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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Responsável: Edmar Wardensk Gervásio Contato: [email protected] ; (41) 3313-4010 Suinocultura - Análise da Conjuntura Agropecuária fevereiro de 2013. 1 - Considerações Iniciais A Suinocultura é uma das atividades da agropecuária mais difundida e produzida no mundo. O porco, espécie precursora do suíno moderno, foi domesticado provavelmente por povos nômades, que em suas mudanças constantes, entenderam como uma vantagem domesticar tal animal. “Os suínos já eram criados há mais de 5.000 anos antes de nossa era, e ainda hoje constituem um dos ramos de grande importância” (VIANNA, pg. 21, 1977). Já na América foi introduzido por Cristóvão Colombo em 1492. No Brasil foram trazidos por Martim Afonso de Sousa em 1532, quando fundou São Vicente no litoral paulista. No cenário atual a carne suína no Brasil é produzida com alta tecnologia, manejo e também possui certificação sanitária. A produção, hoje, ocorre em propriedades pequenas, médias e integradas a grandes processadores como as empresas BR Foods, Grupo Marfrig, Cooperativa Copérdia entre outras. A produção integrada compreende o fornecimento por parte da indústria processadora de insumos e tecnologia, bem como métodos e procedimentos de trabalho. O sistema integrado tem o objetivo de produzir de acordo com as normas e fornecer o produto com qualidade e características solicitadas pela indústria, que por sua vez, é responsável por processar e distribuir aos pontos de venda e finalmente promover o produto para o mercado consumidor com ações de marketing. A carne animal é considerada forma básica de alimentação. Neste sentido, estudiosos defendem que consumo de proteína animal pode ter propiciado o desenvolvimento de forma acelerada do cérebro e consequentemente a inteligência do ser humano. Finalmente na carne encontra-se um grande número de nutrientes, bem como uma quantidade significativa de proteína.

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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento

DERAL - Departamento de Economia Rural

Responsável: Edmar Wardensk Gervásio

Contato: [email protected] ; (41) 3313-4010

Suinocultura - Análise da Conjuntura Agropecuária fevereiro de 2013.

1 - Considerações Iniciais

A Suinocultura é uma das atividades da agropecuária mais difundida e

produzida no mundo. O porco, espécie precursora do suíno moderno, foi

domesticado provavelmente por povos nômades, que em suas mudanças

constantes, entenderam como uma vantagem domesticar tal animal. “Os suínos já

eram criados há mais de 5.000 anos antes de nossa era, e ainda hoje constituem um

dos ramos de grande importância” (VIANNA, pg. 21, 1977).

Já na América foi introduzido por Cristóvão Colombo em 1492. No Brasil

foram trazidos por Martim Afonso de Sousa em 1532, quando fundou São Vicente no

litoral paulista.

No cenário atual a carne suína no Brasil é produzida com alta tecnologia,

manejo e também possui certificação sanitária. A produção, hoje, ocorre em

propriedades pequenas, médias e integradas a grandes processadores como as

empresas BR Foods, Grupo Marfrig, Cooperativa Copérdia entre outras. A produção

integrada compreende o fornecimento por parte da indústria processadora de

insumos e tecnologia, bem como métodos e procedimentos de trabalho. O sistema

integrado tem o objetivo de produzir de acordo com as normas e fornecer o produto

com qualidade e características solicitadas pela indústria, que por sua vez, é

responsável por processar e distribuir aos pontos de venda e finalmente promover o

produto para o mercado consumidor com ações de marketing.

A carne animal é considerada forma básica de alimentação. Neste sentido,

estudiosos defendem que consumo de proteína animal pode ter propiciado o

desenvolvimento de forma acelerada do cérebro e consequentemente a inteligência

do ser humano. Finalmente na carne encontra-se um grande número de nutrientes,

bem como uma quantidade significativa de proteína.

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2 - A Suinocultura no Mundo

A carne suína é a fonte de proteína animal mais consumida no mundo, sendo

praticamente o dobro da carne bovina. Contudo, no Brasil, a carne bovina é a mais

consumida. Segundo o USDA1 – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

(figura 01), no ano de 2012 foram produzidas 104,363 milhões de toneladas de

carne suína, sendo aproximadamente 50% deste total produzido na China. O bloco

da União Europeia, considerando 27 países, é o segundo maior produtor, tendo uma

produção de 22,750 milhões de toneladas. O terceiro maior produtor são os Estados

Unidos com 10,575 milhões de toneladas. China e Estados Unidos representam

59,4% da produção mundial de carne suína. Acrescentando o bloco da União

Europeia este percentual sobe para aproximadamente 82% da produção mundial

total. Já o Brasil representa apenas 3,1% da produção mundial.

FIGURA 01 – PRODUÇÃO MUNDIAL EM (MIL TON.) DE CARNE SUÍNA – 2012 – USDA

FONTE: USDA 2013, elaborado pelo autor.

1 USDA - United States Department of Agriculture.

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2.1 - Consumo Per Capita

Em relação ao consumo de carne suína, as últimas informações mundiais

consolidadas da FAO2 disponíveis na figura 2 logo abaixo, que são de 2009,

demonstram que o maior consumidor per capita é a Áustria com 65,6 kg de carne

suína por habitante ano. Em seguida é a Alemanha com 54,6.

FIGURA 02 – CONSUMO PER CAPITA DE CARNE SUÍNA POR PAÍS - FAO – 2009

FONTE: FAO - http://faostat.fao.org, elaborado pelo autor. 2 Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

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Notadamente a Europa, conforme figura 03, como um todo, é onde o

consumo de carne suína per capita é mais elevado, sendo a América do Norte o

segundo e Oceania o terceiro com maior índice per capita de consumo de carne

suína.

FIGURA 03 – CONSUMO PER CAPITA DE CARNE SUÍNA POR CONTINENTE - FAO – 2009

FONTE: FAO - http://faostat.fao.org, elaborado pelo autor.

O consumo de carne com teor de gordura maior nos países da Europa

remonta períodos remotos da história, sendo um aspecto cultural enraizado em

várias regiões. Em muitos casos o consumo de carne separava e classificava social

e economicamente determinadas sociedades da Europa (NOGUEIRA, 2012).

2.2 – Rebanho Mundial

Segundo dados do USDA o rebanho mundial de suínos estimado em 2012 foi

de 797,6 milhões de cabeças, representando uma redução de 0,4% em relação ao

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rebanho de 2011. As maiores reduções aconteceram na União Europeia, segundo

maior rebanho mundial, que teve uma retração de 1,5%. A China apresentou uma

queda de 0,8%. Os destaques positivos foram o Brasil, que tem o quarto maior

rebanho suíno do mundo, que avançou 4,6% e Estados Unidos com um incremento

de 2,2%.

3 - A Suinocultura no Brasil

A suinocultura no Brasil atualmente é uma atividade exercida, em sua maioria,

de forma integrada à indústria, sendo os produtores independentes a parcela menor

representando menos de 25% da produção total.

3.1 – Rebanho Brasileiro

O rebanho brasileiro de suínos atingiu a marca de 38,9 milhões de cabeças

em 2011, sendo o quarto maior player mundial.

Na região sul do Brasil a suinocultura é uma das atividades mais importantes,

representa quase 50% de toda a produção nacional. Destaques para Minas Gerais e

Rio Grande do Sul que tiveram um incremento do rebanho próximo a 30% nos

últimos seis anos.

FIGURA 04 – REBANHO DE SUÍNOS NO BRASIL – 2006 - 2011

FONTE: IBGE – Pesquisa pecuária municipal, Elaboração SEAB / DERAL.

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3.2 – Abate no Brasil

No Brasil são abatidas 34,9 milhões de cabeças anualmente, representando

uma taxa de desfrute do rebanho de aproximadamente 90%. Na região sul está

concentrado 66% dos abates de suínos, Minas Gerais representa 11,8% e o restante

22,2% nos demais estados brasileiros.

3.3 – Produção de Carne Suína no Brasil

Nos últimos anos a produção de carne suína no Brasil teve uma expansão

significativa. Conforme dados do IBGE, houve um crescimento médio anual em torno

de 8%. Este crescimento é apoiado principalmente na melhoria dos sistemas

produtivos e tecnologia envolvida na produção, bem como o manejo e a melhoria

nos padrões de abate do animal. Por outro lado a principal proteína animal

consumida no Brasil, a carne bovina, ficou estagnada, não tendo aumento na sua

produção e, consequentemente, o consumo também se manteve estável, enquanto

as carnes de frango e suína ganharam mais adeptos.

FIGURA 05 - DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO DE CARNE SUÍNA POR ESTADO

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FONTE: IBGE, elaborado pelo autor.

A Produção brasileira de carne suína está próxima a 3,4 milhões de

toneladas. No último ano (2011) o crescimento foi de 9,5% comparativamente a

2010, segundo dados IBGE 2011.

3.4 - Consumo Per Capita

Atualmente no Brasil a carne suína ainda é pouco consumida

comparativamente às demais fontes de proteína animal, principalmente a bovina e a

de frango que tem um consumo expressivo.

Segundo informações do IBGE, MAPA, SECEX3 em 2010 o consumo per

capita de carne suína chegou a 13,36 kg, um aumento expressivo, demonstrando

que a expansão da oferta e de sua capilaridade está propiciando um aumento maior

que o crescimento da população.

FIGURA 06 - CONSUMO DE CARNE SUÍNA PER CAPITA BRASIL – 2006 – 2011

3 IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento do Brasil. SECEX – Sistema de Comércio Exterior do Ministério de Comércio Exterior.

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FIGURA 07 – EXPORTAÇÃO BRASIL - 2012

FONTE: Agrostat/MAPA, Elaborado pelo autor

FONTE: IBGE, 2010 censo demográfico, 2007 contagem da população, demais anos estimativas. SECEX e MAPA, elaborado pelo autor.

Informações mais recentes demonstram que a expansão do consumo de

carne suína está a pleno vapor. Em 2011 chegou a 14,88 kg por pessoa (figura 06)

uma evolução de 11,42% em comparação a 2010. A média de crescimento de 2006

até 2010 foi em torno de 8% e 2010 para 2011 o incremento no consumo foi bem

mais expressivo.

Este cenário demonstra que o brasileiro está aceitando mais a carne suína, o

que propicia um aumento da produção, bem como expansão da cadeia geral de

produtores de suínos.

3.5 – Exportações

No ano de 2012 o Brasil exportou

576,8 mil toneladas de carne suína o que

representou um avanço de 11,8% no

volume comparativamente ao total

exportado no ano de 2011. Mesmo tendo

um aumento expressivo nos volumes

exportados a receita financeira cresceu

somente 3,9%. Esta redução na receita

é em decorrência da queda drástica do

preço médio praticado por quilo de

carne suína. Em 2011 o preço foi de

US$/kg 2,78 enquanto em 2012 foi de

US$/kg 2,58, um decréscimo de -7,1%.

Contribuíram para o aumento das

exportações brasileiras o volume

expressivo importado pela Ucrânia que

comparativamente a 2012x2011

aumentou em 124,7%, tornando-se o

FIGURA 08 – EXPORTAÇÕES POR PAÍS

FONTE: Agrostat/MAPA, Elaborado pelo autor

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maior mercado importador de carne suína do Brasil. Em segundo lugar aparece a

Rússia tradicional importador da carne suína brasileira que em 2012 perdeu o posto

de maior importador. A Rússia reduziu o volume por alegações de problemas

fitossanitários, principalmente a carne suína originária do Estado do Paraná.

Destaques negativos foram a queda do volume exportado para Hong kong (-

3,9%) e principalmente Argentina e Venezuela que diminuíram as importações em

mais de 44% em 2012 comparado à 2011.

Os Países Hong Kong, Rússia e Ucrânia representam hoje mais de 67% de

todo o volume de carne suína exportado pelo Brasil, ou seja, altamente concentrado

e dependente de poucos mercados. Qualquer advento em um destes países pode

de imediato reduzir o volume exportado em quase 20%, um volume extremamente

significativo.

4 - A Suinocultura no Paraná

O Estado do Paraná é o terceiro maior produtor nacional de suínos,

tendo 22 frigoríficos inscritos SIF - Serviço de Inspeção Federal. Também possuí 55

frigoríficos inscritos no SIP – Serviço de Inspeção Estadual.

No Paraná é estimada a existência de aproximadamente 130.000

propriedades que possuem suínos, contudo destes estima-se que apenas 31.000

tem produção regular e de caráter comercial.

4.1 – Produção e Abate:

O Paraná abateu em 2011 6,6 milhões de cabeças um incremento de 22,2%

em relação a 2010. Estima-se um aumento de 12% nos números consolidados de

2012 x 2011. A resultante do abate foi a produção de 629,6 mil toneladas de carne

segundo informações do IBGE.

O peso médio do animal abatido em 2011 foi de 95,20 kg representando uma

queda de 3,1% em relação a 2010. Para o consolidado de 2012 projeta-se um

aumento no peso médio do suíno, podendo chegar a 99 kg por animal.

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FIGURA 09 – PARTICIPAÇÃO ABATE DE SUINOS POR ESTADO - 2011

FONTE: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal, elaborado pelo autor.

4.2 – Rebanho Paranaense

O rebanho paranaense é composto por 5,45 milhões de cabeças (IBGE,

2011). Este rebanho está distribuído pelo estado, contudo o maior rebanho encontra-

se na cidade de Toledo que representa 8,4% do rebanho total. Em seguida temos

Marechal Cândido Rondon, cidade limítrofe a Toledo, com 6,1% do rebanho

estadual.

Em números consolidados por núcleos regionais (TABELA POR NÚCLEO.).

4.3 – Preços

O ano de 2012 foi difícil para a suinocultura no tocante a preços. Nos meses

de fevereiro até outubro de 2012 a suinocultura operou no vermelho, ou seja, o

preço de custo de produção de referência era superior ao preço médio de venda do

quilo de suíno. No último trimestre do ano os preços reagiram chegando em

dezembro a R$/kg 3,10, o maior preço médio mensal dos últimos três anos.

Este cenário com preços abaixo do preço de custo no ano de 2012 foi

influenciado em grande parte por fechamento de mercado internacionais o que

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ocasionou o aumento da disponibilidade interna de carne e consequentemente

acima da demanda existente, logo puxando os preços para baixo.

A melhora de preços deu-se pela redução de matrizes, adequação da

produção ao novo cenário e principalmente pelo aquecimento da demanda que é

natural no final de ano.

FIGURA 10 – PREÇO MÉDIO PRATICADO AO PRODUTOR

FONTE: SEAB / DERAL, elaborado pelo autor.

4.4 – Exportação

O Paraná é o quarto maior Estado exportador brasileiro com 54,3 mil

toneladas representando 9,4% do total exportado de carne suína pelo Brasil. Os três

estados da região sul correspondem com 74,9% das exportações de carne suína,

sendo Santa Catarina o maior exportador com 35,8% e em seguida com 29,6% Rio

Grande do sul e em terceiro o Estado de Goiás que tem 12,4%. Goiás é o Estado

destaque na evolução das exportações de carne suína. Em 2009 ocupava o quinto

lugar, hoje (2012), ocupa o terceiro lugar.

Em 2012 o maior cliente do Paraná foi Hong Kong correspondendo a 46,4%

do volume exportado pelo Paraná. A exportação Paranaense esta bastante

concentrada, três maiores clientes (figura 11) representam mais de 72% das

importações e qualquer problema em um destes acaba afetando o Paraná. Situação

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esta que aconteceu em 2012, com alegações fitossanitárias a Rússia deixou de

importar carne suína do Paraná. Em 2011 a Rússia representou 22% das

exportações do Paraná e em 2012 não houve nenhuma exportação, logo isto foi

determinante para a queda

de -11,7% na quantidade

exportada pelo Paraná em

2012 comparativamente a

2011. Juntamente ao fato da

ausência do mercado russo a

Albânia e Azerbaijão que em

2011 representaram 4% das

exportações em 2012 foi de

apenas 0,4%, queda de mais

de 90%. Outros países como

Armênia e Congo também

reduziram o volume em mais

de 80%.

Considerando estes fatores as exportações Paranaenses poderiam ter

apresentado um resultado ainda pior, contudo a indústria foi ágil e conseguiu

destinar os produtos para outros mercados e principalmente começou a fomentar

novos mercados.

4.5 – VBP

A suinocultura é uma das atividades mais importantes da pecuária

paranaense chegando a representar 5,3% do Valor Bruto da Produção paranaense,

que corresponde a R$ 2,65 bilhões (DERAL, 2012).

A produção está concentrada no núcleo regional de Toledo que representa

37,6% do Valor Bruto da Produção. Já o núcleo regional de Cascavel corresponde a

16,2%, enquanto que Ponta Grossa é responsável por 13,3%. Finalmente Francisco

Beltrão tem participação de 9,6%. Os demais núcleos, que somam dezenove

unidades, têm participação de 23,4% do total.

FIGURA 11 – EXPORTAÇÕES DO PARANÁ POR PAÍS

FONTE: Agrostat/MAPA, Elaborado pelo autor

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FIGURA 12 – VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO POR NÚCLEO REGIONAL

FONTE: SEAB / DERAL, elaborado pelo autor.

Na figura 12 temos os nove núcleos regionais mais importantes da

suinocultura que chegam a representar mais de 90% do valor bruto da produção.

A suinocultura é uma atividade que ao longo dos anos vem se firmando como

importante atividade no Paraná e a cada ano vem aumentando a sua participação no

valor bruto da produção paranaense.

4.6 – Custos de Produção

No Ano de 2012 a suinocultura apresentou dificuldades em relação aos

custos de produção. Os principais insumos para a produção de suínos tiveram um

aumento expressivo, chegando na maioria dos meses do ano, a ficar maior que o

preço de venda médio pelo produtor.

O custo de produção de suíno é basicamente composto pela alimentação,

chegando a representar 75%, enquanto os demais valores representam 25%.

O produtor viu o preço do milho sair de R$ 20,30 em dez/11 para R$ 26,92

em dez/12 a saca de 60kg, representando um aumento de mais de 32%. Já outro

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insumo importante para o suinocultor, o farelo de soja, teve um aumento no preço da

tonelada de mais de 112%.

Diante disso o produtor viu um aumento muito grande nos custos e o preço do

suíno na maior parte do ano cair.

O Estado do Paraná é hoje o que apresenta o menor custo de produção

dentre os maiores produtores de suíno. O custo fica em R$ 2,93 o quilo, este valor é

6,3% inferior ao custo do maior produtor de suínos, o Estado de Santa Catarina.

FIGURA 13 – VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO POR NÚCLEO REGIONAL

FONTE: Embrapa Suínos e Aves, colaboração de MAPA, CONAB, SEAB e outras Secretárias de agricultura do Brasil, elaborado pelo autor.

Historicamente o Paraná apresenta na maior parte do tempo os menores

custos de produção de suínos, principalmente pela disponibilidade de milho e soja

nas regiões produtoras.

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5 - Perspectivas da Suinocultura Paranaense 2013.

Atualização em: 25/02/2013

5.1 – Cenário Mundial

No cenário mundial a tendência para 2013 é manter a produção de carne

suína e tendo um pequeno incremento em torno de 0,3% a 1,5%. A previsão para o

crescimento da produção Chinesa fica entre 1,1% e 2%, enquanto que EUA a

expectativa é de queda na produção entre -0,8% e -1,5%. A Rússia está estimulando

sua indústria local visando uma redução das exportações, neste sentido a produção

russa poderá ter um crescimento superior a 5%.

5.2 – Cenário Brasileiro

No Brasil tem-se a expectativa que a produção de carne suína aumente entre

7% e 11%, principalmente pelo avanço da tecnologia nas propriedades e ingresso

de novas indústrias no segmento da suinocultura. Os maiores aumentos na

produção de suínos virão dos Estados de Minas Gerais que pode chegar a ter

produção superior a 20% em 2013, bem como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

que estão fazendo grandes investimentos na produção de carne suína.

5.2.1 - Exportações

Em 2012 o Brasil exportou 576,8 mil toneladas de carne suína um aumento

de 11,8% em relação a 2011. Para 2013, no cenário otimista, espera-se um

incremento superior a 15%. Destaque para isso é o crescimento de exportações

oriundas de Goiás e Minas Gerais que podem ser superior a 30% em 2013. Também

o Estado de Santa Catarina tende a manter o bom desempenho e apresentar

volume de exportação superior a 12% principalmente por ser o único estado do

Brasil livre da doença febre aftosa sem vacinação, sendo grande diferencial para o

mercado externo.

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5.3 – Cenário Paranaense

O Paraná em 2013 poderá apresentar um crescimento da produção, contudo

os números estimados ficam entre 10% e 15%, crescimento inferior a 2011 e 2012.

Isto se deve ao ajuste do sistema produtivo em decorrência da crise enfrentada em

2012.

5.3.2 – Preços

Em relação ao preço recebido pelo produtor poderá ser superior a R$ 3,50 o

kg de suíno em dez/13. Neste cenário os meses de Mai/13 até ago/13 estima-se um

preço próximo a R$ 2,80 kg.

5.3.3 – Exportações

As exportações paranaenses em 2012 foram deficitárias, contudo para 2013 a

projeção do DERAL/SEAB é de aumento superior a 21% no volume exportado,

principalmente para a retomada de mercados que deixaram de comprar em 2012 e

explorando o potencial dos mercados atuais.