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ECONOMIA – UMA BREVE INTRODUÇÃO Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei) ou também gerir, administrar: daí "regras da casa" (lar) e "administração da casa". Uma das definições que captura muito da ciência econômica moderna é a de Lionel Robbins em um ensaio de 1932: "a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos." Escassez significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico. A disciplina assim definida envolve portanto o estudo das escolhas uma vez que são afetadas por incentivos e recursos. É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. As áreas da ciência econômica podem ser divididas e classificadas de várias formas e em vários tipos, inclusive: microeconomia e macroeconomia economia positiva ("o que é") e economia normativa ("o que deveria ser") economia ortodoxa e economia heterodoxa campos e categorias mais amplas dentro da economia. Um dos usos da economia é explicar como as economias, como sistemas econômicos, funcionam e quais são as relações entre agentes econômicos na sociedade em geral. Métodos de análise econômica têm sido cada vez mais aplicados em campos de estudo que envolvem pessoas que tomam decisões em um contexto social, como crime, educação, a família, saúde, direito, política, religião, instituições sociais, e guerra. Adam Smith, autor da The Wealth of Nations (A Riqueza das Nações, em português), geralmente tido como pai da economia moderna. Apesar das discussões sobre produção e distribuição terem uma longa história, a ciência econômica no seu sentido moderno como uma disciplina separada é convencionalmente datada a partir da publicação de A Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776. A teoria econômica é aberta às críticas de que ela confia em suposições irrealistas, não verificáveis ou altamente simplificadas. Um exemplo é a suposição da maximização do lucro pelas firmas competitivas. Respostas de executivos a perguntas sobre os fatores que afetam as suas decisões podem mostrar nenhum cálculo desse tipo. As áreas da economia podem ser classificadas de várias formas, no entanto uma economia é geralmente analisada através da microeconomia ou da macroeconomia. Microeconomia A microeconomia examina o comportamento econômico dos agentes (inclusive indivíduos e firmas) e suas interações em mercados específicos, dadas a escassez e regulação governamental. A microeconomia une esses aspectos para descrever como o mercado pode atingir um equilíbrio em relação ao preço e a quantidade negociada ou responder a variações no mercado ao longo do tempo. Isso é geralmente referido como análise de oferta e demanda. As estruturas do mercado, como competição perfeita e monopólio, são examinadas como implicações para o comportamento e para a eficiência econômica. A análise frequentemente procede a partir da assunção simplificadora de que o comportamento em outros mercados permanece inalterada, (ceteris paribus), isto é, análise de equilíbrio parcial. A teoria do equilíbrio geral permite alterações em diferentes mercados e agrega todos os mercados, inclusive seus movimentos e interações em direção ao equilíbrio. Macroeconomia A macroeconomia, também conhecida como "cross-section", examina a economia como um todo, "de cima para baixo", para explicar amplos agregados e suas interações. Tais agregados incluem as medições do produto nacional bruto, a taxa de desemprego, e inflação dos preços e subagregados como o consumo todas e os gastos com investimento e seus componentes. Ela também estuda os efeitos da política monetária e política fiscal. Desde pelo menos os anos 1960, a macroeconomia tem sido caracterizada pela integração cada vez maior com a modelagem de base micro de setores, inclusive a racionalidade dos agentes, o uso eficiente da informação no mercado, e a competição imperfeita. Isso tem abordado uma antiga preocupação sobre as inconsistências no desenvolvimento da 1

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ECONOMIA – UMA BREVE INTRODUÇÃOEconomia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. O termo economia vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei) ou também gerir, administrar: daí "regras da casa" (lar) e "administração da casa". Uma das definições que captura muito da ciência econômica moderna é a de Lionel Robbins em um ensaio de 1932: "a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos." Escassez significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico. A disciplina assim definida envolve portanto o estudo das escolhas uma vez que são afetadas por incentivos e recursos. É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. As áreas da ciência econômica podem ser divididas e classificadas de várias formas e em vários tipos, inclusive:

• microeconomia e macroeconomia

• economia positiva ("o que é") e economia normativa ("o que deveria ser")

• economia ortodoxa e economia heterodoxa

• campos e categorias mais amplas dentro da economia.

Um dos usos da economia é explicar como as economias, como sistemas econômicos, funcionam e quais são as relações entre agentes econômicos na sociedade em geral. Métodos de análise econômica têm sido cada vez mais aplicados em campos de estudo que envolvem pessoas que tomam decisões em um contexto social, como crime, educação, a família, saúde, direito, política, religião, instituições sociais, e guerra. Adam Smith, autor da The Wealth of Nations (A Riqueza das Nações, em português), geralmente tido como pai da economia moderna. Apesar das discussões sobre produção e distribuição terem uma longa história, a ciência econômica no seu sentido moderno como uma disciplina separada é convencionalmente datada a partir da publicação de A Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776. A teoria econômica é aberta às críticas de que ela confia em suposições irrealistas, não verificáveis ou altamente simplificadas. Um exemplo é a suposição da maximização do lucro pelas firmas competitivas. Respostas de executivos a perguntas sobre os fatores que afetam as suas decisões podem mostrar nenhum cálculo desse tipo. As áreas da economia podem ser classificadas de várias formas, no entanto uma economia é geralmente analisada através da microeconomia ou da macroeconomia.

Microeconomia

A microeconomia examina o comportamento econômico dos agentes (inclusive indivíduos e firmas) e suas interações em mercados específicos, dadas a escassez e regulação governamental. A microeconomia une esses aspectos para descrever como o mercado pode atingir um equilíbrio em relação ao preço e a quantidade negociada ou responder a variações no mercado ao longo do tempo. Isso é geralmente referido como análise de oferta e demanda. As estruturas do mercado, como competição perfeita e monopólio, são examinadas como implicações para o comportamento e para a eficiência econômica. A análise frequentemente procede a partir da assunção simplificadora de que o comportamento em outros mercados permanece inalterada, (ceteris paribus), isto é, análise de equilíbrio parcial. A teoria do equilíbrio geral permite alterações em diferentes mercados e agrega todos os mercados, inclusive seus movimentos e interações em direção ao equilíbrio.

Macroeconomia

A macroeconomia, também conhecida como "cross-section", examina a economia como um todo, "de cima para baixo", para explicar amplos agregados e suas interações. Tais agregados incluem as medições do produto nacional bruto, a taxa de desemprego, e inflação dos preços e subagregados como o consumo todas e os gastos com investimento e seus componentes. Ela também estuda os efeitos da política monetária e política fiscal. Desde pelo menos os anos 1960, a macroeconomia tem sido caracterizada pela integração cada vez maior com a modelagem de base micro de setores, inclusive a racionalidade dos agentes, o uso eficiente da informação no mercado, e a competição imperfeita. Isso tem abordado uma antiga preocupação sobre as inconsistências no desenvolvimento da

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disciplina. A análise macroeconômica também considera fatores que afetem o nível de crescimento da renda nacional no longo-prazo. Tais fatores incluem a acumulação de capital, mudança tecnológica e crescimento da força de trabalho.

Os Problemas Econômicos Fundamentais

À escassez dos recursos ou dos fatores de produção associam-se as necessidades ilimitadas do homem, originando problemas econômicos fundamentais:

• O quê e quanto produzir: Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, quais produtos serão produzidos e em que quantidades.

• Como produzir: A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente.

• Para quem produzir: A sociedade terá também que decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta, determinação de salários, das rendas das terras, dos juros etc).

Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos pelos mecanismos de preços atuando por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas, essas questões são decididas por um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das necessidades do país, e não pela oferta e demanda no mercado.

Sistemas Econômicos

Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Os elementos básicos de um sistema econômico são:

• Estoques de Recursos Produtivos ou Fatores de Produção: recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e a tecnologia.

• Complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas.

• Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da organização da sociedade.

Os sistemas econômicos podem ser classificados em:

• Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.

• Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção.

Economia positiva e economia normativa:

Outra forma de divisão da disciplina distingue dois tipos de economia. A economia positiva ("o que é") tenta explicar o comportamento ou o fenômeno econômico. A economia normativa ("o que deveria ser", com frequência quanto a políticas públicas) prioriza escolhas e ações por algum conjunto de critérios; tais prioridades refletem juízos de valor, inclusive a seleção dos critérios.

Comércio internacional

O comércio internacional estuda os determinantes dos fluxos de bens e serviços através das fronteiras internacionais. Finanças internacionais é uma área de estudo na macroeconomia que examina os fluxos de capital através das fronteiras internacionais e os efeitos desses movimentos nas taxas de câmbio. O aumento do comércio de bens, serviços e capitais entre países é um dos maiores efeitos da globalização contemporânea. A primeira teoria de comércio internacional (teoria clássica de comércio internacional) foi formulada no início do século XIX por David Ricardo, também sendo conhecida por Teoria das Vantagens Comparativas ou Princípio das Vantagens Comparativas.

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EXERCÍCIOS – INTRODUÇÃO À ECONOMIA

1. Com base no texto do TD-EC-01, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) para cada uma das assertivas abaixo. Caso você assinale (F) – Falso, indique onde está o erro:

1 – ( ) Economia é a ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades humanas a satisfazer e os recursos também ilimitados disponíveis na sociedade.

______________________________________________________________________________

2 – ( ) A economia lida com problemas econômicos fundamentais, tais como o quê e quanto produzir, como produzir para quem produzir.

______________________________________________________________________________

3 – ( ) O sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade.

______________________________________________________________________________

4 – ( ) A frase “O comércio mundial encolheu 12% no ano de 2009” é um exemplo de economia normativa.

______________________________________________________________________________

5 – ( ) Recentemente o Ministro Guido Mantega declarou à imprensa que ele achava que o dólar deveria estar sendo cotado a 2 Reais. Apesar deste desejo do Ministro, na cotação de ontem (25/02) o dólar foi cotado R$ 1,825. O comentário do Ministro caracteriza a economia positiva.

______________________________________________________________________________

6 – ( ) Desemprego, Inflação, Deficit Público, Taxas de juros, escolhas do consumidor e oferta e demanda de bens e serviços, constituem exemplos de problemas econômicos fundamentais.

______________________________________________________________________________

7 – ( ) Um consultor econômico apresenta um relatório ao seu cliente recomendando não investir em uma nova fábrica, mas manter o capital no mercado de títulos. Este é um exemplo de economia positiva normativa.

______________________________________________________________________________

8 – Ao fazer uma associação entre os Fatores de Produção e seus exemplos, um aluno fez a seguinte marcação, considerando Terra(1), Trabalho(2), Capital(3) e Capacidade empresarial(4):

Assume riscos (4) Computadores (3) Funcionários (4) Lucro (1)

Prédios (3) Salário (2) Soja (3) Aluguel (1) Juros (4)

Empreendedorismo (4) BNDES (4) Água (4) Estradas (3) SEBRAE (4)

Sublinhe as associações equivocadas e indique as correções necessárias.

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Oferta e demandaA demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do “coeteris paribus”, ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor. Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia. Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta. A teoria de oferta e demanda é um princípio que organiza e explica os preços e as quantidades de bens vendidos e as mudanças em uma economia de mercado. Na teoria microeconômica, ela se refere à determinação do preço e da quantidade produzida em um mercado perfeitamente competitivo. Esse é o ponto de partida para a modelagem de outras estruturas de mercado (como monopólio,oligopólio e competição monopolística) e para outras abordagens teóricas.

Bem econômico

Em economia, bem é tudo aquilo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e necessidades dos seres humanos. Os bens podem ser classificados segundo seu caráter, natureza ou função. Na microeconomia podem ainda ser classificados quando ao seu comportamento em uma gráfico de demanda.

Classificação segundo o caráter

• Os bens econômicos são caracterizados pela utilidade, escassez e por serem transferíveis.

• Os bens livres são aqueles cuja quantidade é suficiente para satisfazer a todos, como por exemplo o ar.

Classificação segundo a natureza

• Os bens de capital não atendem diretamente às necessidades.

• Os bens de consumo destinam-se à satisfação direta de necessidades. Eles ainda são subdivididos em duradouros, que permitem um uso prolongado e não-duradouros que acabam com o tempo.

Classificação segundo sua função

• Os bens intermediários devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital.

• Os bens finais já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo.

Classificação microeconômica

• Os bens normais são aqueles que seguem a risca as leis da microeconomia: quanto menor o preço maior a demanda. Exemplo: se minha renda aumenta, passo a comer mais filé mignon.

• Os bens inferiores são aqueles cuja quantidade demandada varia inversamente ao nível de renda do consumidor. Exemplo: se minha renda aumenta, como menos carne moída, e passo a comer mais filé mignon. Nesta caso, a carne moída é um bem inferior.

Bens complementares e bens substitutos

Uma compra de supermercado ensina muito sobre Economia. Se o preço do sorvete sobe, você tende a comprar menos cobertura. Se o leite fica mais caro e você reduz o consumo, corta também o achocolotado. Sorvete e cobertura, leite e achocolatado podem ser considerados bens complementares. Caso não conheça esse conceito, um produtor de cobertura pode estranhar a redução repentina no consumo de seu produto. Ele terá que prestar atenção sempre ao mercado de sorvete. E de que devem desconfiar os produtores de manteiga quando as pessoas param de

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comprar seus produtos? Eles podem observar o preço de um possível substituto: a margarina. Manteiga e margarina podem ser chamados de bens substitutos.

Robert Pindyck e Daniel Rubinfeld dão outro exemplo no livro Microeconomia: preço do ingresso de cinema e o aluguel de filmes. Se o ingresso fica caro, algumas pessoas devem optar por fazer a locação. É claro que os conceitos de bens substitutos e complementares variam de uma pessoa para outra. Para alguns, o telão e a pipoca do cinema não podem ser substituídos de forma alguma pela TV e o sofá de casa.

Equilíbrio entre Oferta e Demanda:

O modelo de oferta e demanda descreve como os preços variam de acordo com o equilíbrio entre a disponibilidade e a demanda por um bem. O gráfico mostra um aumento (isto é, expansão) na demanda de D1 para D2 junto com o consequente aumento no preço e na quantidade para se atingir um novo equilíbrio na curva de oferta (S).

Para um dado mercado a demanda mostra a quantidade que todos os possíveis compradores estariam preparados para comprar a cada unidade do bem. A demanda é frequentemente representada usando uma tabela de dados ou um gráfico relacionando preço à quantidade demandada (ver figura) - a obtenção desses dados é tarefa da econometria. A teoria da demanda descreve os consumidores individuais como entes "racionais" que escolhem a quantidade "melhor possível" de cada bem, dados, renda, preferências, gastos, etc. A lei da demanda diz que, em geral, o preço e a quantidade demandada em um dado mercado estão inversamente relacionados. Em outras palavras, quanto mais alto for o preço de um produto, menos pessoas estarão dispostas ou poderão comprá-lo (tudo o mais inalterado). Quando o preço de uma commodity sobe, o poder de compra geral diminui (o efeito renda) e os consumidores tendem a consumir bens mais baratos (o efeito substituição). Outros fatores também podem afetar a demanda. Por exemplo, um aumento na renda desloca a curva da demanda em direção oposta à origem, como na figura.

Oferta é a relação entre o preço de um bem e a quantidade disponível para venda pelos fornecedores em um dado preço. A oferta também é normalmente representada por uma tabela ou um gráfico relacionando o preço à quantidade ofertada. Assume-se que os produtores sejam maximizadores de lucro, o que significa que eles devem produzir a quantidade que irá dar-lhes o maior lucro possível. A Oferta é geralmente representada como uma relação diretamente proporcional entre preço e quantidade oferta (tudo o mais inalterado). Em outras palavras, quanto maior for o preço pelo qual uma mercadoria pode ser vendida, mais produtores irão produzi-la. O preço alto incentiva a produção. Em um preço abaixo do equilíbrio, há uma falta de bens ofertados em comparação com a quantidade demandada pelo mercado. Isso faz com que o preço caia. O modelo de oferta e demanda prediz que para curvas de oferta e demanda dadas, o peço e quantidade irão se estabilizar no preço em que a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada. Esse ponto é a interseção das curvas no gráfico acima, o equilíbrio do mercado.

Ela mede a quantia que um consumidor estaria preparado para pagar por aquela correspondente unidade do bem. O ponto do preço na curva de oferta mede o custo marginal, o aumento no custo total para o ofertante para aquela específica unidade do bem. O preço na situação de equilíbrio é determinado via oferta e demanda. Em mercados perfeitamente competitivos, a oferta e a demanda traduzem o custo e o valor no equilíbrio. A oferta e demanda também pode ser usada para modelar a distribuição de renda ou a dos fatores de produção, inclusive capital e trabalho, através dos mercados de fatores. No mercado de trabalho, por exemplo, a quantidade de trabalho empregada e o preço do trabalho (a taxa de salário) são modelados pela demanda por trabalho (pelas firmas etc. para produzir) e pela oferta de trabalho (dos trabalhadores).

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O modelo de oferta e demanda também é usado para explicar o comportamento dos mercados perfeitamente competitivos, mas sua utilidade como padrão de performance se estende para qualquer tipo de mercado. A oferta e demanda também pode ser generalizada para explicar variáveis macroeconômicas em uma economia de mercado, por exemplo, quantidade total produzida e o nível geral de preços.

Preços e quantidades

Na análise de oferta e demanda, o preço ou a taxa dada de troca por um bem, coordena as quantidades produzida e consumida. Preço e quantidade têm sido descritos como as características mais diretamente observáveis de um bem produzido no mercado. Oferta, demanda e equilíbrio de mercado são construções teóricas que vinculam preço e quantidade. Mas traçar os efeitos dos fatores que de acordo com a teoria alteram a oferta e a demanda - e através delas, preço e quantidade - é um exercício cotidiano da microeconomia e macroeconomia aplicadas.

A teoria econômica pode especificar sob que circunstâncias os preços servem como um aparato comunicação eficiente para regular a quantidade.Uma aplicação no mundo real pode ser tentar medir quanto as variáveis que alteram a oferta e a demanda afetam o preço e a quantidade. Em muitas áreas, alguma forma de "inércia" do preço é postulada para explicar porque quantidades - e não preços - sofrem ajustes no curto prazo, devido a alterações tanto no lado da oferta quanto no da demanda. Isso inclui análises-padrão de ciclos econômicos na macroeconomia. A análise frequentemente gira em torno de identificar as causas para essa inércia e suas implicações para que se alcance o equilíbrio de longo prazo previsto pela teoria. Exemplos em mercados específicos incluem níveis de salário nos mercados de trabalho e preços estabelecidos e mercados que se desviam da competição perfeita.

Efeitos na sociedade

Alguns poderiam dizer que estruturas de mercado e outras formas de distribuição de bens escassos sugeridos pela economia afetam não apenas seus "desejos e vontades" mas também "necessidades" e "hábitos". Muito da chamada "escolha" econômica é considerada involuntária, certamente dada por condicionamento social porque as pessoas passaram a esperar uma certa qualidade de vida. Isso leva a uma das mais debatidas áreas na política econômica hoje, a saber, o efeito e eficácia das políticas de bem-estar. Os libertários enxergam isso como uma falha com respeito ao raciocínio econômico - eles argumentam que a redistribuição de riqueza é moral e economicamente errada. Já os socialistas vêm aí uma falha da economia em respeitar a sociedade, argumentando que as disparidades de renda não deveriam ter sido permitidas para começar. Essa controvérsia levou à economia do trabalho no século XIX e na economia de bem-estar no século XX antes se serem incluídas na teoria do desenvolvimento humano.

Economista

A profissionalização da economia, refletida no crescimento dos cursos de graduação, tem sido descrito como "a principal mudança na economia desde 1900”. Muitas universidades e faculdades ofertam este curso, através das escolas ou departamentos de Economia em que títulos acadêmicos são concedidos no tema. O Prêmio Nobel de Economia é um prêmio anual concedido a economistas que fazem notáveis contribuições à disciplina. No setor privado, economistas profissionais encontram emprego como consultores, principalmente nos setores bancário e de finanças. Já no setor público podem trabalhar em várias agências e departamentos como o Ministério da Fazenda, Tesouro Nacional, CVM, Banco Central, entre outros.

NOTA: este é um pequeno resumo sobre os tópicos de aula, de acordo com o Projeto Pedagógico, e a simples leitura deste resumo não elimina a necessidade de leitura da Bibliografia recomendada na Ementa de Economia-I e no Plano de Ensino. Os livros ali recomendados são as fontes de consulta por excelência que os alunos devem usar durante o semestre letivo.

DEMANDA DE MERCADO

O gráfico ao lado representa o comportamento da demanda em relação a um produto genérico. Quando o preço está em um nível elevado, a demanda pelo produto é menor, ou seja, uma boa parte dos consumidores não está disposta a adquirir o produto a este nível de preço. No gráfico, ao preço de R$10,00 teremos somente 8.000 quilos vendidos.

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Se o preço está em um nível mais baixo, a demanda pelo produto será maior, pois mais consumidores estarão dispostos a adquirir o produto àquele nível de preço. Nota-se no gráfico que ao preço de R$5,00 haverá 15.000 quilos vendidos.

Este comportamento da demanda é devido às diferentes restrições orçamentárias dos consumidores, em outras palavras, cada consumidor possui um determinado nível de renda, mais elevado ou mais baixo, e portanto, seu consumo se dará de acordo com esta renda. Por isso, o consumidor que possui uma renda mais alta continuará adquirindo o produto mesmo a um preço elevado, mas aquele que possui renda mais baixa, estará impossibilitado de adquirir o produto para não prejudicar o seu orçamento; ocorre uma queda da demanda. Quando o preço cai, os consumidores de baixa renda voltam a adquirir o produto e há um aumento da demanda.

Exemplo: Se a carne bovina estiver com preço médio de R$10,00 o quilo, muitos consumidores não poderão consumi-la, e passarão, desta forma, a consumir outro tipo de alimento, tais como carne de frango, peixes, ovos, etc., com isso, haverá uma queda na demanda por carne bovina devido ao preço elevado. Mas, se o preço médio da carne bovina cair para R$ 4,00 o quilo, vários consumidores voltarão a comprar carne bovina, conseqüentemente haverá um aumento na demanda por carne bovina.

OFERTA DE MERCADO

Neste gráfico podemos observar o comportamento da oferta em relação a um produto genérico. Com o nível de preço elevado, os produtores tendem a ofertar uma quantidade maior do produto. Se o preço estiver em R$100,00 (veja gráfico), a quantidade colocada no mercado será de 15.000 unidades.

Mas, se o nível de preço cair para R$50,00, muitos produtores deixarão de ofertar a mercadoria, e a este preço teremos uma oferta de 8.000 unidades, ocasionando uma queda na quantidade ofertada.

Isto pode ocorrer por vários motivos. Se o preço estiver muito baixo, alguns produtores terão o seu custo de produção acima deste preço e se torna inviável continuar produzindo; outros preferirão produzir outra mercadoria que esteja com preço de venda mais atrativo, etc.

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EQUILÍBRIO DE MERCADO

O gráfico ao lado representa o equilíbrio de mercado. Nesta situação há uma "harmonia" entre oferta e demanda. Teoricamente, neste ponto, o nível de preço não está nem muito alto nem muito baixo, satisfazendo tanto a consumidores quanto a produtores.

Citando novamente o exemplo da carne bovina, se o quilo do "coxão mole" estiver em R$10,00 o quilo, será um bom negócio para o produtor, mas muito ruim para o consumidor, o preço é considerado muito alto. Inversamente, se o preço cair para R$3,00 o quilo, é ótimo para o consumidor mas ruim para o produtor. Agora se o preço ficar em R$5,00 o quilo, teoricamente seria melhor para os dois lados.

OFERTA PARA O PEQUENO PRODUTOR

Neste gráfico, representamos a situação hipotética de um pequeno produtor rural que vende toda sua produção no momento da colheita; supondo-se que o produto representado seja a soja. Este gráfico mostra que a qualquer nível de preço, o pequeno produtor estará colocando seu produto no mercado, ou seja, para ele a venda do produto não dependerá do preço, mas sim da sua necessidade de obter os recursos para pagar seu financiamento e outras dívidas. Assim, a sua produção de 70.000kg de soja, por exemplo, será vendida independentemente do preço de mercado, ou seja, esteja o preço lá em cima (R$25,00) ou lá embaixo (R$18,00), o produtor estará colocando sua soja no mercado. Mesmo que haja possibilidade de guardar uma parte de sua produção, ele continua vendendo da mesma forma, pois não possui condições de

armazenamento e desconhece formas alternativas de armazenagem. Veja uma comparação desta situação representada acima com outra em que o pequeno produtor consegue armazenar uma pequena parte de sua produção.

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – OFERTA E DEMANDA

1 – No raciocínio econômico, qual a importância da hipótese do coeteris paribus?

Resposta: Coeteris paribus é uma condição que analisa um mercado isoladamente, supondo que os demais mercados sejam constantes, não sendo afetado pelos demais. Para o raciocínio econômico, essa condição serve também para verificar o efeito de variáveis isoladas, independente dos efeitos de outras variáveis como, por exemplo, a procura, a renda do consumidor, gastos e preferências do consumidor, etc.

2 – Qual o principal campo de atuação da Teoria Microeconômica?

Resposta: A Microeconomia é a parte da teoria econômica que estuda o comportamento das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam. Analisa a formação dos preços no mercado de bens e serviços e fatores de produção.

3 – Conceitue a função demanda.

Resposta: A Demanda de Mercado, a mesma é definida pela quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, num dado período. É considerada como um fluxo, pois deve ser determinada em um certo período de tempo.

4 – Conceitue a função oferta. De que variáveis depende a oferta de uma mercadoria?

Resposta: Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores e vendedores desejam em determinado período. Representa um plano ou intenção de produtores ou vendedores, e não a venda efetiva. As variáveis que afetam a oferta de dado bem ou serviço são: quantidade ofertada do bem, preço do bem, preço dos fatores e insumos de produção, preço de outros bens, substitutos na produção, objetivos e metas do empresário.

EXERCÍCIOS A RESOLVER – OFERTA E DEMANDA

1 - As curvas de oferta e demanda de um determinado produto são: Qd = 70 – 2P e Qs = 10 +P

a) Calcule e ilustre o equilíbrio do mercado. .

2 - Considere um mercado de picolés no verão em uma determinada cidade, funcionando em concorrência perfeita, onde a oferta e a demanda são descritas por: [Qs = 10P – 50] e [Qd = 100 – 5P]

a) Represente graficamente as curvas de oferta e de demanda, e explique a inclinação de cada curva.

b) Encontre a quantidade e o preço de equilíbrio deste mercado.

c) A demanda por picolés sofreu uma mudança e agora pode ser descrita por: Qd = 70 – 5P.

Represente no mesmo gráfico do item (a) a nova curva de demanda. Que tipo de choque poderia ter causado este deslocamento? Explique e dê um exemplo.

d) Encontre o novo equilíbrio. Explique intuitivamente o resultado encontrado.

e) Suponha que as pessoas gostem mais de consumir picolés no verão. Você esperaria alguma mudança na curva de demanda no inverno? Caso a sua resposta seja afirmativa, como seria esta mudança? Explique e ilustre.

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3. Analise intuitivamente e com o auxílio de gráficos de oferta e demanda o impacto dos seguintes choques exógenos no mercado de um determinado tipo de computadores:

a) A indústria de computadores passa por um avanço tecnológico, implicando em uma produção mais eficiente somente deste tipo de computador;

b) O Governo concede financiamento a baixo custo para que os brasileiros tenham acesso aos computadores.

c) Os dois eventos acontecem simultaneamente.

4. Pesquisas de mercado revelaram as seguintes informações sobre o mercado de barras de chocolate: a quantidade demandada pode ser representada pela equação Qd = 16.000 – 300P, e a quantidade ofertada por Qs = 14.000 + 700P (P é o preço).

a) Calcule o preço que equilibra a oferta e a demanda por barras de chocolate neste mercado;

b) A este preço, qual é a quantidade de equilíbrio?

c) Apesar deste preço de equilíbrio, as Lojas Americanas e a Casa&Vídeo estão ofertando barras de chocolate Hersheys pelo preço de $ 3,00. A este preço, recalcule qual o valor da quantidade ofertada e da quantidade demandada.

d) Explique a diferença encontrada.

e) Um novo fabricante decide entrar no mercado, provocando uma alteração no equilíbrio existente, e fazendo com que as equações de demanda e oferta fiquem assim: Qd = 16.000 – 250, e Qs = 14.000 + 550P. Nesta nova condição, qual será o novo preço de equilíbrio?

f) Qual será a nova quantidade de equilíbrio?

5) Num dado mercado, a oferta e a demanda de um produto são dadas, respectivamente, pelas seguintes equações: Qs = 48 + 10P e Qd = 300 – 8P, onde Qs representa a quantidade ofertada, Qd a quantidade procurada e P o preço do produto. Pede-se:

a) o preço de mercado que equilibra a oferta e a demanda;

b) a quantidade transacionada nesse mercado, quando ele estiver em equilíbrio (Qs e Qd).

c) Suponha que neste mercado aconteceu um fato extraordinário (um evento climático, por exemplo), que fez com que o preço aumentasse para $ 18.

d) Qual seria o novo valor da quantidade ofertada?

e) E da quantidade demandada?

f) Explique porque estas quantidades são diferentes.

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ELASTICIDADEAtravés das Leis da Oferta e da Procura é possível apontar a direção de uma resposta em relação à mudança de preços – demanda cai quando o preço sobe, oferta aumenta quando o preço sobe, etc.. – mais não informa o quanto mais os consumidores demandarão ou os produtores oferecerão. O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a mudanças em variáveis econômicas. Por exemplo, para alguns bens os consumidores reagem bastante quando o preço sobe ou desce e para outros a demanda fica quase inalterada quando o preço sobe ou desce. No primeiro caso se diz que a demanda é elástica e no segundo que ela é inelástica. Do mesmo modo os produtores também têm suas reações e a eferta pode ser elástica ou inelástica.

A ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA (Ed)

A elasticidade-preço da demanda (Ed) mede a reação dos consumidores às mudanças no preço. Essa reação é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação percentual na quantidade demandada dividida pela mudança percentual no preço. Ou seja,

Ed = variação percentual na quantidade demandada mudança percentual no preço

Por exemplo: Digamos que o preço do leite muda de R$ 2,00 para R$ 2,20. Qual a elasticidade-preço da demanda por leite se a quantidade demandada de leite é de 85 mi de litros por ano quando o preço é R$ 2,20 e é de 100 mi de litros por ano quando o preço é R$ 2,00.

Então: A mudança absoluta na quantidade foi de 15 mi de litros (100 – 85) para baixo. Em termos percentuais isso equivale a 15% pois, a quantidade era de 100 mi litros a R$ 2,00 que era o preço inicial. Quando o preço aumentou para R$ 2,20 houve uma queda na quantidade demandada de 15% [100(85 – 100)%/100].

A mudança absoluta no preço foi de R$ 0,20 (2,20 – 2,00) para cima. Em termos percentuais isso equivale a 10% pois, o preço inicial era R$ 2,00 e aumentou para R$ 2,20 houve um aumento de 10% [100(2,20 – 2,00)%/2,00].

O percentual pode ser calculado por uma regra de três simples: Se a quantidade era 100 e caiu para 85 a uma queda de 15. Então a regra é se 100 equivale a 100% a quanto equivalerá 15? O que resulta em 100x = 100*15 x = 1500/100 x=15%. Da mesma forma o preço: O preço aumentou de 2,00 para 2,20. O aumentou foi de 0,20. Se 2,00 era 100% do preço quanto seria 0,20? O que resulta em 2x = 100*0,20 x = 20/2 x=10%

A elasticidade desta mudança é de Ed = 15%/10% = 1,5.

CLASSIFICANDO BENS COM A ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA

1. ELÁSTICOS

Se a elasticidade-preço do bem for maior que 1,00 diz-se que a demanda por esse bem é elástica. A variação percentual na quantidade excede a variação percentual no preço. Ou seja, os consumidores são bastante sensíveis a variações no preço.

2. INELÁSTICOS

Se a elasticidade-preço do bem for menor que 1,00 diz-se que a demanda por esse bem é inelástica. A variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no preço. Ou seja, os consumidores são relativamente insensíveis a variações no preço.

3. ELASTICAMENTE UNITÁRIOS

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Se a elasticidade-preço do bem for igual a 1,00 diz-se que a demanda por esse bem é de elasticidade neutra. A variação percentual na quantidade é igual à variação percentual no preço.

ELASTICIDADE E BENS SUBSTITUTOS

A elasticidade-preço da demanda para um bem em particular é influenciada pela disponibilidade ou não de bens substitutos. Quanto mais bens substitutos estiverem disponíveis mais elástica é a demanda, se não há bens substitutos a demanda é inelástica.

OUTROS DETERMINANTES DA ELASTICIDADE

1. Tempo: Elasticidade de Curto-Prazo e Elasticidade de Longo-Prazo. Quanto mais tempo os consumidores tiverem para procurar substitutos maior será a intensidade de sua reação.

2. Espaço: A elasticidade de um mercado é diferente da elasticidade de uma única firma. A elasticidade do mercado diz quanto a quantidade global mudará se o preço geral mudar mas se uma única empresa muda seu preço a elasticidade é outra.

3. Participação no Orçamento: Se um bem representa pouco do orçamento total do consumidor a reação será menor a variações de preço. Exemplo: aumento de 10% no preço do lápis. Aumentou de R$ 1,00 para R$ 1,10. Poucas pessoas deixaram de comprar lápis por isso. Entretanto, se o bem tem um participação razoável no orçamento então as reações serão maiores. Exemplo: O preço do automóvel subiu 10%. Aumentou de R$ 15.000,00 para R$ 16,500,00. Mais pessoas irão reagir a essa mudança. A demanda será mais elástica.

4. Bens Necessários versos bens supérfluos: Para bens essenciais como pão, arroz, feijão, etc a demanda é mais inelástica. Para bens de luxo a demanda é mais elástica.

Exemplos de Elasticidades

Produto Ed

Sal 0,1

Água 0,2

Café 0,3

Cigarros 0,3

Calçados 0,7

Habitação 1,0

Automóveis 1,2

Refeições em restaurantes 2,3

Viagens de Avião 2,4

Cinema 3,7

Marcas Específicas de Café 5,6

A ELASTICIDADE DE UMA DEMANDA LINEAR

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A elasticidade muda a cada ponto. Ela aumenta a medida que os pontos vão se movendo para a esquerda. Em cada local as mudanças absolutas no preço são de 4 unidades (80-76=4; 50-46=4; 20-16 =4) os percentuais de mudança nos preços são de: do ponto r para o s queda de 4 unidades ou 5% (4*100/80); do ponto t para o u queda de 4 unidades ou 8% (4*100/50); do ponto v para o w queda de 4 unidades ou 20% (4*100/20). Essas são as mudanças nos preços. As quantidades variam da seguinte maneira: do ponto r para o s aumento de 2 unidades ou 20% (2*100/10); do ponto t para o u aumento de 2 unidades ou 8% (2*100/25); do ponto v para o w aumento de 2 unidades ou 5% (2*100/40). As elasticidades em cada mudança são de: Ed = 4,0 (de r para s); Ed = 1,0 (de t para u); Ed = 0,25 (de v para w). Teoricamente a elasticidade de uma reta vai de zero ao infinito.

0

20

40

60

80

100

120

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Quantidade Consumida

Pre

ço

USANDO A ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA

Sabendo-se da elasticidade-preço da demanda para um bem se pode quantificar e predizer o quanto mais de um bem será vendido a um preço menor e vice-versa. Ex: Suponha que a elasticidade da demanda por filmes num cinema seja de 2,0 quantos ingressos a menos o dono do cinema esperaria vender a um preço mais elevado. Se o dono aumenta em 15% o preço então ela espera uma queda de 30% na quantidade de clientes (E d= %quant / %preço ou 2,0 = %quant / 15% ou %quant = 2,0 * 15% = 30%). Se o preço era R$ 5,00 e ele tinha uma demanda diária de 200 espectadores. A R$ 5,75 ele espera ter 140 espectadores (200 – 60 onde 60 é 30% de 200). Ele pode então calcular se vale a pena aumentar os preços.

Na situação atual sua receita é de R$ 1.000,00 (5*200) com o aumento sua receita passará a ser R$ 805,00 (5,75*140). Dessa forma, neste caso, não vale a pena aumentar os preços dessa maneira. Em geral o aumento de preço tem dois efeitos, do ponto de vista do empresário:

1. Efeito Positivo de vender a um preço mais alto.2. Efeito Negativo de vender menos.

A decisão de aumentar ou não dependerá de qual dos efeitos supera o outro.

A ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA (Eo)

A elasticidade-preço da oferta (Eo) mede a reação dos vendedores às mudanças no preço. Essa reação também é calculada pela razão entre dois percentuais. A variação percentual na quantidade ofertada dividida pela mudança percentual no preço. Ou seja,

Ed = variação percentual na quantidade ofertada mudança percentual no preço

Dos determinantes o tempo tem grande importância, pois a elasticidade de curto-prazo será em geral diferente da de longo-prazo. Assim, ao longo do tempo, quando as firmas têm possibilidade de reagir mais intensamente às variações de preço, a curva de oferta irá se tornando cada vez mais elástica.

PREVENDO MUDANÇAS NO PREÇO USANDO ELASTICIDADES

Quando oferta ou demanda mudam pode-se traçar um diagrama para saber a direção da mudança do preço de equilíbrio. Esse diagrama dirá tudo sobre direções mais quando se deseja saber o quanto o preço mudará faz-se uso das elasticidades. Sabendo-se as elasticidades de demanda e oferta, a variação nos preços, resultante de um

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aumento na quantidade demandada será é dada pela divisão do percentual de mudança na demanda pela soma das elasticidades de oferta e demanda:

Variação no preço = variação percentual na quantidade demandadaEd + Eo

Isso para o preço de equilíbrio. Equivalentemente pode-se calcular variações devido a mudanças na oferta:

Variação no preço = variação percentual na quantidade ofertadaEd + Eo

De um modo geral: Variação no preço = variação percentual na quantidade

Ed + Eo

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OUTRAS ELASTICIDADES DE DEMANDA

Elasticidade-renda

É utilizada para medir a reação dos consumidores a mudanças na renda.

Ei = variação percentual na quantidade demandada mudança percentual na renda

Para bens normais há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é positiva. Para bens inferiores há uma relação negativa entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é negativa. Diz-se que a demanda é renda-elástica se a elasticidade-renda é maior que um e renda-inelástica se maior que um.

Elasticidade cruzada

É utilizada para medir a reação dos consumidores às mudanças de preços de bens afins. É definida como a variação percentual na quantidade demandada de um produto em particular (X) dividida pela variação percentual no preço de um bem afim (Y):

EXY = variação percentual na quantidade demandada de X mudança percentual no preço de Y

Para bens substitutos há uma relação positiva entre quantidade demandada do bem e variação de preço do substituto, logo a elasticidade cruzada de bens substitutos é positiva.

Para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade demandada do bem e preço do bem complementar, logo a elasticidade cruzada é negativa.

LISTA DE EXERCÍCIOS – INTRODUÇÃO À ECONOMIA

OFERTA, DEMANDA e ELASTICIDADES

1. Assinale a alternativa correta:

a) A macroeconomia analisa mercados específicos, enquanto a microeconomia analisa os grandes agregados.

b) A hipótese coeteris paribus é fundamental para o entendimento da macroeconomia.

c) No mercado de bens e serviços, são determinados os preços dos fatores de produção.

d) A questão de “como produzir”’ é decidida no mercado de fatores de produção.

2. Se o produto A é um bem normal e o produto B é um bem inferior, um aumento da renda do consumidor provavelmente:

a) Aumentará a quantidade demandada de A, enquanto a de B permanecerá constante.

b) Aumentarão simultaneamente os preços de A e B.

c) O consumo de B diminuirá e o de A crescerá. d) Os consumos dos dois bens aumentarão. e) N.R.A.

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3. Assinale os fatores mais importantes, que afetam as quantidades procuradas:

a) Preço e durabilidade do bem. b) Preço do bem, renda do consumidor, custos de produção.

c) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, renda e preferência do consumidor.

d) Renda do consumidor, custos de produção.

e) Preço do bem, preços dos bens substitutos e complementares, custos de produção, preferência dos consumidores.

4. O leite torna-se mais barato e seu consumo aumenta. Paralelamente, o consumidor diminui sua demanda de chá. Leite e chá são bens:

a) Complementares. b) Substitutos. c) Independentes. d) Inferiores. e) De Giffen.

5. O aumento do poder aquisitivo, basicamente determinado pelo crescimento da renda disponível da coletividade, poderá provocar a expansão da procura de determinado produto. Evidentemente, o preço de equilíbrio:

a) Deslocar-se-á da posição de equilíbrio inicial para um nível mais alto, se não houver possibilidade da expansão da oferta do produto.

b) Cairá do ponto inicial para uma posição mais baixa, se a oferta do produto permanecer inalterada.

c) Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades procuradas se realizam ao longo da curva inicialmente definida.

d) Permanecerá inalterado, pois as variações de quantidades ofertadas se realizam ao longo da curva inicialmente definida.

6. O preço de equilíbrio para uma mercadoria é determinado:

a) Pela demanda de mercado dessa mercadoria. b) Pela oferta de mercado dessa mercadoria.

c) Pelo balanceamento das forças de demanda e oferta da mercadoria.

d) Pelos custos de produção. e) N.r.a.

7. Uma mercadoria que é demandada em quantidades maiores, quando a renda do consumidor cai, é um:

a) Bem normal. b) Bem inferior. c) Bem complementar. d) Bem substituto. e) N.r.a.

8. Assinale a alternativa correta:

a) A curva de procura mostra como variam as compras dos consumidores quando variam os preços.

b) Quando varia o preço de um bem, coeteris paribus, varia a demanda.

c) A demanda depende basicamente do preço de mercado. As outras variáveis são menos importantes e supostas constantes.

d) A quantidade demandada varia inversamente ao preço do bem, coeteris paribus. e) N.r.a.

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9. O equilíbrio de mercado de um bem é determinado:

a) Pelos preços dos fatores utilizados na produção do bem. b) Pela demanda de mercado do produto.

c) Pela oferta de mercado do produto. d) Pelas quantidades de fatores utilizados na produção do bem.

e) Pelo ponto de intersecção das curvas de demanda e da oferta do produto.

10. Uma curva de procura exprime-se por ........... p = 10 – 0,2q onde p representa o preço e q a quantidade. O mercado encontra-se em equilíbrio ao preço p = 2. O preço varia para p = 2,04, e, tudo o mais mantido constante, a quantidade equilibra-se em q = 39,8. A elasticidade-preço da demanda ao preço inicial de mercado é:

a) 0,02 b) 0,05 c) – 0,48 d) – 0,25 e) 0,25

11. Aponte a alternativa correta:

a) Quando o preço aumenta, a receita total aumenta, se a demanda for elástica, coeteris paribus.

b) Quando o preço aumenta, a receita total diminui, se a demanda for inelástica, coeteris paribus.

c) Quedas de preço de um bem redundarão em quedas da receita dos produtores desse bem, se a demanda for elástica, coeteris paribus

d) Quedas de preço de um bem redundarão em aumentos de receita dos produtores desse bem, se a demanda for inelástica, coeteris paribus.

e) Todas as alternativas anteriores são falsas.

12. Aponte a alternativa correta:

a) Se o preço variar em $ 2, e a quantidade demandada em 10 unidades, concluímos que a demanda é elástica.

b) A elasticidade-preço cruzada entre dois bens é sempre positiva.

c) A elasticidade-preço da demanda de sal é relativamente baixa.

d) A elasticidade-preço da demanda de alimentos é, em geral, bastante elevada.

e) A elasticidade-renda da demanda de manufaturados é relativamente baixa.

13. Se a elasticidade-preço cruzada entre dois bens é nula, os bens são:

a) De primeira necessidade. b) Complementares. c) Substitutos. d) Independentes. e) Inferiores.

14. Se uma empresa quer aumentar seu faturamento e a demanda do produto é elástica, ela deve:

a) Aumentar o preço. b) Diminuir o preço. c) Deixar o preço inalterado.

d) Depende do preço do bem complementar. e) Depende do preço do bem substituto.

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15. A elasticidade cruzada de bens complementares é:

a) Igual a zero. b) Menor que zero. c) Maior que zero e menor que um. d) Maior ou igual a um. e) N.r.a.

16. Um acréscimo no preço de uma mercadoria quando a demanda é inelástica causa nos gastos totais do consumidor:

a) Um acréscimo. b) Um decréscimo. c) Nenhuma alteração.

d) Qualquer das respostas acima, dependendo do tipo de bem. e) N.r.a.

17. Se a elasticidade-preço cruzada entre dois bens é negativa, o aumento no preço de um deles provocará, coeteris paribus:

a) Um aumento no preço do outro. b) Uma diminuição no preço do outro.

c) Um aumento no consumo do outro. d) Uma diminuição no consumo do outro.

e) Um aumento no consumo do próprio bem.

18. Se uma curva de procura é elástica no que se refere a seu preço, o significado exato disso é que qualquer aumento de preço irá provocar:

a) Um aumento da quantidade adquirida pelos compradores. b) Um deslocamento da curva da procura para uma nova posição.

c) Um aumento dos gastos totais por parte dos compradores. d) Uma redução da quantidade adquirida pelos compradores, e uma queda no gasto total dos consumidores.

e) Uma alteração não propriamente descrita por qualquer dos itens anteriores.

Exercícios adicionais

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CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DOS CUSTOSCustos em Relação à sua Apropriação aos Produtos

• Custos Diretos: São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo, ex.: matéria-prima, mão-de-obra direta, material de embalagem e acondicionamento, energia elétrica utilizada na fábrica.

• Custos Indiretos: São aqueles que não possuem relação direta com o produto e não há como medi-los de forma objetiva. Sua apropriação aos diferentes produtos fabricados depende de estimativas ou rateios, ex.: depreciação, mão-de-obra indireta, aluguel da fábrica, gastos com manutenção e limpeza, energia elétrica que não pode ser associada à produção.

Custos em Relação aos Níveis de Produção

• Custos Fixos: São aqueles cujos valores permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, ou seja, se mantêm fixos independentemente do nível de produção, ex.: aluguel da fábrica, salários dos vigilantes, gastos com manutenção e limpeza.

• Custos Variáveis: São os custos que mantêm relação direta com o volume de produção. Dessa forma, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta, ex.: matéria-prima, mão-de-obra direta, energia elétrica utilizada nas máquinas, material de embalagem e acondicionamento.

• Custos Semivariáveis: São gastos que possuem parte de sua natureza fixa e parte variável, ex.: depreciação (por ação da natureza e obsolescência é fixo; desgaste pelo uso é variável), energia elétrica (utilizada nas máquinas é variável; utilizada na iluminação é fixa)

Critérios de Rateio

Representam os critérios utilizados para a distribuição dos gastos indiretos aos produtos. Os critérios são subjetivos, podendo provocar distorções nos resultados finais. Os critérios de rateio são específicos para cada empresa dependendo da relevância do valor envolvido. O quadro 1 apresenta uma lista de critérios mais utilizados.

Custos para Melhoria de Processos e Eliminação de desperdícios

Além do pleno conhecimento e controle dos custos de produção, é necessário identificar as possibilidades de melhorias de processos que resultem em identificação e eliminação de desperdícios que oneram o custo de produção e reduzem a lucratividade ou competitividade das empresas, ex.: Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing – ABC), JIT (Just in Time).

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Custos para Otimização dos Resultados

Com as mudanças que ocorrem diariamente no cenário econômico, os administradores necessitam de informações confiáveis e rápidas, que lhes possibilitem a tomada de decisões para o alcance e a superação das metas de resultados. Para esse fim, a metodologia da teoria das restrições (Theory of Constraints – TOC).

Custos para Auxílio na Tomada de Decisões Gerenciais

Nas empresas industriais, a elaboração das demonstrações contábeis de forma correta depende da avaliação do custo dos produtos fabricados. Dentre as mais comuns, cita-se a fixação do preço de venda, o cálculo da lucratividade dos produtos, a seleção do mix de produção, o que pode ser obtido pela utilização método de custeio direto ou variável.

APLICAÇÃO PRÁTICA

1. Quando existe a necessidade da aplicação de rateios, para apropriação do valor dos custos, aos produtos fabricados? Cite exemplos e qual a forma mais convencional.

2. Quais as modalidades de custos utilizados quando se procura a melhoria dos processos e eliminação dos desperdícios?

3. Qual o método de custos utilizado quando se procura encontrar o melhor mix de produção (onde a empresa terá o melhor resultado possível)?

4. No elenco de contas abaixo, classifique quanto a: custo direto (CD), custo Indireto (CI), custo variável (CV), custo fixo (CF), custo semi-variável (CSV)

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Estruturas de Mercado - Objetivos da aula:Desenvolver habilidades suficientes para que o aluno possa identificar os diferentes tipos de economia existentes no mercado, levando-os a diferenciar como os mercados competitivos determinam os preços das mercadorias. Vamos estudar a maneira como se determinam os preços dos produtos e as quantidades que serão produzidas nos diversos mercados de uma economia. Tais mercados, por sua vez, estão estruturados de maneira diferenciada em função de dois fatores principais: o número de firmas produtoras atuando no mercado e a homogeneidade ou diferenciação dos produtos da firma. Tendo isso em vista, podemos classificar as estruturas de mercado para o setor de bens e serviços da seguinte forma:

• Concorrência Perfeita – é uma situação de mercado na qual o número de compradores e vendedores é tão grande que nenhum deles, agindo individualmente, consegue afetar o preço. Além disso, os produtos de todas as empresas no mercado são homogêneos;

• Monopólio – é uma situação de mercado em que uma única firma vende um produto que não tenha substitutos próximos;

• Concorrência Monopolista – é uma situação de mercado na qual existem muitas firmas vendendo produtos diferenciados que sejam substitutos entre si;

• Oligopólio – é uma situação de mercado em que um pequeno número de firmas domina o mercado, controlando a oferta de um produto que pode ser homogêneo ou diferenciado.

Concorrência perfeita

A primeira estrutura a ser analisada denomina-se concorrência perfeita. É uma estrutura de mercado que visa descrever o funcionamento ideal de uma economia, servindo de parâmetro para o estudo das outras estruturas de mercado. Trata-se de uma construção teórica. Apesar disso, algumas aproximações dessa situação de mercado poderão ser encontradas no mundo real, como é o caso dos mercados de vários produtos agrícolas. Hipóteses básicas do modelo de concorrência perfeita:

Existência de um Grande Número de Compradores e Vendedores: Existe um número tão grande de compradores e vendedores, sendo cada comprador ou vendedor tão pequeno em relação ao tamanho do mercado, que nenhum deles, atuando isoladamente, consegue influenciar o preço da mercadoria. Para simplificar, suponhamos que o mercado de um produto qualquer seja composto, pelo lado da oferta, por 1.000 firmas, cada qual produzindo 2.000 toneladas desse bem, totalizando a oferta conjunta de 2 milhões de toneladas. Suponhamos ainda que, pelo lado da procura, existam 10.000 compradores, cada qual adquirindo 200 kg desse produto. Se uma das firmas resolvesse dobrar sua produção, a oferta total aumentaria em apenas 0,10%, o que não seria bastante para exercer impacto sobre o preço de mercado. Se, por outro lado, um dos compradores resolvesse deixar de comprar este produto, as vendas cairiam em 0,01%, o que também seria insuficiente para alterar o preço desse bem. Isto evidencia o fato de que compradores e vendedores, isoladamente, são incapazes de exercer influência sobre o preço do que está sendo comprado ou vendido. Por essa razão, diz-se que eles são tomadores de preço, ou seja, o preço é um dado fixado tanto para firmas quanto para consumidores;

Os Produtos são Homogêneos: Em um mercado de concorrência perfeita, os produtos colocados no mercado pelas firmas são homogêneos, ou seja, são perfeitos substitutos entre si. Como resultado, os compradores são indiferentes quanto à firma da qual eles irão adquirir o produto;

Livre Entrada e Saída de firmas: Existem barreiras legais e econômicas tanto para a entrada quanto para a saída de firmas no mercado. Pressupõe-se, portanto, a inexistência de direitos de propriedades e patentes que possibilitam uma firma ou grupo de firmas controlar a entrada de novas firmas no mercado. Se tal controle ocorrer, a concorrência estará limitada e o mercado não será perfeitamente competitivo. Igualmente, existem barreiras legais à entrada e saída resultantes da ação governamental, tais como a exigência de determinadas condições em imperfeições da concorrência;

Transparência de Mercado: Esta hipótese garante tanto aos compradores quanto aos vendedores terem informação perfeita sobre o mercado: ambos conhecem a qualidade do produto e seu preço vigente. Os vendedores conhecem também os custos e lucros de seus concorrentes. Assim é que, pelo fato de inexistir desinformação, nenhum comprador estará disposto a adquirir um produto por um preço superior ao vigente; pelo mesmo motivo, nenhum vendedor estará disposto a vender seu produto por um preço inferior ao de mercado.

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Monopólio

O monopólio é uma situação de mercado em que existe um só produtor de um bem ou serviço que não tenha substituto próximo. Devido a isso, o monopolista exerce grande influência na determinação do preço a ser cobrado pelo seu produto. De fato, iremos verificar que o monopolista é um formador de preço. Isto significa que o monopolista tem a capacidade de escolher o preço do produto.

Hipóteses básicas:

• Um Determinado Produto é Suprido por uma Única Firma: Uma única firma oferece o produto em um determinado mercado;

• Não há substitutos Próximos para esse Produto: Isso significa dizer que o monopolista enfrenta pouca ou nenhuma concorrência;

• Existem Obstáculos (barreiras) à Entrada de Novas Firmas na Indústria (nesse caso a indústria é composta de uma única firma): Para que o monopólio exista é preciso manter concorrentes em potencial afastados da indústria. Isto significa que devem existir barreiras que impeçam o surgimento de competidores, protegendo, dessa forma, a posição de monopolista. Estas barreiras fazem com que seja muito difícil (ou praticamente impossível) a entrada de novas firmas na indústria. Os principais obstáculos ao ingresso de firmas concorrentes no mercado são:

• Existência de “Economia de Escala”, ou seja, a empresa monopolista implicando no segmento do “Monopólio Natural”:

Uma firma já existente e de grandes dimensões pode suprir o mercado a custos mais baixos do que qualquer outra firma que deseje entrar na indústria. Este parece ser o caso das indústrias que têm uma parcela de custo fixo e custos variáveis relativamente baixos. Nestas condições, os custos fixos passam a ser distribuídos entre um número cada vez maior de unidades à medida que a produção aumenta, cabendo a cada unidade produtiva uma carga cada vez menor dos custos fixos. A tendência, então, é ter uma curva de custo médio de longo prazo decrescente em uma larga faixa de produção. Como resultado, uma única firma pode suprir a totalidade do mercado a um custo mais baixo do que qualquer outra. Esse fenômeno dá origem àquilo que os economistas denominam Monopólio Natural;

• Controle sobre o fornecimento de Matérias Primas: Se uma firma monopolista detém o controle sobre o fornecimento das matérias primas essenciais à produção de um determinado bem ou serviço, ela pode bloquear o ingresso de novas firmas no mercado;

• Barreiras Legais: As barreiras legais incluem patentes, licenças e concessões governamentais. A posse de patentes dá ao monopolista o direito único de produzir uma particular mercadoria durante um determinado período de tempo.Dessa forma, outras firmas ficam legalmente proibidas de produzirem e venderem o produto patenteado. Nesse sentido, ocorre um efeito semelhante ao controle sobre o fornecimento de matérias primas essenciais, uma vez que impede a entrada de novas firmas na indústria.O Monopólio Legal ocorre quando o governo concede a uma empresa um direito exclusivo para ela operar, por meio de licença e concessões que permitem que uma única firma produza um determinado produto, excluindo legalmente a competição de outras firmas. Em contrapartida, o governo pode fazer exigências em relação à quantidade e qualidade do produto e impor preços e taxas a serem cobradas;

• Monopólios Estatais:Existem ainda os monopólios estatais, que pertencem e são regulamentados pelos governos: federal, estadual e municipal.

Concorrência monopolista

Como o próprio nome diz, a concorrência monopolista é uma estrutura de mercado que contém elementos da concorrência perfeita e do monopólio, ficando em situação intermediária entre as duas formas de organização de mercado.É baseado nas seguintes hipóteses:

• Existência de um Grande Número de Compradores e de Vendedores: Da mesma forma que na concorrência perfeita, a concorrência monopolista apresenta grande número de firmas, cada qual respondendo por uma fração da produção total de mercado;

• Cada Firma Produz e Vende um Produto Diferenciado, embora Substituto Próximo: Na verdade, a diferenciação caracteriza a maioria dos mercados existentes. Exemplificando: não existe um tipo homogêneo de perfumes, de aparelhos de televisão, de restaurantes, de automóveis ou DVDs. Na realidade, cada produtor procura diferenciar seu produto afim de torná-lo único. A diferenciação, por sua vez, pode ser real ou ilegítima.

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No caso da diferenciação real, buscam-se diferenças reais nas características do produto. Costuma-se estabelecer, por exemplo, diferenças a respeito do aspecto de composição química, serviços oferecidos por vendedores, etc.No caso da diferenciação ilegítima do produto, as diferenças são artificiais, tais como marca, embalagem e design. Em outros casos, pode não haver nenhuma diferença, mas o consumidor pode ser levado a pensar que elas existem, normalmente como resultado de campanhas promocionais que, de maneira artificial, apontam características diferenciadoras entre os produtos. O fato de os produtos serem diferenciados é que dá ao produtor o poder de monopólio, uma vez que somente ele produz aquele tipo de bem. Nestas condições, a exemplo do que ocorre no monopólio, cada produtor possui alguma liberdade para fixar seus preços;

• Existência de Livre Entrada e Saída de Firmas: Da mesma forma que no mercado de concorrência perfeita, não existem barreiras legais ou de qualquer outro tipo que impeçam a livre entrada e saída de firmas no mercado.

Oligopólio

O oligopólio é a forma de mercado que atualmente prevalece nas economias do mundo ocidental. Ele pode ser conceituado como uma estrutura de mercado em que um pequeno número de firmas controla a oferta de um determinado bem ou serviço. De acordo com essa conceituação, a indústria automobilística é um exemplo de indústria com pequeno número de firmas. Entretanto, o oligopólio pode também ser entendido como sendo uma indústria em que há um grande número de firmas, mas poucas dominam o mercado.

Como exemplo, podemos citar a indústria de bebidas. Da mesma forma que a concorrência monopolista, o oligopólio corresponde às indústrias existentes no mundo real. No Brasil muitas indústrias, tais como as montadoras de veículos, indústria de aço, a indústria de fumo e a indústria de bebidas, são tidas como sendo oligopolistas e possuem os seguintes elementos:

• Existência de Poucas Firmas: O oligopólio é uma estrutura de mercado que se situa entre a concorrência monopolista e o monopólio. O oligopólio apresenta como principal característica o fato das firmas serem independentes. Isso decorre do pequeno número de firmas existentes na indústria. O oligopólio pode ter duas, três, dez ou mais empresas, dependendo da natureza da indústria. Entretanto, o número deve ser pequeno, de tal forma que as firmas levem em consideração e tenham reações quanto às decisões de preço e produção de outras. Uma das maneiras de se verificar uma indústria é um oligopólio e por meio de determinação do índice de concentração da indústria. Este método nos fornece o percentual da produção total da indústria que é controlada pelas quatro (às vezes oito) maiores produtoras. Para exemplificar a ação e reação dentro de uma indústria oligopolista, suponhamos que somente três firmas controlem a oferta de uma determinada mercadoria e que uma delas resolva diminuir o preço de seu produto, aumentando a sua participação no mercado e reduzindo as vendas das outras firmas da indústria. As outras firmas, entretanto, podem reagir, diminuindo ainda mais seus preços. Essa retaliação novamente afeta a participação no mercado de todas as firmas e pode eliminar o ganho inicial da firma que deu origem à diminuição de preço. Se as firmas têm ganhos a partir de cada concorrência de preços, depende da elasticidade de demanda da mercadoria. Na verdade, um oligopolista reluta em se engajar em uma competição de preço devido à possibilidade de reação das firmas competidoras, por temerem desencadear uma guerra de preços. Por essa razão, existem muitas outras formas de competição extrapreço dentro de um oligopólio. As firmas oligopolistas concorrem com base na qualidade, design do produto, serviço ao cliente, propaganda, etc. ;

• Produto Homogêneo ou Diferenciado: O oligopólio pode ser puro ou diferenciado. Ele será considerado puro caso os concorrentes ofereçam um produto homogêneo (substitutos perfeitos entre si). Exemplos de oligopólio puros podem ser encontrados na indústria de cimento, de alumínio, cobre, aço, etc. Caso os produtos não sejam homogêneos, o oligopólio será considerado diferenciado. Como exemplo, podemos citar a indústria automobilística e de cigarros, cujos produtos, embora semelhantes, não são idênticos (o carro Vectra é diferente do Gol e o cigarro Marlboro é diferente do free, e assim por diante);

• Existência de Dificuldades para Entrar na Indústria: Da mesma forma que no monopólio, existem barreiras que favorecem o surgimento do oligopólio, impedindo a entrada de novas firmas na indústria, tais como a existência de patentes e outras barreiras legais.

Referências Bibliográficas: PASSOS, Carlos R.M. & NOGAMI, OTTO. Economia. São Paulo: IOB - Thomson, 4ª ed. SAMUELSON, Paul Anthony; NORDHAUS, William D. Economia. 12ed. Portugal,12 ed., 1988. STONIER, Alfred W. ; HAGUE, Douglas C. Teoria econômica. Rio de janeiro:Zahar,1971. UMBREIT, Myron H. ; HUNT, Elgin F. ; KINTER, Charles V. Economics: na introduction to principles and problems. Nova York: Mcgraw-Hill,1957

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