tcc marcela r m oliveira
DESCRIPTION
Trabalho de Conclusão de Cuurso FATEB 2012TRANSCRIPT
SU
ST
EN
TAB
ILID
AD
E
2012
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUIDesenho Industrial
Desenvolvimento de Projeto de Produto III
Orientador: Prof. Me. José Eduardo Zago
Birigui - SPDezembro-2012
Marcela Raisa Marchesi de Oliveira
Sistema de Limpeza de Louça e Utensílios em Ambientes Comunitários
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUIDesenho Industrial
Desenvolvimento de Projeto de Produto III
Marcela Raisa Marchesi de Oliveira
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Desenho Industrial, como requisito à obtenção do tí-tulo de Bacharel em Desenho Industrial, sob orientação
do Prof. Me. José Eduardo Zago
Folha de Aprovação
Banca examinadora:
Prof. Me. José Eduardo ZagoInstituição FATEB - Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui
Prof. Me. Cláudio Roberto BoniInstituição FATEB - Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui
Prof. Me. Claudemilson dos SantosConvidado
Assinatura:_____________________________
Assinatura:_____________________________
Assinatura:_____________________________
Desenvolvimento de projeto de estação de trabalho em ambiente comunitário para
lavagem de utensílios de cozinha. Marcela Raisa Marchesi de Oliveira. Trabalho de Con-
clusão de Curso do curso de Desenho Industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia de
Birigui. Este artigo se trata de um projeto sobre Design Sustentável. Sustentabilidade é em-
basada no tripé: social, ambiental e econômico; este conceito permite a realização de novos
projetos que tenham como base melhorar a qualidade de vida sem agredir o meio ambiente.
Os gastos com água durante processos de higiene e o desperdício da mesma é uma questão
que tem recebido cada vez mais atenção com o aumento da preocupação ambiental. Este
projeto tem por objetivo possibilitar um processo de lavagem de louça mais econômico no
quesito água, poluição e gasto com energia elétrica. Propõe uma estação de trabalho para
lavagem de louça, em junção com exercícios físicos, no caso, a bicicleta. Coloca em questão,
por ser direcionado a ambientes comunitários, a convivência dos usuários do projeto. Tam-
bém ajuda famílias carentes que não possuem condições de realizarem de modo adequado
a lavagem de louça em suas residências. O projeto também se baseia no design biofílico,
trazendo a natureza para mais perto do ser humano.
Palavras-chave: sustentabilidade; design; convivência; economia de água; design biofílico.
Resumo
Work center project development for kitchen tools washing in community environment.
Marcela Raisa Marchesi de Oliveira. Industrial Design, Faculdade de Ciências e Tecnologia
de Birigui, graduation project. This article is about a sustainability design project. Sustaina-
bility is based on the triple bottom line: social, ambiental and economic; this concept allows
another new projects which have a basis in improving life quality without damaging the envi-
ronment. The water spent during hygienic processes and the waste of it is an issue that has
received increasing attention with increasing environmental concern. This project aims for a
more economic process of dishwashing, specifically about water, pollution and energy ex-
penditure. It proposes a work center of dishwashing in addition to physical exercises, in this
case, the bike. It points, for being directed to community environments, the socializing be-
tween the users of the project. It also helps the needy families which do not have conditions
of doing the most conventional way of dishwashing in their homes. This project is also based
in biophilic design, bringing the nature closer to the human being.
Keywords: sustainability; design; acquaintanceship; saving water; biophilic design.
Abstract
Figura 01 - Bacia e tábua de lavar......................................................................16
Figura 02 - Mulher lavando louça.......................................................................18
Figura 03 - Homem lavando louça a beira do rio..............................................22
Figura 04 - Pias comunitárias antigas................................................................23
Figura 05 - Jean Babtist Debret, Interior de uma casa de ciganos, 1823.........23
Figura 06 - Gamela..............................................................................................23
Figura 07 - Prato sendo lavado...........................................................................24
Figura 08 - Cuba metálica...................................................................................25
Figura 09 - Cuba cerâmica..................................................................................25
Figura 10 - Cuba granito.....................................................................................26
Figura 11 - Cuba aglomerado de quartzo..........................................................26
Figura 12 - Cuba corian .....................................................................................27
Figura 13 - Cuba cimento queimado..................................................................27
Figura 14 - Sabão................................................................................................29
Figura 15 - Reação de saponificação ...............................................................31
Figura 16 - Poluição rio Tietê em Pirapora........................................................33
Figura 17 - Poluição rio Tietê em Pirapora........................................................33
Figura 18 - Bucha vegetal...................................................................................34
Figura 19 - Esponja poliuretano..........................................................................35
Figura 20 - Esponja poliuretano..........................................................................36
Figura 21 - Esfoliação..........................................................................................37
Figura 22 - Banho de areia de aves...................................................................38
Lista de figuras
Figura 23 - Banho de areia elefante...................................................................38
Figura 24 - Tratamento efluentes 01..................................................................41
Figura 25 - Tratamento efluentes 02..................................................................41
Figura 26 - Tratamento efluentes 03..................................................................41
Figura 27 - Tratamento efluentes 04..................................................................42
Figura 28 - Tratamento efluentes 05..................................................................43
Figura 29 - Tratamento efluentes 06..................................................................43
Figura 30 - Josephine Cochran..........................................................................44
Figura 31 - Publicidade antiga de lava-louça....................................................45
Figura 32 - Componentes lava-louça.................................................................46
Figura 33 - Biodigester Island.............................................................................48
Figura 34 - Biodigester Island.............................................................................48
Figura 35 - Superstars Ultraponioc....................................................................49
Figura 36 - Superstars Ultraponioc....................................................................49
Figura 37 - Waste Not Hat Drip Water................................................................50
Figura 38 - Waste Not Hat Drip Water................................................................50
Figura 39 - EcoWash...........................................................................................51
Figura 40 - EcoWash...........................................................................................51
Figura 41 - Everyday Solar Distiller.....................................................................52
Figura 42 - Everyday Solar Distiller.....................................................................52
Figura 43 - Spaghetti Scrub................................................................................53
Figura 44 - Spaghetti Scrub................................................................................53
Figura 45 - Menina com coelho..........................................................................54
Figura 46 - Garoto e animais brincando.............................................................54
Figura 47 - Fachada de prédio revestido em trepadeira...................................55
Figura 48 - Janela com vista para natureza.......................................................55
Figura 49 - Aplicação madeira plástica 01........................................................56
Figura 50 - Aplicação madeira plástica 02........................................................56
Figura 51 - Aplicação madeira plástica 03........................................................57
Figura 52 - Aplicação madeira plástica 04........................................................57
Figura 53 - Esquema dínamo..............................................................................58
Figura 54 - Caixa de gordura. Fonte: Hábil Química, 2000 apud Veiga, 2003..59
Figura 55 - Sistema aquecedor solar. Fonte: Introdução ao Sistema de
Aquecimento Solar, 2000.................................................................61
Figura 56 - Medidas do quadro. Fonte: HINAULT, 1988 apud. Pequini, 2000..63
Figura 57 - Medidas balcão cozinha. Fonte: Neufert, 1996..............................65
Figura 58 - Evolução cuba 01.............................................................................72
Figura 59 - Evolução cuba 02.............................................................................72
Figura 60 - Evolução cuba 03.............................................................................73
Figura 61 - Evolução cuba 04.............................................................................73
Figura 62 - Evolução geral 01.............................................................................73
Figura 63 - Evolução geral 02.............................................................................73
Figura 64 - Evolução geral 03.............................................................................74
Figura 65 - Evolução geral 04.............................................................................74
Figura 66 - Evolução geral 05.............................................................................75
Figura 67 - Evolução geral 06.............................................................................75
Figura 68 - Evolução geral 07.............................................................................76
Figura 69 - Evolução geral 08.............................................................................76
Figura 70 - Evolução geral 09.............................................................................77
Figura 71 - Evolução geral 10.............................................................................77
Figura 72 - Proposta final 01.............................................................................78
Figura 73 - Proposta final 02.............................................................................80
Figura 74 - Proposta final 03.............................................................................81
Figura 75 - Proposta final 04.............................................................................81
Figura 76 - Chafariz.............................................................................................82
Figura 77 - Proposta final 05.............................................................................83
Figura 78 - Componentes 01..............................................................................84
Figura 79 - Componentes 02..............................................................................85
Figura 80 - Medidas estrutura 01.......................................................................86
Figura 81 - Medidas estrutura 02.......................................................................87
Figura 82 - Perspectiva estrutura.......................................................................87
Figura 83 - Medidas balcão 01..........................................................................88
Figura 84 - Medidas balcão 02..........................................................................88
Figura 85 - Perspectiva balcão..........................................................................88
Figura 86 - Medidas horta vertical 01...............................................................89
Figura 87 - Medidas horta vertical 02...............................................................89
Figura 88 - Perspectiva horta vertical...............................................................89
Figura 89 - Medidas bicicleta 01.......................................................................90
Figura 90 - Medidas bicicleta 02.......................................................................90
Figura 91 - Perspectiva bicicleta.......................................................................90
Figura 92 - Sistema básico de lavagem 01......................................................91
Figura 93 - Sistema básico de lavagem 02.......................................................91
Figura 94 - Sistema básico de lavagem 03.......................................................91
Figura 95 - Medidas cuba 01 - cuba externa...................................................92
Figura 96 - Medidas cuba 02 - aramado interno..............................................92
Figura 97 - Medidas cuba 03 - aramado interno...............................................92
Figura 98 - Medidas cuba 04 - tampa...............................................................92
Figura 99 - Medidas cuba 05 - tampa...............................................................92
Figura 100 - Medidas cuba 06 - aramado interno para talheres..........................92
Figura 101 - Medidas cuba 07 - aramado interno para talheres..........................92
Figura 102 - Vista explodida cuba.......................................................................93
Figura 103 - Fluxograma......................................................................................95
Figura 104 - Maquete eletrônica 01.....................................................................96
Figura 105 - Maquete eletrônica 02.....................................................................96
Figura 106 - Maquete eletrônica 03.....................................................................97
Figura 107 - Maquete eletrônica 04.....................................................................98
Figura 108 - Maquete eletrônica 05.....................................................................98
Figura 109 - Cenário 01.......................................................................................99
Figura 110 - Cenário 02.......................................................................................99
Figura 111 - Cenário 03......................................................................................100
Figura 112 - Cenário 04......................................................................................100
Resumo........................................................................................................04
Abstract........................................................................................................05
Lista de figuras...................................................................................................06
Introdução....................................................................................................14
História.........................................................................................................16
Objetivos......................................................................................................21
Capítulo 1 - Pesquisa...........................................................................................22
1.1 Locais para lavagem de louça e sistemas utilizados..................................22
1.1.1 Fontes naturais: rios, lagos, minas............................................................22
1.1.2 Chafarizes e torneiras públicas.................................................................23
1.1.3 Pias com torneiras.....................................................................................24
1.1.3.1 Cubas de metal.......................................................................................25
1.1.3.2 Cubas cerâmicas....................................................................................25
1.1.3.3 Cubas de granito.....................................................................................26
1.1.3.4 Cubas de aglomerado de quartzo...........................................................26
1.1.3.5 Cubas de corian......................................................................................27
1.1.3.6 Cubas de cimento queimado.................................................................27
1.2 Auxiliadores de limpeza..............................................................................29
1.2.1 Sabão..........................................................................................................29
1.2.1.1 História do sabão...................................................................................29
1.2.1.2 Como é feito o sabão?.........................................................................31
1.2.1.3 Como funciona?.....................................................................................31
1.2.1.4 Reações no meio ambiente..................................................................32
Sumário
1.2.2 Buchas e esponjas..................................................................................34
1.2.2.1 Buchas vegetais......................................................................................34
1.2.2.2 Esponjas de poliuretano........................................................................35
1.2.3 Areia............................................................................................................47
1.3 Tratamento de efluentes..............................................................................48
1.3.1 Opção de tratamento de efluentes domésticos......................................48
1.3.1.1 Proposta de tratamento efluentes cinza.................................................49
1.4 Lava-louça.....................................................................................................50
1.4.1 História da lava-louça.................................................................................51
1.4.2 Funcionamento..........................................................................................52
1.4.2.1 Principais componentes.........................................................................53
1.4.3 Prós e contras da lava louça.....................................................................43
1.5 Projetos de inspiração..................................................................................44
1.5.1 Bio Digestor Island.....................................................................................44
1.5.2 Superstars Ultraponic...............................................................................45
1.5.3 Waste Not That Drip Water......................................................................46
1.5.4 EcoWash....................................................................................................47
1.5.5 Everyday Solar Distiller............................................................................48
1.5.6 Spaghetti Scrub.........................................................................................49
1.6 Design biofílico............................................................................................54
1.7 Madeira plástica...........................................................................................56
1.8 Dínamo..........................................................................................................58
1.9 Caixa de gordura..........................................................................................59
1.10 Aquecedor solar.........................................................................................60
1.11 Ergonomia...................................................................................................62
1.11.1 Projetos de inspiração.............................................................................62
1.11.1.1 Projetos de inspiração...........................................................................62
1.11.2 Projetos de inspiração............................................................................65
Capítulo 2 - Desenvolvimento............................................................................66
2.1 Lista de requisitos.......................................................................................66
2.2 Concepção de estilo....................................................................................68
2.3 Geração de ideias.......................................................................................72
2.3.1 Evolução cuba............................................................................................72
2.3.2 Evolução geral...........................................................................................73
2.3.2.1 Evolução geral SketchUp........................................................................76
2.4 Proposta final...............................................................................................78
Capítulo 3 - Detalhamento..................................................................................84
3.1 Sistemas e medidas......................................................................................84
3.1.1 Componentes.............................................................................................84
3.1.1.1 Medidas estrutura...................................................................................86
3.1.1.2 Medidas balcão......................................................................................88
3.1.1.3 Medidas horta vertical...........................................................................89
3.1.1.4 Medidas bicicleta ergonômica..............................................................90
3.1.1.5 Sistema de funcionamento básico bicicleta-cuba.............................91
3.1.1.6 Medidas cuba.........................................................................................92
3.1.1.7 Vista explodida cuba.............................................................................93
3.1.2 Fluxograma básico...................................................................................95
3.2 Maquete eletrônica......................................................................................96
3.3 Cenário..........................................................................................................99
Considerações finais........................................................................................101
Referências.................................................................................................102
Anexos.......................................................................................................105
Sustentabilidade
Dentro da realidade mundial atual,
a sustentabilidade vem tomando cada
vez mais força e presença na vida das
pessoas. Com o passar do tempo e a
imensa irresponsabilidade humana pe-
rante seu planeta, fez com que este se
tornasse cada vez mais desprovido de
recursos naturais.
Após tanto tempo de extração,
poluição sem consciência, finalmente o
ser humano começa a sentir os efeitos
de suas atitudes e a notar que algo ne-
cessita de mudanças, para tentar man-
ter o que ainda resta e fazer o possível
para recuperar o que foi desgastado.
A sustentabilidade “é um desen-
volvimento que concilia crescimento
econômico, preservação do meio am-
biente e melhora das condições sociais”
(Thouvenot T., WWF França, 2005). Tem
como proposta usufruir do planeta atual
sem comprometê-lo, deixando-o pleno
para suprir as necessidades das gera-
ções futuras.
Entretanto, atingir a plenitude da
sustentabilidade é algo ainda distante
do mundo presente, pois modificar uma
cultura desenvolvida durante séculos,
Introdução
Sustentabilidade 2012
de uma hora para outra, não é assim
tão simples. Nota-se que uma consci-
ência em relação a qualidade ambiental
está cada vez mais presente na socie-
dade, mas ainda longe de um nível de
abrangência desejável. Para que isto
ocorra, cada um precisa contribuir com
a sua parte, ter consciência que não é
responsabilidade única e exclusiva das
empresas e indústrias cuidarem dessa
questão, e sim também de uma parti-
cipação individual como cidadão, tanto
nas suas atividades diárias domésticas,
como também como consumidores, sa-
bendo como e quais produtos adquirir
e como utilizá-los de acordo com sua
necessidade de vida.
Dentro dessa responsabilidade
individual, uma questão ambiental que
deve receber grande atenção é a água.
Todo ser vivo necessita dela para sua
existência, sendo para consumo ou hi-
giene.
A atenção deste trabalho é volta-
da, principalmente à economia de água
e sua reutilização no processo de higie-
nização de utensílios de cozinha.
15Introdução
O cuidado com a higiene, ao contrário do que se pensa, não é algo que surgiu
com a modernidade. Essa questão vem de civilizações muito antigas.
Durante a pré-história acredita-se que como os povos precisavam viver próxi-
mos à fontes de água, aprenderam de algum modo, a importância da limpeza, mes-
mo que rudimentar, como apenas para retirar o barro das mãos.
Registros arqueológicos provam a existência de sistemas de tubos de água e
esgoto existentes desde, em média, 6000 anos a/C. Segundo Landi (1993, p.1) já ha-
viam aparelhos sanitários e até sistema de aquecimento de água:
“Na Ilha de Creta, as Escavações do palácio de Cnossos mostraram
a existência de uma rede de água e esgoto já no ano de 1000 AC. Fo-
ram encontradas evidências de aparelhos sanitários, rede de água fria,
rede de esgoto e até um sistema de aquecimento.”
História
Figura 01 - Bacia e tábua de lavar
Nesta época, entretanto, estes sistemas de esgoto e água estavam presentes
somente em residências dos mais abastados ou em alguns casos em prédios de
utilização pública, como nas casas de banho dos romanos. Portanto, os que não
possuíam esta facilidade doméstica precisavam se dirigir até fontes de água, natu-
rais ou artificiais (aquedutos) para poderem se utilizar da mesma, seja para consumo
ou higiene.
A preparação dos alimentos e seu consumo era todo realizado dentro das re-
sidências, mas a lavagem do material utilizado nessas situações era feito a beira
dessas fontes, como os rios. As mulheres se reuniam e se encontravam a beira des-
tes locais para realizarem as atividades de limpeza que necessitavam de água para
serem executadas.
Este sistema foi o utilizado durante muitos anos, perdurando até o século XVIII.
Até este período, as mulheres se dirigiam até o chafariz, ou torneira pública da cidade
para lavarem as roupas e louças de suas respectivas residências. Sim, a louça das
casas eram lavadas nos mesmos locais onde se lavam as roupas. O sistema utilizado
para a limpeza, tanto de uma quanto da outra, era de bacias, uma contendo água
com sabão, e outra com água limpa para enxágue. A secagem era feita ao sol.
O período de execução dessa tarefa doméstica era também uma ocasião de
encontro entra as mulheres locais onde colocavam a conversa em dia, trocavam ex-
periências, faziam amizades, ou seja, transformavam, com conversas e cantorias, um
momento de uma atividade cansativa e com todo potencial para ser tediosa, em algo
um pouco mais agradável.
17Introdução
Com a revolução industrial, as tec-
nologias evoluíram e o poder aquisitivo
da população foi melhorando aos pou-
cos. Nesse sentido, a introdução de ins-
talações de melhor qualidade de água
e esgoto residencial e a capacidade de
adquirir pias e torneiras para dentro de
suas casas, trouxeram uma melhora
significativa nas condições de higiene e
também uma mudança nos hábitos di-
ários.
As mulheres que antes se reuniam
em pontos específicos da cidade dia-
riamente, agora realizam seus afazeres
sozinhas, cada uma dentro de suas res-
pectivas casas. Esse novo sistema traz
Figura 02 - Mulher lavando louça
consigo, não só o individualismo como
também um maior consumo de água, já
que agora as bacias não são mais com-
partilhadas, e a mesma quantidade de
água que outrora servira para mais de
uma família, agora é utilizada para ape-
nas uma.
A colocação de torneiras “indi-
viduais” também modificou o modo
de lavagem, ou melhor, acrescentou
mais uma opção no método de execu-
ção. Além dos sistemas de bacias (que
agora são fixas à bancada da cozinha
e recebem o nome de cuba) uma para
lavagem e outra para enxágue, surgiu
o método mais comum utilizados pelos
Sustentabilidade 2012
brasileiros, onde utilizam apenas uma
cuba, em que se esfrega a louça, já pré-
-lavada na água corrente da torneira,
com uma bucha e sabão e enxágua-se
peça a peça também com água corren-
te da torneira, gerando um grande gas-
to de água.
Este é o sistema que é conhecido
e utilizado até hoje, num mundo onde o
individualismo se torna cada vez mais
em evidência, chegando ao ponto de se
usar a tecnologia para manter contato
com alguém que está do outro lado do
mundo, mas sem se ter ideia de quem é
a pessoa que habita a casa ao lado.
“O objetivo é intensificar o uso de pro-
dutos (por exemplo, multiplicando o nú-
mero de usuários de um mesmo produ-
to) e diminuir o seu número para reduzir
o custo ambiental global e responder
aos critérios de uma economia leve.”
KAZAZIAN T, 2009.
19Introdução
Objetivos
Objetivos gerais
• Desenvolver um projeto com em-
basamento na sustentabilidade,
respeitando o tripé social-econô-
mico-ambiental.
Objetivos específicos
• Produzir um produto para lavagem
de louça comunitária;
• com economia de água;
• com tratamento do esgoto produ-
zido;
• proporcionar limpeza dos utensí-
lios sem utilização de química.
• criar uma alternativa para econo-
mia e reaproveitamento de água
durante a limpeza de utensílios de
cozinha.
21Objetivos
1.1 Locais para lavagem de louça
e sistemas utilizados
1.1.1 Fontes naturais: rios, lagos, minas.
Antes das facilidades da torneira e
pia dentro das suas próprias cozinhas, ou
até mesmo dos chafarizes nos centros
das cidades fornecidos pela prefeitura,
as mulheres responsáveis pelos serviços
domésticos precisavam se locomover até
alguma fonte natural de água, como rios,
córregos, lagos ou nascentes (conforme
figura 03). Nesses locais realizavam seus
afazeres, lavando as roupas e louças.
Para a realização de tais trabalhos, ela
contavam com poucos objetos próprios,
sendo que para lavagem da roupa, ti-
nham apenas bacias, uma tábua com ra-
nhuras, sabão (quando possível) e a força
de seus braços. Já para louça, utilizavam
a própria areia do rio para esfregar e sa-
bão (quando possível também).
Capítulo 1 - Pesquisa
Figura 03 - Homem lavando louça a beira do rio
Sustentabilidade 2012
1.1.2 Chafarizes e torneiras públicas
Com o fornecimento de água em
torneiras públicas, não havia mais ne-
cessidade de grandes caminhadas em
busca de água. A lavagem de roupa
era realizada ali, ainda com os mesmos
utensílios para lavagem no rio (de acor-
do com figura 04). A lavagem de louça
poderia ser realizada também naquele
local ou a água era levada para a resi-
dência e utilizadas gamelas de barro ou
madeira para distribuí-la para limpeza,
onde em uma se depositava a louça
suja com água e sabão e em outra água
limpa para enxágue.
Na ilustração do grande artista
Jean Baptiste Debret (figura 05), que
ilustrava a vida no Brasil no período co-
lonial, nota-se a presença de escravos
Figura 04 - Pias comunitárias antigasFonte: www.paraty.tur.br
Figura 05 - Jean Baptist Debret, Interior de uma casa de ciganos, 1823
Figura 06 - Gamela
ao fundo recolhendo água no chafariz
e uma escrava lavando roupa em uma
gamela (figura 06).
23Pesquisa
1.1.3 Pias com torneiras
Mais utilizado nos dias atuais, as
pias comuns e torneiras se tornaram de
fácil acesso e amplamente aplicadas às
residências pelo seu custo acessível a
cultura e costumes de se lavar a louça
dessa maneira.
O sistema de duas bacias (hoje
cubas) ainda é utilizado nos dias de
hoje, principalmente em países onde a
água é mais escassa como na França.
Enche-se as duas cubas de água, dei-
xando uma limpa e a outra com sabão
onde é colocada a louça. Nesta cuba
com sabão as louças são esfregadas e
depois enxaguadas na cuba com água
limpa (Siqueira, 2010). Em uma lavagem
de louça de uma família pequena, a
quantidade de água gasta neste siste-
ma é muito menor em comparação ao
método a seguir.
O outro modo é o mais aplicado
no Brasil, onde se pré-lava a louça com
água corrente, esfrega-se a louça com
detergente e bucha e logo após, se en-
xágua em água corrente peça por peça.
Este é o sistema de lavagem que mais
utiliza água, cera de 80% a mais do que
a lavagem com bacias.
As cubas são geralmente de me-
tal, mas também são encontradas em
cerâmica, em granito, aglomerado de
quartzo, corian ou até mesmo cimento
queimado.
Figura 07 - Prato sendo lavado
Sustentabilidade 2012
1.1.3.1 Cubas de metal
As cubas metálicas, mais espe-
cificamente de inox, são amplamente
encontradas tanto pelo seu custo mais
acessível quanto pelo costume de se
utilizar este material. É um material du-
rável, de fácil limpeza e que passa sen-
sação de higiene e que, ao final de sua
vida útil podem ser recicladas.
1.1.3.2 Cubas cerâmicas
Com valor mais elevado e cultural-
mente mais empregadas em banheiros,
são raramente vistas em cozinhas, en-
tretanto suas qualidades de higiene são
tão boas quanto as dos metais. Pos-
suem grande durabilidade porém não
são recicláveis.
Figura 08 - Cuba metálica Figura 09 - Cuba cerâmica
25Pesquisa
1.1.3.3 Cubas de granito
O granito é comumente mais visto
aplicado no tampo das bancadas onde
são aplicadas cubas de inox, entretan-
to também existem cubas do material,
embora sejam mais aplicadas para ba-
nheiros, também são encontradas em
cozinhas.
1.1.3.4 Cubas de aglomerado de quart-
zo
Assim como nas cubas de granito,
elas são compostas juntamente com a
bancada, conformadas como uma peça
única, sem junções aparentes. Ainda é
pouco utilizado pelo seu preço alto, en-
tretanto possui ótimas características
citadas a seguir.
Segundo um fabricante de aglo-
merado de quartzo, o Silestone, este
material é composto por 94% de quart-
zo natural. Tem como qualidades: resis-
Figura 10 - Cuba granito
Figura 11 - Cuba aglomerado de quartzo
tência a manchas, impactos e riscos,
variedade de cores e versatilidade de
utilização.
Sustentabilidade 2012
1.1.3.5 Cubas de corian
É um material novo, fabricado pela
DuPont, que pode ser usado para várias
finalidades tanto exterior como interior.
Como no material anterior, também
possui junções praticamente impercep-
tíveis e as cubas e bancadas são mol-
dadas em uma peça única. Dentre suas
variadas características citadas pelo
fabricante, a trabalhabilidade e a resis-
tência são as principais, além da grande
preocupação com o meio ambiente na
sua produção.
1.1.3.6 Cubas de cimento queimado
Uma outra alternativa para cubas
e bancadas é o cimento queimado.
Também é pouco encontrada nas resi-
dências atualmente, mas interessante
por ser um material de fácil limpeza e
impermeável, de acordo com Decora-
ção e Estilo.
Figura 12 - Cuba corian
Figura 13 - Cuba cimento queimado
27Pesquisa
1.2.1 Sabão
1.2.1.1 História do sabão
Uma das produções mais antigas,
a do sabão, foi registrada pelo historia-
dor romano Plinio, o Velho (23-79 d.C).
Entretanto acredita-se, por especula-
ção, que a produção do sabão vem da
pré-história, por ser um produto natural
e de fácil obtenção.
Acredita-se que os homens pré-his-
tóricos observavam que em locais onde
fizeram fogueiras para assarem carnes,
após chuvas fortes, apareciam espu-
ma. Devem ter observado também que
quando colocavam água em potes que
haviam sido utilizados para cozinhar car-
ne, uma espuma semelhante aparecia e
esses potes ficavam mais limpos e suas
mãos que esfregavam o pote também
saiam menos sujas do que o normal.
Os primeiros registros sobre a pro-
dução do sabão datam de 2800 a.C, em
escavações na Babilônia, onde foram
encontradas inscrições próximas a po-
tes de barros, que diziam sobre o ato
de ferver gordura animal com cinzas.
Entretanto, esse material ainda não era
usado como produto de limpeza, era
empregado como pomada para pente-
ados artísticos ou passado como cura-
tivo em ferimentos. Suas características
de higiene ainda não eram conhecidas
(Reis, s.d.).
Embora os egípcios já tivessem
conhecimento do sabão, ele não é ci-
tado nos registrados banhos de Cle-
ópatra. Estes ainda o utilizavam para
fins medicinais e ainda não conheciam
1.2 Auxiliadores de limpeza
Sustentabilidade 2012
seu poder de higienização. Na
Grécia também tinham conhe-
cimento de sua produção, mas
também o utilizavam para ou-
tros fins que não banhos.
O sabão continua sendo
encontrado em diversas civili-
zações antigas, e praticamen-
te em todas, os registros do
mesmo eram para fins médi-
cos.
Ainda segundo Reis, com
o passar dos anos o conheci-
mento da fabricação do sabão
e suas utilidades foram se es-
palhando e evoluindo. Aplica-
ção de ervas e especiarias ao
sabão para melhorar a fra
Figura 14 - Sabão
29Pesquisa
grância foram realizadas, assim
como a substituição da banha por óleo
de oliva, que dava ao produto uma maior
qualidade, mas o reconhecimento de
suas qualidades para banhos ainda era
mínima. Entretanto no final do século
XVIII os banhos com sabão passaram a
ser reconhecidos pelos médicos como
algo mágico, onde a água bem utiliza-
da poderia curar diversas infecções. O
caráter medicinal ainda era mantido po-
rém agora o sabão era aplicado durante
os banhos e não mais separadamente
como remédio.
Segundo Reis, os sabões utiliza-
dos atualmente não são mais como os
descobertos antigamente. Os de hoje
recebem grande quantidades de deriva-
dos do petróleo em sua composição ou
passam por complexas transformações
industriais:
“Actualmente, a maioria de produtos
que existem no mercado não são verdadei-
ros sabões, mas sim detergentes criados a
partir de materiais derivados do petróleo.
Outros tipo de sabões contêm ingredien-
tes encontrados na natureza, mas que são
radicalmente transformados por processos
industriais complexos. O sabão daqui re-
sultante tem poucas semelhanças com o
sabão fabricado através dos tempos.”
Sustentabilidade 2012
1.2.1.2 Como é feito o sabão?
O sabão é formado através de uma
reação de hidrólise básica de óleos e
gorduras. Desta reação química serão
produzidos glicerol e sais de ácidos
graxos. Estes sais são o que se chama
de sabão.
Segundo Canto e Peruzzo (2007),
esquentando uma gordura com uma
base, tem-se a produção do sabão que
é denominada saponificação.
1.2.1.3 Como funciona?
Para a lavagem da louça por exem-
plo, a água por si só não consegue re-
tirar toda a sujeira, como gotículas de
óleo. Isto ocorre pois as moléculas da
água são polares e as de óleo são apo-
lares. O sabão se mostra importante na
limpeza pois consegue interagir tanto
com moléculas polares como apolares
(Canto e Peruzzo, 2007).
Durante o processo de lavagem de
um prato com óleo, por exemplo, for-
mam-se gotículas de óleo microscópi-
cas envolvidas por moléculas de sabão.
Essas moléculas possuem extremida-
des diferentes, sendo uma apolar (que
interagem com o sabão) e outra polar
(que combina com a água). Quando
se usa a água para enxaguar a louça, a
parte externa das moléculas que estão
circundando a gotícula de óleo intera-
gem com a água facilitando, assim, a
dispersão dessas.
Figura 15- Reação de saponificaçãoFonte: Canto e Peruzzo, 2003
31Pesquisa
Nem todas as cidades possuem
um tratamento de esgoto adequado,
despejando diariamente o esgoto de
toda a população diretamente nos rios.
Dentre tantas as coisas presentes nos
esgotos, uma delas é o sabão, utiliza-
do em larga escala todos os dias pelas
pessoas em suas residências, em locais
comerciais e públicos.
A movimentação natural da água
na presença do sabão forma espuma
na superfície. Essa espuma impede a
entrada de oxigênio na água, essen-
cial para a vida dos peixes. Outro pro-
blema causado pela espuma afeta as
aves aquáticas que quando pousam
em águas poluídas, acabam tendo a
sua proteção oleosa natural das penas
afetada lhes trazendo sérios problemas
(Canto e Peruzzo, 2007).
Os sabões são fabricados a partir
de substâncias presentes na natureza
viva (óleos e gorduras, portanto exis-
tem muitos microrganismos capazes de
decompô-lo naturalmente. Entretanto
os detergentes sintéticos, provenientes
do petróleo, que são os mais utilizados
nos dias atuais não são, em sua maio-
ria, biodegradáveis embora a legislação
atual exija que os sejam.
Existem locais onde a “[...]água
é rica em íons Ca2+ e/ ou Mg@+.
Esse tipo de água é chamada de água
dura.”(Canto e Peruzzo, 2007). Neste
tipo, os sabões normais não atuam sa-
tisfatoriamente e para que ele propor-
cione a limpeza desejada os fabricantes
adicionam uma substância chamada de
agente sequestrante que tem como fun-
ção precipitar os íons Ca2+ e Mg2+.
Um problema causado por esse
precipitante é que estes são alimento
para algas e quando começam a descer,
favorecem a proliferação das mesmas.
1.2.1.4 Reações no Meio Ambiente
Sustentabilidade 2012
Com a proliferação das algas
mais próximas da superfície,
ocorre um impedimento da
entrada de raios solares para
as que vivem mais ao fundo
dos rios e lagos. Já que as al-
gas do fundo não consegue
fazer fotossíntese, morrem
e entram em putrefação. O
apodrecimento consome oxi-
gênio da água que acarreta
na morte dos peixes que ali
habitam.
Figura 16 - Poluição rio Tietê em Pirapora
Figura 17 - Poluição rio Tietê em Pirapora
33Pesquisa
1.2.2 Buchas e esponjas
1.2.2.1 Buchas vegetais
Com o nome científico Luffa cyllin-
drica (L.) Roem, mas mais comumente
chamada de bucha vegetal, esta vem
voltando ao mercado graças as suas
características e uma atual preocupa-
ção ambiental. Esta planta tem origem
asiática, embora tenha se adaptado
normalmente as terras brasileiras. É
uma trepadeira da família Cucurbitace-
ae, da qual também pertencem as abó-
boras, os melões e os pepinos.
Possui várias características fa-
voráveis. Pode ser utilizada para lavar
louça e também é recomendada para o
banho pois faz bem para a pele. Outra
qualidade é a higienização fácil, pois
sempre que se achar necessário pode
ser fervida para esterilização quantas
vezes for necessário.
Por ser natural, é absorvida rapida-
mente pela natu-
reza quando sua
vida útil chega ao
fim. Outra ques-
tão sustentável
desta é que favo-
rece os pequenos
produtores já que
possui fácil cul-
tivo e pode ser
Figura 18 - Bucha vegetal
produzida facilmente para venda, não
necessitando grandes gastos para sua
produção.
Além de suas características bem
favoráveis para uso na limpeza, sua fi-
bra também pode ser utilizada para fa-
zer estofamento de bancos, fabricação
de chinelos, cestas, chapéus, bolsas,
palmilhas de sapatos, entre outros.
1.2.2.2 Esponjas de poliuretano
Estas esponjas, muito utilizadas
na limpeza doméstica, como na lava-
gem de louça, limpeza e bancada e etc.,
são compostas de um tipo de poliéter, a
espuma flexível.
A espuma flexível é o tipo de poli-
éter mais utilizado justamente por ser o
mais fácil de ser processado. É um ma-
terial poroso, flexível e elástico.
O poliuretano começou a ser de-
senvolvido em experimentos laborato-
riais nos anos de 1849. Entretanto, em
1937, na Alemanha, o Dr. Otto Bayer
deu início a indústria de poliuretano (Pi-
res. s.d.).
Com o passar do tempo novas
técnicas e combinações químicas per-
mitiram uma evolução na produção de
espumas flexíveis.
Com estas melhorias e facilidades
de fabricação, a espuma flexível ganhou
Figura 19 - Esponja poliuretano
35Pesquisa
o mercado com diversos produtos
com oficinas mais diversificadas possí-
veis que vão da proteção para transpor-
te, colchões, isoladores acústicos até
esponjas para limpeza.
A espuma flexível como esponja
de cozinha está constantemente pre-
sente nas residências atualmente. Ima-
ginando a presença de uma esponja por
família, sendo trocada semanalmente,
tem-se ideia da quantidade necessária
desse material para suprir esta neces-
sidade, isto sem levar em consideração
as outras inúmeras aplicações deste
material.
É um material derivado do petró-
leo, com decomposição que leva em
média 150 anos, portanto considerado
altamente poluente. Embora sua reci-
clagem seja possível, o conhecimento
e execução desta tarefa é muito pouco
realizada. Na maioria das vezes, é des-
Figura 20 - Esponja poliuretano
cartado no lixo comum, e devido sua
característica de porosidade, apesar de
leve, ocupa muito espaço nos aterros e
lixões, ajudando a enchê-los mais rapi-
damente do que se deveria.
Sustentabilidade 2012
1.2.3 Areia
A areia é conhecidamente um po-
deroso abrasivo, uma prova disso são
as máquinas de jato de areia utilizada
para limpeza pesada. Entretanto, o co-
nhecimento do poder de limpeza deste
produto tem registros de povos antigos,
sendo utilizada antes mesmo da inven-
ção do sabão e de seu poder de higie-
nização.
Segundo Reis (s.d.), os egípcios,
ao tomarem banhos, utilizavam óleos
essenciais, leite de égua e areia como
abrasivo. Já na Grécia, utilizavam blo-
cos de barro, areia, pedra pomes, e para
finalizar aplicavam óleos na pele para
se misturar com a areia e assim, essa
mistura era raspada da com instrumen-
tos de metais. Hoje, a esfoliação, não é
necessariamente com areia, mas com
materiais de textura semelhante, é uma
prática comum e bastante utilizada.
Figura 21 - Esfoliação
37Pesquisa
Outro fato que demonstra o valor
da areia para a higiene é a própria na-
tureza. Diversos animas tomam banho
de areia para se limparem mesmo tendo
banhos de água em sua rotina também.
Aves a utilizam para retirar parasitas de
sua plumagem e mantê-las brilhantes.
Mais um exemplo de animal que se uti-
liza desses banhos é o elefante. Este se
banha com areia também para retirada
de parasitas de sua pele e a mantém ali
para protegê-lo contra o sol.
Além dos banhos, a areia também
era utilizada na lavagem das louças.
Antigamente, as mulheres quando iam
para a beira dos rios para lavar roupa,
levavam consigo também os utensílios
de cozinha para serem limpos no mes-
mo local.
Como não havia sabão ou o mes-
mo era escasso, as mulheres utilizavam
cinzas provenientes dos fogões e areia,
facilmente encontradas nos leitos dos
Figura 22 - Banho de areia de aves
Figura 23 - Banho de areia elefante
rios para lavar e lustrar a louça. Essa
opção de lavagem, além de eficaz tam-
bém não poluía as águas já que não se
utilizava de nenhuma química.
Sustentabilidade 2012
O tratamento do esgoto tem extrema importância para a manutenção do meio
ambiente. A falta desta atitude acarreta em inúmeros problemas sócio-ambientais.
Lançar esgoto in natura nos recursos hídricos resulta em impactos significativos
na vida aquática. Ao entrar em contato com o sistema hídrico, a matéria orgânica pre-
sente nos dejetos causa uma grande proliferação de bactérias aeróbicas, que con-
somem grande quantidade de oxigênio dissolvido na água, reduzindo drasticamente
sua quantidade ou até mesmo eliminando-o, causando a morte de toda vida aeróbica
presente ali (Pimenta at. al., 2002).
Além dos problemas citados acima, tem-se também a disseminação de doen-
ças através do consumo da água contaminada, de plantas irrigadas com a mesma ou
de animais que beberam desta água.
São conhecidos inúmeros métodos de tratamento de esgoto que podem ser
aplicados pelos municípios, entretanto, segundo Araújo (2005), apenas 16% do esgo-
to brasileiro é tratado antes de ser despejado nos rios e mares do país.
De acordo com Mendonça e Cebalos (1990¹ apud Pimenta at. al. 2002, pág. 01),
“o esgoto doméstico ou efluente sanitário contém cerca de 99,9% de água e 0,1%
de sólidos orgânicos e inorgânicos”. Com base nesses dados, nota-se o desperdício
de água que ocorre diariamente. Toda essa água poderia ser reaproveitada para fins
domésticos que não necessitam de água potável, como regar plantas, lavar calçadas
e carros, entre outros. Para que se possa reutilizar esta água, antes, obviamente,
precisa-se de um prévio tratamento. Existem possibilidades de tratamento de esgoto
que podem ser realizados em casa ou em pequenos condomínios, sem a necessida-
de de serem enviados para a estação de tratamento municipal.
1.3 Tratamento de efluentes
1-MENDONÇA, Sergio Rolim & CEBALOS, Beatriz Susana de O. Lagoa de Estabilização e Aeradas Mecanicamente: Novos Conceitos. João Pessoa, S. Rolim Mendonça., 1990.
39Pesquisa
1.3.1 Opção de tratamento de efluentes
domésticos
O esgoto doméstico é dividido em
dois, efluente cinza, que engloba os re-
síduos do lavatório, chuveiro, pia de
cozinha, tanque e de máquina de lavar
roupa e o efluente negro, que são resí-
duos de vasos sanitários. O tratamento
a ser explicados abaixo é exemplo que
tem por finalidade reutilizar a água para
fins que não necessitem de água potá-
vel.
A proposta abaixo pertence a Ka-
rin Zan Huke (2010).
1.3.1.1 Proposta de tratamento efluente
cinza
Os materiais indicados para a fa-
bricação são: pedrisco, brita, casca de
arroz, solo, areia, lona plástica, plantas
(papiro, lírio ou juta), canos pvc e cin-
co reservatórios de água. Cada reser-
vatório deve ser calculado para suprir
o abastecimento de 3 m² por pessoa,
podendo ser de cimento impermeabili-
zado ou caixas d’água industrializadas.
Método de produção:
1. A primeira coisa a fazer é sepa-
rar o esgoto cinza do esgoto negro da
residência. O esgoto negro, ou seja, o
proveniente dos vasos sanitários possui
muitos coliformes fecais e não existe
um tratamento eficaz desta água.
2. Já separados, o esgoto cinza
pode ser enviado para um primeiro re-
servatório posicionado abaixo do nível
do solo da residência, e neste ocorrerá
a separação da água e do óleo.
O escape será colocado na parte
de baixo do tanque, onde a água esco-
ará e o óleo ficará flutuando na superfí-
Sustentabilidade 2012
4. O tanque ilustrado abaixo é o de
filtragem mineral anaeróbio. As pedras
irão alcalinizar a água e reter resíduos
sólidos. Este ambiente com ausência
de ar acabará com microrganismos ae-
róbicos. A saída de água deste segue
o mesmo padrão do primeiro tanque
como mostrado a seguir.
A manutenção deste tanque deve
ser realizada uma vez ao ano com um
jato d’água de grande pressão.
3. A saída de água do primeiro
reservatório deve ser na parte de bai-
xo, entretanto a entrada dessa água no
próximo reservatório deve ser pela par-
te superior, como na figura a seguir.
Figura 24 - Tanque separação de óleosFonte: Huke, 2010
Figura 25 - Tratamento efluentesFonte: Huke, 2010
Figura 26 - Tanque de filtragem de britas (mineral) Fonte: Huke, 2010
cie. Deve-se manter uma tampa no re-
servatório para a retirada periódica do
óleo através de baldes.
41Pesquisa
5. O reservatório seguinte é chamado “tanque vivo”, e é composto da seguinte
forma:
• britas no fundo (15% da capacidade do tanque)
• solo misturado e casca de arroz no centro ( cerca de 60% da ca-
pacidade do tanque,
• casca de arroz na camada superior ( cerca de 15% da capaci-
dade do tanque) onde deverão ser plantadas uma das espécies das plantas
citadas.
Estas plantas possuem raizes profundas e grande capacidade de absorção de
resíduos.
A manutenção deste é realizada uma vez ao ano com a troca total de seu con-
teúdo.
6. No solo, faça um buraco com 2 x 1,5 metros e 0,5 metros de profundidade.
Este deve ser coberto com uma lona e as laterais presas com areia e brita, formado
um pequeno lago.
No fundo deste, deposite 3 cm de areia e 3 cm de pedriscos ou pedras ornamen-
tais. Neste preparado, coloque plantas aquáticas e deposite aguapés na superfície.
Figura27 - Tanque de filtragem (raízes)Fonte: Huke, 2010
Sustentabilidade 2012
As funções desta parte do sistema são: filtrar a água (realizada pelas plantas) e
matar os microorganismos que não resistem à presença de oxigênio.
7. Coloque um escape com filtro de tela na borda do lago, conforme figura abaixo:
08. Repita o tanque anaeróbico com britas e logo em seguida acople o próximo
tanque que se trata apenas de um reservatório para a água já tratada.
Na saída deste último tanque, se instala uma bomba a qual direciona esta água
para suprir descargas de banheiros, mangueiras de jardim, ou seja, toda saída de
água que não seja direcionada ao consumo ou higiene pessoal.
Figura 28 - Tanque aeróbicoFonte: Huke, 2010
Figura 29 - FiltroFonte: Huke, 2010
43Pesquisa
1.4 Lava-louça
1.4.1 História da lava-louça
A primeira lava louça, apesar de
rudimentar, foi registrada em 1850 por
Joel Houghton. Se tratava de uma es-
trutura de madeira que esguichava
água na louça suja. Porém a ideia não
foi bem aceita e acabou não sendo pro-
duzida em série.
Após 30 anos, em 1880, Josephine
Cochran, após ver sua louça quebrada
por seus funcionários, decidiu construir
uma máquina que fizesse o trabalho.
Cumprindo o prometido, ela consegue
desenvolver a tal máquina e a patenteia
no ano de 1886. Mesmo com a pratici-
dade que proporcionava, apenas hotéis
e restaurantes apresentaram interesse
no produto.
Apenas na década de 50 é que o
invento de Josephine ganhou verdadei-
ro espaço no mercado e passou a ser
vendido em larga escala. As propagan-
das da época enfatizavam o aprovei-
tamento do tempo que esta oferecia,
dizendo que o tempo antes dedicado
a lavar a louça, agora poderia ser ocu-
pado com a família, dando atenção ao
marido e aos filhos.
Desde então esta máquina vem
evoluindo, tomando novas formas e
tecnologias até como é conhecida atu-
almente.
Figura 30 - Josephine Cochran
Sustentabilidade 2012
1.4.2 Funcionamento
Como próprio nome diz, a maqui-
na de lavar louças tem como função
limpar automaticamente utensílios de
cozinha. O usuário só precisa colocar o
que deseja que seja lavado no seu in-
terior, adicionar detergente adequado
nos compartimentos aos quais é deter-
minado e programar o ciclo de lavagem
que deseja. Ao final do ciclo, as louças
estarão prontas para serem utilizadas
novamente.
Seu funcionamento, de uma forma
geral é o seguinte: um reservatório infe-
rior se enche de água, onde os sistemas
de aquecimento aquecem a água até
uma faixa de 55ºC a 60ºC. Em seguida,
uma bomba impulsiona água para os ja-
tos, que direcionam estas para a louça.
Um sistema tecnológico abre automa-
ticamente o compartimento de deter-
gente no momento correto da lavagem
(Grabianowski, s.d).
Figura 31 - Publicidade antiga de lava louça
45Pesquisa
1.4.2.1 Principais componentes
Mecanismo de controle:
Este componente fica localizado
na parte interna da porta, atrás do painel
de controle. É ele quem controla o fun-
cionamento da máquina como o tempo
de lavagem, momento de abertura do
compartimento de sabão, drenagem,
entre outras. Pode ser um sistema ele-
tro-mecânico simples ou computadori-
zado (Grabianowski, s.d).
Válvula de admissão :
É por onde a água tem acesso à
máquina. A própria pressão da rede de
água faz com que ela encha o reserva-
tório, não precisando de bomba para
isso.
Bomba:
Este componente é acionado por
um motor elétrico e tem como função
empurrar a água para suportes dos ja-
tos. Durante o ciclo de drenagem, é esta
mesma bomba que direciona a água
para mangueira de drenagem.
Um motor elétrico a aciona, e du-
rante o ciclo de bombeamento, a bomba
força a água para os suportes dos jatos.
Durante o ciclo de drenagem, ela dire-
ciona a água para a mangueira de dre-
nagem. O conjunto da bomba do motor
é instalado abaixo do reservatório, no
centro da máquina de lavar louças.
Figura 32 - Componentes lava-louça
Sustentabilidade 2012
1.4.3 Prós e contras da lava-louça
Prós:
• De acordo com a Sabesp,
quando uma máquina de lavar lou-
ça é utilizada em sua capacidade
máxima, seu gasto é cerca de 60%
menos de água do que lavagem
manual;
• O tempo livre ganho em
relação ao que se gastaria lavando
a louça manualmente;
• A higienização é superior;
Contras:
• Além de muito caro, os de-
tergentes utilizados para este sis-
tema são mais prejudiciais à natu-
reza;
• Necessita de energia elé-
trica para funcionamento;
47Pesquisa
1.5 Projetos de inspiração
1.5.1 Bio Digester Island
Designer: Philips Design
É uma máquina cíclica biológica
onde os efluentes são filtrados, pro-
cessados e reutilizados para novos fins
onde não se necessite de água potável.
Figura 33 - Bio Diegester Island, vista superior
Figura 34 - Bio Diegester Island, vista frontalSustentabilidade 2012
1.5.2 Superstars Ultraponic
Designer: FALTAZI
Se trata de uma bancada de cozi-
nha que reaproveita 100% de seus resí-
duos, de líquidos a sólidos.
Figura 35 - Superstars Ultraponic, vista interna
Figura 36 - Superstars Ultraponic, perspectiva
49Pesquisa
1.5.3 Waste Not That Drip Water
Designer: Erdem Selek
Uma solução prática para evitar o des-
perdício da água de gotejamento de pratos
recém lavados.
Figura 37 - Waste Not That Drip Water
Figura 38 - Waste Not That Drip Water, modo de utlização
Sustentabilidade 2012
1.5.4 EcoWash
Designer: David Stockton
Desenvolvida para um concurso da
Electrolux, é uma lava-louça para cam-
ping, onde se coloca manualmente a
água e sabão líquido no seu interior. Tem
uma manivela para girar a louça e a água
no seu interior, realizando a limpeza.
A água utilizada também é esvazia-
da manualmente através de uma abertu-
ra na parte de baixo da mesma.
Figura 39 - EcoWash, com tampa aberta
Figura 40 - EcoWash, componentes
51Pesquisa
1.5.5 Everyday Solar Distiller
Designer: Gabriele Diamanti
Pensado para ajudar famílias que
vivem em localidades distantes, onde
não há água tratada. Este produto foi de-
senvolvido para destilar água tornando-a
própria para consumo, utilizando energia
solar como base do processo, podendo
tratar até 5 litros de água por dia. Figura 41 - Everyday Solar Distiller, vista interna
Figura 42 - Everyday Solar Distiller, utilização
Sustentabilidade 2012
1.5.6 Spaghetti Scrub
Designer: Goodbye Detergent!
Uma esponja para lavar louça e
bancadas, produzida a base de espiga
de milho e sementes de pêssego, que
não precisa de detergente para realizar
a limpeza. Figura 43 - Spaghetti Scrub, utilização
Figura 44 - Spaghetti Scrub
53Pesquisa
Design biofílico é um conceito que
está entrando em cena no mundo da
arquitetura e design com grande força.
Trata-se, segundo Gorski (2012), de uma
prática que tem como intenção incluir
elementos da natureza nos ambientes
construídos. Busca interagir o interior e
o exterior dos edifícios, trazendo vida,
jardins para dentro dos edifícios, tanto
particulares quanto públicos, residen-
ciais ou de trabalho.
De acordo com Zucca (2012), o re-
lacionamento com a natureza traz bem
estar e relaxamento ao ser humano:
“A visão/presença de ambientes naturais e/
ou animais em comum estado de repouso
ou de não agitação é um forte estímulo para
atingir um estado de bem-estar e seguran-
ça/prazer para a espécie humana” (Melson,
2000 apud Zucca, 2012, tradução do au-
tor).
1.6 Design biofílico
Figura 45 - Menina com coelho Figura 46 - Garoto e animais brincando
Sustentabilidade 2012
A base do design biofílico é
basicamente a preferência de luz solar
à artificial, ar fresco e ventilação, vi-
são (janelas) e contato com a nature-
za: plantas e, quando possível, animais
(Zucca, 2012).
Em pesquisas apresentadas
por Zucca (2012), o ser humano quando
em contato com a natureza tem a aten-
ção aumentada, o estresse diminui, há
um aumento na produtividade de traba-
lho e melhor desempenho em ativida-
des físicas. Quando o design biofílico
é aplicado em hospitais, a recuperação
de pacientes do pós-operatório é mais
rápida e, em pacientes que necessitam
de analgésicos, a necessidade desse
medicamento diminui, reduzindo-se as-
sim a quantidade do mesmo a ser apli-
cada no paciente.
Figura 47 - Fachada de prédio revestido com trepadeira
Figura 48 - Janela com vista para natureza
55Pesquisa
Um material relativamente novo no
mercado, a madeira plástica se apre-
senta como uma alternativa sustentável
quando se trata do assunto de revesti-
mentos.
A madeira, mesmo com reflores-
tamento, vem se tornando um material
escasso. O tempo de espera de cresci-
mento para o corte das árvores reflores-
tadas nem sempre consegue atender a
demanda desse produto. Quando extra-
ídas de maneira irregular, a quantidade
de problemas ambientais causados é
imenso. A madeira plástica é uma op-
ção com ótimas qualidades para subs-
tituir a madeira natural.
A empresa WWI, que segundo seu
site, é a industria que primeiramente
trouxe esse material para o Brasil, diz
que este produto é fabricado de políme-
ros reciclados e resíduos de madeira,
além de ser 100% reciclável.
Outras características positivas
deste material que são apresentadas
pela empresa WWI:
1.7 Madeira plástica
Figura 49 - Aplicação de madeira plástica 01 Figura 50 - Aplicação de madeira plástica 02
Sustentabilidade 2012
•Dispensapintura,vernizemanutenção;
•Ausênciadeprodutosprejudiciaisao
meio ambiente;
•Reciclável,ecológico–produtoWPC
green material;
•Resíduosdemadeiraepolímeros;
•Nãocriadeformidades,nãoempena,
não solta farpas;
• Material não permite ataque de fun-
gos e cupins;
• Instalação rápida e com a utilização
das mesmas ferramentas da madeira
tradicional;
•Duplaface,designúnicoemoderno;
•Antiderrapante;
•Possuiaparênciademadeiraeman-
tém esses elementos por muitos anos;
•TratamentoUV;
•Clipsdefixaçãoinvisível,semparafu-
sos expostos.
Figura 51 - Aplicação de madeira plástica 03 Figura 52 - Aplicação de madeira plástica 04
57Pesquisa
Dínamo é nome dado aos gerado-
res que transformam energia mecânica
em elétrica. São divididos em dois tipos:
•Dínamo com corrente contínua:
oferece corrente contínua, ou seja, cor-
rente que circula em um único sentido;
•Dínamocomcorrentealternada:ofe-
rece corrente que circula num sentido e em
outro, alternadamente. (efísica, 2007).
O princípio de funcionamento de
um dínamo está ligado ao fenômeno da
indução eletromagnética num quadro
plano que gira em campo magnético
uniforme. Tal fenômeno pode ser expli-
cado pela Lei de Lenz, que estabelece
que o sentido da corrente induzida é
oposto da variação do campo magnéti-
co que a gera. Assim, a variação de um
campo eletromagnético gera corrente
elétrica. Tanto no dínamo de corrente
alternada como no de corrente contí-
nua o quadro é percorrido por corrente
alternada. A diferença entre eles está na
maneira de colher essa corrente para
fora do quadro (Santiago, 2012)
Figura 53 - Esquema dínamo
1.8 Dínamo
Sustentabilidade 2012
Utilizadas para tratar preliminar-
mente os efluentes de cozinhas, laticí-
nios, indústrias alimentícias, as caixas de
gordura são de grande importância para
o meio ambiente e um bom funcionamen-
to das redes de esgoto. (VEIGA, 2003)
Sua principal função, como o pró-
prio nome diz, é reter a gordura que é
lançada diretamente no esgoto. A gor-
dura que, sem a caixa, iria para a rede
de esgoto, além de se acumular nos
Figura 54 - Caixa de gordura Fonte: Hábil Química, 2000 apud Veiga, 2003
encanamentos causando entupimen-
tos, também é um grande poluente do
ambiente. Já retida na caixa, a gordu-
ra pode ser retirada e enviada para fins
corretos.
Seu princípio de funcionamento se
dá pela diferença de densidade entre a
água e a gordura, conforme figura abai-
xo:
1.9 Caixa de gordura
59Pesquisa
Uma lei aprovada em 2009 no
Brasil obriga uma redução de emissão
de gases de efeito estufa em 37% até
2020. Já para as ameaças climáticas
mundiais serem afastadas, o mundo
precisa reduzir em 50% suas emissões.
Os sistemas de aquecimento possuem
um papel relevante na ajuda para cum-
prir esses objetivos. (Ekos Brasil, 2010)
As vendas de sistemas de aqueci-
mento vem tomando cada dia mais es-
paço no comercio nacional e mundial,
tendo em vista os benefícios trazidos
por este produto.
O sistema de funcionamento do
aquecimento solar de água, de acordo
com Ekos Brasil (2010), pode ser simpli-
ficado da seguinte forma:
1. “captação da energia solar;
2. transferência da energia para o
fluido;
3. armazenamento da energia tér-
mica e distribuição da água aquecida
para o sistema.
4 .Captação->Transferênc ia-
->Armazenamento->Distribuição
Nas etapas de captação, transfe-
rência e acumulação os coletores e o
reservatório trabalham em conjunto e
na etapa de distribuição os componen-
tes fundamentais são as tubulações e
os acessórios hidráulicos”.
O aquecedor solar entra em fun-
cionamento quando a energia solar ra-
diante ou irradiante, luz visível e infra-
vermelho, incidem sobre a superfície
preta dos coletores. A energia absorvi-
da pela placa transforma-se em calor e
aquece a água que está no interior os
coletores. A água aquecida diminui sua
densidade e começa a se movimentar
em direção ao reservatório, dando início
a um processo natural de circulação,
chamado termossifão.
1.10 Aquecedor solar
Sustentabilidade 2012
Esse processo mantém o sistema em operação, enquanto houver radiação solar
incidente sobre as placas ou até toda água do circuito atingir equilíbrio térmico.
Figura 55 - Sistema aquecedor solarFonte: Introdução ao Sistema de Aquecimento Solar, 2010
61Pesquisa
A ergonomia é a ciência que es-
tuda o relacionamento e adaptação
do trabalho ao homem. A relação com
trabalho não quer dizer somente a in-
teração com máquinas e equipamen-
tos, mas também toda a relação que
acontece entre o homem e qualquer ati-
vidade produtiva, envolvendo aspectos
físicos e organizacionais. (Iida, 2005)
1.11 .1 Ergonomia na bicicleta
A aplicação da ergonomia é, sem
dúvida, indispensável na concepção de
projetos, e na bicicleta não é diferente.
Seja ela estacionária ou não, a bicicleta
requer grande esforço do corpo huma-
no e que, se não posicionado de manei-
ra correta no aparelho, pode acarretar
diversos problemas de saúde, como por
exemplo dor nas costas, complicações
nos joelhos e ligamentos, entre outros.
1.11 Ergonomia
1.11.1.1 Dados antropométricos e apli-
cação
Segundo Pequini (2000), a antro-
pometria corretamente aplicada é es-
sencial para um ajuste adequado do
usuário com a bicicleta tendo em vista
evitar lesões na utilização da mesma.
As medidas utilizadas são: do tronco,
braço, coxa, antebraço, pernas, ante-
pernas e ombros.
Cada parte da bicicleta exige um
cálculo especifico para se adequar ao
usuário, entretanto existem os três prin-
cipais de acordo com Pequini (2000),
que podem ser visualizados na figura
56:
•a altura do quadro, entre eixos “H”;
•ainclinaçãodotubodoselim,“l”;
•comprimentodotubohorizontal,
entre eixos “L”.
Sustentabilidade 2012
Figura 56 - Medidas do quadroFonte: HINAULT, 1988 apud. Pequini, 2000.
Legenda:
H - Altura do quadro - entre eixos
L - Comprimento do quadro - entre eixos
h - Altura do eixo da transmissão central - em
relação ao solo
Av - Medida da frente da bicicleta - tirada entre
o eixo da transmissão central e o da roda da
frente.
Ar - Medida da traseira - tirada entre o eixo da
transmissão central e o da roda traseira
f - curva do garfo
c - caça
l - Recuo do tubo do selim
63Pesquisa
Como explica Pequini (2000), as bicicletas são divididas em dois modelos de
acordo com o esquema postural: “...um que induz o usuário a assumir uma postura
com o tronco em flexão e o outro que o induz o usuário a assumir uma postura com
o troco ereto.”
Essas posturas são determinadas pela posição e altura do guidão e do selim, ou
seja, quando o guidão está mais alto ou mais baixo que o selim ou mais distante ou
mais próximo que o selim.
Sustentabilidade 2012
1.11.2 Ergonomia bancada da pia
A ergonomia também está presente na cozinha, e mais precisamente para este
tópico, nas bancadas das pias.
Para a execução ideal do trabalho de lavar a louça, o balcão deve possuir uma
altura determinada (figura 57).
O dimensionamento incorreto do balcão de trabalho pode acarretar problemas
na coluna vertebral, dores nos braços, entre outros.
Figura 57 - Medidas balcão cozinhaFonte: Neufert, 2004.
65Pesquisa
Reaproveitar e economizar água
Ser durável
Não utilizar energia provida da rede elétrica
Ser composto de material reciclável
Não poluir água, ar e terra
Efetuar limpeza de utensílios domésticos
Capítulo 2 - Desenvolvimento
2.1 Lista de Requisitos
Sustentabilidade 2012
Não utilizar químicos no processo de limpeza
Possuir sistema de tratamento de água
Facilitar o trabalho de limpeza
Estimular convivência social
Aproveitar efluentes tratados para manter pequena horta comunitária
67Desenvolvimento
Atingir as emoções do público alvo tem grande importância no desenvolvimen-
to do projeto de produto, pois deve-se criar levando em consideração seu estilo de
vida, condição financeira, preferências entre outros.
De acordo com Baxter (2000), para alcançar um bom nível de acerto, deve-se
utilizar painéis visuais. Estes são divididos em três tipos básicos:
•Painel estilo de vida: tem como objetivo demonstrar uma imagem do estilo
de vida dos possíveis consumidores. Deve apresentar os valores pessoais, tipos de
vida, outros produtos que utilizam, entre outros;
•Painel da expressão do produto: procura apresentar uma expressão para o
produto. Deve ser uma síntese do estilo de vida dos consumidores;
•Painel tema visual: conjunto de imagens que sintetizem o espírito do novo produto.
2.2 Concepção do estilo
Estilo de Vida
Expressão do produto
NATUREZA
COMUNICAÇÃO
Co
njun
to
Integração humana
EN
CO
NT
RO
Tema visual
O desenvolvimento de ideias des-
te projeto foi feito usando a ferramenta
de criatividade brainstorming.
De acordo com Baxter (2000),
esta técnica se baseia no “quanto mais
ideias, melhor” e é possível que se con-
siga até cem ideias em apenas uma
sessão de duas horas.
Após a geração de alternativas, a
melhor foi selcionada utilizando-se de
um método denominado matriz de ava-
liação.
Segue aqui as principais idéias
obtidas e sua evolução, até a proposta
final.
2.3 Geração de ideias
Sustentabilidade 2012
2.3.1 Evolução cuba
Figura 58 - Evolução cuba 01
Figura 59 - Evolução cuba 02
73Desenvolvimento
2.3.2 Evolução geral desenho manual
Figura 60 - Evolução cuba 03
Figura 61 - Evolução cuba 04
Figura 62 - Evolução geral 01
Figura 63 - Evolução geral 02
Sustentabilidade 2012
Figura 64 - Evolução geral 03
Figura 65 - Evolução geral 04
75Desenvolvimento
Figura 66 - Evolução geral 05
Figura 67 - Evolução geral 06
Sustentabilidade 2012
2.3.2.1 Evolução geral SketchUp
Figura 68 - Evolução geral 07
Figura 69 - Evolução geral 08
77Desenvolvimento
Figura 70 - Evolução geral 09
Figura 71 - Evolução geral 10
2.4 Proposta final
DESIGN BIOFÍLICO
ECONOMIA DE ÁGUA
RECICLÁVEL
DURÁVEL
ECOLÓGICO
HORTA COMUNITÁRIA
PRODUÇÃO PRÓPRIA ENERGIA
Sustentabilidade 2012
Figura 72 -Proposta final 01
Exercícios físicos liberam endorfi-
na que causam diminuição de estresse
e bem estar em quem pratica. No caso
do projeto, o usuário, além do exercício
físico e convivência social, terá a natu-
reza mais próxima , que como explicado
no capítulo de design biofílico, melhora
o rendimento em atividades físicas, di-
minui estresse e irritação. Os pilares de
sustentação do módulo são envolvidos
por plantas, no caso a trepadeira dipla-
dênia, e ainda, atrás da bancada das
cubas, uma horta vertical pode ser cul-
tivada, trazendo mais natureza ao am-
biente além de fornecer alimentos gra-
tuitos e orgânicos à população.
A cuba utilizada para a lavagem é
de uso individual, cada família terá a
sua. Ela é removível, ou seja, cada fa-
mília a mantém em casa, e assim que a
mesma estiver cheia de louça a ser lim-
pa, algum membro da família se dirige
ao módulo para realizar o trabalho.
O projeto apresentando é com-
posto por diversas características que
o tornam sustentável. Sua proposta é
um novo sistema de lavagem de louça
para comunidades carentes, que não
possuem cozinhas em suas residências
ou estas não apresentem condições de
uso. O processo de lavagem recebe
um novo sistema, uma miscelânea en-
tre máquina de lavar louça, prática de
exercício físico, e relaxamento.
O sistema possui uma cuba gira-
tória movida à tração humana, no caso,
a bicicleta. Saindo do conceito básico
de lavagem manual, de ficar em pé na
pia efetuando o trabalho de limpeza,
o usuário encaixa a sua cuba no local
correto, enche de água e vai para uma
bicicleta ergométrica realizar exercícios
físicos, e durante o pedalar ainda pode
colocar a conversa em dia com os ami-
gos e vizinhos como também ler um li-
vro ou revista enquanto pedala.
79Desenvolvimento
Cada módulo foi projetado para
atender 20 famílias de 4 pessoas cada,
sendo que o órgão público que for fazer
a doação do projeto às famílias, deve
fazer um cálculo de quantas são para
saber quantos módulos devem ser apli-
cados no local desejado.
Ainda sobre as cubas, estas foram
projetadas para utilizarem, em média
6 litros de água por ciclo de lavagem,
sendo que dois ciclos (um de lavagem e
outro de enxágue) são suficientes para
completar a lavagem. Ainda pode se
seguir mais uma ciclo, mas sem a água,
para efetuar a secagem da mesma. Seu
corpo tem um formato projetado para
que quando acionado o sistema, a agi-
tação da água faça com esta vá para to-
dos os lados dentro da mesma, lavando
todos os utensílios que estiverem em
seu interior.
O sistema possui um aquecedor
solar de água para melhor atender a
proposta do produto. A água aqueci-
da facilita a limpeza da louça retirando
a sujeira e gordura da louça utilizando
apenas uma quantidade mínima de sa-
bão ecológico, que pode ser produzido
em casa a baixo custo.
Os efluentes do processo não são
enviados diretamente à rede de esgoto,
e sim para uma caixa de gordura loca-
lizada sob o piso do módulo. Ali a água
é separada da gordura e é enviada para
uma caixa d’água localizada ao lado.
Como o processo de lavagem é basica-
mente natural, ao se separar a gordu-
ra da água, esta já está razoavelmente
limpa. Na caixa d’água, que possui uma
abertura no piso, são colocadas plan-
Sustentabilidade 2012
Figura 73 - Proposta final 02
tas aquáticas que propiciam um maior
tratamento a água ali localizada. Desta
caixa com plantas aquáticas, a água vai
para outro reservatório ao lado. A água
ali presente não se encontra em condi-
ções de consumo, porém serve muito
bem para a irrigação da horta vertical.
Mas como isso acontece? É simples!
Nas bicicletas ergométricas utilizadas
para acionar o sistema de limpeza, exis-
te um dínamo que é acionado ao peda-
lar. Este dínamo carrega uma bateria
que aciona uma bomba e envia a água
deste reservatório para a horta vertical.
O acionamento da bomba é feita pelos
usuários, que controlam a irrigação da
horta. Quando este reservatório o se
enche e sua água não está sendo utili-
zada na horta, a água é enviada para o
sistema de esgoto, mas sem agreções
ao ambiente por já ser praticamente tra-
tada.
Composto por metais e madei-
ra plástica, o produto apresentado foi
projetado para ter uma vida útil longa,
e quando não for mais desejado, pode
ser totalmente reciclado.
81Desenvolvimento
Figura 74 - Proposta final 03
Figura 75 - Proposta final 04
A inspiração inicial para este projeto foram os chafarizes que ficavam locali-
zados nos centros de cidades e vilas, fornecidos pela prefeitura, para os cidadãos
buscarem água e lavarem suas louças e roupas.
Um dos conceitos aplicados no projeto aqui apresentado, é a recuperação dessa
convivência entre vizinhos que vem cada dia mais sendo esquecida. Nos chafarizes,
havia sim a convivência e fornecimento de água gratuita pela prefeitura, entretanto,
o trabalho realizado ali era cansativo e pesaroso, sem ergonomia ou facilidades para
seus usuários.
Neste projeto, a convivência social é recuperada, assim como a prestação de
serviços da prefeitura. O trabalho de limpeza foi repensado e transformado em algo
mais leve e interesante, agregando exercícios físicos e convivência com a natureza.
Além destas características já citadas, a questão ambiental também traz o projeto
para o mundo contemporâneo e das questões da sustentabilidade.
Sustentabilidade 2012
Figura 76 - Chafariz
83Desenvolvimento
Figura 77 - Proposta final 05
Capítulo 3 - Detalhamento3.1 Sistemas e medidas
Após a decisão final do projeto, o
próximo passo é determinar medidas
básicas e demosntrar os sistemas de
funcionamento.
3.1 .1 Componentes
Sustentabilidade 2012
Figura 78 - Componesntes 01
85Detalhamento
Figura 79 - Componesntes 02
3.1.1.1 Medidas estrutura
Sustentabilidade 2012
Figura 80 - Medidas estrutura 01Vista superior
87Desenvolvimento
Figura 81 - Medidas estrutura 02Vista sateral
Figura 82 - Perspectiva estrutura
3.1.1.2 Medidas balcão
Sustentabilidade 2012
Figura 83 - Medidas balcão 01
Figura 84 - Medidas balcão 03
Figura 85 - Perspectiva balcão
Vista superior
Vista frontal
3.1.1.3 Medidas horta vertical
89Desenvolvimento
Figura 86 - Medidas horta vertical 01
Figura 87 - Medidas horta vertical 02
Figura 88 - Perspectiva horta vertical
Vista superior
Vista frontal
3.1.1.4 Medidas bicicleta ergométrica
Sustentabilidade 2012
Figura 89 - Medidas bicicleta 01
Figura 90 - Medidas bicicleta 02
Figura 91 - Perspectiva bicicleta 0
Vista superior
Vista lateral
3.1.1.5 Sistema básico funcionamento bicicleta - cuba
91Desenvolvimento
Figura 92 - Sistema básico de lavagem 01
Figura 93 - Sistema básico de lavagem 02 Figura 94 - Sistema básico de lavagem 03
Figura 100 - Medidas cuba 06aramado interno para talheres
Figura 95 - Medidas cuba 01cuba externa
Figura 97 - Medidas cuba 03aramado Interno
Figura 96 - Medidas cuba 02aramado interno
Figura 101 - Medidas cuba 07cramado interno para talheres
3.1.1.6 Medidas cuba
Sustentabilidade 2012
Figura 98 - Medidas cuba 04tampa
Figura 99 - Medidas cuba 05tampa
Vista superior Vista superior
Vista superior
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Vista frontal
Figura 102 - Vista explodida cuba
3.1.1.7 Vista explodida cuba
93Desenvolvimento
Figura 98 - Medidas cuba 04tampa
Figura 99 - Medidas cuba 05tampa
3.1.2 Fluxograma básico
Sustentabilidade 2012
95Desenvolvimento
Figura 103 - Fluxograma
3.2 Maquete eletrônica
Sustentabilidade 2012
Figura 104 - Maquete eletrônica 01
Figura 105 - Maquete eletrônica 02
97Desenvolvimento
Figura 106 - Maquete eletrônica 03
Sustentabilidade 2012
Figura 107 - Maquete eletrônica 04
Figura 108 - Maquete eletrônica 05
3.3 Cenário
99Desenvolvimento
Figura 109 - Cenário 01
Figura 110 - Cenário 02
Sustentabilidade 2012
Figura 111 - Cenário 03
Figura 112 - Cenário 04
101Considerações Finais
Considerações finais
A proposta apresentada traz
consigo uma inovação no modo de
como ver um trabalho doméstico nor-
malmente considerado desagradável,
transformando-o em um momento de
descontração e lazer. Permite que o
trabalho de lavagem de utensílios do-
mésticos de cozinha seja realizado em
ambiente comunitário, ajudando famí-
lias carentes e sem agredir o meio am-
biente. Ele atende ao tripé da sustenta-
bilidade:
Ambiental: propõe a redução
no gasto de água, utilizando pequena
quantidade de água potável, reaprovei-
ta efluentes produzidos e devolve água
tratada ao sistema de esgoto, estimu-
la a produção de alimentos orgânicos,
além de ser todo reciclável.
Social: estimula a convi-
vência social, promove a execução de
exercícios físicos, permite a produção
de alimentos orgânicos cultivados, co-
letiva e gratuita à população que utiliza.
Proporciona mais saúde e qualidade de
vida às comunidades onde é aplicado.
Econômico: a população,
além de utilizar água da rede pública
gratuitamente, reduz gastos com ali-
mentação podendo aproveitar da horta
comunitária.
É um projeto com grande
margem para receber continuidade,
já que a percepção mundial para com
problemas ambientais e sociais vem au-
mentando consideravelmente, embora
uma boa parte da população, por falta
de instrução, ainda não consiga ver cla-
ramente essa urgência na necessidade
de preservar o ambiente e as relações
sociais.
ReferênciasARAÚJO, W. E. L. Utilização de Algas no Tratamento de Efluente Doméstico.
Goiânia, 2005; 10p. Disponível em: < http://www.ucg.br/ucg/prope/cpgss/Arquivo-
sUpload/36/file/UTILIZA%C3%87%C3%83O%20DE%20ALGAS%20NO%20TRATA-
MENTO%20DE%20EFLUENTE%20DOM%C3%89STICO.pdf> Acessado em: 17 de
junho de 2012.
A VIDA Como Era Antigamente (s.d.) Disponível em: < http://www.paraty.tur.br/
colonia.php> Acessado em: 17 de junho de 2012.
BAXTER, M. Projeto de Produto. 2ª Edição. São Paulo: Editora Blucher, 2000.
260 pág.
E-FÍSICA (2007) Dínamos ou Geradores Mecânicos de Eletricidade. Disponível
em: <efisica.if.usp.br/eletrecidade/basico/inducao/dinamos> Acessado em: 28 de
novembro de 2012.
EKOS BRASIL. Introdução ao Sistema de Aquecimento Solar. (2010). 128 pág.
GORSKI, F. T. (2012) Design Biofílico. Disponível em: <www.dihitt.com.br/barra/
video-design-biofilico> Acessado em: 28 de novembro de 2012.
GRABIANOWSKI, E. (s.d) Como Funcionam as Máquinas de Lavar Louças. Dis-
ponível em: < http://casa.hsw.uol.com.br/lava-louca.htm> Acessado em: 17 de junho
de 2012.
HUKE K. Z. (2010) Como Tratar Águas Cinzas. Disponível em: < http://bemtefiz.
Sustentabilidade 2012
com.br/sustentabilidade/como-tratar-as-aguas-cinzas/> Acessado em: 17 de junho
de 2012.
IIDA, I. Ergonomia - Projeto e Produção. 2ª Edição. Editora Edgard Blücher,
2005. 630 pág.
KAZAZIAN, T. Haverá a Idade Das Coisas Leves. 2ª Edição, SP: Editora SENAC
São Paulo, 2009. 194 pág.
LANDI, F. R. A Evolução Histórica das Instalações Hidráulicas. São Paulo, 1993.
64p. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP. Departamento de Engenharia de
Construção Civil. Disponível em: < http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/BTs_Petreche/
BT100-%20Landi.pdf> Acessado em 17 de junho de 2012.
LÖBACH, B. Design Industrial, Bases Para a Configuração dos Produtos Indus-
triais. SP: Editora Edgard Blücher Ltda, 2001. 206 pág.
NEUFERT, P. A arte de Projetar em Arquitetura. 17ª Edição. Editora GG, 2004.
618 pág.
PEQUINI, S. M. A evolução tecnológica da bicicleta e suas implicações ergonô-
micas para a máquina humana: problemas na coluna vertebral x bicicletas dos tipos
Speed e Mountain bike. 2000. Dissertação de Mestrado FAU/USP, São Paulo, 2000.
PERUZZO, T. M.; CANTO, E. L. do; Química na Abordagem do Cotidiano. 3ª Edi-
ção, SP: Editora Moderna, 2007. 760 pág.
103Referências
PIMENTA, D. C. H.; TORRES, F. R. M. T.; RODRIGUES, S. B.; JUNIOR, R. M. J. O
Esgoto: A Importância do Tratamento e as Opções Tecnológicas. In: ENCONTRO NA-
CIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 22, 2002, Curitiba, PR. Disponível em: <
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/bds.nsf/38F13D0429D60A5B83257425005
1CFB9/$File/O%20esgoto%20-%20a%20import%C3%A2ncia%20do%20tratamen-
to%20e%20as%20op%C3%A7%C3%B5es%20tecnol%C3%B3gicas.pdf> Acessa-
do em: 17 de junho de 2012.
PIRES, M. L. (s.d.) Histórico do Poliuretano. Disponível em: < http://poliuretano.
wordpress.com/historia-do-poliuretano/> Acessado em: 17 de junho de 2012.
REIS, M. C. (s.d.) A História do Sabão. Disponível em: < http://na-
turlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Interessante/content/A-historia-do-
-sabao?bl=1&viewall=true#Go_1> Acessado em: 17 de junho de 2012.
SABESP (s.d.) Uso Racional da Água. Disponível em: < http://www.sabesp.com.
br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&temp2=3&proj=sabesp&pub=T&nom
e=Uso_Racional_Agua_Generico&db=&docid=DAE20C6250A162698325711B0050
8A40> Acessado em: 17 de junho de 2012.
SANTIAGO, E. (2012) Dínamo. Disponível em: <www.infoescola.cpm/eletricida-
de/dinamo> Acessado em: 28 de novembro de 2012.
SIQUEIRA, M (2010) Eu Só Preciso de Uma. Disponível em: < http://
Sustentabilidade 2012
105Anexos
www.13anosdepois.com/2010/06/eu-so-preciso-de-uma.html> Acessado em: 17 de
junho de 2012.
THACKARA, J. Plano B - O Design e as Alternativas Viáveis em um Mundo Com-
plexo. SP: Editora Saraiva, SP: 2008. 299 pág.
TODO o Charme do Cimento. Decoração e Estilo, (s.d.) Disponível em: < http://
morardoseujeito.terra.com.br/decoracao-e-estilo/todo-o-charme-do-cimento/>
Acessado em: 17 de junho de 2012.
VEIGA, A. A. Biodegradação de Gordura em Efluente Através da Adição Contro-
lada de Enzimas e Microorganismos em Reatores Aeróbios em Série. Rio de Janeiro,
outubro de 2003. 116 pág. Dissetarção (Pós-graduação em Engenharia Ambiental)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
ZUCCA, P.; ABATANGELO, C. (2012) Bioflia: un approccio evolutivo alla promo-
zione della salute negli ospedati e negli ambienti di lavoro. Dipartamento di Preven-
zione, Azienda per i Servizi Sanitari n. 1 Triestina
Sobre o material Corian: http://www2.dupont.com/Surfaces_LA/pt_BR/index.html
Sobre o material Silestone: http://www.silestone.com/br/
Sobre projetos de design: http://www.yankodesign.com/
Sobre madeira plástica: http://www.woodwi.com.br/