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FACULDADE DE ENGENHARIA “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER” CURSO DE ENGENHARIA CIVIL VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE OS SISTEMAS ESTRUTURAS DE PRÉ-MOLDADOS E MOLDADOS IN LOCO LEANDRO BERTACO LÚCIO LEONARDO LÁZARO SILVA

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Page 1: TCC Final Leandro Leonardo

FACULDADE DE ENGENHARIA “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER”

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE OS SISTEMAS ESTRUTURAS DE PRÉ-MOLDADOS E MOLDADOS IN LOCO

LEANDRO BERTACO LÚCIOLEONARDO LÁZARO SILVA

Presidente Prudente – SP2013

Page 2: TCC Final Leandro Leonardo

1

FACULDADE DE ENGENHARIA “CONS. ALGACYR MUNHOZ MAEDER”

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE OS SISTEMAS ESTRUTURAS DE PRÉ-MOLDADOS E MOLDADOS IN LOCO

LEANDRO BERTACO LÚCIOLEONARDO LÁZARO SILVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia “Cons. Algacyr Munhoz Maeder”, Curso de Engenharia Civil como requisito parcial para sua conclusão.

Orientador:

Prof. Me. Carlos Roberto Souza e Silva

Presidente Prudente – SP2013

Page 3: TCC Final Leandro Leonardo

2

LEANDRO BERTACO LÚCIOLEONARDO LÁZARO SILVA

VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE OS SISTEMAS ESTRUTURAS DE PRÉ-MOLDADOS E MOLDADOS IN LOCO

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado a Faculdade de Engenharia “Cons. Algacyr Munhoz Maeder”, Curso de Engenharia Civil, Universidade do Oeste Paulista, como parte dos requisitos para a sua conclusão.

Presidente Prudente, __ de Dezembro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________Prof. Me. Carlos Roberto Souza e Silva

________________________________________Prof. Me. Gilberto José Da Paz Júnior

________________________________________Prof.ª Leila Maria Couto Esturaro Bizarro

Page 4: TCC Final Leandro Leonardo

3

DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente a Deus, que sempre nos deu força e coragem

para sua realização.

Aos nossos pais que estavam sempre presente em todos os

momentos, nos dando apoio e confiança.

A todos que nos ajudaram na realização dessas pesquisas.

Page 5: TCC Final Leandro Leonardo

4

AGRADECIMENTOS

Ao professor orientador Me. Carlos que, que com seus ensinamentos,

fez aprimorar nossos conhecimentos.

A professora e amiga, Maria Helena pela ajuda e apoio.

A professora Leila Maria Couto, que nessa reta final nos deu muito

apoio e com seus conhecimentos nos ajudou na execução desse trabalho.

A todos os nossos amigos, pelo companheirismo e os muitos

momentos de alegria compartilhados.

Agradecemos as nossas namoradas pelo incentivo nos momentos mais

difíceis e pelo amor nelas presente.

Page 6: TCC Final Leandro Leonardo

5

“[...] sei não, só sei que foi assim... [...]”

Chicó

Page 7: TCC Final Leandro Leonardo

6

RESUMO

VANTAGENS E DESVANTAGENS SOBRE OS SISTEMAS ESTRUTURAS DE PRÉ-MOLDADOS E MOLDADOS IN LOCO

O Brasil caminha cada vez mais para a industrialização na construção civil e o sistema de pré-moldagem abrange perfeitamente esse conceito. Este trabalho visa demonstrar as principais vantagens e desvantagens desse sistema em relação ao método convencional dos moldados in loco, demonstrando todos os processos de cada sistemas para que possa demonstrar suas características principais. Através de estudo em livro, artigos científicos, teses e notas de aulas, buscou-se estudo sobre os sistemas estruturais e após essa busca foi realizado um estudo comparativo sobre cada sistema e foi apresentado as suas vantagens e desvantagens. Os dois sistemas tem praticamente os mesmos procedimentos para a execução das estruturas, só que em algumas etapas são executadas em tempos, locais e modos diferentes, mas o produto final é praticamente o mesmo. Nessas diferenças, os pré-moldados apresentam maiores vantagens. O sistema tem muitos benefícios e deve ser bastante utilizados, pois visa melhorar a execução das construções em menos tempo e com qualidade.

Palavras-chave: Construção Civil. Sistemas Estruturais. Tempo. Qualidade.

Page 8: TCC Final Leandro Leonardo

7

ABSTRACT

ADVANTAGES AND VANITIES ON THE SYSTEMS STRUCTURES OF PRE-CAST AND MOLDED IN LOCO

Brazil walk more and more for industrialization in construction and the daily pay-molding system includes this concept perfectly. This work aims in loco to demonstrate to the main advantages and vanities of this system in respect to the conventional method of the molded ones, demonstrating all the processes of each systems so that it can demonstrate its main characteristics. Through study in book, scientific, teses articles and notes of lessons, study searched on the structural systems and after this search was accomplished a comparative study on each system and was presented its advantages and vanities. The two systems have practically the same procedures for the execution of the structures, in some stages are only executed in different times, places and ways, but the end item is practically the same. In these differences, the daily pay-molded ones present greaters advantages. The system has many benefits and must sufficiently be used, therefore it aims at to improve the execution of the constructions in little time and with quality.

Word-key: Construction. Structural systems. Time. Quality.

Page 9: TCC Final Leandro Leonardo

8

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Peças pré-moldadas separadas por papel parafinado - vigas pré-

moldadas curvas....................................................................................22

FIGURA 2 - Sistema aporticado................................................................................25

FIGURA 3 - Estrutura em esqueleto..........................................................................25

FIGURA 4 - Painéis combinado com estrutura em esqueleto...................................26

FIGURA 5 - Vista esquemática de um edifício com painéis estruturais de fachada e

compridos painéis para piso...................................................................27

FIGURA 6 - Pisos pré-fabricados e coberturas de grande vãos para edifícios de uso

geral.......................................................................................................28

FIGURA 7 - Esquema da construção com sistema celular........................................28

FIGURA 8 - Exemplo de cobertura tipo "shed"..........................................................31

FIGURA 9 - Seções típicas e dimensões em vigas com abas invertidas para pisos.32

FIGURA 10 - Soluções variantes para largura das vigas de apoio para pisos..........33

FIGURA 11 - Estacas pré-moldadas.........................................................................34

FIGURA 12 - SEções transversais típicas dos elementos de laje alveolar protendida

...............................................................................................................36

FIGURA 13 - Seções transversais típicas de elementos de cobertura......................38

FIGURA 14 - Exemplo de sistema misto para piso com painéis pré-moldados e

armadura treliçada.................................................................................39

FIGURA 15 - Seções transversais típicas de pisos com vigotas e blocos de

enchimento.............................................................................................40

FIGURA 16 - Patamares isolados..............................................................................41

Page 10: TCC Final Leandro Leonardo

9

FIGURA 17 - Patamares combinados.......................................................................41

FIGURA 18 - Escadas pré-moldadas tipo monobloco...............................................42

FIGURA 19 - Custo comparativo de uma estrutura de concreto armado..................43

FIGURA 20 - Fôrma metálica de escada pré-moldada..............................................45

FIGURA 21 - Fôrma metálica de laje pré-moldada....................................................46

FIGURA 22 - Fôrma metálica de pilar pré-moldado...................................................46

FIGURA 23 - Carrinho porta palete...........................................................................47

FIGURA 24 - Vibração cautelosa para não atingir a armadura.................................52

FIGURA 25 - Tipos de cura.......................................................................................54

FIGURA 26 - Laje maciças de concreto armado.......................................................56

FIGURA 27 - Lajes maciças sendo concretadas.......................................................56

FIGURA 28 - Exemplos de lajes lisas e cogumelo....................................................57

FIGURA 29 - Capitel de laje cogumelo......................................................................58

FIGURA 30 - Laje nervurada moldada no local com bloco de concreto celular

autoclavado............................................................................................59

FIGURA 31 - Lajes nervuradas sem material de enchimento....................................59

FIGURA 32 - Viga reta de concreto...........................................................................60

FIGURA 33 - Vigas baldrames para servirem de uma residência.............................61

FIGURA 34 - Viga invertida na base de uma parede.................................................61

FIGURA 35 - Pilar......................................................................................................62

FIGURA 36 - Pilar no edifício.....................................................................................63

FIGURA 37 - Bloco sobre: a) estacas e b) tubulão....................................................64

FIGURA 38 - Tubulão em vistoria e desenho esquemático.......................................64

FIGURA 39 - Desenho esquemático de bloco sobre três estacas e bloco concretado.

...............................................................................................................65

Page 11: TCC Final Leandro Leonardo

10

FIGURA 40 - Sapata isolada e sapata corrida...........................................................65

FIGURA 41 - Detalhe da armação de uma sapata isolada........................................66

FIGURA 42 - Tipos de cortes de madeira para formas..............................................67

FIGURA 43 - Formas de madeira para pilar..............................................................67

FIGURA 44 - Forma de madeira para vigas..............................................................68

FIGURA 45 - Esquema geral de montagem de formas de madeira..........................68

FIGURA 46 - Chapa compensada reforçada.............................................................69

FIGURA 47 - Pontalete de aço extensível.................................................................70

FIGURA 48 - Esquema geral de montagem com formas mistas...............................71

FIGURA 49 - Esquema de concreto armado.............................................................74

FIGURA 50 - Viga de concreto simples (a) e armado (b)..........................................74

FIGURA 51 - Aplicação de protensão numa viga biapoiada......................................75

FIGURA 52 - Ilustração das aderências da barra lisa (ca-25) e nervuradas (ca-50 e

ca-60).....................................................................................................78

FIGURA 53 - Agregado miúdo (areia).......................................................................87

FIGURA 54 - Brita 0 (pedrisco)..................................................................................87

FIGURA 55 - Brita 1...................................................................................................88

FIGURA 56 - Brita 2...................................................................................................88

FIGURA 57 - Brita 3...................................................................................................89

FIGURA 58 - Esquema de controle tecnológico........................................................91

FIGURA 59 - Realização de “slump test”...................................................................92

FIGURA 60 - Ensaio de resistencia à compressão....................................................93

Page 12: TCC Final Leandro Leonardo

11

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Classificação de tipos de pré-moldado..................................................23

TABELA 2 - Dimensões normais para vigas de cobertura com altura variável.........30

TABELA 3 - Número de reutilizações de fôrmas em função do material adotado.....44

TABELA 4 - Sistema de transportes..........................................................................49

TABELA 5 - Tipos de cimento fabricados no brasil....................................................81

TABELA 6 - Condições aci 214/86............................................................................95

Page 13: TCC Final Leandro Leonardo

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LISTA DE SIGLAS

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland

ARI - Alta Resistencia Inicial

CA - Concreto Armado

Cm - Centímetro

CP - Cimento Portland

CP - Corpo de Prova

DER - Departamento de Estradas de Rodagem

Fck - Resistencia Característica do Concreto

°C - Graus Celsius

M - Metros

mm - Milímetros

Mpa - Mega Pascal

UEPG- Universidade Estadual de Ponta Grossa

Page 14: TCC Final Leandro Leonardo

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................16

2 OBJETIVO.................................................................................................................17

2.1 Objetivo Geral...........................................................................................................17

2.2 Objetivo Específico..................................................................................................17

3 METODOLOGIA.......................................................................................................18

4 REVISÃO BIBLIOGRAFICA.................................................................................19

4.1 Pré-moldados............................................................................................................19

4.1.1 Conceito do Pré-moldado......................................................................................19

4.1.2 História do Pré-moldado........................................................................................20

4.1.3 Padronização e Modulação...................................................................................22

4.1.4 Tipos de Pré-moldados..........................................................................................23

4.1.4.1 Sistemas Estruturais em Esqueleto e Sistemas Aporticados......................24

4.1.4.2 Estruturas de Painéis Estruturais........................................................................25

4.1.4.3 Fachadas de Concreto...........................................................................................26

4.1.4.4 Sistemas Pré-moldados para Pisos....................................................................27

4.1.4.5 Sistemas Celulares..................................................................................................28

4.1.5 Fabricação.................................................................................................................29

4.1.6 Principais Peças ou Módulos................................................................................29

4.1.6.1 Pilares.........................................................................................................................29

4.1.6.2 Vigas............................................................................................................................30

4.1.6.2.1 Vigas de cobertura...................................................................................................30

4.1.6.2.2 Terças (Vigas secundarias da cobertura).........................................................31

4.1.6.2.3 Vigas para pisos (apoio de pisos).......................................................................31

4.1.6.3 Estacas pré-moldadas............................................................................................33

4.1.6.4 Pisos e coberturas...................................................................................................34

4.1.6.4.1 Pisos Completamente Pré-Moldados.................................................................35

4.1.6.4.1.1 Pisos de Lajes Alveolares.....................................................................................35

4.1.6.4.1.2 Pisos Nervurados.....................................................................................................37

4.1.6.4.1.3 Elementos de Cobertura........................................................................................37

4.1.6.4.2 Pisos parcialmente pré-moldados.......................................................................38

4.1.6.4.2.1 Sistema misto com placas pré-moldadas.........................................................38

Page 15: TCC Final Leandro Leonardo

14

4.1.6.4.2.2 Sistemas Compostos por Lajes com Vigotas..................................................39

4.1.6.5 Escadas......................................................................................................................40

4.1.6.5.1 Escadas Retas..........................................................................................................40

4.1.6.5.2 Escadas Monobloco................................................................................................42

4.1.7 Fôrmas........................................................................................................................42

4.1.7.1 Tipos de fôrmas........................................................................................................44

4.1.8 Transporte e Montagem.........................................................................................46

4.2 Moldados In Loco.....................................................................................................48

4.2.1 Conceito dos Moldados In Loco...........................................................................48

4.2.2 Concretagem.............................................................................................................48

4.2.2.1 Transporte..................................................................................................................49

4.2.2.2 Lançamento...............................................................................................................50

4.2.2.3 Adensamento............................................................................................................51

4.2.2.4 Nivelamento...............................................................................................................53

4.2.2.5 Cura.............................................................................................................................53

4.2.3 Principais Elementos...............................................................................................55

4.2.3.1 Lajes............................................................................................................................55

4.2.3.2 Vigas............................................................................................................................60

4.2.3.3 Pilares.........................................................................................................................61

4.2.3.4 Tubulão e Bloco de Fundação.............................................................................63

4.2.3.5 Sapatas.......................................................................................................................65

4.2.4 Formas........................................................................................................................66

4.2.4.1 Formas de Madeira.................................................................................................66

4.2.4.1.1 Chapas Compensadas...........................................................................................68

4.2.4.2 Escoras Metálicas....................................................................................................70

4.2.4.3 Formas Metálicas.....................................................................................................70

4.2.4.4 Formas Mistas..........................................................................................................71

4.3 Concreto.....................................................................................................................72

4.3.1 História do Concreto...............................................................................................72

4.3.2 Concreto Armado.....................................................................................................73

4.3.3 Concreto Protendido...............................................................................................75

4.3.4 Armadura....................................................................................................................76

4.3.4.1 Aderência...................................................................................................................77

4.3.4.2 Emendas....................................................................................................................78

Page 16: TCC Final Leandro Leonardo

15

4.3.5 Dosagem de Concreto............................................................................................78

4.3.6 Tipos de Cimentos...................................................................................................80

4.3.6.1 Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732)...................................81

4.3.6.2 Cimento Portland CP II (NBR 11578).................................................................82

4.3.6.3 Cimento Portland de Alto Forno CP III (com escória - NBR 5735)............83

4.3.6.4 Cimento Portland CP IV (com pozolana - NBR 5736)...................................83

4.3.6.5 Cimento Portland CP V ARI - (Alta Resistência Inicial - NBR 5733).........83

4.3.6.6 Cimento Portland CP (RS) - (Resistente a sulfatos - NBR 5737)..............84

4.3.6.7 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) - (NBR 13116).....85

4.3.6.8 Cimento Portland Branco (CPB) - (NBR 12989).............................................85

4.3.7 Agregados..................................................................................................................86

4.3.7.1 Agregados miúdos...................................................................................................86

4.3.7.2 Agregado Graúdo....................................................................................................87

4.3.8 Água.............................................................................................................................89

4.3.9 Aditivos........................................................................................................................90

4.3.10 Outros Tipos de Concreto.....................................................................................90

4.3.11 Controle Tecnológico..............................................................................................90

4.3.11.1 Concreto Fresco.......................................................................................................91

4.3.11.2 Concreto Endurecido..............................................................................................92

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................................................96

6 CONCLUSÃO.........................................................................................................100

REFERÊNCIA................................................................................................................................101

Page 17: TCC Final Leandro Leonardo

16

1 INTRODUÇÃO

Para se executar qualquer construção é necessária a utilização de um

sistema estrutural para que haja sustentação da obra. Existem vários tipos de

sistemas estruturas, e serão abordados nesse trabalho os sistemas estruturais dos

pré-moldados e dos moldados in loco.

Os pré-moldados são utilizados principalmente em construções de

grande porte, mas nos últimos anos vem crescendo também nas construções de

pequeno porte. A implementação desses sistemas no Brasil é de extrema

importância visando o seu desenvolvimento, devido ao grande crescimento

populacional e pela necessidade de sistema mais sustentáveis, protegendo o meio

ambiente.

Atualmente existem vários sistemas estruturais utilizados nas

construções e no presente trabalho pretenderam-se analisar os elementos

estruturais de concretos, as características, os métodos e as principais utilizações

dos sistemas de execução dos moldados in loco e dos pré-moldados.

O desenvolvimento do Brasil necessita da implantação de alta

qualidade, visando economia e rapidez. A pesquisa demostra a rapidez e o controle

de qualidade do sistema para assim ganhar o mercado e aperfeiçoar as construções

brasileiras, visando o desenvolvimento.

Foi realizado um estudo comparativo, a partir das revisões

bibliográficas, entre os dois sistemas apresentado onde se demonstrou as suas

vantagens e desvantagens.

Discorreu-se sobre a história, os conceitos, a execução e as principias

peças dos dois sistemas, pois eles apresentam essas mesmas etapas em comum.

Nos sistemas de pré-moldados foram expostos os sistemas de fabricação, os

módulos e a logística de transporte e montagem o que diferenciam do outro sistema.

Os sistemas tem praticamente o mesmo produto final, mas são

executados de maneiras diferentes, assim devem-se apresentar esses processos

incomuns para que ocorra uma análise comparativa. Pelo concreto estar presente

nos dois sistemas e ser muito importante para a execução é necessário apresentar

as características do mesmo.

Page 18: TCC Final Leandro Leonardo

17

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar as vantagens e as

desvantagens e as tecnologias referentes às estruturas moldadas in loco e as pré-

moldadas, considerando a utilização desses sistemas para diversos tipos de

construções e suas etapas construtivas.

2.2 Objetivos Específicos

Realizar uma revisão bibliográfica dos sistemas estruturais de

concretos moldados in loco e pré-moldados;

Identificar suas características, seus métodos e suas principais

utilizações;

Apresentar um estudo comparativo entre os sistemas com suas

vantagens e desvantagens, elencando o sistema mais eficaz.

Page 19: TCC Final Leandro Leonardo

18

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi realizada em duas etapas.

Primeiramente, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a temática

abordada em livros, artigos científicos, dissertações, teses, notas de aulas e sites

especializados.

No segundo momento, foi realizado um estudo comparativo entre os

processos dos sistemas estruturais dos moldados in loco e dos pré-moldados para

eleger as vantagens e desvantagens de cada um deles, através da análise de cada

processo para eleger o sistema mais eficaz para a construção civil.

Page 20: TCC Final Leandro Leonardo

19

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Pré-moldados

4.1.1 Conceito do Pré-moldado

A construção civil tem sido considerada uma indústria atrasada quando

comparada a outros ramos indústrias, por apresentar, de maneira geral, baixa

produtividade, grande desperdícios de materiais, morosidade e baixo controle de

qualidade (EL DEBS, 2000)

Uma forma de reduzir esse atraso é empregando técnicas associadas

à utilização de elementos pré-moldados de concreto.

O sistema construtivo de casas ou prédios de concreto pré-moldado

vem buscando inovações na tendência de ser mais bem moduladas e mais

padronizadas do que as estruturas de concreto moldadas no local, logo as técnicas

podem produzir mais benefícios econômicos devido à produção em escala

(ALBUQUERQUE, 2007).

A pré-fabricação, segundo Ordónez (1974), é realizada fora do

canteiro, de peças a serem utilizadas posteriormente por montagem.

Pode-se dizer que a pré-moldagem ou fabricação é uma medida de

grande potencial para aumentar os níveis de industrialização dos processos

construtivos. Sua aplicação tem o objetivo principal de aumentar a racionalização,

elevando a produtividade e reduzindo desperdícios.

Nas edificações de alvenaria estrutural, tem-se também boa aplicação,

segundo Franco & Agopyan (apud BRUMATTI, 2008, p. 13).

Na alvenaria estrutural em particular, encontram-se boas condições de implementação de uma ação organizacional em obra. Isto se explica pelo maior detalhamento do projeto em relação às obras convencionais, pela maior padronização na execução dos procedimentos construtivos, bem como pela maior simplicidade inerente ao processo. Assim, pode-se utilizar a organização da produção como ferramenta para se atingir um grau mais elevado de industrialização do processo, aumentando a sua produtividade, o controle na execução dos procedimentos e consequentemente a qualidade.

Page 21: TCC Final Leandro Leonardo

20

4.1.2 História do Pré-moldado

Segundo Vasconcellos (2002), não se pode precisar a data em que

começou a pré-moldagem. O próprio nascimento do concreto armado ocorreu com a

pré-moldagem de elementos, fora do local de seu uso. Sendo assim, pode-se

afirmar que a pré-moldagem começou com a invenção do concreto armado.

De acordo com Bastos (2006), no ano de 1770, em Paris, associou-se

ferro com pedra para formar vigas como as modernas, com barras longitudinais na

tração e barras transversais ao cortante. Tem-se então uma noção de quanto é

antiga a ideia de pré-moldado, mesmo que, ela não era a ideia principal na época.

Salas (1988) considera a utilização dos pré-fabricados de concreto

dividida nas três seguintes etapas:

De 1950 a 1970 – época onde a falta de edificações ocasionadas pela

devastação da guerra, necessitava ser construídos diversos edifícios, tanto para

moradia, quanto para escolas, hospitais e indústrias. Os edifícios construídos nessa

época eram compostos de elementos pré-fabricados, cujos componentes eram

procedentes do mesmo fornecedor, constituindo o que se convencionou de chamar

de ciclo fechado de produção. Segundo Ferreira (2003), utilizando uma filosofia

baseada nos sistemas fechados, as realizações ocorridas no período do pós-guerra

europeu na área de habitação criaram um estigma associando a construção pré-

fabricada durante muitos anos à uniformidade, monotonia e rigidez na arquitetura,

com flexibilidade "zero", onde a pré-fabricação com elementos “pesados” marcou o

período. Além destas questões, as construções massivas, sem uma avaliação prévia

de desempenho dos sistemas construtivos, ocasionaram o surgimento de muitas

patologias.

De 1970 a 1980 – Período em que ocorreram acidentes com alguns

edifícios construídos com grandes painéis pré-fabricados. Esses acidentes

provocaram além de uma rejeição social a esse tipo de edifício, uma profunda

revisão no conceito de utilização nos processos construtivos em grandes elementos

pré-fabricados. Neste contexto teve o início do declínio dos sistemas pré-fabricados

de ciclo fechado de produção.

Pós 1980 – Esta etapa caracterizou-se, em primeiro lugar, pela

demolição de grandes conjuntos habitacionais, justificada dentro de um quadro

Page 22: TCC Final Leandro Leonardo

21

crítico, especialmente de rejeição social e deterioração funcional. Em segundo lugar,

pela consolidação de uma pré-fabricação de ciclo aberto, à base de componentes

compatíveis, de origens diversas.

Já o Brasil, que não sofreu com a devastação da segunda guerra

mundial, não houve a necessidade de construções em grande escala, como ocorrido

na Europa. Vasconcelos (2002), afirma que a primeira grande obra onde se utilizou

elementos pré-fabricados no Brasil, refere-se ao hipódromo da Gávea, no Rio de

Janeiro.

A empresa construtora dinamarquesa Christiani-Nielsen, com sucursal

no Brasil, executou em 1926 a obra completa do hipódromo, com diversas

aplicações de elementos pré-fabricados, dentre eles, pode-se citar as estacas nas

fundações e as cercas no perímetro da área reservada ao hipódromo. Nesta obra o

canteiro de pré-fabricação teve de ser minuciosamente planejado para não alongar

demasiadamente o tempo de construção.

Mas, a preocupação em racionalizar e industrializar sistemas

construtivos teve início apenas no fim da década de 50. Nesta época, conforme

VASCONCELOS (2002), na cidade de São Paulo, a Construtora Mauá,

especializada em construções industriais, executou vários galpões pré-moldados no

próprio canteiro de obras. Em alguns foi utilizado o processo de executar as peças

deitadas umas sobre as outras numa sequência vertical, separando-as por meio de

papel parafinado. Não era necessário esperar que o concreto endurecesse, para

então executar a camada sucessiva. Esse procedimento economizava tempo e

espaço no canteiro, podendo ser empilhadas até 10 peças.

As formas laterais iam subindo à medida que o concreto endurecia,

reduzindo assim a extensão do escoramento. Tal procedimento dava uma grande

produtividade à execução das peças. Terminava a primeira pilha de 10 peças, cada

peça tornava-se, ao ser removido, a “semente” de uma nova pilha de 10 a ser

“plantada” em outro lugar. Assim, multiplicava-se a produção de peças iguais. A

construtora Mauá começou a pré-fabricação em canteiro com a fábrica do Curtume

Franco-Brasileiro. A estrutura, extraordinariamente leve e original, tinha tesouras em

forma de viga Vierendeel curva conforme figura 1.

Page 23: TCC Final Leandro Leonardo

22

FIGURA 1 - Peças pré-moldadas separadas por papel parafinado - Vigas pré-moldadas curvas.

Fonte: Vasconcelos (2002)

4.1.3 Padronização e Modulação

A padronização é definida por Rosso (apud BRUMATTI, 2008, p. 16)

como “A aplicação de normas a um ciclo de produção ou a um setor industrial

completo com objetivo de estabilizar o produto ou o processo de produção”

Segundo o autor, a padronização assume os critérios de simplificação,

tipificação, permutação e unificação. Ela é estabelecida para os componentes em

concordância com fabricantes e consumidores, de forma a permitir a substituição de

um produto por outro de diferente procedência, mas, de mesma característica.

Segundo Acker (2002), a padronização é um importante fator no

processo de pré-fabricação. Possibilitando repetição e experiência, e com isso

custos mais baixos, melhor qualidade e confiabilidade, assim como uma execução

mais rápida. A padronização de componentes e de detalhes típicos garante a

padronização do processo.

A modulação é um fator econômico muito importante no projeto e

construção, tanto para trabalho estrutural como para acabamento. Em pré-

fabricação, isso é ainda mais marcante, especialmente em relação à padronização e

economia na produção e execução. A modulação em conexão com a produção

industrial não é obrigatória, mas certamente influencia no custo dos elementos. A

modulação deve ser considerada como uma ajuda, não como uma obrigação

(ACKER, 2002).

Page 24: TCC Final Leandro Leonardo

23

4.1.4 Tipos de Pré-moldados

Os elementos pré-fabricados podem ser classificados de diversas

formas, por exemplo, quanto à seção transversal, quanto ao processo de execução,

e quanto a sua função estrutural, conforme tabela 1 (ACKER, 2002).

TABELA 1 - Classificação de tipos de pré-moldado

Fonte: BRUMATTI (2008)

Segundo Acker (2002), os tipos mais comuns de pré-moldados

utilizados em sistemas estruturais de concreto são:

Estruturas aporticadas, consistindo de pilares e vigas de fechamento,

que são utilizadas para construções industriais, armazéns, construções comerciais,

etc.

Estruturas em esqueleto, consistindo de pilares, vigas e lajes, para

edificações de alturas médias e baixas, e com um número pequeno de paredes de

contraventamento para estruturas altas. As estruturas em esqueletos são utilizadas

principalmente para construções de escritórios, escolas, hospitais, estacionamentos,

etc.

Estruturas em painéis estruturais, consistindo de componentes de

painéis portantes verticais e de painéis de lajes, as quais são usadas

extensivamente para a construção de casas e apartamentos, hotéis, escolas, etc.

Estruturas para pisos, consistindo de vários tipos de elementos de laje

montados para formar uma estrutura do piso capaz de distribuir a carga concentrada

Page 25: TCC Final Leandro Leonardo

24

e transferir as forças horizontais para os sistemas de contraventamento. Os pisos

pré-moldados são muito usados em conjunto com todos os tipos de sistemas

construtivos e materiais.

Sistemas para fachadas, consistindo de painéis maciços ou painéis

sanduíche, com ou sem função estrutural. Apresentam-se em todos os tipos de

formato e execuções, desde o simples fechamento até os mais requintados painéis

em concreto arquitetônico para escritórios e fachadas importantes.

Sistemas celulares, consistindo de células de concreto pré-moldado e,

algumas vezes, utilizados para blocos de banheiros, cozinhas, garagens, etc.

Esses sistemas também podem ser combinados numa mesma

edificação, a melhor solução deve ser obtida de acordo com sua finalidade. Algumas

diretrizes gerais devem ser levadas em consideração (ACKER, 2002).

4.1.4.1 Sistemas Estruturais em Esqueleto e Sistemas Aporticados

Sistemas em esqueleto e Aporticados consistem de elementos

lineares, como vigas e pilares de diferentes formatos e tamanhos combinados para

formar o esqueleto da estrutura. São apropriados para construções que necessitam

de alta flexibilidade na arquitetura. O sistema deixa grandes vãos e espaços abertos

sem a interferência de paredes e pilares. Viável para construções industriais,

shoppings centers, estacionamentos, centros esportivos, entres outros (ACKER,

2002).

FIGURA 2 - Sistema AporticadoFonte: ACKER (2002)

Page 26: TCC Final Leandro Leonardo

25

O conceito da estrutura esqueleto é oferecer grande liberdade no

planejamento e disposição das áreas do piso, sem obstrução de paredes portantes

internas ou por um grande número de pilares internos (ACKER, 2002).

FIGURA 3 - Estrutura em esqueletoFonte: ACKER (2002)

4.1.4.2 Estruturas de Painéis Estruturais

Painéis pré-fabricados são utilizados para fechamentos internos e

externos, caixas de elevadores, núcleos centrais, etc. São muito utilizados em

construções residências, tanto para casas, quanto para apartamentos. Essa prática

pode ser considerada como uma forma industrializada de paredes moldadas no

local, tijolos convencionais ou paredes de alvenaria, podendo ser portantes ou de

fechamento apenas. Suas superfícies são lisas e prontas para receberem pinturas

ou papel de parede. Oferecem vantagens de rapidez, acabamento, isolamento

acústico e de resistência ao fogo (ACKER, 2002).

Page 27: TCC Final Leandro Leonardo

26

FIGURA 4 - Painéis combinado com estrutura em esqueletoFonte: ACKER (2002)

4.1.4.3 Fachadas de Concreto

Fachadas pré-fabricadas são apropriadas para qualquer tipo de

construção. Podem ser executadas em diversas cores, além do cinza, e podem

também ser projetadas como elementos estruturais ou somente de fechamento. Os

sistemas de fachadas com painéis estruturais constituem uma solução econômica,

uma vez que isto dispensa o uso de pilares em suas bordas, vigas para apoio e

vigas. Outra vantagem é a proteção interna da construção logo em sua fase inicial.

Geralmente são empregadas em combinação com estruturas esqueleto. Tendência

nos países Escandinavos, escritórios são construídos sem pilares internos, onde

painéis alveolares protendidos usados como piso, cobrem vãos acima de 16 a 18 m

de comprimento (ACKER, 2002).

Page 28: TCC Final Leandro Leonardo

27

FIGURA 5 - Vista Esquemática de um Edifício com Painéis Estruturais de Fachada e Compridos Painéis Para Piso.

Fonte: ACKER (2002)

4.1.4.4 Sistemas Pré-moldados para Pisos

Elementos pré-moldados para pisos são um dos produtos pré-

moldados mais antigos. O mercado oferece uma variedade de sistemas para piso e

cobertura pré-moldados, dos quais podemos distinguir cinco tipos principais:

Sistemas de painéis alveolares protendidos; sistema de painéis com nervuras

protendidas (seções “T” ou duplo “T”); sistema de painéis maciços de concreto;

sistemas de lajes mistas; sistemas de laje com vigotas pré-moldadas. As principais

vantagens desse sistema pré-moldado para pavimentos são a rapidez da

construção, ausência do escoramento, a diversidade de tipos, alta capacidade de

vencer vãos e sua economia (ACKER, 2002).

Page 29: TCC Final Leandro Leonardo

28

FIGURA 6 - Pisos pré-fabricados e coberturas de grande vão para edifícios de uso geral.

Fonte: ACKER (2002)

4.1.4.5 Sistemas Celulares

As unidades celulares são algumas vezes utilizadas para algumas

partes das construções, como por exemplo, banheiros cozinhas, garagens, etc. Esse

sistema é vantajoso, pois é rápido, a sua fabricação é industrializada até o término, e

os equipamentos celulares podem ser montados completamente na fábrica.

Entretanto, estes sistemas apresentam maiores dificuldades para o transporte e

menor flexibilidade arquitetônica (ACKER, 2002).

FIGURA 7 - Esquema da construção com sistema celularFonte: ACKER (2002).

Page 30: TCC Final Leandro Leonardo

29

4.1.5 Fabricação

A fabricação, ou confecção da peça pré-moldada varia para diferentes

tipos de peças. Porem todos tem o mesmo princípio: preparo da peça para que

atenda perfeitamente os requisitos da aplicação. São fabricados Segundo Acker

(2002), geralmente são compostas por elementos padronizados, podendo ter

tamanhos e formas diferentes, como: vigas retangulares, vigas I para cobertura,

lajes de duplo T para pisos, etc. Suas dimensões e desempenhos são fornecidos

pelos fabricantes. Para planejar, o projetista precisa escolher os elementos mais

apropriados para seu projeto (ACKER, 2002).

4.1.6 Principais Peças ou Módulos

4.1.6.1 Pilares

Os pilares de concreto pré-moldado são fabricados em várias formas e

dimensões. Sua superfície é lisa com bordas chanfradas. Em geral, os pilares

necessitam de uma seção transversal mínima de 300 mm, não por só por motivos de

manuseio, também para acomodar ligações pilar-viga. Essa largura mínima de 300

mm prevê uma resistência ao fogo para cerca de duas horas, tornando possível sua

aplicação destes elementos em edificações com diferentes usos.

Nos níveis dos pavimentos, os pilares possuem insertos estruturais ou

consolos para prover suporte para as vigas. A posição dos insertos ou consolos

pode variar para possibilitar ligações em níveis diferentes em cada face do pilar, mas

é preferível e mais econômico manter essas variações ao mínimo possível. Os

pilares com altura máxima de 20 a 24 metros podem ser fabricados e executados

como uma peça, sem ligações ou juntas, também é normal a prática de se trabalhar

com pilares segmentados nas alturas dos pavimentos (ACKER, 2002).

Page 31: TCC Final Leandro Leonardo

30

4.1.6.2 Vigas

Os tipos mais comuns de vigas pré-moldadas para traves planas

aporticadas e para estruturas de esqueleto são (ACKER, 2002):

4.1.6.2.1 Vigas de cobertura

Vigas com altura variável são normalmente utilizadas em edificações

industriais, onde se podem requerer maiores vãos. A seção transversal e forma de

“I” são geralmente usadas para vigas protendidas. A inclinação fica em torno de 5 e

12%, seus tamanhos ficam estipulados na tabela 2 (ACKER, 2002).

TABELA 2 - Dimensões normais para vigas de cobertura com altura variável

Largura (mm) Altura (mm) Esp. da Alma (mm) Vão (mm)250 – 300 800 – 1400 80 – 120 10 - 25300 – 400 1200 – 2000 80 – 120 15 – 25300 - 500 1300 - 2500 80 - 120 25 - 40

Fonte: ACKER (2002)

Outras seções transversais de vigas são as vigas “I” retas, as

retangulares e as vigas tipo “shed”. As vigas “I” retas são aplicadas em coberturas e

pisos, a escolha de altura padronizada é normalmente mais limitada do que as vigas

de cobertura declinadas. Recomenda-se o uso dessas para grandes vãos e para

pisos com cargas elevadas, os vãos ficam entre 10 a 35 m (ACKER, 2002).

Vigas retangulares são bastante comuns. A largura nominal fica entre

300 a 600 mm e a altura varia entre 400 e 800 mm. Os vãos ficam entre 4 e 14 m.

Geralmente, as vigas retangulares possuem dentes de apoio na extremidade para

esconder os consolos dos pilares. Estas vigas geralmente não atuam em ação

combinada com a laje (ACKER, 2002).

Page 32: TCC Final Leandro Leonardo

31

As vigas tipo “Shed” são comumente empregadas na Itália, onde a

escolha de formas e dimensões é disponível no mercado para vãos entre 15 e 28 m

(ACKER, 2002).

FIGURA 8 - Exemplo de cobertura tipo "Shed"Fonte: ACKER (2002)

4.1.6.2.2 Terças (Vigas secundarias da cobertura)

Existem terças com um grande número de seções transversais, são

geralmente empregadas como vigas secundarias em coberturas. A seção

transversal pode retangular ou em forma de “I”. Seu comprimento em vãos varia de

6 a 12 m e a altura de 250 a 600 mm (ACKER, 2002).

4.1.6.2.3 Vigas para pisos (apoio de pisos)

O tipo pré-moldado mais comum é a viga com abas em forma de “L” ou

em forma de “T” invertido. As vigas são em concreto protendido ou armado. Sua

principal vantagem é a redução da espessura total dos subsistemas de piso

(ACKER, 2002).

Page 33: TCC Final Leandro Leonardo

32

FIGURA 9 - Seções típicas e dimensões em vigas com abas invertidas para pisos

Fonte: ACKER (2002).

Dimensões normais:

Comprimento: 4.8 - 14.4 m

Altura (h): 350 - 380 mm

Largura (b) 200 - 500 mm

Largura da aba (b1): 100 - 150 mm

Altura da aba (h1): 150 - 200 mm

Mudanças no nível do piso são acomodadas por vigas em “L”. Onde as

diferenças nos níveis dos pisos nos vãos adjacentes excedem em média 750 mm, a

solução é empregar duas vigas em “L” com lados retos faceando de costas uma

para a outra e separadas por uma pequena folga entre si. Isso é geralmente utilizado

para compor pisos intermediários alternados para estacionamentos, mas também é

necessário se ter uma atenção particular para os tirantes transversais atravessando

a estrutura (ACKER, 2002).

As vigas em “L” para apoios de pisos podem largura idêntica a dos

pilares, conforme figura, ou com largura menor do que o pilar, figura. No primeiro

caso, as lajes faceiam as vigas e o pilar junto ao seu apoio, enquanto no outro caso,

Page 34: TCC Final Leandro Leonardo

33

se faz necessário um recorte nos elementos da laje ao redor dos pilares para

compensar o recesso deixado pela largura menor da viga, criando uma

descontinuidade na face interna da viga de apoio da laje, sendo então o primeiro

caso mais recomendado (ACKER, 2002).

FIGURA 10 - Soluções variantes para largura das vigas de apoio para pisos

Fonte: Acervo do Autor

4.1.6.3 Estacas pré-moldadas

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem, DER/SP (2006),

estacas pré-moldadas de concreto armado protendido servem como fundações

profundas, introduzidos em solo até a profundidade necessária e suficiente para

absorver as cargas estruturais.

A implantação desse material no solo deve ser feito através de

cravação, percussão ou ainda vibração. Para sua implantação sobre níveis d’agua e

necessário primeiramente um guincho para posicioná-las no fundo antes do início da

cravação (DER/SP, 2006).

São fabricados sobre forma circular ou quadradas, podendo ser

fabricadas também em seção hexagonal.

Alguns exemplos de estacas pré-moldadas de concreto:

Page 35: TCC Final Leandro Leonardo

34

FIGURA 11 - Estacas pré-moldadasFonte: DER/SP (2006)

4.1.6.4 Pisos e coberturas

Os sistemas de pisos em concreto pré-moldado oferecem várias

vantagens como ausência de escoramentos, rapidez na construção, faces inferiores

bem acabados, alto desempenho mecânico, grandes vãos, durabilidade, entre

outros. Existe uma grande variedade de sistemas pré-moldados para pisos no

mercado, sendo os cinco principais tipos (ACKER, 2002):

Pisos com lajes alveolares em concreto protendido ou concreto

armado.

Pisos com painéis nervurados protendidos.

Pisos formados por lajes maciças.

Sistemas compostos por meio de placas pré-moldadas (painéis).

Page 36: TCC Final Leandro Leonardo

35

Os principais requisitos estruturais para pisos são a capacidade

portante, rigidez, distribuição de força transversal de cargas concentradas e

distribuição das ações horizontais por meio da ação do diafragma horizontal.

Dependendo do projeto, devem ser atendidas as necessidades de isolamento

acústico, térmico, resistência ao fogo, entre outros (ACKER, 2002).

Principais tipos de pisos: Os pisos são classificados de acordo com sua

produção, sendo completamente ou parcialmente pré-moldado. Os pisos

completamente pré-moldados são compostos por elementos que são totalmente

moldados na fábrica. Após o içamento e posicionamento, os elementos que são

conectados na estrutura e nas juntas horizontais, são grauteadas. Os pisos

parcialmente pré-moldados são compostos de uma parte pré-moldada e por outra

moldada no local, as duas partes trabalham juntas no estágio final, fornecendo

composta capacidade estrutural (ACKER, 2002).

4.1.6.4.1 Pisos Completamente Pré-Moldados

4.1.6.4.1.1 Pisos de Lajes Alveolares

Seus elementos possuem alvéolos (vazios) longitudinais com o

principal propósito de reduzir o peso próprio. As lajes alveolares são principalmente

utilizadas em construções com grandes vãos, como hospitais, escolas, shoppings,

prédios industriais. Outro uso frequente é para construção de apartamentos e

residências, por suas favoráveis em custo e na rapidez da execução (ACKER,

2002).

Page 37: TCC Final Leandro Leonardo

36

FIGURA 12 - Seções transversais típicas dos elementos de laje alveolar protendida

Fonte: ACKER (2002).

São encontradas tanto em concreto protendido como em concreto

armado, onde estão disponíveis em diferentes espessuras para satisfazer diferentes

necessidades de vão e de carga (ACKER, 2002).

Page 38: TCC Final Leandro Leonardo

37

4.1.6.4.1.2 Pisos Nervurados

Geralmente, os painéis nervurados são protendidos, onde suas

principais vantagens são (ACKER, 2002):

Capacidade portante combinado com vãos grandes;

Suas extremidades podem ser chanfradas a um terço da espessura

total para formar uma junta divisória reduzindo a espessura total.

Elementos em duplo T são produzidos como padrão até de 2400 mm

de largura ou 3000 mm de largura, reduzindo o número de elementos a serem

fixados no local. Geralmente, os elementos em forma de “U”-invertido são de 600

mm de espessura.

4.1.6.4.1.3 Elementos de Cobertura

Os elementos de cobertura são principalmente utilizados em

construções comerciais e industriais, para complexos esportivos, entre outros. são

diferentes tipos de elementos, tais como elementos nervurados, chapas de

dobradiças, elementos de asa simples ou duplos, entre outros. As características

principais dos elementos são (ACKER, 2002):

São leves devido às seções transversais esbeltas;

Grandes vãos;

Superfície inferior lisa (dispensa regularização), conforme figura 13;

Algumas seções transversais típicas.

Page 39: TCC Final Leandro Leonardo

38

FIGURA 13 - Seções transversais típicas de elementos de coberturaFonte: ACKER (2002).

Geralmente são executados com concreto leve ou celular para reduzir

seu peso e melhorar as propriedades térmicas. São principalmente utilizadas em

residências e para cobertura de construções industriais e comerciais. Sua principal

vantagem é o isolamento acústico (ACKER, 2002).

4.1.6.4.2 Pisos parcialmente pré-moldados

4.1.6.4.2.1 Sistema misto com placas pré-moldadas

Este sistema é um típico piso parcialmente pré-fabricado que conta

com painéis simples ou nervurados, onde são utilizados como formas permanentes

para o concreto de preenchimento, formando um piso composto, robusto e sólido.

Os comprimentos são ajustados para os vãos, os painéis são feitos tento em

concreto armado, como protendido e sua face inferior possui acabamento liso

(ACKER, 2002).

Para assegurar uma boa interação entre concreto

pré-moldado/concreto fresco, os painéis são produzidos com armaduras treliçadas.

Ela fornece uma melhor resistência e rigidez aos elementos durante o transporte e

instalação (ACKER, 2002).

Suas principais vantagens desse método sobre o moldado no local são

que, fora o escoramento, não necessita de formas no local e a armadura positiva já

está incorporada dentre os painéis para o pré-piso. O banzo superior da treliça, na

Page 40: TCC Final Leandro Leonardo

39

região de preenchimento de concreto, atua como armadura resistente aos

momentos fletores negativos. Podendo ser projetada como uma laje continua

(ACKER, 2002).

FIGURA 14 - Exemplo de sistema misto para piso com painéis pré-moldados e armadura treliçada

Fonte: ACKER (2002)

4.1.6.4.2.2 Sistemas Compostos por Lajes com Vigotas

Esse tipo de piso composto é feito com os seguintes componentes

(ACKER, 2002):

Vigotas pré-moldadas (componentes portantes principais) posicionadas

paralelamente, com espaçamento entre 0.4 e 0.8 m umas das outras.

Os blocos pré-fabricados de preenchimento podem ser cerâmicos (Fig.

15a e 15d), de concreto normal ou leve (Fig. 15), de poliestireno expandido (Fig.

15c).

O concreto de enchimento algumas vezes pode ser combinado com

uma camada de cobertura integral de concreto, e se necessário pode ser armado.

Page 41: TCC Final Leandro Leonardo

40

FIGURA 15 - Seções transversais típicas de pisos com vigotas e blocos de enchimento

Fonte: ACKER (2002).

4.1.6.5 Escadas

As escadas pré-fabricadas impressionam devido a seu acabamento e

custo razoável, tradicionalmente, escadas pré-moldadas no local consomem muita

mão-de-obra, sendo sempre necessário um material adicional para o acabamento

final e o custo total é geralmente subestimado. Os elementos pré-moldados de

concreto para escadas são produtos industrializados, com alto grau de acabamento,

variando de superfícies lisas regulares até concreto polido (ACKER, 2002).

4.1.6.5.1 Escadas Retas

Feitas de lances individuas de escadas pré-moldadas, ou de lances e

patamares combinados. Nessa última solução pode haver níveis diferenciais nos

pavimentos e meios patamares, necessitando de um friso de acabamento ou outra

solução (ACKER, 2002).

Page 42: TCC Final Leandro Leonardo

41

FIGURA 16 - Patamares isoladosFonte: ACKER (2002).

FIGURA 17 - Patamares combinadosFonte: ACKER (2002).

Page 43: TCC Final Leandro Leonardo

42

4.1.6.5.2 Escadas Monobloco

Podem ser expirais e alto-portantes e constituem-se de uma só peça

(ACKER, 2002).

FIGURA 18 - Escadas pré-moldadas tipo monoblocoFonte: ACKER (2002)

4.1.7 Formas

Acker (2002, p. 117), cita que:

Uma propriedade importante do concreto é a sua capacidade de ser moldado em qualquer forma, possibilitando uma grande variabilidade arquitetônica. As formas dos elementos de concreto não estão limitadas às superfícies planas, mas também podem assumir superfícies arredondadas. Os contornos dos painéis podem apresentar formas simples e elegantes para um edifício moderno ou mesmo contornos clássicos para compor fachadas tradicionais com pedra natural. As fôrmas para a pré-moldagem podem ser feitas de materiais plásticos ou mesmo uma forma de borracha sintética moldada a partir de um protótipo em escala real.

Segundo Melhado e Barros (1998), a fôrma pode ser considerada

como o conjunto de componentes cujas funções principais são:

Page 44: TCC Final Leandro Leonardo

43

Dar forma ao concreto (molde);

Conter o concreto fresco e sustenta-lo até que tenha resistência;

Proporcionar textura à superfície do concreto.

As fôrmas devem apresentar algumas propriedades ou requisitos de

desempenho para que possam atender a uma função atribuída, podem se destacar

essas: Resistencia mecânica à ruptura; Resistencia contra a deformação;

Estanqueidade; Regularidade de sua geometria; Textura superficial adequada ao

seu uso; Estabilidade dimensional; Correto posicionamento da armadura. Baixa

aderência ao concreto; Facilitar o lançamento e adensamento do concreto;

Segurança; Economia;

Uma forma para desempenhar adequadamente as suas funções

apresentara de um modo geral, o seguinte percentual de custo com relação ao

edifício (figura 19):

Custo da forma = 50% do custo de produção do concreto armado;

Custo do concreto armado = 20% do custo da obra como um todo;

Custo da forma = 10% do custo global da obra (MELHADO e BARROS,

pag.6 1998).

FIGURA 19 - Custo comparativo de uma estrutura de concreto armadoFonte: MELHADO E BARROS (1998).

Page 45: TCC Final Leandro Leonardo

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De acordo com MELHADO (1998), as fôrmas são estruturas

provisórias, porém, devem ser concebidas. Os esforços atuantes em quaisquer

peças constituintes do sistema de formas são dados por:

Peso próprio das formas;

Peso do concreto e do aço;

Sobrecarga: trabalhadores, jericas e outros equipamentos

utilizados no lançamento e adensamento;

Empuxo adicional devido a vibração.

4.1.7.1 Tipos de fôrmas

Segundo Mamede (2001), a conformação final do elemento pré-

moldado ficará condicionada ao material utilizado na confecção da forma. Para

definir o material, depende do tipo de requisito: dimensões finais, tolerâncias,

acabamentos, tipo de adensamento, tipo de cura e número de reutilizações.

Para Mamede (2001), os materiais mais utilizados nas fôrmas são o

aço e a madeira. A madeira é o material mais barato, mas o custo das fôrmas devem

ser compostos, considerando o número de reutilizações, pois a duração da fôrma de

madeira é inferior à de aço, podendo ser comprovada na tabela.

TABELA 3 - Número de reutilizações de fôrmas em função do material adotado

Material utilizado Número de reutilizaçõesMadeira s/ tratamento 20 a 80Madeira tratada 30 a 120Madeira revestida c/ aço 30 a 150Concreto/argamassa 100 a 300Plástico reforçado c/ fibra de vidro 80 a 400Aço (forma desmontável) 500 a 800Aço (forma não desmontável) 800 a 1200

Fonte: (EL DEBS, 2000).

Page 46: TCC Final Leandro Leonardo

45

Mamede (2001) afirma também que, as formas de madeira não podem

ficar em contato com a água e nem vapor. Situação que é imposta pela cura dos

pré-moldados. Madeiras estão sujeitas ao inchamento e deterioração rápida.

Antes da liberação para concretagem, as formas devem passar por

algumas verificações, dentre elas:

Dimensões – Devem estar em concordância com o projeto, e com

as tolerâncias permitidas. Cuidados com posição de furos, recortes

e saliências. Verificar: alinhamento, nivelamento, prumo e

esquadro;

Estanqueidade – Correta montagem e fechamento das partes

componentes da fôrma. Vedação eficiente;

Superfícies – Devem estar limpos, sem incrustações de concreto,

pontos de solda ou qualquer produto estranho à forma;

Desmoldantes – Aplicar uma película fina na superfície da fôrma,

remover os excessos com estopa ou pano seco.

Alguns exemplos comuns de fôrmas:

FIGURA 20 - Fôrma metálica de escada pré-moldadaFonte: Mamede (2001).

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FIGURA 21 - Fôrma metálica de laje pré-moldadaFonte: Mamede (2001).

FIGURA 22 - Fôrma metálica de Pilar pré-moldadoFonte: Mamede (2001).

4.1.8 Transporte e Montagem

Mamede (2001) afirma que, a forma de transporte dos pré-moldados já

deve estar definida antes do planejamento do canteiro, permitindo assim uma prévia

configuração do local de armazenamento e equipamentos de içamento. Quando

produzido em próprio canteiro, é necessário o planejamento de área destinada às

unidades produtivas.

Page 48: TCC Final Leandro Leonardo

47

O transporte e manuseio de pré-moldados leves podem ser feitos por

processo manual ou com equipamentos auxiliares, como elevadores, paletes e

gruas de pequeno porte (MAMEDE, 2001).

Na etapa de produção de pré-moldados leves, os transportes

horizontais mais comuns são:

Manual, jericas ou carros porta palete, com consta na figura 23;

Empilhadeira;

Pórtico móvel.

Para transporte de concreto ou argamassa fresca até seu lançamento

nas formas, em distâncias e volumes reduzidos, “Jericas” tornam-se uma opção

eficiente (MAMEDE, 2001).

FIGURA 23 - Carrinho porta paleteFonte: MAMEDE (2001).

Segundo Mamede (apud LICHTENSTEIN, 1987, p. 139): “o emprego

do carro porta palete para a movimentação horizontal tem seu uso restringido

basicamente pela qualidade da via por onde deve transitar o carro. Em vias de má

qualidade (sobre solo, por exemplo) é praticamente inviável a sua locomoção

carregado”.

O transporte em conjunto de peças promove a redução do manuseio

de cada peça individualmente e diminui a possibilidade de danos. Já a etapa de

transporte do local de estocagem ou produção até o local de utilização, geralmente é

Page 49: TCC Final Leandro Leonardo

48

vertical, requerendo guindastes ou elevadores. Os guindastes empregados na

construção civil classificam-se em: móveis ou torre (gruas).

Carraro (1998) publicou resultados em uma pesquisa sobre tecnologia

construtiva na grande São Paulo, mostrando quais tipos de transportes verticais

mais usados. Resultado que 67% utilizam elevador de carga, enquanto apenas 11%

usavam somente grua e 22% usavam os dois tipos.

4.2 Moldados In Loco

4.2.1 Conceito dos Moldados In Loco

O conceito de Moldados in loco é uma estrutura ser moldada já em sua

posição final, e esse conceito é antigo, segundo Bastos (2006), em 1770 associaram

ferro mais pedras para formar vigas como as modernas, com barras longitudinais na

tração e transversais nas cortantes. A partir daí já se pode dizer que os “moldados in

loco” já existiam, pois eram moldados já em sua posição final.

A concretagem e a fase final de todo um processo de elaboração de

elementos de infraestrutura e superestrutura. Ela só poderá ser liberada para

execução depois de verificado se as formas estão limpas e consolidadas, se

armaduras estão posicionadas corretamente e se existir, as instalações,

devidamente embutidas.

Nessa etapa que abrange lançamento, adensamento e cura do

concreto, e extremamente importante à presença do engenheiro residente.

4.2.2 Concretagem

Segundo o site da Comunidade da Construção (2013), a concretagem

é a etapa final e de menos duração na execução das estruturas. Essa etapa

necessita de grande planejamento e cuidados, pois é nela que poderá ocorrer a

Page 50: TCC Final Leandro Leonardo

49

maioria dos erros de projeto. É sempre válida uma boa conferencia e

acompanhamento do responsável técnico.

4.2.2.1 Transporte

O transporte interfere muito na etapa da concretagem, pois é onde irá

determinar as características do concrete, como trabalhabilidade por exemplo. O

sistema escolhido deve ser tal que o lançamento seja direto na forma, evitando

depósito e transferências de equipamentos (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO,

2013).

O tempo de transporte dever ser o menor possível para que o tempo no

interfira na redução da trabalhabilidade. De acordo com o grau de racionalização

proporcionado pelo sistema de transporte:

TABELA 4 - Sistema de TransportesSistema de Transporte

Capacidade

Características

Carrinho de mão

Menos de 80 litros

Concebido para movimentação de terra, seu uso é improdutivo, pois há a dificuldade de equilíbrio em apenas uma roda.

Jerica110 a 180 litros

Evolução do carrinho de mão, facilita a movimentação horizontal do concreto.

Bombas de concreto

35 a 45 m3/hora

Permite a continuidade no fluxo do material. Reduz a quantidade de mão de obra.

Grua e caçamba

15 m3/hora

Realiza a movimentação horizontal e vertical com um único equipamento. Apresenta um abastecimento do concreto descontinuado. Libera o elevador de cargas.

Fonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013).

Para a escolha e o dimensionamento do sistema de transporte do

concreto, considere:

O volume a ser concretado.

Page 51: TCC Final Leandro Leonardo

50

A velocidade de aplicação.

A distância - horizontal e vertical - entre o recebimento e a utilização.

O arranjo físico do canteiro.

4.2.2.2 Lançamento

É realizado pelo próprio equipamento de transporte. Devido à maior

probabilidade de segregação do concreto durante as operações de lançamento, a

consistência deve ser escolhida em função do sistema a ser adotado

(COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2013).

O concreto preparado na obra deve ser lançado logo após o

amassamento, não sendo permitido intervalo superior à 1 hora após o preparo.

No concreto bombeado, o tamanho máximo dos agregados não deve

ser superior a 1/3 do diâmetro do tubo no caso de brita ou 2/5 no caso de seixo

rolado.

Em nenhuma hipótese o lançamento pode ocorrer após o início da

pega.

Nos pilares, a altura de queda livre do concreto não pode ser superior a

2 m, pois pode ocorrer a segregação dos componentes.

Nas lajes e vigas, o concreto deve ser lançado encostado à porção

colocada anteriormente, não devendo formar montes separados de concreto para

distribuí-lo depois. Esse procedimento deve ser respeitado, pois possibilita a

separação da argamassa que flui à frente do agregado graúdo.

Nas lajes, se o transporte do concreto for realizado com jericas, é

necessário o emprego de passarelas ou caminhos apoiados sobre o assoalho da

fôrma, para proteger a armadura e facilitar o transporte.

4.2.2.3 Adensamento

Page 52: TCC Final Leandro Leonardo

51

Atividade que tem como função retirar os vazios do concreto,

diminuindo a porosidade e, consequentemente, aumentando a resistência do

elemento estrutural. Tem também a função de acomodar o concreto na fôrma, para

tornar as superfícies aparentes com textura lisa, plana e estética (COMUNIDADE DA

CONSTRUÇÃO, 2013).

A energia e o tempo de adensamento dependem da trabalhabilidade do

concreto, devendo crescer no sentido do emprego de concretos de consistências

plásticas para secas. O adensamento pode ser realizado de forma manual ou

mecânica.

No adensamento manual, utilizam-se barras de aço ou de madeira, que

atuam como soquetes estreitos, que expulsam as bolhas de ar do concreto. É um

procedimento que exige experiência e tem baixa eficiência, de modo que deve ficar

restrito a serviços de pequeno porte, utilizando-se neste caso concretos com

abatimentos superiores a 8 cm, tendo as camadas de concreto uma espessura

máxima de 20 cm. Geralmente, o adensamento é realizado mecanicamente e, neste

caso, o equipamento mais utilizado é o vibrador de imersão.

Quando utilizar esse equipamento, a espessura das camadas não deve

ser superior a 3/4 do comprimento da agulha e a distância entre os pontos de

aplicação do vibrador deve ser de 6 a 10 vezes o diâmetro da agulha. Para agulhas

com diâmetros de 35 a 45 mm, as distâncias variam de 25 a 35 cm (COMUNIDADE

DA CONSTRUÇÃO, 2013).

No caso de lajes, pode-se empregar também a régua vibratória, que

tem a vantagem de nivelar e adensar simultaneamente. O manuseio desse

equipamento exige certa habilidade por parte de quem opera, além de possuir

limitações quanto às dimensões e espessura da laje (COMUNIDADE DA

CONSTRUÇÃO, 2013).

Page 53: TCC Final Leandro Leonardo

52

FIGURA 24 - Vibração cautelosa para não atingir a armaduraFonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013).

Cuidados:

Durante o adensamento, deve-se evitar a vibração da armadura, para

que não se dormem vazios ao seu redor, prejudicando a aderência da armadura ao

concreto.

Deve-se também manter uma distância de aproximadamente 10 cm da

fôrma, para não forçar excessivamente as paredes laterais.

O tempo de vibração depende da frequência de vibração, abatimento,

forma dos agregados e densidade da armadura. É melhor vibrar por períodos curtos

em pontos próximos do que por muito tempo em pontos mais distantes.

O excesso de vibração produz segregação, de modo que o

adensamento deve ser cessado quando a superfície se tornar lisa e brilhante e

quando não aparecer mais bolhas de ar na superfície.

Page 54: TCC Final Leandro Leonardo

53

4.2.2.4 Nivelamento

Também denominada sarrafeamento, é uma atividade realizada nas

lajes e vigas. A ferramenta empregada é o sarrafo, que pode ficar apoiado em

mestras, que por sua vez definem a espessura das lajes. Para essa atividade, é

recomendável que a fôrma da laje esteja nivelada, pois isso facilita o posicionamento

correto das mestras.

A fim de obter maior controle no nivelamento das lajes, pode-se

empregar taliscas ou mestras metálicas. No caso dos pilares, em vez do

nivelamento, é realizada uma conferência do prumo, pois durante a concretagem as

fôrmas podem sair do ajuste inicial (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2013).

4.2.2.5 Cura

Cura é o conjunto de medidas que tem como finalidade evitar a

evaporação prematura da água necessária à hidratação do cimento. Consiste em

realizar o controle do tempo, temperatura e condições de umidade após o

lançamento do concreto nas fôrmas, como demonstra a figura 26. A realização da

cura é fundamental para a garantia da resistência desejada na estrutura, pois evita a

ocorrência de fissuração plástica do concreto, uma vez que impede a perda precoce

da umidade. Essa proteção precisa ser feita atentando-se para os seguintes fatos

(COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2013):

A cura deve ser iniciada assim que a superfície tenha resistência à

ação da água.

No caso de lajes, recomenda-se a cura por um período mínimo de 7

dias.

O concreto deve estar saturado com água até que os espaços

ocupados pela água sejam inteirados por produtos da hidratação do cimento.

Em peças estruturais mais esbeltas ou quando empregado concreto de

baixa resistência à compressão, deve-se realizar a cura com bastante cuidado, pois,

nessas situações, ocorre um decréscimo de resistência à compressão caso a cura

Page 55: TCC Final Leandro Leonardo

54

não seja realizada. As temperaturas iniciais são as mais importantes para o

concreto, sendo as baixas temperaturas mais prejudiciais ao crescimento da

resistência, enquanto as altas o aceleram. Dessa forma, no inverno, deve-se tomar

cuidado com resistências menores em idades baixas entre 7 ou 14 dias, enquanto

no verão haverá maior crescimento, desde que a cura seja realizada

adequadamente.

O melhor agente de cura é a água potável. Na impossibilidade de

utilizá-la, podem ser empregadas as películas, produtos obtidos por soluções ou

emulsões aquosas de resinas e parafinas que se depositam durante certo prazo

sobre a superfície do concreto, impedindo a dessecação prematura. Após esse

período são naturalmente destruídas ou carreadas pela ação das intempéries,

restabelecendo a superfície natural do concreto (COMUNIDADE DA

CONSTRUÇÃO, 2013).

FIGURA 25 - Tipos de CuraFonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO: CONCRETAGEM – PRÁTICAS

Page 56: TCC Final Leandro Leonardo

55

4.2.3 Principais Elementos

Para Bastos (2006), as construções de concreto armado principiante

moldadas in loco, independentemente de serem de grande ou de médio porte,

apresentam 3 principais elementos: lajes, vigas e pilares. Esses três elementos são

considerados os 3 mais importes na estrutura de concreto armado. Além desses

elementos, podem ser usados outros tipos de elementos como: blocos, sapatas de

fundação, estacas, tubulões, consolos, vigas-parede, tirantes, etc.

Alguns dos principais elementos:

4.2.3.1 Lajes

Segundo Bastos (2006):

As lajes são os elementos planos que se destinam a receber a maior parte das ações aplicadas numa construção, como de pessoas, móveis, pisos, paredes, e os mais variados tipos de carga que podem existir em função da finalidade arquitetônica do espaço físico que a laje faz parte.

Nas lajes as cargas atuando principalmente perpendicular ao plano e

podem ser divididas em: distribuída na área o peso próprio, revestimento de piso,

entre outros, distribuídas linearmente nas paredes ou forças concentradas no pilar

apoiado sobre a laje (BASTOS, 2006).

Principalmente, as forças resultantes das lajes são descarregadas nas

vigas de apoio nas bordas, mas também podem ser transferidas diretamente para

um pilar. (BASTOS, 2006).

Page 57: TCC Final Leandro Leonardo

56

FIGURA 26 - Laje maciças de concreto armadoFonte: BASTOS (2006).

As lajes maciças são principalmente utilizadas em obras de grande

porte e/ou de vários pavimentos, como escolas, hospitais, devido ao seu custo.

Essas lajes variam com espessuras normalmente entre 7 a 15 cm (BASTOS, 2006).

FIGURA 27 - Lajes maciças sendo concretadasFonte: BASTOS (2006)

Page 58: TCC Final Leandro Leonardo

57

Os tipos de lajes moldados in loco são: maciça apoiada nas bordas,

nervurada, lisa e cogumelo. Para Bastos (2006, p. 23), “Laje maciça é um termo que

se usa para as lajes sem vazios apoiadas em vigas nas bordas. As lajes lisas e

cogumelo também não têm vazios, porém, tem outra definição”.

“Lajes cogumelo são lajes apoiadas diretamente em pilares com

capitéis, enquanto lajes lisas são as apoiadas nos pilares sem capitéis” (NBR

6118/03, item 14.7.8). Essas lajes não possuem grande parte das vigas como

principal vantagem sobre as lajes maciças só que por outro lado elas apresentam

espessuras maiores (BASTOS, 2006).

As lajes tipo lisas são usuais em quase todos tipos de estruturas,

desde das de grande porte até de médio porte, inclusive até 20 pavimentos. Elas

têm um custo menor e são mais rápidas na construção, mas elas apresentam

maiores deformações (BASTOS, 2006).

FIGURA 28 - Exemplos de lajes lisas e cogumeloFonte: BASTOS (2006).

Capitel é o um elemento na ligação entre a laje o pilar, onde a

espessura da laje é maior e tem a função de aumentar a sua capacidade de

Page 59: TCC Final Leandro Leonardo

58

resistência as forças cortantes e de flexão nessas regiões, onde ocorre sua mais alta

concentração.

FIGURA 29 - Capitel de laje cogumeloFonte: BASTOS (2006).

Como consta na NBR 6118 as “Lajes nervuradas são as lajes

moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para

momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado

material inerte” (NBR 6118/03, item 14.7.7).

Page 60: TCC Final Leandro Leonardo

59

FIGURA 30 - Laje nervurada moldada no local com bloco de concreto celular autoclavado

Fonte: BASTOS (2006).

Existem também lajes moldadas in loco onde não se utiliza

complemente de enchimentos permanente, e sim removíveis, com a demonstra a

figura a seguir:

FIGURA 31 - Lajes nervuradas sem material de enchimentoFonte: BASTOS (2006).

Page 61: TCC Final Leandro Leonardo

60

4.2.3.2 Vigas

Pela definição da NBR 6118/03 (item 14.4.1.1), vigas “são elementos

lineares em que a flexão é preponderante”.

Bastos (2006, p. 26), define as vigas como:

As vigas são classificadas como barras e são normalmente retas e horizontais, destinadas a receber ações das lajes, de outras vigas, de paredes de alvenaria, e eventualmente de pilares, etc. A função das vigas é basicamente vencer vãos e transmitir as ações nelas atuantes para os apoios, geralmente os pilares.

As ações das forças são geralmente perpendiculares ao seu eixo

longitudinal, e podem ser concentradas e distribuídas. No seu eixo longitudinal, as

vigas podem receber forças de compressão ou de tração. As vigas promovem a

estabilidade às ações verticais e horizontais das edificações por proporcionar o

contraventamento das estruturas, assim como as lajes e pilares (BASTOS, 2006).

FIGURA 32 - Viga reta de concretoFonte: BASTOS (2006).

Alguns exemplos de vigas, como vigas baldrames e vigas invertidas na

base de uma parede:

Page 62: TCC Final Leandro Leonardo

61

FIGURA 33 - Vigas baldrames para servirem de uma residênciaFonte: BASTOS (2006).

FIGURA 34 - Viga invertida na base de uma paredeFonte: BASTOS (2006).

4.2.3.3 Pilares

Pilares são “elementos lineares de eixo retos, usualmente dispostos na

vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes” (NBR

6118/2003, item 14.4.1.2). Os pilares são tem a função principalmente de transmitir

Page 63: TCC Final Leandro Leonardo

62

os esforços para a fundação, mas também podem transmitir para outros elementos

como vigas e lajes (BASTOS, 2006).

FIGURA 35 - PilarFonte: BASTOS (2006).

Segundo Bastos (2006, p. 30):

Os pilares são os elementos estruturais de maior importância nas estruturas, tanto do ponto de vista da capacidade resistente dos edifícios quanto no aspecto de segurança. Além da transmissão das cargas verticais para os elementos de fundação, os pilares podem fazer parte do sistema de contraventamento responsável por garantir a estabilidade global dos edifícios às ações verticais e horizontais.

Page 64: TCC Final Leandro Leonardo

63

FIGURA 36 - Pilar no edifícioFonte: BASTOS (2006).

4.2.3.4 Tubulão e Bloco de Fundação

Bastos (2006, p. 33), define:

Os blocos de fundação são utilizados para receber as ações dos pilares e transmiti-las ao solo, diretamente ou através de estacas ou tubulões.Estacas são elementos destinados a transmitir as ações ao solo, por meio do atrito ao longo da superfície de contato e pelo apoio da ponta inferior no solo.

Os blocos podem descarregar suas cargas em 1, 2, 3 estacas, e

teoricamente em n.

Segundo Bastos (2006, p. 34), “Tubulões são também elementos

destinados a transmitir as ações diretamente ao solo, por meio do atrito do fuste com

o solo e da superfície da base”.

Os blocos podem também descarregar sua caras nos tubulões, mas

assim é necessário um reforço na armadura superior (cabeça do tubulão), que passa

a receber diretamente o carregamento do pilar (BASTOS, 2006).

Page 65: TCC Final Leandro Leonardo

64

FIGURA 37 - Bloco sobre: a) estacas e b) tubulãoFonte: BASTOS (2006).

FIGURA 38 - Tubulão em vistoria e desenho esquemáticoFonte: BASTOS (2006).

Page 66: TCC Final Leandro Leonardo

65

FIGURA 39 - Desenho esquemático de bloco sobre três estacas e bloco concretado.

Fonte: BASTOS (2006).

4.2.3.5 Sapatas

Segundo Bastos (2006, p. 36) “As sapatas recebem as ações dos

pilares e as transmitem diretamente ao solo. Podem ser localizadas ou isoladas,

conjuntas ou corridas”.

As sapadas isoladas apoia somente um pilar. As sapatas conjuntas

apoiam dois ou mais pilares. Já as sapatas corridas levam esse nome por que feitas

pela longo do comprimento do elemento que se aplica o carregamento. As sapatas

são mais utilizadas em obras de pequeno porte e o solo tem boa capacidade de

suporte de carga a baixas profundidades (BASTOS, 2006).

FIGURA 40 - Sapata isolada e sapata corridaFonte: BASTOS (2006).

Page 67: TCC Final Leandro Leonardo

66

FIGURA 41 - Detalhe da armação de uma sapata isoladaFonte: BASTOS (2006).

4.2.4 Formas

Conforme Acker (2002), uma propriedade importante do concreto e a

de ser moldado em qualquer forma. As formas tem a função de dar forma ao

concreto fresco na geometria desejada, promover a textura requerida ao concreto e

suportar o concreto fresco até conseguir resistência para auto suporte.

4.2.4.1 Formas de Madeira

Formas de madeiras são mais comumente usadas, por seu baixo

preço, praticidade do carpinteiro, uso de ferramenta pouco complexas e

relativamente baratos. As fôrmas são construídas e sua grande maioria em tabuas

de pinho (araucária – pinheiro do Paraná), sendo chamado de pinho de terceira

categoria. Os elementos mais comuns são as tabuas, sarrafos e pontaletes (UEPG –

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA, 2013).

Alguns modelos de formas de madeira para concreto:

Page 68: TCC Final Leandro Leonardo

67

FIGURA 42 - Tipos de cortes de madeira para formasFonte: UEPG (2013).

FIGURA 43 - Formas de madeira para pilarFonte: UEPG (2013).

Page 69: TCC Final Leandro Leonardo

68

FIGURA 44 - Forma de madeira para vigasFonte: UEPG (2013).

Fonte: Madeirit

longarina

cunha

escora

tirante

cunha

Mão-francesaprumo

tensor

gastalho

Sarrafonivelamento

Painel dalaje

garfo

guia

gravata

FIGURA 45 - Esquema geral de montagem de formas de madeiraFonte: UEPG (2013).

4.2.4.1.1 Chapas Compensadas

Normalmente são usadas em substituição às tábuas nos painéis das

formas dos elementos de concreto armado. São apropriadas para o concreto

aparente, apresentando um acabamento superior ao conseguido com painéis de

Page 70: TCC Final Leandro Leonardo

69

tábuas. Nas obras correntes são utilizadas chapas resinadas, por serem mais

baratas e nas obras onde se requer melhor acabamento, exige-se o uso de chapas

plastificadas, que embora de maior custo, obtém-se um maior número de

reaproveitamento.

No caso da utilização de chapas é recomendável estudar o projeto de

fôrmas a fim de aperfeiçoar o corte de maneira a reduzir as perdas. As bordas

cortadas devem ser pintadas com tinta apropriada para evitar a infiltração de

umidade e elementos químicos do concreto entre as lâminas, principal fator de

deterioração das chapas.

Quando for usar painéis de chapas de compensados para moldar

paredes, vigas altas, pilares de grandes dimensões e bases para assoalhados (lajes)

será conveniente reforçar as chapas a fim de obter um melhor rendimento pelo

aumento da inércia das chapas. Para isso pode-se utilizar reforços de madeira

(ripamento justaposto), peças metálicas ou ainda sistemas mistos de peças de

madeira e metálicas (UEPG, 2013).

Ripas de 1”x2”

A

A

Corte AA

Chapa compensada 1,10x2,20 m

FIGURA 46 Chapa compensada reforçadaFonte: UEPG (2013).

Page 71: TCC Final Leandro Leonardo

70

4.2.4.2 Escoras Metálicas

Os escoramentos metálicos são pontaletes tubulares extensíveis com

ajustes a cada 10 cm, com chapas soldadas na base servindo como calço. No topo

da peça também pode haver uma chapa em “U”, para servir de apoio as peças de

madeira. Alguns cuidados devem ser tomados em relação ao pontalete de madeira,

como uso de placas para apoio em terrenos sem contrapiso, cargas centradas e

pontaletes aprumados (UEPG, 2013).

Forcado p/ caibros

ext

ensíve

l

H

Altura (H) variando de1,80m a 3,30 m

FIGURA 47 - Pontalete de aço extensívelFonte: UEPG (2013).

4.2.4.3 Formas Metálicas

São chapas metálicas de diversas espessuras dependendo das

dimensões dos elementos a concretar e dos esforços que deverão resistir. Os

painéis metálicos são indicados para a fabricação de elementos de concreto pré-

moldados, com as fôrmas permanecendo fixas durante as fases de armação,

lançamento, adensamento e cura. Em geral possuem vibradores acoplados nas

Page 72: TCC Final Leandro Leonardo

71

próprias fôrmas. Nas obras os elementos metálicos mais usados são as escoras e

travamentos. Embora exijam maiores investimentos, as vantagens do uso de fôrmas

metálicas dizem respeito a sua durabilidade (UEPG, 2013).

4.2.4.4 Formas Mistas

Geralmente são compostas de painéis de madeira com travamentos e

escoramentos metálicos. As partes metálicas têm durabilidade quase que infinita (se

bem cuidadas) e as peças de madeira tem sua durabilidade restrita a uma obra em

particular ou com algum aproveitamento para outras obras (UEPG, 2013).

Fonte: Madeirit

tensor

gastalho

.

..

..

..

..

.

..

..

..

..

.

..

..

..

.

..

..

..

..

.

..

..

..

..

sarrafonivelamento

sarrafonivelamento

treliçatelescópica

cimbramento

escoraspontaletes

perfil I

perfil U

FIGURA 48 - Esquema geral de montagem com formas mistasFonte: UEPG (2013).

4.3 Concreto

Page 73: TCC Final Leandro Leonardo

72

4.3.1 História do Concreto

Segundo Bastos (2006), os primeiros materiais a serem empregados

nas construções antigas foram a pedra natural e a madeira, por estarem disponíveis

na natureza. O ferro, o aço e o concreto só foram empregados nas construções

séculos mais tarde.

Bastos (2006, p.1) cita que:

O material considerado ideal para as construções é aquele que apresenta conjuntamente as qualidades de resistência e durabilidade. A pedra, muito usada nas construções antigas, tem resistência à compressão e durabilidade muito elevadas, porém, tem baixa resistência à tração. A madeira tem razoável resistência, mas a durabilidade é limitada. O ferro e o aço têm resistência elevada, mas a durabilidade também é limitada em consequência da corrosão que podem sofrer. O concreto armado surgiu da necessidade de aliar a durabilidade da pedra com a resistência do aço, com as vantagens do material composto poder assumir qualquer forma, com rapidez e facilidade, e com o aço envolvido e protegido pelo concreto para evitar a sua corrosão. Os materiais de construção feitos à base de cimento, chamados “materiais cimentícios”, podem ser considerados os materiais mais importantes produzidos pelo homem, porque lhe possibilitou construir as edificações e todas as principais obras de que necessitava para viver, como por exemplo as habitações, fortificações, aquedutos, barragens, obras sanitárias, pontes, rodovias, escolas, hospitais, teatros, igrejas, museus, palácios, entre tantos outros tipos de construção.

O concreto só teve esse grande uso e desenvolvimento devido a sua

abundancia das matérias primas e em casa quase todas as régios e também por sua

grande versatilidade para aplicação e várias formas (BASTOS, 2006).

De acordo com Bastos (2006, p. 1), pondera-se que:

Na antiguidade foram os romanos os que mais se destacaram na aplicação dos concretos e argamassas, que lhes possibilitou criar espaços amplos em forma de arco, abóbadas e cúpulas, de grandes dimensões. Combinando o concreto da época com tijolos de argila, pedra e outros materiais naturais, conseguiram produzir obras magníficas, inéditas até aquele período, que trouxeram grande desenvolvimento e revolucionaram a Arquitetura da época.

Page 74: TCC Final Leandro Leonardo

73

O Panteão, foi construído em 27 a.C. com concreto de diferente

matérias e em forma abóbada e o Coliseu. O Coliseu foi construído entre 69 e 79

d.C., sendo a maior obra construída pelos romanos, mesclando pedras e concreto.

Essas duas construções foram uns dos exemplos mais marcantes do uso de

concreto na época.

4.3.2 Concreto Armado

O concreto é um material que apresenta baixa resistência às tensões

de tração, e alta resistência à compressão. Eles resistem apenas a 10% de sua

resistência de compressão a tração. Sendo assim, uma grande necessidade de um

material com grande resistência a traça, que é o aço, para que nesse conjunto eles

possam resistir a esses esforços. Nessa junção surge o nome chamado de “concreto

armado”, onde as barras de armadura absorvem as tensões de tração e o concreto

absorvem as tenções de tração e o concreto absorve as tensões de compressão,

onde também as barras de aço podem atuar, típicos em pilares por exemplo.

(BASTOS, 2006)

Para que o conjunto haja com eficiência é essencial e obrigatório que

ocorra aderência entre o concreto e a armadura, pois não basta somente juntar os

dois materiais para ter um sistema de concreto armado atuante. (BASTOS, 2006). O

aço deve ter sobre saliências para que o concreto consiga se aderir melhor as

barras.

Em resumo, pode-se definir o concreto armado como “a união do

concreto simples e de um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de

tal modo que ambos resistam solidariamente aos esforços solicitantes”. De forma

esquemática pode-se indicar que concreto armado é: (BASTOS, 2006).

Page 75: TCC Final Leandro Leonardo

74

FIGURA 49 - Esquema de Concreto ArmadoFonte: Acervo do Autor

A NBR 6118/03 (item 3.1.3) define:

Elementos de concreto armado: “aqueles cujo comportamento

estrutural depende da aderência entre concreto e armadura e nos quais não se

aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa

aderência”.

Armadura passiva é “qualquer armadura que não seja usada para

produzir forças de protensão, isto é, que não seja previamente alongada”.

A armadura do concreto armado é chamada “armadura passiva”, o que

significa que as tensões e deformações nela aplicadas devem-se exclusivamente

aos carregamentos aplicados nas peças onde está inserida (BASTOS, 2006).

FIGURA 50 - Viga de concreto simples (a) e armado (b)Fonte: PFEIL (apud BASTOS, 2006).

Os dois materiais (aço + concreto) só conseguem trabalhar juntos por

que os coeficientes de dilatação térmica dos materiais são praticamente iguais.

Concreto Simples Armadura Aderência Concreto

Armado

Page 76: TCC Final Leandro Leonardo

75

Outros aspectos positivos é que o concreto protege o aço da corrosão (oxidação),

pois ele preenche um espaço entre o ambiente e a armadura (cobrimento),

garantindo a eficiência e a durabilidade do conjunto (BASTOS, 2006).

4.3.3 Concreto Protendido

Segundo Bastos (2006), o concreto protendido é um melhoramento do

concreto armado, onde basicamente é aplicado tensões de compressão nas regiões

da peça. Com o carregamento, as peças serão tracionadas, assim as tensões de

tração diminuirão ou até serão anulado. Com a protensão corrige-se a característica

negativa de baixa resistência do concreto.

A Figura a seguir ilustra os diagramas de tensão num caso simples de

aplicação de tensões prévias de compressão numa viga.

FIGURA 51 - Aplicação de protensão numa viga biapoiadaFonte: BASTOS (2006).

Page 77: TCC Final Leandro Leonardo

76

A NBR 6118/03 (item 3.1.4) define:

Elementos de concreto protendido: “aqueles nos quais parte das

armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de protensão com a

finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os

deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta

resistência no estado limite último (ELU – Estado de Limite Ultimo)”.

Armadura ativa (de protensão): “constituída por barra, fios isolados ou

cordoalhas, destinada à produção de forças de protensão, isto é, na qual se aplica

um pré-alongamento inicial”.

De acordo com Bastos (2006), os tipos de protensão são:

São diversos os sistemas de protensão aplicados nas fábricas e nos canteiros de obra. No sistema de pré-tensão, por exemplo, a protensão se faz pelo estiramento (tracionamento) da armadura ativa (armadura de protensão) dentro do regime elástico, antes que haja a aderência entre o concreto e a armadura ativa. Terminado o estiramento o concreto é lançado para envolver a armadura de protensão e dar a forma desejada à peça. Decorridas algumas horas ou dias, tendo o concreto a resistência mínima necessária, o esforço que estirou a armadura é gradativamente diminuído, o que faz com que a armadura aplique esforços de compressão ao concreto ao tentar voltar ao seu estado inicial de deformação zero. Esse sistema de protensão é geralmente utilizado na produção intensiva de grande quantidade de peças nas fábricas.

4.3.4 Armadura

Segundo Marcellino (2010), nas estruturas de concreto armado as

barras e os fios são posicionados no interior dos elementos estruturais de modo a

absorver esforços específicos. Nos elementos onde sofrem tração, são utilizados

essas barras devido sua maior resistência a tração, como por exemplo, em vigas e

lajes. Nos elementos onde sofrem compressão, a aderência entre o aço e o concreto

permite o trabalho conjunto para absorverem os tensões de compressão, desde que

tomem cuidado para que não ocorra flambagem ou desvio de linearidade das barras,

onde para isso são usados estribos no sentido perpendicular a tensão.

No Brasil, é muito viável economicamente se adotar o sistema das

estruturas de concreto armado nas obras, pois as disponibilidades com que se

Page 78: TCC Final Leandro Leonardo

77

obtêm os componentes do concreto e a facilidade comercial de se encontrarem as

barras e fios de aço, onde o país é grande produtor de minério de ferro e o baixo

custo de obtenção. No ponto de vista econômico, o conjunto do aço mais concreto

consegue aliar resistência mecânica, trabalhabilidade e disponibilidade

(MARCELLINO, 2010).

Atualmente existem vários tipos de aço para os sistemas estruturais e

se caracterizam pelas formas e dimensões da seção transversal e pelo processo de

fabricação. Os tipos de aço que será utilizado na obra são determinados na fase do

projeto e é determinado pela função e o sistema que será utilizado ser o armado ou

protendido e a disponibilidade do material na região (MARCELLINO, 2010).

4.3.4.1 Aderência

O sistema de concreto armado só ocorre devido a aderência entre o

concreto e a armadura. Qualitativamente a aderência pode ser dividida em

aderência por adesão, aderência por atrito e aderência mecânica.

A aderência é a propriedade que impede o deslocamento relativo entre

o concreto e o aço. Assim a associação dos materiais (concreto e aço), transferem

os esforços de uma parte do elemento para outra parte e para o outro material.

Segundo Marcellino (2010), os tipos de aderência são:

1. Aderência por Adesão: É a colagem proporcionada pelas ligações

físico-químicas entre as barras de aço e a pasta de cimento. Essa parcela não é

considerada por ser afetada por pequenos deslocamentos relativos entre a

armadura e o concreto.

2. Aderência por Atrito: O coeficiente de atrito entre os dois materiais é de

0,3 a 0,6 pode ser considerado alto e é devido à rugosidade da superfície das barras

de aço. Mas também não se considera essa parcela de aderência para determinar o

comprimento de ancoragem.

3. Aderência Mecânica: As barras ou fios de aço, mesmo sendo lisas,

apresentam alguma rugosidade superficial por causa do processo de fabricação.

Essa rugosidade proporciona uma aderência mecânica mostrada na figura a seguir.

Page 79: TCC Final Leandro Leonardo

78

FIGURA 52 - Ilustração das aderências da barra lisa (CA-25) e nervuradas (CA-50 e CA-60)

Fonte: Marcellino (2010).

4.3.4.2 Emendas

Segundo Marcellino (2010), os tipos de emendas das barras são: por

traspasse, por luvas com preenchimento metálico ou rosqueados, por solda e por

outros dispositivos devidamente justificados.

4.3.5 Dosagem de Concreto

Segundo Tutikian e Helene (2011, p. ):

Entende-se por estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland são os procedimentos necessários à obtenção da melhor proporção entre os materiais constitutivos do concreto, também conhecido por traço. Essa proporção ideal pode ser expressa em massa ou em volume, sendo preferível e sempre mais rigorosa a proporção expressa em massa seca de materiais.

Os principais materiais passíveis de uso no concreto e são utilizados

para estudo de dosagem são (TUTIKIAN E HELENE, 2011):

Os vários cimentos;

Os agregados miúdos;

Os agregados graúdos;

Page 80: TCC Final Leandro Leonardo

79

A água;

O ar incorporado;

O ar aprisionado;

Os aditivos;

As adições;

Os pigmentos;

As fibras;

Um estudo de dosagem deve ser realizado visando obter a mistura

ideal e mais econômica, numa determinada região e com os materiais ali

disponíveis, para atender uma série de requisitos. Essa série será maior ou menor,

segundo a complexidade do trabalho a ser realizado e segundo o grau de

esclarecimento técnico e prático do usuário do concreto que demandou o estudo

(TUTIKIAN E HELENE, 2011).

Atualmente o estudo de dosagem é mais utilizado para construir mais

com menos consumo de matéria prima. Em alguns casos, o aumento da resistência

mecânica pode reduzir muito o consumo de concreto, principalmente em pilares.

Isso se deve pela evolução do cimento Portland que tem apresentado um melhor

desempenho mecânico nos últimos anos (TUTIKIAN E HELENE, 2011).

Hoje, o mercado e as técnicas construtivas exigem vários tipos de

concretos. Para cada, existe uma literatura especializada e uma série de métodos de

dosagem que prometem obter o concreto ideal e de melhor custo possível, sem

perder suas principais características. Tuitikian e Helene (2011, p. 4) dizem que:

“Essa grande oferta de alternativas está transformando cada vez mais a atividade de

dosagem numa atividade específica, complexa e dispendiosa”.

Nas obras, muitos engenheiros civis se orgulham de produzir e

empregar um suas obras concretos com dosagem feitas por eles. Essas dosagens

concluem concretos de características e custos muitos acimas do necessário, pois

cabe ao tecnologista de concreto com as exigências necessárias, assim realizarão a

dosagem mais econômica para o concreto. Muitos também, por omissão ou falta de

conhecimentos alteram a dosagem e comprometem a segurança, a durabilidade, a

deformidade e os custos futuros de manutenção (TUTIKIAN E HELENE, 2011).

4.3.6 Tipos de Cimentos

Page 81: TCC Final Leandro Leonardo

80

O principal constituinte do cimento é o clínquer, material sinterizado e

peletizado, resultante da calcinação a aproximadamente 1450 ºC de uma mistura de

calcário e argila e eventuais corretivos químicos de natureza silicosa, aluminosa ou

ferrífera, empregados de modo a garantir o quimismo da mistura. (ABCP –

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2013)

Segundo a ABCP (2013), o mercado nacional dispõe de 8 opções, que

atendem com igual desempenho aos mais variados tipos de obras. O cimento

Portland comum (CP I) é referência, por suas características e propriedades, aos 11

tipos básicos de cimento Portland disponíveis no mercado brasileiro. São eles:

TABELA 5 - Tipos de cimento fabricados no Brasil

Page 82: TCC Final Leandro Leonardo

81

Fonte: ABCP (2002).

4.3.6.1 Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732)

Um tipo de cimento portland sem quaisquer adições além do gesso que

é utilizado como retardador da pega, é muito adequado para o uso em construções

de concreto em geral quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas

subterrâneas.

O Cimento Portland comum é usado em serviços de construção em

geral, quando não são exigidas propriedades especiais do cimento. Também é

oferecido ao mercado o Cimento Portland Comum com Adições CP I-S, com 5% de

material pozolânico em massa, recomendado para construções em geral, com as

mesmas características (ABCP, 2013).

4.3.6.2 Cimento Portland CP II (NBR 11578)

Page 83: TCC Final Leandro Leonardo

82

O Cimento Portland Composto é modificado. Gera calor numa

velocidade menor do que o gerado pelo Cimento Portland Comum. Seu uso,

portanto, é mais indicado em lançamentos maciços de concreto, onde o grande

volume da concretagem e a superfície relativamente pequena reduzem a

capacidade de resfriamento da massa. Este cimento também apresenta melhor

resistência ao ataque dos sulfatos contidos no solo. Recomendado para obras

correntes de engenharia civil sob a forma de argamassa, concreto simples, armado

e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento (ABCP, 2013). Veja as

recomendações de cada tipo de CP II:

a) Cimento Portland CP II-Z (com adição de material pozolânico):

Empregado em obras civis em geral, subterrâneas, marítimas e industriais. E para

produção de argamassas, concreto simples, armado e protendido, elementos pré-

moldados e artefatos de cimento. O concreto feito com este produto é mais

impermeável e por isso mais durável.

b) Cimento Portland Composto CP II-E com adição de escória granulada

de alto-forno: Composição intermediária entre o cimento portland comum e o

cimento portland com adições (alto-forno e pozolânico). Este cimento combina com

bons resultados o baixo calor de hidratação com o aumento de resistência do

Cimento Portland Comum. Recomendado para estruturas que exijam um

desprendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por

sulfatos.

c) Cimento Portland Composto CP II-F com adição de material

carbonático - fíler: Para aplicações gerais. Pode ser usado no preparo de

argamassas de assentamento, revestimento, argamassa armada, concreto simples,

armado, protendido, projetado, rolado, magro, concreto-massa, elementos pré-

moldados e artefatos de concreto, pisos e pavimentos de concreto, solo-cimento,

dentre outros.

Page 84: TCC Final Leandro Leonardo

83

4.3.6.3 Cimento Portland de Alto Forno CP III (com escória - NBR 5735)

Segundo a ABCP, o CP III apresenta maior impermeabilidade e

durabilidade, além de baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à

expansão devido à reação álcali-agregado, além de ser resistente aos sulfatos. É um

cimento que pode ter aplicação geral em argamassas de assentamento,

revestimento, argamassa armada, de concreto simples, armado, protendido,

projetado, rolado, magro e outras. Mas é particularmente vantajoso em obras de

concreto-massa, tais como barragens, peças de grandes dimensões, fundações de

máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para

condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com

agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de

estradas e pistas de aeroportos.

4.3.6.4 Cimento Portland CP IV (com pozolana - NBR 5736)

Para obras correntes, sob a forma de argamassa, concreto simples,

armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento. É

especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes

agressivos. O concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais

durável, apresentando resistência mecânica à compressão superior à do concreto

feito com Cimento Portland Comum, a idades avançadas. Apresenta características

particulares que favorecem sua aplicação em casos de grande volume de concreto

devido ao baixo calor de hidratação (ABCP, 2013).

4.3.6.5 Cimento Portland CP V ARI - (Alta Resistência Inicial - NBR 5733)

Com valores aproximados de resistência à compressão de 26 MPa a 1

dia de idade e de 53 MPa aos 28 dias, que superam em muito os valores normativos

Page 85: TCC Final Leandro Leonardo

84

de 14 MPa, 24 MPa e 34 MPa para 1, 3 e 7 dias, respectivamente, o CP V ARI é

recomendado no preparo de concreto e argamassa para produção de artefatos de

cimento em indústrias de médio e pequeno porte, como fábricas de blocos para

alvenaria, blocos para pavimentação, tubos, lajes, meio-fio, mourões, postes,

elementos arquitetônicos pré-moldados e pré-fabricados. Pode ser utilizado no

preparo de concreto e argamassa em obras desde as pequenas construções até as

edificações de maior porte, e em todas as aplicações que necessitem de resistência

inicial elevada e desforma rápida. O desenvolvimento dessa propriedade é

conseguido pela utilização de uma dosagem diferente de calcário e argila na

produção do clínquer, e pela moagem mais fina do cimento. Assim, ao reagir com a

água o CP V ARI adquire elevadas resistências, com maior velocidade (ABCP,

2013).

4.3.6.6 Cimento Portland CP (RS) - (Resistente a sulfatos - NBR 5737)

Segundo a ABCP (2013), o CP-RS oferece resistência aos meios

agressivos sulfatados, como redes de esgotos de águas servidas ou industriais,

água do mar e em alguns tipos de solos. Pode ser usado em concreto dosado em

central, concreto de alto desempenho, obras de recuperação estrutural e industriais,

concretos projetado, armado e protendido, elementos pré-moldados de concreto,

pisos industriais, pavimentos, argamassa armada, argamassas e concretos

submetidos ao ataque de meios agressivos, como estações de tratamento de água e

esgotos, obras em regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas. De acordo com a

norma NBR 5737, cinco tipos básicos de cimento - CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V-

ARI - podem ser resistentes aos sulfatos, desde que se enquadrem em pelo menos

uma das seguintes condições:

a) Teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições

carbonáticas de no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;

b) Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de

escória granulada de alto-forno, em massa;

Page 86: TCC Final Leandro Leonardo

85

c) Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de

material pozolânico, em massa;

d) Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa

duração ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos.

4.3.6.7 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) - (NBR 13116)

O Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) é designado

por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC. Por exemplo: CP III-32 (BC) é o

Cimento Portland de Alto-Forno com baixo calor de hidratação, determinado pela

sua composição. Este tipo de cimento tem a propriedade de retardar o

desprendimento de calor em peças de grande massa de concreto, evitando o

aparecimento de fissuras de origem térmica, devido ao calor desenvolvido durante a

hidratação do cimento (ABCP, 2013).

4.3.6.8 Cimento Portland Branco (CPB) - (NBR 12989)

O Cimento Portland Branco se diferencia por coloração, e está

classificado em dois subtipos: estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em

concretos brancos para fins arquitetônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40,

similares às dos demais tipos de cimento. Já o não estrutural não tem indicações de

classe e é aplicado, por exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não

estruturais.

Pode ser utilizado nas mesmas aplicações do cimento cinza. A cor

branca é obtida a partir de matérias-primas com baixos teores de óxido de ferro e

manganês, em condições especiais durante a fabricação, tais como resfriamento e

moagem do produto e, principalmente, utilizando o caulim no lugar da argila. O

índice de brancura deve ser maior que 78%. Adequado aos projetos arquitetônicos

mais ousados, o cimento branco oferece a possibilidade de escolha de cores, uma

vez que pode ser associado a pigmentos coloridos (ABCP, 2013).

Page 87: TCC Final Leandro Leonardo

86

4.3.7 Agregados

Segundo Bastos (2006), os agregados são os materiais granulosos e

inertes que fazem parte da composição do concreto. Os agregados fazem parte de

70% da composição do concreto e são os matéria de menor custo em relação aos

outros componentes.

Os agregados podem ser classificados quanto a sua origem e podem

ser naturais ou artificiais. Os naturais são aqueles que são encontrado na natureza e

são utilizados sem qualquer alteração, como areias de rios. Os artificiais são aquele

que são retirados na natureza com uma forma e são transformados para serem

utilizados, como as britas originárias da trituração de rochas. Os agregados podem

também ser classificados em leves, normais e pesados (BASTOS 2006).

A granulometria dos materiais irão influenciar no uso, no acabamento

desejado e na sua resistência.

4.3.7.1 Agregados miúdos

São determinados, segundo classificação de dimensão, que todo os

grãos que tenham diâmetro máximo igual ou inferior até 4,8 mm. Como exemplo

mais comuns às areais (BASTOS, 2006).

Page 88: TCC Final Leandro Leonardo

87

FIGURA 53 - Agregado miúdo (areia)Fonte: BASTOS (2006).

4.3.7.2 Agregado Graúdo

Segundo classificação de dimensão, todos grão com diâmetro máximo

superior a 4,8 mm, são determinados como agregados graúdos.

As britas (agregados artificiais) que são os agregados graúdos mais

utilizados para constituir o concreto e tem as seguintes numerações e dimensões

máximas (BASTOS, 2006):

Brita 0 – 4,8 a 9,5 mm;

FIGURA 54 - brita 0 (pedrisco)Fonte: BASTOS (2006).

Page 89: TCC Final Leandro Leonardo

88

Brita 1 – 9,5 a 19 mm;

FIGURA 55 - Brita 1Fonte: BASTOS (2006).

Brita 2 – 19 a 38 mm;

FIGURA 56 - Brita 2Fonte: BASTOS (2006).

Page 90: TCC Final Leandro Leonardo

89

Brita 3 – 38 a 76 mm;

FIGURA 57 - Brita 3Fonte: Acervo do Autor

Pedra-de-mão - > 76 mm.

4.3.8 Água

É extremamente necessário o uso de água para que ocorra a chamada

hidratação no concreto, que é a reação do química do cimento, que garantir que o

cimento atinja a resistência e a durabilidade desejada do concreto (BASTOS, 2006).

O fator água/cimento é de extrema importância na produção do concreto. A

resistência a estanqueidade, a durabilidade estão diretamente ligados à quantidade

de água que é adicionada na mistura.

A água também tem a função de lubrificar o concreto e dar a

trabalhabilidade desejada, facilitando no seu transporte, adensamento e lançamento

(BASTOS, 2006).

É importe que a água utilizada no concreto seja de boa qualidade.

Todos a água potável para beber pode ser utilizada para o concreto. Águas não

potável devem atender aos requisitos da norma NBR 6118 para serem utilizadas

como água de amassamento e cura.

Page 91: TCC Final Leandro Leonardo

90

4.3.9 Aditivos

São produtos adicionados ao concreto com a finalidade de melhorar ou

modificar suas características. Se usados corretamente facilitam a trabalhabilidade,

diminui a segregação, a pega, o endurecimento, o conteúdo de ar ou de outros

gases no concreto, a resistência a ações físicas, as ações mecânicas, ações

químicas, melhora a durabilidade e a resistência mecânica do concreto (AMORIM,

2010).

4.3.10 Outros Tipos de Concreto

Por ser o concreto um produto resultante da misturas de vários

materiais, onde se pode variar a quantidade de cada matéria prima produzindo

assim uma grande gama de tipos de concreto, em que a escolha depende do local

onde será aplicado (FRANÇA, 2004).

Para França (2004), os tipos são: magro, ciclópico, convencional,

bombeável auto adensável, projetado, aparente, arquitetônico, leve, pesado,

compactado com rolo, para pavimento rígido, de alto desempenho e com fibras.

4.3.11 Controle Tecnológico

Segundo o site Comunidade da Construção (2013), o controle

tecnológico do concreto é de extrema importância para avaliar o desempenho do

concreto. É o controle que pode confirmar se o material apresenta ou não as

características indicadas no projeto, além de identificar e corrigir problemas de

eventual não conformidade com o projeto. Basicamente são dois momentos para a

execução do controle, como descreve o esquema a seguir:

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91

FIGURA 58 - Esquema de Controle TecnológicoFonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013)

4.3.11.1 Concreto Fresco

No recebimento do concreto, primeiramente se verifica o documento de

entrega (nota fiscal) e confere-se se as características de documentos são iguais as

características do projeto. Além disso, deve-se realizar o rastreamento, que é onde o

concreto foi utilizado, identificando a nota fiscal, para que se posteriormente o

concreto não atinja a resistência definida em projeto possa ser retirado de onde foi

executado ou até, se consultado com projetista, se é possível a utilização do mesmo

com essa resistência COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013).

Após esses procedimentos devem-se realizar os seguintes ensaios:

amostragem do concreto fresco, conforme ABNT NBR NM 33.1998; ensaio de

abatimento, que é o “slump test”, conforme ABNT NBR 67; realiza a moldagem dos

corpos-de-prova (CPs), conforme NBR 5738:2003; determinação do teor de ar

incorporado e da massa específica no estado fresco, conforme ABNT NBR 9833

(2009).

Controle tecnológico do concreto

Estado Fresco

Recebimento

Consistencia (a/c)

Estado Endurecido

Aceitação

Resistência a compreção

Page 93: TCC Final Leandro Leonardo

92

FIGURA 59 - Realização de “Slump Test”Fonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013).

4.3.11.2 Concreto Endurecido

Neste caso, os ensaios são realizados em corpos-de-prova moldados

durante a concretagem. Os resultado obtidos vão determinar a aceitação ou a

reprovação do lote de concreto controlado COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

(2013).

Ensaio de Consistência (abatimento): destinado ao concreto dosado

em central, devendo ser realizado em todas as betoneiras.

Ensaio de Resistencia à Compressão (ABNT NBR 5738): Os corpos-

de-prova cilíndricos moldados durante a concretagem, são submetidos a

compressão por uma prensa nas idades determinadas. Os resultados obtidos

nesses ensaios vão determinar a aceitação ou rejeição dos lotes.

Page 94: TCC Final Leandro Leonardo

93

FIGURA 60 - Ensaio de Resistencia à compressãoFonte: COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013).

Segundo Silva (2010), fixa a condição característica da obra pela

resistência do concreto (fck) estipulada no projeto, na idade de "f "dias (efetiva),

definida pela expressão:

Fcj=fck+1,65∗sd

O desvio padrão é defino pela seguinte expressão:

O valor do desvio padrão do concreto irá depender da condição

específica da obra. Segundo a ABNT, se não for conhecido o desvio padrão, os

desvio serão aplicados em relação aos tipos e condições do controle a serem

empregados.

Page 95: TCC Final Leandro Leonardo

94

a) Condição A

Aplicável a concreto de classe C10 à C80 (fck 10 à 80 MPa);

Cimento e agregado medido em massa;

Água medida em massa ou volume com dispositivo dosador;

Determinações precisas e frequentes da umidade dos agregados;

Proposta do sd = 4,0 Mpa

b) Condição B

Aplicável a concretos de classe C10 à C20 (fck 10 à 20 MPa);

Cimento em massa;

Agregado em volume;

Água em volume com dispositivo dosador;

Correção da umidade em pelo menos três vezes da mesma turma de

concretagem;

Volume do agregado miúdo corrigido pela curva de inchamento;

Proposta do sd = 5,5 Mpa

c) Condição C

Aplicável a concretos da classe C10 à C15 (fck 10 a 15 MPa);

Cimento em massa;

Água em volume;

Umidade estimada;

Exige-se para esta condição o consumo mínimo de cimento = 350

kg/m3;

Proposta do sd = 7,0 MPa

Page 96: TCC Final Leandro Leonardo

95

d) CONDIÇÃO D

O desvio padrão (sd) poderá ser igual ao sd de 20 exemplares feito na

obra.

Tabela 6 - Condições ACI 214/86

CONDIÇÃO SD

Condição A 2,8 a 3,5 Mpa

Condição B 3,5 a 4,2 Mpa

Condição C 4,2 a 4,9 Mpa

Page 97: TCC Final Leandro Leonardo

96

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Dentre as principais etapas de cada sistema, serão discutidas

separadamente, sendo elas planejamento; fabricação e concretagem; tempo e

velocidade; formas moldantes; transporte, montagem e modulação; controle de

qualidade e mão-de-obra; sustentabilidade; custos.

Planejamento: Para a execução dos pré-moldados é necessário um

maior planejamento em relação ao sistema in loco, denominado de convencional,

pois o sistema normalmente é modulado e o tempo da execução é diferente deste.

Nos sistemas convencionais, a construção percorre o tempo

gradativamente, já na execução dos pré-moldados o tempo de montagem é bem

mais rápido. Mesmo a montagem sendo rápida a fabricação leva um tempo

considerável, onde o planejamento deverá levar em conta esse tempo necessário

para sua fabricação, para que a vantagem da velocidade prevaleça. O tempo de

fabricação pode variar com a empresa que o fabricará, se tiver o produto desejado

em estoque, ou se será necessário contar o tempo da fabricação.

Esse maior planejamento tem a vantagem de prever também os

possíveis problemas, assim agilizando e evitando erro na execução e na fabricação.

Nessa fase pode haver uma melhor preparação do canteiro de obra para a

montagem, o transporte e melhor momento para a execução, para que não

atrapalhe os outros processos da obra.

Fabricação e Concretagem: As estruturas do sistema de pré-moldados

podem ser fabricadas no canteiro, mas é usual e prático, a fabricação em fábricas

que dão uma maior assistência e controle.

Na fábrica, o controle tecnológico é maior, por ter uma grande

quantidade de concreto utilizado diariamente, sendo possível a construção de uma

usina de concreto onde haverá uma dosagem deste material com maior controle,

podendo ser utilizadas balanças para dosar as medidas corretas de cada agregado

e misturadores, para se ter uma mistura mais homogênea, diminuindo o desperdício

de material, dos custos e aumentando a qualidade do traço, que resultará em um

concreto com a resistência desejada.

A padronização na fabricação dos pré-moldados geram a repetição e

experiência, que geram grandes benefícios, tais como, uma execução no serviço,

Page 98: TCC Final Leandro Leonardo

97

uma conferência mais prática e tecnológica e consequentemente um acabamento

final superior. Essas experiências levam a obter menores chances para erros e

também alterações que beneficiam a execução, pois pela grande repetição é

possível ver esses erros e corrigí-los, melhorando o produto final e seus custos.

A concretagem das estruturas moldadas no local, normalmente em

obras de pequeno porte, é realizada sem controle nenhum. A maioria dos concretos

utilizados na concretagem foram confeccionados em betoneiras, onde há pouco

controle dos agregados, assim resultando em um concreto que talvez não atinja a

resistência desejada.

Tempo e Velocidade: As estruturas pré-moldadas tem um tempo bem

menor de execução. Esse sistema, no cronograma da uma obra, é basicamente

considerado com o tempo da montagem, que é mais rápido que o sistema

convencional, onde será considerada a concretagem, desforma, remoção das

escoras, delongando muito a sua execução.

Nos pré-moldados só é considerado esse processo pois a fabricação é

executada em outro local, assim não usando o tempo da fabricação no cronograma,

agilizando a etapa da estrutura.

Formas: As formas utilizadas nas construções convencionais,

geralmente são de madeira e desse modo não suportam ser utilizadas muitas vezes.

Depois de sua utilização são descartadas como entulho, agravando o problema de

geral de resíduos da construção civil.

Já no sistema de fabricação de pré-moldados, normalmente, se utiliza

formas metálicas e que por sua vez podem ser utilizadas inúmeras vezes, se forem

bem cuidadas, evitado o uso e o desperdício de material muito nobre, caro e que

está ficando escasso, que é a madeira.

Além de seus benefícios ambientais, as formas de metal dão um

melhor acabamento nas peças, evitando assim outro método para acabamento das

peças, como o reboco por exemplo.

As escoras são gastos exclusivos de sistemas de construção in loco,

visto que as peças pré-fabricadas já chegam ao local para a montagem com a sua

resistência muito próxima da final, evitando-as.

Transporte, montagem e modulação: Como normalmente as fábricas

não são no canteiro, exige-se um transporte das peças fabricadas. Dependendo da

Page 99: TCC Final Leandro Leonardo

98

peça, caso seja grande, passa a ser um problema, pois necessitará de uma logística

que pode encarecer o processo.

O transporte não deve ser em excesso para que não necessite

estocagem na obra, onde há uma grande perda de espaço no canteiro e até um

desgaste desnecessário das peças e um sistema eficaz de controle de segurança.

As peças estruturas do sistema de pré-moldados são superdimensionadas, pois são

submetidas a esforços diferentes do de serviço solicitado em sua posição de projeto

final, causados pelo transporte e pela montagem, onde no içamento, os esforços são

invertidos e pelos choques imprevistos.

Na montagem demanda mão-de-obra especializada, aumentado o

custo, mas também a qualidade do serviço e do produto final é considerável. A

velocidade desse processo é alta, assim levando vantagem sobre as construções

convencionais, onde são necessários os processos de concretagem, execução de

formas, escoras, além do tempo para cada processo que é longo.

Alguns sistemas usados para montagem podem ocasionar transtornos

na obra, como guindastes que são muito grandes e que necessitam de um lugar

nivelado e com capacidade para grandes cargas. Se o local for no solo, não terá

tanto problema, mais se for em outro lugar onde não estão preparados para essas

grandes cargas é necessário o uso de escoras ou de qualquer reforço estrutural.

Vale ressaltar que isso também só pode ter o seus benefícios se for muito bem

planejado.

Controle de qualidade e mão-de-obra: Nas fábricas dos pré-moldados,

o controle tecnológico é maior, pois é um ambiente mais controlado e mais fácil para

esses processos. As peças são concretadas e são retirados todos os corpos de

prova para os ensaios. Desse modo os pré-moldados levam a vantagem de que se

não atingirem a resistência necessária pelo projeto, podem ser substituídos sem

grandes transtornos, dependo do tipo de peça e, se já estão instaladas e bloqueadas

para serem retiradas, mas mesmo assim tem mais facilidade de que as estruturas

convencionais. Se isso ocorresse em uma obra do sistema convencional, seria

necessária a demolição da estrutura e em alguns casos poderá abalar algumas

estruturas que apoiavam na peça que foi demolida.

A mão-de-obra é no sistema de pré-moldado é mais específica e mais

qualificada, melhorando a qualidade final do produto.

Page 100: TCC Final Leandro Leonardo

99

Sustentabilidade: As construções convencionais geram muito entulho,

um fator que nos tempos atuais é algo inaceitável, pois no Brasil a reciclagem de

resíduos de construção civil ainda é insuficiente e esses resíduos degradam muito o

meio ambiente, mesmo sendo depositados em local apropriado. Nos pré-moldados o

ambiente de trabalho é mais controlado visando um maior controle de todos os

processos, evitando o desperdício.

Custos: O custo das estruturas pré-moldas são mais elevados do que

as convencionais, devido à produção nas fábricas, que tem o custo do local, da mão-

de-obra especializada e ao seu superdimensionamento, onde as estruturas são

dimensionadas para suprir esforços que não são os de uso comum, que são os

sobre o transporte e a montagem, além do custo para transportar e montar.

As estruturas convencionais, que são moldadas no local, tem um custo

inferior pelo seu dimensionamento não ser preparados para sofrer esses outros

esforços e por não ter o transporte. Apesar disso o custo final do sistema de pré-

moldado é menor que o sistema convencional, pois o seu tempo de execução é

menor, assim não terá mão-de-obra por muito tempo no local; por não usar escoras

e formas, que são de madeira, usualmente, e não são utilizadas varias vezes.

A menor geração de resíduos resulta em menos custo para a

fabricação das peças, onde todo o material adquirido será utilizado, evitando compra

excessivas.

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6 CONCLUSÃO

Devido à grande necessidade de prazos mais curtos que as empresas

e os financiadores impõem às obras, deve-se cada vez mais buscar novos métodos

e sistemas para atender tanto financeiramente quando pela velocidade de execução

de uma obra.

Assim a implementação dos pré-moldados se faz necessária, pois ele

atende todos esses propósitos de maneira muito eficaz, induzindo que o

planejamento, controle de qualidade e agilidade são superiores em relação ao

sistema convencional.

Os custos dos dois métodos são praticamente parecidos. No sistema

dos pré-moldados, o custo inicial é maior, pois as estruturas são

superdimensionadas para atender esforços diferentes de projeto, mas no custo total

esse sistema sai mais barato devido a diminuição dos desperdícios, diminuição de

mão-de-obra, porém está é mais especializada, pois demanda menor tempo de

execução, e todos esses fatores fazem esse barateamento dos sistemas no custo

final.

Todos esses benefícios são comprovados por que nos tempos atuais

esse sistema de modulação e de pré-moldados, vem crescendo muito e com isso

futuramente poderão passar a serem utilizados também em construções de pequeno

e médio porte. É de extrema cautela analisar o empreendimento antes de qualquer

determinação do sistema, pois só assim podem garantir os benefícios.

Conclui-se que o sistema de pré-moldados é mais vantajosa que os

sistemas convencionais, desde custos, qualidade, prazos e cuidados com o meio

ambiente, item que nos tempos atuais são de extrema importância e de grande

valores para a sociedade, não só visando o empreendimento, mas também a

empresa como um todo, que apresentará uma imagem mais confiável e de

qualidade para a sociedade.

Com os custos reduzidos, a redução da mão-de-obra e a diminuição

dos resíduos, pode-se utilizar o ganho para investir eu outras obras, em uma outra

qualidade do acabamento, melhorando o resultado final do empreendimento.

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