substratos para orquídeas

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Substratos para orquídeas: 1 – introdução: Uma forma comum de se dividir as orquídeas em categorias é através de seu substrato, que muitas vezes serve de associação ao orquidófilo para determinar as técnicas culturais que serão empregadas para o cultivo e as exigências biológicas das plantas. As orquídeas recebem as seguintes designações quanto ao substrato: Orquídeas epífitas, rupículas ou litófilas, terrestres, saprófitas, humícolas e parasitas. As orquídeas terrestres crescem diretamente sobre o solo, ao qual fixam profundamente suas carnosas raízes em busca de nutrientes(ENDSFELDZ 1997). Suas raízes também possuem uma enorme quantidades de pêlos absorventes, responsáveis pelo aumento da superfície de contato com as partículas que constituem o solo em até 85%. Estas requerem um ambiente com alta umidade relativa do ar e de regas diárias, pois geralmente são muito suscetíveis ao dessecamento devido suas características morfo-fisiológicas. As orquídeas rupículas ou litófilas vivem sobre as pedras em pleno sol. Muitas vezes protegem a ponta das raízes mergulhando-as por baixo do Limo que nasce nas fendas das rochas, Mas não é raro ver orquídeas deste tipo vivendo sobre rochas que atingem altas temperaturas e notar que o calor e a insolação não provocam maiores danos às Raízes (ENDSFELDZ 1997). Geralmente as orquídeas rupícolas formam touceiras compactas que cobrem pequenas áreas sobre as rochas (BLOSSFELD 1999). Tudo indica que estas plantas, em geral, apresentam metabolismo CAM( Metabolismo Ácido das Crassuláceas), o que lhes permite evitar a perda de água durante o dia, através da não abertura estomática durante este Período, sendo que estas estruturas foliar anexa, apenas se abre durante a noite para a realização das trocas gasosas importantes para a formação de ácidos que serão estocados nos vacúolos das células, e que depois durante o dia serão utilizados nos processos fotossintéticos. As orquídeas epífitas são aquelas que se desenvolvem sobre as árvores, usando-as apenas como suporte, ou seja, como local onde possam receber níveis adequados de luz (ENDSFELDZ 1997). As orquídeas epífitas, na natureza, geralmente se nutrem através de elementos químicos e substâncias excretadas pelas folhas das árvores por se encontrarem em excesso dentro destas, assim, quando ocorrem às chuvas, os nutrientes são arrastados caule abaixo e assim são absorvidos em primeiro lugar pelas folhas e em menor quantidade pelas Raízes das orquídeas. As orquídeas saprófitas são muito raras e são desprovidas de clorofila e nutrem-se de restos vegetais ou animais em decomposição. Segundo ENDSFELDZ(1997), apenas uma orquídea pode ser genuinamente considerada saprófita, trata-se da curiosa Rhizanthella garneri. Orquídeas humicolas são aquelas que se nutrem a partir de matéria orgânica em decomposição, mas que ao contrario das saprófitas, possuem clorofila e realizam fotossíntese. A primeira vista, então poderiam ser confundidas com orquídeas terrestres, mas a principal diferença está na orientação e forma radicular. As orquídeas humícolas sempre apresentam

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Substratos para orquídeas:

1 – introdução: Uma forma comum de se dividir as orquídeas em categorias é através

de seu substrato, que muitas vezes serve de associação ao orquidófilo para determinar as técnicas culturais que serão empregadas para o cultivo e as exigências biológicas das plantas. As orquídeas recebem as seguintes designações quanto ao substrato: Orquídeas epífitas, rupículas ou litófilas, terrestres, saprófitas, humícolas e parasitas.

As orquídeas terrestres crescem diretamente sobre o solo, ao qual fixam profundamente suas carnosas raízes em busca de nutrientes(ENDSFELDZ 1997). Suas raízes também possuem uma enorme quantidades de pêlos absorventes, responsáveis pelo aumento da superfície de contato com as partículas que constituem o solo em até 85%. Estas requerem um ambiente com alta umidade relativa do ar e de regas diárias, pois geralmente são muito suscetíveis ao dessecamento devido suas características morfo-fisiológicas.

As orquídeas rupículas ou litófilas vivem sobre as pedras em pleno sol. Muitas vezes protegem a ponta das raízes mergulhando-as por baixo do Limo que nasce nas fendas das rochas, Mas não é raro ver orquídeas deste tipo vivendo sobre rochas que atingem altas temperaturas e notar que o calor e a insolação não provocam maiores danos às Raízes (ENDSFELDZ 1997). Geralmente as orquídeas rupícolas formam touceiras compactas que cobrem pequenas áreas sobre as rochas (BLOSSFELD 1999). Tudo indica que estas plantas, em geral, apresentam metabolismo CAM( Metabolismo Ácido das Crassuláceas), o que lhes permite evitar a perda de água durante o dia, através da não abertura estomática durante este Período, sendo que estas estruturas foliar anexa, apenas se abre durante a noite para a realização das trocas gasosas importantes para a formação de ácidos que serão estocados nos vacúolos das células, e que depois durante o dia serão utilizados nos processos fotossintéticos.

As orquídeas epífitas são aquelas que se desenvolvem sobre as árvores, usando-as apenas como suporte, ou seja, como local onde possam receber níveis adequados de luz (ENDSFELDZ 1997). As orquídeas epífitas, na natureza, geralmente se nutrem através de elementos químicos e substâncias excretadas pelas folhas das árvores por se encontrarem em excesso dentro destas, assim, quando ocorrem às chuvas, os nutrientes são arrastados caule abaixo e assim são absorvidos em primeiro lugar pelas folhas e em menor quantidade pelas Raízes das orquídeas.

As orquídeas saprófitas são muito raras e são desprovidas de clorofila e nutrem-se de restos vegetais ou animais em decomposição. Segundo ENDSFELDZ(1997), apenas uma orquídea pode ser genuinamente considerada saprófita, trata-se da curiosa Rhizanthella garneri.

Orquídeas humicolas são aquelas que se nutrem a partir de matéria orgânica em decomposição, mas que ao contrario das saprófitas, possuem clorofila e realizam fotossíntese. A primeira vista, então poderiam ser confundidas com orquídeas terrestres, mas a principal diferença está na orientação e forma radicular. As orquídeas humícolas sempre apresentam

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raízes extremamente grossas e que se orientam, em geral, paralelamente ao solo, sempre encobertas pela camada de serrapileira das matas, não se aprofundando mais do que alguns poucos centímetros do solo, ao contrario das terrestres.

As orquídeas parasitas são na realidade 3 espécies (controvérsias a parte sobre Rhizanthella garneri), embora a crendice popular diga que as orquídeas epífitas são parasitas. Estas orquídeas são consideradas parasitas pela relação biológica do tipo desarmônica parasítica(BLOSSFELD 1999). Tais plantas apenas sobrevivem através do parasitismo de certos fungos que se encontram associados às suas raízes, sendo que é de fundamental importância para a vida da planta a fixação biológica de nitrogênio realizada por tais microrganismos, elemento este que é retirado do fungo e que propicia o desenvolvimento, principalmente vegetativo da orquídea.

Para o cultivo de orquídeas em recipientes o substrato exerce grande influência na qualidade da planta, desempenhando principalmente a função de servir como suporte ao sistema radicular das plantas. Dessa forma, o substrato selecionado deve apresentar características satisfatória quanto ao suprimento de água e ar, capacidade de retenção de nutrientes, pH adequado e consistência para suporte, a fim propiciar condições satisfatórias ao crescimento e florescimento das plantas (KÄMPF, 2000).

O Xaxxim é o substrato predileto pela maioria dos orquidófilos brasileiros, é formado pelas raízes adventícias de algumas samambaias das famílias Dcksoniaceae e Cyatheaceae. É considerado excelente para o cultivo de orquídeas, pois retém grande quantidade de água conservando-se úmido por longo tempo (SILVA, 1986). No Brasil, as plantas fornecedoras de xaxim, como a samambaiaçu( Dicksonia sellowiana Hook), devido ao extrativismo desenfreado, estão na lista de plantas ameaçadas de extinção do IBAMA, visto que essas plantas levam de 15 a 18 anos para atingir o estádio ideal para a extração e, na atualizade, não existe plantio visando a produção comercial(LORENZI & SOUSA, 1996).

Dessa forma devem ser buscar substratos alternativos com propriedades próximas às do xaxim e que promovam bom desenvolvimento das plantas. No Brasil há vários materiais com potencial de uso como substratos: entretanto, a falta de testes e informações limitam sua exploração (BACKES & KAMPF, 1991). Segundo SILVA (1986), existem inúmeros substratos que podem ser utilizados para o cultivo de orquídeas, como raízes de Polypodium, fibra e raízes de Osmuda regalis (samambaia-real), casca de barbatimão, casca de pinus, fibra de coco, e argila expandida. Somam-se a esses, outros substratos com potencial de utilização como a casca de arroz carbonizada (CAC), pedra britada e fibra de piaçava.

2 – Tipos de substratos:

Dentre os substratos alternativos citados e outros com potencial para

uso eles possuem as seguintes características: • Carvão vegetal – é o carvão comum, igual ao de churrasqueira,

mas que sempre deve ser novo, pois os que já foram usados prejudicam a planta. Ele sozinho é ótimo para locais de clima úmido. Já em locais de clima seco, deve ser acompanhado de outro substrato que retenha umidade. Entretanto, é um

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substrato que necessita de adubação mais freqüente. É muito leve, não segura a planta e, em razão de sua porosidade, tende a acumular sais minerais (NEVES, 2003). Por isso, precisa de regas freqüentes com água pura. O carvão vegetal muitas vezes é fabricado a partir do corte de árvores de matas naturais, o que incentiva a devastação de florestas. Por último, o manuseio do carvão suja as mãos (NEVES, 2003). O carvão vegetal dura em média 2 anos e depois disso fica saturado de sais minerais e começa a esfarelar. Ele é indicado para Vanda spp, Ascocentrum spp, Rhynchostylis spp, Renanthera spp, Laelia purpurata, Cattleya spp e Oncidiuns spp;

• Casca de Pinus – é a casca da arvore da espécie Pinus elliotti e é um substrato fácil de ser encontrado e possui boa retenção de adubo( NVES, 2003). Entretanto, possui excesso de tanino e se decompõe muito rápido. Também quebra com facilidade e não fixa bem a planta no vaso, necessitando para isso de um tutor NEVES, 2003). Possui uma durabilidade media de 1 ano e é indicada para espécies de Cynbidiuns, Vandas, Cattleyas e Laelias.

• Pedaços de ardósia – é uma pedra normalmente escura, utilizada para pisos e é rica em ferro, o que ajuda no crescimento e na floração (NEVES, 2003). Entretanto, não retém água, mas possui uma duração indefinida e é indicado para orquídeas rupícolas como a Pleurotallis teres e a Bulbophyllum rupiculum.

• Caquinhos de barro – são pedaços de vaso de cerâmica e telhas sempre novos, pois os mais antigos e já usados podem estar atacados por fungos.. São porosos, conservam a acidez num nível bom Alem de reterem umidade e adubo. São bem arejados e sustentam melhor a planta no vaso( NEVES, 2003). Eles não possuem nutrientes pré existentes e possui uma durabilidade média de 5 anos e é indicado para as espécies de Vanda, Ascocentrum, Rhynchostylis, Cattleya e Laelia.

• Pedras Brita e Dolomita – são pedras usadas em construções. A brita é de cor cinza e a dolomita é a branca, também usadas em aquários. São facilmente encontradas e ajudam no enraizamento das plantas, entretanto retêm sais dos adubos e queimam as pontas das raízes de algumas espécies, alem de pesarem mais que os compostos orgânicos e necessitarem de muita adubação, por não possuírem valor nutritivo (NEVES, 2003). As britas soltam muito cálcio, o que pode prejudicar alguns tipos de orquídeas e possuem uma durabilidade indeterminada, sendo indicadas para espécies de Cattleya e Laelia purpurata.

• Nó-de-Pinho – é o gomo que se forma na araucária (Araucária heterophylla) e eles são colhidos do caule de pinheiro em estado de decomposição e não possuem substâncias tóxicas. Entretanto, é difícil de encontrar na maior parte do Brasil, mas possuem uma duração longa e indefinida (NEVES, 2003). É indicado para espécies de Cattleya, e micro-orquídeas.

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• Casca de Peroba – é uma casca rugosa da árvore Peroba-rosa(Aspidosperma pyrifolium). Possuem grande durabilidade, rugosa, retém pouca água e com esta casca podem-se cultivar orquídeas na vertical, prendendo as placas de peroba numa tela de alambrado ou parede( NEVES, 2003). Entretanto, por ser um substrato duro, é preciso regar as plantas mais vezes e não retém adubo( NEVES, 2003). Possui uma durabilidade de mais de 5 anos e é indicado para as orquídeas epífitas que gostam de raízes expostas, como as espécies de Miltônia, Oncidium, Brassia, Brassavola, Encyclia e Cattleya walkeriana.

• Caroço de Açaí – é a semente de uma palmeira muito comum na região amazônica e é um substrato barato e abundante, na região de origem dessa palmeira (Belém e outras cidades do Pará). Conserva a acidez num nível bom para as orquídeas e retém a quantidade ideal de adubo e de umidade, alem de não possuir excesso de tanino ou outras substancias tóxicas para as orquídeas ( NEVES, 2003). Entretanto, em regiões úmidas, deteriora-se com muita rapidez devendo ser trocado, pelo menos, a cada 2 anos e as orquídeas com esse substrato devem ficar em locais cobertos para que não haja o encharcamento do substrato( NEVES, 2003). Este substrato não é tão facilmente encontrado nas demais regiões do Brasil e é indicado para todos os gêneros de orquídeas cultivadas no Brasil.

• Coco desfibrado – é um produto feito a partir de cocos que sobram da comercialização da água e são vendidos em estado rústico. Contem macro e micro nutrientes importantes para o crescimento e desenvolmimento da planta (NEVES, 2003). Possui várias opções em vasos e outros formatos a venda e possuem versões vendidas sem o excesso de tanino que é um dos problemas desse substrato, além de não reter muito adubo e ser carente de nitrogênio (NEVES, 2003) Não é recomendado para regiões frias e úmidas porque retém muita água e as raízes podem apodrecer. Possui uma durabilidade de mais de 3 anos e é indicado para as espécies de Miltônia, Oncidium e micro-orquídeas.

• Friba de coco prensada – é um produto industrializado feito a partir do coco desfibrado, podendo ser encontrado em forma de vasos, pequenos cubos, bastões, placas ou fibras. Segundo NEVES (2003), um dos mais conhecidos é o COXIM, que tem causado muita polêmica entre os orquidófilos. Alguns acham que é o substituto ideal para o xaxim, já para outros ele não é recomendável porque encharca. O nome é uma referencia ao material utilizado (coco + xaxim). Este substrato conserva acidez num nível bom e necessita de poucas regas, pois é muito absorvente. Demoram mais para aparecer crostas verdes (uma espécie de musgo) comuns nos xaxins e que, em excesso, podem prejudicar a planta. É ideal para regiões mais secas e quentes (NEVES, 2003). Entretanto, não retém muito adubo e é carente de nitrogênio e ao absorver a água ele

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expande aumentando o seu tamanho e ao secar, volta ao seu volume original. Por esta razão, os cubos devem ser dispostos de forma desarrumada e não socadas em vasos para não estoura-los (NEVES, 2003). Ele pode conter excesso de tanino provocando queimadura nas raízes e não é indicado para regiões frias e úmidas porque retém muita água e as raízes podem apodrecer. Possui uma durabilidade em torno dos 5 anos ou mais (em regiões de clima seco) e é indicado para as espécies de Miltônia, Phalaenopsis e Vanda.

• Tutor vivo – são árvores de casca rugosa, como o Abiu, o Marmelo(Cydonia oblonga)a Jaqueira(Artocarpus heterophyllus), a Românzeira(Punica granatum   L), a Figueira(Ficus carica), a Gabirobeira(Psidium guajava L.), o Limão Cravo(Citrus limonia osbeck), entre outras e é o substrato que melhor imita as condições naturais das matas, sendo excelente para compor situações de paisagismo e cultivo (NEVES, 2003). Entretanto, fica inviável o transporte de orquídeas para outros lugares, como exposições, por exemplo, mas possui uma durabilidade de acordo com o tempo em que a árvore permanece viva e é indicado para todas as orquídeas epífitas, devendo apenas levar em consideração o clima do lugar (NEVES, 2003).

• Casca da Cajazeira – é a casca da árvore frutífera cajazeira (Spnodias venulosa) que quando são grossas e duras e sem presença de cupins e brocas tem boa indicação para uso como substrato para orquídeas (NEVES, 2003). Os vãos nas cascas seguram a umidade que ajuda no enraizamento e a casca desta árvore é renovável, o que a torna ecologicamente correta. Entretanto, é difícil de se encontrar e decompõem-se facilmente por causa da umidae, do calor e das bactérias, além de possuir níveis consideráveis de tanino (NEVES, 2003). Possui uma durabilidade de mais de 5 anos e é indicado para Cattleya walkeriana e Cattleya nobilior.

• Casca de Sambaiba – é a casca da Curatella americana, uma arvoreta de 3m de altura parecida com o cajueiro, mas que não da frutos( NEVRES, 2003). É uma casca renovável, o que a torna ecologicamente correta, mas na hora da coleta, pode gerar acidentes pois dentro da casca vivem animais peçonhentos como escorpiões. Possuem uma durabilidade de mais de 3 anos e é indicada para espécies de Cattleya.

• Esfagno – embora, sejam apontados como substitutos para o xaxim, estas opções apresentam alguns problemas, já que é um musgo retirado da beira dos rios, usado para cultivar mudas de orquídeas a partir de sementes. Apesar de ser encontrado em lojas especializadas, sua coleta é proibida pelo IBAMA e ainda não há cultivadores desse tipo de substrato no Brasil (NEVES, 2003). Piaçava – é uma fibra obtida da sobra na fabricação de vassouras, é um dos substratos que muitos orquidofilos estão olhando com desconfiança, porque ele enquanto novo apresentava bons resultados, mas com passar de 1 ano

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começava a apresentar problemas, o que até o momento o recomendável seria evita-lo(BOHNKE, 2003). Este problema é pelo fato do aparecimento de um fungo que destrói as raízes da planta, mesmo assim é um substrato em estudo e seu uso ainda não foi descartado, indicando que algum tipo de pré tratamento o transformaria em um bom substrato (BOHNKE, 2003).

• Argila expandida – é um material inorgânico, inerte que apresenta características semelhantes às britas, com a diferença de ser um material mais leve, podendo ser usado tanto para o dreno no vaso quanto para composição de mistura de substratos (OLIVEIRA, 2009).

3 – conclusão: Segundo NEVES (2003) o substrato ideal para substituir o xaxim deveria ter as qualidades de: reter bem os nutrientes depois de cada adubação para libera-os aos poucos; ser facilmente encontrado no mercado; não possuir substâncias que sejam tóxicas para as orquídeas; sustentar a planta com firmeza; permitir uma boa aeração para as raízes; reter água na quantidade ideal sem encharcar; manter o pH equilibrado e durar de 2 a 3 anos em média. Entretanto, dentre os substratos citados e outros é difícil isoladamente se chegar a um substrato ideal o que indicaria a possibilidade de se experimentar misturas de substratos que normalmente retém mais umidade com outros que retém menos umidade para tentar se aproximar de um nível mais próximo ao xaxim (NEVES, 2003).

Segundo DEMATTÊ & DEMATTÊ (1996) concluiu-se depois de experimento realizado com os substratos carvão, casca de Eucalyptus grandis, Coxim e suas misturas que os que foram mais promissores em substituir o xaxim foram o Coxim puro, ou com mistura de carvão vegetal e o Coxim com casca de Eucalyptus grandis. Entretanto outros trabalhos mostram que quando se testaram os substratos casca de Arroz carbonizada, fibra de coco, casca de pínus e suas misturas se mostrou que o que teve o menor rendimento em relação ao xaxim foi a fibra de coco em relação ao desenvolvimento radicular e vegetativo das plantas e que as demais misturas foram promissoras para a substituição do xaxim(SORACE et al, 2009).

Recipientes para orquídeas:

1 – Introdução:

existem no mercado diversos tipos de vasos e recipientes com possibilidades para uso no plantio de orquídeas, entretanto o que todos eles

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devem garantir para as plantas é a capacidade de reter umidade de forma que o substrato se mantenha úmido por um tempo, mas que ao mesmo tempo permita uma boa drenagem do excesso de umidade e estes recipientes necessitam ter tamanhos adequados para as plantas, sendo o ideal que eles sejam proporcional ao tamanho da planta(WATANABE, 2008). Os recipientes mais utilizados para o cultivo de orquídeas é o vaso de barro, redondo, com cerca de 15 cm de altura e furos laterais e no fundo que facilitam a aeração e a drenagem (PAULA & SILVA, 2006). Também é utilizada a cestinha de madeira, conhecida como “cachepô” e o vaso de coxim (fibra de coco) (PAULA & SILVA, 2006). Além desses, podem ser usadas placas de xaxim ou coxim e casca de arvores (PAULA & SILVA, 2006) para aquelas plantas que não possuem boa adaptação em vasos como as espécies de Cattleya walkeriana, Cattleya schileriana, dentre outras (WATANABE, 2008). Vasos de plástico, embora sua grande durabilidade, não são recomendados para a maioria das espécies, pois prejudicam a drenagem e a aeração do substrato e vasos muito altos, rasos ou muito pequenos em relação à planta também não devem ser usados ( PAULA & SILVA, 2006). O vaso de xaxim era muito utilizado, entretanto como é proibido e ainda possui o inconveniente de que as raízes das orquídeas penetram nas suas paredes quando chega o momento do replante acaba-se danificando muito o sistema radicular da planta, o que não acontece nos demais vasos pelo fato de as raízes apenas se aderirem a superfície deles (CAMPACCI, 2006).

2 – tipos de recipientes:

• Vasos de plástico – são os vasos mais baratos, mais leves, com longa duração, entretanto retem muita umidade existindo em várias cores e tamanhos, entretanto não são tão indicados para o cultivo por dificultarem a drenagem (PAAULA & SILVA, 2006).

• Vasos de plástico transparentes – semelhante ao vaso de plástico colorido com a vantagem de facilitar a visualização do desenvolvimento das raízes, evitando possíveis percas por doenças, como podridões. Melhora consideravelmente a visualização de umidade interna no vaso auxiliando uma nova rega e auxilia na melhora da fotossíntese realizada pela planta, visto que comprovadamente as raízes fazem fotossíntese (Fonte: Orquidário Imirim, 2010).

• Vasos de plástico vazado – Ideal para cultivo de plantas que necessitam de grande aeração nas raízes, como Vandas ou plantas que sua floração se dá pelo fundo como as Stanhopeas ( fonte: Orquidário Imirim, 2010).

• Cestinha plástica – semelhante ao vaso de plástico vasado é indicado para o cultivo de plantas com necessidade de grande aeração nas raízes como as Vandas ou plantas que sua floração se dá pelo fundo, como as Stanhopeas ( Fonte: Orquidário Imirim, 2010).

• Vaso de Barro – é o vaso mais usado e indicado para o cultivo de orquídeas, possui as paredes porosas o q aumenta a evaporação (CAMPACCI, 2006) e embora possua vários tamanhos e formatos o mais usual é o redondo com cerca de 15cm de altura e furos laterais e

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no fundo que ajudam na aeração e drenagem (PAULA & SILVA, 2006).

• Cachepot de madeira – Possuem vários tamanhos e formatos e podem ser feitos com vários tiipos de madeira, por exemplo, peroba rosa são mais caros, mas por serem vazados permitem ótima aeração e drenagem sendo uma boa opção de recipiente (Fonte: Orquidário Imirim, 2010).

• Placa de madeira – é uma placa trabalhada em madeiras Cedro e Peroba Rosa, possuindo alta durabilidade e grande drenagem no cultivo de diversas orquídeas. Muito indicado para o cultivo de orquídeas que necessitam de uma aeração nas raízes e que não se adaptam bem em vasos (Fonte: Orquidário Imirim, 2010).

3 – recipientes alternativos: um dos materiais mais interessantes e que atualmente é um problema sério em relação a questão do lixo é o plástico PET que pode ser usado para confecção de vasos com excelentes qualidades para o cultivo de orquídeas, já que ele é transparente, permitindo boa visualização das raízes e uma boa luminosidade para elas, é barato e fácil de fazer podendo ser armazenado em pequenos espaços e reaproveitado por muito tempo é uma excelente alternativa para o uso das garrafas PET (LUIZ, 2008). 4 – curiosidades(fotos):

Vaso de Plástico Vaso de plástico vazado Vaso plástico transparente Fonte: Orquidário Imirim, 2010 Fonte: Orquidário Imirim Fonte: Orquidário Imirim, 2010

Cestinha de plástico Vaso de barro furado Cachepot de madeira Fonte: Orquidário Imirim Fonte: Orquidário Imirim, 2010 Fonte: Orquidário Imirim, 2010

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Cachepot tipo Arapuca Cachepot sextavado Placa de madeira Fonte: orquidário Imirim, 2010 Fonte: Orquidário Imirim, 2010 Fonte: Orquidário Imirim, 2010

Vaso de Garrafa PET.

Fonte: http://www.mulhercriativa.com.br/dicas/dicas-de-beleza/hoje-abrirei-o-dia-com-um-post-muito-interessante-do-meu-amigojose-luiz#more-305, 2008.

Bibliografia:

1. Campacci, Marco A. Caderno orquidófilo Cultivo de orquídeas, noções básicas 4a edição, Brasil Orquídeas, São Paulo. 2006. P 23-25.

2. Paula, Cláudio Coelho; Silva, Helena M. Peregrina da. Cultivo Prático de Orquídeas. 3a edição. UFV. Viçosa. 2006. 43p.

3. http://www.aorquidea.com.br/arq19.html. Data consultada: 08/07/2010 4. http://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=YXRsYW50aWNvcnF1aWRlYX

MuY29tfHd3d3xneDo0YjRjZjU3OWM4ZjQwM2U3. Data conusltada: 08/07/2010.

5. http://www.fbpro.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=79. Data consultada: 08/07/2010.

6. http://carlabettoni.blogspot.com/2008/10/dicas-sobre-o-cultivo-de-orqudeas.html. Data consultada: 08/07/2010

7. http://plantasonya.blogspot.com/2009/03/como-plantar-orquideas-em-que-vaso.html. Data consultada: 08/07/2010.

8. http://www.orquidarioimirim.com.br/loja/. Data consultada: 08/07/2010. 9. http://www.mulhercriativa.com.br/tag/vaso-de-garrafa-pet. Data consultada:

09/07/2010. 10. webnotes.sct.embrapa.br/pab/pab.nsf/.../pab96_07_11.pdf. data

consultada: 08/07/2010

Page 10: Substratos para orquídeas

Universidade Federal de Viçosa. DFT – Departamento de fitotecnia.

FIT 480 – floricultura, plantas ornamentais e paisagismo.

Substratos e Recipientes para orquídeas.

Andrew Fogtman Matrícula: 52482