as normas gerais por ele mesmo editadas.

Caso a Unio edite normas gerais aps a edio das mesmas pelos Estados? O que ocorre? Ocorre que as normas gerais da Unio vo suspender as normas estaduais, NAQUILO EM QUE TAIS NORMAS FOREM CONTRRIAS S NORMAS GERAIS DA UNIO.

Questo: As normas gerais da Unio iro REVOGAR as normas estaduais: ERRADO. As normas da Unio iro suspender as normas Estaduais naquilo em que lhe forem contrrias.I)

II)III)

Supondo que a Unio no edite norma geral sobre um determinado tema. O Estado, ento, exerce competncia legislativa plena (supletiva). A Unio edita ento, normas gerais sobre aquela matria. (Normas Gerais I)

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IV) V)

As normas Estaduais que lhe forem contrrias ficaro suspensas. Supondo-se, ainda, que um determinado tempo depois, a Unio resolva editar NOVAS normas gerais (Normas Gerais II).

Pergunta-se: Essas NOVAS normas gerais (Normas Gerais II) editadas pela Unio vo fazer o qu com as primeiras normas gerais (Normas Gerais I) editadas? VO REVOG-LAS. LEI POSTERIOR REVOGA LEI ANTERIOR SOBRE O MESMO TEMA.

Aqui, o parmetro de conduo que surge sero as Normas Gerais II (editadas posteriormente). Analisando-se ento, essas novas normas gerais (II), em conjunto com as normas gerais editadas pelos Estados, tem-se que algumas normas estaduais que estavam suspensas porque contrariavam normas gerais da Unio(I), no mais contrariam as normas gerais da Unio (II) e a, se elas no mais contrariam, tais normas estaduais voltam a vigorar.

Questo: Voltam a vigorar em virtude do efeito represtinatrio. NO. Elas voltam a vigorar mas no em virtude do efeito represtinatrio. Tais leis estaduais estavam apenas SUSPENSAS e no REVOGADAS. Efeito Represtinatrio: Efeito que uma lei nova tem de restaurar a vigncia da lei REVOGADA anteriormente, desde que seja claramente Expressa tal declarao.

MUNICIPIOS: suplementar?

Os

municpios

tambm

vo

ter

competncia

No que tange competncias legislativas concorrentes os Municpios vo ter competncias suplementares, ou seja, eles podero suplementar, complementando, a legislao federal e estadual e, com isso, atendendo as suas peculiaridades, que so peculiaridades locais. Quando que o Municpio vai suplementar, complementando a legislao federal ou estadual?

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O Municpio pode complementar a legislao federal no que ele quiser? Sobre qualquer assunto? Ex.: Matrias envolvendo extradio, nacionalidade, sistema monetrio, polticas de crdito, cmbio, etc? NO. Tais matrias so de competncia privativa da Unio. O Municpio no pode complementar matria de competncia privativa, a no ser que essas matrias envolvam NORMAS GERAIS. (excees).

Ento, quais so as matrias que os municpios podero suplementar? O municpio poder suplementar a legislao federal e estadual, no que couber. NO QUE COUBER: 1) Em matrias que envolvam INTERESSE LOCAL. 2) Matrias que envolvam as competncias administrativas comuns do art. 23/CF e as competncias concorrentes legislativas do Art. 24/CF.

Questo: Os municpios tero tambm no exerccio da competncia suplementar a competncia suplementar supletiva? A resposta a essa questo aponta-se em duas correntes doutrinrias. A primeira corrente tipicamente municipalista, afirma que sim, que os municpios tm competncia suplementar supletiva, que alm de poderem complementar as normas federais e estaduais no que couber, eles tambm vo poder exercer competncia legislativa plena, na falta de normas federais e estaduais. Esses autores municipalistas vo defender uma interpretao sistemtica da constituio. Como? Uma interpretao que vai conjugar o artigo 30, inciso II, com o artigo 24, 3 da CF. Vo dizer esses autores: Se o artigo 30, II faz referncia ao termo SUPLEMENTAR para os municpios ou SUPLEMENTAR com base no art. 24, isso os capacita ou os autoriza a exercerem a competncia suplementar supletiva, e, a, na

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falta de normas federais e estaduais, os municpios poderiam exercer competncia legislativa plena. Advogam eles que, se posteriormente a Unio ou os Estados editarem normas e sarem da omisso, as normas federais ou estaduais iro suspender as normas municipais naquilo que lhes forem contrrias. Porm, existe uma segunda corrente que vai defender que os municpios no tm competncia suplementar supletiva, tero apenas competncia suplementar complementar. O fundamento desses autores uma interpretao gramatical/literal da CF. A afirmao categrica de vrios autores dessa corrente a de que se o constituinte quisesse conceder competncia suplementar supletiva aos municpios ele teria explicitado na CF e isso ele no o fez. Para os Estados e o DF ele (o constituinte) deixou muito claro (Art. 24, 3). Essa segunda corrente majoritria.

OBSERVAES FINAIS 1) As competncias enumeradas para a Unio no esto apenas nos artigos 21 e 22, pois existem outras competncias da Unio no texto constitucional. Ex.: Artigos 48, 49, 149, 164, 184.

2) As competncias dos municpios (Art. 30) no esto arroladas apenas nesse artigo. Ex. Art. 182 1 (competncia para a edio do plano diretor); Art. 144, 8 (competncia para a criao de guardas municipais). 3) Estudou-se, na repartio horizontal (fechada), que as competncias dos Estados so competncias remanescentes (Art. 25, 1). Existem excees competncia remanescente dos Estados. A CF traz como regra que so reservadas aos Estados competncias que no sejam por ela vedadas (pela CF). Portanto, o que no for da Unio e o que no for dos Municpios remanesce e vai para os Estados.

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Porm, existem excees, nas quais os Estados tero competncias enumeradas. Ex.: Art. 25, 2 (gs canalizado); 3 (aglomeraes urbanas, macro-regies); Art. 18, 4 (criao de novos municpios).

4) ANLISE JURISPRUDENCIAL Art. 22: Compete PRIVATIVAMENTE Unio legislar sobre: XI: Trnsito e transporte Essa competncia sobre trnsito e transporte vem gerando uma srie de julgados do STF, uma vez que estados e municpios tm legislado sobre o tema que, conforme pode-se observar pelo Caput do Art. 22, PRIVATIVO da Unio. Tanto Estados quanto Municpios poderiam legislar SE a Unio delegasse a eles o tema. Entretanto isso no ocorreu e a matria e, ainda, de competncia PRIVATIVA da Unio. Exemplos: 1) O STF declarou inconstitucional legislao estadual distrital ou mesmo municipal sobre: Insulfilm Parcelamento e cancelamento de multas de trnsito Obrigatoriedade do uso de faris acesos

Art. 22, I: Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho. O STF declarou inconstitucional: Lei estadual que determinava que os estacionamentos do Estado (ES), teriam um teto mximo a ser cobrado. (direito civil). Lei estadual sobre valor de causa (direito processual). Lei estadual que determinava que os empregados da construo civil do 1 turno (manh), que chegasse obra quinze minutos antes do expediente, teriam direito a caf, po e leite. (direito do trabalho). Lei estadual e municipal sobre crimes de responsabilidade. (direito penal).

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Art. 22, XX: Sistemas de consrcios e sorteios. Vrios estados passaram a legislar sobre bingos. O STF declarou tais legislaes inconstitucionais por se tratar de assunto/matria privativa da Unio.

Art. 22, VII: Poltica de crdito, cmbio, seguros e transferncia de valores. Declarada inconstitucional: Lei municipal que estipulava que em estabelecimentos comerciais (bares, restaurantes, farmcias, lojas, etc) que tivessem estacionamento com capacidade para mais de 50 (cinqenta) carros, obrigatoriamente tais estabelecimentos teriam que realizar seguro contra furtos e roubos dos veculos.

QUESTIONAMENTOS1)

A QUEM COMPETE LEGISLAR SOBRE EDUCAO? A UNIO ditar NORMAS GERAIS Os ESTADOS e DF vo suplementar tais normas gerais. Art. 22, XIV Compete PRIVATIVAMENTE Unio legislar sobre diretrizes e bases da educao. A competncia para legislar sobre DIRETRIZES E BASES, editando, assim, normas gerais sobre educao (Lei de Diretrizes e Bases da Educao). A questo da educao dever ser interpretada com base no Art. 25, IX, que diz que de competncia CONCORRENTE da Unio, Estados e DF legislar sobre educao, cultura, ensino e desporto.

2) EXEMPLOS DE HOMOGENEIDADE FEDERATIVA. Princpio da Homogeneidade Federativa: Princpio que diz que vedado Unio, Estados e Municpios criarem preferncias entre si. (Art. 19, III) Se a Unio delegar para um estado, ela dever, obrigatoriamente delegar a outros estados e tambm para o DF.

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JULGADO STF ADI 3.583 Princpio da Homogeneidade Federativa envolvendo legislao do estado do PR. O Estado do PR legislou obrigando que veculos oficiais do estado do PR s poderiam ser adquiridos de fbricas automotivas oriundas do Paran, ou seja, de dentro do estado do PR. O STF entendeu que tal legislao feriu o princpio da homogeneidade federativa.

3) ENTRADA EM EVENTOS DE ESPORTE, LAZER E CULTURA: H legislaes estaduais sobre o tema. O STF julgando a ADI 1.950 vai afirmar, categoricamente, que via legislao estadual CONSTITUCIONAL. Fundamento: A questo da entrada uma questo de direito econmico, matria de direito econmico, que competncia legislativa CONCORRENTE entre Unio, Estados e DF (art. 24, I). O STF tambm declarou INCONSTITUCIONAIS legislaes estaduais sobre entrada em TRANSPORTE COLETIVO RODOVIRIOS MUNICIPAIS. (Informativo 469-STF). TRANSPORTE COLETIVO MUNICIPAL ASSUNTO DE INTERESSE LOCAL COMPETNCIA MUNICIPAL e no estadual. GLOSSRIO COMPETNCIAS ENUMERADAS: Competncias expressamente estabelecidas a algum dos entes federativos. (EXPRESSAS). Atribuio parcial para algumas das categorias dos entes da federao de forma expressa. COMPETNCIAS RESERVAS OU REMANESCENTES: A parcela da matria que no foi expressamente atribuda. Competncias no expressas. COMPETNCIAS ADMINISTRATIVAS OU MATERIAIS: Competncia para realizar atos de execuo, administrao. (verbos). Art. 21 (Compet. Exclusivas da Unio), Art. 23 (competncias comuns dos entes).

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COMPETNCIAS LEGISLATIVAS: Competncia para a edio de atos normativos gerais e abstratos, competncia de legislar. Art. 21 (competncias privativas legislativas da Unio), Art. 24 (competncias legislativas concorrentes dos entes). COMPETNCIAS PRIVATIVAS Possibilidade de delegao. So sempre legislativas.

COMPETNCIA COMUM Sempre administrativas. (Federalismo cooperativo). Distribuio de competncias administrativas a todos os entes federativos para que as exeram sem preponderncia de um entre sobre o outro, ou seja, sem hierarquia. A atuao de um ente federativo no depende da atuao de outro e, da mesma forma, a atuao de um ente federativo no afasta a atuao de outro. Prtica de atos administrativos. Fomento ao cooperativismo estatal. No se refere a atividades legislativas. Art. 23/CF. COMPETNCIA CONCORRENTE Sempre legislativas. Repartio vertical de competncias. Possibilidade de que sobre uma mesma matria diferentes entes polticos atuam de maneira a legislar sobre determinada matria. No Brasil, Unio cabe a edio de normas GERAIS e aos Estados e DF, em virtude do poder suplementar, de legislar sobre assuntos de interesses regionais, onde suplementar tem alcance semntico de pormenorizao, detalhamento, complementao, minunciamento. Os municpios no possuem competncia legislativa concorrente. Art. 24. Nessa competncia possibilitado aos Estados e ao DF a possibilidade de, no caso de omisso da Unio na emisso das ditas normas gerais, editarem-nas, o que ensejaria o exerccio da Competncia Legislativa Plena ou Supletiva. COMPETNCIA LEGISLATIVA PLENA OU SUPLETIVA: Capacidade que os Estados e o DF possuem, na ausncia de normas gerais editadas pela Unio, de editarem aludidas normas gerais para atender s suas peculiaridades, as quais tero aplicao apenas em seu prprio mbito territorial. Disciplinaro matrias de competncia concorrente, editando normas gerais inexistentes.