tecnologia infraestrutura projeção - exibidor.com.br · marcelo j. l. lima redação natalí...

52
ANO II – Nº 07, OUTUBRO/2012 WWW. EXIBIDOR. COM. BR Tecnologia Cliente usa a Internet para ir ao cinema Infraestrutura Evolução das poltronas Projeção Transição e desafios da projeção digital Falta de bons títulos comerciais inviabiliza cumprimento das exigências da ANCINE

Upload: doankhue

Post on 19-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Ano II – nº 07, outubro/2012www.exIbIdor.com.br

TecnologiaCliente usa a Internet para ir ao cinema

InfraestruturaEvolução das poltronas

ProjeçãoTransição e desafios da projeção digital

Falta de bons títulos comerciais inviabiliza cumprimento das exigências da ANCINE

TAMBÉM EM 3DDISNEY.COM.BR 4 DE JANEIRO NOS CINEMAS

2012 ©Disney. Licensed characters used with permission. M. Bison ©CAPCOM U.S.A., Inc., Dr. Eggman ©SEGA, and Q*Bert ©Columbia Pictures Industries, Inc. All Rights Reserved.

Dia 12 de novembrovocê tem um encontrocom o cinema nacional.

Renda revertida para iniciativas de apoio ao cinema nacional. O Projeta Brasil Cinemark tem grande colaboração de todos os produtores e distribuidores que cedem seus filmes para o evento. A atriz Ingrid Guimarães e o fotógrafo Alexandre Salgado cederam seus cachês.

Mas não perca. É sósegunda, dia 12 de novembro,em todas as salas Cinemark.

Rev Exibidor XIII P BR 21x28.indd 1 9/20/12 9:43 AM

4 Exibidor, outubro-2012

Expediente

Edição E dirEçãoMarcelo J. L. Lima

rEdação Natalí Alencar (MTB 51480)[email protected]

ProjEto Gráfico E dirEção dE artERaphael [email protected]

assistEntE dE artEFernando [email protected]

rEvisãoTalita [email protected]

comErcial E anú[email protected].: (11) 2099 0308

colaboradorEsCarla Sobrosa, Marcos Bitelli, Igor Kupstas Espaço/Z e Omelete

imPrEssãoVox Editorawww.voxeditora.com.br

tiragem de 2000 exemplares

corrEsPondênciaRua Ênio Voss, 78São Paulo (SP) | 02245-070Tel: (11) 2099 [email protected]

a revista Exibidor é uma publicação trimestral da:

www.tonks.com.br

Os artigos assinados não refletem necessa-riamente a opinião da revista Exibidor.

Proibida a reprodução parcial ou total do conteúdo sem autorização da tonks.

EstE ExEmplar faz partE do acErvo da cinEmatEca do rio dE JanEiro.

Política e tecnologia

Chegar ao resultado final de uma revista nunca é fácil. Começamos com várias ideias, vamos podando algumas, tendo mais carinho em outras. E depois de horas de reunião, chegamos ao resultado final das pautas das matérias, suas posições e as responsabilidades de cada um que faz desta revista uma realidade.

O interessante é que essa pauta sempre pode mudar de acordo com os ânimos dos entrevista-dos. E, para esta edição, o que era para ser uma simples reportagem acerca das Cotas de Tela, se tornou a matéria de capa de maior quantidade de páginas da história da Revista Exibidor.

A reportagem de Cotas de Tela apresenta a tamanha dificuldade que o exibidor tem em cumpri-la e a falta de compreensão por parte de todos os outros setores do mercado, a come-çar pelo Governo Federal. Para os exibidores, é uma penalização unilateral. Para os demais setores, fica a pergunta: será que este é o caminho para o sucesso do cinema nacional?

Políticas à parte, apresentamos a nossa primeira entrevista internacional concedida por Matt Liszt, gerente de marketing da MasterImage, uma das empresas fornecedoras de tecnologia 3D que mais cresce no mundo e já se aproxima das líderes Dolby e Real D.

As poltronas de cinema e a evolução de seu conforto e tecnologia são apresentadas em uma matéria que contou com a ajuda das principais fornecedoras em território nacional deste item indispensável para as salas de projeção.

E a tecnologia também está presente na mais recente pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Sindicato dos Distribuidores do RJ, confirmando que o frequentador de cinema usa a Internet como principal meio de estar informado acerca dos lançamentos. E aproveitando este gancho, apresentamos uma matéria bastante completa em como trabalhar melhor o canal Internet no seu cinema.

Cinema, hoje, é sinônimo de tecnologia nas vendas, do controle destas e, é claro, na reprodu-ção do principal conteúdo, o filme. A projeção digital está a cada dia mais presente nos cine-mas nacionais. Embora defasada em relação ao mercado internacional, a exibição brasileira começa a sentir uma crise existencial quanto ao tradicional 35mm e os desafios de como ope-rar um projetor digital. E a Revista Exibidor expõe as dificuldades operacionais enfrentadas entre todos os exibidores de abrir mão de algo que sempre esteve presente durante mais de 110 anos de existência do cinema: a película.

E assim, mais uma edição chegou ao fim. Nosso próximo encontro será em janeiro. Até lá, temos uma grande surpresa para o leitor na Internet. O novo portal da Revista Exibidor está quase pronto e junto a ele, grandes novidades.

Um grande abraço,

editorial

Marcelo J. l. limadIRETOR E EdITOR ChEFE dA REVISTA ExIBIdOR

6 Exibidor, outubro-2012

eMpresas e instituições Citadas

AAMC // 17ANCINE // 27, 28, 29, 30, 31, 32Associação Brasileira de Shopping Centers // 10

BBarco // 08, 35

CCenterplex Cinemas // 19, 20, 28, 29, 40CGV // 41Christie // 09Cineart // 21, 28, 48, 49Cinemark // 19, 20, 35, 36, 40, 45Cinépolis // 09, 17, 35, 41

DDatafolha // 18, 23Di Bonaventura Pictures // 14Dolby // 17, 49

EEmbrafilme // 30

FFacebook // 20Fox Film // 45

GGDC // 08GNC Cinemas // 21, 27, 28, 29, 40Gold Medal // 49Grupo Espaço // 45

HHarman // 10

IIbope // 18Industrias Ideal // 39Instagram // 20

KKastrup // 39, 40, 41Kinoplex // 19, 21, 28, 29, 40

LLight House Cinema // 40Lui Cinematográfica // 28

MMasterImage // 16, 17Metro // 08Mobz // 35

NNEC // 09Nossa Distribuidora // 45

PPanavision // 17Paramount Pictures // 14Paris Filmes // 45

SSanta Clara Poltronas // 39, 40Ministério da Cultura // 12, 32SEDCMRJ // 18, 19

TTGV Cinemas // 40Tonks // 19, 20, 21, 45Tonks Host // 20Twitter // 20

YYoutube // 20

UUnifrance // 13Universal Pictures // 14

VVila Rica // 49

XXPAND 3D // 09

Queremos saber a sua opinião. Envie seus comentários para:

[email protected].

espaço do leitor

Ficou excelente a reportagem sobre a trajetória GNC. Iremos guardá-la como muito carinho. Parabéns pelo trabalho, não só desta reportagem, mas pelo conteúdo de toda a revista. Um abraço!

Ricardo Difini Leite – Porto Alegre (RS)

O que será dos exibidores 35 mm daqui a alguns anos? Está muito caro o digital e ninguém sabe explicar como adquirir este sistema.

Anderson Neves Fortes – Uruguaiana (RS)

Sou responsável pelo cinema Cine Glória Valença-RJ, que possui duas salas de exibição, sendo uma com 3D Digital. Acredito que o conteúdo dessa revista é de grande valia. Ainda mais por se tratar de um material exclu-sivo para o exibidor, que é muito carente de fonte de informações na sua área.

Gustavo Fort Bastos – Valença (RJ)

notícias/08Giro pelo mercado

claquete.com/12Novidades do cinema

entrevista internacional/16Matt Liszt, da MasterImage

tecnologia/18Internet desponta como ferramenta estratégica para o cinema divulgar

artigo panorama/23Influências na ida ao cinema 1

suMário

Ausência de títulos comerciais dificulta cumprimento dos exibidores

34/projeção digitalAs dificuldades operacionais na transição da película para o digital

38/infraestruturaEvolução das poltronas, principal ativo do cinema

46/agendaPróximos lançamentos

48/trajetóriaA receita de sucesso da Cineart

50/artigo relacionamentoO exibidor e o fã

Cinema nacional

Cotas de exibição/ 2 6

8 Exibidor, outubro-2012

notíCias

©Divulgação

As duas salas do Espaço Itaú de Cinema Augusta foram totalmente repaginadas pelos arquitetos Martin Corullon, Anna Ferrari e Gustavo Cedron, do escritório Metro.

Cadeiras numeradas, monitores que substituem os cartazes impressos e uma grande mesa no saguão, estão entre as novidades. Na decoração, tons de cinza e preto e painéis com cenas de filmes brasileiros de sucesso completam o cenário.

Os cinemas de Brasília, Curitiba e do Shopping Frei Caneca (SP) também já foram reformados e há previsão de que todos os cinemas do grupo sejam repaginados.

barco e GdC realizam treinamento técnico em sp

espaço itaú de Cinema augusta repaginado

Durante os dias 5 e 6 de setembro, a Barco e a GDC realizaram um treinamento técnico em São Paulo (SP) com profissionais operacionais do mercado de exibição.

Após um descontraído café da manhã, as empresas se apresentaram. Em seguida foi feita uma explanação teórica e na sequência um treinamento prático sobre os projetores Barco e o Bloco de Mídia Integrado, da GDC.

“É importante para os profissionais e interessante para o mercado ter seus agentes infor-mados e em constante atualização profissional”, comentou Begona Castrillo, da GDC.

Com o propósito de envolver o poder público e demais atores sociais em um amplo Pacto pela Infância Brasileira, o Fórum de Defesa e Promoção do Cinema Infantil Brasileiro, reunido durante o 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, consolidou um documen-to que foi entregue ao Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, tendo como destinatária a Presidenta Dilma Rousseff, e à Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.

A carta solicita a estruturação de uma Política Pública para o Cinema e o Audiovisual para a Infância, com a destinação de, no mínimo, 25% de todos os recursos dirigidos ao setor.

Assinaram o documento: Ziraldo, Carla Camurati, Maria da Graça Xuxa Meneghel, Silvio Da-Rin, Díler Trindade, Pedro Rovai, Nilson Rodrigues, Márcio Curi, Vladimir Carvalho, Carla Esmeralda, Luiza Lins, Lu-ciana Druzina, André Ristum, Anna Karina de Carvalho e Iberê Carvalho.

Carta em defesa da promoção do Cinema infantil

©Divulgação

9 Exibidor, outubro-2012

©Divulgação

©Divulgação

A NEC trouxe para o Brasil sua linha de soluções para cinema digital, com destaque para o lançamento do projetor digital NC900C.

O equipamento, indicado para salas de projeção de pequeno porte, incorpora o novo chipset S2k, o que o torna, segundo a fabricante, entre os equipamentos de resolução 2k de projeção digital, o mais compacto do mercado.

Leve e de fácil instalação, o produto conta com lâmpada dupla, que evita que a tela fique preta. Além disso, oferece servidor de mídia integrado, diminuindo a necessidade de dis-positivos periféricos, o que possibilita uma economia significativa por parte do exibidor.

A XPAND 3D divulgou que o seu sistema ativo 3D foi usado com o projetor a laser da Christie pela primeira vez durante a exibição do longa Hugo 3D, de Martin Scorsese na feira IBC, realizada em Amsterdã.

Foi a primeira exibição pública com a tecnologia de projeção a laser em 3D. Para Maria Costeira, CEO da XPAND 3D, “a empresa acredita que a tecnologia de projeção a laser representa o futuro do cinema”.

nova linha de projetores neC para cinema digital

xpand 3d e Christie unidas pela projeção a laser 3d

A exibidora mexicana Cinépolis inaugurou em Los Angeles a sua 3000ª sala de cinema.

Ao cortar a fita e revelar a placa comemo-rativa, Alejandro Ramírez disse que “ter alcançado esse número em nível mundial constitui um fato muito importante na his-tória da empresa e para a indústria cinema-tográfica mexicana”.

A inauguração é parte da estratégia de crescimento e expansão da companhia. Seu projeto de internacionalização levou a em-presa a países como Guatemala, Honduras, Costa Rica, El Salvador, Panamá, Colôm-bia e Peru, assim como a novos mercados da Índia, Brasil e Estados Unidos.

Cinépolis inaugura sala de número 3 mil

10 Exibidor, outubro-2012

notíCias

A sala de projeção Sweet 204, em Culver City, Califórnia, teve seu sistema de áudio atualizado para som surround 7.1 da JBL Harman LSR6300.

O sistema será utilizado com os projetos da Walden Media, como o filme Won’t Back Down com Viola Davis e Maggie Gylenhaal; e Of Men and Mavericks, estrelado por Johnny Weston e Gerard Butler.

Ambos os filmes estão programados para lançamento neste ano.

Harman instala sistema na CalifórniaAs salas de cinema Prince Charles, em Londres, contrataram funcionários para se vestirem de ninjas e repreender os ba-rulhentos de plantão.

Os “ninjas” andam entre as fileiras das pol-tronas e gentilmente pedem aos clientes que diminuam o barulho ou fiquem em silêncio.

Segundo o diretor da empresa, alguns clientes passam dos limites e essa foi uma solução bem humorada para resolver o problema.

ninjas para monitorar barulho

A Associação Brasileira de Shopping Centers divulgou uma pesquisa que revela que o cinema é a principal opção de lazer dos clientes que frequentam estes locais.

De oito a cada dez frequentadores de shopping possui o hábito de ir ao cinema, mas apenas 20% vai exclusivamente ao cinema. Quase 75% frequanta as salas de exibição e a praça de alimentação.

Grande parte desse público pertence a classe média: 54% dos entrevistados pertencem à classe B, 23% à classe C, 22% à classe A, e a classe D apareceu pela primeira vez na lista da pesquisa, com 1%.

Cinema é preferência dentro dos shoppings

©Divulgação

12 Exibidor, outubro-2012

Claquete.CoM

“o palhaço” representará o brasil no oscar 2013

“o Hobbit” ganha novo trailer

O Hobbit - Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey), primeiro longa da recente trilogia do diretor Peter Jackson (O Senhor dos Anéis) ganhou novo trailer.

O longa estreia em 14 de dezembro de 2012. A segunda parte da saga, O Hobbit - A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug) tem estreia marcada para 13 de dezembro de 2013 e o último filme, O Hobbit - Lá e de Volta Outra Vez

(The Hobbit: There and Back Again), chega aos cinemas em 18 de julho de 2014, sete meses depois do segundo, encerrando a trilogia.

Peter Jackson dirige a partir do roteiro que ele escreveu com Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro.

Assista em: www.claquete.com.

O Palhaço, filme de Selton Mello, é o representante brasileiro escolhido para disputar uma das cinco indicações à categoria Melhor Filme Estrangeiro, no Oscar 2013.

O anúncio foi feito pela Comissão Especial de Seleção, da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura em 20 de setembro. Entre os candidatos estavam Xingu, À Beira do Caminho, O Palhaço, Heleno e Paraísos Artificiais.

No filme, Benjamim (Selton Mello) e Valdemar (Paulo José) formam a fabulosa dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Eles vivem pelas estradas na companhia da diver-tida trupe do Circo Esperança.

O Brasil não consegue uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro desde Central do Brasil, em 1999.

©Divulgação

©Divulgação

13 Exibidor, outubro-2012

“intocáveis” é a produção francesa mais assistida no mundo

patricia riggen vai dirigir filme sobre mineiros chilenos

Material deletado de “os Vingadores” será usado em “Capitão américa 2”

Patricia Riggen (Sob a Mesma Lua) vai dirigir The 33, filme sobre os 33 mineiros que em 2010 permaneceram 70 dias sob a terra em uma jazida do norte do Chile.

José Rivera (Na Estrada – On the Road) assina o roteiro, escrito em colaboração com os próprios mineiros. A trama deve incluir detalhes nunca antes rela-tados sobre os primeiros 17 dias sob a terra, antes que os mineiros conseguis-sem fazer contato com o exterior.

Mike Medavoy produz o longa, que atualmente busca por seus protagonis-tas. As filmagens estão marcadas para começar em janeiro de 2013.

Boa parte do material de Os Vingadores (The Avengers) sobre a adequação de Ste-ve Rogers ao mundo contemporâneo, que acabou cortada na versão final, por falta de espaço, está sendo guardada para Ca-pitão América 2, segundo Chris Evans.

Em entrevista ao Collider, durante o Festival de Toronto, o ator explica: “Eles tinham tantas cenas deletadas em Os Vingadores porque muita coisa foi guardada para Capitão 2. O material era bom, mas ficava parecendo que o filme era sobre ele. Em Os Vingadores havia muita coisa para acomodar, e era um fil-

me longo de qualquer forma. Acho que ficaria exaustivo se o filme fosse mais longo ainda”.

O ator fala do teor dessas cenas: “É a histó-ria dele. É Steve tentando se ajustar, em um nível pessoal, ao fato de que todas as pes-soas que ele conhecia morreram, incluin-do Peggy Carter. Há muita coisa que ele precisa assimilar. E estou empolgado para ver uns flashbacks, ver as memórias que ele guarda daquela pessoa que ele foi um dia”.

Capitão América 2 começa a ser rodado em março de 2013 e estreia em 4 de abril de 2014.

Segundo dados divulgados pela Unifrance (organização responsável por promover a exportação do cinema francês) a comédia/drama Intocáveis (Intouchables) já foi assis-tida por mais de 23,1 milhões de pessoas fora da França. O filme dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano bateu o recorde que pertencia ao filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux destin d´Amélie Poulain). No Brasil, o longa já arreca-dou R$ 5,6 milhões e atraiu 429,1 mil espectadores.

Intocáveis conta a história de Phillipe, um rico aristocrata, que após um acidente de parapente, contrata Driss, um jovem recém-saído da prisão para ser seu cuidador. Em outras palavras, a pessoa menos apropriada para o trabalho. Juntos, eles irão misturar Vivaldi e a banda Earth, Wind and Fire, dicção elegante e jazz de rua, ternos e calças de moletom. Dois mundos vão colidir e chegar a um acordo para que nasça uma ami-zade tão louca, cômica e forte quanto inesperada, uma relação única que irá criar faíscas e torná-los… Intocáveis.

©Divulgação

©Divulgação

14 Exibidor, outubro-2012

Claquete.CoM

Entre as franquias planejadas pelo estúdio, além de Velozes e Furiosos 6, o executivo Steve Burke, CEO da Universal, confirmou as sequências de O Legado Bourne (The Bourne Legacy) e Ted (Ted). As informações são do Hollywood Reporter.

O recomeço da franquia Bourne arrecadou mais de US$ 180 milhões em bilheteria e Ted foi um dos maiores sucessos do verão norte-americano - com um orçamento de US$ 50 milhões.

No setor de animação, inspirado pelo sucesso de Meu Malvado Favorito (Despicable Me), o estúdio planeja lançar dois longas ani-mados por ano. Entre os próximos lançamentos, Meu Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2) estreia em 3 de julho de 2013 e um filme solo dos Minions de Gru estreia em 14 de dezembro de 2014.

Universal confirma continuações de “O Legado Bourne” e “Ted”

Começam as filmagens de “Jack Ryan”A Paramount Pictures anunciou o início das filmagens de Jack Ryan, do diretor indi-cado ao Oscar, Kenneth Branagh e estrelado por Chris Pine, Keira Knightley e Kevin Costner. O filme será rodado em Nova York, Moscou e Londres e está programado para ser lançado em janeiro de 2014.

Baseado no personagem Jack Ryan, criado pelo autor campeão de vendas Tom Clancy, o filme é um suspense de ação contemporâneo. A história original, escrita por David Koepp (Anjos e Demônios, Guerra dos Mundos), acompanha o jovem Jack na medida em que ele descobre um complô terrorista financeiro.

Lorenzo di Bonaventura produzirá o filme através de sua bandeira Di Bonaventura Pictures, juntamente com Mace Neufeld e David Barron.

Duas imagens do longa já foram divulgadas.

©Divulgação

©Divulgação

DO DIRETOR DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

2 DE NOVEMBRO NOS CINEMASTAMBÉM EM ESPETACULAR

16 Exibidor, outubro-2012

Companhia pretende intensificar sua presença nas Américas, principalmente no mercado brasileiro

Por: Marcelo J.l. liMa

especializada em soluções 3D para cinema e dispositivos móveis, a coreana MasterImage está presente em mais de 70 países. Segundo a empresa, ela é uma das que mais cresce nesse segmento ao redor do mundo. Agora pretende trazer para o Brasil a presença que já é forte na Europa e Ásia.

Seu objetivo é fornecer soluções de ponta para toda a indústria de cinema, desde o pequeno até o grande exibidor, possibilitando que todos tenham acesso à tecnologia com facilidades de investimento. “Cada tela merece ter uma tecnologia 3D”, é um dos lemas da MasterImage.

Em entrevista especial concedida por email à Revista Exibidor, o seu gerente de marketing, Matt Liszt, conta quais são os planos da MasterImage no Brasil e como pretende consoli-dar sua marca e presença na região.

©Divulgação

entreVista internaCional

Matt Liszt // MasterImage

MasteriMage teM o Brasil eM

sua rota de exPansão

17 Exibidor, outubro-2012

Revista Exibidor – Apresente a

MasterImage para quem não a co-

nhece ou conhece pouco. Quando

foi fundada e quais suas soluções

para cinema?

Matt Liszt - Fundada em 2004, Mas-terImage 3D fornece soluções pioneiras em 3D para cinemas e dispositivos mó-veis. Nós oferecemos ao público a mais clara e nítida experiência 3D, propor-cionando aos exibidores as opções mais flexíveis da indústria e melhor custo--benefício nas opções de compra - in-cluindo um plano de financiamento de cinco anos, sem royalties, sem taxas de li-cença e sem custos adicionais. Tudo isso com retorno imediato do investimento. Nós também oferecemos uma gama de soluções para cinema digital que atende às diferentes necessidades. Se você tem uma tela grande, tela pequena, cabine de projeção pequena ou ainda se não tem cabine de projeção, temos sempre uma solução 3D.

Exibidor – Qual é a participação de mer-

cado da empresa ao redor do mundo?

Liszt - MasterImage 3D é uma das em-presas que mais cresce entre as empresas fornecedoras de solução 3D, com insta-lações de cinema digital em mais de 70 países. Atualmente, nosso maior merca-do é a Europa, onde temos concorrência acirrada no Reino Unido, França, Ale-manha, Espanha e Itália. Hoje sediada em Hollywood, a MasterImage 3D foi fundada em Seul, na Coreia do Sul, o que nos dá uma posição muito forte na Ásia: Coreia do Sul, Japão, Taiwan e sudeste da Ásia. A China é um grande foco para a MasterImage 3D e continuaremos a au-mentar nosso market share por lá.

Exibidor - A MasterImage ainda

não é muito conhecida nas Améri-

cas. Como pretendem mudar isso?

Liszt - Agora temos uma presença nas Américas. Anunciamos no ShowEast do ano passado que fomos escolhidos pela exibidora Cinépolis como um parceiro de soluções 3D digital, o que nos tem dado força e mais força na região. Esta-mos ampliando a nossa equipe para ter mais foco nas Américas, que é uma das maiores prioridades da empresa.

Exibidor - Quais são as estratégias

e planos para atingir esta região,

especialmente no Brasil?

Liszt - Estamos contratando uma equipe para fornecer suporte de vendas exclusivo para as Américas. Como temos feito em todas as outras regiões, planejamos ser a parceira líder do setor com integradores para ajudar a fornecer aos cinemas uma solução 3D completa. Somos especia-listas em marketing B2B e planejamos participar de eventos locais e feiras con-forme as oportunidades surgirem, para intensificar nossa atuação.

Exibidor – Já existe um represen-

tante no Brasil?

Liszt - Por enquanto não.

Exibidor – Qual é o contato da em-

presa para o exibidor brasileiro?

Liszt - Atualmente, os interessados podem entrar em contato com Sean Lohan, é o nosso gerente geral das Américas. Lohan tem grande experiência em suas passagens pela Panavision, Kodak e a exibidora AMC. Ele já está com bons progressos no merca-do latino americano. Enxergamos grandes oportunidades para a América do Sul.

Exibidor - Quais são as principais

diferenças entre a tecnologia 3d

da MasterImage e suas concor-

rentes: Reald, dolby e outros.

Liszt - Gostamos de dizer “Se não é Mas-terImage 3D, está faltando algo.” Com isso,

queremos dizer que oferecemos uma solu-ção 3D completa para os cinemas - com foco na qualidade, domínio e inovação. Nós oferecemos a melhor qualidade de imagem em 3D - com a maior clareza e fidelida-de de cores. Nós também fornecemos um modelo de negócios favorável - sem taxas de licença. E estamos compatíveis com as últimas tendências em tecnologia 3D: alta taxa de quadros por segundo, etc.

Exibidor - Como você vê as pro-

duções do cinema brasileiro?

Liszt - O governo brasileiro está fazendo um grande investimento para incentivar os cineastas locais. E, não é de admirar que os cineastas brasileiros estejam em destaque no Festival de Cannes como um país que o mundo todo está assistindo.

Como Cuarón, Del Toro e González Inárritu fizeram o cinema mexicano ser conhecido internacionalmente, parece que Walter Salles e Fernando Meirelles estão fazendo o mesmo com o Brasil. Para nós, o 3D é tão onipresente no cinema con-temporâneo que, naturalmente, é e será uma parte do processo de contar estórias.

Exibidor - Quais são as expectativas

para entrar no mercado brasileiro?

Liszt - Nós usamos a Europa como es-tudo de caso. Contratamos os melhores profissionais locais, fomos agressivos, mas também ouvimos e respondemos. Nós fornecemos para a indústria a me-lhor combinação de preço, qualidade e serviço. Então, trabalhamos duro para sermos parceiros de todos os integrado-res. Pretendemos fazer o mesmo no Bra-sil. Se planejarmos, ouvirmos e respon-dermos, o Brasil pode e deve ser um dos nossos maiores mercados.

Temos expectativas muito altas. É o País que tem um crescimento cultural enorme e cine-ma e entretenimento estão no coração dessa expansão. Será divertido participar disso.

18 Exibidor, outubro-2012

Os meios digitais despontam como grandes oportunidades para o exibidor. Saber aproveitá-los pode ser a grande chave para o sucesso

Por: Natalí aleNcar

a quantidade de acessos à internet no Brasil já ultrapas-sou a marca de 83 milhões de pessoas no segundo se-mestre deste ano, segundo dados divulgados pelo Ibope Nielsen Online. O montante apurado registrou um au-

mento de 7% em relação ao mesmo período de 2011.

Uma recente pesquisa encomendada pelo SEDCMRJ (Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro) e realizada pelo Datafolha revelou que a Internet é o principal meio que os clientes utilizam para obter informações sobre a programação dos cinemas, sendo citada por 53% dos en-trevistados. A segunda colocada, a TV, aparece com 39%. (Confira o gráfico da página ao lado).

tudo nuM Clique:

internet é a prinCipal fonte de inforMação

do Cliente

teCnoloGia

19 Exibidor, outubro-2012

Responsável por atualizar e administrar sete websites de exibidores de cinema no Brasil, a agência digital Tonks atende atualmente em torno de 20% do mer-cado cinematográfico. E somando estes sete websites, em julho deste ano, foram mais de 2,3 milhões de unique visitors, o que gerou quase 9 milhões de visualiza-ções de páginas. Comparado ao mesmo mês de 2011, esses números representam 120% de crescimento.

Não por coincidência, esses dados re-velam a importância da internet nos hábitos dos consumidores, o que a faz ser uma das ferramentas mais eficien-tes. Embora não seja especialista em Internet, Jorge Peregrino, presidente do SEDCMRJ pontua que “sem som-bra de dúvida, talvez seja a ferramenta de marketing mais importante de hoje, dado o seu alcance e seu custo, ainda baixo”. Essa tendência já é global, ele comenta que já viu apresentações de exibidores europeus e americanos que

procuram fidelizar seus consumidores através das campanhas de redes sociais, por exemplo.

Seja em casa, na escola ou no trabalho, quando não está presente em todos estes ambientes, pelo menos em um, a inter-net está. O crescente acesso via aparelhos mobiles também é outro fator positivo. A eficiência e rapidez são os principais mo-tivos que fazem da internet hoje o prin-cipal meio de informação.

“A internet proporciona uma velocidade grande da informação, portanto essa mu-dança é algo previsto. As pessoas estão sempre correndo atrás de tempo, e a in-ternet em muitos casos, contribui muito. As empresas precisam acompanhar essa mudança e compreender que precisam ser rápidas e eficientes”, pondera o dire-tor da Centerplex, Marcio Eli.

Maricy Leal, gerente de marketing da Cinemark comenta que “a internet tem se tornado cada vez mais um meio de

fácil acesso a todos. Além da internet comum, o acesso via celular também tem se destacado”.

A internet é rápida, as notícias são transmitidas com velocidade e de ma-neira simples, concisa. “O mundo nos dias de hoje muda nesse mesmo ritmo, a todo momento são inventadas novas tecnologias, descobertas saltam por todo mundo a cada instante. A internet está no ritmo do mundo. O cinema também tem essa velocidade”, comple-ta Patrícia Cotta, gerente de marketing da Kinoplex.

Um filme entra em cartaz hoje e sai das telas para outros canais muito rapida-mente, por isso a internet tem a cara do cinema. “Tudo que fazemos em pro-moções, por exemplo, não é adaptado a internet, é criado especialmente para o site e/ou para as redes sociais. Nosso público vive 24h em troca conosco e muitas vezes, através da internet, com

Internet

29

53

17

3945

2825 26

8

2012

2008

TV Jornais Indicações deamigos/parentes

Cinema

ranking coM os cinco PrinciPais Meios de inforMação Para oBter a PrograMação dos cineMas

*Por enquanto não há previsão de quando será realizada a próxima pesquisa.

20 Exibidor, outubro-2012

teCnoloGia

sugestões, solicitações, comentários nas redes, nos ajuda a entregar exatamente o que eles buscam, de forma rápida e sim-ples”, cita Patrícia.

Tanto sucesso e inúmeras possibilidades requerem certos cuidados. Às vezes o fei-tiço vira contra o feiticeiro e o que era para ser favorável, acaba contribuindo de forma negativa para o negócio do exibidor. (Veja na página 21, os principais erros cometi-dos pelos exibidores na internet).

Na prática

Resolver o problema é simples, com al-gumas dicas é possível transformar a in-ternet numa verdadeira aliada. As dicas já foram mencionadas em edições ante-riores por profissionais do mercado, mas cabe ressaltá-las.

Ter um bom website é requisito obriga-tório. Isso significa que ele tem que ser simples, objetivo, funcional e visualmente agradável. 90% dos clientes que acessam o site exibidor, segundo dados da Tonks, estão à procura da programação, então, evidencie essa informação.

As tematizações das homepages são opções de reforçar para o cliente os filmes que estão em cartaz. É uma maneira rá-pida e simples de chamar a atenção do cliente para determinado filme. Às vezes o consumidor nem sabe que o filme está em cartaz, mas ao ver a tematização pode ter mais interesse.

Atualizações diárias devem ser feitas tanto no site quanto nas redes sociais. Isso demonstra que a empresa está an-

tenada e principalmente que se importa com o cliente.

Para garantir que tudo no site funcio-ne bem e que o seu cliente não tenha a conexão interrompida, uma empresa de hospedagem de qualidade deve ser con-tratada. Hoje em dia, muitas empresas oferecem esse tipo de serviço, mas pou-cas conseguem garantir a estabilidade. O ideal é pesquisar e testar.

Em menos de um ano, a Tonks Host já passou por diversos períodos de grandes lançamentos no mercado. “É uma imen-sa responsabilidade administrar grandes quantidades de visitas, mas isso só é pos-sível quando há uma eficiente infraes-trutura dos servidores”, conta Henrique Gonçalves, do departamento de Suporte e TI da Tonks Host.

Com o crescimento dos acessos via smar-tphones, é preciso adaptar o website com uma versão mobile. Custa mais barato que um aplicativo e tem um alcance mui-to mais assertivo.

Além de preparar o terreno, é preci-so cuidar dele e adubar para que as se-mentes deem bons frutos. É com essa premissa que muitos exibidores já estão aproveitando bem o potencial da grande teia de possibilidades da internet.

A Cinemark, por exemplo, oferece no site informações sobre todas as promoções, além da programação de cada complexo. No Twitter e Facebook, a empresa publi-ca informações promocionais, estreias, pré-estreias e festivais, além de promover e incentivar a interação com o público.

No Instagram, a exibidora posta notícias sobre promoções e facilidades da Rede e também pôsteres das estreias e futuros lançamentos. No Youtube, o espectador pode assistir a vídeos e depoimentos ex-clusivos de atores e diretores de cinema, convidando o público para ver suas obras.

“No Facebook e no Twitter, o internauta participa de concursos culturais e con-corre a brindes. A Cinemark também dá dicas sobre os personagens dos filmes, trazendo novidades sobre os futuros lan-çamentos, estreias, pré-estreias e festi-vais”, exemplifica Maricy Leal.

A Centerplex concentra em seu site as informações gerais, como localização, pre-ços, programação e promoções. Nas redes interage de forma dinâmica, sempre tra-zendo informações e novidades sobre os filmes, lançamentos da semana e promo-ções. “A empresa precisa acompanhar essa mudança, e compreender que precisa ser rápida e eficiente na informação. Sema-nalmente temos promoções online, que fidelizam os clientes e fazem com que eles criem o hábito de sempre acompanhar e acessar nosso conteúdo”, diz Marcio Eli.

As redes sociais já estão sendo usadas por muitos exibidores, mas Jorge Peregrino sugere a regionalização desse relaciona-mento. “Exibidores no Brasil procuram utilizar as redes sociais basicamente para mostrar a programação, um ou outro para promoções, mas todos visando um alvo geral. As campanhas deveriam ser feitas, pelos exibidores, e no meu entender, nas áreas de influência de cada multiplex. Acho isso fundamental”.

21 Exibidor, outubro-2012

A equipe de desenvolvimento e TI da Tonks analisou 50% dos sites exibidores nacionais e levantou os principais problemas encontrados. Veja:

A venda de ingressos pela internet tam-bém é outra grande possibilidade que deve ser aproveitada.

“Vendemos os ingressos pela internet, bem como temos as leitoras de acesso rá-pido direto na portaria, ou seja, o cliente compra pela internet e já vai direto para a sala, passando apenas na bombonière”, descreve Lucio Otoni, da Cineart.

“Apostamos no Fale conosco (canal de relacionamento com cliente), em pro-moções de filmes através de concur-

PrinciPais erros coMetidos Por sites exiBidores

sos culturais, quiz e outros formatos. Além disso, divulgamos a programa-ção, os próximos lançamentos, trailers de filmes e notícias sobre tudo que diz respeito ao mundo do cinema”, expõe Patrícia Cotta, da Kinoplex. Ela conti-nua: “Temos uma equipe que se dedica exclusivamente a manter esses canais atualizados com informações sobre os filmes, bastidores, elenco, dicas de filme e tudo sobre cinema e principalmente responder a todas as solicitações do nosso público”.

Outra empresa que dá uma atenção es-pecial ao “Fale conosco” é a GNC Ci-nemas. Embora muitos não saibam, é a própria diretoria que recebe e responde os comentários recebidos no canal de re-lacionamento.

Com poucas ações é possível obter óti-mos resultados. Todos os exibidores en-trevistados nesta reportagem notaram crescimento no acesso de seus websites desde que decidiram apostar na internet,

principalmente nos últimos anos.

- O maior chamariz de um website exibidor são as salas e horários dos filmes em cartaz. Porém, muitos exibidores

ainda insistem em apresentar quais os filmes que estão em cartaz e praticamente escondem os horários.

- Para muitos exibidores, a sexta-feira não existe na internet. Há casos que a nova programação da semana só entra

no ar no final do dia.

- Em alguns sites, a programação é apresentada dia-a-dia. Isso pode confundir o usuário final quando ele visualiza os

horários de uma sexta-feira, pensando que seria sábado.

- Animações são coisas para hotsites. Um website institucional deve ser só-

brio e livre de animações. Porém, ainda é possível ver muitas pérolas pelo

mercado exibidor.

- Todo exibidor deve estar presente em pelo menos uma rede

social da internet. Além disso, seu website precisa estar

integrado a esta rede social.

23 Exibidor, outubro-2012

o que influencia a ida ao cineMa? 1

todo exibidor deseja maximizar o público de cada uma de suas sessões. Para isto, é útil conhe-cer as variáveis que influenciam

na decisão individual de ir ao cinema. Existe uma vasta literatura sobre consu-mo que, com algumas adaptações, pode ser usada para pensarmos no consumo de filmes em salas de cinema. Além disso, é importante conhecer as pesqui-sas feitas no Brasil e em outros países. Também é desejável buscar entender seu próprio consumidor.

Há diversos fatores envolvidos, não ape-nas na seleção de um filme específico, mas também na escolha de uma sala e no próprio desejo de ir ao cinema. Cada um destes fatores, sozinho ou combinado com os demais, pode ajudar a desenhar perfis de consumidores específicos.

De acordo com estudiosos da área de comportamento do consumidor, pode-mos dizer que, de maneira geral, os fa-tores que influenciam na escolha e deci-são de compra são: econômicos (como a renda ou o preço do bem), socioculturais (como a influência dos amigos, da famí-lia ou da escola), demográficos (como o gênero, ou a idade), psicológicos (como os valores, ou a memória) e situacionais (estes, mais relacionados com o momen-

to da compra em si, como a praticidade para adquirir o bem, ou o ambiente de exposição do produto).

Dependendo do indivíduo, alguns fato-res podem ter maior influência do que outros. Um adolescente que quer se di-vertir no fim de semana pode optar por ir ao cinema porque “a turma toda vai”, embora preferisse fazer algum progra-ma mais próximo de casa. A senhora de meia-idade que vai sair com a mãe talvez opte pelo cinema por ser uma das possibilidades de entretenimento diur-no num lugar seguro. O casal pode ir ao cinema ao invés de fazer outro progra-ma, porque há uma promoção no dia em que resolveram sair. Exemplos de como a decisão de ir ao cinema envolve mui-to mais do que apenas o filme ou a sala. Cabe ao exibidor procurar entender que variáveis influenciam mais cada um de seus consumidores, fazendo pesquisa,

mantendo bancos de dados, ou apenas observando o guichê da bilheteria.

E falando em pesquisa, há pouco tempo o sindicato dos distribuidores divulgou a 2ª pesquisa nacional que encomendou ao Datafolha sobre os hábitos de ida ao cine-ma. É um documento precioso e único no país, que provavelmente já foi lido por to-dos. Ali, vemos que os espectadores mais jovens estão mais inclinados a escolher o filme que vão assistir quando já estão no cinema do que a média (mais de 40% de-les costumam fazer isto). Também fica-mos sabendo que se vai mais ao cinema na 4ª feira do que na 6ª, e que 56% dos en-trevistados preferem ver filmes dublados.

No próximo artigo daremos continuida-de a este tema, comentando mais aspec-tos da pesquisa do sindicato dos distri-buidores e comparando seus resultados com alguns dados de outros países.

Carla Sobrosa | [email protected] em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual, coordenadora de acompanhamento dos mercados de cinema e vídeo

doméstico da ANCINE, mestre em Comunicação pela UFF-RJ e professora. Sua dissertação de mestrado teve como tema o consumo de cinema no Brasil após a entrada dos multiplexes estrangeiros, na década de 90.

O artigo é uma dissertação pessoal e não representa a opinião da ANCINE.

Por: carla SobroSa

AprendizagemValores

Motivação Percepção

Psicológicos

Personalidade

Memória Gênero

Idade

Família

CultutaAtratividade Preço do bem

AmbientePraticidade

RendaSituacionais

Econômicos

Escola

Amigos

Socioculturais;demográficas

panoraMa

26 Exibidor, outubro-2012

caPa

27 Exibidor, outubro-2012

a política de Cotas de Tela é e sempre será um assunto polêmico. Falta pouco para o final de 2012 e nas “rodas de conversas” os exibidores falam como está sendo complicado cumprir a obrigatoriedade neste ano.

Estabelecida pela ANCINE, as Cotas são um instrumento regulatório que determina o número de dias e a diversidade mínima de títulos nacionais a serem exibidos nos cinemas. Entre 28 e 63 dias, dependendo do número de salas de cada complexo, e de três a 14 filmes nacionais diferentes, obedecendo a mesma regra. (Veja quadro detalhado na página 29).

A Revista Exibidor ouviu alguns exibidores e todos eles enfatizaram que estão enfrentando problemas para chegar ao estipulado pela agência, principalmente pela ausência de lançamen-tos de grande impacto.

“O circuito exibidor é inteligente e não vai exibir um filme que não tenha público. Daí, havendo produção de filme brasileiro que tenha apelo comercial, o público reage positivamente e o exibidor certamente vai dar preferência ao produto brasileiro. Não existe preconceito contra o filme brasileiro com bom potencial de público”, pondera o advogado especialista no mercado cinematográfico, Dr. Antonio Bitelli.

Ele argumenta que não bastassem as benesses que o Estado impõe como a meia entrada e outras leis absurdas, a Cota de Tela, que tem que ser cumprida com diversidade de títulos, é um ônus pesado.

O diretor da exibidora gaúcha GNC Cinemas, Ricardo Difini Leite acredita que a totalidade dos exibidores está realmente tendo enormes dificuldades. “O problema não está na indispo-nibilidade de salas de cinema para o lançamento do filme nacional, e sim na sua capacidade de permanecer em cartaz, devido à baixa frequência de público, na maioria dos casos”.

Cinema nacional

o pesadelo das Cotas de tela

Exibidores comentam dificuldades em cumprir exigências da ANCINE por falta de bons produtos nacionais com apelo comercial

Por: Natalí aleNcar e Marcelo J.l. liMa

28 Exibidor, outubro-2012

caPa

Outra exibidora na mesma situação é a Cineart. “Os filmes hoje em dia são mui-to perecíveis. Se você não exibir na se-mana do lançamento, depois perde toda a atratividade. Sem contar que em algumas cidades, se o exibidor não chegar com o produto no lançamento, pode estar certo que o “pirata” chega. Além disso, infeliz-mente a maioria dos filmes não se sus-tentou e teve grande queda nas semanas seguintes ao lançamento”, alega Lucio Otoni, diretor da empresa.

Apesar de não discordar plenamente da política de Cotas, Marcio Eli, diretor da Centerplex Cinemas, considera im-praticável a obrigação atual. “Considero injusto uma vez que não tenho produto nacional para exibir, portanto não tenho como cumprir o combinado do acordo”.

A Lui Cinematográfica também cita suas adversidades: “foi um ano em que quase nenhum filme teve apelo suficiente para seduzir e levar os espectadores aos cinemas. Os filmes entraram em cartaz, o público simplesmente ignorou, literalmente não apareceu para assistir”, comenta Paulo Lui.

E mesmo quem concorda com a obrigato-riedade, como a Kinoplex, está enfrentan-do obstáculos. “Como maior exibidor bra-sileiro, somos a favor de todas as políticas que apoiam o cinema nacional, mas infe-lizmente a maior parte dos filmes lançados esse ano não está conquistando o público como esperávamos. Nesse ano ainda não apareceu um fenômeno de bilheteria e a soma dos resultados não tem alcançado o esperado”, indica Flavio Carvalho, gerente de programação da Kinoplex.

Por quê?

Dentre os principais motivos menciona-dos pelos exibidores está a falta de filmes que consigam cativar o público. Há poucos títulos comerciais. Além disso, não teve nenhum filme com grande público, ou até

mesmo mais polarizado, porém com condi-ções de se manter em alta por mais tempo.

“Não podemos esperar todo ano ter um ‘Tropa de Elite’. Temos que ter mais filmes nacionais que se sustentem durante duas ou três semanas para que no mês seguinte possamos já ter outro produto com a mesma duração. É lógico que o exibidor quer exibir o filme nacional, mas ele precisa ser de qua-lidade, atendendo o que o consumidor final deseja”, frisa Marcio Eli, da Centerplex.

“Os exibidores dependem de filmes que atraiam os clientes aos cinemas e isto não vem acontecendo este ano com o filme na-cional. É claro que com filmes rentáveis nem precisaríamos de Cota de Tela para exibi-los o que torna este instrumento injusto, pois somos obrigados a permanecer com filmes que dão prejuízo financeiro ao exibidor”, declara Ricardo Difini, da GNC Cinemas.

A obrigatoriedade e o caráter punitivo cau-sam ainda outros transtornos ao exibidor.

“O exibidor vive o dilema em deixar um filme bem abaixo da média da sala por ser nacional e cumprir Cota de Tela, ou substituí-lo por outro para aumentar fatu-ramento e fazer frente a seus compromis-sos”, exemplifica Lucio Otoni, da Cineart.

Outro exemplo é dado por ele: “todos apoiam a exibição de filmes nacionais, mas quando o faturamento está muito baixo, re-almente, por uma questão de sobrevivência no negócio, temos que substituir. O filme estrangeiro também é substituído quando seu faturamento está muito baixo”.

Segundo o advogado Dr. Bitelli, quando o exibidor não cumpre e é punido, recorrer sempre é possível e há casos sim de exibi-dores autuados. Porém, as chances da AN-CINE atender tais recursos são mínimas.

“Se o Estado penaliza de um lado, tem que compensar do outro. Essas perdas deveriam ser solicitadas pelos exibidores junto ao go-verno federal como indenização. Se o Esta-do quer incentivar o audiovisual brasileiro, ainda que o público não tenha interesse num determinado produto, deveria compensar o exibidor. As Cotas, em qualquer setor, cau-sam sempre rupturas, preconceitos e antago-nismos”, reforça o advogado.

Os exibidores entrevistados nesta re-portagem também consideram a pena-lidade injusta.

Para Ricardo Difini Leite, da GNC, “ao invés de penalizar, o governo deveria in-centivar a exibição de filmes nacionais através da isenção de impostos. Com isto, poderíamos inclusive reduzir o preço dos ingressos do filme nacional, estimulando uma maior frequência de público”.

De acordo com Lucio, da Cineart, um fator negativo relacionado ao estabelecimento de dias para a cota é que quando é estipulada, não se sabe quantos produtos serão lança-dos, o número de cópias e principalmente a qualidade desses filmes. “A multa de 5% da renda média diária é muito alta para quem não consegue atingir a Cota. Pois se o exi-bidor não atinge, não é porque não quer, e sim porque não conseguiu segurar um filme com o faturamento mínimo necessário para equilibrar suas receitas e despesas”.

Sugestões

Dentre as sugestões apontadas pelos exi-bidores como alternativas para melhorar a política de Cotas de Tela, está considerar as diferenças locais. “Deveriam respeitar as realidades regionais. Os filmes nacionais vão muito melhor no nordeste do que no sul, neste caso os estudos técnicos deveriam definir cotas regionais”, diz Difini Leite.

29 Exibidor, outubro-2012

A Centerplex acredita que “os estudos devem ser feitos de acordo com a quali-dade dos filmes a serem distribuídos du-rante o próximo ano e não em cima ape-nas da quantidade”, afirma Marcio Eli.

Compartilha do mesmo ponto de vista, Flavio Carvalho, da Kinoplex. “A seleção dos projetos deveria avaliar o quão co-mercial é um filme. Ou seja, não apenas a riqueza de seu conteúdo, que é igualmen-te importante, mas também a probabili-dade de aceitação pelo público”.

Lucio Otoni sugere: “uma maior flexibili-dade na Cota de Tela também seria bené-fico. Por exemplo: duas sessões poderiam ser consideradas um dia de exibição”.

Enfim, o cinema nacional carece do empenho e dedicação de todos os en-volvidos, só assim será possível transpor a barreira de Cotas. “Todos são respon-sáveis e devem dar a sua contribuição para fortalecer o cinema nacional, in-clusive o governo. Diferentemente do que muitos pensam, é muito importan-te para os exibidores o sucesso do ci-nema nacional”, conclui Ricardo Difini Leite, da GNC Cinemas.

Para atingir um padrão de qualidade nas produções, Márcio Eli adverte: “precisa-mos cobrar dos produtores, que recebem incentivos, para que façam filmes que atendam ao nosso verdadeiro público com planejamento de estratégia rentável”.

Cumprir a Cota, segundo a ANCINE, habilita o exibidor a concorrer ao Prê-mio Adicional de Renda (PAR), res-peitando ao edital que é lançado anual-mente. O PAR premia as empresas com melhor desempenho comercial dos fil-mes nacionais. Em 2011, 51 empresas exibidoras tiveram salas contempladas.

Em entrevista publicada na 2ª edição da Revista Exibidor, Manuel Rangel, dire-tor-presidente da ANCINE disse: “Pro-curamos construir um equilíbrio entre a necessidade de exibir filmes brasileiros e a capacidade dessas empresas exibidoras de obterem cópias desses filmes e de mantê--los em cartaz. O mecanismo existe no Brasil há 80 anos. Existe na Argentina, França, Espanha, Alemanha, Portugal, Itália e outros países também há décadas. Entre os países que têm cinema relevante

e com participação de mercado significati-vo, apenas EUA e Índia não lançam mão do mecanismo, e agem assim porque têm controle econômico e cultural absoluto do mercado para os seus filmes nacionais”.

A Revista Exibidor também procurou pe-quenos exibidores acerca do assunto, mas até o fechamento da matéria, não recebeu retor-no e a ANCINE estava em greve durante o mesmo período. No entanto, a redação está aberta para suas posteriores manifestações.

Quantidade de salas do complexo

Cota por ComplexoNúmero Mínimo de Títulos Diferentes

1 28 3

2 70 4

3 126 5

4 196 6

5 280 7

6 378 8

7 441 9

8 448 10

9 468 11

10 490 12

11 506 13

12 516 14

13 533 14

14 546 14

15 570 14

16 592 14

17 612 14

18 630 14

19 637 14

20 644 14

Mais de 20 salas644 +7 dias por sala adicional do complexo

14 

cotas estaBelecidas Para 2012

29 Exibidor, outubro-2012

(fonte: ANCINE)

30 Exibidor, outubro-2012

caPa

- O que é?

A Cota de Tela é a obrigação que as em-presas exibidoras possuem de incluir em sua programação obras cinematográficas brasileiras de longa-metragem.

- Por quantos dias obras brasilei-

ras de longa metragem devem ser

exibidas?

A quantidade obrigatória de dias está vin-culada ao número de salas do complexo.  (Veja o quadro na página 29).

- Caso o complexo não tenha funcio-

nado durante parte do ano, por mo-

tivo de fechamento temporário, defi-

nitivo, ou regime de funcionamento

diferenciado, será observada a pro-

porcionalidade da obrigatoriedade?

Sim. Entretanto, como a aferição é feita com base nos registros da empresa junto à ANCINE, as alterações no regime de funcionamento dos complexos devem ser comunicadas à Superintendência de Re-gistro da ANCINE, conforme Instrução Normativa nº 41/2005 .

- Salas de exibição não-comerciais

são obrigadas a cumprir?

Não. A Cota de Tela é obrigatória ape-nas para salas ou complexos de exibição comercial.

- Como é feita a aferição do cum-

primento?

A aferição é feita a partir dos relatórios de exibição enviados pelas empresas atra-

Revista Exibidor - Você concorda

com a política de Cotas de Tela?

Lui - As primeiras legislações protecionis-tas para a indústria cinematográfica surgi-ram na Europa, após a Primeira Grande Guerra, com o objetivo de evitar que as grandes produções americanas tomassem conta do mercado e sufocassem a produção local. No Brasil tal mecanismo existe des-de a década de 40, adotado também como forma de incentivar a produção de filmes brasileiros. Durante a ditadura militar a determinação da “Cota de Tela” foi inten-samente utilizada, apoiando-se na Consti-tuição de 1967, que permitia a ampla in-tervenção do Estado na iniciativa privada. Tratava-se de um suporte de sustentação à política da “substituição da importação”.

Historicamente, podemos afirmar que as “Cotas de Telas” sempre representaram um forte atrito entre o setor de exibição e o de produção, visto que os exibidores fo-ram obrigados a programar filmes que não correspondiam nas bilheterias. Na década de 1970 e em parte de 1980 (época em que foi criada a Embrafilme), com uma produção brasileira voltada ao mercado e uma política de distribuição mais agressi-va, tal fosso foi atenuado. Após a extinção da Embrafilme em 1990, ficamos pratica-mente sem produto nacional. Aos poucos, a partir da chamada “retomada” do cinema nacional – meados da década de 90 – com novos incentivos e fomentos por parte do Estado e a própria criação da ANCINE, tivemos uma nova leva de produção, que, em tese, supre o mercado.

Porém o problema é que, novamente, grande parte dos filmes produzidos, a des-

vés do Sistema de Cota de Tela , dispo-nível na página eletrônica da ANCINE.

- Como devem ser contabilizados

os dias de cumprimento?

Para computar 01 dia de cumprimen-to, devem ser exibidas obras válidas em todas as sessões diárias de determinada sala. Títulos brasileiros com classificação indicativa “Livre”, concedida pelo Minis-tério da Justiça, e destinados ao público infantil podem computar 01 dia de cum-primento, desde que sejam exibidos em todas as sessões programadas entre 13h e 19h59 no dia. 

O cálculo do cumprimento de 0,5 dia de obrigatoriedade varia de acordo com o número total de sessões exibi-das. Quando o número total de sessões for par, para contabilizar 0,5 dia de cumprimento, a quantidade de sessões de  obras válidas  deve ser pelo menos igual à quantidade de sessões de obras não válidas.

- A empresa pode ser sancionada

pelo não cumprimento?

Sim. O não cumprimento da cota de tela sujeita o infrator à multa de 5% (cinco por cento) da renda média diária da bi-lheteria, apurada no semestre anterior à infração, multiplicada pelo número de dias não cumpridos, conforme art. 59 da Medida Provisória nº 2.228-1/2001.

Outras informações podem ser encon-tradas em: www.ancine.gov.br/pergun-tas-frequentes.

PrinciPais dúvidas visão e oPinião da feneec

(fonte: ANCINE)

31 Exibidor, outubro-2012

visão e oPinião da feneec

peito de sua qualidade técnica e artística, são documentários ou filmes de experi-mentação que não possuem, naturalmen-te, vocação a fazer grande público. São muito poucos os filmes - e safras de filmes - que conseguem atingir grandes plateias, que mantenham-se em cartaz durante vá-rias semanas, com bom público espectador dentro das salas, o que permite manter a saúde financeira das empresas de exibi-ção. Esse distanciamento entre as plateias e os filmes deixam as salas vazias e, desta forma, impõe enormes dificuldades em se atender as Cotas previstas.

Como ficou claro e provado durante os últimos anos, apenas ter o filme em car-taz nos cinemas - o que a cota faz - não é garantia de público. Portanto, embora não tenha nada contra a Cota de Tela, pelo contrário até, só não acho justo so-mente o exibidor ser tão penalizado, se na verdade é o público que não se seduziu a entrar na sala para assistir ao filme.

Exibidor - O que poderia mudar

para que os exibidores conseguis-

sem cumprir sem dificuldade?

Lui - Em primeiro lugar, e venho in-sistindo nisso embora muitos achem utópico, precisamos de uma vez por to-das de uma espécie de “pacto” entre os agentes do mercado: produtores, distri-buidores, exibidores e governo. É preci-so deixar para trás aquela ideia arcaica e extremamente prejudicial, aquele ranço antigo de “inimigos” com que tais agen-tes sempre se trataram; oras, cinema é um mercado como outro qualquer - su-permercado, veículos, roupas - e não é

um mercado tão grande assim em ter-mos econômicos se comparado aos que citei. Então, se quisermos crescer, temos de todos remar numa mesma direção. Filme que enche a sala é bom para to-dos! Precisamos pensar juntos o “negó-cio cinema” e não continuar cada um puxando pro seu lado e dando de om-bros para o outro, como se fossem ne-gócios distintos. Assim continuaremos a andar de lado, ou pior, para trás.

Há diversos aspectos a serem aborda-dos para que o filme nacional tenha mais público e, por conseguinte, consiga manter-se nas salas, propiciando o cum-primento da Cota pelos exibidores. Um sentido profissional, porque não dizer comercial, faz-se necessário nas polí-ticas de Governo para o incentivo aos filmes brasileiros.

A própria ANCINE vem discutindo a introdução de mecanismos que vinculem o capital investido com uma proposição de retorno do capital, mesmo que seja este obtido através de incentivos e sub-sídios. Havendo capital de risco para o produtor, haverá uma tendência em se produzir produtos mais rentáveis. No caso do produtor que deseje fazer um filme destinado a pequenos públicos, de-verá receber valores proporcionais a estes, como é o caso de documentários, que se destinam a pequenos segmentos e que têm sido oferecidos como se fossem ca-pazes de atender a necessidade de aten-dimento de Cota de Tela. A Cota de Tela do documentário deveria ir em busca do seu hábitat natural: os cinemas mais al-ternativos e a televisão.

Contrapondo, entendo que o autor de um filme também precisa de certa “tran-quilidade” para que sua obra possa ser completada de maneira mais satisfató-ria. A figura do produtor/diretor/autor muitas vezes é a mesma, e ele tem de sair buscando o patrocínio, o incentivo finan-ceiro ou fiscal, ao mesmo tempo em que escreve o roteiro, contrata atores, busca locações, acerta a distribuição. Com cer-teza o produto final terá algum problema, seja uma má montagem, uma finalização apressada, uma duração muito longa ou muito curta, perda do timing de lan-çamento, enfim, “n” problemas que vão refletir lá na ponta, na exibição, quando serão sentidos pelo público e podem ser determinante para a carreira do filme.

Há de se investir também na distribui-ção, fazendo com que os filmes sejam tratados e lançados de forma profissio-nal e com grande ênfase no marketing (desde que se detecte sua vocação para grandes plateias). Nesses últimos anos, tivemos alguns bons exemplos disso: Se eu Fosse Você, De Pernas pro Ar, Tropa de Elite, Lisbela e o Prisioneiro, Dois Filhos de Francisco, Carandiru, Nosso Lar, entre outros.

E por que não se pensar também em in-centivos para o exibidor? Uma redução de impostos na exibição do filme nacio-nal; uma tarifa de energia diferenciada; um subsídio;

Como fazer? Não tenho a fórmula mágica ou pronta, por isso acredito que só um deba-te sério, sem paixões, pode jogar luz na busca de um modelo mais satisfatório a todos.

Em entrevista exclusiva à Revista Exibidor, o presidente da FENEEC, Paulo Lui, comenta a política de Cotas e faz um panorama do mercado.

31 Exibidor, outubro-2012

32 Exibidor, outubro-2012

caPa

Exibidor - Em comparação com

anos anteriores, o que mudou e

está afetando os exibidores?

Lui - Todos os exibidores têm tido difi-culdades em cumprir a Cota de Tela nos últimos anos. Em 2010, o filme Tropa de Elite 2 facilitou a tarefa de cumprimen-to. Porém, é impossível cobrir uma média que atinge quase 20% das datas com ape-nas três ou quatro filmes de sucesso por ano. Filmes sem público não são lógicos para a exibição comercial que não recebe qualquer incentivo ou subsídio para serem exibidos. Para atender o número de dias previstos, seriam necessários, no mínimo, 8 a 10 blockbusters nacionais, o que não ocorreu em nenhum ano desde que foi instituído o controle pela ANCINE.

Antigamente, principalmente na década de 1970 e 1980, tínhamos mais facilida-des em atingir as Cotas, mesmo quando eram maiores. Tínhamos dois filmes dos “Trapalhões” por ano, dois “Mazzaroppis”, um a dois “Xuxas” e um grande número de comédias eróticas que eram chama-das de pornochanchadas. Eram produ-tos extremamente populares que traziam multidões aos cinemas. A exibição destes filmes era disputada entre os exibidores que ofereciam as melhores condições de permanência e de remuneração. Atual-mente, faltam produtos populares. Como já expusemos, não há mais do que três ou quatro filmes de grande público, por ano. Em 2012, até agora, tivemos apenas um.

De forma bem concreta, subsidia-se a produção e a distribuição do filme brasileiro, sem que sejam norteados para obter público e se transfere o prejuízo em exibir para o exibidor, que não recebe um único tostão de subsí-dio ou incentivo.

Exibidor - Os números da Cota de

Tela são fixados pelo Ministério da

Cultura e pela Presidência da Re-

pública a partir de estudos técni-

cos elaborados pela ANCINE. Em

sua opinião, esses estudos refletem

verdadeiramente a necessidade do

exibidor em relação à obrigatorie-

dade das cotas?

Lui - Tem-se mantido o mesmo número de dias por ano há um bom tempo, o que por um lado é bom, você sabe a regra do jogo antes do mesmo iniciar. Porém, por mais que os estudos técnicos elaborados pela ANCINE sejam bem feitos, rigoro-sos e criteriosos, eles não conseguem ava-liar a questão de atendimento do público dos filmes. É praticamente impossível avaliar quantos espectadores terá um fil-me, sem assistir a ele, já finalizado.

Avaliar o potencial de frequência dos filmes através de uma relação escrita ou de prospecções sobre o que poderá ser tal filme, é um ato de mágica. Uma excelente ideia, desenvolvida em um roteiro mara-vilhoso, dirigido por um grande diretor, tendo um elenco de primeira nas mãos, pode resultar numa verdadeira “bomba”. Um antigo distribuidor dizia que um fil-me pode valer milhões de reais enquanto está na prateleira. Depois de lançado, ele pode não valer nada ou muito mais do que foi investido. O resultado estatístico mais provável é que não valerá nada.

Não há estudos, por mais sofisticados e bem feitos que sejam, que projetem a capa-cidade de filmes terem bons resultados nas bilheterias. Se fosse assim, qualquer um po-deria ser um produtor de filmes de sucesso. É preciso se pensar numa nova fórmula.

Exibidor - De toda a cadeia cinema-

tográfica - produção, distribuição e

exibição - quem realmente deveria

ser responsável pelo incentivo ao

cinema nacional?

Lui - Todos juntos. Repito mais uma vez: não somos negócios distintos.

Um grande projeto, que infelizmente tem tido dificuldades em sair do papel, é o vale-cultura, que beneficia o todo do setor cinematográfico. Ao comprar um ingres-so, está se estimulando o setor de exibição, o setor de distribuição e os produtores. É bem mais justo, pois além de beneficiar os setores em cascata, seguindo um fluxo na-tural, privilegia também, aqueles que con-seguiram investir num produto destinado a ter mais público. Alguns dirão: – o vale--cultura privilegiará aqueles que se desti-nam a ter mais público. É verdade, porém, podemos também afirmar que ele benefi-ciou todos os filmes na mesma proporção que este atraiu mais público.

É claro que outras medidas devem ser adotadas, como a formulação de carteiras de investimento em produtos mais elabo-rados em termos artísticos, que deverão ter uma destinação mais clara, como aten-der cineclubes, cinemas de arte e escolas. Faz-se necessário ter uma clareza maior quando se trata do circuito comercial e do circuito cultural. Este último deve ser amplamente estimulado, dentro de suas regras que diferem do mercado comercial.

O vale-refeição é um exemplo de polí-ticas bem sucedidas. Uma pesquisa feita pelos administradores deste cupom indi-cou que se este mecanismo fosse extinto, quase metade dos restaurantes brasileiros fechariam. É um mecanismo consagrado que beneficia milhões de pessoas, desde seus usuários, passando pelos trabalhado-res do setor, pela indústria fornecedora, pelo setor de locação de imóveis comer-ciais, enfim, por um número de benefici-ários quase sem fim.

O vale-cultura deveria seguir o modelo do vale-refeição como forma de incenti-var o cinema brasileiro.

34 Exibidor, outubro-2012

proJeção diGital

A transição da película para o digital trouxe uma série de mudanças operacionais e comportamentais. Aceitá-las e buscar aprimoramento profissional é a

melhor forma de driblar os problemas

Por: Natalí aleNcar

o fiM de uMa era

35 Exibidor, outubro-2012

talvez o consumidor final ainda não tenha criado a consciência visual e auditiva para diferenciar a exi-bição de um filme em 35 mm ou

em formato digital. Mas, para o mercado as mudanças são gritantes. A começar pela dis-tribuição do filme, onde os rolos dão lugar ao recebimento digital. A qualidade de som e imagem é muito melhor e o operador pra-ticamente só aperta o “play”.

É aí que está o grande problema Acos–tumados com o trabalho mecânico, o operador não se vê nessa mudança logís-tica. Para acompanhar essa evolução se-rão necessárias outras habilidades, como conhecimento em tecnologia e informática.

“Esta nova geração de equipamentos que-brou o paradigma do cinema também na operação, criando demanda para novos profissionais, agora informatizados. Os equipamentos de cinema digital se assimi-lam mais a um computador que a um pro-jetor 35 mm. O conhecimento básico em informática vem a ser imprescindível na assimilação do sistema de projeção digital”, cita Lucas Crantschaninov, da empresa de projetores Barco.

Muitos projecionistas demonstram resis-tência por acharem que poderão perder o emprego, como aponta Márcio Lustosa, da Mobz. Mas ele explica que isso não irá acontecer se o profissional buscar se adap-tar a nova realidade. Afinal, com um bom treinamento é possível aprimorar o profis-sional. “É uma quebra de paradigmas e de comportamento”.

Concorda com este posicionamento Lucia-no Silva, da Cinemark. “Com o treinamento apropriado, os profissionais de exibição tem assimilado muitíssimo bem a tecnologia e já se acostumaram. Felizmente, os equipa-

mentos de projeção digital permitem ajustes muito mais finos para alcançar os padrões, suplantá-los e oferecer um ótimo resultado final dentro da sala”.

Gustavo Balesteros, da Mobz, comenta que o perfil desse profissional também está mu-dando. Antes o mercado concentrava muitos operadores mais velhos e hoje esse número está um pouco mais equilibrado. “Digo que está dividido entre 60% de operadores mais experientes e 40% com profissionais mais jovens”. Além da idade, os hábitos também são outros. Gustavo explica que antes o pro-jecionista tinha apenas uma TV na cabine de projeção e hoje ele mesmo leva seu pró-prio notebook, smartphone e está conectado às novas mídias, o que facilita sua inserção na projeção digital.

Por ser uma mídia eletrônica e não manual, a operação cotidiana do profissional é muito mais tranquila em razão de automatização dos equipamentos. No entanto, a inseguran-ça e a falta de conhecimento distanciam o operador de perceber essas vantagens.

Em relação à infraestrutura da sala, Lucas, da Barco, explica que pouco da estrutura original do 35 mm é mantida. Basicamente os auto falantes, cabos de áudio e amplifi-cadores não requerem alteração. Às vezes o processador de áudio pode receber uma placa de conexão digital e não requer troca. Outras vezes é mais interessante efetuar a troca deste processador, agregando novas funcionalidades a este equipamento. Daí por diante, todos os equipamentos são novos. “O projetor 35 mm sai de cena e dá espaço ao novo projetor de cinema digital, para telas de 10 até 32 metros de largura, que deverá ser acompanhado de um servidor de filmes di-gitais DCP, muitas vezes de um equipamen-to para 3D e de um sistema de automação para luzes e máscara de tela”, explica.

Problemas antigos e atuais

Os tempos eram outros e a tecnologia di-ferente. “Os problemas eram, sobretudo mecânicos, como um eixo empenado ou um filme enroscado em alguma engrenagem. Agora é a chave de reprodução do filme que não funciona ou a legenda do filme estrean-te que não aparece na tela devido à falta de atualização do sistema, causando algum tipo de incompatibilidade”, diz Lucas.

Conforme Luciano, da Cinemark, no am-biente da projeção 35 mm, o projecionista precisa ser especialista no manuseio de pe-lícula. Dever realizar as emendas entre os carretéis, tomar muito cuidado para não riscar o filme quando montado no sistema de transporte e no projetor, além de ser ex-tremamente cuidadoso com a limpeza.

Ele ainda volta um pouco mais no tempo: “Na projeção com carvão, a grande preocu-pação era o cuidado para que a película não pegasse fogo e incendiasse o prédio. Na era da projeção digital, esses cuidados são mini-mizados pelos desenhos dos equipamentos, mais robustos e protegidos. Os projecio-nistas precisam também garantir a extrema limpeza da cabine de projeção, mas focar, principalmente, na monitoração da qualida-de da imagem e do som dentro da sala. Isso é fundamental para uma ótima projeção”.

Um dos maiores especialistas em projeção digital no Brasil, Luiz Gonzaga, da Cinépo-lis, remonta o mesmo cenário. “As operações em 35 mm mudaram muito a partir da ins-talação das lâmpadas xenon, das torretas de lentes, dos ‘sistemas armazenadores de fil-mes’ (pratos e torres) e dos sistemas de auto-mação. Trabalhar numa cabine quando não existiam estes mecanismos era um trabalho árduo, fazendo com que os operadores tives-sem que fazer até cinco operações simultâ-neas: manter o carvão na distância correta;

36 Exibidor, outubro-2012

proJeção diGital

rebobinar o filme; armar um dos projeto-res; trocar o carvão dos projetores e fazer a passagem de um projetor para outro. Nesta época, um operador só tinha condições de operar uma única cabine de projeção”.

Gonzaga enfatiza que com a introdução das tecnologias citadas passou a ser comum que um operador cuidasse de até cinco ou seis cabines simultaneamente, sem grandes esforços.

O processo da projeção digital tem início com o recebimento do filme em um HD (Hard Disk). Esse HD permanece um de-terminado período no cinema, para que o conteúdo seja acessado e colocado no servi-dor do projetor.

Uma questão importante é a duração de permanência deste HD no cinema. Gonza-ga explica que as distribuidoras solicitam a devolução do HD em um prazo curto para que seja feito um rodízio entre os exibidores. Nem sempre há tempo suficiente para des-carregar o filme em mais de um projetor ou não há memória suficiente para gravar em vários projetores, já que cada projetor conse-gue armazenar de três a cinco filmes, depen-dendo do tamanho e se é o ou não 3D. Se o complexo pretende exibir as versões dubla-das e legendadas, é necessário gravar duas

vezes, uma para cada versão, ocupando um bom espaço do projetor.

Resolvido o problema do HD, é preciso ficar atento com a liberação dos filmes, feito por meio do KDM (Key Delivery Management), que são chaves digitais para liberar cada có-pia do filme. Geralmente essa chave pode chegar para o exibidor via e-mail ou pen dri-ve. Gustavo conta que uma das dificuldades dos projecionistas é acessar o conteúdo, que normalmente vem compactado.

Ricardo Szperling, diretor de programação da Cinemark, fala que o recebimento das chaves que liberam o conteúdo é realizado normalmente e não pode ser considerado um problema. No entanto, a validade maior das chaves poderia facilitar o processo e diminuir riscos. “Embora alguns estúdios liberem chaves com validade de um ou até dois meses, outros liberam semanalmente. É preciso ter todo um cuidado para evitar que um filme seja anunciado e a chave não tenha sido validada”.

Próximas etapas

Segundo Gonzaga, a operação digital no estágio atual de instalação nos cinemas bra-sileiros é uma etapa transitória, pois utiliza os serviços diretos de um operador que faz as operações básicas de um projetor em um

processo bastante parecido com que fazia com o 35 mm.

“Na próxima etapa, onde os projetores serão gerenciados pelo TMS (Theatre Manage-ment System) e monitorados à distância por um NOC (Network Operation Central), to-das as cabines estarão ligadas a esta central que pode receber os filmes transmitidos por satélite ou banda larga e, mesmo à distância, as salas podem ser programadas em todas as suas funções”. Para Gonzaga, o mercado brasileiro ainda está muito defasado.

“O mercado brasileiro está defasado na transição tecnológica. Ela está praticamente toda contratada nos EUA e Ásia e já supe-ra a casa dos 60% na Europa. O mercado brasileiro tem grandes desafios. Alguns que posso listar: definir os integradores que farão a transição e que operarão os sistemas; con-solidar o sistema de financiamento; negociar o sistema de remuneração em parceria com os distribuidores; contratar os equipamen-tos; construir os sistemas de monitoramento e transmissão; negociar os contratos com os exibidores; montar a infraestrutura de co-municação. Enfim, estamos muito próximos do momento inicial, quando os exibidores de outros países desenvolvidos já estão em sua fase final. Vamos ter que correr”.

37 Exibidor, outubro-2012

Apresentamos Dolby® Atmos™, a experiência de som de cinema mais envolvente e jamais experimentada. O som de qualquer objeto em uma cena agora pode ser mapeado e mover-se livremente em qualquer parte da sala de cinema, criando uma experiência de áudio clara como na vida real. Com Dolby® Atmos™, você pode quase sentir a poeira de uma debandada de cavalos. Saiba mais em www.dolby.com/atmos

Dolby e o símbolo D duplo são marcas comerciais registradas da Dolby Laboratories. Dolby Atmos é uma marca registrada da Dolby Laboratories. Copyright 2012 Dolby Laboratories. Todos os direitos reservados. S12/26093

26343_DolbyAtmos_BrPort.indd 1 9/27/12 11:44 AM

38 Exibidor, outubro-2012

infraestrutura

A evolução das poltronas criou uma nova geração de consumidores que não se contentam mais com um mero assento

Por: Natalí aleNcar

no aconchego do cineMa

39 Exibidor, outubro-2012

quando você vai ao cinema, a poltrona é um dos requisitos que o faz desistir de retornar?

Certamente sim. Afinal, ao ir ao cinema você quer apenas se acomodar e assistir tranquilamente o filme e não passar o tempo inteiro tentando encontrar a me-lhor posição para se adaptar ao assento.

A evolução das poltronas ao longo dos anos foi tanta que o cliente quer, cada vez mais, ter uma experiência diferenciada da que tem em casa. Ele não aceita mais dei-xar o conforto do lar para ir a uma sessão de cinema e ficar com dores lombares. Ele aprendeu a observar tudo, desde o conforto, passando pelo design e segurança. Requisi-tos que o exibidor também valoriza.

Unir esses dois pontos de vista tem sido o verdadeiro desafio para os fabricantes. (Veja na página 41). A palavra de ordem é conforto e esse conceito em relação às poltronas envolve tudo: o visual, o ergo-nômico e até o auditivo, é fundamental a poltrona não produzir ruídos.

Evolução e Presente

Basicamente as poltronas eram feitas de madeira e não contavam com o conforto de hoje.

“Aos saudosistas uma breve descrição da primeira poltrona: estruturas laterais, as-sentos e encostos em madeira. Somente madeira. Nada de espumas e tão pouco braços anatômicos com porta-copos e movimento de balanço sincronizado en-tre assento e encosto”, recorda Patrícia Regina Feix Mello, do departamento de marketing da Kastrup.

A engenheira Tathiana Pezopoulos Giordano, da Santa Clara Poltronas, diz

que as “primeiras poltronas, o modelo SC06, eram com encosto baixo fixo, as-sento fixo, montadas em longarinas, com espuma laminada e possuindo sua estru-tura em madeira”. Ela finaliza dizendo que eram poltronas confortáveis, porém de recursos limitados.

Mas se você pensa que tudo isso foi extin-to com o tempo, engano seu, alguns locais decidiram manter essa estrutura como uma viagem no tempo que comprova a modernização desses produtos hoje.

O primeiro modelo comercializado ofi-cialmente pela mexicana Industrias Ideal, que já instalou mais de 150 mil poltronas apenas no Brasil, foi o Palace, que in-clusive ainda está no Teatro do Povo na Cidade do México. “As poltronas foram reformadas conforme seu design original e o Teatro continua fazendo seu uso”, conta Rafael Lopez, subdiretor comercial da empresa no Mercosul e Chile.

Atualmente, o encosto das poltronas é alto, espumas já são requisitos básicos e os modelos VIP dão um baile no quesito conforto e luxo.

“Com o passar do tempo o conceito mu-dou mundialmente, evoluindo, portanto, o estilo da poltrona, bem como os materiais utilizados. Passou-se a dar mais importân-cia para o conforto do consumidor e a ten-dência foi a sofisticação da mesma em ter-mos de design geral”, sintetiza Tathiana.

Patrícia, da Kastrup, empresa que hoje tem 20% do mercado, descreve seus mo-delos: “São poltronas confortáveis, com espumas injetadas, apoia-braços retráteis com porta-copos, sistema de balanço das poltronas - ‘Rocker’, e um revestimen-to muito utilizado ultimamente que é o couro sintético”. Ela reforça: assentos

auto-retráteis e braços love seat são carac-terísticas indispensáveis.

Essa evolução e aprimoramento só foram possíveis por dois fatores. “O primeiro foi o deslocamento dos cinemas de rua para os shoppings centers e o segundo foi o fra-cionamento das salas. No passado, as salas de cinema possuíam em sua grande maio-ria entre dois e três mil lugares. Hoje, esses números estão distribuídos em pelo me-nos dez salas”, explica a executiva da Kas-trup. Com um espaço menor para investir e tendo que se equipararem ao padrão dos shoppings, as poltronas ficaram melhores.

No caso da Ideal, “as poltronas tem mo-vimentação Rocker e são love seat. No seg-mento VIP há mesas de serviço com giro de 90° à 180° e botão de serviço para cha-mar o garçom. O material mais utilizado é o couro natural. Além disso, contam com apoio para os pés deslizável que pode ser manual ou elétrico”, diz Rafael Lopez.

“Nosso carro chefe é a linha SC09 que tem assento fixo ou assento retrátil. Atualmente vendida preferencialmente em couro ecoló-gico. Possuímos poltronas com: encosto alto, proporcionando desta forma mais conforto; estrutura de fixação individual, dando assim mais estabilidade ao conjunto; estruturas em ferro, que é ecologicamente mais correto, espuma injetada, conferindo mais resistên-cia à poltrona, e com movimentos diversos, dando mais liberdade ao expectador”, conta a engenheira da Santa Clara.

Os modelos VIP da empresa reclinam o encosto em vários níveis, elevam os pés do expectador, erguem os braços entre as poltronas e contam com uma mesinha de apoio para colocação de refrigerante e pipocas. “O problema neste caso é o cliente dormir”, brinca Tathiana.

40 Exibidor, outubro-2012

infraestrutura

A preocupação ambiental já é um re-quisito que está sendo sugerido pelos clientes finais que passaram a cobrar a mudança aos exibidores.

“Já recebemos solicitações de clientes que pediam poltronas forradas com um ma-terial ecologicamente correto. Achamos a ideia ótima e fomos ao mercado em busca desse material. A partir daí adota-mos o couro ecológico e estamos grada-tivamente forrando nossas poltronas com esse material, que além de ter essa carac-

terística, permite um processo melhor de limpeza e higienização”. É o que conta Patrícia Cotta, da Kinoplex.

Na opinião da Centerplex Cinemas, “hoje as que melhor são aceitas, são as não recli-náveis, modelo love seat e feitas com couro ecológico, o que facilita sua higienização”, comenta Marcio Eli, diretor da exibidora.

Oferecer todo esse conforto não sai bara-to, mas vale o investimento para fidelizar os clientes e conquistar novos. E os exibi-

dores estão dispostos a investir.

“Os clientes valorizam principalmente o conforto. É um dos ativos mais importan-tes da empresa e que merece todo cuidado”, salienta Solange Almeida, diretora de TI e Compras Corporativas da Rede Cinemark.

“Sim, o cliente valoriza a poltrona do cinema. É um item muito importante. Procuramos agradar a maioria dos clien-tes com o modelo escolhido, mas a totali-dade infelizmente é impossível”, comple-ta um dos diretores da GNC Cinemas, Eduardo Difini Leite.

De acordo com Marcio Eli, “a concorrên-cia que se tem diante da facilidade que o cliente tem para não sair de casa, é gi-gante, então é preciso oferecer o que há de melhor sempre”. Para ele, a poltrona é onde o cliente mais fica durante a sua estada no cinema, portanto não pode ser somente boa, precisa ser ótima.

Segundo a Santa Clara e Kastrup, o investimento aproximado médio em poltronas de qualidade para uma sala de 200 lugares gira em torno de R$ 100.000,00 a R$ 150.000,00. Para salas

A rede TGV Cinemas, na Malásia, conta com uma sala com assentos bem espaçosos e diferenciados. Com design muito aconchegante, as poltronas parecem “pufs” gigantes e acomodam confortavelmente até duas pessoas. Em uma das salas, os assentos são coloridos e causam um efeito visual muito interessante.

Experiência semelhante é a da Light House Cinema em Dublin, na Irlanda com todas as poltronas coloridas.

teatro do Povo, eM cidade do México, coM PoltroNaS da ideal reforMadaS, MaS coM deSigN origiNal e ciNeMark cidade JardiM, coM PoltroNaS ideal No forMato viP

©Divulgação

curiosidades

41 Exibidor, outubro-2012

de cinema VIP, onde as poltronas pos-suem motorização para reclinar o en-costo e/ou projetar apoio para as pernas, o investimento é muito maior, podendo atingir o dobro ou até mesmo o triplo desta cifra.

A Ideal completa com outro exemplo: “Falando de um complexo cinemato-gráfico com aproximadamente 2 mil poltronas com assento/encosto Rocker e porta copo retrátil, o valor referencial é de aproximadamente US$ 185,00 o preço unitário.

Vale ressaltar que são valores hipotéticos e que tudo depende da necessidade de cada exibidor.

Futuro

Novas promessas já são aguardadas pelo setor e iniciativas pioneiras mostram que as poltronas podem ir muito além do que apenas “acomodar” os clientes.

Recentemente foi inaugurada em São Paulo, pela rede Cinépolis, a sala 4DX. Desenvolvida pela empresa coreana CGV, a sala oferece ao público uma experiência

A poltrona perfeita para o cliente deve ter:

Conforto

Design

Robustez

Segurança

Não ter ruídos

Imersão no filme

as PrinciPais exigências dos exiBidores e dos clientes no quesito Poltronas

ModeloS coNveNcioNal e viP, aMboS coMercializadoS Pela kaStruP©Divulgação

diferenciada. As poltronas têm sistema eletrônico de movimentos, que permite si-mular quedas, trepidação e vibrações, além de aceleração e frenagem. Junto a isso, a sala possui instalações especiais nas pare-des e poltronas, que geram até 20 efeitos de luzes, água, vento, aromas e névoa.

“Hoje, as poltronas possuem tecnologia avançada, proporcionando ao usuário con-forto e até integração ao filme e os exibidores estão absolutamente atentos para propor-cionar aos seus clientes o melhor entreteni-mento”, encerra Patrícia, da Kastrup.

A poltrona perfeita para o exibidor deve ter:

Melhor custo/benefício

Fácil manutenção e limpeza

Atendimento pós-venda em curto--prazo

Resistência de pelo menos quatro anos

Rua Verena, 197 - 1º Andar - Sala 07 | CEP: 03614-010 | São Paulo-SPTel.: 11 2684-9896 | [email protected] | www.mseguros.com.br

Deixe a preocupação para os heróis do cinema.Fora da tela nós cuidamos de tudo!

A Marcoseg Seguros é especialista em seguro de cinemas.Consulte condições especiais para exibidores.

DISPONÍVEL TAMBÉM EM 3DWWW.ASAVENTURASDEPI.COM.BR @ASAVENTURASDEPI/ASAVENTURASDEPI

DISPONÍVEL TAMBÉM EM 3DWWW.ASAVENTURASDEPI.COM.BR @ASAVENTURASDEPI/ASAVENTURASDEPI

25 DE DEZEMBRO NOS CINEMAS* Início da campanha no dia 19/10 no Jornal Nacional, que antecede o último capítulo da novela Avenida Brasil da Rede Globo.

ACREDITE NO INACREDITÁVEL!Prepare-se para o início de uma espetacular campanha

em um dos programas de maior audiência da TV*.

* Início da campanha no dia 19/10 no Jornal Nacional, que antecede o último capítulo da novela Avenida Brasil da Rede Globo.

DISPONÍVEL TAMBÉM EM 3DWWW.ASAVENTURASDEPI.COM.BR @ASAVENTURASDEPI/ASAVENTURASDEPI

44 Exibidor, outubro-2012

prêMio ed

Como já era esperado, exibidores e distribuidores se en-contrarão novamente para celebrar os frutos de mais um ano de trabalho. A cada edição, novas expectati-vas se somam às conquistas pessoais e empresariais,

criando um ambiente descontraído e fraterno entre os principais agentes da cadeia cinematográfica nacional.

Anunciado em primeira mão na última edição do evento, o Prê-mio ED deste ano chega a sua quinta edição e será realizado em 13 de dezembro no mesmo local: Hotel Caesar Park (São Paulo – SP).

prêMio ed CHeGa à quinta edição

Setor se reúne mais uma vez para celebrar a união e fortalecer os próximos passos

Para 2012 são aguardadas muitas novidades entre os homena-geados. Além da relação dos vencedores entre as categorias sob votação. Tudo isso num clima competitivo, porém saudável que só tem a acrescentar ao mercado como um todo.

A dinâmica continua a mesma e as categorias também. As em-presas indicam um grupo de profissionais e em seguida começa a campanha pela votação.

O website com todos os detalhes, inclusive com as informações e cobertura das edições anteriores será lançado entre o final de outubro e início de novembro: www.premioed.com.br.

45 Exibidor, outubro-2012

A recordista de prêmios do evento é a Fox Film com 13 troféus em quatro edições. Na exibição, a Cinemark é a maior premiada com seis troféus, um a mais que o Grupo Espaço, de Adhemar de Oliveira.

Marco Aurélio Marcondes, atualmente da distribuidora Nossa, é o recordista em discurso. Em seu discurso pela homenagem ao sucesso de Tropa de Elite 2, na edição de 2010, o executivo falou, brincou e agradeceu parceiros por 47 minutos.

A Paris Filmes, em nome de Sandi Adamiu, é a responsável pela confecção dos troféus do Prêmio ED desde sua primei-ra edição e infelizmente nunca foi premiada.

A Tonks, responsável pela Revista Exibidor, é a única detentora dos resul-tados dos vencedores de cada edição do Prêmio ED. Os resultados são guardados a partir de um sistema criptográfico criado pela própria Tonks. Os envelopes com os vencedores são impressos e guardados em cofre localizado em lugar desconhecido e retirados até a data do evento.

curiosidades do PrêMio ed2012

45 Exibidor, outubro-2012

46 Exibidor, outubro-2012

A Sorte em suas Mãos (La Suerte en tus Manos)

Daniel BurmanNorma Aleandro, Valeria Bertuccelli, Jorge Drexler, Luis Brandoni, Silvina Bosco, Paloma Alvarez, Salo Pasik, Eugenia Guerty

Imovision

Atividade Paranormal 4 (Paranormal Activity 4)

Henry Joost, Ariel Schulman

Katie Featherston, Kathryn Newton, Matt Shively, Brady Allen, Tommy Miranda

Paramount

Elefante Branco (Elefante Blanco)

Pablo TraperoRicardo Darín, Martina Gusman, Jérémie Renier, Miguel Arancibia, Federico Barga, Esteban Díaz, Pablo Gatti, Pablo Gatti

Paris Filmes

Marcados para Morrer (End of Watch)

David AyerJake Gyllenhaal, Michael Peña, Natalie Martinez, Anna Kendrick, David Harbour, Frank Grillo, America Ferrera, Cle Shaheed Sloan, Jaime FitzSimons, Cody Horn

California

Os Candidatos (The Campaign)

Jay RoachWill Ferrell, Zack Galifianakis, Dylan McDermott, Brian Cox, Jaso Sudekis, John Lithgow

Warner

007 - Operação Skyfall (007 Skyfall)

Sam MendesDaniel Craig, Ralph Fiennes, Javier Bardem, Judi Dench, Helen McCrory, Bérénice Marlohe, Albert Finney

Sony

7 Dias em Havana (7 Días en la Havana)

Laurent Cantet, Benicio Del Toro, Julio Medem, Elia Suleiman, Juan Carlos Tabío,Pablo Trapero, Gaspar Noé

Josh Hutcherson, Daniel Brühl, Emir Kusturica, Elia Suleiman, Melissa Rivera, Jorge Perugorría, Mirta Ibarra, Vladimir Cruz, Daisy Granados

Imovision

A Aparição (The Apparition)

Todd LincolnTom Felton, Sebastian Stan, Ashley Greene, Julianna Guill, Luke Pasqualino, Rick Gomez, Suzanne Ford, Anna Clark, Marti Matulis

Warner

Cinco Anos de Noivado (The Five-Year Engagement)

Nicholas StollerEmily Blunt, Jason Segel, Kevin Hart, Alison Brie, Rhys Ifans, Chris Pratt, Chris Parnell, Mindy Kaling

Universal

Gonzaga: de Pai para Filho Breno Silveira

Ana Roberta Gualda, Giancarlo di Tomazzio, Luciano Quirino, Claudio Jaborandy, Julio Andrade, Nanda Costa, Cyria Coentro, Land Vieira, Nivaldo Expedito de Carvalho (Chambinho)

Downtown

Fun Size (Ainda Sem Título em Português)

Josh SchwartzVictoria Justice, Chelsea Handler, Jane Levy, Thomas Mann, Thomas McDonell, Johnny Knoxville, Kerri Kenney, Josh Pence, Riki Lindhome, Ana Gasteyer

Paramount

Magic Mike (Ainda Sem Título em Português)

Steven SoderberghMatthew McConaughey, Channing Tatum, Olivia Munn, Alex Pettyfer, James Martin Kelly, Cody Horn, Reid Carolin, Avery Camp, Micaela Johnson

Imagem

The Big Wedding (Ainda Sem Título em Português)

Justin ZackhamRobert De Niro, Amanda Seyfried, Katherine Heigl, Robin Williams, Susan Sarandon, Topher Grace, Ben Barnes, Ben Barnes

Imagem

As Vantagens de ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)

Stephen ChboskyEmma Watson, Nina Dobrev, Paul Rudd, Logan Lerman, Dylan McDermott, Mae Whitman, Melanie Lynskey, Kate Walsh, Ezra Miller, Johnny Simmons

Paris

Frankenweenie (Frankenweenie)

Tim BurtonVozes de: Winona Ryder, Catherine O´Hara, Martin Short, Martin Landau, Atticus Shaffer, Charlie Tahan, Conchata Ferrell, Tom Kenny, Robert Capron, James Hiroyuki Liao

Disney

Possessão (The Possession)

Ole BornedalJeffrey Dean Morgan, Kyra Sedgwick, Madison Davenport, Natasha Calis, Grant Show, Agam Darshi, Quinn Lord, Amanda Dyar

Paris

Pitch Perfect (Ainda Sem Título em Português)

Jason Moore Anna Kendrick, Brittany Snow, Rebel Wilson Universal

Argo (Argo)

Ben Affleck Ben Affleck, Alan Arkin, Bryan Cranston, John Goodman Warner

A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - The final)

Bill CondonKristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Mag-gie Grace, Dakota Fanning, Mackenzie Foy, Jackson Rathbone, Ashley Greene, MyAnna Buring, Lee Pace

Paris

A Sombra do Inimigo (Alex Cross)

Rob Cohen

Rachel Nichols, Tyler Perry, Giancarlo Esposito, Jean Reno, Edward Burns, John C. McGinley, Matthew Fox, Cicely Tyson, Chad Lindberg, Carmen Ejogo, Stephanie Jacobsen

PlayArte

Celeste e Jesse para Sempre (Celeste and Jesse Forever)

Lee Toland KriegerAndy Samberg, Rashida Jones, Elijah Wood, Ari Graynor, Eric Christian Olsen

Sony

47 Ronin (Ainda Sem Título em Português)

Carl RinschKeanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Kô Shibasaki, Tadanobu Asano, Rinko Kikuchi, Jin Akanishi, Yorick van Wagenin-gen, Cary-Hiroyuki Tagawa, Togo Igawa, Haruka Abe

Universal

filmE dirEção ElEnco distribuidora

19/10/2012

26/10/2012

02/11/2012

09/11/2012

15/11/2012

16/11/2012

23/11/2012

aGenda de lançaMentos

47 Exibidor, outubro-2012

A Cadeira do Pai (Trouble With the Curve)

Robert Lorenz Clint Eastwood, Amy Adams, Justin Timberlake Downtown

Curvas da Vida (Trouble With the Curve)

Robert Lorenz Clint Eastwood, Amy Adams, Justin Timberlake Warner

Ela Dança, Eu Danço 4 (Step Up Revolution)

Scott Speer

Kathryn McCormick, Ryan Guzman, Stephen Boss, Chadd Smith, Megan Boone, Jessica Guadix, Morgane Slemp, Cleopatra Coleman, Tommy Dewey, Celestina, Tamara Jones

Universal

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians)

William Joyce, Peter Ramsey

Vozes de: Chris Pine, Alec Baldwin, Hugh Jackman, Isla Fisher, Jude Law, Dakota Goyo

Paramount

Os Penetras Andrucha Waddington

Marcelo Adnet, Eduardo Sterblitch, Mariana Ximenes, Caio Junqueira, Susana Vieira, Andrea Beltrão, Kate Lyra, Babu Santana, Luiz Gustavo, Stepan Nercessian, Luís Carlos Miele

Warner

Sparkle (Ainda Sem Título em Português)

Salim AkilWhitney Houston, Carmen Ejogo, Mike Epps, Derek Luke, Cee-Lo, Curtis Armstrong, Tika Sumpter, Jordin Sparks, Michael Beach, Omari Hardwick

Sony

A Última Casa da Rua (House at the End of the Street)

Mark TonderaiJennifer Lawrence, Elisabeth Shue, Max Thieriot, Gil Bel-lows, Nolan Gerard Funk, Jonathan Malen, Will Bowes

Paris

Professor Peso Pesado (Here Comes the Boom)

Frank Coraci Salma Hayek, Kevin James, Henry Winkler Sony

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey)

Peter Jackson

Hugo Weaving, Elijah Wood, Luke Evans, Orlando Bloom, Cate Blanchett, Benedict Cumberbatch, Martin Freeman, Evangeline Lilly, Ian McKellen, Christopher Lee, Richard Armitage, Stephen Fry, Lee Pace, Andy Serkis, Ian Holm, Barry Humphries, Mikael Persbrandt, James Nesbitt, Aidan Turner, Conan Stevens, Graham McTavish, Sylvester McCoy, Jed Brophy, Jeffrey Thomas, Stephen Hunter, Ken Stott, John Callen, Dean O´Gorman, Adam Brown, William Kircher, Peter Hambleton, Mark Hadlow, Michael Mizrahi, Ryan Gage

Warner

O Impossível (The Impossible)

Juan Antonio BayonaNaomi Watts, Ewan McGregor, Tom Holland, Marta Etura, Russell Geoffrey Banks, Byron Gibson, Ploy Jindachote, Olivia Jackson

Paris

A Viagem (Cloud Atlas)

Wachowski BrothersTom Hanks, Tom Tykwer, Andy Wachowski, Lana Wachowski, Susan Sarandon, Jim Sturgess, Halle Berry, Hugh Grant

Imagem

As Aventuras de Pi (Life of Pi)

Ang LeeTobey Maguire, Irrfan Khan, Gérard Depardieu, Suraj Sharma, Tabu, Adil Hussain, Ayush Tandon

Fox

De Pernas pro Ar 2 Roberto Santucci Ingrid Guimarães, Maria Paula, Bruno Garcia Paris

Detona Ralph (Wreck-It Ralph)

Rich MooreVozes de: : John C. Reilly, Jack McBrayer, Jane Lynch, Sarah Silverman, Brandon T. Jackson, Stefanie Scott

Disney

Uma Família em Apuros (Parental Guidance)

Andy Fickman Billy Cristal, Bette Midler, Marisa Tomei Fox

World War Z (Ainda Sem Título em Português)

Marc ForsterBrad Pitt, Eric West, Matthew Fox, David Morse, James Badge Dale, Mireille Enos, David Andrews, Elyes Gabel, Trevor White, Katrina Vasilieva

Paramount

The Last Stand (Ainda Sem Título em Português)

Jee-woon KimArnold Schwarzenegger, Jaimie Alexander, Forest Whitaker, Peter Stormare, Rodrigo Santoro, Harry Dean Stanton, Zach Gilford, Johnny Knoxville, Luis Guzmán

Paris

Django Livre (Django Unchained)

Quentin TarantinoJamie Foxx, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz, Kerry Washington, Kurt Russell

Warner

Sammy: A Grande Fuga (Sammy 2: The Great Escape)

Ben Stassen Warner

Acorda Brasil Sérgio Machado Lázaro Ramos Fox

João e Maria: Caçadores de Bruxas (Hansel and Gretel: Witch Hunters)

Tommy Wircola

Jeremy Renner, Gemma Arterton, Famke Janssen, Peter Stormare, Thomas Mann, Zoe Bell, Derek Mears, Monique Ganderton, Ingrid Bolsø Berdal, Pihla Viitala

Paramount

Lincoln (Lincoln)

Steven Spielberg Joseph Gordon-Levitt, Jared Harris, Daniel Day-Lewis Fox

Monstros S.A. 3D (Monsters, Inc.)

Lee Unkrich, Pete Doc-tor, David Silverman

Vozes de: Billy Crystal, John Goodman, Steve Buscemi, James Coburn, Jennifer Tilly, Bonnie Hunt, Mary Gibbs

Disney

filmE dirEção ElEnco distribuidora

30/11/2012

07/12/2012

14/12/2012

21/12/2012

25/12/2012

04/01/2013

11/01/2013

18/01/2013

25/01/2013

* aS dataS de laNçaMeNto eStão SuJeitaS à alteração

48 Exibidor, outubro-2012

traJetória

a Cineart, empresa líder no mer-cado mineiro e totalmente consolidada, está em constante expansão. A exibidora apresen-

ta um ciclo de sucesso com o crescimen-to, entre 2008 e 2013, de mais de 100% e ainda não descarta a atuação em outros estados brasileiros.

Inaugurado em 1946 por Antonio Luciano Pereira, o Cine Teatro Brasil foi o primeiro cinema de rua na capital mineira, marcan-do assim o início da trajetória da Cineart. O local contava com 1850 lugares.

Na sequência, entre as décadas de 50 e 60 foram inaugurados os cinemas: Cine Palladium, Cine Metrópole, Cine Acaia-ca, Cine Jaques, Cine Pathê, Cine Ode-

on, Cine Floresta e Cine Tamoio (todos na capital mineira).

“Na época, trouxemos o que existia de mais moderno, em termos de projeção, arquite-tura, salas amplas com capacidade para até 2000 poltronas. As salas possuíam um de-senho baseado na arquitetura francesa, com foyers de pé direito gigantes, poltronas ave-ludadas e luxuosas, lembrando os grandes cines teatros europeus da época”, relembra Lúcio Otoni, gerente geral da empresa.

Durante as décadas de 50 e 60, o Cine Teatro Brasil tinha a maior bilheteria da América Latina nos lançamentos. Con-forme relatos da empresa, os principais distribuidores brigavam para lançar os filmes neste cinema, pois era a certeza

que no dia do lançamento, independente do gênero ou qualidade do filme, o pú-blico atingiria em torno de 6000 pessoas.

Nos anos 70, com o crescimento do ci-nema nacional e o excelente posiciona-mento da Cineart com as salas do Cine Jaques, Cine Pathê, Cine Metrópole e o Cine Palladium - que hoje foi revitaliza-do como espaço cultural de multiuso - grandes lançamentos formavam filas nos quarteirões em torno das salas. “Podemos citar alguns exemplos de sucesso como: E o Vento Levou, Dona Flor e seus Dois Maridos, todos os filmes dos Trapalhões das décadas de 70 e 80, Batman, Super-man, Tubarão, Ghost e vários outros”, conta Lúcio ao recordar esta época de grande sucesso.

Pioneira na caPital mineira, cineart revela

receita de sucessofachada ciNeart boulevard ShoPPiNg©Divulgação

49 Exibidor, outubro-2012

A Cineart chegou a ter 42 salas de cine-ma de rua, mas com o advento dos shop-pings e seguindo a tendência do mercado, essas salas foram substituídas aos poucos pelo conceito de cinemas multiplex nos shoppings, uma mudança que foi sentida por grande parte dos exibidores brasilei-ros, sendo que muitos tiveram que literal-mente “fechar as portas”.

Neste período, a empresa continuou pio-neira em exibição no estado de Minas Gerais e mais uma vez saiu na frente ao inaugurar o complexo do Cineart Multi-plex com sete salas no Shopping Del Rey, trazendo para o público o que havia de mais moderno em arquitetura, bilheterias e bombonières informatizadas, além de som e projeção com qualidades imbatíveis.

Otoni relata que nos anos 90, a Cineart iniciou uma nova etapa com o concei-to multiplex e salas no formato stadium nos principais e melhores shoppings de Belo Horizonte e região. “Iniciamos uma série de inaugurações de grandes complexos. Todos já inseridos em uma nova e moderna identidade visual com diferenciais existentes nos melhores ci-nemas do mundo”.

Além dessa expansão em novos shop-pings com uma média de dois comple-xos inaugurados por ano, a exibidora revitalizou os complexos mais antigos,

deixando-os no mesmo padrão de qua-lidade tecnológica e de identidade visual dos novos.

Lucio explica que o principal diferencial da empresa é trazer o que há de melhor no mercado de exibição para a capital mineira e demais cidades da região.

“A Cineart não poupa esforços em trazer para seus complexos o que há de melhor no mercado de cinema. Todos os nossos complexos são equipados com projetores 3D de última geração; som Dolby CP 650, CP 750; back sound e nossas pipo-queiras são Gold Medal 32. Além dis-so, todos os novos complexos possuem ATM´s, poltronas reclináveis de couro ecológico e seguem um padrão visual moderno. Somos 100% focados no con-forto e na qualidade de atendimento, para que os mineiros tenham uma expe-riência única em nossas salas”.

Como já era de se esperar, empenho e dedicação com o público local só poderia resultar em sucesso. Atualmente a em-presa está entre os 15 maiores exibidores do país, segundo dados da TonksProg.

Hoje, a empresa pertence a holding Vila Rica, grupo econômico com 100% de ca-pital nacional que foi constituído devido ao grande sucesso da Cineart. A exibido-ra têm a frente dos negócios os netos do fundador da empresa, o diretor-presiden-

te Bruno Luciano Henriques e a direto-ra executiva Thais Henriques Manata. Também estão na equipe, a diretora geral da holding Luciana Freitas Goulart e o gerente geral Lucio Otoni, entrevistado nesta matéria e conhecido nacionalmente por sua larga experiência no setor.

“A Cineart tem como objetivo continuar sua trajetória de crescimento sustentado com a inauguração de novos complexos, revitalização e modernização dos com-plexos já existentes, sem perder o foco na atualização tecnológica e na qualidade do atendimento. Características que fa-zem com que a empresa seja reconhecida por seus parceiros internos e externos a melhor empresa de exibição de nosso ter-ritório”, prevê Lucio Otoni.

Por enquanto, a rede prevê três inaugura-ções: Multiplex Monte Carmo (Betim--MG), agora em outubro com sete salas, o Multiplex Ponteio (Belo Horizonte--MG) em novembro com quatro salas e em maio de 2013, o Multiplex Pouso Alegre (Pouso Alegre-MG) com quatro salas, sendo uma delas no formato VIP. Além disso, a empresa divulgou a aqui-sição de mais um complexo com cinco salas que pertencia ao Grupo Estação, o agora Cineart Paragem. Com estas no-vas inaugurações e aquisição, a Cineart passará de 41 para 61 salas de cinemas, distribuídas em 11 complexos.

coNcorrida SeSSão do loNga “roSa da eSPeraNça” eM 1949 e ProJetor SiMPlex da MeSMa éPoca©Divulgação

50 Exibidor, outubro-2012

Pôster Pra que te quero!

a convite do Marcelo, diretor e editor da Revista Exibidor, aceitei com prazer colaborar com a única revista do mer-

cado voltada aos profissionais que todos os dias abrem e fecham as portas dos ci-nemas Brasil a fora, dia após dia, e que garantem que a magia do cinema seja entregue para os cinéfilos.

E a ideia aqui é fazer uma ponte, trazer a visão de um fã, que eu sou desde que me entendo por gente, e acrescentar um pouco do que vi e vejo em 13 anos de in-dústria, três na imprensa especializada e dez em distribuição. Comente, colabore, opine! Você é bem-vindo.

O tema de hoje é material de divulga-ção, mais especificamente os pôsteres. Eu cresci ao meio de pôsteres emoldu-rados pelo meu pai, outro apaixonado por cinema. Clássicos como Casablanca e O Garoto. Comprei muito pôster em banca de jornal ou revistas de cinema

que traziam encartes com imagens de filmes como Falcão – O Campeão dos Campeões e Os Goonies. Para o fã, um pôster é uma obra de arte, uma imagem congelada de uma emoção que ele sentiu e carrega consigo.

Para os distribuidores, um pôster é uma importante peça de trabalho, que deve reunir da melhor e mais completa forma possível os elementos de venda do lon-ga: elenco, título, frase de venda, diretor, site, empresas envolvidas. É uma peça publicitária, uma extensão do filme e do trailer, tem um contexto artístico, mas olho no promocional.

O cinema, onde você trabalha, é o altar onde tudo faz sentido.

Quando eu trabalhava na Europa Fil-mes, muita gente me pedia para com-prar alguns pôsteres de nossos filmes. O mesmo ocorre nos cinemas. É sem-pre uma questão delicada. De modo

geral, o pôster, por ser promocional, tem diversos direitos autorais e, a não ser por casos específicos, é proibido ser comercializado.

Muitos destes pôsteres e displays ter-minam no lixo. Outros, em mercados paralelos. Não cabe aqui entrar nesta se-ara, mas vi em Londres uma alternativa muito bacana. A rede inglesa de cinemas Odeon, com permissão dos distribuido-res, vende os materiais de divulgação e doa o dinheiro para caridade. Está aí um final feliz para esse filme.

Cinema é uma arte coletiva por essên-cia, em sua produção, distribuição e consumo. Em tempos de redes sociais e compartilhamento, este projeto é só um exemplo de mais um bem coletivo que o cinema pode gerar. Vamos pensar em outros? Fãs, distribuidores e exibidores fortes fazem um cinema forte.

Até a próxima!

Igor Kupstas Janczukowicz | [email protected] formado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Marketing pelo Mackenzie. Entre 1999 e 2002 trabalhou no site

de cinema e-Pipoca, posteriormente sendo contratado pelo Marketing da Europa Filmes, onde atuou no lançamento de mais de 100 títulos por seis anos. Atualmente é gerente de marketing digital da MOBZ.

Por: igor kuPStaS

relaCionaMento

JOHN C.REILLY

SARAHSILVERMAN

JACKMCBRAYER

JANELYNCH

2012 ©Disney. Personagens Licenciados usados com permissão. Zangief e M. Bison ©CAPCOM U.S.A., Inc., Sonic, Dr. Eggman e Neff ©SEGA, Clyde ©NAMCO BANDAI Games Inc., e Q*Bert e Coily ©Columbia Pictures Industries, Inc. Todos os direitos reservados.

TAMBÉM EM 3DDISNEY.COM.BR 4 DE JANEIRO NOS CINEMAS