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Técnica de Grupo Focal. Regina Lino Vieira. Grupo Focal. Um pouco da história... Segundo Morgan, 1988 - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Técnica de Grupo Focal

Técnica de Grupo Técnica de Grupo FocalFocal

Regina Lino VieiraRegina Lino Vieira

Page 2: Técnica de Grupo Focal

Grupo Focal Um pouco da história... Segundo Morgan, 1988• Técnica utilizada pela primeira vez no

campo das ciências sociais por: Merton, Fiske e Kendall, em uma investigação sobre potencial de persuasão de propaganda durante a 2ª guerra mundial.

Page 3: Técnica de Grupo Focal

Grupo Focal Para Morgan, 1988: Nos últimos 30 anos essa técnica tem sido

freqüente nos campos da Psicologia Social e Mercadologia.

Justificada por: • Atingir um número maior de pessoas ao

mesmo tempo.• Facilidade de obter dados com certo nível de

profundidade em um curto período de tempo.

Page 4: Técnica de Grupo Focal

Grupo Focal No Brasil, refere Westphal et al

(1996) Pesquisadores da Faculdade de

Saúde Pública da Universidade de São Paulo introduziram experimentalmente a metodologia de grupo focal em 1989.

Page 5: Técnica de Grupo Focal

Técnica de Grupo Focal• Krueger (1996) descreve-o como

“pessoas reunidas em uma série de grupos que possuem determinadas características e que produzem dados qualitativos sobre uma discussão focalizada”.

Page 6: Técnica de Grupo Focal

Conceituando Grupo Focal

• Sob este contexto, definiremos Grupo Focal GF como “uma técnica de Pesquisa na qual o Pesquisador reúne, num mesmo local e durante um certo período, uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do público-alvo de suas investigações, tendo como objetivo coletar, a partir do diálogo e do debate com e entre eles, informações acerca de um tema específico”. (Neto,2002)

Page 7: Técnica de Grupo Focal

Grupo Focal Debus (1994), elenca algumas razões que colocam

o Grupo Focal como “a mais popular técnica qualitativa”:

• Possibilitar interação entre as pessoas no grupo;• Fomentar respostas mais ricas e contribuir para

o surgimento de idéias novas e originais;• Permitir ao observador um conhecimento direto

dos comportamentos, atitudes, linguagens e percepções do grupo;

• Enfim, por ser mais econômico e rápido do que uma série de entrevistas em profundidade.

Page 8: Técnica de Grupo Focal

Grupo Focal Westphal et al, (1996) vai além e recomenda

utilizá-la por que:• Oferece maior possibilidade para pensar

coletivamente uma temática;• Permite que os comentários de um faça emergir a

opinião de outros;• Por serem socialmente construídas num ambiente

permissivo e não constrangedor, facilita a manifestação de emoções.

Assim, os pesquisadores podem observar como a controvérsia vem à tona e como os problemas são resolvidos frente a uma determinada temática.

Page 9: Técnica de Grupo Focal

Considerações chaves na construção de Grupos Focais Essa técnica deve:• Examinar estreitamente um tema focal;• Ser interessante tanto para o investigador

como para os participantes (maior interesse maior motivação para respostas concretas e detalhadas);

• Enfatizar a interação entre os membros do grupo em especial o coordenador e os participantes.

Page 10: Técnica de Grupo Focal

Principais características do

Grupo Focal Decisões essenciais acerca da

configuração e execução da pesquisa:• Determinar o número de grupos que

será feito;• As qualidades dos participantes de

cada grupo;• A duração, dimensão e data para a

realização das discussões.

Page 11: Técnica de Grupo Focal

CARACTERÍSTICAS• A principal característica da técnica de

Grupos Focais reside no fato de ela trabalhar com a reflexão expressa através da “fala” dos participantes, permitindo que eles apresentem, simultaneamente, seus conceitos, impressões e concepções sobre determinado tema.

• Em decorrência, as informações produzidas ou aprofundadas são de cunho essencialmente qualitativo.

Page 12: Técnica de Grupo Focal

CARACTERÍSTICAS Minayo (1994), corrobora com a importância do

uso do GF na pesquisa qualitativa quando diz:

“ que ela se preocupa, com um nível de realidade que não pode ser quantificada, ou seja, ela trabalha com um universo de significados, motivos, crenças, valores e atitudes o que corresponde a um campo singular das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser restritos a operacionalização das variáveis.”

Page 13: Técnica de Grupo Focal

CARACTERÍSTICAS• As questões aventadas pelo Pesquisador

devem ser capazes de instaurar e alimentar o debate entre os participantes, sem que isso equivalha à preocupação com a formação de consensos. Logicamente, algumas opiniões causam mais impacto e polêmica que outras, gerando reações que ora convergem ora divergem. O importante é que todos tenham possibilidades equânimes de apresentar suas concepções e que elas sejam discutidas e refinadas.

Page 14: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES• Funções desempenhadas na aplicação da

técnica de Grupos Focais? Para que a técnica de GF atinja pleno êxito, faz-se

necessário o desempenho de 6 (seis) funções, distribuídas e organizadas em dois macro-momentos:

• (1) Mediador, Relator, Observador e Operador de Gravação, exercidas durante a realização do Grupo e

• (2) Transcritor de Fitas e Digitador, que dizem respeito ao pós-grupo.

Page 15: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES Mediador: A função-chave da técnica. • É responsável pelo início, pela motivação, pelo

desenvolvimento e pela conclusão dos debates, sendo a única que neles deve intervir e que pode interagir com os participantes.

• A qualidade dos dados e das informações levantados no GF está intimamente vinculada a seu desempenho, que se traduz:

(a) no favorecimento da integração dos participantes;

(b) na garantia de oportunidades equânimes a todos;

Page 16: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES(c) no controle do tempo de fala de cada

participante e de duração do GF; (d) no incentivo e/ou arrefecimento dos

debates; (e) na valorização da diversidade de

opiniões; (f) no respeito à forma de falar dos

participantes; (g) na abstinência de posturas

influenciadoras e formadoras de opinião.

Page 17: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES• Relator: Sua atribuição é a de anotar as falas,

nominando-as, associando-as aos motivos que as incitaram e enfatizando as idéias nelas contidas.

Deve registrar também a linguagem não verbal dos participantes, como, por exemplo, tons de voz, expressões faciais e gesticulação. O material produzido não precisa ser a transcrição literal das falas - pois essa tarefa cabe a outras funções - mas sim um rol de posturas, idéias e pontos de vistas que subsidiarão as análises posteriores.

Page 18: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES• Observador:

Função que tem como objetivo analisar e avaliar o processo de condução do Grupo Focal, atendo-se aos participantes isoladamente e em suas relações com o Mediador, Relator e Operador de Gravação.

Suas anotações devem ter como meta a constante melhoria da qualidade do trabalho e a superação dos problemas e dificuldades enfrentados, adotando como ponto de partida:

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FUNÇÕES DO OBSERVADOR

a) se cada participante sentiu-se à vontade diante dos profissionais;

b) se houve integração entre os participantes;

c) se eles compreenderam corretamente o intuito da pesquisa e

d) se a forma como as funções de Mediador, Relator e Operador de Gravação foram exercidas.

Page 20: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES• Operador de Gravação: Função destinada à gravação integral – de acordo com o

equipamento disponível - dos debates.• Transcritor de fitas: Geralmente encarada como acessória ou mesmo

subalterna, essa função também é importante, pois, se não for bem executada, pode alterar a fala dos participantes, o que causará sérios danos ou mesmo inviabilizará a correta análise das informações obtidas. A transcrição deve ser a mais fiel possível, eximindo-se de interpretações, “limpezas de texto” ou “copidescagem” das falas. Todos os erros de linguagem, bem como as pausas nos diálogos, devem ser mantidos e assinalados para que a análise seja a melhor possível.

Page 21: Técnica de Grupo Focal

FUNÇÕES• Digitador: Assim como a anterior, essa função tem, em

vários casos, seu valor erroneamente minorado.

Sua atribuição é a de transpor todos os dados, manuscritos ou não, sistematizados, codificados ou gravados para um programa de computador, utilizando o software mais apropriado e que forneça o resultado desejado.

Page 22: Técnica de Grupo Focal

PARTICIPANTES• Quantos participantes deve ter um grupo focal?

O número de participantes de um grupo focal é condicionado por dois fatores:

1- deverá ser pequeno o suficiente para que todos tenham a oportunidade de expor suas idéias e

2- grande o bastante para que os participantes possam vir a fornecer consistente diversidade de opiniões.

Quantificando esse raciocínio, podemos concluir que uma sessão de grupo focal deve ser composta por no mínimo quatro e no máximo doze pessoas (Krueger, 1996).

Page 23: Técnica de Grupo Focal

PARTICIPANTESQuais os critérios adotados na seleção dos

participantes? Na seleção dos participantes, a Equipe de pesquisa

deverá levar em conta que:• (a) eles têm obrigatoriamente que fazer parte da

população-alvo estudada; • (b) devem ser convidados com antecedência e

devidamente esclarecidos sobre o tema abordado e os objetivos da pesquisa;

• (c) os critérios utilizados na seleção dos componentes de cada grupo devem estar vinculados aos objetivos e aos resultados que a pesquisa deseja alcançar.

Page 24: Técnica de Grupo Focal

LOCAL• Qual o local adequado para a realização

de grupos focais? O local é de fundamental importância para

que os participantes sintam-se confortáveis ao participar das discussões, influenciando, também, a qualidade da gravação.

O mais recomendável é a escolha de um local adequado, claro, sem ruídos, afastado da interferência de terceiros e de fácil acesso para todos.

Page 25: Técnica de Grupo Focal

TEMPO DE DURAÇÃO• A duração de um grupo focal deve ser de certa forma

pontuada pelo moderador, que ao abrir as discussões expondo o tema vai percebendo quando estas estão cristalizando.

• Entretanto, a duração média de um grupo oscilará entre 60 minutos e duas horas. DEBUS (1994) afirma que o grupo focal não deve durar mais de uma hora e meia a duas.

• Quando se requer informação específica a duração deve ser no máximo de 40 minutos. Em raras ocasiões, diz o autor deve-se utilizar sessões que envolvem o dia todo ou meio dia.

Page 26: Técnica de Grupo Focal

PARA REFLETIRPara avaliar é preciso ouvir e compreender as várias razões: Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus

que se haviam zangado. Cada um me contou a narrativa de porque tinham se zangado. Cada um me contou suas razões. Ambos tinham razão. Não era que um via uma coisa e o outro, outra, ou via um lado das coisas e o outro, um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao outro. Mas cada um via uma coisa diferente e, cada um portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.

(Fernando Pessoa, notas soltas, em Obra em Prosa, Nova Aguilar, 199,p57).

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Referências• Débus, M. (1997). Manual para excelência en la investigacion mediante grupos focales.

Washington: Academy for Educational Development.

• Krueger RA, 1996. Focus Groups: A Practical Guide for Applied Research. London: Sage Publications

• MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 2ª. Ed. São Paulo: Hucitec, 1993.

• MORGAN, D. L. Focus group as qualitative research. Newbury Park, Sage Publication, 1988. (Qualitative Research Methods Series 16).

• NETO, Otávio Cruz ; Moreira, Marcelo Rasga, Sucena, Luiz Fernando Mazzei. Grupos Focais e Pesquisa Social Qualitativa: o debate orientado como técnica de investigação Trabalho apresentado no XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, realizado em Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil de 4 a 8 de novembro de 2002.

         • WESTPHAL, M. F; Grupos Focais in Participação Popular e Políticas Municipais de Saúde Cotia e

Vargem Grande Paulista. São Paulo,1992. Tese de Livre Docência, FSP-USP.

• WESTPHAL, M. F; BOGUS, C. M e FARIA, M. M. Grupos Focais: experiências precursoras em programas educativas em saúde no Brasil. Boletim OPAS, 120(6), 473-482, 1996.