objectivas, abertura relativa e distância focal

14
23 AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell CAPITULO III : AS OBJETIVAS (O SISTEMA OPTICO DA CAMARA) Imagem: Objetiva da primeira câmara Canon Em Lenswork II/Canon Fig 3.1

Upload: fctcr

Post on 16-Jun-2015

2.155 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

23

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

CAPITULO III : AS OBJETIVAS

(O SISTEMA OPTICO DA CAMARA)

Imagem: Objetiva da primeira câmara CanonEm Lenswork II/Canon

Fig 3.1

Page 2: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

24

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

1.LENTES OU OBJETIVAS?

Uma questão frequentemente levantada até por profissio-nais é quanto a nomenclatura; lente ou objetiva? Na verdade hojeos termos são intercambiaveis mas no estrito senso da palavrauma lente* é composta por um único elemento de vidro ou cristale o seu formato determina como ela afeta os raios de luz que nelaincidem. De forma geral existem duas classes; as lentes conver-gentes e as divergentes. Existem diversos formatos de lentes comoas biconcavas as plano-convexas* e outras. As objetivas porémsão compostas de diversos elementos em conjunto de forma aproduzir imagens mais precisas e sem distorções. Na figura 2-19vemos uma lente pois possui um único elemento. Já o desenho 2-20, representa uma objetiva uma vez que é composta de diversoselementos (lentes).

2.O SISTEMA ÓPTICO: AS OBJETIVAS E O VISOR.

As objetivas tem a função primordial de formar a imagemque será registrada no filme . O visor também faz parte do sistemaoptico de quase todas as câmaras modernas. Esse dispositivo éde grande importância uma vez que é por ele que o fotógrafo podeter uma idéia mais precisa do que será registrado no filme. O sis-tema óptico portanto pode ser dividido nessas duas duas fun-ções:

1. O Sistema de Objetivas Principais, responsável pelaformação da imagem no filme.

2. O Sistema de Visão; um conjunto de lentes , espelhose prismas utilizados para levar a imagem que será registrada nofilme, até o visor da câmara.

AS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UMA OBJETIVAToda objetiva tem certas características que determinam a suautilidade para o uso na formação de imagens. As principais des-tas características são :

1. Distância focal2. Ângulo de cobertura

3. Abertura relativa4. Poder de cobertura

Veremos a seguir cada uma destas importantes caracteristicasem maior detalhe pois a compreensão destes princípios deve tornarclaro como uma objetiva forma uma imagem o como a mesma é oresultado desse conjunto de caracteristicas.

1). A DISTÂNCIA FOCAL DE UMA OBJETIVA

Uma lente ou objetiva é um elemento de vidro cujascaracteristicas opticas e formato permitem controlar os raios deluz que nela incidem de forma a criar e projetar uma imagem. Pordefinicão; A distância focal de uma objetiva é a medida ( em milíme-tros ou polegadas ) entre o seu eixo central e o ponto em que estaforma uma imagem nítida de um objeto que se encontra a uma dis-tância infinita. Para fins meramente ilustrativos , a figura 2-19

mostra como é medida a distância focal de uma lente biconvexa*ou positiva.Fig.3.2 DISTÂNCIA FOCAL DE UMA LENTE SIMPLES. Note-se bem que a medida éfeita do centro da lente até o ponto onde ela produz uma imagem nítida(ponto focal). Uma lente biconvexa tem duas convexidades o que a fazemser uma lente positiva Uma lente com duas concavidades seria uma lentebiconcava ou uma lente negativa. existem ainda outros formatos como plana,plano-convexa, planoconcava etc.

Page 3: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

25

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

O EFEITO DA DISTÂNCIA FOCAL NA IMAGEM

Um dos fatores mais evidentes afetados pela distância focal deuma objetiva é a maneira como ela representa uma cena. Nasfotografias abaixo feitas com objetivas de distâncias focais dife-rentes, vemos como o aspecto da cena muda radicalmente. Aprimeira fotografia foi feita com uma objetiva grande angular 24mm, a segunda com uma objetiva normal 50mm, a terceira comuma objetiva 100 mm e a última com uma objetiva 200 mm .

FIG. 3.3. DISTÂNCIA FOCAL DE UMA OBJETIVA COMPLEXA.A distância focal de uma objetiva complexa é medida do

seu centro optico até o ponto onde ela produz uma imagemnítida de um objeto que se encontra no infinito (plano focal).

123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456

123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456123456

1234123412341234123412341234123412341234123412341234

Distancia focal

100 mm 200mm

24mm 50mm

Fig 3.5 As ilustrações acima mostram como a distância focalda objetiva afeta o tamanho da imagem formada e o angulo decobertura. Fotos: Canon Lenswork 2001

*Lente: As lentes são corpos transparentes que servem para a reproduçãooptica de um objeto. São fabricadas com tipos especiais de vidro e as suassuperficies geralmente possuem um polimento esférico concavo ou conve-xo.

Acima: vemos como é medida a distância focal de uma obje-tiva complexa e os diferentes elementos que a compõem.Abaixo: vemos alguns formatos de elementos (lentes) utiliza-dos em objetivas.

Formatos de lentes

Lentes Convergentes

Lentes Divergentes

Plano- convexa Bi-convexa Menisco-convexa

Plano-concava Bi-concava Concava-menisco

3.4

Page 4: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

26

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

2. O ANGULO DE COBERTURA.O ângulo de cobertura (ou ângulo de campo visual) de

uma objetiva refere-se a área que esta pode cobrir a suafrente. Esta característica é determinada principalmente peladistância focal da objetiva. Objetivas grande angulares (depequena distância focal) tem um ângulo de cobertura mai-or que as normais. Para melhor entender a questão do oângulo de cobertura das objetivas ver detalhadamente asfotografias na Figura 2.15. (Página anterior)

Fig.3.6. ANGULO DE COBERTURA DE UMA OBJETIVA. A distânciafocal de uma objetiva determina o ângulo com que esta poderácobrir a cena . Este fator é chamado de ANGULO DE COBERTURA. Via deregra as objetivas de pequena distância focal tem um grandeangulo de cobertura e são genéricamente chamadas de Grande-angulares. As de distância focal longa são chamadas de Tele-objetivas. Para melhor entender a relação entre ângulo de cober-tura e o tamanho da imagem volte para a figura 2.21 da páginaanterior e compare com a tabela 2.23. Verá que uma objetiva 24mm tem um angulo de cobertura de 84 graus emquanto que a de200mm é apenas 12graus.

Angu

lo d

e C

ober

tura

Fig. 3.7 Tabela de ângulos de cobertura de algumas objeti-vas de diferentes distâncias focais

Page 5: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

27

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

3. ABERTURA RELATIVANa página anterior vimos que a distância focal de uma

objetiva tem importante influência sobre o seu desempenho.Essêncialmente a distância focal de uma objetiva determinao angulo de cobertura ou seja o campo que esta capatará .Agora examinaremos um outro fator que também deve serconsiderado. Este é o fator da abertura relativa de uma ob-jetiva. A abertura relativa de uma objetiva refere-se à suacapacidade máxima de transmissão de luz. Uma objetiva quetransmite muita luz é considerada “rápida” e uma que trans-mite pouca luz é “lenta”, no jargão dos profissionais.

Técnicamente esta capacidade é medida em pontos “f”eé chamada de abertura relativa. Chama-se de abertura re-lativa por ser uma equação derivada de dois fatores: a dis-tância focal da objetiva dividido pelo diâmetro efetivo da mes-ma. Um exemplo; uma objetiva com distância focal de 100mme um diâmetro efetivo de 50mm teria uma abertura relativade f2. Vemos portanto que o diametro efetivo de uma obje-tiva torna-se um fator primordial para determinar quantaluz essa objetiva é capaz de transmitir. A formula é muitosimples sendo que divide-se a distância focal da objetiva peloseu diametro efetivo. ( Ver Fig. 3.8.)

3 b.O DIAFRAGMA

O diafragma é o dispositivo utilizado para se diminuir a quan-tidade de luz que passa pela objetiva. ( Na verdade o diafragma éum dispositivo para diminuirmos o diâmetro efetivo da objetiva). Odiafragma ou iris tem exatamente a mesma função que a iris doolho humano.( veja fig 3.9).

O funcionamento da iris ou diafragmaO diafragma ou iris é composto de uma série de folhas

metálicas sobrepostas. Quando o anel no corpo da objetiva mar-

PONTOS T. Além dos pontos f existem pontos “T”. Teoricamente, a mesma aber-tura deveria ser igual para todas as objetivas mas existem pequenas diferenças natransmissão de luz de uma objetiva para outra e que para o uso geral são insignifi-cantes. Os pontos " T " representam a medida exata da capacidade de transmissãode luz por meio de testes de laboratório realizados em cada objetiva. Sómenteobjetivas extremamente precisas são calibradas em pontos T.

Fig 3.9. A iris do olho humano regula a entrada de luz automa-ticamente fechando ou abrindo de acordo com a luz ambiente. Odiafragma ou iris de uma objeitva tem a mesma função e permiteregular a quantidade exata de luz que passará para o filme.

= f 16

= f 2.8

= f 8

A ABERTURA RELATIVA DE UMA OBJETIVAE OS PONTOS 'f'

Distância Focal (DF) = f (abertura relativa)

Diâmetro Efetivo (DE)

Fig. 3.8. Formula para determinar a abertura relativa de uma objeti-va. Divide-se a Distância Focal (DF) pelo Diametro Efetivo (DE (DE). Oresultado é a abertura relativa da objetiva. Este fator é impoortantepois determina o numero “f” de maxima transmissão para a objetiva.

Page 6: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

28

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

cando os pontos f é girado num sentido ou outro (ver ilustra-ção) as folhas fecham ou abrem um orifício na objetiva. Esteorifício regula a entrada de luz de acordo com o ponto f mar-cado no anel da objeiva. A marcação mais comum dos pon-tos f em objetivas é a seguinte:

f 1.4, f 2.0 , f 2.4, f 3.5, f 4, f 5.6, f 8, f 11, f 16 ef 22. É muito importante lembrarmos que cada "ponto" oudiafragma marcado na objetiva em ordem crescente significauma redução da luz pela metade. Se fecharmos o diafragmade f4 para f8 por exemplo, a redução de luz será de quatro (4x) e não de duas vezes como seria a lógica. Isto aconteceporque os pontos “f” são derivados de uma equação (abertu-ra relativa) e não seguem uma lógica aritmética. Por este sis-tema, f2.0 é duas vezes mais luz que f4 que é duas vezesmais luz que f5,6 e assim por diante.

Outro aspecto importante a ser lembrado é que os pon-tos “f” representam (teóricamente) a mesma quantidade deluz para todas as objetivas. Isto quer dizer que f8 representaa mesma quantidade de luz para uma tele-objetiva ou parauma grande angular. Porém existe um outro sistema utiliza-do em objetivas altamente profissionais e de precisão. Estesistema é chamado de pontos " t ". Os pontos " t "correspondem aos pontos “ f ” mas são mais precisos e exa-tos.

Existem ainda outras razões de importância para redu-zirmos a abertura da objetiva, além de simplesmente con-trolar a quantidade de luz que por ele passa. Uma dessasconsiderações é que uma objetiva tem maior definição quan-do o diafragma está fechado aproximadamente pela metade.Isto acontece porque nessa abertura estamos utilizando so-mente a parte central dos elementos, opticamente mais per-feitos nessa região, e porque o diafragma tende a reduzir adifração dos raios de luz dentro da própria objetiva. Aindaoutra consideração importante é que na medida em que odiafragma é fechado a profundidade de campo aumenta

Fig. 3.10 O anel do diafragma numa objetiva e os números das aber-turas em pontos "f". Acima vemos o anel de foco com as distâncias. Atabela do meio indica as aberturas de profundidade de campo.

FOCO

DIAFRAGMA

progressivamente. Este termo refere-se à capacidade de umaobjetiva de manter em foco objetos que se encontram além eaquem do assunto principal focalizado (Ver profundidade decampo páginas 30 & 32).

O controle de profundidade de campo mediante aregulagem das aberturas do diafragma constitui um dosrecursos mais criativos da fotografia e qualquer fotogra-fo sério deve estar bem familiarizado com este recurso. Aprofundidade de campo é afetada por outros fatores como adistância focal da objetiva e a distância entre o objeto focali-zado e o filme. De forma geral podemos afirmar que quantomenor a distância focal de uma objetiva, maior será a suaprofundidade de campo. Também de forma geral podemosafirmar que quanto mais próximo o objeto do plano do filme,menor será a profundidade de campo obtida.

Page 7: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

29

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

2. ANGULO DE COBERTURA. O ângulo de cobertura deuma objetiva refere-se a área que esta pode cobrir a sua frente.Esta característica é determinada principalmente pela dis-tância focal da objetiva. Objetivas grande angulares (de pe-quena distância focal) tem um ângulo de cobertura maiorque as normais. Por outro lado as objetivas de grande dis-tância focal tem um angulo de cobertura mais reduzido Deforma geral podemos estabelecer a regra que : quanto menora distância focal de uma objetiva, maior será o seu angulo decobertura e maior será também a sua profundidade de campo.

3. ABERTURA RELATIVA . As objeti-vas também tem uma abertura relati-va. A abertura relativa de uma objetivarepresenta a sua máxima capacidadede transmissão de luz. A abertura rela-tiva é derivada da distância focal divi-dida pelo diâmetro efetivo da mesma.O 4.PODER DE COBERTURA. O po-der de cobertura de uma objetiva des-creve a capacidade dessa objetiva de co-brir um determinado tamanho de ne-gativo. O poder de cobertura é um fa-tor importante sobretudo quando seestá fazendo uso de lentesintercambiáveis. O mais importante élembrar-se que a objetiva foi projetadapara cobrir a area do formato para oqual ela foi intencionada.

5. A PROFUNDIDADE DE CAMPO. A profundidade de cam-po diz respeito ao poder de uma objetiva de estender o seualcance de foco além e aquem do objeto focalizado. Diferen-tes objetivas possuem diferentes profundidades de campo.Via de regra as objetivas grande angulares possuem por si

RESUMO DAS CARACTERISTICAS DAS OBJETIVAS:

A função da objetiva é de formar a imagem que será registra-da no filme fotográfico, no dispositivo de captação de vídeoou no filme cinematográfico. As caracteristicas da imagemformada são determinadas principalmente pela distância fo-cal da objetiva, a sua abertura relativa e a abertura de dia-fragma utilizada além do tipo de filme utilizado. As princi-pais caracteristiacas de uma objetiva são:

1 DISTÂNCIA FOCAL. Todas as objetivas tem uma distân-

cia focal. A distância focal de uma objetiva é a medida emmm. cm. ou em polegadas do seu centro óptico até o pontoonde ela produz uma imagem nítida de um objeto situado noinfinito.

Fig 3.11 O efeito do diafragma sobre a abertura relativa de uma objetiva.

f 2.8 f4 f5.6 f.8 f11 f16 f22

Page 8: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

30

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

A IMPORTÂNCIA DO PODER DE COBERTURA

É muito comum as pessoas confundirem os termos ân-gulo de cobertura e poder de cobertura. Já vimos que oângulo de cobertura de uma objetiva representa o ângulo docampo que ela capta à sua frente. O poder de cobertura poroutro lado, refere-se à area, formato ou o tamanho do nega-tivo para o qual essa objetiva foi projetada. Embaixo vemoso caso de uma objetiva cujo poder de cobertura é insuficien-te para cobrir o negativo inteiro.

Fig. 3.13 Quando se utiliza uma objetiva feitapara um formato menor numa câmara de forma-to maior é possivel que aconteça o efeito devinheta na imagem que vemos acima.

uma grande profundidade de campo e as tele-objetivas pou-ca.

É possível aumentar a profundidade de campo de qualquerobjetiva mediante o fechamento da iris ou diafragma. Estefenômeno é devido ao fato de que ao diminuirmos a aberturaestamos trabalhando com as partes centrais dos elementose reduzindo os efetos de refração .

7. A IRIS. O diafragma ou iris e dispositivo utilizado parareduzirmos a abertura da objetiva. Dessa forma podemoscontrolar a quantidade ou intensidade da luz que atinge ofilme. As aberturas do diafragma são calibradas em pontos"f ". Ainda outro fator afetado pelo fechamento da iris é aprofundidade de campo (Ver item 6 nesta página e ilustra-ções na página seguinte).

Fig.3.12

Page 9: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

31

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

Figuras 2.24e 2-25. As ilustrações nesta página mostramcomo o fechamento progressivo do diafragma afeta aprofunidade de campo de uma objetiva. A primeira foi feitacom o diafragma totalmente aberto. A segunda com a menorabertura (f22). Vemos que as duas fotos são bastante diferen-tes devido a profundidade de campo . Este recurso é um dosmais importantes da fotografia pois como pode se ve,r passade um simples reurso técnico assumindo o nível de linguagem.Cada uma das fotografias comunica coisas completamente di-

ferentes. Na primeira foto a mensagem é úni-ca. Não há como confundir: o rosto da moça éo destaque, o resto é pano de fundo. Na se-gunda fotografia a mensagem é dividida entreo fundo e o primeiro plano. A fisionomia damoça é atraente mas a riqueza de informaçãono segundo plano chama a nossa atenção paraos detalhes da textura das folhas caídas, eoutros pormenores que colocam o primeiro pla-no em relação ao segundo dando outros signi-ficados a foto.

Fig.3.14 Abertura dodiafragma: f2 .

Fig. 3.15 Abertura do diafrag-ma: f22

A IMPORTÂNCIA DA ABERTURA DO DIAFRAGMA NAPROFUNDIDADE DE CAMPO.

O efeito causado pelo fechamento do diafragma podeser dramático como podemos ver nas imagens abaixo. Orecurso de profundidade de campo tornou-se um elementode linguagem na fotografia e quem sabe bem explorá-lo temuma exelente ferramenta ao seu dispor. Vale a pena estudaaro texto ao lado.

Page 10: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

32

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

Fig 3.16A regra da diagonal do negativo é a melhor forma de podermos determinarse uma objetiva é normal ou não para o formato que está sendo utilizado.

Agora que já vimos as ca-racterísticas comuns a todas asobjetivas iremos fazer umaanálise dos diferentes tipos deobjetivas existentes. Basica-mente existem quatro tipos deobjetivas:

(1) as normais,(2) as grande angulares,(3) as tele objetivas,(4) as zoom.

Além destes quatro tipos básicos existem também:as objetivas para aplicações especiaisas lentes suplementares

1. AS OBJETIVAS NORMAIS:

Uma objetiva normal é definidia como tendo uma dis-tância focal igual à diagonal do negativo para o qual ela seráutilizada. (Ver figuras 3.16 e 3.17) Esta regra é muito útilpois dentre todas as que encontramos é a mais fácil de veri-ficar e a mais “objetiva”.

Vejamos o exemplo a direita e abaixo: O formato 35 mmmede 24 x 36 mm e a sua diagonal é de 43mm, esta deveriaser a distância focal "normal" para esse formato. ( Ver Fig.3.17).

Outra forma de se descrever uma objetiva normal é peloseu ângulo de cobertura . Diz-se que as objetivas normais seaproximam do ângulo de visão do olho humano que é deaproximadamente 50o graus. Este critério porém parecebastante relativo uma vez que é necessário fecharmos umdos nossos olhos e olhar fixamente a nossa frente parachagarmos a uma aproximação deste angulo.

Fig 3.17. A diagonal do negatiavo 35mm é de 43mmaproximadamente. Obs. A largura do filme inteiro é de 35mm mas a diagonal da área da imagem é que deve ser medi-da.

Diagonal

35mm43 mm

OS TIPOS DE OBJETIVAS

Page 11: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

33

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

2. AS OBJETIVAS GRANDE ANGULARESPor definição uma grande angular tem uma distância focalinferior a diagonal do negativo para o qual ela será utiliza-da. Isto quer dizer que o seu poder de cobertura será maiorque o normal acima dos 50 graus de uma objetiva normal.(Veja exemplo abaixo)

Existem objetivas do tipo "olho de peixe" que tem dis-tâncias focais muito pequenas ( 7 ou 8mm) e portanto umangulo de cobertura que pode ultrapassar os 180 graus. asobjetivas grande angulares mais utiizadas porém são aque-las com uma distância focal entre 20 e 35 mm.

Fig.3.18 Uma grande angular com uma distância focal a metade dadiagonal do negativo terá um angulo de cobertura o dobro do normal.Neste caso a objetiva olho de peixe de 7.5mm tem um angulo de cober-tura de aproximadamente 180 graus ou seja; metade de um circulo!.

As grande angulares tem as suas desvantagens. Emprimeiro lugar por serem objetivas de grande ângulo de co-bertura representam a cena com uma distorção conhecidacomo 'distorção esférica isto é elas reproduzem linhas retascomo curvas. Hoje as grande angulares modernas possuemum alto grau de correção deste defeito mas ele é praticamen-te impossível de eliminar por completo. O defeito porém podeser usado como um efeito. O uso de grande angulares emclose-ups de rostos distorçe a fisionomia de forma singular.Uma vantagem das grande angulares é a sua grande profun-didade de campo o que permite planos onde quase tudo estáem foco.

3. AS TELEOBJETIVASUma teleobjetiva é justamente aquilo que o seu nome

sugere. "Tele" é distância, tele- visão, tele-scópio, tele-fone. Ateleobjetiva serve para fotografar objetos que se encontram adistância. Por definição qualquer objetiva com uma distân-cia focal MAIOR do que o normal (a diagonal do negativo)pode ser considerada uma tele objetiva. Isto significa queuma objetiva de 80mm é uma teleobjetiva como também éuma de 800mm. A diferença entre as duas será uma diferen-ça em grau. A teleobjeiva de 800mm é dez vezes mais forteque a de 80mm. O angulo de cobertura da objetiva maispoderosa será dez vezes mais agudo e a imagem será dezvezes maior que a da objetiva de 80mm.

As teleobjetivas por sua natureza, são maiores e maispesadas que as outras objetivas. Para melhor entendermosisto é só lembrarmos que uma teleobjetiva de 800mm temque ter nada menos do que 80 centímetros entre o seu eixooptico e o plano focal. Isto significa que ela tem que ter nominimo 80cm de comprimento. As teleobjetivas são compri-das e também são mais lentas que outras objetivas porque

180graus

Page 12: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

34

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

absorvem mais luz. Dificilmente uma teleobjetiva acima dos300mm tem uma abertura maior que f5.6 ou f8. As que pos-suem aberturas maiores como as 300mm f2.8 comuns entrefotógrafos e cinegrafistas de esportes custam dez vezes maisque as de aberturas menores. Uma desvantagem das teleob-jetivas é que devido ao fato que elas aumentam a imagem asua tendência é de aumentar também as vibrações e por istodevem ser utilizadas montadas num tripé ou outro suportesólido e estável. Outra característica das teleobjetivas é umaprofundidade de campo reduzida e um achatamento da ima-gem com perda de perspectiva chamada por muitos de "com-pressão".

4. AS OBJETIVAS ZOOMAté o presente momento discutimos objetivas de distân-

cia focal fixa. As objetivas zoom apresentam um caso únicoem que a sua distância focal é variável. Na objetiva zoom,um ou mais grupos de elementos ópticos são movidos dentroda objetiva para modificar a distância focal. Isto representauma grande vantagem uma vez que torna possível fotografar

Fig 3.19. Teleobjetiva de 400mm com abertura de diafragma de2.8 da maraca Canon..

Fig.3.20 A Objetiva Zoom pode mudar a sua distância focal mdianteum complexo deslocamento de seus elementos internos. Aqui mostradaobjetiva Nikon 50 - 300mm.

Page 13: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

35

AS OBJETIVAS © Thomaz. W.M. Harrell

5. OBJETIVAS ESPECIAISExiste um grande número de objetivas para aplicações

especiais e seria impossível mencionar todas aqui mas vale apena descrever algumas das mais importantes.

A.) OBJETIVAS DE DISTÂNCIA FOCAL EXTREMAEm primeiro lugar poderíamos deixar claro que as obje-

tivas com distâncias focais extremas são consideradas obje-tivas especiais já que são utilizadas para propósitos muitoespecficos. Nesta categoria podemos incluir as extremas olhode peixe ou as super tele-objetivas.

B.) OBJETIVAS E LENTES SUPLEMENTARESNesta classe são incluiidas objetivas que acopladas a

outras objetivas modificam as características ópticas das mes-mas. Este tipo de objetiva inclui desde lentes de aproxima-ção até suplementos que tranformam uma objetiva normalem tele objetiva ou grande angular. Este tipo de objetiva tor-na-se hoje bastante popular uma vez que muitas câmaras (principalmente camcorders, câmaras digitais, e algumas câ-maras fotográficas.) amadoras ou semi-profissionais sãofabaricadas com objetivas incorporadas que não podem sersubstituidas.

C.) OBJETIVAS SNORKELA tecnologia de fibras ópticas possibilitou o desenho de obje-tivas que podem ser acopladas numa extremidade de umchicote de fibras ópticas e o outro extremo na câmara. Destamaneira a objetiva pode ser colocada em lugares outrora com-pletamente inacessíveis para uma câmara. As aplicaçõessão múltiplas e quase inesgotáveis. A medicina a ciência, aengenharia e a publicidade tem se aproveitado muito destesrecursos.

ou filmar cenas com mais de uma distância focal sem terque trocar de objetivas na câmara. As primeiras objetivaszoom apareceram nos anos 30 e foram sendo aperfeiçoadasatravéz dos tempos até o ponto em que hoje é impensáveluma filmadora ou camcorder não ser equipada com umaobjetiva deste tipo. As primeiras zoom não possuiam umarelação muito grande isto é; a sua capacidade de mudar dedistância focal não passava de 3 ou 4 vezes. Hoje não énada incomum encotrarmos objetivas com relações de 15ou 20 vezes.

As zoom demoraram para ser utilizadas em larga es-cala devido ao fato que as objetivas fixas produziam ima-gens de maior resolução e eram muito mais leves. Emboraa questão tamanho ainda seja um fator que desfavorece aszoom para todas as aplicações, a questão da qualidade daimagem é praticamente insignificante hoje. O uso das obje-tivas zoom tornou-se praticamente padrão nos anos 60 e70 na televisão. Depois disto, é que elas passaram a serutilizadas nas câmaras de vídeo, no cinema e na fotografia.Hoje em dia as objetivas zoom são cada vez mais comunsem camaras de todos os tipos. a sua praticidade está maisdo que comprovada sobre as objetivas de distância focalfixa uma vez que o fotógrafo não precisa ficar trocando deobjetiva no meio de um trabalho. Com a ajuda da compu-tação, novos desenhos e formulas opticas se tornaram pos-síveis a um custo muito mais baixo ao mesmo tempo que severifica um aumento qualitativo.

Page 14: Objectivas, Abertura Relativa e Distância Focal

36

CAPITULO III © Thomaz. W.M. Harrell

D.) OBJETIVAS ANTI VIBRAÇÃOSempre a vibração ou trepidação foi um problema para afotografia uma vez que o resultado produz fotografias tremi-das. Até certo ponto o uso de velocidades de obturadormais elevadas resolvia parte do problema. Posteriormenteforam criados sistemas tremendamente complexos para di-minuir os efeitos da trepidação. A Dynalens é um sistemaque utiliza objetivas que posssuem um fluido compensadorinterno que minimiza os efeitos de movimentos bruscos quan-do fotografando ou filmando de helicópteros ou aviões. Algu-mas das soluções mais modernas utilizam sistemas eletrôni-cos de compensação de movimento que oferecem resultadossurpreendentes.

E.) OBJETIVAS CATADIOPTRICASAs objetivas catadióptricas são uma solução para limitar odesconfortável tamanho de teleobjetivas extremas. Como sesabe, uma objetiva com uma distância focal de 1000mmteria que ter no mínimo um metro de comprimento. (Ver defi-nição de distância focal) O desenho de objetivas catadioptricaspermite reduzir este tamanho para menos da metade pormeio de espelhos. (Veja ilustração) A maior desvantagemdeste tipo de objetiva é que devido ao sistema de espelhosestas objetivas não podem ter um diafragama e são portantode abertura fixa. Uma segunda desvantagem do seu dese-nho é que elas costumam ter uma abertura relativamentepequena geralmente entre f-6 ou f-8 dependendo da sua dis-tância focal. Muitas objetivas catadioptricas são verdadeirostelescópios e na verdade o seu desenho é derivado de umtipo de telescópio. A característeica mas evidente destasobjetivas é que elas são “gordas” ou seja, são mais largas doque compridas.

Fig. 3.21. Objeitva catadióptrica