noções básicas

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Noções Básicas 1. SEGURIDADE SOCIAL Antes de se avançar no estudo da previdência social, deve-se fazer uma análise da seguridade social, visto que a previdência está inserida dentro do sistema de seguridade. Como se pode observar do Título VIII da Constituição Federal, que trata Da Ordem Social, a previdência é apenas uma das seções da seguridade social (tratada em todo o Capítulo II desse mesmo Título). Segundo essas disposições da Lei Maior, a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social (artigo 194, “caput”, Constituição Federal). Assim sendo, a seguridade social compreende: saúde; previdência social; assistência social. Assim, percebe-se que a previdência social é uma das formas de atuação estatal na área de seguridade social. 1.1. Saúde A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (artigo 196 da Constituição Federal). A Constituição Federal de 1988 previu a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS). Busca-se, assim, uma ação conjunta entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios (artigo 194, “caput”, da Constituição Federal). O SUS está disciplinado basicamente por meio das Leis n. 8.080, de 19.09.90, e n. 8.142, de 28.12.90. Como regra, a União fixa as políticas gerais. Compete a ela, por exemplo, fazer as grandes campanhas publicitárias de prevenção a doenças. Aos Estados e Distrito Federal incumbe a prestação do serviço de saúde (Hospitais Regionais), enquanto aos Municípios incumbe o atendimento emergencial, bem como a triagem e o

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Noções Básicas

1. SEGURIDADE SOCIAL

Antes de se avançar no estudo da previdência social, deve-se fazer uma análise da seguridade social, visto que a previdência está inserida dentro do sistema de seguridade. Como se pode observar do Título VIII da Constituição Federal, que trata Da Ordem Social, a previdência é apenas uma das seções da seguridade social (tratada em todo o Capítulo II desse mesmo Título).

Segundo essas disposições da Lei Maior, a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social (artigo 194, “caput”, Constituição Federal).

Assim sendo, a seguridade social compreende: saúde; previdência social; assistência social. Assim, percebe-se que a previdência social é uma das formas de atuação estatal na área de seguridade social.

1.1. Saúde

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (artigo 196 da Constituição Federal).

A Constituição Federal de 1988 previu a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS). Busca-se, assim, uma ação conjunta entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios (artigo 194, “caput”, da Constituição Federal). O SUS está disciplinado basicamente por meio das Leis n. 8.080, de 19.09.90, e n. 8.142, de 28.12.90.

Como regra, a União fixa as políticas gerais. Compete a ela, por exemplo, fazer as grandes campanhas publicitárias de prevenção a doenças. Aos Estados e Distrito Federal incumbe a prestação do serviço de saúde (Hospitais Regionais), enquanto aos Municípios incumbe o atendimento emergencial, bem como a triagem e o acompanhamento dos casos que demandam intervenção especializada.

Percebe-se, assim, que na área da saúde há uma união, uma coordenação, entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

A saber: antes da Constituição Federal de 1988, quem cuidava do sistema de saúde do Brasil era o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), que era uma autarquia federal.

1.2. Previdência Social – artigo 201 da Constituição Federal.

Segundo Wladimir Novaes Martinez, a previdência social é “como a técnica de proteção social que visa a propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando esta não pode obtê-los ou não é socialmente desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho, por motivo de maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte – mediante contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes”.

O artigo 1.º da Lei n. 8.213/91 dispõe que “a Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de

manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e de prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente”.

A previdência social, no que se refere ao Regime Geral, pertinente à maioria dos trabalhadores é atualmente administrado pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal resultante da fusão dos antigos INPS (que cuidava da concessão e manutenção de benefícios) e IAPAS (que cuidava da gestão administrativa e financeira do Sistema), que tem por objetivo a prática das ações estatais na área da previdência social.

Incumbe ao Instituto Nacional de Seguro Social: a arrecadação e a administração das contribuições previdenciárias; a concessão e a manutenção das prestações previdenciárias.

1.3. Assistência Social – artigo 203 da Constituição Federal

Wladimir Novaes Martinez define a assistência social como “um conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefícios em dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos e outras pequenas prestações. Não só complementa os serviços da -Previdência Social, como a amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas”.

Artigo 4.º da Lei n. 8.212/91: “a Assistência Social é a política social que provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência, independentemente de contribuição à Seguridade Social” .

Trata-se de direito constitucional, previsto no artigo 203 da Lei Maior. Todo brasileiro que se encontre em situação de hipossuficiência tem o direito à assistência social, como forma de promoção social.

A assistência social é, em parte, realizada pela Comunidade Solidária, programa segundo o qual que os projetos surgem da própria comunidade e, posteriormente, são submetidos a uma comissão que avaliará a possibilidade de sua implementação. Uma vez aprovados, recebem o apoio técnico da Comunidade Solidária, sendo que os recursos financeiros necessários a sua implementação são buscados no orçamento público.

Além da Comunidade Solidária, atuam na assistência social entidades particulares – Associações Beneficentes – que gozam de benefícios tributários (assim, há a colaboração indireta do Governo).

O Instituto Nacional de Seguro Social, extraordinariamente, também atua na área da assistência social. Isso ocorre no caso da garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, ou de tê-la provida por sua família, o que é previsto no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal. Esse benefício assistencial pago pelo Instituto Nacional de Seguro Social foi regulamentado pela Lei n. 8.742/93, que determina que fará jus ao benefício quem ganhar até ¼ do salário mínimo, como renda per capita da família.

1.4. Objetivos que devem ser perseguidos na área da Seguridade Social

O artigo 194, parágrafo único, da Constituição Federal estabelece objetivos comuns à seguridade social. Na verdade, taisobjetivos são verdadeiros princípios constitucionais de seguridade social, pois são normas constitucionais que albergam valores jurídicos superiores que condicionam a atividade do legislador infraconstitucional, fornecem diretrizes interpretativas e conferem unidade ao Sistema de Seguridade Social.

1.4.1. Universalidade de cobertura e do atendimento

a) Universalidade de cobertura

A finalidade é fazer com que todas as situações que demandem intervenção estatal na área da saúde, previdência e assistência social sejam atendidas.

• Na área da saúde: já foi atingida, pois todos os eventos têm cobertura pelo Estado.

• Na área da previdência: ainda não foi atingida, pois não são todos os eventos que são atendidos, mas apenas os previstos em lei.

• Na área de assistência social: ainda não foi atingida. O governo apenas dá uma cobertura esporádica a determinados eventos.

b) Universalidade do atendimento

Todos os sujeitos em situação de necessidade devem ser atendidos.

• Na área da saúde: teoricamente, o acesso é universal, pois todas as pessoas têm direito de serem atendidas em hospitais públicos. Existe, porém, uma limitação material do sistema, como a falta de leitos e de remédios (antes da Constituição Federal /88, só podia ser atendido em hospitais públicos quem fosse contribuinte do INPS - Instituto Nacional de Previdência Social).

• Na área da previdência: também há limites, uma vez que só têm direito as pessoas que contribuem, sendo que a filiação é aberta mediante contribuição. Ressalta-se, porém, que os menores de 16 anos não podem ser filiados a plano de previdência social.

• Na área de assistência social: ainda não foi atingida, uma vez que não são todas as pessoas necessitadas que recebem atendimento.

1.4.2. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais

• Na área da saúde: não é atendida, uma vez que o trabalhador rural normalmente tem que se deslocar até a cidade mais próxima para ser atendido.

• Na área da previdência: após a Constituição Federal/88, a equiparação existe, uma vez que os benefícios para o rural e o urbano são os mesmos. Ressalta-se, ainda, que o tempo de trabalho rural conta para a aposentadoria se o trabalhador passar a ser urbano e vice-versa.

• Na área de assistência social: não há equiparação, uma vez que quase nada é feito para o trabalhador rural.

1.4.3. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e

Serviços

O constituinte quis com esse princípio que o legislador tenha bom senso, uma vez que as verbas são poucas, devendo, assim, as prestações e os serviços serem selecionados, a fim de que sejam escolhidos os mais necessários.

Deve-se levar em conta, ainda, a necessidade de atender o maior número possível de pessoas.

1.4.4. Irredutibilidade do valor dos benefícios

Aplica-se principalmente na previdência e assistência social, nesta, apenas quando se trata do benefício previsto no artigo 203, inciso V, da Constituição Federal, vez que as demais prestações da assistência social não são pecuniárias.

Trata-se da irredutibilidade do valor real, ou seja, do valor de compra do benefício. Em caso de inflação, os benefícios devem ser reajustados.

Lembre-se que nenhum benefício que seja substitutivo do rendimento do trabalhador (exemplo: aposentadorias, pensões, salário maternidade etc) poderá ser inferior a um salário mínimo (piso dos benefícios) nem superior, a partir de junho de 2002, a R$ 1.561,56 (teto dos benefícios). Esses valores sofrem alteração periódica, que atualmente acontece em junho de cada ano. Obviamente, os benefícios pagos pelo valor mínimo são reajustados antes, em maio, quando há reajustamento do salário mínimo.

1.4.5. Eqüidade na forma de participação do custeio

Toda ação na área da previdência social tem que ser custeada; para isso são

necessários recursos financeiros. Tais recursos provêm da própria população, de forma indireta (recursos orçamentários da União, Estados, Distrito Federal e Municípios) ou direta (contribuições sociais, exemplo: contribuição sobre o lucro) – artigo 195 da Constituição Federal.

Dessa forma, as contribuições para o custeio da previdência social têm natureza tributária, assim, devem ser respeitados os Princípios Gerais do Direito Tributário.

A eqüidade é atingida com o respeito aos Princípios da Isonomia e da Capacidade Contributiva. Devido à eqüidade, cada um contribui com a previdência de acordo com sua capacidade contributiva (quem pode mais, paga mais, quem pode menos, paga menos ou até não paga). Além da capacidade contributiva, a equidade impõe que empresas que provoquem uma maior atuação estatal, por produzirem mais situações de risco social, devem pagar contribuições maiores. Assim sendo, a lei prevê que a empresa que provoque maior risco de acidente do trabalho deve contribuir progressivamente mais que outra que produza menos acidentes, mesmo que esta última tenha a mesma capacidade contributiva.

1.4.6. Diversidade da base de financiamento

Tem por objetivo a arrecadação de recursos de diversas fontes. Assim, caso uma fonte passe por crise, haverá outras, garantindo-se a segurança do sistema. São duas as formas de financiamento da seguridade social: a indireta e a direta .

A formaindireta consiste no repasse de recursos orçamentários da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Diz-se indireta porque a sociedade está participando do custeio do Sistema de forma oblíqua, ou seja, os cidadãos não estão vertendo individualmente recursos para o Sistema, mas dele participando através de recursos públicos previstos nos orçamentos dos referidos entes da federação. Os recursos orçamentários destinados à seguridade social constarão dos orçamentos de cada uma das pessoas políticas acima mencionadas (artigo 195, § 1o, da Constituição Federal).

A forma direta se dá por meio do pagamento das contribuições previstas no artigo 195 da Constituição Federal, que são as seguintes:

a) Cobradas da empresa, incidentes sobre:

• folha de salários e demais rendimentos; lucro; receita ou faturamento;b) Cobradas do segurado;

c) Incidente sobre receita de concurso de prognósticos

Há ainda a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras), recentemente prorrogada pela Emenda Constitucional 37/2002 e a contribuição do PIS/PASEP, prevista no artigo 239 da Constituição.

Finalmente, são ainda previstas outras receitas,quais sejam:

• Multas. Cobrança de correção monetária. Juros. Receitas patrimoniais (exemplo: locação de imóveis do Instituto Nacional de Seguro Social).

• 50% dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do artigo 243 da Constituição (venda de bens apreendidos em decorrência de tráfico ilícito de entorpecente).

• 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Federal.

1.4.7. Caráter democrático e descentralizado da Administração

A Constituição Federal estabelece que as ações na área de seguridade social devem ser democráticas; as decisões devem ser tomadas com a participação de todos.

A Constituição Federal determina, ainda, que existam órgãos que sejam compostos por representantes de quatro segmentos sociais: trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo (gestão quadripartite).

1.5. Princípios relacionados com a previdência social

No que diz respeito especificamente à previdência social, organizada em forma de Regime Geral, devem ainda ser elencados os princípios prescritos no artigo 201 da Constituição Federal:

caráter contributivo; filiação obrigatória: não há autonomia de vontade. Existe, porém, uma categoria de segurado que pode facultativamente contribuir com a previdência, mas a regra é a filiação obrigatória;

• devem ser observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

2. PREVIDÊNCIA

Assentadas as noções básicas sobre o sistema no qual está inserida a previdência social, oportuna se faz a análise dos diversos regimes em que essa se decompõe.

Três são os regimes previdenciários previstos na Constituição Federal: o regime estatutário, o regime geral e o regime complementar facultativo.

2.1. Regime Estatutário

Esse é o regime obrigatório dos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, previsto no artigo 40 da Constituição Federal. Esse regime garante aos servidores públicos regras de aposentadoria e pensão diferentes daquelas impostas aos trabalhadores comuns, principalmente no que diz respeito ao valor dos benefícios. O regime do funcionário público da União é regido pela Lei n. 8.112/90, enquanto os servidores municipais e estaduais possuem regimes estatutários próprios, previstos em leis dos entes políticos a que estão vinculados.

2.2. Regime Geral

É o regime obrigatório aplicado a todos os que não pertencem ao regime estatutário. Está previsto no artigo 201 da Constituição Federal, disciplinado pelas Leis n. 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social) e n. 8.212/91 (Lei de Organização e Custeio da Seguridade Social) e regulamentado pelo Decreto n. 3.048/99.

Como regra, pertencem a esse regime as pessoas que atuam na iniciativa privada. Entretanto, pertencem ainda a tal regime os funcionários públicos não abrangidos por regime próprio, como por exemplo os ocupantes de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com o Poder Público (artigo 37, inciso V, da Constituição Federal). A esse regime serão dedicadas as lições deste curso.

O artigo 201 da Constituição Federal descreve o rol de eventos que devem ser cobertos pela previdência social. Para cada um desses eventos a legislação prevê a cobertura por uma prestação previdenciária:

• Doença: corresponde à incapacidade temporária. O benefício é o auxílio-doença.

• Invalidez: é uma incapacidade definitiva. O benefício é a aposentadoria por invalidez.

• Morte: os benefícios previdenciários são personalíssimos; sendo assim, com a morte do segurado, eles são extintos. É concedido, entretanto, aos dependentes do segurado o benefício denominado pensão por morte.

• Idade avançada (idade cronológica): o benefício é a aposentadoria por idade.

• Para proteção à maternidade, especialmente à gestante, o benefício é o salário- maternidade;

• Desemprego: que decorre da perda involuntária do trabalho, coberto pelo seguro-

desemprego (o auxílio-desemprego, apesar de ser benefício previdenciário, não é pago pelo Instituto Nacional de Seguro Social. Ele é concedido pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, que é administrado pela Caixa Econômica Federal);

• Encargos familiares: é previsto o salário-família, pago ao trabalhador de baixa renda que tiver filho de até 14 anos ou inválido de qualquer idade;

• Recolhimento à prisão: paga-se auxílio-reclusão aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontre detido ou recluso em razão de condenação judicial.

2.3. Regime Complementar (Facultativo)

Trata-se da previdência complementar, que pode ser pública ou privada, de acordo com o que dispõem os artigos 40, §§ 14 a 16, e 202 da Constituição Federal.

2.3.1. Previdência Complementar Pública

A Emenda Constitucional n. 20/98 acrescentou os §§ 14 a 16 ao artigo 40 da Constituição Federal, possibilitando a criação de regimes de previdência complementar por União, Estados, Distrito Federal e Municípios para seus servidores, caso em que os

benefícios do regime ordinário do servidor poderão ser limitados ao teto do regime geral (Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social, Daniel Machado Rocha e José Paulo Baltazar Júnior).

Apesar de estar constitucionalmente prevista, ainda não está em vigor no Brasil. Seu fundamento é estabelecer um teto máximo ao funcionário público inativo pertencente ao Regime Estatutário, não importando o quanto ele ganhava no período em que estava na ativa.

Assim, caso o funcionário público queira ganhar mais que o teto máximo estabelecido, a fim de alcançar o valor que recebia quando na ativa, poderá ingressar no Regime Complementar Público.

O Regime Estatutário sofrerá alterações somente no momento em que a Previdência Pública Complementar for criada.

Hoje, pelo Regime Estatutário, o aposentado recebe o valor que ganhava quando estava na ativa.

2.3.2. Previdência Complementar Privada

Compreende planos de previdência complementar administrados por instituições de natureza privada. Podem ser contratados por qualquer pessoa e se classificam em:

• Planos mantidos por entidades abertas: são aqueles mantidos por instituições financeiras (bancos) e que se dirigem a todos os interessados, sem distinções .

• Planos mantidos por entidades fechadas: ocorre quando uma empresa ou grupo de empresas cria um sistema de previdência complementar para seus funcionários. Exemplo: os funcionários aposentados pelo Banco do Brasil recebem o teto do Instituto Nacional de Seguro Social e o que falta para completar o que eles ganhavam na ativa é pago pela previdência privada mantida pelo Banco.

A Previdência Complementar Privada está atualmente regulamentada pelas Leis Complementares 108 e 109, ambas de 29 de maio de 2001.

Atenção: tanto o Regime Complementar Público quanto o Privado são regimes facultativos.

MÓDULO II

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Lei n. 8.213, de 24.7.1991

1. BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Beneficiários da previdência social são todas as pessoas naturais titulares de direitos subjetivos perante o Sistema Previdenciário. O quadro abaixo fornece sua classificação.

– empregado

– empregado doméstico

– contribuinte individual

– trabalhador avulso

– segurado especial

– Facultativos

– 1.ª Classe

– 2.ª Classe

– 3.ª Classe

A Lei n. 8.213/91 estabelece quem são as pessoas que têm direito aos benefícios previdenciários e quais os requisitos necessários para fazer jus aos benefícios.

“Segurados são as pessoas físicas que, em razão de exercício de atividade ou mediante o recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao Regime Geral”.

“Dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa.”

– Segurados

– Obrigatórios

Beneficiários(Artigos 10 a 17 da Lei n. 8.213/91

- Dependentes

Os segurados são titulares de direitos próprios. Os dependentes também exercem direitos próprios, mas sua vinculação com a previdência está condicionada à manutenção da relação jurídica do segurado com o Sistema Previdenciário.

Os vínculos que os segurados e os dependentes mantêm com a previdência social são diferentes.

Não se confunde odependente da previdência social com os dependentes dos

demais ramos do Direito.

2. SEGURADO

O segurado mantém um vínculo com a previdência social baseado em contribuição – ele contribui com a previdência.

O segurado mantém com a previdência uma relação que implica direitos e deveres para ambas as partes, sendo que a previdência tem o direito de receber contribuições e o dever de conceder as prestações, e o segurado tem o dever de contribuir e o direito de receber as prestações.

Trata-se de uma relação que não tem caráter contratual, pois o segurado é obrigado a filiar-se à previdência, com exceção do segurado facultativo, pois a relação aqui tem caráter contratual (contrato de adesão). Há, nesse caso, autonomia da vontade. A lei não impõe ao segurado facultativo o dever de ser filiado à previdência e, uma vez filiado, ele pode desfiliar-se a qualquer momento.

2.1. Segurado Obrigatório

São segurados do Regime Geral de Previdência Social:

• empregado;

• empregado doméstico;

• contribuinte individual (empresário, autônomo, equiparado ao autônomo);

• trabalhador avulso;

• segurado especial.

O segurado empregado começa a ser considerado filiado à previdência no momento em que é contratado como empregado.

O contribuinte individual só é considerado filiado à previdência após pagar a 1.ª contribuição.

Percebe-se, nestes exemplos, que o vínculo com a previdência, nos dois casos, começou em momentos distintos.

O segurado empregado não precisa comprovar que contribui, basta ser empregado para ser considerado filiado.

Outra regra distinta é a de que o contribuinte empregado pode contribuir, desde o início da sua filiação, pelo valor máximo, ou seja, o teto da contribuição; já ocontribuinte individual passa por fases, escalas de salário-base. A escala de salário-base está sendo extinta. Já não se aplica mais aos segurados que se filiarem a partir de 29.11.1999 (ver Lei n. 9.876/99).

Percebe-se, assim, que cada tipo de segurado tem tratamento específico.

2.1.1. Categoria de segurados obrigatórios

a) Empregado

É o segurado que presta pessoalmente serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob suasubordinação e mediante remuneração.

Se o Estado mantiver alguém na condição de empregado, deverá ser segurado obrigatório do Instituto Nacional de Seguridade Social, na categoriaempregado.

Todos os funcionários públicos federais comissionados são segurados obrigatórios Como empregados (ver Lei n. 8.213/91, artigo 11, inciso I, alíneas “a” a “i”).

“Por força da Lei n. 9.876/99, o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social, anteriormente classificado como equiparado a autônomo, passou a integrar o grupo dos empregados.” (“in” Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social.

b) Empregado doméstico

É aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial destas, em atividades sem fins lucrativos.

Diarista: se trabalhar duas ou mais vezes por semana, já é considerado o vínculo empregatício.

Caso haja alguma atividade comercial na residência, já não pode mais ser

considerado empregado doméstico (ver Lei n. 8.213/91, artigo 11, inciso II).

c) Contribuinte individual

Considera-se contribuinte individual o antigoautônomo, o equiparado a autônomo e o empresário.

Também se enquadra na condição de contribuinte individual a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados (é o antigo empregador rural).

São ainda considerados contribuintes individuais equiparados a autônomo o padre, o pastor, o pai de santo, o bispo etc.

Por fim, também é autônomo a pessoa que mantém firma individual, urbana ou rural (ver artigo 11, inciso V, da Lei n. 8.213/91).

d) Trabalhador avulso

É aquele que trabalha com a intermediação obrigatória do sindicato ou do órgão gestor de mão-de-obra. Exemplo: trabalhadores da área portuária.

e) Segurado especial

É o pequeno produtor rural, o parceiro, o meeiro, o pescador artesanal, o garimpeiro e os que exerçam a sua atividade em regime de economia familiar.

O segurado especial não contribui mensalmente; sua contribuição é anual.

Estes segurados podem requerer vários benefícios, no valor de um salário mínimo, comprovando apenas o tempo de serviço, sem precisar comprovar a contribuição (artigo 39 da Lei 8213/91).

Observação: Não confundir o contribuinte individual (artigo 11, inciso V, alínea “a”, da Lei n. 8.212/91) com o segurado especial (inciso VII), pois o primeiro possui auxílio de empregados no exercício da atividade rural, já o segurado especial conta apenas com a ajuda dos membros da família para a exploração da atividade rural.

2.2. Segurado Facultativo (artigo 13 da Lei n. 8213/91)

É toda pessoa que, sem exercer atividade que determine filiação obrigatória, contribui voluntariamente para a previdência social.

É todo aquele que não é considerado obrigatório. Exemplos:

• dona de casa; estudante, com mais de 16 anos; síndico de edifício que não seja empregado. Lembrete: a idade mínima para ingressar no sistema previdenciário é 16 anos.

As pessoas que começaram a trabalhar com 14 anos, portanto, antes da mudança constitucional ocorrida com a Emenda Constitucional n. 20, de 15.12.1998, que proíbe o trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz aos 14 anos (artigo 7.º, inciso XXXIII), continuaram a ser filiadas da previdência social, em face do direito adquirido.

2.3. Período de Graça (Artigo 15 da Lei n. 8.213/91)

Como regra, a pessoa mantém a sua condição de segurado enquanto contribui, ou seja, enquanto estiver filiado à previdência.

Entretanto, a legislação prevê que, em determinadas circunstâncias, mesmo havendo a interrupção das contribuições e não estando o trabalhador exercendo atividade que o vincule obrigatoriamente à previdência, o segurado mantém o seu vínculo com a previdência social.

Este período é denominado pela doutrina de Período de Graça.

Período de Graça, portanto, é aquele período em que, mesmo sem contribuir e/ou sem exercer atividade que o vincule obrigatoriamente à previdência, o segurado mantém seu vínculo com o Sistema, com todos os direitos inerentes a essa condição.

Exemplos:

Quem está recebendo auxílio-doença não está contribuindo, mas este período, apesar de não haver contribuição, é contado como se tivesse ocorrido.

Casos diferentes são os que seguem:

• quem trabalha, mas vai prestar o serviço militar. Durante três meses, após o término do serviço militar, o segurado encontra-se no Período de Graça;

• o preso tem um Período de Graça de 12 meses após o livramento.

Tanto no caso de quem vai prestar serviço militar como no caso do preso, o tempo de graça não conta como contribuição para fim de aposentadoria.

2.4. Regra Geral do Período de Graça Aplicada aos Segurados (artigo 15, § 1.º)

O segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social mantém sua condição de segurado até doze meses após a cessação das contribuições. Esse prazo será prorrogado para até vinte e quatro meses se o segurado já houver pagado mais de vinte e quatro contribuições.

2.5. Regra do Período de Graça Aplicada ao Segurado Empregado (artigo 15, § 2.º)

O segurado empregado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social também mantém sua qualidade por doze meses após a cessação das contribuições, prazo esse que pode ser prorrogado da seguinte forma: para até vinte e quatro meses, se tiver pagado mais de cento e vinte contribuições; em mais doze meses, inclusive de forma cumulativa com a prorrogação acima mencionada, para o segurado desempregado que registrou essa condição no órgão próprio do Ministério do Trabalho.

Assim sendo, o prazo que era inicialmente de doze meses pode atingir trinta e seis meses se o segurado empregado estiver desempregado e contar com mais de cento e vinte contribuições.

Importante: o Período de Graça não conta como contribuição. Apenas mantém o vínculo com a Previdência Social.

Se, durante o Período de Graça, houver pelo menos uma contribuição, ele será interrompido e começará a contar novamente.

Pergunta: Como saber que a pessoa perdeu a condição de segurado?

Resposta: A lei estabelece que a perda da condição de segurado se dá no 16.º dia do segundo mês seguinte àquele em que terminou o Período de Graça.

“O Regulamento da Previdência Social unificou o prazo, levando em conta a data para o recolhimento da contribuição dos contribuintes individuais, favorecendo, assim, os demais segurados”. (“in” Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social, Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior, Porto Alegre, ed. Livraria do Advogado e ESMAFE – Escola Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do Sul, pág. 75, artigo 15)

3. DEPENDENTES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (Artigo 16 da Lei 8.213/91)

Os dependentes são titulares de direitos próprios. Mantêm uma relação jurídica pessoal com a Previdência.

A Lei da Previdência diz quem são seus dependentes e os classifica em dependentes de 1.ª classe, 2.ª classe e 3.ª classe.

Os dependentes de 1.ª classe preferem aos de 2.ª classe que preferem aos de 3.ª classe. Assim, o dependente de 2.ª

3.1. Dependentes de 1.ª Classe

• cônjuge (a);

• companheiro (a);

• filhos de qualquer condição: menores de 21 anos, não emancipados, ou inválidos de qualquer idade.

Os dependentes de 1.ª classe gozam da presunção legal de dependência econômica.

Os dependentes de 1.ª classe concorrem entre si. Havendo mais de um, deve-se dividir o valor da pensão em cotas-partes iguais. Exemplo: esposa legítima, com dois filhos maiores de 21 anos e dois filhos menores, provenientes de uma relação extraconjugal: a pensão será dividida em três partes.

Não basta existir dependentes de 1.ª classe, é necessário que haja a habilitação dos dependentes junto à previdência social.

Caso os dependentes de 1.ª classe não se habilitem, subsistirá o direito das classes inferiores.

No momento que o dependente deixar de sê-lo, por completar 21 anos, por exemplo, a sua cota-parte passará aos outros dependentes da mesma classe. Caso seja o único dependente, cessará o benefício.

Exemplo: três dependentes de 1.ª classe: cada um receberá ⅓ do valor do benefício. Caso um deixe de ser dependente, o benefício passará a ser dividido em duas partes somente (a cota-parte dele vai para os outros). No momento em que os demais também perderem o benefício, este cessará.

Os dependentes da 1.ª classe podem se habilitar a qualquer tempo.

Caso o filho perca a condição de dependente por completar 21 anos e depois vier a se tornar inválido, não terá mais direito a ser dependente.

Equiparam-se a filho, mediante prova de dependência econômica, concorrendo em condições de igualdade com os demais dependentes da classe 1, o menor sob tutela e o enteado. Por fim, ressalta-se que o direito de ser dependente não se transmite. Assim, o filho do filho dependente não terá o direito.

3.1.1. Cônjuge

Perdem a condição de dependentes caso se separem (separação de fato, separação judicial ou divórcio) e não fiquem com direito a pensão alimentícia. Caso tenham direito a pensão alimentícia, subsiste o direito de ser dependente.

Assim, se a mulher ficar com direito a alimentos, mas não o exercer, continuará a ser dependente; caso o ex-marido venha a falecer, ela poderá se habilitar como dependente e terá direito à pensão. O marido possui o mesmo direito.

Ressalta-se que a convolação de núpcias não faz perder o direito à pensão. Esse fato só ocorrerá caso morra o segundo marido e a esposa opte pela pensão deste.

Ressalta-se, ainda, que é possível cumular aposentadoria com a pensão por morte do marido (ou da mulher).

3.1.2. Companheiro/companheira

Podem habilitar-se como dependentes da previdência as pessoas que vivem em união estável. Tem sido admitido, por força de decisões judiciais ainda passíveis de reforma, tal direito, inclusive para os casais de mesmo sexo.

3.1.3. Filhos

São dependentes da previdência os filhos de qualquer natureza. O menor tutelado e o enteado são considerados dependentes, equiparados aos filhos, desde que não possuam recursos próprios.

Ressalta-se que, ao completar 21 anos, perde a condição de dependente, mesmo que esteja fazendo faculdade. Caso seja inválido, a condição de dependente se perpetuará enquanto durar a invalidez.

Frisa-se também que, caso a pessoa se emancipe antes dos 21 anos, perderá a condição de dependente, exceto se a emancipação ocorrer em razão da aquisição de título universitário. Nesta última situação, a condição de dependente será mantida.

3.2. Dependentes de 2.ª Classe

Pais (pai ou mãe): naturais ou adotivos.

É necessário que comprovem a dependência econômica, ainda que parcial, com o segurado da previdência. Basta que comprovem que o filho ou filha contribuía para a manutenção da casa.

Caso haja dependentes habilitados de 1.ª classe, os pais não terão direito ao benefício da previdência como dependentes.

3.3. Dependente de 3.ª Classe

Irmãos: de qualquer natureza, menores de 21 anos, não emancipados, ou inválidos de qualquer idade.

Também é necessário que comprovem a dependência econômica, ainda que parcial, com o segurado da previdência.

Esses dependentes também só terão direito se não houverem habilitados de 1.ª ou 2.ª classe. Observação: Havia uma 4.ª classe, composta por pessoas designadas pelo

segurado.Hoje, essa 4.ª classe não existe mais.

3.4. Perda da Condição de Dependente

3.4.1. Para todos os dependentes (1.ª, 2.ª ou 3.ª classe)

A perda da condição de dependente ocorre com a morte

3.4.2. Marido/mulher

Perdem a condição de dependente: Na separação de fato, judicial ou divórcio, caso não seja reconhecido o direito a alimentos.

• Após a convolação de novas núpcias, antes do óbito do segurado. Neste caso, a perda da condição de dependente decorre do fato de o novo casamento implicar na perda do direito à pensão alimentícia fixada quando da separação ou do divórcio.

• Quando a pessoa ficar novamente viúva e optar pela pensão do último marido.

3.4.3. Companheiro/companheira

A perda da condição de dependente ocorre com a separação de fato ou judicial, se não for reconhecido o direito de alimentos.

3.4.4. Filhos

• ao se emanciparem;

• ao completarem 21 anos;

• se inválidos, quando recuperarem a capacidade.

O filho que completar 21 anos perde a condição de dependente no mês seguinte ao seu aniversário; no mês do aniversário, ainda recebe o benefício.

O inválido, para a previdência, é aquele que não pode trabalhar devido a sua doença e, assim, não possui recursos para sobreviver.

3.4.5. Pais

A perda da condição de segurado ocorre somente com a morte.

3.4.6. Irmãos

• ao se emanciparem;

• ao completarem 21 anos;

• se inválidos, quando recuperarem a capacidade.

4. CARÊNCIA. CONCEITO

Carência é o número mínimo de contribuições mensais necessário para que o

beneficiário faça jus ao benefício.

As contribuições devem ser mensais.Exemplo: carência de 12 meses deve ser paga em 12 meses; não é permitido pagar contribuições atrasadas ou antecipar o recolhimento de contribuições futuras para suprir período de carência.

Caso haja atraso no pagamento de uma prestação, esta não contará como carência. Exemplo: a primeira prestação foi paga no dia certo, a segunda foi paga com atraso, deverão ser pagas mais onze contribuições (desconsidera-se a segunda, que foi paga com atraso).

4.1. Período de carência dos benefícios

4.1.1. Aposentadoria por invalidez e auxílio-doença

O período de carência é de 12 contribuições mensais.

Se a causa for acidente de qualquer natureza ou doença relacionada com o trabalho (doença profissional ou doença do trabalho), dispensa-se a carência.

Dispensa-se também a carência se o segurado for portador de moléstia grave. O artigo 151 da Lei n. 8.213/91 traz o rol das moléstias graves; esse rol elaborado pelos Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Previdência e Assistência Social, a cada três anos, por meio de portaria conjunta, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. Exemplo: AIDS, cegueira total etc.

O segurado facultativo, para que seja considerado filiado ao sistema, deve ter contribuído pelo menos uma vez. Ressalta-se que essa contribuição não diz respeito à carência, mas sim ao aperfeiçoamento da sua filiação ao Regime Geral de Previdência.

4.1.2. Aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial

A carência exigida é de 180 contribuições mensais.

Deve-se observar, nesses três casos, a tabela progressiva do artigo 142 da Lei n. 8.213/91, aplicável àqueles que já eram segurados da previdência quando da publicação da Lei 8213/91, que é de 27 de julho de 1991. Para o ano de 2001, a carência para esses benefícios é de 120 contribuições mensais.

A cada ano a carência aumenta em 6 contribuições. No ano 2011, chegará ao número de 180 contribuições mensais, patamar no qual se estabilizará.

4.1.3. Salário-maternidade

A carência é de 10 contribuições mensais.

As seguradas: empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa estão, porém, dispensadas do período de carência.

Para as demais seguradas, a carência é de 10 meses. Essa carência, porém, é móvel, sendo possível ser menor. Exemplo: se o bebê nasce com oito meses, a carência é de nove meses; se o bebê nasce com sete meses, a carência é de oito meses.

4.2. Benefícios em que não é exigida a carência

• pensão por morte;

• auxílio-reclusão;

• auxílio-acidente;

• salário-família;

• serviço social;

• habilitação e reabilitação profissionais;

• benefícios previstos no artigo 39 e no artigo 143 da Lei 8213/91.

Bastam os segurados ou dependentes serem filiados para receberem o benefício. Na última hipótese devem o segurado especial e/ou trabalhador rural comum comprovar essa sua condição nos meses imediatamente anteriores ao requerimento dos benefícios previstos naqueles artigos, por período igual ao exigido como carência para prestação. Exemplo: o segurado especial não precisa provar que contribuiu doze meses para ter direito ao auxílio- doença, no valor de um salário mínimo; basta provar que exerceu essa atividade nos doze meses anteriores ao requerimento da prestação, ainda que de forma descontínua.

4.3. Problema Sobre a Carência

O problema surge quando o filiado perde a condição de segurado e, após um período, volta a ser filiado. Nesse caso, surge a indagação: deve-se contar novamente a carência?

Por exemplo:

• trabalhou 15 anos = fez 180 contribuições mensais;

• perdeu o emprego = ficou 48 meses sem trabalhar e contribuir;

• usufruiu do período de graça = 36 meses de período de graça;

• perdeu a condição de segurado no 16.º dia do 38.º mês.

A lei diz que se pode aproveitar a contribuição da 1.ª filiação para efeito de carência, desde que, na 2.ª filiação, o segurado cumpra pelo menos 1/3 da carência exigida.

Exemplo: em caso de auxílio-doença exigem-se 12 contribuições mensais, então, na 2.ª filiação deve haver no mínimo 4 contribuições. Em caso de aposentadoria por idade, exigem-se 180 contribuições, então, na 2.ª filiação exigem-se no mínimo 60 contribuições.

Nesse caso, não houve perda da condição de segurado. Todas as contribuições fazem parte da 1.ª filiação. Assim, caso o segurado necessitasse, por exemplo, de auxílio-doença, para o qual são exigidas 12 contribuições, ele já teria direito, pois já cumpriu o período de carência.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Benefício em espécie

Benefícios devidos aos segurados

1. BENEFÍCIOS DEVIDOS AOS SEGURADOS

1.1. Aposentadoria por Invalidez

Tem por objetivo substituir a remuneração do segurado que se encontre incapaz total e definitivamente para o exercício de atividade que lhe garanta sobrevivência.

1.1.1. Requisitos

• Condição de segurado

Carência: 12 contribuições mensais. Se for em razão de acidente de qualquer natureza ou moléstia grave, a carência é dispensada.

• Incapacidade total e definitiva para o exercício de atividade que garanta a sobrevivência do segurado e dos seus dependentes. O perito do INSS deve comprovar essa incapacidade.

1.1.2. Moléstia preexistente

No tocante à moléstia preexistente, o segurado pode receber o benefício. Só não o receberá se a moléstia já era incapacitante quando se filiou à Previdência, pois, nesse caso, caracteriza-se fraude.

Se a moléstia era preexistente e o segurado era incapaz, não importa se estava de boa ou má-fé, o segurado não receberá o benefício.

Caso se trate de moléstia de progressão e o segurado já a possuía antes de se filiar, para receber o benefício, basta que seja comprovada a progressão da moléstia. Ex.: Mal de Chagas.

1.1.3. Necessidade da realização de exames

O segurando que recebe o benefício tem que se submeter a todos os tratamentos recomendados e custeados pela Previdência Social, sob pena de cessação do benefício. Existem, porém, dois procedimentos médicos que não são obrigatórios. São eles:

cirurgia; transfusão de sangue.

Esses procedimentos são considerados de risco, portanto, a pessoa pode escolher se quer faze-los ou não.

É fundamental, porém, que o segurado compareça à Previdência para reavaliação e realização dos demais exames e tratamentos, sob pena de cessação do benefício. Se o segurado não tiver como ir ao local da perícia, o perito deverá ir até ele.

1.1.4. Comprovação de que o segurado possui incapacidade

O segurado é considerado incapaz quando não tem condição de desenvolver atividade remunerada compatível com o grau de complexidade da atividade que exercia anteriormente ou quando a atividade que ele puder desenvolver não lhe garantir posição social equivalente àquela que ocupava anteriormente à enfermidade (deve-se analisar o caso concreto).

O alcoolismo é considerado doença incapacitante.

1.1.5. Reabilitação profissional/ habitação profissional

O INSS pode submeter o segurado à reabilitação/habilitação; conseqüentemente, o segurado deixa de receber o benefício.

Em alguns Estados, o INSS mantém programas para reabilitação, mas são poucos. Hoje, normalmente, quando os peritos percebem a possibilidade de reabilitação, é concedido o benefício de auxílio-doença e não o de aposentadoria por invalidez.

1.1.6. Termo inicial do benefício

• Para o segurado empregado, é a contar do 16.º dia do afastamento da atividade. Os 15 primeiros dias de afastamento quem paga é o empregador (é salário).

Esse termo inicial será mantido se o segurado requerer o benefício em até 30 dias contados da data do afastamento.

Caso requeira após o 30.º dia, o termo inicial para o segurado empregado será a contar da data do requerimento, exceto se ele conseguir comprovar que não fez o requerimento dentro dos 30 dias por encontrar-se hospitalizado ou submetido a tratamento ambulatorial.

• Para os demais segurados, o termo inicial é a contar da data do início da incapacidade ou a contar da data do requerimento, se entre a data do afastamento e a data do requerimento transcorrerem mais de 30 dias, exceto se conseguir comprovar que não fez o requerimento dentro dos 30 dias por se encontrar hospitalizado ou submetido a tratamento ambulatorial.

1.1.7. Valor do benefício

Será fixado em 100% do salário de benefício, que será calculado com base no

salário de contribuição.

O salário de contribuição é o valor da remuneração do segurado sobre o qual incide a contribuição social. Nem sempre a contribuição social incide sobre a remuneração total do segurado, é necessário observar o teto previdenciário.

Teto: R$ 1.430,00.

Piso: corresponde a 1 salário mínimo.

Ex.: O contribuinte ganha R$ 10.000,00, mas a contribuição incidirá sobre R$

1.430,00. É com base nesse valor que se chega ao salário-benefício.

O salário de contribuição para a aposentadoria por invalidez será a média aritmética simples de 80% dos maiores salários de contribuição apurados no período básico de cálculo. O período básico de cálculo é aquele compreendido entre o mês anterior ao requerimento do benefício e julho de 1994.

Exemplificando:

Período contributivo = 180 meses

Utiliza-se 80% do período contributivo, que será igual a 144 contribuições. O passo seguinte é selecionar as 144 maiores contribuições de todo o período contributivo. Somam- se os valores, atualizam-se e divide-se o resultado por 144. O valor encontrado será o valor do salário de benefício.

Quando o segurado tiver menos que 144 contribuições, utilizam-se todas as contribuições (100%), somam-se, atualizam-se e divide-se o resultado pelo número de contribuições, assim, será encontrado o valor do salário benefício.

Exemplificando:

Período de contribuição = 50 meses

Somam-se todas as contribuições, atualizam-se e divide-se o resultado por 50, o valor encontrado é o do salário de benefício.

Para esses cálculos de aposentadoria por invalidez, não há utilização do fator previdenciário.

Temos ainda, na aposentadoria por invalidez, a possibilidade de o segurado, além dos 100% do salário de benefício, receber mais 25% desse valor, ainda que ultrapasse o teto, na hipótese de o segurado depender do auxílio de terceiros para os atos da vida comum (higiene, alimentação etc.). Esses 25% serão reajustados sempre que o benefício for reajustado. Mas ele não se transmite no caso de pensão por morte.

1.1.8.Termo final do benefício

A aposentadoria por invalidez termina:

• como regra, com a morte do segurado (os benefícios previdenciários são personalíssimos, extinguem-se com a morte);

• quando o próprio segurado requer uma reavaliação da sua condição física. Caso a perícia médica conclua que o segurado está recuperado, a aposentadoria por invalidez será cancelada;

• se o segurado voltar à atividade voluntariamente. Nesse caso, cessa imediatamente a partir da data do seu retorno. Se o aposentado por invalidez for contratado, sem registro, ele perde o benefício e o empregador sofre sanções (multa);

• se o segurado é considerado apto, após 5 anos, no máximo, de afastamento, e tiver o direito de retornar à mesma função, na mesma empresa, cessa imediatamente a aposentadoria por invalidez a partir do momento que o segurado reassume o cargo;

• se o segurado recupera a capacidade após, no máximo, 5 anos de afastamento e não tem o direito de retornar à mesma empresa, o benefício será cancelado após tantos meses quantos forem os anos que ele esteve afastado. Ex:. ficou afastado por 3 anos, receberá o benefício ainda por três meses. Após isso, cessa o benefício. Ocorre na hipótese de não se tratar de segurado empregado;

• se o segurado não recuperar totalmente a capacidade ou se a recuperar após 5 anos, ou ainda, se ele for declarado apto para exercer atividade diversa daquela que anteriormente exercia. Nesses casos, a aposentadoria por invalidez cessa progressivamente:

− do 1.º ao 6.º mês após a recuperação, o segurado receberá 100% do valor do

benefício;

− do 7.º ao 12.º mês, o segurado receberá 50% do valor do benefício;

− do 13.º ao 18.º mês, o segurado receberá 25% do valor do benefício.

Assim, durante um ano e meio, o segurado ainda receberá o benefício, mesmo que volte a trabalhar. Se, durante esse período, o segurado voltar a ficar doente, ele deverá esperar acabar o benefício para só depois requerer outro.

2. APOSENTADORIA POR IDADE

Encontra-se disciplinada nos arts. 48 a 51 da Lei n. 8.213/91. É um benefício que teve sua denominação modificada: antes de 1991 era chamado “aposentadoria por velhice”. Esse benefício parte do pressuposto da incapacidade pela idade cronológica, premiando o segurado em razão de sua idade.

2.1. Requisitos

2.1.1. Condição de segurado

2.1.2. Carência

A carência é de 180 contribuições mensais, porém deve ser observada a tabela progressiva do art. 142 da Lei n. 8.213/91. Para o ano de 2001, a carência é de 120 contribuições mensais.

2.1.3. Idade mínima

Homem: 65 anos.

Mulher: 60 anos.

Ressalte-se que não basta ter a idade exigida. É preciso ter a idade, cumprir a

carência e ser segurado.

Para o trabalhador rural, a idade mínima exigida diminui 5 anos, tendo em vista as condições em que ele exerce o seu trabalho: sol, chuva, frio; às vezes trabalha sem parar sábado, domingo. Assim, a idade para o segurado rural é:

• homem: 60 anos;

• mulher: 55 anos.

Essa distinção não fere o princípio da isonomia, pois é a própria CF que faz a distinção (feita pelo próprio constituinte originário). Soma-se ainda o fato de que isonomia é tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual, ou seja, a lei reconhece as diferenças.

2.2. Termo Inicial

Paraempregado e empregado doméstico, inicia-se a contagem da data do desligamento, quando requerida a aposentadoria em até 90 dias. Se o segurado requerer depois dos 90 dias ou se não se desligar do emprego, conta-se da data do requerimento.

Para os demais segurados, é a contar da data do requerimento.

2.3. Valor do Benefício

Sofreu alteração a partir da Lei n. 9.876/99, que introduziu o fator previdenciário.

O fator previdenciário é uma forma de cálculo dos benefícios de aposentadoria por idade e por tempo de contribuição e leva em conta a expectativa de sobrevida do segurado no momento da aposentadoria.

A Previdência, com base em uma tabela do IBGE, que é anual, tem a média de sobrevida das pessoas. Quanto menor for a expectativa de sobrevida, maior será o benefício. Quanto mais jovem o contribuinte se aposentar, menor será o valor do benefício.

Basicamente, a Previdência utiliza o valor poupado pelo segurado e divide pelo tempo de sua sobrevida.

2.4. Fator Previdenciário (artigo 32, §11, do decreto n. 3.048, de 6-5- 1999) f= Tc x a x [1 + ( Id + Tc x a)] Es 100

F = fator previdenciário

Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;

Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;

a = alíquota de contribuição (igual a 0,31);

Id = idade no momento da aposentadoria.

(Os valores para esses cálculos já estão prontos na tabela que segue junto deste módulo).

Na aposentadoria por idade, o fator previdenciário só será utilizado se for mais benéfico ao segurado.

2.5. Cálculo da Aposentadoria por Idade

Será calculada com base no salário de benefício.

Será 70% do salário de benefício, acrescido de tantos 1% quantos forem os grupos de 12 contribuições mensais, até o limite de 30%. Exemplificando:

a) Segurado homem de 65 anos e tempo de contribuição de 20 anos

Cada ano = 12 meses = 1%

1% x 20 = 20%

Então será = 70% + 20% =90%,

Este segurado terá direito a 90% do salário de benefício.

b) Segurada mulher de 60 anos e tempo de contribuição de 25 anos

Cada ano = 12 meses = 1%

1% x 25 = 25%

Então será = 70% + 25% =95%,

Esta segurada terá direito a 95% do salário de benefício.

2.6. Cálculo do Salário de Benefício

Essa fórmula se aplica na aposentadoria por idade e por tempo de contribuição.

O salário de benefício será a média aritmética simples de 80% dos maiores salários de contribuição apurados em todo o período contributivo, compreendido entre o mês anterior ao requerimento do benefício e julho de 1994, multiplicada pelo fator previdenciário.

A Lei n. 9.876, de 26.11.1999, que disciplinou o fator previdenciário, previu, porém, que ele será aplicado de forma progressiva, incidindo sobre 1/60 (um sessenta avos) da média aritmética do salário de benefício por mês que se seguir à publicação da citada lei, cumulativa e sucessivamente, até completar 60/60 (sessenta sessenta avos).

Assim, teremos uma incidência do fator previdenciário em:

• maio de 2001 de 19/60;

• junho de 2001 de 20/60;

• julho de 2001 de 21/60, e assim sucessivamente até que se complete 60/60.

2.7. Termo Final

Morte do assegurado.

2.8. Aposentadoria Compulsória por Idade

O art. 51 da Lei n. 8.213/91 prevê a aposentadoria compulsória por idade. Essa aposentaria é um direito do empregador.

É concedida essa aposentadoria ao segurado empregado com idade de:

• homem: 70 anos;

• mulher: 65 anos.

Ela é concedida independentemente da vontade do segurado. O segurado, porém, deve ter preenchido todos os requisitos: idade, carência, tempo de contribuição. Caso o empregado não preencha todos os requisitos, o empregador não poderá requerer a aposentadoria ao seu empregado.

Ressalte-se, por fim, que essa aposentadoria é uma faculdade do empregador, ele não é obrigado a requerer a aposentadoria compulsória de seu empregado

Benefícios devidos aos segurados

1. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Encontra-se disciplinada no Dec. n. 3048/e art. 201, § 7.º, da CF.

Antigamente, essa aposentadoria era chamada de aposentadoria por tempo de serviço, porém esta deixou de existir com a EC n. 20, passando a subsistir a aposentadoria por tempo de contribuição

5 anos x 12 meses = 60 meses

40% dos 60 meses = 24 meses (período adicional de contribuição)

Assim, essa segurada terá que trabalhar mais 24 meses, além dos 5 anos que faltavam para requerer sua aposentadoria proporcional.

b) Aposentadoria integral

• omem: 35 anos de tempo de serviço + 53 anos de idade + período adicional de contribuição equivalente a 20% do tempo que faltava para a aposentadoria (tempo de serviço) no momento que a EC n. 20 entrou em vigor.

• Mulher: 30 anos de tempo de serviço + 48 anos de idade + período adicional de contribuição equivalente a 20% do tempo que faltava para a aposentadoria (tempo de serviço), no momento que a EC n. 20 entrou em vigor.

Exemplificando:

Segurado homem que, quando a EC n. 20 entrou em vigor, tinha 25 anos de tempo de contribuição. Faltavam, portanto, 10 anos para se aposentar.10 anos x 12 meses = 120 meses20% dos 120 meses = 24 meses (período adicional de contribuição)

Ele terá que trabalhar mais 24 meses, além dos 10 anos, para requerer sua aposentadoria integral.

Importante ressaltar que a EC n. 20 entrou em vigor em 15.12.1998. O salário de benefício desses segurados será:

• aposentadoria proporcional: 70% do salário de benefício;

• aposentadoria integral: 100% do salário de benefício.

Se os segurados que se encontram nessa situação preferirem a nova regra, enquadrar-se-ão na situação 2.3.

2.3. Pessoas que ingressaram na Previdência após a entrada em vigor da EC n. 20, ou aqueles que se encontravam na situação anterior, mas fizeram opção pela regra nova (definitiva)

Regras definitivas: não há mais aposentadoria proporcional, apenas a integral; nesta nova aposentadoria, não há mais necessidade de idade mínima, bastando o tempo de contribuição e o de carência (ressalta-se que, no regime estatutário, além do tempo de contribuição, é exigida a idade mínima de 53 anos para o homem e 48 para a mulher); tempo de contribuição: homem: 35 anos; mulher: 30 anos. O tempo de serviço anterior à EC n. 20 é contado como tempo de contribuição.

3. APOSENTADORIA DO PROFESSOR

Para o professor da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio, o tempo de contribuição exigido, desde que todo o tempo de contribuição seja de exercício efetivo do magistério, será de:

• homem: 30 anos;

mulher: 25 anos.

O professor universitário e o diretor de escola foram excluídos desta regra. Caso o professor queira contar tempo de contribuição que não seja do magistério, cairá na aposentadoria comum.

4. CÁLCULO DO SALÁRIO DO BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA

POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – REGRA DEFINITIVA

O valor da aposentadoria por tempo de contribuição será de 100% do salário de benefício.

4.1. Cálculo do Salário de Benefício

Devem-se utilizar 80% dos maiores salários de contribuição, compreendido entre o mês anterior ao requerimento do benefício e julho de 1994, somar, atualizar, dividir pelo número de salários-contribuições que foram utilizados e multiplicar pelo fator previdenciário (lembrando que o fator previdenciário será aplicado de forma progressiva). O resultado encontrado será o valor do salário de benefício.

A EC n. 20 estabeleceu que para calcular o valor da aposentadoria por tempo de contribuição, utilizando-se o fator previdenciário, deve-se acrescentar mais 5 anos ao tempo de contribuição da mulher; mais 5 anos ao tempo de contribuição do professor; mais 10 anos ao tempo de contribuição da professora. Assim, o fator previdenciário utilizado para o homem e para a mulher será o mesmo.

Ex.: mulher que contribuiu 30 anos utiliza na tabela do fator previdenciário o valor correspondente a 35 anos de contribuição.

Professor que contribuiu 30 anos utiliza na tabela do fator previdenciário o valor correspondente a 35 anos de contribuição.

5. APOSENTADORIA ESPECIAL

É um benefício concedido em razão do exercício, pelo segurado, de atividade considerada excessivamente gravosa, física ou mentalmente. Ela será concedida aos 15, 20 ou 25 anos de tempo de serviço, dependendo do tipo de serviço exercido pelo segurado.

Quanto mais desgastante for a atividade, menor será o tempo de serviço necessário para aposentar-se.

No regulamento da Previdência, há um anexo (anexo IV, Decreto n. 3.048/99) que prevê o tipo de atividade e o número de anos que são necessários trabalhar para fazer jus à aposentadoria. O rol constante naquele anexo é exemplificativo. Exs.:

• para quem trabalha em abertura de mina de subsolo, são necessários 15 anos de tempo de serviço para fazer jus à aposentadoria especial;

• para o mineiro que trabalha na exploração de minérios em mina de subsolo, são

necessários 20 anos de tempo de serviço para pleitear o benefício quem trabalha como segurança, motorista profissional, enfermeira, operador de raio X, com energia elétrica em alta voltagem tem direito à aposentadoria especial com 25 anos de tempo de serviço.

Atualmente, para fazer jus a essa aposentadoria, todo o tempo de serviço deve ser especial. Até 1997 podia ser feita a conversão de tempo de serviço simples em especial.

Outros requisitos necessários para essa aposentadoria, além do tempo de serviço da

atividade, são:

• condição de segurado;

• carência de 180 contribuições; para o ano de 2001, a carência é de 120 contribuições (tabela do art. 142 da lei 8213/91).

O indivíduo, uma vez aposentado com esse benefício, não poderá voltar a trabalhar em atividade especial, sob pena de perder o benefício. Ele pode voltar a trabalhar em atividade comum.

O segurado pode requerer administrativamente ou judicialmente a condição de atividade especial.

A EC n. 20/98 diz que lei complementar estabelecerá quais as atividades consideradas especiais. Essa lei ainda não foi editada; atualmente, vale o Decreto n. 3.048/99 (anexo IV). O tempo de férias, licença e auxílio-doença são considerados tempo de atividade especial.

Pode-se contar tempo de serviço especial de determinada atividade com tempo de serviço especial de atividade diversa. A lei traz uma tabela para fazer a conversão. Converte-se para o tempo de serviço especial que a pessoa exerceu por maior período.

Atualmente, não é possível converter tempo comum em tempo especial. É possível, porém, converter tempo de serviço especial em tempo de serviço comum, se a pessoa trabalhou até 28.05.1998.

5.1. Conversão de Tempo Especial em Comum

Requisitos:

• é possível a conversão se a pessoa trabalhou até 28.05.1998;

• para essa conversão, é preciso que a pessoa tenha trabalhado 20% do tempo necessário para aposentadoria especial.

Ex.: segurada, operadora de raio X. São necessários 25 anos de tempo de serviço para fazer jus à aposentadoria especial. Essa segurada precisa trabalhar no mínimo 05 anos (ou seja, 20% de 25 anos) nessa atividade para poder pleitear a conversão.

No exemplo acima, preenchidos os requisitos pela segurada, a conversão se faz da seguinte forma: utilizando a tabela do anexo IV, Dec. n. 3.048/99, bem como o art. 70 do citado decreto, temos que, para a conversão em tempo comum, multiplica-se o número de anos trabalhados por 1,20. Assim temos: 1,20 x 5 = 6 anos. Portanto, 6 anos é o tempo especial para ser acrescido à atividade comum.

Como se trata de segurada mulher, que terá direito a aposentadoria comum com um tempo de contribuição de 30 anos, ela deverá trabalhar mais 24 anos para fazer jus ao benefício (aposentadoria comum).

Caso o segurado não preencha os requisitos necessários para conversão, conta-se o tempo especial como se fosse tempo comum. Assim, o segurado perde a condição de tempo especial, mas esse tempo é contado como comum.

5.2. Conversão de Tempo Especial em Tempo Especial

Para essa conversão, utiliza-se a tabela do art. 66 do Dec. n. 3.048/99. Exemplificando: um segurado que trabalhou 5 anos em abertura de mina, cuja aposentadoria é em 15 anos, passando, posteriormente, a trabalhar como mineiro, cuja aposentadoria é em 20 anos. A tabela diz que para converter 15 anos de tempo especial em 20 anos o fator é 1,33.

Então teremos: 5 X 1,33 = 6,65.

Portanto, seis anos e meio é o tempo que o segurado trabalhou em abertura de mina, convertido em tempo para aposentadoria de 20 anos de tempo especial.

Ante o exposto, esse segurado terá que trabalhar treze anos e meio como mineiro para ter direito ao benefício de aposentadoria especial (20 anos - 6,5 = 13,5).

5.3. Termo Inicial

Será fixado nos mesmos moldes da aposentadoria por idade, com uma única diferença: o segurado tem que se desligar do trabalho quando começar a receber.

Para o empregado doméstico, é a contar da data do desligamento, quando requerida em até 90 dias depois do desligamento. Se ele requerer depois do 90.º dia ou se ele não se desligar do emprego, é a contar da data do requerimento. Para os demais segurados, é a contar da data do requerimento.

5.4. Valor do Benefício

O valor do benefício de aposentadoria especial será de 100% do salário de benefício. Não se aplica o fator previdenciário.

O cálculo de salário de benefício se faz da seguinte forma: pela média aritmética simples dos salários de contribuição (80% dos maiores salários de todo o período contributivo). Soma-se, atualiza-se e divide-se pelo número de salários de contribuição que foi utilizado. Caso o segurado tenha menos que 144 salários de contribuição, consideram-se todas as contribuições e não apenas 80%.

5.5. Termo Final

Como regra, dá-se com a morte do segurado. Caso o segurado volte, porém, a desenvolver atividade especial, ele também perderá o benefício

Benefícios devidos aos segurados

1. AUXÍLIO-DOENÇA

Encontra-se disciplinado nos arts. 59 a 64 da Lei n. 8.213/91.

É um benefício devido ao contribuinte portador de incapacidade. Essa incapacidade pode ser em razão de moléstia comum, profissional ou acidente de trabalho. Geralmente, esse benefício antecede a aposentadoria por invalidez (antes de conceder a aposentadoria por invalidez, o INSS concede o auxílio-doença).

O auxílio-doença é concedido quando a pessoa está temporariamente incapacitada para o trabalho.

1.1. Requisitos

1.1.1. Condição de segurado

1.1.2. Carência

São necessárias 12 contribuições mensais. Exceto se a incapacidade for resultante de acidente de qualquer natureza ou das moléstias elencadas no art. 151 da Lei n. 8.213/91; nesses casos não há carência.

1.1.3. Incapacidade total e temporária para o trabalho

Importante ressaltar que todas as regras da aposentadoria por invalidez, relativas a tratamento médico, reabilitação, doença pré-existente e obrigação de avaliação, são aplicadas nesse benefício.

1.2. Termo Inicial

1.2.1. Segurado empregado

O termo inicial será a contar do 16º dia do afastamento. Os 15 primeiros dias é a empresa quem paga, e esse valor tem natureza salarial.

Será a contar do 16º dia do afastamento se o segurado empregado requerer o benefício em até 30 dias contados da data do afastamento.

Se o segurado empregado requerer após o 30º dia, o termo inicial é a contar da data do requerimento, a não ser que o segurado comprove que estava internado ou em tratamento ambulatorial.

1.2.2. Demais segurados

É a contar da data do início da incapacidade, se requerido em até 30 dias dessa data, ou se o segurado conseguir comprovar que não requereu neste prazo porque estava hospitalizado ou em tratamento ambulatorial.

Caso o segurado solicite após o 30º dia, o termo inicial será a contar da data

do requerimento.

1.3. Situações a Considerar

• O empregado afastou-se em licença médica e voltou a trabalhar no 15º dia. Posteriormente, voltou a se afastar em razão da mesma enfermidade. Esse segundo afastamento ocorreu a menos de 60 dias do primeiro afastamento.

Nesse segundo afastamento do segurado, a empresa não está obrigada a pagar os 15 primeiros dias de afastamento. A Previdência deve pagar, já como auxílio- doença. Caso a empresa pague ao segurado esse período, não terá como compensar com o INSS.

• Segurado empregado afasta-se da atividade. Os 15 primeiros dias são pagos pela empresa. O segurado não volta a trabalhar. A partir do 16º dia até o seu retorno ao trabalho, a Previdência paga auxílio-doença. A perícia relata que o segurado está curado. Sendo assim, o mesmo volta a trabalhar. Até o 60º dia, caso volte a ficar doente pelo mesmo motivo, considera-se que o auxílio-doença foi prorrogado. Mas, no que diz respeito ao tempo em que ele trabalhou e recebeu salário, não cabe o pagamento de auxílio- doença.

• Um segurado exerce duas ou mais atividades iguais. Caso tenha que deixar uma atividade devido à incapacidade, mas continue na outra, não pode pedir auxílio-doença. Só pode pedir caso se afaste das duas atividades.

• Um segurado que exerce duas atividades, concomitantemente, porém, distintas (ex: professor e advogado), caso se afaste de uma, pode requerer o auxílio-doença em relação a uma delas apenas. E, quanto aos requisitos necessários para o benefício, serão contados somente os da atividade referente à qual será concedido o auxílio-doença. Ex: Atividade de advocacia: 30 contribuições mensais; atividade de professor: 6 contribuições mensais.

• Caso o segurado exerça duas 2 atividades (ex: professor e advogado) e fique incapacitado para sempre para exercer uma dessas atividades (professor, p. ex.), não poderá pedir aposentadoria por invalidez.

Continuará recebendo auxílio-doença até poder se aposentar na outra profissão (advogado), com o benefício de aposentadoria por tempo de serviço. Mas, caso o segurado se torne incapaz nas duas atividades, poderá converte o auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.

1.4. Valor do Benefício

Será calculado no percentual de 91% do salário de benefício.

1.5. Cálculo do Salário de Benefício

Esse cálculo será igual ao da aposentadoria por invalidez.

Utilizam-se 80% dos maiores salários de contribuição de todo período contributivo a partir de julho de 1994, soma-se, atualiza-se e divide-se pelo número de contribuições utilizadas.

Se o segurado tiver menos que 144 salários de contribuição, após julho de

1994 deverão ser considerados todos e não apenas 80%.

1.6. Termo Final

Dá-se o termo final:

• com a recuperação da capacidade de trabalho;

• com a morte do segurado;

• com a conversão em aposentadoria por invalidez (depende de perícia

médica);

• se o segurado completar a idade para se aposentar.

2. SALÁRIO-FAMÍLIA

Esse benefício encontra-se disciplinado nos arts. 65 a 70 da Lei 8.213/91. A EC n. 20, de 15.12.1998, estabeleceu que o salário-família será permitido apenas ao segurado de baixa renda.

Segurado de baixa renda, para a Previdência Social, é o segurado que recebe até R$ 468,47 por mês.

3. VALOR DO BENEFÍCIO

Atualmente, o valor do salário-família é de R$ 11,26 por filho.

4. REQUISITOS PARA RECEBER O BENEFÍCIO

Esse beneficio é devido aos segurados empregados, exceto ao doméstico, ao trabalhador avulso e inclusive ao aposentado de baixa renda, desde que eles tenham filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade.

Equipara-se a filho, para fins de receber esse benefício, o menor tutelado e o enteado.

Caso pai e mãe trabalhem e o salário de cada um não seja superior a R$ 468,47 por mês, ambos terão direito ao salário-família.O segurado deve, ainda, comprovar que seu filho recebeu as doses de vacina consideradas obrigatórias.

Hoje também se exige a comprovação da freqüência escolar, caso o filho já tenha idade para freqüentar a escola. A legislação pune o segurado que não comunica à Previdência que não tem mais direito ao salário-família: isso é considerado crime.

Quem paga o salário-família é a empresa e depois ela compensa esse valor na folha de salário.

A empresa deve guardar os demonstrativos do salário-família por, pelo menos, 10 anos. Esse é o prazo de prescrição das ações para a Previdência Benefícios Devidos aos Segurados

1. SALÁRIO MATERNIDADE

Esse benefício encontra-se disciplinado nos artigos 201, inciso II e 7.º, inciso XVIII,

ambos da Constituição Federal e nos artigos 71 a 73 da Lei n. 8.213/91.

Segundo Sérgio Pinto Martins, o salário-maternidade consiste na remuneração paga pelo Instituto Nacional de Seguridade Social à segurada gestante durante seu afastamento, de acordo com o período estabelecido por lei e mediante comprovação médica.

Existem várias denominações para este benefício, como licença à gestante – artigo 7.º da Constituição Federal, licença-maternidade e salário-maternidade. Todavia, consoante o autor acima citado, licença-maternidade ou licença-gestante é apenas o período de 120 dias de afastamento da empregada, e o salário-maternidade corresponde ao próprio pagamento realizado pelo Instituto Nacional de Seguridade Social do benefício no período de afastamento da segurada gestante.

Tem por objetivo a proteção da mulher e do bebê.

A legislação trabalhista concede a licença maternidade, ficando a mulher afastada do trabalho; e, nesse período, ela recebe o benefício. Atualmente, conforme a Lei n. 9.876/99, o salário maternidade é pago a todas as seguradas.

1.2. REQUISITOS PARA RECEBER O BENEFÍCIO

1.2.1. Condição de segurada

Para receber o benefício, a mulher deve ter a condição de segurada (artigo 71 da Lei n. 8.213/91), ou seja: segurada empregada, trabalhadora avulsa, empregada doméstica, segurada especial, contribuinte individual ou até mesmo facultativa.

A Lei n. 10.421, de 15.04.2002, acrescentou o artigo 71-A na Lei n. 8.213/91,

estendendo tal benefício à segurada que adotar ou obtiver a guarda judicial para fins, de adoção de criança, estabelecendo uma relação entre a idade da criança e o período de dias devidos como salário-maternidade,

1.2.2. Período de Carência

Esse benefício possui carência móvel: em princípio, a carência é de 10 contribuições mensais, mas, se o parto for antecipado, a carência será reduzida conforme o número de meses da antecipação. A carência será, sempre, o período de gestação acrescido de um mês. Exemplo: 7 meses de gestação = carência de 8 contribuições mensais. Assim, ocorrendo antecipação do parto em 02 meses, a carência será reduzida de 10 meses para 08 meses.

A segurada empregada, a empregada doméstica e também a trabalhadora avulsa não têm carência, portanto, no momento em que se filiarem à Previdência, já terão direito. As seguradas facultativa e contribuinte individual seguem a regra geral acima explicada.

A segurada especial, para exercer o direito que tem a um benefício no valor de um salário mínimo, deve comprovar que exerceu essa atividade nos 12 meses anteriores ao requerimento da prestação, independentemente de contribuição.

1.3. Termo Inicial e Final

Pelo fato de a mulher estar grávida e dar à luz, o benefício será concedido por 28 dias antes e 91 dias depois do parto, totalizando 120 dias de salário maternidade (somando-se o dia do parto).

Havendo requerimento após o parto, a data do início do benefício será fixada na do afastamento do trabalho constante do atestado médico apresentado pela segurada, se a do afastamento for anterior à data de nascimento da criança.

Tratando-se de parto antecipado, ainda que ocorra parto de natimorto, comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito aos 120 (cento e vinte) dias previstos na lei.

Vale observar que a legislação previdenciária considera o parto como ofato

gerador da prestação e que, para fins de concessão da prestação, parto é o evento ocorrido a partir da 23ª semana (6.º mês de gestação), inclusive em caso de natimorto (artigo 236, § 2.º, da Instrução Normativa INSS/DC, n. 78, de 16 de julho de 2002).

Em caso de aborto, é necessário saber se se trata de aborto espontâneo ou provocado. Se espontâneo, a mulher terá direito a duas semanas de salário- maternidade. Se o aborto for provocado, há duas hipóteses.

A legislação atual, vigente desde a edição da Lei n. 9.528/97, prevê que o auxílio-acidente será pago até que a pessoa se aposente. Pela legislação anteriormente vigente, a prestação era vitalícia. Dessa forma, se o segurado adquiriu o direito ao auxílio-acidente antes da edição daquela Lei, a superveniência de aposentadoria não pode extinguir sua prestação, pois se trata de direito já incorporado ao seu patrimônio jurídico (direito adquirido).

Após a edição da Lei n. 9.528/97 (ressalvada a hipótese dos segurados que já tinham adquirido direito ao auxílio-acidente, como explicado supra) esse benefício passou a ser considerado no cálculo de aposentadoria.

Exemplo: “A” recebe R$ 200,00 de salário e R$ 100,00 de auxílio-doença. Quando “A” for se aposentar, será levado em conta, para o salário benefício, o valor de R$ 300,00. Porém, assim que começar o recebimento do benefício da aposentadoria, cessará o auxílio-acidente. A soma desses dois valores, entretanto, não deverá ultrapassar o limite-teto do salário de contribuição.

2.1. Objetivo

O auxílio-acidente tem por objetivo indenizar o segurado empregado (exceto o doméstico), o trabalhador avulso e o segurado especial, por seqüelas resultantes da consolidação de lesões de acidente de qualquer natureza.

A lesão ocorrida não impede o segurado de trabalhar, mas a seqüela existe (pode ser inclusive de natureza estética) e possui caráter de definitiva, por isso passível de indenização.

2.2. Requisitos

São requisitos para o recebimento do auxílio-acidente:

• condição de segurado;

• existência de seqüela resultante de acidente de qualquer natureza;

• redução definitiva da capacidade para o trabalho.

Quanto ao terceiro dos requisitos acima apontados, vale observar que para a concessão da prestação basta que o segurado apresente redução da capacidade para o trabalho, ainda que a mesma represente somente um maior esforço para o desempenho da função que exercia na data do infortúnio.

Essa observação se faz necessária porque antes da edição da Lei n. 9.032, de 27 de abril de 1995, havia gradações na redução da capacidade, de forma que quanto mais grave a lesão, maior era a indenização.

Havia três situações básicas:

a) redução da capacidade, sem necessidade de mudança de função;

b) redução de capacidade, com necessidade de mudança para outra função de igual nível de complexidade e;

c) redução da capacidade, com necessidade de mudança para função de menor nível de complexidade

Pela atual redação do artigo 86 da Lei n. 8.213/91, não há diferença de indenização para essas diversas situações. A obrigação do Instituto Nacional de Seguridade Social é quantitativamente igual, independente, por exemplo, de o segurado estar enquadrado na situação “a” (menos grave) ou “c” (mais grave).

2.4. Termos Inicial e Final

O termo inicial será contado do dia seguinte àquele em que cessou o auxílio- doença. Exemplo: auxílio-doença cessa dia 16, conseqüentemente o auxílio-acidente será contado a partir do dia 17.

Nas hipóteses em que o trabalhador requer o benefício diretamente ao Judiciário, há divergência jurisprudencial quanto ao início do benefício. Há julgados no sentido de que o benefício será devido a partir da data da citação do Instituto Nacional de Seguridade Social, momento em que há constituição da mora; outros julgados, principalmente do Superior Tribunal de Justiça, determinam que a data do início do benefício deverá coincidir com a data da apresentação do laudo médico- pericial em juízo.

O termo final da prestação se dá no momento em que o segurado falece ou se aposenta; nesse último caso, desde que o auxílio-acidente tenha sido concedido a partir da vigência da Lei n. 9.528/97, conforme explicado acima.

2.5. Valor do Benefício

A legislação anterior previa valores que variavam segundo as situações indicadas no item 2.2., em percentuais que incidiam sobre o salário-de-benefício ou sobre o salário-de-contribuição do dia do acidente, o que fosse mais vantajoso para o segurado. Os percentuais eram: a) 30%, para as situações que não exigiam mudança de função; b) 40%, para os casos que determinavam mudança para outra função do mesmo nível de complexidade e c) 60%, nas hipóteses em que o obreiro era readaptado em função de nível inferior de complexidade.

Hoje em dia (a partir da Lei n. 9.032/95), o benefício é calculado com base no percentual único de 50%, incidente sobre o salário-de-benefício do segurado, independente da graduação já explicada.

Em regra, os segurados que fazem “jus” a esse benefício receberão 50% do valor do salário de benefício que deu origem ao auxílio-doença (lembrando que o valor do auxílio-doença é de 91 % do salário de beneficio).

Exemplo – salário benefício que deu origem ao auxílio-doença: R$ 200,00; auxílio-acidente: R$ 100,00.

O benefício de auxílio-acidente poderá ser pago em valor inferior a um salário mínimo. Ressalte-se que só podem ser pagos benefícios inferiores a um salário mínimo nos casos em que os mesmos não subsistem à remuneração. Assim ocorre com o auxílio-acidente, que representa indenização em virtude de perda parcial e definitiva da capacidade laborativa do segurado.

5. TERMO FINAL

O termo final será quando o último dependente com direito a pensão perder a condição de dependente. A pensão por morte pode ser cumulada com outros benefícios, exceto com outra pensão por morte do cônjuge ou companheiro (nesses casos, tem-se que optar).

É permitido cumular, por exemplo: pensão de marido e de filho, se se conseguir comprovar que dependia do filho; pensão de dois filhos. Mas a cumulação não pode ultrapassar o teto previdenciário.

Se os regimes previdenciários forem diferentes, podem-se cumular benefícios de dois maridos, mas o valor não poderá ser superior ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (pois os dois valores vêm dos cofres públicos).

6. AUXÍLIO-RECLUSÃO

O benefício encontra-se disciplinado no art. 80 da Lei n. 8.213/91.

O princípio que deu origem a esse benefício é o de que a pena não pode passar da pessoa do criminoso. Não pode, dessa forma, atingir a família do criminoso (art. 5.º, inc. XLV, da CF).

O auxílio reclusão é pago aos dependentes do recluso.

6.1. Requisitos

6.1.1. Condição de dependente

A partir da Emenda Constitucional n. 20 (art. 13), quem possui direito a esse beneficio são apenas os dependentes do segurado recluso de baixa renda. É considerado de baixa renda o segurado que possui salário igual ou inferior a três salários mínimos.

6.1.2. Carência

Não há período de carência para o benefício.

6.1.3. Detenção ou reclusão do segurado

Faz-se necessário que o segurado do INSS se encontre detido ou recluso em razão da aplicação de sanção pela prática de ato ilícito. Os dependentes do segurado, trimestralmente, terão que apresentar uma certidão comprovando que o segurado continua detido ou recluso. Não há necessidade do trânsito em julgado da sentença condenatória para que os dependentes do segurado tenham direito ao benefício.

Caso o preso continue recebendo remuneração do seu trabalho (o que nunca ocorre na prática), os dependentes não terão direito ao auxílio reclusão. Se o preso tiver apenas filhos menores, o Ministério Público não só pode como deve requerer o benefício

6.2. Termo Inicial

O termo inicial do benefício é a data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se for requerido até 30 dias da mesma; caso contrário, observar-se-á a data do requerimento.

6.3. Valor do Benefício

O valor do benefício será calculado nos mesmos termos em que é calculada a pensão por morte. Primeiro, faz-se o cálculo do valor da aposentadoria por invalidez. Assim, 100% desse valor será o auxílio-reclusão. Caso o segurado seja aposentado, não terá direito ao auxílio-reclusão, pois os dependentes continuarão a receber a aposentadoria.Se o segurado estiver no período de graça, os dependentes terão direito ao benefício.

6.4. Termo Final

6.4.1. Morte do segurado

Nesse caso, os dependentes passam a receber pensão por morte.

6.4.2. Perda da condição de dependente

Quando os dependentes perdem essa condição, também o benefício chega a seu termo.

6.4.3. Segurado solto

Quando o segurado é solto, cessa o benefício. Isso ocorrerá quando o segurado cumprir a pena, for beneficiado com o regime aberto ou obtiver o livramento condicional.

Caso o segurado fuja da cadeia, cessará o benefício. Se for recapturado e durante o período da fuga não tiver perdido a condição de segurado, os dependentes terão direito ao benefício. Se perdeu, contudo, a condição de segurado, os dependentes não terão direito ao auxílio-reclusão

Os dependentes não terão mais direito, pois o segurado foi recapturado após o período de graça, que é de 12 meses.

Importante ressaltar que, se durante o período em que esteve foragido o segurado contribuiu, essa contribuição valerá para continuar segurado. Nesse caso, ao ser novamente preso, os dependentes terão direito ao auxílio reclusão, desde que o novo trabalho do segurado não tenha salário superior a três salários mínimos.

Ressalta-se, por fim, que a cota-parte de quem deixar de ser dependente transfere-se aos demais dependentes

. ABONO ANUAL (GRATIFICAÇÃO NATALINA)

O abono anual, também chamado gratificação natalina, possui fundamento constitucional no artigo 201, § 6.º da lei maior. Está previsto na Lei n. 8.213/91, em seu artigo 40, sendo regulamentado no artigo 120 do Decreto n. 3.048/99. Esse abono equivale ao décimo terceiro salário do trabalhador em atividade.

Se o segurado recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão da Previdência, terá direito ao abono anual, que é pago nos moldes do décimo terceiro salário. Exemplificando: uma segurada que recebeu por seis meses auxílio-doença, terá direito ao abono proporcional, semelhante ao recebimento do décimo terceiro salário.

O valor do abono será o do benefício recebido no mês de dezembro.A soma dessa prestação com os benefícios acima elencados pode ultrapassar o limite-teto dos benefícios previdenciários. Dispõe o artigo 120 do Decreto n. 3.048/99:

“Será devido abono anual (décimo terceiro salário ou gratificação natalina) ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio- acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão.

§ 1.° – O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano.

§ 2.° – O valor do abono anual correspondente ao período de duração do salário-maternidade será pago, em cada exercício, juntamente com a última parcela do benefício nela devida.”

2. CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE SERVIÇO

Os juízes federais Daniel Machado da Rocha e José Baltazar Junior, em sua obra Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social, conceituam a contagem recíproca como sendo “um instituto previdenciário, contaminado pelo princípio da universalidade do seguro social, tendo por finalidade franquear ao segurado que esteve vinculado a diferentes regimes a obtenção dos benefícios previdenciários, quando ele não preenche os requisitos, considerando-se unicamente um determinado regime previdenciário”.

É possível a contagem de tempo de serviço exercido na Administração Pública para concessão de benefícios no Regime Geral de Previdência Social – RGPS, e vice-versa, sejam as atividades exercidas de natureza urbana ou rural.

Exemplificando: “A” trabalhou 10 anos como trabalhador rural e depois passou em concurso público, ou vice-versa. Os dois tempos contam como tempo de serviço para a aposentadoria de “A”. Segurado que contribuiu como advogado (iniciativa privada – Regime Geral de Previdência) e depois passou em concurso (Regime Estatutário de Previdência), ou vice-versa. Os dois tempos também contam como tempo de serviço para aposentadoria.

Para ser computado o tempo do serviço público para concessão de benefícios no Regime Geral de Previdência Social deve ser obtida, do regime próprio de previdência a que pertencia o servidor, certidão contendo o tempo do serviço público, que deverá ser apresentada ao Instituto Nacional de Seguridade Social para efeito de averbação. O contrário também acontece: O ex-segurado do Regime Geral de Previdência Social que deseje considerar o tempo em que esteve vinculado à Previdência do setor privado para concessão de benefícios em regime próprio do setor público, deve obter do Instituto Nacional de Seguridade Social certidão, contendo o tempo de serviço privado, que deverá ser apresentado ao ente da federação onde deseja ver computado esse tempo de serviço/contribuição.

Há sempre um regime de origem, que é aquele de onde se obtém a certidão e um regime instituidor, que é sistema que concederá benefício com base no tempo certificado. Exemplo: ex-servidor que aproveita tempo de serviço público para concessão de aposentadoria no Regime Geral de Previdência Social. O regime de origem é o regime previdenciário próprio do servidor, de onde se obtém a certidão; o regime instituidor é o Instituto Nacional de Seguridade Social, que concederá aposentadoria com base na certidão emitida.

A contagem recíproca é permitida, uma vez que há compensação entre o Regime Geral de Previdência e o Regime Estatutário. A compensação financeira será feita ao sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerer o benefício pelos demais

sistemas (regime instituidor), em relação aos respectivos tempos de contribuição ou de serviço, conforme dispuser o Regulamento. Só é permitida a contagem recíproca, todavia, se o tempo dos serviços ligados ao regime geral ou estatutário não forem concomitantes.

No caso de período concomitante, o melhor a fazer é continuar a contribuir nos dois regimes e aposentar-se em ambos.

Assim, só pode contar os tempos de serviços de regimes diferentes, se eles forem exercidos em épocas diversas.

A certidão de tempo de contribuição (CTC) emitida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social será única, devendo constar o período integral de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social. No caso de se desejar o fracionamento dos períodos, a certidão de tempo de contribuição poderá ser emitida, a pedido do segurado, devendo constar a informação de todo o tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social e a indicação dos períodos que o segurado deseja averbar no órgão ao qual estiver vinculado.

O tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social que constar da certidão de tempo de contribuição, mas que não tenha sido aproveitado em regime próprio de previdência, poderá ser utilizado para fins de benefícios junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social.

Ressalta-se, ainda, que não se pode usar o mesmo tempo de serviço para requerer mais de um benefício, ainda que seja em regimes distintos. O tempo de contribuição vale para concessão de apenas um benefício.

É possível contar o tempo de serviço rural ou urbano, bastando que o indivíduo tenha efetivamente contribuído.

3. SERVIÇOS PAGOS PELA PREVIDÊNCIA AOS DEPENDENTES E

SEGURADOS

A Lei n. 8.213/91, nos artigos 88 a 93, trata dos serviços que a Previdência prestará aos segurados e dependentes. São eles:

• serviço social;

• habilitação/reabilitação profissional.

A mencionada lei reconhece os limites do sistema em prestar esses serviços. Sendo assim, prioriza o atendimento ao segurado. O atendimento do dependente, portanto, dependerá das disponibilidades estruturais e/ou financeiras do sistema.

. Alíquotas

1.1 Empresa ou Equiparado

– 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços.

Nota 1: tratando-se de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, de financiamento ou de investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos ou de valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados ou de capitalização, agentes autônomos de seguros privados ou de crédito e entidades de previdência privada abertas ou fechadas, é devida a contribuição adicional de 2, 5% (dois e meio por cento) incidente sobre a remuneração dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais.

- 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave) incidente sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

Nota 2: o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da empresa, que deverá fazê-lo mensalmente, com base na atividade econômica preponderante, observando a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco contida no Anexo V do Decreto 3.048, de 1999.

- 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhes prestam serviços, para fatos geradores ocorridos a partir de 1° de março de 2000.

- 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, relativamente aos serviços que lhes são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, para fatos geradores ocorridos a partir de 1° de março de 2000.

- Alíquotas variáveis, a depender da atividade da empresa, para outras entidades e fundos (terceiros), incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços.

Nota 3: a empresa ou equiparado sujeita-se também ao recolhimento de contribuições a terceiros (entidades e fundos), incidentes sobre o total de remuneração de empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, de acordo com o enquadramento de sua atividade no FPAS e as alíquotas constantes do Anexo III da Instrução Normativa MPS/SRP n. 03, de 2005.

Contribuição Adicional Devida pela Empresa – Aposentadorias Especiais

Exercendo o segurado atividade em condições especiais que possam ensejar aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de trabalho sob exposição a agentes nocivos prejudiciais à sua saúde e integridade física, é devida pela empresa ou equiparado a contribuição adicional destinada ao financiamento das aposentadorias especiais.

- Incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao segurado empregado e trabalhador avulso

a) quatro, três e dois por cento, para fatos geradores ocorridos no período de 1º de abril de 1999 a 31 de agosto de 1999;

b) oito, seis e quatro por cento, para fatos geradores ocorridos no período de 1º de setembro de 1999 a 29 de fevereiro de 2000;

c) doze, nove e seis por cento, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2000.

- Incidentes sobre a remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual filiado à cooperativa de produção

doze, nove e seis por cento, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003, conforme o tempo exigido para a aposentadoria especial seja de quinze, vinte ou vinte e cinco anos, respectivamente.

sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços emitida por cooperativa de trabalho em relação aos serviços prestados por cooperados a ela filiados, nove, sete e cinco por cento, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003, observado o disposto no art. 294, conforme o tempo exigido para a aposentadoria especial seja de quinze, vinte ou vinte e cinco anos, respectivamente.

Nota:  a empresa contratante de serviços mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, quando submeter os trabalhadores cedidos a condições especiais de trabalho, deverá efetuar a retenção de 11% (onze por cento) incidente sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, acrescida, quando for o caso, de quatro, três ou dois pontos percentuais, relativamente ao valor dos serviços prestados pelos segurados empregados cuja atividade permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

Contribuição sobre a Produção Rural

- 2,6% (dois vírgula seis por cento) incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de agosto de 1994, em substituição à contribuição de 20% e daquelas destinadas ao custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.

1.2 Associação Desportiva que Mantém Equipe de Futebol Profissional

5 % da renda bruta dos espetáculos desportivos da associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional incidente sobre a receita bruta decorrente de espetáculos desportivos e de qualquer forma de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, de propaganda e transmissão de espetáculos.

1.3 Empregador Doméstico

- 12% (doze por cento) do salário de contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

1.4 Segurados Empregado, Trabalhador Avulso de Empregado Doméstico

Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de janeiro de 2010

1ª competência janeiro/2010 - pagamento em fevereiro/2010

Salário de Contribuição (R$) Alíquota para fins de Recolhimento ao INSS

Até R$ 1.040,22 8,00%

De R$ 1.040,23 até R$ 1.733,70 9,00%

De R$ 1.733.71 até R$ 3.467,40 11,0%

As alíquotas de contribuição previdenciária dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso foram restabelecidas devido à retirada da redução que era concedida em razão da CPMF (Portaria MF/MPS nº 77/08). De acordo com a norma, as alíquotas restabelecidas somente se aplicam às remunerações pagas já no ano-calendário de 2008. O que determina se haverá ou não redução a ser aplicada é o momento do pagamento da remuneração.

1.5 Contribuinte Individual

- 11% (onze por cento) para o Contribuinte individual que presta serviço à empresa, inclusive cooperativa de trabalho, a partir de abril/2003.

- 20% (vinte por cento) para o contribuinte individual que presta serviços à pessoa física; a outro contribuinte individual; à entidade beneficente de assistência social, isenta da cota patronal; a missões diplomáticas ou a repartição consular de carreira estrangeira.

1.6 Segurado Facultativo

- 20 % (vinte por cento) do salário de contribuição por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.

1.7 Alterações Introduzidas pela Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006

Com a edição da LC/123, de 14//12/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e alterou dispositivos das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, foi criada a alíquota de 11% para os segurados contribuinte individual e facultativo, que optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, desde que atendidos os requisitos abaixo:

a) o contribuinte individual trabalhe por conta própria (não preste serviços à empresa);

b) o contribuinte individual (empresário ou sócio de sociedade empresária), cuja receita bruta anual no ano-calendário anterior seja de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), e

c) o facultativo.

A alíquota de 11% é válida apenas para o segurado que contribui sobre o salário mínimo. Caso o salário-de-contribuição seja superior ao salário mínimo, o percentual é de 20%.

Inscrição: se o segurado já possui uma inscrição, seja um número de PIS, PASEP ou NIT, esse número será utilizado para fins de pagamento das contribuições. Caso não possua nenhuma inscrição, poderá realiza-la por meio da Internet ou pelo 135, não precisando ir a uma Agência da Previdência Social.

Início do recolhimento no percentual de 11% e códigos para recolhimento:

a)   a alíquota de 11% vigorará a partir da competência 04/2007, podendo o recolhimento ser realizado até o dia 15/05/2007; 

b) para o pagamento de competências anteriores a 04/2007 o percentual é de 20% do salário-de-contribuição;

c) o recolhimento de 11% será feito em Guia da Previdência Social (GPS), com códigos de recolhimento específicos.

2. Salário de Contribuição:

I - para os segurados empregado e trabalhador avulso, a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhe são pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou de acordo coletivo de trabalho ou de sentença normativa, observados os limites mínimo e máximo

II - para o segurado empregado doméstico a remuneração registrada em sua CTPS ou comprovada mediante recibos de pagamento, observados os limites mínimo e máximo

III - para o segurado contribuinte individual:

a) filiado até 28 de novembro de 1999, que tenha perdido a qualidade de segurado após esta data, considerando os fatos geradores ocorridos a partir da nova filiação, a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição;

b) filiado até 28 de novembro de 1999, considerando os fatos geradores ocorridos até 31 de março de 2003, o salário-base, observada a escala transitória de salários-base;

c) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, durante o mês, observado os limites mínimo e máximo do salário de contribuição;

d) independentemente da data de filiação, considerando os fatos geradores ocorridos desde 1º de abril de 2003, a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição;

IV - para o segurado facultativo:

a) filiado até 28 de novembro de 1999, considerando competências até março de 2003, o salário-base, observada a escala transitória de salários-base;

b) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição;

c) independentemente da data de filiação, a partir da competência de abril de 2003, o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição:

V – para o segurado especial que usar da faculdade de contribuir individualmente (deverá ter uma inscrição no NIT), o valor por ele declarado.

Com a Medida Provisória Nº 83 de 12/12/2002 e a conversão desta na Lei nº 10.666 de 08 de maio de 2003 foi extinta, a partir de 01 de abril de 2003, a escala transitória de salários-base, utilizada para fins de enquadramento e fixação do salário-de-contribuição dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previdência Social, estabelecida pela Lei nº 9.876, de novembro de 1999.

3. Limites Mínimo e Máximo do Salário-de-Contribuição

O limite mínimo do salário de contribuição corresponde:

3.1 para os segurados empregado e trabalhador avulso:

ao piso salarial legal ou normativo da categoria ou ao piso estadual conforme definido na Lei Complementar nº 103, de 2000, ou, inexistindo estes, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

3.2 para o empregado doméstico:

ao piso estadual conforme definido na Lei Complementar nº 103, de 2000, ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomados nos seus valores mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de trabalho efetivo durante o mês.

3.3 para os segurados contribuinte individual e facultativo:

ao salário mínimo.

O limite máximo do salário de contribuição corresponde:

ao valor definido, periodicamente, pelo Ministério da Previdência Social - MPS e reajustado na mesma data e com os mesmos índices usados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.

Observação:

A empresa que remunerar contribuinte individual deverá fornecer a este, comprovante de pagamento pelo serviço prestado consignando, além dos valores da remuneração  e do desconto  feito a título de contribuição previdenciária, a sua identificação completa, inclusive com o número do cadastro Nacional de Pessoa Jurídica(CNPJ) e o número de inscrição do contribuinte individual do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

Para efeito da observância do limite máximo do salário-de-contribuição, o contribuinte individual que prestar serviço, no mesmo mês, a mais de uma empresa, deverá informar  a cada empresa , o valor recebido sobre o qual já tenha incidido o desconto de contribuição, mediante a apresentação do comprovante de pagamento.

O contribuinte individual que prestar serviço a empresas e, concomitantemente, exercer atividade como empregado ou trabalhador avulso, para observância do limite máximo de contribuição, deverá apresentar às contratantes o recibo de pagamento de salário relativo à competência anterior à da prestação de serviços ou prestar declaração, sob as penas da lei, de que é segurado empregado, inclusive doméstico ou trabalhador avulso, consignando o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou declarando que a remuneração recebida naquela atividade atingiu o limite máximo do salário-de-contribuição e identificando a empresa ou o empregador doméstico que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado.

Na hipótese de o segurado exercer as duas atividades, conforme previsto acima e ser efetuado primeiro o desconto da contribuição como segurado contribuinte individual, o fato deverá ser comunicado à empresa em que estiver prestando serviços como segurado empregado ou trabalhador avulso, ou ao empregador doméstico, no caso de segurado empregado doméstico, mediante declaração .

4. Responsabilidade pelo Recolhimento das Contribuições Sociais Previdenciárias

4.1 A empresa é responsável:

I - pelo recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais;

II - pela arrecadação, mediante desconto na remuneração paga, devida ou creditada, e pelo recolhimento da contribuição dos segurados empregado e trabalhador avulso a seu serviço, observado o limite máximo do salário-de-contribuição;

III - pela arrecadação, mediante desconto no respectivo salário de contribuição, e pelo recolhimento da contribuição do segurado contribuinte individual que lhe presta serviços, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003;

IV - pela arrecadação, mediante desconto no respectivo salário de contribuição e pelo recolhimento da contribuição ao SEST e ao SENAT, devida pelo segurado contribuinte individual transportador autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista) que lhe presta serviços;

V - pela arrecadação, mediante desconto, e pelo recolhimento da contribuição do produtor rural pessoa física e do segurado especial incidente sobre a comercialização da produção, quando adquirir ou comercializar o produto rural recebido em consignação, independentemente dessas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com o intermediário pessoa física;

VI - pela retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, e pelo recolhimento do valor retido em nome da empresa contratada;

VII - pela arrecadação, mediante desconto, e pelo recolhimento da contribuição incidente sobre a receita bruta decorrente de qualquer forma de patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, de propaganda e transmissão de espetáculos desportivos, devida pela associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional;

VIII - pela arrecadação, mediante desconto, e pelo recolhimento da contribuição incidente sobre a receita bruta da realização de evento desportivo, devida pela associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional, quando se tratar de entidade promotora de espetáculo desportivo.

Observações

A apuração da contribuição descontada do segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que presta serviços remunerados a mais de uma empresa será efetuada da seguinte forma:

I - tratando-se apenas de serviços prestados como segurado empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso:

a) quando a remuneração global for igual ou inferior ao limite máximo do salário de contribuição, a contribuição incidirá sobre o total da remuneração recebida em cada fonte pagadora, sendo a alíquota determinada de acordo com a faixa salarial correspondente ao somatório de todas as remunerações recebidas no mês;

b) quando a remuneração global for superior ao limite máximo do salário de contribuição, o segurado poderá eleger qual a fonte pagadora que primeiro efetuará o desconto, cabendo às que se sucederem efetuar o desconto sobre a parcela do salário de contribuição complementar até o limite máximo do salário de

contribuição, observada a alíquota determinada de acordo com a faixa salarial correspondente à soma de todas as remunerações recebidas no mês;

O desconto da contribuição social previdenciária e a retenção da contribuição de 11% sobre o valor da nota fiscal da empresa prestadora de serviço mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, por parte do responsável pelo recolhimento, sempre se presumirão feitos, oportuna e regularmente, não lhe sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximir da obrigação, permanecendo responsável pelo recolhimento das importâncias que deixar de descontar ou de reter.

II - tratando-se de serviços prestados como segurado contribuinte individual:

Quando prestar serviço a mais de uma empresa ou, concomitantemente, exercer atividade como segurado empregado, doméstico ou trabalhador avulso, e o total das contribuições ultrapassar o limite máximo do salário-de-contribuição, deverá, para efeito de controle, informar o fato à empresa em que isso ocorrer, mediante a apresentação:

a) do comprovante de pagamento, relativo à competência anterior à da prestação de serviços, ou declaração, sob as penas da lei, de que é segurado empregado, inclusive o doméstico, consignando o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou que a remuneração recebida atingiu o limite máximo do salário de contribuição, identificando com nome e CNPJ a(s) empresa(s) contratantes, ou o empregador doméstico responsável pelo desconto sobre o valor por ele declarado.

b) do comprovante de pagamento com a identificação completa da empresa contratante (razão social, CNPJ, o número de inscrição do segurado no RGPS, valor da remuneração paga, valor descontado a título de contribuição previdenciária e o compromisso de que a remuneração paga será informada na GFIP e a contribuição correspondente será recolhida.

Notas:

O contribuinte individual que no mês teve contribuição descontada sobre o limite máximo do salário de contribuição, em uma ou mais empresas, deverá comprovar o fato às demais para as quais prestar serviços, mediante apresentação de um dos documentos previstos no item anterior. 

Quando a prestação de serviços ocorrer de forma regular a pelo menos uma empresa, da qual o segurado como contribuinte individual, empregado ou trabalhador avulso receba, mês a mês, remuneração igual ou superior ao limite máximo do salário de contribuição, essa declaração poderá abranger um período dentro do exercício, desde que  identificadas todas as competências a que se referir, e, quando for o caso, daquela ou daquelas empresas que efetuarão o desconto até o limite máximo do salário de contribuição, devendo a referida declaração ser renovada ao término do período nela indicado ou ao término do exercício em curso, o que ocorrer primeiro.

O segurado contribuinte individual é responsável pela declaração prestada, e se deixar de receber a remuneração declarada ou receber remuneração inferior à informada na declaração, deverá recolher a contribuição incidente sobre a soma das remunerações recebidas das outras empresas sobre as quais não houve o desconto em face da

declaração por ele prestada, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição e a alíquota correspondente.

4.2 Contribuinte Individual

O segurado contribuinte individual é responsável pelo recolhimento da contribuição social previdenciária incidente sobre a remuneração auferida por serviços prestados por conta própria às pessoas físicas, a outro contribuinte individual equiparado a empresa, a produtor rural pessoa física, à missão diplomática ou à repartição consular de carreira estrangeiras.

O disposto acima se aplica ao brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, bem como ao consultor técnico contratado por organismo internacional para atuar em acordo de cooperação internacional com a Administração Pública Federal nos termos do Decreto nº 5.151, de 22 de julho de 2004, ambos enquadrados na categoria de contribuinte individual.

4.3 Segurado Facultativo

O segurado facultativo é responsável pelo recolhimento de sua contribuição.

4.4 Empregador Doméstico

O empregador doméstico é responsável pelo recolhimento das contribuições decorrentes do contrato celebrado com o trabalhador doméstico, que são calculadas sobre o valor registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social. A parcela devida pelo trabalhador, conforme alíquota constante da tabela de contribuição, será descontada de seu salário e recolhida juntamente com a contribuição devida pelo empregador (12%).

Observações:

O segurado empregado, inclusive o doméstico, que possuir mais de um vínculo, deverá comunicar a todos os seus empregadores, mensalmente, a remuneração recebida até o limite máximo do salário de contribuição, envolvendo todos os vínculos, a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário de contribuição sobre o qual deverá incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a alíquota a ser aplicada.

Para o cumprimento do disposto no item anterior, o segurado deverá apresentar os comprovantes de pagamento das remunerações como segurado empregado, inclusive o doméstico, relativos à competência anterior à da prestação de serviços, ou declaração, sob as penas da lei, de que é segurado empregado, inclusive o doméstico, consignando o valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou que a remuneração recebida atingiu o limite máximo do salário de contribuição, identificando o nome empresarial da empresa ou empresas, com o número do CNPJ, ou o empregador doméstico que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado.

Quando o segurado empregado receber mensalmente remuneração igual ou superior ao limite máximo do salário de contribuição, a declaração prevista no item anterior poderá abranger várias competências dentro do exercício, devendo ser renovada após o período

indicado na referida declaração ou ao término do exercício em curso, ou ser cancelada caso houver rescisão do contrato de trabalho, o que ocorrer primeiro.

O segurado deverá manter sob sua guarda cópia dessa declaração juntamente com os comprovantes de pagamento, para fins de apresentação ao INSS ou à fiscalização da RFB, quando solicitado.