tÉcnicas bÁsicas de intervenÇÃo - terapia aba · ensinando indivÍduos com atrasos de...
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ENSINANDO INDIVDUOS COM ATRASOS DE DESENVOLVIMENTO
TCNICAS BSICAS DE INTERVENO
O Ivar Lovaas
com Andrew Bondy
Greg Buch Howard G. Cohen
Kathryn Dobel Svein Eikeseth
Lori Frost Ronald Huff
Eric V. Larsson Nina W. Lovaas
Gary S. Mayerson Tristam Smith
Valerie Vanaman Jaqueline Wynn
8700 Shoal Creek Boulevard Austin, Texas 78757-6897
800/897-3202 Faz 8000/397-7633 www.proedinc.com
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2003 por PRO-ED, Inc. 8700 Shoal Creek Boulevard Austin, Texas 78757-6897 800/897-3202 Faz 8000/397-7633 www.proedinc.com Todos os direitos reservados. nenhuma parte do material protegido por este aviso de direitos autorais pode ser reproduzida ou utilizada de qualquer forma ou por quaisquer meios, eletrnicos ou mecnicos, incluindo fotocpia, gravao, ou por quaisquer sistemas de armazenamento e recuperao de informaes, sem prvia permisso por escrito do proprietrio dos direitos autorais. AVISO: PRO-ED concede permisso ao usurio deste livro a realizao de cpias do Apndice 33.1 (pp. 323-325) para finalidades de ensino ou clnicas. A duplicao para uso comercial proibida.
Biblioteca de Dados de Catalogao em Publicao de Congresso
Lovaas, O. Ivar (Ole Ivar), 1927- Ensinando Indivduos com atrasos de desenvolvimento: tcnicas bsicas de interveno/ O;. Ivar Lovaas. p. cm. Inclui referncias bibliogrficas ISBN 0-89079-889-3 1. Crianas Autistas - Educao. 2. Crianas com incapacidades de desenvolvimento - Educao. I. Ttulo
LC4717.L68 2002 371.94- dc21 2001048762 Este livro foi diagramado em Goudy, American Typewriter e Frutiger Impresso nos Estados Unidos da Amrica
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Este manual dedicado a todos os pais de
criana com atrasos de desenvolvimento em
reconhecimento dos pesados fardos que
estes carregam e o modelo que estes
representam para que todos os pais sigam.
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Muitas pedras preciosas do mais puro raio sereno,
trazem a escurido das inexploradas cavernas do oceano.
Muitas flores nascem para desabrochar desapercebidas,
e espalham sua doura no ar do deserto.
- Thomas Gray, Elegy
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SUMRIO
Colaboradores ................................................................................................... xix
Introduo ........................................................................................................... xx
Seo 1: Conceitos Bsicos ............................................................................... 1
Captulo 1 - Diagnsticos, Atrasos de Desenvolvimento, Excessos
Comportamentais e Comportamentos Tpicos .................................................. 2
Captulo 2 - O Modelo de Continuidade: Alternativas aos diagnsticos ....... 12
Captulo 3 - Avaliao de Tratamento Comportamental ................................. 33
Captulo 4 - Passos Preparatrios .................................................................... 51
Captulo 5 - Exploses de Raiva Excessivas e Comportamentos de auto-
mutilao ............................................................................................................. 64
Captulo 6 - Comportamento Auto-Estimulante ............................................... 73
Captulo 7 - Problemas Motivacionais .............................................................. 83
Captulo 8 - Problemas de Ateno ................................................................ 101
Seo 2: Transio para Tratamento .............................................................. 107
Captulo 9 - Estabelecimento da Cooperao e Reduo das Exploses de
Raiva .................................................................................................................. 108
Captulo 10 - Resumo dos Passos de Tratamento Bsico ............................ 138
Captulo 11 - Introduo Combinao e Imitao ...................................... 167
Captulo 12 - Combinando e Ordenando ........................................................ 173
Captulo 13 - Imitao No Verbal ................................................................... 197
Captulo 14 - Introduo a Programas de Linguagem ................................... 248
Captulo 15 - Linguagem Receptiva Inicial ..................................................... 260
Seo 3: Conceitos de Aprendizagem Inicial ................................................ 283
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Captulo 16 - Aprendizagem de Diferenciao ............................................... 284
Captulo 17 - Identificao Receptiva de Objetos .......................................... 318
Captulo 18 - Identificao Receptiva de Comportamentos ......................... 334
Captulo 19 - Habilidade de Entretenimentos Iniciais ................................... 346
Captulo 20 - Artes e Trabalhos Manuais ....................................................... 381
Captulo 21 - Habilidades de Auto-Ajuda ....................................................... 421
Seo 4: Linguagem Expressiva .................................................................... 471
Captulo 22 - Imitao Verbal .......................................................................... 472
Captulo 23 - Identificao Expressiva de Objetos ........................................ 536
Captulo 24 - Identificao Expressiva de Comportamentos ....................... 546
Captulo 25 - Linguagem Abstrata Inicial: Ensinando Cores, Formas e
Tamanhos ......................................................................................................... 554
Captulo 26 - Gramtica Inicial: Eu Quero, Eu Vejo, Eu Tenho .................... 587
Captulo 27 - Preposies................................................................................ 607
Captulo 28 - Emoes ..................................................................................... 627
Seo 5: Estratgias para Aprendizes Visuais ............................................. 647
Captulo 29 - Leitura e Escrita: Uma Breve Introduo ................................. 648
Captulo 30 - Estratgias de Comunicao para Aprendizes Visuais .......... 690
Seo 6: Consideraes Programticas ........................................................ 723
Captulo 31 - Manuteno dos Ganhos de Tratamento ................................. 724
Captulo 32 - Envolvimento dos Pais no Tratamento .................................... 732
Captulo 33 - Coleta de Dados ......................................................................... 745
Captulo 34 - Consideraes na Seleo de Consultores em Programas
Baseados em Casa ........................................................................................... 763
Captulo 35 - Problemas Comuns no Ensino ................................................. 776
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Seo 6: Questes Organizacionais e Legais ............................................... 810
Captulo 36 - Estratgia para Criao de Uma Organizao de Apoio de Pais
de Interveno Inicial ....................................................................................... 811
Captulo 37 - Obteno de uma Educao Pblica Adequada e Gratuita para
Crianas Autistas ou com Desordens de Desenvolvimento Pervasivo com
Idade Pr Escolar ............................................................................................. 837
Captulo 38 - Notas da Vanguarda: A Onda Atual no Litgio de ABA .......... 838
Captulo 39 - Construo de Pirmide: Parceria como uma Alternativa
Litigao ............................................................................................................ 839
Captulo 40 - Comentrios Esclarecedores sobre o Projeto Autismo Jovem
da UCLA ............................................................................................................ 840
Anexo A - Um Dia Tpico ................................................................................. 898
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Prefcio
Indivduos so avaliados em vrias dimenses, incluindo desenvolvimento
emocional, habilidades sociais, conquistas educacionais, e habilidades
lingsticas. Dentro da psicologia comportamental, o ramo da psicologia que forma
a fundao deste manual, tais dimenses so denominadas como
comportamentos. A psicologia comportamental, dessa forma, avalia tais conjuntos
observveis como comportamentos intelectuais, comportamentos emocionais,
comportamentos sociais, comportamentos educacionais, comportamentos
lingsticos, comportamentos agressivos, comportamentos ocupacionais e
comportamentos de auto-ajuda.
Na medida em que comportamentos podem ser observados, eles tambm
podem ser separados e medidos com objetividade. Este fator essencial para
avaliar se um cliente est se aperfeioando, estagnado ou regredindo. Fica
aparente quo complexo e rico o tema do comportamento quando algum tenta
ensinar ou alterar comportamentos conforme descrito neste manual. Qualquer um
dos comportamentos mencionados, tais como linguagem, pode ser fragmentado
em um grande nmero de comportamentos diferentes, produzindo medies mais
precisas e exigindo tipos de tratamentos diferentes. Na medida em que ns
possamos medir com preciso e objetividade comportamentos, podemos utilizar
mtodos cientficos para solucionar os problemas de pessoas que necessitam de
ajuda. Sem metodologia cientfica, nenhuma ajuda significativa pode ser prestada.
Geralmente reconhecido que o comportamento humano um produto de
uma composio biolgica, bem como a exposio a um ambiente em particular
durante o desenvolvimento. Duas pessoas nunca possuem sistemas nervosos
exatamente iguais, mas cada um possui uma complexidade enorme. Da mesma
forma, os ambientes de duas pessoas nunca so exatamente iguais, apesar de
elas serem igualmente complexas. Considerando tal intrincada complexidade,
existe uma ampla oportunidade de tomar o caminho errado em relao ao
desenvolvimento comportamental.
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Quase todos os pais se preocupam em ajudar seus filhos a se
desenvolverem em adultos felizes e produtivos. Mesmo antes de a criana nascer,
os pais freqentemente se perguntam sobre a composio gentica. Eles podem
ser preocupar se existem ocorrncias familiares de retardos mentais,
esquizofrenia ou alcoolismo que possam ser potencialmente problemticos para a
criana ainda no nascida. Durante a gravidez, a pessoa pode ficar preocupada
em relao manuteno de uma dieta adequada e evitar stress, ser fumante
passiva, lcool, vacinas e medicamentos que possam apresentar efeitos deletrios
ao feto. Aps o nascimento da criana, uma pessoa pode ficar preocupada se a
criana comeou a respirar suficientemente rpido aps o nascimento e recebeu
um suprimento adequado de oxignio.
Os primeiros dias aps o nascimento proporcionam inmeras oportunidades
para a apreenso contnua: O beb est recebendo leite adequado? Este est
sendo segurado corretamente? O beb dorme demais ou dorme muito pouco? A
defecao e mico esto segundo o previsto? Existem tambm febres,
resfriados, gripe, infeces urinrias para complementar as preocupaes.
Quando a criana finalmente vai para a pr-escola, os pais podem imaginar se o
professor se importa com seus filhos ou favorece outras crianas em detrimento
das suas. Como so as outras crianas? O professor afetivo e caloroso ou
severo e bravo?
Mesmo que tudo v bem durante os primeiros anos, a criana, com toda
certeza, mudar aps entrar no ginsio. Repentinamente, a me e o pai so
acusados de fazer tudo errado: Eles no parecem apropriados, o cabelo da me
estranho, o pai se veste estranhamente, a me no pode mais cozinhar ou dirigir
um carro. Quando levados escola, a criana exige: "No saia do carro quando
voc me deixar l, com medo de que o pai possa ser visto pelos colegas de
classe. Durante esses anos, os pais freqentemente imaginam o que eles podem
ter feito para tornar seu filho to afastado. Anos de preocupao a respeito de
drogas, violncia e gravidez na adolescncia esto no horizonte. Se a criana
sobrevive a todas essas questes, os pais ainda mostram preocupao em
relao a com quem seu filho casa ou como seus netos so criados.
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A maioria dos pais aceita e aprende a viver com algo que seja menor que o
desenvolvimento comportamental ideal. Por exemplo, algum pode se tornar pai
de um jovem que no consegue terminar o ensino mdio ou de uma criana que
parea emocionalmente aptica e no retribui a quantidade de carinho que os pais
sentem que merecem. Algum tambm pode ser pai de uma criana que muito
revoltada e rejeita a sociedade ou que se torna viciado em drogas e vai para a
cadeia. possvel que uma pessoa exiba dois ou trs desvios comportamentais e,
apesar disso, funcione adequadamente, contribuindo para a variabilidade do
comportamento humano dentro da sociedade.
De vez em nasce uma criana que no consegue desenvolver contato
visual, que se comporta como se ele ou ela no pudesse ver ou ouvir, que resiste
ao ser pego no colo e acariciado, e que no parece sentir falta dos membros da
famlia quando eles partem. Tais comportamentos podem ser evidenciados no
primeiro ano de vida. No segundo ano de vida, a criana pode fracassar na fala ou
no entendimento do que os parentes dizem. A criana pouco provavelmente brinca
com brinquedos como outras crianas e podem parecer completamente
inconscientes da companhia de outros, passando seus dias em movimentos
repetitivos e sem sentido tais como balanando, olhando para luzes, batendo em
objetos, marchando para frente e para trs ao longo do piso. A criana tambm
pode desenvolver exploses de raiva excessivas e comportamentos de auto-
mutilao graves, no conseguir aprender a dormir durante a noite, no conseguir
aprender a se vestir, e no conseguir ser treinado no uso do banheiro,
permanecendo com fraldas at a vida adulta. Algumas crianas se desenvolvem
normalmente at a idade de 18 e 24 meses, e perdem, repentinamente, todos os
comportamentos lingsticos e sociais em um perodo de 2 a 3 semanas por
motivos que ningum entende ainda.
Imagine que voc uma pessoa cujo filho comea a apresentar a maioria
ou todas essas dificuldades. Voc pode esperar que criana superar isto, mas
aps um ano ou dois os problemas se intensificam, e voc finalmente procura um
profissional para ajuda. Voc pode ser aconselhado a continuar esperando,
permitir que a criana supere os comportamentos. Aps passar mais algum
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xi
tempo, e aps muitas pistas falsas, novas opinies so oferecidas e um
diagnstico finalmente fornecido.
Dependendo da quantidade e tipos de atrasos comportamentais exibidos, a
criana pode receber um (ou algumas vezes mais de um) dentre vrios
diagnsticos diferentes, tais como desordem de desenvolvimento pervasivo (PDD)
desordem autstica, PDD no especificado de outra forma (PDD-NOS), sndrome
de Asperger, retardo mental, e da por diante. Estima-se que a freqncia de
autismo aumentou nos ltimos anos; relatrios apontam a prevalncia to alta
quanto 1 em 500 nascimentos. A prevalncia de PDD e sndrome de Asperger so
ainda mais altas. Ento vem o prognstico: Pouco ou nada pode ser feito em
relao ao problema; somente 5 de cada 100 crianas diagnosticadas com
autismo so capazes de viver fora de instituies ou sem cuidado integral.
Freqentemente, os pais so aconselhados a ir para casa e tentar viver
com seu filho enquanto procuram ajuda de distritos escolares e profissionais.
Apesar de existirem excees, a maioria dos pais enfrenta grandes batalhas,
comeando com o Programa de Educao Individualizado (PEI). Normalmente
no so os professores que apresentam os obstculos, e sim o pessoal do
departamento de administrao da escola, onde o aspecto financeiro a questo
central. Os pais logo descobrem que a procura de tratamento eficaz um stress
que aumenta o peso de se conviver com uma criana com autismo. A completa
extenso do fardo sobre os pais difcil de se entender por uma pessoa de fora; o
padro de esperanas e perdas que ocorrem uma vez ou outra repetidamente
parece nica para pais de crianas com necessidades especiais. Muitos pais
terminam enfrentando o divrcio, uma vez que o stress muito turbulento no
casamento.
Em toda esta escurido, existem sinais de esperana. Uma calcada na
reduo de certos mal entendidos sobre a causa do autismo. No passado, alguns
profissionais sugeriram que os pais da criana causavam o autismo. A quantidade
de causas propostas foi ilimitada porque os profissionais achavam fcil serem
criativos, considerando sua ignorncia da etiologia dos atrasos comportamentais.
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Estes atrasos j tendem a ser amplificados pela culpa e ansiedade dos pais sobre
a possibilidade de ter contribudo com o problema (uma caracterstica da maioria
dos pais independentemente do problema da criana). Um profissional pode ter
proposto que a viagem a Paris realizada quando a criana tinha 2 anos de idade
causou uma separao traumtica da segurana do ambiente familiar, da o
autismo. Ou, aps os pais admitirem a angstia sobre no serem suficientemente
bons, a necessidade compulsiva dos pais em serem perfeitos pode ter sido
proposta como a causa do problema. Outras possibilidades incluem a alegao de
que a me retornou ao trabalho muito cedo aps o nascimento da criana
impedindo a ocorrncia da ligao, ou que o nascimento de outra criana muito
prximo ao nascimento da primeira criana causou problemas comportamentais.
Atravs desta culpa erroneamente atribuda, no foi incomum que um profissional
insinuasse que a criana no queria ter nada a ver com seus pais e, portanto, se
retirou para uma concha autstica. Em um desses casos, um pai que pediu um
conselho profissional sobre como ajudar a impedir que seu filho batesse em volta
de seus olhos recebeu a destrutiva resposta, Ele bate em seus olhos porque no
quer ver voc. O profissional ento considerou necessrio isolar o pai do
tratamento da criana. difcil entender como algum, especialmente um
profissional, poderia fazer tais observaes infundadas e cruis, aumentando os
nveis de angstia e depresso, j muito altos, dos pais. Entretanto, confortante
entender que, quando o conhecimento de um problema aumenta, uma reduo
concomitante demonstrada em mal-entendidos e opinies arbitrrias sobre as
causas e tratamento.
A segunda fonte mais expressiva de alvio vem das organizaes de pais,
que se multiplicaram e cresceram em tamanho ao longo dos ltimos 40 anos.
Ajudados pela comunicao por Internet e aumento no acesso, os pais agora
podem manter-se atualizados em relao aos desenvolvimentos em tratamentos
eficazes e ajudam a aconselhar uns aos outros sobre onde contornar e o que fazer
em situaes especficas (ver Captulo 36). Os pais esto se tornando cada vez
mais envolvidos e instrudos sobre o tratamento de suas crianas e, em muitos
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casos, so os prestadores primrios de servios (ver Captulos 37 e 38 para
informaes sobre ajudar a garantir financiamento para o tratamento).
Tambm existem outras formas de ajuda, como instituies religiosas, s
quais os pais podem recorrer em tempos de stress. Como um caso em tela, aps
matricular sua filha Ellen em tratamento por vrios anos e observar muito pouco
progresso (Ellen permaneceu muda e no comunicativa), o pai me disse, Eu sei
que vou falar com Ellen no cu. Este o tipo de conforto que pessoas que
desenvolvem e fornecem tratamento precisam para que possam continuar o seu
trabalho.
Este manual de ensino deve ajudar os pais a agirem como fornecedores de
tratamento. Tambm existem outros recursos, mencionados ao longo deste
manual e na seo de referncia no final do manual. Nosso primeiro manual de
ensino (intitulado The ME Book; Lovaas, 1981) foi baseado em programas
desenvolvidos h aproximadamente 30 a 40 anos atrs. Desde aquele tempo,
vrios novos programas de ensino foram desenvolvidos e os antigos foram
descartados ou revisados. Este manual reflete sobre essas mudanas e inclui
descries extensas e detalhadas de como ensinar cada programa. Por causa
deste detalhe, pais e professores esto em uma posio melhor para proporcionar
uma ajuda mais eficaz. A combinao de maiores detalhes e novos programas
requer a publicao de dois manuais: um para programas bsicos (descrito no
presente manual) e outro para programas avanados (descrito em um manual que
est por vir). Os programas so cumulativos no sentido de que os programas
avanados so construdos sobre os programas bsicos. Isto requer que tanto o
adulto (pai, outro membro da famlia, professor, ou assistente) e o indivduo com
atrasos de desenvolvimento (que um estudante, uma vez que o tratamento
comea) trabalhem atravs dos programas iniciais antes de comear com os
programas mais avanados.
O desenvolvimento e anlise de vrios novos programas de tratamento
comportamental ao longo dos ltimos 30 anos levaram a trs avanos principais.
Primeiro, o resultado tem sido considerado particularmente favorvel quando um
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tratamento comportamental individual iniciado cedo no desenvolvimento de um
estudante. Em segundo lugar, tem sido possvel identificar sub-grupos de
estudantes em termos de quem ganha mais e menos a partir dos programas
atuais, permitindo o desenvolvimento e teste de novos programas para aqueles
que no recebem os benefcios ideais. Fatores relativos a essa questo so
discutidos por todo este manual. Em terceiro lugar, avanos no ensino de formas
socialmente adequadas de comunicao so associadas com redues
concomitantes em auto-mutilao e outros comportamentos destrutivos na maioria
dos estudantes. Por causa desta reduo concomitante, o uso de intervenes
aversivas para reduzir comportamentos destrutivos pode no ser mais necessrio.
Este manual de ensino d uma maior nfase na descrio de programas de
tratamento confirmados como eficazes baseados em mtodos de investigao
cientfica. O objetivo final da investigao cientfica tornar os procedimentos de
tratamento e os dados sobre o resultado dos tratamentos verossmeis e que
possam ser duplicados para a comunidade cientfica e para pais, professores, e
outras pessoas que queiram aplic-los. Isto significa, por sua vez, que as
atividades investigativas de uma pessoa esto sujeitas reviso, comumente
referida como reviso por especialistas, por outros cientistas de forma a
estabelecer a validade destas atividades. A validade e eficcia do tratamento
comportamental so baseadas em milhares de estudos cientificamente slidos de
processos de aprendizagem investigados por mais de 100 anos e publicados em
peridicos com reviso de pares por um grande nmero de pesquisadores por
todo este pas e alm.
O Conhecimento de tratamento efetivo foi construdo cumulativamente, o
que uma forma ideal para se proceder. Uma vez que tal pesquisa um processo
contnuo, este manual pode ser mais bem visto como preliminar; este ser
aperfeioado futuramente quando pesquisas futuras assim o impuserem. Existe
muito mais a ser investigado e aprendido para que nos transformemos em
professores verdadeiramente bem sucedidos de forma a ajudar todos os
indivduos com atrasos de desenvolvimento a se tornarem membros produtivos da
sociedade.
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Ns devemos muito aos cientistas que trabalharam nas das reas de
Aprendizagem e Comportamento e Anlise Aplicada de Comportamento, que
contriburam para a descoberta dos mecanismos de aprendizagem que formam a
fundao emprica para os programas apresentados neste manual. Ns tambm
temos um grande dbito para com grande nmero de estudantes que ingressaram
na busca por solues para as muitas dificuldades que os indivduos com atrasos
de desenvolvimento enfrentem. A ttulo ilustrativo, em qualquer momento ao longo
dos ltimos 40 anos, de 30 a 50 estudantes da Universidade da Califrnia, Los
Angeles (UCLA) foram matriculados em cursos prticos com durao de 6 a 12
meses, procurando por formas criativas para aplicar os princpios de
aprendizagem para o campo de ajuda a crianas com atrasos de desenvolvimento
para que crescessem emocionalmente, academicamente e socialmente. Um
nmero entre 10 e 20 estudantes graduados, bem como membros de equipe em
tempo integral permaneceram no projeto por vrios anos e ajudaram a gerar
estudos cientficos e supervisionar o programa de tratamento. Estes so jovens
que j desenvolveram fortes influncias contra qualquer abordagem. Eles no so
somente mais flexveis e possuem uma mente mais aberta, eles tambm so
maduros e criativos. A maioria trabalhou vrias horas alm do que era necessrio
para atender as exigncias do curso ou descries do trabalho. Atravs de tal
dedicao e com o apoio do Instituto Nacional de Sade Mental, uma rede de 14
locais clnicos foi estabelecida por todo este pas e alm, tentando duplicar,
aperfeioar e desenvolver novos programas de ensino mais efetivos. Como
algum pode falhar em progredir sob tais condies?
Ns tambm temos a sorte de trabalhar com pais de crianas com atrasos
de desenvolvimento e aprendemos a partir do amor que eles tm por seus filhos,
sua coragem e a pacincia e inteligncia com que eles enfrentam seus problemas
e ajudam a procurar por solues. Estes comportamentos dos pais servem como
um modelo para todas as pessoas que so pais e para aquelas que se tornaro
pais no futuro. Esperamos que a sociedade retribua suas contribuies em
reconhecimento da orientao que eles ofereceram sociedade.
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Pedimos desculpas aos pais pela complexidade dos programas que muitos
deles tero que aprender e supervisionar, bem como pelo atraso entre
profissionais em ajudar a desenvolver e adotar programas de tratamento efetivos
(ver Captulo 32). Pode ser um conforto para os pais e outros que trabalham com
indivduos com atrasos de desenvolvimento que eles se vejam de uma perspectiva
histrica. Agir desta forma pode ajudar a reduzir parte da angstia no sentimento
de que ainda no fizemos o suficiente.
A primeira interveno documentada e detalhada planejada para ajudar
crianas com atrasos de desenvolvimento foi apresentada 200 anos atrs por um
jovem mdico Francs, Jean M. G. Itard. Itard trabalhou com um menino
mentalmente retardado, Victor, que tinha muitos dos atrasos comportamentais
exibidos por crianas que seriam agora diagnosticadas com autismo. Itard, que
trabalhou logo aps a Revoluo Francesa, tinha como seu objetivo no somente
a reabilitao de Victor, bem como a apresentao de programas educacionais
planejados para aumentar a competncia social de todos os cidados,
possibilitando que eles participassem de forma mais significativa na democracia.
Pode ser interessante revisar a brilhante crtica de Lane (1976) do trabalho de
Itard no contexto no qual este apareceu, uma vez que muitos programas no
trabalho de Itard com Victor trazem evidentes similaridades queles apresentados
neste manual.
O trabalho de Itard foi realizado no contexto de educao especial por
pessoas tais como Fernald, Kephart e Motessori (Ball, 1971), Infelizmente, o nico
dos programas de Itard que sobrevivei foi o treinamento motor sensorial, um
programa que ainda demonstra sua eficcia. Um motivo muito provvel para isto
que Itard no sabia como coletar dados e ganhar conhecimento cientfico objetivo
sobre que partes de suas intervenes funcionaram e deveriam ser mantidas, e
quais partes no funcionavam e deveriam ser abandonadas.
Quando os prestadores de servio nos campos de educao especial,
psicologia clnica e psiquiatria no conseguem documentar a eficcia de suas
intervenes, eles, como Itard, no so capazes de descartar alguns programas
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xvii
enquanto mantm outros. A objetividade substituda pela subjetividade, e
programas que parecem bons e parecem ajudar so freqentemente preferidos.
Ns tambm fomos em direo a becos sem sada por grandes e sedutoras
teorias do comportamento humano; o sculo 20 pertenceu em grande medida a
tericos tais como Kraeplin, Freud e Piaget. Como resultado, parece que existem
mais de 20 anos de atraso na aplicao do que conhecido sobre o tratamento
eficaz de indivduos com atrasos de desenvolvimento para profisses tais como
educao especial, psiquiatria e psicologia. Nos estamos otimistas de que aqueles
que oferecem ajuda para indivduos com atrasos de desenvolvimento se voltaro
no futuro para a cincia para ajudar a aliviar os pais das incertezas e dos pesados
fardos que eles atualmente carregam para ajudar seus filhos a obter acesso ao
tratamento mais adequado.
Neste contexto, gostaramos de expressar nossa gratido a Bernard
Rimland, um pai de uma criana com autismo e psiclogo. Dr. Rimland foi um dos
primeiros psiclogos a abordar a importncia da avaliao do tratamento de
autismo por critrios cientficos. Ao faz-lo, ele ajudou a enterrar as teorias
psicodinmicas no tratamento de autismo e se tornou o porta-voz para
intervenes comportamentais e baseadas em outros dados. Maurice (1993) e
Johnson e Crowder (1994) apresentaram contas detalhadas de como os pais
podem ajudar a avaliar os tratamentos e se responsabilizar pelo tratamento de
seus filhos.
Ns tambm gostaramos de expressar nossa gratido a Lois Howard por
suportar as constantes alteraes e a redefinio dos programas, criando uma
pilha de rascunhos datilografados com mais de 2 metros de altura. Lois Howard
encarou isso tudo com bom humor. Kristin OHanlon e Marie Bragais contriburam
para tornar o texto mais bem organizado e mais legvel, trabalhando noites
adentro e finais de semana para concluir esta tarefa.
Ns gostaramos de agradecer o National Institute of Mental Health (NIMH)
por proporcionar tanto uma reviso de especialista quanto apoio financeiro para
nosso tratamento-pesquisa em uma base quase contnua pela durao de quase
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40 anos de nosso projeto. A preparao deste manual foi facilitada por uma
subveno do NIMH (Multi-Site Young Autism Project NIMH 1 R01 MH48863-
01A4).
Tambm agradecemos muito nossos colegas e a equipe administrativa na
UCLA por proporcionar instalaes ideais para o tratamento-pesquisa. Trs
colegas merecem meno especial: Ronald Huff, Howard Cohen e Rick Rollens.
Todos os trs trabalharam muitas horas noite adentro e nos finais de semana para
ajudar a informar os colegas em educao especial, psicologia, medicina e o
governo sobre o tratamento comportamental. Eles o fizeram ao fornecer
informaes precisas e atualizadas sobre os dados de resultado do tratamento.
Alm disso, eles facilitaram o acesso dos pais s informaes sobre os
tratamentos eficazes e ajudaram os pais a organizar grupos de apoio para os
quais a quantidade de membros excede 30 mil famlias (no Vero de 2000), um
nmero que cresce constantemente nos Estados Unidos e pelo mundo.
Finalmente, gostaramos de agradecer os seguintes membros da equipe de
Projeto da UCLA e reconhecer suas contribuies significativas a este manual:
Jason M. Bertellotti, Jodie Deming, Brigitte Elder, Sabrina Marasovich, Kristin
OHanlon, Stacy Tomanik e Janet Yi.
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Colaboradores
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Introduo
Seo 1: Conceitos Bsicos
A Seo 1 deste manual consiste de oito captulos. O primeiro captulo
nesta seo descreve as faixas de caractersticas de vrios comportamentos
demonstrados pelos indivduos com atrasos de desenvolvimento, se concentrando
nos atrasos comportamentais bem como excessos e comportamentos tpicos.
O Captulo 2 descreve o Modelo de Continuidade, uma alternativa
colocao de pessoas em categorias de diagnstico distintas. Do ponto de vista
comportamental, indivduos com atrasos de desenvolvimento so considerados
diferentes dos indivduos tpicos em grau mais que em tipo. Como tal, pessoas
com atrasos de desenvolvimento podem ser vistas como exemplos da
variabilidade que tanto caracteriza todos os sistemas vivos quanto essencial
para a sobrevivncia. O Captulo 2 tambm defende o valor de permanecer to
prximo do ambiente mdio quanto possvel durante o tratamento de indivduos
com atrasos de desenvolvimento, proporcionando oportunidades educacionais
durante a maioria das horas de atividade da pessoa, conduzindo o tratamento na
casa da pessoa e comunidade cotidiana, e envolvendo os pais da pessoa e outros
adultos significativos. Atravs de tal tratamento, pessoas com atrasos de
desenvolvimento tm a oportunidade de adquirir muitas das oportunidades
educacionais proporcionadas para indivduos tpicos.
O Captulo 3 fornece um resumo de dados de resultado de crianas que
passaram por interveno comportamental, e este avalia o tratamento
comportamental individual intensivo.
O Captulo 4 descreve os passos iniciais envolvidos na ordenao para o
tratamento de uma pessoa, incluindo a importncia de aprender como ensinar,
como estabelecer objetivos pequenos acessveis, tanto para o aluno quanto para o
professor, como no ficar amedrontado como os comportamentos problema do
estudante, e como ensinar o estudante a se tornar mais responsvel. Esse
captulo tambm descreve a necessidade de formar uma equipe de ensino para
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proporcionar muitas horas de interveno comportamental individual para o
tratamento efetivo, e formas de recrutar pessoas para participar de tal equipe.
Sugestes relativas a como gerenciar melhor uma equipe de tratamento so
fornecidas, incluindo conselhos sobre como trabalhar com pais e professores.
O Captulo 5 resume algumas das principais descobertas relativas a
exploses de raiva excessivas e comportamentos de auto-mutilao. Longe de
considerar tais comportamentos como sintomas de autismo e como indicadores de
danos de sistema nervoso central irreversveis, os dados mostram que as
exploses de raiva e comportamentos de auto-mutilao seguem as regras de
aprendizagem que organizam os comportamentos de todos os organismos vivos.
Os dois tipos de comportamento so vistos como formas de comunicao. Vrias
intervenes, ainda que bem intencionadas, podem piorar estes comportamentos,
enquanto que outras intervenes podem ajudar a alivi-los.
O Captulo 6 descreve o comportamento auto-estimulante: o
comportamento obsessivo, estereotipado e ritualstico evidenciado por muitos
indivduos com atrasos de desenvolvimento. Similarmente ao comportamento de
auto-mutilao, o comportamento auto-estimulante parece vlido e racional e
visto como um esforo pelo organismo para proporcionar ao sistema nervoso
central estmulo sensorial necessrio para evitar atrofia.
Problemas motivacionais so discutidos no Captulo 7, e indicadores
importantes so fornecidos sobre como ajudar a motivar indivduos com atrasos
de desenvolvimento a aprenderem as habilidades que lhes so ensinadas. As
recomendaes bsicas so identificar recompensas eficazes (reforos) e
simplificar a situao de ensino de forma que os sucessos da pessoa possam ser
maximizados e as falhas minimizadas. O Captulo 8, sobre problemas de ateno,
v tais problemas como secundrios ao invs de primrios para o
desenvolvimento de atrasos comportamentais. Problemas de ateno so vistos
como relacionados ao sucesso que um estudante encontra em situaes sociais e
educacionais em particular.
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xxii
Seo 2: Transio em Tratamento
A seo 2 apresenta vrios programas planejados para facilitar a transio
em um tratamento e inclui aqueles programas considerados como sendo os mais
bsicos e, conseqentemente, mais fceis para o estudante aprender, bem como
para o adulto ensinar. O Captulo 9 descreve eventos que so provveis de
acontecer nas primeiras horas de tratamento quando o professor tenta construir
uma cooperao e lida com exploses de raivas resultantes desta. As primeiras
horas so consideradas muito importantes para o estudante e para o professor. Se
algum progresso for obtido nas primeiras horas de tratamento, ento o professor e
o estudante so condicionados com o reforo necessrio para motivar a
continuidade. A maioria dos reforos necessrios aos professores fornecida pela
evidncia do progresso do estudante. As primeiras horas so, normalmente, as
mais estressantes no ensino de estudantes com atrasos de desenvolvimento, e
um trabalho adequado durante essas primeiras horas essencial.
O Captulo 10 fornece um resumo dos passos de tratamento bsico que so
introduzidos nas primeiras horas de tratamento e repetidos atravs dos programas
restantes apresentados neste manual. Estes passos abordam assuntos como o
fornecimento do uso adequado das instrues, estmulos e reforos.
Os Captulos 11, 12 e 13 fornecem informaes sobre como ajudar o
estudante a combinar e imitar. Os Captulos 12 e 13 descrevem programas que
so relativamente fceis de ensinar e alguns que a maioria dos estudantes achar
divertidos. Ao aprender a combinar estmulos baseados em indues e imitar o
comportamento de outras pessoas, o estudante ganha estratgias extremamente
importantes para aprender a adquirir comportamentos novos e mais complexos.
Os Captulos 14 e 15 fornecem uma introduo ao ensino de linguagem
pela apresentao dos primeiros passos em direo ao ensino de habilidades de
linguagem receptiva ao estudante (ou seja, respondendo no verbalmente s
instrues verbais do professor).
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xxiii
Seo 3: Conceitos de Aprendizagem Inicial
O Captulo 16 descreve os procedimentos de aprendizagem de
diferenciao. A aprendizagem de diferenciao ensina estudantes a prestar
ateno a seu ambiente, o que eles vem o que eles ouvem. Atrasos em ateno
tm sido considerados por muitos como uma razo significativa para os atrasos na
aprendizagem. Estes procedimentos so difceis de adquirir para os professores,
todavia, sem o conhecimento destes, um professor falhar em proporcionar o tipo
de ajuda que os estudantes precisam para maximizar seu potencial.
recomendado que o captulo sobre a aprendizagem de diferenciao seja lido
mais de uma vez e que o professor volte a este captulo intermitentemente
enquanto ensina os programas restantes deste manual.
Os programas de Identificao Receptiva de Objetos e Identificao
Receptiva de Comportamentos (Captulos 17 e 18 respectivamente) proporcionam
ao professor uma ampla oportunidade de aplicar os princpios descritos no
captulo de aprendizagem de diferenciao. A aquisio de pleno conhecimento
de trabalho de aprendizagem de diferenciao absolutamente essencial antes
da apresentao de programas mais avanados, tais como do Captulo 22 sobre
ensinar o estudante a imitar a fala de outros.
Os Captulos 19, 20 e 21 lidam com as habilidades de brincadeira iniciais,
artes e artesanato, e habilidades de auto-ajuda, respectivamente. Estes
programas so introduzidos neste ponto para ajudar a quebrar a intensidade
exigida pelos programas mais difceis. Ao mesmo tempo, a aquisio de
brincadeiras adequadas (Captulo 19), obtendo um incio preliminar em artes de
artesanato (Captulo 20) e domnio de habilidades de auto-ajuda (Captulo 21)
ajudar o estudante a se preparar para ambientes de grupo tais como pr-escola e
jardim de infncia.
Observe que uma vez que o estudante atingir este ponto no currculo, o
professor ser capaz de escolher entre vrios programas e distribu-los de forma
ideal durante o dia. por exemplo, em uma sesso de 3 horas de tratamento, o
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xxiv
estudante pode combinar e ordenar objetos, imitar os comportamentos do
professor, ganhar domnio adicionai de linguagem receptiva, e aumentar suas
habilidades de brincadeira e auto-ajuda. medida que uma pessoa ganha
habilidade na administrao destes programas tambm aprende como estruturar
os programas de tal forma que um programa facilite a aquisio do estudante de
outro programa e maximize a motivao global do estudante.
Seo 4: Linguagem Expressiva
Atravs dos programas introduzidos na Seo 4, o estudante ensinado a
usar linguagem expressiva para comunicar e para usar determinadas linguagens
abstratas iniciais, bem como gramtica inicial. Esta seo comea com o Captulo
22, que descreve como ensinar o estudante a imitar a fala de outros. Este
programa de longe o mais difcil de ensinar, bem como o programa mais difcil
para o estudante adquirir. Lembre-se que contraproducente separar um dia
inteiro ou vrios dias em seguida somente para praticar a imitao verbal. O
trabalho contnuo em um programa muito difcil muito provavelmente resultar em
um estudante que resiste tentativas adicionais para adquirir as habilidades
ensinadas naquele programa. Quanto mais divertido uma pessoa tornar um
programa difcil e quanto mais uma pessoa puder mesclar programas nos quais o
estudante possa experimentar sucesso, mais provvel ser que o estudante
domine um programa difcil tal como imitao verbal.
Apesar de todos os estudantes poderem aprender a maioria ou todos os
programas descritos nas sees anteriores, somente metade dos estudantes que
receberem tratamento comportamental de alta qualidade e intensivo aprender a
imitar palavras e seqncias palavras com uma pronncia clara. Os outros
evidenciam alguma imitao verbal mas podem ter problemas considerveis para
pronunciar certas combinaes de som apesar de meses ou at mesmo anos de
treinamento. Caso um estudante experimente dificuldades na aquisio da
imitao verbal a despeito dos melhores esforos do professor, os programas na
Seo 5 podem ajudar o estudante a aumentar suas habilidades de comunicao
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xxv
porque estes programas repousam preferencialmente em formas visuais ao invs
deformas vocais de comunicao.
Alguns estudantes evidenciam o problema oposto, sendo ecollicos
(duplicando repetidamente as palavras faladas por outra pessoa) na admisso ou
se tornando ecollica aps a exposio ao Programa de Imitao Verbal. A
ecolalia excessiva pode interferir com o domnio do estudante de linguagem vocal
adequada. Programas para reduzir falam ecollica excessiva so introduzidos no
final do captulo 22.
Enquanto que os Captulos 17 e 18 fornecem programas para ensino de
identificao receptiva de objetos e comportamentos, os Captulos 23 e 24 contm
programas para ensino de identificao expressiva de objetos e comportamentos.
Dado que somente metade dos estudantes tratados propensa a dominar a
linguagem expressiva, muitos estudantes no sero capazes de dominar
completamente os programas apresentados nos Captulos 23 e 24. Entretanto, os
mesmos estudantes que demonstram dificuldades com programas de linguagem
vocal provavelmente dominaro habilidades comparveis atravs de meios visuais
(ex.: identificaes expressivas atravs de escrita ao invs de respostas por
vocalizao, conforme ensinado no Captulo 29, Leitura e Escrita).
Tipicamente, a linguagem receptiva ensinada antes da linguagem
expressiva. Entretanto, alguns estudantes experimentam uma dificuldade
considervel na aquisio de linguagem receptiva mas adquirem linguagem
expressiva com relativa facilidade (que, por sua vez, facilita a aquisio de
linguagem receptiva). Isso enfatiza a necessidade de que os professores sejam
flexveis e capazes de alternar entre os programas e formatos dentro dos
programas de acordo com as necessidades do estudante em particular.
Os Captulos 25, 26 e 27 marcam a maioria dos programas de linguagem
abstrata avanada neste manual. A maioria dos estudantes que passa por
tratamento comportamental domina os programas atravs, pelo menos, da fase
receptiva de preposies, tais como posicionamento de um objeto ou de si mesmo
perto de, acima de ou ao lado de um objeto ou uma pessoa quando for instrudo
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xxvi
para isso. Os programas de linguagem mais avanados incluindo conceitos tais
como pronomes, como na aprendizagem do estudante na diferenciao entre
voc, eu, ele e ns ser introduzida no manual que est por vir sobre programas
avanados.
O Captulo 28, o captulo final na Seo 4, ensina o estudante sobre
emoes. Este captulo discute como a vida emocional de um estudante se torna
mais variada e adequada como uma conseqncia do domnio dos programas
apresentados neste manual. Aparentemente, muito do desenvolvimento emocional
de uma pessoa ditado por suas experincias com sucesso e fracasso. As
exploses emocionais que freqentemente se observam em estudantes com
atrasos de desenvolvimento so mais comumente produzidas pelos fracassos do
estudante em entender o que os pais e outros adultos tentam ensinar, e estas
exploses so exageradas pela dificuldade dos estudantes de se expressarem de
uma forma socialmente adequada. A maioria dos programas apresentados neste
manual, especialmente os programas de linguagem, ajudar a reduzir a frustrao
e aumentar a comunicao efetiva, que, por sua vez, reduzir as exploses
emocionais de raiva. Em uma escala mais ampla, deve ser observado que,
atravs do domnio dos programas apresentados neste manual, o enriquecimento
emocional do estudante uma coisa que se obtm de graa no sentido de que
no realizado um trabalho especificamente para a obteno desta melhoria. No
obstante, apesar do estudante poder vir a demonstrar muito mais emoes (ex.:
orgulho, felicidade, amor pelos outros) do que o fazia antes do tratamento, a
expresso adequada e entendimento dessas emoes pode ter que ser
consideradas, na mesma medida em que feito com pessoas tpicas. Para ajudar
nisto, o Captulo 28 contm informaes sobre como ajudar o estudante a
aprender a reconhecer expresses faciais de afeto, identificar os estados afetivos
por detrs dessas expresses, e identificar as causas dos estados afetivos.
O leitor pode querer saber se os comportamentos que no sejam
expresses emocionais variadas tambm podem emergir de graa aps o
professor e estudante terem trabalhado intensivamente atravs deste manual. A
resposta, ainda que hesitante, sim. A ateno a adultos e outras facetas do
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xxvii
ambiente externo aumenta; os estudantes no agem mais como se eles fossem
cegos e surdos. O aumento da ateno mais facilmente atribuvel
aprendizagem de diferenciao, que ensina o estudante a distinguir entre, e,
conseqentemente, prestar ateno a vrios estmulos no ambiente (ver Captulo
16). Alm disso, existe um aumento concomitante no crescimento cognitivo, como
evidenciado em pontuaes crescentes em testes de QI. Testes de QI medem o
conhecimento e habilidades que o estudante aprendeu at o ponto de
administrao do teste. Quanto mais o estudante aprender, maior a pontuao
do teste de QI.
Seo 5: Estratgias para Estudantes Visuais
A seo 5 contm os Captulos 29 e 30, que descrevem como facilitar as
habilidades de comunicao de estudantes que encontram srias dificuldades
para usar linguagem vocal. O Captulo 29 introduz o Programa de Leitura e Escrita
(por Nina W. Lovaas e Svein Eikeseth) e apresenta um esboo sobre como
ensinar os estudantes a ler e escrever e a usar essas habilidades na
comunicao. O Captulo 30 descreve o Sistema de Comunicao de Troca de
Figura (SCTF) desenvolvido por Andy Bondy. Este captulo descreve um
procedimento eficiente para ajudar estudantes a usar figuras e outros estmulos
visuais para facilitar expresses de desejos e outra comunicao social. Ambos os
programas so relativamente novos e ainda precisam de mais pesquisa emprica.
No obstante, eles esto aqui includos porque representam o melhor caminho
que os profissionais tm na ajuda de estudantes visuais neste momento.
Seo 6: Consideraes Programticas
A Seo 6 descreve como ajudar os estudantes a se lembrar do que eles
aprenderam (Captulo 31), a importncia da participao dos pais no tratamento
(Captulo 32), como avaliar o aperfeioamento (Captulo 33), como localizar e
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xxviii
selecionar consultores (Captulo 34) e como identificar e ajudar a resolver
problemas de aprendizagem (Captulo 35).
O Captulo 31 por Tristram Smith apresenta procedimentos para ajudar
estudantes a reter o que eles aprenderam no tratamento. um fato bem
conhecido que o tratamento necessita de prtica visando que este no seja
perdido. O Captulo 3 apresenta alguns dos desapontamentos amargos da
observao de como, nos estgios iniciais de nosso trabalho, nossos clientes
regrediram na avaliao de acompanhamento. A familiaridade dos professores
com o Captulo 31 deve ajudar a reduzir tal problema. Dificuldades na manuteno
das conquistas do tratamento no so exclusivas das intervenes
comportamentais. Particularmente, dificuldades na manuteno e generalizao
de ganhos de tratamento so problemas enfrentados por todos os clnicos e
professores.
O Captulo 32 por Eric V. Larsson descreve o papel vitalmente importante
dos pais no aumento e generalizao dos ganhos do tratamento. Tambm
fornecida informao sobre como este papel pode ser facilitado por um tratamento
ideal. Agora, mais do que nunca, os pais so dotados de um controle considervel
sobre o tratamento de seus filhos e tm responsabilidade sobre este.
O Captulo 33 por Greg Buch fornece informaes sobre como um pai e
professor pode ser capaz de avaliar se um estudante est progredindo, e em que
reas especficas o progresso est ocorrendo. Um cientista quereria dados mais
abrangentes e detalhados do que o tipo recolhido atravs dos procedimentos
detalhados neste captulo; entretanto, as operaes dirias, os mtodos de coleta
de dados apresentados no Captulo 33 so significativos e essenciais para ajudar
os pais e professores a acompanhar o progresso dos estudantes ou a falta deste.
Eles so importantes durante a busca de financiamento para os servios.
O Captulo 34 por Tristram Smith e Jacqueline Wynn descreve
determinados critrios que podem ser teis para pais e profissionais durante a
seleo de consultores para auxiliar na formulao e superviso do tratamento.
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xxix
O Captulo 35 descreve alguns dos problemas comuns que uma pessoa
pode encontrar no ensino e nas formas nas quais estes problemas podem ser
identificados e superados. Considerando a enorme variao de diferenas
individuais e o grande nmero de decises que devem ser tomadas em qualquer
estgio determinado no processo de ensino, provvel que uma pessoa encontre
problemas. Set capaz de identificar os problemas e resolv-los rapidamente so
atributos importantes de um professor competente.
Seo 7: Questes Organizacionais e Legais
A Seo 7 lida com questes organizacionais e legais. No Captulo 36,
Ronald Huff descreve como parentes podem se organizar em grupos de soluo
de problemas e funcionais para apoiar os esforos uns dos outros. O valor de tais
grupos no pode ser superestimado, na medida em que eles proporcionam apoio
moral, informaes sobre programas efetivos e sugestes para abordagem da
comunidade para o aumento do entendimento das necessidades das crianas com
atrasos de desenvolvimento.
O Captulo 37 escrito por duas advogadas, Kathryn Dobel e Valerie
Vanaman. Este relativo aos direitos das crianas a uma educao adequada. Da
mesma forma que importante possuir organizaes de pais, tambm
importante conhecer quais so os direitos legais das crianas com atrasos de
desenvolvimento sob a lei. Muitos pais precisam procurar aconselhamento legal
visando obter financiamento para o tratamento de seus filhos. Gary Mayerson
fornece informaes legais adicionais no captulo 38.
No Captulo 39, Howard G. Cohen apresenta uma srie de recomendaes
para ajudar parentes, profissionais e administradores a trabalharem em conjunto
em uma relao colaborativa de forma a minimizar conflitos e batalhas legais e
ainda ordenar o acesso aos programais educacionais mais ideais.
O Captulo 40 fornecido em uma tentativa de reduzir a falta de informao
e distores que cercam os programas de ensino apresentados neste manual. A
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xxx
maioria das informaes erradas fornecida por profissionais dentro dos campos
de psiquiatria, psicologia e educao especial. Dado o status destes profissionais
em seus respectivos campos, os pais podem ser levados a depositar sua f em
suas opinies. O Captulo 40 deve ser til para aconselhamento legal e para pais
que precisam comparecer em audincias justas para procurar financiamento para
o tratamento de seus filhos.
Como Usar Este Manual
Cada programa, especialmente na Seo 3 deste manual, apresentado
em detalhe passo a passo considervel. Tal detalhamento pode parecer
redundante em alguns lugares, mas julgamos melhor sermos seguros do que
presunosos. Tambm para simplificar a tarefa para o professor, a repetio
considervel dos passos de ensino relativos aprendizagem de diferenciao
introduzida. Ns estamos cientes que em livros escolares de faculdade, um termo
ou um processo pode ser introduzido somente uma ou duas vezes com a inteno
aparente de testar a memria do estudante do material. Tais exerccios so menos
apropriados em uma manual como este.
Os professores devem ter em mente que a seqncia dos programas
apresentados pode no coincidir diretamente com todas as habilidades do
estudante. Uma pequena minoria de estudantes pode no ter que ser ensinada
em cada um dos passos nos programas iniciais para aprender uma determinada
tarefa. Em tal caso, o professor deve saltar tais passos que so desnecessrios
para aquele estudante em particular. Por outro lado, o sucesso em programas
iniciais provavelmente caber a todos os estudantes, dadas as falhas dos
estudantes em compreender o que os adultos tentaram ensin-los no passado.
Alguns estudantes podem ter dificuldade em progredir dos passos iniciais para os
passos posteriores dentro dos programas. Em uma tentativa de ajudar a diminuir
essas dificuldades e outras semelhantes, sees intituladas reas de Dificuldade
so localizadas na maioria dos captulos. Voc tambm pode consultar o Captulo
35 se o estudante demonstrar problemas em progredir. Lembre-se que a ajuda de
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xxxi
um consultor comportamental experiente (ver Captulo 34) provavelmente ajudar
a solucionar os problemas que no forem discutidos neste manual.
Apesar de os programas neste manual serem apresentados em ordem de
complexidade (de elementar para mais avanado), muitos programas devem ser
ensinados ao mesmo tempo. Por exemplo, aps 4 ou 5 dias de ensino individual,
os estudantes podem trabalhar em programas tais como Combinao, Imitao
No Verbal e Linguagem Receptiva Inicial (Captulos 12, 13 e 15 respectivamente)
dentro de uma nica sesso de ensino. Tambm possvel que o estudante
possa ser envolvido em habilidades de brincadeira iniciais, conforme descrito no
Captulo 19. O benefcio de ensinar partes de vrios programas no mesmo dia
que o estudante pode se tornar menos entediado e desatencioso, e, assim,
aprender mais em um curto perodo de tempo. Entretanto, o professor deve ser
cuidadoso para no sobrecarregar o estudante com muitos novos programas,
especialmente durante as primeiras semanas ou meses de ensino. Pode ser til
se concentrar em trs ou quatro programas fundamentais durante as primeiras 2
ou 3 semanas de ensino, e ento aumentar lentamente o nmero de programas.
Nas semanas iniciais do tratamento, tambm til iniciar um tratamento individual
de 20 horas, e aumentar gradualmente para 40 horas aps o primeiro ms. Se o
estudante for mais novo que 30 meses, o professor deve ir mais devagar e
aumentar as horas ao longo de vrios meses de tratamento (ver Apndice A).
Com estudantes mais jovens, duraes mais longas e intervalos mais freqentes
para brincar devem ser mesclados entre os programas.
extremamente importante que todas as pessoas significativas que
interajam com o estudante aprendam os procedimentos de ensino bsicos
introduzidos neste manual. Por exemplo, ambos os pais (se forem dois) devem
estar envolvidos a partir da primeira hora de tratamento. Tal envolvimento
essencial por vrios motivos. Primeiro, o ensino deve ser estendido a todas as
horas ativas do estudante, incluindo finais de semana, feriados e frias, para que o
estudante generalize (transfira) os ganhos de tratamento do professor e o
ambiente de ensino para outros locais e pessoas. Quanto mais horas de
tratamento forem proporcionadas ao estudante, mesmo informalmente, maiores os
-
xxxii
ganhos do estudante. Em segundo lugar, todos querem evitar confrontar o
estudante com conseqncias opostas para o mesmo comportamento, como
quando uma pessoa acidentalmente refora exploses de raiva (aumentando-as
dessa forma) enquanto outra pessoa ignora as exploses de raiva (o que ajuda a
diminu-las). Em terceiro lugar, se tornar progressivamente mais difcil que uma
pessoa ganhe terreno como um professor se perder os programas iniciais. Os
programas so cumulativos e nos posteriores necessrio conhecimento
progressivamente sofisticado de procedimentos de tratamento. Finalmente, apesar
de ser tentador contratar um profissional para fazer o trabalho e aliviar os pais do
trabalho como professores, isto ser contraproducente. O captulo 32 (Envolvendo
os Pais no Tratamento) fornece uma quantidade substancial de conselhos sobre
como ajudar os pais a adotar um papel ativo sendo professores de seus filhos.
Como regra geral, a maioria dos novos programas deve ser reservada para
as sesses de tratamento matinais quando os indivduos tendem a aprender de
forma mais eficiente. O professor deve estabelecer um limite na quantidade de
novos programas em aquisio por vez para dar ao estudante a oportunidade
tanto de praticar novos programas quanto de treinar programas dominados
durante as sesses de ensino dirias. Como podem ser observados a partir da
linha de tempo apresentada no Apndice B, vrios programas devem ser
praticados concomitantemente, mas nem todos os programas devem ser
introduzidos no mesmo momento. inevitvel que vrios programas tenham que
ser praticados concomitantemente porque muitos dos programas no possuem
pontos de concluso definidos. Por exemplo, existem milhares de instrues
receptivas que uma pessoa precisa entender para que esta funcione em algum
nvel ideal em vida.
Uma mistura de linguagem cotidiana e tcnica usada atravs deste
manual para descrever processos anlogos. Nenhuma linguagem tcnica
introduzida sem ilustrao desta com exemplos da vida cotidiana. A linguagem
tcnica introduzida porque esta traz maior preciso e usada em literatura
profissional (vrias referncias de tais literaturas so fornecidas no final deste
manual). O leitor pode querer se familiarizar com esta literatura tcnica para
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xxxiii
facilitar a tomada de maior responsabilidade em relao ao tratamento do
estudante.
Durante o trabalho por todo este manual, o leitor pode observar que certos
nmeros no permanecem os mesmos ao longo e dentro dos programas. Por
exemplo, na descrio de nmeros de testes para domnio, ns podemos
recomendar que o estudante alcance um critrio de domnio de 9 corretas de 10
tentativas consecutivas, ou, se o estudante falhar neste nvel, garantir 19 corretas
de 20 tentativas consecutivas antes de avanar. Em outros momentos,
recomendamos que o professor considere 5 corretas de 5 tentativas ou 9 corretas
de 10 tentativas como o critrio para o domnio. Posteriormente, a definio de
domnio pode ser considerada em 2 de 2, 3 de 3 ou 4 de 5 tentativas corretas. Os
motivos para alterao dos critrios para domnio tm duas partes. Primeiro,
medida que um estudante ganha competncia progressiva em determinadas
reas, menos repeties podem ser necessrias para solidificar a aprendizagem.
Em outros momentos, determinadas diferenciaes so extremamente difceis
(ex.: a diferenciao envolvida em imitao verbal), e pode ser necessrio garantir
um nvel maior de domnio antes da introduo de novos passos. Em resumo, a
alterao de critrios para domnio no arbitrria, e sim feita com a finalidade de
facilitar o progresso do estudante.
Na produo deste manual, ns percebemos que ns pedimos uma grande
quantidade de trabalho para os pais e professores do estudante. Lamentamos que
no tenhamos achado nenhum atalho desta vez. O comportamento humano
complexo em todos os nveis, e ns sabemos que nenhum programa produz um
grande passo para frente em desenvolvimento comportamental ou psicolgico.
Talvez a natureza favorea pequenos passos porque os grandes passos, se feitos
de forma errada, podem ser catastrficos. As falhas superam em muito os
sucessos na histria do desenvolvimento humano, ou pelo menos parece dessa
forma para alguns historiadores.
Talvez algum dia o sistema educacional ser alterado de forma a reduzir o
fardo sobre os pais para proporcionar o tipo de tratamento individual defendido
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xxxiv
neste manual. Isto ir requerer uma enorme reorganizao no modo que o sistema
educacional atualmente estruturado. Neste nterim, aconselhamos que os pais
recebam apoio e conforto de outros pais que enfrentam problemas semelhantes
(ver Captulo 36). Professores ou auxiliares que tenham a inteno de administrar
os programas neste manual devem se confortar no pensamento de que eles traro
muita felicidade e apoio aos pais e crianas que esto em condies muito
difceis.
Devido complexidade envolvida no ensino de estudantes com atrasos de
desenvolvimento, importante saber antecipadamente que os professores
adquirem uma grande quantidade de confiana aps 1 ou 2 semanas de ensino
medida que seu empenho comea a compensar. medida que uma pessoa
ganha prtica na administrao destes programas, esta aprender a resumir
determinados passos essenciais no ensino comportamental e ser mais capaz de
resolver problemas tais como a adaptao e reviso de programas para atender
s necessidades de um estudante especfico que est sendo ensinado. No
entanto, no existe nenhuma maneira pela qual uma pessoa sozinha possa
antever e lidar construtivamente com todas as diferenas individuais e resolver
todos os problemas que encontrar. Portanto, ns aconselhamos com veemncia
que esta pessoa trabalhe dentro de um grupo de outros pais ou professores para
beneficiar-se das contribuies que vrias pessoas tm a oferecer.
Conforme anteriormente mencionado, os programas neste manual so
estruturados em ordem de dificuldade de forma a facilitar o domnio tanto para o
estudante quando para o professor. Ainda assim, muito provvel que algumas
sees sejam difceis de se entender. Ns, portanto, aconselhamos que duas ou
mais pessoas leiam o manual juntas para propiciar a colaborao e discusso de
problemas que possa surgir. Se ou o professor ou o estudante falhar no domnio
dos passos iniciais, as tentativas para ensinar e aprender os passos seguintes
muito provavelmente falhar, porque os passos posteriores so mais complexos
do que os passos iniciais. , conseqentemente, de suma importncia que os
programas bsicos neste manual sejam dominados antes dos programas
avanados no manual subseqente serem iniciados. Em todas as reas que
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xxxv
requeiram habilidade, tal como esportes, conquistas educacionais, interao
social, dana e musica, o indivduo precisa construir uma fundao de habilidades
bsicas antes de avanar para as habilidades mais complexas. Ns nunca fomos
bem sucedidos professores ao iniciarmos o estudante em programas mais
avanados, no importando quo esperto ou adaptvel o estudante parea ser.
Tem sido difcil solucionar em uma identificao em particular para o tipo de
interveno descrita neste manual, bem como um ttulo para as pessoas que
proporcionam o tratamento. termos como interveno comportamental, ensino, e
tratamento so intercambiavelmente utilizados, assim como identificaes tais
como professor, pai, assistente, adulto e tutor. Voc tambm tem uso alternativo
de identificaes tais como estudante, cliente, criana, ele e ela, pessoas e
indivduos ao longo dos captulos. A identificao de estudante parece mais
adequada quando estamos nos referindo a pessoas sob interveno porque esta
se refere tanto s crianas quanto aos adultos e associada aos programas que
lidam com ensino. Os programas de ensino apresentados neste manual devem se
provar teis tanto para as crianas quanto para os adultos porque os passos de
ensino delineados nestes vrios programas so universais (ou seja, as leis de
aprendizagem se aplicam igualmente bem em pessoas de todas as idades).
Os programas apresentados neste manual baseiam-se nas contribuies de
centenas de cientistas. Existem mais de mil referncias em literatura cientfica
para estudos de pesquisa baseados em aprendizagem e a aplicao de tais
informaes para o tratamento e educao de seres humanos. No final deste
manual existe uma lista de referncias citadas no manual. Ns reconhecemos que
pais e professores que lem e usam este manual muito pouco provavelmente
tero o tempo ou oportunidade de se familiarizar com todas essas referncias,
entretanto, o leitor deve ser capaz de identificar determinadas referncias de
interesse particular, e essas referncias devem ajudar o leitor a procurar mais
familiaridade com pesquisa baseada em aprendizagem em peridicos cientficos.
Referncias a publicaes relevantes tambm so fornecidas para aqueles
captulos onde questes legais e ticas esto em jogo para a proteo dos pais e
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xxxvi
professores que procuram informaes sobre como proporcionar os melhores
servios para seus estudantes.
Nossa Filosofia de Ensino
Os psiclogos comportamentais desenvolveram um ambiente de ensino
especial para utilizao com indivduos com atrasos de desenvolvimento que se
assemelha com o ambiente normal ou mtodo na medida do possvel. Pode ser
til resumir brevemente os princpios de ensino que emergiram de tal trabalho.
1. Pessoas com autismo ou outros atrasos comportamentais so
considerados diferentes em grau ao invs de tipo quando comparadas com
indivduos tpicos. A variabilidade construda no sistema nervoso e essencial
para a sobrevivncia de todos os animais, incluindo os seres humanos. Ns
precisamos desta variabilidade porque nosso ambiente est em constante
mudana e impossvel prever o que o futuro exigir de qualquer um de ns.
Sociedades democrticas, que encorajam a variedade entre os indivduos, so
comumente mais bem preparadas para o futuro. Em contraste com os regimes
totalitrios, que restringe a variabilidade e, dessa forma, provavelmente esto em
uma desvantagem em um futuro que apresenta exigncias muito diferentes de
seus cidados. O futuro da sociedade civilizada pode depender em um grau
significativo daquelas pessoas que so solitrias ou que discordam da maioria.
Van Gogh e Einstein so exemplos de tais pessoas que ajudaram a nos preparar
para o futuro. Nenhum deles provavelmente obteve as pontuaes mais altas em
testes de habilidades sociais e conformidade, e ambos podem muito bem ter sido
considerados como incidindo no espectro autstico.
2. Apesar de indivduos com autismo possurem sistemas nervosos
atpicos, no vantajoso para ns tratar tais indivduos como doentes ou
qualitativamente diferente dos outros. Ao invs disso, as regras aprendizado se
aplicam, apesar dos diferentes graus, para indivduos com estruturas orgnicas
fora do normal. Ns devemos apresentar dados amplos para sustentar esta
posio.
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3. O ambiente mdio (cotidiano) trata o sistema nervoso melhor, muito
provavelmente porque sistemas nervosos mdios criaram aquele ambiente. Visto
desta perspectiva, o ambiente mdio no proporciona uma correspondncia com o
sistema nervoso fora do comum de indivduos com autismo ou outros atrasos de
desenvolvimento. Ao invs disso, a maioria dos ambientes mdios ignora o
sistema nervoso foram do comum, deixando esses indivduos com pouca ou
nenhuma oportunidade para aprender, conseqente, com experincia limitada ou
sem experincia.
4. Educao especial e psicologia podem ajudar aqueles com sistemas
nervosos fora do comum pela criao e construo de ambientes de ensino
especiais nos quais aqueles que esto fora da mdia possam aprender.
5. Este ambiente especial deve diferir o mnimo possvel do ambiente mdio
(cotidiano), principalmente porque um objetivo primrio da educao de pessoas
com atrasos de desenvolvimento ajud-los a funcionar de forma mais adequada
quando eles retornarem ao ambiente mdio. Quanto menor for a diferena entre a
teraputica ou ambiente educacional especial e o ambiente mdio, mais fcil ser
a transferncia em habilidades do ambiente especial para o ambiente mdio. Este
a razo primria para a recomendao que o ensino ocorre na comunidade
natural do estudante (em casas ou escolas vizinhas) e que pais, outros membros
de famlia e amigos se envolvam com processo de ensino.
6. Observe que indivduos tpicos (mdios) aprendem em todas as horas de
atividade, todos os dias por todas as suas vidas. Para se equiparar a isso, um
ambiente educacional adequado para pessoas com atrasos de desenvolvimento
deve ocorrer na maioria das horas do dia, finais de semana e feriados includos.
Se necessrio, este deve durar pelo tempo de vida das pessoas envolvidas. Isto
est em contraste aparente aos modelos psicolgicos e educacionais atuais, que
podem intervir 1 ou 2 horas por semana em uma estrutura clnica (como em
terapia fonoaudiolgica, Psicoterapia e Integrao Sensorial) ou 6 horas por dia, 5
dias por semana (como em educao especial).
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xxxviii
7. Ns deveramos intervir, em primeiro lugar, dada a nfase no
encorajamento e reteno de variabilidade? Dois pontos relacionados a esta
questo so dignos de nota. Primeiro, os dados de resultado obtidos aps
tratamento comportamental documentam mais ao invs de menos variabilidade,
tanto atravs quanto dentro de pessoas tratadas. Em segundo lugar, na maioria de
casos de autismo, cuidado para toda a vida em ambientes institucionais protetores
necessrio. O stress resultante sobre a criana e os pais to enorme que a
pessoa deixada sem escolha seno intervir. A tica prescreve que tratamentos
devem, antes de tudo, ser de interesse do indivduo, no da sociedade.
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Conceitos Bsicos
Captulo 1
Diagnsticos, Atrasos de desenvolvimento, Excessos Comportamentais e
Comportamentos Tpicos ..................................................................................... 2
Captulo 2
O Modelo de Continuidade: Alternativas aos diagnsticos ............................ 12
Captulo 3
Avaliao de Tratamento Comportamental ...................................................... 33
Captulo 4
Passos Preparatrios ......................................................................................... 51
Captulo 5
Exploses de Raiva Excessivas e Comportamentos de auto-mutilao ....... 64
Captulo 6
Comportamento Auto-Estimulante .................................................................... 73
Captulo 7
Problemas Motivacionais ................................................................................... 83
Captulo 8
Problemas de Ateno...................................................................................... 101
SEO 1
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Diagnsticos, Atrasos de
Desenvolvimento, Excessos
Comportamentais e Comportamentos
Tpicos
Neste captulo ns descrevemos alguns dos comportamentos que,
quando exibidos em patres em particular, do origem ao diagnstico de
desordem autstica, sndrome de Asperger, ou desordem de desenvolvimento
pervasivo - no especificada de outra forma (PDD-NOS). Atravs de tais
categorias, pessoas diagnosticadas com autismo, sndrome de Asperger ou PDD-
NOS tm sido vistas como qualitativamente diferentes um dos outros e das
pessoas tpicas, e, dessa forma, exigindo formas nicas de tratamento. No
Captulo 2 ns apresentamos uma alternativa para situar indivduos em categorias
de diagnstico distintas pela considerao de pessoas com atrasos de
desenvolvimento como diferente em graus umas das outras e variando em um
espectro com pessoas tpicas (supostamente mdias ou normais).
Conseqentemente que um tratamento desenvolvido para indivduos
diagnosticados com autismo seria adequado para indivduos que recebam um
diagnstico diferente, tal como sndrome de Asperger ou PDD-NOS. Alm disso, o
conhecimento que a cincia acumulou sobre os processos de aprendizagem de
indivduos tpicos pode proporcionar alguma orientao na ajuda para que
indivduos com atrasos de desenvolvimento aprendam.
Os diagnsticos de desordem autstica, sndrome de Asperger e PDD-NOS
so baseados nos comportamentos de uma pessoa e so feitos em termos de um
conjunto de atrasos comportamentais, um conjunto de excessos comportamentais
e um conjunto de comportamentos de desenvolvimento normal. Exigem grandes
diferenas individuais entre as pessoas com atrasos de desenvolvimento,
CAPTULO 1
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3
incluindo indivduos dentro da mesma categoria de diagnstico. Portanto, a
descrio das caractersticas comportamentais a seguir no caracteriza todos os
indivduos com atrasos de desenvolvimento, e sim esta representa a maioria das
caractersticas de crianas diagnosticadas com autismo, que considerado como
o mais grave dos atrasos infantis. Na descrio desses diversos atrasos e
excessos, ns reconhecemos a seriedade dos problemas, mas ns no temos a
inteno de comunicar pessimismo sobre o que pode ser feito para alterar estes
comportamentos. Ns, conseqentemente, nos abstemos da utilizao de termos
tais como invalidez, dano, patologia e irreversibilidade, porque tais rtulos tendem
a comunicar pessimismo e atrasam o desenvolvimento de tratamentos efetivos.
Atrasos Comportamentais
1. Linguagem. Indivduos com atrasos de desenvolvimento so algumas vezes
mudos ou ecollicos (eles ecoam o que ouvem). A linguagem receptiva
normalmente atrasada em muitos destes indivduos, que embora sejam capazes
de responder a instrues simples (ex.: Sente-se, Coma, Feche a porta),
no conseguem entender linguagem mais complexa e abstrata. Indivduos com
atrasos de desenvolvimento tambm so normalmente atrasados em linguagem
expressiva; ou seja, esses indivduos possuem tipicamente dificuldade de
vocalizao de palavras e sentenas bem como relacionamentos abstratos com
preposies (ex: em, abaixo, acima), pronomes (ex.: seu, meu, dele, dela) e
momento (ex: primeiro, ltimo, mais tarde).
Esta incapacidade de entender ou expressar linguagem e a reclamao
mais comum dos pais quando eles levam suas crianas a uma agncia de servio
a procura de ajuda. Os pais expressam pesar e preocupao de que eles no
possam falar com outras crianas e que suas crianas sejam incapazes de falar
com eles. Os problemas com linguagem podem ser identificados no momento que
a criana alcana 2 anos de idade. Algumas crianas fazem progresso na
linguagem, mas perdem tais ganhos entre 15 e 24 meses de idade.
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2. Ateno. Indivduos com atrasos de desenvolvimento freqentemente se
comportam como se no pudesse ver ou ouvir; entretanto, um exame mais
atento normalmente revela as modalidades sensoriais intactas. Os pais podem
descrever que seus filhos agem como se fossem cegas e surdas. Alguns relatam
que seus filhos possuem limiares de dor elevados porque eles no choram como
crianas tpicas quando se machucam. Os pais podem descrever que suas
crianas no olham para eles (no conseguem travar contato olho no olho),
orientam com confiana suas cabeas para a fala de outras pessoas, e no
conseguem mostrar respostas de surpresa a rudos altos. Por outro lado, as
mesmas crianas mostram sensibilidade normal ou incomum a uma faixa
limitada de estmulos, demonstrada atravs da orientao ao som de uma barra
de chocolate sendo aberta, ateno concentrada em uma sirene que mal pode
ser ouvida, ou ateno visual prolongada a um pequeno pedao de comida ou
objeto brilhante, alguns consideravelmente distantes. Uma aparente falha no
desenvolvimento das funes sensoriais tpicas pode ser observada durante o
primeiro ano de vida.
3. Gama de emoes. Crianas com atrasos de desenvolvimento podem no
desenvolver relacionamentos prximos e amorosos com seus pais. Isso pode ser
evidenciado durante os primeiros meses de vida. Os pais freqentemente
reclamam que seus filhos no aceitam abraos e podem de fato resistir ao
contato fsico enrijecendo suas costas e escorregando para longe do abrao de
seus pais. Alm disso, crianas com atrasos de desenvolvimento podem
demonstrar pouco ou nenhum medo quando seus pais as deixam sozinhas ou
quando eles se perdem em um supermercado ou outro local pblico. Essas
crianas podem no adquirir um medo de estranhos e podem ser incapazes de
desenvolver pesar, tristeza, culpa, simpatia e vergonha da mesma forma que
crianas tpicas desenvolvem.
4. Brincadeira com brinquedo. Crianas com atrasos de desenvolvimento no
desenvolvem a brincadeira com brinquedos da mesma forma que crianas
tpicas desenvolvem tais brincadeiras. Ao invs de brincar adequadamente com
brinquedos, elas freqentemente os manuseiam de uma forma peculiar e
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idiossincrtica como, por exemplo, virando um caminho de brinquedo de
cabea para baixo e girando suas rodas, girar compulsivamente um pedao de
corta, ou carregando uma boneca para cheirar ou chupar. O atraso no
desenvolvimento de brincadeira com brinquedo pode ser identificado durante o
segundo ano de vida.
5. Brincadeira com colegas. A brincadeira com amigos quase sempre
inexistente em crianas diagnosticadas com autismo. Essas crianas podem
parar passivamente e observar outras crianas sem se envolver em qualquer
tipo de brincadeira de toma l d c. Alguns podem agredir as outras e serem
impedidos de ingressar na pr-escola. Poucas, ou nenhuma, crianas
diagnosticadas com autismo desenvolvem amizades. O atraso na brincadeira
com colegas se torna mais visvel durante o segundo ou terceiro ano de vida.
6. Desenvolvimento de habilidades de auto ajuda. Indivduos com atrasos de
desenvolvimento freqentemente tm problemas em aprender a se vestir, usar o
banheiro, e comer sem ajuda. Da mesma forma, eles podem ser incapazes de
reconhecer os perigos comuns e podem ter que ser vigiados com muita ateno
de forma que no se machuquem (ex.: ao atravessar uma rua em trfego
pesado, brincando com equipamento eltrico, ou pulando em piscinas ou rios de
corredeiras profundos).
7. Atraso na imitao. A imitao dos comportamentos de outras pessoas
freqentemente atrasada ou inexistente em indivduos com atrasos de
desenvolvimento. Pessoas tpicas comeam a imitar antes de completarem 6
meses de idade. Dado que a imitao constitui um importante e eficaz
mecanismo de aprendizagem, a pessoa que no imita est propensa a
demonstrar srios atrasos no desenvolvimento de novas habilidades.
8. Desenvolvimento cognitivo. A pontuao de QI mdia obtida por indivduos
com atrasos de desenvolvimento se situam na faixa de retardo. Existem grandes
diferenas individuais, entretanto, com algumas pessoas pontuando dentro de
uma faixa de profundo retardo (Pontuaes de QI abaixo de 35) e poucos
pontuam dentro da faixa mdia (pontuaes acima de 85). As pontuaes de QI
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variam dependendo de vrios fatores, incluindo o tipo de teste de QI aplicado e o
contexto acerca da administrao do teste. Crianas com atrasos de
desenvolvimento freqentemente obtm pontuaes mais altas em escalas de
QI no verbais, tais como a Graduao Merrill-Palmer de Testes mentais
(Stutsman, 1984b) que nas graduaes de QI que possuem vrios itens verbais,
tais como Graduaes Bayley de Desenvolvimento Infantil - Revisado (Bayley,
1993) e as graduaes Wechsler (ex.: Wechsler, 1991).
Excessos Comportamentais
1. Exploses de raiva e agresso. A agresso pode tomar a forma de
ferimentos auto-infligidos, com quando indivduos mordem a si mesmos, batem
em suas cabeas com seus punhos, ou batem suas cabeas contra o cho ou
partes pontiagudas da moblia. As pessoas tambm podem direcionar a sua
mordida, arranho ou golpe a outras pessoas. Os pais podem reclamar que seus
filhos so muito difceis de controlar, possuem baixa tolerncia frustrao e
respondem at mesmo s menores frustraes com uma grande quantidade de
raiva. Esses comportamentos se transformam em problemas significativos por
volta do segundo ou terceiro ano de vida. medida que a criana vai crescendo,
ela pode ter que ser retirada de casa e colocada em ambientes de tratamento
residencial porque seus pais se tornam incapazes de lidar com sua grave
agresso. Tais indivduos podem precisar ser submetidos a conteno fsica ou
a drogas tranqilizantes para impedir um grave dano a si prprios e outras
pessoas. Alm da ajuda no desenvolvimento da linguagem, a solicitao de
ajuda no controle de exploses de raiva tipicamente a preocupao principal
dos pais.
2. Ritualstica e comportamentos auto-estimulantes. Pessoas com atrasos
de desenvolvimento podem demonstrar quantidades excessivas de
determinados comportamentos que estimulam sentidos em particular, tais como
balanar seus corpos enquanto esto na posio de p ou sentada, batendo
com suas mos em seus pulsos, girando objetos, observando luzes, alinhando
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objetos em fileiras perfeitas, pulando e girando por perodos de tempo
prolongado, e ficando preocupados com movimentos circulares (ex.: observando
ventiladores giratrios ou a gua redemoinhando na privada). Elas podem
mostrar obsesses com nmeros, letras do alfabeto, brinquedos com fontes de
energia interna, e objetos com determinadas texturas. Ns denominamos todos
esses comportamentos como comportamentos auto-estimulantes. Alguns destes
comportamentos podem ser notados durante o primeiro ano de vida.
Comportamentos Tpicos
Muitos indivduos com atrasos de desenvolvimento exibem um conjunto de
comportamentos tpicos ou considerados como normais, alguns dos quais podem
ser identificados como habilidades fragmentares, ou ilhotas de funcionamento
intelectual intactas. Estes comportamentos assemelhados com o norma,l se
agrupam nas seguintes categorias.
1. Desenvolvimento Motor. Sinais de desenvolvimento motor adequados so
observados em termos de atingir os marcos de desenvolvimento normal, tais
como comer comida slida, sentar e andar na idade que uma criana tpica
domina tais habilidades. Enquanto que algumas crianas demonstram um atraso
em desenvolvimento motor, muitas outras desenvolvem habilidades motoras
normalmente, sendo capazes de correr, pular e se equilibrar com grande
facilidade.
2. Memria. Muitos indivduos com atrasos de desenvolvimento mostram sinais
de memria adequada ou excelente em determinadas reas. Alguns indivduos,
por exemplo, so capazes de ecoar ou repetir de outra forma comerciais inteiros
ou a fala diria de outra pessoa, mesmo depois de um lapso de tempo
considervel. Algumas pessoas com atrasos de desenvolvimento possuem uma
boa memria para detalhes visuais. Por exemplo, alguns indivduos insistem na
uniformidade, o que quer dizer que eles querem compulsivamente preservar
uma determinada arrumao de mveis, ser servido de uma comida em
particular, ou insistir que suas mes vistam certos vestidos ou um par de culos
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em particular. De forma semelhante, indivduos com atrasos de desenvolvimento
podem ser capazes de traar seus caminhos para as casas de parentes atravs
de ruas complexas ou lembrar com exatido onde a sua comida favorita foi
escondida na casa de uma av que visitou h um ano atrs. Essa insistncia na
uniformidade indica que estes indivduos possuem boas memrias. Quando tais
rotinas so interrompidas, entretanto, pessoas com atrasos de desenvolvimento
freqentemente respondem com comportamentos de auto-mutilao ou
agresso dirigida a outras pessoas.
3. Interesses especiais e bem desenvolvidos. Algumas pessoas com atrasos
de desenvolvimento demonstram determinados interesses especiais e bem
desenvolvidos, tais como b