tecnews - 20/08/14

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20 | 08| 2014 www.grupoastral.com.br .br Roraima ainda não apresentou casos da febre chikungunya, enquanto a dengue tem tido baixa incidência e é considerada sob controle. No entanto, todos os municípios apresentam fatores favoráveis a essas doenças. Além disso, o aumento na transmissão dos dois vírus na Venezuela aumentam as chances de um surto de dengue, consequentemente potencializando o risco da introdução do novo vírus em Roraima, o que coloca o Estado em condição de alerta para as duas doenças. Entre os fatores de risco, estão a presença do mosquito Aedes aegypti (transmissor das duas doenças) em todos os municípios e do Aedes albopictus em alguns municípios do Estado. Além disso, o fluxo de pessoas vindas de áreas de transmissão define como alto o risco do aumento da dengue e introdução do chikungunya no território. As informações foram repassadas du- rante coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira, 18, na CGVS (Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde). Diante desta situação, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) expediu nota técnica orientando que as Secretarias Municipais de Saúde fiquem alerta para o aparecimento de casos suspeitos, a fim de que sejam desencadeadas as ações necessárias de investigação e controle vetorial. O Estado também pede que os municípios reavaliem seus planos de contingência e se adequem de acordo com as necessidades. Devido à sua proximidade com a Venezuela, representantes da saúde municipal de Pacaraima RORAIMA ENTRA EM ESTADO DE ALERTA PARA DENGUE E CHIKUNGUNYA Fonte: bvnews.com.br

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Informativo semanal com notícias sobre o mundo das pragas.

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Roraima ainda não apresentou casos da febre chikungunya, enquanto a dengue tem tido baixa incidência e é considerada sob controle. No entanto, todos os municípios apresentam fatores favoráveis a essas doenças. Além disso, o aumento na transmissão dos dois vírus na Venezuela aumentam as chances de um surto de dengue, consequentemente potencializando o risco da introdução do novo vírus em Roraima, o que coloca o Estado em condição de alerta para as duas doenças.

Entre os fatores de risco, estão a presença do mosquito Aedes aegypti (transmissor das duas doenças) em todos os municípios e do Aedes albopictus em alguns municípios do Estado. Além disso, o fluxo de pessoas vindas de áreas de transmissão define como alto o risco do aumento da dengue e introdução do chikungunya no território. As informações foram repassadas du-rante coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira, 18, na CGVS (Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde).

Diante desta situação, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) expediu nota técnica orientando que as Secretarias Municipais de Saúde fiquem alerta para o aparecimento de casos suspeitos, a fim de que sejam desencadeadas as ações necessárias de investigação e controle vetorial. O Estado também pede que os municípios reavaliem seus planos de contingência e se adequem de acordo com as necessidades.

Devido à sua proximidade com a Venezuela, representantes da saúde municipal de Pacaraima

RORAIMA ENTRA EM ESTADO DE ALERTA PARA DENGUE E CHIKUNGUNYA Fonte: bvnews.com.br

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VACINA CONTRA CHIKUNGUNYA MOSTRA-SE EFICAZ EM PRIMEIRO TESTE EM HUMANOSFonte: revistagalileu.globo.com

Biólogos da Unesp de Rio Claro anunciaram a descoberta de uma nova e promissora arma no combate contra a dengue: eles comprovaram que a substância chamada ramnolipídeo é capaz de matar o Aedes aegypti tanto em sua fase larval quanto na adulta, e também se mostrou um repelente de excelência contra o mosquito.

O composto é metabolizado por uma bactéria presente em solos contaminados por petróleo, e sua eficácia está no fato de que reduz a tensão superficial da água, impedindo que as larvas se mantenham na superfície por tempo suficiente para respirar, o que as impede de sobreviver. O ramnolipídeo também quebra a cutícula que protege o corpo do inseto adulto, provocando a sua morte.

Ao verificarem o potencial da substância, os cientistas também fizeram testes com dois ratos de laboratório, sendo que apenas um deles teve o composto borrifado pelo corpo. Quando foram expostos aos mosquitos, o animal banhado não foi picado, diferentemente do outro – eviden-ciando o caráter repelente do ramnolipídeo contra o Aedes aegypti.

A partir de agora, os esforços dos pesquisadores devem se concentrar em meios de viabilizar uma produção em larga escala da substância, para eventualmente disponibilizá-la no mercado. Atualmente, sintetizar 10 miligramas representa um custo de R$1,5 mil. “O grande desafio é continuar os estudos e tentar otimizar a produção, tornando-a mais rápida e mais barata para a exploração comercial”, disse em um comunicado Claudio Von Zuben, um dos coordenadores do estudo.

foram os primeiros a se reunir com o Departamento Estadual de Vigilância Epidemiológica (DVE), onde foi definida a realização de uma ação naquele município para a eliminação dos focos de reprodução dos mosquitos. O DVE realizará reunião similar com Boa Vista, com os municípios fronteiriços e com os demais. “No momento, há baixa incidência da doença, mas alta infestação pelo mosquito. Portanto, este é o momento ideal para reforçarmos as ações de controle para mi-nimizar os impactos, uma vez que não há como evitar a circulação do vírus no Estado”, lembrou.

O diretor em Exercício do DVE, Joel Lima, lembrou que a Sesau vai oferecer todo o suporte técni-co aos municípios e deve atuar de maneira operacional, quando solicitado pelos municípios que não têm condições de oferecer a resposta necessária para o combate. “As unidades de Vigilância Epidemiológica Estadual e Municipais devem definir estratégias para planejar e manter a capaci-dade de detecção de casos suspeitos e adotar medidas necessárias no processo de investigação para garantir a confirmação dos casos”, disse.

Um fato que requer atenção é que recentemente foi identificado o DENV3 em uma paciente da Venezuela, que foi internada no Hospital Geral de Roraima (HGR). O sorotipo não é registrado no Estado desde 2009, o que deixa todas as pessoas nascidas a partir desse período, além das que nunca foram infectadas, mais suscetíveis à dengue.

O coordenador geral de Urgência e Emergência (CGUE), Álvaro Fortes, lembrou que as unidades do Estado, em especial o HGR – que é o principal hospital do Estado – estão preparadas para suprir as necessidades levantadas pelos planos de contingência no que se refere ao atendimento dos casos notificados como dengue ou suspeitos de chikungunya, evitando possíveis óbitos.

A FÁBRICA DE MOSQUITOFonte: Carta Capital

O Brasil será o primeiro país a usar mosquitos geneticamente modificados para o controle da transmissão da dengue. Depois de realizar testes desde 2011 e obter a aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a britânica Oxitec inaugurou uma fábrica em Cam-pinas, interior de São Paulo, em 29 de julho, com a presença do cônsul-geral britânico em São Paulo, John Doddrel.

A unidade foi autorizada a realizar projetos de pesquisa e produzirá 8 milhões de mosquitos modificados por mês, suficientes para a cobertura de uma população de 10 mil indivíduos. A comercialização dos insetos depende apenas da liberação de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Criada em 2002 como spin-out (empresa iniciada por outra organização) da Universidade de Oxford, hoje dona de 10% do capital, a Oxitec planeja instalar duas fábricas de ovos de mosquito no Brasil, além de 10 a 20 unidades produtoras de pupas (estágio entre a larva e o inseto adulto). A companhia captou em junho 10,2 milhões de dólares para investimento em tecnologia. Os outros acionistas são a empresa de capital de risco East Hill Management e investidores privados da América do Sul, Europa e Ásia.

A CTNBio, órgão responsável por verificar a segurança de novas biotecnologias no Brasil, apro-vou em abril o uso do mosquito transgênico. Segundo a comissão, o inseto geneticamente modificado não ameaça o ambiente ou as populações humanas. O custo inicial para a utilização dos insetos em uma cidade de 50 mil habitantes é estimado entre 2 milhões e 5 milhões de reais.

O Aedes aegypti é o primeiro inseto geneticamente modificado com uso comercial aprovado no Brasil. A técnica utilizada envolve a colocação de um gene no mosquito macho que o incapacita de produzir descendentes em condições de chegar à fase adulta. A Oxitec criou também uma espécie transgênica da mosca do Mediterrâneo, para controle de uma praga agrícola.

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Testes realizados no ano passado em Jacobina, uma das 11 cidades baianas com maior índice de dengue, reduziram a população selvagem do mosquito causador em 79% seis meses após a liberação das espécies transgênicas. O trabalho foi liderado pela organização social Moscamed, com atividades voltadas para a produção e o monitoramento de insetos. Em 2011, um proje-to realizado com recursos da Secretaria de Saúde da Bahia no município de Juazeiro com os mosquitos da Oxitec resultou em uma redução superior a 80%. A empresa também já realizou experimentos nas Ilhas Cayman, com diminuição de 82%.

O teste em Jacobina está em fase de monitoramento e os mosquitos agora são liberados a partir de taxas menores, suficientes para evitar novos surtos. Desde abril a empresa possui experimen-tos no Panamá, sob a coordenação do Instituto Gorgas, líder no desenvolvimento de controle de mosquitos transmissores de doenças. Serão soltos 60 mil Aedes transgênicos por semana até o fim do ano ou o atingimento do controle da espécie. Segundo o instituto, os casos de dengue no Panamá triplicaram entre 2012 e 2013. Outros testes devem ser iniciados na Índia e na Flórida ainda neste ano.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dengue afeta de 50 milhões a 100 milhões de seres humanos por ano. No Brasil, a transmissão da doença foi recorde em 2013, com 2 milhões de notificações. O número de casos confirmados na cidade de São Paulo chegou a 14,5 mil somen-te neste ano. As mortes e hospitalizações cresceram no País não só por causa da alta incidência da doença, mas também por conta do aumento da sua gravidade, com a presença de quatro sorotipos do vírus no território nacional, conforme estudo publicado na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases. Não existem medicamentos nem vacina e as medidas utilizadas são de controle dos ambientes de reprodução do mosquito.

A Oxitec acena com a possibilidade de reversão do grave quadro de evolução da dengue, mas a sua tecnologia é vista com desconfiança por alguns críticos. Para a ONG GEneWatch, do Reino Unido, os resultados nas Ilhas Cayman indicam ineficiência por requerer 7 milhões de mosquitos modificados para a supressão de 20 mil insetos selvagens. A instituição aponta o risco ecológico de a população do Aedes aegypti ser substituída pelo Aedes albopictus, outro vetor de doenças.