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Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
FRANCISCO MAURO DA SILVA GIRUNDI
TÉCNICA SIMPLIFICADA EM PRÓTESE TOTAL:
INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DA PRÓTESE, FUNÇÃO
MASTIGATÓRIA E SATISFAÇÃO DO PACIENTE
Piracicaba
2016
FRANCISCO MAURO DA SILVA GIRUNDI
TÉCNICA SIMPLIFICADA EM PRÓTESE TOTAL:
INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DA PRÓTESE, FUNÇÃO
MASTIGATÓRIA E SATISFAÇÃO DO PACIENTE
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas
como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do
título de Doutor em Clínica Odontológica, na Área de
Prótese Dental.
Orientador: PROF. DR. WANDER JOSÉ DA SILVA
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO
FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO
FRANCISCO MAURO DA SILVA GIRUNDI E
ORIENTADO PELO PROF. WANDER JOSÉ DA
SILVA
Piracicaba
2016
DEDICATÓRIA
À Deus
À minha amada companheira e esposa Rosilene Gonçalves Girundi que sempre me apoiou e
organizou tudo para que eu pudesse dedicar aos meus estudos e esteve ao meu lado em muitos
finais de semana, feriados e férias dentro do laboratório da PPR.
Aos meus filhos, Ana Goncalves Girundi e Pedro Henrique Gonçalves Girundi, por serem
meu constante incentivo. Espero que eu consiga compensar minha ausência com o imenso
amor que tenho por vocês.
Aos meus amados pais, José Siffert Girundi e Perpétua Alves da Silva Girundi exemplos
eternos de fé, caráter e bondade.
À minha sempre presente sogra Maria Helena Gonçalves Xavier exemplo de força, amor e
dedicação à família.
Aos meus irmãos Maria Auxiliadora Girundi Nascimento, Antônio José da Silva Girundi,
Ana Rita Girundi Iacomini, Geraldo Lúcio da Silva Girundi, Silvia Regina Girundi Pereira,
Glória Maria Girundi Teles, Claúdia Maria da Silva Girundi companheiros por toda a vida.
A existência de vocês já é motivo suficiente para tornar a caminhada mais fácil e a certeza de
não está sozinho.
Aos sobrinhos e cunhados por completarem nossa família, fazendo parte em todos os
melhores momentos de minha vida.
Aos pacientes mutilados orais que dependem do sistema público de saúde.
Dedico este trabalho
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao meu orientador Prof. Dr. Wander José da Silva, que mesmo exigindo que eu empregasse
na tese o meu máximo esforço, conduziu o trabalho de forma tranquila, ressaltando minhas
capacidades e minimizado minhas limitações. Obrigado pelos ensinamentos e pela amizade.
A Profa Dra Altair Antoninha Del Bel Cury por ter permitido que eu realizasse um sonho e
por ter acreditado no projeto e torná-lo viável. Profissional que é exemplo de seriedade,
competência e idoneidade. Agradeço pela forma carinhosa com que sempre me recebeu.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Campinas, na pessoa do Magnífico Reitor Prof. Dr.
José Tadeu Jorge.
À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de
Campinas, representada pelo Diretor Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques e
Diretor Associado, Prof. Dr. Francisco Haiter Neto.
À Coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, Profa Dra Cínthia Pereira Machado
Tabchoury.
À Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da
Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Profa Dra Karina Gonzales Silvério Ruiz.
Aos professores Drs. Renata Cunha Matheus Rodrigues, Célia Marisa Rizatti
Barbosa; Jayme Cury; Lívia Tenuta, pelas disciplinas ministradas e contribuição para a
minha formação
Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica
da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas pelos
conhecimentos compartilhados.
Aos colegas de pós-graduação, Camila Heitor, Camila Fraga, Giselle Ribeiro,
Yuri, Dimorvan, Martina e Kelly pelo bom convívio e bons momentos compartilhados ao
longo desses anos.
A Profa. Dra. Thais Marques Simek Vega Gonçalves pela disponibilidade,
presteza e rapidez ao responder às minhas demandas. Sua ajuda foi muito valiosa. Obrigado.
Ao Professor Sérgio Feitosa Henriques que sempre me estimulou e confiou em
meu trabalho.
À Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, pela parceria e oportunidade da
realização do trabalho com voluntários do Centro de Saúde Bonsucesso.
À coordenação da GEAS pelo apoio no período de formação.
Ao ex coordenador de odontologia da Carlos Alberto Tenório e equipe pelo
incentivo para desenvolvimento do trabalho.
À colega cirurgiã dentista Elisabeth Silva Queiroga que realizou com disposição e
boa vontade todos os testes.
Aos tutores da prótese da Prefeitura de Belo Horizonte e à todos os colegas da
APS.
À Corina que sempre mostrou disponibilidade e boa vontade em ajudar na
organização dos agendamentos, dos testes e nos momentos de visita domiciliar a alguns
voluntários.
À nossa técnica do Laboratório de Prótese Parcial Removível, Sra. Gislaine
Regiane Alves Piton, pela admirável competência e amizade.
Às Sras. Érica Alessandra Pinho Sinhoreti, Ana Paula Carone e Raquel Q.
Marcondes Cesar Sacchi secretárias da Coordenadoria dos Programas de Pós-Graduação da
Faculdade de Odontologia de Piracicaba e à Sra. Eliete Aparecida Ferreira Marim
secretária do Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba, por toda ajuda durante meu período de pós-graduação.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
pelo auxílio à pesquisa, processo número 403348/2012-9.
RESUMO
O aumento do número de edêntulos e a correlação entre condição social e edentulismo
sinalizam para a necessidade da confecção de próteses totais removíveis pelo Sistema Público
de Saúde. O objetivo deste ensaio clínico randomizado foi avaliar a qualidade das próteses
confeccionadas com a Técnica Simplificada (S), utilizada no serviço público da cidade de
Belo Horizonte, comparada com a Técnica Tradicional (T) ensinada na maioria das escolas de
Odontologia. As variáveis avaliadas foram: a satisfação mensurada por meio de questionário
específico e da EVA, o impacto da saúde bucal na qualidade de vida (QVSB), avaliado
utilizando-se a versão brasileira do OHIP-EDENT, a qualidade das próteses analisada pela
avaliação funcional, a performance mastigatória e o limiar de deglutição obtida pelo método
de fracionamento em peneiras com Optocal. Foram selecionados sessenta voluntários (46
mulheres) (idade média 65,31 ± 9,66 anos), com edentulismo total há pelo menos um ano. Os
voluntários foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos (n=30): Controle (Técnica
Tradicional T) e grupo experimental (Técnica Simplificada S). Todas as variáveis foram
avaliadas antes do tratamento (baseline), 2 meses após a reabilitação (fase intermediária) e 4
meses após a adaptação com as novas próteses (fase final). A qualidade das próteses na fase
inicial era de 5,3 para T e 4,9 para S, na fase final foi de 9,3 para T e 9,1 para S; a
performance em 40 ciclos (X50) na fase inicial era 5,7mm para ambas as técnicas (T e S), na
fase final foi de 3,8mm para a T e 3,7mm para a S; a QVSB na fase inicial era de 14,1 para T
e 12,5 para S, na fase final foi de 3,2 para T e 2,6 para S; a satisfação na fase inicial era de 9,5
para a T e 9,3 para a S, na fase final foi de 14,8 para T e S. Houve melhora significativa
(p<0.05) em todas as variáveis analisadas do estudo na comparação da fase inicial com a
intermediária e a final. Não houve diferença significativa em todas as variáveis analisadas
(p>0.005) entre as duas técnicas (T e S) para confecção das próteses. Quando for necessário a
diminuição do tempo clínico e dos custos para confecção das próteses totais, como ocorre nos
serviços públicos de atenção à saúde, a opção pela técnica S pode ser preconizada sem haja
prejuízos para os pacientes.
Palavras-chave: Arcada edêntula. Prótese total. Satisfação do paciente. Qualidade de vida.
Mastigação.
ABSTRACT
The increasing the number of edentulous and the correlation between social condition and
tooth loss signaled the need for making removable dentures by the public health system. The
objective of this randomized clinical trial was to evaluate the quality of prostheses made with
the Simplified Technical (S) used in the public service of the city of Belo Horizonte,
compared with the traditional technique (T) taught at most dental schools. The variables
evaluated were: satisfaction measured through a questionnaire and EVA, the quality of life in
oral health (QVSB) evaluated using the brazilian version of OHIP-Edent, the quality of
prostheses analyzed by functional evaluation, masticatory performance and swallowing
threshold obtained by the fractionation method with optocal sieves. They were selected sixty
volunteers (46 women) (mean age 65,31 ± 9,66 years) with edentulism for at least one year.
The volunteers were randomly divided into two groups (n = 30): Control (Traditional
Technique-T) and experimental group (Simplified Technical-S). All variables were evaluated
before treatment (baseline), two months after rehabilitation (intermediate phase) and four
months after the adaptation to the new prosthesis (final phase). The quality of the prosthesis in
the initial phase was 5.3 to 4.9 for S and T at the final stage it was 9.3 to 9.1 for T and S;
performance in 40 cycles (X50) in the initial phase was 5.7mm for both groups (T and S) at the
final stage it was 3.8mm to T and 3.7mm for S; the QVSB at initial stage was 14.1 for T and
12.5 for S at the final stage was 3.2 for T and 2.6 for S; satisfaction at the initial stage was 9.5
for the T and 9.3 for S, the final stage was 14.8 for T and S. There was improvement in all
variables of the study compared the initial phase with the intermediate and final. There was no
significant difference between the two techniques (T and S) for the making of prostheses.
When the reduction of clinical time and costs for making the denture is necessary, as occurs in
public health care services, the choice of technique S can be recommended without there harm
to patients.
Keywords: Total Edentulous. Complete denture. Satisfaction. Quality of life.
Masticatory performance.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Moldeira modelo HDR individualizada para grupo controle (T) e grupo teste (S) . 79
Figura 2 - Moldeira individual Grupo (T) ................................................................................ 79
Figura 3 - Desgaste posterior no modelo. Grupo teste (S) ....................................................... 79
Figura 4 - Demarcação da área do selado palatino posterior. Grupo teste (S) ......................... 79
Figura 5 - Montagem em articulador não ajustável (ANA) grupo teste (S) ............................. 79
Figura 6 – Modelo demuflado com a prótese prensada Grupo (T) .......................................... 79
Figura 7 – Checagem dos contatos oclusais com carbono Grupo (T) ...................................... 80
Figura 8 - Ajuste por desgaste Grupo (T) ................................................................................. 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Variáveis obtidas na coleta dos dados ..................................................................... 86
Tabela 2 - Classificação dos voluntários segundo o American College of Prosthodontics
(1999) ....................................................................................................................................... 87
Tabela 3 - Resultado do número de consultas para cada grupo ................................................ 87
Tabela 4 - Resultado da satisfação geral (Regis et al. 2013) .................................................... 88
Tabela 5 - Resultado da satisfação (Awad et al., 2003 e Ellis et al., 2007) ............................. 88
Tabela 6 - Impacto da prótese na qualidade de vida, resultado do OHIP-EDENT .................. 89
Tabela 7 - Resultado da avaliação da qualidade das próteses (Anastassiadou et al., 2002)..... 90
Tabela 8 - Resultado do fluxo salivar não estimulado ............................................................. 90
Tabela 9 - Resultado do fluxo salivar estimulado .................................................................... 90
Tabela 10 – Resultado para a performance mastigatória .......................................................... 91
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACP American College of Prosthodontics
ADA American Dental Association
APS Atenção Primária à Saúde
ASA Articulador Semi-Ajustável
BB Balanceamento Bilateral
CCI Coeficientes de Correlação Interclasse
EFL Espaço Funcional Livre
EVA Escala Visual Analógica
HIV / AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida -SIDA
MAP Protocolo Mínimo Aceitável
OBB Oclusão Balanceada Bilateral
OHIP Oral Health Impact Profile
PBH Prefeitura de Belo Horizonte
PT Prótese Total
QVSB Qualidade de Vida Associada à Saúde Bucal
ReBEC
RCT
Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos
Ensaio clínico randomizado
RMM Relacionamento Maxilo Mandibular
SUS Sistema Único de Saúde
T Técnica Convencional /Tradicional
S Técnica Simplificada
ZOE Óxido de Zinco e Eugenol
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 18
2.1 Edentulismo total .............................................................................................................. 18
2.2 Satisfação do paciente x Qualidade de vida associada à saúde bucal .......................... 32
2.3 Satisfação do paciente x Qualidade das próteses ........................................................... 43
2.4 Função mastigatória ......................................................................................................... 50
2.5 Técnica tradicional x Técnica simplificada .................................................................... 59
3 PROPOSIÇÃO .................................................................................................................... 73
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 74
4.1 Delineamento Experimental ............................................................................................ 74
4.2 Seleção de Voluntários ..................................................................................................... 74
4.2.1 Técnica Tradicional (T): ................................................................................................ 77
4.2.2 Técnica Simplificada (S): ............................................................................................... 78
4.3 Instalação das Próteses ..................................................................................................... 80
4.4 Orientações para higienização das próteses ................................................................... 81
4.5 Ajuste para eliminação de áreas traumáticas ................................................................ 81
4.6 Formulário de coleta dos dados ....................................................................................... 81
4.7 Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (OHIP EDENT) ..................................... 82
4.8 Satisfação com as próteses totais ..................................................................................... 82
4.9 Qualidade das próteses ..................................................................................................... 83
4.10 Função mastigatória ....................................................................................................... 83
4.11 Coleta de Saliva ............................................................................................................... 84
4.12 Análise dos dados ............................................................................................................ 85
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 86
5.1 Dados coletados do formulário ........................................................................................ 86
5.2 Classificação do edêntulo total ........................................................................................ 87
5.3 Ajuste das próteses instaladas ......................................................................................... 87
5.4 Satisfação ........................................................................................................................... 88
5.5 Qualidade de Vida Associada à Saúde Bucal (QVSB) .................................................. 89
5.6 Qualidade das próteses ..................................................................................................... 90
5.7 Fluxo Salivar ..................................................................................................................... 90
5.8 Função Mastigatória ........................................................................................................ 91
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 92
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 96
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 97
ANEXOS ............................................................................................................................... 105
Anexo 1 - Classificação do “American College of Prosthodontists” (McGarry, 1999) .. 105
Anexo 2 - Formulário de coleta dos dados ......................................................................... 107
Anexo 3 - Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (OHIP EDENT) ........................ 109
Anexo 4 – Satisfação com as próteses totais ....................................................................... 110
Anexo 5 - Qualidade das próteses ....................................................................................... 111
Anexo 6 – Folha de rosto para pesquisa envolvendo seres humanos ............................... 113
Anexo 7 – Carta ao Comitê de Ética em pesquisa da FOP-UNICAMP .......................... 114
Anexo 8 – Termo de consentimento livre e esclarecido ..................................................... 115
Anexo 9 – Declaração de infra-estrutura e autorização para uso da mesma .................. 117
Anexo 10 – Declarações da instituição ................................................................................ 118
Anexo 11 – Declarações dos pesquisadores ........................................................................ 119
Anexo 12 – Parecer consubstanciado do CEP.................................................................... 120
16
1 INTRODUÇÃO
O edentulismo acomete milhões de pessoas mesmo nos países mais
economicamente desenvolvidos do mundo (Carlsson, 2006; Douglass et al., 2002). A perda
dos dentes impacta significativamente a qualidade de vida das pessoas, sendo a reabilitação
protética extremamente importante para o equilíbrio emocional e social dos mutilados orais. A
recuperação da capacidade mastigatória reduz a morbidade e mortalidade potencial por meio
da relação entre a eficiência mastigatória, envelhecimento e qualidade da alimentação
(Petersen et al., 2005). Um estudo de coorte populacional, que acompanhou mais de 1800
pacientes, inferiu que cada dente remanescente aos 70 anos de idade diminui em 4% o risco
de mortalidade em 7 anos (Osterberg, 2008).
Os desenvolvimentos tecnológicos recentes e a ampliação das possibilidades
terapêuticas provocaram uma mudança gradual nos planejamentos reabilitadores. Assim,
próteses convencionais removíveis mucossuportadas estão sendo substituídas pelas próteses
sobre implantes, as quais têm atraído grande interesse da comunidade odontológica (Carlsson
e Omar, 2010). Entretanto, o tratamento com implantes envolve maior complexidade e
procedimentos cirúrgicos que, podem limitar a sua indicação para pacientes com
determinados problemas sistêmicos ou para aqueles que preferem não realizar procedimentos
mais invasivos. Além disso, em muitos países economicamente desfavorecidos e mesmo para
determinadas populações dos países mais ricos do mundo, devido ao alto custo financeiro a
implementação da implantodontia e das novas tecnologias como rotina é distante da realidade
(Carlsson, 2006).
A prótese total convencional ainda é a opção de tratamento mais utilizada para a
reabilitação dos edêntulos totais (Cooper, 2009). Uma técnica tradicional (T) para confecção
das próteses totais convencionais é preconizada pela maioria das escolas de Odontologia do
mundo. A eliminação ou abreviação de alguma das fases clínicas e laboratoriais da técnica
tradicional é denominada de técnica simplificada (S). Essa apresenta como vantagens a maior
facilidade de execução clínica, a diminuição do tempo e dos custos relacionados (Paulino et
al., 2015; Cunha et al., 2013). As técnicas simplificadas têm sido descritas na literatura há
muitos anos (Hickey et.al.,1969), mas ainda são uma preocupação para a comunidade
científica. Para Hyde et al. 2014 apesar de alguns estudos recentes não terem encontrado
diferenças significativas entre as técnicas T e S, a técnica T fornece próteses com qualidade
superior e, por esse motivo, as técnicas S não deveriam ser utilizadas (Hyde et al. 2014).
17
O reflexo das disparidades político-sociais e a diminuição dos recursos para os
cuidados em saúde desafiam educadores e profissionais que trabalham com as reabilitações
orais (Owen, 2006). Visando a ampliação do acesso, a política de saúde pública do Brasil
preconiza que as próteses totais sejam confeccionadas na Atenção Primária à Saúde (APS).
Na APS trabalham profissionais com formação generalista atendendo às várias demandas da
comunidade assistida. A cidade de Belo Horizonte (BH) iniciou o fornecimento de próteses
totais em 2010 e para maior adesão dos profissionais e adequação dos custos, a técnica
simplificada foi preconizada. A utilização da técnica simplificada possibilitou o fomento da
oferta de próteses totais convencionais na APS.
18
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Edentulismo total
Para Carlsson et al. (1967) a satisfação do paciente e a sua experiência com as
próteses totais (PTs) são fatores determinantes para uma atitude favorável em direção a
adaptação e a utilização de novas PTs. O estado geral de saúde, a capacidade mastigatória, a
capacidade de pronúncia e de outras funções essenciais para o paciente influenciarão na
satisfação. Pouca correlação foi encontrada entre a satisfação e as condições bucais
favoráveis. Leves correlações foram percebidas entre a satisfação e a personalidade do
paciente, a adaptação social e a valorização do dentista. Nenhum fator foi determinante para a
satisfação dos pacientes com suas próteses totais.
Harrison et al. (1990) realizaram uma pesquisa sobre materiais e técnicas
utilizadas para a construção de prótese total na prática odontológica. Por meio de um
questionário postal enviado a uma amostra aleatória de 1000 profissionais. A taxa de resposta
ao questionário foi de 71,5%. Os resultados obtidos foram comparados com pesquisa similar
realizada em 1970. A maioria dos profissionais ainda fornecem próteses totais, principalmente
no âmbito do sistema público de saúde. Enquanto a demanda por próteses totais foi relatada
como tendo permanecido estável, houve redução considerável no número de técnicos de
prótese dentária. O hidrocolóide irreversível continua a ser o material de moldagem de
escolha. A maioria dos vazamentos de gesso dos moldes foram realizados nos laboratórios por
meio do envio do molde. Houve discordância entre a opinião dos profissionais em relação a
importância dos implantes na prática odontológica geral.
Gauthier et al. (1992) realizaram uma pesquisa com profissionais graduados de
uma escola de Odontologia no sudeste dos Estados Unidos. A pesquisa buscava obter
informações sobre os procedimentos técnicos que eram utilizados para a confecção das PTs.
Foram entregues 530 questionários para profissionais com 15 níveis diferentes de tempo de
formação. O total de 80% devolveu os questionários. Os resultados mostraram que a maioria
dos entrevistados (94,8%) faziam próteses totais convencionais, mas apenas 3,5% dedicavam
mais de 20% do seu tempo de consultório para o trabalho com as PTs. No consultório os
profissionais executavam cerca da metade dos procedimentos que julgavam essenciais para a
confecção das próteses quando da formação acadêmica. Essas referências técnicas que foram
utilizadas na graduação para a confecção das PTs diminuíram proporcionalmente com o
número de anos de prática clínica. Fatores que colaboraram para que os procedimentos
19
aprendidos na graduação fossem abandonados foram a influência dos colegas de profissão e
os cursos de educação continuada. Para os autores o conteúdo do currículo acadêmico precisa
ser revisto para continuar sendo relevante em relação as práticas diárias dos consultórios.
Para Berg (1993) mesmo as próteses totais tecnicamente perfeitas estão associadas
a uma diminuição significativa das funções orais. O fato de que entre 65% a 75% dos usuários
de próteses antigas e de 85% a 90% dos pacientes que recebem PTs novas estarem satisfeitos
ocorre devido a capacidade de adaptação humana e não pela habilidade do profissional em
confeccionar as próteses. Pesquisas têm demonstrado que as variáveis consideradas
importantes para a satisfação e aceitação dos pacientes com as próteses totais como, a
qualidade das próteses, a condição oral, a relação dentista-paciente, a atitude dos pacientes em
relação as próteses, a personalidade dos pacientes, os fatores socioeconômicos, as variáveis
demográficas, a experiência anterior e a estereognosia oral, têm de fato, efeitos desprezíveis
ou mesmo não têm efeito. Também não há melhora da previsibilidade quando são
combinados os efeitos de tais variáveis. Algumas variáveis que apresentam importância
teórica como a habilidade motora e a qualidade e quantidade de saliva, ainda têm que ser
comprovadas. Não existe ainda um método prático que ajude o profissional a identificar os
pacientes que dificilmente se adaptarão com as próteses totais convencionais.
Carlsson (1998) avaliou por meio de uma revisão de literatura os efeitos adversos
relacionados ao uso das próteses totais convencionais. A reabsorção do rebordo residual foi
consequência inevitável da perda dos dentes e também do uso das próteses mucossuportadas.
As correlações entre as condições anatômicas existentes para suportar a prótese e a qualidade
da prótese com a satisfação dos pacientes são fracas. Os fatores psicológicos parecem ser
importantes para a aceitação e para a adaptação às próteses removíveis. Não há métodos que
possam prever um resultado favorável para as PTs, embora existam muitas variáveis
relacionadas ao tratamento, que se não controladas podem gerar resultado insatisfatório. As
próteses totais convencionais continuarão a ser uma parte importante do ensino e da prática
odontológica. Além das habilidades clínicas e técnicas para o atendimento global desses
pacientes o profissional deve ter uma boa comunicação com o paciente e conhecimentos de
psicologia. Para o autor o grande número de pessoas edêntulas no mundo justifica a
necessidade da busca pelas evidências científicas relacionadas com as próteses removíveis.
McGarry et al. (1999) do “American College of Prosthodontists” desenvolveram
um sistema de classificação para o edêntulo total baseado nos achados diagnósticos clínicos.
As classes foram diferenciadas por critérios diagnósticos específicos. Quatro categorias foram
definidas: Classe I, Classe II, Classe III e Classe IV. A Classe I agrupa as situações clínicas
20
mais favoráveis: altura óssea medida na radiografia panorâmica superior a 21mm, anatomia
maxilar capaz de resistir aos movimentos verticais e horizontais, inserções musculares
mandibulares não interferindo na obtenção do selamento periférico das próteses e
relacionamento maxilomandibular classe I de Angle. As características da Classes II
englobam: altura óssea de 16 a 20 mm, anatomia maxilar capaz de resistir aos movimentos
verticais e horizontais, inserções musculares mandibulares que dificultam pouco o selamento
periférico e relacionamento maxilomandibular classe I de Angle. A classe III representa:
altura óssea de 11 a 15 mm, moderada resistência maxilar aos movimentos laterais e verticais,
dificuldade de selamento periférico da região anterior mandibular e moderada dificuldade de
obter o selamento mandibular posterior, relacionamento maxilomandibular classe I, II e III de
Angle. Agrupados na Classe IV estão as situações clínicas mais desfavoráveis: altura óssea
menor que 10 mm, anatomia maxilar sem resistência aos deslocamentos verticais e
horizontais, inserções musculares e ausência de tecido aderido com grande dificuldade de
obtenção do selamento periférico mandibular e relacionamento maxilomandibular classe I, II
e III de Angle. Os benefícios da utilização desta classificação incluem: melhorar o
atendimento ao paciente, melhorar a comunicação entre os profissionais, ser um instrumento
de triagem ajudando na seleção de novos pacientes para as clínicas das escolas de
Odontologia e propiciar a utilização de critérios padronizados na avaliação dos resultados das
reabilitações protéticas nos estudos clínicos.
Hyde e McCord (1999) pesquisaram os materiais e os métodos utilizados pelos
dentistas clínicos durante a obtenção dos moldes para próteses totais. Um total de 905
questionários foram enviados aos clínicos gerais da região de Greater Manchester para
identificar práticas clínicas atuais. Os resultados revelaram que 88% dos entrevistados usam
hidrocolóide irreversível nas moldagens primárias. Quando a pergunta permitiu mais de uma
resposta 99% dos entrevistados mencionaram os hidrocolóides irreversíveis como uma opção
para moldagens primárias. Nas respostas para a mesma pergunta sobre as moldagens
secundárias, 94% dos entrevistados mencionaram hidrocolóides irreversíveis como uma
opção. Outros materiais mencionados como opção para moldagens secundárias incluíram o
óxido de zinco e eugenol (29%) e o polivinilsiloxano (13%). No que diz respeito às moldeiras
individuais, 75% dos entrevistados usam moldeiras confeccionas em laboratório para as
moldagens finais. Perguntas sobre o alívio preconizado para a moldeira individual, a presença
de perfurações, o desenho das moldeiras e a desinfecção mostraram uma diversidade de
opiniões entre os profissionais. Apesar da maioria dos profissionais usarem as moldeiras
21
individuais o hidrocolóide irreversível é o material mais utilizado para as moldagens de PTs
no Reino Unido.
Clark et al. (2001) distribuíram um questionário em 1995 solicitando informações
sobre a utilização de determinadas técnicas de reabilitação protética. O questionário foi
enviado a 3.544 graduados de uma escola de Odontologia. Foram recebidas respostas de
1.455 alunos, representando uma taxa de retorno de 41%. Em geral, os resultados foram
consistentes com as tendências internacionais e nacionais e mostraram discrepância
significativa entre as taxas de utilização de determinados procedimentos entre especialistas e
clínicos gerais, bem como uma desconexão entre o que é ensinado no programa da graduação
em Odontologia e o que é aplicado na prática. Por exemplo, enquanto especialistas
normalmente aplicam o que foi ensinado, as taxas de utilização do o arco facial para os
clínicos gerais foi 29,64%; da moldeira individual 68,48%; da moldagem periférica
personalizada 49,29% e dos articuladores semi-ajustáveis 50,64%. O estudo confirma a forte
evidência da desconexão entre o que é ensinado e o que é realizado na clínica diária do
cirurgião dentista.
Douglass et al. (2002) fizeram uma pesquisa sobre a especulação de alguns
profissionais em relação a diminuição acentuada da necessidade das próteses totais no futuro.
Portanto, que a formação acadêmica para as próteses totais deveria ser retirada do currículo
das escolas de Odontologia. Estimativas baseadas nos dados nacionais, dos Estados Unidos da
América, obtidas pelos inquéritos epidemiológicos indicaram que o edentulismo diminui em
10% a cada década e que apenas 90% dos adultos edêntulos obtêm e usam próteses totais. No
entanto, quando o número de adultos em cada grupo etário específico é multiplicado pela
porcentagem dos que precisam de uma prótese maxilar ou mandibular os resultados sugerem
que na população adulta a necessidade de 1 ou 2 próteses totais aumentará de 33,6 milhões
dos adultos em 1991 para 37,9 milhões em 2020. A queda de 10% do edentulismo em cada
década nos próximos 30 anos será mais do que compensada pelo aumento de 79% na
população adulta com idade superior a 55 anos. Assim, haverá um aumento da necessidade de
próteses totais de 53,8 milhões em 1991 para 61,0 milhões de próteses em 2020. Desta forma,
a eliminação da disciplina de PT do currículo das escolas, implicará em milhões de pacientes
desassistidos.
Petropoulos e Rashedi (2003) realizaram uma pesquisa nas escolas de
Odontologia dos Estados Unidos para determinar quais eram os conceitos, as técnicas e os
materiais predominantemente utilizados para as moldagens finais das próteses totais. As
avaliações foram realizadas por meio da análise das respostas a um questionário enviado aos
22
chefes de departamentos de prótese dentária de 54 escolas de Odontologia dos EUA. O total
de 44 escolas retornaram com o questionário e a pesquisa finalizou com uma taxa de adesão
de 82%. Os resultados mostraram que a maioria das escolas (71%) ensinavam a técnica de
moldagem final pela pressão seletiva; a maioria das escolas (64%) utilizavam material
termoplástico para realização da moldagem periférica sobre as moldeiras individuais; 39% das
escolas não faziam perfurações na moldeira para facilitar o escoamento e a retenção do
material de moldagem; já 30% das escolas realizavam mais de uma perfuração e 27%
somente uma perfuração nas moldeiras; 98% usavam as moldeiras individuais para as
moldagens finais. Os programas das escolas de graduação, referentes a prótese total, foram
semelhantes em muitos aspectos na realização da moldagem. No entanto, existe uma
variabilidade no que é ensinado pelas escolas de Odontologia referente a filosofia adotada
para as moldagens e na seleção dos materiais que serão utilizados.
Drago (2003) comparou o número de consultas necessários para os ajustes das
próteses totais confeccionadas por meio de duas técnicas diferentes. Uma técnica realizou a
moldagem com moldeira individual associada a moldagem periférica utilizando material
termoplástico; a outra técnica foi realizada com moldeira individual e polivinilsiloxano denso
para a moldagem periférica. Foram selecionados 156 voluntários para o estudo. Eles foram
alocados em dois grupos: 78 voluntários foram reabilitados com técnica tradicional para PT
(moldeira individual com moldagem periférica realizada com material termoplástico) e 78 que
foram reabilitados por uma técnica modificada (moldeira individual com moldagem periférica
realizada com a massa pesada do polivinilsiloxano). Em ambas as técnicas a moldagem final
das áreas de suporte foi realizada com a massa leve do polivinilsiloxano. A média de ajustes
para as próteses dos pacientes tratados com a técnica tradicional foi de 2.68. O número médio
de ajustes para a técnica modificada também foi 2.68. Não houve diferença significativa no
número de consultas necessárias para a realização dos ajustes das próteses em ambos os
grupos.
Para Duncan e Taylor (2004) as próteses totais são tanto uma parte da
Odontologia clínica hoje como eram 50 ou 100 anos atrás. Embora a porcentagem relativa de
pacientes edêntulos tenha diminuído acentuadamente durante a última parte do século XX, o
número absoluto destes pacientes permaneceu o mesmo, ou provavelmente aumentou devido
a maior proporção da população com mais de 65 anos de idade. A odontologia geral, durante
os próximos 30 a 40 anos, devido ao aumento da expectativa de vida e do envelhecimento da
população terá que estar voltada às necessidades do atendimento de uma população
envelhecida. O profissional deve ser capaz de tratar o paciente totalmente edêntulo e oferecer
23
um serviço de qualidade em prótese total. A chave para o sucesso das PTs é um diagnóstico
completo, a compreensão dos desejos e das expectativas do paciente e o seguimento de uma
sequência padronizada durante as fases clínicas e laboratoriais do tratamento.
Petersen et al. (2005) descreveram o impacto das doenças orais em todo o mundo
e a influência dos principais fatores de risco sociodemográficos para a saúde bucal. Apesar
das grandes melhorias na saúde oral das populações de vários países, os problemas globais
ainda persistem. A prevalência da doença oral é particularmente elevada para os grupos
populacionais mais desfavorecidos e pobres dos países desenvolvidos e dos países em
desenvolvimento. Doenças bucais como a cárie dentária, a doença periodontal, a perda dos
dentes, as lesões da mucosa bucal, o câncer de orofaringe o trauma oral e as doenças bucais
relacionadas a síndrome da imunodeficiência adquirida são os principais problemas de saúde
pública em todo o mundo. A falta da saúde bucal tem um efeito profundo sobre a saúde em
geral e sobre a qualidade de vida da população. A diversidade nos padrões das doenças orais e
as tendências de se desenvolverem mais em certos países e regiões sinalizam para a
necessidade do estabelecimento de programas preventivos de saúde bucal e de uma
abordagem diferenciada para os perfis de risco distintos. O importante papel dos fatores
sociodemográficos e ambientais na doença têm sido demonstrados em um grande número de
pesquisas socioepidemiológicas. Além das más condições de vida, os principais fatores de
risco estão relacionados com o estilo de vida insalubre (má alimentação, deficiência da
higiene bucal, tabaco e álcool) associados a limitada disponibilidade e acessibilidade aos
serviços de saúde oral. Várias doenças orais estão ligadas a doenças crônicas, principalmente
por causa de fatores de risco comuns. Além disso, doenças gerais, muitas vezes têm
manifestações orais. É urgentemente necessário o fortalecimento mundial dos programas de
saúde pública, por meio da implementação de medidas eficazes para a prevenção da doença e
da promoção da saúde oral. Os desafios de melhorar a saúde oral são particularmente grandes
nos países em desenvolvimento.
Narvai et al. (2006) analisaram a evolucao da experiencia de carie dentaria entre
escolares brasileiros no periodo de 1980 a 2003 e determinaram a distribuicao da carie e o
acesso dessa populacao ao tratamento da doenca. Foram utilizados dados secundarios
produzidos no periodo de 1980 a 2003, empregando o indice dentes permanentes cariados,
perdidos e restaurados (CPOD). Os valores de CPOD indicaram um nivel alto de carie
dentaria nos anos 1980, declinando para um nivel moderado nos anos 1990. Em 2003, o valor
do CPOD ainda era moderado (2,8). Entre 1980 e 2003, o declinio nos valores do CPOD foi
de 61,7%. A porcentagem de escolares com CPOD igual a zero aumentou de 3,7% em 1986
24
para 31,1% em 2003. Por outro lado, enquanto no segmento menos atingido pela doenca
(CPOD de 1 a 3), o indice de cuidados aumentou de 26,3% em 1986 para 34,7% em 2003, no
segmento com CPOD de 4 a 5 o indice de cuidados caiu de 50,2% em 1986 para 39,3% em
2003. No segmento com CPOD de 6 ou mais, o indice de cuidados se manteve estavel
(28.0%). Aproximadamente 20% da populacao passou a concentrar cerca de 60% da carga de
doenca. Um declinio relevante do CPOD foi observado no periodo do estudo, sendo a
hipotese explicativa mais plausivel a elevacao no acesso a agua e creme dental fluorados e as
mudancas nos programas de saude bucal coletiva. Em setembro de 1988, o fabricante do
dentifricio lider em vendas em todo o pais introduziu fluor no produto e a partir de 1989,
estavam fluoretados mais de 90% dos produtos disponiveis para os consumidores. A despeito
da melhora, a distribuicao da carie ainda e desigual. A reducao das disparidades
socioeconomicas e medidas de saude publica dirigidas aos grupos mais vulneraveis
permanecem como um desafio para todos os que formulam e implementam as politicas
publicas no Brasil.
Para Carlsson (2006) apesar da taxa de edentulismo estar caindo muitas pessoas
ainda precisam das próteses totais. Existem evidências de que uma técnica mais complexa
para a fabricação das PTs como a que inclui o arco facial e a oclusão balanceada não é
necessária para que o resultado seja satisfatório. Variações dos materiais e das técnicas
parecem ter apenas uma influência menor no resultado final do tratamento. Um resultado final
favorável para as PTs está mais relacionado a fatores psicossociais e uma boa relação entre
dentista e paciente do que aos procedimentos técnicos utilizados para a confecção da prótese.
Para Carlsson (2006) os desenvolvimentos tecnológicos recentes e a ampliação
das possibilidades terapêuticas estão provocando uma mudança gradual na especialidade de
prótese dentária. O foco principal passou das próteses convencionais removíveis para as
próteses fixas sobre implantes. As reabilitações implantossuportadas têm atraído grande
interesse da comunidade odontológica. Outro fator que influencia cada vez mais a prática
clínica do cirurgião dentista é o desenvolvimento da odontologia estética. Por outro lado, os
tratamentos embasados nessas evoluções têm um custo financeiro alto acentuando as
desigualdades em níveis do serviço que os pacientes podem ter acesso. O reflexo das
disparidades político-sociais e a diminuição dos recursos para os cuidados em saúde desafiam
educadores e profissionais que trabalham com as reabilitações dos mutilados orais. Devido a
isso, em muitas partes do mundo, incluindo grupos populacionais dos países ricos, o
tratamento protético convencional como as PTs continuará a desempenhar um papel essencial
na odontologia.
25
Owen (2006) estabeleceu um consenso entre especialistas sobre os princípios
protéticos que devem ser respeitados durante a construção das PTs. O consenso resultou em
um “Minimum Acceptable Protocol” (MAP) para confecção das próteses totais. A técnica de
pesquisa Delphi foi utilizada com respostas sim ou não para uma variedade de temas sobre as
diferentes fases da confecção das PTs. Os entrevistados também podiam acrescentar
comentários sobre qualquer aspecto do questionário. Foram realizadas três rodadas de
questionários e apenas as declarações que atingissem 90% ou mais de adesão eram incluídas
no questionário seguinte. Os entrevistados foram selecionados aleatoriamente nas diversas
regiões do país a partir da lista de e-mail de 2004 membros do “American College of
Prosthodontists”. Quarenta e um voluntários responderam ao primeiro questionário, 39 ao
segundo, restando 36 ao final do terceiro. Os 75 temas abordados no primeiro questionário,
foram reduzidos na segunda fase de perguntas devido a falta de adesão nas respostas. No final
da terceira fase de perguntas o MAP foi elaborado com as 18 declarações que obtiveram 90%
ou mais de concordância. Desde então, esse consenso orienta a pesquisa científica por novas
abordagens de modo que quaisquer alterações dos materiais e métodos estudados que não
sacrifiquem os princípios determinados por ele estarão filosoficamente dentro de uma
concepção apropriada. Mesmo que a opinião de especialistas seja considerada como o mais
baixo nível de evidência, não há outros métodos disponíveis para obter um protocolo deste
tipo e a técnica Delphi foi útil na obtenção do consenso. Este protocolo ajuda a avaliar
técnicas clínicas que tentam reduzir o tempo e custos ao fornecer um serviço de qualidade que
esteja em conformidade com o consenso descrito no MAP. O protocolo recomenda:
Para a etapa de moldagem:
- A moldagem final pode ser realizada de diferentes formas. A moldagem deve
permitir que o operador tenha condição de obter uma correta delimitação da área chapeável,
um assentamento da prótese com íntimo contato tecidual e o vedamento periférico.
Para a relação entre arcos:
- A linha média para os dentes anteriores superiores e o plano oclusal devem ser
determinados pelo operador, e esta informação transferida por meio de alguns dentes e / ou
pelas marcações e ajustes do plano oclusal;
- O registro da posição de relação cêntrica e da desejável dimensão vertical de
oclusão, deve ser realizado com um material de registro ou por meio do traçado intra-oral;
26
- A dimensão vertical de oclusão deve respeitar a presença do espaço funcional
livre. Este espaço é apropriado para cada paciente e deverá ser suficiente para fisiologia da
deglutição, fala e estética.
Quanto a estética:
- O arranjo dos dentes anteriores mostrará que o clínico e o técnico conciliaram a
estética com a função observando uma variedade de fatores, tais como: perfil do tecido mole,
fonética, plano oclusal de orientação, naturalidade e aparência ideal para cada paciente
especificamente;
- A decisão sobre à estética da prótese deve ser conduzida pelo clínico, mas o
paciente deve fazer parte do processo.
Quanto a forma do arco:
- O alinhamento do arco dentário realizado pelo clínico deverá ocupar uma
posição neutra para as forças musculares.
Oclusão:
- O esquema oclusal deve contribuir para a estabilidade das próteses durante a
função. A intercuspidação deve permitir que o paciente possa retornar a esta posição durante a
função sem que haja instabilidade da prótese ou desarmonia com os músculos e articulações;
- Deverá haver contato em todos os dentes posteriores na posição de
intercuspidação (oclusão cêntrica).
Müller et al. (2007) estudaram a prevalência e a incidência do edentulismo e das
perdas dos dentes em países europeus. A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio do
Medline / PubMed, utilizando várias combinações de palavras chave em relação a prevalência
e a incidência da perda dentária e do edentulismo. Os critérios de inclusão foram os estudos
transversais e os longitudinais clínicos e os estudos que utilizaram questionários com
amostras representativas e aleatorias de ≥ 100 individuos na avaliacao inicial. Inferiram que
existe uma falta de estudos epidemiológicos sobre edentulismo e sobre as perdas dos dentes
em muitos países da Europa e a qualidade dos dados disponíveis variava consideravelmente.
Os autores relatam que há um declínio do edentulismo com a diminuição da incidência da
perda dos dentes nas últimas décadas, mas que há grande diferença na prevalência do
edentulismo entre países, entre regiões geográficas do mesmo país e entre as diversas origens
27
dos grupos. Grande número de variáveis estão associadas à perda do dente, a população idosa
apresenta maior número médio de dentes perdidos. A meta da organização mundial de saúde
para a manutenção de pelo menos 20 dentes na idade de 80 anos ainda não foi atingida,
embora esteja próxima em alguns países.
Harwood (2008) enfatizou que o envelhecimento da população gera,
consequentemente, o aumento do número de pacientes edêntulos total e parcial. Para o autor a
multiplicidade de possibilidades reabilitadoras torna a escolha pelo melhor tratamento um
desafio. A prótese dentária que será confeccionada deve apoiar em evidências fornecidas
pelos ensaios clínicos randomizados, nas revisões sistemáticas e nos estudos observacionais.
Barbato et al. (2008) estimaram a prevalencia de perdas dentarias em adultos de
35 a 44 anos de idade e testaram associacoes entre as perdas dentarias, as condicoes
demograficas e socioeconomicas com a utilizacao dos servicos odontologicos. Foram
analisados os dados de 13.431 participantes do estudo epidemiologico nacional de saude bucal
realizado em 2002-2003. O numero de perdas dentarias (≤ 12 e > 12) foi o desfecho
investigado. As variaveis independentes incluiram localizacao geografica, genero, cor da pele,
idade, renda per capita, escolaridade, tempo decorrido desde a ultima consulta odontologica e
tipo de servico utilizado. Foram estimadas as razoes de prevalencia bruta ajustada por meio de
regressao de Poisson. O edentulismo atingiu 9% da amostra; a mediana de dentes perdidos foi
igual a 11. As perdas dentarias foram fortemente associadas com individuos residentes em
zona rural, com as mulheres, com os mais pobres, com os de menor escolaridade e com
aqueles de idade mais avancada. Usuarios do servico publico e aqueles que consultaram
dentista ha mais tempo tambem apresentaram maior prevalencia do agravo mesmo apos o
ajuste por variaveis socioeconomicas e demograficas. Este estudo demonstra a necessidade de
uma reorientacao do servico publico odontologico, visando a prevencao de novas perdas
dentarias na populacao adulta por meio das politicas publicas de saude e da prevencao
voltadas especificamente para esta populacao. Existe a real necessidade de reabilitar os danos
ja instalados da maneira mais equanime possivel com a implementacao de servicos de
proteses. Tambem se tornam imperativas politicas de inclusao social, visto que os brasileiros
tem na boca um retrato claro das desigualdades existentes no conjunto da sociedade brasileira.
Österberg et al. (2008) investigaram se o número de dentes aos 70 anos é um
preditor independente de mortalidade. O delineamento foi um estudo populacional com quatro
coortes realizado em Goteborg, Suécia. Os quatro coortes foram a data de nascimento com os
nascidos em 1901/1902, 1906/1907, 1911/1912 e 1922 examinados de forma transversal aos
70 anos de idade 1971/1972 (l), 1976/1977 (ll),1981/1982 (lll) e 1992/1993 (V). O número
28
total de participantes foi de 1803. Os dados de mortalidade foram coletados a partir dos
registos nacionais de saúde da Suécia. Os modelos de regressão de Cox foram usados para
medir a associação entre a mortalidade e o número de dentes com ajuste para covariáveis,
como fatores de saúde, fatores socioeconômicos e de estilo de vida. A prevalência do
edentulismo mostrou uma mudança significativa de 51% no primeiro coorte para 16% no
último grupo. A taxa de mortalidade de 7 anos foi de 14% em mulheres e 28% nos homens,
sendo maior em homens edêntulos nos dois últimos coortes (42% e 47%, respectivamente). O
número de dentes foi um preditor significativo estatisticamente independente de mortalidade
de 7 anos em ambos os sexos e de mortalidade de 18 anos nos homens. Os resultados
mostraram que cada dente remanescente na idade 70 diminuiu o risco de mortalidade de 7
anos em 4%. A diferença entre os indivíduos dentados com 20 ou mais dentes e os indivíduos
edêntulos em relação à mortalidade de 7 anos era significativamente maior no último em
relação ao primeiro grupo. O número de dentes foi um preditor significativo da mortalidade
independente de fatores de saúde, status socioeconômico e estilo de vida.
Felton (2009) realizou uma revisão de literatura para determinar as comorbidades
existentes entre os pacientes totalmente edêntulos. O edentulismo completo é o resultado final
de um processo multifatorial, envolvendo fatores biológicos e fatores relacionados com o
paciente, representando uma tremenda demanda mundial para as políticas de saúde. Para a sua
pesquisa o autor utilizou combinações do termo edentulismo em comorbidade com:
incidência, saúde, nutrição, cancro, saúde cardiovascular, diabetes, osteoporose, tabagismo,
asma, demência, e artrite reumatoide. Os autores relatam que o edentulismo é uma
preocupação global, existindo uma estimativa para uma crescente demanda por próteses totais
no futuro e que o paciente totalmente edêntulo parece estar em risco para várias doenças
sistêmicas. Na cavidade oral a reabsorção crônica do rebordo residual continua a ser a
principal complicação do edentulismo. Próteses confeccionadas corretamente juntamente com
o estabelecimento das consultas de manutenção minimizam a reabsorção dos rebordos
residuais.
Carlsson (2009) acredita que a prótese total convencional como muitos outros
procedimentos clínicos carecem de maiores evidências científicas, a falta de evidência torna o
efeito do tratamento desconhecido. Por meio de uma revisão de literatura o autor selecionou
artigos com as melhores evidências disponíveis. Para o autor existem muitas "velhas
verdades" sobre os tratamentos com as próteses totais que se tornaram verdadeiros dogmas,
sendo opiniões baseadas somente na crença e não na evidência científica. Como exemplo cita
a falta de evidência para apoiar a indicação do arco facial e as teorias relacionadas a oclusão
29
em próteses totais removíveis. Conclui o trabalho afirmando que na era da odontologia
baseada em evidência, as intervenções ineficazes deveriam ser eliminadas e as decisões
tomadas baseadas nas melhores evidências disponíveis.
Cooper (2009) chama a atenção do clínico sobre as limitações potenciais na
abordagem do edentulismo. A qualidade das próteses, a morbidade relacionada e as
alternativas relacionadas como os implantes dentários permitem planejamentos diferentes para
o tratamento da população edêntula. Isto pode ser conseguido mediante a adoção de uma
estratégia terapêutica mais ampla e não unicamente concentrando nos aspectos técnicos de
uma prótese total. Uma ampla gama de características clínicas do paciente edêntulo devem ser
abordadas. Uma estratégia contemporânea deve incluir preocupações com a prevenção da
perda dos dentes, a avaliação da reabsorção do rebordo alveolar residual, análise das questões
relacionadas com a função da prótese, avaliação contínua da saúde da mucosa bucal,
acompanhamento periódico dos pacientes não-adaptados, justificativas reais para a
necessidade de substituição das próteses e a consideração da possibilidade reabilitadora por
meio dos implantes dentários. Para o autor a importância da qualidade técnica do tratamento
instituído deve ser ressaltada, mas não superar as preocupações mais amplas para assegurar a
saúde geral e o bem-estar da população edêntula.
Carlsson e Omar (2010) fizeram uma avaliação sobre as tendências atuais das
reabilitações protéticas descrevendo o possível futuro das próteses totais convencionais que
têm sido por muito tempo a única opção de tratamento para muitos pacientes edêntulos totais.
Embora haja uma tendência da queda do edentulismo em vários países, na maioria das
sociedades, devido ao envelhecimento da população, a necessidade de próteses totais não irá
reduzir em futuro próximo. Enquanto um grande número de edêntulos relatam satisfação com
o uso das próteses, um número menor é incapaz de se adaptar com as mesmas. Para esses
pacientes, a sofisticação das técnicas ou mesmo a presença de uma qualidade favorável dos
seus tecidos de suporte parecem ter pouca influência sobre a satisfação. Para os pacientes que
não se adaptam com as próteses convencionais, a partir dos anos 1980, os implantes dentários
osseointegrados melhoraram as possibilidades terapêuticas. Uma sobredentadura retida por
dois ou mesmo um implante é cada vez mais considerada como o tratamento mínimo que
deve ser ofertado para os pacientes em muitos países desenvolvidos. Os pacientes que têm
condições de submeter ao tratamento com os implantes podem esperar por melhorias
significativas das suas funções orais e consequentemente na sua qualidade de vida. Entretanto,
a indicação desse tratamento como rotina para a maioria não é realista, sendo que para muitos
até mesmo as próteses totais convencionais são uma realidade distante. Os autores ressaltam
30
que é necessário melhorar a qualidade de vida dos pacientes edêntulos e para isso é
importante que os pesquisadores, os educadores e os clínicos do mundo desenvolvido estejam
atentos para as necessidades das populações com menos recursos.
Critchlow e Ellis (2010) revisaram a literatura sobre os indicadores de
prognósticos para o tratamento com PTs. Foram selecionados os artigos que estudaram
medidas de desfechos e a satisfação dos pacientes usuários de PTs. Os autores relataram haver
poucas evidências sobre a forma tecnicamente correta para a confecção das próteses totais.
Um rebordo bem preservado e o correto relacionamento maxilomandibular são indicadores
positivos para o sucesso. A limitação psicológica ao uso da prótese e a presença de uma crista
mandibular mal preservada são indicadores negativos para a PT. Nenhum outro indicador
parece apresentar um valor de prognóstico significativo. Existe uma minoria de pacientes que
nunca irão se adaptar a qualquer prótese total convencional, sendo este problema mais agudo
na mandíbula que na maxila.
Felton et al. (2011) estabeleceram um protocolo com 15 diretrizes baseadas em
evidências para o cuidado com a prótese total e para a sua manutenção. A necessidade de
estabelecer essas orientações se justifica no grande número de edêntulos na população
mundial. Nos Estados Unidos, enquanto a incidência do edentulismo continua a diminuir, o
crescimento rápido da população juntamente com as condições econômicas sugere que o
edentulismo e a necessidade do uso das PTs se manterão como os números atuais ou mesmo
crescerão. Infelizmente, as diretrizes baseadas em evidências para o cuidado e manutenção
das próteses totais removíveis não existem. Em 2009 o “American College of
Prosthodontists” (ACP) formaram uma força-tarefa para estabelecer diretrizes baseadas em
evidências para o cuidado e manutenção de próteses totais. A força-tarefa foi composta pelos
membros do ACP, da “Academy of General Dentistry”, da “American Dental Association”
(ADA) e do “American Dental Association Council on Scientific Affairs”, da “American
Dental Hygienists' Association”, da “National Association of Dental Laboratories” e da
“Glaxo Smith Kline (Consumer Healthcare)”. O processo de revisao incluiu a avaliacao de
mais de 300 resumos e seleção de mais de 100 artigos que preencheram os critérios de
inclusão. Foi formulado então o protocolo com 15 diretrizes baseadas em evidências para o
cuidado com a prótese total e para a sua manutenção. Essas diretrizes foram revisadas por
clínicos especialistas das organizações participantes e foram publicadas em fevereiro de 2011
na edicao do “The Journal of the American Dental Association” com ampla distribuicao para
a comunidade odontológica. As 15 recomendações foram: 1) remoção diária do biofilme
bacteriano presente na cavidade oral e na prótese; 2) fazer a imersão da prótese e escovar fora
31
da boca com produto não-abrasivo; 3) fazer limpeza anual da prótese pelo profissional; 4)
Nunca colocar a prótese em água fervente; 5) Não embeber a prótese em água sanitária ou em
produtos que contenham hipoclorito de sódio por períodos superiores a 10 minutos; 6)
armazenar a prótese imersa em água para evitar que deforme; 7) Os adesivos podem ser
utilizados; 8) Os adesivos melhoram a percepção do usuário de prótese com relação a
retenção, a estabilidade e a qualidade de vida; 9) Não há evidência sobre os efeitos dos
adesivos por períodos superiores a 6 meses. Assim, o uso prolongado deve ser acompanhado
pelo profissional; 10) Não usar adesivo contendo zinco, pois provocam efeitos sistémicos
adversos; 11) O adesivo deve ser usado em quantidade mínima; 12) Os adesivos devem ser
completamente removidos da prótese e da cavidade oral; 13) Se for necessária a utilização de
quantidades crescentes de adesivo o paciente deve consultar um profissional para avaliar o
ajuste e a estabilidade das próteses; 14) Não é recomendado o uso ininterrupto das próteses;
15) Realizar avaliação profissional anual da cavidade oral.
Medeiros et al. (2012) juntaram os desfechos, edentulismo e uso da prótese, e
associaram a necessidade de PTs aos dados sociodemograficos e ao acesso para adultos e
idosos em um município no Nordeste do Brasil (Bayeux/PB). No Brasil, a população idosa
cresce com o aumento da expectativa de vida constituindo uma responsabilidade aos gestores
públicos para a construção de um planejamento efetivo de políticas públicas com uma oferta
de tratamento adequada baseada no conhecimento epidemiológico. Para a saúde bucal o mais
importante indicador dessa populacao e o edentulismo. O exame das condições bucais foi
realizado por um examinador previamente calibrado em uma amostra probabilística de adultos
(n=64) e idosos (n=22), de acordo com os critérios estabelecidos pela OMS. Os dados foram
analisados mediante estatística descritiva e regressão logística (p-valor<0,10). Os fatores de
risco identificados para necessidade de prótese foram: idade (OR = 1.07); necessidade de
tratamento dentário autorreferido (OR = 32,02); ter procurado o dentista para extracao
dentaria (OR = 5,58) e tratamento (OR = 14,69). Os autores concluíram que a prevalência do
edentulismo em adultos e idosos no município foi alta, existindo necessidade expressiva de
PT. A maior necessidade de prótese era dos idosos que solicitaram tratamento odontológico e
cujo motivo da consulta era realização de exodontia ou tratamento. O envelhecimento
populacional e suas implicações se configuram como um dos grandes desafios para a saúde
pública contemporânea. Foi possível verificar que houve atraso com relacao a priorizacao da
atencao a saude do idoso e a importancia do impacto do envelhecimento populacional no
sistema publico de saúde o que gera atualmente a necessidade de mudanças de caráter
urgencial dos modelos assistenciais.
32
Cardoso et al. (2016) examinaram as taxas de edentulismo no Brasil e fizeram
projecoes para os proximos anos. Os dados foram coletados dos tres censos nacionais de
saude bucal e o percentual de arcadas edentulas foi calculado. Foram feitas projecoes para
2020, 2030 e 2040, assumindo que o edentulismo segue uma funcao logistica, tambem foram
realizadas projecoes populacionais. A variacao anual da proporcao de arcadas edentulas foi de
-0,04% para jovens, -0,96% para adultos e 0,76% para idosos. Ate 2040, o percentual de
arcadas edentulas sera virtualmente zero entre jovens, 1,77% entre adultos e 85,96% entre
idosos. O numero de jovens vai diminuir levemente, o de adultos vai aumentar e depois
diminuir e o de idosos vai continuar aumentando ate 2040. Para jovens e adultos, o numero de
arcadas edentulas vai diminuir, aproximando-se de 616.000 em 2040. Entretanto, para os
idosos, este numero vai aumentar alarmantemente, alcancando mais de 64 milhoes em 2040 o
que representa 85,96% de indivíduos com necessidade de próteses totais em uma ou ambas as
arcadas. O edentulismo esta diminuindo no Brasil entre jovens e adultos, mas esta
aumentando e continuara a aumentar nas proximas decadas entre os idosos. A necessidade de
próteses totais entre os idosos também continuará aumentado.
2.2 Satisfação do paciente x Qualidade de vida associada à saúde bucal
Slade e Spencer (1994) desenvolveram o questionário Oral Health Impact Profile
(OHIP) para mensurar o impacto das disfunções orais na qualidade de vida. O OHIP com
quarenta e nove perguntas foi derivado de 535 declarações obtidas das entrevistas de 64
pacientes sobre as consequências das condições patológicas bucais. As 49 questões abordadas
no questionário foram distribuídas em sete domínios: limitação funcional; dor física;
desconforto psicológico; incapacidade física; incapacidade psicológica; incapacidade social e
limitações. Foi avaliada em 328 voluntários usando o método de comparações pareadas. O
Oral Health Impact Profile foi um instrumento válido e confiável para a medição detalhada
do impacto da saúde bucal na qualidade de vida dos indivíduos e tem benefícios potenciais
para orientar a tomada de decisão clínica como também em pesquisa.
Allison et al. (1999) compararam os resultados obtidos pelo questionário OHIP
em uma amostra australiana com aqueles gerados por uma amostra de canadenses de língua
inglesa e outra de canadenses de língua francesa. O OHIP é a medida da qualidade de vida
relacionada com a saúde oral desenvolvido na Austrália, mas que está sendo usado cada vez
mais em outras populações. Tendo em vista a natureza culturalmente específica das
percepções da saúde das pessoas, se quisermos fazer comparações entre populações
33
relacionando a saúde oral com a qualidade de vida, a equivalência transcultural dos
instrumentos precisa ser verificada. No estudo as comparações foram realizadas dentro dos
grupos por idade. Os itens e domínios utilizados para as 2 amostras de população canadense
eram idênticos aos desenvolvidos na Austrália, embora uma tradução formal francesa tenha
sido usada para a abordagem na língua francesa. As comparações foram feitas por meio de
“rankings” dos pesos intra dominios. As comparacoes das grandezas de pesos mostraram que
mesmo quando os itens foram classificados de forma semelhante, as magnitudes podem ser
bastante diferentes. Estes resultados sugerem um grau razoável de consistência transcultural
fornecendo validade ao OHIP canadense.
Yoshida et al. (2001) fizeram a correlação entre a qualidade de vida relacionada a
saúde bucal (QVSB) e a satisfação com as próteses totais em usuários idosos. Um novo
método para quantificar a QVSB foi desenvolvido e utilizado em 2.079 voluntários idosos
(idade ≥ 65 anos). Foram realizadas avaliações em 13 domínios para a satisfação geral em
relação a vida diária (comer, problemas de saúde, exercício diário, fadiga, qualidade do sono,
facilidade de comunicação, conforto físico, envelhecimento, solidão, trabalho, passatempos,
vida social e problemas econômicos). Em seguida, a correlação entre a QVSB e a satisfação
com a prótese foi realizada para 84 usuários de próteses totais selecionados aleatoriamente da
população do estudo. Os resultados demonstraram que idosos edêntulos satisfeitos com suas
vidas diárias também estavam satisfeitos com as suas próteses totais.
Wong et al. (2002) traduziram a versão original em Inglês do Oral Health Impact
Profile (OHIP) para a versão chinesa. Um total de 586 idosos com idade entre 60-80 anos
foram entrevistados e examinados clinicamente por dois dentistas calibrados. Informações
demográficas e das condições de saúde bucal dos voluntários foram recolhidas. O alfa de
Cronbach variou 0,69-,84 e o coeficiente de correlação teste-reteste variou 0,72-0,92. A
validade da obtenção da versão chinesa traduzida foi apoiada pela constatação de que os
OHIP-49 e seus domínios tiveram aumento da pontuação quando o estado de saúde bucal do
voluntário mudou de saudável para insalubre. Além disso, aqueles que tinham uma
necessidade de tratamento odontológico tiveram uma maior média nos domínios do OHIP-49
e do OHIP chinês em comparação com aqueles que não tinham. A versão chinesa traduzida
do OHIP demonstrou boa validade e confiabilidade. Ela está disponível para o uso por
pesquisadores em saúde relacionados com QVSB em populações idosas chinesas.
Allen e Locker (2002) desenvolveram uma versão abreviada do Oral Health
Impact Profile (OHIP) para ser usada em pacientes edêntulos. Os dados foram coletados a
partir do estudo em idosos no Canadá e em um ensaio clínico longitudinal sobre próteses
34
retidas por implantes realizado no “dental hospital Newcastle” do Reino Unido. Todos os
indivíduos canadenses preencheram o OHIP no início do estudo, os voluntários do Reino
Unido também preencheram o OHIP após a conclusão do tratamento. Usando o método de
redução de impacto, uma versão encurtada do OHIP (chamada OHIP-EDENT 14) foi
derivada dos conjuntos de dados obtidos de ambos os grupos. Discriminantes de validade da
versão modificada OHIP-14 foram comparados com os da versão OHIP-49. Usando um
método de impacto para redução dos 49 itens do OHIP, foram formados subconjuntos muito
semelhantes para ambas as populações canadenses e britânicas. As propriedades
discriminantes de validade do OHIP-EDENT foram semelhantes no OHIP-14 e no OHIP-49.
Usando o efeito dos tamanhos para a avaliação da sensibilidade à mudança, o OHIP-14
pareceu mensurar as alterações na qualidade de vida de forma tão eficaz quanto o OHIP-49.
John et al. (2002) relataram o desenvolvimento da versão alemã do Oral Health
Impact Profile (OHIP). Os 49 itens originais foram traduzidos. A princípio associações
hipotéticas entre a soma dos pontos do OHIP e os auto relatos da saúde bucal de cinco
distúrbios orais foram confirmados em uma amostra aleatória da população geral (n=163,
idade 20-60 anos). Estas associações foram interpretadas como suporte para a validade da
construção. A capacidade de resposta do instrumento, como indicado por uma mudança do
resumo da pontuação média (45,0-28,3) do OHIP foi criada em 67 pacientes consecutivos
tratados para a DTM desordem temporomandibular (idade 19-85 anos; 72% mulheres). A
confiabilidade teste-reteste foi demonstrada por coeficientes de correlação que variaram de
0,63-0,92. A consistência interna foi alta (alfa de Cronbach>0,74). As propriedades
psicométricas do OHIP-G o tornam um instrumento adequado para a avaliação da QVSB em
estudos transversais bem como nos estudos longitudinais.
Allen e McMillan (2003) realizaram um ensaio clínico longitudinal envolvendo
103 voluntários para avaliação do impacto do tratamento com implante oral sobre o bem-estar
psicossocial de indivíduos com problemas com as próteses totais convencionais. Foram quatro
grupos: (1) queria implante / com implante: voluntários eram edêntulos mandibular,
solicitaram implantes e receberam implantes para reter a prótese; (2) queria implante / sem
implante: voluntários edêntulos mandibular solicitando implante, mas que receberam próteses
convencionais; (3) queria substituição: solicitando a substituição de suas próteses por meios
convencionais; (4) indivíduos dentados que solicitaram tratamentos de rotina e que foram
incluídos no estudo como controle. Os dados do estado de saúde foram coletados em cada
grupo antes e após o tratamento utilizando os instrumentos OHIP-EDENT e o SF36. O SF36 é
um instrumento de medida do estado de saúde desenvolvido nos Estados Unidos, a versão
35
britânica dessa medida foi utilizada nesse estudo. O SF36 é composto por 35 declarações
divididas em oito domínios: capacidade física, capacidade social, importância da limitação
física, importância da limitação emocional, saúde mental, vitalidade, dor e percepção da saúde
em geral. Houve também uma solicitação para que os voluntários fizessem uma comparação
de seu estado de saúde atual com o de um ano atrás. Os voluntários do grupo 1, 2 e 3 também
preencheram uma escala de satisfação (EVA) para as próteses. Tanto os voluntários do grupo
1 quanto os do grupo 2 apresentaram após a perda dos dentes dificuldades em adaptar com as
próteses. Esses dois grupos (1 e 2) apresentaram um valor para o OHIP-EDENT muito maior
provocando um impacto na qualidade de vida maior que o dos voluntários que procuraram
pelo tratamento com as próteses totais convencionais (grupo 3). Os indivíduos dentados
(grupo 4) tiveram QVSB muito melhor em comparação com todos os indivíduos de PTs
(grupos: 1, 2 e 3). Após o tratamento, os indivíduos que receberam próteses
implantossuportadas (grupo 1) relataram uma melhora significativa na satisfação e na QVSB,
assim como indivíduos que solicitaram e receberam próteses convencionais (grupo 3). Os
indivíduos que solicitaram implantes, mas receberam próteses convencionais (grupo 2),
apresentaram pouca melhora da satisfação com a nova prótese e apenas uma modesta
melhoria em sua QVSB. Nenhum dos indivíduos que usava prótese (grupos 1, 2 e 3)
apresentou QVSB tão boa quanto a dos indivíduos dentados.
Awad et al. (2003) compararam a satisfação e a QVSB de pacientes tratados com
sobredentaduras com a satisfação dos pacientes tratados com PTs. Sessenta voluntários
edêntulos, com idade entre 65 e 75 anos foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 1-
reabilitados com próteses convencionais superiores e com prótese convencional mandibular (n
= 30); 2- reabilitados com prótese convencional superior e uma sobredentadura suportada por
dois implantes com retentores de esferas na mandíbula (n = 30). Os indivíduos classificaram a
sua satisfação geral, bem como outras características de suas próteses (conforto, estabilidade,
capacidade de mastigar, fala, estética e capacidade de limpeza) na fase inicial do tratamento e
2 meses após a entrega da prótese. Mudanças nas avaliações sobre o Oral Health Impact
Profile original (OHIP) e sua forma curta (OHIP-EDENT) também foram utilizadas como
indicadores da QVSB. No desfecho primário deste estudo, as classificações de satisfação
geral realizada dois meses após a entrega foi significativamente melhor no grupo tratado com
sobredentadura com dois implantes mandibulares (P<0,001). O grupo de implante apresentou
classificações significativamente mais elevadas para o conforto, a estabilidade e a capacidade
de mastigar. Além disso, os indivíduos que receberam sobredentaduras sobre dois implantes
mandibulares tiveram um número significativamente menor para o OHIP-EDENT do que o
36
grupo convencional. Os resultados de curto prazo sugerem que as sobredentaduras sobre dois
implantes mandibulares combinadas com próteses convencionais maxilares proporcionam
uma melhor função e uma maior QVSB do que as próteses convencionais.
Larsson et al. (2004) traduziram o Oral Health Impact Profile (OHIP) para o
sueco e avaliaram a confiabilidade e a validade da versão sueca (OHIP-S). O OHIP é um
questionário autoaplicável com 49 perguntas, divididas em 7 domínios diferentes. Um total de
145 indivíduos participaram e responderam ao questionário. Estes voluntários foram divididos
em cinco grupos separados clinicamente por: com disfunção temporomandibular (DTM) (n =
30), com Síndrome de Sjögren (SS) (n = 30), com sensação de ardor e dor na mucosa oral
(OMP) (n = 28), com má oclusão esquelética (má oclusão) (n = 27) e pacientes com padrão
dentário normal (controles) (n = 30). O grupo da DTM e o grupo controle participaram de um
procedimento de teste-reteste. A confiabilidade interna de cada sub escala foi considerada alta
com α de Cronbach variando de 0.83-0.91. A estabilidade teste-reteste do instrumento variou
0,87-0,98. A confiabilidade e a validade do OHIP-S foram excelentes. O resultado da
aplicação do teste mostrou que o instrumento conseguiu diferenciar grupos de pacientes com
tipos de limitações funcionais distintas, como também os indivíduos saudáveis. O OHIP-S
pode ser recomendado para avaliar o impacto da saúde bucal na capacidade mastigatória e na
função psicossocial.
Ikebe et al. (2004) usaram o OHIP-14 para avaliar o impacto da doença oral sobre
a qualidade de vida de um grupo de idosos em uma área urbana do Japão. O total de 1244
voluntários residentes na comunidade participaram do estudo. A confiabilidade interna para
os 14 itens gerais foi muito alta (alfa de Cronbach = 0,95). O relato da 'dor / doloroso' e do
“desconfortavel para comer” foram os dois itens mais altamente registados com a soma da
pontuação média do OHIP-14. A análise de regressão logística múltipla indicou que a soma
da pontuação OHIP-14 tinha associação significativa com a auto-avaliação da saúde geral e
uma percepção da necessidade de tratamento odontológico. No entanto, a idade, o sexo, a
insatisfação com a situação financeira ou o nível de escolaridade não foram
significativamente associados com a soma do OHIP-14. Em comparação com a de outros
países, os itens foram classificados de forma semelhante, ao passo que as magnitudes dos
problemas percebidos foram bastante diferentes aos de outra população. O OHIP-14 japonês
teve uma alta confiabilidade interna e foi significativamente associado com a condição
dentária tendo a classificação dos itens comparável com estudos de outros países.
Forgie et al. (2005) avaliaram o perfil do impacto na saúde oral (OHIP) sobre
edêntulos que precisavam substituir suas próteses da Escócia e da Inglaterra e determinaram
37
se houve alguma mudança no impacto da QVSB quando da substituição das próteses antigas
pelas próteses novas. O OHIP é um instrumento usado para medir a percepção das pessoas do
impacto das disfunções orais em seu bem-estar. Um total de 58 indivíduos edêntulos foram
voluntários que completaram os questionários OHIP-14 antes e após receberem novas
próteses totais. Eles também avaliaram características específicas das próteses superiores e
inferiores. As respostas foram registadas numa escala de Likert. Os resultados mostraram que
para muitas perguntas as respostas do questionário anterior ao tratamento ficaram no extremo
inferior da escala de Likert, indicando que não houve grandes impactos em parâmetros da
vida relacionados com a qualidade de saúde oral. Após o tratamento houve melhorias
significativas em quatro dos 14 parâmetros avaliados no OHIP. Com as novas próteses os
pacientes expressaram maior satisfação, particularmente com a prótese inferior. Não houve
grandes diferenças entre as respostas da população da Escócia e da Inglaterra. Embora haja
necessidade de substituição de suas próteses após um período de desgaste, isto não significa
necessariamente impactos sociais significativos. O fornecimento de novas próteses não
resultou em grandes mudanças para o OHIP.
Scott et al. (2006) avaliaram se o OHIP e a satisfação dos pacientes edêntulos que
receberam próteses novas sinalizava mudanças da percepção do voluntário com as próteses
que possam ter impactado na QVSB. Duas técnicas de confecção das próteses foram
utilizadas no estudo: a técnica convencional e a técnica da cópia da prótese antiga. O OHIP é
um instrumento usado para medir a percepção do impacto das disfunções orais no bem-estar
das pessoas. Mudanças no OHIP podem ocorrer quando os indivíduos precisam ter suas
próteses totais substituídas. Além disso, é possível que o método pelo qual as próteses foram
construídas podem ter impacto sobre este. Um total de 65 indivíduos edêntulos participaram
do estudo. Trinta e três indivíduos tinham as próteses construídas por uma técnica de cópia e
32 por uma técnica convencional. Os voluntários preencheram o questionário OHIP-14 antes
e depois de ter recebido um conjunto próteses totais novas. Eles também avaliaram
características específicas das próteses superiores e inferiores. Não houve melhora
significativa do OHIP para ambas as novas próteses em relação às próteses antigas. Embora a
substituição das próteses após um período por motivo de desgaste seja necessária, isto não
significa impactos positivos sobre a QVSB. Não houve grandes diferenças entre os
voluntários que receberam as próteses pela técnica da cópia e os voluntários das próteses
convencionais em relação à pontuação do OHIP antes e após o tratamento. Geralmente os
voluntários expressaram maior satisfação com as novas próteses inferiores. No entanto, para o
grupo da prótese por cópias houve melhorias significativas para todas os sete domínios do
38
OHIP em comparação com apenas cinco dos sete domínios para os voluntários do grupo
convencional.
Koshino et al. (2006) investigaram se a reabilitação protética satisfatória fornece
bem-estar psicológico bem como melhoria da saúde. Para discutir a validade e a
confiabilidade de um recente questionário, foram convidados 48 voluntários usuários de PT.
Em seguida, para discutir a diferença na qualidade de vida do paciente com os vários aspectos
e condições das próteses 108 voluntários foram convidados a preencher o questionário. O
questionário que contém quatro domínios com oito perguntas para os pacientes usuários de
prótese foi desenvolvido por meio de análise fatorial com rotação Varimax. A confiabilidade
foi confirmada (α de Cronbach = 0,784). Na primeira avaliacao do questionario com uma
escala visual analógica (EVA) contendo 16 itens de perguntas relativas a prótese e a
problemas alimentares, o estado de saúde atual, o bem-estar psicológico e físico, a satisfação
com a vida, e a qualidade de vida (QV) foram avaliados. A pontuação QV de pacientes
edêntulos com uma prótese total tendo alguns problemas mastigatórios foi significativamente
menor do que a de outros pacientes usuários de próteses que não apresentaram problemas.
Sugere-se que o uso da prótese tenha afetado significativamente a qualidade de vida de
pessoas idosas.
Souza et al. (2007) validaram uma versão brasileira para o Oral Health Impact
Profile (OHIP-EDENT) utilizado para a avaliação da QVSB em indivíduos edêntulos. A
amostra foi composta por 65 usuários de próteses totais. O OHIP-EDENT é constituído por
uma lista de perguntas que estão agrupadas de acordo com sete domínios: limitação funcional;
dor física; desconforto psicológico; incapacidade física; incapacidade psicológica;
incapacidade social e limitações. A versão em inglês do OHIP-EDENT possui cinco opções
de resposta para cada pergunta. A versão traduzida para o português permite apenas três: (0)
Nunca; (1) às vezes; ou (2) quase sempre. Foi proposto um menor número de opções para a
resposta para facilitar a compreensão do questionário. O questionário foi aplicado aos
voluntários duas vezes com um intervalo de tempo de 3 meses entre os testes. Um processo de
validação preliminar foi conduzido por uma abordagem qualitativa. Resultados de
consistência interna mostraram α de Cronbach 0.86 ou 0.90 para a primeira e para a segunda
avaliações respectivamente. Por meio da análise do teste-reteste, um coeficiente de correlação
intra-classe de 0·57 foi encontrado, e as respostas individuais refletiram uma ampla gama de
acordo. A versão brasileira do OHIP-EDENT foi adequada para avaliar a qualidade de vida
relacionada a saúde oral dos indivíduos edêntulos.
39
Ellis et al. (2007) analisaram a satisfação dos pacientes reabilitados com próteses
convencionais e a QVSB. O total de 40 voluntários (com idade entre 55 a 85 anos)
dependendo da avaliação clínica (não randomizado), receberam um novo par de PTs
confeccionadas pela técnica convencional ou pela técnica da duplicação. Os voluntários
classificaram sua satisfação com as próteses pela EVA no início do tratamento e um mês após
a entrega das suas novas próteses. Sua QVSB foi determinada pelo questionário OHIP-20
também no início e com um mês. Os grupos de voluntários apresentaram a satisfação e OHIP
semelhantes no início do estudo e um mês após a entrega das novas próteses. Os dois grupos
eram semelhantes em termos de idade e sexo. Em ambos os grupos houve melhora
estatisticamente significativa nos domínios da limitação funcional, da incapacidade física e
psicológica do OHIP. O grupo da técnica convencional também apresentou melhora
significativa do domínio relacionado à limitações, enquanto que o grupo das próteses
duplicadas mostrou melhora significativa na classificação do domínio da dor e do desconforto
psicológico dos pacientes. A satisfação dos voluntários melhorou significativamente em
ambos os grupos em todas as variáveis, exceto na facilidade de limpeza e na capacidade de
falar. A técnica da duplicação resultou em pacientes menos satisfeitos com a estética das
novas próteses. A oferta de novas próteses, seja por uma técnica convencional ou pela técnica
da duplicação resultou na melhora da satisfação e da QVSB. Estas melhorias foram
estatisticamente significativas para alguns domínios, que variaram dependendo da técnica que
foi utilizada para a construção das novas próteses. Nenhuma técnica apresentou resultado
superior, o que pode ser um reflexo das expectativas dos pacientes no início do tratamento.
Para Locker e Allen (2007) há uma proliferação de medidas destinadas a
quantificar e descrever os resultados das condições de saúde bucal por meio das avaliações da
‘saude relacionada com a qualidade de vida'. Estas medidas, que foram inicialmente
designadas como indicadores sócio-dentais ou indicadores subjetivos da saúde bucal são
agora referidas como medidas da qualidade de vida relacionados com a saúde bucal (QVSB).
A principal conclusão do trabalho é que, apesar de todos os instrumentos utilizados
atualmente para avaliação da QVSB documentarem a frequência dos impactos funcionais e
psicossociais que emanam de distúrbios orais eles não estabelecem o significado e a
importância desses impactos. Consequentemente, a alegação de que os transtornos orais
afetam a qualidade de vida ainda não foi claramente demonstrada. São necessários mais
estudos qualitativos para a avaliação de como as disfunções orais são percebidas pelos
pacientes, bem como a utilização simultânea de medidas que respondam de forma mais
explícita a questão da qualidade de vida.
40
Yamazaki et al. (2007) desenvolveram uma versão em japonês do Oral Health
Impact Profile (OHIP). Os originais 49 itens foram traduzidos usando um método para a
frente e para trás seguindo orientações de aceites para a adaptação cultural. Foram
investigadas para a validade do instrumento se houve associações entre a somatória dos
pontos do OHIP, a saúde bucal auto-referida (n=220) e a qualidade da prótese auto-referida
(n=155). A associação entre a pontuação OHIP e seis condições orais (n=227) foram também
testados. A capacidade de resposta do instrumento foi estabelecida comparando a pontuação
antes e após o uso de próteses parciais removíveis recém-fabricadas (n=30). A confiabilidade
teste-reteste (n=37) e consistência interna (n=251) também foram calculados. Após o
desenvolvimento cinco novos itens foram adicionados ao OHIP. As associações hipotéticas a
princípio entre a pontuação do OHIP e as condições de saúde bucal foram confirmadas
(P<0,001). A alteração das pontuações do OHIP 63,6-40,6 (P <0,001) suportam a capacidade
de resposta do instrumento que apresentou correlação de alfa de Cronbach 0,98 e a
confiabilidade teste-reteste 0,81. A versão japonesa atualmente desenvolvida do OHIP para
populações alvo é adequada para avaliar a QVSB nos estudos transversais bem como nos
estudos longitudinais.
Joseph e Nichols (2007) investigaram o nível de satisfação e a qualidade de vida
de uma amostra aleatória de 200 voluntários em três locais de atendimento em saúde pública
das doenças crônicas no Sul de Trinidad. A satisfação do paciente e a qualidade de vida são
cada vez mais reconhecidos como elementos centrais na monitorização e avaliação dos
cuidados em saúde. Neste levantamento os participantes tiveram uma média de quatro visitas
anuais e 75% deles tinham 50 anos ou mais. Cerca de dois terços dos participantes deram uma
classificação de boa a excelente para a equipe de saúde. Os resultados sugeriram que os níveis
de satisfação do cliente e do número de doenças estão associados com a qualidade de vida.
Souza et al. (2010) avaliaram as respostas dos pacientes para a versão traduzida
para o português do OHIP-EDENT em um grupo de indivíduos edêntulos pela análise dos
sete domínios preconizados pelo Oral Health Impact Profile. A divisão em sete domínios do
OHIP-EDENT não se mostrou consistente na versão brasileira, tornando difícil a
interpretação dos dados clínicos. Os dados de 103 voluntários foram avaliados utilizando a
versão brasileira do OHIP-EDENT. A análise fatorial identificou quatro fatores que
responderam por 63% dos 19 itens de variância total, nomeados como: desconforto e
deficiência mastigatória (dificuldade de mastigar, desconforto ao comer, evitar alimentos e
interromper refeições); desconforto e incapacidade psicológica (preocupação,
constrangimento, impossibilidade de comer, perturbação e embaraço); incapacidade social
41
(evitar sair de casa, intolerância com o outro, irritação com o outro, incapacidade de convívio
e insatisfação com a vida em geral); e a dor e o desconforto oral (retenção de alimentos,
assentamento da prótese, boca dolorida, pontos doloridos e prótese desconfortável). Os quatro
domínios da versão brasileira do OHIP-EDENT representaram os aspectos mais importantes
para a qualidade de vida relacionada à saúde bucal dos brasileiros.
Sato et al. (2012) avaliaram a validade e a confiabilidade da versão japonesa do
Oral Health Impact Profile para pacientes edêntulos. O OHI-EDENT é um instrumento
psicométrico adequado para avaliar a qualidade de vida em pacientes edêntulos. No entanto, a
versão japonesa não tinha tido a sua confiabilidade avaliada e validada. O estudo foi realizado
com 116 voluntários edêntulos (Grupo A, com necessidade de novas próteses, n = 61; Grupo
B, usuarios de proteses, n = 55). O alfa de Cronbach (α) foi utilizado para medir a
consistência interna dos somatórios dos valores para OHIP-EDENT-J e vários sub-escalas dos
grupos A e B. O coeficiente de correlação de Spearman entre os valores do OHIP-EDENT-J e
a satisfação com as próteses pela EVA 100 mm foram calculados para os grupos A e B. O
OHIP-EDENT-J, um questionário sobre qualidade de vida relacionada com a saúde oral que
compreende 19 itens, apresentou boa confiabilidade e validade para os japoneses edêntulos.
Michaud et al. (2012) avaliaram o grau de associação entre a satisfação dos
pacientes usuários de próteses com a QVSB. No estudo procuraram identificar os
determinantes da satisfação que melhor predizem a QVSB. Foram utilizados dados de 255
idosos edêntulos que participaram de um ensaio clínico randomizado. As avaliações da QVSB
foram obtidas usando o questionário OHIP-20. O Instrumento de satisfação em relação as
próteses de McGill foi utilizado para avaliar a satisfação com o tratamento (prótese total
convencional mandibular ou sobredentadura sobre implante). Os resultados foram medidos
antes do tratamento, 6 e 12 meses após a entrega das novas próteses. Quando o efeito
combinado de todos os fatores foi analisado, apenas duas variáveis da prótese total
relacionadas com a satisfação foram significativamente associadas com a QVSB: a
capacidade mastigatória (P = 0,005) e a condição oral (P = 0,002). O tipo de tratamento, o
sexo, a idade e outras variáveis sociodemográficas não foram significativamente associadas
com a melhoria na QVSB. A conclusão foi que existe uma associação altamente positiva entre
a satisfação e a QVSB. A capacidade mastigatória e a condição bucal foram determinantes
para a satisfação com as próteses totais.
Stober et al. (2012) avaliaram a QVSB em pacientes com PTs e fizeram a
associação entre QVSB com a satisfação do paciente. Cinquenta e dois voluntários (idade
média, 66,3; 48,1% do sexo masculino) receberam próteses em pelo menos um maxilar. A
42
análise estatística foi realizada para os voluntários usuários PTs em ambos os maxilares (n =
22) ou na arcada superior somente (n = 28). Os dados foram coletados 4 semanas, 6 meses, 1
e 2 anos após a entrega das próteses. A QVSB foi medida pelo OHIP-EDENT. A satisfação
foi analisada pelo auto avaliação do voluntário por meio de uma EVA que variou de 0-10. A
análise multinível e a análise de correlação cruzada foram feitas para comprovar a hipótese de
que a satisfação do paciente era um predisponente significativo da QVSB, e não o contrário.
A QVSB melhorou de 22,9 para 12,1 para o edêntulo reabilitado com prótese em ambos os
maxilares e de 20,3 para 14,7 para o edêntulo que recebeu somente a prótese superior. A
satisfação do paciente e a QVSB foram significativamente associadas (p0.016). A satisfação
do paciente e QVSB foram associadas para portadores de próteses totais, no entanto, a
causalidade da satisfação propiciando QVSB e não o contrário não pôde ser comprovado.
Montero et al. (2013) avaliaram os relatos da QVSB em indivíduos tratados com
próteses convencionais. Foram 153 voluntários que buscavam pela reabilitação protética. Os
fatores protéticos e sociodemográficos relacionados (Índice Eichner, número de contatos
oclusais, estética e dentes perdidos) foram registrados. Foram coletados os impactos da fase
inicial sobre a QVSB por meio do questionário OHIP-14. Um mês após o tratamento, os
participantes responderam se as próteses tinham gerado efeitos melhores, iguais ou piores
dentro dos 14 itens (Post-OHIP). Os pacientes do estudo foram comparados com uma
população de referência (população-P; n = 123) em termos de QVSB. A população foi
composta por espanhóis adultos que usavam próteses dentárias convencionais que não
estavam em busca de qualquer tipo de tratamento odontológico. A confiabilidade e a validade
dos testes aplicados e a estrutura fatorial do Post-OHIP foram investigados. Um modelo de
regressão de Poisson foi calculado para prever os itens que iriam mudar favoravelmente após
o tratamento. Foram estabelecidos quatro coortes protéticos de acordo com os tipos de
reabilitações realizadas: 1-FDPS: prótese fixa metalo-cerâmica; 2-M-RPDs: próteses parciais
removíveis com estrutura metálica; 3-ADs: próteses parciais acrílicas e 4-CDs: prótese total.
Os pacientes que necessitavam de ADs ou CDs relataram significativamente menor QVSB na
fase inicial do estudo do que aqueles que necessitavam de M-RPDs ou FDP. Dor e
desconforto eram os únicos fatores que prejudicaram a avaliação das reabilitações após à
reabilitação removível. M-RPDs forneceram significativas melhorias terapêuticas. Os
pacientes perceberam os benefícios dos tratamentos pela capacidade mastigatória, estética e
na satisfação com a saúde oral depois de receberem as próteses dentárias. O tratamento com
prótese removível aumentou o bem-estar geral dos pacientes embora possa causar desconforto
e dor durante a mastigação em mais de 20% dos indivíduos. Quanto maior for a percepção da
43
limitação da saúde oral no início do tratamento maior será o aumento na QVSB percebida
pelo paciente após o tratamento.
2.3 Satisfação do paciente x Qualidade das próteses
Jacobson e Krol (1983) indicam que os profissionais devem basear nos aspectos
biológicos para a obtenção da relação ideal entre a base da prótese e os tecidos de suporte. A
fibromucosa e o rebordo ósseo devem ser capazes de tolerar as tensões funcionais. A
moldagem deve propiciar uma condição ideal de assentamento, fornecendo suporte para as
PTs sem gerar desconforto ao paciente. As regiões anatômicas que possuem condições
necessárias para realizarem o suporte primário devem possuir contatos efetivos com a base da
prótese sob as cargas funcionais. Aquelas áreas que são anatomicamente menos resistentes ou
estão impróprias para o suporte devem ser aliviadas. A seleção das regiões que devem servir
de suporte primário e secundário depende das variações anatômicas e individuais de cada
paciente.
Garrett et al. (1996) avaliaram o reembasamento ou a substituição de próteses
velhas visando melhorar a oclusão, a estabilidade, a retenção e o suporte muscular. Próteses
bem ajustadas mantém os tecidos de suporte saudáveis fornecendo satisfação para os
pacientes, melhorando a função oral e a autoestima. Neste estudo, a satisfação de 21 pacientes
com próteses ruins foi avaliada antes e após as próteses terem sido reembasadas ou
substituídas por novas próteses para melhorar a oclusão, a dimensão vertical de oclusão, a
retenção e a estabilidade. Mais de 55% dos pacientes eram moderadamente ou totalmente
satisfeitos com suas próteses totais mal adaptadas. Com as novas próteses, a maioria dos
pacientes, perceberam melhorias no conforto, na capacidade mastigatória, no prazer em
alimentar, nas escolhas dos alimentos, na retenção e na pronúncia. Os resultados apoiam a
convicção de muitos clínicos que os pacientes são beneficiados pelo reembasamento ou
mesmo pela substituição das próteses totais mal adaptadas. Melhoras da função mastigatória
subjetivas foram percebidas pela maioria dos pacientes, apesar da falta de melhora objetiva da
atividade do músculo masseter e do desempenho mastigatório com as novas próteses.
Provavelmente os usuários de prótese total mensuram a sua capacidade mastigatória pelo
conforto com a mastigação e não pela sua condição de triturar os alimentos.
Awad e Feine (1998) selecionaram cento e vinte voluntários para participar de um
ensaio clínico randomizado controlado comparando dois tipos de próteses mandibulares:
próteses convencionais e próteses sobre implante. Investigaram a satisfação dos usuários com
44
as PTs. No início do estudo os voluntários avaliaram por meio da escala visual analógica
(EVA) fatores como o conforto, a capacidade mastigatória, a estabilidade, a estética e a
capacidade de pronúncia que são fortemente relacionados com a satisfação para usuários de
PTs. A satisfação geral com as próteses também foi avaliada e os voluntários apontaram o
conforto, a capacidade mastigatória e a estabilidade como os fatores que consideravam mais
importantes para uma prótese satisfatória. A satisfação do paciente com as próteses dentárias
convencionais foi altamente influenciada pelo gênero, a estética e a capacidade funcional da
prótese. A população do estudo desejava substituir suas próteses, por isso é provável que eles
eram mais propensos a serem insatisfeitos com a suas próteses velhas do que a população em
geral. Para os autores a menor força muscular das mulheres em comparação aos homens
provoca um deslocamento menor das próteses aumentando a satisfação delas em relação as
próteses mandibulares. Assim, as classificações de satisfação geral foram geralmente baixas.
O aumento da satisfação dos pacientes com as sobredentaduras mandibulares foi
significativamente associada com a melhora da retenção, da estética e do conforto. A
capacidade de mastigatória e a capacidade de pronúncia também afetaram significativamente
a satisfação. A satisfação com as próteses totais inferiores foi de 37,88 com desvio padrão de
31,66.
Sato et al. (1998) tentaram esclarecer o grau de contribuição de cada fator clínico
na avaliação geral das PTs. Experientes especialistas em prótese desenvolveram um método
de avaliação da qualidade da prótese total. Dezesseis fatores clínicos com uma escala de três-
graus foram utilizados para avaliação das próteses totais em 320 pacientes. A avaliação geral
das próteses foi realizada com uma escala de 10 pontos. A contribuição de cada um dos 16
fatores para o nível geral de satisfação foi determinada por uma análise de regressão múltipla.
Destes 16 fatores sete foram altamente correlacionados com a satisfação geral: alinhamento
dos dentes anteriores, espaço interoclusal, estabilidade da prótese mandibular, oclusão,
articulação, retenção da prótese mandibular e extensão periférica da prótese mandibular. Um
método de pontuação para avaliação da satisfação com as PTs foi estabelecido seguido do
cálculo das pontuações desses fatores e da conversão da soma total de cada fator para um
número inteiro entre 0 e 100. A pontuação quantificada resultante foi estreitamente
relacionada com a avaliação geral da prótese. Um protocolo de avaliação utilizado para a
avaliação das próteses totais foi desenvolvido então baseado nos conhecimentos científicos de
experientes especialistas.
Fenlon et al. (2002) avaliaram a relação entre a satisfação e a qualidade das
próteses totais. A qualidade das próteses foi avaliada por um especialista na consulta inicial e
45
na primeira consulta após a instalação das novas próteses. Os voluntários classificaram as
suas próteses totais em escalas de quatro pontos. Completaram o estudo 459 voluntários.
Houve correlação positiva entre a avaliação clínica da qualidade pelo clínico especialista e a
satisfação dos pacientes com as próteses. Houve estreita correspondência quando as próteses
existentes foram classificadas como ruins pelo profissional com a baixa satisfação relatada
pelos voluntários. O mesmo nível de correlação ocorreu quando as próteses foram
positivamente avaliadas pelo profissional ao mesmo tempo que maiores índices de satisfação
foram obtidos pela avaliação dos pacientes. Os resultados do estudo enfatizam a importância
da qualidade da prótese total para propiciar satisfação para o paciente.
Celebić et al. (2003) pesquisaram os fatores que estão relacionados com a
satisfação dos pacientes com a prótese total. Participaram do estudo 222 usuários de prótese
total. A qualidade da prótese e a área chapeável foram avaliadas por profissional por meio de
um questionário. O paciente respondia sobre a sua satisfação com as PTs e classificava suas
próteses em uma escala de likert que variou de 1 a 5 (1extremamente insatisfeito a 5
excelente). Os pacientes estavam, em sua maioria, satisfeitos com a qualidade de suas
próteses. Pacientes com baixo nível de educação eram em geral mais satisfeitos com sua
aparência. Os pacientes que relatavam melhor qualidade de vida apresentavam maior índice
de satisfação geral. Pacientes com maior poder econômico apresentaram níveis mais baixos de
satisfação. Os pacientes jovens, edêntulos há pouco tempo e com bom rebordo estavam
satisfeitos com a retenção de suas próteses superiores. Entretanto, mesmo tendo bom suporte
mandibular estavam insatisfeitos com a retenção e o conforto destas próteses. Em resumo, o
nível de educação, a qualidade de vida e a situação econômica estão relacionadas com a
satisfação do paciente. A qualidade das próteses mostrou forte correlação com a satisfação
dos pacientes. Para as próteses totais mandibulares pareceu mais importante a experiência
anterior com o uso da prótese do que a própria qualidade do tecido fibromucoso para o
suporte da prótese.
Wolff et al. (2003) avaliaram a correlação existente entre a satisfação do paciente
com as próteses totais e os parâmetros de qualidade da prótese, a condição bucal e a taxa de
fluidos das glândulas salivares submandibular e sublingual. Os parâmetros foram avaliados
em 50 portadores de próteses totais. A maioria dos voluntários tinham uma taxa de redução do
fluxo salivar provocada pelo uso de medicação (média de 0,024 ml/min / glândula; SD 0,040).
A taxa de fluxo salivar foi correlacionada estatisticamente com seis parâmetros de satisfação
para próteses: a retenção da prótese superior e o conforto, a retenção da prótese mandibular e
o conforto, a capacidade mastigatória e a fala. A resiliência do rebordo alveolar, a forma do
46
rebordo maxilar e a qualidade da prótese não se correlacionaram significativamente com a
satisfação às próteses. Características da musculatura estão significativamente correlacionadas
apenas com a retenção subjetiva da prótese superior e a forma do rebordo mandibular
correlacionada com o conforto. O fluxo salivar submandibular / sublingual é um fator
importante que influencia no resultado para a satisfação com a prótese. A satisfação da
prótese não foi afetada por outros parâmetros anatômicos ou relacionada com a qualidade da
mesma.
Fenlon e Sheriff (2004) investigaram por um período de dois anos, a relação entre
a qualidade e a satisfação dos pacientes que receberam novas próteses totais. Quatrocentos e
dezessete voluntários foram recrutados para o estudo e as avaliações da satisfação foram
realizadas por meio de questionários postais após três e dois anos da instalação das próteses.
A taxa de resposta ao questionário foi de 87%. Não foram encontradas associações
significativas entre os aspectos referentes a qualidade das próteses e a satisfação dos pacientes
após dois anos de uso. Os autores concluíram que a qualidade clínica inicial das próteses
totais não foi um fator significativo na determinação da satisfação final dos pacientes com
suas PTs dois anos após a instalação.
Hanji et al. (2006) investigaram a relação entre o grau de reabsorção do rebordo
alveolar mandibular e o número de ajustes necessários após a entrega das próteses totais aos
usuários. Foram 77 voluntários usuários de próteses totais que tiveram os rebordos medidos
bilateralmente. Foram medidas a largura, a altura e a inclinação do rebordo alveolar
mandibular correspondentes às áreas de caninos (C), áreas de primeiros pré-molares (P1),
áreas de segundos pré-molares (P2), e as áreas dos primeiros molares (M1). Os autores
fizeram a relação das medidas obtidas com o número de sessões de ajustes necessárias para a
prótese. Os resultados mostraram que a média do número de ajustes necessários para as
próteses foram de 4,4 +/- 1,8 vezes (3,8 vezes para os homens e 5,0 vezes para as mulheres),
mostrando uma diferença significativa entre homens e mulheres (p<0,01). A largura do
rebordo alveolar em média foi de C: 9,7 mm, P1: 10,4 milímetros, P2: 11,5 mm e M1: 13,0
mm. A altura do rebordo alveolar média foi de C: 4,3 mm, P1: 4,6 mm, P2: 4,9 mm, e M1: 5,2
mm. O rebordo alveolar apresentou a média de inclinação para C: 11.2 graus, P1: 13,5 graus,
P2: 15,4 graus, e M1: 18,8 graus. A largura e a altura do rebordo alveolar mandibular em C,
P1, P2 e M1 foram significativamente maiores nos homens do que nas mulheres (p<0,05). A
altura da crista alveolar da mandíbula era significativamente menor quando foram muitos os
ajustes necessários até a adaptação das próteses. (p<0,05).
47
Fenlon et al. (2007) investigaram a influência da personalidade do paciente sobre
a satisfação com uso das próteses totais. Pacientes que procuraram uma escola de Odontologia
para a substituição de suas próteses totais preencheram um questionário sobre sua
personalidade e tiveram a qualidade de suas próteses antigas avaliadas. Após a primeira
consulta pós-instalação das novas próteses a qualidade das próteses foi avaliada. A satisfação
dos pacientes com as novas próteses também foi investigada. Três meses e 2 anos após a
entrega das novas PTs os questionários de satisfação foram enviados para todos os
participantes. Trezentos e oito pacientes participaram e 217 completaram todas as fases do
estudo. O uso das próteses dentárias velhas não foi associado com a personalidade, mas foram
significativamente associados com neuroticismo. No caso das próteses novas em primeira
análise, há aspectos de satisfação avaliados pelos pacientes que foram significativamente
associados com a personalidade. As associações do neuroticismo com todos os aspectos da
satisfação com as novas PTs foram encontrados em 3 meses. Após 2 anos, que as próteses
haviam sido instaladas, o neuroticismo ainda foi fortemente associado a falta de satisfação.
Pacientes neuróticos eram significativamente menos satisfeitos com as PTs.
Sutton et al. (2007) compararam a satisfação dos voluntários com três formas
oclusais diferentes dos dentes posteriores. Por meio de um estudo cruzado randomizado cada
participante (n = 45) recebeu três conjuntos de PTs com a forma oclusal posterior diferente (0
grau, anatômica e lingualizada). Cada conjunto foi usado em uma ordem aleatória durante 8
semanas. Os resultados mostraram que as formas oclusais posteriores anatômicas e
lingualizadas apresentaram níveis significativamente mais elevados de satisfação comparados
a forma de 0 grau. Não houve diferença significativa entre as formas oclusais posteriores
lingualizadas e anatômicas.
Fenlon e Sheriff (2008) investigaram as possíveis relações entre as condições
clínicas e a satisfação dos pacientes com novas próteses totais. Pacientes que procuraram o
Instituto de King College London Dental, Hospital de Guy, em Londres, para receberem
novas próteses totais foram selecionados. Dados relevantes iniciais foram registrados e foram
realizados exames intra orais da boca edêntula e quando presente, das próteses existentes. A
boca edêntula, as próteses velhas e as novas foram reexaminadas na primeira visita após a
instalação das novas PTs. Três meses após esta visita, os pacientes receberam um questionário
postal para avaliação da sua satisfação. Foram recrutados 723 pacientes o que era adequado
para o propósito do projeto, mas a perda de 167 (23%) entre a primeira visita e a primeira
avaliação foi decepcionante. A taxa de resposta ao inquérito postal de 94% (522 de 556) foi
muito satisfatório. Foram encontradas associações significativas entre a qualidade das
48
próteses totais com a qualidade do rebordo alveolar residual, com os fatores de adaptabilidade
e com a satisfação dos pacientes com as próteses totais. A satisfação dos pacientes com as
novas próteses totais foi fortemente relacionada com a precisão da reprodução do
relacionamento mandibular (precisão do registro da posição retrusiva da mandíbula e a
presença ou ausência do espaço funcional livre) e em menor grau para os fatores de
adaptabilidade do paciente. A precisão do registro da posição retruída mandibular e a
qualidade do rebordo alveolar residual mandibular foram fortemente relacionados a retenção e
a estabilidade das próteses inferiores. A personalidade do paciente não foi incluída devido a
dificuldades na identificação de variáveis latentes relacionadas com a personalidade. Esta
investigação demonstrou fortes relações entre a qualidade dos rebordos alveolares residuais
mandibulares, a qualidade das novas próteses e a satisfação dos pacientes.
De Lucena et al. (2011) correlacionaram a satisfação dos pacientes com a
qualidade das próteses, avaliada pelo profissional, com variáveis objetivas da função
mastigatória. Uma amostra de 28 indivíduos edêntulos foi selecionada, todos eram usuários de
próteses totais em ambas as arcadas há pelo menos 6 meses, sem sinais ou sintomas de
distúrbios da articulação temporomandibular. Os voluntários classificaram o nível de
satisfação com suas próteses por meio de uma escala visual analógica que variou de 0 a 100
mm e as próteses foram avaliadas por um profissional que avaliou os aspectos funcionais de 0
a 9. O desgaste dos dentes posteriores da prótese foi avaliado pela perda da anatomia oclusal.
Os testes da performance mastigatória e do limiar de deglutição foram realizados com
alimento teste artificial (optocal). O tamanho médio da partícula (X50) foi obtido pelo método
do peneiramento. Os resultados mostraram que o valor da satisfação dos voluntários com suas
próteses foi 49,1 (0 a 100) e a pontuação média da avaliação do cirurgião dentista da
qualidade da prótese foi de 6 (0 a 9) significando que o coeficiente de correlação de Spearman
não revelou nenhuma correlação significativa entre a avaliação do paciente e a do profissional
em relação as próteses totais (P>0.05). Os dados de ambos os testes mastigatórios não
mostraram correlação significativa com a satisfação dos pacientes ou com a avaliação
profissional da qualidade das próteses. Não houve diferença da trituração dos alimentos entre
as PTs com e sem desgaste excessivo dos dentes posteriores. Pode-se concluir que a avaliação
do dentista e dos pacientes sobre as próteses não foram correlacionadas e não foi observada
correlação entre essas variáveis e a função mastigatória.
Yamaga et al. (2013) avaliaram a relação entre a forma do rebordo mandibular, a
estabilidade, a retenção e a precisão do registro da relação mandibular com a percepção da
capacidade mastigatória, a satisfação com as próteses e a qualidade de vida dos pacientes.
49
Foram selecionados 183 voluntários dentre pacientes assistidos pelo Hospital Dental de
Tokyo Medical and Dental University, que receberam novas próteses totais. No exame oral a
forma do rebordo mandibular foi classificada pelo método de Cawood e Howell (1998).
Foram avaliadas: a estabilidade e a retenção da prótese total mandibular e a precisão do
registro da relação maxilomandibular. A percepção da capacidade mastigatória foi avaliada
por meio de um questionário sobre ingestão de alimentos. A satisfação dos pacientes com a
prótese total foi mensurada em uma escala visual analógica de 100 mm. A QVSB foi
analisada pelaa versão japonesa do Oral Health Impact Profile para edêntulos. Um modelo de
equações estruturais foi construído com base na hipótese de que a condição oral e a qualidade
da prótese estariam relacionadas à capacidade mastigatória, a satisfação e a QVSB. Foram
encontradas associações significativas entre a forma do rebordo mandibular, a estabilidade da
prótese total mandibular, a precisão do registro da relação mandibular, a capacidade
mastigatória percebida com a satisfação e a QVSB. Concluíram que as condições clínicas
favoráveis e a qualidade da prótese são importantes para o sucesso do tratamento com as
próteses totais.
Kagamine et al. (2014) avaliaram a confiabilidade e validaram o instrumento Patient's
Denture Assessment (PDA) utilizado para a auto avaliação do paciente em relação a prótese
total. Para os autores a demanda pelo tratamento por meio das PTs aumentará ao longo das
décadas futuras, no entanto, nenhum questionário sobre a auto avaliação dos usuários de
próteses totais demonstrou ser confiável e válido. Neste estudo os pacientes receberam novas
próteses totais fabricadas no Hospital Universitário de Odontologia, Tokyo Medical and
Dental University entre 2009 e 2010. A confiabilidade da auto avaliação em relação a prótese
total foi determinada pelo exame de consistência e confiabilidade teste-reteste interno. A
consistência interna para todos os itens do instrumento psicométrico foi medida utilizando α
de Cronbach e coeficientes médios entre itens de correlação para os 93 participantes. O
instrumento Patient's Denture Assessment (PDA) foi validado, analisando a diferença na
pontuação resumo dos seis domínios antes e após substituição pelas novas próteses pelo teste t
pareado. A possibilidade de detectar a alteração também foi testada em todos os voluntários.
O instrumento PDA demonstrou boa capacidade de avaliação discriminante, podendo ajudar
os profissionais a compreenderem a percepção dos pacientes em relação as suas PTs.
50
2.4 Função mastigatória
Helkimo et al. (1977) mediram a força máxima de mordida dos dentes e a força
do dedo polegar de 125 voluntários entre 15 e 65 anos. A avaliação da capacidade
mastigatória foi realizada com um aparelho, especialmente desenvolvido para o teste, preso a
uma forquilha colocada entre os primeiros molares e entre os incisivos. A capacidade de força
de aperto do dedo polegar foi medida ao pressionar as pontas do garfo entre o polegar e o
dedo indicador de cada mão o mais forte possível. Os valores médios foram maiores para o
gênero masculino do que para o gênero feminino. Nos homens a força de mordida máxima
medida na região dos molares foi de 39 kg (382 N) e 18 kg (176 N) na região dos incisivos.
Os valores correspondentes para as mulheres foram 22 kg (216 N) e 11 kg (108 N). A força
do dedo polegar para os homens foi em média de 10 kg (98 N) e das mulheres 7 kg (69 N). A
diferença média de força de mordida entre os homens e as mulheres foi maior no grupo com
dentes naturais do que no grupo com próteses totais. Os valores encontrados para a força de
mordida diminuíram com o aumento da idade, especialmente para as mulheres. A maior parte
dessa redução com o aumento da idade foi, provavelmente, devido à deterioração da dentição.
Em ambos os sexos a força de mordida foi notavelmente menor entre os usuários de prótese
total do que entre as pessoas com dentes. O número de dentes naturais variou
proporcionalmente com a força de mordida, isto é, quanto maior o número de dentes naturais
maior a força de mordida.
Olthoff et al. (1984) relataram que a performance mastigatória de um indivíduo
pode ser quantificada ao descrever a distribuição do tamanho das partículas de um alimento
teste triturado em função do número de ciclos mastigatórios. Um método padronizado de
peneiramento do alimento teste artificial (Optosil®) foi usado para obtenção de resultados
reprodutíveis. Algumas medidas foram realizadas com o alimento teste amendoim. A
distribuição dos tamanhos das partículas dos alimentos triturados para os sete indivíduos que
participaram do estudo foi descrita em função da equação de Rosin-Rammler Qw= 100[1- 2 –
(x/x50)b] que forneceu o tamanho médio das partículas (x50) e a forma da distribuição das
partículas pela peneiras (b). Foram observadas diferenças consideráveis no tamanho médio da
partícula em determinados números de ciclos mastigatórios e entre os voluntários. O alimento
teste demonstrou diferenças da performance e eficiência mastigatória entre os voluntários e
em todos os testes realizados o tamanho médio das partículas diminuiu em função do aumento
do número de ciclos mastigatórios.
51
Uchida (1991) investigou os fatores que influenciam a função mastigatória e os
alimentos testes adequados para a avaliação da performance e da eficiência mastigatória dos
usuários de PTs. Cento e quarenta e cinco pacientes edêntulos participaram deste estudo. A
área de assentamento basal e a força de mordida máxima das próteses antigas e das novas
foram avaliadas. A capacidade mastigatória dos pacientes foi avaliada pelo questionário sobre
os aspectos da mastigação de 100 alimentos. As conclusões foram: houve correlação positiva
entre a pontuação obtida pela área de assentamento da prótese, a qualidade da prótese e a
força máxima de mordida com a capacidade mastigatória. A capacidade mastigatória dos
voluntários apresentou correlação negativa com a idade. A melhora da capacidade
mastigatória devido a substituição das próteses não foi evidente. O resultado do estudo
mostrou que o tipo de alimento teste utilizado influencia na avaliação da função mastigatória
dos usuários de próteses.
Slagter et al. (1992) investigaram um alimento teste artificial resiliente.
Selecionaram 38 voluntários que tiveram a sua experiência mastigatória avaliada por meio de
um questionário e relacionadas com a sua capacidade de trituração do material. Além disso,
foram feitas avaliações clínicas da qualidade das próteses totais e das condições bucais dos
pacientes. Houve relação significativa, mas fraca, entre a capacidade de fragmentar o alimento
teste e o grau de reabsorção do rebordo mandibular. Houve relação significativa fraca também
entre a percepção do voluntário da sua capacidade mastigatória e a reabsorção do rebordo.
Esses resultados indicaram que os profissionais não podem confiar nas respostas dos
pacientes para avaliar a capacidade mastigatória. A performance mastigatória dos usuários de
próteses totais deve ser determinada individualmente e por meio de materiais para teste.
Slagter et al. (1993) compararam os alimentos teste artificiais optocal e optosil. A
baixa resistência à fragmentação do Optocal foi comparada a do Optosil durante a mastigação
dos portadores de próteses totais e em indivíduos com dentições naturais. A trituração de
ambos os alimentos teste revelou grandes diferenças entre os indivíduos portadores de prótese
e os indivíduos dentados. As diferenças de trituração entre o optocal e o optosil foram maiores
nos usuários de prótese total do que nos indivíduos dentados. As diferenças de fragmentação
das partículas entre os indivíduos portadores de prótese e os indivíduos dentados, bem como
as diferenças da fragmentação entre o optocal e o optosil foram amplamente estabelecidas em
menos de 20 ciclos mastigatórios. Os resultados indicam que a diferença na seleção do
material contribuiu substancialmente para as diferenças da fragmentação onde o optocal foi
muito mais fácil de mastigar do que optosil. Para medir o desempenho mastigatório em
usuários de próteses totais o optocal deve ser o material artificial teste de escolha.
52
van der Bilt (1993) analisaram as misturas de partículas de tamanhos diferentes,
tal como obtida depois da trituração. Foram utilizadas misturas grossas, médias e finas de
partículas de um alimento teste artificial (optosil). Misturas de partículas do optosil de forma e
tamanho conhecidos foram utilizadas para validar os métodos analíticos. Os resultados de
ambos os métodos foram descritos por distribuições de tamanho de partícula (b) com base no
volume das partículas (X50). A completa concordância entre os métodos foi encontrada para
as misturas de meio cubos. O tamanho médio das partículas mastigadas foi mensurado pela
exploração óptica e comparado com o método das peneiras. Embora houvesse diferentes
aspectos medidos das partículas fragmentadas, o uso das peneiras e a exploração óptica foram
métodos adequados para a quantificação da distribuição das partículas dos alimentos
mastigados e produziram resultados semelhantes também para o grau de redução do tamanho
de partícula.
van der Bilt et al. (1993) compararam a performance mastigatória de um grupo de
indivíduos com a ausência média de 5,7 dentes posteriores (grupo teste) com um grupo com
dentição completa (grupo controle). Houve diferenças significativas de desempenho entre os
dois grupos. O número de unidades de oclusão dentária influenciou significativamente o
desempenho mastigatório. O número médio de ciclos necessários para preparo do alimento
para a deglutição foi significativamente maior para os pacientes do grupo teste do que para o
grupo controle. As correlações entre o desempenho mastigatório e o número de ciclos até a
deglutição dentro de cada um dos dois grupos não foi significante. Os indivíduos com
desempenho reduzido precisavam de mais ciclos mastigatórios antes de engolir o alimento.
Correlações significativas também foram encontradas entre o desempenho mastigatório e o
tamanho dos alimentos engolidos. Indivíduos com desempenho ruim ingeriram partículas
maiores. O número de ciclos mastigatórios realizados para engolir um alimento teste natural
(amendoim) e uma artificial (Optosil) foram altamente correlacionados, indicando que ambos
os alimentos são adequados para testar o desempenho mastigatório.
Hirai et al. (1994) investigaram mudanças relacionadas à idade na função
mastigatória em usuários de próteses totais. O método das peneiras utilizando amendoins
como alimento teste foi comparado com o resultado obtido por um questionário alimentar
para avaliação subjetiva da função mastigatória. Em relação ao envelhecimento tanto a
avaliação pela performance mastigatória como a mensuração pelo questionário mostraram que
há diminuição significativa da capacidade mastigatória. (performance mastigatória: r = 0,60, P
<0,01; a pontuação da mastigação: r = .46, P <.05). A função mastigatória de usuários de
próteses totais diminui em relação ao envelhecimento. O questionário sobre a ingestão de
53
alimentos foi útil e pode ser utilizado para a avaliação da função mastigatória de usuários de
próteses totais.
Gunne e Wall (1995) mediram a eficiência mastigatória, a experiência subjetiva
da capacidade mastigatória, e a ingestão dietética de 43 indivíduos que foram reabilitados
com novas próteses totais. Os voluntários foram testados em três ocasiões: com as PTs velhas,
com as PTs novas, quando livres de sintomas e com as próteses novas 4 meses após a
inserção. A eficiência mastigatória e a experiência subjetiva da performance mastigatória
aumentaram significativamente quando os voluntários foram reabilitados e receberam as
próteses novas, não foram encontradas alterações na ingestão alimentar. Com as PTs novas a
eficiência mastigatória e a experiência subjetiva da capacidade mastigatória foram
correlacionadas.
Buschang et al. (1997) avaliaram o tamanho do bolo alimentar e a velocidade de
execução dos ciclos mastigatórios. Vinte jovens adultos do sexo masculino participaram de
dois experimentos que avaliaram a capacidade de fragmentar um alimento artificial
(CutterSil®). Com base nas distribuições de frequência para os pesos das partículas
mastigadas foram estimados o tamanho da partícula médio (X50) e a amplitude de distribuição
das partículas (b). Controlando o número de ciclos mastigatórios avaliaram: (1) o efeito do
tamanho do bolo alimentar fazendo com que cada voluntário mastigasse um pedaço inteiro,
depois quatro quartos, depois três quartos e dois quartos; (2) a capacidade mastigatória dos
voluntários que mastigaram inicialmente no tempo habitual, em seguida lentamente (40
ciclos/min) e depois rapidamente (100 ciclos/min). Os resultados mostraram que o tamanho
médio das partículas diminui e a distribuição das partículas melhora quando o tamanho do
bolo alimentar é menor. A mastigação lenta produziu as menores partículas com maior
distribuição, seguido pela velocidade habitual e depois pela mastigação rápida. O estudo
mostrou que o tamanho do bolo e a velocidade mastigatória são importantes fontes da
variação que devem ser considerados em estudos de performance mastigatória.
Ow et al. (1998) avaliaram o método das peneiras como teste para medir o
desempenho mastigatório e determinaram as associações entre performance mastigatória e o
limiar de deglutição com os movimentos mandibulares mastigatórios. Participaram do estudo
dez adultos dentados e três voluntários que utilizavam próteses totais convencionais. Os
índices do desempenho mastigatório para estes voluntários foram determinados após 10s de
sequência mastigatória e a quantidade de ciclos necessários que determinaram o limiar de
deglutição. A amêndoa foi usada como alimento teste e fragmentos de amêndoa foram
dimensionados utilizando uma peneira de fio de bronze de padrão quadrado e dimensão de
54
0.65mm. Movimentos mandibulares mastigatórios foram registrados simultaneamente por um
dispositivo optoeletrônico. Os pacientes dentados apresentaram maior velocidade e amplitude
dos movimentos mandibulares. Os índices do desempenho mastigatório foram
significativamente diferentes entre os voluntários dentados e os usuários de prótese total que
apresentaram desempenho inferior. Apesar disso, na avaliação subjetiva os usuários de PTs
relatavam satisfação com a capacidade mastigatória. Os índices de desempenho mastigatório
e do limiar de deglutição dos indivíduos dentados a 10s mostraram moderada correlação
sendo bastante forte com todos os parâmetros de velocidade mandibular (r=0,6-0,7). O índice
de 10s também mostrou uma forte correlação negativa com a duração total do ciclo
mastigatório (r =-0,7 a-0,8) nos adultos dentados. Este estudo confirma que os níveis de
desempenho mastigatório são relativamente estáveis e associados com a eficácia dos
movimentos mandibulares.
Fontijn-Tekamp (2000) pesquisaram se a utilização dos implantes de titânio
realmente melhora a função oral dos indivíduos edêntulos mandibulares. Possivelmente, a
utilização dos implantes, recupera a função de pacientes insatisfeitos ou não adaptados as PTs
em nível comparável ao dos usuários que estão satisfeitos com as próteses totais
convencionais. No entanto, devido às diferentes metodologias empregadas nos estudos é
difícil uma comparação quantitativa dos resultados. Para fazer essa comparação os autores
mediram a força de mordida e a eficiência mastigatória utilizando métodos idênticos em
indivíduos com sobredentaduras, com próteses totais convencionais e com dentições naturais.
Foram formados 7 grupos (todos do gênero feminino): 2 grupos de sobredentadura
mandibular (n=40 sobre implantes e n=19 sobre raiz); 2 grupos de próteses totais
convencionais (n=13 rebordos reabsorvido e n=24 rebordos preservado) e 3 grupos de
dentições naturais (n=14 arcos curto, n=14 idosos com arco completo e n=19 jovens com arco
completo). As mensurações da força de mordida dentro de cada grupo foram realizadas em
três posições: incisivos centrais, caninos e pré-molares. Os resultados indicaram que a força
de mordida das sobredentaduras era maior que a dos pacientes com PTs convencionais e
menor que a dos pacientes dentados. A eficiência mastigatória apresentada pelos usuários das
sobredentaduras foi maior que a dos pacientes com PTs convencionais apoiadas sobre pouco
rebordo, mas foi menor que a eficiência apresentada pelos voluntários com PTs apoiadas
sobre boa altura de rebordo e sobre raízes. A diferença entre a altura dos rebordos
mandibulares produziu diferença significativa na eficiência mastigatória entre os usuários de
PTs convencionais. A força de mordida alcançada foi similar nos três grupos de voluntários
dentados, mas a eficiência mastigatória dos voluntários com arco reduzido foi menor devido a
55
diminuição das superfícies de contato oclusal. Voluntários com arco reduzido conseguiram
quebrar menos as partículas que do arco completo. A capacidade máxima de força
correlacionou positivamente com a eficiência mastigatória em todos os grupos. A capacidade
máxima de força é fator importante para que haja boa eficiência mastigatória.
Yamashita et al. (2000) caracterizaram a relação entre a redução da função
mastigatória, em termos de performance mastigatória e força de mordida e a existência de
remanescentes para suporte oclusal natural como avaliado pelo índice Eichner. Selecionaram
118 usuários de prótese total e prótese total parcial removíveis para as análises. Estes
indivíduos foram divididos em quatro grupos, dependendo do número de contatos oclusais. O
grupo controle foi formado por 70 indivíduos dentados com suporte oclusal completo. A força
de mordida bilateral foi medida na região do primeiro molar em todos os voluntários. A
performance mastigatória foi avaliada usando o amendoim como alimento teste. Ambos: força
de mordida e performance mastigatória foram significativamente associados com o tipo de
prótese usada pelo voluntário. Tanto a força de mordida quanto a performance mastigatória
dos grupos de prótese foram significativamente reduzidos em comparação com o grupo
controle e esta tendência foi mais significativa para os grupos de prótese sem suporte dentário
oclusal. Estes resultados sugerem que a existência de unidades funcionais de dentes pode ser
um fator chave na preservação da função mastigatória.
Albert et al. (2003) estabeleceram a padronização da produção de um alimento
artificial teste (CutterSil) utilizado para determinar a confiabilidade nas avaliações da
performance e eficiência mastigatória. O alimento artificial para teste deve utilizado devido as
suas propriedades superiores em comparação aos alimentos naturais. Para a confecção do
alimento teste foi proposta a utilização do material de moldagem a base de silicone de
condensação. Os autores trabalharam com o CutterSil por ter sabor e cheiro mínimo, não ser
afetado pela água e poder ser armazenado por sete dias sem perder a estabilidade dimensional.
Este protocolo forneceu um método padronizado de confiança para futuros estudos de
performance e eficiência mastigatória.
Fontijn-Tekamp et al. (2004) compararam o limiar de deglutição de três alimentos
naturais (amendoim, queijo e cenoura) com o limiar de deglutição para um alimento teste
artificial padronizado (Optocal) e examinaram a relação entre a performance mastigatória e o
limiar de deglutição. Participaram 87 voluntários saudáveis (25 homens e 62 mulheres, com
idade entre 42,0 ± 12,1 anos). Foi registrado o número de ciclos mastigatórios realizados antes
da deglutição do alimento. Nas avaliações foram determinados o tamanho médio das
partículas do optocal (X50) após 15 ciclos mastigatórios e no momento da deglutição. Os
56
resultados mostraram que o número de ciclos mastigatórios utilizados antes da deglutição de
cada alimento natural aumentou linearmente com o aumento do volume e que para a cenoura
são necessários mais ciclos do que para o amendoim e o queijo. O número de ciclos
mastigatórios realizados antes de engolir o optocal foi comparável ao número utilizado para
cenouras. A performance mastigatória foi significativamente influenciada pelo estado dos
dentes, mas não pela idade ou gênero. Foram observadas correlações significativas para: o
número de ciclos utilizados antes de engolir alimentos naturais e o optocal; os tamanhos
médios das partículas após 15 ciclos e antes da deglutição; o número de ciclos mastigatórios
antes da deglutição e o tamanho médio da partícula correspondente. O tamanho médio de
partículas obtido após 15 ciclos não correlacionou com o número de ciclos realizados antes da
deglutição. Assim, maus mastigadores não necessariamente realizarão mais ciclos antes da
deglutição do que os bons mastigadores. Como consequência os maus mastigadores, em
média engolem os alimentos com partículas maiores.
Escudeiro-Santos et al. (2006) apresentaram um novo método de avaliação da
eficiência mastigatória. Os métodos existentes estão restritos a eletromiografia, peneiramento
e a observação clínica. No entanto, a eficácia destes métodos tem sido questionada devido à
complexidade dos procedimentos, variações no material utilizado e à imprecisão das
metodologias. O método proposto pelos autores é pela utilização de uma cápsula com material
sintético (grânulos contendo fucsina). Tais cápsulas foram submetidas a vários testes
laboratoriais de modo a determinar a sua resistência e absorvência. Dez indivíduos foram
instruídos a mastigar as cápsulas. A eficiência mastigatória foi determinada através da análise
de concentração de fucsina numa solução obtida a partir de grânulos mastigados medindo
absorvância de 546 nm. O método foi considerado rápido, simples, reprodutível, de baixo
custo, eficiente, podendo ser utilizado como uma avaliação complementar da performance e
eficiência mastigatória em diferentes situações.
Ellis et al. (2008) realizaram um estudo controlado randomizado para comparar as
escolhas alimentares dos adultos edêntulos reabilitados com sobredentaduras mandibulares
implanto retidas e próteses totais convencionais. Os pacientes edêntulos foram alocados
aleatoriamente em grupo de implante (IG) ou em grupo de PT (DG). No grupo IG (n = 49) os
voluntários foram reabilitados com próteses totais superiores convencionais e sobredentaduras
mandibulares retidas por implantes. No grupo DG (n = 48) os voluntários receberam próteses
totais convencionais. Os participantes anotavam quando eles consumiam qualquer um dos
sete alimentos teste (pão fatiado, cenouras cruas, maçãs, alface, queijo, bacon frito ou nozes) e
o nível de dificuldade mastigatória experimentado. Os dados foram coletados na fase inicial
57
do tratamento e 3 meses após o tratamento. Os voluntários IG após o tratamento mostraram
aumento do consumo de cenouras, maçãs e nozes (P<0,05) e diminuição da dificuldade em
comer maçãs e nozes. Os voluntários do grupo DG relataram diminuição da dificuldade no
pós-tratamento da mastigação de cenoura, bacon e nozes (P<0,05). Diferenças entre os grupos
para a dificuldade mastigatória foi detectada sendo que os voluntários DG encontraram mais
facilidade para mastigar nozes do que os indivíduos IG (p<0,002). A seleção dos alimentos e
a dificuldade percebida na mastigação melhoraram em ambos os grupos sem diferenças
significativas entre os grupos IG e DG.
Mendonça et al. (2009) avaliaram o efeito de um programa de reabilitação oral na
performance mastigatória e na eficiência em função do número de ciclos mastigatórios. Foram
avaliados voluntários com prótese mandibular fixa implantossuportada (ISP), com próteses
totais (CD), ou com dentição natural (ND). A performance mastigatória foi testada com um
alimento teste artificial (optocal). O optocal foi fornecido aos pacientes em duas porções de
17 cubos e recolhidos depois de 20 e 40 ciclos mastigatórios respectivamente. As partículas
foram recolhidas em um conjunto de oito peneiras. O diâmetro médio geométrico das
partículas mastigadas agitadas sobre as peneiras foi calculado usando a equação de Rosi-
Rammler Qw= 100[1- 2 –(x/x50)b]. Os questionários foram utilizados para avaliar a
capacidade mastigatória antes e depois da reabilitação fixa mandibular. O diâmetro médio
geométrico das partículas mastigadas foi comparado por análise de duas vias da variância,
seguida pelo teste de Tukey (P<0,05). O diâmetro geométrico médio, para todos os grupos foi
menor após 40 ciclos em comparação com as partículas dos 20 ciclos. Quando comparado
com o grupo ND, a performance mastigatória para os grupos CD e ISP foi de 12% e 28%
depois de 20 ciclos e 31% e 61%, após 40 ciclos, respectivamente. Os dados para a
capacidade mastigatória do grupo ISP antes e após a reabilitação mandibular fixa foram
comparadas pelo teste de McNemar (P<0,05), e mostrou que 100% dos indivíduos estavam
satisfeitos com a sua capacidade mastigatória após a reabilitação mandibular fixa. Estes
resultados quantificaram as diferenças da função mastigatória entre diferentes tipos de
reabilitações protéticas e dentição natural. Maior função mastigatória foi demonstrada para a
reabilitação mandibular fixa sobre implante em relação a prótese total convencional.
Gunji et al. (2009) investigaram as mudanças da dieta e a adequação dos
nutrientes para os usuários que receberam novas PTs. Um grupo formado de 30 voluntários
que consultavam na Faculdade de Odontologia da Universidade Nihon em Matsudo Affiliated
Hospital, de março de 2004 a novembro de 2005, foram convidados a participar do estudo e
registrar as refeições por 3 dias consecutivos e para tirar uma foto delas. Além disso, a
58
capacidade mastigatória foi avaliada pelo questionário desenvolvido por Hirai et al. 1994. Um
nutricionista confirmava a correlação entre as imagens das refeições e as anotações. As
avaliações foram feitas no início e após a entrega das próteses novas. O resultado do estudo
demonstrou que a auto-avaliação da função mastigatória melhorou após a instalação de novas
próteses.
Oliveira et al. (2014) apresentaram uma avaliação sistemática dos diferentes
métodos utilizados para avaliar a eficiência mastigatória de portadores de próteses totais
convencionais. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Medline / PubMed, Scopus e
Cochrane, buscou por artigos científicos de acordo com os termos previamente selecionados:
"performance mastigatória", "eficiência mastigatória" e "capacidade mastigatória prótese
total". Além disso, estudos complementares foram realizados pela biblioteca de manuais de
pesquisa / bancos de dados, que incluiu estudos relacionados a diferentes maneiras de avaliar
a eficiência mastigatória em usuários de próteses totais convencionais. Foram selecionados 43
documentos que foram utilizados nessa revisão. Apesar da grande variedade de metodologias
na literatura, o método das peneiras é considerado atualmente o método padrão ouro para
avaliação da performance e eficiência mastigatória dos portadores de PTs, uma vez que é o
mais simples, não depende de dispositivos específicos (além do conjunto de peneiras) e
permite uma avaliação racional. Sendo a amêndoa o alimento natural para teste mais utilizado
e o Optocal (feito a partir do material de moldagem Optosil) o alimento de teste artificial mais
empregado para performance e eficiência mastigatória.
Barbosa et al. (2015) compararam a performance mastigatória de portadores de
próteses totais com dentes artificiais de duas alturas de cúspides. Para 16 usuários foram
entregues próteses totais com dentes Premium (Heraeus). Quinze dias após a instalação da
prótese, um primeiro teste de performance mastigatória foi realizado com o optocal.
Posteriormente, um novo par de próteses totais com dentes Biotone (Dentsply) foi entregue
para cada participante em substituição ao primeiro par de próteses. Este segundo conjunto foi
fabricado duplicando os mesmos modelos utilizados para fabricar o primeiro conjunto de
próteses totais. Quinze dias após a instalação das próteses com dentes Biotone, um segundo
teste de performance mastigatória foi realizado com o optocal. Em ambos os testes o material
triturado e peneirado foi acomodado em conjunto de peneiras sob vibração. O conteúdo de
cada peneira foi pesado, e os dados obtidos foram tabulados. A média e o desvio padrão da
performance mastigatória dos participantes medida pelo tamanho de partícula X50, foram 8,39
dp 5,59 para próteses com dentes premium, e 8,56 dp 5,84 para próteses com dentes Biotone.
59
De acordo com os resultados não foram encontradas diferenças na performance mastigatória
entre os dois conjuntos de próteses totais.
2.5 Técnica tradicional x Técnica simplificada
Para Hickey et.al. (1969) a necessidade de oferecer serviço de qualidade, com
baixo custo e que beneficie muitas pessoas é o desafio mais importante para a classe
odontológica. Metade dos americanos com idade acima de 60 usam ou tem a necessidade de
utilizar PTs. Muitas dessas pessoas estão sem próteses, ou com próteses ruins devido a mão
de obra inadequada e principalmente devido ao custo relativamente elevado dos serviços.
Duas técnicas empregadas para a confecção das PTs surgiram ao longo das duas últimas
décadas. Os autores compararam uma técnica complexa: arco facial, registro das excêntricas e
oclusão balanceada bilateral; com uma simplificação que chamaram de técnica normal
(simplificada): sem o arco facial, sem registros excêntricos e sem a oclusão balanceada.
Foram selecionados 64 voluntários, sendo 32 para cada grupo. Os pacientes foram
acompanhados por 5 anos, as avaliações consideraram: o tecido residual; o tecido ósseo de
suporte; a musculatura envolvida; mudanças no contorno e suporte dos tecidos faciais, os
achados objetivos e subjetivos; padrão de comportamento e saúde geral. A diferença entre as
duas técnicas está relacionada com a diferença de complexidade. A técnica complexa
necessita cerca de seis horas a mais do que a técnica simplificada para a confecção da PTs.
Obviamente, o aumento da quantidade de tempo gasto no tratamento resulta em um aumento
significativo dos valores dos serviços prestados. Este estudo foi dedicado a responder à
pergunta: "Existem benefícios, no serviço prestado ao paciente, quando utilizamos técnicas
mais complexas?" A resposta a esta pergunta tem importância social para uma classe que se
esforça para oferecer serviços de qualidade para mais pessoas por meio de custos reduzidos.
Há a crença que o custo maior para o paciente seja necessário e justificado por fornecer um
serviço reabilitador de qualidade superior. No entanto, os seguidores da filosofia simplificada
se recusam a concordar que seus pacientes estão recebendo atendimento odontológico
inferior. Não há nenhuma evidência estatística para provar que estejam errados.
Ellinger et al. (1979) fizeram a avaliação das PTs dos 64 voluntários que foram
selecionados no estudo de Hickley et al. 1969. O delineamento original descrito acima
comparava duas técnicas diferentes para a confecção das próteses totais: Técnica Complexa e
Técnica Normal (simplificada), cada uma com 32 voluntários. As próteses foram avaliadas
em 6 diferentes tempos que variaram da fase inicial até 5 anos após, como uma avaliação
60
anual por voluntário. As variáveis eram a satisfação mensurada subjetivamente por
questionário e a qualidade das próteses avaliada por 3 dentistas com experiência clínica. A
avaliação qualitativa abordava sete fatores importantes para a avaliação das próteses. Os sete
fatores permitiam quatro respostas diferentes. Cada uma com uma determinada pontuação que
variavam de 1 a 4. A somatória dos pontos definia a qualidade mensurada das próteses. Os
sete fatores foram: a relação cêntrica coincidente com a oclusão cêntrica; a retenção superior;
a retenção inferior; a estabilidade superior; a inferior; a condição dos tecidos de suporte
superior e a condição dos tecidos de suporte inferior. O total de 53 voluntários completaram o
estudo. Não houve diferença significativa entre as próteses totais dos dois grupos durante 1
ano e não ocorreu mudança na performance das próteses durante os 5 anos subsequentes. O
estudo rejeitou a hipótese de que de um ano para o outro a qualidade da prótese total alteraria.
A técnica que foi utilizada para a confecção das próteses totais (complexa ou simplificada)
não influenciou no resultado. Para as variáveis avaliadas nesse estudo a técnica mais
complexa não apresentou resultado superior significativo em relação à técnica simplificada.
Douglass et al. (1993) estudaram as alterações do complexo craniofacial em
usuários de prótese total e relataram os resultados de 20 anos de acompanhamento. No início
do estudo foram 64 voluntários que receberam PTs. Foram utilizadas duas técnicas para a
confecção das próteses: um método complexo e um método simplificado descrito por Hickey
et al. 1969. No início da pesquisa a idade dos voluntários variava de 30 a 60 anos (idade
média de 53 anos) e todos tinham sido edêntulos por pelo menos 1 ano (intervalo de 1 a 30
anos). As telerradiografias laterais foram feitas imediatamente após a instalação inicial das
próteses e durante os anos seguintes (1, 2, 3, 4, 5, 7, 10, 15 e 20). O mesmo cefalostato foi
usado em todos e os filmes foram expostos com os dentes em oclusão cêntrica. O total de 34
voluntários completaram os 20 anos de acompanhamento. Deste número, 24 voluntários
fizeram todas as radiografias (14 mulheres e 10 homens, com idade média de 65,5 anos). Os
demais 10 voluntários que completaram o acompanhamento não foram avaliados porque
tiveram alterações na prótese ao longo do período de 20 anos e foram excluídos. O total de 12
voluntários eram usuários de próteses que utilizaram da técnica mais complexa e 12 da
técnica simplificada. Os resultados mostraram que, em ambos os grupos, houve diminuição da
dimensão vertical da oclusão e que a mandíbula havia girado no sentido anti-horário,
resultando num aumento relativo da prognatismo. O rebordo maxilar estava estável, o rebordo
mandibular apresentava alterado mais reabsorvido, e as próteses giradas para a esquerda e
deslocadas ligeiramente para a frente. As alterações observadas não foram significativamente
61
afetadas pelo gênero. Não houve diferença significativa entre as técnicas complexas e
simplificadas utilizadas no estudo.
Duncan e Taylor (2001) compararam a eficácia das técnicas de fabricação das
próteses totais tradicionais com um método mais abreviado em uma escola de Odontologia.
Os métodos tradicionais ensinados para a fabricação das próteses totais são demorados,
difíceis de dominar e não são usados por muitos clínicos gerais. Uma análise retrospectiva
com registro de 80 pacientes totalmente edêntulos tratados por estudantes de Odontologia foi
realizada. O total de 40 voluntários foram tratados com as técnicas tradicionais (T); outros 40
foram tratados por um método abreviado (S). Os dados obtidos incluíram o número de visitas
para os ajustes necessários nos primeiros 3 meses após a entrega das próteses. O teste de
Wilcoxon foi realizado para determinar a significância estatística entre os grupos em relação
ao número de visitas para os ajustes após a instalação. Um teste para a diferença de proporção
foi realizado para a análise estatística da incidência de reembasamentos. A confecção das
próteses pela técnica simplificadas resultou em uma diferença estatisticamente significativa
do número de visitas para a fabricação (P<0,01) e os ajustes necessários após a entrega das
próteses (P<0,05). Não houve diferença significativa (P=0,39) no número de reembasamentos
entre os 2 grupos. A técnica simplificada para PT forneceu uma diminuição do número de
consultas necessárias para os ajustes até a adaptação dos voluntários e menor quantidade de
horas para a confecção das próteses.
Clark et al. (2004) sugerem uma modificação da técnica convencional para a
fabricação das próteses totais. Acreditam que devido às mudanças na quantidade de tempo
disponível dos currículos da graduação para o ensino da prótese total, há a necessidade de
uma adequação e eventual modificação da técnica tradicional. A proposta é de uma técnica
para a confecção de PTs que utilizem a cópia da prótese antiga para obter vantagens que
facilitarão a confecção das próteses, como também a adaptação dos idosos aos novos
aparelhos. A conclusão do trabalho é que a técnica da cópia deveria ser considerada mais do
que um método alternativo para a confecção de PTs. Por ser necessário menos tempo clínico,
a técnica da cópia pode ser uma adequada forma de iniciação para os alunos na confecção da
prótese total. Para os autores as metodologias mais complexas deveriam ser utilizadas em
nível de estudo mais avançados como na pós-graduação.
Petrie et al. (2005) realizaram um levantamento junto aos membros do “American
College of Prosthodontists” (ACP) com o objetivo de avaliar quais eram os materiais e os
métodos utilizados nas moldagens finais para as PTs nos Estados Unidos. Esses resultados
foram confrontados com o que era preconizado nas escolas de Odontologia dos EUA por
62
meio de um segundo questionário enviado aos chefes dos departamentos de prótese dentária.
Um questionário anônimo foi enviado a todos os 1762 membros do ACP ativos nos Estados
Unidos em 2003. O questionário ligeiramente modificado também foi distribuído para chefes
de departamento da área de prótese dentária de 54 escolas de Odontologia dos EUA. 945
questionários foram devolvidos pelos membros do ACP (54% de taxa de retorno) e 42
questionários foram devolvidos pelas escolas de odontologia dos EUA (78% de taxa de
retorno). A maioria dos profissionais do ACP (88%) e a grande maioria das escolas de
Odontologia (98%) usavam a moldeira individual e a moldagem periférica. O material mais
utilizado para moldagem periférica era o composto termoplástico (67% dos membros ACP, e
95% das escolas de Odontologia). Foi observada uma variabilidade de materiais utilizados
para as moldagens finais, o polivinilsiloxano foi o mais utilizado pelos membros do ACP
(36%) e o polisulfito pelas escolas de Odontologia (64%). Diferenças estatisticamente
significativas foram encontradas nos materiais utilizados para a moldagem periférica pelos
ACP. Não foram encontradas diferenças nos materiais utilizados para a moldagem de arcos
edêntulos com base em anos de experiência. A localização geográfica não influenciou na
escolha dos materiais e métodos utilizados pelos ACP para moldagem final da PT. Houve
variabilidade dos materiais e técnicas utilizadas para as moldagens finais pelos membros ACP
e pelas escolas de Odontologia; no entanto, houve semelhança sobre os materiais e as técnicas
utilizadas pelos dentistas e pelas escolas de Odontologia. Há tendência para aumentar o uso
do polivinilsiloxano e do poliéter.
Malachias et al. (2005) descrevem a utilização de um cabo removível para
moldeira individual de resina acrílica que é facilmente acoplado às moldeiras propiciando
uma condição melhor para a moldagem do selamento periférico. Este dispositivo é indicado
para a realização das moldagens funcionais nas técnicas que preconizam o movimento
muscular realizado pelo próprio paciente. Este cabo removível orienta a sucção do paciente
conseguindo movimentos livres da língua. No relato, a moldagem final foi realizada em duas
fases. Na segunda etapa da moldagem o vedamento periférico foi realizado com composto
termoplástico de baixa fusão e a moldagem da zona de suporte principal da prótese realizada
com a pasta de óxido de zinco e eugenol. Todos os registros na moldeira foram obtidos a
partir dos movimentos realizados pelo próprio paciente (sucção do cabo e movimentos da
língua). Para os autores o cabo removível é simples de usar, sendo reutilizável, podendo ser
adaptado a moldeiras individuais de resina acrílica e permitindo um bom registro da zona do
selado periférico.
63
Kawai et al. (2005) compararam a qualidade das próteses totais convencionais
fabricadas por meio de duas técnicas diferentes. Um ensaio clínico controlado e randomizado
foi elaborado para realizar a comparação entre o método tradicional (T) e o simplificado (S)
para confecção das PTs. A técnica simplificada foi utilizada visando principalmente a
economia de tempo e de material. Os índices de satisfação, conforto e funcionalidade foram
avaliados. A qualidade das próteses foi avaliada por um clínico cego após 6 meses. Cento e
vinte e dois voluntários edêntulos de ambos os sexos, com idade entre 45 a 75 anos, foram
distribuídos aleatoriamente em dois grupos que receberam próteses confeccionadas pelos
métodos T ou S. As avaliações das variáveis relacionadas com a PT foram realizadas
utilizando a escala visual analógica (EVA) com 3 e 6 meses após a instalação da prótese. Os
resultados não mostraram diferenças significativas entre os dois grupos para as avaliações dos
voluntários quanto a satisfação geral (3 meses: média T = 83 mm; média de S = 83 mm, P =
0,97; 6 meses: média T = 79 mm; média de S = 79 mm, P = 0,96) ou quanto a qualidade das
próteses (T = 66; S = 63; P = 0,38). Estes resultados mostraram que a qualidade das próteses
totais convencionais não piorou com a utilização da técnica simplificada. Os autores sugerem
que os professores de prótese considerem estes resultados para a elaboração dos conteúdos
ensinados sobre as PTs.
Tarazi e Ticotsky-Zadok (2007) compararam três formas de dentes (anatômicos,
modificados e planos) utilizados para a obtenção de um padrão de oclusão balanceado
bilateral. A escolha do padrão oclusal determina a forma dos contatos oclusais entre os dentes
antagonistas durante o fechamento em relação cêntrica e durante os movimentos funcionais
excursivos da mandíbula. Nas PTs a quantidade e a intensidade destes contatos determinam a
quantidade e a direção das forças que serão transmitidas por meio das bases acrílicas aos
rebordos residuais. Por isso, o padrão oclusal é fator importante no planejamento das próteses
totais. O padrão de oclusão balanceado bilateral consiste na estabilidade alcançada no
fechamento cêntrico e contatos bilaterais nas próteses nas posições excêntricas. Quando os
dentes anatômicos são utilizados os anteriores superiores são ajustados para satisfazer a
estética e os dentes posteriores são dispostos em uma curva de compensação. Este esquema é
adequado para rebordos residuais bem preservados e com classe esquelética de relação classe
I. Com os rebordos residuais altamente reabsorvidos, os vetores de força que são transmitidos
através das cúspides anatômicas dos dentes irão desalojar a prótese inferior e, assim,
prejudicar o conforto e a eficiência mastigatória do paciente. Para acomodar as necessidades
especiais nos rebordos residuais altamente reabsorvidos e com relações esqueléticas que não
as de classe I, o padrão monoplano de oclusão foi concebido. Este padrão consiste em dentes
64
não anatômicos (sem cúspides), que são definidos de modo que os dentes anteriores forneçam
a estética, os pré-molares e os primeiros molares são usados para mastigar, e os segundos
molares não ocluem (embora às vezes eles são usados especificamente para estabelecer os
contatos bilaterais nos movimentos laterais). O padrão oclusal linear relaciona dentes sem
cúspide (modificados) com dentes anatômicos de modo a obter contatos oclusais lineares.
Contatos lineares sao os contatos “pin-point” das pontas das cúspides dos dentes contra
planos, esse padrão oclusal é chamado de oclusão lingualizada. A oclusão lingualizada é
caracterizada pelo contato palatino das cúspides dos dentes superiores com os dentes planos
inferiores. O esquema oclusal lingualizado proporciona melhor estética do que o esquema de
oclusão monoplano, e melhor estabilidade (no caso das cristas residuais reabsorvidas) do
esquema de oclusão bilateral de dentes anatômicas. O resultado mostrou a preferência dos
pacientes pelos dentes anatômicas ou modificados (oclusão lingualizada) e que a eficiência
mastigatória com dentes anatômicos e dos modificados foi melhor do que com os dentes não
anatômicas.
Heydecke (2008) avaliaram métodos diferentes para a fabricação das próteses
totais convencionais. Vinte voluntários edêntulos participaram desse estudo cruzado
randomizado. Cada participante recebeu 2 pares de novas próteses totais. Um par de próteses
teve a posição maxilar transferida para o articulador semi-ajustável por meio do arco facial e o
registro da relação cêntrica realizado por traçado; foram utilizados dentes semi anatômicos
com um padrão oclusal lingualizado e equilibrado. O outro conjunto de próteses totais foi
confeccionado por meio de um processamento simplificado, sem a transferência do arco
facial, com as relações maxilomandibulares registradas por meio de canaletas de oclusão em
cera e os dentes anatômicos montados com guia canina. Os 2 pares de próteses foram
entregues em ordem aleatória e cada um foi usado por 3 meses. Três meses após a instalação
as avaliações para satisfação geral, conforto, capacidade de fala, estabilidade, estética,
facilidade de limpeza e capacidade de mastigar foram realizadas por meio da EVA. Os
pacientes classificaram a sua satisfação geral, a estabilidade e a estética significativamente
melhor para as próteses simplificadas (P <0.05). Não houve diferenças significativas entre os
dois métodos para a capacidade de fala, o conforto, a capacidade de mastigar e a facilidade de
limpeza das próteses. A fabricação das próteses totais utilizando oclusão lingualizada não
influenciou positivamente nas avaliações de satisfação dos voluntários quando comparado a
um procedimento simples de montagem que utilizou dentes anatômicos.
Kawai et al. (2010) compararam a eficiência dos dois métodos para a confecção
das próteses totais o acadêmico tradicional (T) e uma técnica simplificada (S) geralmente
65
utilizada na prática clínica privada. O ensaio clínico controlado randomizado foi realizado
com 122 indivíduos do exame inicial até 6 meses de encaminhamento. Os custos diretos de
um par de próteses totais convencionais confeccionadas pelas técnicas T ou S foram
estimados. Todos os materiais utilizados eram registrados e o seu custo calculado em dólares
canadenses, os custos laboratoriais foram adicionados. O tempo de trabalho do clínico
também foi registrado para cada procedimento. As comparações entre os grupos para cada
procedimento clínico foram realizadas pelo teste t independente. Os resultados mostraram que
o custo total médio do método T foi significativamente maior do que o S (CAN $ 166,3;
p<0,001), e o tempo para a realização dos procedimentos clínicos passou de 90 minutos a
mais para a técnica T (p<0,001). Os resultados indicaram que o método S é o método que
apresenta melhor relação custo / benefício e que a economia de custos não gera consequências
negativas na confecção das próteses totais.
Regis et al. (2013) compararam duas técnicas de confecção para as PTs: a técnica
tradicional e uma técnica simplificada. As variáveis avaliadas no estudo foram a qualidade de
vida relacionada à saúde oral (QVSB), a satisfação do paciente e a qualidade das próteses.
Foram selecionados 42 voluntários edêntulos que necessitavam do tratamento com próteses
totais. Os voluntários foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: o grupo S que
recebeu as próteses fabricadas por um método simplificado e o grupo T que recebeu próteses
fabricadas pelo método convencional. A QVSB foi avaliada pelo OHIP-EDENT e a satisfação
pelo questionário de Celebic et al. 2003. Os testes foram realizados na fase inicial do estudo,
três e seis meses após a instalação das próteses. Um especialista em prótese, cego em relação
aos grupos, avaliou a qualidade das próteses 3 meses após a entrega. No resultado do estudo
os grupos não apresentaram diferença significativa para a QVSB, para a qualidade das
próteses e para a satisfação geral. Diferenças do resultado do questionário em relação a
satisfação do paciente em relação a alguns aspectos particularizados foram encontrados após 3
meses (S>C), mas foram insignificantes em 6 meses. O método simplificado foi capaz de
produzir próteses com qualidade comparáveis as produzidas pelo método convencional
promovendo QVSB e satisfação semelhantes para os pacientes.
Carlsson et al. (2013) realizaram uma avaliação por meio da revisão de literatura
sobre materiais e métodos de moldagem para PTs. Dados das fontes Medline / PubMed e da
Biblioteca Cochrane foram pesquisados buscando estudos sobre procedimentos de moldagem
utilizados na fabricação clínica das PTs. A pesquisa buscou os trabalhos com a maior
evidência disponível em relação ao resultado clínico. A PubMed listou 1201 títulos para os
termos de combinação de prótese total e moldagem. Foram identificados cinco ensaios
66
clínicos randomizados relevantes. Nenhuma avaliação da moldagem das próteses totais foi
encontrada na Biblioteca Cochrane. Procedimentos com duas etapas para a moldagem das
próteses totais dominam todos os livros didáticos, como também o ensino e a prática do
especialista apesar da ausência de evidências convincentes da sua superioridade. Não há
estudos controlados que sustentem a necessidade do uso da moldagem periférica e da
obtenção do selado palatino posterior. Dois estudos mostraram que o método de moldagem
em uma única etapa usando hidrocolóide irreversível em uma moldeira de estoque ofereceu
resultado semelhante ao método de maior complexidade com duas fases de moldagem, que
apresentam custo maior e necessidade de maior tempo clínico. Não há evidência científica
que as duas etapas de moldagem são necessárias e fornecem próteses com qualidade superior
ao método simplificado com uma única etapa de moldagem. Enquanto algumas situações
clínicas especiais podem beneficiar de outras combinações de materiais e técnicas, os
resultados sugerem que os procedimentos simples e baratos da técnica de um único passo para
a moldagem podem atender às necessidades da maioria dos edêntulos que necessitam de
próteses.
Omar et al. (2013) compararam os resultados subjetivos e objetivos de próteses
totais fabricadas por protocolos clínicos padronizados com próteses totais confeccionadas
com a omissão de alguma etapa no processamento. Quarenta e três voluntários edêntulos
(idade média 58,1 anos, DP 9,9, intervalo 35-78), foram recrutados e designados
aleatoriamente para um dos quatro grupos formados a partir da mesma sequência clínica e
laboratorial para a confecção das próteses: Grupo 1 (n = 10) a omissão da moldagem
secundária; Grupo 2 (n = 10), omissão da moldagem secundária e da montagem em
articulador com arco facial; Grupo 3 (n = 10), omissão da montagem com o arco facial; Grupo
4 (n = 13) sem omissão, controle. Os procedimentos clínicos para todos os grupos eram
idênticos e realizados por estudantes de Odontologia seniores sob a supervisão de professores
de prótese todos os quais foram cegos para o Grupo. Após a entrega com 1, 4 e 12 os
voluntários avaliaram a sua satisfação global, bem como uma variedade de fatores funcionais
usando escalas analógicas visuais (EVA). Um profissional cego independente classificou a
qualidade das próteses na primeira semana de acompanhamento. Não foram observadas
diferenças significativas entre os grupos em todos os aspectos da avaliação dos pacientes e em
todos os pontos de tempo (P>0,1). Não houve diferenças significativas nas avaliações de
qualidade das próteses pelos dentistas especialistas em qualquer um dos domínios analisados
(P>0,1). Omissões de determinadas etapas para a confecção das próteses (montagem com arco
facial e / ou obtenção de moldes secundários) têm apenas um papel menor, se houver, nos
67
resultados subjetivos e objetivos, contrastando com a crença comum de que tais omissões irão
afetar negativamente os resultados
Cunha et al. (2013) compararam a performance e a habilidade mastigatória de um
método simplificado (S) para a confecção das PTs com o método convencional (T). A amostra
foi composta por voluntários edêntulos que solicitaram tratamento com próteses totais. Os
participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: grupo S (n=21), que receberam
próteses por um método simplificado e grupo T (n=21), que receberam próteses
confeccionadas pela técnica convencional. Após três meses da instalação das próteses a
performance mastigatória foi avaliada. Os testes foram feitos com cápsulas contendo grânulos
de violeta de fucsina. O grau de fragmentação destes materiais foi determinado em função da
liberação de fucsina e esta foi analisada posteriormente por meio de colorimetria durante vinte
e quarenta ciclos. A habilidade mastigatória foi avaliada através de um questionário com
respostas binárias e uma única pergunta respondida por meio de uma escala de 0-10. Um
terceiro grupo (DN) formado por dezessete voluntários dentados serviu como um controle
externo. Os grupos foram comparados por meio de testes estatísticos adequados para a
distribuicao de dados (α=0,05). O total de 3 voluntários não completaram o estudo sendo que
39 participantes foram avaliados nos três meses (20 do Grupo T e 19 do Grupo S). Os grupos
T e S apresentaram performance mastigatória semelhante correspondendo a aproximadamente
30% da performance do Grupo DN. Os resultados para a capacidade mastigatória mostraram
semelhança entre S e T, independentemente do método de avaliação. O método simplificado
para a fabricação de prótese total foi capaz de restabelecer a função mastigatória em um nível
comparável ao de um protocolo convencional, tanto fisiologicamente como pelas percepções
dos voluntários.
Hyde et al. (2014) realizaram um estudo clínico randomizado com rigoroso
controle metodológico de todas as variáveis possíveis de confundimento. O objetivo era
avaliar se a moldagem de hidrocolóide irreversível (técnica simplificada - S) realmente
fornece o mesmo nível de resultado para a satisfação e para a QVSB que a moldagem com
polivinilsiloxano (técnica tradicional - T). Para os autores vieses nos RCTs recentes fizeram
com que as evidentes diferenças existentes entre as duas técnicas não fossem encontradas. As
comparações entre as técnicas de confecção das PTs deveriam avaliar a influência de uma
variável somente. Os RCTs têm comparado as técnicas por meio da abreviação de mais de
uma etapa da técnica T (diferenças na fase da moldagem, do uso do articulador, do arco facial,
do registro maxilomandibular, do padrão oclusal, da remontagem). Para os autores o fato
desses estudos não terem encontrado diferenças significativas entre as técnicas não indica
68
necessariamente a falta de evidência científica da superioridade da técnica T, pois a
metodologia empregada pode não ter tido capacidade de encontrar a evidência científica. A
variável analisada nesse estudo clínico foi somente o material de moldagem (G1-material
termoplástico + hidrocolóide irreversível x G2-polivinilsiloxano). Todas as demais sequências
clínicas foram exatamente iguais para eliminação de vieses, além disso foi realizado o
delineamento de um estudo cruzado, duplo cego, randomizado, controlado e clínico. Foram
recrutados 85 voluntários. Cada voluntário recebeu dois conjuntos de PTs. Um criterioso
sistema de alocação dos voluntários em quatro grupos diferentes foi elaborado. As próteses
foram identificadas por cores sendo que as cores diferentes entre os dois braços do estudo
representavam as mesmas próteses na tentativa de manter o cegamento dos pacientes. Os
pacientes foram orientados a usar uma determinada prótese por 2 semanas, depois passar a
usar a outra prótese pelo mesmo período de 2 semanas. Nesse período nenhum ajuste foi
realizado para evitar o viés provocado pelos ajustes (período de habituação). As próteses não
ajustadas foram avaliadas em relação ao conforto, a estabilidade e a eficiência mastigatória
pela escala Likert. Depois dessa fase os voluntários foram orientados a utilizar determinada
prótese (material termoplástico + hidrocolóide irreversível ou polivinilsiloxano) por um
período de 8 semanas cada (período de adaptação) período que os pacientes podiam retornar
para os ajustes que julgassem necessários. Após 8 semanas os voluntários começaram a usar a
outra prótese pelo mesmo período de 8 semanas. Finalmente no período de confirmação os
voluntários usaram cada prótese por duas semanas antes de retornarem para as avaliações. Os
desfechos secundários foram a preferência do paciente para as próteses ajustadas,
classificação de conforto, estabilidade e eficiência mastigatória, a preferência pela moldagem
da fase inicial e o questionário OHIP-EDENT. Setenta e oito (91,8%) pacientes completaram
a avaliação primária. O total de 53 (67,9%) pacientes preferiram próteses feitas de silicone
enquanto 14 (17,9%) preferiram as próteses moldadas com hidrocolóide irreversível, 4 (5,1%)
estavam satisfeitos com ambas e 7 (9,0%) igualmente insatisfeitos. Houve uma diferença de
50% na taxa de preferência (em favor de silicone) (IC 95% 32,7-67,3%, p<0,0001). Há
evidências significativas de que PTs confeccionadas a partir de moldagens de silicone foram
preferidas pelos voluntários. Dada a força dos achados clínicos, dentistas devem considerar a
escolha de silicone em vez de hidrocolóide irreversível como seu material de eleição nas
moldagens secundárias para as PTs.
Vecchia et al. (2014) quantificaram os custos de fabricação da prótese total por
um método simplificado (S) em comparação com um protocolo convencional (T). Uma
amostra de voluntários edêntulos que necessitavam de prótese total convencional em ambos
69
os maxilares foi dividida aleatoriamente em dois grupos S (método simplificado) e T (método
convencional). 39 voluntários completaram todas as fases do estudo sendo do grupo S (n=19)
e do grupo T (n=20). Foram calculados os custos diretos e indiretos dos procedimentos
programados que foram executados em cada método. As comparações entre os grupos foram
realizadas pelo teste t de Mann-Whitney and Student (α=0,05). O resultado mostrou diferença
significativa (p<0,05) do tempo médio para a confecção da prótese total, exigindo do dentista
173,2 e 284,5 minutos para grupos S e T respectivamente e do técnico do laboratório em
prótese 46,6 e 61,7 minutos para S e T respectivamente. Não houve diferenças entre os grupos
quanto ao número de ajustes necessários após a instalação das próteses. O grupo S apresentou
os custos mais baixos na confecção das próteses totais devido a menor quantidade de material
de consumo necessário. O grupo S também apresentou o menor tempo gasto pelos
profissionais (dentista e protético) do que o grupo T durante a fase de fabricação, mas não
durante os ajustes. O custo direto médio do tratamento com prótese total foi cerca 34,9%
inferior quando utilizado o método simplificado. Pode-se concluir que o método simplificado
é menos oneroso quando comparado com um protocolo convencional. Este resultado é muito
relevante para a política de saúde pública que precisa responder a alta demanda para
reabilitação dos pacientes edêntulos.
Paulino et al. (2015) realizaram uma revisão sistemática para comparar o método
tradicional (T) com o método simplificado (S) para fabricação de próteses totais. Para os
autores métodos diferentes têm sido descritos na literatura para a fabricação das próteses
totais. Entretanto, todas essas possibilidades podem ser agrupadas em dois métodos: o método
tradicional e o método simplificado. Nesse trabalho 3 revisores independentes avaliaram os
artigos publicados até dezembro de 2013. Três bases de dados eletrônicas foram pesquisadas:
Medline / PubMed, a Biblioteca Cochrane e a ISI Web of Science. Uma busca manual também
foi realizada para identificar ensaios clínicos que comparavam a confecção das próteses por
métodos abreviados contra a confecção pelo método tradicional. Seis artigos foram
classificados como ensaios clínicos randomizados controlados e foram incluídos nesta
revisão. A maioria dos artigos selecionados compararam os dois métodos por meio da
avaliação da satisfação geral, da estabilidade da prótese, da performance, da eficiência
mastigatória, do conforto, da higiene, da estética, da fala, da qualidade de vida, do custo e do
tempo para confecção das próteses. Os estudos avaliados demostraram que a técnica S como a
técnica T forneceram boa eficiência mastigatória e um efeito positivo na qualidade de vida.
Além disso, a técnica S apresentou vantagens relacionadas ao menor custo e tempo para
execução dos procedimentos clínicos e laboratoriais das próteses. Os trabalhos selecionados
70
com a utilização de diferentes métodos simplificados para a confecção das próteses totais,
avaliados por meio de ensaios clínicos randomizados cruzados e em paralelo apresentaram
resultado favorável para a técnica simplificada. Entretanto, para os autores, estudos adicionais
que utilizam técnicas simplificadas semelhantes para a fabricação de próteses totais devem ser
realizados com amostras maiores e períodos maiores de acompanhamento.
Nuñez et al. (2015) avaliaram a satisfação e a QVSB dos pacientes após
tratamento com protocolo tradicional (T) e simplificado (S) para construção de prótese total.
O objetivo do RCT foi comparar efetivamente o protocolo simplificado em relação ao
protocolo tradicional. A técnica T para a reabilitação do edêntulo resulta em potenciais
benefícios funcionais e estéticos para os pacientes. Recentes estudos têm sugerido que o
processamento simplificado (S) para confecção de PTs alcançaram resultados similares aos da
técnica T. Nesse estudo foram selecionados 50 voluntários randomicamente divididos em dois
grupos iguais: protocolo tradicional (T) e protocolo simplificado (S). As avaliações foram
realizadas antes da instalação das novas próteses, 30 e 60 dias após o último ajuste. As
avaliações incluíram a QVSB mensurada pela versão brasileira do OHIP-EDENT e a
satisfação com a prótese superior e inferior mensurada pela EVA. A satisfação geral foi uma
compilação de respostas obtidas pela EVA em relação ao conforto, a estabilidade, a
habilidade mastigatória, a habilidade de pronúncia e a estética. Os resultados mostraram que
houve significativa redução no impacto negativo das condições orais sobre a qualidade de
vida e houve melhora da satisfação com a prótese superior e a inferior (p<0.001) após 30 e 60
dias de acompanhamento. A melhora na qualidade de vida percebida foi evidente e ocorreu
em todos os quatro domínios do OHIP-EDENT (p<0.001) Apesar da redução significativa dos
impactos na qualidade de vida e melhora significativa da satisfação com as PTs, não houve
diferença entre os grupos T e S (p>0.05).
Jo et al. (2015) compararam a confecção das PTs por dois métodos diferentes de
moldagem. Para isso, um RCT cruzado foi delineado com pacientes edêntulos que buscavam
receber PTs em ambos os maxilares. As próteses mandibulares foram fabricadas usando dois
diferentes métodos. O método convencional (T): moldeira individual com a moldagem
periférica realizada com material termoplástico e a moldagem da área de suporte moldada
com silicone. A técnica simplificada (S): utilizando uma moldeira de estoque com
hidrocolóide irreversível. Os participantes foram randomicamente divididos em dois grupos.
O grupo Convencional – Simplificado (T-S) usou primeiramente a prótese convencional e
depois do periodo “wash out” de 1 mes, passaram a usar a prótese simplificada. O grupo
Simplificado-Convencional (S-T) utilizou as próteses na ordem inversa. Os ajustes foram
71
realizados em quatro consultas para todos os voluntários. Vinte e quatro participantes
completaram todas as fases do estudo. Os resultados primários para a satisfação geral com as
próteses inferiores mensurados pela EVA mostraram 91% para a técnica T, que foi
significativamente melhor que os 84,5% obtidos para a técnica S. Já para os resultados da
QVSB mensurados pela versão japonesa do questionário OHIP-EDENT-J não houve
diferença significativa entre os dois grupos T e S.
Regis et al. (2016) revisaram a literatura atual com o objetivo de estabelecer se
duas etapas de moldagem clínica, para a obtenção dos modelos de trabalho, fornecem
modelos com qualidade superior aos modelos obtidos quando é realizada uma única etapa de
moldagem. Os autores relatam que a literatura tem questionado a real necessidade de alguns
procedimentos clínicos e laboratoriais considerados essenciais para a confecção das PTs. Com
uma estratégia de busca na base de dados Medline / PubMed identificaram os ensaios clínicos
randomizados controlados que compararam as técnicas de duas etapas com as técnicas de uma
única etapa de moldagem para a fabricação das próteses totais. A seleção dos trabalhos foi
realizada por três pesquisadores independentes. Entre os 540 títulos inicialmente
identificados, quatro estudos (sete artigos publicados) foram selecionados. O total de 257
pacientes foram avaliados pelos estudos. Os aspectos analisados envolveram a qualidade de
vida relacionada à saúde bucal, a satisfação com o uso das próteses, a performance
mastigatória, a capacidade de mastigação, a qualidade da prótese e os custos diretos e
indiretos. A qualidade dos estudos incluídos foi mensurada pelas diretrizes da Cochrane. A
revisão sistemática concluiu não ser obrigatório, para o sucesso na confecção das próteses
totais convencionais, que os procedimentos de moldagem em duas etapas sejam realizados.
Uma única etapa de moldagem foi capaz de fornecer PTs adequadas em relação a uma
variedade de aspectos clínicos, a qualidade da prótese e para prover satisfação aos pacientes.
Ye et al. (2016) realizaram uma revisão sistemática para avaliar as diferenças
entre o método tradicional (T) e o método simplificado (S) na confecção das próteses totais
convencionais. Foram pesquisados artigos sobre próteses totais utilizando métodos
simplificados no Medline / PubMed e publicados em Inglês antes de abril de 2014. Onze
artigos foram incluídos no estudo. Um deles era sobre a confecção das próteses totais em uma
única etapa, dois eram sobre o tratamento abreviado para os pacientes edêntulos e os outros
eram sobre o método simplificado (S), que inclui moldagem, registro oclusal e prova dos
dentes. Sete eram ensaios clínicos controlados randomizados. O tempo, o custo, a satisfação
do paciente, os procedimentos clínicos, a performance mastigatória, a capacidade mastigatória
e a avaliação profissional relatados nestes estudos foram comparados. Nenhum dos ensaios
72
clínicos randomizados identificou diferenças significativas entre os grupos S e T em relação a
satisfação geral, o questionário OHIP-EDENT, a qualidade da prótese ou a capacidade
mastigatória. Ao mesmo tempo, o método T é significativamente mais dispendioso e requer
mais tempo para ser concluído que o método de S. A evidência científica atual sugere que o
método S possa substituir o método T.
73
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste ensaio clínico randomizado foi avaliar o desempenho das
próteses confeccionadas com a técnica simplificada, utilizada na APS da cidade de BH, por
meio da comparação com a técnica tradicional. Testes psicométricos e objetivos foram
aplicados para a avaliação da qualidade das próteses, o impacto da saúde na qualidade de
vida, a satisfação dos pacientes e a função mastigatória antes e após a reabilitação.
74
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Delineamento Experimental
Este ensaio clínico randomizado, paralelo, prospectivo e cego foi realizado
comparando-se dois grupos independentes, grupo controle (técnica tradicional -T) e grupo
experimental (técnica simplificada - S). A variável independente foi o tipo de técnica utilizada
na confecção de próteses totais convencionais (T ou S). As variáveis dependentes objetivas
foram a performance mastigatória e o limiar de deglutição. As variáveis dependentes
subjetivas foram: a qualidade das próteses, a satisfação do paciente e o impacto da
reabilitação protética na qualidade de vida. A avaliação das variáveis dependentes foi
realizada em três momentos: antes (baseline), dois e quatro meses após a reabilitação protética
por meio da instalação de novas próteses removíveis totais (T ou S).
4.2 Seleção de Voluntários
Os critérios de inclusão foram: ambos os gêneros, idade entre 40 e 90 anos, com
boa saúde geral, edêntulo total a mais de um ano. Os critérios de exclusão foram: sinal ou
sintoma de disfunção temporomandibular, perda dos dentes há menos de um ano, não
apresentar capacidade cognitiva ou não estar disponível para participar de todas as etapas do
estudo. As variáveis demográficas como: gênero, idade, estado civil, escolaridade, renda e os
fatores relacionados com uso anterior de próteses ou o número de próteses que já havia
utilizado não foram fatores de exclusão de voluntários.
Foram avaliados 135 voluntários, sendo selecionados previamente 67 de ambos os
sexos, com idade entre 46 e 87 anos e com edentulismo completo há pelo menos um ano. Dos
67 voluntários pré-selecionados 7 foram excluídos: mudança de residência (n=1); não
quiseram participar do estudo (n=3) ou necessitavam de correções cirúrgicas, somente
percebidas após o exame radiográfico e não haveria tempo suficiente para o retorno (n=3). Os
60 voluntários que participaram do estudo eram usuários do sistema público de saúde da
cidade de Belo Horizonte. A randomização foi simples, por sorteio, não estratificada. Entre os
60 voluntários havia usuários que ainda não tinham usado PT (n=2), que no momento do
estudo não usavam a PT inferior (n=9) ou que pela avaliação profissional as PTs estavam
insatisfatórias (n=49). A alocação dos 60 voluntários foi feita entre o grupo T controle (30
voluntários) e o grupo S experimental (30 voluntários). Todas as próteses foram
confeccionadas por um único dentista, especialista em prótese. A fase laboratorial foi
75
realizada pela mesma equipe de técnicos, sendo cada etapa (moldeira individual, base de
prova e plano de cera, montagem dos dentes, prensagem e a remontagem em articulador)
realizada pelo mesmo profissional para todas as próteses. Houve a perda de uma voluntária do
grupo controle, após a instalação da prótese e antes da fase intermediária dos testes, devido a
falecimento.
Os voluntários foram classificados em relação às condições clínicas e anatômicas
para a confecção das próteses totais. A classificação preconizada pelo “American College of
Prosthodontists” identifica variacoes clinicas como altura do rebordo remanescente, qualidade
da fibromucosa e a relação maxilomandibular. Pela classificação os voluntários foram
alocados dentro de quatro categorias: Classe l, Classe ll, Classe lll e Classe lV. A Classe l
representando as condições clínicas mais favoráveis e a Classe lV agrupando as condições
mais complexas para a confecção das próteses totais (McGarry et al., 1999). Não houve
exclusão dos voluntários em função da sua classificação. Anexo 1.
Todos os indivíduos pré-selecionados foram convidados e aqueles que aceitaram
participar do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 8), o
qual foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de Belo
Horizonte. Após a aprovação pelo comitê da Secretaria Municipal de Saúde de Belo
Horizonte, que foi incluída como instituição co-participante da pesquisa na Plataforma Brasil
o comitê de ética da Faculdade de Odontologia de Piracicaba / UNICAMP aprovou o estudo
na reunião do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) de 03/07/2013. O número do parecer é
331.406 e a data da Relatoria ocorreu em 10/07/2013. O número do protocolo CEP-FOP-
UNICAMP é 048/2013. O estudo também está registrado no Registro Brasileiro de Ensaios
Clínicos (ReBEC) com o identificador RBR-6sckn6 sendo a data de registro 21 de agosto de
2013.
A avaliação da qualidade das próteses e a aplicação dos questionários de
satisfação foram realizados por um único profissional clínico com experiência em prótese
calibrado e cego quanto aos grupos dos voluntários. As avaliações e a aplicação dos
questionários ocorreram antes do início do tratamento (baseline) e após dois meses (fase
intermediária) e quatro meses (fase final) do término dos ajustes e da adaptação às novas
próteses totais pelos voluntários.
76
3.3 Confecção das próteses
77
4.2.1 Técnica Tradicional (T):
Para a técnica convencional foram utilizadas moldeiras de estoque do tipo HDR
em alumínio perfuradas (Giachetti Ltda., SP, Brasil) selecionadas de acordo com as
características dos arcos edêntulos de cada paciente. A moldeira foi individualizada com cera
utilidade (cera utilidade, Lysanda Produtos Odontológicos, SP, Brasil) (Fig. 1). A moldagem
inicial foi realizada com hidrocolóide irreversível (Hydroprint Premium, Vigodent S/A, RJ,
Brasil) e o modelo obtido após vazamento com gesso pedra tipo III (Asfer Amarelo, Asfer,
São Caetano do Sul, SP, Brasil). Sobre o modelo de estudo foi confeccionada a moldeira
individual em resina acrílica autopolimerizável (Clas-Mold, JET Clássico, Clássico ind.
Brasileira, Campo Limpo Paulista, SP, Brasil) (Fig. 2). A moldeira foi confeccionada 2 mm
aquém do fórnice vestibular e apresentava alívios na região dos freios e bridas. A extensão
palatina da moldeira superior foi coincidente com a linha vibratória do palato mole. Na
moldeira do arco inferior o limite posterior foi o contorno posterior da papila piriforme.
Durante a moldagem funcional o vedamento do fundo de sulco foi obtido com o acréscimo de
material termoplástico em bastão (godiva exata verde, DFL, RJ, Brasil). O material
termoplástico foi plastificado em chama e aplicado em segmentos ao redor da moldeira
individual. A moldagem periférica superior vestibular foi realizada pedindo ao paciente que
executasse movimentos de sucção e pelo tracionamento manual na região das bridas e do
freio. A região do selado palatino foi registrada pela compressão da godiva suportada pela
moldeira sobre o palato mole. A moldagem periférica vestibular inferior também foi realizada
com material termoplástico na forma de bastão, por meio da movimentação fisiológica
realizada pelo paciente durante a sucção e pelo tracionamento manual da região das bridas e
do freio labial. A região lingual foi moldada com a movimentação da língua para frente, para
cima, para um lado e para o outro da bochecha. Após a moldagem periférica a moldagem
funcional propriamente dita de ambos os arcos foi executada com a pasta zincoenólica
(Lysanda, Lysanda produtos odontológicos, SP, Brasil). O modelo de trabalho foi então
obtido por meio do vazamento de gesso pedra tipo III (Asfer Amarelo, Asfer, São Caetano do
Sul, SP, Brasil). As bases de prova com os planos de cera superior e inferior foram
confeccionadas sobre os respectivos modelos de trabalho aliviados com cera rosa no 7
(Lysanda Produtos Odontológicos, SP, Brasil) e foram posicionadas em boca para execução
dos ajustes necessários. Após o ajuste o plano de cera foi posicionado e fixado ao ramo
superior do articulador semi ajustável (ASA) com auxílio da mesa de montagem (Bio-art, São
Carlos, SP, Brasil) cuja referência é o plano de Camper. O registro maxilomandibular foi
78
realizado na posição de relação cêntrica (RC). Um material termoplástico (Godiva Exata
Verde, DFL, RJ, Brasil) foi acrescentado ao plano de cera inferior interposta para registrar e
manter a posição de RC obtida pelos métodos fisiológicos e da manipulação. O registro
obtido foi encaixado ao modelo superior já montado no articulador (articulador 4000, Bio-art,
São Carlos, SP, Brasil). O modelo inferior foi encaixado a base acrílica e preso ao ramo
inferior do articulador. Ambos os modelos foram fixados ao ASA pela técnica dos modelos
divididos que permite o retorno do modelo ao articulador após a prensagem. Os dentes
montados foram Biotone (Biotone IPN, dentsply, Petrópolis, RJ, Brasil). A montagem dos
dentes forneceu estabilidade no fechamento cêntrico com balanceamento bilateral nos
movimentos excêntricos. Após a demuflagem (Fig. 6) os modelos voltaram para o ASA para a
realização dos refinamentos oclusais (Figs. 7 e 8).
4.2.2 Técnica Simplificada (S):
Para a técnica simplificada (S) a moldagem inicial para obtenção do modelo de
trabalho foi realizada com moldeiras de estoque do tipo HDR em alumínio e perfurada
(Giachetti Ltda., SP, Brasil) (Fig. 1). Após a seleção da moldeira de acordo com o tamanho do
arco dental ela foi individualizada com cera utilidade (cera utilidade, Lysanda Produtos
Odontológicos, SP, Brasil). A moldagem foi realizada com hidrocolóide irreversível
(Hydroprint Premium, Vigodent S/A, RJ, Brasil). No arco superior o paciente realizou
movimentos de sucção para a moldagem do fundo de vestíbulo. O freio e as bridas foram
moldados com o tracionamento manual do lábio. Para a moldagem do arco inferior foi
solicitado ao voluntário que fizesse movimentos de sucção para o registro do fundo de
vestíbulo. O freio labial e as bridas foram moldados pelo tracionamento manual. A moldagem
do assoalho lingual foi realizada com movimentos da língua para cima, para ambos lados e
para fora. O molde foi vazado com gesso pedra tipo III (Asfer Amarelo, Asfer, São Caetano
do Sul, SP, Brasil), para obtenção do modelo de trabalho. Os limites periféricos foram
delimitados no modelo pela anatomia superficial. O vedamento do selado palatino posterior
foi conseguido pelo desgaste desta região no modelo (Figs. 3 e 4). As bases e os planos de
cera foram confeccionados em laboratório como na técnica T. Após o acerto dos planos de
orientação em boca foi obtida a RC pelos métodos fisiológicos e da manipulação como na
técnica T. O registro da posição de RC foi realizado por meio de grampos e os modelos foram
montados em articulador não ajustável (Bethil ind. E com. Ltda., Marília, SP, Brasil) (Fig. 5).
79
Os dentes montados foram Biotone. A montagem dos dentes visou estabelecer estabilidade no
fechamento cêntrico.
Figura 1 - Moldeira modelo
HDR individualizada para
grupo controle (T) e grupo
teste (S)
Figura 2 - Moldeira
individual Grupo (T)
Fonte: O Autor Fonte: O Autor
Figura 3 - Desgaste posterior no
modelo. Grupo teste (S)
Figura 4 - Demarcação da área do
selado palatino posterior. Grupo teste
(S)
Fonte: O Autor Fonte: O Autor
Figura 5 - Montagem em articulador
não ajustável (ANA) grupo teste (S)
Figura 6 – Modelo demuflado com a
prótese prensada Grupo (T)
Fonte: O Autor Fonte: O Autor
80
Figura 7 – Checagem dos contatos
oclusais com carbono Grupo (T)
Figura 8 - Ajuste por desgaste Grupo (T)
Fonte: O Autor Fonte: O Autor
4.3 Instalação das Próteses
A consulta para a instalação das próteses seguiu a seguinte sequência para ambos os
grupos T e S:
a) A prótese foi imersa em água para remoção de excesso do monômero antes de
ser levada em boca;
b) Visualmente foi avaliada a presença de porosidades;
c) Pela sensação tátil foram identificadas espículas que foram removidas com
pedra ou borracha;
d) Adaptação da prótese em boca.
No Grupo Controle (T) foi feito o refinamento oclusal no laboratório e
posteriormente em boca para obtenção da Oclusão Balanceada Bilateral (OBB). Os ajustes
dos contatos oclusais foram realizados seguindo a sequência para ambos os grupos T e S:
a) Pelo menos um contato em cada cúspide cêntrica com sua fossa antagonista;
b) Ajustado primeiro o lado que o paciente relatava presença de contatos
prematuros;
c) Contato prematuro em cêntrica e lateralidade – foi desgastada a cúspide;
d) Contato prematuro em cêntrica, mas equilibrada em lateralidade – foi
desgastada a fossa antagonista.
81
Após a instalação das próteses as duas primeiras sessões de ajustes foram
agendadas e os demais retornos aconteciam quando os voluntários solicitavam ou quando
questionados sobre a satisfação geral relatavam algum desconforto com a prótese.
4.4 Orientações para higienização das próteses
Foi entregue para cada voluntário de ambos os grupos T e S as orientações para o
cuidado com a higiene das próteses (Quadro 1).
1) Após se alimentar, lave as mãos e a retire suas próteses com cuidado.
2) Se possível coloque uma toalha em baixo como apoio para caso ela escape de sua
mão.
3) Pegue uma escova macia e sabonete neutro.
4) Limpe bem cada face da sua prótese, veja se após sua limpeza ela está lisa e sem áreas
esbranquiçadas ou com restos alimentares.
5) Enxágue bastante.
6) Uma ou duas vezes por semana, deixe a prótese em meio copo de água com 3 gotas de
água sanitária durante 10 minutos. Lave com bastante água antes de usar novamente
ou lave-a novamente com sabão neutro para tirar o gosto desagradável.
Obs.: Existem no mercado produtos efervescentes especiais para essa limpeza.
7) A boca também deve ser limpa antes se colocar a prótese no lugar novamente.
Bocheche com água e com uma escova macia massageie a gengiva, bochecha e língua.
4.5 Ajuste para eliminação de áreas traumáticas
Após a instalação das próteses o número de consultas necessárias para o ajuste das
próteses até a adaptação dos voluntários foi quantificado. Duas consultas iniciais após a
instalação das próteses eram agendadas, posteriormente os ajustes foram realizados sempre
que o voluntário solicitasse. Os ajustes eram realizados na base das próteses nas regiões
correspondentes as áreas com presença de úlceras e ou demais alterações da mucosa oral. A
oclusão das PTs também era conferida por meio do papel carbono e os desgastes oclusais
necessários realizados. Os ajustes foram realizados até que o voluntário não apresentasse mais
sinal ou sintoma de traumatismo, dor ou desconforto provocado pela base da prótese. A fase
das avaliações e testes iniciaram 2 meses após a eliminação da sintomatologia.
4.6 Formulário de coleta dos dados
Os dados demográficos nome, endereço, telefone, idade, data de nascimento,
sexo, centro de saúde, estado civil, grau de instrução e renda familiar foram coletados de
todos os voluntários na fase inicial da pesquisa. No formulário também foram questionados a
82
frequência diária de higiene da prótese, o uso da prótese superior e da inferior, o número de
próteses superiores e inferiores que o voluntário já havia utilizado, há quanto tempo havia
perdido os dentes, hábito de fumar, beber e sensação de boca seca. Anexo 2.
4.7 Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (OHIP EDENT)
A autopercepção de saúde bucal e seu impacto têm sido um dos indicadores de
qualidade de vida associada à saúde bucal (QVSB) mais utilizados em Odontologia. Entre os
questionários para a medição da QVSB destaca-se o Oral Health Impact Profile (OHIP) com
49 questões. A versão OHIP-EDENT com 19 questões é utilizada para indivíduos edêntulos
totais, sendo capaz de detectar mudanças na QVSB de usuários de prótese, antes e depois de
receberem novas próteses (Allen e Locker, 2002 e Regis et al., 2013). A versão em inglês do
OHIP-EDENT 19 apresenta 7 domínios (limitação funcional, dor física, desconforto
psicológico, incapacidade física, incapacidade psicológica, incapacidade social e limitações)
sendo possível cinco possibilidades de resposta pela escala de Likert.
No presente estudo, o impacto da QVSB foi avaliado utilizando-se a versão
brasileira do OHIP-EDENT (Brazilian OHIP-EDENT). (Souza et al., 2007 e Souza et al.,
2010). Essa versão apresenta 19 questões distribuídas em 4 domínios (desconforto com a
mastigação, incapacidade e desconforto psicológico, incapacidade social e dor ou desconforto
oral), sendo possíveis apenas três respostas: nunca, as vezes e quase sempre. Cada resposta
recebe uma pontuação: 0, 1 e 2 respectivamente. A soma de todas as respostas pode variar de
0 a 38. As somas maiores representam maior impacto negativo para a QVSB.
4.8 Satisfação com as próteses totais
Dentre os instrumentos psicométricos propostos para a avaliação do grau de
satisfação dos usuários de próteses, foram utilizados nesse estudo os de Regis et al. 2013,
Awad et al., 2003 e de Ellis et al., 2007. Os questionários foram aplicados por um único
profissional com experiência em prótese total e cego quanto aos grupos dos voluntários. No
questionário de Regis et al. 2013 para cada uma das oito variáveis avaliadas são possíveis três
respostas: insatisfatório, regular e bom, correspondendo as pontuações 0, 1 e 2
respectivamente. A soma de todos valores pode variar de 0 a 16. Os somatórios maiores
representam nível de satisfação mais alto. Já as variáveis avaliadas pelo questionário de Awad
et al. 2003 e de Ellis et al., 2007 foram realizadas escala visual analógica (EVA) que variou
de 0 a 10 cm ancoradas pelas palavras “completamente insatisfeito” e “completamente
83
satisfeito” respectivamente, os voluntarios identificavam a sua satisfacao que posteriormente
foram convertidas em números de 1 a 10. Anexo 4.
4.9 Qualidade das próteses
O instrumento utilizado para a avaliação da qualidade das próteses totais foi o
Functional Assessment of dentures, desenvolvido por Corrigan et al., 2002 e validado por
Anastassiadou et al 2002. Este instrumento utiliza 10 critérios para avaliar a qualidade das
próteses: o espaço funcional livre, a oclusão, estabilidade das próteses durante movimentos
excursivos suaves, a resistência da prótese maxilar a forcas verticais, o controle lingual
ajudando a estabilizar a prótese, o deslocamento lateral rotacional maxilar, o deslocamento
maxilar ântero-posterior, o assentamento da prótese mandibular, a estabilidade da prótese
mandibular durante movimento da língua, a estabilidade da prótese inferior no movimento
ântero-posterior. As respostas positivas receberam 1 ponto e as avaliações negativas 0. A
pontuação total variou de 0 a 10. A avaliação clínica foi realizada por um único profissional
com experiência em prótese total e cego quanto aos grupos dos voluntários. Anexo 5.
4.10 Função mastigatória
Para a avaliação da performance mastigatória foi utilizado o método de
fracionamento em peneiras (Van der Bilt e Fontijn-Tekamp, 2004), empregando material teste
Optocal. Para a realização do teste, cada voluntário recebeu uma porção (17 cubos) do
material teste (Optocal) que foi confeccionado manualmente pelo pesquisador a partir da
aglutinação dos materiais: Optosil Confort® (Heraeus Kulzer) (57%), creme dental (27%),
vaselina (3%), gesso odontológico (9%), hidrocolóide irreversível (4%) e 27g de Activador
Universal Optosil®-Xantopren® (Heraeus Kulzer). Após a aglutinação dos componentes, a
massa foi homogeneizada. Com auxílio de uma matriz metálica foram confeccionados cubos
de Optocal medindo 5,6 mm de aresta. Após a polimerização inicial, os cubos eram
removidos da matriz e pesados individualmente para padronização e colocados em estufa a
60°C por 16 horas para sua total polimerização. Depois de resfriados, os cubos foram
desinfetados com solução de glutaraldeído 2% por 30 minutos, lavados, secos com papel
absorvente, agrupados em porções de 17 cubos, as quais foram pesadas, devendo apresentar
aproximadamente 3,7 g.
84
No teste de performance cada voluntário foi instruído a mastigar, com as próteses
em posição, de maneira habitual por 40 ciclos mastigatórios. Para o teste de limiar de
deglutição o voluntário foi orientado a mastigar até sentir vontade de deglutir. Os testes foram
monitorados pelo pesquisador. Posteriormente, toda a amostra triturada foi expectorada em
um filtro de papel. Duzentos mililitros de água foram fornecidos aos voluntários para que, por
meio de bochechos sucessivos, fosse promovida a total limpeza da cavidade oral e o conteúdo
também fosse expectorado no mesmo filtro de papel.
O filtro contendo o material triturado foi deixado em repouso para a decantação
por 1 semana e posteriormente foi submetido à secagem em estufa por 25 minutos a
temperatura de 80°C. Após a secagem, as partículas foram fracionadas por um sistema de 10
peneiras com malhas que variam de 5,6 mm a 0,5 mm de abertura, acopladas a uma mesa
vibratória (Bertel Ind. Met. Ltda) durante 20 minutos. O montante acumulado em cada
peneira foi pesado em balança analítica com 0,0001g de precisão (Mark, 2060, Bel
Engineering).
Para a cálculo da performance mastigatória, o tamanho mediano da particular
(X50) e o índice de distribuição do material teste em cada peneira (b) foram calculados por
meio da equação de Rosin-Rammler: Qw= 100[1- 2 – (x/x50)b] (Slagter et al., 1992). A
avaliação da performance e do limiar foram analisadas por meio do X50 e do b. O X50 mede o
tamanho médio das partículas e o b mede a distribuição das partículas pelas peneiras. A
avaliação isolada do X50 pode levar a uma conclusão equivocada da capacidade mastigatória.
Isso porque, caso o voluntário triture bem alguns cubos, mas não quebre a maioria dos outros
terá uma média baixa do X50. Esse bom resultado para o X50 pode não expressar efetivamente
uma boa mastigação resultando em um valor de b alto. Portanto, para uma avaliação mais
segura analisaremos as duas variáveis o X50 e o b.
4.11 Coleta de Saliva
O fluxo salivar dos voluntários foi mensurado na fase inicial do estudo.
Considerando que a saliva está envolvida diretamente com a performance mastigatória (Van
der bilt, 2011), considerou-se importante que fosse registrado o fluxo salivar dos indivíduos
da amostra. Desse modo, o fluxo salivar foi coletado por método de saliva não estimulada e
estimulada. As variáveis foram analisadas com os voluntários utilizando as próteses velhas da
fase inicial. O fluxo salivar não estimulado foi medido com os voluntários sendo instruídos a
deixar a saliva acumular na boca e expectorando em recipientes pré pesados e a não
85
movimentar a língua ou os lábios durante o procedimento. A coleta salivar foi feita durante 5
minutos e a taxa do fluxo sendo expressa em mililitro por minuto. O peso em gramas da saliva
foi assumido como sendo igual à sua quantidade em mililitros porque a densidade da saliva
está próxima de 1.0. O fluxo salivar estimulado também foi mensurado com os voluntários
mascando parafina (Parafilm). O tempo de coleta e a fórmula de cálculo do fluxo salivar
foram os mesmos da saliva não estimulada. Os voluntários foram instruídos a eliminar o
excesso de saliva da boca realizando uma deglutição inicial de saliva. A seguir, uma película
de parafina (Parafilm), com formato quadrangular de 5 x 5 cm2, foi oferecida a cada
voluntário, que em seguida recebeu as instruções de mastigá-la durante 1 minuto para
estimulação mecânica da saliva. A seguir foi realizada a coleta de saliva estimulada, com
expectoração da mesma em recipiente pré-pesado durante 5 minutos (Van der Bilt, 2011).
4.12 Análise dos dados
A análise descritiva foi realizada usando medidas de frequência para variáveis
nominais e médias e desvio padrão para variáveis numéricas. A análise comparativa foi
realizada através do teste não-paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney. As comparações foram
realizadas entre grupos (técnica tradicional e técnica simplificada) e entre as diferentes etapas
de análise (inicial, 2 meses e 4 meses). A significância estatística foi definida para valores
com probabilidade acima 95% (alfa=0.05). O programa SAS 9.4 foi utilizado para todas as
análises estatísticas.
86
5 RESULTADOS
5.1 Dados coletados do formulário
A tabela 1 apresenta o resultado para as principais variáveis obtidas por meio da
coleta dos dados do formulário.
Tabela 1 - Variáveis obtidas na coleta dos dados
Variável Grupo
Idade
Controle Média (anos) 65,10
DP (anos) 8,90
Experimental Média (anos) 65,20
DP (anos) 10,52
Gênero
Controle Feminino 21
Masculino 9
Experimental Feminino 25
Masculino 5
Uso da Prótese Superior
Controle
Não usa 2
Estética 0
Alimentação 0
Constantemente 28
Experimental
Não usa 0
Estética 0
Alimentação 0
Constantemente 30
Uso da Prótese Inferior
Controle
Não usa 5
Estética 1
Alimentação 0
Constantemente 24
Experimental
Não usa 6
Estética 1
Alimentação 0
Constantemente 23
Tempo de Perda dos dentes
superiores
Controle Média (anos) 28,63
DP (anos) 16,63
Experimental Média (anos) 36,33
DP (anos) 15,41
Tempo de Perda dos dentes
inferiores
Controle Média (anos) 25,97
DP (anos) 16,92
Experimental Média (anos) 34,37
DP (anos) 15,95
Fonte: O Autor
87
5.2 Classificação do edêntulo total
A tabela 2 apresenta a divisão dos voluntários do estudo em relação a
classificação do “American College of prosthodontics” (ACP) (McGarry, 1999).
Tabela 2 - Classificação dos voluntários segundo o American College of Prosthodontics
(1999)
Grupo Classificação Frequência
Classificação ACP
Controle
Classe I 4
Classe II 8
Classe III 12
Classe IV 6
Experimental
Classe I 2
Classe II 10
Classe III 13
Classe IV 5
Fonte: O Autor
A maioria dos voluntários do estudo foram classificados como classe III. A classe
l, mais favorável, foi a menos prevalente. A classe IV, menos favorável para a confecção das
próteses, foi a segunda menos prevalente.
5.3 Ajuste das próteses instaladas
A tabela 3 apresenta o resultado do número de consultas necessários para os
ajustes das próteses para cada grupo.
Tabela 3 - Resultado do número de consultas para cada grupo
Consultas para ajuste
após instalação
Controle Média 4,53
DP 1,78
Experimental Média 3,90
DP 1,45
Fonte: O Autor
Não houve diferença significativa entre os grupos T e S (p>0,05).
Além dos ajustes por desgastes foram realizados 4 reembasamentos de próteses
inferiores para correção de falhas no assentamento, nos limites periféricos e ou posteriores
(T=3 e S=1).
88
5.4 Satisfação
A tabela 4 apresenta o resultado para as variáveis avaliadas pelo questionário de
Regis et al. 2013.
Tabela 4 - Resultado da satisfação geral (Regis et al. 2013)
Variável Tradicional Simplificada
Inicial 2 meses 4 meses Inicial 2 meses 4 meses
Satisfação geral Régis et
al. 2013
(0 a 16)
9,46 ±
3,79
14,07 ±
2,12
14,76 ±
2,01
9,30 ±
4,20
14,07 ±
2,56
14,83 ±
1,97
Fonte: O Autor
A satisfação geral com dois meses e quatro meses para ambos os grupos T e S
apresentou diferença significativa para a fase inicial (p<0.05). Entre os grupos (T e S) não
houve diferença estatística (p>0,05). Os resultados da fase de avaliação com dois e quatro
meses foram semelhantes (p>0.05).
O resultado da compilação das variáveis avaliadas pelo questionário de Awad et
al. 2003 e de Ellis et al., 2007 pode ser verificado na tabela 5.
Tabela 5 - Resultado da satisfação (Awad et al., 2003 e Ellis et al., 2007)
Variável Tradicional Simplificada
Inicial 2 meses 4 meses Inicial 2 meses 4 meses
Satisfação
EVA
Você está satisfeito com
sua prótese superior?
7,32 ±
2,61
9,90 ±
0,31
9,93 ±
0,26
7,33 ±
2,67
9,70 ±
0,65
9,80 ±
0,55
Você está satisfeito com
sua prótese inferior?
4,64 ±
3,71
8,76 ±
2,06
9,07 ±
2,09
4,67 ±
3,46
8,67 ±
1,97
9,07 ±
1,51
Você está satisfeito com
a estabilidade /retenção
de suas próteses?
6,43 ±
3,26
9,07 ±
1,44
9,17 ±
1,49
6,77 ±
2,86
9,00 ±
1,58
9,30 ±
1,29
Você está satisfeito com
a estética das suas
próteses?
6,50 ±
3,21
9,86 ±
0,52
9,90 ±
0,41
7,10 ±
3,01
9,50 ±
1,01
9,77 ±
0,68
Habilidade
mastigatória?
5,93 ±
3,70
8,10 ±
2,57
8,45 ±
2,59
5,77 ±
3,50
8,93 ±
1,41
9,20 ±
1,24
Habilidade para falar? 7,79 ±
2,86
9,41 ±
1,09
9,62 ±
0,90
7,40 ±
2,94
9,47 ±
0,94
9,67 ±
0,76
Fonte: O Autor
89
Analisando o resultado para cada pergunta do questionário com dois meses e quatro
meses, todas as variáveis da satisfação medidas pela EVA nos grupos T e S apresentaram
diferença significativa (p<0,05) quando comparadas a fase inicial. Entre os grupos T e S não
houve diferença estatística (p>0,05) sendo os resultados semelhantes na fase de avaliação de
dois meses e de quatro meses (p>0.05).
5.5 Qualidade de Vida Associada à Saúde Bucal (QVSB)
A tabela 6 mostra o resultado do formulário OHIP-EDENT.
Tabela 6 - Impacto da prótese na qualidade de vida, resultado do OHIP-EDENT
Variável Tradicional Simplificada
Inicial 2 meses 4 meses Inicial 2 meses 4 meses
OHIP-
EDENT
Desconforto com a
mastigação
3,75 ±
2,53
2,22 ±
2,34
1,37 ±
1,98
3,3 ±
2,52
1,47 ±
2,05
0,93 ±
1,84
Incapacidade e desconforto
psicológico
3,61 ±
3,1
1,11 ±
1,76
0,44 ±
1,25
2,97 ±
2,83
0,87 ±
1,85
0,47 ±
1,57
Incapacidade social 1,14 ±
1,84
0,15 ±
0,53
0,07 ±
0,38
1,37 ±
2,36
0,40 ±
1,85
0,03 ±
0,18
Dor e desconforto oral 5,54 ±
2,78
2,74 ±
1,65
1,56 ±
1,63
4,7 ±
3,22
2,74 ±
1,65
1,13 ±
2,05
Impacto geral na Qualidade
de vida
(Soma dos quatro domínios)
14,07 ±
8,49
5,97 ±
5,21
3,21 ±
4,30
12,47 ±
9,41
4,53 ±
5,53
2,60 ±
5,14
Fonte: O Autor
O resultado do impacto geral da prótese na qualidade de vida avaliada por meio
do OHI-EDENT 19 com dois meses e quatro meses para os grupos T e S mostrou diferença
significativa para com a fase inicial (p<0,05). Entre os grupos T e S não houve diferença
estatística (p>0,05), entretanto, houve diferença significativa (p<0,05) no impacto da
qualidade de vida da avaliação de quatro meses para a avaliação de dois meses em ambos os
grupos. Quando a análise do resultado é particularizada pelos quatro domínios do OHIP-
90
EDENT o resultado entre os tempos (baseline, dois e quatro meses) e entre os grupos (T e S)
foi semelhante ao descrito para o impacto geral.
5.6 Qualidade das próteses
A tabela 7 apresenta o resultado da avaliação da qualidade das próteses.
Tabela 7 - Resultado da avaliação da qualidade das próteses (Anastassiadou et al., 2002)
Variável Tradicional Simplificada
Inicial 2 meses 4 meses Inicial 2 meses 4 meses
Qualidade geral das
próteses
(0 a 10)
5,32 ±
2,21
9,14 ±
0,95
9,28 ±
0,84
4,90 ±
2,40
9,03 ±
0,93
9,13 ±
0,86
Fonte: O Autor
A avaliação da qualidade da prótese apresentou diferença estatística significativa
do resultado da fase inicial em ambos os grupos T e S para o resultado com dois meses e com
quatro meses (p<0,05). Entre os grupos T e S não houve diferença estatística na avaliação de
dois meses e nem na avaliação de quatro meses (p>0,05).
5.7 Fluxo Salivar
As tabelas 8 e 9 apresentam o resultado do fluxo salivar não estimulado e
estimulado respectivamente.
Tabela 8 - Resultado do fluxo salivar não estimulado
Fluxo Salivar Não
estimulado
T Média 0,42
DP 0,23
S Média 0,46
DP 0,28
Fonte: O Autor
Tabela 9 - Resultado do fluxo salivar estimulado
Fluxo Salivar estimulado
T Média 0,89
DP 0,46
S Média 1,03
DP 0,53
Fonte: O Autor
91
5.8 Função Mastigatória
A tabela 10 apresenta o resultado do X50 e do b para a performance mastigatória e
o resultado das variáveis X50 e b para o limiar de deglutição.
Tabela 10 – Resultado para a performance mastigatória
Variável Tradicional Simplificada
Inicial 2 meses 4 meses Inicial 2 meses 4 meses
PERFORMANCE
MASTIGATORIA
EX50 5,69 ±
1,41
4,68 ±
1,33
3,82 ±
1,18
5,68 ±
0,88
4,46 ±
0,99
3,75 ±
0,94
b 7,37 ±
4,17
5,57 ±
3,06
4,32 ±
2,81
10,40 ±
13,29
4,38 ±
2,00
3,43 ±
1,26
LIMIAR DE
DEGLUTIÇÃO
EX50
4,72 ±
1,63
3,37 ±
1,23
2,95 ±
1,05
4,62 ±
1,42
3,23 ±
0,99
2,90 ±
0,79
b
5,02 ±
3,13
3,47
1,68
2,87 ±
1,04
7,98
13,71
2,89 ±
0,80
2,73 ±
0,53
Fonte: O Autor
A avaliação da performance mastigatória apresentou diferença estatística
significativa para o X50 e o b entre a fase inicial para ambos os grupos T e S comparados com
dois e quatro meses (p<0,05). Entre os grupos T e S não houve diferença estatística na
avaliação de dois meses e nem na avaliação de quatro meses (p>0,05). Para a performance
mastigatória o X50 e o b não apresentaram diferença significativa da avaliação de quatro meses
para a avaliação de dois meses em ambos os grupos (p>0,05).
A avaliação do limiar de deglutição apresentou diferença estatística significativa
para o X50 e o b entre a fase inicial para ambos os grupos T e S comparados com dois e quatro
meses (p<0,05). Entre os grupos T e S não houve diferença estatística na avaliação de dois
meses e nem na avaliação de quatro meses (p>0,05). Para o limiar de deglutição o X50 e o b
não apresentaram diferença significativa da avaliação de quatro meses para a avaliação de
dois meses em ambos os grupos T e S (p>0,05).
92
6 DISCUSSÃO
As técnicas que abreviam os procedimentos do método tradicional (T) para a
confecção das próteses totais são uma preocupação para a comunidade científica sendo
associadas à negligência e à eliminação de etapas importantes que prejudicam a qualidade
final e demandam adaptações dos pacientes a próteses inadequadas (Owen 2006). Contudo,
para Carlsson 2009 é necessário responder a alta demanda existente para as próteses totais,
havendo necessidade emergente da abordagem baseada em evidências para os métodos
simplificados (S). Existem diferenças entre as técnicas simplificadas (S) descritas na
literatura. Para orientar a busca pela evidência científica dos métodos S foi estabelecido um
consenso entre especialistas sobre os princípios protéticos que devem ser respeitados durante
a confecção das PTs denominado de “Minimum Acceptable Protocol” (MAP) (Owen 2006).
Para Owen 2006 próteses que são construídas respeitando os critérios estabelecidos no
protocolo são moralmente, eticamente e legalmente defensáveis.
Há uma tendência de diminuição do edentulismo em muitos países como nos
Estados Unidos, Reino Unido, Finlândia Suécia e Nova Zelândia. No Brasil também há
diminuição do edentulismo entre os jovens e os adultos. Este declínio ocorre, provavelmente,
devido às ações das políticas públicas que reduziram a cárie dentária, especialmente devido ao
aumento do acesso a agua e ao creme dental fluoretados, que atingiram uma parte
significativa da população na década de 1990 (Narvai et al. 2006). Para os idosos essa
tendencia de diminuicao nao se confirma no Brasil e em varios paises do mundo. O numero
de edentulos tem apresentado um aumento alarmante, alcancando em uma projecao para 2040
mais de 64 milhoes de arcadas totalmente edentulas no Brasil (Cardoso 2016). Nos Estados
Unidos a projeção para 2020 é de 61 milhões de arcadas totalmente edêntulas (Douglass
2002). Essa demanda da população idosa do Brasil ainda não foi enfrentada de forma efetiva
sendo que apenas em 2003 as reabilitações protéticas foram incluídas nos serviços de saúde
pública. Atualmente, à oferta das próteses atinge uma parcela pequena da população e a
grande prevalência do edentulismo deixa milhões de pessoas sem acesso ao tratamento.
(Cardoso 2016).
Ensaios clínicos randomizados (RCTs) têm demonstrado que a técnica S fornece
próteses totais semelhantes a técnica T em relação a satisfação geral (Kawai et al., 2005;
Regis et al., 2013), ao número de consultas para ajustes (Vecchia et al., 2014), a estabilidade
da prótese (Kawai et al., 2005; Heydecke et al., 2008; Nunez et al., 2015), a retenção (Regis
et al., 2013), ao conforto (Kawai et al., 2005; Heydecke et al., 2008; Regis et al., 2013;
93
Nunez et al., 2015), a capacidade mastigatória (Kawai et al., 2005; Heydecke et al., 2008;
Regis et al., 2013; Cunha et al., 2013; Nunez et al., 2015), a facilidade de higienização da
prótese (Kawai et al., 2005), a estética (Kawai et al., 2005; Heydecke et al., 2008; Regis et
al., 2013; Nunez et al., 2015), a capacidade de pronúncia (Kawai et al., 2005; Heydecke et al.,
2008; Regis et al., 2013; Nunez et al., 2015), a QVSB (Regis et al., 2013; Jo et al., 2015;
Nunez et al., 2015) e vantagens em relação ao menor custo (Kawai et al., 2010; Vecchia et
al., 2014) e ao menor tempo para execução das fases clínicas e laboratoriais (Kawai et al.,
2010; Vecchia et al., 2014). No entanto, existem estudos recentes afirmando que a técnica T,
preconizada pela maioria das escolas de Odontologia para a confecção das próteses totais, seja
a única e correta forma de obtenção de próteses funcionais adequadas para os pacientes
edêntulos totais (Hyde et al. 2014; Jo et al. 2015).
A cidade de Belo Horizonte (BH), desde 2010, segue a diretriz do ministério da
saúde do Brasil e fornece próteses na Atenção Primária à Saúde (APS). Os resultados
favoráveis descritos na literatura para as técnicas S motivaram a sua indicação como
protocolo para a confecção das PTs. O protocolo simplificado para a confecção das PTs na
cidade de BH respeitou o consenso descrito pelo MAP (Owen, 2006). A escolha da técnica S,
ao facilitar a execução clínica e diminuir o tempo de trabalho, aumentou a adesão dos
profissionais clínicos generalistas da APS para o trabalho com as PTs. A adoção da técnica S
possibilitou o fomento do fornecimento de mais de 25.0000 próteses para população desde a
implementação do serviço. Este estudo clínico foi realizado para avaliar o desempenho das
próteses totais confeccionadas pela técnica simplificada preconizada na cidade de BH e
buscou respostas para a seguinte pergunta: existem prejuízos, no serviço prestado ao paciente,
quando utilizamos a técnica S para a confecção das próteses totais?
A recuperação funcional por meio de boas próteses aliada a satisfação dos
pacientes deve ser o objetivo final do tratamento reabilitador protético. Neste estudo, quando
a avaliação da qualidade da prótese foi boa, houve aumento da satisfação pelos pacientes. Na
fase inicial a satisfação geral dos voluntários era baixa em relação as próteses velhas e a
qualidade das próteses avaliada pelo profissional foi considerada ruim. Na fase final houve
melhora da satisfação geral dos voluntários e também houve melhora da qualidade das
próteses pela avaliação profissional. Na fase final de testes, os resultados para a satisfação
geral aumentaram em ambos os grupos T e S. Quando o resultado para a satisfação geral e
para a qualidade das próteses foram comparados entre os grupos T e S não houve diferença
(p>0,05).
94
Particularmente, entre as variáveis analisadas pela escala visual analógica (EVA),
a satisfação com a prótese inferior foi a que apresentou o pior resultado em ambos os grupos
T e S. Além disso, dentre os 59 voluntários do estudo, 4 (T=2 e S=2) não conseguiram adaptar
e não usaram as novas próteses inferiores. A insatisfação com a PT inferior é relacionada com
as condições orais desfavoráveis da região mandibular para o suporte fibromucoso e na
experiência anterior ruim com o uso das próteses (Berg 1993; Celebić et al., 2003). Apesar
dessa dificuldade de adaptação com as próteses inferiores, quando as próteses insatisfatórias
da fase inicial foram substituídas por próteses com melhor qualidade, pela avaliação
profissional, houve melhora da satisfação. Na fase final de testes, a satisfação com a prótese
inferior aumentou e foi igual para os grupos T e S. Ao contrário, no trabalho de Jo et al., 2015
a satisfação com a prótese inferior foi maior para a técnica T, sendo os valores obtidos para os
grupos T e S 91% e 84,5%, respectivamente. Contudo, a satisfação da prótese inferior para a
técnica S de 84,5% é um resultado superior aos obtidos em outros estudos (Kawai et al. 2005
e Awad e Feine, 1998). Carlsson et al., 2006 relataram que a satisfação dos usuários com as
próteses totais está em torno de 80% a 90%, prevendo que cerca de 20% dos edêntulos não
conseguirão adaptar com suas próteses.
A função mastigatória após a substituição das próteses velhas pelas novas
apresentou melhora significativa (p<0,05) em ambas as técnicas, T e S. As próteses velhas
que os voluntários utilizavam na fase inicial dos testes e que apresentavam insatisfatórias na
avaliação profissional, provavelmente limitavam a capacidade funcional mastigatória
promovendo um resultado ruim para a diminuição do tamanho das partículas (X50) e para a
distribuição das partículas (b). Quando os voluntários apresentaram adaptados as novas
próteses em ambos os grupos T e S os testes foram refeitos e houve melhora das variáveis
relacionadas com a função mastigatória para a performance em 40 ciclos (X50 e b) e para o
limiar de deglutição (X50 e b). Entre a fase intermediária e a final houve melhora em ambos
X50 e b, mas não ocorreu diferença significativa (p>0,05). Quando os resultados foram
analisados para a comparação das técnicas T e S não existiu diferença estatística (p>0,05). No
trabalho de Cunha et al., 2013 que compararam a performance e eficiência mastigatória entre
as técnicas T e S, também não houve diferença significativa (p>0,05).
A autopercepção da saúde bucal e o seu impacto têm sido um dos indicadores de
qualidade de vida mais utilizados em Odontologia (Regis et al., 2013). O resultado da soma
total para o OHIP-EDENT nas avaliações de 2 e 4 meses foram muito inferiores a soma da
fase inicial do estudo (p<0,05). Essa melhora da QVSB pôde ser percebida também em todos
os 4 domínios do questionário: desconforto com a mastigação, incapacidade e desconforto
95
psicológico, incapacidade social e dor ou desconforto oral. A reabilitação com novas próteses
ou a substituição de próteses insatisfatórias promoveram um impacto positivo na qualidade de
vida dos pacientes edêntulos totais, provavelmente devido a recuperação funcional e estética
fornecida pelas novas próteses. Já na comparação entre os grupos para as técnicas T e S, não
houve diferença significativa nos resultados obtidos na fase intermediária e na fase final dos
testes (p>0,05). Este resultado é corroborado pelos RCTs que compararam a técnica T com a
S em relação a QVSB (Jo et al., 2015; Nuñez et al., 2015; Regis et al., 2013).
O reflexo das disparidades político-sociais e a diminuição dos recursos para os
cuidados em saúde desafiam educadores e profissionais que trabalham com as reabilitações
dos mutilados orais (Petersen et al. 2005). Estes resultados favoráveis da técnicas S não
devem ser desprezados pela comunidade científica, principalmente se levarmos em
consideração a alta demanda por essas próteses e a sua correlação positiva com a situação
econômica dos países onde o edentulismo é mais prevalente. Os resultados deste estudo
demonstraram que a substituição das próteses insatisfatórias deve ser preconizado devido a
melhora que promovem, com um impacto positivo funcional e na qualidade de vida. As
técnicas simplificadas não geraram resultados negativos ou inferiores podendo ser adotadas
como um protocolo opcional para as técnicas tradicionais, principalmente, nos serviços
públicos de atenção à saúde.
96
7 CONCLUSÃO
A reabilitação dos edêntulos totais com novas próteses mucossuportadas forneceu
melhora da satisfação, da qualidade de vida e da função mastigatória. A sequência clínica
utilizada para a confecção das próteses não influenciou no resultado, não havendo diferença
significativa entre as técnicas T e S. A partir dos resultados obtidos no presente estudo
conclui-se que a técnica S pode ser uma alternativa para a confecção de próteses totais
convencionais aumentando o acesso dos pacientes edêntulos, principalmente, nos serviços
públicos de saúde, uma vez que o tempo e o custo do tratamento são reduzidos.
97
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105
ANEXOS
Anexo 1 - Classificação do “American College of Prosthodontists” (McGarry, 1999)
Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP UNICAMP
Protocolo de Pesquisa: Técnica Simplificada em prótese total
Formulário de Coleta: Participante
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A ACADEMIA AMERICANA DE PRóTESE
Class
I
Class
II
Class
III
Class
IV
Altura do rebordo mandibular
21 mm ou mais
16-20 mm
11-15 mm
10 mm ou menos
Morfologia do rebordo residual maxilar
Tipo A- resistência ao deslocamento vertical e
horizontal, processo hamular definido, sem tôrus
Tipo B- perda de fundo de vestíb. Post., morfol. do
palato resist. aos desloc., proc. hamular pouco definido,
Tipo C- perda de f. de v. ant., pal. com mín. suporte,
tec. Hip. ant., tôr. aus. ou/sem comp. ext. pal. post.
Tipo D- perda de fundo de vest. ant. e post.,
hiperplasia fibromucosa ant., presença de tôrus
Aderência tecidual mandibular
Tipo A- fibromucosa aderida resistente ao desloc.
Tipo B- sem fibom. aderida somente na região ant.
vestib., inser. do músc. mentalis próx a crista do rebordo.
Tipo C- sem fibrom. aderida na reg. ling. e vest. ant.,
inserção dos mus. Geniogl. e ment. próx. a crist. do reb.
Tipo D- fibromucosa aderida somente na região
posterior lingual.
Tipo E- deslocamento da fibromucosa durante o
movimento da bochecha, do lábio e da língua.
Relação maxilomandibular
Class I
Class II
Class III
Necessidade de cirurgia pré protética
Procedimentos para diminuição de tecido mole
Procedimentos para diminuição de tecido duro
Implantes / simples
106
Implantes com enxerto ósseo / complexo
Correções de deformidades dentofaciais
Enxertos ósseos
Enxertos resude tecido mole
Espaço entre arcos limitados
18-20 mm
Necessidade de correção cirúrgica
Anatomia da lingua
Grande (espaços de interdentação oclusal)
Hiperatividade –com posição retraída
Alterações
Manifestação oral de doenças sistêmicas
Baixa
Moderada
Alta
Psicossocial
Moderada
Alta
Sintomas de DTM
Histórico de parestesia ou disestesia
Defeitos maxilofaciais
Ataxia
Paciente não colaborador
107
Anexo 2 - Formulário de coleta dos dados
Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP UNICAMP
Protocolo de Pesquisa: Técnica Simplificada em prótese total
Formulário de Coleta: Participante
1) Nome:
DATA:
2) Endereço:
3) Telefone:
4) Idade: Data de nascimento:
5) Sexo: ( ) Masculino
( ) Feminino
6) Centro de Saúde:
7) Estado Civil:
( ) Casado
( ) Separado
( ) Solteiro
( ) Viúvo
( ) Outro (especificar):
8) Grau de instrução:
( ) analfabeto
( ) ensino fundamental
( ) ensino médio
( ) ensino superior
9) Renda familiar:
( ) Sem renda
( ) Menos de 1 salário mínimo
( ) 1 a 3 salários mínimos
( ) Mais de 3 salários mínimos
10) Frequência diária de higiene da prótese:
( ) Nenhuma
( ) Uma vez
( ) Duas vezes
( ) Três vezes ou mais
11) Uso da dentadura superior
( ) Não usa
( ) Usa só para estética
( ) Usa só para alimentar
( ) Uso constante
12) Uso da dentadura inferior
( ) Não usa
( ) Usa só para estética
( ) Usa só para alimentar
( ) 3. Uso constante
108
13) Número de dentaduras superiores que já usou?
( ) 1- uma
( ) 2- duas
( ) 3- mais de duas
14) Número de dentaduras inferiores que já usou?
( ) 1- uma
( ) 2- duas
( ) 3- mais de duas
15) Há quanto tempo (anos) perdeu os dentes superiores?
16) Há quanto tempo (anos) perdeu os dentes inferiores?
17) Tem hábito de fumar?
( ) 0- nunca fumante
( ) 1- ex-fumante
( ) 2- fumante atual
18) Se respondeu “1”, há quanto tempo parou de fumar?
19) Você bebe?
( ) 0- Não bebo
( ) 1- Bebo uma vez por semana
( ) 2- Bebo mais de uma vez por semana
20) Sente a boca seca?
( ) 0. Não
( ) 1. Sim
21) Se sim, o incomoda?
( ) 0. Não
( ) 1. Sim
109
Anexo 3 - Qualidade de Vida associada à Saúde Bucal (OHIP EDENT)
Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP UNICAMP
Protocolo de Pesquisa: Técnica Simplificada em prótese total
Formulário de Coleta: Participante
1) Nome:
DATA: Fase: início ( ); 2meses( ); 4meses( )
DESCONFORTO COM A MASTIGAÇAO
01. Você sentiu dificuldade para mastigar algum alimento devido a problemas com as
dentaduras?
02. Você sentiu desconforto ao comer, devido a problema com as dentaduras?
03. Você teve que evitar comer alguma coisa devido a problemas com as dentaduras?
04. Você teve que interromper suas refeições devido a problemas com as dentaduras?
INCAPACIDADE E DESCONFORTO PSICOLOGICO
05. Você se sentiu preocupado(a) devido a problemas dentários?
06. Você se sentiu constrangido por causa das dentaduras?
07. Você se sentiu impossibilitado(a) de comer com suas dentaduras devido a problemas
com elas?
08. Você se sentiu perturbado(a) com as dentaduras?
09. Você esteve em alguma situação embaraçosa devido a problemas com as dentaduras?
INCAPACIDADE SOCIAL
10. Você evitou sair de casa devido a problemas com as dentaduras?
11. Você foi menos tolerante com seu cônjuge ou família devido a problemas com as
dentaduras?
12. Você esteve um pouco irritado(a) com outras pessoas devido a problemas com as
dentaduras?
13. Você foi incapaz de aproveitar totalmente a companhia de outras pessoas devido a
problemas com as dentaduras?
14. Você sentiu que a vida em geral foi menos satisfatória devido a problemas com as
dentaduras?
DOR E DESCONFORTO ORAL
15. Você percebeu que as dentaduras retinham alimento?
16. Você sentiu que sua dentadura não estava corretamente assentada?
17. Você sentiu sua boca dolorida?
18. Você teve pontos doloridos na boca?
19. Suas dentaduras estavam desconfortáveis?
110
Anexo 4 – Satisfação com as próteses totais
Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP UNICAMP
Protocolo de Pesquisa: Técnica Simplificada em prótese total
Formulário de Coleta: Participante
Régis et al., 2013
Quadro 1 - Questionário de satisfação com as próteses totais.
1. Como você classifica a qualidade geral de suas dentaduras?
2. Como você classifica a retenção de sua dentadura de cima?
3. Como você classifica a retenção de sua dentadura de baixo?
4. Como você classifica a estética de suas dentaduras?
5. Como você classifica a sua capacidade de falar quando está usando suas dentaduras?
6. Como você classifica a sua capacidade de mastigar com suas dentaduras?
7. Como você classifica o conforto com sua dentadura de cima?
8. Como você classifica o conforto com sua dentadura de baixo?
As opções para serem marcadas são insatisfatório, regular, bom.
Avaliação satisfação com as próteses totais pela Escala Visual Analógica (EVA)
1) Satisfação com as próteses (Escala visual analógica – EVA) (Ellis et al., 2007)
Questão 1: estética
Questão 2: conforto
Questão 3: estabilidade
Questão 4: Habilidade mastigatória
Questão 5: Habilidade para falar
2) Satisfação com as próteses (Escala visual analógica – EVA) (Awad et al., 2003).
Questão 1 - Você está satisfeito com sua prótese superior?
Questão 2 - Você está satisfeito com sua prótese inferior?
Questão 3 - Você está satisfeito com a estabilidade/retenção de suas próteses?
Questão 4 - Você está satisfeito com a estética das suas próteses?
├──┼──┼──┼──┼──┼──┼──┼──┼──┼──┤
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Totalmente Completamente
Insatisfeito Satisfeito
111
Anexo 5 - Qualidade das próteses
Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP UNICAMP
Protocolo de Pesquisa: Técnica Simplificada em prótese total
Formulário de Coleta: Participante
FAD – Functional Assessment of Dentures (Anastassiadou et al., 2002)
1. GRUPO
Critérios Escores
1 Espaço Funcional Livre (EFL)
Aferir a DVR com a prótese total
mandibular em posição.
Adequado Errado
O O
2 a Oclusão
Pede-se que o voluntário relaxe e
morda suavemente com os dentes
posteriores repetidas vezes a partir de
uma abertura bucal mínima (20 mm)
Equilibrada Interferência/Deslize
O O
2 b Articulação
Mover a mandíbula de um lado ao
outro com os dentes tocando-se
suavemente. Observar a relação das
bases protéticas com os tecidos
subjacentes.
Deslocamento Deslocamento
Mínimo Excessivo
O O
3 a Retenção Maxilar (resistência a
forças verticais)
Abrir a boca em 20 mm. Notar se a
prótese maxilar cai. Com a boca ainda
aberta, puxar a prótese com os
polegares e os indicadores nos pré-
molares e realizar força em sentido
inferior. (Secar os dentes se preciso).
* Repetir se a língua estiver em
posição retruída.
Resistência Nenhuma
Adequada Resistência
O O
3 b Retenção Maxilar / Controle
Lingual, Teste de Incisão
Inserir um rolo de algodão entre os
dentes anteriores e instruir o
voluntário a fechar suavemente sobre
o rolo como se fosse um pedaço de
alimento. Notar a posição da língua, e
julgar na terceira tentativa
A língua estabiliza A língua permanece
prótese maxilar no soalho bucal
O O
112
4 a Estabilidade Maxilar (Deslocamento
Lateral)
A prótese é apreendida pelo polegar na
área dos pré-molares e aplicada força
de forma rotacional
Movimento Pronunciado:
Não Sim
O O
4 b Estabilidade Maxilar (Movimento
Pronunciado)
Aplicar força leve sobre os 1os
molares, nos lados direito e esquerdo
simultaneamente. Tentar mover a
prótese no sentido ântero-posterior
com polegar e indicador colocados
anterior e posteriormente e
simultaneamente.
Movimento Pronunciado:
Não Sim
O O
5 a Estabilidade Mandibular
(Deslocamento)
Abrir a boca 20 mm com a língua em
posição relaxada. Checar o
assentamento da prótese com os dedos
A prótese A prótese
mandibular mandibular
permanece é nitidamente
assentada deslocada
O O
5 b Estabilidade Mandibular
(Movimento Pronunciado)
Instruir o paciente a mover a língua de
forma que a ponta repouse suavemente
nos ângulos da boca com uma abertura
de 20 mm. Checar o assentamento das
prótese com os dedos, e julgar na
terceira tentativa.
Movimento Pronunciado:
Não Sim
O O
5 c Estabilidade Mandibular
(Movimento Antero-Posterior)
Remover a prótese maxilar. Pressionar
a prótese mandibular contra o rebordo
com o polegar e indicador sobre os
incisivos, e tentar movê-la com a
língua relaxada.
Movimento Ântero-Posterior
Não Sim
O O
Observações:
113
Anexo 6 – Folha de rosto para pesquisa envolvendo seres humanos
114
Anexo 7 – Carta ao Comitê de Ética em pesquisa da FOP-UNICAMP
Piracicaba, 25/04/ 2013.
Ilmo Sr.
Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da FOP-UNICAMP
Caro Sr,
Solicito a apreciacao do protocolo de pesquisa intitulado “Técnica simplificada em
prótese total: influência na qualidade da prótese, função mastigatória e satisfação do paciente”
por este comitê e confirmo que:
1- estou ciente de que todo o diálogo formal entre o CEP e os pesquisadores se dará
por via eletrônica (e-mail e webpage) e que, caso deseje, solicitarei e retirarei por
minha própria conta os pareceres e o certificado junto à secretaria do CEP-FOP,
2- o conteúdo dos arquivos digitais entregues ao CEP é idêntico ao do protocolo
impresso, pois sei que ambos podem ser utilizados no processo de avaliação. Por
saber desta possibilidade, estou ciente de que avaliações desfavoráveis causadas
pelas eventuais diferenças entre o protocolo digital e impresso são de minha inteira
responsabilidade.
3- estou ciente de que os relatores, a coordenação do CEP-FOP e eventualmente a
CONEP terão acesso a este protocolo em suas versões impressa ou digital e de que
este acesso será utilizado exclusivamente para a avaliação ética.
Atenciosamente,
__________________________________________
Francisco Mauro da Silva Girundi
CPF-785596776-15
Departamento de Prótese e Periodontia
115
Anexo 8 – Termo de consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
Av. Limeira, 901 Caixa Postal 52 - Piracicaba - SP CEP
13414-903
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título: Técnica simplificada em prótese total: influência na qualidade da prótese, função
mastigatória e satisfação do paciente.
Pesquisadores Responsáveis: Prof. Dr. Wander José da Silva; Profª Dra Altair A. Del Bel
Cury; CD Francisco Mauro da Silva Girundi
A reabilitação oral através de próteses dentais deve devolver ao seu usuário função,
conforto e estética. Quando em condições satisfatórias, as próteses dentais permitem ao
paciente realizar corretamente a mastigação e preservam a saúde geral. Próteses dentais
inadequadas dificultam a ingestão de alimentos e provocam lesões orais.
Meu nome é Francisco Mauro da Silva Girundi e exerço o cargo de cirurgião-dentista
na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH). Estou cursando o Doutorado em Clínica
Odontológica na FOP-UNICAMP. Desenvolvo um estudo sobre as próteses totais removíveis
ofertadas na Atenção Primária em Saúde para os usuários do SUS Belo Horizonte. Para poder
avaliar essas proteses preciso da sua participacao na pesquisa intitulada “Tecnica simplificada
em prótese total: influência na qualidade da prótese, função mastigatória e satisfação do
paciente”, no intuito de evidenciar se a técnica de confecção das próteses utilizada pela PBH é
capaz de atingir os mesmos parâmetros funcionais e estéticos obtidos pela técnica
convencional. Com isso certificar da qualidade do serviço oferecido aos usuários da rede
SUS-BH.
Objetivo: O principal objetivo desse estudo será avaliar se a prótese fornecida pela prefeitura
de BH tem boa qualidade e se tem gerado melhorias na qualidade de vida de usuários do SUS
como você.
Procedimentos: Selecionarei 60 voluntários. Os voluntários serão aleatoriamente distribuídos
em dois grupos de 30. Um grupo terá suas próteses totais confeccionadas pela técnica padrão
e o outro pela técnica atualmente utilizada na prefeitura. Após dois meses de uso das próteses
você responderá um questionário com perguntas sobre o grau de satisfação com as dentaduras
que está usando. A retenção e a estabilidade das suas próteses serão avaliadas por um dentista
e a sua capacidade mastigatória também será avaliada. Para isto, será solicitado que você
mastigue pequenos blocos de um material macio que simulam alimento. Depois de finalizado
o teste, você deverá expelir todo esse material sobre um papel filtro (papel igual ao de coar
café) que será então seco e analisado. Após dois meses todas as avaliações serão realizadas
novamente.
Métodos Alternativos Para obtenção das informações: Nesta pesquisa as técnicas a serem
utilizadas são seguras, sem efeitos colaterais e consagradas na literatura por serem de simples
execução. Não existe grupo placebo neste estudo.
116
Benefícios Esperados e Ressarcimento: Ao participar da pesquisa, você receberá um par de
próteses totais gratuitamente. Não haverá nenhum custo adicional para você durante a etapa
de coleta dos dados e confecção das próteses e caso seja necessária a locomoção de outro
local para o Centro de Saúde Bonsucesso, você será ressarcido(a) das despesas com o
transporte. Desconforto e Riscos Previsíveis: Não haverá nenhum tipo de riscos previsíveis
para você durante a realização dos procedimentos da pesquisa.
Indenização e/ou reparação de danos: Como não há previsão de riscos ou danos, não existe
previsão de indenização.
Garantia de Recusa e Sigilo: A decisão de participar dessa pesquisa é voluntária e você
poderá, a qualquer momento, retirar o consentimento e deixar de participar da mesma sem
quaisquer prejuízos. Os dados obtidos durante os exames serão utilizados para fins científicos
e é garantido a você que, durante a divulgação dos resultados, sua identidade será mantida no
mais rigoroso sigilo sendo omitidas todas as informações que possam identificá-lo.
Acompanhamento e assistência: Você será acompanhado(a) pelos pesquisadores durante
toda a pesquisa e estes estarão disponíveis para quaisquer esclarecimentos; o contato poderá
ser feito com o Prof. Wander ou Profª. Altair ou com o CD Francisco através dos telefones
(19) 2106-5294 (19) 2106-5295 (31) 96176780.
“Declaro concordar em participar da pesquisa “Técnica simplificada em prótese total:
influência na qualidade da prótese, função mastigatória e satisfação do paciente”.
Declaro que fui informado dos objetivos da pesquisa, estando ciente que os resultados
poderão ser divulgados através de artigos científicos. Declaro que me foi assegurado o
direito de não identificação e de confidencialidade de minhas respostas e que tive a
oportunidade de fazer perguntas relativas ao objetivo e a todos os procedimentos
relacionados ao estudo, assim como, me foi garantido o direito de desistir em qualquer
etapa. Declaro, também, ter recebido uma cópia deste documento”
Belo Horizonte, ____ de _____________________ de 20__
Nome do voluntário Assinatura do Voluntário
Nome do Pesquisador Assinatura do Pesquisador
Nome da Testemunha Assinatura da Testemunha
ATENÇÃO: Persistindo alguma dúvida a respeito dos seus direitos como participante desta
pesquisa você poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa da FOP-Unicamp, avenida
Limeira 901 - Piracicaba - tel.: (19) 2106-5349; e/ou Comitê de Ética da PBH, avenida
Afonso Pena 2336 - 9º andar, Funcionários tel.: (31) 3277-5309, ou o pesquisador Francisco
Mauro da Silva Girundi (96176780).
117
Anexo 9 – Declaração de infra-estrutura e autorização para uso da mesma
118
Anexo 10 – Declarações da instituição
Ao Comitê de Ética em Pesquisa - CEP
Faculdade de Odontologia de Piracicaba / UNICAMP
Declaramos, a fim de viabilizar a execução do projeto de pesquisa "Técnica simplificada em
prótese total: influência na qualidade da prótese, função mastigatória e satisfação do
paciente", sob a responsabilidade dos pesquisadores Altair Antoninha Del Bel Cury, Wander
José da Silva e Francisco Mauro da Silva Girundi, que a Faculdade de Odontologia de
Piracicaba - UNICAMP assume a responsabilidade de fazer cumprir os termos da Resolução
nº 196/96, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde e resoluções
complementares (240/97, 251/97, 292/99, 303/2000, 304/2000, 340/2004, 346/2005 e
347/2005). Declaramos ainda que a instituição zelará para que o pesquisador cumpra os
objetivos do protocolo por meio de acompanhamento do departamento de origem dos
pesquisadores e apresente relatório anual enviado ao CEP/FOP. O responsável pela área
abaixo citada declara ainda que a mesma dispõe da infra-estrutura necessária para a realização
da pesquisa e que os pesquisadores acima citados estão autorizados a utilizá-la.
De acordo e ciente,
Piracicaba, __ de ___________ de 20__
Prof.ª Dra. Altair Antoninha Del Bel Cury
CPF: 466.219.388-53
Coordenadora da Área de Prótese Parcial removível
Prof. Dr. Márcio Zaffalon Casati
CPF:
Chefe do Departamento de Prótese e Periodontia
Prof. Dr. Jacks Jorge Junior
CPF:
Diretor da FOP - Unicamp
119
Anexo 11 – Declarações dos pesquisadores
Ao Comitê de Ética em Pesquisa da FOP-Unicamp
Nós, Francisco Mauro da Silva Girundi, Altair Antoninha Del Bel Cury e Wander José da
Silva, que realizaremos a pesquisa intitulada "Técnica simplificada em prótese total:
influência na qualidade da prótese, função mastigatória e satisfação do paciente", declaramos
que:
1. estamos cientes do conteúdo e assumimos o compromisso de cumprir os termos da
resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e das demais resoluções
complementares à mesma (240/97, 251/97, 292/99, 303/2000, 304/2000, 340/2004,
346/2005 e 347/2005), assim como realizamos a leitura do arquivo “sugestoes aos
pesquisadores”, todos disponiveis na pagina eletronica do CEP-FOP.
2. assumimos o compromisso de zelar pela privacidade e pelo sigilo das informações, que
serão obtidas e utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa;
3. os materiais e as informações obtidas no desenvolvimento deste trabalho serão utilizados
apenas para se atingir os objetivos previstos nesta pesquisa e não serão utilizados para
outras pesquisas sem o devido consentimento dos voluntários (caso a pesquisa envolva
voluntários) e/ou de um CEP;
4. não haverá a formação de banco de material biológico e os dados obtidos durante a
pesquisa serão arquivados sob a responsabilidade do Prof. Dr. Wander José da Silva da
área de Prótese Parcial Removível da FOP/UNICAMP; que realizará a destruição dos
materiais biológicos restantes ao final da pesquisa, caso a pesquisa colete materiais
biológicos;
5. todos os materiais de consumo, materiais permanentes, insumos, medicamentos,
equipamentos e quaisquer outros itens que serão utilizados direta ou indiretamente em
seres humanos nesta pesquisa estão devidamente registrados junto ao Ministério da Saúde /
ANVISA ou demais instâncias competentes;
6. não há participação estrangeira nesta pesquisa;
7. não há qualquer acordo restritivo à divulgação pública dos resultados e os resultados da
pesquisa serão tornados públicos através de apresentação em encontros científicos ou
publicação em periódicos científicos, quer sejam favoráveis ou não, respeitando-se sempre
a privacidade e os direitos individuais dos sujeitos da pesquisa;
8. comunicaremos o CEP-FOP se houver suspensão dos experimentos, com a devida
justificativa, assim como apresentaremos relatório anual e final da pesquisa;
9. comunicaremos o CEP-FOP imediatamente se o voluntário sofrer efeitos adversos
resultantes da participação na pesquisa (caso esta pesquisa envolva voluntários);
10. esta pesquisa ainda não foi total ou parcialmente realizada.
Piracicaba, __ de ___________ de 20__
Francisco Mauro da Silva Girundi
CPF: 785596776-15
Prof.ª Dra. Altair Antoninha Del Bel Cury
CPF: 466.219.388-53
Prof. Dr. Wander José da Silva
CPF: 024.531.039-89
120
Anexo 12 – Parecer consubstanciado do CEP
121
122
123
Anexo 13 – Registro brasileiro de ensaios clínicos
124
125
126
127
128
Anexo 14 – Imagens
Figura 01. Voluntário Classe I. (A) Radiografia panorâmica. (B) Vista facial da dimensão vertical de oclusão
aproximada. (C) Vista oclusal: arco maxilar. (D) Vista oclusal: arco mandibular. (E) Vista facial: língua em
posição repouso. (F) Vista facial: língua elevada. (G) Vista lateral da mandíbula: lado direito. (H) Vista lateral
da mandíbula: lado esquerdo.
129
Figura 02: Voluntário Classe II. (A) Radiografia panorâmica. (B) Vista facial da dimensão vertical de oclusão
aproximada. (C) Vista oclusal: arco maxilar. (D) Vista oclusal: arco mandibular. (E) Vista facial: língua em
posição repouso. (F) Vista facial: língua elevada. (G) Vista lateral da mandíbula: lado direito. (H) Vista lateral
da mandíbula: lado esquerdo.
130
Figura 03: Voluntário Classe III. (A) Radiografia panorâmica. (B) Vista facial da dimensão vertical de oclusão
aproximada. (C) Vista oclusal: arco maxilar. (D) Vista oclusal: arco mandibular. (E) Vista facial: língua em
posição repouso. (F) Vista facial: língua elevada. (G) Vista lateral da mandíbula: lado direito. (H) Vista lateral
da mandíbula: lado esquerdo.
131
Figura 04: Voluntário Classe IV. (A) Radiografia panorâmica. (B) Vista facial da dimensão vertical de oclusão
aproximada. (C) Vista oclusal: arco maxilar. (D) Vista oclusal: arco mandibular. (E) Vista facial: língua em
posição repouso. (F) Vista facial: língua elevada. (G) Vista lateral da mandíbula: lado direito. (H) Vista lateral
da mandíbula: lado esquerdo.
132
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 1
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable Idade
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
_________________________________________________________________
1 30 928.50 915.0 67.549417 30.950
2 30 901.50 915.0 67.549417 30.050
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 928.5000
Normal Approximation
Z 0.1925
One-Sided Pr > Z 0.4237
Two-Sided Pr > |Z| 0.8474
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.4240
Two-Sided Pr > |Z| 0.8480
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 0.0399
DF 1
Pr > Chi-Square 0.8416
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 2
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable Genero
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
________________________________________________________________________
1 30 975.0 915.0 49.557363 32.50
2 30 855.0 915.0 49.557363 28.50
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 975.0000
Normal Approximation
Z 1.2006
One-Sided Pr > Z 0.1149
Two-Sided Pr > |Z| 0.2299
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.1173
Two-Sided Pr > |Z| 0.2347
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 1.4658
DF 1
Pr > Chi-Square 0.2260
133
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 3
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable protese_superior
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
_______________________________________________________________
1 30 885.0 915.0 21.032662 29.50
2 30 945.0 915.0 21.032662 31.50
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 885.0000
Normal Approximation
Z -1.4026
One-Sided Pr < Z 0.0804
Two-Sided Pr > |Z| 0.1607
t Approximation
One-Sided Pr < Z 0.0830
Two-Sided Pr > |Z| 0.1660
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 2.0345
DF 1
Pr > Chi-Square 0.1538
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 4
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable protese_inferior
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
________________________________________________________________________
1 30 930.50 915.0 48.458877 31.016667
2 30 899.50 915.0 48.458877 29.983333
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 930.5000
Normal Approximation
Z 0.3095
One-Sided Pr > Z 0.3785
Two-Sided Pr > |Z| 0.7569
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.3790
Two-Sided Pr > |Z| 0.7580
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 0.1023
DF 1
Pr > Chi-Square 0.7491
134
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 5
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable numero_protese_superior
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
____________________________________________________________
1 29 909.50 870.0 62.301209 31.362069
2 30 860.50 900.0 62.301209 28.683333
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 909.5000
Normal Approximation
Z 0.6260
One-Sided Pr > Z 0.2657
Two-Sided Pr > |Z| 0.5313
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.2669
Two-Sided Pr > |Z| 0.5338
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 0.4020
DF 1
Pr > Chi-Square 0.5261
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 6
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable numero_protese_inferior
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
_____________________________________________________________________
1 29 899.50 855.50 60.397804 31.017241
2 29 811.50 855.50 60.397804 27.982759
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 899.5000
Normal Approximation
Z 0.7202
One-Sided Pr > Z 0.2357
Two-Sided Pr > |Z| 0.4714
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.2372
Two-Sided Pr > |Z| 0.4743
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 0.5307
DF 1
Pr > Chi-Square 0.4663
135
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 7
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variabletempo_perda_dentes_superiores
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
_____________________________________________________________
1 30 797.50 915.0 67.302442 26.583333
2 30 1032.50 915.0 67.302442 34.416667
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 797.5000
Normal Approximation
Z -1.7384
One-Sided Pr < Z 0.0411
Two-Sided Pr > |Z| 0.0821
t Approximation
One-Sided Pr < Z 0.0437
Two-Sided Pr > |Z| 0.0874
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 3.0480
DF 1
Pr > Chi-Square 0.0808
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 8
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable tempo_de_perda_inferiores
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
____________________________________________________________________
1 30 789.50 915.0 67.369459 26.316667
2 30 1040.50 915.0 67.369459 34.683333
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 789.5000
Normal Approximation
Z -1.8554
One-Sided Pr < Z 0.0318
Two-Sided Pr > |Z| 0.0635
t Approximation
One-Sided Pr < Z 0.0343
Two-Sided Pr > |Z| 0.0685
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 3.4703
DF 1
Pr > Chi-Square 0.0625
136
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 9
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable tabagismo
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
______________________________________________________________
1 30 999.0 915.0 59.301013 33.30
2 30 831.0 915.0 59.301013 27.70
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 999.0000
Normal Approximation
Z 1.4081
One-Sided Pr > Z 0.0796
Two-Sided Pr > |Z| 0.1591
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.0822
Two-Sided Pr > |Z| 0.1644
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 2.0065
DF 1
Pr > Chi-Square 0.1566
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 10
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable etilismo
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
_____________________________________________________________________
1 30 932.0 915.0 45.522392 31.066667
2 30 898.0 915.0 45.522392 29.933333
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 932.0000
Normal Approximation
Z 0.3625
One-Sided Pr > Z 0.3585
Two-Sided Pr > |Z| 0.7170
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.3592
Two-Sided Pr > |Z| 0.7183
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 0.1395
DF 1
Pr > Chi-Square 0.7088
137
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 11
Análise Dados Sócio-Econômicos
The NPAR1WAY Procedure
Wilcoxon Scores (Rank Sums) for Variable boca_seca
Classified by Variable Grupo
Sum of Expected Std Dev Mean
Grupo N Scores Under H0 Under H0 Score
________________________________________________________________________
1 30 945.0 915.0 58.454676 31.50
2 30 885.0 915.0 58.454676 29.50
Average scores were used for ties.
Wilcoxon Two-Sample Test
Statistic 945.0000
Normal Approximation
Z 0.5047
One-Sided Pr > Z 0.3069
Two-Sided Pr > |Z| 0.6138
t Approximation
One-Sided Pr > Z 0.3078
Two-Sided Pr > |Z| 0.6157
Z includes a continuity correction of 0.5.
Kruskal-Wallis Test
Chi-Square 0.2634
DF 1
Pr > Chi-Square 0.6078
Técnica Tradicional vs. Simplificada – Francisco Girundi 12
Comparação entre grupos
Variável=aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TI
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 30 100.00 100.00
138
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 13
Comparação entre grupos
Variável=aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean -0.7931034 Sum Observations -23
Std Deviation 6.55405714 Variance 42.955665
Skewness -0.2963222 Kurtosis 1.45134359
Uncorrected SS 1221 Corrected SS 1202.75862
Coeff Variation -826.38112 Std Error Mean 1.21705786
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.79310 Std Deviation 6.55406
Median 0.00000 Variance 42.95567
Mode 0.00000 Range 32.00000
Interquartile Range 5.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -0.65166 Pr > |t| 0.5199
Sign M -2.5 Pr >= |M| 0.4049
Signed Rank S -19 Pr >= |S| 0.5742
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 14
Comparação entre grupos
Variável=aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-17 7 5 11
-14 30 5 20
-12 1 7 25
-7 29 10 26
-6 27 15 4
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
139
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 15
99% 15
95% 10
90% 7
75% Q3 2
50% Median 0
25% Q1 -3
10% -12
5% -14
1% -17
0% Min -17
140
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 15
Comparação entre grupos
Variável=aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean -0.1724138 Sum Observations -5
Std Deviation 5.60018473 Variance 31.362069
Skewness 0.25277658 Kurtosis 2.6893468
Uncorrected SS 879 Corrected SS 878.137931
Coeff Variation -3248.1071 Std Error Mean 1.0399282
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.17241 Std Deviation 5.60018
Median 0.00000 Variance 31.36207
Mode 0.00000 Range 29.00000
Interquartile Range 2.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -0.16579 Pr > |t| 0.8695
Sign M -2.5 Pr >= |M| 0.3593
Signed Rank S -5.5 Pr >= |S| 0.8346
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 16
Comparação entre grupos
Variável=aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-14 7 4 25
-12 30 5 11
-5 15 5 20
-4 8 12 26
-4 6 15 4
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
141
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 15
99% 15
95% 12
90% 5
75% Q3 0
50% Median 0
25% Q1 -2
10% -5
5% -12
1% -14
0% Min -14
142
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 17
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean 12.6315789 Sum Observations 720
Std Deviation 10.5248542 Variance 110.772556
Skewness 0.21093002 Kurtosis -0.0912245
Uncorrected SS 15298 Corrected SS 6203.26316
Coeff Variation 83.3217626 Std Error Mean 1.394051
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 12.63158 Std Deviation 10.52485
Median 12.00000 Variance 110.77256
Mode 12.00000 Range 50.00000
Interquartile Range 15.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 9.061059 Pr > |t| <.0001
Sign M 23.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 672.5 Pr >= |S| <.0001
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 18
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-15 4 29 12
-4 37 30 8
-1 11 33 9
0 53 34 3
0 52 35 39
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
143
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 35
99% 35
95% 33
90% 28
75% Q3 20
50% Median 12
25% Q1 5
10% 0
5% -1
1% -15
0% Min -15
144
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 19
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Moments
N 59 Sum Weights 59
Mean 0.79661017 Sum Observations 47
Std Deviation 1.87340425 Variance 3.50964348
Skewness 2.71618577 Kurtosis 10.2653043
Uncorrected SS 241 Corrected SS 203.559322
Coeff Variation 235.172023 Std Error Mean 0.24389646
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 0.796610 Std Deviation 1.87340
Median 0.000000 Variance 3.50964
Mode 0.000000 Range 13.00000
Interquartile Range 1.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 3.266182 Pr > |t| 0.0018
Sign M 8.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 82 Pr >= |S| 0.0004
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 20
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-3 12 3 37
0 58 4 9
0 55 5 59
0 54 6 57
0 53 10 31
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 1.67 100.00
145
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 10
99% 10
95% 5
90% 3
75% Q3 1
50% Median 0
25% Q1 0
10% 0
5% 0
1% -3
0% Min -3
146
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 21
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean 11.8070175 Sum Observations 673
Std Deviation 10.6861703 Variance 114.194236
Skewness 0.27819221 Kurtosis -0.1962825
Uncorrected SS 14341 Corrected SS 6394.87719
Coeff Variation 90.5069401 Std Error Mean 1.41541783
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 11.80702 Std Deviation 10.68617
Median 10.00000 Variance 114.19424
Mode 12.00000 Range 50.00000
Interquartile Range 17.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 8.341719 Pr > |t| <.0001
Sign M 23 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 686.5 Pr >= |S| <.0001
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 22
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= aw_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-15 4 29 9
-7 37 30 8
-1 47 32 12
-1 11 33 3
0 53 35 39
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
147
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 35
99% 35
95% 32
90% 27
75% Q3 20
50% Median 10
25% Q1 3
10% 0
5% -1
1% -15
0% Min -15
148
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 23
Comparação entre grupos
Variável=el_total_satisfacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TI
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 30 100.00 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 24
Comparação entre grupos
Variável=el_total_satisfacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean 0.62068966 Sum Observations 18
Std Deviation 7.21315164 Variance 52.0295567
Skewness 0.87558221 Kurtosis 3.21942204
Uncorrected SS 1468 Corrected SS 1456.82759
Coeff Variation 1162.11888 Std Error Mean 1.33944863
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 0.620690 Std Deviation 7.21315
Median 1.000000 Variance 52.02956
Mode 1.000000 Range 39.00000
Interquartile Range 8.00000
NOTE: The mode displayed is the smallest of 3 modes with a count of 3.
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 0.463392 Pr > |t| 0.6467
Sign M 2 Pr >= |M| 0.5716
Signed Rank S 11.5 Pr >= |S| 0.7984
149
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 24
99% 24
95% 12
90% 7
75% Q3 4
50% Median 1
25% Q1 -4
10% -7
5% -10
1% -15
0% Min -15
150
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 25
Comparação entre grupos
Variável=el_total_satisfacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-15 27 6 11
-10 30 6 23
-7 8 7 26
-6 29 12 25
-6 7 24 4
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 26
Comparação entre grupos
Variável=el_total_satisfacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean 0.48275862 Sum Observations 14
Std Deviation 6.02151316 Variance 36.2586207
Skewness 2.01634337 Kurtosis 7.6497033
Uncorrected SS 1022 Corrected SS 1015.24138
Coeff Variation 1247.31344 Std Error Mean 1.11816692
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 0.482759 Std Deviation 6.02151
Median 0.000000 Variance 36.25862
Mode 0.000000 Range 33.00000
Interquartile Range 5.00000
NOTE: The mode displayed is the smallest of 2 modes with a count of 4.
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 0.431741 Pr > |t| 0.6692
Sign M 0.5 Pr >= |M| 1.0000
Signed Rank S -1 Pr >= |S| 0.9791
151
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 24
99% 24
95% 7
90% 6
75% Q3 2
50% Median 0
25% Q1 -3
10% -7
5% -7
1% -9
0% Min -9
152
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 27
Comparação entre grupos
Variável=el_total_satisfacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-9 30 4 17
-7 10 6 11
-7 8 6 25
-5 27 7 26
-5 7 24 4
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 28
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= el_total_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean 13.2807018 Sum Observations 757
Std Deviation 12.3574072 Variance 152.705514
Skewness 0.439982 Kurtosis 1.45824729
Uncorrected SS 18605 Corrected SS 8551.50877
Coeff Variation 93.0478485 Std Error Mean 1.63677857
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 13.28070 Std Deviation 12.35741
Median 10.00000 Variance 152.70551
Mode 6.00000 Range 70.00000
Interquartile Range 14.00000
NOTE: The mode displayed is the smallest of 3 modes with a count of 4.
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 8.113927 Pr > |t| <.0001
Sign M 25.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 716.5 Pr >= |S| <.0001
153
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 46
99% 46
95% 40
90% 30
75% Q3 20
50% Median 10
25% Q1 6
10% 2
5% 0
1% -24
0% Min -24
154
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 29
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= el_total_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-24 4 32 48
-5 11 33 41
0 52 40 3
0 49 45 39
2 53 46 7
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 30
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= el_total_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Moments
N 59 Sum Weights 59
Mean 1.18644068 Sum Observations 70
Std Deviation 2.02973224 Variance 4.11981297
Skewness 2.18320746 Kurtosis 5.61679054
Uncorrected SS 322 Corrected SS 238.949153
Coeff Variation 171.077432 Std Error Mean 0.26424863
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 1.186441 Std Deviation 2.02973
Median 0.000000 Variance 4.11981
Mode 0.000000 Range 11.00000
Interquartile Range 2.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 4.489865 Pr > |t| <.0001
Sign M 11.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 158 Pr >= |S| <.0001
155
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 10
99% 10
95% 6
90% 4
75% Q3 2
50% Median 0
25% Q1 0
10% 0
5% 0
1% -1
0% Min -1
156
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 31
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= el_total_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-1 50 5 36
0 58 5 59
0 56 6 9
0 55 6 25
0 54 10 57
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 1.67 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 32
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= el_total_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean 12.0701754 Sum Observations 688
Std Deviation 12.396514 Variance 153.673559
Skewness 0.55406555 Kurtosis 1.46537413
Uncorrected SS 16910 Corrected SS 8605.7193
Coeff Variation 102.703677 Std Error Mean 1.64195839
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 12.07018 Std Deviation 12.39651
Median 9.00000 Variance 153.67356
Mode 8.00000 Range 70.00000
Interquartile Range 15.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 7.351085 Pr > |t| <.0001
Sign M 24.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 702.5 Pr >= |S| <.0001
157
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 46
99% 46
95% 38
90% 29
75% Q3 19
50% Median 9
25% Q1 4
10% 1
5% -3
1% -24
0% Min -24
158
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 33
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= el_total_satisfacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-24 4 32 48
-5 11 33 41
-3 25 38 3
0 52 45 39
0 49 46 7
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 34
Comparação entre grupos
Variável=sz_satisfacao_geral_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TI
Moments
N 28 Sum Weights 28
Mean -0.0714286 Sum Observations -2
Std Deviation 5.63670886 Variance 31.7724868
Skewness -0.2628368 Kurtosis -0.6189299
Uncorrected SS 858 Corrected SS 857.857143
Coeff Variation -7891.3924 Std Error Mean 1.06523785
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.07143 Std Deviation 5.63671
Median 0.50000 Variance 31.77249
Mode 6.00000 Range 20.00000
Interquartile Range 8.50000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -0.06705 Pr > |t| 0.9470
Sign M 1 Pr >= |M| 0.8450
Signed Rank S -1.5 Pr >= |S| 0.9704
159
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 9.0
99% 9.0
95% 9.0
90% 7.0
75% Q3 5.0
50% Median 0.5
25% Q1 -3.5
10% -8.0
5% -11.0
1% -11.0
0% Min -11.0
160
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 35
Comparação entre grupos
Variável=sz_satisfacao_geral_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TI
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-11 18 6 19
-11 11 6 22
-8 9 7 12
-7 28 9 3
-7 25 9 23
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 2 6.67 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 36
Comparação entre grupos
Variável=sz_satisfacao_geral_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean -0.0689655 Sum Observations -2
Std Deviation 3.58499885 Variance 12.8522167
Skewness -0.7539022 Kurtosis 1.50925383
Uncorrected SS 360 Corrected SS 359.862069
Coeff Variation -5198.2483 Std Error Mean 0.66571757
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.06897 Std Deviation 3.58500
Median 0.00000 Variance 12.85222
Mode 0.00000 Range 17.00000
Interquartile Range 3.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -0.1036 Pr > |t| 0.9182
Sign M 1 Pr >= |M| 0.8318
Signed Rank S 11 Pr >= |S| 0.7281
161
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 7
99% 7
95% 6
90% 4
75% Q3 2
50% Median 0
25% Q1 -1
10% -6
5% -7
1% -10
0% Min -10
162
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 37
Comparação entre grupos
Variável=sz_satisfacao_geral_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-10 30 3 23
-7 8 3 25
-6 27 4 26
-4 29 6 12
-4 7 7 4
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 38
Comparação entre grupos
Variável=sz_satisfacao_geral_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean 0.03448276 Sum Observations 1
Std Deviation 3.0411788 Variance 9.24876847
Skewness -0.4115819 Kurtosis 2.28070963
Uncorrected SS 259 Corrected SS 258.965517
Coeff Variation 8819.41851 Std Error Mean 0.56473273
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 0.034483 Std Deviation 3.04118
Median 0.000000 Variance 9.24877
Mode 0.000000 Range 15.00000
Interquartile Range 2.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 0.06106 Pr > |t| 0.9517
Sign M 1 Pr >= |M| 0.8145
Signed Rank S 4 Pr >= |S| 0.8727
163
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 7
99% 7
95% 6
90% 4
75% Q3 1
50% Median 0
25% Q1 -1
10% -4
5% -7
1% -8
0% Min -8
164
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 39
Comparação entre grupos
Variável=sz_satisfacao_geral_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-8 30 2 17
-7 8 3 11
-4 7 4 12
-2 13 6 26
-2 10 7 4
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 40
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= sz_satisfacao_geral
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean 5.36842105 Sum Observations 306
Std Deviation 4.58113983 Variance 20.9868421
Skewness -0.0502058 Kurtosis 0.01926833
Uncorrected SS 2818 Corrected SS 1175.26316
Coeff Variation 85.3349575 Std Error Mean 0.60678679
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 5.368421 Std Deviation 4.58114
Median 5.000000 Variance 20.98684
Mode 5.000000 Range 22.00000
Interquartile Range 5.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 8.847294 Pr > |t| <.0001
Sign M 22.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 657.5 Pr >= |S| <.0001
165
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 15
99% 15
95% 14
90% 11
75% Q3 8
50% Median 5
25% Q1 3
10% 0
5% -1
1% -7
0% Min -7
166
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 41
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= sz_satisfacao_geral
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-7 4 12 27
-4 60 13 48
-1 49 14 7
-1 25 14 41
0 52 15 39
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 42
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= sz_satisfacao_geral
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Moments
N 59 Sum Weights 59
Mean 0.72881356 Sum Observations 43
Std Deviation 1.34971911 Variance 1.82174167
Skewness 1.77922113 Kurtosis 4.19566511
Uncorrected SS 137 Corrected SS 105.661017
Coeff Variation 185.194017 Std Error Mean 0.17571846
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 0.728814 Std Deviation 1.34972
Median 0.000000 Variance 1.82174
Mode 0.000000 Range 8.00000
Interquartile Range 2.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 4.147621 Pr > |t| 0.0001
Sign M 9.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 104.5 Pr >= |S| <.0001
167
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 6
99% 6
95% 3
90% 2
75% Q3 2
50% Median 0
25% Q1 0
10% 0
5% 0
1% -2
0% Min -2
168
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 43
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= sz_satisfacao_geral
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-2 11 3 6
0 58 3 23
0 55 3 47
0 54 5 59
0 53 6 57
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 1.67 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 44
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= sz_satisfacao_geral
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean 4.64912281 Sum Observations 265
Std Deviation 4.63099506 Variance 21.4461153
Skewness 0.05117851 Kurtosis 0.33751038
Uncorrected SS 2433 Corrected SS 1200.98246
Coeff Variation 99.6100825 Std Error Mean 0.61339028
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean 4.649123 Std Deviation 4.63100
Median 5.000000 Variance 21.44612
Mode 3.000000 Range 22.00000
Interquartile Range 5.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t 7.579388 Pr > |t| <.0001
Sign M 21 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S 639 Pr >= |S| <.0001
169
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 15
99% 15
95% 14
90% 11
75% Q3 7
50% Median 5
25% Q1 2
10% -1
5% -3
1% -7
0% Min -7
170
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 45
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= sz_satisfacao_geral
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-7 4 12 27
-6 60 13 48
-3 25 14 7
-2 36 14 41
-1 49 15 39
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 46
Comparação entre grupos
Variável=oh_desconforto_mastigacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TI
Moments
N 28 Sum Weights 28
Mean -0.5357143 Sum Observations -15
Std Deviation 3.9391872 Variance 15.5171958
Skewness 0.03695955 Kurtosis -1.2700003
Uncorrected SS 427 Corrected SS 418.964286
Coeff Variation -735.31494 Std Error Mean 0.74443641
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.53571 Std Deviation 3.93919
Median -1.00000 Variance 15.51720
Mode -3.00000 Range 13.00000
Interquartile Range 6.50000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -0.71962 Pr > |t| 0.4779
Sign M -0.5 Pr >= |M| 1.0000
Signed Rank S -32 Pr >= |S| 0.4507
171
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 6.0
99% 6.0
95% 5.0
90% 5.0
75% Q3 3.0
50% Median -1.0
25% Q1 -3.5
10% -6.0
5% -6.0
1% -7.0
0% Min -7.0
172
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 47
Comparação entre grupos
Variável=oh_desconforto_mastigacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TI
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-7 23 4 13
-6 26 5 2
-6 14 5 9
-6 7 5 18
-5 19 6 28
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 2 6.67 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 48
Comparação entre grupos
Variável=oh_desconforto_mastigacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean -0.6551724 Sum Observations -19
Std Deviation 3.52821143 Variance 12.4482759
Skewness 0.5417168 Kurtosis 0.49285999
Uncorrected SS 361 Corrected SS 348.551724
Coeff Variation -538.51648 Std Error Mean 0.65517241
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.65517 Std Deviation 3.52821
Median -1.00000 Variance 12.44828
Mode 0.00000 Range 14.00000
Interquartile Range 4.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -1 Pr > |t| 0.3259
Sign M -3.5 Pr >= |M| 0.2100
Signed Rank S -36.5 Pr >= |S| 0.2740
173
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 8
99% 8
95% 7
90% 4
75% Q3 1
50% Median -1
25% Q1 -3
10% -6
5% -6
1% -6
0% Min -6
174
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 49
Comparação entre grupos
Variável=oh_desconforto_mastigacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-6 17 3 2
-6 15 3 21
-6 11 4 7
-6 4 7 8
-4 18 8 30
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 50
Comparação entre grupos
Variável=oh_desconforto_mastigacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Moments
N 29 Sum Weights 29
Mean -0.3103448 Sum Observations -9
Std Deviation 3.03672107 Variance 9.22167488
Skewness 0.28528609 Kurtosis 1.67640234
Uncorrected SS 261 Corrected SS 258.206897
Coeff Variation -978.49901 Std Error Mean 0.56390495
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.31034 Std Deviation 3.03672
Median 0.00000 Variance 9.22167
Mode 0.00000 Range 15.00000
Interquartile Range 2.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -0.55035 Pr > |t| 0.5864
Sign M -2.5 Pr >= |M| 0.3833
Signed Rank S -19 Pr >= |S| 0.5189
175
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 8
99% 8
95% 5
90% 4
75% Q3 1
50% Median 0
25% Q1 -1
10% -5
5% -6
1% -7
0% Min -7
176
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 51
Comparação entre grupos
Variável=oh_desconforto_mastigacao_1
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_GI_GII_TIII
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-7 17 2 10
-6 4 2 20
-5 11 4 7
-3 26 5 8
-3 12 8 30
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 3.33 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 52
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= oh_desconforto_mastigacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean -2.3333333 Sum Observations -133
Std Deviation 2.84939425 Variance 8.11904762
Skewness -0.2593638 Kurtosis -0.7647199
Uncorrected SS 765 Corrected SS 454.666667
Coeff Variation -122.1169 Std Error Mean 0.37741149
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -2.33333 Std Deviation 2.84939
Median -2.00000 Variance 8.11905
Mode -1.00000 Range 11.00000
Interquartile Range 5.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -6.18247 Pr > |t| <.0001
Sign M -16.5 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S -487.5 Pr >= |S| <.0001
177
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 3
99% 3
95% 2
90% 1
75% Q3 0
50% Median -2
25% Q1 -5
10% -7
5% -7
1% -8
0% Min -8
178
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 53
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= oh_desconforto_mastigacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-8 39 1 29
-8 7 2 37
-7 58 2 60
-7 47 3 16
-7 43 3 38
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 54
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= oh_desconforto_mastigacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Moments
N 59 Sum Weights 59
Mean -0.7118644 Sum Observations -42
Std Deviation 1.26014295 Variance 1.58796026
Skewness -1.2666412 Kurtosis 2.0129206
Uncorrected SS 122 Corrected SS 92.1016949
Coeff Variation -177.02008 Std Error Mean 0.16405664
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -0.71186 Std Deviation 1.26014
Median 0.00000 Variance 1.58796
Mode 0.00000 Range 7.00000
Interquartile Range 1.00000
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -4.33914 Pr > |t| <.0001
Sign M -11 Pr >= |M| <.0001
Signed Rank S -167 Pr >= |S| <.0001
179
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 2
99% 2
95% 1
90% 0
75% Q3 0
50% Median 0
25% Q1 -1
10% -3
5% -3
1% -5
0% Min -5
180
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 55
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= oh_desconforto_mastigacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_3_2
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-5 15 0 58
-4 27 0 60
-3 51 1 29
-3 18 1 40
-3 16 2 12
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 1 1.67 100.00
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 56
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= oh_desconforto_mastigacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Moments
N 57 Sum Weights 57
Mean -1.6491228 Sum Observations -94
Std Deviation 3.08505168 Variance 9.51754386
Skewness 0.06208528 Kurtosis -0.1563126
Uncorrected SS 688 Corrected SS 532.982456
Coeff Variation -187.07228 Std Error Mean 0.40862508
Basic Statistical Measures
Location Variability
Mean -1.64912 Std Deviation 3.08505
Median -1.00000 Variance 9.51754
Mode -1.00000 Range 14.00000
Interquartile Range 3.00000
NOTE: The mode displayed is the smallest of 2 modes with a count of 8.
Tests for Location: Mu0=0
Test -Statistic- -----p Value------
Student's t t -4.03578 Pr > |t| 0.0002
Sign M -11.5 Pr >= |M| 0.0014
Signed Rank S -365.5 Pr >= |S| 0.0001
181
Quantiles (Definition 5)
Quantile Estimate
100% Max 6
99% 6
95% 4
90% 2
75% Q3 0
50% Median -1
25% Q1 -3
10% -6
5% -7
1% -8
0% Min -8
182
Técnica Tradicional vs. Simplificada - Francisco Girundi 57
Comparação entre Tempos de Análise
Variável= oh_desconforto_mastigacao
The UNIVARIATE Procedure
Variable: diff_2_1
Extreme Observations
----Lowest---- ----Highest---
Value Obs Value Obs
-8 7 2 60
-7 58 3 15
-7 43 4 18
-7 39 5 38
-6 47 6 16
Missing Values
-----Percent Of-----
Missing Missing
Value Count All Obs Obs
. 3 5.00 100.00